maria lucia fattorelli fÓrum alianÇa livre – esa/oab-df brasília, 24 de julho de 2012

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Maria Lucia Fattorelli FÓRUM ALIANÇA LIVRE – ESA/OAB-DF Brasília, 24 de julho de 2012 Dívida Pública: Origens e Impactos Alternativas para o enfrentamento da questão

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Dívida Pública: Origens e Impactos Alternativas para o enfrentamento da questão. Maria Lucia Fattorelli FÓRUM ALIANÇA LIVRE – ESA/OAB-DF Brasília, 24 de julho de 2012. PROGRAMA: Dívida Pública As origens e o perfil da dívida pública, no Brasil. - PowerPoint PPT Presentation

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Maria Lucia Fattorelli

FÓRUM ALIANÇA LIVRE – ESA/OAB-DF Brasília, 24 de julho de 2012

Dívida Pública: Origens e Impactos Alternativas para o enfrentamento da

questão

PROGRAMA:

Dívida Pública• As origens e o perfil da dívida pública, no Brasil. • Critérios de legitimação política para aumento de

dívida pública.• Perspectivas de redução negociada da dívida pública

brasileira.

Alternativas• Estudos de caso internacionais bem sucedidos, para

redução negociada da dívida pública e atenuação de seus impactos sociais.

• Mecanismos diretos de controle social sobre limites do endividamento público.

 

Nota: Inclui o “refinanciamento” ou “rolagem”, pois a CPI da Dívida constatou que boa parte dos juros são contabilizados como tal.

Fonte: SIAFI / Elaboração: Auditoria Cidadã da Dívida, OBEDECENDO-SE O PRINCÍPIO DA UNICIDADE ORÇAMENTÁRIA

R$ 708 bilhões (17% do PIB)

Orçamento Geral da União – Executado em 2011 – Total = R$ 1,571 trilhão

TRIBUTO

S

Compra de títulos públicos

JUROS

SUPERENDIVIDAMENTO e INADIMPLÊNCIA(Maior SPREAD do mundo)

Crédito fácil, sobre o qual são feitas apostas

Especulaçãoe Prejuízos

Salvamento bancário

DÍVIDA

Ser

viço

s Pú

blic

os

DÍVIDA: impede a vida digna e o atendimento aos direitos humanos

Quem se beneficiou? Qual a responsabilidade dos credores e organismos internacionais nesse processo?

A AUDITORIA IRÁ RESPONDER

De onde veio toda essa dívida? Quanto tomamos emprestado e quanto já pagamos? O que realmente devemos? Quem contraiu empréstimos? Onde foram aplicados os recursos?

 CONCEITOSDívida Pública

Dívida Interna

Dívida Externa

MULTILATERAL

BILATERAL

COMERCIAL: Dívida Externa com Banca Privada

Internacional

PRIVADA *

DÍVIDA SOBERANA

BRASIL:Dívida Externa Registrada no Banco Central – US$ milhões – 1969 a 1994

-

20.000,0

40.000,0

60.000,0

80.000,0

100.000,0

120.000,0

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1994

Outros

Agências Governamentais

BID

Banco Mundial

Empréstimos do FMI

Empréstimos em Moeda

Bônus de Dívida Renegociada com bancos

Fonte: Relatórios Anuais do Banco Central disponibilizados à CPI da Dívida.

PAPEL DA DÍVIDA PÚBLICA• Instrumento de financiamento do Estado• Aportar recursos ao Estado

PAPEL USURPADO

• Instrumento do Poder financeiro que utiliza a dívida pública como um mecanismo de transferência de recursos do setor público para o setor financeiro privado

O QUE BREVE ANÁLISE HISTÓRICA MOSTRA?

 PAPEL DA DÍVIDA EXTERNADécada de 70

• Fim da paridade dólar/ouro• Elevação do preço do petróleo• Excesso de liquidez• Abundante oferta de empréstimos• Taxas de juros internacionais: PRIME e LIBOR (5 % a.a.)• Forte crescimento do endividamento externo em quase

todos os países do Terceiro Mundo• Ditaduras Militares• 1979: elevação das taxas de juros internacionais

Excesso de liquidez >>> Dívida Externa

 PAPEL DA DÍVIDA EXTERNADécada de 80:

• Taxas de juros internacionais alcançam 20,5 % a.a. em 1981

• Crise• Articulação FMI, Bancos Privados Internacionais, Club de

Paris• 1983: 1º Acordo com FMI• 1983: Acordo com Bancos Privados Internacionais• 1983: Acordo com credores do Club de Paris• Sucessivas negociações; transferência de dívidas para o BC• Cláusulas ilegais; condições onerosas; comissões

extorsivas; ausência de conciliação de cifras• 1988: Forte indício de Nulidade (US$ 60 bilhões)

Crise da Dívida provocada pelos bancos privados internacionais abre espaço para federalização de dívidas

privadas para o Banco Central e para a intervenção do FMI: década ‘perdida’

 PAPEL DA DÍVIDA EXTERNADécada de 90:• Suspeita de prescrição – “Estatuto de Limitações”• Plano Brady: conversão da dívida contratual em bônus,

abrindo mão da recompra no mercado secundário• Justificativa para as Privatizações• Utilização dos bônus Brady como moeda• Plano Real: Livre fluxo de capitais, juros internos

elevadíssimos, atualização automática para a dívida pública, • Transformação da face da dívida: de externa para “interna”• Acelerada emissão de bônus ‘soberanos’

http://www.stn.fazenda.gov.br/divida_publica/downloads/soberanosinternet.xls

Dívida: Mecanismo financeiro de transferência de recursos públicos para o setor financeiro privado

FALTA DE TRANSPARÊNCIA DA DÍVIDA PÚBLICA  Resolução nº. 98, aprovada em 23 de dezembro de

1992

Mensagem Presidencial Nº. 707 recebida no Senado em 16.11.1992 (MSF 357) - um mês após a morte de Ulisses Guimarães e Severo Gomes, e em meio ao julgamento do impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, e sucessivas substituições de ministros da Fazenda.

Resolução nº. 98/92 foi aprovada em poucas semanas, às vésperas do Natal, no dia 23.12.1992, com voto em separado, contrário, do Senador Eduardo Suplicy, também vencidos os senadores Ruy Bacelar, Pedro Teixeira e Nelson Wedekin

PLANO BRADY: conversão de US$ 57 bilhõesApesar das ilegalidades e da suspeita de prescrição

da dívida externa com bancos privados internacionais

 PAPEL DA DÍVIDA EXTERNA2000-2012

• Aprofundamento do aparato legal de privilégios para dívida• Cláusulas de ação coletiva• Recompra de títulos da dívida externa com ágio• Administração por “benchmark”• Pagamento antecipado ao FMI com emissão de dívida

interna• Transformação de dívida externa em “interna”• Elevação da dívida externa ‘privada’

Mecanismos financeiros de transferência de recursos públicos para o setor financeiro privado

Fonte: Banco Central - Nota para a Imprensa - Setor Externo - Quadro 51 e Séries Temporais - BC

 Relatórios resgatados pela assessoria à CPI/2009 Parlamentares e Resultado

CPI da Câmara dos Deputados destinada a “apurar as causas e consequências da dívida brasileira e o Acordo com o FMI”. Instituída pelo Requerimento Nº 8/83. Instalada em 16/08/1983.

Presidente: Dep. Alencar FurtadoRelator: Dep. Sebastião NeryRelatório Final aprovado em setembro de 1984

Comissão Especial do Senado Federal para a Dívida Externa, destinada a “examinar a questão da dívida externa brasileira e avaliar as razões que levaram o Governo a suspender o pagamento dos encargos financeiros dela decorrentes, nos planos externo e interno”. Instituída pelo Requerimento nº 17, de 1987. Instalada em 14/04/1987.

Presidente: Senador Carlos ChiarelliRelator: Senador Fernando Henrique CardosoRelatório Final aprovado em 23 de agosto de 1989.

Comissão Mista destinada “ao exame analítico e pericial dos atos e fatos geradores do endividamento brasileiro, para cumprir a missão constitucional – Art. 26 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias”. Instalada em 11/04/1989.

Presidente: Dep. Waldeck OrnelasRelator: Senador Severo GomesRelatório Parcial aprovado em 9 de agosto de 1989

Relator: Dep. Luiz SalomãoParecer Final apreciado em 5 de setembro de 1989, NÃO VOTADO

 Comissões Investigativas no Congresso Nacional

COMISSÃO MISTA DE 1989

“Sem qualquer sombra de dúvida, aqui está o ponto mais espantoso dos Acordos ... Esta cláusula retrata um Brasil de joelhos, sem brios poupados, inerme e inerte, imolado à irresponsabilidade dos que negociaram em seu nome e à cupidez de seus credores ... Este fato, de o Brasil renunciar explicitamente a alegar a sua soberania, faz deste documento talvez o mais triste da História política do País. Nunca encontrei ... em todos os documentos históricos do Brasil, nada que se parecesse com esse documento, porque renúncia de soberania talvez nós tenhamos tido renúncias iguais, mas uma renúncia declarada à soberania do País é a primeira vez que consta de um documento, para mim histórico. Este me parece um dos fatos mais graves, de que somos contemporâneos.”

(Senador Severo Gomes)

COMISSÃO MISTA DE 1989

Relatório Final - Dep. Federal Luiz Salomão• Factibilidade de reduzir o montante da dívida

externa• Deduzir do principal consignado pelos bancos que

emprestaram a juros flutuantes o excedente, avaliado em simulações feitas pelo Banco Central, que variavam de 34 a 62 bilhões de dólares, na época.

• Retomar as investigações e os processos judiciais tendentes a recuperar as perdas provenientes de fraudes e negócios ilícitos

• Responsabilizar penalmente os responsáveis internos e os cúmplices externos

• Repatriar as divisas evadidas clandestinamente.

COMISSÃO MISTA DE 1989

“Manobras impediram que o relatório fosse votado na Comissão Mista ...

Sem o apoio da maioria da Comissão, o parecer foi levado a exame do Plenário do Congresso ...

os partidos majoritários na Câmara e no Senado optaram pela omissão.”

(Dep.Fed. Luiz Salomão)

DÍVIDA “INTERNA”PLANO REAL

Abertura comercialLiberdade de fluxo de capitaisElevadas taxas de juros CONVERSÃO DE DÍVIDA EXTERNA EM DÍVIDA INTERNA

PROER Socorro aos bancos (Federal) PROES (Estadual)

RENEGOCIAÇÃO DÍVIDAS DOS ESTADOS

JUROS ELEVADOS e JUROS SOBRE JUROS

EMISSÃO DE DÍVIDA PARA PAGAR JUROS

COMPRA DE RESERVAS COM EMISSÃO DE DÍVIDA

Fonte: Banco Central - Nota para a Imprensa - Política Fiscal - Quadro 35.

CPI: Ausência de Contrapartida

realMecanismos financeirosConflito de interesses Falta de transparência

A RECENTE QUEDA DA TAXA SELIC Dia 19/04/2012: Selic reduzida a 9% a.a., mas

títulos foram vendidos a 10,78% a.a. pelo Tesouro Nacional

Números da Dívida Federal

Em 31/12/2011:

Dívida Externa = US$ 402 bilhões (R$ 692 bilhões a

1,72)

Dívida Interna = R$ 2,5 trilhões

Dívida Brasileira = R$ 3,2 trilhões ou 78% do PIB

Artifícios utilizados para “aliviar” o peso dos números:• Dívida “Líquida” • Juros “reais”• Atualização contabilizada como se fosse Amortização• Exclusão da Dívida Externa “Privada”• Comparação Dívida Líquida/PIB Brasil

Orçamento Geral da União – Gastos Selecionados (R$ bilhões)

Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional - SIAFI. Inclui a rolagem, ou “refinanciamento” da Dívida

Recursos que financiam o “Sistema da Dívida”

SUPER ESTRUTURA LEGAL – O PRIVILÉGIO DA DÍVIDA

Constituição Federal Dívida para pagar dívida: Exceção no Art. 166, § 3º, II,

“b” Ver “Anatomia de uma Fraude à Constituição”

LDO – Lei de Diretrizes OrçamentáriasElaboração parte das Metas de Superávit PrimárioGarantia de atualização automática mensal para a dívida

Lei de Responsabilidade Fiscal – LC 101/2000Limites para gastos públicosAusência de limites para o custo da Política Monetária.

Transfere ao Tesouro Nacional esse custo quando negativoOUTRAS FONTES não-tributárias

Lucros das estatais distribuídos ao governo, Privatizações,

Dívidas pagas pelos Estados e MunicípiosDesvinculação de recursos específicos de outras áreas (MP 435 e 450)

QUEM GANHA E QUEM PERDE

Fonte: Banco Central - http://www4.bcb.gov.br/top50/port/top50.asp

Aparente quedaAumento de Provisões

A estratégia de manutenção do Poder e da Acumulação Capitalista

Lucros crescentes para setor financeiro/empresarial

Financiamento de campanhas eleitorais e corrupção

Extremo poder da mídia ligada ao grande capital

Ilusória distribuição de riqueza Pequenos ganhos para os pobres: Bolsa FamíliaPífios reajustes para trabalhadoresAcesso a produtos baratos: sensação de melhoria de vidaAcesso a crédito/financiamentos

AUDITORIA DA DÍVIDA Prevista na Constituição Federal de 1988

Plebiscito popular ano 2000 realizado no contexto da Terceira Semana Social: mais de seis milhões de votos

AUDITORIA CIDADÃ DA DÍVIDAwww.auditoriacidada.org.br

CPI da Dívida PúblicaPasso importante, mas ainda não significa o cumprimento

da Constituição

ALTERNATIVAS PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA DA

DÍVIDA PÚBLICA

1o. Passo: Conhecimento do processo de endividamento

Importância da ferramenta da AUDITORIA:• Acesso a documentos e provas• Participação da Cidadania• Relatório é instrumento para ação

em todas as esferas: social, política ou jurídica

EQUADOR – Lição de Soberania

Comissão de Auditoria Oficial criada por Decreto

Em 2009: Proposta Soberana de reconhecimento de no máximo 30% da dívida externa representada pelos Bônus 2012 e 2030

95 % dos detentores aceitaram a proposta equatoriana, o que significou anulação de 70% dessa dívida com os bancos privados internacionais

Economia de US$ 7,7 bilhões nos próximos 20 anos

Aumento gastos sociais, principalmente Saúde e Educação

COMISIÓN PARA LA AUDITORÍA INTEGRAL DEL CRÉDITO PÚBLICO

Principais razões para a Criação da Comissão de Auditoria - CAIC - Decreto Executivo

472/2007• Exigência de grandes somas de recursos orçamentários

para o pagamento de compromissos de uma dívida que nunca havia sido auditada

• Submissão a novos créditos e uma dependência rígida a governos estrangeiros e instituições financeiras internacionais

• Permanente ameaça à soberania e aos direitos humanos

• Obstáculo ao crescimento sustentável e à erradicação da pobreza

COMISIÓN PARA LA AUDITORÍA INTEGRAL DEL CRÉDITO PÚBLICO

Criação da Comissão de Auditoria – CAICDecreto Executivo 472/2007

Auditoria Integral com participação cidadãArt 4º - La CAIC está autorizada para auditar y

transparentar todos los procesos de endeudamiento de las instituciones del Estado.

Art 9º - Todas las entidades del Sector Público están en la obligación de proporcionar la información que solicite la Comisión, en los términos y con las sanciones establecidas en la Ley de Transparencia Fiscal.

BASE LEGAL E RESPALDO POLÍTICO IMPRESCINDÍVEL PARA REALIZAÇÃO DA AUDITORIA - PRECEDENTE INÉDITO E

HISTÓRICO

COMISIÓN PARA LA AUDITORÍA INTEGRAL DEL CRÉDITO PÚBLICO

Definição da Auditoria Integral – Decreto Nº 472Art. 2 - Auditoria Integral se define por:   

“la acción fiscalizadora dirigida a examinar y evaluar el

proceso de contratación y/o renegociación del

endeudamiento público, el origen y destino de los

recursos, y la ejecución de los programas y proyectos que

se financien con deuda interna y externa, con el fin de

determinar su legitimidad, legalidad, transparencia,

calidad, eficacia y eficiencia, considerando los aspectos

legales y financieros, los impactos económicos, sociales,

de género; regionales, ecológicos y sobre nacionalidades

y pueblos”

COMISIÓN PARA LA AUDITORÍA INTEGRAL DEL CRÉDITO PÚBLICO

Metodologia de Trabalho - CAIC

Organização da CAIC em Subcomissões Específicas: BILATERAL - Auditoria da dívida contratada com outros países e/ou

instituições oficiais MULTILATRAL – Auditoria da dívida contratada com organismos

multilaterais, tais como FMI e Banco Mundial COMERCIAL - Auditoria da dívida contratada com bancos privados

internacionais INTERNA - Auditoria da dívida contratada internamente

Definição da Metodologia: • Métodos e procedimentos aplicados para se obter a informação.• Utilização de procedimentos alternativos, devido às peculiaridades da

auditoria determinada pelo DE-472, fixada em 30 anos.

Acesso a documentos revelaram:

• Fatos comuns a outros países, os quais devem ser também respaldados por auditorias integrais

• Semelhanças impressionantes

• Desrespeito aos direitos humanos devido à subtração constante de recursos que deveriam ser destinados ao atendimento `as necessidades básicas: Saúde, Educação, Assistência, Trabalho, Alimento

• Possibilidade de articulação dos países submetidos ao mesmo processo de endividamento

COMISIÓN PARA LA AUDITORÍA INTEGRAL DEL CRÉDITO PÚBLICO

LA PERPETUACIÓN DE UNA MISMA DEUDA ILEGÍTIMA 1976 AL 2006

Deuda Externa Pública del Ecuador con la Banca Privada (USD MM)

1976 AL 1982: DEUDA ORIGINAL Endeudamiento Agresivo, Refinanciamientos, Emisión de “Pagarés”

1983 – PAQUETE Sector Público ERA-83 USD 1.100 MM Sector Privado.Sucretización.US1.600 MM Dinero Fresco USD 431 MM

Pagos directos en el exterior originaron el Mecanismo Complementario – Artificio Contable mediante emisión de bonos

1984 - ERA-84 1985 – MYRA -85-89

Dinero Fresco USD 200 MM 1986 – Convenio de Consolidación

(Deuda Privada) 1986 : Suspensión de Pagos 1992: TOLLING AGREEMENT – Renuncia

Formal a la prescripción de la Deuda Comercial

1995: Canje para Bonos BRADY 1999: Plan ADAM - Pacto anticipado

para renegociación de Brady a Global y compromiso de ejecución de garantías Colaterales

2000: Canje de Brady y Eurobonos a Bonos Global

Fuente: Estadísticas del Banco Central del Ecuador Elaboración: CAIC/SCDC/ Rodrigo Ávila – Auditoria Ciudadana de la deuda de Brasil

COMISIÓN PARA LA AUDITORÍA INTEGRAL DEL CRÉDITO PÚBLICO

Fuente: Estadísticas del Banco Central del Ecuador detalladas en las tabla 1 y 2 del anexo estadístico I - Nota 1: No hay datos sobre 1978. Nota 2: Las transferencias netas son los préstamos menos las amortizaciones y intereses. Autor: Rodrigo Avila – Auditoría Ciudadana de la deuda de Brasil

COMISIÓN PARA LA AUDITORÍA INTEGRAL DEL CRÉDITO PÚBLICO

CAIC EQUADOR: Descobertas RENEGOCIAÇÕES A PARTIR DE 1983:

Cenário de Crise Financeira Internacional devido à alta unilateral das taxas de juros de 5,7 % para 20,5%

Banca privada internacional cria o Comité de Gestão, que se articula com FMI e Club de Paris, obrigando à renegociação conjunta das dívidas externas Públicas e Privadas.

Violação ao Princípio de Assimetria entre as partes

Convenios assinados em Nova York, submetidos às suas leis

Sucretização: Dívidas Privadas são transferidas para o Banco Central

Condições onerosas: Comissõs de Compromisso, de Agente, de Conversão, e elevadas taxas de juros.

CAIC EQUADOR: Descobertas PAGAMENTOS DIRETOS NO EXTERIOR:

“Renegociações” a partir de 1983 constituíram, na verdade, operações de liquidação de dívidas anteriores (“Pagarés” e de empresas estatais) por seu valor nominal integral

Pagamento antecipado integral e, simultaneamente, assunção de nova dívida a cargo do Banco Central, sob novas condições

Não houve entrega de recursos ao Equador, mas simplesmente o pagamento direto, no exterior, de bancos privados para bancos privados

Cláusulas ilegais e ilegítimas

Ausência de ingresso de recursos gerou a criação de artifício contábil denominado “Mecanismo Complementario”: Ministerio de Finanzas emitia bonos e os entregava ao BCE, para equilibrar seu balanço contábil.

COMISIÓN PARA LA AUDITORÍA INTEGRAL DEL CRÉDITO PÚBLICO

CLÁUSULAS ILEGAIS E ILEGÍTIMAS DOS “REFINANCIAMENTOS” Renúncia à Soberania, à imunidade e submissão a

Tribunais Internacionais Exigência de “Reembolso direto no Exterior” Excesso de pagamentos por parte do devedor não seriam

devolvidos pelo emprestador. Em caso de discrepância entre os registros do valor da

dívida prevalece o critério do emprestador Os Contratos prevalecem sobre a Constituição, Leis,

Decretos e normas do País Equador assume o pagamento de todos os custos e

gastos sem a obrigação de apresentar faturas por parte do emprestador

O conteúdo e o formato dos documentos a serem assinados era preparado pelo emprestador (inclusive a Manifestação Legal do Procurador Geral do Estado)

COMISIÓN PARA LA AUDITORÍA INTEGRAL DEL CRÉDITO PÚBLICO

1992 - TOLLING AGREEMENT - Ato Unilateral de Renúncia à Prescrição da Dívida

Renúncia a Direito Público público indisponível Presidente Sixto Duran Ballen autorizou, mediante Decreto

Executivo Nº 333-92, ao Ministro de Finanzas y Crédito Público, assinar um “Convenio de Garantía de Derechos” com a banca privada internacional.

Mas o que foi assinado foi o denominado “Tolling Agreement”, unicamente por partes equatorianas. A banca privada não subscreve este ato.

Todos os convenios da dívida pública equatoriana eram regidos pela Lei de NY y Londres, que previam a prescrição de dívidas não pagas por seis anos.

As Cortes Internacionales sequer aceitam demandas depois de completado o período de 6 anos.

COMISIÓN PARA LA AUDITORÍA INTEGRAL DEL CRÉDITO PÚBLICO

COMISIÓN PARA LA AUDITORÍA INTEGRAL DEL CRÉDITO PÚBLICO

1994 - PLANO BRADY Entrega de Bonos Brady aos mesmos detentores de

dívida anterior (representada pelos convenios assinados na década de 80, já prescrita), sem entrega de recursos ao Equador.

Exigência de garantias colaterais que representavan mais de 50% do valor de mercado da dívida, no montante de US$ 604 milhões, adquiridas com recursos de empréstimos multilaterais e bilaterais destinados a outras finalidades.

Títulos não registrados na SEC (Security Exchange Commission), emitidos com base em exceções à Ley de Valores de los EEUU

• Anatocismo explícito: Transformação de juros atrasados em Bonos PDI, e juros de mora em Bonos IE

• Cláusulas Ilegais e Ilegítimas: Renuncia à soberania, exigência de manter relação com organismos multilaterais; renúncia a qualquer possibilidade de questionar a legalidade, ainda que sejam ilegais!

COMISIÓN PARA LA AUDITORÍA INTEGRAL DEL CRÉDITO PÚBLICO

COMISIÓN PARA LA AUDITORÍA INTEGRAL DEL CRÉDITO PÚBLICO

2000 - TROCA PARA BONUS GLOBAL Operação que envolveu a troca de títulos que já se

encontravam pré-pagos, pois possuíam garantias colaterais integrais

Liquidação das garantias dos Bonos Brady de forma arbitrária e ilegal. Depósito em Conta corrente no exterior, na mesma entidade privada “Salomon Smith Barney” que efetuou a troca juntamente com JPMorgan

Ausência de contabilização da liquidação das garantias de US$ 729 milhões, tanto no Ministerio de Finanzas como no BCE.

Evidências de ilegalidades: Decreto posterior à “Oferta de Canje”; Ausência de manifestação legal do Procurador do Estado; “Comisión Negociadora” exerceu funções exclusivas de instituições oficiais

COMISIÓN PARA LA AUDITORÍA INTEGRAL DEL CRÉDITO PÚBLICO

IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA EQUATORIANA LIÇÃO DE SOBERANIA e respeito ao povo que paga a

conta do endividamento e tem o direito de saber o que está pagando.

AUDITORIA que possibilitou que as ilegitimidades venham à luz e sejam devidamente documentadas. Passo de preparação e respaldo para ações concretas em relação à Dívida Externa Multilateral, Bilateral, Comercial e à Dívida Interna.

PROVA DA VIABILIDADE POLÍTICA DA AUDITORIA, enquanto que muitos países sequer discutem o tema, com medo do “Risco-país”

• Oportunidade de passar do discurso contra a dívida para ações em busca de provas das ilegitimidades e ilegalidades, respaldadas em documentos oficiais.

PARADOXO

BRASIL

• 6ª Economia Mundial

• 3ª Pior distribuição de renda do mundo

• 84º no ranking de respeito aos Direitos Humanos

- IDH

DESRESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL

Situação inaceitável para a 6a. Maior economia do mundo

Saúde Pública: Filas, Mortes sem atendimento, Insuficiência de leitos e UTI, Falta de médicos e profissionais de saúde, Baixos salários, Condições de trabalho aviltantes, Falta de materialidade

Educação: Ausência de políticas educacionais efetivas; Salários irrisórios para professores, apesar da sobrecarga de trabalho, provocando queda na qualidade do ensino básico; Insuficiência de vagas nas Universidades

Déficit Habitacional de 8 milhões de moradias, além de 11,2 milhões de domicílios inadequados (Fonte: Fundação João Pinheiro, 2007)

DESRESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL

Pobreza: 40,4 milhões de pobres (2009) – Fonte IETS – Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade - http://www.iets.org.br/article.php3?id_article=915

Fome: 9,6 milhões de famintos (2009) Fonte IETS – Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade - http://www.iets.org.br/article.php3?id_article=915

Analfabetismo: 20,3% da população brasileira com mais de 15 anos são analfabetos funcionais (Fonte: PNAD 2009)

Taxa de Desemprego: 12% nas Regiões Metropolitanas (Fonte: DIEESE, 2010)

CPI DA DÍVIDA – CÂMARA DOS DEPUTADOS

Criada em Dez/2008 e Instalada em Ago/2009, por iniciativa do Dep. Ivan Valente (PSOL/SP)

Concluída em 11 de maio de 2010

Identificação de graves indícios de ilegalidade da dívida pública da União, Estados e Municípios

Momento atual: investigações do Ministério Público

NECESSIDADE DE AMPLA DIVULGAÇÃO E CONHECIMENTO

EXIGIR A COMPLETA INVESTIGAÇÃO DA DÍVIDA PÚBLICA

CONJUNTURA GLOBALDemanda urgência no enfrentamento do problemaCRISE DA DÍVIDA

Discurso de Autoridades: “RISCO DE CONTÁGIO” DA CRISE EUROPÉIA ATUAL PARA PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO: “aumento dos canais de contágio”• Riscos para o Fundo do Pré-sal• Fundos de Pensão• Fundo Soberano

O grave problema das contas do País não é a Previdência:DÍVIDA BRASILEIRA SUPERA R$3 TRILHÕES, 78% do

PIB e consome maior parte dos recursos

CONCLUSÃOInstrumento do endividamento público foi usurpado

pelo setor financeiro

Nação submissa aos interesses do “Mercado”

Metade dos recursos orçamentários da União transferidos para pagamento da dívida pública

Consequências: Sacrifício Social, Exclusão, Miséria e Violência

Terrorismo: “Não há outro caminho ”

Fazem parecer difícil (massa retórica enganosa e desinformação) para que acreditemos que é

impossível mudar os rumos

ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

CONHECIMENTO DA REALIDADE

MOBILIZAÇÃO SOCIAL CONSCIENTE

AÇOES CONCRETAS• Auditoria da Dívida Pública para

desmascarar o “Sistema da Dívida” e democratizar o conhecimento da realidade financeira NÚCLEOS• Investigações pelo Ministério Público• Rever a política monetária e fiscal para

garantir distribuição da renda e justiça social• Atender Direitos Humanos • TRANSPARÊNCIA e acesso à VERDADE

A MAIOR VIOLÊNCIA É A NEGAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS BÁSICOS

Auditoria da dívida: passo para revelar a verdade sobre o “Sistema da Dívida” e explicar porque o nosso potencialmente rico país está empobrecido e cada dia

mais violento.

ObrigadaMaria Lucia Fattorelli

www.auditoriacidada.org.br