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CURSO DE EMERGÊNCIAS EV – UFBA 2008 MARCOS BARROUIN MELO

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CURSO DE EMERGÊNCIASEV – UFBA

2008

MARCOS BARROUIN MELO

PNEUMOTÓRAX

• Penetração de ar no espaço pleural• Causas mais comuns

– Punção da pleura visceral pulmonar– Ruptura da parede torácica

• Pequenas lesões pleurais permitem acúmulo de ar pleural mas se fecham rapidamente

• Grandes lesões são persistentes provocando colabamento pulmonar e risco de óbito

• Pneumotórax de tensão– Após lesão, o pulmão ou a pleura funcionam como válvula

unidirecional, permitindo o bombeamento do ar para o espaço pleural mas não permite seu retrofluxo

– Pressões elevam-se drasticamente– Causada mais comumente por rompimento brônquico por

rompimento– Incapacita o retorno sangüíneo ao coração– Deve ser tratado de forma rápida e concisa

PNEUMOTÓRAX

• Pneumotórax por cistos pulmonares, neoplasias pulmonares, abscessos, necroses– Ruptura tecidual

• Pneumotórax iatrogênico– Toracocentese– Biópsia pulmonar– Broncoscopia– Ventilação mecânica (Barotrauma)

PNEUMOTÓRAX

• Pneumotórax traumático– Trauma contuso ou penetrante no tórax ou abdômen– RX - qualquer paciente que sofreu trauma de tórax– Fraturas costais, ruptura de parede, ruptura pulmonar ou

brônquica

PNEUMOTÓRAX

• Diagnóstico– Histórico breve e raio x torácico são procedimentos

decisivos no diagnóstico– Projeção dorsoventral permite identificar unilateralidade e

pneumotórax de tensão

PNEUMOTÓRAX

PNEUMOTÓRAX

PNEUMOTÓRAX

• Aspectos clínicos relacionados a PT– Dispnéia– Taquicardia– Hipotensão– Cianose

PNEUMOTÓRAX

• Achados físicos– Tórax ressonante a percussão– Sons auscultatórios reduzidos ou ausentes

• Tratamento– Depende da causa primária– Nem todo paciente requer toracocentese

PNEUMOTÓRAX

• Tratamentos– Toracocentese para remoção do ar pleural– Reexpansão pulmonar – Recidiva – drenagem por mecanismo hídrico fechado

• 3 a 4 dias pode resolver em definitivo• Produção de aderências é benéfica

– Presença de cisto, abscesso ou torção pulmonar a indicação é cirúrgica imediata

PNEUMOTÓRAX

TROMBOEMBOLISMO PULMONAR

TROMBOEMBOLISMO PULMONAR

• Obstrução aguda das artérias e arteríolas pulmonares

• Partículas ou êmbolos circulantes, bactérias, cateteres intravenosos, ar

• Trombos– Estase sangüínea (cardiopatias)– Lesões endoteliais– Hipercoagulabilidade sangüínea (CMP em gatos)

• Fisiopatologia– Interferência no fluxo sangüíneo que resulta em relação

anormal entre ventilação e perfusão– Hipoxemia e Hipocapnia– Hipertensão pulmonar por obstrução vascular maciça e

vasoconstrição reflexa – cor pulmonale– Redução do fluxo sangüíneo cardíaco e derrame pleural

TROMBOEMBOLISMO PULMONAR

• Principais condições clínicas associadas– Dirofilariose– Síndrome nefrótica– Endocardite bacteriana– Hiperadrenocorticismo– Anemia hemolítica imunomediada– Gatos com hipertireoidismo

Obs. Miocardiopatia está mais associada a episódio tromboembólico sistêmico, embora possa gerar episódio de TP se houver acometimento de coração direito (CMAD)

TROMBOEMBOLISMO PULMONAR

• Aspectos clínicos associados– Ataque hiperagudo de angústia respiratória e taquipnéia

muito grave não responsiva aos tratamentos de rotina– Desdobramento de segunda bulha facilmente audível

devido à hipertensão pulmonar– Tosse e hemoptise são observações frequentes– Raio x normalmente sem maiores alterações com sintoma

grave de disfunção respiratória deve ser suspeito imediato de TP

TROMBOEMBOLISMO PULMONAR

• Outras observações– Hipoxemia– Acidose metabólica

• Diagnóstico definitivo– Radiografia contrastada – aplicação em AD– Deve ser realizada o mais rápido possível– Contar 3 segundos após início da aplicação (1 a 2

ml/kg)– Súbitas interrupções no fluxo sangüíneo

TROMBOEMBOLISMO PULMONAR

TROMBOEMBOLISMO PULMONAR

• Tratamento– Trombolítico - estreptoquinase 90000 UI/gatos em 20

a 30 minutos seguida de infusão de 45000 UI/h por 3 horas

• Risco de complicações de coagulabilidade

– Preventivo• Anticoagulação - heparina ou cumarínicos para evitar novos

episódios• Antiagregação plaquetária – aspirina (25 mg/kg 48 a 72 horas

gatos; 10 mg/kg dia cães)

– Tratamento de suporte de vida e patologias primárias

TROMBOEMBOLISMO PULMONAR

TRAUMA PULMONAR

• Contusão pulmonar– Interno – lesão causada por inalação ou aspiração de

material lesivo– Externo – atropelamento, agressão, tiro, facada, mordidas– Caracterizada por hemorragia e edema no interior do

pulmão– Colapso pulmonar por anormalidade ventilação/perfusão

TRAUMA PULMONAR

TRAUMA PULMONAR

• Apresentação– Histórico e achados clínicos compatíveis com ato

ausador de contusão pulmonar– Ausculta pulmonar úmida com estertores com a

presença de sangue e ou ausculta surda em caso de consolidação do lobos pulmonares

– Avaliação da integridade da estrutura torácica– Enfisema subcutâneo

• Abordagem– Exploração cirúrgica?

– Avaliação radiográfica é essencial para observação de áreas localizadas de lesão pulmonar

– Padrão radiográfico intersticial, alveolar ou consolidado?

– Monitorização 24 horas por dia– Oxigenação– Hidratação– Cuidados com processos secundários

TRAUMA PULMONAR

• Tratamento primário– Princípios do tto do choque/traumatismo

• Hipoxemia• Corticoterapia• Diuréticos – atenção para depleção de volume• Evitar hiperidratação• Broncodilatadores podem ter efeito benéfico nos casos não

envolvendo grande quantidade de fluido intersticial e/ou luminal• Antibioticoterapia preventiva (independente da causa)

TRAUMA PULMONAR

SÍNDROME DA VIA AÉREA DO BRAQUICEFÁLICO

• Cães braquicefálicos - crânio muito curto– Shih-Tzu, Buldogue Inglês, Buldogue francês, Pug,

Pequineses, Boston Terrier – idade 3 a 4 anos– Palato mole alongado, narinas estreitas, colapso laringico e

alterações hipoplásicas da traquéia– Mecânica respiratória alterada gera lesões na mucosa

nasal– Pressão negativa torácica excessiva secundária a DPOC

gera processo inflamatório crônico• Edema pulmonar

SÍNDROME DA VIA AÉREA DO BRAQUICEFÁLICO

SÍNDROME DA VIA AÉREA DO BRAQUICEFÁLICO

SÍNDROME DA VIA AÉREA DO BRAQUICEFÁLICO

• Aspectos clínicos– Respiração ruidosa com dispnéia inspiratória intensa,

exacerbada por exercício e temperatura elevada– Vômito (associado a hérnia hiatal?)– Tendência a evolução para desconforto respiratório agudo

grave– Característica de curso inspiratório longo e expiratório

curto– Observa-se congestão do palato mole e quanto maior seu

grau maior a intensidade da obstrução

SÍNDROME DA VIA AÉREA DO BRAQUICEFÁLICO

• Diagnóstico– Anamnese, associação da raça, achados clínicos– Raio x – comparação do diâmetro da entrada do tórax com

o diâmetro do lumen traqueal (em Buldoque Inglês -normal 0,106) TD (traquéia)/TI(tórax)

– Hipoplasia traquela é achado comum– Hemograma pode revelar ligeira policitemia– Avaliação laringea deve ser realizada sob anestesia

SÍNDROME DA VIA AÉREA DO BRAQUICEFÁLICO

• Tratamento– Cirúrgico para palato mole alongado e estreitamento das

narinas– Em condição clínica aguda de DPOC oxigênio e manter o

animal em ambiente mais frio– Em caso de hipertermia, mergulhar o animal em bacia de

água fria – monitorar temperatura• “Heat Stroke” é uma condição associada a distúrbio respiratório

grave, peso excessivo, síndrome braquicefálica• Hipersecreção mucosa associada pode ser fatal • Se necessária, anestesia leve

SÍNDROME DA VIA AÉREA DO BRAQUICEFÁLICO

OXIGENAÇÃO

• Máscara facial– Baixo custo– Disponível– FIO2 40 a 60%– Requer alto fluxo de oxigênio– Intolerância do paciente– Monitoramento contínuo

OXIGENAÇÃO

• Oxigênio nasal– Mais liberdade para paciente– FIO2 difícil de ser medida (24 a 44%?)– Pode causar dilatação gástrica– Eficácia duvidosa

OXIGENAÇÃO

• Gaiola de oxigênio– Não invasivo– FIO2 - controle de umidade e temperatura adequadas– Menos estressante– Máximo FIO2 40 a 50%– Abertura da gaiola reduz FIO2

OXIGENAÇÃO

• Intratraqueal– Emergências– Colocação de cateter transtraqueal permite FIO2 de 40 a

80% (depende da posição do mesmo)– Requer anestesia– Traqueostomia pode ser necessária– Monitorização contínua

OXIGENAÇÃO

BRONQUITE/COLAPSO

TRAQUEAL

INTRODUÇÃO

• Causas de bronquite– Alergias– Inalantes– CT– Doenças de curso longo sem tratamento efetivo– Doenças sistêmicas– Infecções locais– Idade

DIAGNÓSTICO

• Abordagem do paciente– Raça, idade e histórico anterior

– Onde vive– Tosse crônica– Engasgos – alegria ou bebendo água– Está sempre roxinho d.a.c.p., mas de forma geral

passeia sempre alegre............– Avaliação cardiovascular não revela alterações

importantes– Medicamentos em uso?

DIAGNÓSTICO

• Exame clínico– Aspectos dependem do tempo de acometimento e da

gravidade da restrição à oxigenação• Patologia primária

– Sinal marcante é a respiração ruidosa• Bronquite

• Aguda ou crônica• CT + bronquite?

• CT + bronquite + bronquiectasia?

– Ausculta• Exacerbação de sons adventícios• Chiados, roncos• Coração: curso longo de doença pulmonar split S2

• Exames– Hemograma– Função renal?– Função hepática?– Raio x tórax LL e VD

• CT e/ou bronquite?

– Broncoscopia e/ou LBA

DIAGNÓSTICO

CTDIAGNÓSTICO

CTDIAGNÓSTICO

CTDIAGNÓSTICO

TRATAMENTO

• Controlar broncoespasmo• Melhorar drenagem – movimento ciliar• Diminuir velocidade de progressão das

desordens estruturais• Evitar e/ou tratar eventuais condições

infecciosas oportunistas

TRATAMENTO

• Prednisona 1 mg/kg – em casos mais extremos de necessidade de controle agressivo do broncoespasmo– Tto em torno de 15 a 20 dias entre início e

redução gradativa

• Importante avaliação por hemograma– Antibioticoterapia – amoxicilina (20 dias) é em

primeira instância a melhor opção– Alguns casos respondem muito bem a

clindamicina

TRATAMENTO

• Mucolíticos– Acetilcisteína – excelente opção para secreção

mucosa celular– Deve ser utilizada em qualquer início de

tratamento...– Bromexina – secreção serosa– Experiência própria

– Acebrofilina – fusão molecular de ambroxol com teofilina

– Mucolítico, broncodilatador leve, expectorante; estimula movimento ciliar

TRATAMENTO

• Inalação• Melhora significativa• Freqüência é importante (4 a 5 vezes)• Vaporização X Nebulização

• Umidificação do ar inspirado• Administração de medicamentos em forma de

aerossol

TRATAMENTO

• Condroitina e glucosamina• Conformação – membrana dorsal• Comprovação científica• Efeitos em casos clínicos

• 16 casos em uso• 9 Yorkshires• 3 Poodles• 4 Cockers

• Resposta muito satisfatória• Glucosamina 220 mg até 25 kg 10 a 20 mg/kg inicial,

espaçando gradativamente• Condroitina 100 mg (Condroitina A e 150 Glicosamina)

(4 a 5 meses)

TRATAMENTO

ANESTESIA

• Oxigenação inicial 100% 3 a 5 minutos• Expansão total/ semi total• Expansão alveolar – prevenção de alteração

pulmonar grave pós-cirúrgico– Barotrauma

• Cirurgia torácica