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“Como tratar os peixes ornamentais
Pedro Henrique M. Cardoso M. V. Msc Pedro Henrique Magalhães Cardoso CRMV-SP 25.961
Doutorando FMVZ/USP
São Paulo, 2016
Como tratar os peixes ornamentais Objetivo da palestra
Prover orientações aos médicos veterinários sobre:
• prevenção de doenças em peixes ornamentais
• condutas em caso da ocorrência.
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Agenda
Introdução
Plano de tratamento a longo prazo
Plano de tratamento a curto prazo
Vias de administração de drogas
Medicamentos
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1 Introdução 1.1 Movimentação financeira
A aquariofilia é um grande segmento na indústria de animais de companhia no qual os Estados Unidos, a Europa e o Japão representam a maior expressividade no mercado (NOGA, 2010).
67%
17%
8% 8%
Alimentação
Serviços
Produtos
Medicamentos
6.374.857 unidades de peixes (U$ 13.835.217,00)
411.185 unidades de peixes (U$ 413.333,00)
Exportação
Importação
Fonte: AbinPet 2015
*projeção
IBGE (valores em milhões) Animais 2013
Cães 52,2 Aves 37,9
Gatos 22,1 Peixes 18,0 Outros 2,2 Total 132,4
Movimentação financeira 2014 Mercado Pet - Brasil
7,4% anos
bilhões
2014
R$ 16,7
2015*
R$ 17,9
Balança comercial 2014 Mercado Pet - Brasil
Fonte: Brasil 2014 (Alice Web, 2015)
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1 Introdução 1.2 Espécies ornamentais comercializadas
São aproximadamente 4 a 5 mil espécies de água doce;
(WHITTINGTON; CHONG, 2007)
.. E mais de 1450 de água salgada;
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O comércio de animais vivos facilita a disseminação de inúmeros agentes infeciosos.
Muitos patógenos particulares são veiculados por movimentos antropogênicos através de organismos aquáticos vivos causando sérios problemas em regiões com ausência anterior da doença.
Atualmente a Organização Mundial para Saúde Animal (OIE) lista 27 patógenos e/ou doenças de peixes, moluscos, crustáceos e anfíbios (OIE, 2014).
1 Introdução 1.3 O comércio de animais e a ocorrência de doenças
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2 Planos para o tratamento 2.1 Orientações do clínico para o cliente
2.1.1 Plano de curto prazo
Meios para o controle imediato do problema (causa da queixa);
Através do uso de medicamento para controlar a infecção;
Tratamento da água em grande escala para reduzir o estresse
ambiental e toxinas;
(NOGA, 2010) 7
2 Planos para o tratamento 2.1 Orientações do clínico para o cliente
2.1.2 Plano de longo prazo
Na grande maioria das vezes é o
plano mais efetivo;
Envolve recomendações para
melhoria na gestão do
estabelecimento o que irá prevenir
a recorrência da doenças;
(NOGA, 2010) 8
Produtor
Distribuidoras
Empacotamento
Transporte
Consumidor final Aquários
Varejo
Agenda
Introdução
Plano de tratamento a longo prazo
Plano de tratamento a curto prazo
Vias de administração de drogas
Medicamentos
9
Adquirir animais de locais confiáveis e que executem boas práticas de higiene e manipulação tanto de animais quanto esquipamentos;
CARDOSO, 2014
Conheço meus fornecedores?
2 Planos para o tratamento 2.1.2 Planos de longo prazo
10
Quarentena de animais antes de expor à venda;
Mortalidade de chegada de importação
Os animais passaram por um período de quarentena?
CARDOSO, 2015
2 Planos para o tratamento 2.1.2 Planos de longo prazo
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Animais de diferentes fornecedores juntos em um mesmo aquário
Os animais devem ser separados por fornecedor e preferencialmente por espécie;
O estabelecimento que comercializa peixes armazena os animais de maneira correta?
2 Planos para o tratamento 2.1.2 Planos de longo prazo
12 CARDOSO, 2014
Água de transporte ;
Condições de transporte do veículo de transporte;
Amônia;
Como seu fornecedor entrega os animais para o cliente?
Densidade de animais na embalagem;
2 Planos para o tratamento 2.1.2 Planos de longo prazo
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Passo 4 • Descarte a água de
origem e transfira os peixes para a nova caixa. • Aguarde de 5 a 10
minutos e transfira os peixes para seu aquário destino. • Cuidado com a
concentração de peixes para não faltar oxigênio.
Passo 3 • Meça a temperatura da
água de destino: use o Termômetro
• Se a temperatura de origem estiver com mais de 1,5 graus de diferença, ajuste a temperatura de origem antes de soltar os animais: use o método de flutuação
\ Passo 2 • Coloque água em uma
caixa própria: use água do reservatório
• Ajuste o pH ligeiramente ácido : use Reduvit
Passo 1 • Meça o pH da água de
origem: use o Teste de sua confiança • Meça Temperatura: use o
Termômetro
A metodologia empregada para soltar os animais está sendo bem feita?
2 Planos para o tratamento 2.1.2 Planos de longo prazo
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CARDOSO, 2016
Com que frequência é feito os testes para mensurar a qualidade de água?
Exemplo de tabela para registro de atividades feitas no aquário
Distribuidor de peixes ornamentais São Paulo
2 Planos para o tratamento 2.1.2 Planos de longo prazo
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Devem ser individuais para cada aquário ou bateria de aquários e devidamente identificada;
E higienizados no mínimo ao final de cada
expediente.
Equipamentos e utensílios?
Identificação de utensílios; Organização de maneira correta;
2 Planos para o tratamento 2.1.2 Planos de longo prazo
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Peixes doentes após serem alimentados por alimento vivo
O alimento que forneço apresenta algum risco?
2 Planos para o tratamento 2.1.2 Planos de longo prazo
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Agenda
Introdução
Plano de tratamento a longo prazo
Plano de tratamento a curto prazo
Vias de administração de drogas
Medicamentos
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3 Orientações para tratamento 3.1 Quando e como tratar
1) A identificação de certos patógenos nem sempre garante a resolução do problema *
Carassius auratus R$ 12,00
Pomacanthus imperator R$ 1100,00
(NOGA, 2010, CARDOSO, 2016)
Qual(is) é o(s) patógeno(s) envolvido(s)?
Existe medicamento disponível e eficaz contra o agente?
O tratamento pode deixar sequelas?
Vale a pena tratar?
Taxa de mortalidade da doença?
Certas doenças e o bem estar dos animais?
E as considerações legais?
* certos resultados às vezes são contraditórios e cabe ao clínico decidir o que é mais importante em certas circunstâncias.
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3 Orientações para tratamento 3.2 Peixes de água doce e peixes de água salgada
Carassius auratus
Amphiprion ocellaris
(NOGA, 2010)
2) As modalidades de tratamentos entre as espécies de peixes marinhos e de água doce geralmente são semelhantes.
Porém há diferenças significativas quando os medicamentos são utilizados
na água, principalmente na salgada.
Antibióticos tem efeito reduzido
Sulfato de Cobre/ Organofosforados
Aquários Reef
• Tetraciclinas
• Alta [ ] cátions divalentes
• Necessidade de aumentar dosagem para atingir efetividade
• Maioria dos medicamentos são tóxicos para os invertebrados
A farmacocinética varia bastante em peixes de água doce e salgada. Peixes teleósteos de água doce são hipertônicos em relação ao meio, regula a troca de íons principalmente pelas brânquias, quase não bebem água e reabsorvem todo os íons que podem pelos rins e a urina é bem diluída. Em peixes de água salgada a situação é oposta. 20
CARDOSO, 2015
3 Orientações para tratamento 3.3 Farmacologia em peixes
3) O uso apropriado de medicamentos não depende unicamente do conhecimento da patologia É necessário o conhecimento do agente farmacológico utilizado, as espécies em tratamento e as condições do ambiente.
Paracheirodon axelrodi
Ciclídeo Papagaio
(NOGA, 2010)
Maioria dos estudos de farmacologia são em peixes temperados
São poucos os estudos em peixes tropicais
A resposta de um medicamento entre um peixe e outro pode variar em condições ambientais semelhantes*.
Peixes jovens são muito menos tolerantes a certos medicamentos do que peixes adultos.
A disponibilidade do medicamento e a dinâmica de excreção pode variar entre peixes saudáveis e
doentes.
*Fatores a serem considerados espécie e idade.
21 CARDOSO, 2016
3 Orientações para tratamento 3.4 A absorção de drogas em função da via de administração
4) Diferente de animais terrestres, a via de administração de drogas em peixes é feita adicionando o medicamento diretamente na água. Essa forma de administração não é utilizada apenas para tratamento de ectoparasitas, mas também para doenças sistêmicas. Fatores a serem considerados quando administrar medicamentos na água:
(NOGA, 2010; CARDOSO, 2016)
Arowan
Superfície da pele do peixe
Vascularização das brânquias e a rápida absorção de medicamentos
Peixes de água salgada podem absorver mais medicamento
Peixes de água doce podem absorver menos
Meia vida de alguns medicamentos é mais curta na água
Administração de medicamento na água X Estabilidade do ambiente aquático
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3 Orientações para tratamento 3.4 Importância do médico veterinário no tratamento de peixes
É responsável por tomar decisões clínicas no que diz respeito à saúde dos peixes e se for preciso ministrar tratamentos, com o consentimento do proprietário quanto instruções prescritas;
Tem conhecimento suficiente para iniciar ao menos um tratamento geral ou um diagnóstico preliminar dos animais de acordo com os sinais clínicos;
*Conhecimento esse adquirido a partir da vivência prática no manejo, manutenção
e tratamento dos animais.
Deve acompanhar, avaliar e estar disponível em caso de reações adversas ou falha no tratamento;
(NOGA, 2010 CARDOSO, 2016) 23
Agenda
Introdução
Plano de tratamento a longo prazo
Plano de tratamento a curto prazo
Vias de administração de drogas
Medicamentos
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3 Orientações para tratamento 3.5 Vias de administração de drogas em peixes
As três principais vias de administração de drogas em peixes são:
3.5.1 Água; 3.5.2 Oral; 3.5.3 Injetável.
(CARDOSO, 2016) (KLINGER & FOYD, 2010)
Após qualquer terapia, sempre que possível, é necessário verificar se houve sucesso na resolução do caso*.
* Através de amostras representativas, fazendo raspado a fresco
na pele e brânquias dos peixes que foram diagnosticados e tratados.
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3.5 Vias de administração de drogas em peixes 3.5.1 Água
(NOGA, 2010)
A água é uma das vias de administração de medicamentos mais comuns em peixes.
Peixe ornamental sendo tratado em banho em baixo volume de água.
- Não estressa os peixes;
- Fácil administração
- Dosagem pouco precisa (baixa ou alta);
- Alguns medicamentos são instáveis;
- Requer dosagens repetidas ;
- É mais efetivo para agentes patogênicos que
acomete pele e brânquias;
- Os animais devem ser monitorados
constantemente ;
- Existem poucos estudos terapêuticos em
peixes ornamentais;
- Alguns medicamentos matam as bactérias
responsáveis pelo ciclo do Nitrogênio
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É o aquário usado com fins de aplicação de tratamento de peixes doentes;
É um aquário bastante básico, constituído basicamente de água, aquecedor e aeradores;
Ideal que seja aquários pequenos para diminuir custos com medicamento;
Utensílios utilizados devem ser individuais para esse aquário;
3.5.1 Administração via água Aquário hospital
Aquário hospital com o mínimo necessário
Aquário hospital com artificial
(CARDOSO, 2016)
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3.5.1 Administração via água Peixes em tratamento em aquário hospital
Tratamento com antibiótico
Tratamento com antibiótico
Tratamento com antiparasitário
(CARDOSO, 2016)
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3.5 Vias de administração de drogas 3.5.2 Oral
- Alguns peixes doentes dificilmente comem, tornando essa terapia inútil*.
(CARDOSO, 2016)
(NOGA, 2010)
A administração por via oral é uma das melhores vias de administração de medicamentos em peixes;
- Pouco estressante;
- Se absorvido pelo trato gastrointestinal pode ser bastante efetivo;
*Deixar os peixes sem se alimentarem por 12 a 24 horas pode aumentar a aceitabilidade do alimento com medicamento.
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3.5 Vias de administração de drogas 3.5.3 Injetável
Requer cuidados e habilidades
(NOGA, 2010) Injeção de medicamento por via intraperitonial Injeção de medicamento por via intramuscular
- Certeza da dose que está
sendo administrada;
- Estresse por ter que capturar o peixes e colocar fora d’Água; - Em peixes de aquário estresse por trazer os peixes até o clínico cada vez que precisa fazer aplicações, caso o proprietário não tenha habilidade;
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Agenda
Introdução
Plano de tratamento a longo prazo
Plano de tratamento a curto prazo
Vias de administração de drogas
Medicamentos
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4 Medicamentos para peixes 4.1 Medicamentos com registro no Mapa
http://www.agricultura.gov.br/animal/produtos-veterinarios
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4.1 Medicamentos com registro no MAPA 4.1.2 Antibióticos
Florfenicol - antibiótico de amplo espectro (gram-negativa e gram-positiva).
FF-50 – Fav do Brasil
AQUAFLOR® - MSD Saúde Animal
Terramicina (Oxytetraciclina) - antibiótico de amplo espectro (gram-negativa e gram-positiva).
TM® 700 – Phibro Animal Health Corporation
Sulfato de Neomicina* - antibiótico de amplo espectro, porém possui maior atuação sobre gram-negativas.
LABCON Bacter - Alcon
* exclusivo para peixes ornamentais. 33
Diflubenzuron – inibe a síntese de quitina e é altamente eficaz para tratamento de copépodes imaturos, pois impede a formação do exoesqueleto.
Difluron ® – Champion
Triclorfone - tais como Argulus sp., Ergasilus sp., Lernea sp. , Trichodinas , Dactylogyrus sp, Gyrodactylus sp. e diversos trematódeos.
Masoten ®– Bayer
4.1 Medicamentos com registro no MAPA 4.1.2 Antiparasitários
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Sulfato de cobre – principalmente protozoários ectoparasitas. CUIDADO !!! DIFERENÇAS NA DOSAGEM EM ÁGUA DOCE E SALGADA. TÓXICO PARA INVERTEBRADOS.
Verde de malaquita – protozoários ectoparasitas e fungos. Tóxico para tetras e peixes de couro. Atinge principalmente brânquias e fígado.
Azul de metileno – protozoários ectoparasitas, fungos, bactérias. Tóxico para filtragem biológica.
Formalina – efetivo no tratamento através de banhos em protozoários ectoparasitas e monogêneas.
* exclusivo para peixes ornamentais.
4.1 Medicamentos com registro no MAPA 4.1.2 Antiparasitários
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Acriflavina – ação fungicida contra Saprolegnia
Aqualife ® – Alcon
4.1 Medicamentos com registro no MAPA 4.1.2 Antifúngicos
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Homeopáticos
Fator Endecto Peixes Ornamentais ® – Arenales
Medicamento Homeopático Complementar para o Controle de Endo e Ectoparasitos em Peixes Ornamentais.
Fator Infecções Peixes ornamentais ® - Arenales
Medicamento Homeopático Complementar para Controle de Infecções em Peixes Ornamentais
4.3 Outros tratamentos 4.3.1 Homeopáticos
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Hiposalinidade para o controle de Cryptocaryon irritans;
4.3 Outros tratamentos 4.3.2 Outros
Banho de água doce para controle de alguns ectoparasitas de água salgada como Neobenedenia;
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Obrigado!!