maquiavel rejeita a tradição idealista de platão

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Maquiavel rejeita a tradição idealista de Platão, preferindo entender à realidade como ela é. E studando a história, examinando todas as formas de poder que estavam à sua volta, chega à conclusão de que os homens não são naturalmente bons, pelo contrário, são covardes ante o perigo, são gananciosos, a obediência é baseada no medo e na esperança. O governante para garantir a ordem dependia das qualidades (a virtú) e de sua capacidade de agir em diferentes circunstâncias (a fortuna), ele se afasta da idéia cristã de homem virtuoso, defendendo que o príncipe virtuoso não é o príncipe bom e justo, mas aquele usa sua astúcia e força para conquistar e manter o poder. Maquiavel também afirma que o uso da força está presente na origem de todo domínio político, onde este é mantido ou por amor ou pelo temor. O político, além de buscar a conquista do poder, deve dirigir suas ações para o bem público. Para Maquiavel, as ações dos governantes, passam a ser a manutenção do poder e o bem geral da comunidade, não do próprio, de forma que uma atitude ou decisão tomada, não pode ser avaliada como boa ou má a não ser sob uma perspectiva das suas conseqüências. *Virtú - em latim significa poder, potência, vigor, mais especificamente, mérito, capacidade. **Virtú - (traduzindo do Latim para o Português: Virtude, porém é melhor usar Virtú, para não confundir com a virtude moral) é justamente a capacidade do indivíduo (político) de controle das ocasiões e acontecimentos, ou seja, da fortuna. * Fortuna - era uma antiga deusa que possuía os bens que todos os homens desejavam, honra riqueza, glória e poder. **Fortuna - diz respeito às circunstâncias, ao tempo presente e as necessidades do mesmo, a sorte da pessoa. É a ordem das coisas em todas as dimensões da realidade que influenciam a política, é externa ao homem e desafia suas capacidades.

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Page 1: Maquiavel rejeita a tradição idealista de Platão

Maquiavel rejeita a tradição idealista de Platão, preferindo entender à realidade como ela é. Estudando a história, examinando todas as formas de poder que estavam à sua volta, chega à conclusão de que os homens não são naturalmente bons, pelo contrário, são covardes ante o perigo, são gananciosos, a obediência é baseada no medo e na esperança.

O governante para garantir a ordem dependia das qualidades (a virtú) e de sua capacidade de agir em diferentes circunstâncias (a fortuna), ele se afasta da idéia cristã de homem virtuoso, defendendo que o príncipe virtuoso não é o príncipe bom e justo, mas aquele usa sua astúcia e força para conquistar e manter o poder. Maquiavel também afirma que o uso da força está presente na origem de todo domínio político, onde este é mantido ou por amor ou pelo temor.

O político, além de buscar a conquista do poder, deve dirigir suas ações para o bem público. Para Maquiavel, as ações dos governantes, passam a ser a manutenção do poder e o bem geral da comunidade, não do próprio, de forma que uma atitude ou decisão tomada, não pode ser avaliada como boa ou má a não ser sob uma perspectiva das suas conseqüências.

*Virtú - em latim significa poder, potência, vigor, mais especificamente, mérito, capacidade.

**Virtú - (traduzindo do Latim para o Português: Virtude, porém é melhor usar Virtú, para não confundir com a virtude moral) é justamente a capacidade do indivíduo (político) de controle das ocasiões e acontecimentos, ou seja, da fortuna.

* Fortuna - era uma antiga deusa que possuía os bens que todos os homens desejavam, honra riqueza, glória e poder.

**Fortuna - diz respeito às circunstâncias, ao tempo presente e as necessidades do mesmo, a sorte da pessoa. É a ordem das coisas em todas as dimensões da realidade que influenciam a política, é externa ao homem e desafia suas capacidades.