marcadores prosÓdicos na fala materna severina sílvia ferreira

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MARCADORES PROSÓDICOS NA FALA MATERNA MARCADORES PROSÓDICOS NA FALA MATERNA Severina Sílvia Ferreira Severina Sílvia Ferreira Universidade Católica de Pernambuco - Recife (PE) - Brasil Universidade Católica de Pernambuco - Recife (PE) - Brasil

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MARCADORES PROSÓDICOS NA FALA MATERNA Severina Sílvia Ferreira Universidade Católica de Pernambuco - Recife (PE) - Brasil. MARCADORES PROSÓDICOS NA FALA MATERNA. OBJETIVOS - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: MARCADORES PROSÓDICOS NA FALA MATERNA Severina Sílvia Ferreira

MARCADORES PROSÓDICOS NA FALA MATERNAMARCADORES PROSÓDICOS NA FALA MATERNA

Severina Sílvia Ferreira Severina Sílvia Ferreira

Universidade Católica de Pernambuco - Recife (PE) - BrasilUniversidade Católica de Pernambuco - Recife (PE) - Brasil

Page 2: MARCADORES PROSÓDICOS NA FALA MATERNA Severina Sílvia Ferreira

OBJETIVOSOBJETIVOS

 

(1) Identificar os marcadores prosódicos da fala materna asseguradores do desencadeamento e 

manutenção do processo interativo mãe-bebê.

 

(2) Mostrar como esta experiência precoce da criança vai favorecer a sua inserção na linguagem.

 

(3) Com base nesses elementos, indagar se a instalação de quadros patológicos como o autismo 

pode estar associado à ausência dessa experiência no início da vida.

MARCADORES PROSÓDICOS NA FALA MATERNA

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PRESSUPOSTOS TEÓRICOSPRESSUPOSTOS TEÓRICOS:: 

•Mães das mais diversas culturas dirigem-se à criança pequena utilizando padrões prosódicos acentuados 

(“motherese” – “manhês”), convocando o bebê à interação (Elliot, 1982; Ferreira, 199º; Fernald, 1989, Kuhl, 

1997, entre outros).

•Isto faz a criança participar ativamente do processo interativo.

•As enunciações maternas atribuem sentido âs manifestações da criança e oferecem pistas sobre a intenção 

comunicativa do seu interlocutor (a mãe).

•Favorecimento para a estruturaçao de uma interação (mãe-criança), cujo sentido é construído 

conjuntamente.

•Da interação emergem dois sujeitos (“falantes”): mãe e bebê.

MARCADORES PROSÓDICOS NA FALA MATERNA

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DIÁLOGO MAE-BEBÊDIÁLOGO MAE-BEBÊ

 

Turno de fala 1 – Mãe –            // Tumá um suquinho\ Tumá um suquinho\ mainha\

                Vamu\ tumá um suquinho\ mainha\ Vamu mainha\ tumá um suquinho\

Quando a mãe se aproxima, Francisco volta a cabeça na direção dela, os movimentos de braços e pernas se 

intensificam, e ele vocaliza no último ato de fala de Vitória. A mãe, interpretando a vocalização do bebê, e falando 

por ele, responde:

 

•Turno de fala 2- Bebê –          Sim\ mainha sim\ Bora\ tumá o suquinho\

 A mãe começa a dar o suco ao bebê, dizendo:

• Turno de fala 3 – Mãe –       Pon:to\ gosto:so mamãezinha\

                           goto:so mamãe\ (ri) 

                           goto:so mamãezinha\ é/ mamãe/ 

MARCADORES PROSÓDICOS NA FALA MATERNA

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Em seguida, utilizando o turno de fala 4, destinado ao outro falante (a criança), a mãe fala pelo bebê, confirmando 

o que ela supõe: 

• Turno de fala 4 – Bebê -       Goto:so\ sim\ mainha sim\ mainha sim\ mamãezinha sim\

 

A mãe procura confirmar se o suco tem um bom sabor:

• Turno de fala 5 – Mãe          Goto:so heim/

 

Francisco é mais uma vez alçado à posição de interlocutor da mãe, quando esta, no turno seguinte (6), atribui a ele 

o seguinte enunciado, 

que vem confirmar a interpretação de Vitória: 

•Turno de fala 6                      Gotosinho\ Gotosinho mainha\\

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O BEBÊ É UM INTERLOCUTOR (SUJEITO)O BEBÊ É UM INTERLOCUTOR (SUJEITO)

•O comportamento da criança (careta, choro, agitação de braços e pernas, gritos, sorriso, direção do 

olhar, sons) é interpretado pela mãe como uma solicitação para ser alimentado, isto é, como uma 

mensagem. 

•Ele é um interlocutor que lhe dirige demandas (atos de fala) e não apenas um ser que manifesta 

necessidades (Freud, 1976; Lacan, 1998).

•As manifestações do bebê têm um destinatário certo: a mae.  

•Mas, ele é um interlocutor especial: por isso, a mãe fala “manhês”.

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MOTHERESE – MANHÊSMOTHERESE – MANHÊS 

•Modificações em vários níveis da língua: sintático, léxico, prosódico ...

•Modificações prosódicas: 

o Tom de voz: voz sussurrada ou em falsete, tom geralmente alto.

o Entonação destacada por acentuadas variações de altura para formar a curva 

melódica.

o Velocidade de emissão mais lenta, silabação, alongamento de vogais.

o Enunciações melodiosas (música) (Didier-Weill, 2011; Vives, 2010).

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ANÁLISE CONVERSACIONALANÁLISE CONVERSACIONAL 

•Transcrição da fala materna com base na Análise Conversacional (Marcuschi, 1986).

•Vantagens:

o indicação dos falantes – turnos de fala

o alternância dos turnos

o seqüência de ações coordenadas e interdependência dos turnos

•Resultado: aparecimento do texto (estrutura) como um diálogo (“diálogo vivo”) (Bakhtin, 1998, 1999)

•Emergência de sujeitos (falante e ouvinte): reversibilidade de papéis. (Lacan, 1979, 1995, 2002; Tomasello, 

2000)

MARCADORES PROSÓDICOS NA FALA MATERNA

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INSERÇAO DA CRIANÇA NO CAMPO DA LINGUAGEMINSERÇAO DA CRIANÇA NO CAMPO DA LINGUAGEM

•Alternância de lugares: existência de um agrupamento de pares presença-ausência (Lacan, 1995).

•A mudança sequenciada dos turnos de fala introduz a criança no campo da linguagem e de suas leis.

•Papel ativo da criança: o bebê não está alheio ao valor expressivo e dinâmico dos sons da linguagem: 

melodia, alongamento de vogais, ritmo...

•A musica presente no manhês tem um papel fundamental.

•Atenção da criança para as pistas para a tomada de turno.

•È possível pensar a criança (bebê) como um “infans”?

•Atenção conjunta.

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AUSENCIA DE PROTOCONVERSAÇOES (MANHÊS) E AUTISMOAUSENCIA DE PROTOCONVERSAÇOES (MANHÊS) E AUTISMO

•Autismo: perturbações da interação e da linguagem.

•João, 3 anos, autista: os pais (sobretudo a mãe) não conversavam com ele, muito menos em manhês.

•Ausência de experiências protoconversacionais no início da vida?

•A ausência de elementos suprasegmentais invocando a criança à linguagem e à interação pode explicar a 

ausência de linguagem?

•A organização interativa indicada nos turnos de fala (seqüência de turnos de fala, presença-ausência, 

reversibilidade de papéis) contribui para a entrada do bebê no universo da linguagem (Tomasello, Lacan).

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO – UNICAPPROJETO DE PESQUISA: PROSÓDIA E LINGUAGEM

 Bolsa de Pós-Doutorado PDJPlano de Trabalho

 1.Pesquisa2.Ensino3.Extensão Proponente e supervisora: Profa. Dra. Marígia AguiarCandidata: Severina Sílvia Maria Oliveira FerreiraCoordenador: Wanilda Maria Alves CavalcantiProjeto a ser desenvolvido junto ao Laboratório de Linguagem da UNICAP. 

– Objetivos 

1.3.1 - Geral

Aprofundar a análise da relação existente entre os padrões prosódicos da fala materna, a constituição do processo interativo mãe-bebê e o assujeitamento da criança à ordem da linguagem.  

1.3.2 - Específicos *Identificar os padrões prosódicos usados nas enunciações maternas no contexto da relação mãe-bebê e sua relação com a construção do processo interativo.*Investigar a relação existente entre os padrões entoacionais encontrados nas enunciações maternas e a significação atribuída às manifestações da criança.*Verificar a relação entre as curvas entoacionais e a musicalidade do padrão manhês.   *Identificar os recursos prosódicos usados como marcas de interatividade que denotem distanciamento ou aproximação entre os componentes da relação mãe-bebê. *Verificar a relação existente entre as mudanças dos recursos prosódicos da fala materna e as distintas respostas da criança.*Investigar a apropriação, pela criança, de padrões prosódicos da fala materna e sua realização pragmática no circuito da interlocução.** Investigar a relação entre essa apropriação e o assujeitamento da criança à ordem da linguagem.*Investigar se as trocas interativas mãe-bebê, em termos de produção dialógica constituída de elementos segmentais e supra-segmentais, podem ser consideradas um gênero textual.