mapa da - instituto fsb pesquisa · do mapa, que confirma sua posição de destaque como a terceira...
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mapa dacomunicaçãobrasileira
patrocínio
www.fsb.com.br
apoio3ª Edição Brasília 2013
Ficha catalográFica
M527m Santiago, Patrícia.
Mapa da comunicação brasileira / por Patrícia Santiago, Elizabeth Pazito Brandão e Max Stabile. –– Brasília, DF : FSB Comunicações, 2013.
100 p.
ISBN: 978-85-99776-04-9
1. Comunicação – Brasil. 2. Gestor de comunicação – Formação. 3.
Lideranças. I. Santiago, Patrícia. II. Título.
CDD: 659
CDU: 659(81)
ExPEDIENTE
_FSB comunicaçõeS
_SóCIo-FUNDaDorFrancisco Soares Brandão
_SóCIoS-DIrETorESMarcos TrindadeTom CamargoFlávio CastroMagno Trindade
_inStituto FSB PeSquiSa
_DIrETora-ExECUTIvaPatrícia Santiago _DIrETorES DE PESqUISaMarcelo TokarskiLeonardo Barreto _GESTorES DE PESqUISaMax StabileMarcelo PimentelCarlos Nepomuceno _aNaLISTa DE PESqUISaBárbara Silva
_mapa da comunicação brasileira 2013
_CoorDENação Da PESqUISaPatrícia SantiagoMax StabileBarbara Silva
_PESqUISaDorESPedro de MesquitaYandria rebbecaCamila ShiratsubakiJônathas Seixas de oliveira _rEDaçãoElizabeth Pazito Brandão _EDIção E rEvISãoMarcelo Tokarski _ProJETo GráFICo E DIaGraMaçãoFSB Design
instituto FSB PesquisaSite: www.institutofsbpesquisa.com.brE-mail: [email protected]: Mapa da ComunicaçãoSHS quadra 6, conj. a, bloco EEd Bussiness Center Park, conj. 713CEP 70.322-915Tel + 55 [61] 3323 1072
mapa dacomunicaçãoBraSileira3ª Edição Brasília 2013
SUMárIo
aPrESENTação
METoDoLoGIa
a CoNSTrUção Do MaPa
caPítulo 1. aS tendênciaS da comunicação corPorativa1.1. roTaS CoNSoLIDaDaS, 141.2. NovoS rUMoS, 15ESPECIaL: CrISE DE LIDEraNçaS, 19arTIGo BarrEIroS, 23
caPítulo 2. o lugar da comunicação2.1. oS DESaFIoS, 262.2. o FoCo, 25 arTIGo PrISCILa, 27 2.3. o PoSICIoNaMENTo Na INSTITUIção, 282.4. o orçaMENTo, 32
caPítulo 3. o cotidiano da comunicação3.1. aS aTIvIDaDES roTINEIraS, 233.2. aS aTIvIDaDES PrIorITárIaS, 233.3. aS aTIvIDaDES MaIS vaLorIzaDaS, 233.4. a IMPorTâNCIa DaS MíDIaS E DaS FErraMENTaS, 23ESPECIaL: a TraNSForMação IMPoSTa PELaS MíDIaS SoCIaIS, 23
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caPítulo 4. oS eFeitoS da comunicação4.1. PLaNEJaMENTo, 234.2. MoNIToraMENTo E MENSUração DE rESULTaDoS, 23
caPítulo 5. quem Faz comunicação5.1. a ForMação DoS ProFISSIoNaIS, 23arTIGo PaULo NaSSar, 23 5.2. aS FoNTES DE INForMação, 235.3. aS rEFErêNCIaS aCaDêMICaS, 23
oS ENTrEvISTaDoS
BIBLIoGraFIa
o INSTITUTo FSB PESqUISa
NoSSa ExPErIêNCIa EM ESTUDoS DE CoMUNICação E PoLíTICa
78
MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 5
o INSTITUTo FSB PESqUISa TEM SE DEDICaDo NoS
últimos seis anos a apoiar os desafios de gestores de comunicação de
diversos setores e perfis organizacionais. Ao investigar a opinião da
população e de influenciadores da comunicação e da política, acredi-
tamos contribuir continuamente para importantes projetos de cons-
trução de reputação e imagem. Participamos do amadurecimento da
gestão de comunicação pública e privada no país.
Mais do que respostas prontas aos novos desafios da gestão,
a proposta do Mapa da Comunicação é criar referências de
mercado e proporcionar um espaço para reflexão. Nesta 3ª edi-
ção, convidamos a professora Elizabeth Pazito Brandão, doutora
em Ciência da Informação pela Universidade de Brasília (UnB),
para coordenar a análise e a redação geral da publicação. Fize-
mos uma leitura aberta com profissionais de mercado e acadê-
micos e, após o campo formal, jornalistas e empresários enri-
queceram as nossas reflexões.
O conjunto de insumos colhidos na série histórica do Mapa nos
permite uma análise consistente, comparada, sobre o trabalho da co-
municação nas maiores instituições públicas e privadas do país. Nesta
primeira dimensão, o Mapa descreve as práticas incorporadas ao co-
tidiano profissional e o perfil dos gestores. São as rotas já consolida-
aPrESENTação
das, que atestam as conquistas e a importância da comunicação para
o posicionamento dos produtos no mercado e o diálogo das organi-
zações com seus diversos públicos.
A outra dimensão do Mapa desbrava as entrelinhas e o não dito,
as informações que escapam ao discurso e as inferências possíveis a
partir dos cruzamentos dos dados objetivos e das falas dos gestores,
associados à experiência do Instituto, com mais de 300 pesquisas
realizadas ao longo de sua história. É justamente esta interseção que
revela as tendências e o desenho de um saber comunicacional que
está disseminado, formando os novos territórios, que expandem hori-
zontes e quebram os paradigmas da profissão.
Este ano, o estudo contou com o apoio institucional da Confede-
ração Nacional da Indústria (CNI), que apostou no Mapa desde o
início, e conquistou a adesão da Associação Brasileira de Comunica-
ção Empresarial (Aberje), entidade que tem se destacado como um
centro de referência do pensamento sobre a gestão da comunicação
corporativa no país.
Boa leitura.
Patrícia Santiago
6 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 7
a 3ª EDIção Do MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra
foi construída a partir de entrevistas com gestores responsáveis pelas
decisões na área de comunicação de 120 instituições, privadas e pú-
blicas, atuantes no Brasil. Das 70 empresas privadas, 40 eram de capi-
tal nacional e 30, de capital estrangeiro. Foram selecionadas a partir
do ranking das 1.000 maiores empresas do jornal Valor Econômico.
A seleção dos 50 gestores públicos entrevistados foi feita a partir dos
maiores órgãos públicos da Lista de Autoridades Governamentais
(LAG), ampliando-se neste ano a base da pesquisa neste segmento.
A seleção aleatória foi feita por meio de sorteios nas listas.
A amostra não é probabilística, o que significa que a pesquisa não
pretende ser representativa do universo de todas as instituições; ela é
indicadora de tendências, tendo por referência o universo das institui-
ções pesquisadas. As organizações ouvidas estão equilibradas entre as
que têm atuação direta com o consumidor ou o cidadão (B2C) e aque-
las que têm relação com outras empresas (B2B).
a CoNSTrUção Do MaPa
A coleta de dados foi realizada por telefone, entre 3 de junho e 4
de agosto de 2013, por uma equipe de quatro pesquisadores da pri-
meira turma do curso de Comunicação Organizacional da UnB espe-
cialmente treinados para o Mapa, que aplicou um questionário estru-
turado de 123 itens, resultando em mais de 50 horas de gravação de
entrevistas.
A análise dos dados foi realizada por uma equipe multidisciplinar
formada por profissionais de Comunicação, Ciência Política e Sociolo-
gia no período de agosto a novembro. A análise estatística descritiva
foi realizada utilizando os softwares SSPS e o SPHINX. Para as ques-
tões abertas, utilizaram-se técnicas mistas de análise de conteúdo,
como nuvens de palavras (geradas pelo Wordle.net) e codificação axi-
al. Para as questões de referências, utilizou-se Análise de Redes (com
os softwares NodeXL e GEPHI).
É importante ressaltar que o período de realização das entrevistas
coincidiu com a onda de manifestações de junho de 2013.
8 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 9
CaPITULo 1
aS tendênciaS
1.1 rotas consolidadas
A comunicação é suporte para o posicionamento das empresas no
mercado e para sua reputação. É um processo nervoso de produção
e gestão de informações. É uma rede que integra as empresas com
seus stakeholders, ausculta a opinião pública e conecta as instituições
com os ambientes e com a sociedade.
As edições anteriores do Mapa da Comunicação Brasileira indi-
caram tendências que, agora, se transformaram em princípios conso-
lidados e práticas incorporadas às rotinas produtivas dos departamen-
tos, tais como:
• O amadurecimento do mercado brasileiro de comunicação corpo-
rativa é visível, em especial entre empresas privadas brasileiras e
órgãos públicos;
• As equipes são cada vez mais multidisciplinares, capazes de inte-
grar diversos saberes e profissões que são parte da Comunicação
Social ou que com ela fazem interface;
• A importância da transparência para as instituições, sejam públicas
ou privadas, com especial destaque para o setor público;
• A percepção, por parte dos gestores, de que um dos principais
objetivos da comunicação é ser canal de relacionamento e cone-
xão da instituição com seus diversos públicos e com o ambiente
social, político e econômico no qual está inserida;
• O papel estratégico da comunicação como suporte para a constru-
ção e a manutenção da reputação e do branding;
• O protagonismo da assessoria de imprensa e relacionamento com
a mídia como principal atividade da área, tanto para as empresas
privadas quanto para o setor público;
• A importância da comunicação interna, tema especial da 2ª edição
do Mapa, que confirma sua posição de destaque como a terceira
atividade mais citada entre os gestores;
• A gradual perda de espaço da mídia tradicional — jornais, revistas,
rádio e televisão — como única fonte influenciadora de opinião,
sobretudo junto às empresas privadas. Já no setor público, que
precisa estar em contato com todos os segmentos da população e
em todos os cantos do país, a mídia tradicional continua sendo
prestigiada, sobretudo o meio jornal;
• A gradual sofisticação das práticas de avaliação e monitoramento
da comunicação, ultrapassando as técnicas simples, como a tradi-
cional clipagem, e buscando etapas mais complexas que exigem
quantificação e índices mais precisos de medição. O destaque aqui
fica para as empresas estrangeiras, onde a maioria dos gestores
utiliza pesquisas de opinião para orientação e mensuração das
ações de comunicação.
1.2 novos rumos
Para além das rotas consolidadas, o que o estudo tem de mais valioso
são exatamente as questões que ficam em aberto, aquelas que nos
motivam a voltar aos gestores na próxima edição, que merecem
atenção e aprofundamento futuros. Algumas das reflexões estimu-
ladas por esta edição do Mapa serão compartilhadas a partir de
agora, fundamentadas na associação de duas análises: (1) dos da-
dos objetivos e das declarações dos entrevistados e (2) de uma
ampla pesquisa bibliográfica, permeada pelas discussões da equipe
de analistas e convidados e pelas tendências observadas no merca-
do. As questões se misturam e dizem respeito à ampla transformação
do comportamento dos diversos públicos — de colaboradores a for-
madores de opinião.
10 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 11
na visão da Fsb digital
Existe um descasamento natural
com uma nova forma de comuni-
cação que ainda está em transição.
A percepção de que é uma priori-
dade — de certa forma para não ir
na contramão dos fatos do merca-
do — não se vê concretizada
na cultura organizacional.
os processos de
endomarketing ainda estão
longe de dar destaque para
o uso de mídias sociais, e isso
é reforçado pelas políticas de
segurança interna. Muitas empre-
sas sequer permitem que seus
funcionários acessem redes sociais
e, muitas vezes, a própria internet.
Ainda perdura a ideia de perda de
produtividade e um medo natural
de ‘vazamento’ de estratégias das
empresas. No entanto, o funcioná-
rio possui hoje smartphones com
acesso 3G e o interessante é a
adoção de uma clara política de
uso de redes sociais, e não a
rejeição a elas. O frescor da infor-
mação e da inovação que o fluxo
intenso em tempo real pode trazer
para as corporações é amplamente
compensatório.
o tranSBordo da comunicação
A comunicação não está mais contida em um único departamento.
Há uma disseminação das atividades para outros setores das institui-
ções, nos quais a comunicação também é vital, e um temor pela frag-
mentação do discurso institucional em múltiplos canais. A relação das
instituições com seus públicos, ainda que cada vez mais segmentada,
não acontece apenas entre as partes interessadas e se “publicizou” na
nova esfera pública virtual.
Por parte das empresas, a adoção de estilos de gestão menos
hierarquizados, com funções mais integradas, menos compartimenta-
lizadas, levou à valorização das redes internas. Nesses novos modelos
de gestão, que têm sido chamados de “modelos stakeholders” (DE-
ETZ, 2011), uma variedade de grupos, além dos acionistas e gestores,
passa a ser valorizada e a ter maior participação nos processos de
tomada de decisão.
Ao mesmo tempo, avaliar e monitorar o que a opinião pública e os
stakeholders estão pensando, e como estão julgando a instituição,
tornou-se uma atividade diária da comunicação, uma vez que os flu-
xos de informação se entrecruzam, simultaneamente, nos vários ca-
nais. A mídia tradicional não é mais a única formadora de opinião. Os
poderes midiáticos foram partilhados, fragmentados nos múltiplos
veículos, cada um com seu próprio discurso, suas características e exi-
gindo cada vez mais interlocução por parte das instituições (PEREIRA,
2011). Isoladamente, os meios de informação perdem força. É a con-
solidação dos ambientes de informação. O relacionamento com os
públicos que interagem com a organização forma, hoje, um painel
complexo de assuntos, opiniões, desabafos e emoções sobre uma am-
pla pauta de interesses.
Não se trata de uma diluição da comunicação em outras atividades
ou de sua apropriação por outros setores, mas de sua absorção por
toda a rede da instituição. É também a comunicação que transforma
conceitos como sustentabilidade, transparência, visibilidade, cidadania
e responsabilidade civil em valores que identificam as instituições para
seus públicos e para a opinião pública. Justamente por isso, ela não
cabe mais em seu próprio nicho e transborda para outras áreas, outras
linguagens e outros setores das instituições.
O papel da comunicação nas empresas não é apenas instrumental,
não é uma simples sequência de tarefas ou atividades a serviço das
estratégias organizacionais. É um acontecimento comunicativo, um
sistema no qual as partes afetam o todo, uma realidade em processo
contínuo de mudança, e é isso que “permite captar os princípios de
autonomia, da autocriação e cocriação, da interdependência, da
emergência e da interdisciplinaridade inerentes ao campo” (CUR-
VELLO, 2009).
além do mapa
“A pessoa já nasce acreditando que sabe se comunicar per-
feitamente. Diante disso, quando você democratiza esses
meios de comunicação, essas ferramentas de comunica-
ção, você possibilita de fato que cada um dentro da organi-
zação seja uma liderança de discurso, um porta-voz da
companhia. A comunicação pode ser o grande líder desse
processo dentro da empresa, que envolva a área comercial,
a área industrial, a área de relações com investidores. Na
verdade, a comunicação vai conseguir, no fim do dia, uma
equipe muito maior para ajudar ela nesse processo de co-
municação”.
andré moragas, diretor de Marketing da Andrade
Gutierrez.
12 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 13
oS novoS territórioS de relacionamentoS
A diluição da comunicação organizacional também é consequência
das tecnologias interativas de informação e comunicação que confor-
mam o que está sendo chamado de networked public sphere (Benk-
ler, Roberts, Solow-Niederman, & Etling, 2013), a esfera de relaciona-
mento de rede, na qual as pessoas e os grupos de interesse se
interconectam, movimentando emoções, sensações e opiniões, tanto
quanto — ou mais do que — informações objetivas, a matéria-prima
que caracteriza a mídia tradicional.
Como as empresas públicas e privadas estão lidando com este
cenário? Qual o papel da comunicação neste território que influencia
tão fortemente a formação da opinião? Qual o papel da comunicação
quando um de seus principais ativos — a objetividade da informação
— deixou de ser premissa obrigatória? O que fazer quando muitos dos
instrumentos de comunicação escaparam do controle e foram parar
nas mãos dos usuários?
A comunicação das instituições contemporâneas precisa lidar com
a vibrante networked public sphere, que amplifica a participação dos
seguidores e dos grupos formados em seu território, alavanca a dis-
cussão de tópicos que ocupam a pauta de interesse dos cidadãos e
das diversas tribos e deixa à mostra as crenças, as opiniões e as nuan-
ces ideológicas, religiosas, culturais e sociais. Este território, pelo me-
nos até agora, não foi ocupado por lideranças reconhecidas, sejam
partidárias ou não; ainda é terra nua, no que tange à capacidade de
conduzir modos de pensar e ações. Os acontecimentos de junho de
2013 no Brasil, os movimentos de ocupação das ruas e de reivindica-
ções políticas vêm sendo gerenciados e divulgados por meio da web.
Porém, os principais temas reivindicados pelos manifestantes já esta-
vam sendo compartilhados em larga escala na rede, tendo encontrado
nos movimentos o meio de extravasamento.
Estamos diante de uma dinâmica completamente nova de funcio-
namento da esfera pública de rede, contexto que impõe às empresas
o desafio de criar novas formas de interação e de diálogo com os mais
variados públicos.
Nesta edição, o Mapa da Comunicação Brasileira bancou um desafio:
descobrir quais profissionais os gestores consideravam como líderes
na imprensa, nas universidades e nas redes sociais.
A principal constatação, quando se analisam os resultados das per-
guntas sobre lideranças, é a grande dispersão dos nomes indicados,
demonstrando não existirem, hoje, líderes capazes de orientar corren-
tes de pensamento e catalisar opiniões.
Em uma sociedade marcada pela crise da democracia representa-
tiva, pela esfera pública virtual que reúne tribos de interesses especí-
ficos, mas socialmente dispersas, como identificar pessoas com capa-
cidade de pregar e serem ouvidas pela população? Quem consegue,
hoje, atrair um grande número de pessoas por suas ideias? Quem
consegue evangelizar terceiros e é capaz de influenciar opiniões, pos-
turas e decisões?
O mais forte exemplo desse novo comportamento social se deu
em junho de 2013, mês que ficará marcado na história recente do
país por ter levado às ruas de várias cidades brasileiras cerca de 1 mi-
lhão de pessoas gritando palavras de ordem, carregando bandeiras
sem partido ou vinculações institucionais.
Diante da onda de protestos, a pergunta que ficou sem resposta
para boa parte dos analistas políticos foi: quem liderou estes movi-
mentos? A pergunta que ficou para nós, profissionais da comunica-
ção, foi: como não percebemos que isso iria acontecer?
As interpretações sobre as reivindicações das ruas no Brasil cobri-
ram um amplo espectro ideológico, da extrema direita à extrema es-
querda, quase todas afirmando que os movimentos não tinham lide-
ranças identificadas e haviam sido convocados nas mídias sociais. Mas
por que aconteceu tamanha adesão ao movimento? Se lideranças
conhecidas não são identificadas, sejam pessoas, partidos ou organi-
zações, quais foram as ideias mestras que levaram a população conec-
tada da mídia social aos movimentos de rua?
Em meio a várias especulações sobre as lideranças e as causas dos
movimentos, chama atenção a análise de intelectuais que argumenta-
ram estarem as ruas brasileiras tomadas pela “nova classe média”, que
tinha aprendido a reivindicar e demonstrava um “inequívoco pendor
consumista”, como lamentou Boaventura Santos (2013). No outro es-
pectro ideológico, mas também focando na classe média, Francis
ESPECIAL • CrISE dE LIdErAnçAS
14 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 15
Fukuyama (2013) afirma que o movimento brasileiro foi feito por jo-
vens com nível de educação e renda acima da média, usuários da
mídia social que se sentem alienados das decisões políticas.
A pesquisa World Values Survey, uma investigação sobre as mu-
danças sociais e políticas em vários países1, afirma que pessoas com
maior escolaridade atribuem valores mais altos à democracia e à liber-
dade individual e são mais tolerantes com estilos de vida alternativos.
Esta classe média não quer apenas segurança para sua família, mas
também escolhas e oportunidades, e está conectada a eventos e pes-
soas com condição social similar, em outras partes do mundo, por
meio da tecnologia.
No Brasil, as pesquisas de Época2 e Veja3 comprovam o que dizem
Fukuyama e a pesquisa de Michigan. Os movimentos mostraram uma
população que não estava insatisfeita economicamente, mas sim po-
liticamente; era a classe média que tem informação, acesso às redes
sociais e, por isso mesmo, o poder de se indignar e se mobilizar.
Seja qual for a interpretação, 2013 será o ano que não terminou
para os profissionais de comunicação, que continuam buscando
respostas para perguntas como: por que nossas pesquisas de opi-
nião pública e nossas pesquisas políticas não detectaram a força de
um movimento popular de tal envergadura? Quais são os líderes
deste movimento e por que nunca identificamos nenhum deles?
Como identificar os verdadeiros líderes contemporâneos capazes de
representar e aglutinar o pensamento e as ações de grandes parcelas
da população?
1 a pesquisa é conduzida pela Universidade de Michigan (http://www.worldva-luessurvey.org/).2 revista Época, edição de 24/06/2013 – p. 41.3 revista veja, edição de 27/06/2013 – p. 69.
Em seu último livro, Manuel Castells (2013) afirma que “a luta fun-
damental pelo poder é a batalha pela construção de significado na
mente das pessoas”. Castells considera a comunicação um poder ca-
paz de construir significados e aponta para o fato de que a mudança
do ambiente comunicacional afetou diretamente as normas de cons-
trução destes significados. As tecnologias de comunicação e informa-
ção demarcaram um território virtual com significados próprios e au-
tônomos, ou, como diz Castells, “a autocomunicação das massas é a
plataforma tecnológica da cultura da autonomia”.
Se a networked public sphere elabora seus significados e os com-
partilha de forma autônoma, qual pode ser o papel das lideranças
formais em um território onde o significado é construído socialmente?
Um líder não “re-presenta” mais porque ele só pode surgir se fizer
parte da rede e se compartilhar os significados e as linguagens do
território virtual. E, neste caso, não seria mais um líder na concepção
tradicional.
Talvez esta seja uma das respostas. A liderança contemporânea é feita
menos por pessoas, nomes, partidos ou associações, e mais por valores,
ideias e sentimentos capazes de movimentar pessoas e multidões. É pre-
ciso desenhar uma storytelling social para arrebanhar seguidores. Ho-
je, os líderes são mais voláteis do que as ideias, porque importam
menos as identidades e mais o compartilhamento de desejos, de an-
seios e de valores dos que têm voz, mas nem sempre se manifestam
pelos meios tradicionais. As redes reúnem as pessoas que se identificam
em torno de valores e ideias comuns, e não em torno de líderes.
ESPECIAL • CrISE dE LIdErAnçAS
16 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 17
o que noS dizem oS dadoS
As estatísticas que emergem do Mapa comprovam essa pulverização
das lideranças. Nem mesmo na mídia tradicional surgem líderes claros
e incontestes. E, quando se olha com atenção para os ambientes
digital e acadêmico, fica ainda mais nítida essa ausência de forma-
dores de opinião capazes de serem reconhecidos como reais in-
fluenciadores. Nesses dois universos, a dispersão foi ainda maior e
hoje é impossível afirmar que qualquer indicado seja reconhecido
como uma liderança pelos gestores de comunicação das maiores em-
presas e órgãos públicos do país.
(PErGUNTa: qUEM voCê CoNSIDEra UM NoME DE LIDEraNça Na IMPrENSa TraDICIoNaL? aLGUM CoLUNISTa, JorNaLISTa oU BLoGUEIro DE INForMação?
FIgura 2. análIse de redes das lIderanÇas na IMPrensa TradICIOnal
(PErGUNTa: qUEM voCê CoNSIDEra UM NoME DE LIDEraNça Na IMPrENSa TraDICIoNaL? >> aLGUM CoLUNISTa, JorNaLISTa oU BLoGUEIro DE INForMação?
FIgura 1. nuVeM de PalaVras - lIderanÇas na IMPrensa TradICIOnal
Na IMPrENSa TraDICIoNaL
Dentre as três categorias de lideranças medidas pela pesquisa, o maior
grau de identificação se deu na imprensa tradicional, na qual a jorna-
lista Miriam Leitão foi citada por 20 entrevistados, o equivalente a
17% da amostra. O segundo mais citado foi o jornalista Ricardo Boe-
chat, lembrado por 13 gestores, ou 11% dos entrevistados.
Vale ressaltar que esses dois profissionais atuam em diversos meios
de comunicação — jornais, TVs, rádios e internet —, e provavelmente
daí venha tamanho recall. Boechat, por exemplo, estava em momento
de alta midiática no período de realização da pesquisa, em virtude de
um vídeo postado na rede com comentários contundentes sobre as ma-
nifestações de junho de 2013, o que pode ter influenciado a lembrança
de seu nome. Para se ter uma comparação, a terceira liderança mais cita-
da na imprensa tradicional foi o colunista e escritor Elio Gaspari, aponta-
do por apenas nove gestores, ou 8% da amostra.
A análise de redes da mídia
tradicional foi desenvolvi-
da atribuindo uma relação
entre o entrevistado e
suas citações. O tamanho
do círculo se refere à
quantidade de citações
que cada referência obteve
pelos 120 gestores. As
cores representam um
agrupamento de proximi-
dade (clusters) entre as
citações, desenvolvidas pelo
software Gephi.
Além de apontar os nomes, os gestores de comunicação foram
instados a justificar sua preferência por tais lideranças na mídia tradi-
cional. As respostas mostram que os 10 argumentos mais usados são,
de certa forma, comuns à condição de qualquer líder de opinião e
podem ser agrupados em três tipos: (1) a empatia do entrevistado
com as opiniões do jornalista, (2) a crença na credibilidade e no
poder de influência e repercussão do profissional ou da rede em
que trabalha e (3) as qualidades jornalísticas (boa linguagem, faro,
opiniões). Aqui, a credibilidade surge como o aspecto mais impor-
tante para um profissional ser considerado líder, cenário que não
se repete, como veremos mais à frente, quando a questão diz res-
peito à liderança nas redes sociais.
gráFICO 1
NaS rEDES SoCIaIS
Se na imprensa tradicional a dispersão das lideranças é uma tendên-
cia, no ambiente digital esse fenômeno está mais do que consolidado.
Os 120 gestores entrevistados pelo Mapa foram questionados sobre
quem considerariam um novo líder de opinião nas redes sociais. No
entanto, dois em cada três entrevistados não apontaram sequer um
nome. Das 360 indicações possíveis — a pergunta permitia elencar até
três lideranças nessa área —, surgiram apenas 60 indicações. Nem
mesmo o Anonymous e o Movimento Passe Livre, que passavam por
grande exposição midiática em função da onda de protestos iniciada
em junho, se destacaram, recebendo duas e três citações cada um,
respectivamente.
dePoimentoS
_Ela é influenciadora de opinião, tem um posicionamento bem claro em relação a qualquer assunto, tanto faz
se é carnaval ou política.
_Eu acho que é muito uma questão de eu como leitora, as coisas que eu gosto de ler, com as quais eu me
identifico, coerentes com a realidade, uma leitura de cenário que eu acho válida, que eu admiro.
_Ele demonstra muito a opinião dele, inclusive dentro da própria emissora onde atua.
_Eu estou falando mais por afinidade. A maior parte das coisas que ele fala são coerentes com o que eu penso.
FIgura 3. nuVeM de PalaVras lÍder nas redes sOCIaIs
(PErGUNTa: E NaS rEDES SoCIaIS, o(a) Sr(a) CoNSIDErarIa aLGUM Novo LíDEr DE oPINIão INDEPENDENTE? [aTÉ TrêS CITaçÕES])
Por qUE o(a) Sr(a) o(a)CoNSIDEra CoMo UM(a) LíDEr? (N=100)
na visão da Fsb digital
“A dificuldade em identificar novas lide-
ranças espelha a realidade de rede. O
temerário de termos credibilidade em 4º
lugar e opinião crítica em 1º como valores
dessas lideranças é que os princípios
básicos da comunicação sofrem impacto
muito grande: boatos e opiniões embasa-
das em fatos não reais ou mal apurados
acabam se sobrepondo em volume nas
redes sociais. É preciso encarar essa
realidade, assumindo que, embora tenha
força, a rede não pode ter a força de
verdade definitiva. Nesse cenário, a
credibilidade deve ser buscada nos influen-
ciadores digitais da mesma forma como
sempre foi procurada antes do surgimento
das redes. Os gestores de comunicação
possuem papel fundamental nessa transi-
ção, na exigência atitudinal, ao interagi-
rem com as lideranças do
ambiente digital”.
0 60
OUTROS
IMPARCIALIDADE
ANÁLISES RELEVANTES
ESPECIALIZAÇÃO
INFORMAÇÕES RELEVANTES/PRIVILEGIADAS
ALCANCE
OPINIÕES CRÍTICAS
REPERCUSSÃO/INFLUÊNCIA
CREDIBILIDADE 52%
49%
40%
29%
23%
17%
13%
6%
14%
dePoimentoS
_“Porque foi o que eu mais vi ser seguido, comentado, comparti-
lhado, acho que ele acabou se posicionando dessa forma”.
_“Porque ela tem seguidores. E nos comentários nem todo
mundo concorda com ela, então eu acho que ela provoca boas
discussões, tanto de literatura, quanto de tecnologia e de políti-
ca.”
_“Porque ele influencia todos os outros (blogs) do segmento.”
_“Ele é uma pessoa séria, tem muita gente que segue. É um líder.
Eu estou falando a visão que eu tenho dos seguidores. Não que eu
acredite nele, que eu seja um seguidor. Ele tem muitos seguido-
res, uma turma jovem.”
_“Tem uma bagagem de jornalismo econômico de muitos anos e
tem sido um apoiador atualmente do governo, tem dado uma
outra opinião que não aquela da imprensa escrita, e tem tido
muita repercussão.”
_“Pelo sucesso que ele faz, seu pensamento, apesar de eu não
concordar com o pensamento dele, mas ele faz muito sucesso nas
redes sociais. Então, se ele tem esse sucesso, é porque as pessoas
compartilham do pensamento dele, com o posicionamento dele.”
_“Tem um twitter onde influencia muitas pessoas, consegue
engajar as pessoas. As pessoas comentam o que ele escreve. Vejo
como um líder nesse sentido.”
gráFICO 2
PErGUNTa: Por qUE o(a) Sr(a) o(a)CoNSIDEra CoMo UM(a) LíDEr?
Diferentemente da mídia tradicional, onde a credibilidade foi
apontada como a característica mais importante para alguém ser
considerado líder de opinião, no ambiente digital os gestores deram
maior peso às opiniões críticas e à repercussão/influência das lideran-
ças. Aqui, a credibilidade foi apenas a quarta característica mais cita-
da como fundamental. Tal comportamento indica que, nas mídias
sociais, a busca por posicionamentos fortes e a possível legião de
seguidores são mais importantes do que a credibilidade exigida na
mídia tradicional.
além do mapa
“Uma das razões dessa inversão entre o valor que se dá à
credibilidade na mídia tradicional e nas mídias sociais é a
seguinte: as mídias sociais se ocupam da mídia tradicional
no Brasil. O principal objeto de preocupação das mídias so-
ciais no Brasil é a mídia tradicional. Ou seja, é fazer uma
crítica da mídia tradicional. Eu acho isso extremamente
positivo.”.”
cristiano romero, editor-executivo do jornal Valor Eco-
nômico.
além do mapa
“Se você olha pelo ângulo de quem
está lendo o quê, você fica com a
impressão de que pulverizaram as
fontes. Só que isso é uma visão su-
perficial. Se você olha pelo ponto de
vista de onde está vindo a informa-
ção originalmente, você continua
na imprensa tradicional. Pode até
ser que, para as pessoas, elas es-
tejam se informando por 3 mil
twitteiros diferentes. Esses 3 mil
twitteiros estão incluindo o link de
uma matéria que saiu em alguns
dos três ou quatro maiores jornais
do país. Ou das revistas, ou dos
grandes sites, mas, no fim das
contas, a gente continua falando
de um universo pequeno. E por um
motivo muito simples: produzir jor-
nalismo, ou seja, produzir informa-
ção, ainda é muito caro.”
Pedro dória, editor-executivo do
jornal O Globo.
0 50
OUTROS
INTERESSE PROFISSIONAL
INOVAÇÃO
IMPARCIALIDADE
ESPECIALIZAÇÃO
ANÁLISES RELEVANTES
INFORMAÇÕES RELEVANTES/PRIVILEGIADAS
CREDIBILIDADE
ALCANCE
REPERCUSSÃO/INFLUÊNCIA
OPINIÕES CRÍTICAS 45%
40%
33%
17%
14%
12%
5%
5%
5%
5%
5%
MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 23
(PErGUNTa: qUEM voCê CoNSIDEra UM NoME DE LIDEraNça NaS UNIvErSIDaDES, No MEIo aCaDêMICo BraSILEIro? aLGUM aCaDêMICo qUE SEJa LíDEr DE oPINIão? [aTÉ TrêS CITaçÕES])
PErGUNTa: Por qUE o(a) Sr(a) o(a)CoNSIDEra CoMo UM(a) LíDEr?
gráFICO 3FIgura 4. nuVeM de PalaVras - lIderanÇa nO MeIO aCadÊMICO
dePoimentoS
_“Pela identificação com as coisas que ele fala. Eu acho que ele é
didático, conhecedor das coisas. Academicamente, é inspirador.”
_“Desenvolve bem essa área de comunicação organizacional, que
no Brasil hoje ainda se confunde com relações públicas. São
coisas a rigor diferentes, mas a academia está tentando chegar a
um consenso.”
_“Consegue influenciar bastante a nova geração.”
_“Ele tem uma atuação bastante orientada para temas variados,
entre eles educação, então
eu acho que as opiniões dele de alguma maneira influenciam
bastante também.”
_“Porque ela tem feito pesquisas inovadoras no relacionamento
das novas mídias, da tecnologia digital.”
Na aCaDEMIa
O ambiente acadêmico repete o mesmo fenômeno observado nas
redes sociais, com grande dispersão na citação de nomes. Chama a
atenção o alto índice de não resposta (58%), indicando que a distân-
cia entre universidade e mercado de trabalho, tema conhecido e sem-
pre debatido nos meios acadêmicos, ainda se faz presente. Os resul-
tados da pesquisa mostram que, entre os gestores de comunicação,
não se detectam hoje lideranças intelectuais capazes de movimentar
corações e mentes, como havia até a década de 1980, quando perso-
nalidades reconhecidas por suas competências intelectuais ou artísti-
cas inspiravam movimentos políticos e sociais. Neste ambiente, o líder
mais citado hoje é o sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso. No entanto, FHC recebeu apenas quatro citações, o equiva-
lente a 3% da amostra. Outro dado que mostra a ausência de lideran-
ças é que surgiram apenas 81 de 360 citações possíveis — cada gestor
podia apontar até três lideranças acadêmicas.
No caso do ambiente acadêmico, a característica mais importan-
te para os gestores é a repercussão/influência do líder, seguida da
credibilidade.
0 30
OUTROS
INOVAÇÃO
OPINIÕES CRÍTICAS
ANÁLISES RELEVANTES
ESPECIALIZAÇÃO
ALCANCE
EXPERIÊNCIA
CREDIBILIDADE
REPERCUSSÃO/INFLUÊNCIA 27%
24%
18%
16%
16%
14%
12%
8%
4%
Credibilidade e transparência estão entre os
mais importantes ativos de qualquer institui-
ção ou empresa, privada ou pública. Só
podem ser exercitadas e reconhecidas por
meio de uma comunicação social eficiente.
o tratamento e a disseminação da infor-
mação, portanto, são absolutamente
estratégicos.
Felizmente — ao menos para nós, gestores
da área de comunicação —, esta percepção
está hoje disseminada nos outros escalões
das instituições e empresas, o que facilita,
agiliza e qualifica as ações de comunica-
ção. os departamentos e gerências de
comunicação, por isso, estão deixando de
ser, na estrutura organizacional, uma
instância pouco relevante, como era o
cenário de alguns anos atrás.
Contribuiu para essa evolução, sem dúvida, a
revolução da comunicação, com o advento da
era digital e as suas variadas e constante-
mente renovadas ferramentas — blogs,
Facebook, Flickr, Google Plus, Instagram,
Soundcloud, Twitter. a mídia tradicional
— impressos, rádio e tevê — não é mais a
única formadora de opinião, embora continue
muito importante, obviamente. a multiplica-
ção do fluxo de informações amplificou o que
se convenciona classificar de opinião pública.
resultado: há mais cobranças, vigilâncias e
exigências e, em consequência, maior neces-
sidade de interlocução , o que é salutar.
Para exemplificar o poder de mobilização das
redes sociais, é bastante mencionar o gigan-
tesco e surpreendente movimento de protes-
tos que pipocaram no país em meados do
ano, num cenário de conjuntura econômica e
social relativamente confortável, com inflação
sob controle e baixo desemprego.
o cenário da era digital exige adaptações
rápidas no pensar e fazer dos departamentos
de comunicação. Em primeiro lugar, não
podem ser autossuficientes, pois suas fun-
ções transbordaram para outras instâncias da
empresa ou instituição. Em segundo lugar,
sua atuação tem de ir além da tradicional
assessoria de imprensa e do relacionamento
com os jornalistas. Depois, devem operar
com profissionais versáteis, multimídia.
acrescente-se a necessidade de se realizar
planejamento e de avaliar e monitorar como é
vista lá fora a empresa ou entidade.
o Sistema CNI , que abrange a Confederação
Nacional da Indústria, o SENaI (Serviço Nacio-
nal de aprendizagem Industrial), o SESI (Servi-
ço Social da Indústria) e o IEL (Instituto
Euvaldo Lodi), é demandado diariamente por
jornalistas e outros atores sociais. veicula
uma média de 20 mil notícias por ano.
a Diretoria de Comunicação está fazendo o
dever de casa.
arTIGo
administrador de empresas, é diretor de Comunicação da Confederação Nacional da indústria (CNi)
carloS alBerto
BarreiroS
tempos digitais
“O cenário da era digital exige adaptações rápidas no pensar e fazer dos departamentos de comunicação.”
26 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 27
CaPITULo 2
o LUGar Da comunicação
O papel da comunicação nas instituições está mudando, fenômeno que
acompanha as transformações vividas pela gestão empresarial e governa-
mental ao longo dos últimos anos. Para 89% dos gestores, a comunica-
ção está desenhada de forma coerente com a missão, a visão e os valores
da organização. Esse entendimento cresceu em todos os setores desde a
2ª edição do Mapa, feita em 2011, com especial destaque para o nivela-
mento que o setor público busca em relação ao privado. Para a mesma
questão, o percentual de gestores de órgãos e empresas estatais subiu de
73% para 86%, aproximando-se do patamar praticado pelas empresas
privadas brasileiras (90%) e estrangeiras (93%).
O mesmo percentual de gestores (89%) concorda que a direção da
instituição entende ser a comunicação estratégica para garantir uma
gestão transparente, o que comprova o aumento da influência do
setor no dia a dia das corporações e dos órgãos públicos.
Apesar de a comunicação estar cada vez mais harmonizada com
os valores da organização e de a maioria dos gestores acreditarem que
a direção das instituições vê comunicação como transparência, o per-
centual de entrevistados que afirmam ter sua posição levada em con-
ta na hora da tomada de decisão pelo board cai sensivelmente: 73%.
2.1. os desaFios
O Mapa revela que a comunicação está cada vez mais alinhada com
as estratégias institucionais, mas para a maioria dos gestores esta ain-
da não é uma guerra vencida. Para entender melhor este amplo con-
texto, o Mapa organizou os desafios expostos pelos entrevistados em
seis grupos. De acordo com os gestores, o principal desafio é valorizar
a área de comunicação dentro do ambiente organizacional, resultado
fortemente influenciado pelas expectativas dos gestores públicos. Pa-
ra 30% deles, ampliar a força da área na organização é o maior desa-
fio. Já no ambiente privado, a principal meta é posicionar a marca no
mercado. Outra diferença sensível aparece entre empresas estrangei-
ras e brasileiras. As primeiras encaram as redes sociais como o segun-
do maior desafio a ser enfrentado, enquanto para as nacionais este é
o menos importante.
A seguir, detalhamos as seis definições, de acordo com o grau de
importância dado pelos entrevistados:
i. valorização do Setor, com 24%
O principal desafio é a reestruturação da infraestrutura, a expansão e
a consolidação das mídias institucionais, a utilização das redes sociais
e a adequação de linguagens para os tempos atuais. A necessidade de
conectar as áreas de negócios e a segmentação da comunicação, alia-
da à tecnologia, também foram consideradas grandes desafios para o
futuro, pois, para estes gestores, a tendência da comunicação é se
tornar menos “de massa” e mais segmentada e complexa, implicando
em maior uso da tecnologia para atingir a multiplicidade de públicos.
Pílula: entre os três públicos pesquisados, o que dá maior importância
à valorização da comunicação é o setor público. A menor relevância
para este item se deu entre as empresas estrangeiras, mas aqui é pos-
sível inferir que, neste universo, a comunicação já alcançou um impor-
tante patamar valorativo.
ii. PoSicionamento de mercado – Branding, com 22%
O mercado é o grande desafio para os gestores que percebem a co-
municação como um fator capaz de posicionar a empresa diante da
concorrência, de conectar os negócios, de promover a marca, de ali-
nhar a comunicação com as estratégias da gestão empresarial e de
direcionar seu foco para a customização dos segmentos de negócios
e públicos das instituições.
Pílula: devido à natureza da atividade, é o setor público quem dá o
menor grau de importância a este item. Já nas empresas privadas, ele
é justamente o mais valorizado.
28 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 29
iii. redeS SociaiS, com 12%
As redes sociais são o grande desafio para muitos dos gestores entre-
vistados. Segundo eles, a comunicação precisa renovar sua linguagem
para os novos veículos e compreender como eles são demandados
pelos usuários. Expressam a preocupação de utilizar as mídias sociais
como meio de agregar novos segmentos de públicos.
Pílula: o peso dado ao desafio imposto pelas redes sociais é bastante diverso
entre as empresas brasileiras e estrangeiras. Enquanto para as nacionais re-
presenta o menor desafio entre os seis elencados (as redes foram citadas
apenas por 3% dos gestores), nas companhias com matriz em outros países
as mídias sociais são o segundo maior desafio, com 20% das indicações.
iv. integração inStitucional, com 12%
O desafio da comunicação é alinhar conceitos mais permanentes, su-
perando a transitoriedade da informação característica de nossa épo-
ca. Sua função é a de um interlocutor competente, capaz de compar-
tilhar a visão da empresa e consolidar seus valores, sobretudo junto a
seus funcionários. A comunicação tem também a responsabilidade de
alinhar estratégias empresariais capazes de impactar o mercado e dar
suporte à reputação da instituição.
Pílula: este dado também reforça o abismo existente entre os dois
tipos de empresas privadas. Enquanto apenas 3% das estrangeiras
têm a integração institucional como maior desafio, nas brasileiras esse
percentual atinge 20%, indicando que elas ainda têm um caminho
mais árduo a percorrer para consolidar a comunicação como uma fer-
ramenta de interlocução com os públicos interno e externo.
v. relacionamento, com 8%
O grande desafio dos próximos anos será transformar a comunicação
em um interlocutor reconhecido pelos stakeholders e pelos diversos
públicos que se relacionam ou possam se relacionar com as organiza-
ções. O uso das mídias sociais como instrumento de diálogo é uma
preocupação para os que desenham um futuro no qual estes novos
públicos precisam ser agregados ao ambiente da empresa.
Pílula: empresas brasileiras e o setor público dão maior importância ao
relacionamento com os influenciadores internos e externos, o que indica
já estarem as empresas estrangeiras mais avançadas neste aspecto.
vi. valoreS ÉticoS, com 8%
A criação de canais de diálogo com a sociedade e com os públicos
específicos das instituições é um desafio que se coloca para muitos
gestores da comunicação, tanto no setor privado quanto no público.
O foco é ampliar os mecanismos de transparência; aproximar-se da
comunidade; consolidar valores e apoiar o crescimento sustentável,
entre outros.
Pílula: o setor público é quem mais indica como desafio a construção
de valores éticos, mas justamente neste campo se deram as diferenças
mais sutis entre os públicos pesquisados.
gráFICO 4
PErGUNTa: PENSaNDo NoS PróxIMoS aNoS, qUaL LHE ParECEr SEr o PrINCIPaL DESaFIo Da CoMUNICação Para a EMPrESa/o órGão?
0 40
GERAL
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO
10%10%
14%10%
12%30%
20%33%
3%10%
5%23%
3%27%
20%3%3%
17%
12%22%
12%8%8%
24%
VALORES ÉTICOS - VISIBILIDADE
VALORIZAÇÃO DO SETOR
REDES SOCIAIS - INTERNET - TICS
RELACIONAMENTO COM PÚBLICOS POSICIONAMENTO NO MERCADO - BRANDING
INTEGRAÇÃO INSTITUCIONAL
30
dePoimentoS
_Uma segmentação cada vez mais customizada. A gente vai
deixar de ter uma comunicação de massa para ter uma comuni-
cação segmentada. Então a tecnologia favorece isso, mas dá uma
complexidade muito maior.
_Eu acho que o desafio é ter um processo de comunicação bem
alinhado.
_Na minha opinião, o principal desafio vai ser transformar essa
comunicação, hoje muito enraizada na empresa, em uma forma
mais interativa e mais interessante para as novas gerações.
_Ampliar os mecanismos de divulgação de transparência; utilizar
as ferramentas e linguagens compatíveis com os tempos atuais,
fomentar e criar canais de diálogo com a sociedade, mirando
sempre a ampliação das práticas de democracia direta.
_Criar canais, ou usar os já existentes, para conversar com o
maior número de públicos, usando mídias sociais.
_Integração: uma empresa com tantos segmentos e tão diversifi-
cada precisa integrar todos os seus setores para preservar a sua
cultura e a sua identidade.
_O departamento está em fase de reestruturação. O maior
desafio é conseguir fazer essa reestruturação, deixá-lo com o
tamanho e a estrutura adequada para a agência, ao mesmo
tempo em que se atende a rotina do dia a dia.
2.2. o Foco
Assim como em relação aos desafios, na questão que aborda qual
seria o principal foco da comunicação para os próximos dois anos, o
Mapa classificou as respostas dos gestores com base nas mesmas seis
categorias: valorização do setor; relacionamento com os públicos, po-
sicionamento no mercado (branding); valores éticos; redes sociais e
integração institucional.
Enquanto os dois principais desafios apontados pelos 120 ges-
tores foram a valorização da área de comunicação e o posiciona-
mento da instituição no mercado (branding), quando instados a
falar do foco de seu setor para os próximos dois anos, há uma
importante mudança. A valorização ainda lidera, com 25% das ci-
tações, mas vem empatada em primeiro lugar como foco prioritário
com a categoria relacionamento com os públicos. O branding cai
para a terceira posição.
Outro dado que chama a atenção é que, embora as redes sociais
sejam o terceiro maior desafio para os gestores, sua importância cai para
o último lugar no ranking quando se fala em foco da comunicação.
Entre os três segmentos analisados — setor público e empresas
brasileiras e estrangeiras —, há algumas diferenças significativas:
• Entre os gestores dos órgãos governamentais, por exemplo, o princi-
pal foco é se relacionar com os diversos públicos, interno e externo;
• Posicionar-se no mercado (branding) é o principal foco apenas pa-
ra as empresas estrangeiras;
• Já os gestores de comunicação das empresas brasileiras preten-
dem focar mais na valorização da área dentro da corporação;
• Nenhum gestor de empresa brasileira citou os valores éticos como
um foco da comunicação para os dois próximos anos. Essa citação
também é baixa no setor público (2%);
• O setor público é quem mais pretende priorizar as redes sociais no
curto prazo. Neste segmento, 16% dos gestores indicaram tais
mídias como foco, enquanto esse percentual cai para 10% nas
empresas estrangeiras e para 5% nas nacionais.
32 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 33
dePoimentoS
_Integração com as unidades, porque temos um hiato com
comunicação interna, precisamos fazer esse trabalho.
_Vai ser um foco orientado para o mercado; nossa estratégia vai
estar muito próxima de produtos e tecnologias mais orientados
para os mercados em que atuamos.
_Reforçar o posicionamento da empresa em função de sermos
uma rede. Por isso, nosso foco costuma ser a padronização do
discurso e reforçar o posicionamento da empresa no mercado.
_Nos próximos dois anos, o nosso foco principal é a redefinição
dos nossos modelos de comunicação.
_Reforçar o relacionamento com os públicos prioritários, cons-
truir mais esse relacionamento, a longo prazo, e melhorar a nossa
atuação em mídias sociais.
2.3. o posicionamento na instituição
O posicionamento da comunicação na instituição foi avaliado pelos
gestores considerando-se três dimensões: (a) a coerência com a mis-
são, a visão e os valores da empresa; (b) o posicionamento estratégico
da comunicação como garantia para uma gestão transparente; e (c) a
importância da comunicação no processo de tomada de decisão da
direção da empresa.
O índice de concordância é bem alto para as duas primeiras dimen-
sões, ressaltando-se o aumento das afirmativas “concordo” no Mapa
deste ano, em comparação com a edição de 2011.
A única dimensão que tem um índice menor de concordância, se
comparada às outras, é a da importância da comunicação para a to-
mada de decisão da cúpula da empresa. Ainda assim, os dados com-
parativos entre 2011 e 2013 mostram que os gestores estão avaliando
melhor este item.
gráFICO 5
gráFICO 6
PErGUNTa: NoS PróxIMoS DoIS aNoS, qUaL SErá o FoCo DE CoMUNICação Da EMPrESa/Do órGão?
PErGUNTa: a CoMUNICação ESTá DESENHaDa DE ForMa CoErENTE CoM a MISSão, a vISão E oS vaLorES Do órGão / Da EMPrESa? [DaDo GEraL Da aMoSTra DE 2013]
0 40
GERAL
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO
6%20%
16%36%
2%24%
23%20%
5%18%
0%33%
7%23%
10%17%
10%17%
12%21%
11%25%
3%25%
VALORES ÉTICOS - VISIBILIDADE
VALORIZAÇÃO DO SETOR
REDES SOCIAIS - INTERNET - TICS
RELACIONAMENTO COM PÚBLICOS POSICIONAMENTO NO MERCADO - BRANDING
INTEGRAÇÃO INSTITUCIONAL
0 100
NS/NR
DISCORDA
CONCORDA EM PARTE
CONCORDA 89%
2%
7%
3%
Em tempos de profundas transformações da
comunicação na era digital, as organizações
públicas — mais amplas, complexas e menos
ágeis que as instituições privadas — têm
conseguido, pouco a pouco, superar limitações
para se adequar às demandas por informação
e interação mais eficientes, ampliando as
formas de se relacionar com os cidadãos.
Diferentemente da comunicação exercida
pela iniciativa privada, que busca principal-
mente posicionar bem a empresa no merca-
do, a comunicação pública tem como voca-
ção ampliar a transparência das ações do
Estado, prestar contas financeiras e sociais,
atender ao cidadão e incentivar a relação
governo-sociedade.
Se ainda há um caminho a se percorrer até
que o Estado consiga se utilizar de todo o
potencial que a comunicação pública pode
oferecer, os esforços nesse sentido são
marcantes e os avanços recentes, importan-
tes. as boas notícias trazidas pela 3ª edição
do mapa da comunicação Brasileira
reforçam o que temos vivenciado — e ajuda-
do a construir — em órgãos públicos aos
quais prestamos serviços nos últimos anos:
há um amadurecimento da comunicação do
setor público, com redução da distância em
relação à comunicação praticada no setor
privado, especialmente no que se refere à
valorização seu papel estratégico. Temos
visto nos órgãos públicos mais assessores de
comunicação participando dos processos
decisórios, além de maior investimento em
planejamento.
Naturalmente mais conservador, o Estado
ainda centra sua comunicação na mídia
tradicional, como o jornal impresso, mas é
também o setor que mais valoriza o fenôme-
no das mídias digitais, como mostra este
mapa. E, surpreendentemente, supera o setor
privado em presença nas redes sociais, res-
pondendo a uma demanda cada vez maior da
sociedade por transparência e, mais que
informação, interlocução direta.
Não raro, o alto grau de interação praticada
transformou os perfis oficiais de órgãos
públicos em verdadeiros serviços de atendi-
mento ao consumidor — mas com uma
visibilidade infinitamente maior, em que infor-
mações são compartilhadas com milhares de
pessoas ao mesmo tempo.
o novo cenário de avanços traz também
outros tantos desafios, que envolvem, de um
lado, a demanda pela qualificação de equipes,
o compromisso com a agilidade, a objetivida-
de e a veracidade dos dados; por outro, a
necessidade de se aprofundar as mudanças
por uma comunicação, se menos centralizada,
ainda mais bem planejada.
arTIGo
diretora de atendimento da FSB Comunicações em Brasília
PriScila lamBert
avanços na relação governo-sociedade
“Se ainda há um caminho a se percorrer até que o Estado consiga se utilizar de todo o potencial que a comunicação pública pode oferecer, os esforços nesse sentido são marcantes e os avanços recentes, importantes.”
36 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 37
De acordo com 89% dos gestores, o departamento de comunica-
ção está conectado de forma coerente com a filosofia e a cultura
empresariais e atua de acordo com a missão, a visão e os valores da
instituição. Comparando-se os dados de 2011 e 2013, percebe-se que
o índice de concordância aumentou nas esferas pública e privada, mas
com maior intensidade no setor público.
O papel estratégico da comunicação como garantia para uma ges-
tão transparente também tem a concordância de 89% dos gestores,
tanto de órgãos públicos quanto de empresas privadas. Os dados
comparados de 2011 e 2013 mostram que o índice de concor-
dância desta questão aumentou em todos os setores este ano.
[Fig. 11 a 15]
gráFICO 7
gráFICO 9
gráFICO 8
gráFICO 10
gráFICO 11
PErGUNTa: a CoMUNICação ESTá DESENHaDa DE ForMa CoErENTE CoM a MISSão, a vISão E oS vaLorES Do órGão / Da EMPrESa? [DaDoS Por SETor EM 2011 E 2013]
PErGUNTa: a CoMUNICação É vISTa PELa DIrEção Do órGão CoMo ESTraTÉGICa Para GaraNTIr qUE TENHa UMa GESTão TraNSParENTE? [DaDoS Por SETor EM 2011 E 2013]
PErGUNTa: a CoMUNICação É vISTa PELa DIrEção Do órGão CoMo ESTraTÉGICa Para GaraNTIr qUE TENHa UMa GESTão TraNSParENTE? [DaDo GEraL Da aMoSTra EM 2013]
PErGUNTa: a PoSIção Da CoMUNICação É LEvaDa EM CoNTa No ProCESSo DE ToMaDa DE DECISÕES Do NívEL MaIS aLTo Da HIErarqUIa Na EMPrESa/No órGão? [DaDo GEraL Da aMoSTra EM 2013]
PErGUNTa: a PoSIção Da CoMUNICação É LEvaDa EM CoNTa No ProCESSo DE ToMaDa DE DECISÕES Do NívEL MaIS aLTo Da HIErarqUIa Na EMPrESa/No órGão? [DaDoS Por SETor EM 2011 E 2013]
CONCORDA EM PARTE DISCORDA NS/NRCONCORDA
0 100
2011
2013
2013
2013
2011
2011EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO73% 7% 20%
86% 10%
85% 13%
90%
93%
90% 7%
CONCORDA EM PARTE DISCORDACONCORDA
0 100
2011
2013
2011
2013
2013
2011
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO87%
85%
90%
83% 17%
10%
10%
93%
7%7%
92% 6%
0 100
NS/NR
DISCORDA
CONCORDA EM PARTE
CONCORDA 89%
4%
6%
1%
0 100
DISCORDA
CONCORDA EM PARTE
CONCORDA 73%
18%
10%
CONCORDA EM PARTE DISCORDACONCORDA
0 100
2011
2013
2011
2013
2013
2011
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO73%
76%
10% 17%
18% 6%
40%
70%
28%
13% 18%
33%
60% 7% 33%
70% 23% 7%
2.4. o orçamento
O ganho de importância da comunicação também se reflete na am-
pliação orçamentária da área: 48% dos gestores afirmam que o orça-
mento cresceu em relação ao ano anterior e 33% dizem que ele se
manteve. Somente 14% informam que o orçamento diminuiu.
A exceção ficou por conta das empresas estrangeiras, onde se
constata a indicação de diminuição do orçamento para 2013. Apesar
da similaridade entre os dados das empresas estrangeiras e brasileiras,
é preciso observar que alguns gestores de companhias estrangeiras de
grande porte comentaram que determinadas orientações e ações vêm
da área de comunicação da matriz, no país de origem. Esse pode ser
um dos fatores que contribuíram para a diminuição do orçamento e
para a manutenção de equipes menores no Brasil.
gráFICO 12
PErGUNTa: EM rELação ao aNo PaSSaDo, a PorCENTaGEM Do orçaMENTo DESTINaDa à árEa DE CoMUNICação CrESCEU oU DIMINUIU? [DaDo GEraL Da aMoSTra EM 2013]
PErGUNTa: EM rELação ao aNo PaSSaDo, a PorCENTaGEM Do orçaMENTo DESTINaDa à árEa DE CoMUNICação CrESCEU oU DIMINUIU? [DaDo DE ProPorção DE rESPoSTaS “CrESCEU” Por SETor]
48%
32%
14%
6%
0
50
NS/NRDIMINUIUMANTEVE-SECRESCEU
0 100
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO
20132011
30%
36%
50%
65%
59%
47%
gráFICO 13
gráFICO 14 FIgura 5
PErGUNTa: GoSTarIa DE LHE PEDIr UMa rEFLExão SoBrE a CoMUNICação: qUE PaLavra oU ExPrESSão MELHor DEFINIrIa o SEU TraBaLHo No DIa a DIa? [DaDoS DE 2013]
PErGUNTa: NUvEM DE PaLavraS - SENTIMENToS EM rELação ao TraBaLHo DE CoMUNICação (PErGUNTa: qUaL PaLavra oU ExPrESSão MELHor DEFINIrIa SEU TraBaLHo No DIa a DIa)
CaPITULo 3
o cotidiano Da CoMUNICação
Comunicação é transparência, estratégia, informação, dinamismo,
agilidade, alinhamento, inovação. Essas foram as expressões mais uti-
lizadas pelos gestores para definir o trabalho cotidiano, quando per-
guntados qual palavra ou expressão melhor definiria seu trabalho no
dia a dia. As falas dos entrevistados foram categorizadas em quatro
itens, três referentes à natureza da atividade (informação estratégica,
criar e manter relacionamentos e valores éticos) e um ligado a sen-
timentos (como estresse, correria, pressão etc.).
Dentre os que definiram sua rotina com conceitos relacionados à
natureza do trabalho, a maioria (44%) abordou questões relacionadas
a informações estratégicas. Nesse aspecto, há fortes diferenças entre
os três públicos mapeados. Para 68% dos gestores de empresas bra-
sileiras, apareceu como mais relevante o tema informações estratégi-
cas, enquanto os valores éticos preponderaram nas companhias es-
trangeiras e no setor público.
SentimentoSPara além das três categorias elencadas acima, 3 em cada 10 gestores
definiram sua rotina de trabalho com palavras ou expressões que de-
notam sentimentos e sensações que eles têm em relação ao trabalho.
Dinamismo, agilidade, determinação, desafio, coragem, persistência,
gratificação, motivação, correria e estresse foram algumas delas.
dePoimentoS
_Interação, conectividade, transparência. Dar voz e realmente
mostrar tudo que a empresa faz.
_Eu diria que é alinhamento com as diretrizes da empresa,
agilidade na comunicação e resultado.
_No nosso caso, é atendimento ao cidadão.
Um cuidar diário da imagem da empresa. Guardião da imagem
da empresa.
_A comunicação é um canal que permite que haja transparência
e inovação nas relações entre empresa e sociedade, ao gerar a
visibilidade.
TRANSPARENCIARELACIONAMENTOSINFORMAÇÃO ESTRATÉGICA
0 100
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
GERAL
SETOR PÚBLICO 30% 17% 52%
68% 20% 12%
30% 30% 39%
44% 23% 34%
>>INFORMAÇÃO ESTRATÉGICA. O trabalho realizado pela área de comunicação é visto como estratégico, na medida em que faz o alinhamento de informações entre funcionários, colaboradores, fornecedores e clientes, impacta a cultura da empresa e busca inovar e progredir. A visão do gestor é a de uma comunicação que participa do processo decisório, é articuladora de resultados, se volta para o alinhamento das informações institucionais, cria competências e inovações e é capaz de impactar a cultura organizacional da instituição. Os melhoramentos em infraestrutura e em tecnologia são reivindicados neste sentido.
>>RELACIONAMENTOS. A comunicação cria e mantém relacionamentos, busca a satisfação dos diversos públicos, motiva o público interno, diz respeito a envolvimento e responsabilidade e torna a instituição acessível a todos. Na percepção dos gestores, a comunicação é responsável por construir relacionamentos e interações entre a instituição, seus públicos e a sociedade. É um meio de conectar interesses e pessoas, buscando o envolvimento e a satisfação.
>>TRANSPARÊNCIA. A comunicação é vista como um instrumento de sustentabilidade, acessibilidade, compartilhamento e de prestação de contas — accountability financeira e social. É a informação como garantia de transparência, de atendimento ao cidadão, instrumento de visibilidade, incentivadora da relação empresa-sociedade ou governo-sociedade e fiadora do comprometimento.
na Prática
Para conhecer o cotidiano e a amplitude das tarefas e funções da co-
municação, o Mapa avaliou quatro aspectos da rotina dos gestores:
as atividades de responsabilidade da área; as suas prioridades; as ati-
vidades mais valorizadas pela organização e o impacto da gestão das
redes sociais no desenho e nas rotinas do setor. As questões partiram
de uma lista de oito atividades predefinidas e foram complementadas
por questões abertas, que incluíram comentários dos entrevistados.
Buscar, tratar e organizar a informação: este ainda é o core dos
departamentos de comunicação. A principal atividade continua sendo
tratar a informação institucional para a divulgação. Apesar de o desenvol-
vimento de sites e blogs ter ganhado espaço, por exemplo, a linguagem
mantém as características jornalísticas e o objetivo principal não é a inte-
ração com os públicos, e sim divulgar e marcar presença positiva na mídia.
O foco é tornar a mídia aliada na construção da reputação e imagem
da instituição e posicionar seus produtos no mercado.
No caso dos órgãos públicos, a atividade de assessoria de impren-
sa e relacionamento com a mídia é ainda mais importante: ela é citada
por 100% dos gestores públicos. Sobre esse dado, deve-se considerar
que, além do compromisso de informar a sociedade, as assessorias de
comunicação dos órgãos públicos reconhecem o poder de influência
e de pressão da opinião pública, e precisam da mídia para fazer a
gestão da social accountability, isto é, a cobrança que a sociedade faz
de responsabilidade e transparência por parte das organizações públi-
cas (MONTEIRO, 2009).
Atividades que são verdadeiros ativos da empresa, cujo foco é o
posicionamento do produto ou serviço no mercado. As atividades de
marketing, propaganda, eventos e feiras são meios de a instituição se
posicionar frente à concorrência e, justamente por isso, percebe-se
um aumento de citações da atividade no setor privado, se comparado
ao público.
As atividades de comunicação nas redes sociais são modeladas
para os novos relacionamentos. Existe uma diferença significativa de
percepção entre as empresas brasileiras e estrangeiras no que tange à
valorização das redes sociais. Nas brasileiras, as redes são citadas por
apenas 10% dos gestores como uma das três atividades mais valoriza-
das internamente, enquanto nas empresas estrangeiras o índice mais que
triplica, subindo para 33%. No entanto, o maior número de citações veio
dos gestores públicos: 38% apontam as redes como uma das três ati-
vidades mais valorizadas, reforçando a análise feita anteriormente so-
bre as características da comunicação no setor público.
a CoMUNICação EM ToDa a orGaNIzação
Diversas atividades mapeadas passaram a ser partilhadas com outros
departamentos, pois exigem sintonia das equipes para alcançar re-
sultados. O relacionamento com os clientes, cada dia mais customi-
zado e direcionado aos segmentos de públicos, concorre para um
modelo mais participativo. As novas tecnologias e as mídias sociais
— em resumo, a esfera virtual de relacionamento — são outros fato-
res que obrigam a empresa a multiplicar as interfaces de comunicação
e as linguagens.
Não se trata da “comunicação integrada”. O modelo da comunica-
ção nas empresas contemporâneas, que se pode inferir dos dados da
pesquisa, identifica-se melhor com o que Susanne Holmström (HOL-
MSTROM, 2004) denomina de “paradigma refletivo” das relações pú-
blicas, que busca explicar a função da comunicação no contexto dos
processos de legitimação da sociedade. O paradigma refletivo afirma
que as organizações aprendem a atuar em interdependência com as
diferentes racionalidades existentes na sociedade e que os conflitos
são considerados como a dinâmica básica da sociedade contemporâ-
nea, razão pela qual busca-se compreender e dialogar com estas di-
nâmicas, e não eliminá-las. Nesse cenário, a organização é solicitada
a instaurar múltiplas frentes de diálogos, com diversos interlocutores,
sobre os assuntos que interessam a ela e à sociedade.
Gerenciamento de crise, comunicação interna, marketing e publi-
cidade e feiras e eventos são atividades que estão sendo partilhadas
44 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 45
nas empresas entre o departamento de comunicação e outros setores.
Este é um aspecto que emerge dos comentários voluntários das per-
guntas abertas. A destacar, o fato de a comunicação interna estar
crescendo inclusive no setor público.
3.1. as atividades rotineiras
tabela 1 - Pergunta: vou ler uma lista de atividades e gostaria de saber se a área de comunicação é responsável por desempenhá-las. Por favor, responda apenas “Sim” ou “não” [proporção de respostas “sim”, dado geral de 2013]
1º - assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia
96%
2º - Sites e Blogs 94%
3º - Comunicação Interna 91%
4º - redes sociais (twitter e Facebook) 83%
5º - Eventos e Feiras 82%
6º - Gerenciamento de crises 80%
7º - Marketing e Propaganda 78%
A tradicional assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia
aparece como a campeã de citações: 96%. O ranking das atividades
indica que muitos departamentos de comunicação continuam atuan-
do sob a lógica jornalística, ou seja, a divulgação de informações de
interesse das instituições.
Comparando-se os dados das três edições do Mapa (2009, 2011
e 2013), observa-se que:
• O rol de atividades da comunicação foi ampliado nos últimos
cinco anos;
• A única atividade que cresceu nos três segmentos pesquisados foi
a de gestão de redes sociais. Destacam-se as empresas estrangei-
ras: atualmente, 83% dos gestores exercem essa atividade, um
percentual 30 pontos superior ao registrado em 2011;
• Gerenciamento de crise foi a única atividade que teve um recuo
nos três perfis de empresa avaliados.
além do mapa
“Comunicação interna e gestão de pessoas caminham jun-
tas. Uma ação de comunicação associada às práticas de
gestão, participativas e transparentes, viabiliza um clima or-
ganizacional saudável, com profissionais motivados e com-
prometidos com os valores e objetivos da empresa, possibili-
tando ganhos de produtividade e alta performance.”
cláudia elisa Soares, diretora de Desenvolvimento Hu-
mano e Organizacional da Votorantim Cimentos. Sua dire-
toria é ligada à Gerência de Comunicação e Responsabili-
dade Social da empresa.
As perguntas abertas revelam ainda aspectos sobre o cotidiano da
comunicação que ampliam a análise dos dados quantitativos. Nas
questões sobre as atividades, percebe-se com clareza, por meio dos
depoimentos dos gestores, o transbordamento da comunicação para
outras áreas das empresas.
46 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 47
dePoimentoS
_Eventos para a imprensa sim, mas feiras, eventos no geral, não. Quanto à publicidade, só se for um
anúncio institucional; se for anúncio de produto, não.
_Sites e blogs são da área de relações com investidores, é o pessoal de São Paulo que cuida do site.
_Gerenciamento de crise, fazemos uma parte, tudo depende de qual crise. A gente lidera o processo
junto com a imprensa e as outras ferramentas de comunicação a partir dos inputs internos que a
gente recebe.
_Somos responsáveis por parte do marketing institucional.
_Marketing sim, publicidade não.
_Redes sociais: parcialmente, a gente coloca algumas coisas, não tudo.
_Temos uma gerência de Comunicação Interna que fica dentro da área de assuntos corporativos.
_Por exemplo, as feiras sim, que são externas, parte dos eventos internos são do RH, parte são da
Comunicação; então, a resposta não é completamente sim, mas também não é não.
gráFICO 15. seTOr PúBlICO
gráFICO 16. eMPresas BrasIleIras gráFICO 17. eMPresas esTrangeIras
PErGUNTa: voU LEr UMa LISTa DE aTIvIDaDES E GoSTarIa DE SaBEr SE a árEa DE CoMUNICação É rESPoNSávEL Por DESEMPE-NHá-LaS. Por Favor, rESPoNDa aPENaS “SIM” oU “Não” [ProPorção DE rESPoSTaS “SIM”]
PErGUNTa: voU LEr UMa LISTa DE aTIvIDaDES E GoSTarIa DE SaBEr SE a árEa DE CoMUNICação É rESPoNSávEL Por DESEMPE-NHá-LaS. Por Favor, rESPoNDa aPENaS “SIM” oU “Não” [ProPorção DE rESPoSTaS “SIM”]
2011 20132009
* Em 2009, a categoria “Site e Blogs” era “internet” e “Redes Sociais” não estava contemplada.
0 100
REDES SOCIAIS *
SITES E BLOGS *
MARKETING E PROPAGANDA
EVENTOS E FEIRAS
COMUNICAÇÃO INTERNA
GERENCIAMENTO DE CRISES
ASSESSORIA DE IMPRENSA & RELAÇÕES COM A MÍDIA95%
97%100%
75%
90%
80%
90%90%
94%
65%
60%74%
60%
77%74%
100%
93%98%
87%
90%
2011 20132009
* Em 2009, a categoria “Site e Blogs” era “internet” e “Redes Sociais” não estava contemplada
0 100
REDES SOCIAIS (TWITTER, FACEBOOK) *
SITE E BLOGS *
MARKETING E PROPAGANDA
EVENTOS E FEIRAS
COMUNICAÇÃO INTERNA
GERENCIAMENTO DE CRISES
ASSESSORIA DE IMPRENSA & RELAÇÕES COM A MÍDIA96%
88%90%
82%
83%78%
90%85%
95%
90%95%
90%
85%
83%83%
90%95%
95%
65%
73%
2011 20132009
* Em 2009, a categoria “Site e Blogs” era “internet” e “Redes Sociais” não estava contemplada
0 100
REDES SOCIAIS (TWITTER, FACEBOOK) *
SITE E BLOGS *
MARKETING E PROPAGANDA
EVENTOS E FEIRAS
COMUNICAÇÃO INTERNA
GERENCIAMENTO DE CRISES
ASSESSORIA DE IMPRENSA & RELAÇÕES COM A MÍDIA94%
93%97%
94%
87%83%
87%
80%80%
87%87%
83%
73%60%
77%
87%80%
87%
53%
83%
quaiS São aS atividadeS da comunicação?
PErGUNTa: voU LEr UMa LISTa DE aTIvIDaDES E GoSTarIa DE SaBEr SE a árEa DE CoMUNICação É rESPoNSávEL Por DESEMPE-NHá-LaS. Por Favor, rESPoNDa aPENaS “SIM” oU “Não” [ProPorção DE rESPoSTaS “SIM”]
gráFICO 18
PErGUNTa: E qUaIS DESSaS aTIvIDaDES voCê CoNSIDEra PrIorITárIa Para aS ESTraTÉGIaS DE CoMUNICação Da EMPrESa/Do órGão? PEço qUE ME CITE aS TrêS PrIorITárIaS [DaDo Por SETor EM 2013]
3.2. as atividades prioritárias
As redes sociais foram citadas por 35% dos gestores como uma das
três atividades prioritárias. O destaque aqui é o setor público, onde
saltou da 5ª para a 2ª prioridade entre 2011 e 2013, perdendo apenas
para assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia.
tabela 2 - pergunta: e quais dessas atividades você consi-dera Prioritária para as estratégias de comunicação da empresa/do órgão? Peço que me cite as trêS PrioritáriaS [dado geral da amostra de 2013]
1º - assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia
86%
2º - Comunicação Interna 60%
3º - redes sociais 35%
4º - Marketing e Propaganda 34%
5º - Gerenciamento de crises 33%
6º - Sites e Blogs 18%
7º - Eventos e Feiras 18%
As atividades prioritárias, analisadas por setor, apontam para da-
dos que chamam a atenção e mostram algumas diferenças comporta-
mentais entre a comunicação exercida nas empresas privadas e no
setor público:
• O número de citações de marketing e publicidade diminuiu sen-
sivelmente no setor público, mas aumentou no setor privado
em geral;
• Em 2013, a categoria eventos e feiras aparece pela primeira vez
entre os gestores do setor público;
• A gestão de sites e blogs é mais citada como atividade prioritária
pelo setor público do que pelo privado.
3.3. as atividades mais valorizadas
Na visão dos gestores da comunicação, assessoria de imprensa/rela-
cionamento com a mídia e comunicação interna permanecem como
as duas atividades mais valorizadas internamente pelas organizações.
gráFICO 19
gráFICO 20
PErGUNTa: DENTrE ESSaS aTIvIDaDES, qUaIS São aS TrêS MaIS vaLorIzaDaS INTErNaMENTE?
PErGUNTa: DENTrE ESSaS aTIvIDaDES, qUaIS São aS TrêS MaIS vaLorIzaDaS INTErNaMENTE? [DaDo Por SETor EM 2013]
0 100
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO
90%
80%
87%
30%
25%
47%
48%
73%
63%
12%
23%
23%
22%
60%
40%
32%
13%
3%
50%
18%
33%
ASSESSORIA DE IMPRENSA & RELAÇÕES COM A MÍDIA EVENTOS E FEIRAS
MARKETING E PROPAGANDAGERENCIAMENTO DE CRISES
COMUNICAÇÃO INTERNA
SITES E BLOGS
REDES SOCIAIS (TWITTER, FACEBOOK)
0 80
OUTROS
INOVAÇÃO
SITES E BLOGS
REDES SOCIAIS
GERENCIAMENTO DE CRISES
EVENTOS E FEIRAS
MARKETING E PROPAGANDA
COMUNICAÇÃO INTERNA
ASSESSORIA DE IMPRENSA & RELAÇÕES COM A MÍDIA 75%
60%
41%
33%
28%
28%
18%
8%
4%
2011 20132009
0 100
REDES SOCIAIS (TWITTER, FACEBOOK) *
SITE E BLOGS *
MARKETING E PROPAGANDA
EVENTOS E FEIRAS
COMUNICAÇÃO INTERNA
GERENCIAMENTO DE CRISES
ASSESSORIA DE IMPRENSA & RELAÇÕES COM A MÍDIA82%
70%
67%
22%30%33%
48%73%
60%
32%33%
33%
22%68%
57%
30%10%
7%
38%
10%33%
na visão da Fsb digital
“Os dois números são muito baixos.
Especialmente nas empresas B2C. Com
mais de 80 milhões de brasileiros conec-
tados, cerca de 20 milhões de jovens
considerados nativos digitais* e cerca de
27 horas por mês conectados nas redes, a
expectativa de abrir diálogo com eles
deveria ser muito mais ampla. A transver-
salidade da comunicação via redes sociais
permite resultados expressivos em qual-
quer estratégia de comunicação global. Se
os jovens diminuem o consumo de meios
tradicionais, como TV e jornal, seria
natural que as empresas ampliassem o
interesse para estar onde eles estão.
Talvez ainda esperem uma maior consoli-
dação do ambiente digital. Mas podem
pagar um alto preço em um futuro próxi-
mo: o descompasso de diálogo com seu
consumidor, que é, afinal, motivo maior de
sua existência.”
*Pesquisa international
telecommunication union (outubro
de 2013). Considera pessoas entre
15 e 24 anos que usam internet nos
últimos 5 anos.
50
além do mapa
“Comunicação interna e gestão de pessoas caminham jun-
tas. Uma ação de comunicação associada às práticas de
gestão, participativas e transparentes, viabiliza um clima or-
ganizacional saudável, com profissionais motivados e com-
prometidos com os valores e objetivos da empresa, possibili-
tando ganhos de produtividade e alta performance.”
cláudia elisa Soares, diretora de Desenvolvimento Hu-
mano e Organizacional da Votorantim Cimentos. Sua dire-
toria é ligada à Gerência de Comunicação e Responsabili-
dade Social da empresa.
além do mapa
““Hoje, em uma coletiva da CNI, 75% do conteúdo vai todo
no mundo on-line. Se eu distribuo material às 11h, às
11h02 já está na rede”.
carlos Barreiros, diretor de Marketing da Confederação
Nacional da Indústria (CNI).
gráFICO 21. aTIVIdades PrIOrITárIas X ValOrIzadas gráFICO 21. IMPOrTânCIa dOs VeÍCulOs
MaTrIz ENTrE aS aTIvIDaDES PrIorITárIaS E vaLorIzaDaS PErGUNTa: qUE GraU DE IMPorTâNCIa aS SEGUINTES MíDIaS TêM NaS ESTraTÉGIaS DE CoMUNICação Da EMPrESa/Do órGão CoM o PÚBLICo ExTErNo? vaMoS USar UMa ESCaLa DE 1 a 5 EM qUE o vaLor “1” SIGNIFICa NENHUMa IMPorTâNCIa E o vaLor “5” SIGNIFICa MáxIMa IMPorTâNCIa.
0 20 40 60 80 1000
20
40
60
80
100
VALO
RIZA
DO
PRIORITÁRIO
ASSESSORIA DE IMPRENSA & RELAÇÕES COM A MÍDIA EVENTOS E FEIRAS
MARKETING E PROPAGANDAGERENCIAMENTO DE CRISES
COMUNICAÇÃO INTERNA
SITES E BLOGS
REDES SOCIAIS (TWITTER, FACEBOOK)
A matriz ao lado demonstra que, na maior parte dos casos, as
atividades priorizadas pelos gestores são também as mais valorizadas
internamente pelas organizações. Chama a atenção a diferença entre
a posição de “eventos e feiras”, que cresce no ranking das atividades
mais valorizadas, mas perde posição entre as atividades prioritárias
para os gestores. O crescimento da valorização desta atividade é ainda
mais expressivo no setor público. O Mapa de 2011 já apontava para
essa tendência: um sinal de que o encontro presencial é muito impor-
tante, em um mundo onde relações virtuais têm predominado.
3.4. a importância das mídias e das Ferramentas
Neste ano, o que era uma tendência se consolidou: caiu a importância
dos veículos tradicionais e a internet passou a ocupar o primeiro lugar
no ranking dos veículos mais importantes como fonte de informação
para os gestores.
No entanto, no setor público, os índices permaneceram quase es-
táveis, comparando-se os dados dos Mapas de 2009, 2011 e 2013, e
mostraram uma queda maior apenas nos itens revista e rádio, bem
como um aumento de importância das redes sociais.
As ferramentas web acusam um baixo uso do Twitter pelas insti-
tuições, um aumento na utilização do Facebook, a diminuição de uso
de blogs no setor público e o quase desaparecimento do Orkut.
0 5
RÁDIO
REVISTA
REDES SOCIAIS
TELEVISÃO
JORNAL
INTERNET 4,1
4,0
3,8
3,6
3,4
3,3
As mídias sociais tiveram seu uso muito ampliado desde a primeira
edição do Mapa da Comunicação Brasileira, em 2009. Mas a área
ainda inspira exploração cuidadosa. Trata-se de um território onde se
estabelecem relacionamentos com regras bem diferentes daquelas
das mídias tradicionais. A entrada institucional nas redes sociais requer
monitoramento e avaliação constantes, o que implica novos investi-
mentos, na contratação de funcionários ou na terceirização desse tipo
de serviço.
O destaque fica por conta do setor público, que está usando mais
as redes do que as empresas privadas. O dado, que pode parecer es-
tranho à primeira vista, é melhor compreendido se remetido às duas
tendências consolidadas que apontamos anteriormente: a necessida-
de de transparência dos órgãos públicos para a população e a impor-
tância da comunicação pública no relacionamento com o cidadão.
gráFICO 23. seTOr PúBlICO
gráFICO 24. eMPresa BrasIleIra
gráFICO 25. eMPresa esTrangeIra
PErGUNTa: qUE GraU DE IMPorTâNCIa aS SEGUINTES MíDIaS TêM NaS ESTraTÉGIaS DE CoMUNICação Da EMPrESa/Do órGão CoM o PÚBLICo ExTErNo? vaMoS USar UMa ESCaLa DE 1 a 5 EM qUE o vaLor “1” SIGNIFICa NENHUMa IMPorTâNCIa E o vaLor “5” SIGNIFICa MáxIMa IMPorTâNCIa
PErGUNTa: qUE GraU DE IMPorTâNCIa aS SEGUINTES MíDIaS TêM NaS ESTraTÉGIaS DE CoMUNICação CoM o PÚBLICo ExTErNo? vaMoS USar UMa ESCaLa DE 1 a 5 EM qUE o vaLor “1” SIGNIFICa NENHUMa IMPorTâNCIa E o vaLor “5” SIGNIFICa MáxIMa IMPorTâNCIa
PErGUNTa: qUE GraU DE IMPorTâNCIa aS SEGUINTES MíDIaS TêM NaS ESTraTÉGIaS DE CoMUNICação CoM o PÚBLICo ExTErNo? vaMoS USar UMa ESCaLa DE 1 a 5 EM qUE o vaLor “1” SIGNIFICa NENHUMa IMPorTâNCIa E o vaLor “5” SIGNIFICa MáxIMa IMPorTâNCIa
2011 20132009
0
1
2
3
4
5
Redes sociais TelevisãoInternetRádioRevistaJornal
4,6 4,64,4
3,63,9
3,2
4,3 4,34,0
4,64,4 4,5
4,8 4,84,5
3,4
4,1
2011 20132009
0
1
2
3
4
5
Redes sociais TelevisãoInternetRádioRevistaJornal
4,13,9
3,53,7 3,7
3,63,8
3,3
2,9
4,04,3
4,0 3,9
3,33,2 3,2
2,6
ESPECIAL • A trAnSformAção ImPoStA PELAS mídIAS SoCIAIS
além do mapa
“As redes sociais passaram a ser estratégicas para o Minis-
tério do Turismo e até para o Governo Federal. A presidenta
Dilma Rousseff acaba de inaugurar um gabinete digital,
em que a comunicação que ela tem com a população é
direta. E, o que é mais importante, a comunicação da po-
pulação com o Governo Federal tendo como porta de en-
trada o próprio gabinete da presidenta da República.”
gastão vieira, ministro do Turismo.
MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 552011 20132009
0
4
Redes sociais TelevisãoInternetRádioRevistaJornal
3,9
3,6
3,93,7 3,8
3,6
3,1
2,6
2,9
3,93,73,6
2,6
3,0
3,3
2,7
3,4
A presença nas redes sociais implica mudanças significativas no
modus operandi da comunicação. Em primeiro lugar, exige uma lin-
guagem renovada, na qual a lógica da objetividade e da linearidade
do texto informativo se perde na navegação, um espaço que impõe
um hábito de leitura muito diferente das mídias tradicionais; em se-
gundo, é preciso traduzir, para os códigos das redes, as estratégias
empresariais; em terceiro lugar, é preciso lidar com um relacionamen-
to também muito diferente dos que faziam parte do repertório da
comunicação empresarial; por fim, exige reações rápidas e adequadas
a este novo ambiente.
o que dizem oS dadoS
A importância que as mídias sociais alcançaram para as organizações
está presente em várias questões da 3ª edição do Mapa da Comuni-
cação Brasileira. E, em alguns casos, expõe as contradições de um
tema complexo, no qual as instituições ainda estão tateando em bus-
ca de respostas mais precisas.
• Lidar com mídias sociais é a 4ª atividade mais citada da área de
comunicação corporativa, sendo a segunda no setor público; cres-
ceu no Mapa de 2013, se comparada aos dados de 2011; e ficou
em 4º lugar na lista dos veículos de informação mais importantes.
• Ao mesmo tempo em que é citada como a terceira atividade prio-
ritária, ainda não é tão valorizada pela direção das organizações,
pois ficou em 6ª lugar nas citações como atividade mais valorizada
internamente, quase o mesmo índice da televisão, por exemplo.
• As empresas estão presentes nas redes, sobretudo Facebook
e Twitter, mas só nove dos 120 gestores citaram as mídias
sociais na pergunta aberta sobre o foco da comunicação para
os próximos dois anos.
PreSença naS redeS
As mídias sociais são um ponto de interrogação, mas é fato que todas
as corporações querem estar nas redes. Justamente por isso, 72% das
empresas entrevistadas estão presentes no Facebook e 58%, no Twit-
ter. Os órgãos públicos lideram esta frente de presença virtual, com
78% no Facebook e 76% no Twitter. Quando se olha para os dados
de 2009 e 2013, nota-se um claro arrefecimento no uso dos blogs,
que nem chegam a ser citados pelas empresas estrangeiras neste últi-
mo Mapa.
ESPECIAL • A trAnSformAção ImPoStA PELAS mídIAS SoCIAIS
gráFICO 26
PErGUNTa: voU CITar aLGUMaS FErraMENTaS DE WEB E GoSTarIa qUE o(a) Sr(a) ME DISSESSE SE a CoMUNICação aS UTILIza oU Não
EMPRESAS BRASILEIRAS EMPRESAS ESTRANGEIRASSETOR PÚBLICO
0
80%
OU
TRA
S
FOU
RSQ
UA
RE
PINTER
EST
FLICKR
LINKED
IN
INSTA
GR
AM
YOU
TUB
E
BLO
GS
FAC
EBO
OK
na visão da Fsb digital
“O fenômeno está relacionado ao explosi-
vo crescimento do Facebook no mundo,
com mais de 1,1 bilhão de usuários, dos
quais mais da metade em intensa ativida-
de diária. O Brasil acompanhou essa
evolução: é o país onde a rede mais
cresceu ano passado (quase 400%). No
mundo todo, a média de amigos por perfil
no Facebook é de 130. No Brasil, é de 483.
Esse alto grau de socialização teve um
“estágio” no Orkut, rede de onde migrou a
maioria dos internautas brasileiros para o
Facebook. O Orkut é considerado uma rede
fantasma hoje, seguindo o fenômeno de
Second Life. O Twitter se alinhou mais
com o caráter informativo. Seu formato,
pouco eficaz para diálogo, não facilita o
uso pelas instituições que precisam
ampliar as conversas sobre seus projetos.
Mas é uma rede importante para informa-
ções diretas e de rápida visibilidade.”
56
mudança na equiPe e noS ProceSSoS
Para 91% dos gestores, o surgimento de novos líderes de opinião nas
redes sociais demanda a criação de estratégias. E 58% dos entrevista-
dos afirmam que vêm tentando buscar formas de identificar novos lí-
deres de opinião. Os gestores também afirmam que a importância das
mídias sociais alterou o desenho e a conformação das equipes de co-
municação, o que levou à contratação de times especializados.
gráFICO 27. seTOr PúBlICO
gráFICO 28. eMPresa BrasIleIra
gráFICO 29. eMPresa esTrangeIra gráFICO 30
PErGUNTa: voU CITar aLGUMaS FErraMENTaS DE WEB E GoSTarIa qUE o(a) Sr(a) ME DISSESSE SE a CoMUNICação aS UTILIza oU Não
PErGUNTa: voU CITar aLGUMaS FErraMENTaS DE WEB E GoSTarIa qUE o(a) Sr(a) ME DISSESSE SE a CoMUNICação aS UTILIza oU Não
PErGUNTa: qUE GraU DE IMPorTâNCIa aS SEGUINTES MíDIaS TêM NaS ESTraTÉGIaS DE CoMUNICação CoM o PÚBLICo ExTErNo? vaMoS USar UMa ESCaLa DE 1 a 5 EM qUE o vaLor “1” SIGNIFICa NENHUMa IMPorTâNCIa E o vaLor “5” SIGNIFICa MáxIMa IMPorTâNCIa
PErGUNTa: Na SUa oPINIão, o SUrGIMENTo DESSES NovoS LíDErES DE oPINIão NaS rEDES SoCIaIS DEMaNDa NovaS ESTraTÉGIaS DE CoMUNICação?
2011 20132009
0
100
BlogsLinkedInYoutubeFacebookTwitter
76%73%
10%
78%
43%
10%
24%
10%
4%
13%
32%
43%
55%
2011 20132009
0
100
BlogsLinkedInYoutubeFacebookTwitter
38%
55%
15%
63%
35%
8%
18%13% 15%
5%
38%35%
31%
2011 20132009
0
100
BlogsInstagramPinterestLinkedInFacebookTwitter
57%
33%
3%
73%
27%
3%
23%
10%3%
13%
43%37%
10%
na visão da Fsb digital
“Os blogs entraram em ‘baixa’ visibilidade
para as empresas pelo espaço ocupado
pelo Facebook, pelo Twitter e mesmo pelo
YouTube. Mas tendem a ocupar um lugar
importante no ambiente digital por serem
uma plataforma mais qualitativa para
conversações. Os blogs são claramente
pilares que compõem expressivamente o
mix estratégico digital. As empresas e
instituições não deveriam optar por uma
rede, e sim considerar suas diferentes
características e potencializá-las. Os blogs
podem melhorar a qualidade de conteúdo
e, com isso, sua importância — especial-
mente os de assuntos verticais”.
ESPECIAL • A trAnSformAção ImPoStA PELAS mídIAS SoCIAIS
0 100
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO
NÃOSIM
94%
91%
9% 5%
97%
83% 14%
dePoimentoS
_O questionamento de produtos em redes sociais: isso demanda
nossas ações, novas posições de trabalho.
_Acho que a estratégia tem que estar sempre atenta a esses
líderes para, de alguma maneira, caminhar com eles ou até
usá-los como canal.
_A missão de informar, de certa forma, saiu das mãos do jorna-
lista. As pessoas precisam saber trabalhar a informação. Demo-
cratizar esse fazer, uma forma de repensar... Mas o jornalista
formado continua sendo a base de tudo.
_Perdeu-se o foco, dizem o que querem. Está tudo meio “solto”.
Mudou muito o perfil dos jornalistas, parece que eles falam uma
outra língua.
_É preciso dialogar com eles, estar perto deles, é preciso sensibili-
zá-los porque, a partir deles, uma informação pode ser dissemi-
nada para o bem ou para o mal.
_Eu acho que eles são influenciadores, mas em alguns momen-
tos se perdem pelas influências, então, não existem pessoas com
tanto peso, não.
gráFICO 31
gráFICO 32
gráFICO 33
PErGUNTa: SUa PrESENça EM rEDES SoCIaIS TEM FEITo CoM qUE voCê E SUa orGaNIzação TENHaM qUE DESCoBrIr NovaS ForMaS
DE IDENTIFICar NovoS LíDErES DE oPINIão?
PErGUNTa: SUa PrESENça EM rEDES SoCIaIS aLTEroU o DESENHo E a CoNForMação Da EqUIPE DE CoMUNICação?
PErGUNTa: Há UMa EqUIPE ESPECíFICa qUE TraTa DaS rEDES SoCIaIS?
ESPECIAL • A trAnSformAção ImPoStA PELAS mídIAS SoCIAIS
0 100
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO
NÃOSIM
58%
43%
64% 36%
50% 50%
57% 43%
na visão da Fsb digital
“As características de comunicação de
cauda longa, com microaudiências pesso-
ais e com lideranças pulverizadas, são
próprias das redes sociais, e não se
adequam a um modelo de organograma
da forma como as áreas de comunicação
(seguindo o tradicional organograma top
down) sempre se organizaram, em sua
maioria. Mas o principal aspecto desse
contexto é que isso fez surgir novos perfis
profissionais nas equipes de comunicação.
Vemos juntos profissionais de marketing,
comunicação, tecnologia, estatística e
antropologia, entre outros. Nos processos,
a visão transversal também leva a comu-
nicação digital a perpassar todo o ciclo de
touch points que a empresa tem com seus
stakeholders e a repensar como deve
tratar suas políticas internas, resolvendo
impasses importantes com a relação da
informação pública e privada.”
60
0 100
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO
NÃO NS/NRSIM
51%47%
56% 40%
36% 64%
56% 44%
NÃO NS/NRSIM
0 100
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO
65%
35%
67% 33%
57% 43%
69% 31%
CaPITULo 4
o ciclo Da CoMUNICação
O planejamento, o monitoramento e a avaliação são três compo-
nentes vitais para uma comunicação realmente afinada com os obje-
tivos e estratégias da instituição e capaz de responder a desafios, co-
mo a manutenção do relacionamento com os públicos, a construção
da reputação, a prestação de contas à população, a transparência, a
sustentabilidade e o posicionamento no mercado.
No entanto, as etapas do planejamento da comunicação das insti-
tuições pesquisadas indicam que as mais complexas são justamente as
menos utilizadas. Tais dados revelam as dificuldades de uma das ques-
tões mais debatidas hoje em dia: como construir e usar indicadores de
desempenho e financeiros para avaliar o trabalho da comunicação?
Como medir o valor da comunicação para as instituições?
Em 2010, um encontro de relações públicas realizado em Barcelo-
na publicou o “Barcelona Declaration of Measurement Principles: Va-
lidated Metrics Social Media Measurement”, documento que posicio-
nava como as relações públicas podiam e deviam desenvolver as
atividades de mensuração dos seus serviços. O tema evoluiu e a
AMEC, International Association for the Measurement and Evaluation
of Communication, a PRCA, Public Relations Consultants Associations,
e a ICCO, International Communication Consultancy Association, or-
ganizaram a publicação, este ano, de um guia sobre avaliação, o PR
Professional’s Definitive Guide Measurement1. De outra parte, o Insti-
tute For Public Relations publicou a terceira edição do Dictionary of
1 http://prguidetomeasurement.org/wp-content/uploads/2013/07/The-Pr--Professionals-Guide-To-Measurement.pdf
gráFICO 34
PErGUNTa: Há PLaNEJaMENTo aNUaL Para aS açÕES DE CoMUNICação?
Public Relations Measurement and Research2. No Brasil, um grupo de
pesquisadores também vem se dedicando a essa área, buscando
transformar o trabalho da comunicação em dados mensuráveis e
quantificáveis (YANAZE, FREIRE, & SENISE, 2010).
Os resultados da 3ª edição do Mapa da Comunicação Brasileira
realçam uma preocupante conclusão: as etapas que exigem quantifi-
cação e mensuração, as mais complexas e, por isso mesmo, as mais
precisas, continuam a ser as menos utilizadas. O alento é saber que os
departamentos de comunicação estão começando a aplicar as técni-
cas e a buscar soluções para esse problema.
4.1. planejamento
Para 88% dos gestores, o planejamento anual é atividade obrigatória,
mas no setor público ela é menos praticada do que no setor privado.
Mesmo com as dificuldades para quantificar e definir índices, 70%
dos entrevistados do setor privado e 66% do setor público utilizam
essas etapas de avaliação e monitoramento. Ressalte-se que o setor
público teve um crescimento significativo de adoção das etapas de
planejamento no comparativo entre 2013 e 2011. Nas empresas brasi-
leiras e estrangeiras, de modo geral, os índices tiveram um discreto
crescimento, mas já eram altos desde o Mapa de 2011.
2 http://www.instituteforpr.org/topics/dictionary-of-public-relations-measure-ment-and-research
NÃOSIM
0 100
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO
88%
12%76%
95%
97%
5%
24%
62
gráFICO 36
gráFICO 39. eMPresa BrasIleIra
gráFICO 35 gráFICO 38. seTOr PúBlICO
gráFICO 37
PErGUNTa: Há PLaNEJaMENTo aNUaL Para aS açÕES DE CoMUNICação? [ProPorção DE rESPoSTaS “SIM”]
PErGUNTa: SoBrE a árEa DE ForMação Da SUa EqUIPE DE CoMUNICação, o(a) Sr(a) avaLIarIa qUE ELa É DE UMa Só ForMação, DE DUaS oU TrêS ForMaçÕES oU DE várIaS ForMaçÕES?
PErGUNTa: GoSTarIa qUE ME DISSESSE SE o PLaNEJaMENTo Da CoMUNICação CoNTEMPLa aS SEGUINTES ETaPaS [ProPorção DE rESPoSTaS “SIM”]
PErGUNTa: GoSTarIa qUE ME DISSESSE SE o PLaNEJaMENTo Da CoMUNICação CoNTEMPLa aS SEGUINTES ETaPaS [ProPorção DE rESPoSTaS “SIM”]
PErGUNTa: GoSTarIa qUE ME DISSESSE SE o PLaNEJaMENTo Da CoMUNICação CoNTEMPLa aS SEGUINTES ETaPaS [ProPorção DE rESPoSTaS “SIM”]
2011 2013
0
100
Empresa estrangeiraEmpresa brasileiraSetor Público
76% 77%
95%
83%
97%93%
0 100
DEFINIÇÃO DE AÇÕES PRIORITÁRIAS
DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS
DEFINIÇÃO DE METAS
DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES
ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO
REUNIÃO ANUAL DE PLANEJAMENTO COM A EQUIPE
ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO
DEFINIÇÃO DE INDICADORES
DEFINIÇÃO DE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO 71%
82%
91%
93%
95%
96%
97%
98%
99%
2011 2013
0 100
DEFINIÇÃO DE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO
DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES
DEFINIÇÃO DE INDICADORES
DEFINIÇÃO DE METAS
DEFINIÇÃO DE AÇÕES PRIORITÁRIAS
DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS
ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO
ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO
REUNIÃO ANUAL DE PLANEJAMENTO COM A EQUIPE76%
82%
71%80%
79%83%
79%86%
76%87%
74%85%
59%72%
78%84%
58%63%
2011 2013
76%
0 100
DEFINIÇÃO DE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO
DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES
DEFINIÇÃO DE INDICADORES
DEFINIÇÃO DE METAS
DEFINIÇÃO DE AÇÕES PRIORITÁRIAS
DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS
ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO
ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO
REUNIÃO ANUAL DE PLANEJAMENTO COM A EQUIPE84%
67%
92%63%
95%70%
97%67%
100%70%
97%53%
82%47%
92%67%
66%43%
2011 2013
0 100
DEFINIÇÃO DE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO
DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES
DEFINIÇÃO DE INDICADORES
DEFINIÇÃO DE METAS
DEFINIÇÃO DE AÇÕES PRIORITÁRIAS
DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS
ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO
ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO
REUNIÃO ANUAL DE PLANEJAMENTO COM A EQUIPE97%
88%
89%85%
95%94%
97%94%
100%88%
97%94%
84%73%
97%94%
76%70%
4.2. monitoramento e mensuração de resultados
Nas empresas estrangeiras, as pesquisas de opinião, de avaliação de
imagem e de mercado são utilizadas por pelo menos 63% dos gesto-
res. Os dados mostram que as pesquisas são usadas em várias fases
do planejamento, do diagnóstico à mensuração de resultados.
Apesar de a questão das lideranças de opinião ser central para a
condução de projetos de comunicação, menos de 50% dos gestores
utilizam pesquisas com influenciadores. Esse dado coincide com a di-
ficuldade de identificação de líderes demonstrada no primeiro capítu-
lo deste estudo.
Examinando-se as perguntas que tratam das etapas da avaliação
anual e da influência dos resultados para o planejamento da comuni-
cação, percebe-se que as empresas estrangeiras lideram essa ativida-
de; em seguida vêm as brasileiras, enquanto o setor público fica em
desvantagem.
gráFICO 40. eMPresa esTrangeIra
PErGUNTa: GoSTarIa qUE ME DISSESSE SE o PLaNEJaMENTo Da CoMUNICação CoNTEMPLa aS SEGUINTES ETaPaS [ProPorção DE rESPoSTaS “SIM”]
As empresas estrangeiras são as que mais usam pesquisas como
método de avaliação da comunicação: 90% delas adotam tal prática.
Em contraposição, o setor público é o que menos utiliza pesquisas:
apenas 28% dos entrevistados confirmaram o emprego desse tipo de
recurso. Em contrapartida, são os que mais usam dados de clipping
como método de avaliação.
Em qualquer um dos setores, a pesquisa mais utilizada pelos de-
partamentos é a de comunicação interna, dado que confirma, mais
uma vez, sua importância para as empresas. No entanto, há forte di-
ferença entre as empresas privadas e o setor público. Enquanto 78%
das brasileiras e 74% das estrangeiras realizam pesquisas de comuni-
cação interna, no setor público apenas 50% dos gestores ouvidos
disseram adotar essa prática.
Outro dado que chama a atenção é o diferente peso que cada
público dá às pesquisas de avaliação de imagem. Enquanto 70% das
empresas estrangeiras costumam mensurar sua reputação, esse per-
centual cai para 56% nas brasileiras e para 36% nos órgãos públicos.
Uma das pesquisas menos exploradas é a feita com líderes e formado-
res de opinião. Aqui, enquanto pouco mais de 40% das empresas
costumam ouvir tal público, apenas 21% dos gestores de órgãos go-
vernamentais realizam esse tipo de sondagem.
2011 2013
0 100
DEFINIÇÃO DE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO
DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES
DEFINIÇÃO DE INDICADORES
DEFINIÇÃO DE METAS
DEFINIÇÃO DE AÇÕES PRIORITÁRIAS
DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS
ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO
ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO
REUNIÃO ANUAL DE PLANEJAMENTO COM A EQUIPE100%
96%
93%86%
97%96%
100%100%
97%93%
97%96%
79%75%
100%96%
72%79%
além do mapa
“Todas as campanhas do governo britânico são financia-
das pelos contribuintes, por isso nós precisamos mostrar
que temos boas justificativas para os investimentos, que
gastamos o dinheiro com efetividade e que sempre há
muitos elementos para embasar as decisões da comuni-
cação. A pesquisa ajuda nisso: nos dá as justificativas,
mostra que cada ação foi bem pensada e que nós atin-
gimos as pessoas certas, com as mensagens certas, da
maneira correta, a fim de buscar os efeitos que estamos
buscando. Por isso, é realmente uma parte chave da
nossa atividade.”
gemma regniez, primeira secretária e chefe de Co-
municação e Diplomacia Pública da Embaixada Britânica
no Brasil.
MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 67
gráFICO 42
gráFICO 45
gráFICO 41
gráFICO 44
gráFICO 43
PErGUNTa: a avaLIação aNUaL CoNTEMPLa aS SEGUINTES ETaPaS...?
PErGUNTa: EM qUE árEaS voCêS CoSTUMaM rEaLIzar PESqUISaS?
PErGUNTa: Há MoNIToraMENTo E avaLIação DoS rESULTaDoS Da CoMUNICação?
PErGUNTa: voCêS CoSTUMaM rEaLIzar PESqUISaS?
PErGUNTa: oS rESULTaDoS aUxILIaM Na DECISão oU rEvISão...
0 100
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO
80%
20%
2011 2013
70%
73%
75%
83%
87%
80%
NÃOSIM
0 100
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO
57%
43%
28% 72%
68% 33%
90% 10%
0 200
EMPRESA ESTRANGEIRAEMPRESA BRASILEIRASETOR PÚBLICO
PRÉ-TESTE DE CAMPANHAS
PESQUISAS COM LÍDERES/FORMADORES DE OPINIÃO
PESQUISAS DE MERCADO
PESQUISAS DE AVALIAÇÃO DE IMAGEM
PESQUISAS DE OPINIÃO
PESQUISA DE COMUNICAÇÃO INTERNA 50% 78% 74%
29% 67% 74%
36% 56% 70%
29% 63% 63%
21% 41% 44%
14% 26% 26%
0 100
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO
83%78%
25%93%
18%
90%90%
57%73%
10%
92%88%
77%50%50%
MONITORAMENTO DOS INDICADORES
MENSURAÇÃO DO ALCANCE DE OBJETIVOS
USO DE DADOS DE CLIPPING
USO DE PESQUISAS DE OPINIÃO ALGUMA OUTRA FERRAMENTA
0 100
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO
74%42%
58%
6%48%
83%73%
63%60%
10%
83%67%
57%63%
7%
DO ORÇAMENTO DA COMUNICAÇÃO
DAS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
DA FORMAÇÃO DA EQUIPE
DOS OBJETIVOS DO/DA ÓRGÃO/EMPRESA NENHUMA
O setor público, que ganhou maior representatividade na edição des-
te Mapa, revela com nitidez, no conjunto dos resultados da pesquisa,
as peculiaridades da sua cultura organizacional.
A valorização da conduta ética, a preocupação com a reputação e
a consciência dos deveres de servir ao cidadão são valores que nor-
teiam os gestores de órgãos públicos e explicam as diferenças mais
evidentes reveladas na pesquisa. Esses valores também podem ser
uma das razões para o crescimento da importância do papel da comu-
nicação e da sintonia com a direção dos órgãos, que aumentou de
73% para 86% em 2013.
A percepção da cultura organizacional das instituições pela socie-
dade está cada dia mais associada aos valores éticos, ou seja, àqueles
percebidos pela sociedade como direitos fundamentais. A ética nos
relacionamentos com seus públicos, nos serviços que presta, nas infor-
mações que divulga, o respeito à diferença, ao meio ambiente, à
transparência e à honestidade são valores que a sociedade contempo-
rânea usa para julgar e formar opinião sobre as instituições em geral
e, principalmente, sobre os órgãos públicos e seus governantes.
ESPECIAL • Por quE o SEtor PúbLICo é tão dIfErEntE?
além do mapa
“Se você está em mais de 4 mil municípios, se você tem
mais de 18 mil obras, você tem de atingi-lo (o cidadão) de
uma forma diferente. E aí a rede social assume um prota-
gonismo extraordinário. Mantemos um contato perma-
nente via rede com todos eles (os blogueiros), e isso se am-
plia cada vez mais. É uma estratégia. Porque o consumidor,
quem quer a informação, ele tem de ser tratado pelo gover-
no, que tem todas as informações, como único”.
gastão vieira, ministro do Turismo
além do mapa
“Se você está em mais de 4 mil municípios, se você tem
mais de 18 mil obras, você tem de atingi-lo (o cidadão) de
uma forma diferente. E aí a rede social assume um prota-
gonismo extraordinário. Mantemos um contato perma-
nente via rede com todos eles (os blogueiros), e isso se am-
plia cada vez mais. É uma estratégia. Porque o consumidor,
quem quer a informação, ele tem de ser tratado pelo gover-
no, que tem todas as informações, como único”.
gastão vieira, ministro do Turismo
É da natureza do serviço público estar menos atento ao branding e
mais à valorização do setor, pois o órgão público precisa de constante
reforço de infraestrutura, na medida em que seu público é a população
brasileira, ou seja, 200 milhões de cidadãos. Por essa razão, a mídia tradi-
cional — imprensa escrita, rádio e televisão — continua tendo grande
importância para os órgãos públicos, cujas mensagens precisam chegar
às vilas mais remotas do país. O trabalho cotidiano de informar e trans-
formar em reputação os resultados das políticas públicas implica na maior
valorização da atividade de assessoria de imprensa e relacionamento com
a mídia, conforme mostra a pesquisa, bem como na formação de equipes
com um número maior de colaboradores do que o setor privado.
na visão da Fsb digital
“É notável o volume de presença digital de
órgãos públicos, embora ainda careçam de
estratégias mais despojadas, que efetiva-
mente melhorem o diálogo com o cidadão
conectado. Os modelos de comunicação
off-line ainda são reproduzidos pela
maioria dos órgãos nas redes, que pouco
conversam com as características dos
meios. Essa mudança de cultura está em
curso, com bons exemplos identificados e
com um aceleramento percebido nos
últimos dois anos.”.
É preciso lembrar que, se na empresa privada a história corporativa
e o estilo dos seus líderes formam o patrimônio intangível da empresa,
nos órgãos públicos a formação da cultura organizacional tem um
peso menor da liderança e maior do corpo de funcionários e colabo-
radores, que são as pessoas que permanecem mais tempo, criam laços
e relacionamentos mais duradouros e têm maior poder de exercer in-
fluência mútua. A crescente valorização da comunicação interna res-
ponde à nova configuração dos serviços públicos.
Enfim, o setor público tem características próprias que sua comu-
nicação deve atender. São os princípios e as normas da comunicação
pública que surgem nas diferenças entre o setor público e o setor privado,
e não se trata de comparar resultados ou estruturas, mas de entender que
a natureza da comunicação pública é diferente. É por seu intermédio
que 200 milhões de brasileiros são ouvidos e informados.
70 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 71
CaPITULo 5
quem Faz a CoMUNICação
O perfil típico do gestor de comunicação das empresas privadas en-
trevistadas para a 3ª edição do Mapa da Comunicação Brasileira é
preponderantemente feminino, jornalista, tem entre 6 e 15 anos de
experiência profissional e ocupa cargos no nível de gerência.
No setor público, o perfil típico muda significativamente. A propor-
ção de homens e mulheres é equilibrada, eles têm mais de 16 anos de
experiência profissional e ocupam cargos de assessoria.
Os dados revelam ainda que a tendência é a formação de equipes
com um menor número de funcionários. Comparando-se a composi-
ção dos departamentos de comunicação nos Mapas de 2011 e 2013,
constata-se que aumentaram as empresas com equipes “de até 5” e
“de 6 a 20” funcionários, enquanto as organizações com mais de 21
funcionários diminuíram. O setor público é o único que ainda trabalha
com departamentos de grande porte: 24% das equipes estão na faixa
de 21 a 100 funcionários, contra 8% nas empresas brasileiras e ne-
nhuma entre as estrangeiras.
gráFICO 46
gráFICO 47. seTOr PúBlICO
gráFICO 48.eMPresa BFrasIleIra
PErGUNTa: qUaL É, aTUaLMENTE, o NÚMEro DE FUNCIoNárIoS No DEParTaMENTo DE CoMUNICação? [DaDo GEraL]
PErGUNTa: qUaL É, aTUaLMENTE, o NÚMEro DE FUNCIoNárIoS No DEParTaMENTo DE CoMUNICação?
PErGUNTa: qUaL É, aTUaLMENTE, o NÚMEro DE FUNCIoNárIoS No DEParTaMENTo DE CoMUNICação?
2011 20132009
0
50
Mais de 100De 21 a 100De seis a 20Até cinco
45%
31%
46%
31%
36%
41%
20%
28%
13%
3%4%1%
2011 20132009
0
60
Mais de 100De 21 a 100De seis a 20Até cinco
25%
14%
36%
25%24%
38%
50%
55%
24%
2%
7%
2%
2011 20132009
0
60
Mais de 100De 21 a 100De seis a 20Até cinco
54%
40%
58%
31%35%35%
15%
20%
8%5%
0%
72
5.1. a Formação dos proFissionais
A formação dos gestores é predominantemente de jornalistas, vindo
em seguida os publicitários. As equipes são multidisciplinares, forma-
das, em sua maioria, por profissionais de até três diferentes forma-
ções. Poucas equipes trabalham com profissionais de uma só forma-
ção. Quando isso acontece, em geral eles são jornalistas. Na opinião
de 67% dos gestores ouvidos pelo Mapa, as equipes de comunicação
deveriam ser ainda mais multidisciplinares. Essa parece mesmo ser a
formação ideal, pois os gestores que trabalham com profissionais de
várias formações são os que mais responderam que não mudariam em
nada a equipe (35%).
gráFICO 49. eMPresa esTrangeIra gráFICO 51
gráFICO 50. CargO dO enTreVIsTadO gráFICO 52
PErGUNTa:qUaL É, aTUaLMENTE, o NÚMEro DE FUNCIoNárIoS No DEParTaMENTo DE CoMUNICação? PErGUNTa: qUaL o CUrSo DE GraDUação o(a) Sr(a) FEz (MÚLTIPLaS CITaçÕES)
PErGUNTa: FEz aLGUMa PóS-GraDUação? [ProPorção DE rESPoSTaS “SIM”]
2011 20132009
0
60
Mais de 100De 21 a 100De seis a 20Até cinco
55%
37%
47%
35%
50%53%
10%13%
0% 0%
30%
57%
12%
12%
0 60
OUTROS
DIRETOR/SECRETÁRIO/SUPERINTENDENTE
COORDENADOR/CHEFE/GERENTE
ANALISTA/ASSESSOR
0 80
SETOR PÚBLICO
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
GERAL 78%
88%
83%
66%
0 80
SETOR PÚBLICO
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
GERAL 63%
14%
7%
6%
gráFICO 54
gráFICO 53
gráFICO 55
PErGUNTa: SE o(a) Sr(a) PUDESSE MUDar aS árEaS DE ForMação Da SUa EqUIPE, aCrEDITa qUE ELa DEvErIa SEr MaIS oU MENoS MULTIDISCIPLINar?
PErGUNTa: SoBrE a árEa DE ForMação Da SUa EqUIPE DE CoMUNICação, o(a) Sr(a) avaLIarIa qUE ELa É DE UMa Só ForMação, DE DUaS oU TrêS ForMaçÕES oU DE várIaS ForMaçÕES?
PErGUNTa: [aPENaS Para qUEM DISSE “MENoS MULTIDISCIPLINar”] PErGUNTa: qUaL árEa DEvErIa SEr PrEPoNDEraNTE?
0 100
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO
51%36%
13%18% 42% 40%
13% 60% 28%
7% 53% 40%
MENOS MULTIDISCIPLINARNÃO MUDARIA EM NADAMAIS MULTIDISCIPLINAR
0 100
EMPRESA ESTRANGEIRA
EMPRESA BRASILEIRA
SETOR PÚBLICO
67%
24%
9%80% 14% 6%
65% 23% 13%
47% 43% 10%
0 5
PUBLICIDADE E PROPAGANDA
RELAÇÕES PÚBLICAS
ADMINISTRAÇÃO
MARKETING
JORNALISMO
COMUNICAÇÃO SOCIAL 4
4
2
1
1
1
Um profissional que não se contenta com
uma única formação, mas busca acumular
conhecimento em duas ou mesmo três áreas.
Equipes cada vez mais empenhadas em
reunir diferentes saberes, convictas que estão
de uma percepção concreta: quanto mais
diversa for a formação dos seus integrantes,
melhores serão os resultados.
Esse é o perfil do comunicador que emerge
desta pesquisa Mapa da Comunicação
Brasileira 2013, realizada pelo Instituto
FSB. o que se nota claramente é que o
comunicador, em contraposição ao que
fazia no passado, não ambiciona apenas
estudar as disciplinas tradicionais do
campo da comunicação. Procura a universi-
dade e outras fontes de conhecimento,
participa de programas de mestrado,
doutorado e pós-graduação. Empenha-se
na educação continuada.
o comunicador empresarial brasileiro
trabalha, cada vez mais, em interface com
áreas fundamentais da gestão e do conhe-
cimento. Tem sede de saber, procura cons-
truir uma carreira que, em outros termos,
represente um crescente reservatório de
matéria prima para reflexões e, assim,
enfrentar os crescentes desafios da realida-
de. alia aos seus afazeres de gestor um
perfil culto.
a comunicação empresarial consolida a sua
dimensão multidisciplinar porque, ao longo
dos anos, vem acompanhando, e mesmo se
antecipando, às grandes questões da socieda-
de brasileira. respondê-las significa, na
prática, aperfeiçoar-se, evoluir, acreditar que o
comunicador capaz de ler e entender o seu
tempo, aquele que tem ideias, que é capaz de
ver além dos fatos, situá-los em diferentes
contextos e cenários históricos, esse sim é o
comunicador empresarial contemporâneo.
a multidisciplinaridade na formação dos
comunicadores empresariais brasileiros é
hoje, portanto, o principal atributo que
destaca o alinhamento desses profissionais
com a complexidade das questões que as
empresas, as instituições e a sociedade têm
à sua frente.
arTIGo
diretor presidente da associação Brasileira de Comunicação Empresarial (aberje)
Paulo naSSar
retrato preciso do comunicador contemporâneo
O que se nota claramente é que o comunicador, em contraposição ao que fazia no passado, não ambiciona apenas estudar as disciplinas tradicionais do campo da comunicação”.
78 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 79
5.2. as Fontes de inFormação
Nesta 3ª edição do Mapa , a internet alcança o primeiro lugar como
principal fonte de informação para 83% dos gestores públicos e pri-
vados. No entanto, quando as respostas são separadas por segmento,
o resultado é outro: 100% dos gestores públicos consideram os jor-
nais como a principal fonte de informação. Já nas empresas brasileiras,
os jornais caem para segunda fonte, com 48%, superados pela inter-
net, que recebeu 80% das citações. O mesmo acontece nas empresas
estrangeiras, onde a rede mundial tem 90% e os jornais, 70%.
duaS PrinciPaiS FonteS de inFormação
gráFICO 56
gráFICO 57. seTOr PúBlICO
gráFICO 59. eMPresa esTrangeIra
gráFICO 58. eMPresa BrasIleIra
PErGUNTa:qUaL a SUa PrINCIPaL FoNTE DE INForMação? E a SEGUNDa? [SoMa DaS DUaS CITaçÕES]
PErGUNTa: qUaL a SUa PrINCIPaL FoNTE DE INForMação? E a SEGUNDa? [SoMa DaS DUaS CITaçÕES]
PErGUNTa: qUaL a SUa PrINCIPaL FoNTE DE INForMação? E a SEGUNDa? [SoMa DaS DUaS CITaçÕES]
PErGUNTa: qUaL a SUa PrINCIPaL FoNTE DE INForMação? E a SEGUNDa? [SoMa DaS DUaS CITaçÕES]
83%
61%
26%
16%
11%
0 100
RÁDIOS
REVISTAS
TELEJORNAIS
JORNAIS
INTERNET
0
100
RevistasInternetRádiosTelejornaisJornais
2011 2013
100%
66%
24%22%
9%
18%
52%
80%
15%12%
0
100
RevistasInternetRádiosTelejornaisJornais
2011 2013
62%
70%
13%10%
15%10%
73%
90%
37%
20%
0
100
RevistasInternetRádiosTelejornaisJornais
2011 2013
49%48%
26%
43%
23%
3%
62%
80%
40%
18%
MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 81
5.3. as reFerências acadêmicas
Quem faz a cabeça dos gestores? Quais as instituições de comunica-
ção mais lembradas por eles?
Perguntados sobre os cursos universitários que lideravam o ensino
em três habilitações de Comunicação Social, os gestores indicaram a
Universidade de São Paulo (USP) como líder nos cursos de Jornalismo
e Relações Públicas, e a Escola Superior de Propaganda e Marketing
(ESPM) para Publicidade. Ressalte-se, neste ranking, a significativa por-
centagem, 49%, de desconhecimento em relação à área de Relações
Públicas.
Em relação aos prêmios setoriais, o Prêmio Aberje sai consagrado
como o mais importante para os profissionais de comunicação, na
opinião de 51% dos gestores entrevistados.
No JorNaLISMo
tabela 3 – pergunta: quais lhe parecem ser as melhores fa-culdades brasileiras na área da comunicação - jornalismo
ranKing univerSidadeS (%)
1º USP 43%
2º Cásper Libero 29%
3º UFrJ 9%
4º PUC-SP 8%
5º UnB 8%
6º Universidade Metodista 8%
7º ESPM 6%
8º PUC-MG 6%
9º PUC-rJ 6%
10º UFMG 5%
Não sabe/Não respondeu 23%
outros 53%
Na PUBLICIDaDE
tabela 4 - Pergunta: quaiS lhe Parecem Ser aS melho-reS FaculdadeS BraSileiraS na área da comunicação - publicidade
ranKing univerSidade (%)
1º ESPM 44%
2º USP 19%
3º FaaP 8%
4º Cásper Libero 7%
5º PUC-rS 5%
6º UnB 4%
7º PUC 4%
8º PUC-MG 4%
9º UFMG 4%
10º PUC-rJ 3%
outros 38%
Não sabe/Não respondeu 30%
EM rELaçÕES PÚBLICaS
tabela 5 - Pergunta: quaiS lhe Parecem Ser aS melho-reS FaculdadeS BraSileiraS na área da comunicação – relações públicas
ranKing univerSidadeS (%)
1º USP 22%
2º Cásper Líbero 16%
3º Universidade Metodista 7%
4º UFMG 4%
5º ESPM 4%
6º UFrJ 3%
7º UniBH 3%
8º PUC- rS 3%
9º UFrGS 3%
10º PUC - Pr 2%
outros 4%
Não sabe/Não respondeu 49%
82 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 83
a aGENDa Do PaíS, Na vISão DoS GESTorES
Temas econômicos dominam a agenda prioritária do país para o pró-
ximo ano, na visão dos 120 gestores de comunicação ouvidos pelo
Mapa. Cada entrevistado podia citar até duas agendas, e os temas
infraestrutura e economia foram os mais lembrados. Juntos, somaram
29% das citações. Educação e reforma política ficaram em terceiro,
com 11% cada uma.
tabela 6
tema Percentual no total de citações
Infraestrutura 15%
Economia 14%
Educação 11%
reforma política 11%
Copa do Mundo 9%
Saúde 8%
outros 7%
Eleições 6%
Políticas Sociais 6%
Combate à corrupção 3%
Segurança 3%
Manifestações 2%
Meio ambiente 2%
reformas estruturais 2%
além do mapa
“É muito natural que a infraestrutura seja a grande priori-
dade econômica do Brasil daqui pra frente. A falta de infra-
estrutura está cobrando um preço altíssimo para a econo-
mia brasileira, para as empresas, para o próprio governo: o
preço da improdutividade.”
cláudia vassalo, diretora superintendente da Unidade
Exame, da Editora Abril.
além do mapa
“E por que voltou a ser, então, um assunto central? Porque,
se a infraestrutura não crescer, o Brasil vai parar de crescer.
Isso já está acontecendo. Uma parte dessa queda de cres-
cimento que nós tivemos nos últimos três anos se deve ao
fato de que a infraestrutura brasileira não consegue mais
atender as demandas da sociedade e da economia de um
modo geral.”
cristiano romero, editor-executivo do jornal Valor Eco-
nômico.
84 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 85
ENTrEvISTaDoS
LISTa DaS EMPrESaS E órGãoS PÚBLICoS oUvIDoS NESTa EDIção
aaES Sul
administração dos Portos de Paranaguá e
antonina
aethra Sistemas automotivos
agência de Fomento do Estado do rio de
Janeiro
agência Estadual de Meio ambiente e
recursos Hídricos de Pernambuco (CPrH)
agência Nacional de aviação Civil (anac)
agência Nacional de Transportes Terrestres
(aNTT)
albras
alunorte
amsted Maxion
arcadis Logos
arG
astrazeneca
BBarralcool
Bematech
BSBBIoS
cCâmara Municipal de Belo Horizonte
Centrais de abastecimento do Estado do
rio de Janeiro (CEaSa/rJ)
Cesan
CSN
Cobra Tecnologia
Coca-Cola Guararapes
Companhia Energética de São Paulo (Cesp)
Companhia Pernambucana de Saneamento
(Compesa)
Controladoria e ouvidoria Geral do Estado
do Ceará
Conselho administrativo de Defesa Econô-
mica (Cade)
Coopercarga
Copersucar
Corpo de Bombeiros Militar do acre
Cr almeida Engenharia
CvC viagens
Cummins
Curtume viposa
dDiretoria de Teatros do Estado de alagoas
(Diteal)
Distribuidora Fartura
Cisa Trading
Duke Energy - G. Paranap.
DuPont
eEcovix Engevix
EDP Energias do Brasil
Empresa Gráfica da Bahia
Endesa Brasil
FFerrous Emesa
FCC
Festval
Fragnani Participações (Incefra)
Freios Master
Fundação de Planejamento Metropolitano e
regional (Metroplan-rS)
Fundação Cearense de Meteorologia e
recursos Hídricos (Funceme)
Fundação Centro Integrado de apoio ao
Deficiente da Paraíba (Funad-PB)
Fundação HEMoMINaS
Fundação Pública Estadual Hospital de
Clínicas Gaspar vianna, Paraíba
Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE)
gGE Campinas
Granol
hHelicópteros do Brasil S.a. (Helibrás)
Holcim
Hydro
iImerys rCC
Instituto de Pesos e Medidas do Estado de
São Paulo (IPEM/SP)Itaipu Binacional
Instituto Nacional de Tecnologia (INT)
IrB Brasil resseguros S.a.
KKowalski
lLanxess Elastômeros
mMagazine Luiza
Marasca
Marquise
Mendes Junior
Mercedes-Benz
Mills Estruturas Engenharia
Ministério da Previdência Social
Ministério das Cidades
Ministério das relações Exteriores
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior
86 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 87
Ministério do Meio ambiente
Ministério do Planejamento, orçamento e
Gestão
MMx Mineração e Metálicos
nNet Shoes
Nexans Brasil
PPão de açúcar
Prefeitura Municipal de Belém
Prefeitura Municipal de Macapá
Prefeitura Municipal de Natal
Prefeitura Municipal de Salvador
Procuradoria-Geral de Justiça do Estado de
Pernambuco
Procuradoria-Geral do Estado do Espírito
Santo
rrenuka do Brasil
repsol Sinopec Brasil
SSecretaria de Educação do Estado de Mato
Grosso do Sul
Secretaria de Estado da administração e
dos recursos Humanos do rio Grande do
(rS)
Secretaria de Estado da Cultura de alagoas
Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia
e Inovação do Distrito Federal
Secretaria de Estado de Educação de
Pernambuco
Secretaria de Estado de Turismo da Bahia
Secretaria de Fazenda da Prefeitura Munici-
pal do rio de Janeiro
Secretaria de Infraestrutura de alagoas
Secretaria de Segurança Pública do Distrito
Federal
Secretaria Municipal do Trabalho e Empre-
endedorismo de São Paulo
Senado Federal
FaPESC
Siemens
Sodexo Puras
Spaipa Coca-Cola
Sulgás
Supergasbras
tTakata Brasil S/a (Petri do Brasil)
Teksid
Tereos Internacional
Tribunal de Justiça do Estado de Minas
Gerais
Tribunal regional do Trabalho da 23ª região
(TrT-MT)
Tupy
uUnilever
Universidade Estadual de Londrina (UEL)
vvoith Hydro
volkswagen
votorantim Metais
WWalmart
Yara Fertilizantes
zzema Petróleo
88 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 89
BIBLIoGraFIa
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Editora.
90 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 91
o INSTITUTo FSB PESqUISa NoSSa ExPErIêNCIa EM ESTUDoS DE CoMUNICação E PoLíTICa
O Instituto FsB Pesquisa tem compromisso com a produção de es-
tudos relevantes para decisões estratégicas de seus clientes. Por isso,
perseguimos a inovação, permanentemente. Em ideias, objetos de
pesquisa, metodologias, técnicas, análise de programas e projetos,
interpretação de dados e construção de conhecimento íntegro e foca-
do em resultados.
Nossa experiência concentra-se em avaliação de estratégias, pro-
gramas e projetos, desenho de cenários, mapeamento de oportunida-
des de atuação organizacional e de responsabilidade social. Somos
especializados em estudos sobre mídia, comunicação organizacional e
política, e na avaliação de relacionamentos institucionais.
Tal postura diante dos desafios só é possível porque a equipe do
Instituto FsB Pesquisa é formada por mentes inquietas que se pau-
tam pela construção de expertise em pesquisa de comunicação e que
têm como meta principal apresentar soluções que gerem resultados
de alto valor. A equipe do Instituto FsB Pesquisa é multidisciplinar,
com profissionais nas áreas de Ciências Sociais, Comunicação, Marke-
ting, Ciências Políticas e Estatística.
• Patrícia santiago, publicitária, com MBA em Marketing pela ES-
PM, especialista em planejamento em Comunicação;
• Marcelo Tokarski, jornalista com experiência de 19 anos em re-
dações de jornal, foi repórter especial de economia e editor de
Cidades do Correio Braziliense;
• leonardo Barreto, cientista político, consultor de empresas, ex-
-professor da Universidade de Brasília e doutor em Ciência Política
(UnB), é especialista em análise institucional, comportamento elei-
toral e processo decisório.
• Max stabile, cientista político, mestre em Ciência Política (UnB) e
pesquisador associado do Núcleo de Políticas Públicas da Universi-
dade de Brasília – NP3-UnB.
• Marcelo Pimentel, cientista político (UnB), mestrando em Ciência
Política, é especialista em pesquisa eleitoral e análise de processos
decisórios no Congresso Nacional e em agências reguladoras.
• Carlos nepomuceno, cientista político, mestre em Ciência Políti-
ca (UnB).
• Bárbara silva, estudante de sociologia na Universidade de Brasília,
com ampla experiência em pesquisas de campo e análise de dados;
PESqUISaS CoM JorNaLISTaS E BLoGUEIroS
Estudos que permitem a avaliação das posições de mediadores de
informação de todo o país sobre a imagem de organizações e a res-
peito de determinados temas. É possível também identificar oportuni-
dades para a definição de estratégias de relações com a mídia e aces-
so a fontes habilitadas a apoiar o trabalho de assessoria de imprensa.
PESqUISaS DE CoMUNICação INTErNa
Os primeiros e mais importantes stakeholders de uma organização são
seus colaboradores. Realizamos estudos para identificar o nível de en-
gajamento aos objetivos corporativos, as carências de informação e a
disposição em compartilhar e disseminar os princípios da empresa e as
oportunidades de aprimoramento.
ESTUDoS SETorIaIS
Identificação de posicionamentos e atuação de diferentes setores so-
bre determinados assuntos e eventos especiais. São poderosos instru-
mentos para agendamento público-midiático ou para revisão de estra-
tégias de posicionamento (branding).
MaPa Da IMPrENSa
Identificação e organização de perfis dos jornalistas mais importantes
na cobertura de um setor, tema ou campo de interesse. Ao final de
uma análise de mídia e da apuração do perfil dos jornalistas, é possível
reconhecer os pontos de resistência e aderência aos posicionamentos
da organização para o aprimoramento da estratégia de relacionamen-
to com estes importantes influenciadores.
TraCKING BraSíLIa
É um serviço bimestral de análise macropolítica do ambiente do poder
na capital do Brasil. Combina dados quantitativos e qualitativos inédi-
tos para descrever as condições políticas e o comportamento do Exe-
cutivo, do Legislativo e da Mídia no processo deliberativo e indicar
tendências decisórias. O estudo permite a inclusão de blocos de ques-
tões setoriais.
92 MaPa Da CoMUNICação BraSILEIra // 93
PESqUISa DE rEPUTação PÚBLICa
Conhecer a opinião de autoridades públicas, líderes da sociedade civil
organizada, executivos, acadêmicos e jornalistas a respeito da repu-
tação pública do cliente pode ser um subsídio poderoso para o seu
posicionamento institucional. Tem sido utilizada para ajustar o per-
fil de atuação empresarial e setorial nas relações institucionais e
governamentais.
PESqUISa ELEIToraL E GovErNaMENTaL
Com experiências em campanhas municipais, estaduais e nacionais, o
Instituto FsB Pesquisa desenvolve projetos e programas de pesquisa
de opinião para eleições e para governantes, que permitem a avaliação e
o ajuste da comunicação das lideranças políticas com os cidadãos.
ESTUDoS DE rISCo rEGULaTórIo
Avaliação do processo de discussão e decisão política de temas de
interesse dos clientes em processo de debate e deliberação em Brasí-
lia. Seu objetivo é levantar toda a informação relevante sobre o tema,
organizá-la e interpretá-la estrategicamente, servindo de instrumento
de monitoramento e decisão.
MaPa DE INFLUENCIaDorES
Organização de perfis de autoridades com participação relevante nos
processos decisórios de um determinado setor. Uma equipe de analis-
tas políticos apura e interpreta informações públicas relacionadas à
carreira, a posicionamentos e às ligações partidárias de atores com
influência nas esferas municipal, estadual e federal.
PESqUISaS aD-HoC
O Instituto FsB Pesquisa tem como característica buscar soluções
adequadas a cada tipo de cliente e problema de comunicação. Ava-
liar campanhas ou eventos e monitorar a opinião de stakeholders
são alguns projetos que merecem um desenho diferenciado para
cada situação.
94
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apoio3ª Edição Brasília 2013