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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DOUTORADO EM ODONTOLOGIA Estudo da Imunomarcação da Interleucina-10 (IL-10) no Periodonto de Ratos submetidos à Movimentação Ortodôntica e Laserterapia de Baixa Intensidade MARCELO DE GOUVEIA SAHAD Orientador: Prof. Dr. Lúcio Frigo Tese apresentada ao Doutorado em Odontologia, da Universidade Cruzeiro do Sul, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Odontologia. SÃO PAULO 2014

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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

DOUTORADO EM ODONTOLOGIA

Estudo da Imunomarcação da Interleucina-10 (IL-10) no

Periodonto de Ratos submetidos à Movimentação

Ortodôntica e Laserterapia de Baixa Intensidade

MARCELO DE GOUVEIA SAHAD

Orientador: Prof. Dr. Lúcio Frigo

Tese apresentada ao Doutorado em Odontologia, da Universidade Cruzeiro do Sul, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Odontologia.

SÃO PAULO

2014

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

S138e

Sahad, Marcelo de Gouveia.

Estudo da imunomarcação da interleucina-10 (IL-10) no periodonto de ratos submetidos a movimentação ortodôntica e laserterapia de baixa intensidade / Marcelo de Gouveia Sahad. -- São Paulo; SP: [s.n], 2014.

101 p. : il. ; 30 cm. Orientador: Lúcio Frigo. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em

Odontologia, Universidade Cruzeiro do Sul. 1. Movimentação dentária 2. Ortodontia 3. Terapia a laser de

baixa intensidade 4. Interleucina-10 (IL-10). I. Frigo, Lúcio. II. Universidade Cruzeiro do Sul. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. III. Título.

CDU: 616.314-089.23(043.2)

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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

Estudo da imunomarcação da interleucina-10 (IL-10) no

periodonto de ratos submetidos à movimentação

ortodôntica e laserterapia de baixa intensidade

Marcelo de Gouveia Sahad

Tese de doutorado defendida e aprovada

pela Banca Examinadora em 09/05/2014.

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr°. Lúcio Frigo

Universidade Cruzeiro do Sul

Presidente

Prof. Dr°. Maurício Teixeira Duarte

Universidade Cruzeiro do Sul

Prof. Dr°. Pedro Antonio Fernandes

Universidade Cruzeiro do Sul

Prof. Dr°. José Cássio de Almeida Magalhães

Universidade Camilo Castelo Branco

Prof. Dr°. Artênio José Isper Garbin

UNESP - Araçatuba

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DEDICATÓRIA

À Deus por ter me dado tudo o que tenho e sempre

me guiar em minha jornada para me tornar quem

hoje sou.

Aos meus queridos e amados pais, Moysés Elias

Sahad (in memorian) e Dulce Regina de Almeida

Gouveia Sahad, pelos ensinamentos e,

principalmente, pelo exemplo maravilhoso de vida e

amor, herança que tenho orgulho e agradeço a

Deus todos os dias por ter me dado o privilégio de

receber.

“A NEVE E A TEMPESTADE MATAM AS FLORES, MAS NADA PODEM

CONTRA AS SEMENTES.”

Khalil Gibran

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

À minha amada esposa Suzana Bellani Sahad, por

todo amor, carinho, apoio e compreensão todos

esses anos, sempre ao meu lado.

Aos meus queridos irmãos Claudio Cesar de

Gouveia Sahad e Carlos Roberto de Gouveia Sahad

pela amizade, dedicação e amor incondicional.

À todos os meus familiares que com suas

maravilhosas histórias de vida, sempre me

motivaram e inspiraram a me tornar um homem

melhor em todos os sentidos.

“PROCURE SER UMA PESSOA DE VALOR, EM VEZ DE PROCURAR SER

UMA PESSOA DE SUCESSO. O SUCESSO É CONSEQUÊNCIA.”

Albert Einstein

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AGRADECIMENTOS

Aos nossos Mestres que, mais do que dividir conosco o seu saber, souberam ser nossos companheiros, emocionando-se com nossas vitórias e nos suportando em nossas pelejas diárias na busca pelo saber. O meu muito obrigado àqueles que, quando tinham a obrigação de apenas lecionar, foram amigos, e, através dessa amizade, nos deram sua compreensão, orientação e incentivo para seguir nosso caminho. Recebam minha admiração, reconhecimento e os meus mais sinceros agradecimentos.

Ao Prof. Dr. Lúcio Frigo, orientador deste trabalho, pelos conhecimentos transmitidos, incentivo, apoio e pela amizade demonstrada.

Ao Prof. Dr. Eduardo Guedes-Pinto (in memorian), grande mestre, amigo e incentivador, com quem tive o orgulho de compartilhar momentos muito especiais.

À Profª. Joseli Maria Cordeiro Daniele pela amizade, orientações e inestimável apoio, além dos conhecimentos transmitidos durante a realização deste trabalho.

Ao meu colega e amigo Prof. Dr. Francisco Antônio Delgado Grieco pelo companheirismo e apoio em muitos momentos especiais da minha vida.

Aos meus caros colegas professores e alunos do curso de pós-graduação em Ortodontia e Ortopedia Facial da Universidade Cruzeiro do Sul pela amizade, dedicação e profissionalismo sempre demonstrados.

Aos Técnicos do Laboratório de Imuno-histoquímica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), muito bem representados por Ângela Santos, na realização dos procedimentos laboratoriais.

À minha querida amiga e cunhada Raquel Bellani, pela inestimável colaboração e dedicação, muito me ajudando na confecção deste trabalho.

“A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU

TAMANHO ORIGINAL. ”

Albert Einstein

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Aos meus queridos AMIGOS:

“Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.

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E às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí, e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.

E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.

Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente, os que só desconfiam - ou talvez nunca vão saber - que são meus amigos!

A GENTE NÃO FAZ AMIGOS, RECONHECE-OS.”

Paulo Sant’Ana

“APRENDI QUE UM HOMEM SÓ TEM O DIREITO DE OLHAR UM OUTRO DE CIMA PARA BAIXO PARA AJUDÁ-LO A LEVANTAR-SE.”

Gabriel García Marquez

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SAHAD, M. G. Estudo da imunomarcação da interleucina-10 (IL-10) no periodonto de ratos submetidos à movimentação ortodôntica e laserterapia de baixa intensidade. 2014. 101 f. Tese (Doutorado em Odontologia)-Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2014.

RESUMO

Durante a movimentação ortodôntica, a resposta mais imediata do tecido periodontal

é a inflamação. Hoje sabe-se que os mediadores inflamatórios desempenham papel

central na evolução deste processo. Os mediadores compreendem, desde

substâncias vasoativas e metabólitos do ácido araquidônico, até uma gama

diversificada de citocinas, como a Interleucina-10 (IL-10). Alternativamente à terapia

medicamentosa tradicional, composta por analgésicos e antiinflamatórios que,

segundo alguns autores, podem retardar o movimento dentário, os lasers de baixa

intensidade têm demonstrado sua efetividade no controle da resposta inflamatória,

agilizando sua resolução. A laserterapia de baixa intensidade (LTBI) possui

propriedades analgésica, antiinflamatória, regenerativa e bioestimulante,

aumentando a velocidade da movimentação dentária ortodonticamente induzida,

quando adequadamente aplicada. Embora haja um número expressivo de estudos

focando os efeitos da LTBI na movimentação ortodôntica, a modulação fotobiológica

sobre a IL-10 neste processo, permanece desconhecida. Desta forma, o presente

trabalho insere-se na busca por elementos que elucidem esta interação. Para tanto,

trinta ratos Wistar tiveram o primeiro molar superior direito tracionado por uma mola

fechada de NiTi (Níquel-Titâneo). Destes, quinze animais receberam tratamento com

LTBI por três dias consecutivos (As-Ga-Al, λ=880nm, 100mW) e densidade de

energia de 5J/cm2 formando o grupo irradiado (TO/L). Os outros quinze ratos não

receberam LTBI, sendo denominado grupo não-irradiado (TO/SL). Ambos os grupos

foram divididos em três subgrupos cada, segundo o momento do sacrifício: 72h,

120h e 168h após o início do experimento, ficando cada subgrupo com cinco ratos.

Foi acrescentado um terceiro grupo, também com cinco ratos, sem intervenção

ortodôntica, nem irradiação, para controle do experimento (STO/SL). Após o

sacrifício, as maxilas dos animais foram submetidas ao processamento histológico e

a expressão de IL-10 foi quantificada por método imuno-histoquímico. As áreas

percentuais obtidas com a análise da marcação da IL-10 foram submetidas ao teste

estatístico não paramétrico de Mann Whitney. Os achados da estratificação por

períodos revelaram que o subgrupo 72h-TO/L apresentou queda na expressão de

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IL-10, quando comparada ao subgrupo 72h-TO/SL (1,42% e 4,67%,

respectivamente). Da mesma forma, o subgrupo 168h-TO/L apresentou 3,87%,

enquanto que o subgrupo 168h-TO/SL apresentou 7,15% de área marcada. As

diferenças encontradas são estatisticamente significantes. Estes resultados sugerem

que os efeitos antiinflamatórios da LTBI resultam em menor demanda de síntese de

IL-10 nos tecidos irradiados.

Palavras-chave: Movimentação dentária, Ortodontia, Laserterapia de baixa

intensidade, Interleucina, IL-10.

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SAHAD, M. G. Immunohistochemistry study of Interleuketin-10 (IL-10) in rats periodontal tissue after orthodontic tooth movement and low-level laser therapy. 2014. 101 f. Tese (Doutorado em Odontologia)-Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2014.

ABSTRACT

During the orthodontic tooth movement the immediate answer of periodontal tissue is

the inflammation. It is known that inflammatory markers have a key role in this

process. These markers include vasoactive substances and metabolites from

arachidonic acid, in addition to a wide diversity of cytokines such as Inteleukin-10 (IL-

10). Alternatively to the traditional drug therapy, composed by analgesic and anti-

inflammatory drugs which, according to some authors, might delay the tooth

movement, the low-level laser therapy (LLLT) has been showing its efficient in

controlling the inflammatory response, accelerating this process. The LLLT has

analgesic, anti-inflammatory, regenerative and bio stimulating effects which all

combined increase the orthodontically induced tooth movement velocity when

suitably applied. Although it has a significant numbers of studies focus on the LLLT

effects in the tooth movement, the photobiological modulation of IL-10 remains

unknown. Thus, this work is involved in the search for elements which help to clarify

this interaction. For this, 30 Wistar mice had their right upper first molar pulled by a

NiTi (Nickel-Titanium) closed coil spring. Among all 30 rats, 15 of them were treated

with the LLLT for 3 consecutive days (As-GA-Al, λ=880nm, 100mW) with 5J/cm2 of

energy density, this groups constituted the irradiated group (TO/L). The remaining 15

rats which were not irradiated with LLLT were called the non-irradiated group

(TO/SL). Both of the groups were divided in other 3 subgroups according to their

killed time: 72h, 120h and 168h counting after the experiment start (n=5). It was

added a third group (5 rats) without intervention or irradiation as a control group.

After the sacrifice the rat’s maxillary went through a histological process and IL-10

expression was quantified by immunohistochemistry technique. The percentage

areas from IL-10 marking analysis were calculated using the non-parametric statistic

test by Mann Whitney. The findings by period revealed that the 72h- TO/SL subgroup

showed decreased expression of IL-10 when compared with 168h- TO/L subgroup

(1,42% and 4,67% respectively). Similarly, 168h-TO/L subgroup revealed 3,87%

while 168h-TO/SL showed 7,15%. These differences were statistically significant.

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These results suggest that the anti-inflammatory effects of LLLT results in a lower

demand of IL-10 synthesis in the irradiated tissues.

Keywords: Tooth movement, Orthodontics, Low-level laser therapy, Interleukin, IL-

10.

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LISTA DE ILUSTRAÇÔES

Figura 1 Efeitos da aplicação de forças excessivas em incisivo de um cão ...

............................................................................................................. 26

Figura 2 Sequencia de eventos desencadeados pelas citocinas produzidas

na interface de tensão do LPD. ......................................................... 31

Figura 3 Sequencia de eventos desencadeados pelas citocinas produzidas

na interface de pressão do LPD. ....................................................... 32

Figura 4 Regulação da ativação de osteoclastos por osteoblastos na

interface de pressão do LPD ............................................................. 33

Figura 5 Diferentes tipos de radiação luminosa, em comparação à radiação

laser, com suas características de monocromaticidade,

unidirecionalidade e coerência ......................................................... 40

Figura 6 Dispositivo ortodôntico instalado e preso com resina no 1º molar e

nos incisivos. ..................................................................................... 60

Figura 7 Perfuração com motor de alta rotação e broca diamantada na

mesial dos incisivos superiores. ...................................................... 61

Figura 8 Amarrilho na região posterior envolvendo molar. .......................... 62

Figura 9 Amarrilho na região posterior envolvendo molar. .......................... 62

Figura 10 Resina utilizada para fixar o amarrilho. ............................................ 63

Figura 11 Resina utilizada para fixar o amarrilho. ............................................ 63

Figura 12 Tensiomêtro calibrado a força aplicada. .......................................... 64

Figura 13 Desgaste nos incisivos inferiores para evitar interferências. ........ 65

Figura 14 Aparelho utilizado no estudo. ........................................................... 66

Figura 15 Expressão de IL-10 para os subgrupos experimentais após 72h,

120h e 168h. ........................................................................................ 69

Figura 16 Expressão de IL-10 para os subgrupos experimentais após 72h,

120h e 168h. Comparações entre os subgrupos de irradiados. .... 70

Figura 17 Preparado histológico (método imuno-histoquímico) do grupo

controle, mostrando o LPD (seta), no momento zero. Aumento de

100x. .................................................................................................... 71

Figura 18 Preparado histológico do lado de tensão do LPD do subgrupo 72h-

TO/SL (método imuno-histoquímico). Aumento de 200x. ............... 72

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Figura 19 Preparado histológico do lado de tensão do LPD do subgrupo 72h-

TO/L (método imuno-histoquímico). Aumento de 200x. ................. 72

Figura 20 Preparado histológico do lado de tensão do LPD do subgrupo

168h-TO/SL (método imuno-histoquímico). Aumento de 200x. ..... 73

Figura 21 Preparado histológico do lado de tensão do LPD do subgrupo

168h-TO/L (método imuno-histoquímico). Aumento de 200x. ........ 73

Figura 22 Lâminas do lado de tensão do LPD do grupo irradiado nos três

momentos do experimento (método imuno-histoquímico).

Aumento de 200x................................................................................ 74

Figura 23 Lâminas do LPD do grupo irradiado nos três momentos do

experimento (método imuno-histoquímico). Aumento de 100x. .... 75

Quadro 1 Distribuição dos animais utilizados no experimento ...................... 59

Quadro 2 Expressão de IL-10 (%) por subgrupo, nos três momentos do

experimento. ....................................................................................... 70

Tabela 1 Principais tipos de lasers de aplicação clínica. .............................. 41

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AsGaAl Arsênio-Gálio-Alumínio

ATP Adenosina trifosfato

BMP’s Proteínas morfogenéticas ósseas

Ca Cálcio

C-fms Colony-stimulating factor-1 receptor

CO2 Dióxido de carbono

COX Cicloxigenase

DNA Deoxyribonucleic acid

ELISA Enzyme-linked immunosorbent assay

FGF Fator de crescimento para fibroblastos

h Hora

HE Hematoxilina e Eosina

HeNe Hélio-Neônio

IGF Insulin-like growth factor (somatomedina)

IL Interleucina

IFN Interferon

J/cm2 Joules por centímetro quadrado

LASER Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation

LTBI Laserterapia de baixa intensidade

LED Light emitting diode

LPD Ligamento periodontal

MCP-1 Monocyte chemotactic protein-1

M-CSF Macrophage colony-stimulating factor

MMP Metaloproteinase de matriz

mm Milímetros

mW mili-Watt

NF- kβ Nuclear factor kβ

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nm Nanômetro

NK Natural Killer cells

NO Óxido nítrico

OPG Osteoprotegerina

PGE Prostaglandina

RANK Receptor de ativação nuclear kβ

RANKL Ligante do receptor de ativação nuclear kβ

RNA Ribonucleic acid

RNAm Messenger ribonucleic acid

Th-1 Linfócito T helper 1

Th-2 Linfócito T helper 2

TIMPs Inibidores de tecido de metaloproteinases

TNF-α Fator de necrose tumoral alfa

VEGF Vascular endothelial growth factor

W Watts

W/cm2 Watts por centímetro quadrado

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 18

2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................... 21

2.1 Aspectos da movimentação ortodôntica ......................................... 21

2.1.1 Modelo bioelétrico .............................................................................. 23

2.1.2 Teoria da Pressão-Tensão ................................................................. 24

2.2 Inflamação e movimentação ortodôntica ......................................... 26

2.2.1 O ligamento periodontal (LPD).......................................................... 26

2.2.2 Os mediadores inflamatórios ............................................................ 27

2.2.2.1 Citocinas ............................................................................................. 29

2.3 Interleucina-10 (IL-10) ........................................................................ 35

2.3.1 O papel da IL-10 na reabsorção e aposição ósseas........................ 36

2.4 Laserterapia: fotobiomodulação na movimentação ortodôntica ... 38

2.4.1 Laser: características e aplicações .................................................. 38

2.4.2 Aspectos biomoduladores da laserterapia ...................................... 42

2.4.3 Laserterapia na regeneração óssea ................................................. 45

2.4.4 Laserterapia na movimentação dentária induzida .......................... 47

2.5 Laserterapia e IL-10 ............................................................................ 53

3 OBJETIVOS ......................................................................................... 57

4 METODOLOGIA .................................................................................. 58

4.1 Animais Experimentais ...................................................................... 58

4.2 Grupos experimentais ....................................................................... 58

4.3 Procedimentos experimentais .......................................................... 59

4.3 Preparo e processamento das peças para análise imuno-

histoquímica ....................................................................................... 66

4.3.1 Análise morfométrica – imuno-histoquímica para IL-10 ................. 68

4.4 Análise estatística .............................................................................. 68

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5 RESULTADOS .................................................................................... 69

6 DISCUSSÃO ........................................................................................ 76

6.1 Considerações Metodológicas ......................................................... 80

7 CONCLUSÃO ...................................................................................... 81

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 82

ANEXOS ............................................................................................................. 97

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18

1 INTRODUÇÃO

O tratamento ortodôntico é um procedimento que compreende eventos

complexos, onde o tecido ósseo alveolar, passível de remodelação graças a sua

grande plasticidade, responde a um estímulo mecânico contínuo, de maneira que

resulte no movimento controlado dos dentes.

Estudos recentes apontam que o movimento ortodôntico é um processo de

transdução de sinal, no qual ocorre a transformação de um estímulo físico em

biológico. Este processo é sustentado por eventos histológicos, bioelétricos,

bioquímicos e moleculares, envolvendo os tecidos dentário e do periodonto de

inserção (cemento, ligamentos periodontais e osso) (MEIKLE, 2006).

Estes eventos estão no cerne de duas hipóteses, que visam explicar o

movimento ortodôntico: o modelo bioelétrico e a teoria da pressão-tensão. Ambas as

hipóteses não são mutuamente excludentes; mas antes, apresentam aspectos

complementares, ampliando a compreensão do intrincado processo (PROFFIT;

FIELDS; SARVER, 2007; MASELLA; CHUNG, 2008).

No modelo bioelétrico, a ação das forças mecânicas sobre o osso alveolar

originam o efeito piezoelétrico, no qual há geração de correntes iônicas resultantes

da deflexão óssea. Os campos elétricos gerados alteram a permeabilidade das

membranas celulares e a atividade bioquímica intracelular, afetando a aposição e

reabsorção óssea (ANDREW; BASSET, 1968; MOSTAFA et al.,1983; ISAACSON et

al., 1993).

Já na teoria da pressão-tensão, as células da região do ligamento periodontal

se diferenciam em osteoclastos na interface de pressão, resultando em reabsorção

óssea e em osteoblastos e fibroblastos na interface de tensão, possibilitando a

osteogênese. Assim, a remodelação óssea alveolar ocorre para que haja alívio da

pressão sobre o ligamento periodontal, viabilizando a movimentação dentária.

(BECKER de OLIVEIRA, 2002; KRISHNAN; DAVIDOVITCH, 2006; PROFFIT;

FIELDS; SARVER, 2007).

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19

Neste modelo, as forças incidentes acarretam menor perfusão sanguínea na

zona de compressão, quando comparada a de tensão; suscitando o surgimento de

áreas de hipóxia, o que leva ao rompimento da homeostasia celular (MARTYN;

DIBIASE, 2010).

No microambiente alterado estabelece-se o processo inflamatório asséptico,

com consequente migração leucocitária e a liberação de mediadores químicos,

como as aminas vasoativas, fatores de crescimento, citocinas, quimiocinas e

metabólitos do ácido araquidônico (KRISHNAN; DAVIDOVITCH, 2006).

Os mediadores químicos modulam todas as etapas da inflamação, desde a

inicialização, passando pela manutenção, até a finalização do processo. Já no

estágio final, é crucial a atuação da Interleucina-10 (IL-10), uma citocina

antiinflamatória, cuja ação é fator limitante do processo, além do seu papel

regulatório na diferenciação de células endoteliais e do sistema imune. A IL-10

modula o início do processo cicatricial, ao mesmo tempo em que atua como

mantenedora das propriedades histológicas dos tecidos (DE PAOLA, 1988; ALAM et

al., 1994; MOORE et al., 2001; LIN et al., 2006; RICCHETTI et al., 2008).

Alternativamente à terapia medicamentosa tradicional, os lasers de baixa

intensidade têm demonstrado sua efetividade no tratamento da resposta inflamatória

e na agilização dos processos reparativos e cicatriciais (AIMBIRE et al., 2006).

Mizutani et al. (2004) e Piva et al. (2011) sugerem que o laser de baixa

intensidade inibe a cascata do ácido araquidônico em tecidos lesados, levando a

uma queda na síntese de eicosanóides. Desta forma, diminui-se a produção de

outros mediadores inflamatórios como a bradicinina e a histamina, além de alterar a

síntese de diversas interleucinas.

Devido ao seu efeito bioestimulante, a laserterapia de baixa intensidade

incentiva desde a neoformação da rede microvascular, melhorando a perfusão

tecidual, até a aceleração da multiplicação celular, resultando em um estímulo trófico

importante. Tais propriedades são observadas em todos os tecidos envolvidos na

movimentação ortodôntica, pois a irradiação promove o aumento da síntese de DNA,

RNA e ATP, dentre outros efeitos (GENOVESE, 2000; CEPERA, 2008).

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Embora haja um número expressivo de estudos focando os efeitos da

laserterapia de baixa intensidade na movimentação ortodôntica, a modulação

fotobiológica sobre a ação das citocinas e especificamente sobre a expressão de IL-

10 neste processo, permanece desconhecida. Sendo assim, o presente trabalho

insere-se na busca por elementos que elucidem esta interação.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Os esforços da comunidade científica em compreender como os aspectos

envolvidos na movimentação ortodôntica respondem ao efeito bioestimulante da

laserterapia de baixa intensidade, tem resultado em um número crescente de

publicações ao longo dos anos.

Se, por um lado, tal cenário demonstra a evolução de um campo promissor de

tratamento dentro da ortodontia, por outro, tem suscitado questionamentos quanto a

inúmeros aspectos ainda por elucidar. Dentre estes, a resposta da IL-10, frente a

esta abordagem terapêutica, permanece desconhecida.

2.1 Aspectos da movimentação ortodôntica

O primeiro artigo sobre a movimentação dentária foi publicado há mais de 100

anos e de lá para cá, o conhecimento acumulado pode ser verificado através de

extensa literatura, abrangendo desde os aspectos tissulares até os mais recentes

avanços da biologia molecular (SANDSTEDT, 1905; REITAN, 1951; DAVIDOVITCH,

1991; SANDY; FARNDALE; MEIKLE, 1993; PEVERALI; BASDRA;

PAPAVASSILIOU, 2001; MEIKLE, 2006).

A movimentação dentária, ortodonticamente induzida, é uma sequencia

complexa de eventos que ocorrem no periodonto de sustentação. O

reposicionamento do dente só é possível devido à natureza intrinsecamente plástica

dos tecidos periodontais, que ao responderem aos aparelhos utilizados, possibilitam

o reposicionamento do dente e assim, a obtenção de ganhos na função mastigatória

e/ou estética. Isto decorre da forma como as forças mecânicas agem na Ortodontia;

pois estas, ao incidirem sobre o dente, transferem sua carga ao periodonto, mais

especificamente ao ligamento periodontal (LPD), uma vez que o dente é uma

estrutura rígida (INTERLANDI, 1999; THILANDER; RYGH; REITAN, 2002).

As forças ortodônticas diferem das forças ortopédicas, sendo estas últimas

de maior intensidade e aplicáveis as bases ósseas dos maxilares; já as forças

ortodônticas, são aquelas que atuam nos tecidos periodontais e possuem

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características específicas, como ponto de aplicação, magnitude, duração e direção,

cujas propriedades promovem a reabsorção e aposição do osso alveolar. Todavia,

tanto as forças ortodônticas, como as ortopédicas, envolvem a remodelação óssea e

exigem um profundo conhecimento sobre os efeitos do estresse mecânico sobre as

diferentes populações de células que formam o tecido ósseo (HĚRT; LISKOVÁ;

LANDA, 1971; LANYON; BAGGOTT, 1976; THILANDER; RYGH; REITAN, 2002,

MEIKLE, 2006).

Existem dois tipos diferentes de forças aplicadas aos dentes durante a

movimentação ortodôntica: contínua e intermitente.

Forças contínuas: Apesar de a força contínua típica atuar por períodos

mais longos, a força interrompida é de duração comparativamente curta (3 a 4

semanas em média). Um exemplo é quando um dente está ligado ao arco vestibular,

sendo mantida a posição do dente depois que a força não estiver mais agindo

(THILANDER; RYGH; REITAN, 2002).

Variando de acordo com força exercida, a reabsorção óssea pode ser do tipo

direto ou indireto. Certos movimentos interrompidos tais como pequenos aumentos

do torque efetuado com forças medidas, podem resultar em uma reabsorção óssea

direta. No lado de tensão haverá uma calcificação gradual e uma reorganização de

tecido recém-formado durante o período de descanso. Então é dado aos tecidos

bastante tempo para sua reorganização, e para que a proliferação celular seja

favoráveis para posteriores mudanças teciduais quando o aparelho for novamente

ativado (THILANDER; RYGH; REITAN, 2002).

Forças intermitentes: Diversos tipos de placas removíveis exercem uma

ação intermitente e estão entre os mais antigos aparelhos usados. A ação

intermitente típica é produzida por uma força que atua como um impulso ou um

choque de curta duração ou por curtos períodos com uma série de interrupções.

Essas interrupções ocorrem quando a força se torna gradualmente mais ativa ou

mais passiva à medida que o aparelho se move. Uma força intermitente atua durante

um curto período, sendo induzida principalmente pelos aparelhos ortodônticos

removíveis e pelos aparelhos ortopédicos funcionais (THILANDER; RYGH; REITAN,

2002).

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O movimento ortodôntico é coordenado por fatores biológicos, bioelétricos,

bioquímicos e mecânicos, que orquestram a resposta do tecido periodontal às forças

investidas (PROFFIT; FIELDS, 2002).

Ao longo do tempo, vários estudos têm sido realizados para explicar a

movimentação dentária induzida e, atualmente, há duas hipóteses que buscam

explicar o movimento ortodôntico: o modelo bioelétrico e a teoria da pressão-tensão.

As duas teorias não são incompatíveis, nem se excluem mutuamente, descrevendo

processos complementares (REITAN; RYGH, 1996; THILANDER; RYGH; REITAN,

2002; PROFFIT; FIELDS; SARVER, 2007; MASELLA; CHUNG, 2008).

2.1.1 Modelo bioelétrico

O osso alveolar é constituído por uma fase orgânica, onde predominam as

fibras colágenas e uma fase inorgânica composta por cristais de hidroxiapatita. Esta

constituição permite a deflexão da estrutura cristalina, devido à flexibilidade da fase

orgânica. Esta deformação cria um fluxo de íons no osso alveolar, originando

campos elétricos. Denominado de efeito piezoelétrico, este fenômeno altera a

permeabilidade das membranas celulares, influenciando os processos de

remodelação óssea e desta forma, a movimentação dentária (MARINO; BECKER;

SODERHOLM, 1971; RYGH; MOYERS,1991; ISAACSON et al., 1993).

A piezoeletricidade resulta da aplicação de forças sobre estruturas cristalinas.

No osso alveolar, tal fenômeno implica na formação de uma corrente iônica que se

inverte quando a força mecânica é retirada. Deste modo, quando as forças são

aplicadas de maneira intermitente, há uma geração rítmica de elétrons, que

modificam os potenciais de membrana, alterando a fisiologia celular e

desencadeando as alterações teciduais necessárias para que o movimento

ortodôntico se realize (COCHRAN; PAWLUCK; BASSET, 1967; ANDREW; BASSET,

1968; MOSTAFA et al.,1983; RYGH; MOYERS,1991; ISAACSON et al., 1993).

Segundo Mostafa et al. (1983) a influência do efeito piezoelétrico na

bioquímica celular é o principal fator no estabelecimento da direção do movimento

ortodôntico. Esta afirmação está de acordo com Furstman e Bernik (1972) que

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apontaram a importância deste efeito na ação dos osteoblastos e osteoclastos na

remodelação óssea ortodonticamente induzida.

Por outro lado, Roberts (1996) argumentou que as diferenças de potenciais

de membrana podem ser resultado da própria atividade celular em resposta aos

estímulos mecânicos, e não, necessariamente, ao efeito piezoelétrico.

2.1.2 Teoria da Pressão-Tensão

Nesta teoria, o movimento ortodôntico está estreitamente relacionado às

alterações tissulares resultantes da modificação do fluxo sanguíneo no LPD. Isto

decorre da movimentação do dente dentro do alvéolo, em resposta às forças

mecânicas aplicadas sobre ele (GÖTZ et al., 2006).

Este movimento faz com que a raiz comprima o LPD, acarretando a

diminuição do fluxo sanguíneo na interface de pressão. Já na interface oposta, onde

ocorre distensão do ligamento, o fluxo sanguíneo diminui apenas no início, porém,

não apenas se restabelece rapidamente, como aumenta ao longo do processo.

Desta forma, a quebra da homeostasia tissular é mais evidente na interface de

pressão (PROFFIT, 1995; REITAN; RYGH, 1996; BECKER de OLIVEIRA, 2002;

PROFFIT; FIELDS, 2002; GÖTZ et al., 2006; WISE; KING, 2008; MARTYN;

DIBIASE, 2010).

Em resposta às alterações vasculares, as células periodontais sintetizam e

liberam mediadores químicos que deflagram o processo inflamatório, instalando uma

seqüência de eventos neste microambiente alterado. A partir daí, ocorrem aumento

da permeabilidade vascular, vasodilatação e exsudação de fluídos para o interstício,

resultando em migração leucocitária. Estes eventos ativam os processos de

regeneração tecidual, pois modulam a migração de células predecessoras, que se

diferenciarão em fibroblastos, osteoblastos e osteoclastos favorecendo os processos

de reabsorção e aposição ósseas (VANDEVSKA-RANUDOVIC, 1999; MELSEN,

2001; CONSOLARO, 2002; WAGLE et al., 2005; GIANNOPOULOU; DUDIC;

KILIARIDIS, 2006; SILVEIRA, 2006; GARLET et al., 2007; MERMUT et al., 2007;

MILLER et al., 2007; PROFFIT; FIELDS; SARVER, 2007; SANTAMARIA JR et al.,

2007).

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Na interface de pressão, área onde a hipóxia é mais severa, o pouco oxigênio

disponível favorece a diferenciação das células predecessoras em osteoclastos,

resultando em reabsorção óssea. Na área de tensão, ao contrário, o aporte

aumentado de oxigênio promove a diferenciação destas células em fibroblastos e

osteoblastos, possibilitando a osteogênese e, assim, a aposição óssea. (GÖTZ et

al., 2006; GOKCE et al., 2008; MARTYN; DIBIASE, 2010).

Outro aspecto importante, apontado por vários autores, refere-se à

intensidade das forças mecânicas aplicadas. Considera-se, de modo geral, que uma

força leve aplicada a certa distância, move um dente mais rapidamente, causando

menos lesões nos tecidos de suporte, do que uma força pesada. As forças

aplicadas, sendo ideais, resultam em menor necrose tecidual, preservando um maior

contingente de células viáveis no tecido periodontal, o que acelera o tratamento

ortodôntico. Este é um ponto importante, pois, na área sob compressão, as fibras

colágenas estão compactadas e os vasos sanguíneos apresentam-se colapsados,

resultando em degeneração celular. Ao microscópio de luz branca essa região é

conhecida como área hialina. Esta tem características de um área necrótica estéril,

geralmente limitada a 1 ou 2 mm de diâmetro, sendo praticamente inevitável no

período inicial do movimento dentário (Figura 1). De qualquer forma, forças

excessivas devem ser evitadas, para que as áreas de hialinização geradas sejam as

menores possíveis (REITAN, 1964; CONSOLARO, 2002; THILANDER; RYGH;

REITAN, 2002; MASELLA; MEISTER, 2006; MEIKLE, 2006; SILVA, 2007).

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Figura 1 – Efeitos da aplicação de forças excessivas em incisivo de um cão. Fonte: MEIKLE, 2006.

A figura 1, mostra que a aplicação de uma força de torque de 200 g (A) no

segundo incisivo de um cão, resultou em duas áreas hialinizadas (H) no LPD, em

resposta à compressão excessiva. O desenho indica a área de reabsorção óssea

(R) e de aposição óssea (F) e as áreas de injúria radicular (1,2). As setas indicam a

direção do movimento do dente.

2.2 Inflamação e movimentação ortodôntica

No tratamento ortodôntico, durante a movimentação dentária, a resposta mais

imediata do tecido periodontal ao estresse mecânico é a inflamação. Ao longo do

tempo, a observação mais acurada dessas alterações teciduais, particularmente no

LPD, tem demonstrado sua importância central na evolução da intervenção

ortodôntica (CONSOLARO, 2002).

2.2.1 O ligamento periodontal (LPD)

O LPD é constituído por tecido conjuntivo, composto por grande variedade de

células, densa rede microvascular com capilares fenestrados, terminações nervosas

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e abundante matriz extracelular (LINDHE; KARRING; LANG, 2005; PROFFIT;

FIELDS; SARVER, 2007; ELEY et al., 2012).

Os tipos celulares encontrados são os fibroblastos, fibrócitos, macrófagos,

mastócitos, plasmócitos, cementoblastos, osteoblastos, osteoclastos e células

mesenquimais indiferenciadas (predecessoras), que conferem ao LPD sua

capacidade regenerativa. A matriz extracelular é composta por uma porção fibrilar,

as fibras colágenas e pela substância fundamental amorfa que é formada por

glicosaminoglicanos, glicoproteínas, proteoglicanos e água. (ELEY et al., 2012).

Pelo estímulo de fatores de crescimento, os fibroblastos proliferam e secretam

a matriz extracelular. Desta forma, são eles os responsáveis pela síntese das fibras

colágenas e sua disposição em feixes em diferentes direções, tornando o LPD

resistente às trações; além de sintetizarem as fibras oxitalânicas, que conferem

suporte aos demais elementos do tecido. São estas características estruturais que

fazem do LPD o receptáculo das forças mecânicas induzidas ortodonticamente.

Estas geram uma distorção na matriz extracelular que acaba por alterar o

citoesqueleto e a própria forma das células do ligamento (CONSOLARO, 2002;

ELEY et al., 2012).

Estas deformações fazem com que as células do LPD sintetizem e liberem

citocinas, deflagrando o processo inflamatório. Este influenciará a bioquímica celular

e, portanto, todo o processo de destruição e regeneração tecidual próprios da

movimentação ortodôntica (LOWNEY et al., 1995; CONSOLARO, 2002; KRISHNAN;

DAVIDOVITCH, 2006).

Consequentemente, a remodelação óssea ocorre para que as forças

incidentes sobre o ligamento sejam aliviadas; ou seja, a remodelação do osso

alveolar é mediada pelos eventos inflamatórios do LPD (GRIEVE; JOHNSON;

MOORE, 1994; CONSOLARO, 2002; WAGLE et al., 2005; MILLER et al., 2007).

2.2.2 Os mediadores inflamatórios

As células danificadas do LPD respondem ao estresse mecânico liberando os

mediadores químicos da inflamação, alterando o microambiente periodontal. Esta

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alteração decorre da capacidade destes mediadores químicos em provocar reações

em cascata, estimulando a liberação de outros mediadores pelas células-alvo

(SHETTY et al., 2011).

Alguns mediadores inflamatórios já estão pré-formados nos grânulos no

interior dos mastócitos, enquanto outros são sintetizados no local da inflamação, em

resposta a um estímulo. Estes compostos incluem as aminas vasoativas, os

metabólitos do ácido araquidônico, as enzimas lisossômicas dos leucócitos, os

fatores de crescimento e as citocinas (KUMAR et al., 2008).

Os mastócitos são células próprias do tecido conjuntivo, cuja função é

armazenar potentes mediadores químicos como a histamina e a serotonina, que são

aminas vasoativas; além de sintetizarem os fatores quimiotáxicos de neutrófilos.

Uma vez ativados, os mastócitos, por meio da exocitose, liberam seus produtos,

deflagrando a resposta inflamatória e iniciando a migração leucocitária para o local.

A liberação de aminas vasoativas acarreta o aumento da permeabilidade

vascular, promovendo a exsudação das proteínas plasmáticas e favorecendo o

acesso de monócitos oriundos dos tecidos adjacentes.

A ação dos neutrófilos, na eliminação das células lesadas, promoverá a

liberação do ácido araquidônico, um ácido graxo essencial, constituinte da

membrana celular das células danificadas. A metabolização do ácido araquidônico

originará as prostaglandinas, tromboxanos, prostaciclinas e leucotrienos,

mediadores importantes para diversas funções biológicas (COLLET; STEWART,

1991; FUNK, 2001).

Estudos demonstraram que os leucotrienos têm papel importante na

reabsorção óssea, pois estimulam a ação dos osteoclastos, bem como sua

diferenciação a partir das células predecessoras do LPD (MEGHJI et al., 1988;

GALLWITZ et al., 1993; FLYNN at al., 1999). Já as prostaglandinas, além de

vasodilatadores potentes, também estão relacionadas com a movimentação

dentária, pois modulam a ação dos osteoblastos e osteoclastos e, portanto, a

velocidade da remodelação do osso alveolar (YAMASAKI; SHIBATA; FUKUTHARA,

1982; LEIKER et al., 1995; PROFFIT, FIELDS; SARVER, 2007; HIKIJI et al., 2008).

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2.2.2.1 Citocinas

As citocinas são polipeptídeos de baixo peso molecular que atuam na

intercomunicação celular. Podemos agrupá-las em diferentes categorias baseadas

em suas funções ou origens, mas como são produzidas por variados tipos celulares

com ação em tecidos diversos, qualquer tentativa de categorizá-las está sujeita a

limitações (MALE; ROTH; BROSTOFF, 2006).

O fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), os interferons, as proteínas

morfogenéticas ósseas (BMPs), pertencentes à superfamília do fator de

transformação do crescimento beta (TGF-β), o fator de crescimento vascular

endotelial (VEGF), o fator estimulante de colônia de macrófagos (M-CSF), o ligante

do receptor de ativação nuclear kβ (RANKL), as quimiocinas e as interleucinas são

tipos de citocinas. Estes mediadores apresentam múltiplas ações de amplo espectro,

que abrangem desde a expressão de novas funções, passando pelo controle de

proliferação das células-alvo, até a modulação da resposta imunológica. No tecido

ósseo, estas proteínas desempenham funções importantes na quimiotaxia, cito-

diferenciação e ativação de osteoblastos e osteoclastos (COTRAN, 1999; BAIN;

GUPTA, 2003; LUO et al., 2003; MEIKLE, 2006).

Em uma conferência em 1986, Meikle e colaboradores já haviam lançado a

hipótese de que os eventos de remodelação do tecido ósseo seriam modulados por

citocinas. Davidovitch et al. (1988) produziram a primeira evidência experimental, ao

identificar a presença da IL-1 no LPD de gatos submetidos à forças ortodônticas.

Desde então, inúmeros estudos clínicos tem demonstrado a presença de vários tipos

de citocinas, em altas concentrações, no fluido crevicular gengival de pacientes

durante o movimento ortodôntico (MEIKLE, 1989; GRIEVE; JOHNSON; MOORE,

1994; LOWNEY et al., 1995; UEMATSU; MOGI; DEGUCHI,1996).

Em 2009 Vieira demonstrou que os osteoblastos sintetizam e secretam

diversas citocinas durante o processo de remodelação óssea, modulando a atividade

de outros tipos celulares do tecido ósseo.

As citocinas interagem com receptores celulares de alta afinidade, alterando

as funções da célula-alvo. A ligação no receptor desencadeia uma via de transdução

de sinais, que altera a expressão gênica celular. O efeito produzido consiste na

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modulação da atividade imunitária e na regulação da resposta anti e pró-

inflamatória, através da comunicação intercelular. Além de exercer uma ação

autócrina e parácrina, alguns desses mediadores também podem agir em nível

endócrino (ABBAS; LICHTMAN; POBER, 2003; SHETTY et al., 2011).

As citocinas podem ter ações pleiotrópicas, redundantes, sinérgicas ou

antagônicas e geralmente participam de um sistema de indução em cascata,

influenciando a homeostasia tecidual (HAMBLIN, 1993; SANDY; FARNDALE;

MEIKLE, 1993; ALHASHIMI et al., 2001; ABBAS; LICHTMAN; POBER, 2003).

Monócitos, macrófagos, células endoteliais, fibroblastos e células

mesenquimais, sintetizam citocinas que agem na adesão, quimiotaxia e ativação

leucocitária, além de promoverem o recrutamento, diferenciação e proliferação de

células inflamatórias.

No LPD, além das células endoteliais, os fibroblastos e osteoblastos

sintetizam o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), promovendo a

angiogênese na interface de tensão (Figura 2), enquanto que na interface oposta

(Figura 3), as células mesenquimais secretam o fator estimulador de colônia de

macrófagos (M-CSF), promovendo a sobrevivência, proliferação e diferenciação de

células hematopoiéticas das séries monócito-macrófago. A Figura 4 mostra a

seqüência de eventos orquestrada por M-CSF, RANKL e osteoprotegerina (OPG) na

regulação da maturação e função dos osteoclastos por osteoblastos (MEIKLE,

2002).

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Figura 2 – Sequencia de eventos desencadeados pelas citocinas produzidas na interface de tensão do LPD. Fonte: MEIKLE, 2006.

Na Figura 2, os fibroblastos sob tensão (1), sintetizam várias citocinas (IL-1 e

IL-6) que, por sua vez, estimulam as metaloproteinases de matriz (MMPs) e

desativam os inibidores de tecido de metaloproteinases (TIMPs). As MMPs

degradam o colágeno e as glicosaminaglicanas (2), enquanto que o VEGF promove

a angiogênese (3). A degradação da matriz extracelular (MEC) por MMPs facilita a

proliferação celular e o crescimento capilar. Os fibroblastos (4) remodelam a matriz,

sintetizando mais MEC, enquanto que os osteoblastos (5) sintetizam o osteóide, fase

inicial da aposição óssea.

Já na interface de pressão, há intensa atividade reabsortiva, conforme mostra

a figura abaixo.

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Figura 3 – Sequencia de eventos desencadeados pelas citocinas produzidas na interface de pressão do LPD. Fonte: MEIKLE, 2006.

As células do LPD na interface de pressão (Figura 3) sintetizam IL-1 e IL-6

(1), que atuam de forma autócrina e parácrina, ativando o RANKL (2) e as MMPs (3).

Os osteoblastos liberam as MMPs que degradam o osteóide, enquanto que as

MMPs produzidas pelos fibroblastos degradam a MEC (4). O RANKL estimula a

osteoclastogênese a partir de células predecessoras. Os osteoclastos diferenciados

degradam a matriz óssea mineralizada (5). Os osteócitos da superfície óssea

regulam a deformação do osso alveolar modulando a expressão de MMPs.

Os promotores da reabsorção óssea (Figura 4), tais como a vitamina D

[1,25(OH2)D3], o paratormônio (PTH) e a interleucina-1 (IL-1) aumentam a formação

dos osteoclastos, estimulando a expressão de RANKL por osteoblastos e células

mesenquimais, enquanto que a OPG faz a contra-regulação, atuando como um

inibidor da osteoclastogenese, ao competir com o RANKL pelo receptor de

membrana dos osteoblastos e células predecessoras. O M-CSF age diretamente

sobre as células precursoras dos osteoclastos, regulando sua proliferação e

diferenciação.

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Figura 4 – Regulação da ativação de osteoclastos por osteoblastos na interface de pressão do LPD Fonte: MEIKLE, 2006.

No tecido periodontal os macrófagos sintetizam e liberam TNF-α, citocina que

estimula a diferenciação e atividade dos osteoclastos, estimulando a reabsorção

óssea (DI DOMENICO et al., 2012).

Conforme o processo inflamatório evolui, os linfócitos T ativados chegam à

interface de pressão e sintetizam o interferon tipo II (INF-γ) citocina que aumenta a

atividade fagocítica dos osteoclastos e assim como os leucotrienos, também

estimula a sua diferenciação, consistindo em exemplos de ações sinérgicas e

redundantes (ASSUMA et al., 1998; KUBY et al., 1999; ALHASHIMI et al., 2000;

BINGHAM, 2002; MALE; ROTH; BROSTOFF, 2006).

A comunicação entre os linfócitos é orquestrada pelas interleucinas, também

conhecidas como linfocinas.

O termo interleucina (IL) refere-se às citocinas produzidas, majoritariamente,

por linfócitos T ativados, embora algumas delas sejam sintetizadas também por

outros tipos celulares. As interleucinas possuem várias funções, mas a maioria está

envolvida na ativação, diferenciação e promoção do crescimento de linfócitos e na

indução da proliferação de outras células. Entre os principais alvos destes

mediadores estão os próprios linfócitos T, os linfócitos B, os fibroblastos,

osteoblastos, osteoclastos e as células endoteliais (ABBAS; LICHTMAN; POBER,

2003).

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Vários estudos têm apontado a presença de interleucinas no fluido gengival

de pacientes submetidos à movimentação ortodôntica, como a IL-1, IL-2, IL-3, IL-6,

IL-8, IL-10 e IL-12, entre outras citocinas (ALHASHIMI et al., 2000; MEIKLE, 2002;

IWASAKI et al., 2005; GARLET et al., 2007; REN et al., 2007).

Na resposta inflamatória aguda há a participação de interleucinas que

participam da imunidade inata, como a IL-1, que é a primeira a ser secretada pelos

macrófagos. A IL-1 ativa os fibroblastos, aumentando a proliferação e produção da

matriz extracelular, além de promover a osteoclastogênese. Logo os fagócitos

passam a liberar IL-6, que age em sinergia com a IL-1, amplificando a resposta

inflamatória imediata (GLANTSCHNIG et al., 2003; SEIDENBERG; AN, 2004;

KUMAR et al., 2008; YAO et al., 2008).

A IL-1 também atua na ativação dos linfócitos T, dando início a ação da

imunidade adaptativa (GOWEN; MEIKLE; REYNOLDS, 1983; HEATH et al., 1985).

Com o recrutamento e ativação dos linfócitos T, inicia-se uma fase de limpeza e

reparação tecidual, na qual são sintetizadas e liberadas outras interleucinas,

conforme a resposta inflamatória progride para a resolução do processo.

A célula T diretamente implicada nos processos inflamatórios é o linfócito T-

helper (Th) por sua estreita interação com os macrófagos. As células Th são

mensageiras fundamentais, propiciando a intercomunicação de todo o sistema

imune. Há dois subtipos de linfócito T-helper: Th1 e Th2; sendo que cada subtipo

sintetiza interleucinas específicas.

As células Th não ativadas permanecem em estado de quiescência, sendo

denominadas linfócitos Th0. A diferenciação destes nos subtipos 1 ou 2 depende da

interleucina presente no microambiente tecidual no momento. Os Th0 serão

diferenciados em Th1 na presença da IL-12, mantendo a resposta inflamatória;

porém, se a IL-4 estiver presente, os Th0 se diferenciarão no subtipo Th2, que

determinam uma resposta antiinflamatória.

Na evolução do processo inflamatório, ambos os subtipos serão ativados,

influenciando-se mutuamente e de forma antagônica: os linfócitos Th1 sintetizam e

liberam INF-γ, uma citocina que inibe a ação dos linfócitos Th2, enquanto que estes

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produzem e secretam a Interleucina-10, que possui ação inibitória sobre o subtipo

Th1.

2.3 Interleucina-10 (IL-10)

A IL-10 é uma citocina antiinflamatória, produzida e secretada pelos linfócitos

Th2, principalmente, mas também por células dendríticas e macrófagos ativados.

Outros tipos celulares também transcrevem o gene da IL-10, tais como linfócitos B,

células NK, monócitos, eosinófilos e mastócitos, modulando sua proliferação por

mecanismo autócrino. Entre seus receptores, o IL-10 R1 é encontrado em células

hematopoiéticas, fibroblastos e células epiteliais, apresentando maior afinidade à

interleucina, que seu outro receptor IL-10 R2, encontrado na maioria das células.

(MOSSER et al., 2008; MARCOS, 2010). Estes dados estão de acordo com Reitamo

et al (1994) que já afirmavam que a IL-10 pode modular a atividade de fibroblastos e

condrócitos, desempenhando papel importante na reparação tecidual.

A IL-10 age no controle homeostático das reações da imunidade inata e da

imunidade mediada por células, exercendo seus efeitos pleiotrópicos após interação

com o receptor específico, nos tipos celulares responsivos a ela (HO et al., 1993;

LIU et al., 1994; KRONFOL; REMICK, 2000; ABBAS; LICHTMAN; POBER, 2003).

Células dendríticas e macrófagos ativados ao secretarem IL-10 inibem sua

própria atividade, por supressão do complexo de histocompatibilidade (MHC classe

II) consistindo em um exemplo clássico de feedback negativo. Nestes tipos celulares

a IL-10 também inibe a síntese e liberação de IL-12 e TNF-α (DE WAAL MALEFYT

et al., 1991; McGUIRK, CANN; MILK, 2002).

A IL-10 reduz a proliferação e produção de diversas citocinas dos linfócitos

Th1 como IFN-γ, IL-1, IL-2, IL-6, IL-8 e IL-12, entre outras, através do bloqueio da

atividade do fator nuclear kappa B (NF-kB), possibilitando o estabelecimento de

respostas Th2. Estas consistem na elevação da produção de IL-4 e IL-5, que

promovem a proliferação e diferenciação de linfócitos B (MOSSMANN; COFFMAN,

1989).

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Germann, Partenheimer e Rude (1990) observaram que a inibição dos

linfócitos Th1 na presença de IL-10, se dá através da supressão de IL-12 nestas

células, pois a produção de citocinas inflamatórias por Th1 é dependente da ação

estimulatória de IL-12.

A ação antiinflamatória se dá, portanto, pela diminuição da produção de

citocinas pró-inflamatórias, pela inibição da migração de células inflamatórias para o

local da lesão, além de aumentar os receptores antagonistas de IL-1 pelos

macrófagos e suprimir a ativação e diferenciação de monócitos. (FIORENTINO et al.,

1991; MARQUES, CIZZA; STERNBERG, 2007; RICCHETTI et al., 2008; MOSSER;

ZHANG, 2008).

Além da atividade imunossupressora, a literatura descreve a IL-10 como uma

interleucina que promove o processo cicatricial, resguardando as características

mecânicas e funcionais da área em reparo tecidual (RICCHETTI et al., 2008).

A síntese e secreção desta interleucina também responde ao mecanismo de

feedback negativo: a síntese de IL-10 é inibida por IL-4 e pela própria IL-10

(BENJAMIN; KNOBLOCK; DAYTON, 1992).

2.3.1 O papel da IL-10 na reabsorção e aposição ósseas

Além de mediar a resposta imune, a IL-10 desempenha funções centrais na

recuperação da homeostase do tecido ósseo alveolar, tanto em condições

fisiológicas, como sob movimentação ortodonticamente induzida.

Uma vez presente, a IL-10 promoverá a quimiotaxia de células

mensenquimais (predecessoras), que poderão se diferenciar em osteoblastos

mediante ação autócrina e parácrina das proteínas morfogenéticas ósseas (BMPs).

Todavia, o papel da IL-10 na própria diferenciação das células predecessoras em

osteoblastos ainda é mal compreendida (DUCY; KARSENTY, 2000).

Os achados de experimentos in vitro, muitas vezes parecem contraditórios,

porém, nem sempre se pode extrapolar os resultados apresentados por células

diferenciadas de uma espécie para outras (MEIKLE, 2006). Neste sentido Long, et

al. (2001) em experimento com células do LPD humano, submetidas a forças de

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tensão cíclicas, aumentaram a expressão de IL-10, enquanto que, no experimento

de García-López et al. (2005) com osteoblastos da calvária de ratos, a produção de

IL-10 diminuiu após a aplicação de tensão de tração intermitente.

Esta diferenciação em osteoblastos é central na neoformação óssea, pois são

estas células que sintetizam e depositam a matriz óssea ou osteóide, com sua

subseqüente mineralização, quando os osteoblastos secretam vesículas ricas em

fosfatase alcalina e vesículas ricas em cálcio, promovendo a calcificação da matriz

(JOHNSON, 2000).

O processo evolui para a maturação do tecido formado, com a diferenciação

dos osteoblastos em osteócitos, que constitui evento fundamental para a

homeostase do tecido ósseo. Aqui, novamente, a IL-10 desempenha um papel

importante, como demonstrou o estudo de Claudino et al. (2010) com ratos knockout

para IL-10: nestes animais a diferenciação dos osteoblastos em osteócitos está

prejudicada.Os autores também enfatizaram a propriedade anti-apoptótica da IL-10,

como possível fator de proteção para os osteócitos e concluíram o estudo

enfatizando a necessidade de mais pesquisas que elucidem os mecanismos

bioquímicos pelos quais a IL-10 interage com osteoblastos e osteócitos.

Por outro lado, a IL-10 afeta diretamente as células predecessoras dos

osteoclastos, inibindo a osteoclastogênese, além de coibir a ativação dos

osteoclastos já diferenciados (MEIKLE, 2006; MOHAMED et al., 2007).

A inibição da osteoclastogênese se dá por várias vias, como o aumento da

expressão de OPG, inibição de RANKL e de M-CSF. (MEIKLE, 2006; LIU; YAO;

WISE, 2006). Outra importante via de inibição da osteoclastogênese decorre da

redução da expressão de NFATc1 (fator nuclear de células T ativadas isoforma c1)

na presença de IL-10 (EVANS; FOX, 2007; MOHAMED et al., 2007).

Na mesma direção, apontam os achados de Menezes et al. (2008), que

identificaram uma correlação positiva entre as concentrações de IL-10 e a ação dos

supressores de sinalização de citocinas (SOCS) que ao suspenderem a via de

sinalização pró-inflamatória, também inibiram a diferenciação e ativação de

osteoclastos, atenuando a progressão da lesão tecidual.

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Hilgenberg et al. (2006) estudaram a expressão de fatores de transcrição,

mediadores e inibidores de remodelação tecidual em amostras de ligamento

periodontal de dentes submetidos a forças ortodônticas: os achados demonstraram

que no lado de tensão a expressão de IL-10 e fatores de crescimento foi

significantemente maior do que no grupo controle. Para os autores, as citocinas

desempenham papel determinante na resposta tecidual frente às forças

ortodônticas, modulando o equilíbrio entre reabsorção e neoformação ósseas.

2.4 Laserterapia: fotobiomodulação na movimentação ortodôntica

2.4.1 Laser: características e aplicações

A palavra laser é o acrônimo da expressão inglesa Light Amplification by

Stimulated Emission of Radiation, que, traduzido, significa amplificação da luz por

emissão estimulada de radiação.

Albert Einstein postulou a primeira teoria sobre o laser em 1916, lançando as

bases para as pesquisas subsequentes. A partir das idéias de Einstein, Theodore

Maiman concebeu o primeiro aparelho de emissão de laser, durante a década de 60,

possibilitando sua utilização nas mais diversas áreas, inclusive na medicina e

odontologia (ALMEIDA-LOPES et al., 1999).

O laser é uma forma de radiação eletromagnética, convertida em energia

luminosa, visível ou não, cujo espectro varia do infravermelho ao ultravioleta. Sua

visibilidade depende das características físicas da matéria que o produz.

(BRUGNERA JR; VILLA; GENOVESE, 1991; GENOVESE, 2000).

A radiação laser é produzida através de um meio ativo, composto por

substâncias gasosas, líquidas ou sólidas, que emitem energia luminosa quando

excitadas por uma fonte de energia externa. O processo gerador do laser consiste

em transformar o meio ativo em meio amplificador de radiação, através do fenômeno

denominado “inversão de população”. Este fenômeno consiste no “salto” do elétron

de um nível de energia menor para um maior e deste para o menor novamente. Este

decaimento libera um fóton, que é um quantum de energia altamente concentrado.

Este fóton desencadeia o decaimento em cascata dos demais elétrons excitados,

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resultando em emissão estimulada de radiação (HALLIDAY, 1995; ALMEIDA-

LOPES, 2004).

O espectro eletromagnético é estritamente organizado em ondas. Desta

forma, suas características essenciais são a frequência, amplitude e comprimento de

onda, que variam segundo o material que produz a radiação. Das características

citadas, é o comprimento de onda que determinará a visibilidade da radiação

luminosa. O espectro visível ao olho humano possui comprimento de onda entre 385

e 760nm; abaixo desta faixa a luz é denominada de ultravioleta e acima de

infravermelha, ambas invisíveis ao ser humano (MISERENDINO, 1995; GENOVESE,

2000).

O laser difere de outras formas de energia luminosa devido a propriedades

muito específicas. Três delas são distintivas: a monocromaticidade, a coerência e a

unidirecionalidade ou colimação.

A monocromaticidade é conferida por fótons de uma única cor e com o

mesmo comprimento de onda; este atributo é de fundamental interesse na prática

terapêutica, por possibilitar a absorção seletiva pelos diferentes tecidos humanos. A

coerência consiste na capacidade de propagação ordenada, devido à emissão

estimulada que gera fótons que viajam em sincronismo na mesma direção,

movendo-se em fases no tempo e no espaço. A unidirecionalidade ou colimação

refere-se aos feixes paralelos e unidirecionais característicos da luz laser, cujo

paralelismo existente entre o feixe e o eixo do tubo que a produz, resulta em

diminuta divergência angular. Esta propriedade, através de um sistema de lentes,

possibilita a concentração de energia em um único ponto focal, permitindo aos lasers

transportar uma grande densidade de energia para sítios delimitados no tecido

(BRUGNERA JR; VILLA; GENOVESE, 1991; ALMEIDA-LOPES, 1998; GENOVESE,

2000; PINHEIRO, 2001).

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Lâmpada comum policromática

Luz solar policromática

Luz monocromática

Luz laser

Figura 5 – Diferentes tipos de radiação luminosa, em comparação à radiação laser, com suas características de monocromaticidade, unidirecionalidade e coerência Fonte: DANIELE, 2009.

Os principais tipos de lasers utilizados na prática clínica de diversas

especialidades estão na Tabela 1.

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Tabela 1 - Principais tipos de lasers de aplicação clínica.

Tipo de Laser Comprimento de onda Aplicações

Argônio (Contínuo) 418/514 nm Lesões vasculares

Argônio (pulsátil) 577/585 nm Lesões vasculares

Cobre vapor/brometo 510/578 nm Lesões pigmentares, lesões vasculares.

Potássio-titânio-fosfato 532 nm

Lesões pigmentares, lesões vasculares, tecido quelóide, hipertrofia tecidual.

Rubi 694 nm Lesões pigmentares, lesões vasculares, remoção capilar.

Hélio-Neônio 632 nm Cicatrização tecidual, amplo uso na odontologia.

Índio-Gálio-Alumínio 660 nm Aplicações odontológicas.

Alexandrita 755 nm Lesões pigmentares, lesões vasculares, varizes, remoção capilar.

Arsênio-Gálio-Alumínio 830 nm Cicatrização tecidual, amplo uso na

odontologia.

Arsênio-Gálio 940 nm Cicatrização tecidual, amplo uso na odontologia.

Diodo 1064 nm Lesões pigmentares, lesões vasculares, varizes, remoção capilar.

Dióxido de carbono (contínuo) 10600 nm Verrugas, hipertrofias dermatológicas.

Dióxido de carbono (pulsátil) 10600 nm “Remodelação” cutânea, lesões

dermais.

Fonte: DANIELE, 2009.

Mesmo diante da diversidade dos tipos de lasers, suas características

fundamentais são as mesmas, visto que são gerados através do mesmo princípio.

A potência de emissão de radiação e a capacidade de interação com os

tecidos são os critérios de classificação dos lasers. Estes podem ser de alta potência

ou “High-Intensity Laser Treatment” (HILT), normalmente utilizados em cirurgias, ou

de baixa, também denominados lasers não-cirúrgicos, soft laser ou “Low-Intensity

Laser Treatment” (LILT); este último emite radiação de baixa potência, sem

capacidade destrutiva. Em 1965 Sinclair e Knoll desenvolveram então o laser

terapêutico, sem capacidade de corte, cujo objetivo é a bioestimulação tecidual

(SANTOS et al., 2005; CEPERA et al., 2008).

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Os lasers de alta e baixa potência diferem, principalmente, quanto ao

mecanismo de ação, onde, nos primeiros, a ação se dá por aumento da

temperatura, enquanto que nos últimos por mecanismos fotoquímicos, fotofísicos e

fotobiológicos (LOEVSCHALL; ARENHOLT-BINDSLEV, 1994; Al-WATBAN; ZHANG,

1997).

Em Odontologia os tipos de laser de alta intensidade mais utilizados são: CO2

(dióxido de carbono), Nd:YAG (Neodímio-Itrio-Alumínio-Granada), Er:YAG (Érbio-

Itrio-Alumínio-Granada), Argônio e diodos semicondutores, enquanto que os de

baixa potência mais utilizados são os de Arsênio-Gálio (AsGa), Arsênio-Gálio-

Alumínio (AsGaAl), Hélio-Neônio (HeNe) e Indio-Gálio-Alumínio-Fósforo (InGaAlP)

(THEODORO; GARCIA, 2001).

Na prática odontológica o laser mais utilizado é o de baixa intensidade, devido

as suas propriedades analgésica, antiinflamatória e bioestimulante. Estes efeitos

biológicos contribuem na reparação tecidual (BRUGNERA JR; PINHEIRO, 1998).

Segundo Turner e Hode (2007) laserterapia é um termo que se refere aos

procedimentos terapêuticos no qual são empregados lasers de baixa intensidade, na

faixa do vermelho (luz visível) de 630 a 700 nanômetros (nm) e infravermelho

próximo: de 700nm a 904nm. O infravermelho tem maior penetração tecidual, sendo

o mais indicado para o tratamento do tecido ósseo e nervoso (BRUGNERA JR;

VILLA; GENOVESE, 1991; GENOVESE, 2000; MELLO; MELLO, 2001).

Desta forma, sempre que o termo laserterapia aparecer no presente trabalho

referir-se-á à laserterapia de baixa intensidade (LTBI).

2.4.2 Aspectos biomoduladores da laserterapia

Tal como a luz comum, a radiação laser pode ser refletida, absorvida e

transmitida, sofrendo ou não espalhamento durante o seu trajeto pelo tecido. Estas

características, somadas as suas propriedades únicas, como focalização e emissão

de altas densidades de energia, fazem do laser, um instrumento de grande eficácia e

aplicabilidade nas áreas biomédicas (ALMEIDA-LOPES, 1998; BRUGNERA JR;

PINHEIRO, 1998; GENOVESE, 2000).

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A energia radiante do laser é do tipo não ionizante, portanto, não há remoção

de elétrons das biomoléculas que constituem o meio, através do qual o laser está se

deslocando no momento da aplicação. Todavia, o laser de baixa intensidade possui

uma propriedade de indução fotobiológica, capaz de provocar alterações

bioquímicas, bioelétricas e bioenergéticas nas células irradiadas, com a vantagem

de ser um método não invasivo, podendo ser empregado, inclusive, em gestantes e

portadores de marca-passo (PINHEIRO, 2008; KARU, 1999).

Os tecidos biológicos são responsíveis ao laser de baixa intensidade, devido

aos cromóforos (moléculas fotorreceptoras, capazes de absorver luz) que integram

compostos biomoleculares como as flavoproteínas, porfirinas, citocromo, melanina,

hemoglobina, tirosina e asparagina, presentes nas células. A interação do laser com

os diferentes cromóforos depende do comprimento de onda utilizada, o que

determinará alterações específicas no metabolismo celular, melhorando ou

reabilitando o seu funcionamento nos mais diversos tecidos (KARU, 1998; AMAT et

al., 2005; HUANG; HAMBLIN, 2012).

O principal mecanismo de ação, deste tipo de laser, é a fotobioestimulação

exercida sobre os cromóforos das membranas mitocondriais, cujo efeito sobre a

cadeia respiratória resulta em aumento da síntese de ATP (trifosfato de adenosina).

Desta forma, ocorre incremento da síntese protéica, com consequente estímulo à

proliferação celular, aceleração de mitoses e reequilíbrio do potencial de membrana,

resultando em aumento do trofismo celular, com conseqüente normalização de

deficiências (GENOVESE, 2000; KARU; PYATIBRAT; AFANASYEVA, 2005;

PINHEIRO, 2008).

A modulação do metabolismo celular, no tecido ósseo, por exemplo, promove

a diferenciação de fibroblastos, com normalização do depósito de fibras colágenas e

elásticas no tecido em reparação, além de otimizar a microcirculação, controlando o

processo inflamatório. Todos os efeitos biológicos observados decorrem de eventos

não térmicos (PASSARELLA et al., 1984; GENOVESE, 2000; SCHAFFER et al.,

2000; TUNÉR; HODE, 2002; WALSH, 2003; GAVISH; YURKE; IMRY, 2004;

VEDOVELLO FILHO et al., 2005; RENNO et al., 2006; CEPERA et al., 2008).

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A ação fotobiológica resulta em modulação bioquímica no tecido irradiado,

promovendo a síntese e liberação de mediadores, como a histamina, serotonina,

bradicinina e heparina, ou por alterações nas reações enzimáticas (AMAT et al.,

2006).

A energia radiante, após ser absorvida e interagir em nível molecular, será

transduzida, promovendo a resposta tecidual objetivada pela ação terapêutica. A

intensidade desta interação é determinada pelo comprimento de onda, sua afinidade

pelo tecido irradiado e pelas características ópticas de cada tecido. A natureza desta

interação é específica, devido à propriedade de monocromaticidade do laser, que

corresponde a um único comprimento de onda, determinando quais biomoléculas

absorverão a radiação incidente. Assim, para cada comprimento de onda há um tipo

diferente de interação entre tecido e radiação laser. Os outros fatores que interferem

na biomodulação consistem na densidade de energia e no tempo de irradiação

(KARU, 1989; BRUGNERA JR; PINHEIRO, 1998; AMAT et al., 2006).

Smith (1991) propôs que as propriedades fotofísicas dos lasers de radiação

infravermelha agem na membrana celular aumentando a permeabilidade dos canais

de cálcio divalente (Ca++); o aumento da concentração deste cátion no meio

intracelular modula a síntese de ácido ribonucléico (RNA) e ácido

desoxirribonucléico (DNA). Os íons Ca++ são mensageiros intracelulares em muitos

sistemas de transdução sinalizada.

A dosimetria adequada depende de inúmeros fatores, como tipo de aparelho,

distância deste ao tecido alvo, tipo de laser, modo de liberação, número de

irradiações, duração do tratamento, entre outros, dependendo dos efeitos

terapêuticos buscados. Todavia, os parâmetros que norteiam a dosimetria ideal

ainda precisam ser melhor compreendidos (BRUGNERA JR; PINHEIRO, 1998).

Neste aspecto, Pinheiro e Gerbi (2006) ressaltaram que além da dose total de

irradiação, a duração das sessões e o modo de liberação são parâmetros

importantes na obtenção dos desfechos buscados: são encontrados na literatura

estudos com lasers na faixa do infravermelho, que mostram o efeito trófico sobre

osteoblastos e deposição de colágeno, como o trabalho de Ueda e Shimizu (2003)

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no qual a proliferação osteoblástica foi aumentada quando a cultura de células

recebeu irradiação de laser AsGaAl no modo pulsado, acelerando a formação óssea.

Na literatura há muitos estudos sobre o efeito da LTBI na reparação de

tecidos lesados, onde a proliferação de fibroblastos de espécies variadas e a síntese

de matriz extracelular são estimuladas por este tipo de energia radiante

(BEDNARSKA et al., 1998; KREISLER et al., 2002; ALMEIDA-LOPES et al., 2001;

ZANG et al., 2004; FRIGO et al., 2009).

A efetividade da LTBI no controle do processo inflamatório também foi

constatada por Brugnera Jr e Pinheiro (1998) cujos achados revelaram a capacidade

do laser em inibir a síntese de mediadores inflamatórios. Estes resultados estão

alinhados com Yu et al. (1996) que antes demonstraram a inibição da IL-1 em

cultura de queratinócitos humanos. Já Sakurai, Yamaguchi e Abiko (2000)

apontaram para a modulação sobre a atividade de fibroblastos e a redução de

metabólitos do ácido araquidônico.

Os esforços de Neiburger (1999) e Moore, et al. (2005) demonstraram a

habilidade do laser de baixa intensidade em acelerar o processo de cicatrização

tecidual.

Dube, Bansal e Gupta (2003) constataram que células do sistema imune

também são suscetíveis aos efeitos fotobiológicos do laser, ao terem sua

proliferação e ativação aumentadas após irradiação, assim como os macrófagos,

cuja atividade fagocítica foi acentuada. A secreção de fatores de crescimento de

fibroblastos e a reabsorção de fibrina também foram estimuladas.

2.4.3 Laserterapia na regeneração óssea

O tecido ósseo tem se mostrado muito responsivo ao efeito biomodulador da

LTBI, conforme indica a literatura, tanto em estudos in vitro como in vivo. Muitos

autores têm investigado os efeitos do laser de baixa intensidade, buscando uma

correlação positiva com a osteogênese. Segundo Viegas et al. (2005) a LTBI pode

proporcionar maior deposição de matriz óssea, sobretudo no início do processo.

Veronesi e Munin (2006) e Casalechi et al. (2007) também mencionaram tais efeitos,

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ressaltando a atividade promotora da reparação alveolar, neoformação óssea pós

disjunção palatina e reparação de fraturas, principalmente pelo estímulo à

proliferação de osteoblastos.

Nos estudos com radiação laser Hélio-Neônio (HeNe), este estímulo foi

demonstrado, porém com uma relação dose-dependente. Já as pesquisas com

Arsênio-Gálio-Alumínio (AsGaAl) evidenciaram sua elevada penetração tecidual,

devido a absorção pela hidroxiapatita, enquanto que a água e a hemoglobina

apresentam baixo coeficiente de absorção para este tipo de laser (FENERICH,

2009).

Utilizando laser diodo (comprimento de onda de 904nm e 20 J/cm² de

densidade de energia) Takeda et al. (1998) observaram o aumento na proliferação

de fibroblastos, melhora na formação de tecido de granulação cicatricial, aceleração

do fechamento das bordas epiteliais da lesão, deposição precoce de matriz óssea e

aceleração na formação das trabéculas após irradiação em alvéolos de

ratos,previamente submetidos a exodontia.

Trelles e Mayayo (1987) verificaram que o laser HeNe (comprimento de onda

632 nm, com energia incidente de 2,4 J/cm2, potência de 4 mW) irradiado em

sessões de 10 minutos, com intervalo de 48 horas; em um total de 12 sessões,

diminuiu o processo inflamatório, promoveu a vascularização e o aumento no

número de trabéculas ósseas em experimento com fratura tibial de ratos. Resultado

similar foi obtido por Yaakobi, Maltz e Oron (1996) ao também irradiarem laser HeNe

na região cortical da tíbia fraturada de ratos, onde o laser aumentou em duas vezes

o reparo ósseo. Freitas, Baranauskas e Cruz-Höfling (2000) compararam os efeitos

de três doses diferentes de HeNe no tratamento de fratura tibial de ratos, com doses

de 3,15 J/cm², 31,5 J/cm² e 94,7 J/cm², durante 8 a 15 dias. Os resultados

mostraram uma relação dose-dependente, na qual a dose 94,7 J/cm² acelerou o

reparo ósseo e aumentou sua área. Silva Jr et al. (2002) realizaram experimento

com 60 ratos, também submetidos a fratura de tíbia, irradiados com laser HeNe (632

nm, potência de 4 mW e densidade de 2,4 J/cm²) aplicado em um único ponto focal

a cada 48 horas, obtendo resultados similares aos autores já citados,com aumento

na velocidade de neoformação e densidade ósseas, em comparação ao grupo de

animais não irradiados.

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Vários autores realizaram estudos com o laser AsGaAl, como Guzzardella et

al. (2002) que utilizaram este tipo de laser com 780nm, 30 J/cm², 300Hz e 1W para

irradiar células de fêmures de ratos em sessões de 10 minutos durante 10 dias. Os

autores mensuraram os níveis de fosfatase alcalina, cálcio e oxido nítrico e

constataram o aumento significativo destes indicadores, denotando aceleração da

formação óssea.

Neves et al. (2005) aplicaram laser AsGaAl (790 nm, 2J/cm2) obtendo efeito

analgésico, antiinflamatório e aceleração da reparação óssea nos casos de

expansão rápida da maxila em humanos, com aplicação em 3 pontos, em 2 e 3

sessões semanais. Já Galvão et al. (2006) aceleraram o reparo ósseo em

osteotomia realizada na tíbia de ratos da raça Wistar com a utilização de laser

AsGaAl (780nm, 30mW, 112,5J/cm2) em 12 sessões de 2,5 minutos cada.

Khadra et al. (2004) observaram maior concentração de cálcio e fósforo em

análise histomorfométrica do tecido tibial de coelhos irradiadas com laser AsGaAl,

após a colocação de implantes. Os autores concluíram que no grupo irradiado a

maturação óssea foi mais rápida. Os mesmos autores avaliaram o efeito do laser de

diodo AsGaAl (dosagens de 1,5 a 3 J/cm²) na síntese de fatores de crescimento em

cultura de células osteoblásticas mandibulares humanas e observaram maior síntese

de TGF-β1, diferenciação e proliferação deste tipo celular.

O incremento na atividade dos osteoblastos e a down-regulation na

osteoclastogênese foi demonstrada por Ninomiya et al. (2007) em experimento com

laser pulsado de 1064 nm, obtendo maior volume ósseo em um claro estímulo a

osteogênese. Esses achados corroboraram os resultados de Ozawa et al. (1998)

com cultura de células ósseas de ratos, irradiadas com laser AsGaAl (830 nm, 500

mW). Neste estudo os autores observaram o aumento da diferenciação e

proliferação de osteoblastos, maior atividade da fosfatase alcalina e aumento da

expressão do gene que codifica a osteocalcina, promovendo neoformação óssea.

2.4.4 Laserterapia na movimentação dentária induzida

A Ortodontia é uma das áreas de grande aplicação da LTBI, devido a suas

características bioestimulante e regenerativa, que proporcionam um meio eficaz de

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modular a remodelação dos tecidos periodontais, acelerar a remodelação óssea

alveolar, auxiliar no controle do processo inflamatório associado e aumentar a

velocidade da movimentação dentária ortodonticamente induzida (KAWASAKI;

SHIMIZU, 2000; CRUZ et al., 2004; KIM et al., 2007; YAMAGUCHI et al., 2007;

FUJITA et al., 2008; YOUSSEF et al., 2008; DANIELE, 2009; VIEIRA, 2009).

Walsh (2003) salientou que, na dosimetria adequada, o laser de AsGaAl

estimula a micro-circulação;considerando que este efeito é extremamente desejável,

quando o objetivo é a reabsorção e a neo-formação ósseas, a LTBI pode consistir

em técnica de interesse na clínica ortodôntica.

Fenerich (2009) mencionou que o tecido ósseo, submetido à compressão por

movimentação ortodôntica, deposita mais cálcio após irradiação com laser AsGaAl.

Também os níveis de fosfatase alcalina, cálcio e óxido nítrico podem sofrer aumento

com a LTBI.

Um dos primeiros trabalhos em LTBI com finalidade ortodôntica foi realizado

por Saito e Shimizu (1997). Neste estudo, os autores avaliaram os efeitos do laser

AsGaAl (830nm, modo contínuo, 100mW, com densidade entre 126 a 420 J/cm²) na

regeneração óssea, após cirurgia de expansão da maxila de ratos. As sessões de

irradiação foram realizadas no dia da cirurgia e nos três dias subsequentes,

revelando que a neoformação óssea e a maturação das trabéculas foram mais

evidentes, quanto mais precoce foi a aplicação do laser, sendo que o grupo irradiado

somente uma vez, não mostrou diferença significante do grupo controle. Os autores

concluíram que a regeneração óssea está diretamente relacionada à dose aplicada,

número de aplicações e ao intervalo de tempo entre as sessões, além de enfatizar

que o osso formado nessas situações, apresenta qualidade superior àquele que não

sofreu o mesmo procedimento terapêutico.

Já Kreisler et al. (2003), em experimento in vitro, provocaram alta proliferação

de fibroblastos do ligamento periodontal humano, ao irradiá-los com laser AsGaAl,

809 nm, 10 mW, 7,84 J/cm2, durante 75, 150 e 300 segundos.

Cruz et al. (2004) utilizou a LTBI em 11 indivíduos, submetidos à retração dos

caninos. O estudo, que teve duração de 60 dias, teve o seguinte delineamento: o

laser foi irradiado na mucosa alveolar ao redor do canino de um dos hemiarcos

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dentários superiores, sendo o canino do lado oposto o controle. O canino do lado

experimental recebeu ativação mecânica a cada 30 dias e irradiação de um laser de

diodo semicondutor de AsGaAl, com 780 nm, potência de 20mW e doses de 5 J/cm2,

em sessões de 10 segundos, durante 4 dias, em cada um dos dois meses de

estudo. O laser foi aplicado em cinco pontos na face vestibular e cinco na face

palatina, assim distribuídos: dois no terço cervical da raiz (mesial e distal), dois no

terço apical (mesial e distal) e um no terço médio (centro da raiz). O canino do lado

controle, apenas recebeu a ativação a cada 30 dias. Ao final do estudo, o canino do

lado irradiado de todos os pacientes, apresentou velocidade de distalização 30%

acima da velocidade desenvolvida pelo canino do lado controle.

Ferreira Filho (2006) analisou a analgesia em 42 indivíduos adultos de ambos

os sexos, após instalação de elásticos separadores, onde metade da amostra

recebeu aplicações de laser de diodo (790 nm, 2J/cm²) em duas sessões. O grupo

irradiado referiu demora no início da sensação dolorosa, com redução da

intensidade, além de demonstrar melhor resposta da movimentação dentária.

Dentes de ratos foram irradiados com laser AsGaAl (830nm, 100 mW, 18

J/ponto) uma vez por dia durante doze dias. As aplicações ocorreram em três pontos

de contato com a gengiva ao redor do 1º molar superior esquerdo, um por mesial,

outro por vestibular e o terceiro por palatino, com duração de 3 minutos por ponto. A

medição denotou que o movimento dentário no grupo irradiado foi 30% maior que no

grupo controle. Os resultados também revelaram que a proliferação celular no lado

de tensão foi mais acentuada, assim como a população de osteoclastos no lado de

pressão, quando comparados ao grupo não irradiado. Os autores concluíram que a

LTBI pode acelerar a remodelação óssea e o movimento dentário a ela associado

(KAWASAKI; SHIMIZU, 2000).

Stein et al. (2005) irradiaram células osteoblásticas de humanos in vitro com

laser HeNe (632nm, 10mW) e verificaram que a diferenciação, proliferação e

maturação das células irradiadas foi significativamente maior do que no grupo de

células não irradiadas.

Mendes (2005) utilizou laser AsGaAl (830nm, 100mW, diâmetro do feixe

0,6mm, 54J) por quatorze dias em dentes de ratos submetidos a movimentação

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ortodôntica e concluiu que o laser promoveu a absorção óssea no lado de pressão.

Também Aihara, Yamaguchi e Kasai (2006) reiteraram que a LTBI estimula a

diferenciação e ativação de osteoclastos.

Limpanichkul et al. (2006) realizaram um estudo randomizado, duplo cego e

controlado por placebo, para testar a hipótese de que as forças mecânicas somadas

à laserterapia resultam em aumento de velocidade na movimentação ortodôntica.

Doze adultos jovens, que necessitavam de retração dos caninos superiores, usando

molas de retração fixadas à aparelhagem de Edgewise, participaram deste estudo,

onde um lado do arco foi irradiado e no oposto foi realizada uma pseudo-aplicação.

Após exodontia dos primeiros pré-molares do mesmo arco, receberam tratamento

com laser AsGaAl em oito pontos (860nm, potência de saída 100mW, densidade de

potência 1,11W/cm2, 2,3 J por ponto, dose total de 25 J/cm2) em sessões de 23

segundos por ponto, durante três meses. Foram irradiados três pontos na mucosa

alveolar vestibular e mais três pontos por palatino, sendo um na cervical, outro no

terço médio e mais um no ápice radicular, além de mais dois pontos na distal do

canino superior. As sessões ocorreram após a ativação mensal das molas por três

dias consecutivos no início e mais três dias no final de cada mês. Os resultados das

medições demonstraram que não houve diferença significante nos valores da

distalização dos caninos entre o lado irradiado e o lado placebo. Os autores

sugeriram que os resultados podem ter decorrido da dose utilizada, a qual foi

considerada baixa, a posteriori.

Segundo Goulart et al. (2006) o comprimento de onda e a dosimetria podem

determinar resultados opostos. A irradiação de laser de diodo AsGaAl com 780nm,

70mW, 5,25J/cm2, durante três segundos, pode acelerar o movimento ortodôntico,

enquanto que o mesmo tipo de laser com os parâmetros 660nm, 70mW, 35J/cm2,

durante 20 segundos, pode retardá-lo.

Yamaguchi et al. (2007) utilizaram um laser de 810 nm em modo contínuo

aplicado em três pontos por 3 minutos cada, na mesial, na vestibular e outro por

palatino ao redor do 1º molar superior, em aplicações de 3 minutos por ponto,

totalizando 54 J de energia total. Os achados revelaram que a LTBI estimulou a

atividade de remodelação óssea, aumentando a velocidade na movimentação

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dentária através das expressões de M-CSF e C-fms, diminuindo o tempo de

tratamento ortodôntico.

Já Seifi et al. (2007) que também compararam os efeitos provocados por

lasers, com comprimento de onda diferentes, obtiveram resultados controversos na

cavidade oral de coelhos. O laser foi aplicado uma vez por dia, durante nove dias,

em contato com a gengiva por palatino ao redor do 1º molar superior. Um grupo

recebeu aplicações de laser de 850 nm em modo pulsado, com potência de 5mW,

totalizando 8,1 J, por 3 minutos por ponto; o outro grupo foi irradiado com laser 630

nm em modo contínuo, com potência de 10mW, totalizando 27 J de energia, por 5

minutos por ponto. Os resultados apontaram que a movimentação dentária foi 50%

mais rápida no grupo controle, quando comparado a ambos os grupos de irradiados.

Youssef et al. (2008) em estudo semelhante ao realizado por Cruz et al. em

2004 e Limpanichkul et al. em 2006, tratou com laser diodo AsGaAl (809 nm, 100

mW, 8 J/cm2) 15 pacientes submetidos à retração dos caninos. Este estudo foi

delineado tendo um dos lados do arco dentário superior e inferior como grupo

experimental e o outro lado como grupo controle. Foram avaliadas velocidade de

distalização dos caninos e percepção de dor. O tratamento foi iniciado com a

exodontia dos primeiros pré-molares superiores e inferiores, devido à insuficiência

de espaço para o correto alinhamento dos dentes, ou presença de biprotrusões. O

tratamento ortodôntico foi iniciado 14 dias após a extração dos pré-molares. A

retração dos caninos foi acompanhada do uso de molas pré-fabricadas em ambos

os arcos. O lado experimental (direito) foi irradiado com o laser, cuja ponteira foi

aplicada na gengiva por vestibular e por lingual. O tempo de aplicação variou

segundo o ponto aplicado: cervical, 10 segundos; ponto no terço médio, 20

segundos e o terceiro no ápice da raiz, por mais 10 segundos. O laser foi aplicado

nos dias zero, três, sete e quatorze. A mola foi reativada no 21º dia em ambos os

lados. A retração do canino foi mensurada com um paquímetro digital e comparada

com o dente oposto do mesmo arco dentário. A velocidade da movimentação dos

caninos, em ambos os arcos dentários, foi significantemente maior no lado irradiado

do que no lado controle e a percepção de dor, avaliada através de um questionário

respondido pelo paciente, foi menor no lado irradiado.

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Abi-Ramia et al. (2010) observaram a intensificação da neovascularização

provocada pelo laser de baixa intensidade (AsGaAl, 830 nm, 100 mW, 18 J/cm2), no

tecido pulpar de ratos submetidos à movimentação ortodôntica. No grupo irradiado,

a LTBI provocou um afluxo maior de fibroblastos e demais células diferenciadas,

resultando em aumento da deposição de fibras colágenas, em comparação com o

grupo controle, também submetido à movimentação dentária, porém sem tratamento

com laser. Os autores concluíram que a LTBI otimiza o tratamento ortodôntico,

devido à aceleração do reparo do tecido pulpar.

Com o objetivo de observar os efeitos do laser em alguns dos fatores

desencadeantes da osteoclastogênese e seu papel na velocidade da movimentação

dentária induzida, Yamaguchi et al. (2010) irradiaram os molares de um grupo de

ratos Wistar, submetidos à movimentação por aplicação de 10 g de força. Todos os

50 animais do experimento foram submetidos à movimentação ortodôntica e então

divididos em dois grupos: irradiados e não-irradiados. Para mensurar a velocidade

da movimentação, as maxilas de ambos os grupos foram moldadas com silicone

antes e depois da indução do movimento, durante todos os dias do experimento,

para confecção de modelos de gesso. Esses modelos foram então digitalizados,

através de um aparelho de medição tridimensional por contato (3-D), possibilitando a

mensuração da velocidade de movimentação. Os autores realizaram uma sessão

diária de aplicação do laser AsGaAl (810nm, 100mW, 54 J de densidade total) sendo

que o número total de sessões variou segundo o dia do sacrifício (1, 2, 3, 4 e 7),

quando o tecido periodontal foi removido e encaminhado à análise histológica e

imuno-histoquímica. Os resultados demonstraram que, em relação ao grupo

controle, os irradiados apresentaram no dia 3, principalmente, uma maior expressão

de metaloprotease-9 (MMP-9), catepsina K e subunidades alfa v e beta 3 das

integrinas, que são os fatores desencadeantes da osteoclastogênese, além de terem

observado um maior número de lacunas de reabsorção, com osteoclastos

multinucleados na superfície do osso alveolar no sétimo dia do experimento. As

maxilas digitalizadas demonstraram que a velocidade de movimentação dentária foi

maior no grupo irradiado, em comparação ao grupo controle. Desta forma, os

autores concluíram que a LTBI aumentou a velocidade de movimentação dentária,

devido à maior expressão dos fatores desencadeantes da osteoclastogênese.

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2.5 Laserterapia e IL-10

A IL-10 é uma citocina antiinflamatória e ativa no processo de reparação

tecidual, desempenhando um papel importante na remodelação tissular, em

resposta às forças ortodônticas. Todavia, inexistem estudos sobre a influência do

laser de baixa intensidade sobre a expressão de IL-10, na movimentação dentária

induzida. Desta forma, estão elencados abaixo os escassos estudos sobre a

interação da LTBI e a IL-10 na clínica geral.

Ademais, convém ressaltar que a interação entre as diversas modalidades da

LTBI na modulação da IL-10 é ainda controvertida na literatura, demonstrando a

necessidade de protocolos e parâmetros bem descritos para revisões sistemáticas

futuras.

Boschi et al. (2008) realizaram um experimento, no qual trataram pleurisia

induzida em ratos Wistar, com laser Indio-Gálio-Alumínio-Fósforo (InGaAIP) 660 nm,

20 mW, em modo contínuo, em três dosagens diferentes (0,9 J; 2,1 J e 4,2 J por

cm2). O líquido pleural aspirado do grupo dos animais tratados com 2,1J/cm2 de

dosagem de energia, continha menos leucócitos e menor expressão de NO, TNF-α,

MCP-1, IL-6 e IL-10 na comparação com o grupo controle sem tratamento. Os

autores concluíram que a LTBI induziu um efeito antiinflamatório dose-dependente.

Marcos (2010) comparou os efeitos do diclofenaco de sódio com o laser

infravermelho, aplicado em três densidades de energia diferentes, no tratamento de

tendinite induzida em ratos Wistar. Os animais foram alocados em grupos

experimentais, sendo que em um deles, foi injetada uma solução salina na região

peritendínia, servindo como controle. Nos demais animais do experimento, foi

induzida uma inflamação através de injeção transcutânea de colagenase no tendão

calcâneo. Estes animais foram distribuídos nos seguintes subgrupos: tratados com

diclofenaco de sódio 30 minutos antes da indução de inflamação, irradiados com 1

Joule, irradiados 3 Joules, irradiados 6 Joules e um grupo que não recebeu

tratamento algum. Os animais foram irradiados por contato em um único ponto na

região da injeção, em uma dose única, 1 hora após a indução do processo

inflamatório. O tempo de aplicação variou de acordo com a densidade de energia.

Após o sacrifício, os tendões foram removidos e a expressão de IL-10, citocinas

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inflamatórias, COX-1 e COX-2 e PGE2 foram analisadas. Os resultados apontaram

para a efetividade da LTBI, com a densidade energética de 3J, que reduziu a

expressão de COX-2, o infiltrado inflamatório, o edema e a atividade neutrofílica,

enquanto que determinou um grande incremento de IL-10 nas amostras desse

grupo. O autor observou que o laser nos parâmetros 810nm,100mW, densidade de

energia 3J/cm2, apresentou melhor performance que o diclofenaco de sódio na

mensuração de todos os mediadores avaliados.

Mozzati et al. (2011) aplicou laser de baixa intensidade (904 nm , 200 mW ,

180 J/cm2) em 10 indivíduos adultos submetidos a extração dentária bilateral. Neste

estudo cada paciente recebeu sessões de laser na cavidade alveolar pós extração

de um dos dentes, sendo que a outra cavidade não recebeu tratamento algum,

funcionando como controle. As aplicações foram realizadas por sete dias

consecutivos, com duração de 15 minutos. Amostras de tecidos moles foram obtidas

antes da extração e sete dias após a exodontia, para análise da expressão de

mediadores inflamatórios. Os resultados revelaram que as amostras irradiadas

apresentaram menor concentração de ciclo-oxigenase-2 (COX-2), IL-1β, IL-6 e IL-10

após sete dias de tratamento, desenvolvendo um processo inflamatório muito menos

intenso do que na outra cavidade alveolar que não recebeu a LTBI, além dos

pacientes referirem menos dor no local tratado.

Laraia (2011) em experimento com ratos Wistar, analisou os níveis de

expressão de mediadores da inflamação, em resposta à terapêutica com laser

InGaAIP no tratamento de lesão cortante no tendão calcâneo. Os animais foram

alocados em três grupos experimentais de acordo com o momento da eutanásia: 6

horas, 24 horas e 72 horas após a tricotomia tendínea, sendo que cada grupo foi

subdividido em irradiados e controles. Estes últimos, portanto, também foram

submetidos à lesão, mas não foram tratados com LTBI. As aplicações com o laser

InGaAIP (660 nm, 100mW, 6 J/cm2 de densidade de energia obtida com afastador

de 1 cm2) foram iniciadas logo após a tricotomia do tendão, com uma sessão diária

de 60 segundos, em ponto único, até a data do sacrifício, quando os tendões foram

removidos e levados para análise. A expressão das interleucinas pró-inflamatórias

IL-1β e IL-6 e a antiinflamatória IL-10 foram mensuradas por teste imunoenzimático

(ELISA). Os resultados mostraram que o laser foi eficaz na redução da expressão

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das citocinas inflamatórias, sendo que a IL-1β reduziu em todos os grupos tratados,

enquanto que a IL-6 apresentou redução apenas no grupo com mais tempo de

exposição ao laser (72 h). Já a expressão de IL-10 apresentou aumento significativo

em todos os grupos irradiados (6h: 32.811.9; 24h: 36.69.2; 72h: 25.03.3) quando

comparada ao grupo controle relacionado (6h: 10.20.9, p=0.0007; 24h: 27.75.7,

p=0.0256; 72h: 10.37.3, p<0.0001). A autora concluiu que a LTBI nos parâmetros

utilizados, foi efetiva na modulação do processo inflamatório e na reparação tecidual.

No mesmo ano, Taciro (2011) utilizou laser AsGaAl, 685 nm, 5,4 W/cm2 para

tratar o tendão de ratos Wistar jovens e adultos, após tenotomiaradical do calcâneo.

O autor testou o laser em duas densidades de energia (3 J/cm2e 10 J/cm2), em 12

sessões consecutivas, uma vez ao dia, em ponto único, no local da lesão. A

expressão de NO, IL-1β e IL-10 foram avaliadas. Os resultados demonstraram que a

LTBI não alterou os níveis de NO em nenhum dos grupos tratados, enquanto que as

concentrações de IL-10 e IL-1β aumentaram no grupo adulto irradiado com 3 J/cm2,

o que, a princípio, parece ser um dado contraditório. Nos demais grupos irradiados

com 10 J/cm2, a expressão de IL-10 diminuiu em ambas as idades. Os autores

concluíram que a idade é uma variável clínica importante na parametrização da LTBI

e que há uma relação dose-dependente na modulação da expressão dos

mediadores da inflamação, resultando em janelas inibitórias ou estimulatórias,

dependendo dos parâmetros utilizados.

Oliveira et al. (2013) compararam os efeitos do laser AsGa (780 nm, 70mW,

3,8 J/cm2, em modo pulsado) com o fármaco imunossupressor azatioprina (AZA) em

experimento com ratos com hipersensibilidade tardia a ovoalbumina. Os animais

foram separados em grupos, segundo o tipo de intervenção, além do grupo controle.

As aplicações de laser ocorreram na cauda dos animais durante seis dias, em

sessões diárias com duração de dez segundos cada. Os resultados demonstraram

que o efeito imunomodulador da LTBI foi similar ao tratamento com o fármaco, não

apresentando diferenças estatisticamente significativas. Desta forma, tal como

ocorrido no grupo tratado com o AZA, o laser promoveu a diminuição dos

mediadores TNF-α, IFN-γ e IL-10 e do infiltrado inflamatório.

Oliveira (2013) testou os efeitos da fototerapia nos métodos laser e LED (Light

Emitting Diode) ambos de baixa intensidade, no tratamento de inflamação induzida

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no tendão calcâneo de 60 ratos Wistar. Os animais foram distribuídos em 12 grupos

(6 para estudo com laser e 6 com LED).Grupo laser: um grupo controle, sem

indução de inflamação; dois grupos com tendinite não tratada: 7 e 14 dias e três

grupos tratados com LTBI: durante 7 e 14 dias e um tratado tardiamente, do 7º ao

14º dia. Exatamente o mesmo esquema foi utilizado para o grupo LED. A tendinite

foi induzida com injeção de colagenase no tendão calcâneo, sendo que os

procedimentos terapêuticos tiveram início 12 horas após esta indução. Os

parâmetros do laser utilizado foram 780 nm, 22mW, 7,7 J/cm2 , em modo contínuo,

com duração de aplicação de 70 segundos, enquanto que os do LED foram: 880 nm,

22mW, 7,5 J/cm2, com duração de aplicação de 170 segundos. O mesmo esquema

de aplicação foi adotado em ambos, com intervalo entre sessões de 48 horas, com

aplicação em ponto único, na região lesionada, sendo que os animais com tendinite

não tratada foram submetidos à simulação com o aparelho desligado. As eutanásias

foram realizadas no 7º e 14º dia do experimento e os tendões removidos. Foram

realizadas análises histomorfométricas, utilizada espectroscopia Raman, para

quantificação dos colágenos e RT-PCR para mensurar a expressão de RNAm para

VEGF, colágenos tipos 1 e 3, metaloproteinases e IL-10. Os resultados

demonstraram que no grupo laser, em comparação com os grupos sem tratamento,

houve diminuição do infiltrado inflamatório, tanto no grupo tratado por 7 dias como

no tratado por 14 dias e aumento significativo da expressão de RNAm para IL-10 em

todos os grupos tratados. Também ocorreu aumento significativo do RNAm para o

VEGF nos ambos os grupos irradiados (7 e 14 dias) porém não mostrou diferença

no grupo que iniciou o tratamento tardiamente, assim como nas metaloproteinases.

A expressão de RNAm para o colágeno tipo 1 aumentou nos grupos tratados por 14

dias, inclusiveno grupo tardio.Todavia, não houve diferença no período experimental

de 7 dias, enquanto que para o colágeno 3, houve aumento do RNAm em ambos os

períodos (7 e 14 dias), quando comparado a controles e inflamados sem tratamento.

O desempenho da fototerapia com LED teve algumas similaridades com o laser,

porém na comparação entre as duas técnicas, o VEGF não mostrou diferença em

nenhum grupo tratado, o colágeno 1 somente aumentou na fase inicial do

tratamento, enquanto que o incremento na concentração de RNAm para IL-10

também ocorreu apenas nos primeiros sete dias e com menor expressão quando

comparado ao laser.

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3 OBJETIVOS

• Investigar o efeito potencial da terapia laser de baixa intensidade na

expressão da Interleucina-10 na fase aguda da inflamação do periodonto de

inserção de ratos submetidos à movimentação ortodôntica.

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4 METODOLOGIA

4.1 Animais Experimentais

O projeto foi avaliado e aprovado pela Comissão de Ética para Análise de

Projetos de Pesquisa, na Universidade Cruzeira do Sul (protocolo CE/UCS-

006/2013) (ANEXO A).

Foram utilizados 35 ratos machos, da linhagem Wistar (Rattusnorvegicus)

pesando entre 200 e 300 gramas e mantidos sob condições controladas, conforme

preconizado pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA).

Os animais foram fornecidos pelo biotério da Universidade Cruzeiro do Sul,

onde foram mantidos durante todo o período experimental, sendo alimentados com

ração balanceada (Labina Purina®) e água mineral ad libitum. A ração fornecida foi

pulverizada e umidificada com água mineral, para evitar danos ao dispositivo

ortodôntico durante a mastigação, exigindo a sua troca diária para evitar a formação

e proliferação de fungos.

A temperatura ambiente foi mantida entre 21 e 23ºC e em condições

adequadas de luminosidade, com ciclo claro/escuro de 12 horas. O

acondicionamento foi efetuado em gaiolas individuais, forradas com raspas de

madeira seca, garantindo as condições sanitárias ideais à saúde e bem-estar dos

animais.

4.2 Grupos experimentais

Os animais foram divididos aleatoriamente, em dois grupos experimentais:

grupo não-irradiado (TO/SL), composto de 15 animais submetidos à movimentação

dentária ortodôntica; e grupo-irradiado (TO/L), com 15 animais submetidos à

movimentação dentária ortodôntica e à irradiação de laser de baixa intensidade.

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Os animais dos grupos experimentais (TO/SL e TO/L) foram distribuídos em

seis subgrupos, divididos de acordo com o momento do sacrifício (72hs, 120hs,

168hs), conforme descrito no Quadro 1.

Um grupo de 05 animais foi utilizado como controle, sem laser e sem

movimentação ortodôntica (STO/SL).

Grupos Sacrifício Subgrupos N° de Animais

Não-Irradiado (TO/SL)

72 horas (3 dias) 72h-TO/SL 5

120 horas (5 dias) 120h-TO/SL 5

168 horas (7 dias) 168h-TO/SL 5

Irradiado (TO/L)

72 horas (3 dias) 72h-TO/L 5

120 horas (5 dias) 120h-TO/L 5

168 horas (7 dias) 168h-TO/L 5

Controle (STO/SL) 5

Quadro 1 – Distribuição dos animais utilizados no experimento

Os animais do grupo TO/SL caracterizaram os aspectos clínicos e imuno-

histoquímicos da movimentação dentária, sem a influência do laser, servindo como

parâmetro para comparação com animais do grupo TO/L e STO/SL, da mesma

forma que o grupo STO/SL serve de parâmetro para comparação com os grupos

TO/SL e TO/L.

4.3 Procedimentos experimentais

O dispositivo ortodôntico utilizado consistiu de uma mola helicoidal fechada

de níquel-titânio de tração com 7 mm de comprimento (ref. 35.20.064- Morelli),

distendida entre os incisivos superiores e o primeiro molar superior direito para

promover a mesialização do molar (Figura 6), criando áreas de pressão e de tração

no ligamento periodontal.

Os animais foram previamente anestesiados em todos os procedimentos

com risco de resultar em ansiedade e/ou dor, com cloridrato de ketamina e xilazina

(2:1) 1,5 cc por 100 gramas dekg/peso, administrada por via intramuscular, com

agulha hipodérmica descartável, acoplada à seringa de 1cc.

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Figura 6 - Dispositivo ortodôntico instalado e preso com resina no 1º molar e nos incisivos.

Iniciou-se a montagem do dispositivo com o animal posicionado em decúbito

dorsal e mantido em mesa operatória apropriada. Realizou-se uma perfuração na

mesial dos incisivos superiores com uma broca diamantada n°1090 (KG.Sorensen) e

com um motor de alta rotação Kavo (Figura 7).

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Figura 7 - Perfuração com motor de alta rotação e broca diamantada na mesial dos incisivos superiores.

Essa perfuração serviu para passar o fio de amarrilho 0,25mm (Morelli), que

envolveu o incisivo superior e, nesse amarrilho, fixou-se a extremidade anterior da

mola.

Com o objetivo de aumentar a retenção do amarrilho, impedindo seu

deslocamento, este foi recoberto com resina composta (Fill Magic ortodôntico) e

fotopolimerizada com um aparelho fotopolimerizador (GnatusOpty600). A adição de

resina foi precedida pelo preparo da superfície dentária, o qual incluiu: profilaxia,

lavagem, secagem, condicionamento da superfície (ácido ortofosfórico a 37%), nova

lavagem e secagem (de acordo com o fabricante).

Na região posterior utilizou-se fio de amarrilho 0,25mm para envolver o

molar que passou por baixo do ponto de contato desse dente com o segundo molar,

fixando a extremidade posterior da mola, utilizando-se uma pinça Mathiew (Figuras 8

e 9).

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Figuras 8 e 9 (abaixo) - Amarrilho na região posterior envolvendo molar.

Depois de cortado o excesso de fio, a ponta foi dobrada de modo a não

causar trauma ou desconforto para o animal; logo em seguida realizou-se o preparo

da superfície dentária, o qual incluiu: profilaxia, lavagem, secagem, condicionamento

da superfície (ácido ortofosfórico a 37%), nova lavagem e secagem (de acordo com

o fabricante); para aumentar a retenção do amarrilho, impedindo seu deslocamento,

este foi recoberto com resina composta (Fill Magic ortodôntico) e fotopolimerizada

com aparelho fotopolimerizador (Gnatus 600) (Figuras 10 e 11).

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Figuras 10 e 11 (próxima página) - Resina utilizada para fixar o amarrilho.

A mola foi ativada para liberar uma força de 250mg, calibrada por um

tensiomêtro (Morelli) (Figura 12). Não foram realizadas reativações.

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Figura 12 – Tensiomêtro calibrado a força aplicada.

Por fim, as bordas dos incisivos inferiores foram reduzidas com brocas diamantadas

nº1090 (K.G.Sorensen) para evitar possíveis interferências oclusais com o

dispositivo instalado (Figura 13).

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Figura 13 – Desgaste nos incisivos inferiores para evitar interferências.

Em seguida, foi realizada a aplicação do laser de baixa intensidade AsGaAl

(PHOTON LASE III - DMC), tensão de operação: 90 a 230V, potência elétrica: 1,2W,

emissor invisível de luz em comprimento de onda: 808nm (típico) na potência de

100mW, emissão contínua na região do molar com uma densidade de energia de

5J/cm2 (Figura 14).

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Figura 14 – Aparelho utilizado no estudo.

As aplicações do laser foram realizadas segundo o protocolo estabelecido

por Genovese (2000), com sessões diárias por três dias consecutivos, sendo a

primeira imediatamente após a instalação do aparelho ortodôntico e as demais

24horas e 48horas depois. As irradiações foram feitas através de fibra óptica

utilizando-se o método direto e pontual sobre a região vestibular e lingual do primeiro

molar permanente superior direito. O tempo de aplicação foi de 50 segundos,

totalizando um período de 1 minuto e quarenta segundos de aplicação por animal.

No grupo não-irradiado (TO/SL) foi utilizado o mesmo procedimento para

preparar os molares e o incisivo, mas não foi aplicado o laser.

Decorridos os períodos de 72hs, 120hs e 168hs os animais foram

sacrificados com overdose de anestésico (hidrato de cloral) 1ml/100grs do animal.

Após o sacrifício, as maxilas dos animais foram submetidas ao processamento

histológico.

4.3 Preparo e processamento das peças para análise imuno-histoquímica

Os procedimentos laboratoriais foram realizados no Laboratório de Imuno-

histoquímica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

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As maxilas permaneceram imersas em solução de formol (10%) por 48h

para a fixação dos tecidos e, em seguida, descalcificadas em solução de ácido

fórmico (25%) por 7 dias.

As peças foram incluídas em parafina paralelamente em relação à superfície

da mandíbula e a seguir os cortes histológicos foram cortados transversalmente com

4µm de espessura em micrótomo manual (Leica-RM2145).

Os cortes histológicos foram então dispostos sobre lâminas silanizadas (3-

Aminopropil-trietoxi-silano-Sigma ChemicalCo.; St. Louis, Missouri, EUA) em suporte

adequado.

A etapa seguinte consistiu na desparanifinização dos cortes, na qualas

lâminas foram colocadas em xilol aquecido e mantidas em estufa (60 a 65ºC) por 5

minutos. Após, as lâminas passaram por três banhos em xilol frio.

A hidratação dos cortes foi realizada mediante banhos sucessivos em

alcoóis de concentração decrescente: dois banhos em álcool absoluto, um banho em

álcool 95° e um banho em álcool 70°. Em seguida, as lâminas foram lavadas em

água corrente e depois em água deionizada. Após a hidratação, as lâminas

permaneceram em tampão fosfato com pH 7,4.

Os preparados histológicos foram então processados para recuperação

antigênica, realizada em alta temperatura em solução de ácido cítrico 10 mM com

pH 6.

Para o bloqueio da peroxidase endógena, presente nas hemácias, os cortes

histológicos foram tratados com água oxigenada a 3%. Já o bloqueio das proteínas

inespecíficas foi feito mediante imersão das lâminas em caseína diluída em tampão

fosfato pH 7,4 (Synth, São Paulo, Brasil) por 5 minutos em temperatura ambiente.

Depois de lavados, os cortes histológicos foram primeiramente incubados a

4ºC com o anticorpo primário para IL-10, diluído em 1% de albumina de soro bovino

(BSA) por 24 horas, na proporção de 1:150. Após, foram incubados com o anticorpo

secundário ABC Kit Vectastain (Vector LabCA). O cromógeno utilizado foi a

Diaminobenzidina (DAB) (Sigma-AldrichChemie, Steinheim, Alemanha).

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Posteriormente, foi realizada a contra-coloração com Hematoxilina de Harris (Merck,

Darmstadt, Alemanha).

4.3.1 Análise morfométrica – imuno-histoquímica para IL-10

As lâminas foram examinadas ao microscópio através de lentes objetivas

com 200 vezes de aumento. O campo microscópico foi movimentado ao longo das

raízes do 1°molar superior direito.

O efeito dos tratamentos sobre a expressão da IL-10, observado na reação

de imuno-histoquímica, foi analisado pela quantificação da área marcada

positivamente para esta proteína. Toda a região correspondente ao ligamento

periodontal foi fotografada nos aumentos de 100x (objetiva de 10x) e 200x (objetiva

de 20x), pela câmera CoolSNAP-Procf (Media CyberneticsInc) acoplada ao

microscópio Nikon Eclipse-E800. Porém, para a quantificação da área marcada para

IL-10, foram utilizadas somente as imagens obtidas com aumento de 200x. Após a

obtenção das imagens, a área marcada foi identificada por ferramenta de

reconhecimento colorimétrico, com auxílio do sistema computadorizado de imagens

Image-ProPlus, versão 4.5 (Media CyberneticsInc). Esta ferramenta possibilita que o

usuário forneça para o sistema a cor correspondente à marcação positiva para o

colágeno de interesse, e a partir desta padronização, o sistema reconhece e

quantifica a área. Em seguida, as áreas marcadas foram somadas individualmente

por lâmina e calculada a porcentagem de IL-10, em relação à área total analisada.

Os resultados foram expressos em porcentagem média e desvio padrão.

4.4 Análise estatística

As áreas percentuais obtidas com a análise da marcação da interleucina 10

(IL-10) foram submetidas ao teste estatístico não paramétrico de Mann Whitney, com

auxílio do programa GraphPadPrism, versão 3.0. As comparações foram realizadas

inter e intra grupos e consideradas estatisticamente significativas as diferenças onde

p < 0,05.

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5 RESULTADOS

As análises dos níveis de IL-10 foram realizadas nos três momentos do

estudo: após 72h, 120h e 168h, além do marco zero como controle (ANEXO B).

A quantificação de IL-10 por reação imuno-histoquímica, revelou que a área

marcada para esta interleucina, variou de 1,42% a 7,15% nas lâminas analisadas

(Quadro 2).

A estratificação por períodos demonstrou que após 72h do início do

experimento, foi encontrada diferença estatisticamente significante (p< 0,01) entre os

subgrupos não-irradiado e irradiado neste momento do estudo, com valores entre

4,67% e 1,42% de área marcada para IL-10, respectivamente. Após 120 horas, os

valores encontrados para os subgrupos 120h-TO/SL e 120h-TO/L foram 3,99% e

4,34%, respectivamente, onde não foi observada diferença estatisticamente

significante (p>0,05). No momento final do estudo, após 168 h, o subgrupo irradiado

apresentou o valor 3,87%, enquanto que o subgrupo não-irradiado apresentou

7,15% de área marcada para IL-10, um valor estatisticamente maior do que no grupo

irradiado (p< 0,01). A síntese das mensurações pode ser observada na figura 15. As

comparações entre os subgrupos de irradiados estão destacadas na figura 16.

Figura 15– Expressão de IL-10 para os subgrupos experimentais após 72h, 120h e 168h.

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Figura 16– Expressão de IL-10 para os subgrupos experimentais após 72h, 120h e 168h. Comparações entre os subgrupos de irradiados.

* Diferença estatisticamente significativa em relação aos subgrupos TO/SL em 72h e 168h.

a Diferença estatisticamente significativa em relação ao grupo 72h-TO/L; teste de Mann-Whitney, p = 0,0079.

Momento Subgrupos Média (%) Desvio Padrão

Após 72 horas 72h-TO/SL 4,67 0,44 72h-TO/L 1,42 0,31

Após 120 horas 120h-TO/SL 3,99 0,42 120h-TO/L 4,34 1,16

Após 168 horas 168-TO/SL 7,15 0,78

168-TO/L 3,87 0,76

Marco zero STO/SL (controle) 1,34 0,60

Quadro 2 – Expressão de IL-10 (%) por subgrupo, nos três momentos do experimento.

Abaixo seguem fotomicrografias dos cortes histológicos preparados por

método imuno-histoquímico, nos diferentes momentos do experimento. A primeira

imagem (Figura 17); é a fotomicrografia de lâmina do grupo controle (STO/SL), em

aumento de 100 vezes para melhor visualização da regiãodo ligamento periodontal,

no momento zero do experimento.

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As duas próximas imagens referem-se às lâminas obtidas após 72 horas do

início do experimento. A Figura 18 consiste em amostra do grupo não-irradiado (72h-

TO/SL) e a Figura 19 do grupo irradiado no mesmo momento experimental. Na

sequencia, são apresentadas duas imagens (Figuras 20 e 21) do momento final do

experimento. Todas as imagens dos subgrupos mostram o lado de tensão do LPD,

em aumento de 200 vezes.

Figura 17– Preparado histológico (método imuno-histoquímico) do grupo controle, mostrando o LPD (seta), no momento zero. Aumento de 100x.

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Figura 18– Preparado histológico do lado de tensão do LPD do subgrupo 72h-TO/SL (método imuno-histoquímico). Aumento de 200x.

Figura 19– Preparado histológico do lado de tensão do LPD do subgrupo 72h-TO/L (método imuno-histoquímico). Aumento de 200x.

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Figura 20– Preparado histológico do lado de tensão do LPD do subgrupo 168h-TO/SL (método imuno-histoquímico). Aumento de 200x.

Figura 21 – Preparado histológico do lado de tensão do LPD do subgrupo 168h-TO/L (método imuno-histoquímico). Aumento de 200x.

A expressão de IL-10 entre os subgrupos de irradiados (Figura 22) também

foi observada, sendo encontradas diferenças estatisticamente significantes na

comparação do subgrupo 72h-TO/L em relação aos demais, 120h-TO/L e 168h-TO/L

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(p< 0,01). A Figura 23 consiste em amostras do PDL dos três subgrupos do grupo

irradiado, fotografadas em aumento de 100 vezes, onde se tem melhor visualização

do LPD; lembrando que as fotomicrografias utilizadas na quantificação de IL-10

foram aquelas que estão acima, com aumento de 200 vezes (Figura 22).

Figura 22– Lâminas do lado de tensão do LPD do grupo irradiado nos três momentos do experimento (método imuno-histoquímico). Aumento de 200x.

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Figura 23– Lâminas do LPD do grupo irradiado nos três momentos do experimento (método imuno-histoquímico). Aumento de 100x.

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6 DISCUSSÃO

A importância do processo inflamatório para a movimentação ortodôntica

tem sido alvo de muitos estudos no meio científico, porém, muitas das

especificidades que envolvem a modulação exercida pelos mediadores inflamatórios

na evolução e resolução deste processo, permanecem por ser desvendadas.

Tais aspectos, ainda pouco compreendidos, resultam nos posicionamentos

contraditórios encontrados na literatura, quanto ao papel do processo inflamatório na

remodelação óssea alveolar. Para Thilander, Rygh e Reitan (2002) e Tuncay (2004)

o uso de fármacos antiinflamatórios, durante a intervenção ortodôntica, retarda o

movimento dentário. Já Consolaro (2007) questiona tal afirmação, apontando que a

extrapolação de achados oriundos de experimentos com animais, devem ser

considerados de maneira criteriosa, uma vez que nem todos os trabalhos observam

a metodologia da extrapolação alométrica, que prevê a dosagem adequada de

fármaco a ser extrapolada para os seres humanos.

Experimentos com fármacos e modelos animais devem levar em

consideração as doses elevadas ministradas por períodos muito longos, se

considerarmos o tempo de vida destes animais. O rato, por exemplo, vive em média

um ano e meio e submetem-no a medicação por 2 a 3 meses, o equivalente a 1/6 da

sua vida média. Portanto, a extrapolação também deve levar em conta este aspecto.

Desde 2003, Consolaro vem apontando essas imprecisões metodológicas.

Este autor observou que o turnover ósseo dos ossos maxilares está entre os mais

lentos, quando se considera o esqueleto como um todo. Portanto, para que um

fármaco atrase a movimentação dentária, este deve ser ingerido em altas doses e

por tempo prolongado. A efetividade de um medicamento para interferir no turnover

ósseo maxilar deve se basear em um efeito altamente específico para esta região,

ou então, sua aplicação deverá ser local.

Consolaro (2003) expôs as vantagens de se criar um medicamento que

modulasse o turnover ósseo maxilar: 1) Controlar a velocidade da movimentação

dentária e influenciar no tempo do tratamento ortodôntico; 2) Atender com segurança

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as necessidades ortodônticas de pacientes com doenças crônicas controladas por

medicamentos; e 3) Reduzir o risco de reabsorções dentárias.

Segundo estas afirmações, chegamos à conclusão de que a LTBI, por ser

uma terapia de uso local, não possuir efeitos colaterais dentro das normas de

aplicação preconizadas e ter sua atuação comprovada cientificamente na modulação

inflamatória, apresenta-se como uma alternativa interessante para controlar a

velocidade da movimentação dentária, reduzir o tempo do tratamento ortodôntico e

diminuir a dor durante este tratamento, ainda que o exato mecanismo pelo qual o

laser exerça esse papel, não seja totalmente compreendido.

O mecanismo de ação de vários mediadores inflamatórios, também guarda

muitos aspectos ainda por elucidar. Dentre entes, as interleucinas com suas ações

pleiotrópicas e imunomoduladoras, são exemplos de objetos complexos de

investigação, apresentando resultados controversos em muitos dos trabalhos

presentes na literatura (MOORE et al., 2001).

Por outro lado, a utilização do laser de baixa intensidade, mesmo

apresentando resultados consistentes no ganho de qualidade dos tratamentos

ortodônticos, ainda reserva grandes desafios, como o estabelecimento de protocolos

parametrizados de aplicação, o que os tornaria adequadamente comparáveis,

facilitando a obtenção de metodologias progressivamente mais efetivas (PEREIRA,

et al., 2002).

Se os trabalhos sobre a interação entre LTBI e IL-10 já são escassos, dados

sobre pesquisas que tenham investigado esses três elementos inexistem na

literatura. Desta forma, o presente trabalho tratou de observar a influência da LTBI

sobre a expressão de IL-10, durante a movimentação ortodonticamente induzida.

Conforme amplamente exposto na literatura, o laser de baixa intensidade

otimiza a microcirculação, aumenta a vasodilatação e a angiogênese e promove a

síntese de ATP, acelerando os processos biológicos nos tecidos irradiados.

Portanto, o efeito conjunto destas propriedades, acelera a movimentação dentária,

quando a LTBI é adequadamente aplicada. Além disso, estes atributos garantem o

ganho de qualidade na resposta tissular à inflamação, induzindo mais rapidamente a

fase reparativa (KARU, 1989; GENOVESE, 2000; BRUGNERA JR, 2004; STEIN et

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al., 2005). Por outro lado, as células do tecido inflamado aumentam a síntese e

expressão de IL-10, cuja ação antiinflamatória já está bem descrita na literatura

(ALAM et al., 1994; LIN et al., 2006; RICCHETTI et al., 2008).

Vale ressaltar, que a importância da inflamação para a movimentação

ortodôntica, decorre do estímulo à diferenciação e proliferação celular, cuja ação

resulta em reabsorção óssea no lado de pressão e aposição óssea na interface de

tensão. Todavia, como demonstraram os trabalhos de Kasai et al. (1996), Kim et al.

(2007), Kawasaki e Shimizu (2000) e Yoshida et al. (2009), as propriedades

fotobiológicas da LTBI conferem um incremento ainda mais acentuado à

diferenciação e proliferação celular, promovendo o aumento das populações de

fibroblastos, osteoblastos e osteoclastos, bem como sua atividade, ao mesmo tempo

em que acelera a resolução do processo inflamatório. Tais efeitos corroboram os

achados de Ozawa et al. (1998) em experimento in vitro com células irradiadas de

murino, que revelaram aumento da diferenciação e proliferação osteoblástica, além

de observarem maior atividade da fosfatase alcalina e maior expressão do gene da

osteocalcina. Aihara, Yamaguchi e Kasai (2006) por sua vez, em experimento com

linhagens de células precursoras de osteoclastos, observaram maior expressão de

RANK, promovendo a diferenciação, proliferação, fusão, ativação e sobrevivência

osteoclástica após irradiação, favorecendo a reabsorção óssea.

Desta forma, os achados do presente estudo colocam a questão, ainda por

responder, de que se o laser, ao melhorar a resposta tecidual à inflamação,

acelerando a resolução deste processo, poderia decorrer em menor demanda de IL-

10, o que explicaria os resultados obtidos.

Achados semelhantes foram encontrados por Boschi et al. (2008), no qual o

laser diodo de InGaAIP (660 nm, 20 mW, 2,1 J/cm2) reduziu a expressão de IL-6 e

IL-10 no líquido aspirado da pleura de ratos Wistar, quatro horas após a indução da

inflamação. O experimento de Taciro (2011) também promoveu a diminuição de IL-

10, ao irradiar o tendão calcâneo de ratos Wistar em 12 sessões de LTBI (685 nm,

5,4 J/cm2). Já Oliveira et al. (2013) demonstraram que a LTBI tem efeito similar ao

fármaco imunossupressor azatioprina, diminuindo a expressão de IL-10, entre outros

mediadores, ao irradiar laser AsGa (780 nm, 70mW, 3,8 J/cm2) na cauda de ratos

com hipersensibilidade tardia a ovoalbumina.

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O decréscimo na expressão de IL-10, concomitantemente a um processo

inflamatório bem menos intenso, também foi observado por Mozzati et al. (2011)

com humanos submetidos a extração bilateral, no qual uma das cavidades

resultantes da exodontia foi tratada com laser (904 nm , 200 mW , 180 J/cm2)

enquanto que a outra cavidade do mesmo indivíduo não foi irradiada.

Todavia, resultados opostos aos obtidos no presente trabalho foram

descritos por Marcos (2010) ao observar grande aumento na expressão de IL-10 no

tratamento de tendinite em ratos Wistar, com laser infravermelho (810 nm, 100 mW,

3 J/cm2) após 72 horas do início do experimento. Laraia (2011) apresentou achados

semelhantes no tratamento de lesão no tendão calcâneo de ratos Wistar com laser

InGaAIP (660 nm, 100mW, 6 J/cm2), com aumentos de IL-10 nos três momentos do

estudo: 6h, 24h e 72h.

No período subsequente de análise (120h) não se observa tendências ou

diferenças estatisticamente significantes entre o grupo irradiado e não-irradiado,

porém, a comparação intragrupo revela o aumento na expressão de IL-10 nos

subgrupos de irradiados, frente ao primeiro momento do estudo. Este achado está

de acordo com a literatura que menciona o aumento desta interleucina como um

evento mais tardio na evolução do processo inflamatório.

A presença de achados tão diversificados quanto a IL-10 na literatura,

podem decorrer das próprias particularidades das citocinas, com suas características

pleiotrópicas (uma mesma citocina pode ter ações diferentes, dependendo do meio

no qual ela está sendo expressa), redundantes (várias citocinas exercem a mesma

função), sinérgicas (várias citocinas cooperam para a obtenção de um efeito) e

antagônicas (uma citocina pode inibir a expressão e ação de outra). Além disso,

vários polimorfismos do gene que codifica a IL-10 já foram observados, podendo

estar associados a diferentes níveis de expressão gênica; isto pode alterar os sítios

específicos de reconhecimento de fatores transcricionais, reduzindo a produção da

citocina (JOHN et al., 1998; POWELL et al., 2000). Toda esta complexidade

envolvendo as interleucinas e demais citocinas demanda que a metodologia de

experimentos seja muito bem descrita para que os achados sejam adequadamente

comparados em seu contexto.

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Por tratar-se um estudo inédito, com escassa literatura a respeito, faz-se

necessária a realização de mais trabalhos que busquem elucidar a modulação de IL-

10 pela LTBI na movimentação ortodôntica.

Além disso, o estabelecimento de parâmetros fundamentais da LTBI, em

protocolos sistematizados, para uma apropriada comparação de dados entre os

variados estudos é crucial para um entendimento mais amplo sobre os efeitos

buscados com o uso do laser como ferramenta terapêutica na Ortodontia.

6.1 Considerações metodológicas

O método de análise imuno-histoquímica apresenta limitações que precisam

ser consideradas. O êxito da técnica depende de peças morfologicamente bem

preservadas, bem como a retenção da antigenicidade das moléculas de interesse.

Com relação à integridade dos tecidos e manejo das peças, a metodologia do

presente trabalho foi validada pelo estudo de Daniele (2009). A retenção antigênica,

no entanto, constitui ponto crítico, pois, mesmo sendo controlada por métodos não

enzimáticos, os mecanismos moleculares envolvidos neste processo ainda precisam

ser melhor elucidados.

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7 CONCLUSÃO

A observação e quantificação da IL-10 no presente trabalho, demonstrou

que um dos efeitos potenciais da LTBI é a diminuição da expressão desta

interleucina no periodonto de ratos submetidos à movimentação ortodôntica,

sugerindo que o efeito antiinflamatório da técnica terapêutica investigada, resulta em

menor demanda de síntese de IL-10 nos tecidos irradiados.

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ANEXOS

ANEXO A – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa

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ANEXO B – Resultados da análise imuno-histoquímica

1. Análise imuno-histoquímica para Interleucina 10 (IL-10) - Grupo TO/SL – 72h

Amostras Lâmina % área

marcada % área média

marcada

R1 L1 4,30

4,23 L2 4,17

R2 L1 4,12

3,31 L2 2,50

R3 L1 4,89

4,88 L2 4,88

R4 L1 5,15

5,51 L2 5,87

Média 4,48 4,48 Desvio 0,99 0,94

2. Análise imuno-histoquímica para Interleucina 10 (IL-10) - Grupo TO/L – 72h

Amostras Lâmina % área

marcada % área média

marcada

R1 L1 1,08

3,70 L2 6,31

R2 L1 1,55

1,28 L2 1,01

R3 L1 1,09

1,19 L2 1,30

R4 L1 0,47

1,17 L2 1,88

R5 L1 0,97

1,12 L2 1,27

Média 1,69 1,69 Desvio 1,67 1,12

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3. Análise imuno-histoquímica para Interleucina 10 (IL-10) - Grupo TO/SL –

120h

Amostras Lâmina % área

marcada % área média

marcada

R6 L1 6,39

6,39 L2

R7 L1 2,37

3,12 L2 3,87

R8 L1 7,02

5,86 L2 4,70

R9 L1 1,80

2,73 L2 3,66

R10 L1 7,01

5,36 L2 3,71

Média 4,50 4,69 Desvio 1,93 1,66

4. Análise imuno-histoquímica para Interleucina 10 (IL-10) - Grupo TO/L – 120h

Amostras Lâmina % área

marcada % área média

marcada

R1 L1 2,93

2,43 L2 1,93

R2 L1 3,74

3,62 L2 3,49

R3 L1 5,11

3,01 L2 0,91

R4 L1 7,18

5,77 L2 4,35

R5 L1 5,79

4,18 L2 2,57

Média 3,80 3,80 Desvio 1,88 1,28

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100

5. Análise imuno-histoquímica para Interleucina 10 (IL-10) - Grupo TO/SL –

168h

Amostras Lâmina % área

marcada % área média

marcada

R1 L1 8,06

6,30 L2 4,54

R2 L1 7,82

6,44 L2 5,06

R3 L1 14,49

10,56 L2 6,63

R4 L1 7,04

6,94 L2 6,84

R5 L1 6,22

4,40 L2 2,57

Média 6,93 6,93 Desvio 3,13 2,25

6. Análise imuno-histoquímica para Interleucina 10 (IL-10) - Grupo TO/L – 168h

Amostras Lâmina % área

marcada % área média

marcada

R1 L1 3,31

3,15 L2 2,99

R2 L1 4,27

3,71 L2 3,14

R3 L1 3,82

3,96 L2 4,11

R4 L1 3,04

2,08 L2 1,13

R5 L1 1,84

3,38 L2 4,93

Média 3,26 3,26 Desvio 1,13 0,73

Page 102: MARCELO DE GOUVEIA SAHAD-FINALIZADA-06-08-2014-DOC · “Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho

101

7. Análise imuno-histoquímica para Interleucina 10 (IL-10) - Grupo Controle

(STO/SL).

Amostras Lâmina % área marcada

% área média marcada

R1 L1 2,12 1,30 L2 0,48

R2 L1 0,78 1,24 L2 1,70

R3 L1 0,93 0,96 L2 1,06

R4 L1 2,10 1,37 L2 0,63

R5 L1 1,04 1,81 L2 2,59

Média 1,34 1,34 Desvio 0,65 0,60