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2020 Maria Augusta Guimarães de Almeida Língua Portuguesa Organizadores Frederico Amado | Lucas Pavione Coleção Resumos para Concursos 31 3 ª edição revista e atualizada

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Page 1: Maria Augusta Guimarães de Almeida Língua Portuguesa · 66 vol. 31 LÍNGUA PORTUGUESA Maria Augusta Guimarães de Almeida b) sentido de dar assistência, cuidar, pode vir com preposição

2020

Maria Augusta Guimarães de Almeida

Língua Portuguesa

Organizadores Frederico Amado | Lucas Pavione

Coleção

Resumos para

Concursos 31

3ª edição

revista e atualizada

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capítulo

7REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Pronominais

Dê-me um cigarro

Diz a gramática

Do professor e do aluno

E do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco

Da Nação Brasileira

Dizem todos os dias

Deixa disso camarada

Me dá um cigarro

Mário de Andrade

Neste capítulo, trataremos, sem dúvida, de um dos assuntos mais relevantes para o uso da Língua.

O que é Regência?

Dá-se o nome de Regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Se um verbo rege uma preposição, fala-se de regência verbal. Se um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) rege determinada preposição, fala-se de regência nominal.

A despeito de ser um dos pontos mais importantes, é dos que mais causa dúvidas e erros, tanto na fala quanto na escrita.

Vários verbos apresentam variações de sentido de acordo com a preposição que regem. Vejamos alguns verbos de relevância. Estude-os aos poucos. Procure memorizá-los.

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vol. 31 – LÍNGUA PORTUGUESA – Maria Augusta Guimarães de Almeida64

1. Abraçar: pode ser usado na forma pronominal e não pronominal.

Quando usado na forma pronominal, rege preposição A.

Quando usado na forma não pronominal, não rege preposição.

\ Exemplos

– Ele abraçou o projeto. – Ele se abraçou ao projeto. – Os professores abraçaram as crianças. – Os professores se abraçaram às crianças.

2. Agradar: tem dois sentidos distintos

a) com sentido de “acarinhar, fazer carinhos”, não rege preposição.

\ Exemplos

– A professora agradava a criança chorosa. – As mães agradam seus bebês.

b) com sentido de ser agradável, rege preposição A.

\ Exemplos

– Ele agradou ao gerente com o inventário perfeito das peças restantes no estoque. – Eu agradei aos convidados com aquela comida típica deliciosa. – A temperatura amena agradou aos turistas.

3. Ajudar: não rege preposição.

\ Exemplos

– O defensor ajudou o advogado na difícil causa. – O policial ajudou os idosos que atravessavam a rua. – Quem o ajudou com as malas?

Obs.: Se seguido de verbo no infinitivo, este é precedido de preposição “a”.

\ Exemplo

– Nós ajudamos o aluno a preencher o formulário de inscrição.

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65Cap. 7 • REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

4. Aceder: rege preposição A

\ Exemplos

– A diretoria não poderia aceder ao projeto de reforma no hospital. – Não poderíamos aceder àqueles absurdos. – Por que anuiríamos ao pedido de verbas para campanhas inúteis?

5. Anuir: rege preposição A

\ Exemplos

– Elas anuíram ao investimento em obras de arte. – Eu jamais anuiria a demissões injustas. – Sempre anuiremos a reformas úteis à população.

6. Aspirar: tem dois sentidos distintos:

a) com sentido de inalar, cheirar, é transitivo direto, não rege preposição.

\ Exemplos

– Eu aspirei o buquê de flores e tive um acesso de espirros. (= inalou, cheirou) – Ele aspirou o aroma da roupa.

b) com sentido de almejar, desejar, é transitivo indireto, rege preposição A.

\ Exemplos

– Eu aspirava ao cargo de técnico. – O ator aspirava ao sucesso da peça.

7. Assistir: tem vários sentidos.

a) sentido de ver, presenciar, rege preposição A.

\ Exemplos

– Eles assistiram ao filme. – Eu assisti ao depoimento. – Os torcedores assistiram ao jogo decisivo.

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b) sentido de dar assistência, cuidar, pode vir com preposição A ou sem preposição.

\ Exemplos

– Os enfermeiros assistiram aos feridos ou assistiram os feridos. – O advogado assistiu o cliente ou assistiu ao cliente. – O técnico assistiu o cliente ou assistiu ao cliente.

c) sentido de caber, ser do dever ou direito de alguém, rege pre-posição A.

\ Exemplos

– Esse imóvel assiste a ele. – As revisões de texto assistem a Paulo. – Essa decisão assistiu ao gerente.

d) sentido de viver, morar residir, rege preposição EM.

\ Exemplos

– Os advogados assistem em Recife. – O promotor assistia em Curitiba. – Eu assisti em Minas por dois anos.

8. Atender: pode ser usado com ou sem preposição

a) sentido de considerar, satisfazer, tomar em consideração ou no sentido de dar ou prestar atenção.

\ Exemplo

– Este relatório está incompleto, não atende aos/os pedidos da direção.

9. Custar: tem dois sentidos distintos

a) com sentido de ter um valor em dinheiro, não rege preposição.

\ Exemplos

– A passagem custa R$ 3.000,00. – Os carros custaram valores altíssimos.

b) no sentido de “ser difícil, ser penoso, ser custoso”, rege prepo-sição A.

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67Cap. 7 • REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

\ Exemplos

– Custou a mim dormir com esse calor. Custou-me dormir com esse calor. – Custou aos atores entender algumas falas do personagem. Custou a eles enten-

der... Custou-lhes entender algumas...

10. Esquecer/Lembrar: podem ser usados na forma pronominal e não pronominal.

a) na forma não pronominal, não regem preposição

\ Exemplos

– Eles lembram as palavras do pai. – Eles esqueceram os problemas da equipe.

b) na forma pronominal, regem preposição DE

\ Exemplos

– Eles se lembram das palavras do pai. – Eles se esqueceram dos problemas da equipe.

11. Insurgir-se: rege preposição CONTRA

\ Exemplos – Os religiosos insurgiam-se contra as atividades experimentais. – O diretor insurgiu-se contra os investimentos onerosos.

12. Imiscuir-se: rege preposição EM

\ Exemplos – Não se imiscua em assuntos que não são seus. – Ela sempre se imiscuía nas decisões do irmão. – A família se imiscuiu em sua opção profissional.

13. Implicar: tem três sentidos distintos

a) com sentido de ter implicância, rege preposição COM

\ Exemplos

– Todos implicaram com o novo técnico. – As crianças implicam com os gatos do vizinho.

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b) com sentido de gerar, acarretar, causar, não rege preposição.

\ Exemplos

– Suas atitudes podem implicar sua demissão.

– A decisão da diretoria implicou greve de funcionários.

– O que falei implicou polêmica.

c) com sentido de envolver-se, rege preposição EM.

\ Exemplos

– Ainda que os amigos o advertissem, implicou-se em tráfico de drogas.

– Para que não se implicasse em falcatruas, afastou-se do grupo.

– Ela se implica em fofocas e, depois, se arrepende.

14. Pagar e Perdoar: são transitivos diretos de coisa e transitivos indiretos de pessoa

\ Exemplos

– A mãe perdoou o erro do filho.

– A mãe pagou o conserto do brinquedo.

– A mãe perdoou ao filho.

– A mãe pagou ao dentista.

– O cliente pagou o almoço.

– O cliente pagou ao gerente.

– O freguês perdoou o troco errado.

– O freguês perdoou ao vendedor.

15. Preferir: rege preposição A

\ Exemplos

– Eu prefiro café a chocolate. – Os atores preferem teatro a televisão. – As crianças preferem sorvetes a balas.

Cuidado com o vício de linguagem! Ouve-se no dia a dia a forma “Prefiro café do que chá”. Essa forma é ERRADA! Diga “Prefiro café A chá”.

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69Cap. 7 • REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

16. Prescindir: rege preposição A ou DE

\ Exemplos

– Esta juventude não pode prescindir do amor de seus pais.

– Devemos prescindir da opinião dos outros ou não seremos livres.

17. Proceder: tem vários sentidos

a) com sentido de vir, origem, rege preposição DE

\ Exemplos

– Aqueles atletas procedem da Europa.

– Os remédios procediam do laboratório X.

– De onde procede essa verba?

b) com sentido de agir, não rege preposição e dispensa comple-mentos

\ Exemplos

– Ele procedeu mal, agredindo o adversário.

– Pense para não proceder injustamente.

– Às vezes, procedo de forma impensada.

c) com sentido de dar início, começar, rege preposição A

\ Exemplos

– O delegado procedeu ao interrogatório.

– Os atores procederam à leitura do texto.

– A polícia procedeu às investigações.

d) com sentido de ter base, ter fundamento, não rege preposição e dispensa complementos

\ Exemplos

– Perdoe-me, amigo, mas suas queixas não procedem.

– A reclamação do cliente não procedia: a comida estava fantástica.

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18. Querer: tem dois sentidos distintos

a) com sentido de desejar, não rege preposição

\ Exemplos

– Eles querem o apartamento na cidade. – Eu quero os livros de direito.

b) com sentido de ter amor, ter estima, rege preposição A

\ Exemplos

– Ela quer muito a seus sobrinhos. – Nós queremos a Deus sobre todas as coisas.

19. Suceder: tem dois sentidos

a) com sentido de ocorrer, acontecer, não rege preposição

\ Exemplos

– Tudo que sucedeu era previsto. – As discussões sucederam durante a reunião.

b) com sentido de vir depois, seguir-se, rege preposição A

\ Exemplos

– O primogênito sucedeu ao pai na empresa. – A esperança sucedeu ao desalento.

20. Visar: admite vários sentidos na língua:

a) com sentido de mirar, olhar, não rege preposição

\ Exemplos

– Os atletas visavam o alvo para atirar. – O moleque visou o vidro da janela e atirou a pedra.

b) com o sentido de dar o visto, abonar, rubricar, não rege prepo-sição

\ Exemplos

– O mestre visou o trabalho do aluno. – O gerente visou os cheques da loja.

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71Cap. 7 • REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

c) com sentido de desejar, almejar, rege preposição A

\ Exemplos

– Todos visavam aos lucros do investimento. – Ele visa a um bom lugar na empresa do pai.

21. Os verbos a seguir admitem dupla forma igualmente corretas de uso.

São eles: informar, alertar, notificar, avisar, certificar, cientificar, participar.

Diz-se: Avisar algo A alguém OU avisar alguém DE algo

Notificar algo A alguém OU notificar alguém DE algo

Informar algo A alguém OU informar alguém DE algo

Alertar algo A alguém OU alertar alguém DE algo

E partimos agora para a Regência Nominal!

A Regência Nominal trata da relação dos nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) com seus complementos.

\ Exemplos

– As crianças tinham carência de vitaminas e sais minerais. (observe que o subs-tantivo CARÊNCIA rege a preposição DE)

– Somos todos contrários a qualquer forma de preconceito. (observe que o adje-tivo CONTRÁRIOS rege a preposição A)

– Os funcionários votaram favoravelmente à mudança de endereço da empresa. (ob-serve que o advérbio FAVORAVELMENTE rege a preposição A)

Percebeu? Nas frases acima, os nomes regem as preposições. Temos, portanto, casos de regência nominal.

Abaixo segue uma lista com alguns nomes e as preposições que regem. Procure memorizá-los aos poucos.

Acostumado a, com

Afável a, com, para com

Afeiçoado a, com, de, para, por

Aflito com, para, por

Alheio a, de

Avesso a

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Ambicioso por, de

Análogo a, em

Ansioso por, para, de

Apaixonado por, de, com

Apto a, para, em

Aversão a, por, em

Ávido por, de

Conforme a, com, em, para

Constante de, em

Contemporâneo a, de

Contíguo a, com, entre

Constituído de, com, por

Contente com, de, em, por

Cruel com, a, em, para com, por

Curioso a, de, em, para, por

Desgostoso com, de, por

Desprezo a, de, para, por, para com

Devoção a, com, em, por

Devoto a, de

Dúvida acerca de, com, de, em, quanto a

Empenho de, em, por, contra

Falta a, com, contra, de, para com

Grato a, para, por

Hábil em, para

Imbuído de, em

Imune a, de

Inclinação a, para, por

Incompatível com, entre

Indeciso em, entre, quanto a, sobre

Inapto a, para

Junto a, de, com

Liberal com, de, em, para com

Longe de

Misericordioso com, para com

Natural a, de, em, para

Nocivo a, para

Paralelo a, com, de, entre

Perto de

Preferível a

Propenso a,

Propício a, para

Próximo a, de

Respeito a, com, de, entre, para com, por

Satisfeito com, de, em, por

Sensível a, para

Último a, de, em

Único a, em, entre, sobre

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73Cap. 7 • REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

TÓPICO-SÍNTESE: Regência Verbal e Nominal

• Regência Verbal e Regência Nominal tratam da relação entre as palavras, de como se complementam.

• É assunto dos mais importantes tanto na língua falada quanto na língua escrita. É cobrança certa em questões de provas, portanto, priorize esse assunto!

• Comece memorizando a regência dos verbos! Vários deles regem diferentes pre-posições de acordo com o sentido que assumem na frase. Relembre: ele aspira a essência das flores/ele aspira à vaga na PF.

• O segundo passo é memorizar a regência de alguns nomes. Eles também podem reger mais de uma preposição. Relembre: Ele está acostumado COM o calor/Ele está acostumado AO calor.

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capítulo

8A ESTRUTURA DA ORAÇÃO

Os verdadeiros analfabetos são aqueles que aprenderam a ler e não leem.

Mário Quintana

Neste capítulo veremos a estrutura de uma oração.

Primeiramente, como definir oração?

Veja! Frase é uma unidade de sentido completo, podendo ser for-mada por uma só palavra ou por várias, podendo ter verbos ou não. Se há verbo, há oração; se não há verbo, tem-se uma frase nominal.

\ Exemplos

– É fria esta região! Temos aí uma oração. – Que fria esta região! Temos aí uma frase nominal.

As orações se dividem em sujeito e predicado. Se a oração não apresenta sujeito, tem-se uma oração sem sujeito.

I. Sujeito: é o elemento que pratica uma ação ou sobre o qual se diz algo.

\ Exemplos

– Os delegados pareciam surpresos. – Vieram à reunião diretores e clientes. – As peças serão leiloadas aqui. – Ninguém permitiu tal absurdo. – Os estádios estavam lotados por ocasião das Olimpíadas. – Quem lhes deu a oportunidade de narrar os fatos? – Ninguém lhes deu voz para defesa.

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vol. 31 – LÍNGUA PORTUGUESA – Maria Augusta Guimarães de Almeida76

Fez-se alguma concessão abusiva aos faltosos? Atenção! Nessa frase, temos uma oração na voz passiva sintética. “Alguma concessão abusiva” não é objeto. É sujeito! Observe que o que se diz aí é “Alguma concessão abusiva foi feita”.

Pediram-nos orientações quanto à hospedagem na cidade os tu-ristas japoneses.

Como não se poria em prática aquele projeto tão arrojado? Atenção! Mais uma vez, temos uma oração na passiva sintética. “Aquele projeto tão arrojado” é sujeito.

Observe que, nas frases acima, as orações apresentam sujeito claro, explícito.

E nas frases abaixo? Vejamos!

Observamos a atuação dos estagiários. O sujeito é o pronome “nós”. Chamamos de sujeito “elíptico” ou “desinencial”. Des-cobrimos pela desinência do verbo.

Os policiais e o delegado saíram para uma acareação. O sujeito é composto. Sujeito composto é aquele que tem dois ou mais núcleos (policiais e delegado).

Alguns artistas expuseram naquela galeria. O sujeito é simples. Sujeito simples é aquele que tem apenas um núcleo (artistas).

Renderam os fregueses dentro do mercado. O sujeito é indetermi-nado. Observe que o verbo está na 3ª pessoa do plural. Alguém rendeu os fregueses, mas quem?

Na oração “Morre-se de fome ainda naquela região”, o sujeito tam-bém é indeterminado. Entretanto, o elemento indeterminador do sujeito é o pronome SE. Sempre que o sujeito é indeterminado pelo pronome SE, o verbo fica no singular.

Atenção à diferença entre sujeito indeterminado e oração sem sujeito. Veja!

\ Exemplos

– Comemoraram as vitórias em família. – Produziam as melhores peças em couro da região. – Precisava-se de políticos atuantes. – Necessita-se de bons investigadores.

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77Cap. 8 • A ESTRUTURA DA ORAÇÃO

Observe que nas frases acima há um sujeito, entretanto são indeterminados.

Agora, veja a diferença nas frases a seguir:

Nevou muito em Nova Iorque.

Houve sérias discussões durante a reunião.

Choveu durante uma semana.

Observe que com verbos que expressam fenômenos da natureza e verbo haver com sentido de existir não há sujeito. São orações sem sujeito.

E se o verbo estiver na 3ª pessoa do plural, acompanhado do pronome SE? Teremos também um sujeito indeterminado? Cuidado! Veja!

\ Exemplos

– Reduziram-se gastos com lazer. Temos verbo na 3ª pessoa do plural + pron. SE. Se o candidato não reconhece uma voz passiva sintética na oração, provavelmente jul-gará ser aquele um sujeito indeterminado. É importantíssimo perceber ali uma voz passiva. “Reduziram-se gastos com lazer” é o mesmo que “Gastos com lazer foram reduzidos”. Portanto, o sujeito é “gastos com lazer”. Essa construção de passiva é, sem dúvida, uma das mais cobradas pelas bancas. O sujeito não é indeterminado!

II. Predicado: é tudo que se diz sobre o sujeito.

\ Exemplos

– Eles se vestiram bem rápido. – Os advogados analisaram o processo. – Todos acreditaram na história. – Visitaram as praias e as cidades serranas todos os turistas, artistas de diferentes

áreas da música e do teatro. – Às vezes, ainda com muita timidez e insegurança, a jovem atriz entra no palco à

frente de centenas de espectadores. – Alguns dos mais intransigentes críticos se renderam às belezas da cidade e à simpa-

tia do povo durante as Olimpíadas. – Quem poderia duvidar do depoimento tão tocante daquela mãe? – Maior pintor holandês da história, Van Gogh morreu em depressão. – O maior pintor holandês da história, Van Gogh, morreu em depressão. – Avaliaram-se,criteriosa e calmamente, as provas do crime. – Fotografou cada detalhe da colisão antes de qualquer queixa o jovem motorista

da empresa.

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vol. 31 – LÍNGUA PORTUGUESA – Maria Augusta Guimarães de Almeida78

Lembre-se de que todos os termos que enriquecem o conteúdo da oração (objeto direto, objeto indireto, aposto, vocativo, agente da passiva, predicativo, adjuntos adverbiais) estão no predicado.

III. Predicativo: é o termo da oração que indica uma característica, uma qualidade, um estado, atribuído ao sujeito ou ao objeto por meio de um verbo qualquer, principalmente por um verbo de liga-ção. Atenção, porém, à posição do predicativo dentro da oração. Predicativo está no predicado.

Veja! O jovem e competente delegado parecia muito confiante.

Quantos predicativos há na oração? Ao lembrar que predicativo é qualidade, característica, estado, pensa-se logo em três predicativos, não? Jovem, competente e confiante. Entretanto, não se pode esque-cer de que predicativos ficam no predicado. Portanto, há apenas um predicativo na oração. Qual? O único que está no predicado: confiante. Veja outros exemplos!

\ Exemplos

– Chegamos preocupados à prova. – Todos se mostraram solícitos e educados. – Os juízes foram intransigentes e prepotentes. – Preconceituosos, os articulistas da revista receberam críticas de todos os leitores. – O vendedor, impaciente e antipático, não mostrou as peças ao cliente. – Sorridentes e emocionados, pai e filho ouviram o veredito do magistrado. – Os grandes atores, disciplinados e determinados, ensaiaram exaustivamente o

texto. – Encontrei, feliz e esperançoso, a solução para problema tão preocupante. – Sensível, o jovem advogado ouviu o depoimento do pai. – As esculturas lindas e valiosas eram o sonho daquele colecionador. – As esculturas, lindas e valiosas, eram o sonho daquele colecionador. – Sério e intransigente, o delegado ouvia cada testemunha. – Os investigadores, sagazes e inteligentes, fizeram descobertas fantásticas. – Os candidatos estavam esperançosos.

Agora, veremos dois termos muito importantes: os complementos verbais. Há dois complementos verbais: objeto direto e objeto indireto. Vamos a eles!

IV. Objeto direto: é o elemento que completa o sentido de um verbo transitivo direto (verbo que não rege preposição).

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79Cap. 8 • A ESTRUTURA DA ORAÇÃO

\ Exemplos

– O defensor admitiu alguns erros. – As fábricas reduziram os preços de algumas peças. – Corrigimos várias questões da prova. – Apresentaram as provas ao defensor. – As armas encontramos na biblioteca da casa. – Notificamos o cliente da possível multa. – Eles admitiram o erro de cálculo. – O gerente avisou os novos vendedores da promoção de Natal. – Quem lhes mostrará aquela documentação sigilosa? – Provemos o orfanato há muitos anos.

Atenção a dois outros tipos de objeto direto!

• Objeto direto preposicionado: é aquele que completa o sentido de um verbo transitivo direto que, por convenção da Língua, admite também o uso de preposição. São vários os verbos da Língua com essas características. Vejamos alguns:

Os degustadores beberam dos vinhos da última safra. Per-cebeu que o complemento tem preposição? Entretanto, não se pode classificar como objeto indireto porque o verbo não exige a preposição. Chamamo-lo, portanto, de objeto direto preposicionado.

\ Exemplo

– Os convidados comeram dos doces deliciosos da festa. Percebeu? O verbo comer não rege preposição. Portanto, “dos doces deliciosos da festa” é objeto direto preposicionado.

• Objeto direto pleonástico: é aquele que representa uma repe-tição do objeto direto, em forma de um pronome.

O delegado, ouvi-o atentamente. O objeto direto é “o delegado”. O objeto direto pleonástico é o pronome “o”, que repete o termo “delegado”.

As provas, busquei-as incessantemente. O termo “as provas” é objeto direto. O pronome “as” é o objeto direto pleonástico.

V. Objeto indireto: é o termo que completa o sentido de um verbo que rege preposição (transitivo indireto).

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\ Exemplos

– A população depende da vontade política dos governantes. – O réu não se referiu ao protesto na fábrica. – Todos concordamos com a opinião dada. – A equipe se insurgiu contra a decisão do treinador. – As crianças, hoje, se interessam por ciência e tecnologia. – O defensor discordou dos argumentos do advogado. – O pai anuiu à viagem do filho. – Alguém nos pode explicar a atitude do promotor? – Os herdeiros abdicaram dos bens. – Provei-lhe a inocência daquele jovem intempestivo.

Atenção ao objeto indireto pleonástico! Ele também representa uma repetição do objeto indireto, na forma de um pronome.

Aos mestres, pedi-lhes orientações. O termo “aos mestres” é o objeto indireto. O pronome “lhes” é o objeto indireto pleonástico.

À clientela, ofereci-lhe cafezinho e biscoitos. “À clientela” é objeto indireto. O pronome “lhe” é o objeto indireto pleonástico.

VI. Complemento Nominal: é o termo que complementa o sentido de um nome (de um substantivo, de um adjetivo ou de um advérbio). O complemento nominal vem sempre com preposição. Ele pode ter o sentido de paciente do termo anterior.

\ Exemplos

– Presenciamos a demissão dos vendedores. Perceba que o termo “dos vendedores” tem preposição, mas não complementa o sentido de um verbo. Ele completa um nome: o substantivo “demissão”. E perceba que no termo “demissão dos vendedo-res”, “dos vendedores” é paciente de “demissão”. Vendedores foram demitidos. São pacientes da demissão.

– Convicto de sua capacidade, não recusava trabalho. Observe que o termo “de sua capacidade” tem preposição, não completa verbo. O termo completa o sentido do adjetivo “convicto”.

– Todos votaram contrariamente ao investimento. Observe que o termo “ao inves-timento” tem preposição, mas completa o sentido do advérbio “contrariamente”.

– Sou-lhe muito sincero. Atenção a esse exemplo! Perceba que o pronome LHE não completa o sentido do verbo. O verbo “ser”, de ligação, não pede complemento. A ordem da oração é “Sou muito sincero a ele”. Portanto, o pronome LHE é comple-mento nominal de “sincero”.

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81Cap. 8 • A ESTRUTURA DA ORAÇÃO

Outros exemplos:

A revisão dos textos foi feita pelo mestre. A inversão de valores traz prejuízos às novas gerações. Avesso a fofocas, ele demitiu alguns advogados da empresa. A população estava vulnerável aos desmandos do governo. A aplicação das vacinas acontecerá em breve. Contrariamente ao esperado, ele perdeu a eleição. Ele opinou favoravelmente à reforma das escolas.

Pode haver uma oração com mais de um complemento nominal?

Sim! Veja!

A comemoração da venda dos imóveis aconteceu no bar do hotel.

Observe! Nessa frase, temos dois complementos nominais: da venda e dos imóveis.

“Da venda” é paciente de “comemoração”. “Dos imóveis” é paciente de “venda”. A venda sendo comemorada. Imóveis sendo vendidos.

Outro exemplo:

\ Exemplos

– A apresentação da tese à banca examinadora foi um momento de emoção entre os colegas de turma. “Da tese” e “à banca examinadora” são complementos nominais.

VII. Agente da passiva: é o elemento que, em uma oração na voz pas-siva, agiu, praticou a ação, foi agente.

\ Exemplos

– A documentação foi autenticada pelo tabelião. – Os investimentos serão feitos pelo empresário. – Seremos recebidos pelos moradores da fazenda. – Sem disciplina, não seremos convocados pelo treinador. – Os interrogatórios foram realizados pelo detetive bem cedo. – As crianças foram vacinadas pela enfermeira. – Os motoristas foram multados pelo policial que os abordou. – O fogo foi controlado rapidamente pelos bombeiros. – Fomos advertidos pelo guarda durante a passagem pelo pedágio. – Nunca seremos traídos pelos verdadeiros amigos.

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VIII. Aposto: é um termo que empregamos para explicar, enumerar, resu-mir ou especificar outro termo como substantivo, pronome, etc., ou outra oração, aparecendo antes ou depois do termo ao qual se refere na frase. É uma parte da estrutura da frase, pois está relacionado ao sentido de um nome/termo. Está sempre isolado por vírgulas, travessões, parênteses, com exceção do aposto especificativo.

\ Exemplos – A violência, uma das consequências do desemprego, cresce dia a dia. (explicativo) – Produzimos diferentes peças em couro: bolsas, calçados e pulseiras de relógio.

(enumerativo) – Blusas, calças, meias, camisetas, tudo deve ser guardado aqui. (resumitivo) – A cidade de Nova Iorque vive sempre em estado de alerta. (especificativo) – Aquela criança buscava algo simples a cada dia na escola: um prato de comida.

(explicativo) – Um dos pensadores mais importantes do Brasil, Ariano Suassuna deixou-nos um

legado imensurável. – Soubemos a verdade sobre o crime: a inocência do motorista. – Providenciaram tudo de que eles precisariam no acampamento: barraca, cober-

tas, água, mantimentos, fogareiro, repelente etc. – Prefeito eleito no Rio de Janeiro, Marcelo Crivella sofrerá cobranças da população. – Polo da vanguarda europeia, Londres recebe jovens do mundo inteiro. – Rui, jovem defensor, demonstra sua paixão pelo que faz e colhe os louros a cada

dia: o respeito dos clientes e o reconhecimento pelo trabalho.

IX. Vocativo: é um chamamento. É a forma como nos dirigimos ao interlocutor.

\ Exemplos – Senhor, importa-se de dar algumas declarações ao jornal? – Não se deprima porque errou essas questões, querido! – Procurarei estar atento, mestre, a cada questão. – Dedico a ti, meu pai, esta homenagem tão sincera. – Preencham o formulário, senhores. – Nunca julguem, guerreiros, que não são capazes de vencer obstáculos! – Já é hora, senhores, de escolher o roteiro da viagem. – Providenciamos, doutor, a documentação exigida. – Augusta, por favor, corrija aquela questão. – Comemore, amigo, cada vitória merecida!

X. Adjunto adverbial: é termo que expressa circunstância (de tempo, de lugar, de modo, de causa, de finalidade etc.) e modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio.

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83Cap. 8 • A ESTRUTURA DA ORAÇÃO

\ Exemplos

– Talvez eles estejam em casa amanhã bem cedo. Talvez – adj. adverbial de dúvida Em casa – adj. adverbial de lugar Amanhã – adj. adverbial de tempo Bem – adj. adverbial de intensidade Cedo– adj. adverbial de tempo

– Por medo, o homem não viajou com a família durante as férias. Por medo – adj. adverbial de causa Não – adj. adverbial de negação Com a família – adj. adverbial de companhia Durante as férias – adj. adverbial de tempo

– Eles foram repreendidos pelo professor pela indisciplina na sala. Pela indisciplina – adj. adverbial de causa Na sala – adj. adverbial de lugar

– Com muita sensibilidade, o delegado ouviu os pais na sala da delegacia hoje à tarde. Com multa sensibilidade– adj. adverbial de modo Na sala da delegacia– adj. adverbial de lugar Hoje à tarde– adj. adverbial de tempo

XI. Adjunto Adnominal: é entendido como o elemento da oração que sempre acompanha o núcleo do substantivo de uma função sintática (objetos, sujeito, complemento nominal etc.). O adjunto adnominal vem representado por artigos, adjetivos, locuções ad-jetivas, pronomes adjetivos e numerais. É um termo dispensável. Pode vir com preposição ou não. E pode ter sentido de agente do termo anterior.

\ Exemplo

– As fantásticas cantinas italianas realizaram uma promoção de verão.

Observe que, se trocássemos o termo “de verão” por “no verão”, passaríamos a ter um adjunto adverbial de tempo (no verão).

A belíssima peça de arte sacra estará no museu até janeiro.

Os mais competentes treinadores europeus mostraram técnicas inovadoras e arrojadas.

A decisão do pai causou grande polêmica.

A previsão do meteorologista foi surpreendente.

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