marcio ferreira rangel

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1 A Cidade, o museu e a coleção 1 Marcio Ferreira Rangel Departamento de Museus e Centros Culturais – DEMU/IPHAN/MinC Resumo: O presente artigo analisa a formação das coleções do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, à luz das reformas urbanas ocorridas ao longo do tempo, na antiga capital da República. As sucessivas interferências na cidade criaram um acervo extremamente fragmentado. Os objetos que o compõem, em sua maioria, não foram para o museu pelo desejo de colecionar. Buscamos caracterizar e analisar a formação do referido acervo, no sentido de identificar a existência de um projeto museológico definido pela instituição, com base na documentação disponível nos arquivos, no depoimento de alguns personagens que participaram do processo e na literatura. Diferentes objetos, de diferentes períodos, tornaram- se testemunhos dos movimentos que o Rio de Janeiro realizou. Espaços públicos, prédios governamentais, prédios religiosos e particulares, todos foram afetados pela transformação da cidade. Ao serem retirados da urbs e levados para o museu, os bens que vieram a fazer parte do acervo perderam o seu valor estético, de uso, decorativo ou econômico e passaram a possuir somente o valor de testemunhos. A excessiva fragmentação do acervo dificulta a sua representatividade em relação à cidade Palavras Chave: Museu – Coleção – Cidade Artigo: De acordo com Maria Cecília Londres Fonseca (1997, p. 11), a constituição de coleções históricas e artísticas nacionais, que compõem um patrimônio nacional, é uma prática característica dos Estados Modernos que através de determinados agentes, recrutados entre intelectuais e com base em instrumentos jurídicos específicos, delimitam um conjunto de bens no espaço público. Segundo Fonseca (1997) o universo dos patrimônios históricos e artísticos nacionais se caracteriza pela heterogeneidade dos bens que o integram, sendo esta 1 Trabalho apresentado na 26ª. Reunião Brasileira de Antropologia, realizada entre os dias 01 e 04 de junho, Porto Seguro, Bahia, Brasil.

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Sobre coleções

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1 A Cidade, o museu e a coleo1 Marcio Ferreira Rangel Departamento de Museus e Centros Culturais DEMU/IPHAN/MinC Resumo: OpresenteartigoanalisaaformaodascoleesdoMuseuHistricodaCidadedoRiode Janeiro,luzdasreformasurbanasocorridasaolongodotempo,naantigacapitalda Repblica.Assucessivasinterfernciasnacidadecriaramumacervoextremamente fragmentado.Osobjetosqueocompem,emsuamaioria,noforamparaomuseupelo desejodecolecionar.Buscamoscaracterizareanalisaraformaodoreferidoacervo,no sentidodeidentificaraexistnciadeumprojetomuseolgicodefinidopelainstituio,com basenadocumentaodisponvelnosarquivos,nodepoimentodealgunspersonagensque participaram do processo e na literatura. Diferentes objetos, de diferentes perodos, tornaram-setestemunhosdosmovimentosqueoRiodeJaneirorealizou.Espaospblicos,prdios governamentais, prdios religiosos e particulares, todos foram afetados pela transformao da cidade. Ao serem retirados da urbs e levados para o museu, os bens que vieram a fazer parte doacervoperderamoseuvaloresttico,deuso,decorativooueconmicoepassarama possuir somente o valor de testemunhos. A excessiva fragmentao do acervo dificulta a sua representatividade em relao cidade Palavras Chave: Museu Coleo Cidade Artigo: DeacordocomMariaCecliaLondresFonseca(1997,p.11),aconstituiode coleeshistricaseartsticasnacionais,quecompemumpatrimnionacional,uma prticacaracterstica dos Estados Modernos queatravs de determinadosagentes,recrutados entreintelectuaisecombaseeminstrumentosjurdicosespecficos,delimitamumconjunto de bens no espao pblico. Segundo Fonseca(1997) o universo dos patrimnios histricos e artsticosnacionaissecaracterizapelaheterogeneidadedosbensqueointegram,sendoesta 1Trabalhoapresentadona26.ReunioBrasileiradeAntropologia,realizadaentreosdias01e04dejunho, Porto Seguro, Bahia, Brasil. 2heterogeneidademarcadapelaconcepodepatrimnioeculturaadotadapelosagentes formadores. A falta de uma concepo clara do que possui valor histrico ou artstico, do que pode serconsideradopatrimnio,tambmdeveservistocomoumelementodeterminantena heterogeneidade de determinadas colees. nesta perspectivas, de ausncias e incertezas na construodopatrimnio,queanalisamosatrajetriadoMuseudaCidadeeaformaode seu acervo. O desejo de criar um museu que representasse a Cidade do Rio de Janeiro, a capital da recmcriadarepblica,surgenofinaldosculoXIX.Em22deabrilde1891,oIntendente MunicipalAlfredoPiragibeapresentourequerimentoaoPresidentedoConselhoMunicipal, pedindoqueseremetesseaspeasdoSenadodaCmaraedaCmaraMunicipalparaa constituiodeummuseu.DuranteoiniciodosculoXX,possvelencontrardiversas decretoserequerimentos,solicitandoquetodososobjetosconsideradosdevalorhistrico para o DistritoFederal,fossem guardados em seus respectivos departamentos para no futuro serem enviados para um museu. Posteriormente, com base no Decreto n 1641, de 13 de outubro de 1914, que em seu Art. 1 determinava "Conservar em boa guarda, devidamente catalogada, todos os documentoshistrico,administrativos,fotografiaseplantas que interessem ao estudo do territrio, e ainda ter devidamente resguardadastodasaspeasdenumismtica,livrosrarose objetos de grande valia para o estudo da histria da Cidade", o Prefeito Antnio Prado Jnior, pelo Decreto n 3201, de 16 de janeiro de 1930, determinou que se providenciasse "Sobre a melhor conservao de objetos que interessam Histria da CidadedoRiodeJaneiro"edeliberouquetodososobjetosexistentesemoutrasDiretorias seriamrecolhidospelaDiretoriadeEstatsticaeArquivo,comfuncionriosdesignadospara conservaremecatalogaremoacervohistricodaCidade.Massomenteem11dejulhode 1934,atravsdoDecreton4989-Art.2,oprefeitoPedroErnestocriadefinitivamenteo Museu Histrico da Cidade2: 2 Junto com o Museu Histrico da Cidade, criado o Museu Central Escolar. Ambas as instituies funcionaram, durante muitos anos no mesmo prdio, at a extino do Museu Escolar no governo Lacerda. Desde sua criao atosdiasatuaisomuseupassouportrssedes,paraem1948serinstalado,definitivamentenoParqueda Cidade: 1 sede: Pao Municipal, que foi em 1943 para a abertura da Avenida Presidente Vargas; 2 sede: Parque daCidade,ocupavaalgumassalasdoprdioprincipaldoparque,adquiridopeloprefeitoHenriqueDodsworyh paraarealizaoderecepes;3sede-PrdiodaPrefeituranaPraaCardealArcoverdeatseuretorno definitivo para o Parque da Cidade em 1948. 3A essa Diretoria [de Estatstica e Arquivo] competem todos os serviosatribudossditasDiretorias,porleis,decretose regulamentos,emaisamanutenodoMuseuHistricoda Cidade, criado pelo presente Decreto. ApartirdestemomentoaCidadepassaaterumainstituioquetempormisso preservarsuahistria,umespaode(re)significaodesuaidentidade.Aodirigirmos nossoolharparaestemuseucitadino,estamossimultaneamenteanalisandooprocessode urbanizaodoRiodeJaneiro,cidade-smbolo,queabrigouacapitaldoimprioeacapital da repblica, desempenhando o papel de vitrine para a civilizao tantas vezes intentada3. Essa dimenso simblica nos remete para a possibilidade de discutirmos o Rio como o lugar onde o processo civilizatrio se desenvolveu e tomou corpo, o laboratrio do Brasil, na perspectivadacontnuainvenodeumanovacivilidade.Foiexatamenteporseconstituir comolaboratriodesteprojetocivilizatrio,queacidadefoiobjetodetantasconstruese tantas destruies. Lugar onde, muitas vezes foi necessrio destruir para refazer espaos reais e simblicos, criando vazios e possibilidades de novas identidades. Ao analisarmos a formao do acervo, atravs das transformaes urbanas, passamos a ter como objeto os vrios projetos civilizatrios que atravessaram a histria do pas. Implica tambmemlidarcomamemriaconstrudapelosagentesmaisdiversos,emespecialo Estado Nacional, uma vez que o prprio projeto de construo da nao tem o Rio de Janeiro como marco fundamental. Em relao cidade, necessrio destacar que os bens que foram retirados do espao urbanoeforamfazerpartedoacervodomuseu,tiveramosseusvaloresesttico,deuso, decorativo ou econmico, subordinados ao valor de testemunhos. Os museus citadinos vivem uma ambigidade: os elementos que compem suas colees, quase em sua totalidade foram retiradosdocotidianodacidade.AndrasHuyssem(1997,p.224),afirmaqueomuseu, assimcomoadescobertadahistria,noseusentidomaisenfticoumefeitodiretoda modernizao e no um acontecimento sua margem ou fora dela. No o sentido seguro das tradiesquemarcamaorigemdosmuseus,masasuaperdacombinadacomumdesejo profundo pela (re)construo. 3SegundoSevcenko(1998,p.22),oprojetopoltico-administrativodeRodriguesAlves,tinhaporobjetivo modernizaretransformaracidadedoRiodeJaneiro.Paratalconcebeuumplanoemtrsdimenses: modernizaodoporto,saneamentodacidadeeareformaurbana.AlmdareformaPereiraPassos,podemos citarodesmontedoMorrodoCastelo,aaberturadaPresidenteVargas,aderrubadadoPalcioMonroeea construo do metr. 4ParaHuyssem(1997,p.123),nomundomodernoosmuseussoinstituies pragmticasquecolecionam,salvamepreservamaquiloquefoilanadoaosestragosda modernizao.A formao do acervo do Museu da Cidade do Rio de Janeiro (MHCRJ), est intimamenteligadaasdiversastransformaesdaurbs.Quantomaisacidadesetransforma maisomuseutemoquepreservar.Nesteprocessomutatrio,deconstantereconstruode seuterritrio,acidadesedevorapararegenerar-se.Estarelaodeautofagiageraresduos que acabam sendo regenerados por mnemsine, ou seja, so encaminhados para o que Pierre Nora (1993, p. 13) chama de lugar de memria. De acordo com Marcio Rangel (2000, p. 76), esteselementosqueanovaordemurbanadescartoudavidacotidianadacidadepassarama compor o acervo do museu: telhas, pedras de encanamentos, bicas defontes, placas deruas, letreiros, esculturas de praas, chafarizes etc, transformam-se em indcios de um outro tempo e de uma outra concepo de espao.Mesmo considerando que toda coleo a representao de uma determinada parcela darealidade,enestesentidocaracteriza-secomoumfragmento,verificamosquea fragmentao existente nas colees que formaram o acervo do MHCRJ colocou-se como um obstculo na formulao de sua exposio permanente. Entreasvriasreformulaesmuseogrficasdomuseu,desejamosdestacaroprojeto de Gustavo Barroso4. Em 1944, Barroso foi convidado pelo Secretrio de Educao, do ento DistritoFederal,CoronelJonasCorreia,paracriaroregulamentodoMuseuHistricoda Cidade do Rio de Janeiro (MHCRJ). Alm de estruturar toda a parte administrativa e tcnica, Barroso prope para a exposio permanente, uma cronologia histrica que abrangesse desde a fundao da cidade, no sculo XVI, at a Repblica no sculo XX5. Esta concepo refletia omodelomuseogrficoadotadonoMuseuHistricoNacional(MHN).SegundoMrio Chagas(2003,p.89)BarrosoconcebeuoMuseuHistricoNacional,pelomenosnosseus primrdios,comoumaespciedemuseuhistricomilitarbrasileiroqueseinspirava,entre outros, no modelo francs do complexo Museu dos Invlidos, onde esto presentes: a sugesto de um ptio de canhes, o tmulo de Napoleo e a inveno de tradies ancoradas em feitos hericos,armas,uniformesmilitares,bandeirasesobejosdeguerras.Aindahoje,ao visitarmos o MHCRJ podemos perceber a influncia desta proposta. 4 Nasceu em Fortaleza em 1888 e morreuno Rio de Janeiro em 1959. Fundou e dirigiu durantes anos o Museu Histrico Nacional. De acordo com Mrio de Souza Chagas para Gustavo Barroso o Museu um grande livro de granito aberto aos estudiosos, perpetuando ensinamentos patriticos, grande livro aberto da histria de nosso passado,relicriopreciosodeobjetosquenospermitemremontaraoutraspocasequeparaserlidoexige imaginao e doura. 5 Nos chama a ateno que esta proposta realizada por Gustavo Barroso, tenha sido adotada pelo museu em sua ltimagrandereforma,queocorrenadcadade90dosculoXX..Comonopossuaemsuascolees elementos de todos os perodos histricos da cidade, optaram por reprodues de desenhos, pinturas e fotografias de outras colees. Esta exposio utilizou poucos objetos do acervo do museu. 5 Osobjetos/indcios,originadosdastransformaesurbanasocorridasnoRiode Janeiro,queformamascoleesdomuseu,soregistrosdeumaCidadequedesejaser modernaecosmopolita.Oatodecolecionarrealaosmodoscomoosdiversosfatose experinciassoselecionados,reunidos,retiradosdesuasocorrnciastemporaisoriginais,e comoelesrecebemumvalorduradouroemumnovoarranjo.Coletar,pelomenosno ocidente,ondegeralmentesepensanotempocomolineareirreversvel,pressuperesgatar fenmenosdadecadnciaouperdahistricainevitveis.Acoleoteoricamentecontmo que merece ser guardado, lembrado e entesourado. SegundoKrzystofPomian(1984p.53)qualquerconjuntodeobjetosnaturaisou artificiais,mantidostemporriaoudefinitivamenteforadocircuitodasatividades econmicas,sujeitosaumaproteoespecialnumlocalfechadopreparadoparaessefim,e expostosaoolharpublico,podefazerpartedeumacoleo.Nestamesmaperspectiva Baudrillard (1993, p.94) afirma que o objeto puro, ou seja, privado de funo ou abstrado de seuuso,tomaumestatutoestritamentesubjetivo:torna-seobjetodecoleo.Cessadeser tapete,mesa,bssolaoubibelparasetornarobjetodecoleo.Estesfuncionamcomo indciosdacidade,comoelementosquenospermitemcriarummapadatrajetriaurbana carioca. Neste mapeamento podemos encontrar, hbitos, costumes, marcos de uma cidade que agorasexisteenquantorepresentao.evidentequeestemapacomplexoededifcil leitura,poisexistemdiversostiposdeinterpretaesparaelementosdasmaisvariadas tipologias e origens.6 Paraaconfecodestemapa,adotamosoparadigmaindicirio7.Osindcios,essas pistas perseguidas por historiadores, muselogos, detetives, psicanalistas, podem apontar para asparticularidades.DeacordocomCarloGinzburg(1986,p.177),searealidadeopaca, existem zonasprivilegiadassinais,indciosquepermitemdecifr-la.Aoaplicarmoseste modelonascoleesdoMuseu,paracompreenderaformaodesteacervo,podemos vislumbrar o caminho percorrido por estes objetos atravs de dcadas. Estes objetos/indcios revelamaoscilaoentreadimensonacionalelocaldeumacidadequetemsuatrama urbana modificada constantemente.Um outro dado que podemos inferir deste mapa a falta deumapolticadeaquisioqueorientasseoprocessodeformaodascolees,a dificuldadedeestabeleceroquehistrico,poistudooquefosserelacionadoahistriada cidade era passvel de figurar no acervo. 6ParaGinzburg(1986),essaidia,queconstituiopontoessencialdoparadigmaindicirioousemitico, penetrou nos mais variados mbitos cognoscitivos, modelando profundamente as cincias humanas. 7 Segundo Cludia Heynemann ( 1995, p. 20), o paradigma indicirio ou semitico um modelo epistemolgico, surgido no sculo XIX.6Acervo repleto de lembranas, que h muito no est interferindo em nossa realidade, mas que durante muitos anos fez parte da rotina da cidade. Os objetos que hoje se encontram em sua maioria dentro de uma reserva tcnica, eram elementos constitutivos de ruas, praas e chafarizes. O arcanjo de metal que encimava a torre da Igreja de So Sebastio do Morro do Castelo,halgunssculosdandoadireodosventosdaBahiadeGuanabaraparaos navegantes, hoje faz parte da exposio do museu.Apesar de todas as implicaes e dificuldades apresentadas na formao do acervo, os objetosexistentes,possuemcomofiocondutorosprpriosmovimentoseconvulsesda cidadedoRiodeJaneiro.Reconhecendoestesobjetoscomotestemunhosdeummundoem constantetransformao,comoindciosdediferentesprojetosdecidadeenao,podemos construir uma narrativa museolgica que permita a estes fragmentos desempenharem o papel de intermedirios entre os visitantes e a cidade.Uma intermediao queviabilize ao pblico compreender a lgica urbana em que esta inserido.

Bibliografia: - BAUDRILLARD, Jean. O Sistema dos Objetos. Editora Perspectiva, Coleo Debates. So Paulo, 1993. -CHAGAS,MriodeSouza.ImaginaoMuseal:Museu,MemriaePoderemGustavo Barroso,GilbertoFleyreeDarcyRibeiro.Tesededoutoradoapresentadaao Programa de Ps-graduao em Cincias Sociais (PPCIS) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2003. - FONSECA, Maria Ceclia Londres. O Patrimnio em processo: trajetria da poltica federal de preservao no Brasil. UFRJ/IPHAN. Rio de Janeiro, 1997. - GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e histria. Companhia das Letras. So Paulo, 1989. -HEYNEMANN,Cludia.FlorestadaTijuca:naturezaecivilizaonoRiodeJaneiro sculo XIX. Secretaria Municipal de Cultura, Departamento Geral de Documentao e Informao Cultural, Diviso de Editorao. Rio de Janeiro, 1995. - HUYSSEN, Andras. Memria do Modernismo. Editora UFRJ. Rio de Janeiro. 1997. - NORA, Pierre. Entre Memria e Histria: a problemtica dos lugares. Revista do Programa de Estudos e Ps Graduao em Histria. PUC, n 10. So Paulo, 1993. 7-POMIAM,Krzysztof.Coleo.InEnciclopdiaEinaudi,vol.1Lisboa,Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1984. - RANGEL, Marcio Ferreira. A Formao do Acervo do Museu Histrico da Cidade do Rio de Janeiro: Caos e Memria. Dissertao apresentada ao Programa de Ps-graduao em Memria Social e Documento da Universidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2000. -SEVCENKO,Nicolau(org.)Opreldiorepublicano,astciasdaordemeilusesdo progresso.InHistriadaVidaPrivadanoBrasil,Vol.3.Companhiadas Letras.So Paulo, 1998.