márcia angela da silva aguiar - coloquiocurriculo.com.br · márcia angela da silva aguiar edilene...
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Mrcia Angela da Silva Aguiar Edilene Rocha Guimares
Jos Carlos Morgado (Organizadores)
CURRCULO, ESCOLA,
ENSINO SUPERIOR E
ESPAOS NO ESCOLARES
Srie
Anais dos XII Colquio sobre Questes Curriculares, VIII Colquio
Luso-Brasileiro de Currculo e II Colquio Luso-Afro-Brasileiro de
Questes Curriculares
Recife - Pernambuco - Brasil
ANPAE: Prefixo Editorial 87987
2016
-
ANPAE Associao Nacional de Polticas e
Administrao da Educao Presidente
Joo Ferreira de Oliveira
Vice-presidentes
Marcelo Soares Pereira da Silva (Sudeste)
Luciana Rosa Marques (Nordeste)
Regina Tereza Cestari de Oliveira (Centro-Oeste)
Terezinha Ftima Andrade Monteiro dos Santos Lima (Norte)
Maria de Ftima Cssio (Sul)
Diretores
Erasto Fortes Mendona - Diretor Executivo
Pedro Ganzeli - Diretor Secretrio
Leda Scheibe - Diretor de Projetos Especiais
Maria Dilnia E. Fernandes - Diretora de Publicaes
ngelo R. de Souza - Diretor de Pesquisa
Aida Maria Monteiro Silva - Diretora de Intercmbio Institucional ,
Mrcia ngela da Silva Aguiar - Diretora de Cooperao Internacional
Maria Vieira da Silva - Diretora de Formao e Desenvolvimento
Catarina de Almeida Santos - Diretora Financeira
Editora
Lcia Maria de Assis, (UFG), Goinia, Brasil
Editora Associada
Daniela da Costa Britto Pereira Lima, (UFG), Goinia, Brasil
Conselho Editorial
Almerindo Janela Afonso, Universidade do Minho, Portugal
Bernardete Angelina Gatti, Universidade Federal Fluminense (UFF), Niteri, Brasil
Candido Alberto Gomes, Universidade Catlica de Braslia (UCB)
Carlos Roberto Jamil Cury, PUC de Minas Gerais / (UFMG)
Clio da Cunha, Universidade de Braslia (UNB), Braslia, Brasil
Edivaldo Machado Boaventura, (UFBA), Salvador, Brasil
Fernando Reimers, Harvard University, Cambridge, EUA
Ins Aguerrondo, Universidad de San Andrs (UdeSA), Buenos Aires, Argentina
Joo Barroso, Universidade de Lisboa (ULISBOA), Lisboa, Portugal
Joo Ferreira de Oliveira, Universidade Federal de Gois (UFG), Goinia, Brasil
-
Joo Gualberto de Carvalho Meneses, (UNICID), Brasil
Juan Casassus, Universidad Academia de Humanismo Cristiano, Santiago, Chile
Licnio Carlos Lima, Universidade do Minho (UMinho), Braga, Portugal
Lisete Regina Gomes Arelaro, Universidade de So Paulo (USP), Brasil
Luiz Fernandes Dourado, Universidade Federal de Gois (UFG), Goinia, Brasil
Mrcia Angela da Silva Aguiar, (UFPE), Brasil
Maria Beatriz Moreira Luce, (UFRGS), Brasil
Nal Farenzena, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Brasil
Rinalva Cassiano Silva, (UNIMEP), Piracicaba, Brasil
Sofia Lerche Vieira, Universidade Estadual do Cear (UECE), Fortaleza, Brasil
Steven J Klees, University of Maryland (UMD), Maryland, EUA
Walter Esteves Garcia, Instituto Paulo Freire (IPF), So Paulo, Brasil
Presidentes dos Colquios
Antnio Flvio Barbosa Moreira Universidade Catlica de Petrpolis
Jos Augusto de Brito Pacheco Universidade do Minho
Comisso Organizadora Geral
Mrcia Angela da Silva Aguiar (Universidade Federal de Pernambuco) - Coordenadora
Jos Carlos Morgado ( Universidade do Minho)
Geovana Mendona Lunardi Mendes (Universidade do Estado de Sta. Catarina)
Isabel Carvalho Viana (Universidade do Minho)
Joana Sousa (Universidade do Minho)
Edilene Guimares (Instituto Federal de Pernambuco)
Comit Local
Ada Maria Monteiro Silva (Universidade Federal de Pernambuco)
Ana de Ftima Abranches (Fundao Joaquim Nabuco)
Ana Lcia Borba (Universidade Federal de Pernambuco)
Alfredo Macedo Gomes (Universidade Federal de Pernambuco)
Ana Lcia Flix (Universidade Federal de Pernambuco)
Darci Lira (Universidade Federal de Pernambuco)
Edson Francisco (Universidade Federal de Pernambuco)
Edilene Guimares (Instituto Federal de Pernambuco)
Janete Maria Lins de Azevedo (Universidade Federal de Pernambuco)
Luciana Rosa Marques (Universidade Federal de Pernambuco)
Luiz Roberto Rodrigues (Universidade Estadual de Pernambuco)
Maria Helena Carvalho (Universidade Catlica de Pernambuco)
Maria do Socorro Valois (Universidade Federal Rural de Pernambuco)
Rita Barreto Moura (SINTEPE)
Mrcia Angela da Silva Aguiar (Universidade Federal de Pernambuco)
-
Comisso Cientfica
Angola: Alberto Quitembo (Universidade Katyavala Bwila)
Augusto Ezequiel Afonso (Universidade de Katyavala Bwila)
Ermelinda Cardoso (Universidade de Katyavala Bwila)
Maria Alice Tavares (Universidade Katyavala Bwila)
Cabo Verde: Ana Cristina P. Ferreira (Universidade de Cabo Verde)
Bartolomeu Varela (Universidade de Cabo Verde)
Moambique: Adriano Niquice (Universidade Pedaggica de Moambique)
Angelo Jose Muria (Universidade Pedaggica de Moambique)
Hildizina Norberto Dias (Universidade Pedaggica de Moambique)
Portugal: Almerindo Afonso (Universidade do Minho)
Bento Duarte da Silva (Universidade do Minho)
Carlinda Leite (Universidade do Porto)
Fernando Ribeiro Gonalves (Universidade do Algarve)
Francisco Jos R. de Souza (Universidade dos Aores)
Filipa Seabra (Universidade Aberta)
Jesus Maria de Sousa (Universidade da Madeira)
Jos Augusto Pacheco (Universidade do Minho)
Manuela Esteves (Universidade de Lisboa)
Maria Joo Mogarro (Universidade de Lisboa)
Maria Palmira Alves (Universidade do Minho)
Preciosa Fernandes (Universidade do Porto)
Rui Vieira de Castro (Universidade do Minho)
Brasil: Alfredo Veiga Neto (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Alvaro Luiz Moreira Hyplito (Universidade Federal de Pelotas)
Alfredo Macedo Gomes (Universidade Federal de Pernambuco)
Alice Casimiro Lopes (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
Andr Mrcio Favacho (Universidade Federal de Minas Gerais)
Antnio Carlos Amorim (Universidade Estadual de Campinas)
Carlos Eduardo Ferrao (Universidade Federal do Esprito Santo)
Elba Siqueira de S Barreto (Universidade de So Paulo)
Elisabeth Macedo (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
Eurize Caldas Pessanha (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul)
Fabiany Tavares Silva (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul)
Genylton Odilon Rego da Rocha (Universidade Federal do Par)
Ins Barbosa Oliveira (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
-
Jefferson Mainardes ( Universidade Estadual de Ponta Grossa)
Lucola Santos (Universidade Federal de Minas Gerais)
Maria Ins Marcondes de Souza (Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro)
Mrcia Maria de Melo Oliveira (Universidade Federal de Pernambuco)
Maria Rita Oliveira (CEFET-MG)
Maria Teresa Estban (Universidade Federal Fluminense)
Marlucy Alves Paraso (Universidade Federal de Minas Gerais)
Nilda Alves (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
Roberto Sidnei Macedo (Universidade Federal da Bahia)
Rosngela Tenrio (Universidade Federal de Pernambuco)
Zlia Porto (Universidade Federal de Pernambuco)
Coordenadores dos Painis de Comunicaes Orais
1 Currculo e ensino superior
Assis Leo IFPE
Cludia da Silva Santos Sansil IFPE
Edlamar Oliveira dos Santos IFPE
Everaldo Fernandes da Silva - CAA/UFPE
Gilvanide Ferreira de Oliveira UFRPE
Mnica Lopes Folena Arajo UFRPE
Natlia Jimena da Silva Aguiar PPGE/UFPE
2 Currculo e escola
Alcione Mainar CAA/UFPE
Eugnia Paula Bencio Cordeiro IFPE
Everaldo Fernandes da Silva CAA/UFPE
Girleide Torres Lemos CAA/UFPE
Jaileila de Arajo Santos CE/UFPE
Jos Nilton de almeida - UFRPE
Jos Paulino Filho FAFIRE
Katharine Ninive Pinto Silva CAA/UFPE
Mrcia Regina Barbosa - CE/UFPE
Natlia Belarmino - CE/UFPE
3 - Currculo e educao infantil, ensino fundamental e mdio
Alexandre Viana CAA/UFPE
Alexandre Zarias FUNDAJ
Ana Carolina Perrucci Brando CE/UFPE
Ana Karina Lira CE/UFPE
-
Catherine Nnive CE/UFPE
Edilson Fernandes da Silva CE/UFPE
Ester Calland de Souza Rosa CE/UFPE
Lavnia de Melo e Silva Ximenes CAP/CE/UFPE
Ldia Cerqueira CE/UFPE
Maria do Socorro Valois UFRPE
Maria Jaqueline Paes de Carvalho UFRPE
Pietro Manoel da Silva PPGE/UFPE
Rita de Cssia Barreto de Moura PPGE/UFPE
Severina Klimsa CE/UFPE
4 - Currculo e polticas educacionais
Ana de Ftima Abranches FUNDAJ
Conceio Gislane Nbrega de Sales CAA/UFPE
Denise Maria Botelho UFRPE
Denise Xavier Torres PPGE/UFPE
Gabriel Lopes de Santana CE/UFPE
Henrique Guimares Coutinho FUNDAJ
Itamar Nunes da Silva UFPB
Jos Luiz Simes CE/UFPE
Jlia Calheiros CE/UFPE
Ktia Silva Cunha CAA/UFPE
Lucinalva Atade Andrade de Almeida CAA/UFPE
Maria Jlia de Melo PPGE/UFPE
Priscilla Maria Silva do Carmo PPGE/UFPE
Tcia Cassiany Ferro Cavalcante CE/UFPE
Tlio Augusto Velho Barreto de Arajo FUNDAJ
5 - Currculo e teorias
Isabela Amblard CE/UFPE
Jos Paulino P. Filho FAFIRE
Ktia Silva Cunha CAA/UFPE
Maria Lcia Ferreira Barbosa CE/UFPE
Srgio Paulino Abranches CE/UFPE
6 - Currculo e histria social das disciplinas
ngela Monteiro PPGE/DH/UFPE
Jos Henrique Duarte IFPE
7 - Currculo e espaos no escolares
Ada Maria Monteiro Silva CE/UFPE
-
Clia Maria Rodrigues da Costa Pereira CE/UFPE
Maria Joselma do Nascimento Franco CAA/UFPE
8 - Currculo, formao e trabalho docente
Alcione Alves da Silva Mainar CAA /UFPE
Camila Ferreira da Silva UTFPR
Carla Patrcia Acioli Lins - CAA/UFPE
Conceio Gislane Nbrega Lima de Salles CAA/UFPE
Elian Sandra Arajo UFRPE
Emanuelle de Souza Barbosa PPGEDCOM/UFPE
Etiane Valentim da Silva Herculano CE/UFPE
Ezir Georg da Silva UFRPE
Fernanda Guarany Mendona Leite - IFPE
Gilvaneide Ferreira de Oliveira UFRPE
Isabel Carvalho Viana IE/UMINHO
Kthia Barbosa CE/UFPE
Lada B. P. Machado CE/UFPE
Lcia Carabas CE/UFPE
Maria das Graas Soares da Costa FAFIRE
Maria Julia de Melo PPGE/UFPE
Orqudea Maria de Souza Guimares CAA/UFPE
Sandra Patrcia Atade Ferreira CE/UFPE
Sucuma Arnaldo - PPGE/UFPE
Vilde Gomes de Menezes PPGE/UFPE
9 - Currculo e conhecimento escolar
Jaqueline Barbosa CAA/UFPE
Lvia Suassuna CE/UFPE
Rafaella Asfora Siqueira Campos Lima CE/UFPE
10 - Currculo e avaliao
Ana Lucia Borba CE/UFPE
Bruna Tarcilia Ferraz UFRPE
Carla Figueredo UPCEUP
Girleide Torres Lemos - CAA/UFPE
Katharine Nnive Pinto Silva CAA/UFPE
Maria da Conceio Carrilho de Aguiar CE/UFPE
11 - Currculo e culturas
Andr Ferreira CE/UFPE
Fbio da Silva Paiva CE/UFPE
-
Jos Carlos Morgado IE/UMINHO
Maria da Conceio Reis CE/UFPE
Maria Julia de Melo PPGE/UFPE
Michele Guerreiro Ferreira PPGE/UFPE
12 - Currculo e tecnologias
Jos Alan da Silva Pereira PPGE/UFPE
Maria Auxiliadora Padilha CE/UFPE
Simone Maria Chalub Bandeira Bezerra PGECM/REAMEC
13 - Currculo e diferena
Aline Renata dos Santos PPGE/UFPE
Celia Maria Rodrigues da Costa Perena CE/UFPE
Claudilene Maria da Silva UNILAB
Delma Josefa da Silva PPGE/UFPE
Fabiana Souto Lima Vidal CAP/UFPE
Itamar Nunes da Silva UFPB
Janssen Felipe Silva CAA/UFPE
Jos Policarpo Junior CE/UFPE
Karina Mirian da Cruz Valena Alves CE/UFPE
Marcia Maria de Oliveira Melo CE/UFPE
Rebeca Duarte UFRPE
14 - Currculo e ideologia
Edilene Rocha Guimares IFPE
Grasiela A. Morais P. de Carvalho GEPERGES/UFRPE
15 - Currculo e gesto da escola
Alice Miriam Happ Botler CE/UFPE
Lada Bezerra Machado CE/UFPE
16 - Currculo e incluso
Allene Lage CAA/UFPE
Maria do Carmo Gonalo Santos FAFICA
Maria Zlia Santana CAV/UFPE
Marlia Gabriela Menezes CE/UFPE
Coordenao de Eixos Temticos
Coordenao Geral: Edilene Rocha Guimares IFPE
Coordenao dos Eixos 1 e 2 Monica Lopes Folena Arajo - UFRPE
-
Coordenao dos Eixos 3 e 4 Maria do Socorro Valois Alves UFRPE
Coordenao dos Eixos 5 e 6 Lucinalva Andrade Atade de Almeida CAA/UFPE
Coordenao dos Eixos 7 e 9 Orqudea Maria de Souza Guimares CAA/UFPE
Coordenao do Eixo 8 Fernanda Guarany Mendona Leite IFPE
Coordenao dos Eixo 10 a 13 - Janssen Felipe da Silva - CAA/UFPE
Coordenao dos Eixos 14 e 16 Ana Paula Abrahamian de Souza UFRPE
Sobre os Colquios de Currculo
A partir do V Colquio sobre Questes Curriculares, realizado em Portugal,
na Universidade do Minho (Fevereiro de 2002), passou a organizar-se Colquio Luso-
brasileiro sobre Questes Curriculares, resultado de uma parceria entre investigadores
portugueses e brasileiros. Desde ento, a cada dois anos, o Colquio tem-se realizado
alternadamente em Portugal e no Brasil, reunindo os mais expressivos investigadores da
rea dos dois pases. O II Colquio foi realizado na Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (2004). O III Colquio aconteceu mais uma vez na Universidade do Minho
(2006) e o IV Colquio teve lugar em 2008 na Universidade Federal de Santa Catarina,
em Florianpolis. Em 2010, o V Colquio foi realizado em Portugal, desta vez na
Faculdade de Psicologia e de Cincias da Educao da Universidade do Porto. O VI
Colquio foi sediado na Faculdade de Educao da Universidade Federal de Minas
Gerais e o VII Colquio, em 2014, na Universidade do Minho.
Sobre a Biblioteca Anpae
A coleo Biblioteca ANPAE constitui um programa editorial que visa a
publicar obras especializadas sobre temas de poltica e gesto da educao e seus
processos de planejamento e avaliao. Seu objetivo incentivar os associados a
divulgar sua produo e, ao mesmo tempo, proporcionar leituras relevantes para a
formao continuada dos membros do quadro associativo e o pblico interessado no
campo da poltica e da gesto da educao.
A coletnea Biblioteca ANPAE compreende duas sries de publicaes:
Srie Livros, iniciada no ano 2000 e constituda por obras co-editadas com editoras
universitrias ou comerciais para distribuio aos associados da ANPAE.
Srie Cadernos ANPAE, criada em 2002, como veculo de divulgao de textos e
outros produtos relacionados a eventos e atividades da ANPAE.
-
Apoios Universidade Federal de Pernambuco/CA/ PPGE/UFPE
Centro Acadmico do Agreste - UFPE
Universidade do Minho Centro de Investigao em Educao, Portugal
Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior CAPES
Associao Brasileira de Currculo ABdC
Sindicato dos Trabalhadores em Educao em Pernambuco SINTEPE
Universidades Parceiras
Universidade Catlica de Petrpolis
Universidade do Estado de Santa Catarina
Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Pernambuco
Universidade do Porto
Universidade de Lisboa
Universidade Pedaggica de Moambique
Universidade Cabo-Verde, (UniCV)
Universidade Katyavala Bwila, Angola
Ficha Catalogrfica
AG282c
Currculo, escola, ensino superior e espaos no escolares - Anais
do XII Colquio sobre questes curriculares/VIII Colquio luso-
brasileiro de currculo/II Colquio luso-afro-brasileiro de
questes curriculares. Srie. Organizao: Mrcia Angela da Silva
Aguiar, Edilene Rocha Guimares e Carlos Jos Morgado [Livro
Eletrnico]. Recife: ANPAE, 2016.
ISBN 978-85-87987-02-0
Formato: PDF, 969 pginas
1. Educao. 2. Currculo. 3. Anais. I. Aguiar, Marcia
Angela da Silva. II. Guimares, Edilene Rocha. III.
Morgado, Jos Carlos IV. Ttulo
CDU 37.01(06)
CDD 375
-
Organizadores
Mrcia Angela da Silva Aguiar: Professora Titular da Universidade Federal de Pernambuco.
Doutora em Educao. Brasil.
Edilene Rocha Guimares Professora do Instituto Federal de Educao. Doutora em
Educao. Brasil.
Jos Carlos Morgado Professor do Instituto de Educao, Universidade do Minho. Doutor em
Educao. Portugal.
Todos os arquivos aqui publicados so de inteira responsabilidade dos autores e
coautores, e pr-autorizados para publicao pelas regras que se submeteram ao XII
Colquio sobre Questes Curriculares/VIII Colquio Luso-Brasileiro de Currculo/II
Colquio Luso-Afro-Brasileiro de Questes Curriculares. Os artigos assinados refletem
as opinies dos seus autores e no as da Anpae, do seu Conselho Editorial ou de sua
Direo.
Endereo para correspondncia
ANPAE - Associao Nacional de Poltica e Administrao da Educao
Centro de Educao da Universidade Nacional de Braslia
Asa Norte s/n Braslia, DF, Brasil, CEP 70.310 - 500
http://www.anapae.org.br | E-mail: [email protected]
Servios Editoriais
Planejamento grfico, capa e editorao eletrnica:
Carlos Alexandre Lapa de Aguiar.
Nossa pgina na Web: www.coloquiocurriculo.com.br
Distribuio Gratuita
http://www.coloquiocurriculo.com.br/ -
Sumrio
Apresentao Comisso Organizadora
23
Currculo e Ensino Superior
I - Estudo comparativo dos sistemas de ensino de pases lusfonos (Guin-Bissau e Timor Leste): implicaes no percurso formativo de estudantes em instituies de ensino superior brasileiras Ailana Linhares de Sousa Medeiros e Ricardo da Silva Pedrosa
26
II - Educar em direitos humanos: representaes e prticas no curso de pedagogia Currculo e internacionalizao do ensino superior Ana Valria de Figueiredo da Costa, Agenor Pereira da Costa e Ilda Maria Baldanza Nazareth Duarte
35
III - Formao pedaggica para a docncia universitria em
mestrados e doutorados da Universidade Federal da Bahia, Brasil
Ana Verena Madeira, Denise Guerra Sandra de Medeiros, Larissa Sena e
Henrique Gama
45
IV - A inter/transdisciplinaridade na produo do conhecimento e
a universidade do sculo XXI
ngelo Jos Muria
55
V - Currculo e internacionalizao do ensino superior
Antnio Flvio Barbosa Moreira e Rosane Karl Ramos 65
VI - Bacharelados interdisciplinares: o desafio da
interdisciplinaridade
Carolina Ponciano Gonalves e Maria Ins Petrucci-Rosa
74
VII - Prticas docentes: reflexes e implicaes no ensino
aprendizagem nos anos iniciais
Diana Gonalves dos Santos, Cleide Maria Velasco Magno e Valdete Leal
de Oliveira
83
-
VIII - Extenso universitria como alternativa incluso do tema empreendedorismo no currculo do ensino fundamental Eduardo Janicsek Jara e Ivoneti da Silva Ramos
95
IX - Currculo de cursos de ps-graduao stricto sensu em administrao: contributos para a construo da profissionalidade docente em questo Fabiana Ferreira Silva, Ktia Maria da Cruz Ramos e Maria das Graas Soares da Costa
104
X - A prtica pedaggica do professor da educao superior:
rompendo determinismos e racionalidades estabelecidas
Hilda Mara Lopes Araujo e Meire de Ftima Pinto Alves
113
XI - Currculo integrado e interdisciplinar: um processo inovador e
colaborativo
Ilma Passos Alencastro Veiga
122
XII - Elementos de integrao curricular em uma disciplina de
graduao em medicina
Jaqueline Santos Barboza e Vanja Myra Barroso Vieira da Silveira
130
XIII - Integrao curricular na educao mdica: discusso terica
Jaqueline Santos Barboza 140
XIV - Educao matemtica e educao inclusiva: o que prev o
projeto de curso da licenciatura em matemtica da UFPE-CAA?
Jos Jefferson da Silva
149
XV - O currculo no cho da sala de aula: uma atitude de inovao
pedaggica no curso de pedagogia da FACIG
Jos Santos Pereira, Glria Maria Alves Machado, Rilva Jos Pereira
Ucha Cavalcanti e Zlia Maria Freitas dos Santos
158
XVI - Nova agenda da educao 2030, currculo e
desenvolvimento: desafios e implicaes para o ensino superior
Jlio Santos, Rui Silva e Jos Carlos Morgado
167
XVII - As licenciaturas em educao do campo, cincias da
natureza e qumica e a pedagogia sob olhares dos estudos do
currculo
Leila Paiter, Nli Suzana Britto, Camila Pericolo e Lubna C. Peixer
177
-
XVIII - A proposta curricular do curso de magistrio: um
currculo de ontem, um professor nas escolas de hoje
Lilian Alves Pereira e Joana Ceclia Biss Silva
186
XIX - O ensino universitrio organizado a partir de uma viso de
formao de competncias
Loide Celia Brito di Bernardo
192
XX - O currculo da universidade e o novo paradigma do
conhecimento
Ludmila de Almeida Freire e Ronaldo de Sousa Almeida Na
199
XXI - A oferta das licenciaturas presenciais em pedagogia,
matemtica e letras no movimento de expanso das universidades
gachas
Mrcia Souza da Fonseca, Mara Rejane Vieira Osrio, Maria Manuela
Alves Garcia e Jferson Barbosa Costa
207
XXII - Atos de currculo tecidos no andamento da disciplina
didtica
Maria Cludia Silva do Carmo
217
XXIII - As diretrizes curriculares nacionais (DCNS) para a
educao das relaes tnico-raciais no ensino superior
Natlia Jimena da Silva Aguiar
226
XXIV - O feminismo no currculo do curso de pedagogia da
Universidade Federal de Pernambuco, Campus Agreste, Caruaru
Paloma Raquel de Almeida e Allene Carvalho Lage
238
XXV - Mosaico curricular nas licenciaturas: integrao ou
segregao para a formao inicial?
Patrcia Carla de Macdo Chagas e Ana Maria Costa e Silva
248
XXVI - O papel social da universidade pblica: qual lugar para
qual extenso?
Patricia Elaine Pereira dos Santos
255
XXVII - Cursos superiores de tecnologia no Brasil: pesquisa e
inovao
Patricia Murara Stryhalski e Jucinia Formigari
264
-
XXVIII - Bases epistemolgicas em disputa no mbito da
proposta curricular e formativa do curso de medicina do centro
acadmico do Agreste da UFPE
Pedro Brando da Costa Neto e Anna Rita Sartore
274
XXIX - A sociedade da inovao e a produo do docentis
innovatus no ensino superior
Rafaela Esteves Godinho Leal e Shirlei Rezende Sales
283
XXX - Expanso da educao superior tecnolgica em So Paulo
as FATEC' S
Rafael dos Santos Borges
292
XXXI - Ensino superior e criao de conhecimentos em
Moambique
Telma Amorgiana Fulane Tambe
305
XXXII - O projeto acadmico do curso de pedagogia de uma
universidade pblica brasileira e suas anlises
Thalita Andressa Barbosa Paes Landim
315
XXXIII - "frica" e "Afro-Brasileiros" no currculo da formao
inicial de professores de histria: uma abordagem discursiva
Vitor Andrade Barcellos
324
XXXIV - O currculo do curso de graduao em fisioterapia de
uma universidade pblica: diferenas e singularidades na
percepo dos estudantes do curso
Waldislia dos Santos Passos
333
XXXV - Currculo no ensino superior: a percepo dos
estudantes acerca da inovao curricular proposta no curso de
engenharia mecnica
Waydja Cybelli, Cavalcanti Correia, Gilvaneide Ferreira de Oliveira,
Carlos Antnio Pereira e Gonalves Filho
342
-
Currculo e Escola
XXXVI - O currculo na educao de jovens e adultos: anlise da
experincia do municpio de Itabora
Adriana Barbosa da Silva
352
XXXVII - Organizao curricular das escolas com jornada
ampliada: o que revelam as teses e dissertaes entre os anos
2000 e 2012?
Alessandra Victor Rosa e Maria Ins Marcondes
361
XXXVIII Currculo, polticas curriculares e cotidiano
Allan de Carvalho Rodrigues 370
XXXIX - Escola bilngue pblica: uma proposta intercultural
Amanda Cristine Corra Lopes Bitencourt e Antonio Flavio Barbosa
Moreira
376
XL - Organizao do currculo das escolas primrias goianas na
reforma do ensino de 1930
Ana Maria Gonalves e Izadora Maria Martins
385
XLI - Entre o comum e o singular: enturmaes diferenciadas
no ensino fundamental
Andra Reis Vieira e Andra Rosana Fetzner
396
XLII - Famlia nas representaes sociais construdas por
professoras de escolas pblicas
Andreza Maria de Lima
403
XLIII - O currculo mnimo: a pedagogia das competncias na
educao fluminense
Carlos Thiago Gomes Sampaio
412
XLIV - O lugar (in) comum da educao ambiental no currculo
escolar
Carmen Roselaine de Oliveira Farias e Renata Priscila da Silva
422
XLV - Currculo de escolas brasileiras no Japo
Claudia Regina de Brito e Marina Caprio 431
-
XLVI - Protagonismo juvenil: qual o papel da escola?
Cristiane Maria Monteiro Silva 438
XLVII - O acontecimento dos atos de currculo e formao no
contexto de atualizao do projeto poltico pedaggico de escolas
municipais
Denise Moura de Jesus, Guerra, Bruno Leonardo Calmon de Siqueira
Olivatto e Elaine Amazonas Alves dos Santos
447
XLVIII - Escola e currculo em tempos de democracia:
vivncias na escola sem fronteiras
Diana Sueli Vasselai Simo e Joana Ceclia Biss Silva
456
XLIX - Currculo no/do/com o cotidiano: o ritornelo do
espaotempo de uma escola do campo ribeirinhaamaznida
Edilma de Souza
465
L - Formao em educao integral na universidade:
aproximao e distanciamento curricular, escolar e poltico
Edna Araujo S. Oliveira
474
LI - Os sentidos de cultura(s) e prticas culturais produzidos no
espaotempo da educao de jovens e adultos
Elisabete Duarte de Oliveira e Marinaide de Lima Queiroz Freitas
483
LII - O currculo e a construo de um novo projeto de rede e
de escola
Emanuel Souto da Mota Silveira e Suellen Tarcyla da Silva Lima
492
LIII - A contribuio das habilidades socioemocionais e de
valores para a formao docente do sculo xxi: achados de uma
pesquisa participativa em uma escola de referncia do ensino
mdio em Pernambuco
Eugnia Paula Bencio Cordeiro, Mariana Marques Arantes, Aurino
Lima, Ferreira, Adriana Dantas de Oliveira Menezes , Cristiane Maria
Cardoso Soares, Michele Fonsca Cmara Brasil de Oliveira e Monica Lins
Medeiros
501
LIV - Fios que tecem as narrativas curriculares de crianas e suas
infncias em uma escola do campo na fronteira Brasil/Bolvia
Eulene Vieira Moraes
510
-
LV - Dos estudos comparados escrita histrico-social do
currculo: documentos curriculares como fontes
Fabiany de Cssia Tavares Silva
519
LVI - Currculo como significante vazio: o currculo de geografia
do estado de So Paulo e as prticas docentes
Gabriela Fernandes Jordo e Rafael Straforini
529
LVII - Escola e construo curricular: autonomia, dilogos e
empoderamento docente
Gilvaneide Ferreira de Oliveira e Carolina Santos de Miranda
538
LVIII - Africanidades na escola - possibilidades de uma
educao inclusiva para a diversidade
Jean Adriano Barrosa da Silva e Isabel Carvalho Viana
546
LIX - O ensino de lngua portuguesa no currculo do movimento
dos trabalhadores rurais sem terra
Joane Veloso Pina Cavalcanti e Lvia Suassuna
555
LX - A questo tnico-racial numa escola alagoana: desafios e
possibilidades na contemporaneidade
Jos Artur do Nascimento Silva, Beatriz Arajo da Silva, Fernanda Lays
da Silva Santos e Jhones Stffanny Marcelino dos Santos
565
LXI - O currculo de geografia no contexto escolar do ensino
fundamental II
Joseane Gomes de Arajo, Ione Oliveira Jatob Leal e Ivaneide Silva dos
Santos
576
LXII - Sociedade, currculo e obedincia: formao do Colgio
Militar de Campo Grande MS
Ktia Cristina Nascimento Figueira e Maria Leda Pinto
585
LXIII - O desenvolvimento integral do educando como
proposta formativa do currculo escolar
Lavnia de Melo e Silva Ximenes e Mrcia Maria Rodrigues Tabosa
Brando
594
-
LXIV - O currculo das escolas de referncia do ensino mdio de
Pernambuco e a educao integral
Lucimar Avelino da Silva e Ana da Ftima Pereira de Sousa Abranches
603
LXV - Estratgias, tticas e astcias na criao cotidiana do
currculo em uma escola pblica de Angra dos Reis
Marcelo Paraiso Alves
613
LXVI - Currculo e interdisciplinaridade: um relato de
experincia formativa no mbito do conselho de classe
prognstico
Mrcia Maria Rodrigues Tabosa Brando e Lavnia de Melo e Silva
Ximenes
622
LXVII - Construo curricular em contexto de mudana - uma
anlise da experincia do municpio de Juiz de Fora/MG
Mrcia Patricia Barboza de Souza
631
LXVIII - Redimensionamento curricular em geografia na
universidade do estado da Bahia: o papel dos sujeitos no
processo de assimilao, produo e recontextualizao do
currculo
Marcone Denys dos Reis Nunes e Jacy Bandeira de Almeida Nunes
639
LXIX - Trajetorias descontinuas na materializao do currculo
integrado na educao profissional tcnica de nvel mdio
Maria Adlia da Costa
647
LXX - Prticas para produzir a alfabetizao no 1 ano do ensino
fundamental: discursos e saberes em disputa no currculo
Maria Carolina da Silva Caldeira
657
LXXI - Proposta curricular para a educao bsica da rede
estadual de ensino de Santa Catarina: dos textos aos contextos
Maria Helena Tomaz, Isabel C. Viana e Lourival Jos Martins Filho
666
LXXII - Implicaes da Prova Brasil no currculo escolar de
escolas da rede pblica municipal de ensino de Rio Branco
Mark Clark Assen de Carvalho, Mirian Souza da Silva e Jean Mauro de
Abreu Moraes
676
-
LXXIII - Prticas curriculares e posies de sujeito demandadas
em um contexto de abrigo
Milton Chaves dos Santos Jr. e Cristiane Lima Rocha
685
LXXIV - Desnaturalizando a escola: dispositivos disciplinares no
currculo escolar
Monique Cristina Francener Hammes Schtz e Valria Contrucci de
Oliveira Mailer
695
LXXV - Sobre o lugar de outros saberes na escola
Ndia Maria Jorge Medeiros Silva 704
LXXVI - As tessituras do currculo pensado-vivido e as
produes de sentidos nas profissionalidades docentes
Priscilla Maria Silva do Carmo, Maria Julia Carvalho de Melo, Girleide
Lemos e Maria Anglica da Silva
713
LXXVII - Currculos pensadospraticados tenses politicoprticas
no/do cotidiano escolar
Rafael Marques Gonalves
723
LXXVIII - O lugar do ensino religioso no currculo da escola
Rosalia Soares de Sousa, Maria da Conceio Barros Costa Lima e
Wellcherline Miranda Lima
732
LXXIX - O ethos militar como expresso de (in)justia no
Colgio Militar de Campo Grande
Rosana SantAna de Morais
741
LXXX - A aprendizagem em outros espaos de formao cidad
na escola: o que se ensina, o que se aprende?
Rubia Cavalcante V. Magnata e Ana de Ftima de Souza Abranches
749
LXXXI - Currculo e escola: o bullying pelo olhar da arte
Simone de Miranda Oliveira Frana, Anna Danile Gomes Reis e Ndia
Maria Porto Martins
759
LXXXII - Educao e currculo: alguns apontamentos sobre
programas educacionais no cotidiano da escola
Tania de Assis Souza Granja e Sonia Maria Cerqueira de Brito
768
-
LXXXIII A educao de jovens e adultos: entre leis e currculos
Thas de Sousa e Souza e Rosa Cristina Porcaro 776
LXXXIV - Currculo e democracia
Thais Figueiredo Santos 784
LXXXV - Produo curricular no contexto da prtica Thais Vianna Maia Barcellos
794
LXXXVI - A concepo educativa de tempo e espao na
perspectiva do movimento das cidades educadoras
Valdeney Lima da Costa e Flvia Russo Silva Paiva
803
LXXXVII - Agroecologia e ensino de matemtica: uma proposta curricular em discusso
Viviane Noemia de Barros e Josias Pedro da Silva
812
Currculo e Espaos No Escolares
LXXXVIII - O desenvolvimento regional na sociedade
contempornea a partir da arquitetura e urbanismo: algumas
reflexes curriculares
Clia Maria Grandini Albiero e Joo Luiz Albiero
823
LXXXIX - Existe currculo na educao no formal? Uma
questo em debate
Clia Maria Rodrigues da Costa Pereira
833
XC - A cidadania por entre prticas educativas
Dimas Santana Souza Neves e Rodrigo Alves Bandeira 846
XCI - Universidades corporativas: hiato entre a formao no
formal e os registros nos currculos dos empregados
Fernando Antonio Arajo Cavalcanti e Ainda Maria Monteiro da Silva
855
XCII - Territrios quilombolas, currculo escolar e saberes
tradicionais em espaos no escolares: encontros e desencontros
Givnia Maria da Silva e Mrcia Jucilene do Nascimento
870
XCIII - Os desafios do currculo na educao escolar quilombola
Givnia Maria da Silva e Maria Diva da Silva Rodrigues 879
-
XCIV - Experincias, usos e prticas no/do/com o game?
Fragile dreams: farewell ruins of the moon?
Igor Helal Anderson e Rosane Tesch de Oliveira
888
XCV - Entre os muros da escola: relaes entre dispositivos
curriculares, heterotopias e movimentos sociais
Jessiel Odilon Junglos e Juliana de Favere
899
XCVI - A msica e o currculo: duas experincias exitosas de
interveno social com alunos da educao bsica e licenciandos
do curso de pedagogia em espaos no escolares
Josilene Maria de Lima Torres e Josenilda Maria de Lima Abreu
905
XCVII - Forma escolar e educao no formal: expresso de
controle na seleo e distribuio de conhecimentos musicais
Manoel Cmara Rasslan
918
XCVIII - Formao esttica em um espao no escolar:
ferramentas para pensar um "outro currculo"
Mariane Ins Ohlweiler
927
XCIX - Infncia ribeirinha no contexto urbano:descobrindo
mltiplas linguagens
Marise Leo Ciraco e Maria das Graas Pereira Soares
934
C - Movimentos curriculares da educao de jovens e adultos em
espaos no escolares
Nathlia Bermudes Alves da Silva, Tatiana Pedrini Ribeiro e Maria
Riziane Costa Prates
942
CI - Educao em direitos humanos: espao de produo da
memria
Risonete Martiniano de Nogueira
951
CII- A poltica de assistncia social em interface com o currculo
nos espaos no escolares: uma experincia em construo no
municpio de So Jos dos Pinhais/Paran
Rosana Aparecida Dea Klen
960
-
23
Apresentao
Os XII Colquio sobre Questes Curriculares/ VIII Colquio Luso-Brasileiro de
Currculo/II Colquio Luso-Afro-Brasileiro de Questes Curriculares foram realizados,
simultaneamente, nos dias 31 de agosto, 1 e 2 de setembro de 2016 na
Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, Pernambuco/Brasil. Este
evento que se realiza, tradicionalmente, de forma alternada, em Universidades
portuguesas e Universidades brasileiras, congregou, mais uma vez,
acadmicos, estudantes de ps-graduao e profissionais da rea da educao
que investigam e debatem questes atinentes ao campo dos Estudos
Curriculares.
Ao mesmo tempo em que constitui um espao cientfico privilegiado
para a socializao de estudos e pesquisas, o evento favorece um intenso
intercmbio entre pesquisadores/as do Brasil, de Portugal e de Pases
Africanos. A riqueza, amplitude e complexidade dos temas que foram
abordados ao longo do evento contriburam para ampliar o debate necessrio
ante os problemas e desafios que as questes contemporneas trazem para o
campo do currculo. Sendo um espao privilegiado para a reflexo, discusso e
troca de experincias, a realizao simultnea destes trs colquios propiciou,
tambm, maior aprofundamento do debate entre os profissionais de Educao,
em geral, e do Currculo, em particular, de diferentes pases, com destaque para
os da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa.
O tema central dos Colquios CURRCULO: ENTRE O COMUM
E O SINGULAR constituiu a referncia maior das atividades organizadas a
partir de dezesseis Eixos Temticos.
Dentre as mltiplas atividades dos Colquios destacaram-se a
apresentao e debate de mais de seiscentos trabalhos no formato de
comunicaes orais, bem como as conferncias plenrias, as discusses nas
-
24
mesas redondas, as reunies de grupos de pesquisadores e reunies poltico-
organizativas de entidades cientficas e as atividades culturais.
O evento recebeu apoio do Instituto de Educao da Universidade do
Minho, da Universidade Federal de Pernambuco, da Universidade Federal
Rural de Pernambuco, da Universidade de Pernambuco, do Instituto Federal de
Educao Tecnolgica, da Secretaria de Educao de Pernambuco, do
Sindicato dos Trabalhadores em Educao de Pernambuco, da CAPES, dentre
outros. Concorreu, sobremaneira, para o sucesso dessa edio do Colquio de
Currculo, o trabalho dedicado do comit cientfico, dos assessores ad-hoc e das
comisses organizadoras no Brasil e em Portugal.
Por fim, mediante a entrega destes ANAIS, a Comisso Organizadora
socializa com o pblico as comunicaes orais que foram apresentadas e
debatidas nos vrios painis, com a certeza de que mais um passo foi dado na
direo do fortalecimento do campo do currculo, ao mesmo tempo em que
novas questes educacionais desafiam os pesquisadores para a busca de
respostas que se revelam sempre provisrias.
Comisso Organizadora
-
25
CURCULO E ENSINO SUPERIOR
-
26
- I -
ESTUDO COMPARATIVO DOS SISTEMAS DE ENSINO DE PASES LUSFONOS (GUIN-
BISSAU E TIMOR LESTE): IMPLICAES NO PERCURSO FORMATIVO DE ESTUDANTES EM
INSTITUIES DE ENSINO SUPERIOR BRASILEIRAS
Ailana Linhares de Sousa Medeiros UNILAB (Brasil)
Ricardo da Silva Pedrosa IFCE(Brasil)
INTRODUO
Este artigo deriva das vivncias de servidores de Universidades e
Institutos Federais do estado do Cear ante a identificao da necessidade do
aprofundamento e abordagem de temas curriculares e trajetrias acadmicas de
discentes oriundos de Guin-Bissau e Timor Leste.
Com o objetivo de identificar mecanismos que contribuam na
superao dos desafios com que os estudantes se deparam durante a vida
acadmica em instituio brasileira, aborda-se o contexto dos sistemas
educacionais dos referidos pases a partir das experincias dos estudantes, tendo
em vista a escassa disponibilidade de informaes atualizadas sobre os
contextos educacionais internacionais dos continentes africano e asitico.
A metodologia utilizada foi quanti-qualitativa, utilizando-se como
materiais de pesquisa dados obtidos atravs de informaes contidas no sistema
Sigaa-Unilab, publicaes eletrnicas em sites oficiais dos Governos e
instituies dos dois pases lusfonos e entrevistas com estudantes vindos da
frica pelo Programa de Estudantes-Convnio de Graduao (PEC-G) e de
timorenses que estudam na UNILAB. A escolha desses pases est relacionada
com pesquisas que discutem os contextos educativos de estudantes oriundos
-
27
desses locais e o contexto da educao profissional e tecnolgica de nvel
superior em Fortaleza/CE, que tem recebido tais estudantes.
Com este estudo preliminar, buscou-se identificar os sucessos e
desafios nos desempenhos acadmicos dos estudantes destas nacionalidades,
alicerando assim a construo de mecanismos que viabilizem um maior e
melhor desenvolvimento educacional oferecido atravs da Cooperao Sul-Sul.
OS SISTEMAS CURRICULARES DE GUINE BISSAU E TIMOR
LESTE: O SUPORTE AT A EDUCAO SUPERIOR
Timor, cuja capital Kupang, pertencente ao lado ocidental hoje
vinculado Repblica da Indonsia. A poro oriental, com capital em Dli,
pertencia a Portugal desde o sculo XVI. A Revoluo de 25 de Abril de 1974
e, Portugal, porm, restaurou a democracia e o respeito pelo direito
autodeterminao das colnias portuguesas. Em 28 de Novembro de 1975 d-
se a Proclamao unilateral da Independncia de Timor-Leste e se inicia uma
disputa entre foras pr-Indonsia, que negavam a independncia
daquele territrio, e a comunidade desejosa por independe formal e irrestrita.
Aps dcadas de conflitos e intervenes da Organizao das Naes
Unidas (ONU), foram realizadas eleies para a Assembleia Constituinte que
elaborou a atual Constituio de Timor-Leste, que passou a vigorar no dia 20 de
maio de 2002. Nessa data, foi restaurada a soberania do pas, passando este dia
a ser assinalado como Dia da Restaurao da Independncia, podendo-se,
ento, este povo reestruturar suas instituies, dentre elas o sistema educacional
(MENESES, 2008).
J Guin-Bissau se apresenta geograficamente como um pas costeiro,
com acesso ao oceano atlntico. Seu territrio foi colonizado por Portugal,
tendo sido proclamado independente em 1973. Dentre os centros de oferta de
ensino superior em Guin, cabe destacar a Universidade Amlcar Cabral (UAC),
que oferece 13 licenciaturas, e a Universidade Colinas de Bo (UCB), que
oferece trs. Alm disso, existe a Faculdade de Direito de Bissau, a Escola
Normal Superior Tchico T de formao de professores, e o Centro de
Formao Administrativa (CENFA) que se dedica a cursos de nvel mdio de
contabilidade, administrao e cursos tcnico de contas. A situao da
infraestrutura da educao no pas foi muito atingida pelos conflitos locais e
pela guerra de 1998. O Centro de Formao Industrial (CENFI) e o CENFA
foram os muito prejudicados, tendo ficado destrudas e sem equipamentos.
http://biblioteca.versila.com/12901008/timor-de-colonia-a-pais-nos-fins-do-seculo-xix-um-sistema-educativo-em-re-estruturacao-um-estudo-documental -
28
A oferta de Educao Superior em Timor-Leste acontece atravs de
parcerias com Portugal e na Universidade Nacional Timor Lorosae (UNTL),
primeira e nica universidade pblica do pas Timor-Leste, tendo sido fundada
em 17 de Novembro de 2000, como resultado da reorganizao e integrao de
outras duas instituies (Universitas Timor Timur e da Politeknik Dili) aps o
reestabelecimento da ordem democrtica no territrio. O Decreto-lei N 30 de
13 de agosto 2008, por sua vez, estabelece o regime de atribuio de bolsas de
estudo no estrangeiro.
No que diz respeito aos aspectos sociopolticos que influenciam a
educao, documento do Banco Mundial a respeito da prestao de servios
sociais em Guin salienta que o acesso educao primria e secundria
apresentava um crescimento considervel, sobretudo entre os anos de 1994 a
2005. O aumento nos ndices de escolarizao teria levado a uma maior procura
pela educao superior (AUGEL, 2009).
Porm, desde a fundao das primeiras universidades no pas, na
dcada de 1970, o modelo de financiamento da educao superior priorizava
bolsas para o estudo em outros pases ou um modelo misto (pblico-privado).
O desafio era garantir o ensino superior sem desviar os escassos recursos do
pas dos outros nveis da educao. A soluo, portanto, foi a nfase em
universidades pblicas com gesto privada, ficando o financiamento das
mesmas a cargo do pagamento feito pelos estudantes da matrcula e das
mensalidades.
Coexistiam, portanto, as universidades pblicas, notadamente a Tchico
T e a Universidade de Direito, fundadas ainda nos anos 1970, e instituies
como a Universidade Amilcar Cabral, fundada em 2004, numa parceria entre o
governo e a Universidade Lusfona, instituio privada de Portugal. Alm
disso, o Banco Mundial (2008, p. 46) avalia a poltica de educao superior de
Guin-Bissau como prudente, pois:
ao mesmo tempo em que o pas continuava a aproveitar as vantagens das bolsas de estudos oferecidas por vrios pases para que os seus estudantes continuassem a sua formao ps-secundria no estrangeiro, no incio do ano 2000, a Guin-Bissau decidiu criar uma Universidade Nacional.
Em 2008, a Universidade Amilcar Cabral se tornaria totalmente
privada, surgindo ento a Universidade Lusfona de Guin-Bissau, o que para
-
29
Sucuma (2013) representou o fraco investimento do governo de na educao
superior. Portanto, cabe destacar que mesmo as instituies de ensino superior
nacionais de Guin-Bissau e Timor-Leste so mantidas num modelo
compartilhado de gesto com universidades estrangeiras (ARAJO, 2006).
Com os financiamentos estatais concentrados na educao bsica, as
taxas de concluso ainda so baixas e ainda persistem dificuldades referentes a
um sistema de avaliao da educao. Alm disso, as estruturas fsicas das
escolas e a formao de professores so pontos que precisariam ser
melhorados.
Ademais, a participao da comunidade, atravs de ONGs e centros
comunitrios, fator de destaque na formao de criana e jovens. Dentre as
iniciativas deste gnero esto o pagamento dos professores com ajuda da
comunidade e a construo de escolas pelos prprios moradores de locais
afastados do centro urbano do pas.
Barreto (2013) destaca que, frente s dificuldades enfrentadas pela
educao, em 2010 foi instituda legislao especfica para suprir a necessidade
de legalizao e padronizao da educao bsica. Atravs da Lei de Bases do
Sistema Educativo tem-se a seguinte estrutura:
A - Desenvolvimento do ensino bsico ao longo de 9 anos de escolaridade, repartidos por trs ciclos. Este ensino bsico universal e obrigatrio. At ento a obrigatoriedade restringia-se s 6 primeiras classes (artigos 14, 15, 16) e o ensino bsico compreendia o perodo entre a 1 e a 6 classe. B- Atribuio do servio docente: mantm-se um professor por classe nas 1 e 2 fases do bsico (1 4 classes) tal como se fazia anteriormente, mas alargando a situao de monodocncia s 5 e 6 classes (3 fase, 2 ciclo). [...] C- Organizao do ensino secundrio este passa a compreender a 10, 11 e 12 classes de escolaridade (o ensino secundrio geral passa a constituir o 3 ciclo do ensino bsico e criada a 12 classe) e est organizado em duas vias-ensino geral e ensino tcnico-profissional (BARRETO, 2013, s/p).
Atravs da Lei N. 14 de 29 de outubro de 2008, Timor-Leste
apresenta estrutura semelhante, no que se destaca o intensivo suporte de
Portugal na formulao de materiais didticos e organizao dos contedos
curriculares (ALVES, 2014; LOPES E LOPES, 2014).
-
30
Nesse contexto de recentes esforos para estruturar uma educao
bsica de qualidade, cabe salientar que no estranho o fato de o ensino
superior de Guin-Bissau ainda ser mantido por modelos compartilhados de
gesto, por instituies privadas e por programas e mobilidade internacional.
Uma instituio universitria totalmente nacional ainda um projeto de longo
prazo para esse pas (SUCUMA 2013).
Segundo relatam os estudantes africanos, as principais dificuldades
durante os meses iniciais no Brasil se referiam a questo da adaptao nova
cultura, aos novos costumes e hbitos. Esse perodo de adaptao comeou
com a procura por uma moradia, a organizao de documentos para obteno
do visto de permanncia e a imerso no contexto das disciplinas. Segundo nos
conta U. como foi um dos primeiros a chegar ao Brasil pelo PEC-G do IFCE,
estava de posse apenas da carta de recomendao quando chegou na instituio.
Outros alunos que chegaram depois dele j tiveram uma recepo mais bem
elaborada.
Em relao comunicao destaca-se, nas interaes com colegas e
professores, o pouco conhecimento real sobre o pas daqueles com quem esto
dialogando. Essa falta impe uma dinmica de descoberta da fala do outro que
se d a partir de conceitos prvios pouco estruturados, levando os estudantes
locais a fazer relaes muitas vezes ilusrias e at mesmo propriamente
preconceituosas a respeito de seus colegas africanos. U. relata, nesse sentido,
que mesmo o estudante PALOP percebe certa dificuldade com esse tipo de
interao, sobretudo quando a mensagem a ser comunicada se refere
contedos densos e especficos das disciplinas.
Em Guin-Bissau os sistemas de ensino permitem que os estudantes
escolham reas que enfatizaro. Tal estrutura curricular possibilita
aprofundamentos em certas reas e, no entanto, nem sempre os cursos nas
instituies brasileiras escolhidos pelos estudantes internacionais so
relacionados s reas de estudo escolhidas como nfase no decorrer dos
estudos em seus pases de origem.
Este fato relatado pelos estudantes de Guin-Bissau, em especfico
retratando terem escolhido a nfase em reas de Cincias Humanas e
Contabilidade. Relatam, alm disso, no terem se aprofundado na rea de
Qumica e Biologia, as quais so mais requeridas pela formao no curso em
que se matricularam.
Cabe destacar que existe uma dicotomia entre a lngua utilizada na
escolarizao e a lngua/dialeto utilizada no dia a dia da comunicao. Nas
-
31
escolas e universidades, o Portugus de Portugal o idioma utilizado na
educao formal. Tal desafio tambm compartilhado pelos estudantes
timorenses, em que precisam de grande esforo para compreenso nas
atividades dirias da lngua portuguesa falada no Brasil, ante a cultura do uso do
Ttum fora da sala de aula em seu pas de origem.
Roberto1 cita a relao entre a instabilidade poltica do pas e as
interferncias desse contexto nos calendrios escolares. Segundo relata, os
calendrios escolares eram constantemente interrompidos por conflitos, o que
dificultava a continuidade dos processos educativos vivenciados por ele.
Paralelo a essas situaes dos estudantes guineenses, vindos ao Brasil
pelo PEC-G, tem-se o contexto de estudantes timorenses, vindos para estudar
na UNILAB. Caracteriza-se pela crescente expanso do seu papel na
interiorizao e na internacionalizao associando sua atuao na Cooperao
Sul-Sul e Cooperao Solidria, atravs do intercmbio acadmico com pases
membros da CPLP.
Em 2011 a UNILAB recebeu 03 (trs) estudantes do Timor Leste. Em
2012 o nmero subiu para 69 estudantes ingressantes. A maioria dos estudantes
timorenses (45,83%) incluem-se na faixa etria de 25 anos. Enquanto que
73,61% possuem entre 23 e 35 anos. Temos 16 estudantes entre 26 e 28 anos,
perfazendo 6,94% do total de timorenses. Na ltima faixa etria encontram-se 2
alunos com 54 anos e um com 57 anos. Verifica-se, portanto, que a maior parte
dos jovens timorenses adentraram no ensino superior da UNILAB aos 25 anos
de idade.
A preferncia por cursos das reas de Cincias da Natureza e
Matemtica (com Licenciatura em Qumica, Fsica, Matemtica ou Cincias
Biolgicas) A opo pela rea da Sade Curso de Enfermagem - apresenta
menor interesse.
Aps uma anlise dos contextos de reprovao em disciplinas,
identifica-se que as reas de conhecimentos que os estudantes sentem maior
dificuldade so derivadas das matrias primrias de fsica, qumica e matemtica.
Portanto, os cursos de Engenharia de Energias e Cincias da Natureza e
Matemtica, por possurem em sua grade curricular maior demanda destes
ensinamentos, justificam o maior volume de reprovao. Depreende-se que a
1 Nome fictcio do estudante entrevistado, visando a garantia da preservao de anonimato.
-
32
faixa etria de ingresso na Educao Superior por volta dos 23 anos, idade
avanada para os padres brasileiros.
Percebe-se que o maior ndice de reprovao deriva de disciplinas
oriundas dos cursos de Engenharia de Energias e Cincias da Natureza e
Matemtica. Por sua vez, os maiores ndices de Desempenho Estudantil
(IDEs) variam entre os cursos de Cincias Da Matemtica e Agronomia. J os
menores rendimentos derivam dos cursos de Engenharia de Energia. A
estudante M., relata que um dos maiores desafios para os ingressantes
timorenses da UNILAB no acompanhamento acadmico dessas disciplinas se
d especialmente pela dificuldade de compreenso da lngua portuguesa, em
virtude da forte influencia da lngua malaia nas escolas do Timor Leste.
CONSIDERAES FINAIS
Estudantes de intercmbio trazem consigo certa viso do que a
educao superior, de qual o papel desta em seu futuro profissional e em seu
desenvolvimento como pessoa. Porm, no apenas o contexto de seus pases
de origem que vai influenciar o processo formativo. Quando se lanam ao
mundo, vem tona de modo mais flagrante como o modelo de educao
superior se insere num processo maior de globalizao.
Por outro lado, a instituio que os recebe tambm tem certas
demandas e expectativas a respeito do processo de internacionalizao da
educao. O suporte que os estudantes tero (oferta de bolsas de estudo,
acompanhamento pedaggico e psicolgico etc.) tende a ser um dos fatores que
compem o direcionamento institucional a respeito deste processo. A noo de
internacionalizao da educao superior nos permite apresentar quais tipos de
demandas os pases cuja lngua oficial o Portugus possuem em relao
educao e os seus sistemas curriculares.
A educao, sobretudo a de nvel superior, condio necessria para
seu engajamento na dinmica poltico-econmica e cultural da comunidade
internacional. No entanto, em vez de se desenvolver gradativamente e em vista
a atender demandas locais, a educao superior em pases Afro-asiticos mais
empobrecidos no contexto macroeconmico capitalista, foi importada e de
certa forma imposta por processos de colonizao, o que se expressa no
contexto do intercmbio como desafios a serem superados.
-
33
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALVES, Ermelinda Maria Filipe. O Processo De Elaborao Da Lei De Bases
Da Educao De Timor-Leste: Entre A Regulao Nacional E A Regulao
Transnacional. Dissertao (mestrado) Universidade de Aveiro: Aveiro, 2014.
Disponvel em: . Acesso
em: 01/06/2016.
ARAJO, Maria Carmen Babo de. Estudos comparados de sistemas de ensino
superior caso de Timor-Leste. Dissertao (mestrado) Universidade de
Aveiro: Aveiro, 2006. Disponvel
em: . Acesso em: 01/06/2016.
AUGEL, M. P. Desafios de ensino na frica e no Brasil: a situao do ensino universitrio na Guin-Bissau e a construo da guineidade. Estudos de Sociologia, v. 15, n.2, p. 137-159, 2009. BANCO MUNDIAL. Repblica da Guin-Bissau Prestao de Servios Sociais Bsicos num Contexto de Fragilidade Estatal e de Transio Social. Disponvel em: . Acesso em: 16/02/2014. BARRETO, M. A. Reformas recentes no sistema educativo da Guin-Bissau: compromisso entre a identidade e a dependncia. Colquio Internacional Cabo Verde e Guin-Bissau: percursos do saber e da cincia. Lisboa: II CT, 2012. Disponvel em: . Acesso em 14/02/2014. LOPES E LOPES, Lusa Da Silva. A Lei De Bases Do Sistema Educativo Da
Guin-Bissau. Dissertao (mestrado) Universidade de Aveiro: Aveiro, 2014.
Disponvel em: . Acesso em:
01/06/2016.
MENESES, Duarte Nuno de Castro. Timor: De Colnia A Pas Nos Fins Do
Sculo Xx. Um Sistema Educativo Em Re-Estruturao (Um Estudo
Documental). Dissertao (mestrado) - Universidade Portucalense Infante D.
Henrique: PORTO, 2008. Disponvel em:
.
http://biblioteca.versila.com/12901008/timor-de-colonia-a-pais-nos-fins-do-seculo-xix-um-sistema-educativo-em-re-estruturacao-um-estudo-documentalhttp://biblioteca.versila.com/12901008/timor-de-colonia-a-pais-nos-fins-do-seculo-xix-um-sistema-educativo-em-re-estruturacao-um-estudo-documental -
34
Acesso em: 01/06/2016.
REPBLICA DEMOCRTICA DE TIMOR - LESTE. Lei N. 14 de 29 De
Outubro De 2008. Lei De Bases Da Educao. Disponvel em:
.
Acesso em: 01/06/2016.
REPBLICA DEMOCRTICA DE TIMOR - LESTE. Decreto-lei N 30 de
13 de agosto 2008. Regime de atribuio de bolsas de estudo no estrangeiro.
Disponvel em:
. Acesso em: 01/06/2016.
SUCUMA, A. Estado e ensino superior na Guin-Bissau 1974-2008. Dissertao (mestrado) Universidade Federal de Pernambuco, CFCH. Programa de Ps-Graduao em Cincia Poltica, 2013.
-
35
- II -
EDUCAR EM DIREITOS HUMANOS:
REPRESENTAES E PRTICAS NO CURSO DE
PEDAGOGIA
Ana Valria de Figueiredo da Costa UERJ; UNIG; UNESA (Brasil)
Agenor Pereira da Costa- UNIG; UMINHO (Brasil)
Ilda Maria Baldanza Nazareth Duarte UNIG; SEEDUC/RJ (Brasil)
INTRODUO
A temtica Educao em Direitos Humanos vem sendo preocupao
recorrente e enfatizada nos fruns de debates polticos e pedaggicos desde
meados do sculo XX. Com a promulgao pela ONU da Declarao dos
Direitos Humanos em 1948, se instaura no mundo uma campanha bastante
ressaltada sobre o tema, indicada no prembulo da referida declarao:
a presente Declarao Universal dos Direitos
Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos
os povos e todas as naes, com o objetivo de que cada
indivduo e cada rgo da sociedade, tendo sempre em
mente esta Declarao, se esforce, atravs do ensino e da
educao, por promover o respeito a esses direitos e
liberdades, e, pela adoo de medidas progressivas de
carter nacional e internacional [...].
Desde 2003 circula como uma poltica fundamental no Brasil, o Plano
Nacional de Educao em Direitos Humanos (MEC, SEDH). Assim, o
trabalho investiga as percepes e representaes dos alunos do Curso de
Pedagogia sobre os Direitos Humanos no cotidiano escolar, levando em conta
-
36
que se faz mister na formao dos futuros profissionais a discusso e o debate
sobre o tema. O estudo tambm se justifica por apontar, atravs de uma anlise
sistemtica dos dados coletados, quais as aes que podem ser empreendidas
pela Universidade no sentido de atender aos anseios dos licenciandos e
contribuir, mais pontualmente, como lcus de formao privilegiado na
formao inicial e continuada dos alunos, tendo a pesquisa como estratgia de
formao.
So questes norteadoras do estudo: o que so os direitos humanos?
Na escola e na sala de aula, como podemos perceb-los? Em quais situaes
estes so desrespeitados pelos professores e agentes da equipe escolar? Os
alunos conhecem os direitos humanos? A partir das respostas, pretendeu-se
mapear as representaes dos alunos respondentes do Curso de Pedagogia,
estabelecendo um dilogo entre suas representaes e os modos de
interferncia no cotidiano escolar, em sua prtica profissional docente e,
sobretudo, como pessoa humana. Partindo dessas premissas, o trabalho tem
como objetivo analisar as concepes dos alunos do Curso de Pedagogia sobre
Educao e Direitos Humanos no cotidiano escolar.
O estudo tem como pano de fundo autores que fundamentam a
temtica: Foucault (1999), Arendt (2007), Candau e Sacavino(2000),
Schilling(2005), Freire(2000) entre outros, e documentos nacionais e
internacionais que discutem e estabelecem parmetros legais sobre o tema.
A investigao proposta de orientao quanti-qualitativa, tambm
denominada como multimtodo por Campbell e Fiske (1959, citado por Jick,
1979), a qual orienta o pesquisador utilizao cuidadosa dos mtodos
quantitativos e qualitativos na coleta e construo dos dados eque os mesmos
sejam criteriosamente analisados ao longo do estudo.
Foi levada em conta a tabulao dos dados de forma a que se tenha
acesso s respostas de uma parte numrica significativa dos sujeitos
respondentes e, sobretudo, a qualidade das respostas dos mesmos. Para tal, foi
prevista uma coleta de dados in loco, com a aplicao de questionrios e/ ou
entrevistas semiestruturadas com os alunos apontados pelo estudo2.
A pesquisa teve como sujeitos/ participantes os licenciandos do Curso
de Pedagogia de uma universidade privada da Baixada Fluminense (RJ)com a
participao de 47 alunos. As respostas foram analisadas, em um segundo
2Porm apresentamos aqui apenas as anlises das respostas aos questionrios.
-
37
momento, por referenciais qualitativos, observando-se as respostas pela Anlise
de Contedo conforme sugere Bardin (1977).
Os questionrios foram aplicados pelas alunas bolsistas3 nas salas de
aulas das respectivas turmas e os alunos respondentes mostraram-se
colaborativos e solicitaram que, mais a frente, os resultados do projeto fossem
divulgados.
PERCURSO HISTRICO DA CONSTRUO DOS DIREITOS
HUMANOS
O estudo teve como objetivo investigar as representaes de
universitrios do Curso de Pedagogia sobre a importncia da defesa e da
garantia do exerccio dos Direitos Humanos nos processos e ambientes
educativos escolarizados e como estes vm sendo efetivados (ou no) no
cotidiano das unidades escolares. Parte da premissa que muitas vezes no
cotidiano da escola e da sala de aula alguns dos direitos primordiais do ser
humano so desrespeitados em detrimento de uma pseudoeducao, que controla
muito mais do que o educa para a autonomia e a prtica da liberdade.
Dessa forma, ao falarmos sobre Direitos Humanos hoje em educao
importante que se apresente, em linhas gerais, o percurso histrico da
construo desses direitos, enfatizando-os como construo histrico-social,
em permanente mudana e atualizao.
Ao longo da existncia humana, determinados direitos surgem como
pontos de manuteno dos grupos sociais. Tais direitos vm como
geraes/categorias, significando dizer que ao longo do tempo histrico o ser
humano que elege determinados direitos. Contudo no ocorre a substituio de
um direito por outro, mas uma acumulao de direitos, pois estes se mostram
3 Este trabalho foi baseado no relatrio final do Projeto de Iniciao Cientfica Educar em
Direitos Humanos: Representaes e Prticas Escolares, realizado nos anos 2011-2012 com
alunos do Curso de Pedagogia. (FIGUEIREDO-DA-COSTA, COSTA e DUARTE, 2012). A
dicotomia entre o conhecimento objetivo e o conhecimento reflexivo polarizao a se evitar,
aspecto que pode ser referendado tomando-se o PIC como uma estratgia de formao e acesso
produo do conhecimento, ou seja, ao mesmo tempo em que h a produo de novos
conhecimentos pela pesquisa, h tambm uma reflexo sobre esse conhecimento,
proporcionando ao aluno uma dimenso mais ampla e aprofundada do fazer pesquisa.
-
38
como condies essenciais de vida das pessoas e entre as pessoas. Esse contrato
ou pacto social o arranjo poltico que estabelece as condies nas quais os
homens passam a viver em sociedade, deixando de lado os perigos do estado de
natureza, no qual no haveria lei que a todos obriga (VIGEVANI,
OLIVEIRA e LIMA, 2008, p. 11).
Observa-se que os Direitos Humanos surgem primeiramente de meras
declaraes. Tais declaraes refletem a qualidade de vida almejada e tornam-se
evidentes diante de alguns conflitos, como por exemplo, a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945), onde os Estados,observadas as mltiplas agresses s
condies de vida humana, se renem para que, se no a paz, ao menos alguns
direitos inerentes aos seres humanos sejam respeitados. Como fato relevante, o
Julgamento de Nuremberg (1945-1946) traz para o mundo um exemplo de
como as sociedades devem enfrentar atitudes discriminatrias e desrespeitosas.
Nesse sentido, surgem as geraes de Direitos Humanos (DH), como
as descreve Bobbio (1992). A primeira gerao abarca os direitos fundamentais
inerentes ao ser humano, tais como direito vida, liberdade. A segunda
gerao de DH se caracteriza pela identificao de grupos no diferenciados,
visando tratamento isonmico, ou seja, direitos sociais por excelncia, tais
como moradia, educao, sade.
A esse respeito, Vigevani, Oliveira e Lima (2008, p. 27) ressaltam que
os direitos de primeira e segunda gerao so complementares, visto que os
ltimos procuram assegurar as condies para o exerccio dos primeiros [...].
A terceira gerao de DH traz consigo traos de no identificao de
indivduos e nem de grupos, prezando a coletividade como central, pois se
refere a direitos cuja falta atinge a todos, como o direito ambiental, conservao
do patrimnio histrico-cultural, paz.
A quarta e a quinta gerao de DH trazem o acesso tecnologia,
informao, o biodireito e, de forma global, refletindo a necessidade do mundo,
traar metas para o atingimento de DH genricos, quais sejam, a paz social,
representando a qualidade do que se entende por sociedade.
O QUE DIZEM OS AUTORES: UM BREVE APORTE TERICO
Inicialmente, os autores utilizados para tal discusso foram Foucault
(1999), Arendt (1987), Sacavino (2000), Schilling (2005), Freire (2000) entre
outros, e documentos nacionais brasileiros e internacionais que discutem e
estabelecem parmetros legais sobre o tema.
-
39
Foucault, em sua obra Vigiar e Punir (1999) aponta a escola, juntamente
com o hospital, as prises e o quartel, como instituies de disciplinamento e
controle. Arendt em seu livro A condio humana (2007) debate a cincia, o
trabalho e a ao como condio poltica de democratizao dos direitos
humanos: todos os aspectos da condio humana tm alguma relao com a
poltica [...] (ARENDT, 2007, p. 15).
Sacavino (2000) discute como a lgica do mercado e totalmente outra
da lgica democrtica. Para a autora, a lgica democrtica baseia-se no poder
social e poltico de cada sociedade. Schilling (2005) argumenta sobre a
importncia da educao como uma das esferas que trazem objetos de reflexo
e de ao: se verdade que a educao no pode tudo, pois emoldurada por
questes estruturais, h espaos de liberdade possveis (SCHILLING, 2005, p.
19). No poderamos deixar de citar Freire (2000) com a educao como prtica
da liberdade no rol dos autores que debatem a educao em direitos humanos
que no conjunto de sua obra, defende que educao sempre processo
dialtico e que se constri na confluncia de saberes e no exerccio de direitos.
A PESQUISA: QUAIS AS REPRESENTAES DE DIREITOS
HUMANOS PELOS ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA?
A pesquisa teve como sujeitos/ participantes os licenciandos do Curso
de Pedagogia de uma universidade particular da Baixada Fluminense, no estado
do Rio de Janeiro (Brasil). Foram respondidos questionrios 47 questionrios
por alunos do Curso de Pedagogia, do primeiro, quarto e quinto perodos4. As
respostas foram analisadas por referenciais qualitativos, observando-se a
qualidade das respostas pela anlise de contedo conforme sugere Bardin
(1970). A investigao proposta de orientao quanti-qualitativa, tambm
denominada como multimtodo por Campbell e Fiske(1959, citado por JICK,
1979).
Os questionrios foram aplicados pelas alunas bolsistas nas salas de
aulas das respectivas turmas, solicitando ao professor do horrio que cedesse o
tempo suficiente para o preenchimento das questes.
Dessa forma, pretendamos mapear as representaes dos alunos sobre
as manifestaes dos direitos humanos na prtica cotidiana da escola,
4O Curso de Pedagogia consta de oito perodos.
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40
principalmente em se tratando de alunos de um curso de formao de
professores, futuramente exercendo funes de liderana, tais como
coordenador e gestor e outras de destaque na dinmica escolar.
Os respondentes esto agrupados da seguinte forma:1 perodo 17; 3
perodo 21; 4 perodo 09; N da pesquisa 47.
Por serem os respondentes todos licenciandos e licenciandas do Curso
de Pedagogia, tabulamos os resultados sem levar em conta o perodo que
estavam cursando, pois estvamos interessados em conhecer as representaes
dos alunos.Passamos a seguir a apresentar os resultados da investigao.
Houve entre os respondentes, 40 mulheres e 07 homens, com idades
variando de 24 a 77 anos. Quanto formao no Ensino Mdio, 18 cursaram
Formao Geral, 20 o Curso Normal e 02 o Ensino Tcnico5.
De forma mais direta, a primeira pergunta do questionrio era: em sua
formao no Ensino Mdio e na faculdade, em algum momento voc estudou a temtica dos
Direitos Humanos? Nossa inteno com a questo era levantar se em algum
momento da vida escolar o aluno do Curso de Pedagogia teve acesso
sistematizado e escolarizado aos estudos sobre Direitos Humanos (DH).
Dos respondentes, 30 disseram que no tiveram acesso, porm 05
disseram que sim, nas seguintes falas6:
- Bom conhecer para exercer a cidadania (aluna; 24 anos)
- O professor deve ter conscincia desses direitos (aluna; 27 anos)
- Algo bem resumido relacionado s leis, condutas, formao do indivduo, forma de
agir, julgar etc (aluna; 29 anos)
- Foi na poca em que a disciplina tinha o nome de OSPB, era dada num objetivo
de conscientizar a vida em sociedade (aluna; 33 anos)
Podemos perceber que so respostas diferenciadas, mas que falam, de
alguma forma, em modos de conduta. O que chama a ateno a fala sobre
OSPB - Organizao Social e Poltica Brasileira, disciplina ministrada na
Educao Bsica em pleno perodo da Ditadura no Brasil (1964-1985), mas que
ficou para a aluna como um conhecimento sobre os direitos. Na questo: voc
conhece algum documento sobre os Direitos Humanos?,dos 47 respondentes, 15
disseram desconhecer e apenas 01 apontou a Constituio Federal(aluna; 29
5Houve 07 que no responderam questo. 6 Houve 12 que no responderam questo.
-
41
anos) e outro respondeu: percebo que os direitos esto includos, mas no os percebo em
um documento especfico (aluna; 27 anos).
Estabelecendo um cruzamento com a questo de n.2 parece aqui haver
uma incongruncia, pois como os respondentes disseram j terem tido acesso
aos estudos em DH, no houve a citao de documentos de forma mais ampla,
levantando um questionamento de como esses estudos foram realizados.
CONSIDERAES FINAIS
Os resultados iniciais da pesquisa apontam que a temtica Educao e
Direitos Humanos ainda no tm sido suficientemente abordados no Curso de
Pedagogia, necessitando de um maior aprofundamento e efetivao nas prticas
docentes cotidianas e curriculares.
Apesar de cada vez mais ter sido assunto recorrente nos meios
educacionais e at de comunicao de massa (televiso, rdio, outdoorsetc), a
temtica parece continuar margem, sem que seja sistematizada nos cursos de
formao de professores.
Como aponta Candau,
a primeira [perspectiva] se relaciona com o entendimento
dos direitos em sua globalidade e interdependncia, no
reduzindo seu enfoque s aos direitos polticos e civis, no
reforo da democracia formal, como promovem as
polticas e governos neoliberais [...] Tambm no se
pode reduzir e/ou diluir a educao em direitos
humanos a uma educao em valores, inibindo-se
sua dimenso poltica e cultural(CANDAU, 1999
citada por SACAVINO, 2000b, p. 43; grifos nossos).
Fica evidente o desconhecimento dos alunos sobre a temtica e,
sobretudo, a falta de espao curricular de forma institucional para a abordagem
e o debate sobre Direitos Humanos e Educao. Dessa forma, o trabalho aqui
apresentado um alerta sobre a necessidade de ampliao desse campo de
estudo, muito mais do que uma pesquisa que pretende confirmar essa falta.
Diante desse quadro Sacavino (2000b, p. 45), alerta sobre a
formao de sujeitos de direito: para tal necessrio
articular a dimenso tica, como a poltica social e as
-
42
prticas concretas [...]. Ser sujeito de direitos implica
reforar no cotidiano atravs de prticas concretas, a
lgica expansiva da democracia. Afirmar o princpio e o
direito da igualdade estabelecida na esfera poltica, atravs
da institucionalizao do sufrgio universal e da igualdade
perante a lei, que a mobilizam para transportar sua
dinmica igualitria para as diversas esferas da sociedade.
Os alunos respondentes mostraram-se colaborativos e solicitaram que,
mais a frente, os resultados do projeto fosse divulgados, o que indica uma
possibilidade de conhecimento das pesquisas que esto sendo realizadas na
FaEL pelos alunos e tambm uma forma de incentiv-los a participarem dos
projetos de iniciao cientfica como componente de sua formao.
Fechamos, assim, com as palavras de Sacavino, (2000a, p. 16):
o cidado frequentemente definido como
sujeito de direitos, porque h uma relao estreita entre
direitos e cidadania. Mas o cidado tambm objeto de
deveres, responsabilidades que deve assumir em relao a
sua comunidade/ e ao Estado.
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-
45
- III
FORMAO PEDAGGICA PARA A DOCNCIA
UNIVERSITRIA EM MESTRADOS E
DOUTORADOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA
BAHIA, BRASIL.
Ana Verena Madeira - UFBA (Brasil)7
Denise Guerra - UFBA (Brasil)
Sandra de Medeiros - UFBA (Brasil)
Larissa Sena - Sec. Educ. Candeias (Brasil)
Zilda Ellen Neves- UFBA (Brasil)
Henrique Gama- UFBA (Brasil)
INTRODUO
Ao longo da ltima dcada, os estudos e pesquisas educacionais, em
nvel mundial, tm identificado e ampliado a discusso acerca da formao do
docente universitrio, caracterizada por um alto nvel de especializao na rea
tcnica e de pesquisa, mas carente de uma dimenso pedaggica, que o
profissionalize para atuar em atividades de ensino na educao superior
(ALMEIDA; PIMENTA, 2014; DVILA, 2013; SOARES; CUNHA, 2010).
Essa incipiente profissionalizao para a docncia se agrava no atual
cenrio internacional do ensino superior em que os perfis discente e
institucional das Instituies de Ensino Superior (IES) tm sofrido rpidas e
profundas mudanas. Os grandes avanos econmicos, cientficos e
tecnolgicos que produziram a sociedade da informao e do conhecimento
7 Apoio: PRODOC/UFBA
-
46
no resolveram os problemas sociais e culturais da humanidade. Isso gera um
quadro repleto de incongruncias e disparidades, requerendo uma nova forma
de ver e de encarar o mundo, bem como de desenvolver os processos
formativos na Universidade (MORGADO, 2005).
Destaca-se que os currculos dos cursos de graduao do Brasil, campo
de atuao destes docentes, em tempos relativamente recentes sofreram
mudanas significativas associadas s novas polticas educacionais, sobretudo s
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN). Estas reformas fomentaram novas
estruturas curriculares nos cursos que devem ser desenvolvidas por docentes,
em geral, sem qualquer formao inicial ou continuada para a atuao docente.
Essa situao causa dificuldades tanto para o docente quanto para as
instituies que buscam implementar cursos de graduao inovadores j que
esses docentes so considerados os principais responsveis pelo currculo, no
mnimo, no nvel das prticas, atravs das quais recontextualizam ou traduzem
as polticas e ideias tericas (PACHECO, 2005; LOPES, CUNHA; COSTA,
2013). Mesmo que no sejam os nicos responsveis pelo perfil que cada
instituio assume, tm grande influncia em estabelecer e manter a cultura
institucional em funo da centralidade do papel do corpo docente na
universidade, conforme explicita Esteves (2011) a partir de pesquisa com
docentes universitrios portugueses:
Ainda que o perfil geral de uma dada universidade num
dado momento do seu trajeto histrico no seja
exclusivamente funo do pensamento e da ao dos seus
docentes, estes, enquanto (re)intrpretes de valores
filosficos, polticos, sociais e culturais frequentemente
contraditrios, acabam por ter uma influncia no perfil
que a universidade assume, porventura maior do que a que
eles prprios reconhecem. (p. 7).
Os modelos de formao para a docncia universitria em diversos
pases inclui, historicamente, a realizao de cursos de ps-graduao lato sensu,
como as especializaes em Metodologia do Ensino Superior ou outros ttulos;
a incluso de disciplinas educacionais nos mestrados e doutorados e a realizao
de estgio tambm nestes cursos. No entanto, poucas pesquisas deram conta de
investigar se e como essas iniciativas alteraram o quadro da profissionalizao
da docncia no ensino superior.
-
47
Por outro lado, a legislao brasileira, desde 1996, estabelece que A
preparao para o exerccio do magistrio superior far-se- em nvel de ps-
graduao, prioritariamente em programas de mestrado e doutorado,
conforme Art. 66 da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDBEN)
(BRASIL, 1996). No entanto, 20 anos depois ainda h um vcuo normativo
sobre princpios, bases ou mtodos associados a essa preparao.
Em 2007, a formao e valorizao dos profissionais do magistrio da
educao bsica e superior pblica no Brasil passou a ser atribuio da
Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES),
fundao associada ao Ministrio da Educao (MEC) que, em 2010 lanou a
Portaria CAPES no. 76/2010 incluindo a obrigatoriedade do componente
curricular Estgio de Docncia Orientado, nos programas de ps-graduao
por elas apoiados no Programa de Demanda Social, como critrio de concesso
de bolsas para estudantes de mestrado ou doutorado dos Programas de Ps-
graduao (PPG). Foi definido que o estudante deveria cumprir carga horria
mxima de at 4 horas/semanas em um semestre do mestrado e em dois
semestres dos cursos em nvel de doutorado (CAPES, 2010).
Soares e Cunha (2010) ressaltam que so incipientes os trabalhos sobre
a formao docente universitria em programas de ps-graduao stricto sensu,
mas afirmam que a formao nesse espao de grande relevncia, apesar da
evidente insuficincia de iniciativas, que deveriam contar com maior valorizao
institucional e dos rgos de fomento e avaliao. Neste sentido apontam para
a importncia de se fazer um balano das iniciativas voltadas formao
pedaggica de ps-graduandos e problematiz-las.
Nesta investigao interessa-nos conhecer e compreender as iniciativas
e aes planejadas e implementadas na Universidade Federal da Bahia (UFBA),
no nvel dos Programas de Ps-graduao, para a formao pedaggica dos
futuros docentes universitrios, no atual contexto scio-poltico-educacional do
Brasil.
MTODO DE INVESTIGAO
As atividades investigativas sobre a formao pedaggica nos cursos de
ps-graduao da UFBA partem de uma abordagem exploratria-descritiva,
quantitativa. Busca-se mapear as propostas e dispositivos curriculares de
natureza pedaggica que visam a formao para uma futura docncia
universitria, desenvolvidas nestes cursos.
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48
O estudo foi restrito aos Programas de Ps Graduao (PPG) que
ofertam cursos stricto sensu (mestrado e doutorado) de natureza acadmica j
que suas finalidades incluem a formao de docentes para a pesquisa e para o
ensino superior, diferentemente dos mestrados profissionais, que buscam
insero no campo de trabalho.
Buscamos identificar as intencionalidades explcitas bem como a
ocorrncia e a(s) modalidade(s) de componentes de natureza pedaggica nestes
cursos, atravs do levantamento de informaes, acerca do projeto pedaggico
e da matriz curricular, disponveis nos sites dos Programas. A anlise
documental foi a tcnica de anlise predominante, com aportes da estatstica
descritiva para as caractersticas mensurveis do fenmeno estudado.
Foram analisados 69 Programas de Ps-graduao acadmicos
ofertados pela UFBA dos quais 44 (67%) incluem cursos em nvel de mestrado
e doutorado, 19 (28%) s em mestrado e 6 (9%) s doutorado, em diferentes
unidades universitrias de todas as reas do conhecimento: a) Cincias Exatas
(21 PPG), b) Cincias Biolgicas e da Sade (22), c) Cincias Humanas e Sociais
(20), d) Letras (2) e e) Artes (4), sendo alguns de constituio interdisciplinar.
Visitas s coordenaes dos Colegiados dos Programas foram feitas para
complementar informaes, quando necessrio. (UNIVERSIDADE
FEDERAL DA BAHIA. Pr-Reitoria de Ps-graduao. [2016]).
RESULTADOS E DISCUSSO
A anlise das informaes disponveis em sites institucionais dos 69
Programas de Ps Graduao da UFBA indicou que 46 (67%) explicitam em
seus textos de apresentao ou nos objetivos do curso alguma referncia sobre
a inteno de formar profissionais para atuarem na docncia universitria. Nas
diversas reas do conhecimento h diferena quanto a esse aspecto: So 15 os
Programas da rea de Cincias Exatas (71%) que explicitam essa
intencionalidade, 19 de C. Biolgicas e da Sade (86%); 10 de C. Humanas e
Sociais (50%); 1 da rea de Letras (50%) e 1 de Artes (25%).
Nestes textos no so identificados elementos que indiquem a
compreenso de que uma formao para a docncia universitria demandaria
uma abordagem de conhecimentos de natureza pedaggica nos cursos do PPG.
Em geral apenas mencionado que o curso pretende formar professores do
ensino superior e normalmente com nfase para aspectos associados rea do
curso ou formao para a pesquisa. So textos como:
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49
... promover a capacitao de nutricionistas e demais
profissionais de sade e reas afins na metodologia da
pesquisa e do ensino superior no campo das cincias
dos alimentos e da nutrio para que adquiram
competncias, habilidades e autonomia no planejamento,
implementao e divulgao de pesquisas de relevncia na
rea da segurana alimentar e nutricional e afins.
(UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. Programa
de Ps-graduao em Alimentos, Sade e Nutrio.
[2015], grifo do autor).
Ou ainda: Produzir conhecimento nas reas mencionadas e melhorar
o desempenho profissional, inclusive para o ensino de terceiro grau
(UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. Programa de Ps-graduao em
Msica. [2015], grifo do autor). Apenas poucos PPG, em geral na rea de
Sade, tm objetivos que denotam ampliao da concepo de formao para a
docncia.
Capacitar enfermeira(o)s para desenvolver prticas
transformadoras de pesquisa e ensino em
enfermagem, atravs da produo e socializao de
conhecimentos inovadores e rigorosamente construdos,
respeitando aos aspectos ticos envolvidos.
(UNIVERSIDADE FEDERA