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Universidade de Brasília
DAIANE WAGNER DO COUTO
MAPEAMENTO DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO NO BRASIL E A GESTÃO DESTE NO MUNICÍPIO DE ESTRELA/RS.
Brasília/DF 2007
DAIANE WAGNER DO COUTO
MAPEAMENTO DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO NO BRASIL E A GESTÃO DESTE NO MUNICÍPIO DE ESTRELA/RS
Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar. Orientadora: Professora Mestre Alessandra Brod
BRASÍLIA-DF
2007
2
DO COUTO, DAIANE WAGNER.
MAPEAMENTO DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO NO BRASIL E SUA GESTÃO NO MUNICÍPIO
DE ESTRELA/RS. ESTRELA, 2007.
Nº de páginas p.
Monografia (Especialização) – Universidade de Brasília. Centro de Ensino a Distância, 2007.
1. POLÍTICAS PÚBLICAS 2. ESPORTE 3. PROGRAMA SEGUNDO TEMPO.
3
DAIANE WAGNER DO COUTO
MAPEAMENTO DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO NO BRASIL E A GESTÃO DESTE NO MUNICÍPIO DE ESTRELA/RS
Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar pela Comissão formada pelos professores:
Presidente:
Professora Mestre Alessandra Brod Centro Universitário UNIVATES
Membro: Professora Doutoranda Siomara Aparecida da Silva
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Brasília (DF), agosto de 2007.
4
PENSAMENTO
O esporte não é um instrumento para atacar apenas este ou aquele problema, por
mais grave que seja, mas sim, um poderoso fator de desenvolvimento humano num
sentido mais amplo, pois contribui de forma decisiva para a formação física,
intelectual e social das pessoas. E é nesta visão que os gestores de políticas
públicas no esporte e lazer devem concentrar seus esforços e suas ações, pois a
eles é dada a incumbência temporária pelo bem estar da sociedade.
5
AGRADECIMENTOS
Ao Governo Federal através do Ministério do Esporte pela oportunidade de
participar de um curso de especialização à distância.
A Prefeitura Municipal de Estrela pela oportunidade de Coordenar o Programa
Segundo Tempo desde a sua implantação.
À Professora Mestre Alessandra Brod pela orientação e incentivo constante.
À minha família e minha mãe Laureci Wagner do Couto.
Aos amigos, Geiza Marques, Leonardo Fell e Melissa Fontanella pela
colaboração,
E em especial à AB.
6
RESUMO
Este trabalho teve como cerne de sua pesquisa, saber quais os municípios
que deram continuidade ao Programa Segundo Tempo entre 2003 a 2006. Identificar
os parceiros e seus índices de renovações, diagnosticar os parceiros mais
constantes, identificar qual esfera administrativa com maior número de renovações.
Além de configurar o município de Estrela/RS como gestor contínuo no processo de
renovação e os mecanismos utilizados por este, para permanecer sistematicamente
com o Programa Segundo Tempo. A metodologia utilizada foi à qualitativa-decritiva,
tendo como base a descrição, análise e interpretação através de dois caminhos: a
análise documental com consulta banco de dados do site do Ministério do Esporte;
Mapa de Distribuição e Visualização do Programa Segundo Tempo; Manual de
Orientações do Programa; Legislação as quais foram estruturadas, relatório do
Tribunal de Contas da União. E a experiência de gestão do Programa Segundo
Tempo no município de Estrela no período de 2003 a 2006. Após as análise
realizadas, constatou-se que as regiões sul, sudeste, o estado da Bahia (nordeste) e
o Distrito Federal são os grandes propulsores do Programa Segundo Tempo. Desta
para as Prefeituras Municipais de Estrela/RS e Ribeirão Claro/PR. Entre as ONG`S,
Bola pra Frente/SP e Fundação Feira de Santana/BA e como gestor estadual, o
Estado de Pernambuco através Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo
e Esportes. Vê-se, portanto, que ainda há necessidade de gestores municipais e
estaduais tomarem a frente para desenvolver Programas voltados ao esporte.
Poucos são os que visualizam o esporte como uma fonte de desenvolvimento social.
PALAVRAS CHAVE: Políticas Públicas, Esporte, Programa Segundo Tempo.
7
LISTA DE ILUSTRAÇOES
Lista de Figuras, Fotos e Mapas.
Figura 01 -
Arquitetura de Capilaridade do Programa Segundo Tempo –
Estrela/RS.....................................................................................
99
Foto 01 -
Programa Segundo Tempo – Modalidades de Vela, Remo e
Canoagem nas águas do Rio Taquari – Estrela/RS.....................
92
Foto 02 -
Alunos da APAE de Estrela no Programa Segundo Tempo –
Projeto Navegar............................................................................
92
Foto 03 -
I Encontro Gaúcho do Programa Segundo Tempo – Projeto
Navegar Estrela/RS......................................................................
93
Foto 04 -
Confraternização do I Encontro Gaúcho do Programa Segundo
Tempo – Projeto Navegar.............................................................
94
Foto 05 -
Atividades Esportivas no Núcleo da Delfina – Programa
Segundo Tempo............................................................................
95
Foto 06 -
Atividades Esportivas de Integração entre os Núcleos do
Programa Segundo Tempo – mini-vôlei no Parque Princesa do
Vale em Estrela/RS.......................................................................
95
Foto 07 -
Programa Segundo Tempo - Projeto Navegar julho de 2006......
96
Mapa 01 –
Localização Geográfica dos Estados Brasileiros..........................
55
Mapa 02 -
Mapa do Rio Grande do Sul com a localização do Vale do Taquari..........................................................................................
89
Mapa 03 -
Mapa do Vale do Taquari com a localização de Estrela...............
90
8
Lista de Gráficos
Gráfico 01 - Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado do Rio Grande do Sul....................................................
56
Gráfico 02 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado do Rio Grande do Sul.....
56
Gráfico 03 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado de Santa Catarina..........................................................
57
Gráfico 04 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado de Santa Catarina..........
58
Gráfico 05 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado do Paraná......................................................................
59
Gráfico 06 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado do Paraná.......................
59
Gráfico 07 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado de São Paulo.................................................................
60
Gráfico 08 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado de São Paulo.................
60
Gráfico 09 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado de Rio de Janeiro...... ...................................................
61
Gráfico 10 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado de Janeiro......................
62
9
Gráfico 11 - Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado de Minas Gerais............................................................
63
Gráfico 12 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado de Minas Gerais.............
63
Gráfico 13 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado do Espírito Santo...........................................................
64
Gráfico 14 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado do Espírito Santo...........
64
Gráfico 15 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado da Bahia........................................................................
65
Gráfico 16 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado da Bahia.........................
65
Gráfico 17 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado de Sergipe.....................................................................
66
Gráfico 18 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado de Sergipe......................
67
Gráfico 19 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado de Alagoas.....................................................................
68
Gráfico 20 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado de Alagoas.....................
68
Gráfico 21 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado de Pernambuco.............................................................
69
10
Gráfico 22 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado de Pernambuco.............
69
Gráfico 23 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado da Paraíba.....................................................................
70
Gráfico 24 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado da Paraíba.....................
71
Gráfico 25 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado do Rio Grande do Norte................................................
72
Gráfico 26 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado do Rio Grande do Norte.
72
Gráfico 27 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado do Ceará.......................................................................
73
Gráfico 28 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado do Ceará........................
73
Gráfico 29 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado do Piauí........................................................................
74
Gráfico 30 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado do Piauí.........................
75
Gráfico 31 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado do Maranhão.................................................................
76
Gráfico 32 - Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado do Maranhão..................
76
11
Gráfico 33 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado do Tocantins..................................................................
77
Gráfico 34 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado do Tocantins...................
77
Gráfico 35 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado do Pará..........................................................................
78
Gráfico 36 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado do Pará...........................
78
Gráfico 37 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado do Amapá......................................................................
79
Gráfico 38 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado do Amapá.......................
79
Gráfico 39 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado de Roraima....................................................................
80
Gráfico 40 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado de Roraima.....................
80
Gráfico 41 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado do Amazonas.................................................................
81
Gráfico 42 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado do Amazonas.................
81
Gráfico 43 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado do Acre..........................................................................
82
12
Gráfico 44 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado do Acre...........................
82
Gráfico 45 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado de Rondônia.................................................................
83
Gráfico 46 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado de Rondônia..................
83
Gráfico 47 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado do Mato Grosso.............................................................
84
Gráfico 48 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado do Mato Grosso..............
84
Gráfico 49 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado do Mato Grosso do Sul..................................................
85
Gráfico 50 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado do Mato Grosso do Sul.
85
Gráfico 51 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Estado de Goiás........................................................................
86
Gráfico 52 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Estado de Goiás.........................
86
Gráfico 53 -
Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo –
Distrito Federal..........................................................................
87
Gráfico 54 -
Número de convênios ou renovações das entidades com o
Programa Segundo Tempo – Distrito Federal..........................
87
13
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES.................................................................
07
1.
INTRODUÇÃO...................................................................................
16
2.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................
20
2.1.Políticas Públicas..........................................................................
20
2.1.1. Política Publica Sociais......................................................
24
2.1.2. Avaliação de políticas públicas..........................................
26
2.1.2.1. Efetividade .............................................................
27
2.1.2.2. Eficácia .... ...........................................................
27
2.1.2.1. Eficiência ...............................................................
28
2.2. O Esporte e suas Dimensões .....................................................
31
2.2.1. Pedagogia do Esporte......................................................
33
2.2.2. Esporte na Cultura Corporal.............................................
36
2.2.3. Esporte e Inclusão Social.................................................
38
3.
METODOLOGIA.................................................................................
40
4.
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................
42
14
4.1. Diretrizes do Programa Segundo Tempo....................................
42
4.2. Mapeamento do Programa Segundo Tempo..............................
55
4.2.1. Estado do Rio Grande do Sul..........................................
56
4.2.2. Estado de Santa Catarina................................................
57
4.2.3. Estado do Paraná............................................................
58
4.2.4. Estado de São Paulo.......................................................
60
4.2.5. Estado do Rio de Janeiro...............................................
61
4.2.6. Estado de Minas Gerais.................................................
62
4.2.7. Estado do Espírito Santo...............................................
64
4.2.8. Estado da Bahia............................................................
65
4.2.9. Estado de Sergipe.........................................................
66
4.2.10. Estado de Alagoas......................................................
67
4.2.11. Estado de Pernambuco...............................................
69
4.2.12. Estado da Paraíba.......................................................
70
4.2.13. Estado do Rio Grande do Norte..................................
71
4.2.14. Estado do Ceará..........................................................
73
4.2.15. Estado do Piauí...........................................................
74
15
4.2.16. Estado do Maranhão...................................................
75
4.2.17. Estado do Tocantins...................................................
76
4.2.18. Estado do Pará............................................................
77
4.2.19. Estado do Amapá........................................................
78
4.2.20. Estado de Roraima......................................................
79
4.2.21. Estados do Amazonas, Acre e Rondônia....................
80
4.2.22. Estado do Mato Grosso ..............................................
84
4.2.23. Estado do Mato Grosso do Sul....................................
85
4.2.24. Estado de Goiás..........................................................
86
4.2.25. Distrito Federal............................................................
87
4.3. Programa Segundo Tempo no Município de Estrela/RS.............
89
4.3.1. Programa Segundo Tempo – Projeto Navegar............
91
4.3.2. Programa Segundo Tempo..........................................
94
5.
CONCLUSÃO.....................................................................................
102
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................
106
16
1. INTRODUÇÃO
Todo trabalho precisa de uma conclusão, e de um fechamento a cerca das
constatações e do processo de aquisição de novos conhecimentos. Este trabalho é
um findar do Curso de Especialização em Esporte Escolar, oferecido pelo Programa
Segundo Tempo, a todos os graduados na área da Educação Física, e que fazem
parte do Programa como coordenadores e professores.
Pensar no trabalho de conclusão é nos reportar ao programa como um todo.
Suas ações, objetivos, metas e processo de avaliação ao término de um convênio, e
um reestudo de uma renovação. O presente trabalho é um estudo qualitativo, para
mapear o Programa Segundo Tempo no Brasil. Seus parceiros, gestores, que
sistematicamente conseguem manter o programa e, uma possível política pública
voltada ao esporte.
O esporte é tradicionalmente conhecido pelos benefícios que traz ao
desenvolvimento humano, na contribuição para a formação física e intelectual.
Estabelecendo conceitos de liderança, trabalho em equipe e disciplina. Os quais são
estimulados desde a infância, de maneira a formar indivíduos mais solidários e com
sentido de cooperação. (BRASIL, 2004)
17
Segundo a UNESCO (1999)1, a cada dólar investido na área do esporte,
atividade física, educação física, há uma economia de 3,2 dólares na área da saúde.
Sem levar em conta, a economia nas áreas da educação, assistência social,
segurança pública entre outros. Estes dados nos levam a questionar a importância
do desenvolvimento do esporte como forma de promoção da qualidade de vida,
inserção na sociedade e de lazer para os cidadãos.
Quando ouvimos a palavra “esporte”, logo pensamos em rendimento,
medalhas, conquistas, podium, cifras astronômicas em jogo, para a compra e venda
de grandes craques do futebol. Enfim, um rol de palavras que reduzem o esporte há
um número muito limitado de pessoas que o usufruem. Ou, a platéias que
ludibriados pela mídia, acreditam no esporte como ascensão social e alavanca para
um poder econômico estável. Suprindo ilusoriamente todas as carências pela falta
de uma sociedade estruturada e constituída para oportunizar para todos as mesmas
condições de vida.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9394 de
20 de dezembro de 1996, artigo 26 inciso 3 que dispõem a Educação Física (o
esporte, atividade física) integrada a proposta pedagógica da escola. Sendo
componente curricular da Educação Básica, devendo ser ajustado às faixas etárias e
às condições da população escolar. É acessível a todos, pois está diariamente no
currículo de todas as escolas do país. Ressaltamos que a Educação Básica
compreende o ensino da primeira até a oitava série, sendo que como disciplina deve
ser ministrada por profissionais capacitados e habilitados para tal. (BRASIL, 1996)
A Educação Física Escolar, vista a priori, exclusivamente, como um processo
educacional deve ser valorizada por todas as áreas, como o esporte, lazer, cultura,
economia, segurança, meio ambiente, assistência social, saúde, entre outras.
Conjuntamente com as áreas citadas, a Educação Física Escolar promove ações
importantes e relevantes na melhoria da qualidade de vida e na socialização de
crianças e jovens em um processo de formação da cidadania.
1 Dados obtidos através da Declaração de Punta Del Este de 1999, promovido pela UNESCO e Organização Mundial da Saúde. http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_exibe1.asp?cod_noticia=196 acesso em 17 de abril de 2007.
18
Em 2003, o Ministério do Esporte, através da Secretaria Nacional de Esporte
Educacional, criou o Programa Segundo Tempo. Este tem como objetivo a
democratização e o acesso à prática esportiva no contra-turno escolar. É de caráter
complementar com a finalidade de colaborar com a inclusão social, bem estar físico,
promoção da saúde e o desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Desde a sua criação o Programa Segundo Tempo já atendeu a 980.0382 mil
crianças em todos os estados do Brasil e Distrito Federal, mas infelizmente ainda
não em todos os municípios. O Programa Segundo Tempo é um programa de fácil
implantação, pois tem como eixo principal atender as crianças em idade escolar no
contra-turno deste. Quando não muitos são realizados em escolas públicas.
Visualizando o mapeamento3 realizado pelo Ministério do Esporte
constatamos que 1.481 municípios são atendidos pelo Programa Segundo Tempo
em universo de 5.5634 municípios de todo o país mais o Distrito Federal. Destes
que participam desde o primeiro ano de implantação, poucos são os que conseguem
renovar sistematicamente. Os que não renovaram mais inviabilizam os participantes
de usufruir e formar vínculos com este programa e de se apropriar dos benefícios
que ele gera.
A partir do exposto, a problematização em questão é saber quais os
municípios que deram continuidade ao Programa Segundo Tempo entre 2003 a
2006, verificando a probabilidade de este tornar-se uma política pública.
Para configurar este possível processo de gestão de políticas públicas,
objetivamos: mapear o Programa Segundo Tempo em todos os estados da
federação.
2 Visualização do Programa Segundo Tempo no Brasil – https://www.seguro.esporte.gov.br/segundotempo/visualizacaoBrasil.asp acesso em 15 de janeiro de 2007 3 Visualização do Programa Segundo Tempo no Brasil – https://www.seguro.esporte.gov.br/segundotempo/visualizacaoBrasil.asp acesso em 05 de fevereiro de 2007. 4 Dados por estado do numero de municípios - http://www.ibge.gov.br/estadosat acesso em 18 de janeiro de 2007.
19
Objetivos específicos:
• Identificar os parceiros do Programa Segundo Tempo em todo o país e
o índice de renovações para a permanência destes junto ao Programa;
• Diagnosticar os parceiros mais constantes do Programa Segundo
Tempo;
• Identificar qual é a esfera administrativa com maior número de
renovações no Programa Segundo Tempo;
• Configurar o município de Estrela como gestor contínuo no processo
de renovação e permanência deste no Programa Segundo Tempo;
• Relacionar os mecanismos utilizados pelo município de Estrela para
manter o Programa Segundo Tempo sistematicamente.
Justifica-se este trabalho pelo propósito de apresentar o Programa Segundo
Tempo por suas ações, objetivos, metas e amplitude nacional. Visualizando, dessa
forma, o cenário no qual está inserido. Buscando identificá-lo, ou não, como uma
política pública voltada para a ação social. Existe certa dificuldade em encontrar
nesta área literatura especifica voltada para a orientação dos gestores públicos, de
como construir políticas públicas eficazes, eficientes e efetivas dentro de uma ótica
que busque o bem-estar do cidadão.
A primeira parte deste trabalho é a construção do referencial teórico que
embasará o processo e a construção de Políticas Públicas, e a importância do
esporte na construção da cidadania. A segunda parte é destinada à apresentação da
metodologia: descrição metodológica, instrumentos e coletas de dados e
informações. A terceira parte é composta pela apresentação e análise dos
resultados obtidos e a última, destinada às conclusões e considerações finais acerca
do estudo proposto.
20
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1.POLITICAS PÚBLICAS
As políticas públicas surgem como resposta do Estado às demandas que
emergem da sociedade e do seu próprio interior, sendo expressão do compromisso
público de atuação numa determinada área ao longo prazo. Pode-se assim entender
a política como:
Linha de ação coletiva que concretiza direitos sociais declarados e garantidos em lei. É mediante as políticas públicas, que são distribuídos ou redistribuídos bens e serviços sociais, em resposta às demandas da sociedade. Por isso, o direito que as fundamenta é direito coletivo e não individual. (PEREIRA CITADA POR DEGENNSZAJH, 2000 APUD CUNHA E CUNHA 2002 p.12)
Ao pensar em política publica faz-se necessário à compreensão do termo
público e sua dimensão, assim Pereira, 1994 (apud Cunha e Cunha, 2002) destaca:
público vem associado a política, não sendo uma referencia exclusiva do Estado,
como muitos pensam, mas sim à coisa pública, ou seja de todos, sob a égide de
uma mesma lei e o apoio de uma comunidade de interesses. Portanto, embora as
políticas públicas sejam reguladas e freqüentemente providas pelo Estado elas
também englobam preferências, escolhas e decisões privadas podendo e por assim
dizendo, devendo ser controladas pelos cidadãos. A política pública expressa, assim
a conversão de decisões privadas em decisões e ações públicas, que afetam a
todos.
21
Conceituando políticas públicas temos a ótica de dois pensadores, primeiro
Maria Garcia (apud Freischeisen, 2000, p.78), define como diretrizes, princípios,
metas coletivas conscientes que direcionam a atividade do Estado, objetivando o
interesse público, enquanto que Eros Roberto Grau (apud Freischeisen, 2000 p.78),
coloca que a legitimidade do Estado está ligada as políticas públicas que se
caracterizam por todas as formas de intervenção do Estado – como provedor,
gerenciador ou fiscalizador.
Partindo destes dois pressupostos e coadunando com Juan Subiratis apud
Freischeisen, (2000) podemos definir políticas públicas pela observação do Estado,
ou melhor, dos gestores dele, realizando um diagnóstico da realidade, verificando as
necessidades pertinentes de cada uma das variáveis encontradas, definindo
objetivos, ações e metas por um determinado período de tempo e incorporando
outras medidas a posterior, além de implantar medidas gerenciadoras e
fiscalizadoras não somente das ações dos agentes públicos, mas também do
privado.
A formulação de uma política publica envolve a identificação dos diversos atores e dos diferentes interesses que permeiam a luta por inclusão de determinada questão na agenda pública e, posteriormente a sua regulamentação. Assim, pode-se perceber a mobilização de grupos representantes da sociedade civil e do Estado que discutem e fundamentam suas argumentações, no sentido de regulamentar, direitos sociais e formular uma política publica que expressa os interesses e as necessidades de todos os envolvidos. (CUNHA E CUNHA, 2002 p.13).
A Carta Constitucional de 1988 propõe uma nova forma à organização do
sistema federativo brasileiro, redefinindo o papel do governo federal, que passa a
assumir prioritariamente a coordenação das políticas públicas sociais, enquanto os
municípios, reconhecidos como entes federados autônomos, assumiram a maior
parte da responsabilidade de execução dessas políticas.
22
Esse formato federativo previu a transferência de diversas atribuições, responsabilidades e recursos da instância federal para os níveis estaduais e municipais de governo, bem como autonomia de estados e municípios para definir a organização e a gestão de suas políticas. Tais definições, ainda que importantes e de grande relevância para operar avanços significativos na área da administração pública, como a descentralização, e democratização da implementação das políticas sociais, tem levado, em alguns casos, o puro formalismo, devido à forte tradição centralizadora do governo federal. Percebe-se com este mecanismo à tendência à padronização, que não considera as diferentes realidades apresentadas pelos estados e municípios, ou seja, tratam os desiguais como iguais, e à não-efetivação de transferências de recursos da União e dos estados para os municípios, compatíveis com as demandas apresentadas pelo nível local. (CUNHA E CUNHA, 2002 p.16)
Com esta padronização e a não observância das peculiaridades regionais
dificulta muitas vezes as execuções de programas e projetos, pois não atende a
realidade local principalmente nas questões econômicas e de liberdade de
gerenciamento dos recursos repassados.
As diretrizes constitucionais introduziram o modelo de gestão baseado na
descentralização político-administrativa, na responsabilidade do Estado e na
participação da população na formulação e no controle das ações de atenção a
população em todos os níveis de governo. Esse modelo requer a adoção de
conceitos e práticas inovadoras, que possam lhe dar suporte técnico-politico, uma
vez que esses enunciados não trazem em si força suficiente para uma
transformação das práticas realizadas na área social, tradicionalmente paternalistas
e assistencialistas, que são ações que transformam o direito em ajuda e doação,
sendo que quem recebe fica devendo um favor e se vê obrigado a retribuir a doação
com serviços ou com votos. (CUNHA E CUNHA, 2002)
De acordo com Frischeisen (2000 p. 23) “a vontade política de um
governante, momentaneamente, não pode prevalecer contra a vontade da maioria
constituinte incorporada na Lei Fundamental.” No Brasil após um regime autoritário
de duas décadas, abre-se para um Estado Democrático de Direito através da
Constituição de 1988, que se fundamenta na soberania popular, exercida através de
seus representantes eleitos ou diretamente na cidadania, na dignidade da pessoa
23
humana, nos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e no pluralismo político,
e que tem como objetivo fundamental a construção de uma sociedade livre, justa e
solidária.
O Estado Democrático de Direito é caracterizado, por afirmar e garantir e
pretender promover direitos iguais para todos sem discriminação de qualquer
espécie, partindo, dos direitos fundamentais do indivíduo que são patrimônio e
conquista histórica de qualquer ser humano, não importando a sua cultura, sua cor
da pele, ou onde ele vive. Os direitos humanos são universais, mas nada adianta se
os mesmos não são passíveis de exercício na comunidade na qual o individuo vive,
e que se sua cidadania e suas características próprias não são reconhecidas e
valorizadas. (FRISCHEISEN, 2000).
Porém, as condições de igualdade precisam ser promovidas, assim, o
conjunto de ações que o Poder Público realiza, visando o efetivo exercício da
igualdade, base de toda a ordem social, constitui as políticas públicas.
A Constituição de 1988, não estabelece somente os direitos sociais, mas
também todas as linhas gerais (políticas públicas) pelas quais os gestores devem se
pautar para garantir o efetivo exercício dos direitos, ainda, as políticas públicas
estabelecidas prezam o principio da co-responsabilidade, estabelecendo a parceria
entre a sociedade civil e poder público, para a consecução dos objetivos propostos
na Carta Magna. (FRISCHEISEN, 2000)
Sendo a constituição instrumento que se pretende permanente, mas que não ignore as modificações que ocorrem na sociedade, ela deve prever condições na qual possa ser modificada (revisada ou emendada) e determinar quais os dispositivos que não podem sofrer tais alterações (cláusulas pétreas). (FRISCHEISEN, 2000 p.25)
O objetivo da ordem social, através da Constituição é aprofundar principio da
igualdade e o não cumprimento de suas normas por parte do gestor gera
responsabilidade jurídica, pois o não fazer, a omissão, é ato inconstitucional, e como
tal sujeito às penas aplicáveis perante a lei. Assim, a Constituição representa um
verdadeiro contrato social ou um pacto de idéias que exige a necessidade de um
núcleo central de normas inatingíveis por aquelas oriundas do processo legislativo
24
ordinário, que decorre das necessidades e conquistas históricas de determinada
comunidade, e que devem permanecer como diretrizes básicas do modelo de
Estado que uma sociedade pretenda construir e garantir os direitos fundamentais do
individuo. (FRISCHEISEN 2000)
Entre as diversas políticas públicas existentes como econômica, ambiental, a
da ciência e tecnologia e outras, a política social é um tipo de política pública cuja
expressão se dá através de um conjunto de princípios, diretrizes, objetivos e
normas, de caráter permanente, abrangente e multidimensional, que orientam e
conduzem à atuação do poder público em uma determinada linha de ação.
2.1.1. Políticas Públicas Sociais
O artigo sexto da Constituição Federal estabelece que “são direitos sociais a
educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social,
a proteção a maternidade e à infância, e a assistência aos desamparados. Todos
esses direitos são pertinentes a todas as pessoas que moram neste país.” (BRASIL,
1988).
Muitas leis já foram formatadas e implantadas durante o período em que a
Constituição está em vigor, portanto, agora cabe mais aos gestores colocarem em
prática do que aos legisladores, as políticas públicas da ordem social.
A gestão social de uma política pode ser entendida como uma ação gerencial que se desenvolve por meio da interação negociada entre o setor público e a sociedade civil (Tenório 1996 apud Cunha e Cunha, 2002 p.17), o que pressupõe inter-relação constante entre o poder publico, os cidadãos e as organizações que os representam. (CUNHA E CUNHA, 2002, p.17).
25
Continuando, Cunha e Cunha (2002, p.18) colocam que “a gestão dos
sistemas das políticas públicas sociais implicam numa relação de cooperação e
complementaridade entre União, estados e municípios no desenvolvimento de ações
compartilhadas com a sociedade civil, por meio de redes de serviços de atenção a
população (saúde, educação, assistência social, proteção à criança e adolescente, e
outras).” O órgão gestor municipal tem a responsabilidade pelo exercício das
funções de planejamento, coordenação, organização e avaliação das ações em
estreita interação com os demais atores (conselhos, ONGS, prestadores de serviço
e outros).
Para implantar esses sistemas de políticas públicas é necessário considerar a
diversidade e a diferenciação apresentada pela realidade dos estados e municípios
nos modelos de organização, nas atividades desenvolvidas, nos recursos
disponíveis e na capacidade gerencial. Deve-se considerar também o quanto é
importante que o processo de implementação dessas políticas seja acompanhado
do desenvolvimento da capacidade técnica, administrativa, financeira e política dos
gestores e dos diversos agentes que integram os sistemas. (CUNHA E CUNHA,
2002) As disposições legais sobre as formas de gestão dos recursos financeiros das políticas públicas sociais a serem adotadas pelas três esferas de governo consideram tanto o aspecto da descentralização político-administrativa, como também a autonomia administrativa e a agilidade do processo decisório de cunho financeiro que o sistema possibilita, alem de ordenar a gestão política de forma a lhe garantir recursos necessários. (CUNHA E CUNHA, 2002 p. 20)
Implantar, um sistema de políticas públicas sociais, requer criar um fundo que
às mantém com órgãos fiscalizadores (conselhos municipais ou estaduais) que
estão diretamente em contato com todas as ações realizadas pelos programas
instalados. Cunha e Cunha (2000, p.20) ressaltam que “os fundos como
instrumentos de gestão, possuem vantagens inequívocas para aqueles que
assumem o compromisso com uma administração transparente, mas
inevitavelmente um problema para o que permanecem na cultura da administração
pública tradicional”.
26
Um dos fatores significativos para a pouca efetivação dos fundos é a não
compreensão sobre o processo orçamentário e as normas de financiamento das
políticas publicas sociais. Principalmente, no que diz respeito à legislação e
procedimentos para inclusão das demandas da área no orçamento, ou quanto à
própria compreensão da peça orçamentária e dos instrumentos e processos de
prestação de contas.
2.1.2. Avaliação de Políticas Públicas
Toda a ação , seja em qualquer área requer um processo de verificação se
está ação é pertinente ou não, se atinge seus objetivos, suas metas, assim a
dinâmica das políticas públicas também necessita de um processo avaliativo para a
sua continuidade ou substituição por outra que atinge as necessidades.
Toda a avaliação parte do pressuposto de um julgamento, de atribuir um
valor, de apontar os pontos positivos e negativos de qualquer ação a ser avaliada.
Portanto, a avaliação requer uso de instrumentos adequados de análise e métodos
de abordagens para cada fim, para que não se confunda opções pessoais com os
resultados da pesquisa.
Conforme, Arretche (2001), na literatura de avaliação de políticas públicas
costuma distingui-las em termos de sua efetividade, eficácia e eficiência, distinção
que é basicamente um recurso analítico destinado a separar aspectos distintos dos
objetivos, e, por conseqüência, da abordagem e dos métodos e técnicas de
avaliação, e vejo que é a partir destes eixos que podemos determinar se um
programa ou projeto a ser implantado pode ou não se tornar uma política pública.
27
2.1.2.1. Efetividade:
Para, Figueredo e Figueredo (1996 apud Arretche 2001 p.31) efetividade é “o
exame da relação entre a implementação de um determinado programa e seus
impactos e ou resultados, isto é, seu sucesso ou fracasso determinarão uma efetiva
mudança nas condições sócias prévia de vida da população a ser atingida pelo
programa”. É na avaliação de efetividade que a distinção entre a avaliação e análise
torna-se mais clara e necessária, devido à necessidade de demonstrar resultados
encontrados na realidade onde o programa é executado e se estes fatos são
pertinentes àquela ação e não um resultado obtido por fatores adversos que não
tenham relação com o referido programa.
Um exemplo muito claro colocado por Arretche (2001), é o de implantar um
programa de saneamento básico que se espera tenham impacto sobre as condições
de saúde da população. Uma coisa é abastecer a população com sistemas de água
e esgoto, e neste sentido, fornecer produtos como torneiras de água e sistema de
eliminação de dejetos. Outra bastante distinta é a qualidade deste serviço, e mais
ainda seu impacto sobre as condições de saúde da população, se realmente estas
ações irão atingir os objetivos esperados com a implantação do programa.
A maior dificuldade nas avaliações de efetividade, não consiste em distinguir
produtos de resultados, mas em demonstrar que os resultados encontrados (sejam
do sucesso ou do fracasso) estão causalmente relacionados aos produtos
oferecidos pela dada política analisada. Portanto, estudos confiáveis sobre a
efetividade dos programas são difíceis e mesmo raros.
2.1.2.2. Eficácia:
De acordo com, Figueredo e Figueredo (1996 apud Arretche 2001 p.34)
eficácia é “a relação entre os objetivos e instrumentos explícitos de um dado
programa e seus resultados efetivos”. Esta avaliação pode ser feita entre, as metas
propostas e as metas alcançadas pelo programa ou entre os instrumentos previstos
para a sua implantação e aqueles efetivamente empregados. É certamente a mais
28
aplicada nas avaliações correntes de políticas públicas,pois é a mais factível e
menos custosa de ser realizada.
A praticidade consiste em que o avaliador estabelece uma equação entre as
metas anunciadas pelo programa e com base nas informações disponíveis
relacionada com as metas alcançadas e assim conclui pelo sucesso ou fracasso da
política. Nesta avaliação a maior dificuldade consiste na obtenção e confiabilidade
das informações.
Outra possibilidade também no mesmo processo de avaliação é relacionar os
instrumentos previstos para a implantação de uma política e aqueles efetivamente
empregados. Esta avaliação consiste no exame da processualidade concreta e da
adequação e coerência dos meios e instrumentos utilizados durante a vigência de
um determinado programa, ou seja, relacionar o que foi projetado com o que
realmente é executado. A maior dificuldade encontra-se no obter as informações
corretas e concretas, necessitando de uma pesquisa de campo e de observação in
loco para poder concluir o processo de análise e de avaliação do programa ora em
questão.
2.1.2.3. Eficiência:
Segundo, Figueredo e Figueredo (1996 apud Arretche 2001 p.34) eficiência é
“a avaliação da relação entre o esforço empregado na implementação de uma dada
política e os resultados alcançados”. Visto pela ótica de Arretche (2001), esta é,
hoje, a avaliação possivelmente mais necessária e urgente a ser aplicada, pois a
escassez de recursos públicos exige maior racionalização do gasto e sob o impacto
fiscal do Estado, medidas e programas de contenção das ações públicas tem
buscado aumentar o volume de recursos efetivamente disponíveis sem aumentar o
volume de arrecadação, ou seja, sem aumentar rubricas de gastos, desta forma
analiso que, frequentemente, para se manter um programa, a contrapartida dos
estados e municípios está aumentando, enquanto que os valores repassados
continuam os mesmos.
29
Embora, a avaliação de eficiência é negligenciada, impõem-se porque é um
objetivo democrático, pois ao dispor de recursos públicos e ao implementar políticas
públicas, o governo está usufruindo um dinheiro que não é seu, e, portanto, do
contribuinte.
E sendo, o Brasil, um país democrático, a probidade, competência e eficiência
no uso de recursos publicamente apropriados constituem uma das condições para a
confiança pública nas esferas administrativas. Estes utilizam recursos, que como
citado anteriormente, é do contribuinte e a ele deve prestar contas.
Sabemos, que nas sociedades onde o peso eleitoral é de grande valia, a
implementação de políticas públicas tende a ter menor validade perante o processo
decisório que seu impacto sobre a opinião pública ou seu impacto eleitoral. Desta
forma, a avaliação da eficiência, eficácia e efetividade de políticas públicas são
elementos sem muita importância na decisão de adotar, reformular e reestruturar
futuras políticas. Pois, o mercado eleitoral tem maior influencia do que as boas
práticas de políticas públicas.
Não podemos deixar de pincelar, sobre a avaliação do processo de
implementação das políticas públicas, que é uma subárea específica da pesquisa de
avaliação de política que dentre outras inclui o processo como meio. Enquanto a
avaliação de impacto diz respeito aos efeitos que o programa pode gerar sobre a
população alvo, a avaliação do processo representa a chance de monitoração dos
processos responsáveis pela produção do efeito esperado, tanto quanto da dinâmica
das discussões e atividades-meio do programa. (PEREZ, 2001)
Alguns autores como Lester (1987 apud Perez 2001), coloca que a
implementação refere-se a todo o processo iniciado com o estabelecimento da
política até o seu impacto. Em uma concepção mais delimitada, a implantação pode
distinguir-se em etapas que a antecedem: a fase da formação da política e a fase da
formulação política.
30
A fase da formação da política implica a constituição da agenda, a definição
do campo de atuação e a identificação de alternativas. E a fase da formulação da
política é quando as várias propostas se constituem em política propriamente dita,
mediante a definição de objetivos, metas, recursos, explicitação da estratégia de
implementação. E a partir deste momento, pode-se pensar que medida se fará
necessária para transformar a política em programa, isto é quando por ação de uma
autoridade são criadas as condições iniciais à implementação de tal ação, e, se esta,
terá sua continuidade. Voltando ao princípio que, para ter sua validade é necessário
ter efetividade, eficácia e eficiência.
31
2.2. O ESPORTE E SUAS DIMENSOES
O esporte é um fator de desenvolvimento humano, contribuindo na formação
integral das pessoas e na melhoria da qualidade do conjunto da sociedade, não
devendo ser visto como um instrumento para solucionar ou desviar a atenção dos
problemas sociais5. A seguir iremos pontuar algumas questões históricas
fundamentais para dimensionar o esporte no Brasil. (BRASIL, 2006)
Socialmente, o esporte contribui no campo da solidariedade, auto-estima,
respeito ao próximo. Ele também é um facilitador da comunicação, tolerância, visão
coletiva de cooperação, disciplina, respeito às regras e vida saudável. Contribui no
combate a doenças, evasão escolar, uso de drogas, política de segurança pública
entre outros. Estes possibilitam o desenvolvimento integral do ser humano em todas
as suas díades de relacionamentos e em seu papel na sociedade.
O esporte também é fator econômico, pois gera emprego e renda, projetando
uma dinâmica cadeia rentável. Na indústria produzem-se os materiais e
equipamentos esportivos; o comércio distribui; a mídia divulga, nos eventos que
ocorrem e que mobilizam centenas de pessoas, dependendo da proporção do
evento, desde a sua preparação, a execução e término. Portanto, a rede na qual
economicamente o esporte esta inserido é propulsor. Mas, pouco explorado
financeiramente pela falta de valorização do esporte perante a sociedade.
A prática do esporte ultrapassa o simples limite da recreação ou do lazer,
conforme estabelece o artº 217 da Constituição Federal de 1988, “é dever do
Estado, fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada
um” (BRASIL, 1988), e assume a condição de direito. Na dimensão da inclusão
social e educacional legitimado é pelo Estatuto da Criança e Adolescente Lei
número 8.069/90, quando no capítulo IV, artigo 59 conclui que “os Municípios com 5 BRASIL, 2004 - 1ª Conferencia Nacional do Esporte de 17 a 20 de junho de 2004. Esporte, Lazer e Desenvolvimento. Documento Final - Brasília DF
32
apoio dos Estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e
espaços para as programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a
infância e juventude”. (BRASIL, 1990 p.26 )
Com isso, iniciou-se um processo de implantação de ações nas esferas
municipais e estaduais. Assim, como a própria criação do Ministério do Esporte em
2003. Cabe lembrar, que em âmbito nacional o esporte já vem ganhando forma
desde 1999 com a criação do Ministério do Esporte e Turismo, que antes estava
vinculado ao Ministério da Educação como uma secretaria. Desta forma, ampliaram-
se as perspectivas de investimentos no esporte e lazer para a sociedade, assim
como, o reconhecimento e materialização de sua relevância no contexto nacional.
Em 1985 foi criada a Comissão de Reformulação do Esporte Brasileiro, a qual
instituiu as bases do esporte educacional no Brasil. Esta iniciativa visou dar
cumprimento à Constituição Federal de 1988, como citado anteriormente.
Em 2000, um marco institucional para o esporte foi à criação e implantação da
Comissão Nacional dos Atletas e a instituição da Câmara Setorial do Esporte. Esta,
composta por representantes da sociedade esportiva brasileira, onde foram
definidos os pontos fundamentais para a revitalização do esporte escolar a partir dos
Parâmetros Curriculares Nacionais os quais estabelecem: a não seletividade da
educação física nas escolas; a importância do principio da inclusão; a consciência
de que os esportes não devem ser privilégios de esportistas profissionais; e a
valorização dos aspectos éticos e morais, proporcionando o desenvolvimento de
processos de controle. (TCU6, 2006)
A partir dessas considerações entendemos que a Educação Física tem a
função de Educar para e pelo esporte e todas as suas dimensões: pedagógica,
cultural corporal e inclusiva, compreendendo e transformando a realidade que nos
cerca, partindo de sua especificidade que é a cultura do movimento humano.
6 BRASIL, 2006, Tribunal de Contas da União – Relatório da Auditoria de Natureza Operacional executada no Programa Segundo Tempo. Acórdão número 214/2006-P.
33
2.2.1. Pedagogia do Esporte
Toda a orientação realizada e que modifique a ação de uma pessoa, é uma
ação pedagógica. Estamos em constante aprender em nosso dia-a-dia. Mesmo nas
tarefas mais simples como ensinar uma pessoa a utilizar um computador. O ensinar-
aprender é constante em nossas vidas, que ultrapassa os bancos escolares. É um
processo contínuo e permanente.
Seguindo esta ótica, não podemos pensar em ensinar um esporte, ou em
aulas de Educação Física, sem nos reportar a pedagogia. Pois, tal ação é
intencional, consciente e organizada no sentido de propiciar novas estruturas e
conhecimentos àqueles que não se apropriaram delas. A pedagogia é uma relação
entre teoria/prática e prática/teoria. Ela está pautada, conforme, Souza e Scaglia,
(2004), em concepções metodológicas, construídas, refletidas e discutidas
tecnicamente, relativas aos porquês educacionais de como, o que, para quem e por
quê.
Assim, podemos aliar a pedagogia ao esporte e compreender de que forma
as duas compõem um dos mais amplos processos de ensino-aprendizado, pois
juntas são responsáveis por inserir na vida de cada criança e futuro cidadão a
prática do esporte. Em primeira instância em uma prática formal e, futuramente na
prática não-formal. Como os meios de lazer, promoção da saúde ou também como
críticos das situações apresentadas nas inúmeras práticas esportivas
disponibilizadas.
A pedagogia do esporte é responsável por formar a criança/cidadão na sua
história esportiva7, desenvolvendo uma cultura8 cognitiva, afetivo social e por obvio a
cultura psicomotora desse indivíduo.
7 Coloco como história esportiva e não como cultura esportiva como referenda Souza e Scaglia 2004 pois entendo que a bagagem que nos é propiciada durante as práticas esportivas na escola e no meio em que vivemos, faz com que tenhamos um passado, presente e um futuro dentro dessas práticas. Elas podem ser adaptadas, readaptadas e novamente modificadas a partir das primeiras vivências coadunando com novas experiências e, é assim que a história se processa no tempo e no espaço. 8 Cultura aqui refere-se ao saber, conforme BUENO (2000).
34
A partir dessas construções vemos que o esporte na escola deve ser
visualizado de forma a oportunizar seu acesso a todos. Todavia, há metodologias de
ensino (Pedagogia Tradicional) que não prevêem em seus objetivos o acesso a
prática esportiva socializada. Privilegiando dentro de suas ações àqueles que já
possuem um prévio conhecimento das habilidades mínimas para o desenvolvimento
dessas práticas. E, somente a esses, é permitido com que o acervo cognitivo, afetivo
social e psicomotor, ampliem-se. Com isso, os outros com menos experiências,
ficam desprovidos de ampliar ou até mesmo de aperfeiçoar os seus conhecimentos.
Portanto, a pedagogia do esporte deve ensinar o esporte através do esporte –
como o jogo através do jogo. Pois, desta forma estaremos desencadeando o
processo ensino-aprendizagem. Assim desde muito cedo, conforme Graça e Oliveira
(1995) são pertinentes propor o ensino através dos Jogos Desportivos Coletivos
(JDC). Onde os alunos estão perante a situação-problema, que o professor irá
provocar dentro de sua prática e metodologia.
Não podemos pensar em ensinar esporte como um somatório de habilidades
motoras dissociadas do contexto em que elas estão inseridas, inaplicáveis durante o
jogo. Antes de conhecer as estruturas técnicas e táticas deve-se conhecer a
estrutura do todo. Assim, poderemos ampliar a competência interpretativa, para
futuramente modificar, adaptar e adequar o esporte formal. Transformando-o de
regras rígidas em práticas prazerosas acessíveis e ao alcance de todos.
A Educação Física, hoje, não se restringe ao simples exercício de certas
habilidades e destrezas com um fim apenas na prática esportiva. Mas sim, possui o
intuito de capacitar às crianças, futuros cidadãos, a refletir sobre suas possibilidades
corporais. Para com autonomia, exercê-las de maneira social e culturalmente
significativa e adequada, podendo adaptar as suas informações em qualquer
momento de sua vida.
35
O esporte desenvolve no indivíduo a compreensão e a utilização das
habilidades e estilos pessoais dentro de linguagens e contextos sociais, as quais ele
conhece e pode modificar. Pois, o mesmo gesto pode adquirir significados diferentes
conforme a intenção de quem o realiza e a situação em que isso ocorre. O
arremesso é diferente no basquete, no handebol e no futebol (goleiro e cobrança de
lateral), na medida em que é utilizado com intenções diferenciadas e em contextos
específicos.
É importante que seja desenvolvida, através da pedagogia do esporte, a
concepção e a natureza das características de cada atitude da ação corporal que
será realizada, como ela é construída socialmente e valorizada. Para que possamos
organizar e utilizar sua motricidade na expressão de sentimentos e emoções de
forma adequada e significativa.
Com a prática das brincadeiras, dos jogos lúdicos e do esporte propiciamos o
saber discernir sobre o caráter competitivo ou recreativo de cada situação. Conhecer
seu histórico, compreendendo minimamente as regras e estratégias que o envolvem
para depois saber adaptá-las. E conseqüentemente, realizar esses processos na
vida cotidiana, quando situações adversas aparecerem.
Portanto, a Educação Física não é apenas um momento de se divertir, ou
recrear por recrear. Ela tem sua legitimidade na essência da pedagogia que é o de
ensinar com o compromisso de formar. Formar um cidadão que se supere e seja
sujeito histórico no mundo, desenvolvendo sua criticidade, sua autonomia, sua
liberdade de expressão e sua capacidade de reflexão, podendo exercer plenamente
a sua cidadania.
36
2.2.2. Esporte na Cultura Corporal
Pensar no homem como um ser único, onipotente e onipresente na complexa
estrutura organizada é não conceber as inúmeras influências do mundo. Tanto no
seu aspecto estrutural (meio), quanto em sua cadeia evolutiva (sociedade). O que
age direta e indiretamente sobre o homem e esse sobre o meio (BRITO, 2004).
Conforme Santin, (1987 apud Brito, 2004), o homem é um ser vivo, é um ser
humano no mundo, em constante autocriação com o mundo e com ele mesmo. Esta
percepção faz do homem uma corporeidade movente, falante e sensorial. É através
dos sentimentos que o homem se expressa da forma mais clara e objetiva. A
corporeidade consiste na busca da consciência de todas as dimensões (física,
emocional-afetiva,mental-espiritual, sócio-historico-cultural9).
Cultura é o modo como os homens produzem materialmente sua existência pelo trabalho e pela organização econômica, dando sentido a essa produção material que se realiza em condições determinadas e não escolhidas. (ESCOBAR, 2004 p. 21)
Cagigal, (1979 apud Escobar 2004), defende uma cultura física, em uma
perspectiva neo-humanistica. O que se deve entender como fundamental
aprendizagem do conhecimento de sim mesmo como cultivo de valores básicos de
expressão pessoal e de relação social mediante as capacidades físicas. Assim, ele
revela que o homem é abordado como soma de duas realidades: o corpo e o
movimento.
Ainda, Escobar, 2004, ressalta que:
a cultura corporal deve revelar os nexos entre o homem, a natureza e a sociedade e expressar as regularidades que modulam a relação entre os ideais sociais das classes produtoras e os processos de criação e administração da prática das atividades físicas e corporais. (ESCOBAR, 2004, p.21)
9 Partes que compõem o todo de nós seres humanos, conforme Brito, 2004 p. 61
37
As atividades corporais devem ser consideradas expressões de cultura e essa
cultura deve ser um sentir, um conhecer, um atender, um cuidar e um cultivar o
corpo. Crianças e jovens devem ser levados a compreender a diversidade das
formas que assumem as atividades corporais de diferentes grupos sociais. Assim,
como os estilos em que são praticados e a relação dessas práticas com as
diferentes formas de competições e treinamentos. Estes que são explicados pelas
suas relações com o modo de produção em que vivemos.
Escobar, (2004), diz que o jogo deixou de ser atividade essencialmente lúdica
para ser uma atividade lúdico-competitiva, hoje qualificada como esporte. Partindo
deste pensamento, o esporte é uma atividade corporal desenvolvida em torno do
lúdico, não objetivando resultados materiais ou com traço de caráter competitivo.
Uma nova cultura corporal popular deve afirmar-se pelo acesso das camadas
populares ao campo de produção cultural da sociedade. Promovendo eventos de
esporte e lazer, valorizando especialmente o envolvimento de todos os segmentos
sociais demandante na organização e no planejamento e na participação.
Visar o desenvolvimento de uma cultura corporal brasileira, conforme Escobar
(2004) é cultivar e incrementar atividades que satisfaçam as necessidades lúdicas.
Das quais citamos, estéticas, artísticas, combativas, competitivas do povo. Educá-lo,
em níveis mais elevados de conhecimentos e de ação que, certamente terão reflexo
na criação de possibilidades de solução dos problemas sociais mais agudos que no
momento impedem o nosso progresso social. Portanto, orientar o ensino do esporte
pelo princípio da realidade atual significa situar o trato do conhecimento esportivo no
contexto dos conflitos sociais.
Segundo Escobar (2004 p.37), “o esporte escolar será educativo se preservar
a ludicidade, a espontaneidade e auto-organização dos alunos.” Sendo assim o
aluno será capaz de resolver, por si só, problemas práticos, tais como surgem nas
diversas situações de jogo. Portanto, a Educação Física, é a sociedade, a natureza,
o pensamento, a técnica e, o modo de ação sob o ponto de vista de uma concepção
cientifica e histórica do mundo.
38
2.2.3. Esporte e Inclusão Social
As atividades físicas foram cultivadas em diferentes épocas e civilizações,
como hábito corporal, com técnicas específicas e bem direcionadas. Os objetivos e
as finalidades dos esportes se diferenciaram ao longo dos tempos e ainda se
diferenciam dos objetivos e finalidades dos jogos. Mas, a base primária dos
movimentos como os dos jogos e esportes continua a mesma.
Visualizar a inclusão parte do princípio de duas perspectivas: uma da
concepção abstrata de sociedade que luta pela inclusão social e escolar na
perspectiva de que existem milhares de pessoas que por serem iguais às demais
necessitam serem incluídas na escola e socialmente; e a outra é a concepção
concreta que questiona o ideário inclusivista, utilizando o método inverso de
pensamento, isto é, se as pessoas necessitam ser inclusas e porque estão sendo
excluídas da sociedade e de seus benefícios, sendo um dos critérios de escolha dos
incluídos e excluídos a prática social e econômica desse estrato social. (CARMO,
2004)
Assim, o entendimento da diversidade humana precisa ser ressignificada, pois
o processo de inclusão social e escolar que se realiza, apresenta profundas
contradições internas entre seu ideário e a realidade objetiva. A idéia de inclusão no
campo educacional não visa a atender somente as crianças rotuladas de deficientes,
mas todas as pessoas que estão fora do sistema escolar por um motivo ou outro. E,
a sociedade também deve partir para este pensar. A inclusão é pertinente em todas
as instâncias e momentos, e não direcionada apenas a um segmento da sociedade.
As diferenças e as desigualdades existem em todos os momentos, e a todo
instante, pois para alguns, certas atividades e ou práticas são de grande dificuldade,
enquanto que para outros são incorporado ou executado facilmente. Não são
somente as deficiências físicas ou mentais que geram a exclusão nas aulas de
Educação Física, as dificuldades de execução e inter-relacionamentos também são
fatores excludentes devendo ser trabalhados avidamente no contexto da escola e
sociedade.
39
O esporte escolar deve ser acessível a todos. Pois, a criança é puro
movimento. Pensando no movimento como um todo, na área cognitiva é onde o
pensamento e o saber são constantemente alterados e renovados através de uma
ação contínua de informações. Na área sócio-afetiva, com o convívio social a
criança desenvolve suas díades de relacionamentos, entrando em contato com seus
micros e meso-sistemas de desenvolvimento, modificando o seu meio, com este
processo de mudanças suas ações e reações emocionais configuram-se como
fractais10. Na área psicomotora seu desenvolvimento motor advém de ações
mecânicas e dinâmicas de seus membros, alem de relacionar ação do pensamento -
comando do que fazer e a ação motora (mecânica) - movimento efetivo do aparelho
locomotor.
O jogo e o esporte devem ser ensinados tendo por principio o interesse
cultural, a prática, a vivência do aluno; adaptando o jogo e o esporte as
necessidades de cada grupo. É necessário fazer com que as dificuldades sejam
superadas não facilitando o objetivo, mas reestruturando pequenas ações para
atingir o resultado esperado.
A universalidade sem restrição, de espaço e tempo ao jogo e ao esporte,
permitirão que estes sejam agentes transformadores dos ditos excluídos sociais.
Importante neste pensamento é propiciar aos praticantes e participantes do jogo e
do esporte a mediação como forma processual de sua socialização. Estimular a
transformação interior e conjuntamente criar condições externas, através dos jogos e
do esporte permitiria a transformação social rumo à sociedade que almejamos.
Utopicamente, assegurar a todos a sua inserção irrestrita na sociedade, fazendo-o
um ser no mundo.
Urge respeitar as individualidades pessoais e regionais para que o esporte
educacional, faça a diferença no processo de formação e desenvolvimento social,
pactuando com políticas públicas voltadas ao esporte de forma democrática e
abrangente.
10 O entendimento de fractais segue na linha das constantes mudanças que ocorrem com a criança e o adolescente no seu humor, nas suas reações, na dualidade da alegria e tristeza em um mesmo instante, não mudando assim a sua essência, de ser um ser no mundo, assim com, os fractais que não perdem a sua definição formal à medida que é ampliado, mantendo-se a sua estrutura idêntica à original. (www.educ.fc.ul.pt/icm99/icm43/oqfratal.htm) acesso em 10 de abril de 2007.
40
3. METODOLOGIA:
O presente trabalho teve uma abordagem qualitativo-descritiva, onde não há
possibilidade de generalizações, e as interferências que se produz a partir do
processo investigatório se traduzem em hipótese de trabalho, se referindo ao um
contexto em particular (Molina Neto org. 1999), e neste caso, os parceiros que
conveniaram com o Programa Segundo Tempo de 2003 a 2006, programa este
pertencente ao Ministério do Esporte e a gestão do Programa no Município de
Estrela-RS, no mesmo período.
Os parceiros do Programa Segundo Tempo são órgãos públicos da esfera
municipal, estadual e federal, entidades da iniciativa privada, ONG (Organização
Não Governamental) e OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público).
O cerne desta pesquisa está embasado na descrição, análise e interpretação
das informações subsidiadas através de dois caminhos: a análise documental com
consulta ao banco de dados do site do Ministério do Esporte; Mapa de Distribuição e
Visualização do Programa Segundo Tempo, onde constam todos os parceiros, ano
de convênio e número de vezes que estes conveniaram ou renovaram com o
Ministério para a execução do Programa Segundo Tempo, ano 2003 ao ano 2006;
manual de orientação do Programa Segundo Tempo e legislação, que estruturam o
Programa Segundo Tempo; e Relatório do Tribunal de Contas da União referente ao
Programa Segundo Tempo do ano de 2005.
41
O segundo instrumento utilizado refere-se à experiência da gestão do
Programa Segundo Tempo no município de Estrela durante o período do ano 2003
ao ano 2006, com planos de trabalhos, mecanismos de encaminhamento, prestação
de contas e gerenciamento do programa durante sua execução.
Os dados coletados das entidades e número de convênios referente ao
Programa Segundo Tempo foram obtidos através do site do Ministério do Esporte11
e organizados através da tabulação e criação de gráficos representativos para sua
apresentação. Os dados referentes ao número de município em cada estado da
federação foram obtidos através do IBGE12. As informações sobre o funcionamento
do Programa Segundo Tempo no município de Estrela/RS foram experiências da
própria autora deste trabalho. Estes procedimentos foram utilizados para melhor
análise e interpretação das informações.
Os dados serão analisados por estados, observando os seguintes critérios:
participação efetiva e renovação do projeto. No município de Estrela s realizar-se-á
uma descrição o mais fidedigna possível de como transcorreu e a continuidade
desse Programa neste município, envolvendo as categorias: Projeto Navegar e
Programa Segundo Tempo.
No decorrer das considerações finais far-se-á triangulação das informações
entre o referencial teórico, o Programa Segundo Tempo no Brasil e no município de
Estrela. Assim como pontuar, de acordo com os objetivos, questões importantes que
surgiram com a análise dos dados.
11 http:// www.esporte.gob.br/segundotempo acesso em 15 de janeiro de 2007. 12 http://www.ibge.gov.br/estadosat acesso em 18 de janeiro de 2007.
42
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1. DIRETRIZES DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO
O Ministério do Esporte criado pela Medida Provisória 103 de 1º de janeiro de
2003, com a missão de “formular e implementar políticas públicas inclusivas e de
afirmação do esporte e lazer como direitos sociais do cidadão, colaborando para o
desenvolvimento nacional e humano”. (Brasil, 2004 p.05) O pensamento é de
assegurar o acesso a todos, às atividades esportivas e de lazer, contribuindo assim,
para a redução do quadro de injustiças, exclusão e vulnerabilidade social que aflige
boa parte da população brasileira (BRASIL, 2004).
Este programa implantado e disseminado durante estes últimos quatros anos
vem na tentativa de provocar mudanças de conceito sobre o papel que a atividade
esportiva e de lazer desempenha em nossas vidas. Fomentando assim a
necessidade de se repensar todas as ações públicas e privadas e as formas de
gestão de todos àqueles responsáveis pelo esporte e lazer, tanto profissionais como
gestores que há muito vem sendo relegada ao segundo plano.
A Câmara Setorial do Esporte de 2000 sugeriu a criação de um Programa
Nacional de Esporte Escolar, cabendo então ao Ministério do Esporte e Turismo,
lançar oficialmente o Programa Esporte na Escola em 21 de junho de 2001. Com o
objetivo de “democratizar o acesso a prática e a cultura do esporte como
instrumento educacional. Visando o desenvolvimento integral das crianças,
adolescentes e jovens, como meio de formação da cidadania e melhoria da
qualidade de vida.
43
Como já mencionamos em 2003, finalmente o Esporte toma forma perante a
estrutura do governo federal e torna-se Ministério com direito a três secretarias para
estruturar suas ações de acordo com a MP 103 01 de janeiro de 2003. Sendo estas:
secretaria de esporte educacional, alto rendimento e esporte e lazer. Podemos
observar que o Brasil está em sintonia com que preconiza a ONU (Organização das
Nações Unidas), quando através do documento intitulado Esporte para o
Desenvolvimento e a Paz de 2003, trata da política do esporte em quatro níveis:
1. Esporte social – instrumento de inclusão social (em todos os tipos de
esporte, há o fator inclusão social, mas há, também, uma política
específica para isto)
2. Esporte educacional – complemento à atividade escolar (política
global, que envolve o esporte além da disciplina da Educação Física,
e a revitalização dos jogos estudantis e universitários)
3. Esporte de alto rendimento – o esporte competitivo (com o esporte
para milhões, produziremos muitos atletas – e estes, servem de
exemplo para a prática de esporte por milhões) e,
4. Esporte de Recreação e Lazer – esporte como qualidade de vida:
saúde e bem estar físico e psicológico (incentivo à prática esportiva
para todos, como parte do cotidiano).
O Ministério do Esporte, através da Secretaria de Esporte Educacional em
2004, estabeleceu diretrizes para a implantação e execução do Programa Segundo
Tempo surgido oficialmente em outubro de 2003, este, um realinhamento estratégico
do Programa Esporte na Escola13 passou a constar como programa orçamentário no
Plano Plurianual (PPA) 2004/2007 do Ministério do Esporte. (BRASIL, 2006)14
13 Programa Esporte na Escola pertencia ao Programa Esporte lançado em 21 de junho de 2001. 14 BRASIL, 2006, Tribunal de Contas da União – Relatório da Auditoria de Natureza Operacional executada no Programa Segundo Tempo. Acórdão número 214/2006-P.
44
O Programa Segundo Tempo constitui-se numa iniciativa do Ministério do
Esporte em parceira com o Ministério da Educação, para democratizar o acesso à
prática esportiva de crianças e adolescentes matriculados em escolas públicas do
Brasil. Por meio de atividades esportivas no contra-turno escolar, pretende-se
colaborar com a inclusão social, bem-estar físico, promoção à saúde e
desenvolvimento intelectual de crianças e adolescentes que estão em situação de
vulnerabilidade social, portadores de necessidades especiais e jovens que estão
fora da escola, ampliando assim sua possibilidade de retorno à comunidade escolar.
(BRASIL, 2004)
O Programa caracteriza-se pelo acesso a diferentes modalidades esportivas,
através de atividades individuais e coletivas desenvolvidas sob a forma de projetos
educacionais em espaços físicos escolares ou não, que possam ser utilizados pelo
público alvo do Programa. As atividades podem ser desenvolvidas em qualquer dia
da semana, desde que estabelecidas dentro do Plano de Trabalho15.(BRASIL, 2004)
Os princípios que norteiam as ações, do Programa, estão fundamentados no
saber coletivo (co-educação), na capacidade de organização grupal (cooperação),
na reflexão crítica (emancipação), a partir da realidade na qual está inserido
(conscientização). Todos eles são construídos com base em uma pedagogia
inclusiva, levando em conta as diferenças e as potencialidades de cada participante.
(BRASIL, 2004)
Os princípios estabelecidos para a execução do Programa estão embasados
em: respeitar a individualidade dos alunos; os aspectos gerais do processo de
desenvolvimento da aprendizagem. Buscar o equilíbrio entre ações individuais e
coletivas, cooperativas e competitivas; oportunizar a aproximação de pensamento e
ação por meio da prática de jogos; possibilitar vivências de modo que todos os
participantes sejam capazes de aprender e praticar esportes sem pré-requisitos
técnicos; e o princípio de que professor é compreendido como facilitador e mediador
de experiências, incentivando e estabelecendo condições de participação dos alunos
na construção e desenvolvimento das aulas, possibilitando desta forma, o re-
significar esportivo; e, estabelecer estratégia de construção de política pública a 15 Plano de Trabalho é um instrumento integrante do processo de solicitação de recursos financeiros para implantação de Projetos e Programas de acordo com a Instrução Normativa 01/97.
45
partir do engajamento do poder público, da ampliação de parceiros e espaços,
constituindo e atuando em rede, assegurando diversidade, sustentabilidade e
complementaridade dos serviços.
O objetivo principal do Programa Segundo Tempo é “de democratizar o
acesso à prática e à cultura do esporte como instrumento educacional, visando o
desenvolvimento de crianças e adolescentes.” Especificamente, objetiva: promover a
difusão do conhecimento e conteúdos do esporte, oferecer prática esportiva de
qualidade; despertar a consciência da prática esportiva como atividade necessária
ao bem estar individual e coletivo; contribuir para o desenvolvimento humano, em
busca de qualidade de vida; contribuir para o processo de inclusão educacional e
social; garantir recursos humanos qualificados e permanentes para coordenar e
ministrar as atividades esportivas; despertar hábitos saudáveis para crianças,
adolescentes e familiares – higiene, saúde e alimentação; estimular crianças e
adolescentes a manter uma interação efetiva em torno de práticas esportivas
saudáveis orientadas ao processo de desenvolvimento da cidadania (práticas
esportivas que através do movimento e mediadas pelo diálogo, pela busca do
entendimento, possibilitem a construção coletiva do conhecimento); contribuir para a
ampliação da atividade educacional, visando um caráter de educação permanente e
integral por meio do esporte; contribuir para redução do tempo de exposição de
crianças e adolescentes a situações de risco social (violência, trabalho infantil e
fome); apoiar as ações de erradicação do trabalho infantil; contribuir para o processo
de diminuição dos índices de evasão e repetência escolar da criança e do
adolescente; apoiar a geração de emprego e renda pela mobilização do mercado
esportivo nacional; implementar indicadores de acompanhamento e avaliação do
esporte educacional; obter reconhecimento nacional e internacional do Programa.
(BRASIL, 2004)
O público alvo a que se destina o Programa compreende crianças,
adolescentes e jovens matriculados no Ensino Fundamental e Médio dos
estabelecimentos públicos de educação do Brasil, localizados em áreas de risco
social, bem como aqueles que estão fora da escola, de forma a oportunizar sua
inclusão no ensino formal.
46
As metas estabelecidas para o Programa quando de sua implantação era
atender a 1 (hum) milhão de crianças e adolescentes, 2.500 professores em
processo de capacitação (especialização); 2.500 estagiários em processo de
capacitação (extensão); 4.500 bolsas estagiário/monitor distribuídas no país; mais
de 600 municípios beneficiados; 26 Unidades da Federação e Distrito Federal
beneficiados (BRASIL, 2004).
Até fevereiro de 2007, já foram atendidos 1.031.157 crianças, 1.481 cidades e
todos os estados da federação inclusive o Distrito Federal conforme dados do
Ministério do Esporte16.
O Programa Segundo Tempo está estruturado através do funcionamento de
núcleos de esporte educacional, estes, definem-se pela efetivação da prática
esportiva em espaço físico escolar ou não, concentrando crianças e adolescentes
matriculados na escola pública, em atividades esportivas orientadas didático-
pedagogicamente no contra-turno escolar e de caráter extra-curricular, sob a
orientação de professores e estagiários de Educação Física devidamente habilitados
e capacitados para a função. Cada núcleo deve ter no mínimo 200 alunos para a sua
implantação17. (BRASIL, 2004)
Cada núcleo deve oferecer no mínimo duas modalidades esportivas coletivas
(futebol, futsal, handebol, basquetebol ou voleibol) e uma modalidade individual
(atletismo, natação, vela, tênis de mesa, dança, capoeira e outros), Para as
modalidades coletivas devem ser formadas turmas de no mínimo 25 (vinte e cinco) e
no máximo de 40 (quarenta) alunos, enquanto que nas modalidades individuais, as
turmas deverão ser de no mínimo 10 (dez) e no máximo de 25 (vinte e cinco) alunos.
A carga horária das atividades dos núcleos podem ser distribuídas nos turnos da
manhã, tarde ou noite, sendo de no mínimo de 2 (duas) horas e no máximo de 4
(quatro) horas, no mínimo 3 (três) vezes por semana18.
16 Dados obtidos através do site do Ministério do Esporte www.seguro.esporte.gov.br/segundotempo/visualizaçaoBrasil.asp acesso em 05 de fevereiro de 2007. 17 http://portal.esporte.gov.br/snee/segundotempo/modelo_execuçao.jsp acesso em 05 de fevereiro de 2007. 18 http://portal.esporte.gov.br/snee/segundotempo/modelo_execuçao.jsp acesso em 05 de fevereiro de 2007.
47
Os núcleos, ainda, devem oferecer atividades complementares de caráter
educacional como reforço escolar, programação cultural e orientação na área da
saúde. Nos Projetos onde o Navegar é desenvolvido complementação com ações na
área do Meio Ambiente.
Os recursos humanos envolvidos na implementação do Programa são
compostos de 01 (um) Coordenador Geral do Projeto Local (gestor) para cada
convênio firmado com o Ministério do Esporte, preferencialmente profissional da
área de Educação Física ou de Educação, com experiência em gestão de
Programas esportivo-educacionais; 01 (um) Coordenador de Núcleo,
preferencialmente profissional da área de Educação Física ou de Educação;
Monitores s que atuarão diretamente com as turmas, sob orientação do Professor
Coordenador.
Este procedimento trata-se de uma prática monitorada possibilitando que
professores e monitores exerçam atividades que lhes ofereçam experiência na área
e remuneração específica. Estes monitores devem estar regularmente matriculados
em curso de Educação Física, quando atenderem as práticas esportivas e já tenham
concluído a primeira metade do curso em questão19.
O Programa Segundo Tempo, prevê também a distribuição de material
esportivo aos núcleos, estes confeccionados pelo Programa Pintando a Liberdade e
Pintando a Cidadania, que possuem centros de produção em unidades prisionais e
em outros espaços comunitários de diversas regiões do Brasil. Para cada núcleo (de
200 alunos) serão distribuídas 10 bolas de cada modalidade oferecida (voleibol,
basquetebol, handebol, futsal e futebol de campo), 01 par de redes para cada
modalidade esportiva coletiva e uniforme, 01 camisa para cada aluno cadastrado
participante20.
19 http://portal.esporte.gov.br/snee/segundotempo/modelo_execuçao.jsp acesso em 05 de fevereiro de 2007 20 http://portal.esporte.gov.br/snee/segundotempo/modelo_execuçao.jsp acesso em 05 de fevereiro de 2007
48
Além deste material, o Ministério do Esporte poderá encaminhar recurso para
aquisição de material esportivo suplementar, possibilitando desta forma que as
atividades esportivas regionais e/ou diferentes daquelas orientadas pelos materiais
esportivos enviados pelo Projeto Pintando a Liberdade sejam desenvolvidas.
(BRASIL, 2004)
Efetivamente, os núcleos não podem iniciar suas atividades sem receberem
os materiais esportivos advindos do Projeto Pintando a Liberdade, assim como as
camisetas. O reforço alimentar é um suporte a mais ao Programa, por tratar-se de
atividades esportivas desenvolvidas no contra-turno escolar, é necessário oferecer
um reforço alimentar, para manter as crianças e adolescentes no espaço
educacional por tempo maior que aquele normalmente utilizado. Dependendo da
estrutura de apoio do núcleo e das condições especificas das crianças e
adolescentes participantes das atividades, o reforço alimentar poderá apresentar-se
como: lanche da manhã ou tarde (para alunos que estudam pela manhã); almoço
econômico (para crianças que não tem condições de ir para casa e retornar à tarde
para as atividades esportivas na escola). (BRASIL, 2004)
O Programa Segundo Tempo prevê a capacitação especifica, não obrigatória,
aos professores Coordenadores dos núcleos, estagiários, envolvidos nas atividades,
por meio de uma parceira estabelecida com o Centro de Ensino à Distância da
Fundação Universidade de Brasília/Unb.
Esta capacitação, oferecida pelo Programa, apresenta a seguinte
estruturação: semi-presencial (encontro presencial e à distância); continuada (segue
um processo de entrada de várias turmas no decorrer dos anos de 2004 e 2006);
modular (composta por módulos específicos). Público alvo: professores
coordenadores nos núcleos de esporte e estagiários/monitores de educação física;
Titulação - especialização – para os professores – coordenadores dos núcleos, com
formação superior na área da educação física/esporte ou Educação.
49
O curso possui seis módulos, de 60 horas cada, e defesa de monografia
frente a uma banca examinadora, recebendo no final do processo, o título de
Especialista em Esporte Escolar; e extensão para monitores (alunos de cursos de
graduação de Instituições de Ensino Superior de Educação Física ou Educação) que
participarão, de dois módulos de 60 horas cada, específicos à sua atividade nos
núcleos. (BRASIL, 2004)
Metodologicamente, o Programa Segundo Tempo, foi implantado para
descentralizar a execução orçamentária e financeira do Ministério do Esporte, para
os municípios, estados e entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos, por
meio de instrumentos legais específicos, além da interlocução com Programas
Nacionais, Instituições de Ensino Superior, Clubes Sociais, Forças Armadas,
Entidades do sistema “S”21, Instituições de Cooperação Técnica e Organismos
Internacionais. (BRASIL, 2004)
O Programa está pautado em cinco linhas estratégicas:
1. Garantir condições de estrutura física e recursos humanos de
qualidade para o desenvolvimento dos núcleos do Programa;
2. Efetivar a prática esportiva no contra turno escolar, a partir da
reflexão de valores implícitos e explícitos no esporte no País. Com
os valores transmitidos pelo esporte pode-se mencionar: as relações
em grupo, a cooperação, a sociabilização, a disciplina para um
objetivo, o esporte como atividade mobilizadora, inclusive para
objetivos na área social e econômica. O esporte com capacidade de
aglutinar pessoas, pais e filhos, com iguais e diferentes interesses e
disseminar informações específicas, de saúde, de nutrição, de
doenças sexualmente transmissíveis, do combate às drogas e meios
ilícitos; no sentido de reforçar e trabalhar conceitos desenvolvidos na
escola e na família/sociedade. O esporte como possibilidade de
atrelar eventos e o próprio Segundo Tempo, a outras atividades já
21 O Sistema “S” compreende entidades como SESI, SESC, SESTI - BRASIL, 2006, Tribunal de Contas da União – Relatório da Auditoria de Natureza Operacional executada no Programa Segundo Tempo. Acórdão número 214/2006-P.
50
organizadas, como por exemplo, aquelas desenvolvidas pela
Pastoral da Criança, pelo Instituto Airton Senna e pelo MST;
3. Motivar e possibilitar o ingresso e permanência do público-alvo na
escola;
4. Efetivar o acompanhamento e a avaliação permanente das ações do
Programa;
5. Integrar ações de Programas e Projetos do Ministério do Esporte e
estabelecer parcerias com instituições públicas e privadas que
reconheçam a responsabilidade social e aceitem participar do
programa;
As diretrizes e princípios didático-pedagógicos das atividades esportivas,
desenvolvidas serão de forma a possibilitar: autonomia organizacional, para permitir
que organizações governamentais e não-governamentais, interessadas, mobilizam-
se espontaneamente e congreguem os estabelecimentos públicos de educação em
suas regiões de atuação para integrar-se ao Segundo Tempo; descentralização
operacional, para facilitar a implantação local ou regional, de forma que, o
planejamento, e a implantação do Segundo Tempo, atenda as disponibilidades
próprias das organizações ou regionais; qualidade, para fomentar a melhoria da
qualidade pedagógica do ensino de atividades esportivas educacionais,
principalmente pela oferta contínua de capacitação, de materiais didáticos e
esportivos adequados e, ainda, de acompanhamento e avaliação permanentes;
segurança, para incentivar que a prática das modalidades esportivas no âmbito do
Segundo Tempo aconteça com monitoramento profissional, resguardando a
integridade dos alunos envolvidos no esporte educacional; liberdade de escolha,
permitindo que os alunos atendidos exerçam sua liberdade de escolha ao decidir-se
pela prática do esporte educacional e das modalidades oferecidas de acordo com a
sua capacidade e seu interesse; democratizar a atividade esportiva, incentivando o
acesso às atividades esportivas educacionais do Segundo Tempo sem quaisquer
distinções ou formas de discriminação individual ou coletiva.
51
Os procedimentos de implantação ficam sob responsabilidade do Ministério
do Esporte que fará análise pontual de todos os pleitos solicitados via ficha de
cadastro disponibilizada no site do Ministério22 verificando as propostas das
entidades parceiras e efetivando o planejamento de intervenção conforme as
disponibilidades financeiras e operacionais suas e de seus parceiros. (BRASIL,
2004)
Após estas análises são firmados convênios entre o Ministério do Esporte e
as entidades parceiras, visando a implementação do programa, de forma
descentralizada com a execução sob coordenação daquelas entidades.
Dentro do processo de implantação e permanência do Programa há
atribuições que são pontuais para o bom desenvolvimento do Projeto, assim o
Ministério do Esporte, quando necessário e possível, financiar: pagamento do
serviço de monitores, material esportivo produzido no Projeto Pintando a Liberdade,
material esportivo suplementar, material técnico-didático, reforço alimentar no
contra-turno escolar, através de parceira interministerial com o Ministério da Saúde e
Ministério da Educação, gerenciar o processo de Capacitação de Recursos
Humanos, gerenciar o processo de acompanhamento e Avaliação do Programa,
acompanhar a execução orçamentária geral do Programa através de relatórios
diários encaminhados pela área de Orçamento do Ministério do Esporte, gerenciar o
processo de distribuição e acompanhamento do fluxo do material esportivo do
Pintando a Liberdade em atendimento aos núcleos.
Enquanto que as entidades parceiras locais que desenvolvem o Programa
devem: cadastrar seu projeto básico junto ao site do Programa23 apresentar contra
partida (economicamente mensurável) conforme orientações da L.D. O (Lei de
Diretrizes Orçamentárias) e condições pré-definidas. Aceitar a contrapartida
institucional em: manutenção das instalações esportivas a serem utilizadas pelos
núcleos; viabilização e administração do reforço alimentar para cada núcleo; e
pagamento de recursos humanos (professor de educação física) para coordenar
cada núcleo implantado; apresentar projeto elaborado de acordo com a Sistemática
22 www.esporte.gob.br/segundotempo 23 www.esporte.gov.br/segundotempo,
52
de Financiamento24; formalizar Instrumento de Convênio, atender os requisitos
requeridos para recebimento de transferência de recursos do Executivo Federal;
disponibilizar infra-estrutura esportiva para o desenvolvimento das atividades do
programa; indicar e disponibilizar um professor Coordenador do Projeto no estado,
município ou entidade parceira; responsabilizar-se pelo processo de cadastramento,
seleção, contratação, e acompanhamento das atividades dos professores e
monitores requeridos para a efetivação do Programa; organizar e executar o
processo de seleção, contratação e pagamento de monitores específicos ao
desenvolvimento das atividades complementares; atender gratuitamente, no mínimo,
200 crianças e adolescentes matriculados no ensino publico fundamental e médio,
por núcleo implantado; desenvolver, no mínimo, três modalidades esportivas (duas
coletivas e uma individual); oferecer atividades esportivas a cada criança, três vezes
por semana; viabilizar o transporte local das crianças, quando necessário, por meio
de recursos próprios ou parcerias; responsabilizar-se pelo processo de cadastro de
dados solicitados pelo Ministério do Esporte para acompanhamento do Programa
local, no sistema localizado através de senha específica; apresentar de acordo com
a periodicidade definida, relatórios de acompanhamento da execução das atividades
desenvolvidas; acompanhar e avaliar a execução do Projeto no Estado/Município;
elaborar material de divulgação local do Programa; manter sempre informados os
órgãos de imprensa objetivando a constante divulgação de todas as atividades do
programa junto à comunidade; desenvolver parcerias que tenham como objetivo o
melhor desempenho do programa, agregando valores e benefícios aos participantes
do projeto; apresentar solicitação de termo Aditivo e/ou Prestação de Contas do
convênio, conforme orientações do documento do convenio (portarias) e legislação
especifica (Instrução Normativa 01 de 15 de janeiro de 1997, Leis números 8.666 de
21 de julho de 1993 e 10.520 de 17 de julho de 2002) dentro dos prazos
determinados. (BRASIL, 2004)
Para o desenvolvimento do Programa Segundo Tempo é necessário
estabelecer parcerias e para isto, o Ministério do Esporte, precisa delinear um perfil
e atribuições para a execução do referido Programa. As instituições ou empresas
interessadas devem orientar suas ações no desenvolvimento e investimento de
Programas e Ações Sociais, voltadas ao Esporte, no País e Exterior. Estas
24 www.esporte.gov.br/segundotempo,
53
entidades proponentes devem estabelecer parceira e concentrar ações orientadas
ao desenvolvimento de Projetos Sociais e ações de sucesso voltadas ao Esporte no
País. Parceiras Institucionais de chancela, de apoio financeiro e de captação de
recursos. (BRASIL, 2004)
Para a realização do Programa Segundo Tempo, o Ministério do Esporte
estabeleceu parcerias com outros Ministérios: Ministério da Educação (MEC),
Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Ministério da Saúde (MS), Ministério
da Justiça (MJ), Ministério da Cultura (MINC), Ministério da Defesa (MD), Ministério
do Trabalho e do Emprego (MET) e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
(BRASIL, 2004)
O Ministério do Esporte propôs também a integração com Organismos
Internacionais: COI – Chancela do Programa no País para implantação de núcleos
de esporte, UNESCO – Processo de Acompanhamento e avaliação das ações do
Programa no País e UNICEF – Parceria na elaboração e distribuição de material
técnico-didático (cartilhas) de orientação às atividades esportivas nos núcleos.
(BRASIL, 2004)
Para a continuidade do Programa Segundo Tempo, o Ministério do Esporte
definiu um processo de acompanhamento e a avaliação de impacto do Programa
sendo trabalhados junto a UNESCO e Serviço Social do Comércio (SESC),
instituições especializadas e com experiência nesta abordagem especifica a
Programas Sociais. Além disso, equipe técnica do próprio Ministério do Esporte está
acompanhando de pero cada convênio implantado, por meio de visitas técnicas que
possibilitam a aquisição de informações reais sobre o atendimento de crianças e
jovens e o funcionamento geral dos convênios. (BRASIL, 2004)
Os desafios sociais do Programa Segundo Tempo são o de incluir um maior
numero de alunos em atividades esportivas nas escolas ou fora destas,
democratizando o processo das práticas e do conhecimento do esporte; assegurar a
oferta de modalidades esportivas, espaços e momentos de esporte, viabilizando a
abertura dos portões escolares, também nos finais de semana, na busca da
ampliação da jornada escolar, possibilitando o desenvolvimento da cidadania e,
54
como possível conseqüência, o afastamento de crianças e jovens de situações de
risco social (em parceira com Programas do Ministério da Educação e UNESCO);
incentivar a formação/qualificação continuada de professores de educação física,
monitores, instrutores de esportes e estudantes de educação física, orientados na
perspectiva do esporte educacional; combater a discriminação de habilidades, raça,
gênero, cor e deficiências, nas aulas de esporte educacional; preservar a integridade
física e moral de crianças e adolescentes e garantir a reposição permanente de
material pedagógico.
Os resultados esperados com a implantação do Programa proposto em 2003,
quando da criação do Programa Segundo Tempo foram:
Impactos Diretos:
• Melhoria das capacidades e habilidades motoras dos participantes;
• Melhoria no rendimento escolar dos alunos envolvidos;
• Diminuição da evasão escolar nas escolas atendidas;
• Melhoria da qualificação de professores e estagiários de educação
física envolvidos;
Impactos Indiretos:
• Diminuição no enfrentamento de riscos sociais pelos participantes;
• Geração de novos empregos no setor de educação física/esporte nos
locais de abrangência do programa;
• Melhoria da estrutura esportiva no sistema de ensino público do País25
Estas informações foram às diretrizes iniciais do Programa Segundo Tempos
em 2004, quando da primeira capacitação dos gestores do Programa em setembro
daquele ano. Agora nos dias 12, 13 e 14 de abril de 2007, aconteceu em Brasília-DF
o segundo encontro dos gestores do Programa Segundo Tempo onde às novas
diretrizes estabelecidas a partir de 2007 foram apresentadas a todos os presentes.
25 BRASIL, 2004
55
4.2. Mapeamento do Programa Segundo Tempo no Brasil
O Programa Segundo Tempo está ou já esteve em todos os 26 (vinte e seis)
estados do país, inclusive o Distrito Federal, durante o período de 2003 a 2006.
Mapa 01 – Localização geográfica dos estados Brasileiros.
A seguir serão apresentados e analisados os dados coletados, quanto à
participação efetiva e renovação dos parceiros do Programa, e qual órgão gestor
está mais atuante neste possível programa de políticas públicas voltado ao esporte.
Os Estados serão apresentados são os seguintes: Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia,
Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí,
Maranhão, Tocantins, Pará, Amapá, Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e o Distrito Federal.
56
4.2.1. Estado do Rio Grande do Sul
No estado do Rio Grande do Sul, há 18 entidades entre públicas e privadas
que conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa
Segundo Tempo durante 2003 a 2006. Dentre estas entidades 15 são municipais, 02
estaduais e 01 privada, conforme demonstra o gráfico 01. Verificando a freqüência
que estes parceiros conveniaram, ou renovaram consecutivamente observamos que
no universo total 14 entidades conveniaram uma vez, 03 conveniaram duas vezes e
apenas (01) uma entidade conveniou quatro vezes. Importante salientar que está
entidade, é um órgão gestor municipal, conforme gráfico número 02.
Gráfico 01 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado do Rio Grande do Sul.
Gráfico 02 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado do Rio Grande do Sul.
Estado do Rio Grande do Sul
1
15
2
02468
10121416
Esfera Administrativa
Entid
ades
MunicipalEstadual
FederalPrivada
Estado do Rio Grande do Sul
14
31
1 convênio
2 convênios
3 convênios
4 convênios
57
Verificando os gráficos e os dados, analisamos que no Estado do Rio Grande
do Sul, as entidades mais engajadas no Programa são os gestores municipais. Em
contrapartida o Estado do Rio Grande do Sul possui 496 municípios, desta forma
vemos que ainda o índice de gestores municipais do Programa é ínfimo ao que
poderia ser apresentado. Importante salientar que as entidades estaduais quando
conveniam atuam em diversos municípios, que neste trabalho não foi pontuado, mas
que serve de iniciativa para outras pesquisas dentro desta temática.
4.2.2. Estado de Santa Catarina
No estado de Santa Catarina, há 05 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. De acordo com o gráfico 3, dentre estas entidades 02
são municipais, 02 estaduais e 01 privada. Verificando a freqüência que estes
parceiros conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não, observamos no
gráfico 6 que no universo total 04 conveniaram uma vez e 01 conveniou duas vezes,
conforme gráfico número 04.
Gráfico 03 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado de Santa Catarina
Estado de Santa Catarina
2 2
1
0
0.5
1
1.5
2
2.5
Esfera Administrativa
Entid
ades
MunicipalEstadualFederalPrivada
58
Gráfico 04 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado de Santa Catarina.
Analisando os dados, observamos que no Estado de Santa Catarina há
pouquíssimas entidades que desenvolvem o Programa Segundo Tempo, sendo que
o estado possui 293 municípios e destes apenas 02 são gestores do Programa. A
Freqüência de renovações também é outro fator que demonstra a não continuidade
do Programa pois apenas 01 entidade, conveniou 02 vezes com duas entradas de
convênio no mesmo ano, sendo esta uma entidade estadual, que possivelmente
atua em alguns municípios do Estado de Santa Catarina, porém apenas no ano de
2003.
4.2.3. Estado do Paraná
No estado do Paraná, há 40 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. Conforme gráfico 5, dentre estas entidades 36 são
municipais e 04 privadas. Verificando a freqüência que estes parceiros conveniaram
ou renovaram consecutivamente ou não, observamos no gráfico 6, que no universo
total 34 conveniaram uma vez, 05 conveniaram duas vezes e 01 conveniou três
vezes.
Estado de Santa Catarina
4
1
1 convênio
2 convênios
59
Gráfico 05 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado do Paraná
Gráfico 06 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado do Paraná
O Estado do Paraná possui 496 municípios, destes 34 conveniaram com o
Programa Segundo Tempo, aqui verificamos uma maior adesão dos municípios na
execução do Programa. E referente a freqüência apenas 01 entidade conveniou três
vezes, sendo este um gestor municipal. Importante salientar que no Estado do
Paraná nenhuma entidade estadual firmou convênio com o Ministério do Esporte
para executar o Programa Segundo Tempo. Conjectura-se que como há uma
adesão maior dos municípios, os quais são os responsáveis em desenvolver os
programas locais, o estado canaliza suas ações entre outras áreas na do esporte.
Estado do Paraná
4
36
0
10
20
30
40
Esfera Administrativa
Entid
ades
MunicipalEstadualFederalPrivada
Estado do Paraná
34
5 1
1 convênio
2 convênios
3 convênios
60
4.2.4. Estado de São Paulo
No estado de São Paulo, há 46 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. Conforme gráfico 7 dentre estas entidades 35 são
municipais, 02 estaduais e 09 privadas. Verificando a freqüência que estes parceiros
conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não, observamos que no universo
total 36 conveniaram uma vez, 08 conveniaram duas vezes, 01 conveniou quatro
vezes, e 01 conveniou, cinco vezes, sendo com três entras de convênio no mesmo
ano, como visualizado no gráfico número 08.
Gráfico 07 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado de São Paulo
Gráfico 08 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado de São Paulo
Estado de São Paulo
9
35
2
05
10152025303540
Esfera Administrativa
Entid
ades
Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estado de São Paulo
36
81 1
1 convênio
2 convênios3 convênios
4 convênios
5 convênios
61
Analisando os dados referentes ao estado de São Paulo, verificamos que o
maior nível de incidência é de gestores municipais conveniando com o Ministério
para a execução do Programa. A adesão dos municípios poderia ser maior sendo
que o estado possui 645 municípios. Referente ao número de convenio ou
renovações observamos que duas entidades estão em um processo contínuo de
renovação. Uma entidade privada com 4 processos de convênios e uma municipal
com 5 convênios sendo três entradas de convênio no mesmo ano. As duas
entidades iniciaram os convênios em 2004 continuando, 2005 e 2006. São Paulo
com todas as suas demandas e necessidades deveria ampliar as possibilidades de
convênio para a execução deste Programa, porém aqui cabe ressaltar que há
Programas na área do Esporte desenvolvido pelo Estado de São Paulo, como o
Navega São Paulo, que abrange a área esportiva social.
4.2.5.Estado do Rio de Janeiro
No estado do Rio de Janeiro, há 18 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. Dentre estas entidades, como demonstra o gráfico 9,
03 entidades são municipais e 15 privada. Verificando a freqüência que estes
parceiros conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não observamos que de
acordo com o gráfico 10, que no universo total 14 conveniaram uma vez, 03
conveniaram duas vezes e 01 conveniou cinco vezes sendo que em dois anos
houve dois convênios no mesmo ano.
Gráfico 09 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado do Rio de Janeiro
Estado do Rio de Janeiro
3
15
02468
10121416
Esfera Administrativa
Entid
ades
MunicipalEstadual
Federal
Privada
62
Gráfico 10 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado do Rio de Janeiro.
O Estado do Rio de Janeiro possui 92 municípios, destes apenas 03
conveniaram para a execução do Programa. Visualizamos que as entidades
privadas, ONG’S, OSCIPS entre outros são os maiores adeptos do Programa,
conveniando uma delas até 05 vezes. Isto pela nossa ótica denota o interesse
destas entidades em desenvolver atividades esportivas e com uma grande
preocupação social, pois o Estado do Rio de Janeiro é um estado que necessita de
uma política especifica na área social para contornar e minimizar todas as
dificuldades nesta área. Ressaltamos que em nenhum ano, o Estado do Rio de
Janeiro, se manifestou em conveniar com o Ministério para desenvolver o Programa
Segundo Tempo, ou até mesmo a Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro,
embasamos tal afirmação de acordo com a visualização obtida no site do Ministério
do Esporte quanto aos convênios firmados até a data nos quais os dados foram
coletados.
4.2.6. Estado de Minas Gerais
No estado de Minas Gerais, há 19 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. Como visualizado no gráfico 11, dentre estas
entidades 15 são municipais, 01 estadual e 03 privadas. Verificando a freqüência
que estes parceiros conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não,
observamos, de acordo com o gráfico 12, que no universo total 18 conveniaram uma
vez e 01 conveniou quatro vezes.
Estado do Rio de Janeiro
14
31
1 convênio
2 convênios
3 convênios
4 convênios
5 convênios
63
Gráfico 11 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado de Minas Gerais Gráfico 12 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado de Minas Gerais
Verificando os dados apresentados observamos que no Estado de Minas
Gerais, os maiores gestores são os municipais, porém com baixa freqüência de
renovação, pois apenas uma entidade renovou 04 vezes, este um gestor municipal.
Analisa-se que pelo número de municípios que há em Minas Gerais que são num
total de 853 poucos são os que aderiram ao Programa e que permanecem com ele.
Estado de Minas Gerais
15
13
02468
10121416
Esfera Administrativa
Entid
ades Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estado de Minas Gerais
18
1
1 convênio
2 convênios
3 convênios
4 convênios
64
4.2.7. Estado do Espírito Santo
No estado do Espírito Santo, há 06 entidades entre públicas e privadas que
conveniarão com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. O gráfico 13 demonstra que dentre estas entidades 05
são municipais e 01 estadual. Verificando a freqüência que estes parceiros
conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não observamos como ilustra o
gráfico 14 que no universo total 05 conveniaram uma vez, 01 conveniou três vezes.
Gráfico 13 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado do Espírito Gráfico 14 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado do Espírito Santo
O Estado do Espírito Santo possui 78 municípios, destes apenas 05 possui
convênio com o Programa Segundo Tempo, sendo praticamente a totalidade dos
convênios. Pouquíssima é a adesão neste estado, com apenas uma entidade, gestor
municipal conveniando três vezes.
Estado do Espírito Santo
5
1
0
1
2
3
4
5
6
Esfera Administrativa
Entid
ades
MunicipalEstadual
FederalPrivada
Estado do Espírito Santo
5
1
1 convênio
2 convênios
3 convênios
65
4.2.8. Estado da Bahia
No estado da Bahia, há 33 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. Dentre as entidades, conforme gráfico 15, 21 são
municipais, 03 estaduais e 09 privadas. Verificando a freqüência que estes parceiros
conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não observamos que no universo
total 28 conveniaram uma vez, 04 conveniaram duas vezes e 01 conveniou três
vezes, conforme gráfico número 16.
Gráfico 15 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado da Bahia Gráfico 16 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado da Bahia
Estado da Bahia
21
9
3
0
5
10
15
20
25
Esfera Administrativa
Entid
ades
Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estada do Bahia
28
4 1
1 convênio
2 convênios
3 convênios
66
O Estado da Bahia é um dos que possui mais entidades que conveniaram
com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo Tempo em todo
o Brasil. Dos 417 municípios, 21 gestores municipais realizam ou realizaram o
Programa. A freqüência é relativamente baixa para o universo de entidades
proponentes, cinco apenas possuem uma continuidade do Programa.
4.2.9. Estado de Sergipe
No estado de Sergipe, há 02 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. Conforme gráfico 17, dentre estas entidades 01
municipais e 01 privada. Verificando a freqüência que estes parceiros conveniaram
ou renovaram consecutivamente ou não observamos, de acordo com o gráfico 18,
que no universo total 02 conveniaram uma vez.
Gráfico 17 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado de Sergipe
Estado de Sergipe
1 1
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
Esfera Administrativa
Entid
ades
MunicipalEstadual
Federal
Privada
67
Gráfico 18 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado de Sergipe
O Estado de Sergipe possui 75 municípios, e apenas um gestor municipal
aderiu ao Programa no ano de 2003, e uma entidade privada em 2006. Verifica-se
que praticamente não há interesse entre estado e município na execução do
Programa Segundo Tempo.
4.2.10. Estado de Alagoas
No estado de Alagoas, há 05 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. Como visualizamos no gráfico 19, dentre estas
entidades 02 são municipais, 01 estadual e 02 privadas. Verificando a freqüência
que estes parceiros conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não,
observamos, de acordo com o gráfico 20, que no universo total 05 conveniaram uma
vez.
Estado de Sergipe
2
1 convênio
68
Gráfico 19 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado de Alagoas Gráfico 20 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado de Alagoas
Alagoas possui 102 municípios, destes apenas, apenas 02 conveniaram para
a execução do Programa. Ressalta-se que nenhuma entidade continuou com o
processo de renovação do Programa neste estado.
Estado de Alagoas
2
1
2
0
0.5
1
1.5
2
2.5
Esfera Administrativa
Entid
ades
Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estado de Alagoas
5
1 convênio
69
4.2.11. Estado de Pernambuco.
No estado de Pernambuco, há 15 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. De acordo com o gráfico 21, dentre estas entidades 10
são municipais, 02 estaduais e 03 privadas. Verificando a freqüência que estes
parceiros conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não, observamos como
demonstra o gráfico 22, que no universo total 12 conveniaram uma vez, 02
conveniaram duas vezes e 01 entidade com três convênios.
Gráfico 21 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado de Pernambuco. Gráfico 22 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado de Pernambuco.
Estado de Pernambuco
10
2 3
0
2
4
6
8
10
12
Esfera Administrativa
Entid
ades
Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estado de Pernanbuco
12
21
1 convênio
2 convênios3 convênios4 convênios
70
Analisando os dados através dos gráficos, observamos que poucas são as
entidades publicas ou privadas que executa o Programa Segundo Tempo. Dos 185
municípios de Pernambuco apenas 10 mantém convênio. Quanto à freqüência para
a continuidade, apenas uma entidade, que por sinal é da administração estadual
conveniou 04 vezes. Durante três anos consecutivos executou o Programa, e no ano
de 2005 com duas entradas de convênio.
4.2.12. Estado de Paraíba
No estado de Paraíba, há 09 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. Conforme o gráfico 23, dentre estas entidades 07 são
municipais, 01 estadual e 01 privada. Verificando a freqüência que estes parceiros
conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não, observamos, de acordo com
o gráfico 24, que todas as entidades conveniarem apenas uma vez, não renovando
o Programa.
Gráfico 23 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado de Paraíba
Estado da Paraíba
7
1 1
0
2
4
6
8
Esfera Administrativa
Entid
ades
Municipal
Estadual
Federal
Privada
71
Gráfico 24 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado de Paraíba
No Estado da Paraíba há 223 municípios dos quais somente 07 gestores
municipais executam o Programa Segundo. Verificamos que todos os que
conveniaram tanto entidades publicas quanto privadas, não renovaram convênio da
mesma forma que o Estado de Alagoas.
4.2.13. Estado do Rio Grande do Norte
No estado do Rio Grande do Norte, há 19 entidades entre públicas e privadas
que conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa
Segundo Tempo durante 2003 a 2006. De acordo com o gráfico 25, dentre estas
entidades 15 são municipais, 01 estadual e 03 privadas. Verificando a freqüência
que estes parceiros conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não,
observamos, conforme gráfico 26 que, no universo total 18 conveniaram uma vez e
01 conveniou duas vezes.
Estado da Paraíba
9
1 convênio
72
Gráfico 25 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado do Rio Grande do Norte Gráfico 26 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado do Rio Grande do Norte
Analisando os dados apresentados observamos que dos 167 municípios do
Estado do Rio Grande do Norte, apenas 15 gestores municipais conveniaram para a
execução do Programa Segundo Tempo. E do universo total entre publica e privada
apenas uma entidade, privada, renovou o convenio novamente nos anos de 2004 e
2005.
Estado do Rio Grande do Norte
15
13
02468
10121416
Esfera Administrativa
Entid
ades
Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estado do Rio Grande do Norte
18
1
1 convênio
2 convênios
73
4.2.14. Estado do Ceará
No estado do Ceará, há 06 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. O Gráfico 27 demonstra que dentre as entidades que
conveniaram 04 são municipais e 02 estaduais. Verificando a freqüência que estes
parceiros conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não observamos que no
universo total 05 conveniaram uma vez e 01 conveniou três vezes, conforme gráfico
número 28.
Gráfico 27 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado do Ceará Gráfico 28 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado do Ceará
Estado do Ceará
4
2
0
1
2
3
4
5
Esfera Administrativa
Entid
ades
Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estado do Ceará
5
1
1 convênio
2 convênios
3 convênios
74
Verificando os dados do Estado do Ceará, percebemos que como todos os
outros Estados do Nordeste, com exceção da Bahia, este também não possui muitas
entidades adeptas ao Programa. Conforme gráfico 27 somente 04 são municipais.
Quanto à freqüência de renovação somente uma entidade, e esta um gestor
municipal, conveniou três vezes.
4.2.15. Estado do Piauí
No estado do Piauí, há 05 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. Conforme gráfico 29, dentre as entidades que
conveniaram 02 são municipais, 02 estaduais e 01 privada. Verificando a freqüência
que estes parceiros conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não,
observamos de acordo com o gráfico 30, que no universo total 04 conveniaram uma
vez e 01 conveniou três vezes.
Gráfico 29 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado do Piauí
Estado do Piauí
2 2
1
0
0.5
1
1.5
2
2.5
Esfera Administrativa
Entid
ades
Municipal
Estadual
Federal
Privada
75
Gráfico 30 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado do Piauí
Dentro da mesma análise, realizado do Estado do Ceará, Piauí também
possui pouquíssimos convênios, e dos existentes conforme o gráfico 30, uma
entidade, apenas teve seqüência em renovar o Programa Segundo Tempo.
4.2.16. Estado do Maranhão
No estado do Maranhão, há 04 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. Visualizando o gráfico 31, dentre estas entidades 01
municipal, 02 estaduais e 01 privada. Verificando a freqüência que estes parceiros
conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não, observamos como demonstra
o gráfico 32, que no universo total 03 conveniaram uma vez e 01 conveniaram duas
vezes.
Estado do Piauí
4
1
1 convênio
2 convênios
3 convênios
76
Gráfico 31 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado do Maranhão Gráfico 32 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado do Maranhão
Observando os dados, verificamos que o Maranhão, com 217 municípios,
também possui poucas entidades que conveniaram para a execução do Programa,
apenas quatro entendidas e destas somente uma conveniou duas vezes.
4.2.17. Estado do Tocantins
No estado do Tocantins, há 03 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. De acordo com o gráfico 33, dentre estas entidades 01
municipal, 01 estadual e 01 privada. Verificando a freqüência que estes parceiros
conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não, observamos, conforme
gráfico 34 que no universo total 01 conveniaram uma vez, 02 conveniaram duas
vezes.
Estado do Maranhão
1
2
1
0
0.5
1
1.5
2
2.5
Esfera Administrativa
Entid
ades
Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estado do Maranhão
3
1
1 convênio2 convênios
77
Gráfico 33 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado do Tocantins Gráfico 34 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado do Tocantins
Tocantins, de acordo com os dados apresentados, possui pouquíssimas
entidades que conveniaram ou renovaram, ínfimas comparada aos 139 municípios
que possui.
4.2.18. Estado do Pará
No estado do Pará, há 04 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. Como demonstra o gráfico 35, dentre estas entidades
01 municipal, 01 estadual e 02 privadas. Verificando a freqüência que estes
parceiros conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não, observamos que de
acordo com o gráfico 36, no universo total 02 conveniaram uma vez e 02
conveniaram duas vezes.
Estado do Tocantins
1 1 1
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
Esfera Administrativa
Entid
ades
Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estado do Tocantins
1
2
1 convênio
2 convênios
78
Gráfico 35 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado do Pará Gráfico 36 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado do Pará
Analisando os dados apresentados, dos 143 municípios do estado do Pará
possui somente um gestor municipal conveniou, e este não continuou o processo de
renovação.
4.2.19. Estado do Amapá
No estado do Amapá, há 03 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. Conforme o gráfico 37, dentre estas entidades 01
municipal, 01 estadual e 01 privada. Verificando a freqüência que estes parceiros
conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não, observamos de acordo com o
gráfico 38, que todas conveniaram apenas uma vez.
Estado do Pará
1 1
2
0
0.5
1
1.5
2
2.5
Esfera Administrativa
Entid
ades
Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estado do Pará
22
1 convênio
2 convênios
79
Gráfico 37 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado do Amapá Gráfico 38 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado do Amapá
O Amapá conta com 16 municípios, analisando os dados apenas um é gestor
municipal, sendo que não renovou o convênio assim como todas as outras entidades
que pleitearam o Programa Segundo Tempo. Cabe ressaltar que no ano de 2003 e
2005 não ocorreu nenhum convênio por parte de nenhuma entidade deste estado.
4.2.20. Estado de Roraima
No estado do Roraima, há 02 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. Conforme visualizado no gráfico 39, dentre estas
entidades 01 municipal e 01 privada. Verificando a freqüência que estes parceiros
conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não, observamos de acordo com o
gráfico 40 que as duas entidades conveniaram apenas uma vez.
Estado do Amapá
1 1 1
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
Esfera Administrativa
Entid
ades
Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estado do Amapá
3
1 convênio
80
Gráfico 39 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado de Roraima Gráfico 40 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado de Roraima
Assim como o Amapá, Roraima apresenta as mesmas características em
relação a quantidade e efetividade ao Programa Segundo Tempo, sendo que possui
52 municípios. Novamente delinea-se como em outros estados já analisados, que
não há um interesse em desenvolver programas dentro da área do esporte.
4.2.21. Estados do Amazonas, Acre e Rondônia.
No estado do Amazonas, há 02 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. De acordo com o apresentado no gráfico 41, entre as
entidades que conveniaram com o Programa Segundo Tempo, 01 municipal e 01
estadual. Verificando a freqüência que estes parceiros conveniaram ou renovaram
consecutivamente ou não, observamos, conforme gráfico 42, que das duas
entidades, 01 conveniou uma vez e a outra conveniou duas vezes.
Estado de Roraima
1 1
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
Esfera Administrativa
Entid
ades
Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estado de Roraima
2
1 convênio
81
Gráfico 41 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado do Amazonas
Gráfico 42 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado do Amazonas
No estado do Acre, há 02 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. Como visualizado no gráfico 43, dentre estas
entidades 01 municipal e 01 estadual. Verificando a freqüência que estes parceiros
conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não, observamos que as duas
entidades conveniaram apenas uma vez, conforme gráfico número 44.
Estado do Amazonas
1 1
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
Esfera Administrativa
Entid
ades
Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estado do Amazonas
11
1 convênio
2 convênios
82
Gráfico 43 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado do Acre Gráfico 44 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado do Acre
No estado de Rondônia, há 03 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. O gráfico 45 demonstra que dentre estas entidades 02
são municipais e 01 estadual. Verificando a freqüência que estes parceiros
conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não, observamos, de acordo com
o gráfico 46, que as três entidades conveniaram uma vez.
Estado do Acre
1 1
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
Esfera Administrativa
Entid
ades
Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estado do Acre
2
1 convênio
83
Gráfico 45 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado de Rondônia
Gráfico 46 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado de Rondônia
Os últimos três estados da região norte, Amazonas, Acre e Rondônia também
estão no mesmo perfil dos outros já analisados, em relação ao Programa Segundo
Tempo, pouquíssimas entidades que conveniaram com, praticamente nenhuma
continuidade ao mesmo.
Estado de Rondonia
2
1
0
0.5
1
1.5
2
2.5
Esfera Administrativa
Entid
ades
Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estado de Rondônia
3
1 convênio
84
4.2.22. Estado do Mato Grosso
No estado do Mato Grosso, há 07 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. De acordo com o gráfico 47, dentre estas entidades 06
são municipais e 01 estadual. Verificando a freqüência que estes parceiros
conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não, observamos, conforme
gráfico 48, que no universo total 06 entidades conveniaram uma vez e 01 conveniou
duas vezes.
Gráfico 47 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado do Mato Grosso
Gráfico 48 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado do Mato Grosso
Analisando os dados do Estado do Mato Grasso, dos 141 municípios,
somente 06 municípios possuem o Programa Segundo Tempo através de seus
gestores, com nenhuma renovação. É importante salientar que cinco destes
conveniaram no ano de 2005. O gestor estadual conveniou no ano de 2003 e 2005.
Estado do Mato Grosso
6
1
01234567
Esfera Administrativa
Entid
ade
Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estado do Mato Grosso do Sul
6
1
1 convênio
2 convênios
85
4.2.23. Estado do Mato Grosso do Sul
No estado do Mato Grosso do Sul, há 03 entidades entre públicas e privadas
que conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa
Segundo Tempo durante 2003 a 2006. Conforme gráfico 49, dentre estas entidades
01 municipal, 01 estadual e 01 privada. Verificando a freqüência que estes parceiros
conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não, observamos, de acordo com
o gráfico 50, que no universo total 02 conveniaram uma vez e 01 conveniou duas
vezes.
Gráfico 49 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado do Mato Grosso do Sul
Gráfico 50 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado do Mato Grosso do Sul
Estado do Mato Grosso do Sul
1 1 1
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
Esfera Administrativa
Entid
ade
Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estado do Mato Grosso do Sul
2
1
1 convênio
2 convênios
86
Verificando os dados apresentados do Estado do Mato Grosso do Sul, este
também, não possui muitas entidades que conveniaram e/ou renovaram com o
Programa Segundo Tempo.
4.2.24. Estado de Goiás
No estado de Goiás, há 11 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. Como visualiza o gráfico 51, dentre estas entidades 03
são municipais, 01 estadual e 07 privadas. Verificando a freqüência que estes
parceiros conveniaram ou renovaram consecutivamente ou não, observamos que
todos conveniaram apenas uma vez, conforme gráfico número 52.
Gráfico 51 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Estado de Goiás
Gráfico 52 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Estado de Goiás
Estado de Goias
3
1
7
0
2
4
6
8
Esfera administrativa
Entid
ade
Municipal
Estadual
Federal
Privada
Estado de Goiás
1 convênio
87
Conforme os dados, dentre os estados da Região Centro-Oeste do país,
Goiás é o que mais se destaca tendo 11 entidades conveniadas, com um número
significativo entre estes entidades privadas, porém, nenhum continuou renovando o
Programa Segundo Tempo.
4.2.25. Distrito Federal
No Distrito Federal, há 44 entidades entre públicas e privadas que
conveniaram com o Ministério do Esporte para a execução do Programa Segundo
Tempo durante 2003 a 2006. O gráfico 53 demonstra que dentre estas entidades 02
são federal e 42 privada. Verificando a freqüência que estes parceiros conveniaram
ou renovaram consecutivamente ou não, observamos de acordo com o gráfico 54,
que no universo total 36 conveniaram uma vez, 07 conveniaram duas vezes e 01
conveniou três vezes.
Gráfico 53 – Distribuição dos Gestores do Programa Segundo Tempo – Distrito Federal
Gráfico 54 – Número de convênios ou renovações das entidades com o Programa Segundo Tempo – Distrito Federal
Distrito Federal/Brasília
2
42
0
10
20
30
40
50
Esfera Administrativa
Entid
ades Federal
Privada
Distrito Federal/Brasília
36
7 1
1 convênio
2 convênios
3 convênios
88
O Distrito Federal como é um gestor próprio que não se enquadra nem como
município, nem como estado, possui somente entidade privadas e gestor federal
como parceiros para a execução do Programa Segundo. Cabe salientar que
somente um dentre estes, privado, que teve uma continuidade do referido programa
nos anos de 2003, 2004 e 2005.
Após analisar todos os estados inclusive o Distrito Federal, observamos que
as regiões sul, sudeste, e o estado da Bahia (Nordeste), além do Distrito Federal são
os grandes propulsores do Programa Segundo Tempo no País. Com um número
significativo de entidades e freqüências de renovação de convênios. Aqui cabe
destacar a Prefeitura Municipal de Estrela no Rio Grande do Sul que conveniou
consecutivamente nos anos de 2003, 2004, 2005 e 2006. No Estado do Paraná, a
Prefeitura Municipal de Ribeirão Claro com três convênios nos anos de 2003, 2004 e
2006.
Na região sudeste, em São Paulo, com a Prefeitura Municipal Estância
Turística de Piraju, conveniando nos anos de 2004 (três convênios), 2005 e 2006, e
Bola pra Frente uma ONG que conveniou nos anos de 2004 (dois convênios), 2005
e 2006. Em Minas Gerais com a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte conveniando
no ano de 2003 (dois convênios), 2004 e 2005. No Rio de Janeiro, a entidade Rumo
Certo obteve cinco convênios em 2003 (dois convênios), 2005 e 2006 (dois
convênios). E no Espírito Santo com a Prefeitura Municipal de Vitória em 2004 e
2006 (com dois convênios).
Na região Nordeste, destaca o estado da Bahia através da Fundação de
Apoio ao Menor de Feira de Santana nos anos de 2003, 2005 e 2006. O Estado do
Ceará com a Prefeitura Municipal de Sobral, com três convênios em 2003, 2004 e
2006. Pernambuco com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e
Esportes com dois convênios em 2003, e um respectivamente 2004 e 2005. E o
Distrito Federal com a entidade de Obras de Promoção de Assistência a Infância e
Adolescência com três convênios nos anos de 2003, 2004 e 2005.
89
Analisando globalmente verificamos que somente uma entidade em todo o
país, pelos dados coletados, conveniou anualmente com o Ministério do Esporte
para a execução do Programa Segundo Tempo, a Prefeitura Municipal de Estrela,
no Rio Grande do Sul, cabe aqui ressaltar que o SESI Nacional (Serviço da Indústria
e Comércio) não entrou na análise deste trabalho, pois não configura como uma
entidade pública ou privada que tem como localização um estado especifico.
Com a apresentação destes dados vemos que poucas são as entidades
públicas e privadas que possui um olhar voltado à continuidade de um trabalho
sério, uma possível política pública, ou até mesmo estabelecendo com a
continuidade do Programa Segundo Tempo uma política pública, pois só há
interesse em manter e desenvolver uma ação, quando esta traz resultados, funciona
e possui uma gestão que a torne uma prática sistemática e confiável perante a
comunidade na qual ela é desenvolvida.
4.3. Programa Segundo Tempo no Município de Estrela – Rio Grande do Sul
O município de Estrela localizado no Estado do Rio Grande do Sul, pertence à
micro região colonial fisiográfica da Encosta Inferior do Nordeste Gaúcho, inserido
no Vale do Taquari. Estrela está à margem esquerda do rio Taquari, a 45 metros
acima do nível do mar, distante da capital gaúcha 113 km pela BR 386 (Rodovia
Presidente Kennedy ), conforme mapas de localização n 02 e 03.
Mapa 02 - Mapa do Rio Grande do Sul com a localização do Vale do Taquari
90
Mapa 03 – Mapa do Vale do Taquari com localização do Município de Estrela
O município de Estrela de colonização alemã, tem como limítrofes: ao norte,
com o município de Colinas; ao sul, com Bom Retiro do Sul; ao leste com Teutônia e
ao oeste com os municípios Lajeado e Cruzeiro do Sul. A temperatura média anual é
de 21,88ºC - máxima de 40ºC em março e mínima de OºC em julho. Seu clima é
subtropical e a umidade relativa do ar é de 77%. O relevo é ondulado (acidentado)
na parte alta do município e várzeas na parte baixa. A vegetação é composta de
matas arbustivas e nativas. A precipitação pluviométrica anual (média) é de 1.571
p/a e 130,9 mm (mensal). Pelo Censo do IBGE de 200026 a população do município
é de 27.401, com um percentual de 96,6% de alfabetização.
26http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/universo.php?tipo=31&paginaatual=1&uf=43&letra=E acesso em 08 de março de 2007.
91
A Prefeitura Municipal de Estrela possui 09 secretarias entre elas a Secretaria
Municipal de Esporte e Lazer de Estrela (SMEL) que iniciou suas atividades, na
condição de Secretaria no ano de 1985. Desde então suas ações sempre estiveram
voltadas para a área do esporte, por meio de campeonatos, torneios, escolas de
iniciação esportiva e ao lazer, através de ruas de lazer, jogos de integrações,
eventos e o nos últimos seis anos o maior destaque é os projetos na área do esporte
educacional.
A Secretaria Municipal de Esporte e Lazer é composta pelos departamentos
de esporte, iniciação esportiva, atividade física e saúde, lazer e eventos, e projetos e
captação de recursos27. O Programa Segundo Tempo está vinculado ao
departamento de projetos e captação de recursos e é desenvolvido desde o ano de
2004, sendo que o Projeto Navegar desde 2001, este subprojeto do Programa
Esporte Solidário.
O desenvolvimento de Projetos Esportivos Educacionais entre o Ministério do
Esporte e Prefeitura Municipal de Estrela iniciou-se no final do ano de 2001, mais
precisamente em 18 de dezembro, com a assinatura do convenio para implantação
do Projeto Navegar, na época pertencente ao Programa Esporte Solidário,
desenvolvido pelo então Ministério do Turismo e Esporte, em 2003.
4.3.1. Programa Segundo Tempo/Projeto Navegar
O Projeto Navegar é um projeto que consiste na prática dos esportes náuticos
de vela, remo e canoagem no contra-turno escolar, em Estrela ele é realizado no
Parque Náutico do município onde consta com toda a infra-estrutura necessária para
o desenvolvimento do Projeto. Em 2001, no primeiro convenio atendeu 160 crianças,
com duração de 5 meses, já em 2003 sua duração foi de 10 meses sendo que a
cada 5 meses o projeto atendeu 160 crianças conforme Foto 01. Neste mesmo ano
o Projeto Navegar atendeu crianças portadoras de necessidades especiais conforme
Foto 02.
27 http://www.estrela-rs.com.br/ acesso em 09 de março de 2007.
92
Foto 01 – Programa Segundo Tempo – Projeto Navegar – Modalidades de Vela, Remo e Canoagem nas águas do Rio Taquari – Estrela/RS
Foto 02 – Alunos da APAE de Estrela no Programa Segundo Tempo – Projeto Navegar
93
A estrutura do Programa Segundo Tempo - Projeto Navegar possui 10 barcos
a vela, 10 barcos a remo, 10 barcos K1 para a canoagem, 02 botes a motor, assim
como coletes salva-vidas para cada aluno, monitor e instrutor. Os alunos recebem
lanche e uniformes e freqüentam o Projeto duas vezes por semana. Para cada
modalidade há um instrutor e monitores específicos. Somente a vela necessita além
do instrutor de dois monitores para a sua aplicação. As turmas são de no máximo 15
alunos e todos os alunos aprendem as três modalidades esportivas. Além das aulas
práticas o Projeto Navegar possui aulas teóricas sobre as modalidades esportivas,
assim como, atendimento odontológico e palestras sobre saúde e meio ambiente,
atividades extras também são realizadas como participação em eventos náuticos e
em campanhas de conservação e limpeza do Rio Taquari.
No término da segunda edição do Projeto Navegar foi realizado, no dia 06 de
novembro de 2004 em Estrela o I Encontro Estadual do Programa Segundo
Tempo/Projeto Navegar com a presença dos Projetos Navegar de Caxias do Sul e
Porto Alegre, foi uma experiência impar para todos que participaram deste evento,
conforme demonstra as Fotos 03 e 04.
Foto 03 – I Encontro Gaúcho do Programa Segundo Tempo- Projeto Navegar – Estrela/RS
94
Foto 04 – Confraternização do I Encontro Gaúcho do Programa Segundo Tempo-Projeto Navegar
4.3.2. Programa Segundo Tempo
Em maio de 2004, sabendo da nova estruturação dos Programas voltados ao
Esporte Educacional do Ministério do Esporte, a Prefeitura Municipal de Estrela
pleiteou o Programa Segundo Tempo sendo contemplado no mesmo ano e
executando pela primeira vez o programa no município de Estrela. Atendendo a um
público de 400 crianças distribuídas em 02 núcleos com idades em 09 a 14 anos da
rede pública do município de Estrela, conforme Foto 05.
95
Foto 05 – Atividades Esportivas no núcleo da Delfina do Programa Segundo Tempo
Foto 06 - Atividades Esportivas de Integração entre os Núcleos do Programa Segundo Tempo, mini-volei no Parque Princesa do Vale, Estrela/RS.
96
Embasados nos objetivos e metodologia do Programa Segundo Tempo, além
dos constantes na Proposta Técnica de 200428, enviado com o Plano de Trabalho, o
programa ocorreu de outubro de 2004 a outubro de 2005.
Durante este período, já iniciamos o processo de renovação do Programa
Segundo Tempo para a execução do Projeto Navegar, pois este foi incorporado para
possibilitar a sua continuidade nos núcleos que já estavam instalados antes de 2003.
Assim, em setembro de 2005, o município de Estrela foi contemplado com o
convênio, ocorrendo sua execução de setembro de 2005 a outubro de 2006,
atendendo 320 crianças, sendo 160 crianças nos cinco primeiros meses e 160, nos
últimos cinco meses, conforme Foto 07. A metodologia de implantação das
atividades do Projeto Navegar possui peculiaridades que o diferem do Programa
Segundo como já exposto.
Foto 07 – Programa Segundo Tempo – Projeto Navegar julho de 2006.
28 Proposta Técnica de 2004 – elaborado pela autora deste trabalho. Encontra-se nos documentos arquivados do Programa Segundo na Prefeitura Municipal de Estrela/RS
97
Quando do término do Programa Segundo Tempo em outubro de 2005,
iniciamos uma nova renovação, sendo contemplado em dezembro de 2006 e que
está em vigência neste momento. Para a melhor compreensão do processo de
renovação iremos expor os trâmites necessários para o convênio ou renovação. Até
o ano de 2006 os encaminhamentos de solicitação de pleitos eram realizados
através de ofício ao Secretário Nacional de Esporte Educacional, constando:
• Plano de Trabalho conforme a Instrução Normativa 01/9729.
• Proposta Técnica - a proposta técnica demonstra as reais condições de
efetivação, eficácia e eficiência do projeto. Como os objetivos,
metodologia, proposta pedagógica, quadro de recursos humanos e
quadro de aplicação das atividades esportivas, organização do(s)
núcleo(s) implantado(s), processo de avaliação, viabilidade financeira
de execução, assim como de que forma serão desembolsados os
valores pertinentes, ao concedente e, ao proponente do Programa.
• Condicionantes Legais, conforme a Instrução Normativa 01/97.
A partir de 2007, os pleitos estão sendo realizados via on-line no site do
Ministério do Esporte30, no qual apresenta a proposta inicial e gera-se um oficio
solicitando ao Secretário Nacional de Esporte Educacional o convenio para a
execução do Programa Segundo Tempo, após a análise da equipe técnica do
Ministério do Esporte, é liberado on-line planilhas para o preenchimento e
continuação da proposição inicial.
Após ser aprovado nos condicionantes técnicos do Ministério do Esporte e
encaminhado para a formalização do convênio, este inicia sua vigência que, a partir
de 2006 é de 12 meses, sendo 02 meses para a preparação e 10 meses para a real
execução do mesmo. Anteriormente o convênio era de 10 meses, sendo estes de
efetiva execução do Programa ou Projeto e por isto, muitas vezes necessitando de
aditamento, pois quando recebemos recursos é necessário um período de
preparação (contratação de recursos humanos, processos licitatórios para lanches,
29 BRASIL, 1997, Instrução Normativa da Secretaria Nacional do Tesouro número 01 de 15 de janeiro de 1997. www.tesouro.fazenda.gov.br/legislacao/download/contabilidade/IN1_97.pdf acesso em 17 de abril de 2007. 30 www.esporte.gov.br.
98
transportes, material esportivos, e outros, quando estes estiverem de acordo com a
Lei 8.666/93 e 10.520/02) e após inicia-se a execução de fato com a participação
dos alunos.
Quando ocorre o término do convênio a entidade proponente possui 60 dias
para Prestação de Contas financeira e do objeto. A prestação de contas financeiras
consta de planilhas de gastos e indicadores de despesas, assim como, cópias das
notas fiscais e, quando necessário, processos licitatórios utilizados no convênio.
Importante salientar que, um convênio bem executado financeiramente é aquele que
segue rigorosamente o plano de trabalho inicial ou suas readequações realizadas
durante a vigência, sendo estas autorizadas pelo convenente. A prestação de contas
do objeto, e este é a real comprovação de sua execução, é o relatório de todas as
ações realizadas durante o período de convênio, com relatos, fotos, em fim tudo o
que comprove que realmente foi executado o que pactuado no convênio.
Encaminhado estes documentos de prestação de contas e outros que
constam na Instrução Normativa 01/97 para o convenente, este irá aprová-lo ou não,
e assim somente em caso positivo, poderá dar início a um novo processo de
renovação.
Toda esta explanação se faz necessária para visualizar o porquê de poucas
entidades darem continuidade sistemática ao Programa Segundo Tempo e há outros
programas e projetos existentes nas esferas federal e estadual. Vemos que nem
todos os projetos ou programas são contínuos e permanentes, sendo necessário
sempre um período de paradas para que ele retome sua execução. Isto somente
ocorre quando a entidade possui uma política voltada para a continuidade e
estruturada tecnicamente com possibilidades de executar programas e projetos que
beneficiam um número grande de crianças, adolescentes e jovens.
99
ARQUITETURA DE CAPILARIDADE
COORDENADOR GERAL
EXECUÇÃO
PRESTAÇÃO DE CONTAS
FinanceiroObjeto
FINANCEIRO
Contratação RH
Encaminhamento de compras
Cont role de gastos
ADMINISTRATIVO/PEDAGÓGICO
Supervisor
Coordenador de Núcleo
Monitores
Alunos
PLEITO AO PROGRAMA
Plano de t rabalho
Proposta técnica
Documentação básica
Viabilidade financeira
Processos Licitatórios
PROGRAMA SEGUNDO TEMPO- ESTRELA / RS
Estrela, como demonstrado na apresentação dos dados coletados é um
gestor que teve uma continuidade, executando quase que simultaneamente dois
subprojetos do Programa Segundo Tempo. Sempre possibilitando atividades do
programa para as crianças, adolescentes e jovens de seu município. E para o
entendimento de como ocorre este processo continuo foi construído a Arquitetura de
Capilaridade do Programa Segundo Tempo no município de Estrela31.
Figura 01 - Arquitetura de Capilaridade do Programa Segundo Tempo – Estrela/RS
31 Elaborado pela autora do trabalho e Coordenadora Geral do Programa Segundo Tempo no município de Estrela desde sua implantação em 2004 até o presente momento (elaboração da Proposta Técnica, Plano de Trabalho, viabilidade financeira, execução, gerenciamento e prestação de contas), com atuação desde a Prestação de Contas do Projeto Navegar em 2003.
100
A gestão do Programa Segundo Tempo está embasada no gerenciamento
continuo de todos os processos de pleito ao programa, execução e prestação de
contas do convênio, no qual foi construída a Arquitetura de Capilaridade32. A
arquitetura de capilaridade abrange todo o processo e a articulação de toda uma
rede de informações voltadas para uma mesma ação, tanto de pessoas como de
mecanismos administrativos que propiciam uma dinâmica rede que permite com que
a gestão seja concatenada com o proposto no início do processo até o seu término.
Todos estes procedimentos estão a cargo do coordenador geral.
O processo de Pleito ao Programa inicia com a elaboração do projeto básico
(proposta técnico-pedagógica) e o plano de trabalho (cronograma físico-financeiro
de desembolso dos recursos necessários para a execução do Programa), viabilidade
financeira do proponente para verificar se este possui a contrapartida necessária e
há a possibilidade real de execução do Programa. Coleta toda a documentação
básica - os condicionantes legais (documentos referentes ao convenente) que são
integrantes do processo de solicitação de recursos. Após esta etapa pronta
encaminha ao Ministério do Esporte, especificamente para a Secretaria de Esporte e
Educacional. Enquanto aguarda o parecer dos técnicos do Ministério, monitora via
telefone ou e-mail às necessidades de adequação ou modificação da proposta para
que realmente o convênio seja viável.
Após, estabelecido o convênio entre o convenente e concedente, o
Coordenador Geral inicia o processo de implantação dos núcleos, articulando com
as escolas (direção e professores) a instalação do Programa, assim como a
captação dos alunos que realizarão o projeto. Conjuntamente, captam-se os
recursos humanos, assim como encaminha para a licitação a compra dos outros
materiais necessários para o início do Programa.
Quanto à execução esta divide em: administrativo-pedagógico e financeiro.
No administrativo pedagógico conta com o apoio do supervisor, coordenador de
núcleos e monitores para que o estabelecido no Projeto Básico seja realizado, assim
como a articulação entre o Programa e a Escola onde este está inserido. Estabelece
32 O princípio da Arquitetura de Capilaridade está embasada no Mapeamento de Potenciais Coletivos Educadores para Territórios Sustentáveis (chamada pública 01 do Ministério do Meio Ambiente, 2006.) http://www.pr5.ufrj.br/historico_noticia/julho/chamadaMMA001_2006.pdf acesso em 17 de abril de 2007.
101
reuniões quinzenais com a equipe do Programa Segundo Tempo para verificar as
boas práticas e dificuldades encontradas. Encaminha trimestralmente um relatório
das atividades desenvolvidas pelos núcleos a Coordenação do Programa Segundo
Tempo – Secretaria Nacional de Esporte Educacional.
No Financeiro, contratasse os recursos humanos, encaminha e controla todos
os processos de compras específicos para o programa, controle de gastos, assim
como já inicia a coleta dos documentos que farão parte da Prestação de Contas
Financeira do convênio. Monitora as necessidades de aditamento de prazo ou
readequação ao plano de trabalho e controla a vigência do Programa.
O Coordenador Geral Local do Programa Segundo Tempo é o elo entre o
convenete e concedente, estando ao par, de todas as orientações advindas da
Coordenação Nacional do Programa.
Na fase da Prestação de Contas, o Coordenador Geral realiza a prestação de
contas financeira, encaminhando e demonstrando que todos os recursos repassados
pela concedente e mensurados como contrapartida foram gastos de forma legal e de
acordo com no pactuado o Plano de Trabalho, através do convênio. Presta contas
também do objeto estabelecido no convênio, que é através de um relatório de
gestão, descrevendo todos os objetivos e metas alcançadas, o número de
atendimento, de que forma se processou as atividades estabelecidas através do
Projeto Básico, quais foram os intervenientes, quais os impactos gerados na
comunidade enquanto do funcionamento do Programa. Além de fotos e reportagem
do andamento do Programa enquanto este esteve sendo executado.
102
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após, as leituras realizadas sobre políticas públicas, o esporte e suas
dimensões, assim como, todos os dados coletados, analisados e apresentados,
pode-se dizer que os gestores quando pensarem em suas agendas de trabalho
durante o processo eleitoral, e após o pleito se assim, a população definir, devem
saber muito bem como conduzir de forma eficaz, efetiva e eficiente suas propostas.
Pois, cabe a eles o progresso e o sucesso do seu município, estado ou país. Os
gestores precisam realizar um diagnóstico das necessidades e anseios da
comunidade para depois elaborar com sua equipe de trabalho ações que promovam
o bem estar de seus munícipes.
O Programa Segundo Tempo é um dentre tantos programas desenvolvidos
pelo Governo Federal, e que é abrangente a todos, porém, nem todos possuem
acesso; ou não pleiteiam como constatados nos dados apresentados anteriormente.
Ou também, “experimentam-no”, conveniando uma vez e depois não continuam. O
presente trabalho não se propôs saber os porquês da não continuidade daqueles
que conveniaram apenas uma vez, mas este questionamento serve para futuros
estudos.
Por ora, sabemos que poucos são os que estão dispostos a dar continuidade
a este programa, como apresentado na análise dos resultados. Citando, na esfera
municipal, os gestores dos municípios de Estrela (RS), Ribeirão Claro (PR), Estância
Turística do Piraju (SP), Sobral (CE), Vitória (ES) e Belo Horizonte (MG). Na esfera
estadual há os estados de Pernambuco com a Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, Turismo e Esportes e as entidades do terceiro setor as ONG’S: Bola pra
Frente (SP), Rumo Certo (RJ), Fundação de Apoio ao Menor de Feira de Santana
(BA) e Obras de Promoção de Assistência a Infância e Adolescência (DF).
103
Portanto, entre as esferas governamentais ou não governamentais, a esfera
municipal é a que possui maior número de convênios, comparando na
proporcionalidade de municípios e conseqüentemente, de estados e da federação.
Verificou-se também que, os municípios são os gestores que proporcionaram uma
maior continuidade ao Programa Segundo Tempo em suas localidades, podendo
assim, conjecturar que nestes, há uma possível política voltada para este setor. E
não é o que vemos freqüentemente, pois com as trocas de governo todas as ações
anteriores são refutadas, encerradas, para iniciar um novo programa de trabalho,
sem dar continuidade ao que estava dando certo até o momento.
Com estas constantes troca de políticas e ações governamentais, vemos que
o Brasil não desenvolveu ao longo do tempo a cultura da avaliação de eficiência dos
gastos públicos, principalmente com relação aos programas sociais, pois como diz
Arretche (2001), esta é uma avaliação possível, necessária e urgente, pois mensura
os gastos gerados com os programas implantados e seu nível de eficácia e
efetividade perante o público a que se destina. Quando muito realiza, alguns
esquemas formais de controle físico-financeiro, através de prestação de contas, ou
como recentemente com as visitas in loco do Tribunal de Contas da União, com o
Programa Segundo Tempo do Ministério do Esporte no ano de 2005 que resultou no
Acórdão 214/2006-P, com um diagnóstico pontual sobre algumas boas práticas e
necessidades de melhorias em alguns aspectos técnicos e de gerenciamento local.
Após, esta avaliação do Tribunal de Contas da União, o Ministério do Esporte,
implantou novas diretrizes ao Programa Segundo Tempo, a partir de 2007. Espera-
se que com isso o programa tenha qualidade, e que se torne uma política pública.
Sanando suas dificuldades, ampliando suas necessidades e realizando um processo
avaliativo, passe a defini-lo como uma política pública permanente em nosso país.
Sabemos, também, que o Ministério do Esporte é um dos segmentos, que
possui a menor dotação orçamentária, porém é possível propor qualidade e
abrangência ao Programa Segundo Tempo. Assim, como coaduná-lo com outros
programas desenvolvidos pelo próprio Ministério.
104
Quanto à gestão do Programa Segundo Tempo no município de Estrela/RS, o
intuito foi de socializar a prática de gerenciamento do programa. E cabe ressaltar
que a função do Coordenador Geral não é única, pois ele precisa trabalhar
concatenado com o gestor financeiro, jurídico e administrativo de sua instituição.
Assim como, ter bons profissionais ao seu lado para estar atuando com as crianças
e adolescentes nos núcleos. Estes profissionais, é que realmente, são os agentes do
Programa Segundo Tempo. São eles, que diariamente junto aos núcleos fazem com
que os participantes permaneçam no Programa, realizando as atividades esportivas
de forma prazerosa, contribuindo assim para o seu processo de desenvolvimento
social. O Coordenador local do programa é apenas um gestor, que propicia
condições favoráveis para que o Programa Segundo Tempo continue em sua
comunidade.
Analisando globalmente todo o processo das políticas públicas, e neste
pontualmente a do esporte, vemos que urge desenvolver políticas públicas
assentadas em planejamentos efetivos das necessidades eminentes da sociedade,
pois como ressalta Figueredo e Figueredo (1996 apud Arretche, 2001) o sucesso ou
fracasso de um programa determinarão efetivamente mudanças nas condições
sociais prévias da população a ser atingida pelo programa.
Faz-se necessário enfatizar, que um programa com o objetivo de atender, 500
crianças ou adolescentes, não estará beneficiando somente estes, mas sim, seus
familiares e amigos, tecendo uma rede de beneficiários. E, é desta forma que
projetos e programas sociais formam uma cadeia transformadora da sociedade.
Pois, a criança bem assistida pode vir a ampliar suas competências no seu processo
de ensino-aprendizado. Influenciando positivamente em seu meio familiar,
fomentando neste, novos saberes e valores, no grupo de amigos socializando o seu
aprendizado, no bairro e na sociedade sendo agentes multiplicadores de novas
ações, enfim, a todos que estiverem em seu micro e meso sistema de
desenvolvimento farão parte do processo de construção do ser social.
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Reforçando o pensamento, há pouca literatura na área do esporte voltada
para políticas públicas. O que há, são teorizações dos conceitos e dos porquês do
esporte e do lazer como benefícios para a população, mas de fato, discussões de
como se processa a tríade entre as questões técnica, administrativa e financeira de
um programa ou projeto não são pontuadas e nem aprofundadas nas literaturas
existentes. Faz-se necessário divulgar as boas práticas de gestão e de como elas
ocorrem para socializar e serem utilizadas pelos demais. A visão dos responsáveis
pelos processos administrativos difere daqueles que por de trás da janela apenas
contemplam o espetáculo. Portanto, os pensadores devem aliar-se aos gestores e
esses vice-versa para colocar um pouco mais de prática a suas teorias e um pouco
mais de teoria em suas práticas.
Desenvolver o Programa Segundo Tempo é cuidar não somente da criança,
pois esta é o agora; mas amanhã será o adulto e mais tarde o idoso. Portanto, é
propiciar ao cidadão uma qualidade de vida não apenas neste momento, mas sim,
para o amanhã.
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