marcos histÓricos da colonizaÇÃo de jacobina · desde os primeiros tempos da colonização da...

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1 MARCOS HISTÓRICOS DA COLONIZAÇÃO DE JACOBINA SÉCULOS XVI - XVIII 1 Fabio Oliveira de Carvalho 2 “Jacobina era o ignoto” Afonso Costa As Minas de Prata – O Eldorado brasileiro Desde os primeiros tempos da colonização da América, encontrar metais e pedras preciosas, visando o enriquecimento rápido, assim como aprisionar indígenas, foram os principais objetivos dos diversos oficiais da coroa portuguesa e espanhola ao pisarem no Novo Mundo. A descoberta de prata nas Serras de Potosí, na Bolívia, pelos espanhóis em 1545, mostrou ao mundo colonial, pela primeira vez, metais preciosos em abundância, e rapidamente a prata se torna a principal moeda de troca comercial e o metal mais ambicionado pelos conquistadores ibéricos. A descoberta de Potosí gerou uma grande corrida para a América portuguesa porque se acreditava que as terras das Américas, portuguesas e espanholas, eram contínuas, ou seja, as riquezas encontradas em Potosí certamente existiam no lado da América conquistada por Portugal (SALVADOR, 1918, p.68). As primeiras Bandeiras portuguesas de busca de metais organizadas a partir de 1549, no Governo-Geral de Tomé de Souza, tiveram a prata como objetivo principal. 1 Publicado em 30 de julho de 2017 no blog do NECC: <https://imagensdossertoes.wordpress. com/2017/07/30/marcos-historicos-da-colonizacao-de-jacobina-seculos-xvi-xviii/ >. 2 Pesquisador do Núcleo de Estudos de Cultura e Cidade – NECC/UNEB – Campus IV – Jacobina. Presidente do Conselho de Política Cultural de Jacobina. Membro do Comitê do Centro de Referência e Memória do Piemonte da Chapada Diamantina. Licenciado em Geografia pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB/Campus IV – Jacobina. Mestre em Estudos Latinoamericanos pela Universidade Autônoma de Madri – UAM, Espanha.

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MARCOS HISTÓRICOS DA COLONIZAÇÃO DE JACOBINA SÉCULOS XVI - XVIII1

Fabio Oliveira de Carvalho2

“Jacobina era o ignoto”

Afonso Costa

As Minas de Prata – O Eldorado brasileiro Desde os primeiros tempos da colonização da América, encontrar metais e

pedras preciosas, visando o enriquecimento rápido, assim como aprisionar

indígenas, foram os principais objetivos dos diversos oficiais da coroa

portuguesa e espanhola ao pisarem no Novo Mundo. A descoberta de prata

nas Serras de Potosí, na Bolívia, pelos espanhóis em 1545, mostrou ao mundo

colonial, pela primeira vez, metais preciosos em abundância, e rapidamente a

prata se torna a principal moeda de troca comercial e o metal mais

ambicionado pelos conquistadores ibéricos.

A descoberta de Potosí gerou uma grande corrida para a América portuguesa

porque se acreditava que as terras das Américas, portuguesas e espanholas,

eram contínuas, ou seja, as riquezas encontradas em Potosí certamente

existiam no lado da América conquistada por Portugal (SALVADOR, 1918,

p.68). As primeiras Bandeiras portuguesas de busca de metais organizadas a

partir de 1549, no Governo-Geral de Tomé de Souza, tiveram a prata como

objetivo principal.

1Publicado em 30 de julho de 2017 no blog do NECC: <https://imagensdossertoes.wordpress. com/2017/07/30/marcos-historicos-da-colonizacao-de-jacobina-seculos-xvi-xviii/>. 2Pesquisador do Núcleo de Estudos de Cultura e Cidade – NECC/UNEB – Campus IV – Jacobina. Presidente do Conselho de Política Cultural de Jacobina. Membro do Comitê do Centro de Referência e Memória do Piemonte da Chapada Diamantina. Licenciado em Geografia pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB/Campus IV – Jacobina. Mestre em Estudos Latinoamericanos pela Universidade Autônoma de Madri – UAM, Espanha.

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A primeira Bandeira a descobrir e explorar Jacobina foi a de João Coelho de

Souza, seguido por seu irmão Gabriel Soares de Souza, responsável pela

primeira Corografia do Brasil, ambos vindos de Portugal na comitiva de Tomé

de Souza. Esses irmãos, e mais um primo, Melchior Dias Moreira 1º, são

responsáveis por um dos maiores mitos do mundo colonial: o mito das Minas

de Prata.

Uma Bandeira era uma empresa militar composta por um número variado de

pessoas, pelo menos um padre, e era responsável pela penetração do interior

hostil e desconhecido. Levava à frente estendida uma bandeira com o brasão

do conquistador, que geralmente era um grande possuidor de terras e riquezas,

e financiava com recurso próprio suas Bandeiras.

Como foi a do conquistador João Coelho de Souza, que sai de suas terras no

Jaguaribe, as margens do Paraguaçu, para descobrir e explorar as Minas de

Jacobina por volta de 1570, retornando após quatro anos de exploração. Com

seu retorno, entrega seu roteiro e anotações a seu irmão Gabriel Soares de

Souza, que organiza nova Bandeira rumo à Jacobina, explorando ouro e

recriando marcos de referências, refaz o roteiro do irmão (CALÓGERAS, 1904,

p.17).

De volta a Jaguaribe, Gabriel Soares de Souza encontra a América portuguesa

sob o comando do Rei Espanhol Felipe II, que havia assumido o trono

português sob o nome de Felipe I, iniciando em 1580 o período que se passou

a chamar de União Ibérica. De posse de suas anotações segue para Espanha

onde termina o “Tratado descritivo do Brasil em 1587”, uma verdadeira

enciclopédia do Brasil do período, oferecido em Madri ao rei Felipe II para

requerimento da “mercê” de Marquês das Minas do Brasil, anunciando a

descoberta das Minas de Prata na Capitania da Bahia, em abundância como

jamais vistas no mundo colonial daquele período, sendo bem sucedido

(SOARES,1879, p.329).

Com isso, parte de Madri com a nau Grifo Dourado e 360 oficiais reais, os

quais iriam ocupar os cargos da administração do novo distrito mineiro que se

iria erigir em Jacobina e que seria encabeçado por Gabriel como Marquês das

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Minas, único possuidor dos roteiros que conduzia as anunciadas riquezas. Na

chegada à costa brasileira, a nau de Gabriel sofre um naufrágio forçando-o a

desembarcar na costa norte do porto de Salvador, onde é socorrido por Garcia

D’Ávila 1º e daí segue para Jaguaribe, fazendo pouso na casa de seu primo

Melchior Dias Moreira 1º, em Tatuapará (CARVALHO, 2010, p.32).

Por volta de 1591, ele e sua Bandeira adentram novamente pela parte sul das

Serras de Jacobina em direção as Minas de Jacobina, de onde jamais

retornam. Da derrocada de sua Bandeira na região, somente retornam vivos o

mineiro da Bandeira Marcos Ferreira e o índio de confiança de Gabriel Soares.

Há bastante controvérsia sobre o que ocorreu a sua Bandeira. O fato é que

ambos sobreviventes foram em busca de Melchior Dias que, por volta de 1594,

organiza outra Bandeira e de posse dos roteiros de Gabriel Soares de Souza

ruma para Jacobina em busca do “thezouro” de Jacobina (O LIDADOR nº 61,

1934, p.02).

Após oito anos de exploração em Jacobina, desloca todas as riquezas reunidas

por ele e os dois primos para um local distante das Minas, criando mais um

roteiro e fixando novos marcos de localização, e já dado como morto, retorna a

sua fazenda em Tatuapará. Muda seu nome para Belchior e segue para

Espanha, por volta de 1605, para reclamar ao Rei os títulos e honras a que

tinha direito como descobridor, informando a Felipe III ser possuidor dos

roteiros que levariam a coroa a riquezas muito maiores que Biscaia, mina de

ferro responsável pelos maiores dividendos aos cofres reais do período (O

LIDADOR nº 62, 1934, p.02).

O fato é que Belchior Dias morre no começo do século XVII sem revelar o local

das Minas de Jacobina. Há muita controversa sobre a negativa do Rei em

conceder a Belchior os títulos que pedia, já que é uma contradição um Rei

recusar riquezas. Alguns apontam o fato de Belchior ser “mazombo” – nascido

no Brasil –, ou seja, mestiço e onde também era neto do Caramurú, o motivo

das seguidas recusas. Outros a descrença do Rei para com as descobertas de

metais na Bahia, que por mais de meio século foram tão anunciadas e nada de

concreto se havia registrado nos cofres reais.

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Com sua morte, ficou sepultado por quase um século o mapa do lugar que

haveria de ser o primeiro distrito mineiro dos primeiros anos da colonização. As

minas de Belchior Dias, chamadas de Minas de Prata (ALENCAR, 1839), foram

intensamente buscadas por diversos bandeirantes, que até a segunda metade

do século XVII, foram sempre sem sucesso. A resistência indígena, some-se as

grandes secas que assolavam a região, o que dificultava ainda mais a

penetração. Somente a partir do extermínio por meio das “Guerras Justas” ou

catequização dos Payayás é que surge crescentes notícias de descobrimentos

de ouro em Jacobina, nesse mesmo período começam a ser concedidas as

primeiras sesmarias próximo a região onde se encontra atualmente a cidade.

A primeira sesmaria que temos notícia em jacobina foi concedida em 28 de

abril de 1654 ao então procurador da Casa da Torre, o Padre Antonio Pereira,

e no ano seguinte temos outro registro de uma sesmaria a seu irmão, Bernardo

Vieira Ravasco, então Secretário do Estado e de Guerra do Brasil. Além

desses, outros nomes como os de Miguel de Figueiredo, João de Figueiredo e

João Peixoto Viegas também figuram como proprietários de terras em Jacobina

no período (DOCUMENTOS HISTÓRICOS, 1930, pp.455-455).

O Padre Antônio Pereira foi um sagaz aventureiro na busca das Minas de Prata

de Melchior Dias Moreira, sendo uma de suas bandeiras arrasadas pelos

Payayás, e a ele devemos o primeiro mapa feito em couro, Mapa 1, que situa

Jacobina no nordeste do Brasil (BARROS, 1919, p.67). As tão buscadas Minas

de Prata, que na verdade eram de ouro, somente foram anunciadas

oficialmente em 1701, colocando Jacobina como uma das mais importantes

Vilas mineiras do Brasil ao longo de todo século XVIII.

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Mapa 1 – Primeiro mapa, feito em couro, que situa Jacobina no Nordeste

Fonte: Annaes do Arquivo Público e do Museu do Estado da Bahia, 1919. Fundação da Vila de Santo Antônio de Jacobina

A partir da segunda metade do século XVII, a região nas proximidades de onde

encontramos a cidade passou a ser povoada, devido as primeiras descobertas

de ouro. Contudo, desde os começos desse mesmo século, o avanço dos

currais de gado pela parte norte “das Jacobinas”, ou seja, do entorno das

Serras de Jacobina, foi intensa e desenvolvia uma importante papel na

organização social espacial do que logo veio se tornar a Vila de Santo Antônio

de Jacobina.

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Um exemplo do contexto da região a mediados desse século, por volta de

1666, foi a saga do missionário flamengo Jacob Roland, acompanhado de

outro teólogo, João de Barros,onde juntos fundam a Missão de São Francisco

Xavier, a Missão de Jacobina, edificando uma Igreja de Santo Antônio, e em

1683 é onde se cria a Freguesia de Santo Antonio de Jacobina. Nesse período,

o que se entendia por Jacobina como localidade estava compreendida na

região da Missão de Nossa Senhor das Neves do Sahí, sendo ainda pouco

conhecido o local onde se situa atualmente a cidade.

Com isso, essa Missão passa a ser palco de um dos maiores conflitos entre

esse jesuíta flamenco e o Padre Antonio Pereira, membro e ferrenho defensor

da Casa da Torre, famosa opositora da instalação dessas instituições na

região, onde já perpetrava diversas atrocidades como destruição de Missões e

extermínio de índios já submetidos ao apoio religioso (AMBIRES, 2005, p.207).

Podemos então inferir que uma Missão nunca era bem vista por nenhum

curraleiro, pois, primeiramente se perdia terras para a Igreja, além de ver

diminuído seus ganhos no aprisionamento direto do indígena, sem a

intervenção dos padres. Consta que, no momento, o Padre Jacob Roland foi

um árduo defensor dos indígenas, contrariando duplamente o Padre Antonio

Pereira e os curraleiros da Casa da Torre, criando grande resistência à

colonização (AMBIRES, 2005, p.208).

O palco dessas disputas era a região central das Serras de Jacobina que

situava-se na Capitania da Bahia, sede da administração colonial no Brasil. O

centro da administração na América Portuguesa recaía na figura do

Governador-Geral ou Vice-Rei, como passa a ser chamado a partir da União

Ibérica, e governa auxiliado por seus diversos Secretários, Conselhos e pelos

Governadores das Capitanias, todos subordinados ao Rei de Portugal. Para o

cargo de liderança dessas instâncias, se exigia dos representantes serem

letrados, e possuírem altas patentes militares e nobiliárquicas (REGIMENTO,

1570).

O sistema de Capitanias permaneceu até a primeira constituição do Brasil, no

começo do século XIX. Administrativamente, o território da Capitania era

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dividido em Comarcas. A Capitania da Bahia, por todo o período colonial,

possuiu três Comarcas: a de Salvador, Ilhéus e Jacobina. As Câmaras e

Comarcas eram dividas em “termos”, que eram os territórios sob sua jurisdição.

Por sua vez, o “termo” acomodava as freguesias, circunscrição eclesiástica

onde conformavam a paróquia, erigindo-se uma Igreja, como era o caso

também de uma Missão, que podia servir para administração civil, ou um

Arraial. Por fim, podiam existir os “barrios”, espaços onde se organizavam as

Ordenanças, ou seja, as Companhias Militares (CARVALHO, 2009, pp.07-08).

A Casa da Torre, em conjunto com a Casa da Ponte, redefiniram por séculos a

organização espacial de Jacobina. A Casa da Torre foi a maior possuidora de

terras da América Portuguesa e de todo o mundo colonial, sendo ricas em ouro

e ocupadas por grandes fazendas de gado, somente na região de Jacobina

chegou a possuir 500 mil cabeças de gado (ANTONIL, 1711, p.145). A

dimensão do poder dessas famílias não impediu os achados das avultadas

quantidades de ouro anunciadas um século antes como prata por Gabriel

Soares de Souza e Belchior Dias Moreira 1º, já em 1701 o Rei de Portugal

baixaria decretos visando conter o esvaziamento da cidade de Salvador, do

litoral, das fazendas e engenhos, intensificando a fiscalização no comércio de

negros que ilegalmente, sem pagar imposto sobre o trânsito, abasteciam as

minas de mãos de obra.

No início da década de 1690, a coroa portuguesa envia o Capitão-mor Pedro

Barbosa Leal para Jacobina a fim de se averiguar as crescentes notícias de

achados de salitre, ouro e pedras preciosas em uma região já bastante

tumultuada por aventureiros, seguidos de diversos motins registrados a partir

de 1693, devido a euforia do ouro (BARROS, 1918, p.67). Ao longo de todo

séculos XVII notícias esparsas e vistas sem muito crédito pela metrópole,

devido as várias bandeiras a adentrar os sertões em busca das Minas de Prata

de Melchior Dias sem sucesso, até o envio do Capitão Pedro Barbosa Leal à

região Jacobina.

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Em 1701, a coroa lhe envia Antônio Alves da Silva que era perito em

reconhecimento de metais, em que retorna à metrópole as primeiras pepitas de

ouro encontradas em Jacobina. Nesse mesmo ano, temos o registro da Carta

Patente de João Campello de Souza, é empossado Capitão dos

Descobrimentos da Minas do Ouro de Jacobina (CARTA PATENTE, 1701). No

mesmo período, novas descobertas de ouro vão sendo anunciadas no Rio de

Contas e nas décadas seguintes, nas Serras do Assuruá, região da atual

Gentio do Ouro. Nas Minas recém redescobertas, logo se instala a Igreja Matriz

de Santo Antonio em 1705, e em 1706 é instalada a Missão do Bom Jesus da

Glória.

A forte resistência Payayá em Jacobina, que ao longo de mais de um século

barrou a colonização estrangeira nessa região, legou a fama de serem muito

temidos, sendo considerados uma muralha humana para o colonizador. Na

virada para o século XVIII, sua grande maioria já haviam sido “pacificada”

(SANTOS, 2006, pp.01-02). Por outro lado, intensifica-se a perseguição aos

mocambos de negros situados ao longo de toda as Serras de Jacobina.

A presença de mocambos de negros fugidos sempre foi constante nas Serras

de Jacobina e diversas foram as ordens para aprisioná-los. A exemplo da

Ordem emitida ao Capitão do Mato Domingos Gonçalves Ferreira, que lhe

ordena aprisionar os quilombos e mocambos em Jacobina (ORDEM, 1719).

Anos depois, em 1726, João Peixoto Viegas, também recebe ordens para

perseguir e destruir os mocambos de negros em Cachoeira, Jacobina e Rio de

Contas, “arrasando a estacadas para que não haja mais memória deles”

(GOMES, 2005, p.407).

Os começos dos séculos XVIII foram um dos mais intensos da Bahia, onde

ocorreu um rápido deslocamento de populações para o interior, comum declínio

na economia da cidade de Salvador pela escassez de mão de obra escrava,

que progressivamente ia sendo deslocada para as Minas de Jacobina.

Contudo, o crescente aumento do contingente de aventureiros que adentravam

os sertões em busca de enriquecimento fácil, gerava um clima de insegurança,

desordens e tumultos. Até a instalação da Vila em 1724, foram emitidas duas

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proibições da extração do ouro em Jacobina, acompanhadas com mudanças

no sistema de captação do quinto, imposto que cobrava a quinta parte de todo

o ouro extraído das Minas em favor da coroa portuguesa.

A cobrança do quinto foi desde sempre uma das principais preocupações da

metrópole, contudo, foi quase impossível uma efetiva cobrança desse imposto

em Jacobina, devido às desordens e clima de barbárie instituído com a

chegada de gente de toda sorte, de homens de riquezas a “vagos”, como

afirma o Padre André João de Antonil em 1711, sendo que os primeiros

“usarão de traições lamentáveis, & mortes de mais de cruéis; ficando estes

crimes sem castigo, porque nas Minas a Justiça Humana não teve ainda

Tribunal” (ANTONIL, 1711, p.180). Porém, o que mais favorecia os

“descaminhos” do ouro era a geografia das Serras de Jacobina, sendo quase

impossível a corroa portuguesa coibir a fuga à cobrança do imposto real.

Esse é o tema de uma Consulta ao Conselho Ultramarino de 21 de maio de

1711, onde o Conde de San Vicente, Vice-rei, dá conta, através do Conselho

Ultramarino, da grande dificuldade na administração das Minas de Jacobina, e

da impossibilidade de se cobrar o quinto real, de se valer as proibições,

relatando o medo de invasão naquelas Minas pelas nações estrangeiras,

sendo impossível o se poderem proibir a respeito de ser os sertões

todos portas para se ir aquelas mesmas terras em que se

descobriram e em que os arraiais e ranchos de gente podem assistir

sem terem comunicação uma com a outra, nem poderem ter noticia

dos que assistem na circunferência delas, pelas grandes serranias

que lhe servem de amparar com a conveniência de residirem em sítio

aprazíveis, e com grandes meio para se sustentarem

(DOCUMENTOS HISTÓRICOS, 1952, pp. 27-28).

Antes da instalação da Vila, somam-se as preocupações dos diversos oficiais

encarregados de organizar a extração do ouro, objetivados pela cobrança do

quinto, que por sua vez são agentes que modelam o espaço a partir de suas

jurisdições e decisões régias. Uma das últimas ordens para se sustentar o veto

de proibição do ouro nas Minas de Jacobina foi dada, em 20 de junho de 1719,

a Domingos Pereira Maciel, para em “tons de caixa” se dirigir à Jacobina para

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se fazer cumprir os editais de proibição de 1703 e 1714, em que proibia a

extração de ouro em Jacobina (DOCUMENTOS HISTÓRICOS, 1942. pp. 270-

271). Contudo, todas as ordens emitidas aos diversos oficiais não conseguiram

efetivar-se.

Visando sanar todos esses problemas, sobretudo organizar a cobrança do

quinto, em 5 de agosto de 1720, o Rei Dom João V expede a Carta Régia que

cria a Vila de Santo Antonio de Jacobina, ordenando ao Vice-Rei Vasco Fernão

César de Menezes a enviar a Jacobina um Corregedor da Comarca, ou um

Ministro de suas escolhas, para a ereção da mesma (CARTA RÉGIA, 1720).

Passados dois anos, é enviado à região o Desembargador Luiz Siqueira Viana,

que adoece no trajeto, e retorna à capital incapacitado. Seu regimento é

passado ao Capitão-mor Pedro Barbosa Leal, responsável pela organização da

escolha do local de ereção da Vila.

Como consta em Alvará, todos são unânimes à decisão do Capitão Pedro

Barbosa Leal de se erigir a Vila no Boqueirão da Serra, onde já existia a

Missão de Jacobina (ALVARÁ, 1722). Contudo, uma Provisão de 10 de maio

de 1723, de Garcia D’Ávila 3º, endossa uma representação dos mineiros ao

Reide Portugal contra a instalação da Vila no Boqueirão, contestando o local

escolhido por Pedro Barbosa, “que devendo este levantá-la em sítio da Lagoa,

onde assistem os mais de mineiros, e para onde se têm retirados muitos

criminosos, e não fizera assim, talvez em contemplação de João de

Mascarenhas, irmão do vigário de Jacobina, de quem são as terras das ditas

minas” (PROVISÃO, 1723), além de está distante mais de 20 léguas das

Minas, sendo impossível aos mineiros, e demais oficiais, retornarem ao dia

para cumprirem suas tarefas institucionais no Boqueirão.

O fato é que a representação de Garcia D’Ávila criou grande desconforto ao

Rei de Portugal, que via adiado a construção dos prédios públicos para a

arrecadação de impostos. Em caráter de urgência, nomeia o Desembargador

Pedro Gonçalves Cordeiro Pereira em 5 de junho de 1724 para resolver a

questão nas Minas de Jacobina. Consta que este visitou o Arraial dos

Coqueiros e Itaitú, escolhendo o Arraial da Missão do Bom Jesus da Glória

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para a sede da Vila e a contento de todos. No ano seguinte, em 1725, é

construída a Estrada Real que ligava Jacobina a Rio de Contas e Jacobina a

Cachoeira e fiscalizada pelos Dragões das Minas.

Esse magistrado de alta patente encabeça as assinaturas da Ata de

transferência da Vila de Santo Antonio de Jacobina, erigindo a primeira Vila do

interior baiano. Expede-se as ordens de se construir os prédios públicos como

a Casa de Câmara, antiga Câmara dos Vereadores de Jacobina, se levantar o

pelourinho, e se instalar uma forca, visando conter o clima de desordem (ATA,

1724). Entre 1710 a 1721 haviam-se registrado no Arraial da Missão do Bom

Jesus da Glória 532 homicídios com arma de fogo, em uma população que já

ultrapassava 2 000 pessoas. Com a instalação do pelourinho e da temida forca,

no ano de 1725, esse número caiu para dois homicídios (COSTA, 1916, p.246).

O estabelecimento da Casa de Câmara veio implementar e ampliar o corpo

administrativo, como atesta as diversas cartas que, a partir de 1720, vão

nomeando oficiais para ocupar os mais diversos cargos, sendo que a divisão

de cargos era baseada em preceitos nobiliárquicos, favorecendo a cristalização

de uma elite no poder, sempre abastecida pela “amizade” com os soberanos. A

administração dos distritos mineiros era feita pelo Guarda-mor, sendo o

responsável pela administração de todas riquezas minerais encontradas,

sobretudo o ouro, cabendo a ele demarcar catas, fiscalizar e recolher o quinto

real, como foi estabelecido no 2º Regimento das Minas do Brasil de 1702

(REGIMENTO, 1702).

A instalação da Vila veio mitigar a violência, porém, a arrecadação do quinto

sempre estava aquém da exploração e da expectativa real. Pela Provisão de

13 de maio de 1726 foi ordenada a construção de duas Casas de Fundição,

uma em Jacobina e outra no Rio de Contas (BARROS, 1918, p, 201). Com a

instalação da Casa de Fundição em Jacobina, provavelmente no Solar das

Almas – na atual Praça Rio Branco – aos finais de 1727, registrou-se nos livros

de contas do Guarda-mor as impressionantes somas advindas da organização

da arrecadação do quinto do ouro (BARROS, 1921, pp. 103-111), como mostra

o Gráfico 1, não é para menos que Jacobina recebe o apelido de “Cidade do

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Ouro”. Contudo, observa-se um grande declínio na arrecadação em meados

desse século, seguindo a tendência de declínio observada na extração do ouro

em todo Brasil.

Ao longo de todo o século XVIII a Vila de Santo Antônio de Jacobina é porta de

entrada para todos os caminhos dos sertões, e ponto obrigatório para boiadas

e os tropeiros que adentravam as minas para fazerem todo tipo de comércio.

Em 1742, é elevada a Comarca, passando a possuir um termo que abarcava

todo o interior baiano, na margem direita do rio São Francisco, norte de Minas

Gerais e partes de Pernambuco e Sergipe, um território tão vasto que era

proporcional aos problemas em administrá-lo.

Em 1755, a Casa de Fundição é transferida para as Minas Novas de Araçuaí,

no norte de Minas Gerais (OFÍCIO, 1755), marcando o grande declínio na

arrecadação do quinto em Jacobina, gerando grande impacto negativo na

economia local. Nesse mesmo ano é descoberto ouro nas Serra das Figuras,

onde é construída a Igreja de São Miguel das Figuras, localidade que

incrementou as receitas da coroa por um curto período.

A tendência à inércia da economia do ouros e acentua aos finais do século

XVIII e segue até finais do século XIX, onde é elevada a cidade em 28 de julho

de 1880 sob o topônimo de Agrícola Cidade de Santo Antônio de Jacobina,

marcando claramente uma mudança na orientação econômica da cidade, com

a decadência da extração do ouro. Alguns anos depois, com a República e

novas inovações técnicas, é instalada da Companhia de Minas de Jacobina em

1889 (FIGUEIROA, 1994, p.42), a mineração em Jacobina ganha breve

impulso para entrar em novo declínio.

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Gráfico 1 - Remessas de ouro saídas da Casa de Fundição de Jacobina 1724-1799

Fonte – Fabio Carvalho, 2010, p.91.

Em 1758, a sede da Freguesia de Jacobina é transferida de Jacobina Velha,

atual Campo Formoso, para a Vila de Santo Antônio de Jacobina com a

construção, em 1759, da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no mesmo

ano da expulsão dos jesuítas do Brasil. Ao longo de todo os séculos XVIII e

XIX, essa Igreja foi sede da Freguesia de Jacobina, até a chegada à Jacobina,

no começo do século XX, do Padre Alfredo Haasler, passando a Igreja Matriz

de Santo Antônio a ser a sede da Freguesia.

Considerações finais

Ao longo de mais de uma década, nossa pesquisa vem revelando diversos

documentos inéditos e vem reorientando os marcos históricos do município de

Jacobina e regiões vinculadas a ela no passado, dando mostras hoje da

importância de Jacobina como centro administrativo de todo o interior baiano

durante o período colonial, configurando-se em uma zona de forte

convergência de populações.

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Diversos documentos e bibliografias ao longo desses três séculos de história

colocam a Vila de Santo Antonio de Jacobina com posição notadamente

superior a qualquer localidade aurífera da Bahia, com o termo mais extenso

que muitos reinos europeus e possuidora de um corpo administrativo das mais

altas patentes da administração do Império Português, medidas que visavam

conter os descaminhos do ouro e nos dão mostra da opulência desse metal

precioso extraído de nossas serras. Atualmente, Jacobina é considerada uma

das jazidas de ouro mais importantes da América Latina, explorada a nível

industrial por um consórcio liderado pela empresa canadense Yamana Gold.

REFERÊNCIAS

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