manutenção, manejo e reprodução de peixes ornamentais

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  • 7/31/2019 Manuteno, Manejo e Reproduo de Peixes Ornamentais.

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    Protocolo de Manuteno, Manejo e Reproduo de Peixes Ornamentais

    Willes Marques FariasTecnologia em Aquicultura / IFES Campus Pima / Dez. Fev. 2012

    1 Guppys Poecilia reticulata

    Os Guppys (Full Red, Blue Gless, Red, Cobra Vermelho e Cobra

    Amarelo) so espcies de grande elegncia e no passam despercebido

    facilmente pelos olhos humanos. Estes so ovovivparos, ou seja, o embrio se

    desenvolve dentro do corpo da me, numa placenta que lhe fornece nutrientes

    necessrios ao seu desenvolvimento e retira os produtos de excreo,

    nascendo saudvel e disposto.

    1.1 Qualidade da gua

    A manuteno e o manejo da qualidade da gua so essenciais para

    que se obtenha sucesso em seu empreendimento em relao reproduo de

    peixes ornamentais. As caractersticas fsico-qumicas do meio aqutico devem

    ser manipuladas para proporcionar condies satisfatrias vida dos peixes

    em cultivo e evita o aparecimento repentino de patgenos. So muitas as

    variveis fsico-qumicas de qualidade de gua que merecem ateno quanto a

    sua qualidade, sendo a concentrao de oxignio dissolvido (OD) (Tabela 1)

    e o pH (Potencial Hidrogeninico) (Tabela 2), parmetros que integram esse

    leque de variveis a serem monitorados, pois valores baixo do estabelecido, os

    organismos entram em estresse fisiolgico, acarretando o enfraquecimento do

    sistema imunolgico e conseqentemente aparecimento de infeces, podendo

    lev-los a morte.

    Deste modo, o levantamento das anlises de gua com procedimentoslaboratoriais ou de aparelhos de anlise de campo so de suma importncia

    para saber devidamente se as condies da gua de cultivo se encontram em

    valores aceitveis para a reproduo de peixes, assim, obtendo-se retorno em

    seu grande negcio.

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    TABELA 1. Recomendaes da varivel Oxignio Dissolvido.Parmetro Oxignio Dissolvido

    Onde medir? gua

    Com que Freqncia?Trs vezes durante o dia, e a cada duas horas

    noiteQue tipo de equipamento

    utilizar? Oxmetro MicroprocessadoQual o nvel ideal? 5 - 10 mg/L

    Mecanismo de melhora? Aerao e renovao de guaFonte: Alves e Mello (2007).

    TABELA 2. Recomendaes da varivel Potencial Hidrogeninica.Parmetro pH

    Onde medir? guaCom que Frequncia? Duas vezes ao dia

    Que tipo de equipamentoutilizar? pHmetro digital

    Qual o nvel ideal? 7,0 - 9,0

    Mecanismo de melhora?Renovao de gua ou probiticos, em caso de pH

    elevado; renovao de gua e aplicao de carbonatode clcio, em caso de pH baixo

    Fonte: Alves e Mello (2007).

    OBS:Todo procedimento citado a cima, vale para todas as espcies de peixesdescrito neste contexto.

    1.2 Reproduo

    A cpula comea com o macho cortejando a fmea e isto se d com

    movimentos de corpo e da cauda onde os machos se mostram para a fmea.

    A fmea tem um ciclo de gestao de aproximadamente vinte e oito

    dias. Com quatro meses os machos e as fmeas j comeam a se acasalar,

    por isso aconselhvel separar os filhotes depois deste tempo. Dependendo

    da fmea, se ela for uma matriz de boa qualidade, cada ninhada de filhotes

    pode chegar at 100 filhotes, mas a mdia de 50 filhotes.

    Os filhotes desta variedade de Guppies j nascem nadando e comendo,

    sendo a alimentao viva (artemia, dfniae larvas de mosquito) recomendado

    devido grande disponibilidade de protena e nutrientes. O canibalismo muito

    freqente, os prprios pais predam a prole, deste modo, o ideal retira a fmea

    e aclimat-la em outro aqurio.

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    O perodo de gestao dos filhotes varia entre 22 e 25 dias. Prximo ao

    nascimento o abdmen da fmea se apresenta bem inchado e aparece perto

    da nadadeira anal uma mancha escura, "mancha da gravidez", que vai

    aumentando quanto mais cheia de alevinos estiver. O ideal seria retirar a

    fmea do aqurio e colocarmos sozinha em outro, pois o canibalismo nessa

    espcie muito comum.

    Esse aqurio (maternidade) deve estar cheio de plantas e pedras, pois

    so nelas que os alevinos se escondem quando nascem devido ao canibalismo

    das fmeas.

    1.3 Manutenes dos Aqurios

    A limpeza dos aqurios de extrema importncia, pois a excreo

    nitrogenada dos peixes e outros organismos aquticos e da decomposio

    microbiana (restos de alimento) contribuem para o aumento de amnia no-

    ionizada na gua, sendo prejudicial s membranas branquiais dos peixes que

    so relativamente permeveis ao NH3, ou seja, possui afinidade pelas

    gorduras. Por isso difundisse facilmente pelas membranas respiratrias que

    so lipoproticas. Deste modo, a manuteno realizada antes de aliment-

    los.

    1.4 Alimentao da Prole e das Matrizes

    Esse um dos principais problemas enfrentados por criadores, uma vez

    que uma atividade que demanda tempo e pacincia. Uma alimentao

    variada e com alta freqncia de administrao de fundamental importncia

    para a manuteno da prole.

    Existem vrios tipos de alimentos que podem ser administrados aosalevinos. A partir do quinto dia de vida, eles comeam a aceitar alimentao

    exgena. Os mais utilizados so: Artmia e Dfnia.

    Artemia salina: A Artemia sp um microcrustceo, pertencente ordem

    dos Anostraca e famlia Artemiidae. rica em protenas, vitaminas (caroteno)

    e sais minerais, por isso utilizada em larga escala em cultivo de camares e

    peixes na fase larval.

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    Dfnias (Daphnia pulexe D. magna):As Dfnias so microcrustceos,

    tambm chamados de pulga-dgua. Atingem 0,2 a 3 mm de comprimento,

    sendo as espcies Daphnia pulexe Daphnia magna as mais cultivadas. Sua

    reproduo feita por partenognese, no sendo necessria a presena do

    macho.

    Para comear uma criao, deve-se primeiro ter um recipiente repleto de

    algas verdes, que facilmente formado com a exposio do recipiente com

    gua ao sol. Aps a proliferao dessas algas, que iro servir de alimentos

    para as dfnias, uma pequena cultura ser liberada dentro desse recipiente.

    Outras fontes de alimento para esses microcrustceos so leveduras ou leite

    em p, porm no so to eficazes como as algas verdes.

    Sua administrao feita em grandes quantidades, diretamente nos

    aqurios dos alevinos, onde, medida que os peixes forem crescendo, vo se

    alimentando desses crustceos. So bastante eficazes, pois no morrem no

    aqurio e comem bactrias e matria orgnica.

    Contudo, aps a manuteno, a rao fornecida trs vezes ao dia e a

    alimentao viva disponibilizada 1 vez ao dia para melhor desempenho.

    1.5 Doenas

    Assim como ns, os peixes tambm adoecem. A manuteno da boa

    qualidade da gua uma ferramenta importantssima para a sade e o bem

    estar dos peixes, pois a preveno ainda o melhor remdio. A falta de

    cuidados com a manuteno da gua do aqurio normalmente o estopim que

    desencadeia em doenas nos peixes, causadas por protozorios, fungos,

    bactriase outros parasitas.

    1.5.1 Ictio

    Sinais: Pequenos pontos brancos de cerca de 1 mm na pele e

    nadadeiras.

    Causa:Protozorio ciliado Ichthyophthyrius multifilliis. O parasita cumpre

    um ciclo de vida que envolve uma primeira fase de reproduo por diviso

    celular fora do peixe, geralmente no substrato; depois disso, os novos parasitas

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    formados saem do substrato e procuram um hospedeiro para parasitar, sendo

    que tem que faz-lo dentro de um determinado tempo, seno morrem.

    Encontrando um peixe, instalam-se nas camadas epiteliais superficiais (pele

    e/ou brnquias), nelas se nutrindo de fluidos corporais. Depois de algum tempo

    abandonam esse hospedeiro para se reproduzir, reiniciando o ciclo. A

    velocidade do ciclo determinada pela temperatura da gua, quanto mais

    quente, at certo limite, mais rpido. A cerca de 28C leva cerca de 5 a 7 dias.

    Quando a temperatura constantemente maior ou igual a 31C, o protozorio

    fica naturalmente impedido de se reproduzir.

    Tratamento: Manter o aqurio naquela temperatura (31C) por 7 a 10

    dias. No existe forma incistada desse protozorio, portanto uma vez eliminado

    do ambiente, mesmo com quedas bruscas de temperatura no ocorrer novo

    surto de ctio. Para peixes que no toleram tal temperatura, pode-se tratar com

    sal, 1g / Litro por 7 dias a 28C. Usar medicamento especfico se for o caso.

    (extrado de uma receita de Vladimir Xavier Simes).

    1.5.2 Fungos na boca

    Sinais:Uma camada branca, tal como algodo, na boca e ao longo das

    extremidades das nadadeiras. Nos guppies, especialmente, as nadadeiras se

    tornam franjadas.

    Causa:Uma bactria, Flexibacter columnaris.

    Tratamento: Casos leves podem ser tratados com sal. O tratamento

    tradicional consiste em, primeiro realizar um significativa troca de gua para

    melhorar as condies desta, depois dissolver 2 mg/l de Permanganato de

    Potssio diretamente nela, observando-a para que se assegure que permanece

    rosada por quatro horas. Caso a gua se torne marrom, devido a elevada cargaorgnica, antes de completar as quatro horas, mais 2 mg/l de permanganato

    devem ser adicionadas. Isso repetido at que a cor rosada seja mantida por

    todo o perodo.

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    1.5.3 Cauda Rta

    Sinais: Cauda desfiada com uma listra esbranquiada ou escura nas

    extremidades.

    Causa:H outras formas de cauda rota, por outros motivos. Neste caso,

    a origem so bactrias, Pseudomonas, Aeromonas, mais comuns, ou outras.

    Tratamento: Imediata melhora das condies da gua. Tratamento

    qumico com permanganato de potssio (KMnO4) na base de 2 a 4 ppm

    (miligramas por litro) so bem sucedidos quando a infeco limitada pele.

    Esse tratamento de grande utilidade quando os peixes esto se alimentando

    pouco ou nada, quando rao medicinal no mais uma opo. Infeces

    sistmicas somente podem ser tratadas com rao medicinal, tal como a Alcon

    Cure, mas para tanto necessrio o diagnstico precoce, antes que a doena

    o faa parar de comer.

    Tratamento Alternativo:(1) Retire o peixe do aqurio, com uma rede. (2)

    Mantenha-o por sobre uma lmina de vidro umedecida, com a rede por cima de

    seu corpo, para fix-lo. (3) Incline a lmina de vidro, colocando algo abaixo

    dela, de forma a elevar a cabea do guppy, impedindo que o remdio corra

    para as guelras. (4) Aplique o remdio, tal como mercrio cromo, com um

    cotonete, ao longo da parte rota, de um lado, e invertendo a posio do guppy,

    do outro, procure atingir toda a cauda com o remdio. (5) Caso o remdio atinja

    as guelras, retorne imediatamente o peixe ao aqurio. (6) Se no houver

    comprometimento das guelras, aguarde vinte segundos, ento devolva o

    guppy. (7) Quando o comprometimento for extenso, maior do que 5% da

    superfcie da cauda, corte a parte afetada com uma gilete ou estilete e depois

    siga a partir do item 4. Melhore as condies da gua.

    OBS:Todo procedimento citado a cima, vale para todas as espcies de peixes

    descrito neste contexto.

    2 Kinguios Carassius auratus

    Os kinguios cuja espcie Carassius auratusoriginria da China, mede

    no mximo 30 cm de comprimento e vive em condies de temperatura 10 a 20

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    FIGURA 1. Diferena entre macho e fmea de Kinguio.

    O momento da desova facilmente percebido: os peixes ficam agitados,

    os machos comeam a perseguir a fmea prxima a razes das plantasflutuantes, onde ela libera aproximadamente 800 vulos, sendo imediatamente

    fecundados pelo macho e assim que se encerrar, os peixes adultos sero

    retirados do aqurio, para no devorar a cria.

    Os alevinos nascem cerca de 10 dias aps a desova e ficaro

    pendurados por meio de um fio protico na vegetao, durante 48 horas

    absorvendo o saco vitelino. Passado esse perodo sero alimentados com

    gema de ovo cozido, infusrios. Com 18 dias j medem 2,5 cm e seracrescentada a sua dieta alimentos vivos como: Dfnias e Artemias, at que

    completem 2 meses, quando ento sero alimentados como peixes adultos.

    2.4 Manuteno das piscinas

    A limpeza das piscinas essencial para que se obtenha sucesso na

    produtividade, pois a excreo nitrogenada dos peixes e outros organismos

    aquticos e da decomposio microbiana (restos de alimento, fezes)

    contribuem para o aumento de amnia no-ionizada na gua, sendo prejudicial

    s membranas branquiais dos peixes que so relativamente permeveis ao

    NH3, ou seja, possui afinidade pelas gorduras. Por isso difundisse facilmente

    pelas membranas respiratrias que so lipoproticas. Deste modo, a

    manuteno realizada antes de aliment-los.

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    3 Platy Xiphophorus maculatus

    O Platy (Figura 3) cuja espcie Xiphophorus maculatus (do grego,

    Xiphophorus, "aquele que carrega espada", maculatus, "manchado, numa

    aluso s manchas pretas"), pertence famlia dos Poecildeos, tambm

    conhecidos como "barrigudinhos". Sendo nativo da costa Atlntica do Mxico,

    Guatemala e Norte de Honduras.

    FIGURA 3. Casal de Platy Vermelho

    3.1 Alimentao

    So peixes onvoros, ou seja, se alimentam de peixes menores e

    vegetais. um dos peixes tropicais provavelmente com maior nmero de

    variedade de cores encontradas aos milhares. Aceitam alimentos vivos, como:

    Artemia e Dfnias

    O arraoamento realizado trs vezes ao dia e a adio de alimento

    vivo uma vez por dia.

    3.2 Reproduo.

    A reproduo desta espcie feita com facilidade em cativeiro. Em

    cerca de 40 dias de gestao, so gerados cerca de 35 alevinos. De fcil

    manejo, apesar de sensvel a variaes de temperatura, indicado para

    aquariofilistas iniciantes.

    http://2.bp.blogspot.com/_ElwOa_IR8rw/SVkEdWc9ZmI/AAAAAAAAAL4/9GASsXWR1tw/s1600-h/platy.jpg
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    Pode viver em aqurios comunitrios, convivendo facilmente com peixes

    pacficos. A vegetao deve ser abundante para evitar que os adultos se

    alimentem de suas crias, ou seja, so canibalistas.

    3.3 Manuteno do Aqurio

    A limpeza dos aqurios fundamental para trazer condies

    satisfatrias para os organismos cultivados e melhorar a qualidade da gua,

    pois a excreo nitrogenada dos peixes e outros organismos aquticos e da

    decomposio microbiana (restos de alimento, fezes) contribuem para o

    aumento de amnia no-ionizada na gua, sendo prejudicial s membranas

    branquiais dos peixes que so relativamente permeveis ao NH3, ou seja,

    possui afinidade pelas gorduras. Por isso difundisse facilmente pelas

    membranas respiratrias que so lipoproticas. Deste modo, a manuteno

    realizada antes de aliment-los.

    4 Betta Betta splendens

    O peixe Betta, tambm conhecido como "peixe de briga", pertence

    subordem anabantoidei. originrio da sia (Tailndia, Indonsia, Vietn,

    China e outros), sendo seu habitat natural s regies alagadias com guas

    estagnadas e pobres em oxignio, como brejos, pntanos e campos de

    plantao de arroz.

    4.1 Anatomia

    A anatomia do Betta (Figura 1) semelhante de outros peixes

    apresentando, porm, algumas particularidades, como o tamanho de suas

    nadadeiras e a presena do labirinto, rgo responsvel pela respiraoacessria que permite a captura do oxignio atmosfrico.

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    FIGURA 1. Anatomia do Betta Splendens.

    4.2 Comportamento

    Como todos ns sabemos, o Betta,mais conhecido como peixe de briga

    um peixe territorialista e agressivo. Existem vrios estudos na literatura

    avaliando o comportamento agressivo dos Bettas. So violentos quando

    colocados de frente sua prpria imagem em espelho e quando colocados defrente a outro exemplar, fica mais violento ainda. As fmeas, quando colocadas

    frente de uma batalha entre dois machos, tendem a escolher para reproduo

    o macho que ganhou a disputa. Vrios outros trabalhos evidenciam o

    comportamento territorialista e agressivo do Betta splendens como os de

    Bronstein (1980) e Bando (1991).

    4.3 Alimentao

    O Betta um peixe carnvoro; aceita desde alimentos vivos, como

    artmias, dfnias, larvas de mosquito, enquitria e larvas de drosfila, at

    alimentos in naturaou processados, como carne ou corao raspado, camaro,

    patse outros alimentos.

    Qualquer sobra de comida deve ser evitada, visto que essa sempre

    apodrece na gua, perde a sua qualidade, favorecendo, assim, uma queda de

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    imunidade dos peixes e deixando-os susceptveis infeco por patgenos

    oportunistas.

    4.4 Manuteno dos Aqurios

    A limpeza dos aqurios de extrema importncia, pois a excreo

    nitrogenada dos peixes e outros organismos aquticos e da decomposio

    microbiana (restos de alimento, fezes) contribuem para o aumento de amnia

    no-ionizada na gua, sendo prejudicial s membranas branquiais dos peixes

    que so relativamente permeveis ao NH3, ou seja, possui afinidade pelas

    gorduras. Por isso difundisse facilmente pelas membranas respiratrias que

    so lipoproticas. Deste modo, a manuteno realizada antes de aliment-

    los.

    4.5 Reproduo

    O tamanho do aqurio geralmente varia de 10 a 30 litros. Para facilitar o

    manejo e a manuteno, os menores so mais recomendados. O fundo e a

    parede de trs pintados de preto tem o objetivo de evitar o estresse durante a

    reproduo e facilitar a coleta dos ovos quando eles caem no fundo. Os

    equipamentos necessrios so: material para iluminao, termmetro,

    aquecedor com um termostato, uma tampa de vidro para evitar a sada do ar

    quente, importante sobrevivncia dos alevinos, um tufo de planta, que pode

    ser de samambaia aqutica ou cabomba, para que a fmea possa se esconder

    dos ataques, muitas vezes, violentos do macho.

    4.6 Escolha do Casal

    Para seguir uma determinada linhagem, deve-se procurar um casalparecido (nas caractersticas de cores, caudas, formato do corpo,

    agressividade, etc), mas se a inteno ousar ou reproduzir somente de forma

    domstica, pode-se escolher aleatoriamente.

    importante que o macho seja maior que a fmea para facilitar o

    "abrao nupcial". Ambos devem ser ativos, agressivos, apresentarem cores

    vivas e responderem prontamente quando lhes so oferecidos alimentos.

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    5 Alimentos Vivos

    Atualmente, utilizam-se diversos tipos e formas de alimentos na criao

    de peixes ornamentais, que podem ser vivos, em conserva, congelados, em

    forma de rao balanceada dentre outros, mas o alimento vivo vem sempre

    mostrando maior eficcia.

    Esses microorganismos, como o caso da Artemia sp., outros

    microcrustceos, larvas de moscas, algumas microalgas e protozorios,

    possuem alto valor nutritivo, suprindo as exigncias nutricionais das larvas e

    dos alevinos dos peixes cultivados.

    5.1 Infusrios

    Os infusrios so obtidos por meio da infuso de vegetais secos em

    gua. Consistem de bactrias, protozorios, algas e outros microorganismos

    que servem de alimentos para os alevinos.

    5.1.1 Como obt-las?

    Em um recipiente transparente, coloca-se gua com folhas secas de

    alface, amendoeira, bananeira, e outros. Durante dois dias, esse recipiente

    deve ser mantido em total escurido, para que as bactrias, futuros alimentos

    dos protozorios, proliferem-se.

    A infuso deve ser mantida em local com claridade, e diariamente

    devem ser administradas algumas gotas de leite ou de Yakult (que contm

    lactobacilos vivos) afim de que ocorra a multiplicao de alimento para os

    microorganismos.

    5.2 Branchoneta(Dendrocephalus brasiliensis)A branchoneta tambm um anostraceo, pertencente famlia dos

    Thamnocephalidae, e se difere da artmia salinapor ser uma espcie de gua

    doce. Esse microcrustceo pode atingir at 30mm de comprimento em

    condies ambientais favorveis.

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    Uma das vantagens da utilizao da branchoneta a sua resistncia em

    gua doce, o que no ocorre com as artmias, que morrem rapidamente,

    deteriorando assim a qualidade da gua dos aqurios.

    Os cistos das branchonetas so colhidos aps os esvaziamentos dos

    viveiros e, quando em contato novamente com a gua, eles eclodem. Ainda

    so necessrios mais estudos sobre a biologia desses anostraceo, pois em

    virtude de suas vantagens, seu uso na piscicultura ornamental se torna

    bastante promissor.

    5.3 Microvermes(Anguilula silusiae)

    Microvermes so pequenos nematdeos brancos, de formas cilndricas,

    que alcanam no mximo 3mm de comprimento. A manuteno de uma cultura

    de fcil manejo, e de custo bem reduzido, podendo a cultura inicial ser

    adquirida em lojas prprias de aquarismo.

    5.3.1 Como obt-las?

    Em recipientes de 2 litros de sorvete com 1 centmetro de gua filtrada,

    acrescenta-se farinha de aveia at obter a consistncia do mel. Em seguida,

    colocam-se as matrizes no recipiente, e fecha-se hermeticamente o pote para

    evitar mosquitos.

    A fmea se reproduz com a ausncia do macho e, em poucas semanas

    podem ser vistos os vermes subindo pelas paredes do recipiente, momento em

    que eles devem ser coletados. Quando os vermes comearem a parar de subir,

    acrescenta-se mais aveia. Esse manejo dever ser efetuado apenas duas

    vezes em cada cultura.

    um alimento altamente recomendado para alevinos no seu primeiro ms devida, mas, por ser muito rica em gordura, a administrao diria no utilizada.

    5.4 Enquitrias(Enchytaeus albidus)

    As enquitrias so pequenos vermes de cor branca que alcanam at

    2cm e constituem uma das mais populares formas de alimento vivo criadas por

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    aquaristas sendo bastante utilizado antes das reprodues. Possuem

    aproximadamente 70% de protena, 14,5% de lipdeos e 10% de carboidratos.

    5.4.1 Como obt-las?

    Em uma caixa pequena de isopor, coloca-se um substrato, que pode ser

    carvo ativado mido, colocando sobre ele um pouco de rao, frutas, ou

    vegetais. Coleta-se um nmero suficiente de vermes de uma cultura adquirida

    e transfere-os para a nova cultura. Coloca-se uma cobertura de vidro sobre o

    solo para que facilite a coleta dos vermes e tampa-se a caixa.

    Aps alguns dias, as enquitrias j estaro se reproduzindo, e o vidro no

    interior da caixa estar repleto de indivduos. Assim como os microvermes, so

    muito ricas em gorduras, o que dificulta o seu metabolismo pelos peixes,

    portanto, no devem ser administradas diariamente.