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Marcos históricos e legais da Educação Especial no Brasil Publicado por Camila Moreira 1 ano atrás No Brasil, o primeiro março da educação especial ocorreu no período imperial. Em 1854, Dom Pedro II, influenciado pelo ministro do Império Couto Ferraz, admirado com o trabalho do jovem cego José Álvares de Azevedo que educou com sucesso a filha do médico da família imperial, Dr. Sigaud, criou o Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Em 1891 a escola passou a se chamar Instituto Benjamin Constant IBC. Em 1857, D. Pedro II também criou o Instituto Imperial dos SurdosMudos. A criação desta escola deve se a Ernesto Hüet que veio da França para o Brasil com os planos de fundar uma escola para surdos mudos. Em 1957 a escola passou a se chamar Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES. Ainda no período imperial, em 1874, iniciouse o tratamento de deficientes mentais no hospital psiquiátrico da Bahia (hoje hospital Juliano Moreira). Após a proclamação da República, a Deficiência Mental ganha destaque nas políticas públicas, mesmo porque acreditavam que esta deficiência pudesse implicar em problemas de saúde uma vez que era vista como problema orgânico e a relacionavam com a criminalidade, além de temerem pelo fracasso escolar. Por volta de 1930 surgiram várias instituições para cuidar da deficiência mental, em número bem superior ao das instituições voltadas para as outras deficiências. O surgimento das primeiras entidades privadas marca mais um fator preponderante na história de nosso país: a filantropia e o assistencialismo. Estes dois fatores colocam as instituições privadas em destaque no decorrer da história da educação especial brasileira, uma vez que o número de atendimentos realizados por elas era muito superior ao realizado pelas públicas, e, por essa razão tinham certo poder no momento de discutir as políticas públicas junto a instancias governamentais. Pelo relato acima, podemos dividir a história do Brasil em dois momentos: No primeiro, durante o Brasil Império, as pessoas com deficiências mais acentuadas, impedidas de realizar trabalhos braçais (agricultura ou serviços de casa) eram segregadas em instituições públicas. As demais conviviam com suas famílias e não se destacavam muito, uma vez que a sociedade, por ser rural, não exigia um grau muito elevado de desenvolvimento cognitivo. JusBrasil Artigos 16 de maio de 2015

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    MarcoshistricoselegaisdaEducaoEspecialnoBrasilPublicadoporCamilaMoreira1anoatrs

    NoBrasil,oprimeiromarodaeducaoespecialocorreunoperodo imperial.Em1854,DomPedro II,influenciadopeloministrodo ImprioCoutoFerraz,admiradocomo trabalhodo jovemcegoJoslvaresdeAzevedoqueeducoucomsucessoa filhadomdicoda famlia imperial,Dr.Sigaud,criouo ImperialInstitutodosMeninosCegos.Em1891aescolapassouasechamar InstitutoBenjaminConstant IBC.

    Em1857,D.Pedro II tambmcriouo Instituto ImperialdosSurdosMudos.AcriaodestaescoladeveseaErnestoHetqueveiodaFranaparaoBrasil comosplanosde fundarumaescolaparasurdosmudos.Em1957aescolapassouasechamar InstitutoNacionaldeEducaodeSurdos INES.Aindanoperodo imperial,em1874, iniciouseo tratamentodedeficientesmentaisnohospitalpsiquitricodaBahia (hojehospital JulianoMoreira).

    ApsaproclamaodaRepblica,aDeficinciaMentalganhadestaquenaspolticaspblicas,mesmoporqueacreditavamqueestadeficinciapudesse implicaremproblemasdesade umavezqueeravistacomoproblemaorgnicoea relacionavamcomacriminalidade,almde temerempelo fracassoescolar.Porvoltade1930surgiramvrias instituiesparacuidardadeficinciamental,emnmerobemsuperioraodas instituiesvoltadasparaasoutrasdeficincias.

    Osurgimentodasprimeirasentidadesprivadasmarcamaisum fatorpreponderantenahistriadenossopas:a filantropiaeoassistencialismo.Estesdois fatorescolocamas instituiesprivadasemdestaquenodecorrerdahistriadaeducaoespecialbrasileira,umavezqueonmerodeatendimentosrealizadosporelaseramuitosuperiorao realizadopelaspblicas,e,poressa razo tinhamcertopodernomomentodediscutiraspolticaspblicas juntoa instanciasgovernamentais.

    Pelo relatoacima,podemosdividirahistriadoBrasilemdoismomentos:

    Noprimeiro,duranteoBrasil Imprio,aspessoascomdeficinciasmaisacentuadas, impedidasderealizar trabalhosbraais (agriculturaouserviosdecasa)eramsegregadasem instituiespblicas.Asdemaisconviviamcomsuas famliasenosedestacavammuito,umavezqueasociedade,porser rural,noexigiaumgraumuitoelevadodedesenvolvimentocognitivo.

    JusBrasilArtigos16demaiode2015

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    Nosegundomomento,aomesmo tempoemquesurgiaanecessidadedeescolarizaoentreapopulao,asociedadepassaaconceberodeficientecomoum indivduoque,devidosuaslimitaes,nopodiaconvivernosmesmosespaossociaisqueosnormaisdeveria,portanto,estudarem locaisseparadose,sseriamaceitosnasociedadeaquelesqueconseguissemagiromaisprximodanormalidadepossvel, sendocapazesdeexercerasmesmas funes.Marcaestemomentoodesenvolvimentodapsicologiavoltadaparaaeducao,osurgimentodas instituiesprivadasedasclassesespeciais. (BATISTA,2006)

    Lei4.024/1961:AntigaLeideDiretrizeseBasesdaEducacaoNacional previaodireitodosexcepcionaiseducao,preferencialmentedentrodosistemageraldeensino.

    OTtuloXdestaLDBpreviaque aeducaodosexcepcionais,devia,noque forpossvel,enquadrarsenosistemageraldeeducao,a fimde integrlosnacomunidade.Dessamaneira, ficavaclaro quesepretendia integrar,namedidadopossvel, todososalunos,comdeficinciasouno,noprocessoeducacional.Todavia, tambmno ttuloX frisavaseque toda iniciativaprivadaconsideradaeficientepelosconselhosestaduaisdeeducao,e relativaeducaodeexcepcionais, receberiadospoderespblicos tratamentoespecialmediantebolsasdeestudos,emprstimosesubvenes.

    Com isso,aomesmo tempoemquesepreviaa integraode todososalunosnosistemaeducacionalgeral (pblico), colocavase tambmo incentivos iniciativasprivadasquevisassemabarcaraeducaodealunoscomdificuldades. Isso tornoucontraditriasasafirmaes iniciaisdaLDB,deeducaopblicaparaodesenvolvimentode todos,colocandoaspremissasdaeducao inclusivacomodistantesdosideaisdestaLei.

    Lei5.692/1971:AlterouaLDBENde1961edefiniu tratamentoespecialparaalunoscomdeficinciasfsicasementaisqueseencontramematrasoconsidervelquanto idade regulardematrculaeossuperdotados,nopromoveaorganizaodeumsistemadeensinocapazdeatendersnecessidadeseducacionaisespeciaiseacaba reforandooencaminhamentodosalunosparaasclasseseescolasespeciais.

    Em1973,oMECcriaoCentroNacionaldeEducaoEspecialCENESP, responsvelpelagernciadaeducaoespecialnoBrasil,que,sobagide integracionista, impulsionouaeseducacionaisvoltadasspessoascomdeficinciaespessoascomsuperdotao,masaindaconfiguradasporcampanhasassistenciaise iniciativas isoladasdoEstado.

    Nesseperodo,noseefetivaumapolticapblicadeacessouniversaleducao,permanecendoaconcepodepolticasespeciais para tratardaeducaodealunoscomdeficincia.Noqueserefereaosalunoscomsuperdotao,apesardoacessoaoensino regular,noorganizadoumatendimentoespecializadoqueconsidereassuassingularidadesdeaprendizagem.

    ConstituioFederal de1988:AConstituioFederal de1988 trazcomoumdosseusobjetivosfundamentais promoverobemde todos,sempreconceitosdeorigem, raa,sexo,cor, idadeequaisquer

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    outras formasdediscriminao (art.3, inciso IV).Define,noartigo205,aeducaocomoumdireitodetodos,garantindooplenodesenvolvimentodapessoa,oexercciodacidadaniaeaqualificaoparaotrabalho.Noseuartigo206, inciso I,estabelecea igualdadedecondiesdeacessoepermanncianaescolacomoumdosprincpiosparaoensinoegarantecomodeverdoEstado,aofertadoatendimentoeducacionalespecializado,preferencialmentena rede regulardeensino (art.208).

    Lei7.8531989:Dispesobreoapoiospessoasportadorasdedeficincia,sua integraosocial, sobreaCoordenadoriaNacionalpara IntegraodaPessoaPortadoradeDeficincia Corde, instituia tutelajurisdicionalde interessescoletivosoudifusosdessaspessoas,disciplinaaatuaodoMinistrioPblico,definecrimes,edoutrasprovidncias.

    Seu textoprevaofertaobrigatriaegratuitadeeducaoespecialna redepblicadeensino, ooferecimentoobrigatriodeprogramasdeEducaoEspecialanvelprescolar,emunidadeshospitalaresecongneresnasquaisestejam internados,porprazo igualousuperiora1 (um)anoalgum educandoportadordedeficincia, amatrculacompulsriaemcursos regularesdeestabelecimentospblicoseparticularesdepessoasportadorasdedeficinciacapazesdeseintegraremnosistemaregulardeensino edefinecomocrimepunvelcomreclusode1 (um)a4(quatro)anos,emulta: recusar,suspender,procrastinar,cancelarou fazercessar,sem justacausa,a inscriodealunoemestabelecimentodeensinodequalquercursoougrau,pblicoouprivado,pormotivosderivadosdadeficinciaqueporta.

    Nomomentoemqueo legisladorprevamatrculacompulsriaparaaqueles portadoresdedeficinciacapazesdese integrarnosistemadeensino regular,ele indiretamenteselecionao pblicodeficienteque teracessoescola,poisnohna legislaoumaorientaosobrequempodedefinir talcapacidade.Estaatitudedeixauma lacunananorma impostaepermitequeasprpriasunidadesdeensinodefinamatravsdepadrese laudosquedeterminadosdeficientesnosocapazesdese integraraoambienteescolar.

    DeclaraodeJomtien1990:Determinao fimdepreconceitoseesteretiposdequalquernaturezanaeducao.

    NestaDeclarao,ospases relembramque "aeducaoumdireito fundamentalde todos,mulheresehomens,de todasas idades,nomundo inteiro".Declararam, tambm,entenderqueaeducaodefundamental importnciaparaodesenvolvimentodaspessoasedassociedades,sendoumelementoque"podecontribuirparaconquistarummundomaisseguro,maissadio,maisprsperoeambientalmentemaispuro,eque,aomesmo tempo, favoreaoprogressosocial,econmicoecultural,a tolernciaeacooperao internacional".

    Tendo issoemvista,aoassinaraDeclaraodeJomtien,oBrasilassumiu,peranteacomunidadeinternacional,ocompromissodeerradicaroanalfabetismoeuniversalizaroensino fundamentalnopas.Paracumprir comestecompromisso,oBrasil temcriado instrumentosnorteadoresparaaao

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    educacionaledocumentos legaisparaapoiaraconstruodesistemaseducacionais inclusivos,nasdiferentesesferaspblicas:municipal,estaduale federal.

    Em1994,publicadaaPolticaNacionaldeEducaoEspecial,orientandooprocessode integraoinstrucionalquecondicionaoacessosclassescomunsdoensino regularquelesque (...)possuemcondiesdeacompanharedesenvolverasatividadescurricularesprogramadasdoensinocomum,nomesmo ritmoqueosalunosditosnormais (p.19).Ao reafirmarospressupostosconstrudosapartirdepadreshomogneosdeparticipaoeaprendizagem,aPolticanoprovocauma reformulaodasprticaseducacionaisdemaneiraquesejamvalorizadososdiferentespotenciaisdeaprendizagemnoensinocomum,masmantendoa responsabilidadedaeducaodessesalunosexclusivamentenombitodaeducaoespecial.

    Lei8859/94:ModificadispositivosdaLein6.494,de07dedezembrode1977 (LeideEstgio, revogadapelaLei11.788/2008),estendendoaosalunosdeensinoespecialodireitoparticipaoematividadesdeestgio.

    Art.1 Aspessoas jurdicasdeDireitoPrivado,osrgosdeAdministraoPblicaeas InstituiesdeEnsinopodemaceitar, comoestagirios,osalunos regularmentematriculadosemcursosvinculadosaoensinopblicoeparticular.

    1 Osalunosaquese refereo "caput"desteartigodevem,comprovadamente,estar frequentandocursosdenvelsuperior,profissionalizantede2grau,ouescolasdeeducaoespecial.

    1994DeclaraodeSalamanca:SobrePrincpios,PolticasePrticasnareadasNecessidadesEducativasEspeciais.

    A inclusodecrianas, jovenseadultoscomnecessidadeseducacionaisespeciaisdentrodosistemaregulardeensinoaquestocentral, sobreaqualaDeclaraodeSalamancadiscorre.

    Na introduo,aDeclaraoabordaosDireitosHumanoseaDeclaraoMundial sobreaEducaoparaTodoseapontaosprincpiosdeumaeducaoespecialedeumapedagogiacentradanacriana.Emseguidaapresentapropostas,direese recomendaesdaEstruturadeAoemEducaoEspecial,umnovopensaremeducaoespecial, comorientaesparaaesemnvelnacionaleemnveisregionaise internacionais.

    Podesedizerqueoconjuntode recomendaesepropostasdaDeclaraodeSalamanca,guiadopelosseguintesprincpios:

    Independentedasdiferenas individuais,aeducaodireitode todos

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    Todacrianaquepossuidificuldadedeaprendizagempodeserconsideradacomnecessidadeseducativasespeciais

    Aescoladeveadaptarsesespecificidadesdosalunos,enoosalunosasespecificidadesdaescola

    Oensinodeveserdiversificadoe realizadonumespaocomuma todasascrianas.

    ADeclaraodeSalamancaampliouoconceitodenecessidadeseducacionaisespeciais, incluindotodasascrianasquenoestejamconseguindosebeneficiarcomaescola,sejaporquemotivo for.Assim,a ideiade "necessidadeseducacionaisespeciais"passoua incluir,almdascrianasportadorasdedeficincias,aquelasqueestejamexperimentandodificuldades temporriasoupermanentesnaescola,asqueestejam repetindocontinuamenteosanosescolares,asquesejam foradasa trabalhar,asquevivemnas ruas,asquemoramdistantesdequaisquerescolas,asquevivememcondiesdeextremapobrezaouquesejamdesnutridas,asquesejamvtimasdeguerraouconflitosarmados,asquesofremdeabusoscontnuos fsicos,emocionaisesexuais,ouasquesimplesmenteesto foradaescola,porqualquermotivoqueseja.

    Segundoodocumento, oprincpio fundamentaldaescola inclusivaodeque todasascrianasdeveriamaprender juntas, independentementedequaisquerdificuldadesoudiferenasquepossam ter.Asescolas inclusivasdevem reconhecere respondersdiversasnecessidadesdeseusalunos,acomodandotantoestiloscomo ritmosdiferentesdeaprendizagemeassegurandoumaeducaodequalidadea todosatravsdecurrculoapropriado,modificaesorganizacionais,estratgiasdeensino,usode recursoseparceirascomacomunidade (...)Dentrodasescolas inclusivas,ascrianascomnecessidadeseducacionaisespeciaisdeveriam receberqualquerapoioextraquepossamprecisar,paraquese lhesassegureumaeducaoefetiva (...) (MENEZES,SANTOS2002).

    PortariaMEC1793/94:Recomendaa inclusodadisciplinaAspectostico Poltico Educacionaisnanormalizaoe integraodapessoaportadoradenecessidadesespeciais,prioritariamente,noscursosdePedagogia,Psicologiaeem todasasLicenciaturas.

    Lei9.394/1996:AtualLeideDiretrizeseBases daEducao

    Preconizaqueossistemasdeensinodevemasseguraraosalunoscurrculo,mtodos, recursoseorganizaoespecficosparaatenderssuasnecessidadesasseguraa terminalidadeespecficaquelesquenoatingiramonvelexigidoparaaconclusodoensino fundamental,emvirtudedesuasdeficinciaseasseguraaaceleraodeestudosaossuperdotadosparaconclusodoprogramaescolar.Tambmdefine,dentreasnormasparaaorganizaodaeducaobsica,a possibilidadedeavanonoscursosenassriesmedianteverificaodoaprendizado (art.24, incisoV)e [...]oportunidadeseducacionaisapropriadas,consideradasascaractersticasdoalunado,seus interesses,condiesdevidaede trabalho,mediantecursoseexames (art.37).

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    IncorporouosprincpiosdaDeclaraodeSalamancaeapartirdelaverificase todaumaalteraonalegislaobrasileiraonde,notasea intenode tornaremsepossveis,asmudanassociaisnecessriasparaaconstruodeumaescola inclusiva.Pelaprimeiravez foidestinadoumcaptulopara tratardaeducaoespecial (CaptuloVdaLDB),prevendoaofertadeeducaopreferencialmentena rederegularparaosalunosdeficientes,aofertadeserviodeapoioespecializadonaescola regularparaatenderspeculiaridadesdaclientela,o inciodaofertadeeducaonaeducao infantile restringeoatendimentoemclassese/ouescolasespecializadasaosalunoscujadeficincianopermitir suaintegraona rede regular.

    Apartirdestedocumentoa rede regularcomeouamatricularosdeficientesnasclassescomunseiniciouseumasriedediscussessobreoassunto.Algunsdefendemaproposta,pois reconhecemqueaconvivnciaentre normaise deficientesserbenficaparaambos,umavezquea integraopermitiraos normaisaprenderaconvivercomasdiferenaseaos deficientesseroferecidamaioroportunidadededesenvolvimentodevidoaoestmuloemodelooferecidopelosalunos normais.Outrosseposicionamcontra,poisveemqueaescola regularnopossuinenhumrecurso (fsicoouhumano)paraatenderumaclientela todiversa.Afirmamqueogoverno instituias leis,masnooferececondiesparaquesejamdevidamente implantadas.

    Decreton3.298/1999: regulamentaaLein7.853/89,aodisporsobreaPolticaNacionalparaaIntegraodaPessoaPortadoradeDeficincia.

    Noquese refereespecificamenteeducao,oDecretoestabeleceamatrculacompulsriadepessoascomdeficincia,emcursos regulares,aconsideraodaeducaoespecial comomodalidadedeeducaoescolarquepermeia transversalmente todososnveisemodalidadesdeensino,aofertaobrigatriaegratuitadaeducaoespecialemestabelecimentospblicosdeensino,dentreoutrasmedidas (Art.24, I, II, IV).Reafirmaaeducaoespecial comomodalidadedeensinoquevisapromoverodesenvolvimentodaspotencialidadesdepessoasportadorasdenecessidadesespeciais.

    Declarao InternacionaldeMontrealsobre Incluso2001:Com forteapelodeDireitos inerentespessoahumana,estabelecequeoacesso igualitrioa todososespaosdavidaumprrequisitoparaosdireitoshumanosuniversaise liberdades fundamentaisdaspessoas.

    Consideraqueoesforo rumoaumasociedade inclusivapara todosaessnciadodesenvolvimentosocial sustentvel.Soba lideranadasNaesUnidas, reconheceuanecessidadedegarantiasadicionaisdeacessoparacertosgrupos,easdeclaraes intergovernamentais fizeramcoroparaunificar,emparceria,governos, trabalhadoresesociedadecivila fimdedesenvolverempolticaseprticasinclusivas.

    Decreto3.956/2001:PromulgaaConveno InteramericanadaGuatemalaparaaEliminaodeTodasasFormasdeDiscriminaocontraasPessoasPortadorasdeDeficincia.

    ApartirdaConveno InteramericanaparaaEliminaodeTodasasFormasdeDiscriminaocontraas

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    PessoasPortadoresdeDeficincia,osEstadosPartes reafirmaramque "aspessoasportadorasdedeficincia tmosmesmosdireitoshumanose liberdades fundamentaisqueoutraspessoasequeestesdireitos, inclusiveodenosersubmetidodiscriminaocombasenadeficincia,emanamdadignidadeeda igualdadequeso inerentesa todoserhumano.Definecomodiscriminaocombasenadeficincia, todadiferenciaoouexclusoquepossa impedirouanularoexercciodosdireitoshumanosedesuas liberdades fundamentais.Deuma formageralaConveno tratadocombatediscriminaocontrapessoascomdeficincia,apresentandoobjetivosque tentampromovera igualdadeentreportadoresdedeficinciaedemaispessoas,mas tambmsugerequeosEstadosPartes trabalhemnaprevenode todasas formasdedeficinciapassveisdeseprevenir.

    EntreasaescompromissadaspeloBrasilnoatodaassinatura, temdestaqueo trabalho prioritrionasseguintesreas:

    prevenode todasas formasdedeficincia

    detecoe intervenoprecoce, tratamento, reabilitao,educao, formaoocupacionaleprestaodeservioscompletosparagarantiromelhornvelde independnciaequalidadedevidaparaaspessoasportadorasdedeficincia

    sensibilizaodapopulao,pormeiodecampanhasdeeducao,destinadasaeliminarpreconceitos,esteretiposeoutrasatitudesqueatentamcontraodireitodaspessoasaserem iguais,permitindodestaformao respeitoeaconvivnciacomaspessoasportadorasdedeficincia.

    ResoluoCNE/CEB02/2001:Acompanhandooprocessodemudana,asDiretrizesNacionaisparaaEducaoEspecialnaEducaoBsica,ResoluoCNE/CEBn2/2001,nosartigo2e3,determinamque:

    Ossistemasdeensinodevemmatricular todososalunos, cabendosescolasorganizaremseparaoatendimentoaoseducandoscomnecessidadeseducacionaisespeciais,assegurandoascondiesnecessriasparaumaeducaodequalidadepara todos (MEC/SEESP,2001).

    Poreducaoespecial,modalidadedaeducaoescolar,entendeseumprocessoeducacionaldefinidoporumapropostapedaggicaqueassegure recursoseservioseducacionaisespeciais,organizados institucionalmenteparaapoiar,complementar,suplementare,emalgunscasos,substituirosservioseducacionaiscomuns, demodoagarantiraeducaoescolarepromoverodesenvolvimentodaspotencialidadesdoseducandosqueapresentamnecessidadeseducacionaisespeciais,em todasasetapasemodalidadesdaeducaobsica.

    AsDiretrizesampliamocarterdaeducaoespecial para realizaroatendimentoeducacionalespecializadocomplementarousuplementarescolarizao,porm,aoadmitirapossibilidadedesubstituiroensino regular,nopotencializamaadoodeumapolticadeeducao inclusivanaredepblicadeensino,previstanoseuartigo2.

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    PlanoNacionaldeEducaoPNE,Lein10.172/2001:destacaque ograndeavanoqueadcadadaeducaodeveriaproduzirseriaaconstruodeumaescola inclusivaquegarantaoatendimentodiversidadehumana.Aoestabelecerobjetivosemetasparaqueossistemasdeensino favoreamoatendimentosnecessidadeseducacionaisespeciaisdosalunos,apontaumdficit referenteofertadematrculasparaalunoscomdeficincianasclassescomunsdoensino regular, formaodocente,acessibilidade fsicaeaoatendimentoeducacionalespecializado.

    EntreosobjetivosemetasparaaeducaodaspessoascomnecessidadeseducacionaisespeciaisestabelecidosnoPNE,destacamseosque tratam:

    dodesenvolvimentodeprogramaseducacionaisem todososmunicpios,eemparceriacomasreasdesadeeassistnciasocial, visandoampliaodaofertadeatendimentodaeducao infantil

    dospadresmnimosde infraestruturadasescolasparaatendimentodealunoscomnecessidadeseducacionaisespeciais

    da formao inicialecontinuadadosprofessoresparaatendimentosnecessidadesdosalunos

    dadisponibilizaode recursosdidticosespecializadosdeapoioaprendizagemnasreasvisualeauditiva

    daarticulaodasaesdeeducaoespecial comapolticadeeducaoparao trabalho

    do incentivo realizaodeestudosepesquisasnasdiversasreas relacionadascomasnecessidadeseducacionaisdosalunos

    dosistemade informaessobreapopulaoaseratendidapelaeducaoespecial.

    Lei10.436/2002:ReconheceLBRAS (lnguabrasileiradesinais), como lnguaoficialnoPas juntamentecomoPortugus.

    ResoluoCNE/CP01/2002:EstabeleceasDiretrizesCurricularesNacionaisparaaFormaodeProfessoresdaEducaoBsica,definequeas instituiesdeensinosuperiordevemprever,emsuaorganizaocurricular, formaodocentevoltadaparaaatenodiversidadeecontempleconhecimentossobreasespecificidadesdosalunoscomnecessidadeeducacionaisespeciais.

    PortariaMEC2.678/2002:Aprovadiretrizesenormasparaouso,oensino,aproduoeadifusodoSistemaBrailleem todasasmodalidadesdeensino,compreendendooprojetodaGrafiaBrailleparaa

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    LnguaPortuguesaea recomendaoparaoseuusoem todo territrionacional.

    Lei10.845/2004: InstituioProgramadeComplementaoaoAtendimentoEducacionalEspecializadosPessoasPortadorasdeDeficincia (PAED),comobjetivosprincipaisdegarantirauniversalizaodoatendimentoespecializadodeeducandosportadoresdedeficincia,cujasituaonopermitaaintegraoemclassescomunsdeensino regularegarantir,progressivamente,a inserodoseducandosportadoresdedeficincianasclassescomunsdeensino regular.Acomplementaorealizadaatravsda transfernciade recursos financeirospeloGovernoFederaldiretamenteunidadeexecutoraconstitudana formadeentidadeprivadasem fins lucrativos,quepresteserviosgratuitosnamodalidadedeeducaoespecial.

    Decreto5.626/2005:RegulamentaaLeino10.436,de24deabrilde2002,quedispesobreaLnguaBrasileiradeSinais Lbras,eoart.18daLeino10.098,de19dedezembrode2000.DefinequeaformaodedocentesparaoensinodeLbrasnassries finaisdoensino fundamental,noensinomdioenaeducaosuperiordeveser realizadaemnvelsuperior,emcursodegraduaode licenciaturaplenaemLetras:LbrasouemLetras:Lbras/LnguaPortuguesacomosegunda lngua.

    Decreto6.094/2007:Em2007 foi lanadooPlanodeDesenvolvimentodaEducaoPDE, reafirmadopelaAgendaSocial, tendocomoeixosa formaodeprofessoresparaaeducaoespecial,aimplantaodesalasde recursosmultifuncionais,aacessibilidadearquitetnicadosprdiosescolares,acessoeapermannciadaspessoascomdeficincianaeducaosuperioreomonitoramentodoacessoescolados favorecidospeloBenefciodePrestaoContinuadaBPC.

    NodocumentodoMEC,PlanodeDesenvolvimentodaEducao: razes,princpioseprogramas reafirmadaavisoquebuscasuperaraoposioentreeducao regulareeducaoespecial.

    Contrariandoaconceposistmicada transversalidadedaeducaoespecialnosdiferentesnveis,etapasemodalidadesdeensino,aeducaonoseestruturounaperspectivada inclusoedoatendimentosnecessidadeseducacionaisespeciais, limitando,ocumprimentodoprincpioconstitucionalquepreva igualdadedecondiesparaoacessoepermanncianaescolaeacontinuidadenosnveismaiselevadosdeensino (2007,p.09).

    ConvenosobreosDireitosdasPessoascomDeficincia (CDPD):AprovadapelaONUem2006edaqualoBrasilsignatrio,estabelecequeosEstadosPartesdevemassegurarumsistemadeeducaoinclusivaem todososnveisdeensino,emambientesquemaximizemodesenvolvimentoacadmicoesocial compatvelcomametadaplenaparticipaoe incluso,adotandomedidasparagarantirque:

    a) Aspessoascomdeficincianosejamexcludasdosistemaeducacionalgeralsobalegaodedeficinciaequeascrianascomdeficincianosejamexcludasdoensino fundamentalgratuitoecompulsrio,sobalegaodedeficincia

    b) Aspessoascomdeficinciapossam teracessoaoensino fundamental inclusivo,dequalidadee

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    gratuito,em igualdadedecondiescomasdemaispessoasnacomunidadeemquevivem.

    Considerandoqueaprevisode terminalidadeespecficadaLeideDiretrizeseBases,sebaseiaexatamentenas limitaesdoalunodeficientepara justificara impossibilidadedecontinuidadenoEnsinoFundamental,humchoquecomoestabelecidonaCDPD.

    DecretoLegislativo186/2008:Aprovao textodaConvenosobreosDireitos dasPessoascomDeficinciaedeseuProtocoloFacultativo,nos termosdo3 doartigo5 daConstituioFederal,assinadosemNova Iorque,em30demarode2007.

    Empargrafonicodoartigo1,estabeleceque ficamsujeitosaprovaodoCongressoNacionalquaisqueratosquealterema referidaConvenoeseuProtocoloFacultativo,bemcomoquaisqueroutrosajustescomplementaresque,nos termosdo inciso I docaputdoart.49daConstituioFederal,acarretemencargosoucompromissosgravososaopatrimnionacional.

    Decreto6.949/2009:PromulgaaConveno InternacionalsobreosDireitosdasPessoascomDeficinciaeseuProtocoloFacultativo,assinadosemNovaYork,em30demarode2007.

    ResoluoCNE/CEB04/2009: InstituiDiretrizesOperacionaisparaoAtendimentoEducacionalEspecializadonaEducaoBsica,modalidadeEducaoEspecial.

    ApresentaoAEEAtendimentoEducacionalEspecializadocomoum serviodaEducaoEspecialasseguradona legislaobrasileiraatravs daConstituiode1988.

    Diantedaanlise recorrenteaosdocumentosPolticaNacionaldeEducaoEspecialnaPerspectivadaEducao InclusivaedaResoluoCNE/CEBn.04/2009,podemosperceberqueamboscondizememrelaos ideias referentesaoAEE.Os referidosdocumentosconcebemoAEEcomoumamodalidadedaEducaoEspecialque identifica,elaboraeorganiza recursospedaggicosedeacessibilidade,comointuitodeeliminarasbarreirasquese interpemplenaparticipao,nodesenvolvimentoenaaprendizagemdosalunoscomdeficinciaoumobilidade reduzida, transtornosglobaisdodesenvolvimentoealtashabilidades/superdotao.Os textosdoscitadosdocumentos fazem refernciaaoAtendimentoEducacionalEspecializadocomoumservioqueperpassa todososnveiseetapas,assimcomo todasasmodalidadesdaeducaobsicaesuperior,ocorrendo,preferencialmente,nassalasde recursosmultifuncionaisdaprpriaescolanaqualoalunoencontrasematriculadoououtraescoladoensino regular,podendoser realizado, tambm,emcentrosdeAtendimentoEducacionalEspecializadoda redepblicaoude instituiescomunitrias,confessionaisou filantrpicassem fins lucrativos... (art.5CNE/CEBn04).

    Foiapartirdoartigo1destaResoluoquebrotaramasprimeirasdivergncias ideolgicasacercadaEducaoEspecial,poisadeterminaodequeossistemasdeensinodevemmatricularosalunoscomdeficincia, transtornosglobaisdodesenvolvimentoealtashabilidades/superdotaonasclassescomunsdoensino regularenoAtendimentoEducacionalEspecializado (AEE), ofertadoemsalasde

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    recursosmultifuncionaisouemcentrosdeAtendimentoEducacionalEspecializadoda redepblicaoudeinstituiescomunitrias,confessionaisou filantrpicassem fins lucrativos.

    Decreto7611/2011:Publicadoem18denovembrode2011,dispesobreaeducaoespecial,oatendimentoeducacionalespecializadoedoutrasprovidncias.Revogouna ntegraoDecreto6571/2008ecausoucontrovrsiasna interpretaodeseusartigospor supostamente recuarempolticasque jvinhamsesolidificandonagarantiadodireitodealunoscomdeficincia.

    Umdosartigoscontroversoso1eseu inciso III, cuja transcrioprev:

    Art.1o OdeverdoEstadocomaeducaodaspessoaspblicoalvodaeducaoespecial serefetivadodeacordocomasseguintesdiretrizes:

    ...

    III noexclusodosistemaeducacionalgeralsobalegaodedeficincia

    PrevisoestaquedestoadaLeideDiretrizeseBasesdaEducacaoNacional (9.394/96),queemseuartigo59, inciso II,determinaa terminalidadeespecficaparaaquelesquenopuderematingironvelexigidoparaaconclusodoensino fundamental,emvirtudedesuasdeficincias.

    Apolmicacontinuaquandose tratade repassedeverbas,poisoDecreto6571/08 tambmgarantiaaduplamatrculanombitodoFUNDEBdessesalunosmatriculadosnoAEEnoperodoopostoaodaescolarizao.Ouseja,almdeoalunoestarnasala regular,garantiaaofertadoAEEno turnoopostoemSalasdeRecursosMultifuncionaisnaprpriaescolaouemoutraescolada rededeensino,emcentrodeatendimentoeducacionalespecializadooupor instituies filantrpicas.

    Militantesdacausadaeducaoespecial,professoreseprofissionais apontamum retrocessonoartigo14doDecreto7611/2011eseupargrafo1, cuja transcrioprev:

    Art.14.Admitirse,paraefeitodadistribuiodos recursosdoFUNDEB,ocmputodasmatrculasefetivadasnaeducaoespecialoferecidapor instituiescomunitrias,confessionaisou filantrpicassem fins lucrativos,comatuaoexclusivanaeducaoespecial, conveniadascomoPoderExecutivocompetente.

    1oSeroconsideradas,paraaeducaoespecial,asmatrculasna rede regulardeensino,emclassescomunsouemclassesespeciaisdeescolas regulares,eemescolasespeciaisouespecializadas.

    Oconflitoestno termo educaoespecial,ondedeveria lerse atendimentoeducacionalespecializado,vistoqueas instituies filantrpicasnopossuemautorizaoparaescolarizarcomoa

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    escola regular.

    Segundoa interpretaodealguns,esteartigodo novodecretopermitequeescolasespeciaisofertemaEducao,ouseja,queespaosconsideradossegregadosdeescolarizaosejam regulamentadosporlei.

    Decreto7612/2011: InstituioPlanoNacionaldosDireitosdaPessoacomDeficincia PlanoViversemLimite.

    Possuia finalidadedepromover,pormeioda integraoearticulaodepolticas,programaseaes,oexerccioplenoeequitativodosdireitosdaspessoascomdeficincia,nos termosdaConvenoInternacionalsobreosDireitosdasPessoascomDeficinciaeseuProtocoloFacultativo,aprovadospormeiodoDecretoLegislativono186,de9de julhode2008,comstatusdeemendaconstitucional,epromulgadospeloDecreto6.949/2009

    Possuicomoumdeseuseixosprincipaisoacessoeducao,epreva garantiadequeosequipamentospblicosdeeducaosejamacessveisparaaspessoascomdeficincia, inclusivepormeiode transporteadequado.

    Meta4doNovoPlanoNacionaldeEducao:OPlanoNacionaldeEducao (PNE20112020)documentoqueservircomodiretrizpara todasaspolticaseducacionaisdoPasparaaprximadcada,compostopor12artigoseumanexocom20metasparaaEducao,e temcomo focoavalorizaodomagistrioeaqualidadedaEducao.

    Sua formulao foi realizadaatravsdeumdocumentobaseelaboradopeloMinistriodaEducaoeadequadoexaustivamentepor representantesdaeducaode todoopas,atravsda realizaodeConfernciasMunicipaiseEstaduaisdeEducao.Apsesseprocesso,aConfernciaNacionaldeEducao (CONAE),ocorridaem2010, finalizouodocumentoqueseriaenviadoCmaradosDeputadosparaaprovaoedemais trmites legais.

    Ameta4doPNE,que tratadaeducaodepessoaspblicoalvodaEducaoEspecial,emseu textooriginal, talqualapresentadopeloMinistriodaEducao, foi frutodedeliberaesdecentenasdedelegadosnaConfernciaNacionaldeEducao,baseadonaConstituioFederal enaConvenosobreosdireitosdasPessoascomDeficincia.

    O textooriginalpropostopelosdelegadosdaCONAEapresentavaaseguinte redao:

    Meta4:Universalizar,paraapopulaode4a17anos,oatendimentoescolaraosestudantescomdeficincia, transtornosglobaisdodesenvolvimentoealtashabilidadesousuperdotaona rede regulardeensino.

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    Aps inmeras intervenes,quenoconsideraramaconstruocoletivacomohaviasido feitoanteriormente,em29demaiode2012oDeputadoAngeloVanhoniapresentanova redao,quevemsendoacusadadeseranticonstitucionalumavezquecontrariaaConvenosobreosDireitosdasPessoascomDeficincia,que temstatusdeemendaconstitucionalnoBrasil, veja:

    Meta4:Universalizar,paraapopulaodequatroadezesseteanos,oatendimentoescolaraosalunoscomdeficincia, transtornosglobaisdodesenvolvimentoealtashabilidadesousuperdotao,preferencialmente,na rede regulardeensino,garantindooatendimentoeducacionalespecializadoemclasses,escolasouserviosespecializados,pblicosoucomunitrios,sempreque,em funodascondiesespecficasdosalunos,no forpossvelsua integraonasclassescomuns.

    Paraosdefensoresda inclusoplenaemescolas regularesda redepblicadeensino, tal redaolegitimaaexclusodapopulaocomdeficinciadosistemacomumdeensino,permitea triagemdealunosparao ingressonaescolae trazdevoltaasegregaoemescolaseclassesespeciais.Permitequesedetermineseumacrianaouum jovemdeveounoestarnumaescolacomum,aoessaquepelohistrico legislativodopas,no foinenhuma inovao,vistoqueao longodosanosasregulamentaessempreoscilaramentreaescola regulareas instituiesespecializadas,havendomovimentoprescola regularnum lapso temporaldeaproximadamentequatroanosatosdiasdehoje.

    ConsideraesFinais:

    Aescolacomumsecaracterizacomo inclusivaquando reconheceevalorizaasdiferenasdecaractersticasdeseualunadoequando lutacontraprticasdiscriminatrias,segregacionistasecontraprocessossociaisexcludentes,garantindoa todosodireitodeaprenderaaprender.

    Aescolanaperspectiva inclusiva,noosomentepelapresena fsicadesujeitosdeficientes,muitomenosporasseguraramatriculaeapresenadeeducandosespeciaisemseumbito.Esseacessodeverseracompanhadodequalidade,permannciacomxito,mudanacomportamentaldacomunidadeescolareo reconhecimentodoalunodeficientecomosujeitodedireito iguala todos,capazde traarsuaprpria trajetria,casocontrrioseraexclusodentroda incluso.

    Asescolasdeeducao regular,pblicaeprivada,devemassegurarascondiesnecessriasparaoplenoacesso,participaoeaprendizagem dosestudantescomdeficinciae transtornosglobaisdodesenvolvimento,em todasasatividadesdesenvolvidasnocontextoescolar,paraquehajacontextoejustificativadapresenadoalunonaqueleambiente,paranonospautarmosemprticasqueapenaspermitemaodeficienteestarnaescola,emqualquerambiente, fazendoqualquercoisa,menosasatividades inerentessunidadesescolares,ouseja,semefetivamente integrarseescola.

    Dentreosserviosdaeducaoespecialqueossistemasdeensinodevemproverestoosprofissionaisdeapoio, taiscomoaquelesnecessriosparapromoodaacessibilidadeeparaatendimentoanecessidadesespecficasdosestudantesnombitodaacessibilidadescomunicaesedaatenoaoscuidadospessoaisdealimentao,higienee locomoo.Naorganizaoeofertadessesserviosdevemserconsideradososseguintesaspectos:

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    Asatividadesdeprofissional tradutore intrpretedeLbrasedeguiaintrpreteparaalunossurdocegosseguemregulamentaoprpria,devendoserorientadasuaatuaonaescolapelaeducaoespecial,emarticulaocomoensinocomum.

    Osprofissionaisdeapoiosatividadesde locomoo,higiene,alimentao,prestamauxlioindividualizadoaosestudantesqueno realizamessasatividadescom independncia.Esseapoioocorreconformeasespecificidadesapresentadaspeloestudante, relacionadassuacondiodefuncionalidadeenocondiodedeficincia.

    Ademandadeumprofissionaldeapoiose justificaquandoanecessidadeespecficadoestudantepblicoalvodaeducaoespecialno foratendidanocontextogeraldoscuidadosdisponibilizadosaosdemaisestudantes.

    Emcasodeeducandoque requerumprofissional acompanhanteem razodehistricosegregado,cabeescola favorecerodesenvolvimentodosprocessospessoaisesociaisparaaautonomia,avaliando juntamentecoma famliaapossibilidadegradativade retiraresseprofissional.

    Noatribuiodoprofissionaldeapoiodesenvolveratividadeseducacionaisdiferenciadas,aoalunopblicoalvodaeducaoespecial,enem responsabilizarsepeloensinodestealuno.

    Oprofissionaldeapoiodeveatuarde formaarticuladacomosprofessoresdoalunopblicoalvodaeducaoespecial,dasaladeaulacomum,dasalade recursosmultifuncionais,entreoutrosprofissionaisnocontextodaescola.

    Osdemaisprofissionaisdeapoioqueatuamnombitogeraldaescola,comoauxiliarnaeducaoinfantil,nasatividadesdeptio,nasegurana,naalimentao,entreoutrasatividades,devemserorientadosquantoobservaoparacolaborarcom relaonoatendimentosnecessidadeseducacionaisespecficasdosestudantes.

    Aeducao inclusiva requeruma redefinioconceitualeorganizacionaldaspolticaseducacionaiseculturais.Nestaperspectiva,o financiamentodosserviosdeapoioaosalunospblicoalvodaeducaoespecialdevem integraroscustosgeraiscomodesenvolvimentodoensino,sendodisponibilizadosemqualquernvel,etapaoumodalidadedeensino,nombitodaeducaopblicaouprivada.

    Ressaltasequeosestabelecimentosdeensinodeveroofertaros recursosespecficosnecessriosparagarantira igualdadedecondiesnoprocessoeducacional, cabendolhesa responsabilidadepeloprovimentodosprofissionaisdeapoio.Portantoestaobrigaonodeverser transferidas famliasdosestudantespblicoalvodaeducaoespecial,pormeiodacobranade taxasouqualqueroutra formaderepassedestaatribuio,eaoMinistrioPblicocaberadefiniodeentendimentospositivadospelainterpretaodasnormasemvigor,nosentidodepromoveragarantiadosdireitosdecrianaseadolescentesemcircunstnciasqueno firamsuadignidadehumana.

    Referncias:

    BATISTA,CristinaA.Mota.Educao inclusiva:atendimentoeducacionalespecializadoparaadeficinciamental.Braslia:MEC,SEESP,2006.

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    BRASIL,LeideDiretrizeseBases daEducao (1996):Lein9394/96,de20dedezembrode1996.

    DECLARAODESALAMANCA:sobrePrincpios,PolticaePrticasemEducaoEspecial.Espanha,1994.

    MENEZES,EbenezerTakunodeSANTOS,ThaisHelenados."DeclaraodeSalamanca "(verbete).Dicionrio InterativodaEducaoBrasileiraEducaBrasil.SoPaulo:MidiamixEditora,2002.

    BRASIL,PDE PlanodeDesenvolvimentodaEducao: razes,princpioseprogramas,2007.

    BRASIL,MarcosPolticoLegaisdaEducaoEspecialnaPerspectivadaEducao Inclusiva,2010.

    NotaTcnica19/2010MEC/SEESP/GAB

    CamilaFerreiraMoreira (AssessoraTcnicaMPESPedagoga).

    Disponvelem:http://cmoreira2.jusbrasil.com.br/artigos/111821610/marcoshistoricoselegaisdaeducacaoespecialnobrasil

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