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Manuel António Araújo da Cunha Machado
Otimização da operação de bombagempara poupança de energia num sistema deabastecimento de água
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Universidade do MinhoEscola de Engenharia
Outubro de 2012
Tese de MestradoCiclo de Estudos Integrados Conducentes aoGrau de Mestre em Engenharia Civil
Trabalho efetuado sob a orientação doProfessor Doutor José Manuel Pereira Vieira
Manuel António Araújo da Cunha Machado
Otimização da operação de bombagempara poupança de energia num sistema deabastecimento de água
Universidade do MinhoEscola de Engenharia
Índice geral
Agradecimentos ......................................................................................................................... iii
Resumo ....................................................................................................................................... v
Abstract ..................................................................................................................................... vii
Índice de texto ........................................................................................................................... ix
Índice de figuras ..................................................................................................................... xvii
Índice de quadros ................................................................................................................... xxiii
1. Capítulo 1 – Introdução ....................................................................................................... 1
2. Capítulo 2 – Estado de conhecimento ................................................................................. 5
3. Capítulo 3 – Descrição do sistema de bombagem – Caso de estudo ................................ 27
4. Capítulo 4 – Custos de energia de bombagem registados ................................................. 33
5. Capítulo 5 – Calibração de custos de energia de bombagem ............................................ 45
6. Capítulo 6 – Metodologia de otimização........................................................................... 59
7. Capítulo 7 – Discussão de resultados ................................................................................ 73
8. Capítulo 8 – Conclusões .................................................................................................. 141
Bibliografia ............................................................................................................................. 143
ii
iii
Agradecimentos
Em primeiro lugar gostaria de agradecer, de uma forma especial ao Professor José Manuel
Pereira Vieira, pelos seus conselhos, dedicação, conhecimentos transmitidos e a paciência
demonstrada ao longo desta Dissertação.
Um agradecimento à empresa Águas do Noroeste, S.A., pela total disponibilidade
demonstrada desde o primeiro dia, em particular ao Engenheiro Ricardo Ferreira pela sua
incansável ajuda.
Um agradecimento especial ao Francisco pela ajuda crucial e incansável prestada na parte
informática, o meu muito obrigado.
Aos meus pais, pelo suporte, amor, dedicação, motivação, confiança depositada e por tudo o
que me ensinaram o meu muito obrigado.
A toda a minha família, mas em especial à minha tia Isabel, ao meu tio José e ao meu primo
André que se demonstraram sempre preocupados e interessados.
À Marisa e à Diana pois estiveram sempre presentes para me ajudar, motivar, corrigir mas
sobretudo por toda a amizade ao longo dos anos, o meu muito obrigado.
À Patrícia pela ajuda, disponibilidade, conselhos dados, paciência, amizade e pelo incansável
apoio prestado.
Ao Hélder pela excelente companhia e apoio.
Lembro também todos os amigos que iniciaram há cinco anos este difícil percurso, uns
ficaram para trás, outros acompanharam até ao fim, como a Cláudia, o António, o Bernardo e
o Mário.
Por último, a todas as pessoas cujo nome não é mencionado, mas que estão presentes na
minha vida.
iv
v
Resumo
Os órgãos de bombagem presentes nos sistemas de abastecimento de água consomem
elevadas quantidades de energia, acarretando para as empresas responsáveis pelo
abastecimento de água elevados custos. Por forma a combater esses mesmos custos, surgiu a
necessidade de criar metodologias de bombagem que permitissem a uma redução destes.
A presente Dissertação engloba o tratamento de dados respetivos ao ano de 2011, referentes
ao caso de estudo disponibilizado pela empresa Águas do Noroeste, S.A., que abrange a
estação elevatória de Casais e o reservatório de Senhora das Neves. Este tratamento inclui
cálculos dos respetivos custo e valores de energia por esta despendida.
Posteriormente ao cálculo e tratamento das variáveis necessárias, procedeu-se à construção de
uma metodologia de otimização, recorrendo a um algoritmo genérico em linguagem Java.
Seguidamente, escolheu-se doze cenários para simular na referida metodologia.
A metodologia de otimização executada foi avaliada com recurso a doze cenários de estudo.
No primeiro cenário comparou-se a situação real com os resultados da metodologia, sendo
possível reduzir custos de consumo de energia para uma amostra de 25 dias significativos do
funcionamento anual da estação elevatória. Nos cenários dois a cinco aplicou-se uma
diminuição de volume mínimo de 35%, 35% com volume final de 65%, 30% e 25%
verificando-se quais as variações ao nível de custos que sucederam. No cenário seis testou-se
um cenário de segurança, impondo como volume mínimo de 50%, com o intuito de se
verificar a existência de flutuações elevadas ao nível dos custos. No cenário sete e oito
efetuou-se a paragem de uma das células para limpeza, diminuindo o volume total de reserva
para metade, para averiguar quais os dias que obtêm o menor custo possível com esta
paragem. No cenário nove e dez simulou-se uma semana integral no inverno com variações de
volume mínimo de 40% e 35%, respetivamente, e no cenário onze e doze simulou-se uma
semana integral no verão com variações de volume mínimo de 40% e 35%, respetivamente.
Palavras-chave: otimização, bombas, sistema de abastecimento de água, operação de
bombagem.
vi
vii
Abstract
The pumping organ present in the water supply systems consumes large amounts of energy,
which leads to high costs for the companies responsible for water supply. In order to combat
these costs, the need arose to create pumping methodologies that allow a reduction thereof.
This Dissertation include the processing of data respective to the year 2011, for the case study
posted by the Águas do Noroeste, S.A., which covers the pumping station of Casais and the
reservoir of Senhora das Neves. This treatment includes calculations of the respective values
of cost and energy expended by this.
Later, the calculation and processing of necessary variables proceeded to the construct of a
methodology for optimization using a genetic algorithm in Java. After that, was chosen twelve
different scenarios to simulate this methodology.
The optimization methodology performed was evaluated using a study of twelve scenarios. In
the first scenario was compared the actual situation with the results of the methodology. It is
possible to reduce energy consumption costs for a sample of 25 days significant annual
operating the lifting station.
In scenarios two to five was applied a volume decrease of at least 35%, 35% with final
volume of 65%, 30% and 25% verifying which changes of the level of costs were succeeded.
In scenario six was tested a security scenario, imposing as minimum volume 50% in order to
verify the existence of fluctuations at high costs. In scenario seven and eight was made a stop
of one of the cells for cleaning, reducing the total volume of reserves in half to determine
which days we can get the lowest possible cost with this stop. In scenario nine and ten was
simulated one integral week in winter with volume variations of 40% and 35% respectively,
and at the scenario eleven and twelve was simulated one integral week in summer with
variations in minimum volume of 40% and 35% respectively.
Keywords: optimization, pumps, water supply system, pumping operation.
viii
ix
Índice de texto
1. Capítulo 1 - Introdução ........................................................................................................ 1
1.1 Introdução ....................................................................................................................... 1
1.2 Objetivos ......................................................................................................................... 2
1.3 Organização da Dissertação ............................................................................................ 2
2. Capítulo 2 – Estado de Conhecimento ................................................................................ 5
2.1 Relação água/energia em sistemas de abastecimento de água ........................................ 5
2.1.1 Custos de investimento ................................................................................................... 6
2.1.2 Aproveitamento de energia disponível nos sistemas de abastecimento de água ............ 7
2.1.3 Perdas e fugas de água .................................................................................................. 11
2.2 Custos de energia em sistemas de abastecimento de água/bombagem ......................... 14
2.3 Técnicas de otimização aplicadas a sistemas de abastecimento de água ...................... 15
2.3.1 Programação linear ....................................................................................................... 16
2.3.2 Programação não linear ................................................................................................ 17
2.3.3 Programação dinâmica .................................................................................................. 18
2.3.4 Métodos heurísticos ...................................................................................................... 19
2.3.5 Redes neuronais artificiais ............................................................................................ 23
3. Capítulo 3 - Descrição do sistema de bombagem – Caso de estudo ................................. 27
3.1 Introdução ..................................................................................................................... 27
x
3.2 Águas do Noroeste ........................................................................................................ 27
3.3 Caso de estudo .............................................................................................................. 28
3.3.1 Estação elevatória de Casais ......................................................................................... 28
3.3.2 Reservatório de Senhora das Neves .............................................................................. 30
4. Capítulo 4 - Custos de energia de bombagem registados .................................................. 33
4.1 Estrutura de preços de energia elétrica ......................................................................... 33
4.1.1 Horas de ponta .............................................................................................................. 34
4.1.2 Horas de cheia ............................................................................................................... 34
4.1.3 Horas de vazio normal .................................................................................................. 34
4.1.4 Horas de super vazio ..................................................................................................... 35
4.1.5 Preço por período diário ............................................................................................... 35
4.2 Funcionamento do sistema de bombagem .................................................................... 37
4.2.1 Caudal instantâneo ........................................................................................................ 38
4.2.2 Potência instantânea ...................................................................................................... 40
4.2.3 Nível de água nas células do reservatório de Senhora das Neves ................................ 41
4.2.4 Energia consumida pela empresa ao longo do ano de 2011 ......................................... 43
4.2.5 Custos consumida pela empresa ao longo do ano de 2011 ........................................... 43
5. Capítulo 5 - Calibração de custos de energia de bombagem ............................................. 45
5.1 Volume de água elevado pela estação elevatória de Casais a cada intervalo de 5
minutos ..................................................................................................................................... 45
xi
5.2 Volume de água armazenado no reservatório de Senhora das Neves........................... 46
5.3 Volume de saída do reservatório de Senhora das Neves .............................................. 48
5.4 Energia .......................................................................................................................... 49
5.5 Custos ........................................................................................................................... 50
5.6 Comparação dos resultados obtidos com os valores da empresa.................................. 52
5.6.1 Energia .......................................................................................................................... 52
5.6.2 Custos mensais e anuais ................................................................................................ 56
6. Capítulo 6 - Metodologia de otimização ........................................................................... 59
6.1 Rede neuronal artificial ................................................................................................. 59
6.1.1 Camadas ........................................................................................................................ 60
6.1.2 Função de ativação ....................................................................................................... 60
6.1.3 Treino da rede neuronal artificial ................................................................................. 61
6.1.4 Modelo de treino da rede neuronal artificial ................................................................. 61
6.1.5 Resultados obtidos ........................................................................................................ 62
6.2 Algoritmo genérico usando linguagem Java ................................................................. 63
6.2.1 Valores constantes do algoritmo de otimização ........................................................... 63
6.2.2 Dados de entrada do algoritmo de otimização .............................................................. 64
6.2.3 Restrições do algoritmo de otimização ......................................................................... 66
6.2.4 Dados de saída do algoritmo de otimização ................................................................. 67
6.3 Representação da metodologia de otimização .............................................................. 68
6.4 Cenários estudados ....................................................................................................... 68
xii
6.4.1 Cenário um .................................................................................................................... 68
6.4.2 Cenário dois .................................................................................................................. 69
6.4.3 Cenário três ................................................................................................................... 69
6.4.4 Cenário quatro .............................................................................................................. 69
6.4.5 Cenário cinco ................................................................................................................ 69
6.4.6 Cenário seis ................................................................................................................... 70
6.4.7 Cenário sete .................................................................................................................. 70
6.4.8 Cenário oito .................................................................................................................. 70
6.4.9 Cenário nove ................................................................................................................. 70
6.4.10 Cenário dez ................................................................................................................... 71
6.4.11 Cenário onze ................................................................................................................. 71
6.4.12 Cenário doze ................................................................................................................. 71
7. Capítulo 7 - Discussão de resultados ................................................................................. 73
7.1 Cenário um .................................................................................................................... 74
7.1.1 Semana no inverno ....................................................................................................... 74
7.1.2 Semana no verão ........................................................................................................... 78
7.1.3 Sábados no inverno ....................................................................................................... 79
7.1.4 Sábados no verão .......................................................................................................... 80
7.1.5 Domingos e feriados ..................................................................................................... 81
7.1.6 Análise de resultados .................................................................................................... 82
xiii
7.2 Cenário dois .................................................................................................................. 82
7.2.1 Semana no inverno ....................................................................................................... 82
7.2.2 Semana no verão ........................................................................................................... 85
7.2.3 Sábado no inverno ........................................................................................................ 87
7.2.4 Sábados no verão .......................................................................................................... 88
7.2.5 Domingos e feriados ..................................................................................................... 89
7.2.6 Análise de resultados .................................................................................................... 90
7.3 Cenário três ................................................................................................................... 91
7.3.1 Semana no inverno ....................................................................................................... 91
7.3.2 Semana no verão ........................................................................................................... 94
7.3.3 Sábados no inverno ....................................................................................................... 95
7.3.4 Sábados no verão .......................................................................................................... 96
7.3.5 Domingos e feriados ..................................................................................................... 97
7.3.6 Análise de resultados .................................................................................................... 98
7.4 Cenário quatro .............................................................................................................. 99
7.4.1 Semana no inverno ....................................................................................................... 99
7.4.2 Semana no verão ......................................................................................................... 102
7.4.3 Sábados no inverno ..................................................................................................... 103
7.4.4 Sábados no verão ........................................................................................................ 104
7.4.5 Domingos e feriados ................................................................................................... 105
7.4.6 Análise de resultados .................................................................................................. 106
7.5 Cenário cinco .............................................................................................................. 107
xiv
7.5.1 Semana no inverno ..................................................................................................... 108
7.5.2 Semana no verão ......................................................................................................... 110
7.5.3 Sábados no inverno ..................................................................................................... 111
7.5.4 Sábados no verão ........................................................................................................ 112
7.5.5 Domingos e feriados ................................................................................................... 113
7.5.6 Análise de resultados .................................................................................................. 114
7.6 Cenário seis ................................................................................................................. 115
7.6.1 Semana no inverno ..................................................................................................... 116
7.6.2 Semana no verão ......................................................................................................... 118
7.6.3 Sábados no inverno ..................................................................................................... 119
7.6.4 Sábados no verão ........................................................................................................ 120
7.6.5 Domingos e feriados ................................................................................................... 121
7.6.6 Análise de resultados .................................................................................................. 122
7.7 Cenário sete ................................................................................................................ 123
7.7.1 Análise dos resultados obtidos .................................................................................... 124
7.8 Cenário oito ................................................................................................................ 126
7.8.1 Análise dos resultados obtidos .................................................................................... 126
7.8.2 Comparação dos resultados obtidos no cenário número sete e número oito .............. 128
7.9 Cenário nove ............................................................................................................... 129
7.9.1 Resultados obtidos ...................................................................................................... 130
7.10 Cenário dez ................................................................................................................. 131
7.10.1 Resultados obtidos ...................................................................................................... 131
xv
7.10.2 Comparação dos resultados obtidos no cenário número nove e número dez ............. 133
7.11 Cenário onze ............................................................................................................... 134
7.11.1 Resultados obtidos ...................................................................................................... 135
7.12 Cenário doze ............................................................................................................... 136
7.12.1 Resultados obtidos ...................................................................................................... 136
7.12.2 Comparação dos resultados obtidos no cenário número onze e número doze ........... 138
8. Capítulo 8 - Conclusões .................................................................................................. 141
8.1 Conclusões .................................................................................................................. 141
8.2 Sugestões para trabalhos futuros ................................................................................ 142
9. Bibliografia ...................................................................................................................... 143
xvi
xvii
Índice de figuras
Figura 1 – Representação dos preços de energia para os dias semanais no inverno para o
contrato de fornecimento de energia à empresa Águas do Noroeste, S.A., em 2011. .............. 15
Figura 2- Esquema de funcionamento da estação elevatória de Casais ................................... 29
Figura 3 - Grupos de bombagem da estação elevatória de Casais............................................ 29
Figura 4 - Percentagem de consumo energético por equipamento na estação elevatória de
Casais desde Junho de 2010 a Junho de 2011. ......................................................................... 30
Figura 5 - Exterior do reservatório de Senhora das Neves. ...................................................... 31
Figura 6- Representação dos preços energéticos para os períodos semanais no Inverno. ........ 36
Figura 7 - Representação dos preços energéticos para os períodos semanais no Verão. ......... 36
Figura 8 - Representação dos preços energéticos para os Sábados no Inverno. ....................... 36
Figura 9 - Representação dos preços energéticos para os Sábados no Verão. ......................... 37
Figura 10 - Representação dos preços energéticos para os Domingos e Feriados. .................. 37
Figura 11 - Caudal instantâneo elevado pela estação elevatória de Casais. ............................. 39
Figura 12 - Nível médio de água na célula número um ao longo do dia 2 de Janeiro de 2011.
.................................................................................................................................................. 42
Figura 13 - Nível médio de água na célula número dois ao longo do dia 2 de Janeiro de 2011.
.................................................................................................................................................. 42
Figura 14 - Valores de energia consumida em horário de ponta gastos na Estação Elevatória
de Casais ao longo do ano de 2011........................................................................................... 54
Figura 15 - Valores de energia consumida em horário de cheia gastos na Estação Elevatória de
Casais ao longo do ano de 2011. .............................................................................................. 54
Figura 16 - Valores de energia consumida em horário de vazio normal gastos na Estação
Elevatória de Casais ao longo do ano de 2011. ........................................................................ 55
Figura 17 - Valores de energia consumida em horário de super vazio gastos na Estação
Elevatória de Casais ao longo do ano de 2011. ........................................................................ 55
Figura 18 - Custos calculados e faturados pela empresa Águas do Noroeste, S.A., referentes à
estação elevatória de Casais. ................................................................................................... 56
xviii
Figura 19 - Representação do esquema da metodologia de otimização. .................................. 68
Figura 20 - Variação do volume real (azul) e do otimizado (vermelho) no reservatório. ........ 75
Figura 21 - Variação do custo real (azul) e otimizado (vermelho) gasto através da elevação de
água. .......................................................................................................................................... 75
Figura 22 – Períodos de operação bombagem para a situação real (azul) e para a otimizada
(vermelho). ............................................................................................................................... 75
Figura 23 - Custos reais e otimizados verificados no dia 5 de janeiro de 2011. ...................... 76
Figura 24 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais de inverno. ............................................................................ 77
Figura 25 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais de verão. ............................................................................... 78
Figura 26 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no inverno. ..................................................................................... 79
Figura 27 - Comparação de valores de custos reais e de otimização, por intervalo de horário
energético, realizadas para os sábados no verão....................................................................... 80
Figura 28 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os domingos e feriados. ................................................................................... 81
Figura 29 - Variação do volume real (azul) e do otimizado (vermelho) no reservatório. ........ 83
Figura 30 - Variação do custo real (azul) e otimizado (vermelho) gasto através da elevação de
água. .......................................................................................................................................... 83
Figura 31 - Períodos de operação bombagem para a situação real (azul) e para a otimizada
(vermelho). ............................................................................................................................... 83
Figura 32 - Custos reais e otimizados verificados no dia 5 de janeiro de 2011 para um volume
mínimo de 35%. ........................................................................................................................ 84
Figura 33 – Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais no inverno, com um volume mínimo de 35%. ..................... 85
Figura 34 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais no verão, com um volume mínimo de 35%. ........................ 86
Figura 35 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no inverno, com um volume mínimo de 35%. .............................. 88
xix
Figura 36 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no verão, com um volume mínimo de 35%. .................................. 89
Figura 37 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os domingos e feriados, com um volume mínimo de 35%. ............................. 90
Figura 38 - Variação do volume real (azul) e do otimizado (vermelho) no reservatório. ........ 92
Figura 39 - Variação do custo real (azul) e otimizado (vermelho) gasto através da elevação de
água. .......................................................................................................................................... 92
Figura 40 - Períodos de operação bombagem para a situação real (azul) e para a otimizada
(vermelho). ............................................................................................................................... 93
Figura 41 - Custos reais e otimizados verificados no dia 5 de janeiro de 2011 para um volume
mínimo de 35% e um volume final de 65%. ............................................................................ 93
Figura 42 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais no verão, com um volume mínimo de 35% e volume final de
65%. .......................................................................................................................................... 94
Figura 43 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais no verão, com um volume mínimo de 35% e volume final de
65%. .......................................................................................................................................... 95
Figura 44 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no inverno, com um volume mínimo de 35% e volume final de
65%. .......................................................................................................................................... 96
Figura 45 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no verão, com um volume mínimo de 35% e volume final de 65%.
.................................................................................................................................................. 97
Figura 46 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os domingos e feriados, com um volume mínimo de 35% e volume final de
65%. .......................................................................................................................................... 98
Figura 47 - Variação do volume real (azul) e do otimizado (vermelho) no reservatório. ...... 100
Figura 48 - Variação do custo real (azul) e otimizado (vermelho) gasto através da elevação de
água. ........................................................................................................................................ 100
Figura 49 - Períodos de operação bombagem para a situação real (azul) e para a otimizada
(vermelho). ............................................................................................................................. 101
xx
Figura 50 - Custos reais e otimizados verificados no dia 5 de janeiro de 2011 para um volume
mínimo de 30%. ...................................................................................................................... 101
Figura 51 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais no inverno, com um volume mínimo de 30%. ................... 102
Figura 52 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais no verão, com um volume mínimo de 30%. ...................... 103
Figura 53 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no inverno, com um volume mínimo de 30%. ............................ 104
Figura 54 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no verão, com um volume mínimo de 30%. ................................ 105
Figura 55 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os domingos e feriados, com um volume mínimo de 30%. ........................... 106
Figura 56 - Variação do volume real (azul) e do otimizado (vermelho) no reservatório. ...... 108
Figura 57 - Variação do custo real (azul) e otimizado (vermelho) gasto através da elevação de
água. ........................................................................................................................................ 108
Figura 58 - Períodos de operação bombagem para a situação real (azul) e para a otimizada
(vermelho). ............................................................................................................................. 109
Figura 59 - Custos reais e otimizados verificados no dia 5 de janeiro de 2011 para um volume
mínimo de 25%. ...................................................................................................................... 109
Figura 60 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais no inverno, com um volume mínimo de 25%. ................... 110
Figura 61 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais no verão, com um volume mínimo de 25%. ...................... 111
Figura 62 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no inverno, com um volume mínimo de 25%. ............................ 112
Figura 63 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no verão, com um volume mínimo de 25%. ................................ 113
Figura 64 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os domingos e feriados, com um volume mínimo de 25%. ........................... 114
Figura 65 - Variação do volume real (azul) e do otimizado (vermelho) no reservatório. ...... 116
xxi
Figura 66 - Variação do custo real (azul) e otimizado (vermelho) gasto através da elevação de
água. ........................................................................................................................................ 116
Figura 67 - Períodos de operação bombagem para a situação real (azul) e para a otimizada
(vermelho). ............................................................................................................................. 117
Figura 68 - Custos reais e otimizados verificados no dia 9 de dezembro de 2011. ................ 117
Figura 69 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para dias semanais no inverno, com um volume mínimo de 50%. ....................... 118
Figura 70 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para dias semanais no verão, com um volume mínimo de 50%. ........................... 119
Figura 71 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no inverno com um volume mínimo de 50%. ............................. 120
Figura 72 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no verão, com um volume mínimo de 50%. ................................ 121
Figura 73 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para domingos e feriados, com um volume mínimo de 50%. ............................... 122
Figura 74 - Variação do volume real (azul) para a situação real, e do otimizado (vermelho)
para a paragem de uma das células para limpeza, no reservatório. ........................................ 125
Figura 75 - Períodos de operação bombagem para a situação real (azul) e para a otimizada
(vermelho). ............................................................................................................................. 125
Figura 76 - Custos de otimização, por intervalo de horário energético, para o dia selecionado
no inverno, com um volume mínimo de 40%. ....................................................................... 126
Figura 77 - Custos de otimização, por intervalo de horário energético, para o dia selecionado
no inverno, com um volume mínimo de 20%. ....................................................................... 127
Figura 78 - Períodos de operação bombagem para a situação real (azul) e para a otimizada
(vermelho). ............................................................................................................................. 128
Figura 79 - Custos de otimização, por intervalo de horário energético, para o dia selecionado
no inverno, com um volume mínimo de 20%. ....................................................................... 128
Figura 80 - Custos separados pelos respetivos intervalos de horário energético, para o dia 5 de
janeiro, obtidos no cenário sete (azul) e no cenário oito (vermelho). .................................... 129
Figura 81 – Representação dos custos totais, em horas de ponta, cheia, vazio normal e super
vazio, obtidos pela empresa com um volume mínimo de 40%. ............................................. 130
xxii
Figura 82 - Representação dos custos totais, em horas de ponta, cheia, vazio normal e super
vazio, obtidos pela metodologia de otimização com um volume mínimo de 40%. ............... 130
Figura 83 – Representação dos custos totais obtidos para cada dia estudado, pela empresa
(azul) e pela metodologia de otimização (vermelho), ambas para um volume mínimo de 40%.
................................................................................................................................................ 131
Figura 84 - Representação dos custos totais, em horas de ponta, cheia, vazio normal e super
vazio, obtidos pela empresa com um volume mínimo de 40%. ............................................. 132
Figura 85 - Representação dos custos totais, em horas de ponta, cheia, vazio normal e super
vazio, obtidos pela metodologia de otimização com um volume mínimo de 35%. ............... 132
Figura 86 - Representação dos custos totais obtidos para cada dia estudado, pela empresa
(azul) com um volume mínimo de 40% e pela metodologia de otimização (vermelho com um
volume mínimo de 35%. ......................................................................................................... 133
Figura 87 - Representação dos custos totais obtidos na metodologia de otimização para cada
dia estudado, com um volume mínimo de 40% (azul) e volume mínimo de 35% (vermelho).
................................................................................................................................................ 134
Figura 88 - Representação dos custos totais, em horas de ponta, cheia, vazio normal e super
vazio, obtidos pela empresa com um volume mínimo de 40%. ............................................. 135
Figura 89 - Representação dos custos totais, em horas de ponta, cheia, vazio normal e super
vazio, obtidos pela metodologia de otimização com um volume mínimo de 40%. ............... 135
Figura 90 - Representação dos custos totais obtidos para cada dia estudado, pela empresa
(azul) e pela metodologia de otimização (vermelho), ambas para um volume mínimo de 40%.
................................................................................................................................................ 136
Figura 91 - Representação dos custos totais, em horas de ponta, cheia, vazio normal e super
vazio, obtidos pela empresa com um volume mínimo de 40%. ............................................. 137
Figura 92 - Representação dos custos totais, em horas de ponta, cheia, vazio normal e super
vazio, obtidos pela metodologia de otimização com um volume mínimo de 35%. ............... 137
Figura 93 - Representação dos custos totais obtidos para cada dia estudado, pela empresa
(azul) com um volume mínimo de 40% e pela metodologia de otimização (vermelho com um
volume mínimo de 35%. ......................................................................................................... 138
Figura 94 - Representação dos custos totais obtidos na metodologia de otimização para cada
dia estudado, com um volume mínimo de 40% (azul) e volume mínimo de 35% (vermelho).
................................................................................................................................................ 139
xxiii
Índice de quadros
Quadro 1 – Caudal instantâneo elevado pela estação elevatória de Casais. ............................. 38
Quadro 2 - Caudal instantâneo elevado no período de repouso dos órgãos de bombagem para
o dia 2 de Janeiro de 2011 entre as oito e as nove horas. ......................................................... 39
Quadro 3 - Potência instantânea medida na estação, para o dia 2 de Janeiro de 2011 entre as
dez e as onze horas. .................................................................................................................. 40
Quadro 4 - Nível do Reservatório de Senhora das Neves, por célula. ..................................... 41
Quadro 5 - Energia faturada pela empresa Águas do Noroeste, S.A........................................ 43
Quadro 6 - Custos faturados pela empresa Águas do Noroeste, S.A.. ..................................... 44
Quadro 7- Volume de água elevado em m³. ............................................................................. 46
Quadro 8 - Volume armazenado no Reservatório de Senhora das Neves em m³. .................... 48
Quadro 9 – Volume de saída do reservatório de Senhora das Neves. ...................................... 49
Quadro 10 - Energia despendida pela elevação da água para o reservatório de Senhora das
Neves. ....................................................................................................................................... 50
Quadro 11 - Custos associados aos órgãos de bombagem da estação elevatória de Casais. .... 51
Quadro 12 - Custos associados aos órgãos de bombagem da estação elevatória de Casais. .... 52
Quadro 13 - Valores de energia calculados e divididos pelo respetivo horário energético por
mês para o ano de 2011. ........................................................................................................... 53
Quadro 14 - Valores de energia faturados e divididos pelo respetivo horário energético por
mês para o ano de 2011. ........................................................................................................... 53
Quadro 15 - Custos calculados e faturados pela empresa Águas do Noroeste, S.A., referentes à
estação elevatória de Casais. .................................................................................................... 56
Quadro 16 – Número de ciclos para cada intervalo de horário energético............................... 64
Quadro 17 - Intervalos de cada horário energético e respetivo grau. ....................................... 65
Quadro 18 - Volume de saída do reservatório de Senhora das Neves por ciclo....................... 66
Quadro 19 – Apresentação e descrição dos cenários estudados ao longo da Dissertação. ....... 74
xxiv
Quadro 20 - Comparação de valores de custos e de volume final, reais e de otimização,
realizadas para os dias semanais de inverno. ............................................................................ 77
Quadro 21 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias
semanais de verão. .................................................................................................................... 78
Quadro 22 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
sábados no inverno. .................................................................................................................. 79
Quadro 23 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
sábados no verão. ...................................................................................................................... 80
Quadro 24 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
domingos e feriados. ................................................................................................................. 81
Quadro 25 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias
semanais no inverno. ................................................................................................................ 85
Quadro 26 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias
semanais no verão. .................................................................................................................... 86
Quadro 27 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
sábados no inverno. .................................................................................................................. 87
Quadro 28 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
sábados no verão. ...................................................................................................................... 88
Quadro 29 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
domingos e feriados. ................................................................................................................. 89
Quadro 30 - Comparação das percentagens de otimização de custos obtidas pela metodologia
de otimização, para o cenário um e dois. .................................................................................. 91
Quadro 31 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias
semanais no inverno. ................................................................................................................ 94
Quadro 32 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias
semanais no verão ..................................................................................................................... 95
Quadro 33 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
sábados no inverno. .................................................................................................................. 96
Quadro 34 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
sábados no verão. ...................................................................................................................... 97
xxv
Quadro 35 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
domingos e feriados. ................................................................................................................. 98
Quadro 36 - Comparação das percentagens de otimização de custos obtidas pela metodologia
de otimização, para o cenário dois e três. ................................................................................. 99
Quadro 37 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias
semanais no inverno. .............................................................................................................. 102
Quadro 38 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias
semanais no verão. .................................................................................................................. 103
Quadro 39 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
sábados no inverno. ................................................................................................................ 104
Quadro 40 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
sábados no verão. .................................................................................................................... 105
Quadro 41 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
domingos e feriados. ............................................................................................................... 106
Quadro 42 - Comparação das percentagens de otimização de custos obtidas pela metodologia
de otimização, para os cenários um, dois e quatro. ................................................................ 107
Quadro 43 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias
semanais no inverno. .............................................................................................................. 110
Quadro 44 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias
semanais no verão. .................................................................................................................. 111
Quadro 45 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
sábados no inverno. ................................................................................................................ 112
Quadro 46 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
sábados no verão. .................................................................................................................... 113
Quadro 47 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
domingos e feriados. ............................................................................................................... 114
Quadro 48 - Comparação das percentagens de otimização de custos obtidas pela metodologia
de otimização para o cenário um, dois, quatro e cinco. .......................................................... 115
Quadro 49 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias
semanais no inverno. .............................................................................................................. 118
xxvi
Quadro 50 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias
semanais no verão. .................................................................................................................. 119
Quadro 51 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
sábados no inverno. ................................................................................................................ 120
Quadro 52 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
sábados no verão. .................................................................................................................... 121
Quadro 53 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os
domingos e feriados. ............................................................................................................... 122
Quadro 54 - Comparação das percentagens de otimização de custos obtidas pela metodologia
de otimização, para o cenário um, dois, quatro, cinco e seis. ................................................. 123
Quadro 55 – Comparação de valores de volume reais e de otimização obtidos com a paragem
de uma das células, e o respetivo custo de otimização com um volume mínimo de 40%. .... 124
Quadro 56 - Comparação de valores de volume reais e de otimização obtidos com a paragem
de uma das células, e o respetivo custo de otimização com um volume mínimo de 20%. .... 127
1. Capítulo 1
Introdução
1.1 Introdução
Os sistemas de abastecimento de água representam um papel essencial no desenvolvimento
social, económico e ambiental da sociedade, sendo uma das obras civis de maior relevância a
nível mundial.
Segundo (Cunha, 2009), entende-se por sistema de abastecimento de água, o conjunto de
infra-estruturas e serviços voltados para a satisfação das necessidades das comunidades, para
fins de consumo doméstico, publico e industrial. Os consumos de água têm aumentado a
nivel mundial devido ao aumento populacional, desenvolvimento industrial e agricola,
melhoria das condições económicas e aquecimento global, levando a uma escassez das fontes
de água existentes.
Ao nivel dos sistemas de abastecimento de água, os orgãos de bombagem assumem um
elevado grau de importância pois, devido ao consumo de energia e consequente custo que lhe
está associado. Para fazer face a estes custos, as empresas responsáveis pelos sistemas de
abastecimento de água sentem necessidade de criar politicas de bombagem que se traduzam
na diminuição dos custos associados, aproveitando a flexibilidade de preços de energia
elétrica praticados ao longo do dia e a capacidade de reserva existente no sistema de
abastecimento de água (Feldman, 2009).
Para tal, propõe-se com esta Dissertação o desenvolvimento de uma nova metodologia que
permita proceder à otimização dos órgãos de uma estação de elevação de água, conciliando a
variação de preços de energia existentes ao longo do dia, a capacidade de armazenamento de
água, os consumos populacionais a jusante da estação e a capacidade de elevação dos órgãos
da mesma.
Introdução
2
1.2 Objetivos
Para um funcionamento otimizado dos órgãos de bombagem de uma estação elevatória, é
imprescindível a análise criteriosa dos constituintes do sistema, dos consumos populacionais a
jusante do reservatório e um estudo detalhado sobre a flutuação dos preços de energia em
vigor.
Com a realização deste trabalho pretende-se alcançar, de forma faseada cinco objetivos gerais:
Revisão bibliográfica sobre os trabalhos já desenvolvidos na área da otimização de
órgãos de bombagem em sistemas de abastecimento de água;
Elaboração de uma análise detalhada entre o comportamento dos órgãos de bombagem
da estação selecionada, a análise dos consumos a jusante da mesma e os preços de
energia ao longo do dia;
Construção de uma metodologia de otimização com o intuito de reduzir os custos
associados à elevação de água por parte dos órgãos de bombagem;
Aplicação da metodologia de otimização a um caso de estudo. O caso de estudo
selecionado foi a estação elevatória de Casais e o reservatório de Senhora das Neves.
Foram considerados os níveis de água, volume e caudais de saída no reservatório,
valores de potência, energia, custos e caudal elevado na estação elevatória.
Comparação dos resultados obtidos no modelo de otimização desenvolvido, com os
custos reais de operação da estação elevatória.
1.3 Organização da Dissertação
O presente trabalho encontra-se organizado em oito capítulos.
O primeiro capítulo aponta a otimização de sistemas de abastecimento de água, em especial
voltada para os órgãos de bombagem. Além da introdução ao tema em estudo, são referidos os
objetivos propostos e é feita uma breve descrição dos capítulos abordados.
O segundo capítulo introduz a primeira aproximação ao tema e aos elementos que compõem a
presente Dissertação. O estado de conhecimento ilustra os vários estudos e particularidades
sobre trabalhos e observações tiradas antes e durante a realização da Dissertação, quer seja em
trabalhos de investigação como em aplicações práticas elaboradas.
Capítulo 1
3
O terceiro capítulo apresenta a área a estudar e as suas particularidades, que serão
desenvolvidas ao longo da Dissertação. Esta é constituída pela estação elevatória de Casais e
reservatório de Senhora das Neves, pertencentes a empresa Águas do Noroeste, S.A..
O quarto capítulo expõe-se os preços de fornecimento de energia elétrica à empresa Águas do
Noroeste, S.A., por parte da entidade responsável pela distribuição de energia elétrica. Ainda
para o mesmo capítulo são apresentados todos os dados facultados pela empresa.
No quinto capítulo são descritos e expostos todos os cálculos efetuados para a obtenção dos
seguintes dados: o volume de água elevado pela estação elevatória de Casais a cada intervalo
de 5 minutos, o volume armazenado no reservatório de Senhora das Neves, o volume de saída
do reservatório de Senhora das Neves, cálculo da energia consumida pela estação elevatória
(energia em horas de: ponta, cheia, vazio normal e super vazio) e o cálculo dos custos (custos:
diário, mensal, anual, horas de ponta, horas de cheia, horas de vazio normal e horas de super
vazio).
O sexto capítulo descreve a metodologia de otimização adotada para a realização da
Dissertação. Na primeira fase é descrita a construção e as particularidades da rede neuronal
artificial construída com recurso à linguagem java. Seguidamente, após a falha verificada na
obtenção de resultados otimizados por parte da rede neuronal, é apresentado o algoritmo de
otimização construído recorrendo à mesma linguagem utilizada para a rede. Na parte final do
capítulo seis são apresentados os doze cenários a estudar.
O sétimo capítulo apresenta a comparação dos resultados obtidos na metodologia de
otimização, nos doze cenários estudados, com os valores obtidos na situação real. Os
resultados comparam os seguintes dados: a variação de volume ao longo do dia, custo total no
final do dia e o custo dividido pelos diferentes intervalos de horário energético existente ao
longo do dia.
Por fim, o último capítulo anuncia as conclusões retiradas na presente Dissertação,
apontando-se aspetos e temas que merecem análise e desenvolvimento em trabalhos futuros.
Introdução
4
2. Capítulo 2
Estado de conhecimento
2.1 Relação água/energia em sistemas de abastecimento de água
Entende-se por sistema de abastecimento de água, o conjunto de infraestruturas e serviços
voltados para a satisfação das necessidades das comunidades, para fins de consumo doméstico
industrial e público. Estes sistemas são compostos, de uma maneira geral, pelas unidades de
captação de água, tratamento, estação elevatória, adução, reservatórios, rede de distribuição e
ligações prediais (Gomes, 2004).
A operação de um sistema de abastecimento de água é muito mais complexa do que a mera
satisfação de caudais e pressões às populações a abastecer. A forma de operar o sistema é
muito variada, estando diretamente ligada a fatores como a dimensão e complexidade do
sistema de abastecimento, a experiencia dos operadores responsáveis por todas as operações,
o tipo de equipamentos disponíveis para se proceder a uma comunicação eficaz com o sector
de controlo e ainda a disponibilidade de modelos matemáticos para análise de dados. Outros
aspetos que importam ressalvar são a segurança e os seus custos operacionais (Carrijo, 2004).
Devido a razões financeiras e ambientais, o controlo de sistemas de abastecimento de água é
necessário para proporcionar uma operação contínua e estável de forma a satisfazer o
abastecimento às populações (Eker & Kara, 2002).
Segundo Eker & Kara (2002), os constituintes hidráulicos que compõem um sistema de
abastecimento de água podem ser classificados em duas categorias, os ativos e os passivos. Os
elementos ativos são aqueles que permitem alterar o volume de caudal em partes específicas
dos sistemas, tais como bombas e válvulas. Os elementos passivos podem ser reservatórios e
condutas, apresentando como função a receção dos efeitos dos elementos ativos.
As operações dos sistemas de abastecimento de água podem ser elaboradas através de:
controlo manual, automático, automático programado e controlo centralizado (Cunha, 2009).
O controlo manual é elaborado através de operadores que se encontram no local e em que os
ajustes da rede são efetuados unicamente por eles mesmos, sem qualquer tipo de informação,
Estado de Conhecimento
6
anotando os valores operacionais e de consumo. O controlo automático é em tudo parecido ao
manual, no entanto dispensa a presença física do operador sendo a operação garantida através
de um planeamento “a priori”, onde são definidos os valores para o início e fim da operação
dos dispositivos de controlo. O controlo automático programado baseia-se em controladores
lógicos programáveis (PLCs), que apresentam microprocessadores que lhes conferem a
capacidade de adquirir, analisar e processar esses mesmos dados sem qualquer recurso a um
operador. Este tipo de controlo também pode ser utilizado de forma centralizada. O controlo é
realizado através de uma central, onde os dados do sistema são transmitidos através de suporte
digital extremamente viável. No controlo centralizado as decisões são tomadas e emitidas para
um centro específico ou para operadores que se encontram no local e que desempenham as
funções transmitidas pela central de controlo (Carrijo, 2004).
Independentemente da forma de processamento da operação utilizada, o que acontece na
maioria dos sistemas de abastecimento de água do mundo inteiro é que as regras operacionais
são de natureza empírica, e visam, principalmente, a garantia da continuidade do
abastecimento público, perdendo de vista a minimização dos custos energéticos (Cunha,
2009).
Segundo Filho (2009) para que se possa otimizar as regras de um sistema de abastecimento de
água é necessária a definição clara de objetivos a serem alcançados, tais como o
conhecimento topográfico do sistema e de dados previsionais de consumo, além da
disponibilidade de um modelo para a otimização dessas regras.
2.1.1 Custos de investimento
Os sistemas de abastecimento de água acarretam elevados investimentos, quer ao nível da sua
construção, quer ao nível da gestão e manutenção. A água deve apresentar um padrão de
qualidade elevado e constante desde a fase de produção até ao ponto de consumo, de modo a
não por em perigo a saúde das populações a abastecer.
Os investimentos de capital total nos sistemas de abastecimento de água contemplam os
custos relativos à instalação e os custos relativos à exploração e manutenção. Dentro dos
custos de instalação temos os custos inerentes às tubagens, estações elevatórias, órgãos
acessórios, reservatórios e todos os equipamentos e trabalhos de construção civil associados
Capítulo 2
7
aos mesmos. Em relação aos custos associados à manutenção e exploração, estão englobados
os custos relativos à conservação do sistema, com pessoal responsável do mesmo e ainda a
energia despendida, sendo esta principalmente gasta pelos órgãos de bombagem (Monteiro &
Galvão, 2011).
Os elevados montantes de capital despendido nos sistemas de abastecimento de água tais
como, o investimento e as despesas de exploração, em especial com a energia elétrica,
pressionam no sentido da procura de soluções otimizadas (Silva, et al., 2003).
Seguidamente, irão ser abordados os custos de energia elétrica em sistemas de abastecimento
de água, atribuindo um maior destaque aos órgãos de bombagem.
2.1.2 Aproveitamento de energia disponível nos sistemas de abastecimento de água
Energia e água são elementos preponderantes para um crescimento económico sustentado e
para a redução da pobreza. O aumento dos consumos energéticos, a flutuação dos preços dos
combustíveis fósseis, a incerteza no abastecimento energético e os medos relativos ao
aquecimento global têm demonstrado que a forma de produzir energia elétrica tem de ser
cuidadosamente planeada e gerida (Ramos, et al., 2011).
As energias renováveis podem ser divididas em seis categorias principais, dependendo da sua
fonte de origem: energia hidráulica, energia de biomassa, energia solar, energia geotérmica,
energia eólica, energia das ondas e das marés. A energia elétrica pode ser obtida através
destas energias renováveis, utilizando diferentes tipos de aplicação.
Dentro das prioridades da União Europeia, encontra-se a problemática dos recursos de água
disponíveis, tendo sido prestada atenção a esses mesmos problemas através da implementação
de políticas integradas para a redução e controlo da pressão, a redução das perdas ao longo do
sistema e até mesmo a redução do risco de rotura do mesmo. Nos sistemas de abastecimento
de água, as válvulas redutoras de pressão são utilizados como um meio dissipador para o
controlo da pressão através de uma queda de pressão localizada. A utilização de micro
turbinas e bombas operando como turbinas, é considerada uma solução sustentável quer em
termos de controlo de pressão quer de produção de energia elétrica. A utilização de fontes de
energias renováveis nos sistemas de abastecimento de água parece ser uma solução bastante
Estado de Conhecimento
8
valiosa ao invés da utilização de dispositivos redutores de pressão. Trata-se de um projeto de
produção de energia limpa, sem impactos ambientais significativos, sem constrangimentos
para os utilizadores ou outros usos da água (Ramos, et al., 2005).
O principal objetivo de um sistema de abastecimento de água sustentável consiste em
desenvolver novas estratégias e soluções que consigam satisfazer as necessidades de consumo
populacionais com boa qualidade, sem consequências a nível ambiental e com os menores
custos operacionais possíveis (Ramos, et al., 2011).
As vantagens deste tipo de soluções são enormes. É possível produzir energia, podendo esta
ser vendida à rede elétrica nacional ou usada localmente. Do ponto de vista dos sistemas de
abastecimento de água, a energia elétrica produzida poderá ser utilizada para efetuar a
bombagem nos sistemas de abastecimento de água, quer em áreas urbanas ou rurais, em zonas
industriais ou em sistemas de rega. Quando comparados com o sistema de abastecimento de
água comum, esta produção de energia permite-nos uma menor emissão de carbono para a
atmosfera e uma contribuição para a mitigação das alterações climáticas (Ramos, et al., 2011).
Hoje em dia existe um elevado número de casos de estudo efetuados usando energias
disponíveis nos sistemas de abastecimento de água, sendo alguns deles apresentados
seguidamente.
Ramos, et al., (2005) desenvolveram um trabalho experimental constituído por uma rede de
abastecimento de água, ligada a um reservatório de ar com sentido contrário ao do caudal e
um outro reservatório com o sentido de escoamento do caudal, onde é descarregada água com
caudal a um nível constante. Na zona intermédia da rede de abastecimento de água foi
colocada uma válvula redutora de pressão para analisar as condições de operação em estado
estável e em estado instável. Se esta válvula for posteriormente substituída por uma bomba
operando como uma turbina. A otimização do modelo foi obtida recorrendo a algoritmos
genéricos. Através da análise deste tipo de problema conseguiu-se concluir que é possível
aproveitar o excesso da pressão dissipada com recurso a válvulas redutoras de pressão, através
do uso de micro-turbinas ou bombas como turbinas gerando energia elétrica com baixos
custos.
Determinados países são compostos por numerosas aldeias e devido à elevada distância entre
as mesmas torna-se economicamente inviável o alargar da rede elétrica nacional até esses
mesmos locais. Como tal, Ramos & Ramos (2009) desenvolveram um trabalho com o
Capítulo 2
9
objetivo de estudar a possível aplicação de energia solar para a captação de água em poços
situados em zonas rurais ou isoladas. Para a execução deste estudo usou-se um modelo foto
voltaico avançado, onde se considerou uma pequena aldeia constituída por dez famílias com
um consumo diário por habitante de 100 litros, um poço com uma profundidade de 100
metros, um reservatório de 10 metros acima do solo, uma autonomia de 6 dias e ainda uma
perda de carga permitida de 2 %. Para as condições mencionadas, foram obtidos um custo de
água a rondar os 1,07 €/m³ e um custo total de investimento de 3019 €. Através dos resultados
obtidos foi possível concluir que os custos inerentes a estender a rede elétrica nacional até
aldeias isoladas, provavelmente iriam ser superiores aos da implementação do sistema solar
para a captação da água.
Ramos & Ramos (2008), apresentam um caso de estudo sobre um sistema de abastecimento
de água numa vila de Portugal, composto por uma captação de água, uma estação de
tratamento, tubagens, estação de bombagem e um reservatório. Foi simulada a ligação do
sistema de abastecimento de energias renováveis (água, vento e sol) à estação de bombagem.
São testados dois tipos de sistemas, um sistema que não apresenta ligação à rede energética
nacional e onde se despreza a implementação de uma turbina. O outro sistema apresenta
ligação à rede nacional dividindo-se em dois subsistemas, em que ambos apresentam
capacidade de produzir energia através do vento e do sol mas apenas um tem capacidade de
gerar energia a partir da água ou seja, apresenta turbina. Para o desenvolvimento desta
metodologia foram utilizados dois programas, o EPANET (The Environmental Protection
Agency Network) e ainda o HOMER (Hybrid Optimization Model for Electric Renewables).
Através da implementação deste estudo foi possível concluir que a grande fatia de produção
de energia advêm da água ou seja, da utilização de turbina. Foram utilizados valores de
velocidade do vento reduzidos o que fez com que a energia obtida através do mesmo fosse
subdimensionada. Para o sistema que não contém ligação à rede elétrica, este apresenta
resultados satisfatórios para uma solução híbrida, quando esta exibe uma distância de 31,6
quilómetros à rede elétrica nacional, no entanto, se proceder à aplicação de subsídios este
valor pode ser reduzido em 10 quilómetros. Este tipo de método poderá ser utilizado em
países com elevada área e em que a rede elétrica não possui uma abrangência elevada.
No sistema com ligação à rede nacional, com a utilização da turbina, a bombagem apenas se
processa em horário noturno e no sistema sem utilização de turbina, a bombagem processa-se
ao longo de 18 horas estando parada nas horas de maior custo energético. Ambos os sistemas
Estado de Conhecimento
10
são rentáveis, no entanto, o aumento de caudal leva a maiores perdas se o circuito for o
mesmo para ambos. Em ambos os casos, a otimização do sistema não contempla a utilização
de energia solar.
Um caso real foi estudado por Vieira & Ramos (2008), situado na ilha da Madeira, em
Portugal, tendo como principal função proceder ao abastecimento de água às zonas do
Funchal, Câmara de Lobos e Santa Quitéria, tal como uma regularização de caudais e
produção de energia elétrica. Este sistema contem uma estação de bombagem e uma estação
hidrelétrica na zona de Socorridos, permitindo este a reversibilidade dos caudais. O objetivo
foi estabelecer um conjunto de decisões para um determinado período de tempo, a fim de
obter a solução economicamente mais rentável e ao mesmo tempo garantindo quer do ponto
de vista ambiental e social os caudais necessários às populações a abastecer. A intenção é
obter para cada hora os mínimos custos possíveis relativos à bombagem e os máximos
proveitos possíveis. Foi possível concluir, usando um problema de programação não linear e
comparando com o sistema padrão, poupar uma média de 100 €/dia mantendo as restrições
hidráulicas e as distribuições de água as populações. Quando se procedeu à introdução de um
parque eólico no sistema, os proveitos passaram para valores na ordem dos 5200 €/dia quer no
Verão, quer no Inverno.
Vieira & Ramos (2008) apresentaram através de um estudo, um modelo de otimização para a
melhoria da eficiência energética nos sistemas de abastecimento de água. O sistema em
estudo encontra-se equipado com uma estação de bombagem e apresenta um excesso de
pressão na ramificação por gravidade. Numa primeira fase, foi introduzida uma turbina no
sistema para tirar partido do excesso de pressão hidráulica. Posteriormente, procedeu-se à
elaboração de um método de otimização para a definição da operação do sistema de
bombagem ao longo de 24 horas de simulação, bem como a análise dos benefícios
económicos resultantes do proveito da energia eólica para o abastecimento da bombagem da
água, enquanto satisfaz as restrições do sistema e os consumos da população, minimizando
assim os custos operacionais. O modelo é desenvolvido na ferramenta MATLAB, usando
programação linear que terá como função, fornecer a melhor estratégia de planeamento a
tomar em cada espaço de tempo que influenciará as horas futuras. Este método permitiu
concluir que através da substituição de uma válvula redutora de pressão por uma turbina,
obtém-se uma poupança nos custos energéticos de 47 %. Os resultados também provaram que
Capítulo 2
11
é possível, na ramificação por gravidade, obter benefícios económicos diários através da
introdução de uma hidrelétrica, que dependerá da altura de água no reservatório a montante.
Gonçalves, et al., (2010) apresentaram um trabalho baseado num modelo computacional com
redes neurais para determinar a melhor configuração possível para um sistema híbrido gerar
energia a partir de um sistema de abastecimento de água. A rede neural artificial é composta
por seis camadas, com capacidade para usar os dados gerados por um moledo de simulação
híbrida e um modelo de simulação económica. Os resultados obtidos demonstram a validade
do modelo computacional, sendo este útil como um avançado sistema de suporte à decisão, no
projeto de configurações de sistemas de energia híbridos aplicados aos sistemas de
abastecimento de água, melhorando as soluções no desenvolvimento da sua eficiência
energética.
Valencia (2011) analisou a viabilidade técnico-económica da instalação de uma ventoinha
eólica e introdução de um programa de controlo de perdas de água, para a otimização de uma
estação de bombagem em Itália. O objetivo do modelo foi criar e implementar quatro
cenários, para proceder à comparação da diferença entre usar duas turbinas de diferentes
tamanhos, enquanto se procede ou não à utilização do programa de controlo de perdas de
água. Através da análise do documento foi possível concluir que os benefícios ambientais do
projeto foram muitos. Primeiro devido ao reduzido valor de emissões de carbono expelidas
para a atmosfera, aquando o sistema eólico se encontrava em funcionamento. A utilização do
sistema de energia eólica permitiu a utilização de recursos naturais, sem ser necessário
proceder a uma ligação à rede elétrica nacional e sem afetar o ecossistema vizinho. A
rentabilidade e a sustentabilidade deste projeto apresentam características que o tornam muito
desejado para a implementação em sistemas de abastecimento de água. Os resultados
apresentam elevados valores de poupança económica e ainda enormes benefícios ambientais.
2.1.3 Perdas e fugas de água
A procura de água em Portugal para o setor urbano está atualmente estimada em cerca de 570
milhões de metros cúbicos por ano, a que corresponde um custo para a sociedade de 875
milhões de euros, representando 0,77% do produto interno bruto português (Alegre, et al.,
2005).
Estado de Conhecimento
12
As perdas e fugas constituem uma redução significativa de água, nos sistemas de distribuição
(Holland, 2008).
No Plano Nacional da Água, aprovado pelo DL n.º 112/2002, de 17 de Abril, a água não
faturada em sistemas de abastecimento de água é estimada globalmente em cerca de 33%,
sendo que no sector concessionado se estima que atinja o valor de 23% (PEAASAR, 2007).
Para além de aspetos de projeto e de operação, a qualidade da água dentro do sistema de
distribuição depende, em grande medida, do conjunto de procedimentos de inspeção e de
manutenção adotados pela entidade gestora para prevenir a contaminação e promover a
limpeza das condutas. Pelo facto desta parte do sistema de abastecimento se situar mais
próxima do consumidor, qualquer foco de contaminação que se verifique no sistema de
distribuição pode pôr em causa diretamente a saúde pública, comprometendo todos os
cuidados e medidas de controlo entretanto tomadas nas etapas a montante (fonte e tratamento)
(Vieira & Morais, 2005)
Segundo Vieira & Morais (2005), as características especiais de um sistema de distribuição,
geralmente composto por uma extensa rede de condutas e uma grande quantidade de
reservatórios, ligações (domésticas e industriais), juntas e acessórios diversos, para além de
frequentes ações de manutenção e reparação, proporciona condições para uma elevada
probabilidade de ocorrência de contaminações e de ações clandestinas ou vandalismo. Assim,
as medidas de controlo a estabelecer para garantir a qualidade da água num sistema de
distribuição devem incidir em boas práticas de operação, manutenção de condutas e
reservatórios, na minimização de fatores e fenómenos que possam provocar o reaparecimento
de microrganismos (biofilmes) e a póscontaminação da água por ações indevidas.
Se a probabilidade de contaminação é baixa quando todo o sistema está pressurizado, com
pressões internas superiores às externas, o mesmo não ocorre quando há necessidade de
interromper o fornecimento por qualquer razão. As redes de condutas e os reservatórios
devem ser confinados e corretamente protegidos contra intrusões indevidas. A forma como
são abordadas as operações de manutenção, reparação de deficiências e ruturas nos elementos
do sistema de distribuição, deve ter sempre em consideração a extrema facilidade de se
favorecerem condições de contaminação da água, em locais muito próximos dos pontos de
consumo e a dificuldade ou mesmo impossibilidade, de remediar, em tempo útil, essas
situações. Por outro lado, a contaminação externa pode ser controlada através da manutenção
Capítulo 2
13
da rede sob pressão e aplicando medidas que limitem a probabilidade de ocorrência de
situações de ligações inadequadas ou indevidas em condutas, bem como limitar acessos não
autorizados a reservatórios (Vieira & Morais, 2005). Este tipo de problemas, alem de
traduzirem uma redução dos caudais a transportar, levam a uma redução da pressão nos
sistemas de abastecimento de água. A deteção destas ocorrências é importante para o aumento
da qualidade do abastecimento aos clientes existentes e para estender este tipo de serviço à
população não atendida (Lahlou, 2001).
Assim, mesmo que o valor económico da água perdida não justifique o investimento
necessário para as reduzir, a dimensão da saúde pública não pode deixar de ser considerada. A
adição de desinfetante residual minora os riscos, mas como se sabe hoje em dia esta não é
uma solução ideal, sendo melhor atuar na prevenção do que na correção pós ocorrência
(Alegre, et al., 2005).
Nos sistemas de abastecimento de água poderemos encontrar dois tipos de perdas e fugas de
água, as físicas e as não físicas. As perdas físicas podem ser encontradas em várias parcelas
de abastecimento de água, isto é, na captação, na adução de água bruta, no tratamento, na
armazenagem, na adução de água tratada e na distribuição. Resumidamente, são aquelas que
ocorrem entre a captação de água bruta e o contador do consumidor (órgão de medição de
água consumida). As perdas não físicas correspondem ao volume de água consumido, mas
não contabilizado pela entidade gestora do abastecimento de água, decorrentes de ligações
clandestinas, erros nos sistemas de medição e de falhas no cadastro da rede. Deduz-se, então,
que esta água é, de facto, consumida mas não é faturada (Silva, 2009).
Relativamente aos sistemas de bombagem, estes devem funcionar essencialmente em horários
onde o custo energético é menor. Quando estes se encontram em funcionamento tira-se o
máximo partido da sua capacidade de bombagem, levando este tipo de estratégias a um custo
menor de energia ainda que se verifique um aumento das perdas de carga no sistema.
As perdas de carga na tubagem de um sistema de abastecimento de água podem estabelecer-se
através da equação de Darcy Weisbach, Quando se dá um aumento do caudal
bombado, o valor das perdas de carga aumenta, verificando-se o processo inverso quando se
dá uma diminuição do caudal a bombar. A redução das perdas aumentaria a viabilidade do
sistema de abastecimento de água, diminuiria a intermitência do abastecimento e a ocorrência
de paragens causadas por essa mesma intermitência.
Estado de Conhecimento
14
A modelação da pressão nos sistemas de abastecimento de água é provavelmente a ferramenta
mais eficiente para a redução das perdas de água. Estratégias de controlo de pressão dinâmica
são utilizadas para reduzir o excesso de pressão, ajustando o valor da mesma ao nível do
sistema de abastecimento. Esta ferramenta é particularmente eficaz no período noturno. As
válvulas redutoras de pressão são instaladas ao longo do sistema com o intuito de ajustar a
pressão de alimentação e evitar o excesso da mesma (Feldman, 2009).
2.2 Custos de energia em sistemas de abastecimento de água/bombagem
Seguidamente, irão ser abordados os custos de energia elétrica em sistemas de abastecimento
de água, atribuindo um maior destaque aos órgãos de bombagem. Os custos de exploração dos
sistemas de abastecimento de água são elevados, muito por culpa da energia despendida pelos
órgãos de bombagem, representando estes a maior fatia dos custos de exploração.
Os sistemas de abastecimento de água têm por obrigação, satisfazer as necessidades das
populações a abastecer em termos de caudal e pressão. Como a maioria das fontes de água são
lagos, rios e aquíferos, estes encontram-se geralmente localizados em zonas com cotas
topográficas baixas, sendo necessário proceder à sua elevação da água para cotas superiores,
recorrendo à utilização de sistemas de bombagem. A operação dos sistemas de bombagem
consome valores de energia elétrica extremamente elevados sendo a principal responsável
pelos grandes custos energéticos verificados nos sistemas de abastecimento de água. Para
além de uma otimização de funcionamento, o que torna possível a redução dos custos de
bombagem é a flexibilidade de preços de energia elétrica existente ao longo do dia. Em alguns
casos, o rácio entre o preço mais baixo e o mais alto é de 1:4, como se pode verificar na figura
1 (Alperovits, 2005).
Para fazer face a estes custos, as empresas de abastecimento de água sentiram necessidade de
criar políticas de bombagem que levassem à diminuição dos mesmos, aproveitando a
flexibilidade de preços de energia elétrica ao longo do dia, como se constata na Figura 1. O
principal objetivo dessas mesmas políticas consiste em tirar o máximo rendimento possível
das bombas no período de baixo e de médio custo energético, para que quando se atingir o
horário de custos energéticos mais elevados, os sistemas de bombagem se encontre desligados
(Feldman, 2009).
Capítulo 2
15
Figura 1 – Representação dos preços de energia para os dias semanais no inverno, no contrato de
fornecimento de energia à empresa Águas do Noroeste, S.A., em 2011.
Quando as tarifas energéticas se encontram num horário de baixo custo, procede-se à
bombagem e armazenamento da água em reservatórios, sendo esta depois distribuída a partir
dos reservatórios, por gravidade ao longo do dia em função dos consumos da população,
reduzindo assim o tempo de bombagem nas horas de maior custo.
2.3 Técnicas de otimização aplicadas a sistemas de abastecimento de água
As técnicas de otimização em sistemas de abastecimento de água têm verificado grandes
evoluções até aos dias de hoje. Estas técnicas têm assumido um papel vital no melhoramento
do desempenho de metodologias, minimização de custos, maximização da produção, etc.
De um modo geral, os problemas de otimização até aos anos 80 eram resolvidos recorrendo a
técnicas clássicas como a programação linear, programação não-linear e programação
dinâmica. Estes métodos determinísticos baseiam-se num processo de maximização ou
minimização de uma determinada função objetivo, respeitando um conjunto de equações ou
inequações conhecidas como restrições. As restrições e as funções objetivo contemplam as
variáveis de decisão, as variáveis de estado e os parâmetros de processamento. As principais
desvantagens da utilização de algoritmos determinísticos são: a necessidade de cálculo de
derivadas, dificuldade de adaptação a projetos que contemplem variáveis discretas e a
dificuldade de implementação em trabalhos práticos de engenharia. Em contrapartida, alguns
destes métodos apresentam grande rapidez e precisão na procura da solução ótima para o
problema (WU & SIMPSON, 2002).
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€/k
Wh
)
Tempo (hh:mm)
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16
Nos parágrafos seguintes referem-se estudos que utilizam diferentes métodos de otimização
em sistemas de abastecimento de água.
2.3.1 Programação linear
A Programação linear é uma ferramenta matemática muito utilizada como técnica de
otimização de sistemas de abastecimento, sendo normalmente empregue quando se pretende
tratar um tipo específico de problema onde a relação entre as restrições e as funções objetivo
são lineares.
Shamir (1974), desenvolveu uma metodologia para a operação otimizada de um sistema de
abastecimento de água, para um melhor funcionamento deste sob uma ou diversas condições
de operação. A função objetivo inclui os custos iniciais de construção, os custos de
exploração, variáveis de desempenho físico e ainda penalizações por violação de valores
constantes do sistema. Relativamente às variáveis de decisão foram incluídas os diâmetros das
condutas, valores de pressão e caudal, máximo e mínimo. O principal objetivo do autor foi
formular uma ferramenta de otimização capaz de analisar, descrever e operar um sistema de
abastecimento de água, permitindo resolver problemas relativamente ao caudal, simular a
capacidade do sistema de abastecimento quando este apresenta a capacidade de armazenar
água e otimizar a possibilidade de um aumento do sistema de abastecimento existente, entre
outras opções.
Jowitt & Germanopoulos (1992), implementaram um modelo matemático baseado em
programação linear com o objetivo de determinar qual o custo ótimo mínimo em estações de
tratamento, para um tempo de funcionamento de 24 horas. Para a resolução do modelo, foram
considerados os consumos de caudal referentes à população em estudo e a energia consumida
pelo sistema de abastecimento, por parte de uma pequena rede de abastecimento de água
situada em Inglaterra, com a finalidade de abastecer uma pequena povoação. Foram ainda
considerados no modelo as restrições operacionais da rede, as variações de consumos de água,
características hidráulicas do sistema e ainda os custos de energia elétrica praticados pela
empresa local. Apesar de se tratar de um modelo que permite proceder à determinação do
custo operacional mínimo, os resultados dessa otimização não foram apresentados, sendo a
principal preocupação dos autores, a redução do tempo de processamento do modelo de
otimização.
Capítulo 2
17
Com o objetivo de melhorar a eficiência energética do sistema de bombagem de água na
cidade de Campina Grande no Brasil, Firmino, et al., (2006) apresentaram uma metodologia
de otimização do funcionamento de estruturas de bombagem, divididos em duas fases, sendo
essas a programação linear e a programação linear inteira. Na primeira etapa, considerou-se o
intervalo de acionamento dos grupos eletrobomba contínuo e um volume inicial ótimo. Na
segunda etapa teve-se como principal objetivo, atingir no mínimo o volume ótimo
determinado na primeira, mas com os grupos eletrobomba a funcionar durante todo o período
de tempo definido. Para a implementação do método optou-se pela utilização da ferramenta
MATLAB 7. Segundo o autor, os resultados mostram uma economia financeira de 15,09% e
de consumo energético de 16,86%, comparado com o método de simulação padrão.
2.3.2 Programação não linear
A programação não linear não tem sido utilizada com muita frequência na otimização de
sistemas de abastecimento de água. Isto ocorre, particularmente, devido ao facto de o
processo de otimização ser bastante moroso e depender de um complexo processo
computacional quando comparado com outros métodos (Carrijo, 2004).
Ormsbee, et al., (2009) apresentaram três metodologias matemáticas para a otimização da
operação de órgãos de bombagem utilizando programação não linear, para a minimização do
consumo de energia dos mesmos, satisfazendo as restrições operacionais do sistema de
abastecimento de água. O problema de otimização não linear foi formulado considerando
como função objetivo do sistema a minimização dos custos de energia associados aos órgãos
de bombagem. Relativamente às restrições do problema, foram consideradas as características
hidráulicas do mesmo (como exemplo as pressões mínimas), variáveis de decisão
relacionadas com a operação dos órgãos de bombagem (como exemplo os tempos de operação
dos órgãos de bombagem). As formulações resultantes podem ser resolvidas usando métodos
de otimização sem restrições, com variáveis de penalização ou através de métodos limitados
que explicitamente incorporam as restrições através de mecanismos envolvendo algoritmos.
Os autores não testaram um caso prático em concreto, não sendo assim disponibilizado
resultados sobre a capacidade desta metodologia.
Albuquerque, et al., (2004) desenvolveram uma metodologia de otimização do funcionamento
dos grupos eletrobomba usando programação não linear. Esta metodologia foi aplicada ao
Estado de Conhecimento
18
principal sistema de abastecimento de Campina Grande, tendo como principal objetivo
reduzir os custos com os sistemas de bombagem da água através da otimização da operação
dos mesmos, atendendo as restrições de consumos, capacidade máxima e mínima dos
reservatórios, capacidade de tratamento da ETA e as restrições operacionais. A função
objetivo é representada pelos custos energéticos de bombagem, de acordo com o esquema de
faturas energéticas em vigor. O processo de otimização para esta aplicação foi realizado
recorrendo à ferramenta MATLAB. Através da análise de resultados foi possível concluir que
para o dia em questão, foi obtida uma redução de 22,5% no consumo no horário de ponta e
19% no consumo no horário fora de ponta, que representou uma poupança dos custos
energéticos em cerca de 19,5%.
2.3.3 Programação dinâmica
A programação dinâmica é um procedimento bastante utilizado em sistemas de abastecimento
de água. Este tipo de programação permite proceder a otimização de processos de decisão
composto por várias fases, onde todos os problemas operacionais devem ser analisados o mais
detalhadamente possível. O resultado ótimo desta metodologia corresponde à fase em que é
permitido obter o valor mais económico para a solução do problema. Esta técnica de
otimização tem ganho um papel de relevo, devido à capacidade que a programação dinâmica
tem de tratar informação com características não lineares e estatísticas.
Lansey & Awumah (1994) apresentaram uma metodologia usando programação dinâmica
para a determinação de horários de bombagem ideais em sistemas de abastecimento de água
com vista a poupança de custos energéticos. Para além de permitir a redução de custos, o
modelo inclui uma restrição para limitar o número de bombas em funcionamento durante
igual período de planeamento. Outras restrições colocadas na metodologia do problema são os
níveis dos reservatórios, a taxa de variação dos níveis dos reservatórios e os consumos de
energia máximos por parte dos órgãos de bombagem. O modelo foi testado para um modo off-
line para permitir que se verificassem várias simplificações hidráulicas e ainda, para um modo
on-line, em que é possível obter reduções de custos. Através da análise dos resultados, foi
possível concluir que o modo on-line pode ser aplicado para sistemas de abastecimento, de
pequeno e médio comprimento para a determinação de horários de funcionamento dos órgãos
de bombagem, tendo em conta limitações em relação ao número de bombas.
Capítulo 2
19
2.3.4 Métodos heurísticos
Os métodos heurísticos são subdivididos em três métodos principais: algoritmos genéticos,
metodologia fuzzy e otimização heurística. Nos parágrafos seguintes serão descritos cada um
destes métodos e respetivos trabalhos elaborados sobre os mesmos.
2.3.4.1 Algoritmos genéticos
Goldberg & Kuo, (1987) elaboraram um estudo sobre a potencialidade dos algoritmos
genéticos aplicados ao nível da Engenharia Civil, analisando os mecanismos, as
potencialidades e aplicações destes na otimização de sistemas de abastecimento de água. Os
algoritmos genéticos têm maior capacidade em relação a outras metodologias devido à
capacidade destes tratarem problemas mais complexos e com elevada envergadura. Os autores
indicam como vantagem da utilização de algoritmos genéticos os seguintes fatores: grande
aplicação em várias áreas da engenharia, são robustos mas muito eficientes, para a procura de
soluções alternativas estes utilizam regras probabilísticas e não determinísticas como os
outros modelos, tem uma visão mais global em relação a outras metodologias, entre outras.
Righetto (2002) propôs a utilização de algoritmos genéticos para a otimização de regras
operacionais em sistemas de abastecimento de água, composto por reservatórios, válvulas,
estações de bombagem e rede de distribuição. O modelo computacional é subdividido em dois
modelos, o modelo hidráulico e o modelo de otimização. O modelo hidráulico é baseado nas
características para escoamentos transitórios e o modelo de otimização é baseado em
algoritmos genéticos. O autor adotou índices que foram usados para avaliar a performance das
regras operacionais ao longo de 24 horas de funcionamento do sistema tais como, índice de
consumo de energia, índice de nível de água no reservatório, índice referente aos consumos de
água por parte das populações, índice de pressão média e índice de mudanças operacionais. O
autor concluiu que o modelo é bastante flexível para incorporar as diversas características
desejáveis à operação do sistema o que o torna bastante útil para a determinação das regras
operacionais desejáveis para um sistema de abastecimento de água real.
Estado de Conhecimento
20
Boulos, et al., (2001) apresentaram um artigo usando um modelo de gestão (
Scheduler), para um correto controlo e operação dos sistemas de distribuição de água. O
modelo proposto faz uso dos mais recentes avanços na otimização de sistemas de
abastecimento de água recorrendo a algoritmos genéticos, tendo como finalidade exercer uma
politica de programação e operação, para haver uma otimização automática como o menor
custo por bomba, satisfazendo os requisitos hidráulicos da rede de abastecimento. A política
de operação das bombas incluiu as regras temporais e operacionais que indicam quando uma
bomba deverá ser ligada e desligada durante um determinado período. Foram também
definidos determinados requisitos fundamentais ao sistema tais como, limites superiores e
inferiores de pressão, máximos volumes a bombar, níveis máximos e mínimos nos
reservatórios da rede e volumes finais ao fim de um determinado período de tempo. Através
da análise de resultados, os autores concluir que o modelo em questão era bastante para a
otimização de órgãos de bombagem e reservatórios e melhorar a eficiência operacional do
sistema.
Sousa, et al., (2008) estudaram um modelo computacional integrado, desenvolvido para
avaliar o desempenho técnico e para proceder a uma otimização operacional dos sistemas,
constituído por três módulos: um primeiro módulo de simulação hidráulica que descreve o
comportamento hidráulico do sistema com recurso à ferramenta EPANET, um segundo
módulo de avaliação do desempenho técnico do sistema nas vertentes técnica e hidráulica,
fiabilidade, perdas e custos de energia e um terceiro módulo de otimização baseado em
algoritmos genéticos que, nas vertentes de otimização simples e multiobjectivo, permite
minimizar o custo de energia. O modelo foi aplicado a um sistema de distribuição real, o
subsistema da Fonte Santa, integrado no Sistema de Abastecimento de Água da Amadora. A
aplicação do modelo permitiu analisar três cenários de funcionamento distintos: o cenário
atual de funcionamento e dois cenários alternativos. O cenário alternativo nº1, consiste na
definição de um esquema de bombagem ótimo para a central sobrepressora de Moinhos da
Funcheira, de forma a minimizar os custos energéticos. O cenário alternativo nº2, corresponde
também à solução de custo mínimo de bombagem, mas com a implementação de medidas
complementares para o controlo e gestão de pressões. Os resultados obtidos permitiram
concluir que o cenário alternativo nº2 permite não só melhorar o desempenho do sistema em
termos de perdas de água e de pressões relativamente à situação atual de funcionamento,
como também reduzir os encargos de exploração. O investimento inicial inerente a este
Capítulo 2
21
cenário, que consiste na introdução de 3 válvulas redutoras de pressão e de uma
sobrepressora, é recuperado ao fim de 4 anos.
Sousa, et al., (2009) elaboraram um estudo com o objectivo de analisar e otimizar estratégias
de gestão e operação de sistemas de abastecimento de água. Para o efeito, desenvolveu-se um
modelo computacional integrado para avaliação de desempenho e otimização operacional dos
sistemas, constituído por três módulos: um módulo de simulação hidráulica, um módulo de
avaliação de desempenho e um módulo de otimização baseado em algoritmos genéticos. O
modelo desenvolvido foi aplicado a um subsistema de um sistema adutor real, o subsistema da
Póvoa de Varzim e Vila do Conde, integrado no Sistema Multimunicipal de Abastecimento de
Água do Baixo Cávado e Ave. No presente trabalho, os objetivos da otimização consistem na
minimização dos custos de energia e na maximização da fiabilidade hidráulica do sistema
quantificada através da capacidade de reserva disponível nos reservatórios. Logo, numa
primeira fase o problema de otimização é tratado como otimização simples, em que o único
objetivo consiste apenas na minimização dos custos de energia no sistema. Numa segunda
fase, o problema de otimização é encarado numa perspetiva multicritério em que se
consideram dois objetivos conflituosos entre si: minimização dos custos de energia e
maximização de fiabilidade hidráulica em termos de volume de reserva disponível. Os
resultados obtidos permitiram concluir que a definição de esquemas de bombagem otimizados
para além de reduzir os custos de bombagem em cerca de 6 a 8%, permite aumentar a
fiabilidade hidráulica do sistema estudado, em termos de volume de reserva disponível.
2.3.4.2 Modelo fuzzy
Zidko & Ramos, (2009) apresentaram um estudo em que analisaram vários fatores associados
à vulnerabilidade das infraestruturas de abastecimento, bem como o desenvolvimento de uma
metodologia para um planeamento da manutenção preventiva e de emergência, através da
aplicação da lógica fuzzy. Para o efeito, analisaram-se vulnerabilidades da rede hidráulica
tendo em conta as propriedades físicas e o seu comportamento dinâmico, devido à variação
dos consumos e da atuação de equipamentos hidromecânicos existentes no sistema. No
presente estudo desenvolveu-se um método de análise de vulnerabilidades que considera, para
além de variáveis estáticas tais como, a idade, o tipo e as dimensões das condutas e
acessórios, e as variáveis relativas ao funcionamento de um sistema de abastecimento, tais
Estado de Conhecimento
22
como variações da pressão de serviço e da velocidade de escoamento, sendo estas variações
induzidas por órgãos de bombagem e diversos tipos de válvulas. Para a classificação da
vulnerabilidade, está é feita tendo em conta as características intrínsecas dos componentes do
sistema. O modelo de hierarquia fuzzy tem por objetivo a geração de resultados lógicos a
partir da utilização simultânea de variáveis tanto qualitativas, como quantitativas. Através
deste modelo é possível avaliar o nível de satisfação de um conjunto de atributos exigidos a
um determinado projeto. O nível de satisfação, por sua vez, é medido com base na
comparação da importância de cada atributo para o projeto e a disponibilidade deste atributo
para cada característica relativa tanto à propriedade estrutural, como ao funcionamento do
sistema. Os autores concluíram de um modo geral que o modelo de hierarquia fuzzy,
desenvolvido neste trabalho de investigação permite a identificação de zonas do sistema que
apresentam maiores índices de vulnerabilidade, bem como a identificação de possíveis
problemas associados aos diferentes atributos considerados tais como, diâmetro,
comprimento, tipo de material, pressão de serviço, velocidade de escoamento e idade do
material.
2.3.4.3 Otimização heurística
Esta metodologia permite proceder à otimização operacional de um sistema de abastecimento
de água, baseada em variáveis tais como custos ou a performance de elementos do sistema
hidráulico, em diferentes pontos do mesmo. No entanto, este tipo de otimização não permite
que se proceda a um estudo, com um comportamento dinâmico em sistemas de abastecimento
de água.
Nitivattananon, et al., (1996) desenvolveram um modelo de otimização para a programação de
órgãos de bombagem em tempo real para um sistema de abastecimento de água complexo,
considerando as principais restrições ao mesmo, custos energéticos, caudais a fornecer e
limitações físicas. O modelo decompõe-se em vários subsistemas, quer no tempo quer no
espaço. A otimização é obtida através de um modelo de programação dinâmica sendo as
descargas das bombas organizadas através de métodos heurísticos, com o objetivo de reduzir
o número de bombas a trabalhar em simultâneo. A aplicação do modelo é feita para a cidade
de Pittsburgh, recorrendo à simulação da sua rede abastecimento de água. Para implementar o
modelo no planeamento de decisões operacionais, foi também utilizado um software
Capítulo 2
23
juntamente com o modelo. Os autores concluíram através da análise de resultados, que em um
ano de teste uma solução ideal poderia proporcionar uma economia de cerca de 20%.
2.3.5 Redes neuronais artificiais
As redes neuronais artificiais são técnicas computacionais que apresentam um modelo
matemático inspirado na estrutura neuronal dos organismos inteligentes, adquirindo
conhecimento através da experiencia (Lastiri & Pauletti, 2004).
Uma rede neuronal artificial é constituída por uma agregação de diferentes neurónios
dispostos em camadas, ligados entre si através de sinapses, apresentando estes um
comportamento independente ao nível de cada camada. A disposição dos neurónios nas
respetivas camadas e o padrão de ligação entre estas definem a arquitetura das redes. Estas
têm a capacidade de se treinar através de uma fase de aprendizagem (Rojas, 1996).
Segundo Rojas (1996), as redes neuronais artificiais desempenham um papel fulcral ao nível
do processamento de dados em relação à computação corrente, devido ao facto de permitirem
um maior paralelismo, melhor aprendizagem, um nível fiabilidade superior, maior poder de
generalização e uma melhor coabitação com as falhas.
As redes neuronais artificiais, nos dias que correm, são consideradas de uma forma unânime
como uma forma de programação informática fidedigna, simplificando não só a programação,
como também a algoritmia (Graupe, 2007).
Júnior & Oliveira (2006), desenvolveram um modelo computacional usado algoritmos
genéricos, com o objetivo de otimizar o número de bombeamentos efetuados por um sistema
de distribuição de água, minimizando os custos de energia e aumentado a fiabilidade do
mesmo. Para tal, construíram um modelo de otimização dos órgãos de bombagem, recorrendo
à ferramenta Matlab e utilizar também uma rede neuronal artificial para prever os níveis de
água nos reservatórios dia a dia. Esta metodologia foi aplicada ao sistema de abastecimento de
água de Goiânia. Os resultados obtidos permitiram obter uma economia de 9% do custo de
energia elétrica gasto.
Jamieson, et al., (2007) desenvolveram um software de otimização com o objetivo de avaliar
possíveis estratégias operacionais otimizadas para válvulas e órgãos de bombagem, por forma
Estado de Conhecimento
24
a encontrar o melhor plano que traduza no menor custo possível. O modelo proposto utiliza as
redes neuronais artificiais em substituição do simulador hidráulico. Após estas serem
treinadas, a rede neuronal artificial é utilizada num processo de otimização cuja função é
selecionar qual a melhor combinação de controlo de bombas e válvulas, para satisfazer os
consumos populacionais e as restrições operacionais, com os menores custos de energia
possíveis.
Rao & Salomons (2007), elaboraram um artigo onde compararam a utilização de redes
neuronais artificiais em detrimento dos simuladores hidráulicos convencionais. Estes
declaram que os simuladores hidráulicos são impraticáveis para a simulação em tempo-real
em sistemas de abastecimento de água, ao contrário das redes neuronais artificiais que apenas
apresentam como contrapartida a necessidade de dados de entrada para processar o treino da
rede. O objetivo deste trabalho consiste em encontrar a melhor combinação para os controlos
de arranque e paragem dos órgãos de bombagem não apenas no presente mas também no
futuro, com o intuito de minimizar os custos de bombeamento.
Martins (2007), aplicou as redes neuronais artificiais em simulação e controlo de processos
químicos e a análise da dualidade controlo/eficiência energética na operação por partida de
reatores químicos. Para tal, modelou-se três problemas clássicos nesta metodologia sendo os
resultados obtidos comparados com os que se obtiveram com a resolução dos modelos
baseados nos princípios físico-químicos. A facilidade de adaptação desta técnica nos
problemas analisados permitiu concluir que se trata de uma forma eficaz e bastante poderosa
em sistemas não-lineares.
2.4 Análise crítica dos métodos utilizados
Através da análise das metodologias utilizadas na otimização em sistemas de abastecimento
de água anteriormente descritas, foi possível perceber as características de cada uma delas.
A programação linear é uma metodologia pouco utilizada hoje em dia na otimização de
sistemas de abastecimento de água, devido ao facto de única e exclusivamente tratar
problemas que apresentem funções objetivo e restrições de carácter linear no entanto, na
literatura mais antiga, este era um método de elevado relevo a quando do estudo das primeiras
otimizações de sistemas de abastecimento de água.
Capítulo 2
25
Relativamente à programação não linear, apesar de ter capacidade de tratar vários tipos de
problemas, este tipo de metodologia é bastante morosa, levando à existência de modelos
computacionais complexos. Através da pesquisa bibliográfica efetuada ao longo da realização
do estado de arte, verificou-se a não existência de muitos documentos de otimização de
sistemas de abastecimento de água usando programação não linear, o que leva a concluir que
é uma metodologia que se encontra em desuso.
A programação dinâmica é um tipo de programação bastante utilizada na otimização de
sistemas de abastecimento de água, apresentando um crescimento ao longo dos tempos. Como
enunciado anteriormente, este tipo de programação permite proceder à otimização de
processos de decisão compostos por várias fases, onde os problemas operacionais são
analisados o mais detalhadamente possível.
Os métodos heurísticos utilizam três tipos de algoritmos: os algoritmos genéticos apresentam
uma maior capacidade em relação a outras metodologias, devido a tratarem problemas mais
complexos e com envergadura superior. Através da pesquisa bibliográfica foi possível
constatar que existe uma elevada quantidade de trabalhos utilizando este tipo de metodologia,
levando a que se encare como um meio de futuro para a otimização dos sistemas de
abastecimento de água. O modelo de lógica fuzzy permite gerar de resultados lógicos a partir
da utilização simultânea de variáveis tanto qualitativas, como quantitativas. O algoritmo de
otimização heurística permite proceder à otimização operacional de um sistema de
abastecimento de água, baseada em variáveis tais como custos ou a performance de elementos
do sistema hidráulico, em diferentes pontos do mesmo no entanto, este tipo de metodologia
não permite a verificação em sistemas de abastecimento de água com comportamento
dinâmico.
As redes neuronais artificiais são uma forma de programação informática fidedigna,
simplificando não só a programação, como também a algoritmia, permitindo obter resultados
bastante positivos ao nível de otimizações. Esta será a metodologia a adotar.
Estado de Conhecimento
26
3. Capítulo 3
Descrição do sistema de bombagem – Caso de estudo
3.1 Introdução
Para o desenvolvimento deste trabalho de Dissertação, foi inicialmente criada uma permuta de
dados entre a empresa Águas do Noroeste e os intervenientes na Dissertação, traduzindo-se
numa colaboração constante entre ambas as partes com o intuito de obter os melhores
resultados possíveis. O propósito desta parceria inicia-se pela escolha de um local de estudo e
consequentemente uma permuta de dados específica por parte da empresa. Esses dados são
parte integrante e fundamental da presente Dissertação.
3.2 Águas do Noroeste
A empresa Águas do Noroeste foi instituída a 29 de Abril do ano 2010 através da fusão das
sociedades Águas do Cávado, S.A., Águas do Minho e Lima, S.A. e Águas do Ave, S.A..
A empresa Águas do Noroeste tem como principal missão conceber, construir e explorar as
infraestruturas de abastecimento de água e de saneamento do sistema multimunicipal, num
quadro de sustentabilidade económica, social e ambiental, contribuindo para a melhoria da
qualidade de vida dos cidadãos, do meio ambiente e para o desenvolvimento socioeconómico
da região.
O sistema multimunicipal de abastecimento de água e saneamento do Noroeste, integra como
utilizadores originários os Municípios de Amarante, Amares, Arcos de Valdevez, Barcelos,
Cabeceiras de Basto, Caminha, Celorico de Basto, Esposende, Fafe, Felgueiras, Guimarães,
Lousada, Maia, Melgaço, Monção, Mondim de Basto, Paredes de Coura, Ponte da Barca,
Ponte de Lima, Póvoa de Lanhoso, Póvoa de Varzim, Santo Tirso, Terras do Bouro, Trofa,
Valença, Viana do Castelo, Vieira do Minho, Vila do Conde, Vila Nova de Cerveira, Vila
Nova de Famalicão, Vila Verde e Vizela.
Descrição do sistema de bombagem – Caso de estudo
28
3.3 Caso de estudo
Tendo em consideração as especificidades do tema desta Dissertação e o seu enquadramento,
os responsáveis da empresa Águas do Noroeste, S.A., sugeriram que o local adequado para
realizar este estudo seria a estação elevatória de Casais e o reservatório de Senhora das Neves.
Esta infraestrutura está classificada como consumidora intensiva de energia no âmbito do
Decreto-Lei n.º 71/2008, de 15 de Abril, que gerou a criação do Sistema de Gestão dos
Consumos Intensivos de Energia (SGCIE).
A estação elevatória de Casais tem por função a elevação de água para o reservatório situado
a jusante, neste caso o reservatório de Senhora das Neves, implicando consumos energéticos
bastante elevados.
Esta estação apresenta consumos anuais superiores a 500 toneladas equivalentes de petróleo, o
que faz com que esta esteja entre as cinco maiores consumidoras de energia, num universo de
cerca de 600 instalações constituintes da empresa Águas do Noroeste, S.A..
3.3.1 Estação elevatória de Casais
A estação elevatória de Casais situa-se no lugar de Casais, freguesia de Arcos, no concelho de
Vila do Conde. Esta localiza-se a uma cota de 69,45 metros e o respetivo eixo dos órgãos de
bombagem a 70,37 metros. A estação é constituída por quatro grupos de bombagem
permanentes, com 500 kW de potência cada e com uma capacidade unitária de 1700 m³/h,
como se constata na Figura 2. O controlo desta estação elevatória é realizado remotamente a
partir da sala de comando da estação de tratamento de água de Areias de Vilar.
Capítulo 3
29
Figura 2- Esquema de funcionamento da estação elevatória de Casais
A estação elevatória de Casais tem um papel basilar no quadro do abastecimento de água da
empresa Águas do Noroeste, abastecendo as cidades da Maia, Vila do Conde e Santo Tirso, o
parque industrial da cidade da Trofa e ainda a empresa Petrogal, sendo este estabelecido de
uma forma totalmente independente dos restantes.
Figura 3 - Grupos de bombagem da estação elevatória de Casais.
No que se refere à alimentação elétrica dos grupos elevatórios representados na Figura 3, esta
é realizada em média tensão através de um transformador de 2500 kVA de potência unitária e
com uma relação de transformação de 15/6 kV. Para alimentação elétrica dos serviços
auxiliares e equipamentos de utilização, existe um transformador de 150 kVA com uma
relação de transformação de 15/0,4 kV.
Descrição do sistema de bombagem – Caso de estudo
30
Relativamente aos consumos energéticos gastos pela estação elevatória em estudo, estes são
distribuídos pelos grupos de bombagem, serviços auxiliares, iluminações e outros, conforme
se apresenta na Figura 4, abaixo ilustrada.
Figura 4 - Percentagem de consumo energético por equipamento na estação elevatória de Casais desde
Junho de 2010 a Junho de 2011.
Como se pode constatar pela Figura 4, a maior percentagem de consumo elétrico na estação
elevatória está associada aos equipamentos de bombagem, com uma importância de 84%.
3.3.2 Reservatório de Senhora das Neves
O reservatório de Senhora das Neves, ilustrado na Figura 5, situa-se a jusante da estação
elevatória de Casais, é responsável pelo armazenamento e distribuição por gravidade da água.
83,75%
15,36%
0,06%
0,83%
0,89%
Percentagem de consumo de energia, por
equipamento na Estação Elevatória de Casais
Grupos de Bombagem Serviços Auxiliares Iluminação Outros
Capítulo 3
31
Figura 5 - Exterior do reservatório de Senhora das Neves.
Este reservatório possui uma cota de soleira de 179,6 metros, com uma cota de entrada de
água de 185 metros. É constituído por duas células cilíndricas de armazenamento de água de
2880 m³, totalizando uma capacidade máxima de armazenamento de 5760 m³.
Tendo em conta o Plano de Segurança da Água em vigor na empresa Águas do Noroeste,
S.A., os volumes mínimos e máximos da água armazenados nos reservatórios seguem
diretrizes internas, impostas pela gestão de topo. Relativamente ao limite mínimo, este foi
estabelecido para prevenir a falta de água em eventuais situações de emergência, como por
exemplo, a rotura de uma conduta ou uma falha de energia, impossibilitando desta forma a
sua elevação. No que concerne ao limite máximo, este é imposto para evitar o transbordo do
reservatório.
Neste caso, os valores limite são os seguintes:
O valor mínimo corresponde a 40% do nível de água em cada célula;
O valor máximo corresponde a 95% do nível de água em cada célula.
A otimização dos consumos energéticos é neste momento um ponto fulcral para as empresas
de abastecimento de água, mais importante ainda para a estação elevatória de Casais que
apresenta consumos energéticos elevados.
Descrição do sistema de bombagem – Caso de estudo
32
Ao longo desta Dissertação será criada uma metodologia de otimização, tendo em vista uma
diminuição considerável da relação custo/energia, sem nunca colocar em causa as
necessidades de consumo das populações abastecidas por este reservatório.
Para a obtenção da metodologia de otimização, será necessário realizar previamente um
tratamento de dados, fornecidos pela empresa Águas do Noroeste, S.A., permitindo após este,
uma seleção dos dados de entrada a incluir no modelo capítulo 5.
Esta sequência de tarefas permitirá na parte final desta Dissertação uma comparação dos
resultados entre os consumos energéticos reais e os obtidos nos diferentes cenários estudados,
visando sempre um maior benefício económico.
4. Capítulo 4
Custos de energia de bombagem registados
No presente capítulo apresentam-se os preços de fornecimento de energia elétrica à empresa
Águas do Noroeste, S.A., por parte da entidade responsável pela distribuição de energia
elétrica, no contrato de fornecimento ao longo do ano de 2011. Neste capítulo estão também
incluídos os dados facultados pela empresa que servirão de entrada para o modelo e
comparação com os resultados obtidos.
4.1 Estrutura de preços de energia elétrica
Como referido anteriormente, o contrato de fornecimento de energia elétrica é realizado em
média tensão, cuja tarifa se pratica em longas utilizações, com um ciclo semanal tetra-horário
incluindo feriados. A potência acordada é de 1174,1 kVA e a instalada de 2500 kW. De referir
que este contrato foi estabelecido para 2011, ano de referência para esta Dissertação.
Como se trata de uma tarifa tetra-horária (constituída por quatro períodos horários de
energia), sendo o tipo de ciclo horário o semanal com feriados, existem 4 tipos de períodos
horários definidos ao longo do dia:
Horas de ponta;
Horas de cheia;
Horas de vazio normal;
Horas de super vazio.
Para além da informação anteriormente descrita, existe a distinção entre o horário de inverno
e o horário de verão, que se desenrola entre o dia 1 de Outubro e o dia 31 de Março, e entre o
dia 1 de Abril e o dia 30 de Setembro, respetivamente.
Custos de energia de bombagem registados
34
4.1.1 Horas de ponta
O período de horas de ponta apresenta o valor mais elevado de preço de energia elétrica ao
longo do dia (0,0809 €/kWh). O horário praticado inclui todos os dias da semana com exceção
de sábados, domingos e feriados. Por se tratar do período de preço mais elevado, uma
otimização dos custos energéticos passa pelo não acionamento dos órgãos de bombagem nos
intervalos de tempo associados ou então pela utilização dos mesmos em situações
estritamente necessárias ou de emergência. Os intervalos de tempo em que se verificam horas
de ponta são os seguintes:
Período semanal – inverno: das 09:30 às 12:00 e das 18:30 às 21:00;
Período semanal – verão: das 09:15 às 12:15.
4.1.2 Horas de cheia
O período de horas de cheia apresenta o segundo valor mais elevado de preço de energia
elétrica ao longo do dia (0,0753 €/kWh). Ao contrário do horário de ponta, este período
energético abrange também os sábados. Apesar de o período de cheia não apresentar o preço
mais elevado, o acionamento dos órgãos de bombagem deve ser evitado nestes períodos. Os
intervalos em que se verificam horas de cheia são os seguintes:
Período semanal – inverno: das 07:00 às 09:30, das 12:00 às 18:30 e das 21:00 às
24:00;
Sábado – inverno: das 09:30 às 13:00 e das 18:30 às 22:00;
Período semanal – verão: das 07:00 às 09:15 e das 12:15 às 24:00;
Sábado – verão: das 09:00 às 14:00 e das 20:00 às 22:00.
4.1.3 Horas de vazio normal
O período de horas de vazio normal apresenta o terceiro valor mais elevado de preço de
energia elétrica ao longo do dia (0,0665 €/kWh). É um intervalo energético presente em todos
os dias da semana, sem qualquer exceção, que deverá ser aproveitado para acionar os órgãos
de bombagem e assim manter um volume de água elevado no reservatório, que só serão
Capítulo 4
35
desligados se o valor máximo do mesmo for atingido. Os intervalos de tempo em que se
verificam horas de vazio normal são os seguintes:
Período semanal – inverno: das 00:00 às 02:00 e das 06:00 às 07:00;
Sábado – inverno: das 00:00 às 02:00, das 06:00 às 09:30, das 13:00 às 18:30 e das
22:00 às 24:00;
Período semanal – verão: das 00:00 às 02:00 e das 06:00 às 07:00;
Sábado – verão: das 00:00 às 02:00, das 06:00 às 09:00, das 14:00 às 20:00 e das
22:00 às 24:00;
Domingo: das 00:00 às 02:00 e das 06:00 às 24:00.
4.1.4 Horas de super vazio
Este último período apresenta o valor mais baixo de preço de energia elétrica ao longo do dia
(0,0613 €/kWh), abrangendo todos os dias, sem exceção, e sempre com o mesmo intervalo de
tempo. Este deverá ser sempre utilizado para proceder à bombagem de água para o
reservatório, só sendo desligado se o volume máximo do mesmo for atingido. Os intervalos de
tempo em que se verificam horas de super vazio são os seguintes:
Período semanal – inverno: das 02:00 às 06:00;
Sábado – inverno: das 02:00 às 06:00;
Período semanal – verão: das 02:00 às 06:00;
Sábado – verão: das 02:00 às 06:00;
Domingo: das 02:00 às 06:00.
4.1.5 Preço por período diário
Na Figura 6, estão representados os preços de energia praticados ao longo de um período
semanal no inverno, na qual se verifica dois grandes picos de preços a evitar, que decorrem
entre as 09:30:00 e as 12:00:00 e entre as 18:30:00 e as 21:00:00.
Custos de energia de bombagem registados
36
Figura 6- Representação dos preços energéticos para os períodos semanais no Inverno.
Relativamente aos períodos semanais no verão, estes podem ser consultados na Figura 7, onde
apenas se verifica um horário de ponta a evitar, das 09:15:00 às 12:15:00.
Figura 7 - Representação dos preços energéticos para os períodos semanais no Verão.
Da mesma forma, estão apresentados na Figura 8 os preços de energia praticados aos sábados
no inverno. Como se constata, não existe nenhum período de horas de ponta a evitar.
Figura 8 - Representação dos preços energéticos para os Sábados no Inverno.
0,05
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)
Tempo (hh:mm)
Capítulo 4
37
Na Figura 9, apresenta-se os preços de energia estabelecidos para os sábados no verão,
verificando-se a presença de dois períodos de cheia, das 09:00:00 às 14:00:00 e das 20:00:00
às 22:00:00.
Figura 9 - Representação dos preços energéticos para os Sábados no Verão.
Nesta última Figura 10, constata-se os preços de energia praticados nos domingos e feriados
ao longo do ano.
Figura 10 - Representação dos preços energéticos para os Domingos e Feriados.
Os ciclos horários energéticos e os respetivos preços de energia supracitados, foram como
referido anteriormente, fornecidos pela empresa Águas do Noroeste, S.A., para o ano de 2011.
4.2 Funcionamento do sistema de bombagem
Posteriormente à seleção da área de estudo, foi necessário obter dados referentes à mesma,
entre os quais:
Caudal instantâneo;
Potência instantânea;
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Tempo (hh:mm)
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Pre
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€/k
Wh
)
Tempo (hh:mm)
Custos de energia de bombagem registados
38
Nível de água nas células do reservatório;
Custos faturados pela empresa ao longo do ano de 2011;
Energia despendida ao longo do ano 2011.
Todos os dados fornecidos pela empresa são datados do ano de 2011, através de amostragens
de 5 em 5 minutos, todos os dias sem exceção, sendo o primeiro instante temporal referente
ao dia 1 de Janeiro às 09:56:50 e o último ao dia 31 de Dezembro às 23:56:50.
4.2.1 Caudal instantâneo
Um dos dados fornecidos pela empresa concerne ao caudal instantâneo, elevado pelos órgãos
de bombagem da estação elevatória de Casais para o reservatório de Senhora das Neves. Este
bombeamento de água destina-se a abastecer as populações situadas a jusante do reservatório,
podendo ou não ficar armazenada nas duas células do mesmo. Os valores de caudal
fornecidos apresentam-se em m³/h.
Seguidamente no Quadro 1, a título de exemplo, estão apresentados os valores dos caudais
instantâneos no dia 2 de Janeiro de 2011 das dez às onze horas.
Quadro 1 – Caudal instantâneo elevado pela estação elevatória de Casais.
Data
(dd:mm:aaaa)
Tempo
(hh:mm:ss)
Caudal Instantâneo
(m³/h)
02-01-2011 10:01:50 1792
02-01-2011 10:06:50 1782
02-01-2011 10:11:50 1780
02-01-2011 10:16:50 1779
02-01-2011 10:21:50 1784
02-01-2011 10:26:50 1779
02-01-2011 10:31:50 1773
02-01-2011 10:36:50 1788
02-01-2011 10:41:50 1783
02-01-2011 10:46:50 1780
02-01-2011 10:51:50 1781
02-01-2011 10:56:50 1778
Através de uma breve análise dos valores ilustrados no Quadro 1, pode-se concluir que das
dez às onze horas do dia 2 de Janeiro de 2011, a estação elevatória de Casais estava a
Capítulo 4
39
proceder à bombagem de água para o reservatório de Senhora das Neves, com um caudal
instantâneo elevado a rondar em média os 1780 m³/h.
Seguidamente, a Figura 11 apresenta o caudal instantâneo elevado pela estação, para o dia 2
de Janeiro de 2011.
Figura 11 - Caudal instantâneo elevado pela estação elevatória de Casais.
Após a análise dos valores de caudal instantâneo fornecidos ao longo de todo o ano, constata-
se pelo Quadro 2, que nos períodos diários em que os órgãos de bombagem se encontram
inativos, os aparelhos de medição detetam valores mínimos de caudal. Por essa razão, foi
decidido não ignorar estes valores.
Quadro 2 - Caudal instantâneo elevado no período de repouso dos órgãos de bombagem para o dia 2
de Janeiro de 2011 entre as oito e as nove horas.
Data
(dd:mm:aaaa)
Tempo
(hh:mm:ss)
Caudal Instantâneo
(m³/h)
02-01-2011 08:01:50 5
02-01-2011 08:06:50 2
02-01-2011 08:11:50 4
02-01-2011 08:16:50 3
02-01-2011 08:21:50 6
02-01-2011 08:26:50 4
02-01-2011 08:31:50 5
02-01-2011 08:36:50 4
02-01-2011 08:41:50 3
02-01-2011 08:46:50 5
02-01-2011 08:51:50 4
02-01-2011 08:56:50 4
0,00
500,00
1000,00
1500,00
2000,00
00
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00
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:50
02
:46
:50
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:31
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:50
08
:16
:50
09
:11
:50
10
:06
:50
11
:01
:50
11
:56
:50
12
:51
:50
13
:46
:50
14
:41
:50
15
:36
:50
16
:31
:50
17
:26
:50
18
:21
:50
19
:16
:50
20
:11
:50
21
:06
:50
22
:01
:50
22
:56
:50
23
:51
:50
Ca
ud
al
(m³/
h)
Tempo (hh:mm:ss)
Custos de energia de bombagem registados
40
4.2.2 Potência instantânea
Outro dos dados fornecidos pela empresa refere-se à potência instantânea aferida nos grupos
de bombagem. Os valores ministrados pela empresa, medidos no local, são valores reais que
posteriormente serão utilizados para a quantificação total dos custos e gastos energéticos da
estação elevatória de Casais.
Em conformidade com o exemplo (dia e horário) escolhido acima, no Quadro 3 estão
apresentados os valores de potência instantânea.
Quadro 3 - Potência instantânea medida na estação, para o dia 2 de Janeiro de 2011 entre as dez e as
onze horas.
Data
(dd:mm:aaaa)
Tempo
(hh:mm:ss)
Grupo 1
(kW)
Grupo 2
(kW)
Grupo 3
(kW)
Grupo 4
(kW)
Potência
Instantânea
(kW)
02-01-2011 10:01:50 3 0 1 555 555
02-01-2011 10:06:50 3 1 1 555 555
02-01-2011 10:11:50 3 0 1 554 554
02-01-2011 10:16:50 3 0 1 554 554
02-01-2011 10:21:50 3 1 1 554 554
02-01-2011 10:26:50 3 0 1 554 554
02-01-2011 10:31:50 3 0 1 554 554
02-01-2011 10:36:50 3 0 1 555 555
02-01-2011 10:41:50 3 1 1 554 554
02-01-2011 10:46:50 3 0 1 554 554
02-01-2011 10:51:50 3 0 1 554 554
02-01-2011 10:56:50 3 0 1 555 555
O valor de potência instantânea, em cada grupo de bombagem, utilizado para os cálculos de
energia e custos, em cada intervalo de 5 minutos, consumido pela estação, apenas é
considerado se for superior a 100 kW. Como se pode constatar no
Quadro 3 acima apresentado, diversos grupos de bombagem apresentam valores muito baixos
de potência, não sendo acrescentados ao valor total em cada intervalo.
Capítulo 4
41
4.2.3 Nível de água nas células do reservatório de Senhora das Neves
Como previamente referido, o reservatório de Senhora das Neves encontra-se dividido em
duas células de igual volume. O nível de água em cada célula permite obter o valor de altura
de água presente e, consequentemente, o seu volume em cada instante temporal.
Partindo do mesmo exemplo diário e horário (2 de Janeiro de 2011), o Quadro 4 representa
estes níveis de água acima referidos.
Quadro 4 - Nível do Reservatório de Senhora das Neves, por célula.
Data
(dd:mm:aaaa)
Tempo
(hh:mm:ss)
Nível Célula 1
(%)
Nível Célula 2
(%)
02-01-2011 10:01:50 50 48
02-01-2011 10:06:50 51 48
02-01-2011 10:11:50 51 49
02-01-2011 10:16:50 52 50
02-01-2011 10:21:50 52 50
02-01-2011 10:26:50 53 51
02-01-2011 10:31:50 53 51
02-01-2011 10:36:50 54 52
02-01-2011 10:41:50 54 52
02-01-2011 10:46:50 55 53
02-01-2011 10:51:50 56 54
02-01-2011 10:56:50 58 56
De uma forma mais minuciosa, a Figura 12 ilustra a variação do nível de altura média da água
para a célula número um.
Custos de energia de bombagem registados
42
Figura 12 - Nível médio de água na célula número um ao longo do dia 2 de Janeiro de 2011.
A Figura 13 faz referência a esta variação para a célula número dois, sempre para o intervalo
diário e horário escolhido como exemplo.
Figura 13 - Nível médio de água na célula número dois ao longo do dia 2 de Janeiro de 2011.
Através da análise da Figura 12 e Figura 13, apresentadas acima, pode-se verificar que as duas
células apresentam por norma valores de altura de água idênticos, exceto em algumas
situações específicas e raras (falta de dados, paragem para limpeza da célula, etc.).
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
100
00
:01
:50
0
0:4
6:5
0
01
:31
:50
0
2:1
6:5
0
03
:01
:50
0
3:4
6:5
0
04
:31
:50
0
5:1
6:5
0
06
:01
:50
0
6:4
6:5
0
07
:31
:50
0
8:1
6:5
0
09
:01
:50
0
9:4
6:5
0
10
:31
:50
1
1:1
6:5
0
12
:01
:50
1
2:4
6:5
0
13
:31
:50
1
4:1
6:5
0
15
:01
:50
1
5:4
6:5
0
16
:31
:50
1
7:1
6:5
0
18
:01
:50
1
8:4
6:5
0
19
:31
:50
2
0:1
6:5
0
21
:01
:50
2
1:4
6:5
0
22
:31
:50
2
3:1
6:5
0
Nív
el m
édio
de
ág
ua
(%
)
Tempo (hh:mm:ss)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
100
00
:01
:50
0
0:4
6:5
0
01
:31
:50
0
2:1
6:5
0
03
:01
:50
0
3:4
6:5
0
04
:31
:50
0
5:1
6:5
0
06
:01
:50
0
6:4
6:5
0
07
:31
:50
0
8:1
6:5
0
09
:01
:50
0
9:4
6:5
0
10
:31
:50
1
1:1
6:5
0
12
:01
:50
1
2:4
6:5
0
13
:31
:50
1
4:1
6:5
0
15
:01
:50
1
5:4
6:5
0
16
:31
:50
1
7:1
6:5
0
18
:01
:50
1
8:4
6:5
0
19
:31
:50
2
0:1
6:5
0
21
:01
:50
2
1:4
6:5
0
22
:31
:50
2
3:1
6:5
0
Nív
el m
édio
de
ág
ua
(%
)
Tempo (hh:mm:ss)
Capítulo 4
43
4.2.4 Energia consumida pela empresa ao longo do ano de 2011
A empresa Águas do Noroeste, S.A., disponibilizou os montantes de energia gastos pela
estação elevatória de Casais, referentes ao ano de 2011.
No Quadro 5, estão representados os valores de energia despendidos ao longo dos meses do
referido ano, separados pelos seus períodos de horário energético.
Quadro 5 - Energia faturada pela empresa Águas do Noroeste, S.A..
Mês
Energia
Ponta
(kW)
Energia
Cheia
(kW)
Energia Vazio
Normal
(kW)
Energia Super
Vazio
(kW)
Energia
Mensal
(kW)
Janeiro 2401 120096 104244 73046 299787
Fevereiro 3137 116129 87007 64287 270560
Março 3748 124910 94764 75293 298715
Abril 6233 125250 104797 68240 304520
Maio 3423 152915 104221 76655 337214
Junho 2797 155892 119930 70548 349167
Julho 6354 170880 115678 76384 369296
Agosto 5515 171220 108418 76896 362049
Setembro 1492 153801 96303 71583 323179
Outubro 6065 147503 118637 74510 346715
Novembro 4116 118538 89942 66879 279475
Dezembro 1641 111006 109863 70298 292808
Total 46922 1668140 1253804 864619 3833485
4.2.5 Custos consumida pela empresa ao longo do ano de 2011
Outro dos dados facultados pela empresa Água do Noroeste, S.A., refere-se aos custos de
energia elétrica faturados para a elevação de água desde a estação elevatória de Casais até ao
reservatório de Senhora das Neves. No Quadro 6, representam-se os custos faturados para o
ano de 2011, divididos pelos seus meses, e respetivos intervalos de períodos energéticos.
Custos de energia de bombagem registados
44
Quadro 6 - Custos faturados pela empresa Águas do Noroeste, S.A..
Mês
Custo
Ponta
(€)
Custo Cheia
(€)
Custo Vazio
Normal
(€)
Custo Super
Vazio
(€)
Custo
Mensal
(€)
Janeiro 194,30 € 9.041,31 € 6.936,19 € 4.474,14 € 20.645,94 €
Fevereiro 253,86 € 8.742,66 € 5.789,27 € 3.937,64 € 18.723,43 €
Março 303,30 € 9.403,72 € 6.305,41 € 4.611,77 € 20.624,20 €
Abril 504,40 € 9.429,32 € 6.972,98 € 4.179,77 € 21.086,47 €
Maio 276,72 € 11.512,05 € 6.934,66 € 4.695,20 € 23.418,63 €
Junho 226,12 € 11.736,17 € 7.979,90 € 4.321,14 € 24.263,33 €
Julho 514,19 € 12.864,53 € 7.696,98 € 4.678,60 € 25.754,30 €
Agosto 445,84 € 12.890,13 € 7.213,92 € 4.709,96 € 25.259,85 €
Setembro 120,62 € 11.578,75 € 6.407,81 € 4.384,53 € 22.491,71 €
Outubro 490,80 € 11.104,62 € 7.893,87 € 4.563,81 € 24.053,10 €
Novembro 333,08 € 8.924,01 € 5.984,56 € 4.096,41 € 19.338,06 €
Dezembro 132,80 € 8.356,98 € 7.310,06 € 4.305,82 € 20.105,66 €
Total 3.796,03 € 125.584,25 € 83.425,61 € 52.958,78 € 265.764,67 €
Através da análise do Quadro 6, apura-se que a maior fatia de custos despendida ao longo do
ano de 2011, está associada aos intervalos onde se verificam horas de cheia. Os custos totais
mensais são mais elevados nos meses correspondentes ao período de verão, ou seja, entre 31
de Março e 30 de Setembro, devido aos maiores consumos de água por parte das populações
nesta época do ano. Por último, constata-se que o valor total pago pela empresa no final do
ano é extremamente alto, reforçando a importância dos trabalhos de otimização de órgãos de
bombagem em sistemas de abastecimento de água, hoje em dia.
5. Capítulo 5
Calibração de custos de energia de bombagem
Para o desenvolvimento deste trabalho de Dissertação, foi necessário proceder ao tratamento,
análise e cálculo de algumas variáveis, tais como:
Volume de água elevado pela estação elevatória de Casais a cada intervalo de 5
minutos;
Volume armazenado no reservatório de Senhora das Neves;
Volume de saída do reservatório de Senhora das Neves;
Cálculo da energia consumida, posteriormente dividida em energia de:
o Ponta;
o Cheia;
o Vazio normal;
o Super vazio;
Cálculo dos custos, divididos em:
o Total diário;
o Total mensal;
o Total anual;
o Ponta;
o Cheia;
o Vazio normal;
o Super vazio.
Seguidamente são apresentados os cálculos efetuados para a obtenção das variáveis acima
expostas.
5.1 Volume de água elevado pela estação elevatória de Casais a cada intervalo de 5
minutos
Como já referenciado previamente, os valores de caudal fornecidos pela empresa Águas do
Noroeste, S.A., relativos à estação elevatória de Casais, encontram-se em m³/h com
Calibração de custos de energia de bombagem
46
amostragens de 5 em 5 minutos, para todos os dias do ano de 2011. Como tal, entendeu--se
mais benéfico transformar a amostragem de caudal instantâneo em m³/h numa amostragem de
volume instantâneo elevado, a cada intervalo de 5 minutos.
Seguidamente na Eq. 3.1, é apresentada a expressão de cálculo usada, dispondo-se no
Quadro 7 uma amostra de valores de caudal e volume referentes ao dia 2 de Janeiro de 2011,
entre as dez e as onze horas:
(3.1)
Quadro 7- Volume de água elevado em m³.
Data
(dd:mm:aaaa)
Tempo
(hh:mm:ss)
Caudal
Instantâneo
(m³/h)
Volume
Instantâneo
(m³)
02-01-2011 10:01:50 1792 149,30
02-01-2011 10:06:50 1782 148,48
02-01-2011 10:11:50 1780 148,37
02-01-2011 10:16:50 1779 148,27
02-01-2011 10:21:50 1784 148,64
02-01-2011 10:26:50 1779 148,24
02-01-2011 10:31:50 1773 147,71
02-01-2011 10:36:50 1788 148,96
02-01-2011 10:41:50 1783 148,61
02-01-2011 10:46:50 1780 148,35
02-01-2011 10:51:50 1781 148,43
02-01-2011 10:56:50 1778 148,16
5.2 Volume de água armazenado no reservatório de Senhora das Neves
Através dos valores do nível de água nas células do reservatório, do valor do diâmetro e da
altura máxima de água em cada célula, é calculado o volume armazenado no reservatório de
Senhora das Neves em cada instante temporal.
Para facilitar a elaboração da metodologia de otimização, considera-se para efeitos de cálculo
que o reservatório de Senhora das Neves apenas é constituído por uma célula, com o dobro do
volume de uma das células existente.
Capítulo 5
47
Logo:
Nível de água para o dia 2 de Janeiro de 2011 às 10:01:50:
Considerando apenas uma célula, o valor do nível médio de água está representado na Eq. 3.2.
(3.2)
Logo, o volume total de água no reservatório para o dia 2 de Janeiro de 2011 às 10:01:50 está
representado na Eq. 3.3.
(3.3)
No Quadro 8, estão representados os valores de volume armazenados em conformidade com o
exemplo (data e hora) escolhido.
Calibração de custos de energia de bombagem
48
Quadro 8 - Volume armazenado no Reservatório de Senhora das Neves em m³.
Data
(dd:mm:aaaa)
Tempo
(hh:mm:ss)
Volume
Armazenado
(m³)
02-01-2011 10:01:50 2816
02-01-2011 10:06:50 2851
02-01-2011 10:11:50 2884
02-01-2011 10:16:50 2916
02-01-2011 10:21:50 2948
02-01-2011 10:26:50 2978
02-01-2011 10:31:50 3007
02-01-2011 10:36:50 3036
02-01-2011 10:41:50 3064
02-01-2011 10:46:50 3106
02-01-2011 10:51:50 3180
02-01-2011 10:56:50 3256
5.3 Volume de saída do reservatório de Senhora das Neves
O volume de água que sai do reservatório de Senhora das Neves resulta da diferença entre o
volume instantâneo, elevado pela estação elevatória de Casais, e a variação do volume de
água armazenado no reservatório de Senhora das Neves, como se pode constatar pela Eq. 3.4.
Estes valores são de extrema importância, pois traduzem os consumos populacionais a jusante
do reservatório e são utilizados como dados de entrada para a metodologia de otimização.
Logo:
(3.4)
Para o dia 2 de Janeiro de 2011 às 10:06:50, os valores de volume são os seguintes:
Para o dia 2 de Janeiro de 2011 às 10:01:50, o valor de volume armazenado no instante
anterior é o seguinte:
Capítulo 5
49
Logo:
(3.5)
Seguidamente, no Quadro 9 estão representados os valores de volume de saída partindo do
mesmo exemplo diário e horário.
Quadro 9 – Volume de saída do reservatório de Senhora das Neves.
Data
(dd:mm:aaaa)
Tempo
(hh:mm:ss)
Caudal
Instantâneo
(m³/h)
Volume
Instantâneo (m³)
Volume
Armazenado (m³)
Volume
Saída
(m³)
02-01-2011 10:01:50 1792 149,3 2816 177,066
02-01-2011 10:06:50 1782 148,48 2851 113,53
02-01-2011 10:11:50 1780 148,37 2884 114,987
02-01-2011 10:16:50 1779 148,27 2916 116,235
02-01-2011 10:21:50 1784 148,64 2948 116,71
02-01-2011 10:26:50 1779 148,24 2978 118,057
02-01-2011 10:31:50 1773 147,71 3007 119,09
02-01-2011 10:36:50 1788 148,96 3036 120,284
02-01-2011 10:41:50 1783 148,61 3064 120,199
02-01-2011 10:46:50 1780 148,35 3106 106,105
02-01-2011 10:51:50 1781 148,43 3180 75,141
02-01-2011 10:56:50 1778 148,16 3256 71,594
5.4 Energia
A quantificação da energia despendida para a elevação da água é aferida através da
multiplicação do valor de potência, em cada intervalo de tempo, pelo intervalo de 5 minutos,
dividido por 1 hora (Eq. 3.6).
Logo:
(3.6)
Calibração de custos de energia de bombagem
50
Os valores de energia para cada dia foram divididos pelos períodos de horas de ponta, cheia,
vazio normal e super vazio.
Continuamente, no Quadro 10, serão apresentados os valores de energia conforme o exemplo
apresentado anteriormente, em dia e hora.
Quadro 10 - Energia despendida pela elevação da água para o reservatório de Senhora das Neves.
Data
(dd:mm:aaaa)
Tempo
(hh:mm:ss)
Horário
Energético
Energia
Ponta
(kW)
Energia
Cheia
(kW)
Energia
Vazio
Normal
(kW)
Energia
Super
Vazio
(kW)
02-01-2011 10:01:50 VN - - 46,25 -
02-01-2011 10:06:50 VN - - 46,23 -
02-01-2011 10:11:50 VN - - 46,17 -
02-01-2011 10:16:50 VN - - 46,18 -
02-01-2011 10:21:50 VN - - 46,15 -
02-01-2011 10:26:50 VN - - 46,13 -
02-01-2011 10:31:50 VN - - 46,16 -
02-01-2011 10:36:50 VN - - 46,21 -
02-01-2011 10:41:50 VN - - 46,21 -
02-01-2011 10:46:50 VN - - 46,17 -
02-01-2011 10:51:50 VN - - 46,18 -
02-01-2011 10:56:50 VN - - 46,28 -
5.5 Custos
A quantificação dos custos relacionados com a elevação de água, desde a estação elevatória
de Casais até ao reservatório de Senhora das Neves, é realizada através da multiplicação do
valor de energia, no período de 5 minutos respetivo, pelo preço do horário energético
correspondente a esse mesmo período temporal.
O custo foi então obtido pela Eq. 3.7.
(3.7)
Capítulo 5
51
Após a obtenção dos custos correspondentes a todos os intervalos de tempo de 5 minutos, ao
longo do ano de 2011, estes foram somados e divididos em custo:
Diário, onde se obtém o custo no final de cada dia do ano de 2011;
Mensal, onde são somados os custos obtidos em cada dia do respetivo mês;
Anual, obtido pelo somatório do custo de todos os meses do ano de 2011;
Horário de ponta, representando o custo associado à bombagem em horas de ponta;
Horário de cheia, traduzindo o custo associado à bombagem em horas de cheia;
Horário de vazio normal, refletindo-se o custo associado à bombagem em horas de
vazio normal;
Horário de super vazio, demonstrando o custo associado à bombagem em horas de
cheia.
De seguida, no Quadro 11, são apresentados os cálculos dos valores dos custos para o mesmo
exemplo temporal usado nos pontos anteriores.
Quadro 11 - Custos associados aos órgãos de bombagem da estação elevatória de Casais.
Data
(dd:mm:aaaa)
Tempo
(hh:mm:ss)
Horário
Energético
Preço
Horário
Energético
Potencia
Instantânea (kW) Custo (€)
02-01-2011 10:01:50 VN 0,0665 555 3,08 €
02-01-2011 10:06:50 VN 0,0665 555 3,07 €
02-01-2011 10:11:50 VN 0,0665 554 3,07 €
02-01-2011 10:16:50 VN 0,0665 554 3,07 €
02-01-2011 10:21:50 VN 0,0665 554 3,07 €
02-01-2011 10:26:50 VN 0,0665 554 3,07 €
02-01-2011 10:31:50 VN 0,0665 554 3,07 €
02-01-2011 10:36:50 VN 0,0665 555 3,07 €
02-01-2011 10:41:50 VN 0,0665 554 3,07 €
02-01-2011 10:46:50 VN 0,0665 554 3,07 €
02-01-2011 10:51:50 VN 0,0665 554 3,07 €
02-01-2011 10:56:50 VN 0,0665 555 3,08 €
No Quadro 12 são também apresentados o custo diário final do dia 2 de Janeiro de 2011 e
respetivos ao seu horário energético (horas de ponta, cheia, vazio normal e super vazio), o
custo mensal do mês de Janeiro e o custo total anual de 2011.
Calibração de custos de energia de bombagem
52
Quadro 12 - Custos associados aos órgãos de bombagem da estação elevatória de Casais.
Tempo: Custo (€)
Diário (2/01/2011) 559,06 €
Ponta (2/01/2011) 0,00 €
Cheia (2/01/2011) 0,00 €
Vazio Normal (2/01/2011) 424,07 €
Super Vazio (2/01/2011) 134,99 €
Mensal (Janeiro) 19.696,24 €
Anual (2011) 257.321,26 €
5.6 Comparação dos resultados obtidos com os valores da empresa
Este tópico tem como objetivo comparar os resultados obtidos anteriormente, em termos de
custos mensais e os gastos de energia despendidos pela estação, com os valores reais de
custos e de energia presentes nas faturas energéticas, para o ano de 2011.
5.6.1 Energia
Como já referido no ponto 5.4, os valores de energia despendida são obtidos através da
multiplicação do valor de potência, em cada intervalo de tempo, pelo intervalo de 5 minutos,
dividido por 1 hora.
Após o cálculo dos valores de energia, estes são divididos mediante os períodos de horário
energético em que se encontram e somados, por dia e por mês.
Continuamente compara-se os valores de energia de ponta, cheia, vazio normal e super vazio
obtidos nos cálculos anteriormente descritos, com os valores fornecidos pela empresa
discriminados nas faturas energéticas. Assim no Quadro 13, constata-se os valores de energia
calculados, divididos por mês e nos diferentes horários energéticos.
Capítulo 5
53
Quadro 13 - Valores de energia calculados e divididos pelo respetivo horário energético por mês para
o ano de 2011.
Mês
Valores calculados de energia
Energia
Ponta (kW)
Energia
Cheia (kW)
Energia Vazio
Normal (kW)
Energia Super
Vazio (kW)
Janeiro 1800,76 116009,16 98862,69 69179,37
Fevereiro 2722,57 111068,12 84525,14 62762,11
Março 6784,77 116375,96 91085,03 74386,13
Abril 5777,86 120687,39 101116,31 66218,98
Maio 3395,84 146885,94 100582,53 74773,38
Junho 2794,85 150458,61 116224,08 69025,58
Julho 5943,58 165422,47 112406,93 74345,78
Agosto 6176,78 167229,65 102728,93 74809,70
Setembro 1269,58 147154,09 93669,21 69772,91
Outubro 18782,47 129863,11 114598,21 72506,60
Novembro 3245,84 113600,26 87512,70 65508,88
Dezembro 781,17 106921,28 107271,24 69221,12
No Quadro 14, apresenta-se os valores fornecidos pela empresa presentes nas faturas
energéticas, por mês e nos diferentes horários energéticos.
Quadro 14 - Valores de energia faturados e divididos pelo respetivo horário energético por mês para o
ano de 2011.
Mês
Valores faturados de energia
Energia
Ponta (kW)
Energia
Cheia (kW)
Energia Vazio
Normal (kW)
Energia Super
Vazio (kW)
Janeiro 2401,00 120096,00 104244,00 73046,00
Fevereiro 3137,00 116129,00 87007,00 64287,00
Março 3748,00 124910,00 94764,00 75293,00
Abril 6233,00 125250,00 104797,00 68240,00
Maio 3423,00 152915,00 104221,00 76655,00
Junho 2797,00 155892,00 119930,00 70548,00
Julho 6354,00 170880,00 115678,00 76384,00
Agosto 5515,00 171220,00 108418,00 76896,00
Setembro 1492,00 153801,00 96303,00 71583,00
Outubro 6065,00 147503,00 118637,00 74510,00
Novembro 4116,00 118538,00 89942,00 66879,00
Dezembro 1641,00 111006,00 109863,00 70298,00
Como se pode constatar pela Figura 14, os valores de energia gasta em horário de ponta
calculados apresentam valores similares aos valores faturados pela empresa. No entanto, nos
meses de Março e Outubro os valores de energia calculados são ligeiramente superiores aos
Calibração de custos de energia de bombagem
54
valores presentes nas faturas. Esta incoerência pode advir de um erro de leitura/registo dos
valores de energia gastos pela estação elevatória de Casais ou de fornecimento de dados por
parte da empresa Águas do Noroeste, S.A..
Figura 14 - Valores de energia consumida em horário de ponta gastos na Estação Elevatória de Casais
ao longo do ano de 2011.
Seguidamente na Figura 15 estão representados os valores de energia consumida em horário
de cheia pela estação elevatória de Casais. Como se pode apurar, as duas linhas demonstram
uma grande proximidade, estando apenas mais afastadas nos meses de Março e Outubro. Esta
situação sucede do lapso ocorrido e já explicado anteriormente, para a energia despendida em
horas de ponta (Figura 14), sendo que nesta situação a energia de cheia calculada apresenta
um valor por defeito.
Figura 15 - Valores de energia consumida em horário de cheia gastos na Estação Elevatória de Casais
ao longo do ano de 2011.
0,00
5000,00
10000,00
15000,00
20000,00
En
erg
ia (
kW
)
Mês
Energia Calculada
Energia Fornecida
0,00 20000,00 40000,00 60000,00 80000,00
100000,00 120000,00 140000,00 160000,00 180000,00
En
erg
ia (
kW
)
Mês
Energia Calculada
Energia Fornecida
Capítulo 5
55
Na Figura 16, está representada a energia calculada e fornecida em horário de vazio normal na
estação elevatória de Casais. Como se pode averiguar, os valores são muito similares, o que
contribui para a sua validação.
Figura 16 - Valores de energia consumida em horário de vazio normal gastos na Estação Elevatória de
Casais ao longo do ano de 2011.
Por último, na Figura 17 está representada a energia calculada e fornecida em horário de super
vazio. Quer os valores calculados, quer os fornecidos atestam uma similaridade, visto tratar-se
do período horário de menor custo energético, no qual os órgãos de bombagem estão sempre
em utilização, independentemente do dia.
Figura 17 - Valores de energia consumida em horário de super vazio gastos na Estação Elevatória de
Casais ao longo do ano de 2011.
0,00
20000,00
40000,00
60000,00
80000,00
100000,00
120000,00
140000,00
En
erg
ia (
kW
)
Mês
Energia Calculada
Energia Fornecida
0,00 10000,00 20000,00 30000,00 40000,00 50000,00 60000,00 70000,00 80000,00 90000,00
Ene
rgia
(kW
)
Mês
Energia Calculada
Energia Fornecida
Calibração de custos de energia de bombagem
56
5.6.2 Custos mensais e anuais
Como já referido no ponto 5.5, os custos são obtidos através da multiplicação do valor de
potência pelo custo energético em cada intervalo de 5 minutos. Posteriormente à determinação
dos custos em cada período, procede-se à soma destes por dia, mês e ano. No final, compara-
se os resultados obtidos com os valores reais pagos pela empresa nas faturas energéticas.
No Quadro 15 apresenta-se os custos totais calculados e os custos reais faturados pela
empresa, ao longo do ano de 2011
Quadro 15 - Custos calculados e faturados pela empresa Águas do Noroeste, S.A., referentes à estação
elevatória de Casais.
Na Figura 18, representa-se os custos calculados e os reais faturados pela empresa.
Figura 18 - Custos calculados e faturados pela empresa Águas do Noroeste, S.A., referentes à estação
elevatória de Casais.
0,00 €
5.000,00 €
10.000,00 €
15.000,00 €
20.000,00 €
25.000,00 €
30.000,00 €
Cu
sto
(€
)
Mês
Preço facturado
Preço calculado
Mês Custo calculado
(€)
Custo faturado
(€)
Diferença
(€)
Janeiro 19.696,24 € 20.645,94 € - 949,70 €
Fevereiro 18.051,92 € 18.723,43 € - 671,51 €
Março 19.868,37 € 20.624,20 € - 755,83 €
Abril 20.338,65 € 21.086,47 € - 747,82 €
Maio 22.607,58 € 23.418,63 € - 811,05 €
Junho 23.515,81 € 24.263,33 € - 747,52 €
Julho 24.969,60 € 25.754,30 € - 784,70 €
Agosto 24.448,70 € 25.259,85 € - 811,15 €
Setembro 21.689,85 € 22.491,71 € - 801,86 €
Outubro 23.363,22 € 24.053,10 € - 689,88 €
Novembro 19.280,15 € 19.338,06 € - 57,91 €
Dezembro 19.491,16 € 20.105,66 € - 614,50 €
Capítulo 5
57
Como se pode constatar pelo Quadro 15 e na Figura 18, os custos calculados são sem exceção
inferiores aos apresentados nas faturas. No entanto, estas diferenças nunca são superiores a
1.000 € mensais, permitindo assim assumir a viabilidade dos valores obtidos.
De referir que os custos a comparar com os resultados obtidos na metodologia de otimização
serão os calculados anteriormente. Dado que os custos calculados já são inferiores aos reais,
se a metodologia de otimização a desenvolver exibir um custo diário igual ao de cálculo, o
modelo já estará a apresentar custos inferiores aos reais.
Calibração de custos de energia de bombagem
58
6. Capítulo 6
Metodologia de otimização
No presente capítulo são expostos os principais passos que levaram à construção da
metodologia de otimização para instrumentos de bombagem de um sistema de abastecimento
de água. Após a conclusão desta, são apresentados os doze cenários de funcionamento
estudados.
6.1 Rede neuronal artificial
Através do estudo e análise das metodologias de otimização, usadas em órgãos de bombagem
em sistemas de abastecimento de água, apresentadas no capítulo 2, concluiu-se que a
metodologia de otimização mais adequada a implementar nesta Dissertação seria uma rede
neuronal artificial.
Atualmente, as redes neuronais artificiais desempenham um papel fulcral ao nível do
processamento de dados em relação à computação corrente, devido ao facto de permitirem
uma melhor aprendizagem, um nível de fiabilidade superior, maior poder de generalização e
uma melhor coabitação com as falhas (Rojas, 1996).
Não é de agora que as redes neuronais começam a ser consideradas como uma boa alternativa
à algoritmia. A questão principal prende-se apenas com a possibilidade de com a tecnologia
atual, se conseguir obter valores fiáveis em tempo real. Hoje em dia, a programação destas
também está facilitada, porque existem diversas frameworks, pois a programação de raiz de
uma rede neuronal é extremamente complexa.
A rede neuronal artificial foi desenvolvida com recurso à linguagem Java, utilizando o IDE
NetBeans versão 7.2 e a framework "encog".
Metodologia de otimização
60
6.1.1 Camadas
A rede neuronal artificial é constituída por uma camada de entrada com 5 nodos, 3 camadas
de processamento (também com 5 nodos) e, por fim, uma camada de saída com 1 nodo
apenas.
6.1.1.1 Camada de entrada
A camada de entrada ou input layer é responsável pela receção dos dados de entrada que
posteriormente serão processados. Como todas as outras camadas, todos os neurónios
presentes têm as mesmas características (Graupe, 2007).
6.1.1.2 Camada de processamento
A camada de processamento ou middle layer poderá ou não existir nas redes neuronais
artificiais. Esta camada é responsável pelo processamento dos dados recebidos e por produzir
o resultado final (Graupe, 2007).
6.1.1.3 Camada de saída
A camada de saída ou output layer é o último passo a que os dados estão sujeitos. Em
situações em que não existe a camada de processamento, esta camada realiza o processamento
dos dados recebidos. Normalmente, apenas tem de gerar como resultado final um único valor
(Graupe, 2007).
6.1.2 Função de ativação
As funções de ativação têm como objetivo determinar o nível de transformação de um
neurónio perante as suas entradas. Deseja-se que este tipo de função se comporte como um
meio filtrante, com o intuito de limitar superiormente e inferiormente os valores calculados à
saída dos neurónios, não apresentando comportamentos instáveis (Martins, 1997).
Capítulo 6
61
As funções de ativação permitem, entre outras, estabilizar o estado da rede neuronal artificial.
No presente caso, a função tangente hiperbólica foi a que deu melhores resultados, sendo por
isso a selecionada.
6.1.3 Treino da rede neuronal artificial
O processo de treino ou aprendizagem de uma rede neuronal artificial é responsável pela
determinação dos parâmetros internos da rede, de modo a que esta obtenha e apresente o
comportamento desejado (Roseiro, 2004).
O treino utilizado na presente rede neuronal artificial é o treino supervisionado. Este utiliza
um conjunto de dados de entrada com as respetivas saídas, onde são aplicadas regras baseadas
na minimização do erro, sendo assim possível calcular os valores dos pesos das ligações a
partir da informação disponível no sistema, comparando os valores de saída com os valores
esperados. Este processo visa encontrar os melhores valores dos pesos de ligação, por forma a
minimizar o erro entre os valores conhecidos e os valores previstos (Almeida, 2012).
O treino da rede neuronal é realizado com recurso aos dados fornecidos pela empresa Águas
do Noroeste, S.A., sendo os de entrada: a hora, os diferentes intervalos de horários
energéticos, os seus custos, os ciclos e volume de água saído do reservatório de Senhora das
Neves. Como dados de saída para efetuar o treino da rede é adicionado juntamente aos dados
de entrada e, para o mesmo período temporal, os valores de volume de água elevado pela
estação elevatória de Casais.
6.1.4 Modelo de treino da rede neuronal artificial
A metodologia ou algoritmo utilizado para fazer o treino da rede neuronal artificial, está
intimamente ligado à forma como esta se encontra organizada e estruturada. Para o caso de
estudo é agora apresentada a classe genérica de organização da rede neuronal, uma classe
feedfoward multicamada, e o seu algoritmo de treino do tipo BackPropagation.
Uma rede neuronal artificial constituída por uma classe organizacional do tipo feedfoward
multicamada, contem obrigatoriamente uma camada de processamento. O objetivo desta
consiste em realizar o processamento de inputs para que estes sejam o mais corretos possíveis.
Com a adição de “n” camadas de processamento, a rede ganha a capacidade de obter dados
Metodologia de otimização
62
estatísticos com maior precisão. É importante ter em conta que deve existir um equilíbrio
entre o número de camadas de processamento e o tamanho do input. Quanto maior for este,
mais camadas deverá ter, no entanto, quanto maior for o tamanho da rede, menor será o seu
desempenho (Graupe, 2007).
O algoritmo de treino da rede neuronal artificial é do tipo BackPropagation. Este algoritmo
tem como função ajustar os pesos das ligações entre as camadas constituintes da rede. Durante
o treino da rede, o algoritmo funciona da seguinte forma: numa primeira fase após os dados
entrarem para o para processamento, essa gera um resultado, obtendo-se a resposta produzida
pela camada de saída. Numa segunda fase, a resposta obtida à saída da rede é comparada com
o dado de saída desejado, calculando-se assim o erro. Na terceira fase, este erro é emitido ao
longo da rede e os pesos são ajustados, por forma a produzir a resposta correta (Graupe,
2007).
6.1.5 Resultados obtidos
Após a construção, treino e teste da rede neuronal artificial, os resultados obtidos não foram
os mais satisfatórios. A rede não apresentava capacidade para proceder à otimização, pelas
seguintes razões:
Não foi possível desenvolver um data set de treino para a rede neuronal artificial
suficientemente robusto, ou seja, existia um valor por defeito de dados de treino, o que
originava a não obtenção de valores corretos para os seus parâmetros internos. Os
dados de treino disponibilizados eram restringidos ao ano de 2011.
Os dados de entrada a utilizar na rede neuronal artificial apresentavam valores muito
próximos entre si, o que é um inconveniente, pois a rede atingia um estado de
estabilidade com relativa facilidade levando as sinapses a apresentar valores nos seus
pesos idênticos, não se obtendo assim um resultado fiável.
Devido às razões invocadas anteriormente, decidiu-se avançar para o desenvolvimento de
uma nova metodologia de otimização, não eliminando o trabalho já efetuado até esse
momento.
Capítulo 6
63
6.2 Algoritmo genérico usando linguagem Java
Recorrendo novamente ao estudo preliminar efetuado no capítulo 2, tendo em consideração as
especificidades da área de estudo, os dados de entrada a utilizar e os resultados esperados,
elaborou-se um algoritmo genérico, novamente com o recurso a linguagem Java e ao IDE
NetBeans versão 7.2. À rede neuronal criada acrescentou-se, de uma forma totalmente
independente, o algoritmo genérico de otimização.
A interface de utilização deste algoritmo genérico de otimização é a mesma da rede neuronal
artificial. Os resultados finais, embora totalmente independentes, são divulgados em
simultâneo no final do processamento.
6.2.1 Valores constantes do algoritmo de otimização
No algoritmo de otimização foi necessário estabelecer alguns dados constantes, ou seja, dados
que não alteram o seu valor ao longo da execução do algoritmo, tais como: o número total de
ciclos, os valores de volumes de água elevado e de potência despendida em cada ciclo de
bombagem.
6.2.1.1 Número total de ciclos
O número de ciclos total corresponde ao número de períodos de cinco minutos ao longo de
um dia, sendo esta uma constante do algoritmo.
6.2.1.2 Valores de volume elevado e de potência despendida em cada ciclo
Relativamente aos órgãos de bombagem, foi necessário definir como constante os valores de
volume e de potência em cada ciclo, quando se encontra em funcionamento um ou dois
órgãos de bombagem.
Metodologia de otimização
64
Assim, em cada ciclo com:
Uma bomba ligada:
o Volume elevado = 147,5 m³
o Potência = 550 kW
Duas bombas ligadas:
o Volume elevado = 300 m³
o Potência = 1108 kW
6.2.2 Dados de entrada do algoritmo de otimização
Para a construção do algoritmo de otimização foi necessário identificar e definir todos os
dados de entrada, tais como: a hora, o número de ciclos de cinco minutos em cada intervalo de
horário energético, volume mínimo, volume máximo, volume total, volume inicial e final em
cada dia testado, períodos de horário energético, preço de cada horário energético e respetivo
grau e o volume de saída em cada ciclo do reservatório de Senhora das Neves.
6.2.2.1 Ciclos
O número de ciclos para cada intervalo de horário energético varia em função do número de
horas. A título de exemplo, no Quadro 16 apresentam-se os ciclos para os diferentes
intervalos de horário energético para um dia semanal no inverno.
Quadro 16 – Número de ciclos para cada intervalo de horário energético.
Semana - Inverno
Hora Início Hora Fim Ciclos
00:00:00 01:59:59 24
02:00:00 05:59:59 48
06:00:00 06:59:59 12
07:00:00 09:29:59 30
09:30:00 11:59:59 30
12:00:00 18:29:59 78
18:30:00 20:59:59 30
21:00:00 23:59:59 36
Capítulo 6
65
6.2.2.2 Volume
O volume total, mínimo e máximo do reservatório não foram considerados como constantes
do algoritmo, existindo a possibilidade de se alterar os valores destes ao longo do estudo a
desenvolver.
O volume inicial é introduzido como dado de entrada na metodologia de otimização, sendo
este valor retirado dos dados fornecidos pela empresa Águas do Noroeste, S.A., tendo em
conta o dia a otimizar. O valor introduzido é o volume que se encontra no reservatório quando
a metodologia começa a correr. O volume final também é um dado de entrada, que serve para
o algoritmo internamente apresentar um volume no final do dia, o mais próximo possível
deste.
6.2.2.3 Intervalos de cada horário energético e respetivo grau
Cada horário de energia poderá ter vários intervalos ao longo do dia. Devido a este fator, é
necessário definir como dado de entrada do algoritmo, no dia correspondente, os diferentes
intervalos energéticos existentes. Como exemplo, no Quadro 17, apresentam-se todos os
intervalos de horários energéticos para um dia semanal no inverno.
Quadro 17 - Intervalos de cada horário energético e respetivo grau.
Semana - Inverno
Hora Início Hora Fim Preço Grau HE
00:00:00 01:59:59 0.0665 2 VN
02:00:00 05:59:59 0.0613 1 SV
06:00:00 06:59:59 0.0665 2 VN
07:00:00 09:29:59 0.0753 3 C
09:30:00 11:59:59 0.0809 4 P
12:00:00 18:29:59 0.0753 3 C
18:30:00 20:59:59 0.0809 4 P
21:00:00 23:59:59 0.0753 3 C
A variável grau indica ao algoritmo quais os intervalos de horário energético que acarretam
preços de energia mais elevados ou mais baixos. Como exemplo, quando o algoritmo recebe
informação de que está num intervalo com grau quatro, este sabe que só pode efetuar
bombagem se for atingido o valor mínimo de volume. No entanto, se encontrar um intervalo
Metodologia de otimização
66
com grau um, este sabe que tem de efetuar bombagem e só deve parar se for atingido o
volume máximo do reservatório.
6.2.2.4 Volume de saída do reservatório de Senhora das Neves em cada ciclo
Os dados relativos ao volume de saída do reservatório de Senhora das Neves assumem um
papel vital para o algoritmo de otimização. Com estes valores, o algoritmo sabe quais os
volumes de água que saem do reservatório em cada ciclo e permite ainda definir, se é
necessário ou não, efetuar bombagem de água para o reservatório. Estes são introduzidos por
dia e com o valor de volume correspondente para cada ciclo. Seguidamente, no Quadro 18
apresenta-se um exemplo com os valores de volume de saída do reservatório de Senhora das
Neves, para o dia 5 de Janeiro de 2011.
Quadro 18 - Volume de saída do reservatório de Senhora das Neves por ciclo.
5 de Janeiro de 2011
Ciclo Hora
(hh:mm:ss)
Volume Saída
(m³)
0 00:01:50 101,720
1 00:06:50 126,666
2 00:11:50 152,891
3 00:16:50 158,426
4 00:21:50 156,294
5 00:26:50 158,261
6 00:31:50 177,452
7 00:36:50 180,791
8 00:41:50 178,974
9 00:46:50 181,435
10 00:51:50 194,248
11 00:56:50 192,553
Os dados referentes ao volume de saída são introduzidos na metodologia em formato “.CSV”.
6.2.3 Restrições do algoritmo de otimização
Na construção do algoritmo de otimização foram impostas algumas restrições de
funcionamento.
Capítulo 6
67
6.2.3.1 Operacionalidade
Relativamente à operacionalidade do algoritmo, foi imposto a obrigatoriedade de efetuar
bombagem de água para o reservatório, independentemente do dia, das 00:00:00 às 09:00:00
para assim poder tirar o máximo partido do menor preço energético verificado nessas horas,
exceto quando é atingido o volume máximo do reservatório.
6.2.3.2 Volume
Relativamente aos valores de volume foram impostas as seguintes restrições:
Quando o volume máximo é atingido, a metodologia de otimização para de efetuar a
bombagem imediatamente, de modo a não efetuar o transbordo do reservatório;
Quando o volume mínimo é atingido, mediante os valores de volume de saída do
reservatório de Senhora das Neves e o número de ciclos restante, a metodologia de
otimização toma a decisão se é necessário efetuar a bombagem com uma ou duas
bombas ligadas.
6.2.4 Dados de saída do algoritmo de otimização
Posteriormente à execução de uma otimização, o algoritmo gera para cada ciclo os seguintes
resultados:
Informação se os órgãos de bombagem estão a trabalhar ou parados;
Volume elevado pela estação elevatória;
Volume armazenado no reservatório;
Custo despendido pela elevação da água;
Energia despendida pela elevação da água.
De referir que os dados de saída do algoritmo de otimização serão expostos no capítulo 7.
Metodologia de otimização
68
6.3 Representação da metodologia de otimização
Na Figura 19, apresenta-se um esquema relativo à metodologia de otimização descrita
anteriormente.
Figura 19 - Representação do esquema da metodologia de otimização.
6.4 Cenários estudados
Após a execução da metodologia de otimização foi necessário idealizar um conjunto de
cenários a estudar, com o intuito de avaliar e, se possível, melhorar o esquema de bombagem
executado por parte da empresa.
6.4.1 Cenário um
Com o cenário um testou-se a situação atual existente na empresa, constatando assim a
validade dos resultados do algoritmo de otimização. Comparam-se os custos obtidos pelo
algoritmo com os custos calculados no ponto 5.5. Para tal, definiu-se as mesmas condições de
volume mínimo (40%) e de volume máximo (95%) praticadas na situação real pela empresa.
Capítulo 6
69
De referir que, para esta situação, tentou obter-se o mesmo valor ou um o mais aproximado
possível do volume real final da empresa, de modo a obter as melhores razões de comparação
possíveis.
6.4.2 Cenário dois
O cenário dois permite avaliar quais os aspetos positivos e negativos, decorrentes da
imposição do volume mínimo para um valor de 35% do nível máximo de água no
reservatório.
Com esta situação pretende-se verificar se são garantidos os consumos das populações a
jusante do reservatório, sem ultrapassar os valores limites de volume, no menor custo
possível.
6.4.3 Cenário três
O cenário três tem como finalidade avaliar a diminuição do volume mínimo de água no
reservatório de 35%, impondo um valor de volume ao final de cada dia de 3744 m³ (65% do
volume total do reservatório). O objetivo deste cenário passa pela verificação de alterações
significativas, ao nível dos custos, em relação ao ponto 6.4.2, garantindo sempre os consumos
populacionais e os limites mínimo e máximo de volume do reservatório.
6.4.4 Cenário quatro
O cenário quatro apresenta o mesmo tipo de objetivos e de sujeições impostas no ponto 6.4.2,
com a única diferença a incidir no valor de volume mínimo, igual a 30%.
6.4.5 Cenário cinco
O cenário cinco, tal como o anterior, tem em linha de conta os objetivos e sujeições impostas
no ponto 6.4.2, para um valor de volume mínimo de 25%.
Metodologia de otimização
70
6.4.6 Cenário seis
Contrariamente aos anteriores, no cenário seis considerou-se um volume mínimo de 50%.
Com este cenário ambiciona-se estudar quais as desvantagens, em termos de custos, que
decorrem do aumento do volume mínimo imposto, para uma situação de segurança,
garantindo sempre os consumos às populações situadas a jusante do reservatório e os limites
de volume.
6.4.7 Cenário sete
Com o cenário sete pretende-se testar a paragem de uma das células do reservatório para
limpeza, levando à diminuição do volume total, volume inicial e final para metade. Nesta
situação impôs-se como valor de volume mínimo 40% do nível de água numa célula. Este
cenário tem como objetivo principal definir qual o melhor dia da semana para proceder à
paragem de uma das células para limpeza, tendo em consideração os custos, a limitação do
volume e a satisfação dos consumos populacionais.
6.4.8 Cenário oito
O cenário oito é em todo idêntico ao cenário anterior, apenas se impõe como valor de volume
mínimo 20% do nível de água numa célula. Pretende-se com este cenário avaliar diferenças
significativas que possam advir da diminuição do volume em relação ao ponto 6.4.7.
6.4.9 Cenário nove
O cenário nove foi criado visando a simulação integral de uma semana no inverno. Para tal,
selecionou-se a semana de 31 de janeiro a 6 de fevereiro de 2011. O volume mínimo imposto
para este cenário corresponde a 40%, sendo o volume final do reservatório, obtido em cada
dia, usado como volume inicial do dia seguinte. Os valores colocados como volume inicial do
dia 31 de janeiro e o volume final do dia 6 de fevereiro são os valores usados pela empresa. O
Capítulo 6
71
objetivo deste cenário visa uma comparação semanal entre a metodologia de otimização e o
plano de bombagem da empresa, para assim estimar quais os benefícios da metodologia num
intervalo temporal superior.
6.4.10 Cenário dez
O cenário dez apresenta o mesmo tipo de objetivos e de sujeições impostas no ponto 6.4.9,
para o mesmo período temporal, com a única diferença a incidir no valor de volume mínimo
que é igual a 35%.
6.4.11 Cenário onze
O cenário onze foi definido com o objetivo de simular integralmente uma semana no verão.
Para tal, selecionou-se a semana de 4 de Julho a 10 de Julho de 2011. O volume mínimo
imposto para este cenário situa-se nos 40%, sendo o volume final do reservatório, obtido em
cada dia, usado como volume inicial do dia seguinte. Os valores colocados como volume
inicial do dia 4 de julho e o volume final do dia 10 de julho são os valores usados/obtidos pela
empresa. Os objetivos deste cenário são iguais aos estabelecidos no ponto 6.4.9.
6.4.12 Cenário doze
O cenário doze apresenta o mesmo tipo de objetivos e de sujeições impostas no ponto 6.4.11,
para o mesmo período temporal, com a única diferença a incidir no valor de volume mínimo
igual a 35%.
Metodologia de otimização
72
7. Capítulo 7
Discussão de resultados
No presente capítulo apresentam-se os resultados obtidos na metodologia de otimização e
comparam-se estes, com os resultados respeitantes à situação real, para os diferentes cenários
em estudo, divididos pelos períodos temporais verificados ao longo do ano: semana no
inverno e no verão, sábado no inverno e no verão, e domingo.
Numa primeira fase, compara-se o plano de bombagem real executado pela empresa com o
plano de bombagem obtido na metodologia de otimização, para as mesmas condições de
execução, verificando os benefícios ao nível dos custos e dos valores de volume final. Numa
segunda fase, procede-se ao estudo de cenários com flutuações de volume mínimo no
reservatório, verificando-se quais os benefícios destes em relação à situação real. Numa
terceira fase, expõem-se os resultados obtidos no estudo da paragem de uma das células do
reservatório para limpeza, averiguando-se os custos que esta acarreta e quais os dias mais
indicados para proceder à limpeza das mesmas. Por último comparam-se os resultados obtidos
na metodologia de otimização com a situação real, para o estudo de uma semana integral, no
inverno e no verão, com diferentes variações do volume mínimo.
No Quadro 19 apresentam-se e descrevem-se todos os cenários estudados ao longo da
Dissertação como já abordado no ponto 0.
Discussão de resultados
74
Quadro 19 – Apresentação e descrição dos cenários estudados ao longo da Dissertação.
Cenário Descrição
Cenário um Funcionamento com um volume mínimo de 40%
Cenário dois Funcionamento com um volume mínimo de 35%
Cenário três Funcionamento com um volume mínimo de 40% e um volume final de 65%
Cenário quatro Funcionamento com um volume mínimo de 30%
Cenário cinco Funcionamento com um volume mínimo de 25%
Cenário seis Funcionamento com um volume mínimo de 50%
Cenário sete Funcionamento de uma célula com um volume mínimo de 40%
Cenário oito Funcionamento de uma célula com um volume mínimo de 20%
Cenário nove Funcionamento de uma semana no inverno com volume mínimo de 40%
Cenário dez Funcionamento de uma semana no inverno com volume mínimo de 35%
Cenário onze Funcionamento de uma semana no verão com volume mínimo de 40%
Cenário doze Funcionamento de uma semana no verão com volume mínimo de 35%
7.1 Cenário um
No cenário um, como citado anteriormente, comparam-se os custos e valores de volume final,
entre os planos de bombagem reais e os planos de bombagem obtidos na metodologia de
otimização, para as mesmas condições de volume mínimo (40%).
7.1.1 Semana no inverno
Na Figura 20, está representada, a título de exemplo, a variação de volume real e a definida
pela metodologia de otimização, no reservatório, para o dia 5 de janeiro de 2011. Como se
pode constatar no início do dia (00:01:50) os valores de volume do reservatório são
exatamente iguais, devido à imposição previamente estabelecida. Relativamente ao volume no
final do dia (23:56:50), o valor obtido pela metodologia é ligeiramente inferior ao da situação
real, devido aos diferentes planos de bombagem estabelecidos.
Capítulo 7
75
Figura 20 - Variação do volume real (azul) e do otimizado (vermelho) no reservatório.
Na Figura 21 está representada a variação do custo real e o de otimização. Como se constata,
o custo final de otimização é ligeiramente inferior ao custo real obtido pela empresa, em cerca
de 2,51%.
Figura 21 - Variação do custo real (azul) e otimizado (vermelho) gasto através da elevação de água.
Na Figura 22 estão representados os períodos de operação de bombagem na situação real e na
otimizada, para o dia 5 de janeiro, com um volume mínimo de 40%.
Figura 22 – Períodos de operação bombagem para a situação real (azul) e para a otimizada (vermelho).
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
00
:01
:50
0
0:4
6:5
0
01
:31
:50
0
2:1
6:5
0
03
:01
:50
0
3:4
6:5
0
04
:31
:50
0
5:1
6:5
0
06
:01
:50
0
6:4
6:5
0
07
:31
:50
0
8:1
6:5
0
09
:01
:50
0
9:4
6:5
0
10
:31
:50
1
1:1
6:5
0
12
:01
:50
1
2:4
6:5
0
13
:31
:50
1
4:1
6:5
0
15
:01
:50
1
5:4
6:5
0
16
:31
:50
1
7:1
6:5
0
18
:01
:50
1
8:4
6:5
0
19
:31
:50
2
0:1
6:5
0
21
:01
:50
2
1:4
6:5
0
22
:31
:50
2
3:1
6:5
0 V
olu
me
(m³)
Tempo (hh:mm:ss)
0,00 €
200,00 €
400,00 €
600,00 €
800,00 €
00
:01
:50
00
:51
:50
01
:41
:50
02
:31
:50
03
:21
:50
04
:11
:50
05
:01
:50
05
:51
:50
06
:41
:50
07
:31
:50
08
:21
:50
09
:11
:50
10
:01
:50
10
:51
:50
11
:41
:50
12
:31
:50
13
:21
:50
14
:11
:50
15
:01
:50
15
:51
:50
16
:41
:50
17
:31
:50
18
:21
:50
19
:11
:50
20
:01
:50
20
:51
:50
21
:41
:50
22
:31
:50
23
:21
:50
Cu
sto
(€
)
Tempo (hh:mm:ss)
0
1
2
00
:01
:50
00
:46
:50
01
:31
:50
02
:16
:50
03
:01
:50
03
:46
:50
04
:31
:50
05
:16
:50
06
:01
:50
06
:46
:50
07
:31
:50
08
:16
:50
09
:01
:50
09
:46
:50
10
:31
:50
11
:16
:50
12
:01
:50
12
:46
:50
13
:31
:50
14
:16
:50
15
:01
:50
15
:46
:50
16
:31
:50
17
:16
:50
18
:01
:50
18
:46
:50
19
:31
:50
20
:16
:50
21
:01
:50
21
:46
:50
22
:31
:50
23
:16
:50
Bo
mb
a (
un
i)
Tempo (hh:mm:ss)
Discussão de resultados
76
Na Figura 23 representam-se todos os custos despendidos, quer reais, quer otimizados, para a
elevação de água por parte da estação elevatória até ao reservatório. As maiores diferenças
registadas ao nível dos custos, entre a situação real e a situação simulada, verificam-se nos
intervalos de horas de ponta e de cheia. Para o dia 5 de janeiro de 2011, realizando o plano de
bombagem estabelecido pela metodologia de otimização, seria possível obter uma poupança
total de aproximadamente 15,28€ em relação ao plano de bombagem optado pela empresa.
Figura 23 - Custos reais e otimizados verificados no dia 5 de janeiro de 2011.
No Quadro 20, comparam-se os valores dos custos e volume final, para a situação real e para
a otimizada. Para todos os dias simulados obteve-se uma otimização dos custos energéticos,
sendo o dia mais proveitoso o 31 de janeiro com uma percentagem de poupança de custos de
4,18%. Relativamente ao volume final, apesar de existirem algumas flutuações entre a
situação real e a simulada, estas não são significativas e não põem em causa a satisfação dos
consumos às populações situadas a jusante do reservatório.
0,00 €
59,36 €
365,97 €
289,80 €
109,07 € 109,80 €
134,07 €
134,88 €
609,12 € 593,84 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O Total -
R
Total -
O
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
Períodos de horário energético
Cu
sto
(€
)
Capítulo 7
77
Quadro 20 - Comparação de valores de custos e de volume final, reais e de otimização, realizadas para
os dias semanais de inverno.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
05/01/2011 593,84 € 609,12 € 3876,41 4042 2,51% -2,88%
31/01/2011 590,26 € 615,99 € 4974,69 5492 4,18% -8,99%
16/03/2011 624,41 € 635,21 € 4120,01 4173 1,70% -0,92%
19/10/2011 747,46 € 776,47 € 3289,43 4040 3,74% -13,02%
10/11/2011 701,10 € 705,90 € 3495,21 3587 0,68% -1,60%
09/12/2011 466,81 € 475,71 € 2912,30 2900 1,87% 0,22%
Na Figura 24, comparam-se os custos, reais e os obtidos na metodologia de otimização, para
todos os dias simulados, em cada intervalo de horário energético. Como se constata, existe um
aproveitamento das horas de ponta por parte da metodologia de otimização, em detrimento
das horas de cheia. Apesar de a metodologia optar pelo acionamento dos órgãos de
bombagem nas horas de maior preço, o custo total diário otimizado é inferior ao real.
Relativamente aos intervalos de horas de vazio normal e de super vazio, quer na situação real,
quer na situação otimizada, os órgãos de bombagem estão grande parte do tempo a funcionar,
o que traduz uma igualdade de custos para as duas situações.
No eixo das abcissas da Figura 24, as siglas significam: “P” horas de ponta, “C” horas de
cheia, “VN” horas de vazio normal, “SV” horas de super vazio e por último, “R” significa a
situação real e o “O” a otimizada.
Figura 24 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais de inverno.
0,00 €
50,00 €
100,00 €
150,00 €
200,00 €
250,00 €
300,00 €
350,00 €
400,00 €
450,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Período de horário energético
5 de Janeiro 2011
31 de Janeiro 2011
16 de Março 2011
19 de Outubro 2011
10 de Novembro 2011
9 de Dezembro 2011
Discussão de resultados
78
7.1.2 Semana no verão
Para os dias semanais no verão, foram testados os dias indicados no Quadro 21. No mesmo,
estão ilustrados os custos e os valores de volume final, reais e de otimização. Através dos
resultados obtidos pode-se concluir que nos dias testados, com a exceção do 11 de maio, foi
possível proceder à otimização dos custos de bombagem de água para o reservatório.
Relativamente ao volume final, apesar de existirem algumas oscilações entre os valores, estas
não são significativas o que garante a validade dos resultados obtidos.
Quadro 21 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias semanais
de verão.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
11/05/2011 835,60 € 828,48 € 3866,66 4013 -0,86% -2,55%
7/06/2011 775,01 € 798,99 € 2674,29 2959 3,00% -4,95%
15/06/2011 801,26 € 818,54 € 5087,627 5161 2,11% -1,27%
20/07/2011 829,36 € 841,81 € 4355,03 4684 1,48% -5,71%
11/08/2011 918,18 € 919,81 € 4158,21 4283 0,18% -2,16%
29/09/2011 683,30 € 685,32 € 4718,40 4728 0,30% -0,17%
Na Figura 25, estão representados todos os custos, reais e de otimização, para todos os dias
estudados, separados pelos diferentes intervalos de horário energético. Nos dias semanais de
verão também se verifica um aumento do consumo de energia em horas de ponta por parte da
metodologia de otimização, gerando assim uma diminuição do consumo de energia nos
horários de cheia, vazio normal e de super vazio.
Figura 25 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais de verão.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
11 de Maio 2011
7 de Junho 2011
15 de Junho 2011
20 de Julho 2011
11 de Agosto 2011
29 de Setembro 2011
Capítulo 7
79
7.1.3 Sábados no inverno
No Quadro 22 estão expostos para comparação, todos os dias testados na metodologia de
otimização, para os sábados no inverno. Os valores de custos e de volume final obtidos foram
satisfatórios, pois em todas as simulações foi possível proceder à diminuição dos custos com a
bombagem, obtendo-se também, valores de volume final próximos ou mesmo superiores aos
da empresa.
Quadro 22 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os sábados no
inverno.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
8/01/2011 605,40 € 608,92 € 3106,27 3195 0,58% -1,54%
19/03/2011 639,79 € 646,87 € 4522,97 4663 1,10% -2,43%
26/11/2011 629,61 € 650,34 € 3320,81 3578 3,19% -4,47%
24/12/2011 653,99 € 663,98 € 3708,50 3629 1,50% 1,38%
Na Figura 26, estão representados todos os custos, para os dias testados, separados pelos
diferentes períodos de horário energético existentes ao longo dos sábados no inverno. Nestes,
verifica-se um aumento do consumo de energia, por parte da metodologia de otimização, nos
intervalos de horas de cheia, em todos os dias simulados, traduzindo-se numa diminuição nas
horas de vazio normal e de super vazio.
Figura 26 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no inverno.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
8 de Janeiro 2011
19 de Março 2011
26 de Novembro 2011
24 de Dezembro 2011
Discussão de resultados
80
7.1.4 Sábados no verão
No Quadro 23, estão expostas todas as simulações realizadas para os sábados no verão,
referentes ao cenário um. Relativamente aos custos, os resultados foram positivos para todas
as simulações realizadas, no entanto, o valor de volume final, para o dia 30 de julho, é
discrepante em relação ao da empresa, devido aos elevados valores de consumos que se
verificaram ao longo desse dia. Nessa situação, apesar de se obter um valor global de custos
inferior, como existe uma grande diferença entre os volumes finais, não se obtém uma razão
equilibrada para se efetuar uma comparação de custos.
Quadro 23 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os sábados no
verão.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
07/05/2011 637,53 € 651,14 € 3476,10 3529 2,09% -0,92%
30/07/2011 826,59 € 861,65 € 3367,70 4230 4,07% -14,97%
27/08/2011 687,70 € 701,38 € 3398,13 3699 1,95% -5,22%
24/09/2011 652,74 € 675,81 € 3083,44 3440 3,41% -6,19%
Relativamente à Figura 27, pode-se verificar a dissociação dos custos nos diferentes períodos
de horário energético existentes, aos sábados nos verão. Na totalidade dos períodos
energéticos para os dias analisados, constata-se que, em 75% destes, os custos estabelecidos
pela metodologia de otimização são inferiores aos estabelecidos pela empresa.
Figura 27 - Comparação de valores de custos reais e de otimização, por intervalo de horário
energético, realizadas para os sábados no verão.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€)
Períodos de horário energético
7 de Maio 2011
30 de Julho 2011
27 de Agosto 2011
24 de Setembro 2011
Capítulo 7
81
7.1.5 Domingos e feriados
No Quadro 24, estão representadas todas as simulações realizadas aos domingos e feriados.
Nestas simulações foi possível otimizar os custos de bombagem, sendo também os valores de
volume final obtidos, extremamente satisfatórios, não existindo uma discrepância superior a
100 m³ (≃1,75%), para cada um dos dias simulados.
Quadro 24 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os domingos e
feriados.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
09/01/2011 646,91 € 658,03 € 4518,84 4528 1,69% -0,16%
19/06/2011 668,25 € 680,03 € 4929,82 5006 1,73% -1,32%
17/07/2011 683,88 € 699,76 € 4741,30 4806 2,27% -1,12%
14/08/2011 741,40 € 745,84 € 4748,41 4835 0,60% -1,50%
25/12/2011 558,76 € 574,57 € 4294,01 4383 2,75% -1,54%
Na Figura 28, representam-se os custos, reais e de otimização, para os domingos e feriados
testados, separados pelos respetivos intervalos de energia. Nestas simulações, a metodologia
de otimização fez uma correta gestão dos consumos e dos níveis dos reservatórios,
diminuindo ligeiramente, para cada dia, os gastos com a energia nas horas de vazio normal.
Ou seja, de todos os dias simulados, só o período de horas de vazio normal referente ao dia 14
de agosto apresenta um valor superior ao real. No entanto, os valores totais diários otimizados
são todos inferiores aos valores obtidos na situação real.
Figura 28 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os domingos e feriados.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
9 de Janeiro 2011
19 de Junho 2011
17 de Julho 2011
14 de Agosto 2011
25 de Dezembro 2011
Discussão de resultados
82
7.1.6 Análise de resultados
Os resultados obtidos no cenário um da corrente Dissertação foram satisfatórios. Dos vinte e
cinco cenários estudados, em apenas um deles não foi possível obter uma otimização dos
custos, em relação aos valores despendidos pela empresa. Relativamente aos valores de
volume final, os resultados de um modo geral foram positivos, no entanto, em quatro
situações os resultados da metodologia apresentaram um valor inferior a 500 m³, em relação à
situação real. Os planos de bombagem efetuados pela metodologia, como já descrito
anteriormente, utilizam por vezes horas de maior custo energético para efetuar a bombagem
em detrimento das horas de menor custo, no entanto, o custo global em cerca de 96% das
otimizações efetuadas é inferior ao alcançado pela real.
7.2 Cenário dois
Com o cenário dois pretende-se estudar, quais as variações ao nível de custos que sucedem da
diminuição do volume mínimo do reservatório para um valor de 35% do volume total do
mesmo. Deseja-se também verificar, se com esta diminuição são satisfeitas as necessidades de
consumo às populações situadas a jusante do mesmo, sem ultrapassar a barreira de volume
mínimo e máximo imposto.
7.2.1 Semana no inverno
Na Figura 20, estão expostas, a título de exemplo, as linhas de variação de volume real
estabelecida pela metodologia de otimização, no reservatório para o dia 5 de janeiro de 2011,
com uma imposição de volume mínimo de 35%. Como se observa na Figura 29, a variação de
volume verificada no reservatório é superior para o gráfico que traduz o volume otimizado,
chegando este a estar perto de atingir os 2000 m³.
Capítulo 7
83
Figura 29 - Variação do volume real (azul) e do otimizado (vermelho) no reservatório.
Na Figura 30 divulga-se a variação do custo real obtido pela empresa e o de otimização.
Como se verifica, o custo total de otimização é inferior ao custo real, em cerca de 4,3%.
Figura 30 - Variação do custo real (azul) e otimizado (vermelho) gasto através da elevação de água.
Na Figura 31 estão representados os períodos de operação de bombagem na situação real e na
otimizada, para o dia 5 de janeiro, com um volume mínimo de 35%.
Figura 31 - Períodos de operação bombagem para a situação real (azul) e para a otimizada (vermelho).
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
00
:01
:50
0
0:4
6:5
0
01
:31
:50
0
2:1
6:5
0
03
:01
:50
0
3:4
6:5
0
04
:31
:50
0
5:1
6:5
0
06
:01
:50
0
6:4
6:5
0
07
:31
:50
0
8:1
6:5
0
09
:01
:50
0
9:4
6:5
0
10
:31
:50
1
1:1
6:5
0
12
:01
:50
1
2:4
6:5
0
13
:31
:50
1
4:1
6:5
0
15
:01
:50
1
5:4
6:5
0
16
:31
:50
1
7:1
6:5
0
18
:01
:50
1
8:4
6:5
0
19
:31
:50
2
0:1
6:5
0
21
:01
:50
2
1:4
6:5
0
22
:31
:50
2
3:1
6:5
0
Vo
lum
e (m
³)
Tempo (hh:mm:ss)
0,00 €
200,00 €
400,00 €
600,00 €
800,00 €
00
:01
:50
00
:51
:50
01
:41
:50
02
:31
:50
03
:21
:50
04
:11
:50
05
:01
:50
05
:51
:50
06
:41
:50
07
:31
:50
08
:21
:50
09
:11
:50
10
:01
:50
10
:51
:50
11
:41
:50
12
:31
:50
13
:21
:50
14
:11
:50
15
:01
:50
15
:51
:50
16
:41
:50
17
:31
:50
18
:21
:50
19
:11
:50
20
:01
:50
20
:51
:50
21
:41
:50
22
:31
:50
23
:21
:50
Cu
sto
(€
)
Tempo (hh:mm:ss)
0
1
2
00
:01
:50
00
:51
:50
01
:41
:50
02
:31
:50
03
:21
:50
04
:11
:50
05
:01
:50
05
:51
:50
06
:41
:50
07
:31
:50
08
:21
:50
09
:11
:50
10
:01
:50
10
:51
:50
11
:41
:50
12
:31
:50
13
:21
:50
14
:11
:50
15
:01
:50
15
:51
:50
16
:41
:50
17
:31
:50
18
:21
:50
19
:11
:50
20
:01
:50
20
:51
:50
21
:41
:50
22
:31
:50
23
:21
:50
Bo
mb
a (h
h:m
m:s
s)
Tempo (hh:mm:ss)
Discussão de resultados
84
Na Figura 32 representam-se todos os custos reais e otimizados, despendidos para a elevação
de água da estação elevatória até ao reservatório. Como se constata, existe uma gestão dos
períodos de energia por parte da metodologia executando a bombagem nos períodos de maior
custo (horas de ponta). No entanto, esta diminui muitos os períodos de bombagem em horas
de cheia, o que nos permite concluir que se fosse estabelecido o plano de bombagem definido
pela metodologia de otimização em detrimento do executado pela empresa, seria possível
obter uma diminuição de custos a rondar os 3,16%.
Figura 32 - Custos reais e otimizados verificados no dia 5 de janeiro de 2011 para um volume mínimo
de 35%.
No Quadro 25, estão representadas todas as simulações realizadas para os dias semanais no
inverno com a diminuição do volume mínimo para 35%. Com a diminuição do volume
mínimo do reservatório, os custos relacionados com a elevação de água para este diminuem,
na totalidade das simulações realizadas. O valor do volume final no reservatório apesar de
importante e de se encontrar representado, não será tido em consideração, pois estar-se-ia a
realizar uma comparação sem as mesmas circunstâncias. No entanto, é de ressalvar que se
deverá obter o maior volume possível no final de cada dia.
0,00 € 51,94 €
365,97 €
293,25 €
109,07 € 109,80 € 134,07 € 134,88 €
609,12 € 589,87 €
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O Total -
R
Total -
O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
Capítulo 7
85
Quadro 25 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias semanais
no inverno.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
05/01/2011 589,87 € 609,12 € 3728,91 4042 3,16% -5,44%
31/01/2011 582,95 € 615,99 € 4679,69 5492 5,36% -14,10%
16/03/2011 624,41 € 635,21 € 4120,01 4173 1,70% -0,92%
19/10/2011 762,30 € 776,47 € 3879,43 4040 1,82% -2,69%
09/12/2011 466,40 € 475,71 € 2912,3 2900 1,96% 0,21%
Na Figura 33, expõe-se a variação dos custos nos períodos de horário energético, para a
situação real (volume mínimo de 40%) e para a situação de otimização (volume mínimo de
35%). Como se averigua, a metodologia de otimização aumenta os consumos de energia nos
períodos de horas de ponta, para todos os dias testados sem exceção. No entanto, nos restantes
períodos horários de energia, esta diminui em cerca de 93,33% os custos em relação ao plano
de bombagem da empresa.
Figura 33 – Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais no inverno, com um volume mínimo de 35%.
7.2.2 Semana no verão
No Quadro 26, representam-se as três simulações realizadas para os dias semanais no verão
com a redução do volume mínimo para 35%. Em todas as simulações realizadas foi possível
0,00 €
50,00 €
100,00 €
150,00 €
200,00 €
250,00 €
300,00 €
350,00 €
400,00 €
450,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
5 de Janeiro 2011
31 de Janeiro 2011
16 de Março 2011
19 de Outubro 2011
9 de Dezembro 2011
Discussão de resultados
86
proceder à diminuição dos custos relacionados com a bombagem de água para o reservatório.
Em suma, aplicando os planos de bombagem otimizados e impondo um volume mínimo de
35% do total do reservatório, seria possível obter uma poupança de custos para o dia 7 de
junho de 31,76€, para o dia 20 de julho de 21,18€ e para o dia 29 de setembro de 2,02€, em
relação ao plano de bombagem da empresa.
Quadro 26 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias semanais
no verão.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
07/06/2011 767,23 € 798,99 € 2369,29 2959 3,97% -10,24%
20/07/2011 820,63 € 841,81 € 4060,03 4684 2,52% -10,83%
29/09/2011 683,30 € 685,32 € 4718,40 4728 0,30% -0,17%
Na Figura 34 apresentam-se os custos, para os três dias estudados, separados pelos respetivos
períodos de horário energético. Ao analisar o gráfico constata-se que existe uma diminuição
de custos por parte da metodologia de otimização, em relação à situação real, para todos os
períodos de horário energético, sendo as únicas exceções o período de horas de ponta do dia 7
de junho e o período de horas de super vazio para o dia 20 de julho.
Figura 34 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais no verão, com um volume mínimo de 35%.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
7 de Junho 2011
20 de Julho 2011
29 de Setembro 2011
Capítulo 7
87
7.2.3 Sábado no inverno
Para os sábados no inverno, como representado no Quadro 27, foram testados na metodologia
de otimização os dias 8 de janeiro, 19 de março, 16 de novembro e 24 de dezembro, com um
volume mínimo de 35% do volume total do reservatório. Os resultados obtidos foram
positivos, pois para todas as otimizações foi possível proceder à diminuição dos custos com a
bombagem, sem nunca por em causa a satisfação dos consumos às populações situadas a
jusante dos mesmo.
Quadro 27 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os sábados no
inverno.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
08/01/2011 604,60 € 608,92 € 3106,27 3195 0,71% -1,55%
19/03/2011 632,08 € 646,87 € 4227,97 4663 2,29% -7,56%
16/11/2011 621,67 € 650,34 € 3025,81 3578 4,41% -9,58%
24/12/2011 650,14 € 663,98 € 3561 3629 2,08% -1,18%
Na Figura 35, representam-se os custos, reais e otimizados, para todos os intervalos de horário
energético estudados. Verifica-se um aumento dos consumos por parte da metodologia de
otimização nas horas de cheia em detrimento das horas de vazio normal. No dia 8 de janeiro
dá-se um aumento claro do consumo de energia em hora de cheia e uma diminuição nas horas
de super vazio, em comparação com os valores obtidos na situação real. No entanto, o custo
global obtido na metodologia de otimização é inferior ao da empresa, o que garante a
veracidade do plano de bombagem estabelecido.
Discussão de resultados
88
Figura 35 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no inverno, com um volume mínimo de 35%.
7.2.4 Sábados no verão
No Quadro 28, estão expostos os sábados referentes ao verão testados na metodologia de
otimização, com a diminuição do volume mínimo para 35%. Para as três otimizações
executadas, os custos obtidos foram satisfatórios, tendo sido obtido para o dia 24 de setembro
uma poupança de custo de cerca de 33,82€. Os volumes finais obtidos embora inferiores aos
reais, não põe em risco o volume mínimo do reservatório.
Quadro 28 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os sábados no
verão.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
07/05/2011 636,32 € 651,14 € 3476,10 3529 2,28% -0,92%
30/07/2011 819,18 € 861,65 € 3062,70 4230 4,93% -20,26%
24/09/2011 641,99 € 675,81 € 2788,44 3440 5,00% -11,31%
Na Figura 36 estão representados os custos de todos os intervalos de horário energético para
as simulações dos sábados no verão. Como se pode observar existe uma diminuição de custos,
nos planos de bombagem estabelecidos pela metodologia de otimização, para todos os seus
intervalos de horário energético com exceção dos períodos de horas de vazio normal.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
8 de Janeiro 2011
19 de Março 2011
26 de Novembro 2011
24 de Dezembro 2011
Capítulo 7
89
Figura 36 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no verão, com um volume mínimo de 35%.
7.2.5 Domingos e feriados
O Quadro 29 expõe os domingos e feriados testados na metodologia de otimização, com um
volume mínimo imposto de 35%. Através da análise de resultados obtidos verifica-se
otimizações de custos para todos os dias simulados, apesar de estas não traduzirem valores
muito elevados. No entanto, os volumes finais obtidos são extremamente positivos
conseguindo obter-se valores quase idênticos ao da empresa.
Quadro 29 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os domingos e
feriados.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
09/01/2011 647,28 € 658,03 € 4518,84 4528 1,63% -0,15%
17/07/2011 683,48 € 699,76 € 4741,30 4806 2,33% -1,13%
14/08/2011 741,40 € 745,84 € 4748,41 4835 0,60% -1,51%
Na Figura 37 estão representados os custos de todos os intervalos dos horários energéticos
referentes aos domingos e feriados. Como se verifica, para os dias 9 de janeiro e 17 de julho, à
uma diminuição por parte da metodologia de otimização em relação à situação real, no
consumo de energia nas horas de vazio normal e uma igualdade de custos nas horas de super
vazio. No dia 14 de agosto verifica-se um aumento do consumo de energia em horas de vazio
normal por parte da metodologia de otimização, originando posteriormente um reajuste,
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
7 de Maio 2011
30 de Julho 2011
24 de Setembro 2011
Discussão de resultados
90
resultante na diminuição do consumo de energia nas horas de super vazio, em relação ao
executado pela empresa.
Figura 37 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os domingos e feriados, com um volume mínimo de 35%.
7.2.6 Análise de resultados
Os resultados obtidos no cenário dois da corrente Dissertação foram positivos. Para todos os
cenários estudados foi possível obter uma otimização dos custos e valores satisfatórios para o
volume final. No Quadro 30 estão representadas todas as percentagens de otimização em
relação à situação real, referentes aos resultados obtidos pela metodologia de otimização, para
os diferentes dias testados, no cenário nº1 e no cenário nº2. Para os 18 dias simulados no
cenário nº2, em 88,89% destes foi conseguido obter um valor de custos igual ou inferior ao
obtido no cenário nº1. De referir que em todos os dias estudados é possível garantir os
consumos às populações situadas a jusante do reservatório, sem ultrapassar os limites de
volume impostos.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
9 de Janeiro 2011
17 de Julho 2011
14 de Agosto 2011
Capítulo 7
91
Quadro 30 - Comparação das percentagens de otimização de custos obtidas pela metodologia de
otimização, para o cenário um e dois.
Dia: % de Otimização
(Cenário um)
% de Otimização
(Cenário dois)
05/01/2011 2,51% 3,16%
31/01/2011 4,18% 5,36%
16/03/2011 1,70% 1,70%
19/10/2011 3,74% 1,82%
09/12/2011 1,87% 1,96%
07/06/2011 3,00% 3,97%
20/07/2011 1,48% 2,52%
29/09/2011 0,29% 0,30%
08/01/2011 0,58% 0,71%
19/03/2011 1,09% 2,29%
26/11/2011 3,19% 4,41%
24/12/2011 1,50% 2,08%
07/05/2011 2,09% 2,28%
30/07/2011 4,07% 4,93%
24/09/2011 3,41% 5,00%
09/01/2011 1,69% 1,63%
17/07/2011 2,27% 2,33%
14/08/2011 0,60% 0,60%
7.3 Cenário três
O cenário três pretende estudar, quais as variações ao nível de custos que sucedem da
diminuição do volume mínimo do reservatório para um valor de 35% do volume total do
mesmo, impondo à metodologia a obtenção de um volume final o mais aproximado possível a
65% do volume total do reservatório. Deseja-se também verificar, se com esta obrigação são
satisfeitas as necessidades das populações situadas a jusante do reservatório sem ultrapassar a
barreira de volume mínimo e máximo.
7.3.1 Semana no inverno
Na Figura 38 estão expostas, a título de exemplo, as variações de volume na situação real e a
estabelecida pela metodologia de otimização, no reservatório para o dia 5 de janeiro de 2011,
com uma imposição de volume mínimo de 35% e um volume final de 65%.
Discussão de resultados
92
Figura 38 - Variação do volume real (azul) e do otimizado (vermelho) no reservatório.
Na Figura 39 divulga-se a variação do custo real e o de otimização. Como se verifica, o custo
total de otimização é inferior ao custo real, em cerca de 4,3%.
Figura 39 - Variação do custo real (azul) e otimizado (vermelho) gasto através da elevação de água.
Na Figura 40 estão afigurados os períodos de operação de bombagem na situação real e na
otimizada, para o dia 5 de janeiro, com um volume mínimo de 35% e um volume no final do
dia no reservatório de 65%.
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e (m
³)
Tempo (hh:mm:ss)
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
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23
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Cu
sto
(€
)
Tempo (hh:mm:ss)
Capítulo 7
93
Figura 40 - Períodos de operação bombagem para a situação real (azul) e para a otimizada (vermelho).
Na Figura 41 representam-se todos os custos reais e otimizados, despendidos para a elevação
de água da estação elevatória até ao reservatório. Na análise da figura depara-se com a
utilização das horas de ponta em detrimento das horas de cheia para a execução de
bombagem, por parte da metodologia de otimização. Este fenómeno implica uma redução de
custo de 26,15 €.
Figura 41 - Custos reais e otimizados verificados no dia 5 de janeiro de 2011 para um volume mínimo
de 35% e um volume final de 65%.
No Quadro 31 apresentam-se todos os dias semanais no inverno testados no cenário três, onde
foi possível obter para os dias 5 de janeiro e 19 de outubro otimizações de custos a rondar os
4,3% e os 2,27%, respetivamente. No dia 9 de dezembro, não foi possível efetuar uma
poupança de custos direta, no entanto, o valor de volume no final do dia no reservatório é
cerca de 15,59% superior ao valor na situação real.
0
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23
:16
:50
Bom
ba (
un
i)
Tempo (hh:mm:ss)
0,00 € 51,94 €
365,97 €
286,35 €
109,07 € 109,80 € 134,07 € 134,88 €
609,12 € 582,97 €
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O TOTAL
- R
TOTAL
- O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
Discussão de resultados
94
Quadro 31 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias semanais
no inverno.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
05/01/2011 582,95 € 609,12 € 3433,90 4042 4,30% -10,56%
19/10/2011 758,84 € 776,47 € 3731,93 4040 2,27% -5,34%
09/12/2011 487,11 € 475,71 € 3797,30 2900 -2,40% 15,59%
Na Figura 42 representam-se todos os intervalos de horas energéticas para a situação real e
otimizada para os diferentes dias testados. Como se pode verificar, existe um aumento do
consumo de energia em horário de ponta e uma diminuição em horas de cheia na situação
otimizada. Para o dia 9 de dezembro dá-se um aumento do consumo de energia em horas de
vazio normal na situação otimizada.
Figura 42 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais no verão, com um volume mínimo de 35% e volume final de 65%.
7.3.2 Semana no verão
No Quadro 32 estão expostos os dias semanais no verão testados no cenário três, sendo estes o
dia 7 de junho, o 20 de julho e o 29 de setembro. Para todos eles foi possível efetuar uma
otimização dos custos de energia obtendo-se percentagens de poupança de 4%, 3,33% e
3,38% respetivamente.
0,00 €
50,00 €
100,00 €
150,00 €
200,00 €
250,00 €
300,00 €
350,00 €
400,00 €
450,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
5 de Janeiro 2011
19 de Outubro 2011
9 de Dezembro 2011
Capítulo 7
95
Quadro 32 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias semanais
no verão
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
07/06/2011 767,06 € 798,99 € 2344,29 2959 4,00% -10,68%
20/07/2011 813,78 € 841,81 € 3770,03 4684 3,33% -15,87%
29/09/2011 658,74 € 685,32 € 3685,90 4728 3,88% -18,09%
Na Figura 43 estão representados os dias semanais no verão testados no cenário três, divididos
pelos diferentes intervalos de horas energéticas. Da análise da figura conclui-se uma
diminuição do consumo de energia em horário de ponta e de vazio normal, e um aumento nas
horas de super vazio na situação otimizada.
Figura 43 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais no verão, com um volume mínimo de 35% e volume final de 65%.
7.3.3 Sábados no inverno
No Quadro 33 estão expostos todos os sábados no inverno testados para o cenário três. Para
todos os dias foi possível obter otimizações ao nível dos custos. Relativamente aos valores de
volume final, para o dia 8 de janeiro o volume obtido no final do dia foi superior em 1,01% à
situação real.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
7 de Junho 2011
20 de Julho 2011
29 de Setembro 2011
Discussão de resultados
96
Quadro 33 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os sábados no
inverno.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
08/01/2011 607,64 € 608,92 € 3253,77 3195 0,21% 1,01%
19/03/2011 622,94 € 646,87 € 3785,47 4663 3,70% -15,24%
24/12/2011 650,14 € 663,98 € 3561,00 3629 2,08% -1,18%
Na Figura 44 estão representados os dias testados, separados pelos respetivos intervalos de
horas energéticas. Da análise da figura constata-se uma diminuição dos consumos de vazio
normal e de super vazio, originando um aumento das horas de cheia por parte da metodologia.
Apesar da metodologia de otimização optar por efetuar bombagem em horas de cheia, o custo
total obtido é inferior à situação real.
Figura 44 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no inverno, com um volume mínimo de 35% e volume final de 65%.
7.3.4 Sábados no verão
No Quadro 34 encontram-se expostos os sábados no verão simulados no cenário três. Para
todas as simulações foi possível obter otimizações ao nível dos custos, como exemplo o dia
24 de setembro onde foi possível obter uma percentagem de poupança de custos a rondar os
4,58%.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN -
O
SV - R SV - O
Cu
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(€
)
Períodos de horário energético
8 de Janeiro 2011
19 de Março 2011
24 de Dezembro 2011
Capítulo 7
97
Quadro 34 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os sábados no
verão.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
07/05/2011 636,32 € 651,14 € 3476,10 3529 2,28% -0,92%
30/07/2011 819,18 € 861,65 € 3062,70 4230 4,93% -20,26%
24/09/2011 644,87 € 675,81 € 2788,44 3440 4,58% -11,31%
Na Figura 45 representam-se para os dias testados, os seus custos divididos pelos intervalos
de horário energético respetivo. A metodologia de otimização opta pela diminuição dos
consumos de energia em horário de cheia, aumentando os mesmos em horário de vazio
normal.
Figura 45 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no verão, com um volume mínimo de 35% e volume final de 65%.
7.3.5 Domingos e feriados
No Quadro 35 estão expostos todos os domingos e feriados testados para o cenário três onde
se obteve resultados satisfatórios ao nível dos custos, como exemplo, para o dia 14 de julho é
possível obter uma poupança de custos de 40,66 €.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
7 de Maio 2011
30 de Julho 2011
24 de Setembro 2011
Discussão de resultados
98
Quadro 35 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os domingos e
feriados.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
09/01/2011 631,67 € 658,03 € 3781,34 4528 4,01% -12,95%
17/07/2011 659,10 € 699,76 € 3561,30 4806 5,81% -21,61%
14/08/2011 720,06 € 745,84 € 3715,91 4835 3,46% -19,44%
Na Figura 46 encontra-se uma representação dos custos reais e de otimização, divididos pelos
diferentes intervalos de horas de energia. Através da análise da figura constata-se, para o dia 9
de janeiro e 17 de julho, uma diminuição dos consumos de energia em horário de vazio
normal e para o dia 14 de agosto, uma diminuição dos consumos de energia em horário de
super vazio, na situação otimizada em relação à real.
Figura 46 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os domingos e feriados, com um volume mínimo de 35% e volume final de 65%.
7.3.6 Análise de resultados
No Quadro 36 estão representadas todas as percentagens de otimização obtidas no cenário
três, comparando-as com as percentagens de otimização obtidas no cenário dois. Como se
constata, em 73,33% dos dias testados no cenário três, a percentagem de otimização obtida foi
igual ou superior em relação ao cenário dois, ou seja, existem vantagens por se definir um
volume final fixo para os dias simulados, em relação à operada na situação real.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
9 de Janeiro 2011
17 de Julho 2011
14 de Agosto 2011
Capítulo 7
99
Quadro 36 - Comparação das percentagens de otimização de custos obtidas pela metodologia de
otimização, para o cenário dois e três.
Dia: % de
Otimização
(Cenário dois)
% de
Otimização
(Cenário três)
05-01-2011 3,16% 4,30%
19-10-2011 1,82% 2,27%
09-12-2011 1,96% -2,40%
07-06-2011 3,97% 4,00%
20-07-2011 2,52% 3,33%
29-09-2011 0,3% 3,88%
08-01-2011 0,71% 0,21%
19-03-2011 2,29% 3,70%
24-12-2011 2,08% 2,08%
07-05-2011 2,28% 2,28%
30-07-2011 4,93% 4,93%
24-09-2011 5,00% 4,58%
09-01-2011 1,63% 4,01%
17-07-2011 2,33% 5,81%
14-08-2011 0,60% 3,46%
7.4 Cenário quatro
No cenário quatro pretende-se avaliar, quais as variações ao nível de custos que sucedem da
diminuição do volume mínimo do reservatório para um valor de 30% do volume total do
mesmo. Deseja-se também verificar, se com esta diminuição de volume são satisfeitas as
necessidades de consumo das populações situadas a jusante do reservatório, sem ultrapassar
os limites mínimo e máximo de volume do mesmo. De referir que se irá comparar os valores
de custos obtidos na metodologia de otimização no cenário quatro, com os custos reais
obtidos pela empresa.
7.4.1 Semana no inverno
Na Figura 47, está exposta a título de exemplo, a variação de volume real realizada pela
empresa e a estabelecida pela metodologia de otimização, no reservatório para o dia 5 de
janeiro de 2011, com uma imposição de volume mínimo de 30%. Como se constata, existe
Discussão de resultados
100
uma grande diferença entre a variação de volume na situação real, que não ultrapassa um
valor de volume mínimo de 40%, e a situação otimizada que apresenta um volume mínimo de
30% do volume total.
Figura 47 - Variação do volume real (azul) e do otimizado (vermelho) no reservatório.
Na Figura 48 está representada a variação dos custos de energia ao longo do referido dia.
Através da análise da figura constata-se que o custo total obtido pela metodologia no final do
dia 5 de janeiro é inferior ao obtido na situação real.
Figura 48 - Variação do custo real (azul) e otimizado (vermelho) gasto através da elevação de água.
Na Figura 49 estão representados os períodos de operação de bombagem na situação real e na
otimizada, para o dia 5 de janeiro.
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
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2
3:1
6:5
0
Vo
lum
e (m
³)
Tempo (hh:mm:ss)
0,00 €
200,00 €
400,00 €
600,00 €
800,00 €
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23
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:50
Cu
sto
(€
)
Tempo (hh:mm:ss)
Capítulo 7
101
Figura 49 - Períodos de operação bombagem para a situação real (azul) e para a otimizada (vermelho).
Na Figura 50 estão representados todos os custos, quer reais, quer otimizados, separados pelos
respetivos períodos de horário energético. Como se pode constatar existe uma grande
igualdade nos custos em horário de vazio normal e de super vazio, entre a situação real e a
otimizada. No entanto, a metodologia de otimização procede-se à elevação da água em
períodos de ponta, traduzindo-se numa diminuição elevada de custo em horário de cheia. A
aplicação do plano de bombagem agora revelado, com um limite de volume de 30%, traria
uma poupança de custos em cerca de 26,15€ para o dia 5 de janeiro.
Figura 50 - Custos reais e otimizados verificados no dia 5 de janeiro de 2011 para um volume mínimo
de 30%.
No Quadro 37 apresentam-se os restantes dias testado na metodologia de otimização. Para
todos os dias sem exceção foi possível obter uma diminuição dos custos de bombagem em
relação à situação real da empresa, sendo o máximo valor de poupança de custos obtido para o
dia 31 de janeiro, traduzindo-se em cerca de 36,23€.
0
1
2
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23
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Bo
mb
a (u
ni)
Tempo (hh:mm:ss)
0,00 € 51,94 €
365,97 €
286,35 €
109,07 €
109,80 € 134,07 €
134,88 €
609,12 € 582,97 €
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O Total -
R
Total -
O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
Discussão de resultados
102
Quadro 37 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias semanais
no inverno.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
05/01/2011 582,95 € 609,12 € 3433,90 4042 4,30% -10,56%
31/01/2011 579,76 € 615,99 € 4532,19 5492 5,88% -16,67%
19/10/2011 754,88 € 776,47 € 3584,43 4040 2,78% -7,90%
09/12/2011 466,40 € 475,71 € 2912,30 2900 1,96% 0,22%
Na Figura 51 expõe-se todos os custos, separados pelos respetivos intervalos de horário
energético para os dias semanais no inverno. A comparação de custo é efetuada entre os
valores reais obtidos pela empresa com um volume mínimo de 40% e os valores obtidos na
metodologia com o volume mínimo imposto de 30%. Como se constata, existe um aumento
claro, para todos os dias testados, do consumo de energia em horário de ponta, originando
assim uma diminuição desse mesmo consumo em horário de cheia. Este fenómeno acontece
para todos os dias sem nenhuma exceção. No dia 19 de outubro, verifica-se uma diminuição
do consumo de energia em horário de super vazio, na situação otimizada.
Figura 51 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais no inverno, com um volume mínimo de 30%.
7.4.2 Semana no verão
No Quadro 38 estão representados os três dias semanais testados no verão, com um volume
mínimo de 30% do valor total do reservatório. Em todos os testes foi possível obter uma
otimização dos custos com a bombagem. O custo otimizado para o dia 29 de setembro apenas
permite uma poupança de 2,43€, no entanto, para o dia 7 de junho esse valor ronda os 39,2€.
0,00 €
50,00 €
100,00 €
150,00 €
200,00 €
250,00 €
300,00 €
350,00 €
400,00 €
450,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
5 de Janeiro 2011
31 de Janeiro 2011
19 de Outubro 2011
9 de Dezembro 2011
Capítulo 7
103
Quadro 38 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias semanais
no verão.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
07/06/2011 759,79 € 798,99 € 2064,29 2959 4,91% -15,54%
20/07/2011 813,21 € 841,81 € 3765,03 4684 3,40% -15,96%
29/09/2011 682,89 € 685,32 € 4718,40 4728 0,35% -0,17%
Na Figura 52 representam-se todos os custos, separados pelos respetivos intervalos de horário
energético. Como se comprova, existe uma diminuição ligeira nos consumos de energia em
horas de ponta no dia 20 de julho e uma diminuição deste, em horário de cheia no dia 7 de
junho. Relativamente ao dia 29 de setembro, este apresenta valores de custos muito parecidos
com a situação real, dai a escassa percentagem de otimização verificada.
Figura 52 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais no verão, com um volume mínimo de 30%.
7.4.3 Sábados no inverno
No Quadro 39 estão expostos todos os sábados no inverno testados na metodologia de
otimização, e posteriormente comparados com os resultados obtidos pela empresa. Como se
verifica, para todos os dias simulados foi possível obter otimizações dos custos, sendo o
melhor dia, o 26 de novembro onde foi possível alcançar uma diminuição total de custos a
rondar os 32,74€.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
7 de Junho 2011
20 de Julho 2011
29 de Setembro 2011
Discussão de resultados
104
Quadro 39 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os sábados no
inverno.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
08/01/2011 600,74 € 608,92 € 2958,77 3195 1,34% -4,11%
19/03/2011 625,13 € 646,87 € 3927,97 4663 3,36% -12,77%
26/11/2011 614,77 € 650,34 € 2730,81 3578 5,47% -14,70%
24/12/2011 643,24 € 663,98 € 3266,00 3629 3,12% -6,30%
Na Figura 53 estão representados todos os custos, separados pelos diferentes intervalos de
horário energético existentes, ao longo dos sábados no inverno. Da análise da figura constata-
se um aumento por parte da metodologia de otimização, todos os dias sem exceção, dos
consumos de energia em horas de cheia em detrimento das horas de vazio normal. Também se
verifica no dia 8 de janeiro, uma diminuição do consumo de energia em horário de super
vazio na simulação otimizada, em relação à situação real.
Figura 53 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no inverno, com um volume mínimo de 30%.
7.4.4 Sábados no verão
No Quadro 40 estão representadas as três simulações realizadas para os sábados no verão,
com um volume mínimo de 30%. Os resultados obtidos pela metodologia foram muito
satisfatórios ao nível dos custos. O valor de volume final para os dias 30 de julho e 24 de
setembro foi um pouco baixo, no entanto, este não coloca em perigo a satisfação das
necessidades de consumo às populações situadas a jusante do reservatório.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN -
O
SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
8 de Janeiro 2011
19 de Março 2011
26 de Novembro 2011
24 de Dezembro 2011
Capítulo 7
105
Quadro 40 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os sábados no
verão.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
07/05/2011 629,42 € 651,14 € 3181,10 3529 3,34% -6,04%
30/07/2011 812,19 € 861,65 € 2757,70 4230 5,74% -25,55%
24/09/2011 635,04 € 675,81 € 2493,44 3440 6,03% -16,43%
Na Figura 54 estão afigurados os custos para cada intervalo de horas de energia, para a
situação real da empresa, com um volume mínimo de 40% e para a obtida através da
metodologia de otimização, com um volume mínimo de 30%. Como se comprova, para os
dias testados, a metodologia de otimização em relação aos valores obtidos pela empresa,
conseguiu diminuir os custos associados às horas de cheia, aumentando assim os custos nas
horas de vazio normal.
Figura 54 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no verão, com um volume mínimo de 30%.
7.4.5 Domingos e feriados
No Quadro 41 apresentam-se os domingos e feriados testados na metodologia, com um
volume mínimo imposto de 30%. Os resultados obtidos para os domingos e feriados são
iguais aos obtidos nos cenários anteriores, no entanto, o dia 9 de janeiro apresenta um
aumento da percentagem de otimização em cerca de 0,06%.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
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(€
)
Períodos de horário energético
7 de Maio 2011
30 de Julho 2011
24 de Setembro 2011
Discussão de resultados
106
Quadro 41 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os domingos e
feriados.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
09/01/2011 646,91 € 658,03 € 4518,84 4528 1,69% -0,15%
17/07/2011 683,48 € 699,76 € 4741,30 4806 2,33% -1,13%
14/08/2011 741,40 € 745,84 € 4748,41 4835 0,60% -1,51%
Na Figura 55 estão representados os valores dos custos para os domingos e feriados testados,
separados pelos seus intervalos de horas energéticas. Da análise dos mesmos, observa-se para
os dias 9 de janeiro e 17 de julho uma diminuição do consumo de energia em horas de vazio
normal. Em contraciclo, no dia 14 de agosto verifica-se exatamente o inverso, ou seja, dá-se
um aumento do consumo de energia nas horas de vazio normal e uma diminuição nas horas de
super vazio.
Figura 55 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os domingos e feriados, com um volume mínimo de 30%.
7.4.6 Análise de resultados
Os resultados obtidos no cenário quatro da presente Dissertação foram positivos. Dos
dezassete cenários estudados, em todos eles foi possível obter uma diminuição de custos em
relação aos valores obtidos pela empresa. Relativamente aos valores de volume final, embora
apresentem valores inferiores aos da empresa, estes nunca põe em causa a satisfação das
necessidades de consumo das populações situadas a jusante do reservatório. No Quadro 42
estão representadas todas as percentagens de otimização obtidas nos cenários um, dois e
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
9 de Janeiro 2011
17 de Julho 2011
14 de Agosto 2011
Capítulo 7
107
quatro. Através da análise e comparação dos resultados obtidos nos diferentes cenários,
podemos concluir que para todas as otimizações realizadas para o cenário quatro, foi possível
obter valores de poupança de custos superiores aos restantes cenários. Uma particularidade da
metodologia centra-se na incapacidade desta em conseguir otimizar, após o cenário um
testado, para os dias 9 de janeiro, 17 de julho e 14 de agosto, ou seja, para os domingos e
feriados.
Quadro 42 - Comparação das percentagens de otimização de custos obtidas pela metodologia de
otimização, para os cenários um, dois e quatro.
Dia:
% de
Otimização
(Cenário um)
% de
Otimização
(Cenário dois)
% de
Otimização
(Cenário quatro)
05-01-2011 2,51% 3,16% 4,30%
31-01-2011 4,18% 5,36% 5,88%
19-10-2011 3,74% 1,82% 2,78%
09-12-2011 1,87% 1,96% 1,96%
07-06-2011 3,00% 3,97% 4,91%
20-07-2011 1,48% 2,52% 3,40%
29-09-2011 0,29% 0,30% 0,35%
08-01-2011 0,58% 0,71% 1,34%
19-03-2011 1,09% 2,29% 3,36%
26-11-2011 3,19% 4,41% 5,47%
24-12-2011 1,50% 2,08% 3,12%
07-05-2011 2,09% 2,28% 3,34%
30-07-2011 4,07% 4,93% 5,74%
24-09-2011 3,41% 5,00% 6,03%
09-01-2011 1,69% 1,63% 1,69%
17-07-2011 2,27% 2,33% 2,33%
14-08-2011 0,60% 0,60% 0,60%
7.5 Cenário cinco
No cenário cinco pretende-se estimar, quais as variabilidades ao nível de custos que sucedem
da diminuição do volume mínimo do reservatório para um valor de 25% do volume total do
mesmo. Deseja-se também averiguar, se com a diminuição de volume são satisfeitas as
necessidades de consumo das populações situadas a jusante do reservatório, sem ultrapassar
os limites mínimo e máximo de volume do mesmo. De referir que se irá comparar os valores
de custos, obtidos na metodologia de otimização no cenário cinco, com os custos reais obtidos
pela empresa.
Discussão de resultados
108
7.5.1 Semana no inverno
Na Figura 56, estão representadas as variações de volume ao longo do dia 5 de janeiro, para a
situação real, com uma imposição de volume mínimo de 40% e para a otimização do cenário
cinco, com uma imposição de volume mínimo de 25%. Como se pode constatar, a linha
otimizada (linha vermelha), apresenta um traçado diferente pois pode se deslocar até valores
muito mais baixos de volume, chegando mesmo a ultrapassar os 2000 m³.
Figura 56 - Variação do volume real (azul) e do otimizado (vermelho) no reservatório.
Na Figura 57 estão representadas as variações de custos para a situação real e para a
otimizada. No final do dia (23:56:56) verifica-se uma diferença clara entre as duas linhas de
custos, resultado numa otimização de 5,43%.
Figura 57 - Variação do custo real (azul) e otimizado (vermelho) gasto através da elevação de água.
Na Figura 58 estão representados os períodos de operação de bombagem na situação real e na
otimizada, para o dia 5 de janeiro, com um volume mínimo de 25%.
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
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lum
e (m
³)
Tempo (hh:mm:ss)
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200,00 €
400,00 €
600,00 €
800,00 €
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)
Períodos de horário energético
Capítulo 7
109
Figura 58 - Períodos de operação bombagem para a situação real (azul) e para a otimizada (vermelho).
Na Figura 59 estão expostos todos os custos referentes ao dia 5 de janeiro, divididos pelos
diferentes intervalos de horário energético. Através da análise da figura verifica-se um
aumento de consumo de energia em horas de ponta e uma diminuição desta em horas de
cheia, traduzindo-se numa poupança de custos total de 33,05€.
Figura 59 - Custos reais e otimizados verificados no dia 5 de janeiro de 2011 para um volume mínimo
de 25%.
No Quadro 43 representam-se todas as otimizações realizadas para os dias semanais no
inverno, no cenário cinco. Como se constata, para todas as simulações foi possível proceder à
otimização dos custos de bombagem, sendo o dia mais proveitoso o 31 de janeiro, onde a
aplicação do plano de bombagem estabelecido pela metodologia de otimização levaria a uma
poupança de 43,14€.
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a (
un
i)
Tempo (hh:mm:ss)
0,00 €
51,94 €
365,97 €
279,45 €
109,07 € 109,80 €
134,07 €
134,88 €
609,12 € 576,07 €
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O Total -
R
Total -
O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
Discussão de resultados
110
Quadro 43 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias semanais
no inverno.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
05-01-2011 576,07 € 609,12 € 3138,91 4042 5,43% -15,68%
31-01-2011 572,85 € 615,99 € 4237,19 5492 7,00% -21,79%
19-10-2011 747,46 € 776,47 € 3289,43 4040 3,74% -13,02%
09-12-2011 462,95 € 475,71 € 2828,81 2900 2,68% -1,23%
Na Figura 60 estão ilustrados todos os custos, repartidos pelos diferentes intervalos de horário
energético, para a situação real e para a otimizada no cenário cinco nos dias semanais no
inverno. Como se observa a metodologia opta por efetuar bombagem em horas de ponta,
originando depois um reajuste de consumos de energia nas horas de cheia e de super vazio.
Figura 60 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais no inverno, com um volume mínimo de 25%.
7.5.2 Semana no verão
Para os dias semanais no verão foram testados os três dias que se encontram no Quadro 44.
Da análise dos mesmos certifica-se que para as três simulações foi possível obter poupanças
de custos bastante assinaláveis, cumprindo os requisitos de volume. Assim, para o dia 7 de
junho foi possível colher uma poupança de custos a ronda os 43,21€, para o dia 20 de julho
foi possível alcançar 36,01€ e para o dia 29 de setembro foi possível registar um valor de
2,43€.
0,00 €
50,00 €
100,00 €
150,00 €
200,00 €
250,00 €
300,00 €
350,00 €
400,00 €
450,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
5 de Janeiro 2011
31 de Janeiro 2011
19 de Outubro 2011
9 de Dezembro 2011
Capítulo 7
111
Quadro 44 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias semanais
no verão.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
07/06/2011 755,78 € 798,99 € 1911,79 2959 5,41% -18,18%
20/07/2011 805,80 € 841,81 € 3470,03 4684 4,28% -21,08%
29/09/2011 682,89 € 685,32 € 4718,4 4728 0,35% -0,17%
Na Figura 61 estão representados os custos referentes aos dias semanais em período de verão,
testados com as imposições de volume do cenário cinco. Da análise da figura constata-se que
a metodologia optou por não efetuar bombagem em períodos de horas de ponta, ao contrário
da empresa, e diminuiu a mesma em horas de cheia e vazio normal. Por outro lado, dá-se um
aumento da bombagem em horas de super vazio.
Figura 61 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os dias semanais no verão, com um volume mínimo de 25%.
7.5.3 Sábados no inverno
Seguidamente no Quadro 45 estão expostas todas as simulações realizadas para os sábados no
inverno, com as condições de volume impostas no cenário cinco. Após a análise dos
resultados conclui-se que em relação à situação real, é possível obter poupanças de custos de
energia para todos os sábados testados sem exceção, não colocando em risco as necessidade
de consumos às populações situadas a jusante do reservatório.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
20 de Julho 2011
29 de Setembro 2011
7 de Junho 2011
Discussão de resultados
112
Quadro 45 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os sábados no
inverno.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
19/03/2011 618,23 € 646,87 € 3632,97 4663 4,43% -17,89%
26/11/2011 607,87 € 650,34 € 2435,81 3578 6,53% -19,82%
24/12/2011 636,28 € 663,98 € 2966,00 3629 4,17% -11,51%
Na Figura 62 estão representados todos os custos separados pelos intervalos de horário de
energia para os sábados no inverno. Como se comprova, existe um aumento por parte da
metodologia de otimização nos horários de cheia em relação à situação real, originando uma
diminuição nos horários de vazio normal e super vazio.
Figura 62 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no inverno, com um volume mínimo de 25%.
7.5.4 Sábados no verão
No Quadro 46 estão representados todos os sábados no verão testados na metodologia de
otimização, com uma imposição de volume mínimo no valor de 25%. Os resultados obtidos
foram satisfatórios pois em todas as otimizações foi possível proceder à poupança de custos.
Como exemplos, para o dia 7 de maio foi possível obter uma poupança de 28,62€ e no dia 24
de setembro de 44,75€.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN -
O
SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
19 de Março 2011
26 de Novembro 2011
24 de Dezembro 2011
Capítulo 7
113
Quadro 46 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os sábados no
verão.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
07/05/2011 622,52 € 651,14 € 2886,10 3529 4,40% -11,17%
30/07/2011 805,23 € 861,65 € 2457,70 4230 6,55% -30,76%
24/09/2011 628,19 € 675,81 € 2198,44 3440 7.05 % -21,55%
Na Figura 63 estão representados todos os custos para os sábados no verão simulados,
divididos pelos diferentes intervalos de horário energéticos. Da análise da figura conclui-se
que a metodologia procedeu a uma diminuição dos consumos de energia em horário de cheia
e de super vazio, aumentando o consumo da mesma em horário de vazio normal, para todos
os dias simulados.
Figura 63 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no verão, com um volume mínimo de 25%.
7.5.5 Domingos e feriados
No Quadro 47 estão representadas todas as simulações efetuadas para os domingos e feriados
no cenário cinco, indicando-se os seus custos e valores de volume final obtidos. Para todos os
dias simulados foi possível otimizar os custos em relação à situação real. No entanto, ao
comparar-se estes resultados com os obtidos no cenário quatro, constata-se que os valores de
custos obtidos nos dias testados são exatamente iguais para ambos os cenários, atingindo
assim a metodologia, um estado de estagnação para os domingos e feriados simulados.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
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(€
)
Períodos de horário energético
7 de Maio 2011
30 de Julho 2011
24 de Setembro 2011
Discussão de resultados
114
Quadro 47 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os domingos e
feriados.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
09/01/2011 646,91 € 658,03 € 4518,84 4528 1,69% -0,15%
17/07/2011 683,88 € 699,76 € 4741,31 4806 2,27% -1,13%
14/08/2011 741,40 € 745,84 € 4748,41 4835 0,60% -1,51%
Na Quadro 47 estão representados os custos nos domingos e feriados, quer para a situação
real, quer para a otimização efetuada no cenário cinco, divididos pelos diferentes intervalos de
horas de energia. Da análise da figura constata-se uma diminuição do consumo de energia nas
horas de vazio normal, no dia 9 de janeiro e 17 de junho. No dia 14 de agosto verifica-se um
aumento do consumo de energia nas horas de vazio normal e uma diminuição nas horas de
super vazio.
Figura 64 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os domingos e feriados, com um volume mínimo de 25%.
7.5.6 Análise de resultados
Os resultados obtidos no cenário cinco da corrente Dissertação foram satisfatórios. Para todos
os cenários estudados foi possível obter uma otimização dos custos, e bons valores
respeitantes ao volume final, em comparação com os obtidos na situação real. No Quadro 48
comparam-se todas as percentagens de otimização obtidas nos diferentes cenários testadas até
aqui. Para todas as simulações do cenário cinco foi possível obter valores de custos mais
otimizados em relação aos cenários anteriores (um, dois e quatro), apesar dos volumes finais
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
9 de Janeiro 2011
17 de Julho 2011
14 de Agosto 2011
Capítulo 7
115
obtidos serem inferiores aos demais. No entanto, os estes não ultrapassam os mínimos
impostos e os planos de bombagem estabelecidos pela empresa tem a capacidade de
satisfazer, sem qualquer interrupção, as necessidades de consumos às populações a jusante do
reservatório.
Quadro 48 - Comparação das percentagens de otimização de custos obtidas pela metodologia de
otimização para o cenário um, dois, quatro e cinco.
Dia:
% de
Otimização
(Cenário um)
% de
Otimização
(Cenário dois)
% de
Otimização
(Cenário quatro)
% de
Otimização
(Cenário cinco)
05-01-2011 2,51% 3,16% 4,30% 5,43%
31-01-2011 4,18% 5,36% 5,88% 7,00%
19-10-2011 3,74% 2,27% 2,78% 3,74%
09-12-2011 1,87% 1,96% 1,96% 2,68%
07-06-2011 3,00% 3,97% 4,91% 5,41%
20-07-2011 1,48% 2,52% 3,40% 4,28%
29-09-2011 0,29% 0,30% 0,35% 0,35%
08-01-2011 0,58% 0,71% 1,34% 2,48%
19-03-2011 1,09% 2,29% 3,36% 4,43%
26-11-2011 2,79% 4,41% 5,03% 6,53%
24-12-2011 1,50% 2,08% 3,12% 4,17%
07-05-2011 2,09% 2,28% 3,34% 4,40%
30-07-2011 4,07% 4,93% 5,74% 6,55%
24-09-2011 1,95% 5,00% 5,60% 7,05%
09-01-2011 1,69% 1,63% 1,69% 1,69%
17-07-2011 2,33% 2,33% 2,33% 2,27%
14-08-2011 0,60% 0,60% 0,60% 0,60%
7.6 Cenário seis
Com o cenário seis pretende-se estimar, quais as variações ao nível de custos que sucedem
com o aumento do volume mínimo do reservatório para um valor de 50% do volume total do
mesmo. Deseja-se averiguar, para uma situação de segurança, se o aumento do volume
mínimo traduz um valor de custos muito superior ao existente na situação real da empresa. De
referir que se irá comparar os valores de custos, obtidos na metodologia de otimização no
cenário seis, com os custos reais obtidos pela empresa.
Discussão de resultados
116
7.6.1 Semana no inverno
Na Figura 65 encontram-se representadas as variações de volume real (azul), referente aos
planos de bombagem estabelecidos pela empresa e a variação de volume otimizado
(vermelho), estabelecido pela metodologia de otimização, ambas para o dia 9 de dezembro de
2011. Como se averigua na figura, a variação de volume por parte da metodologia apresenta
uma amplitude inferior ao da empresa, apresentando como valor limite mínimo 2880 m³.
Figura 65 - Variação do volume real (azul) e do otimizado (vermelho) no reservatório.
Na Figura 66 representa-se a variação dos custos para o referido dia, onde se constata que no
final do mesmo, o custo total obtido pela metodologia é cerca de 1,15% inferior ao da
empresa.
Figura 66 - Variação do custo real (azul) e otimizado (vermelho) gasto através da elevação de água.
Na Figura 67 estão representados os períodos de operação de bombagem na situação real e na
otimizada, para o dia 9 de dezembro, com um volume mínimo de 50%.
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
00
:01
:50
0
0:4
6:5
0
01
:31
:50
0
2:1
6:5
0
03
:01
:50
0
3:4
6:5
0
04
:31
:50
0
5:1
6:5
0
06
:01
:50
0
6:4
6:5
0
07
:31
:50
0
8:1
6:5
0
09
:01
:50
0
9:4
6:5
0
10
:31
:50
1
1:1
6:5
0
12
:01
:50
1
2:4
6:5
0
13
:31
:50
1
4:1
6:5
0
15
:01
:50
1
5:4
6:5
0
16
:31
:50
1
7:1
6:5
0
18
:01
:50
1
8:4
6:5
0
19
:31
:50
2
0:1
6:5
0
21
:01
:50
2
1:4
6:5
0
22
:31
:50
2
3:1
6:5
0
Vo
lum
e (m
³)
Tempo (hh:mm:ss)
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
00
:01
:50
00
:51
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:41
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03
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:50
04
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05
:01
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05
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08
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09
:11
:50
10
:01
:50
10
:51
:50
11
:41
:50
12
:31
:50
13
:21
:50
14
:11
:50
15
:01
:50
15
:51
:50
16
:41
:50
17
:31
:50
18
:21
:50
19
:11
:50
20
:01
:50
20
:51
:50
21
:41
:50
22
:31
:50
23
:21
:50
Cu
sto
(€
)
Tempo (hh:mm:ss)
Capítulo 7
117
Figura 67 - Períodos de operação bombagem para a situação real (azul) e para a otimizada (vermelho).
Na Figura 68 estão representados todos os custos para o referido dia, separados pelos
diferentes intervalos de horários energéticos: horas de ponta, cheia, vazio normal e super
vazio. Como se comprova, a metodologia de otimização opta por efetuar mais bombagem de
água do que a situação real, nos períodos de horas de ponta e horas de vazio normal,
efetuando o inverso nas horas de cheia e de super vazio. Este plano de bombagem otimizado
permite efetuar uma poupança de custos em relação à situação real de 5,46€.
Figura 68 - Custos reais e otimizados verificados no dia 9 de dezembro de 2011.
No Quadro 49 estão representados todos os dias simulados no cenário seis, para as semanas
no inverno. Da análise dos resultados podemos concluir que aumentando o volume mínimo
para 50%, a metodologia consegue obter valores de custos inferiores aos auferidos pela
empresa na situação real, com um volume mínimo de 40%. Assim, para os quatro dias
testados foi possível otimizar todos os valores de custos. Relativamente ao volume final, os
0
1
2
00
:01
:50
00
:51
:50
01
:41
:50
02
:31
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:21
:50
04
:11
:50
05
:01
:50
05
:51
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:50
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:31
:50
08
:21
:50
09
:11
:50
10
:01
:50
10
:51
:50
11
:41
:50
12
:31
:50
13
:21
:50
14
:11
:50
15
:01
:50
15
:51
:50
16
:41
:50
17
:31
:50
18
:21
:50
19
:11
:50
20
:01
:50
20
:51
:50
21
:41
:50
22
:31
:50
23
:21
:50
Bo
mb
a (u
ni)
Tempo (hh:mm:ss)
5,98 €
51,94 €
346,19 €
283,05 €
50,97 € 76,25 € 72,57 € 59,01 €
475,71 € 470,25 €
0,00 €
50,00 €
100,00 €
150,00 €
200,00 €
250,00 €
300,00 €
350,00 €
400,00 €
450,00 €
500,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O Total -
R
Total -
O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
Discussão de resultados
118
valores da metodologia foram positivos, sendo no dia 9 de dezembro superior ao valor de
volume na situação real.
Quadro 49 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias semanais
no inverno.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
05/01/2011 593,71 € 609,12 € 3876,41 4042 2,53% -2,88%
31/01/2011 600,21 € 615,99 € 5417,19 5492 2,56% -1,31%
19/10/2011 765,95 € 776,47 € 4021,93 4040 1,35% -0,31%
09/12/2011 470,25 € 475,71 € 3074,80 2900 1,15% 3,04%
Na Figura 69 estão expostos todos os custos separados pelos diferentes períodos de horário
energético existente. Através da análise da figura, verifica-se um aumento por parte da
metodologia de otimização, para todos os dias sem exceção, do consumo de energia nas horas
de ponta e uma diminuição, em relação à situação real, do consumo em horas de cheia e de
super vazio. De referir que para o dia 9 de dezembro, constata-se um aumento do consumo
energético nas horas de vazio normal.
Figura 69 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para dias semanais no inverno, com um volume mínimo de 50%.
7.6.2 Semana no verão
No Quadro 50 apresentam-se todos dias semanais no verão testados na metodologia de
otimização, sendo posteriormente comparados com a situação real. Como se constata pelas
percentagens de otimização no quadro seguinte, para todos os dias testados foi possível obter
0,00 €
50,00 €
100,00 €
150,00 €
200,00 €
250,00 €
300,00 €
350,00 €
400,00 €
450,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
5 de Janeiro 2011
31 de Janeiro 2011
19 de Outubro 2011
9 de Dezembro 2011
Capítulo 7
119
poupanças de custos. Os resultados de volume final foram satisfatórios, obtendo-se para o dia
7 de junho o valor obtido é cerca de 5,08% superior ao volume real.
Quadro 50 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os dias semanais
no verão.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
07/06/2011 787,61 € 798,99 € 3251,79 2959 1,42% 5,08%
20/07/2011 835,97 € 841,81 € 4650,03 4684 0,69% -0,59%
29/09/2011 683,41 € 685,32 € 4718,40 4728 0,28% -0,17%
Na Figura 70 estão expostos todos os custos referentes aos dias testados, separados pelos
diferentes intervalos de horário energético. Como se comprova na figura seguinte, a
metodologia de otimização optar por efetuar mais bombagem nas horas de ponta e de super
vazio em relação à empresa. Relativamente às horas de cheia, a metodologia de otimização
divulga valor de custos de bombagem iguais ou inferiores aos dias simulados.
Figura 70 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para dias semanais no verão, com um volume mínimo de 50%.
7.6.3 Sábados no inverno
No Quadro 51 apresentam-se os dias testados nos sábados no inverno, para o cenário número
seis. Da comparação dos custos da metodologia com os reais, verifica-se uma diminuição dos
custos, obtendo-se para todos os dias testados, valores de volume final superiores.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
7 de Junho 2011
20 de Julho 2011
29 de Setembro 2011
Discussão de resultados
120
Quadro 51 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os sábados no
inverno.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
19/03/2011 644,05 € 646,87 € 4670,47 4663 0,44% 0,13%
26/11/2011 639,48 € 650,34 € 3610,81 3578 1,67% 0,58%
24/12/2011 653,90 € 663,98 € 3708,50 3629 1,52% 1,38%
Na Figura 71 estão representados todos os custos, separados pelos diferentes intervalos de
horário energético. Da análise da figura verifica-se um aumento dos consumos de energia nos
horários de cheia, em relação à situação real. Nos períodos de vazio normal, para todos os dias
simulado verifica-se uma diminuição dos custos de energia na metodologia de otimização.
Figura 71 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no inverno com um volume mínimo de 50%.
7.6.4 Sábados no verão
No Quadro 52 estão expostos os sábados em período de verão, testados para o cenário seis na
metodologia de otimização, sendo posteriormente comparados com a situação real. Para todos
os dias testados foi possível obter uma diminuição de custos, constatando-se que o dia mais
proveitoso foi o 30 de julho, onde se obteve uma poupança de custos a rondar os 22,06€. No
entanto, o valor de volume final obtido para o referido dia é cerca de 4,72% inferior ao obtido
pela empresa.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN -
O
SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
19 de Março 2011
26 de Novembro 2011
24 de Dezembro 2011
Capítulo 7
121
Quadro 52 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os sábados no
verão.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
07/05/2011 638,74 € 651,14 € 3476,10 3529 1,90% -0,92%
30/07/2011 839,59 € 861,65 € 3957,70 4230 2,56% -4,72%
24/09/2011 655,78 € 675,81 € 3378,44 3440 2,96% -1,07%
Na Figura 72 comparam-se todos os custos, reais e os otimizados nos sábados de verão,
separados pelos respetivos intervalos de horário energético. Através da análise da figura
verifica-se uma diminuição, por parte da metodologia de otimização em relação à situação
real, dos consumos de energia em horário de cheia e um aumento destes em horário de vazio
normal. Relativamente às horas de super vazio, estas tem um valor idêntico nas duas
situações, com exceção do dia 7 de maio em que o valor obtido pela empresa é superior à
situação otimizada.
Figura 72 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para os sábados no verão, com um volume mínimo de 50%.
7.6.5 Domingos e feriados
No Quadro 53 estão expostas todas as otimizações realizadas no cenário seis, para os
domingos e feriados. Nos três dias simulados, comparando os resultados obtidos com a
situação real, constata-se uma otimização para todos eles, sendo o dia mais proveitoso o 17 de
julho onde se obteve uma poupança de 16,28€. De referir que foram obtidos excelentes
valores de volume final.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
7 de Maio 2011
30 de Julho 2011
24 de Setembro 2011
Discussão de resultados
122
Quadro 53 - Comparação de valores de custos reais e de otimização realizadas para os domingos e
feriados.
Dia: Custo
Otimização
Custo da
Empresa
Volume
Otimização
(m³)
Volume
Empresa
(m³)
% de
Otimização
% de Δ
Volume
09/01/2011 646,91 € 658,03 € 4518,84 4528 1,69% -0,15%
17/07/2011 683,48 € 699,76 € 4741,30 4806 2,33% -1,13%
14/08/2011 741,40 € 745,84 € 4748,41 4835 0,60% -1,51%
Na Figura 73 apresentam-se todos os dias testados, com os custos separados pelos diferentes
intervalos de horário energético. Analisando os resultados verifica-se para o dia 14 de agosto
uma grande proximidade nos resultados na situação real e na otimizado, originando uma
percentagem de otimização muito pequena. Relativamente ao dia 9 de janeiro e ao 17 de julho
verifica-se uma diminuição dos consumos em horário de vazio normal, para ambos.
Figura 73 - Comparação dos custos reais e de otimização, por intervalo de horário energético,
realizadas para domingos e feriados, com um volume mínimo de 50%.
7.6.6 Análise de resultados
No Quadro 54 estão expostos os resultados obtidos no cenário seis da corrente Dissertação
foram satisfatórios. Para todos os dias estudados foi possível obter uma otimização dos custos
referentes à bombagem e bons valores de volume final, em comparação com os obtidos na
situação real. Ou seja, se se aumentar o volume mínimo da empresa para um valor de 50% do
volume total e praticar-se os planos de bombagem estabelecidos pela metodologia, alem de se
garantir mais segurança no abastecimento, seria possível obter valores inferiores de custos ao
longo dos dias.
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
P - R P - O C - R C - O VN - R VN - O SV - R SV - O
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
9 de Janeiro 2011
17 de Julho 2011
14 de Agosto 2011
Capítulo 7
123
Quadro 54 - Comparação das percentagens de otimização de custos obtidas pela metodologia de
otimização, para o cenário um, dois, quatro, cinco e seis.
Dia:
% de
Otimização
(Cenário um)
% de
Otimização
(Cenário dois)
% de
Otimização
(Cenário quatro)
% de
Otimização
(Cenário cinco)
% de
Otimização
(Cenário seis)
05-01-2011 2,51% 3,16% 4,30% 5,43% 2,53%
31-01-2011 4,18% 5,36% 5,88% 7,00% 2,56%
19-10-2011 3,74% 1,82% 2,78% 3,74% 1,35%
09-12-2011 1,87% 1,96% 1,96% 2,68% 1,15%
07-06-2011 3,00% 3,97% 4,91% 5,41% 1,42%
20-07-2011 1,48% 2,52% 3,40% 4,28% 0,69%
29-09-2011 0,29% 0,30% 0,35% 0,35% 0,28%
19-03-2011 1,09% 2,29% 3,36% 4,43% 0,44%
26-11-2011 3,19% 4,41% 5,47% 6,53% 1,67%
24-12-2011 1,50% 2,08% 3,12% 4,17% 1,52%
07-05-2011 2,09% 2,28% 3,34% 4,40% 1,90%
30-07-2011 4,07% 4,93% 5,74% 6,55% 2,56%
24-09-2011 3,41% 5,00% 6,03% 7,05% 2,96%
09-01-2011 1,69% 1,63% 1,69% 1,69% 1,69%
17-07-2011 2,27% 2,33% 2,33% 2,27% 2,33%
14-08-2011 0,60% 0,60% 0,60% 0,60% 0,60%
7.7 Cenário sete
O cenário sete da corrente Dissertação simula a paragem de uma das células do reservatório
para limpeza, originando a diminuição do volume do mesmo para metade. Ou seja, pretende-
se avaliar se é possível satisfazer as necessidades das populações situadas a jusante, apenas
apresentando metade capacidade de reserva, analisando-se também os custos decorrentes
deste fenómeno, de modo a selecionar o melhor período semanal existente ao longo do ano
(semana no inverno, semana no verão, sábado no inverno, sábado no verão e domingo ou
feriado) para efetuar a limpeza das células, sabendo que as mesmas têm de ser limpas,
obrigatoriamente uma vez por ano. Relativamente a este fenómeno, no cenário sete impôs-se
como volume mínimo 40% do volume total de uma célula (2880 m³).
Discussão de resultados
124
7.7.1 Análise dos resultados obtidos
No Quadro 55 apresentam-se todos os dias simulados no cenário sete da presente Dissertação.
Para tal, selecionou-se um dia por cada período semanal existente ao longo do ano, ou seja,
para o dia semanal no inverno selecionou-se o dia 5 de janeiro, para o dia semanal no verão
escolheu-se o dia 29 de setembro, para o sábado no inverno optou-se pelo dia 19 de março,
para o sábado no verão escolheu-se o dia 7 de maio e por último, para o domingo optou-se
pelo dia 17 de julho. Com os resultados obtidos, conclui-se que o melhor período para efetuar
a limpeza de uma das células do reservatório seria o período semanal no inverno, neste caso o
dia 5 de janeiro. Para este dia seria necessário despender um total de 606,11€ para satisfazer
as necessidades de consumo às populações a jusante, implicando um volume final no
reservatório de 1819,9 m³.
Quadro 55 – Comparação de valores de volume reais e de otimização obtidos com a paragem de uma
das células, e o respetivo custo de otimização com um volume mínimo de 40%.
Semana Inverno - Resultados
Dia: Custo Otimização V. Final
Otimizado (m³)
V. Inicial
Empresa (m³)
V. Final
Empresa (m³) Δ Volume
05/01/2011 606,11 € 1819,91 2499,00 2021,00 -9,95%
Semana Verão - Resultados
29/09/2011 692,33 € 2326,41 2688,00 2364,00 -1,59%
Sábado Inverno - Resultados
19/03/2011 649,28 € 2373,96 2440,00 2332,00 1,8%
Sábado Verão - Resultados
07/05/2011 650,12 € 1710,62 2214,00 1765,00 -3,08%
Domingos e Feriados - Resultados
17/07/2011 689,48 € 2309,31 2728,00 2403,00 -3,90%
Na Figura 74 estão representadas as variações de volume para o dia 5 de janeiro. A linha azul
a variação do volume obtida na situação real, com as duas células a funcionar em pleno e um
volume mínimo admissível de 40%. A linha vermelha representa a variação de volume obtida
pela metodologia com a paragem de uma das células para limpeza, com um volume mínimo
de 40% do volume total de uma das células.
Capítulo 7
125
Figura 74 - Variação do volume real (azul) para a situação real, e do otimizado (vermelho) para a
paragem de uma das células para limpeza, no reservatório.
Na Figura 75 estão representados os períodos de operação de bombagem na situação real e na
otimizada com a paragem de uma das células para limpeza, para o dia 5 de janeiro, com um
volume mínimo de 40%.
Figura 75 - Períodos de operação bombagem para a situação real (azul) e para a otimizada (vermelho).
Na Figura 76 apresentam-se os custos totais otimizados que advêm da paragem para limpeza
de uma das células do reservatório. Como se comprova, são gastos em horas de ponta 81,62 €,
em horas de cheia 286,35 €, em horas de vazio normal 103,7 € e em horas de super vazio
134,88 €.
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
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Tempo (hh:mm:ss)
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Bo
mb
a (u
ni)
Tempo (hh:mm:ss)
Discussão de resultados
126
Figura 76 - Custos de otimização, por intervalo de horário energético, para o dia selecionado no
inverno, com um volume mínimo de 40%.
7.8 Cenário oito
O cenário oito desta Dissertação simula a paragem de uma das células do reservatório para
limpeza, ocasionando a redução do volume do mesmo para metade. Ou seja, pretende-se
analisar se é possível satisfazer as necessidades de consumos das populações situadas a
jusante, apenas apresentando metade capacidade de reserva de água num dia normal. Com
este cenário pretende-se analisar a mesma situação estudada no ponto 7.7, ou seja, os custos
decorrentes deste fenómeno, para selecionar o melhor período semanal existente ao longo do
ano (semana no inverno, semana no verão, sábado no inverno, sábado no verão e domingo ou
feriado), de modo a efetuar a paragem de uma das células, com a diminuição do volume
mínimo para um valor de 20%.
7.8.1 Análise dos resultados obtidos
No Quadro 56 apresentam-se todos os dias simulados no cenário oito da presente Dissertação.
Para tal, selecionou-se um dia por cada período semanal existente ao longo do ano, ou seja,
para o dia semanal no inverno selecionou-se o dia 5 de janeiro, para o dia semanal no verão
escolheu-se o dia 29 de setembro, para o sábado no inverno optou-se pelo dia 19 de março,
para o sábado no verão escolheu-se o dia 7 de maio e por último, para o domingo optou-se
pelo dia 17 de julho. Comparando os resultados obtidos, conclui-se que o melhor período para
81,62 €
286,35 €
103,70 € 134,88 €
0,00 €
50,00 €
100,00 €
150,00 €
200,00 €
250,00 €
300,00 €
350,00 €
Ponta Cheia Vazio Normal Super Vazio
Cu
sto
(€
)
Periodos de horário energético
Capítulo 7
127
efetuar a limpeza de uma das células do reservatório é novamente, o período semanal no
inverno, neste caso o dia 5 de janeiro. Para satisfazer as necessidades das populações no
referido dia é necessário despender cerca de 598,31€, obtendo-se um volume final no
reservatório de 1819,9 m³.
Quadro 56 - Comparação de valores de volume reais e de otimização obtidos com a paragem de uma
das células, e o respetivo custo de otimização com um volume mínimo de 20%.
Semana Inverno - Resultados
Dia: Custo Otimização V. Final
Otimizado (m³)
V. Inicial
Empresa (m³)
V. Final
Empresa (m³) Δ Volume
05/01/2011 598,31 € 1819,91 2499,00 2021,00 -9,95%
Semana Verão - Resultados
29/09/2011 691,34 € 2326,40 2688,00 2364,00 -1,59%
Sábado Inverno - Resultados
19/03/2011 647,50 € 2378,97 2440,00 2332,00 2,01%
Sábado Verão - Resultados
07/05/2011 648,33 € 1710,60 2214,00 1765,00 -3,08%
Domingos e Feriados - Resultados
17/07/2011 689,58 € 2309,3 2728,00 2403,00 -3.90%
Na Figura 77 está exposta a variação de volume mínimo no dia 5 de janeiro obtida pela
metodologia de otimização, com a imposição de 20% do volume total de uma das células.
Figura 77 - Custos de otimização, por intervalo de horário energético, para o dia selecionado no
inverno, com um volume mínimo de 20%.
Na Figura 78 estão representados os períodos de operação de bombagem na situação real e na
otimizada com a paragem de uma das células para limpeza, para o dia 5 de janeiro, com um
volume mínimo de 20%.
0,00 500,00
1000,00 1500,00 2000,00 2500,00 3000,00
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³)
Tempo (hh:mm:ss)
Discussão de resultados
128
Figura 78 - Períodos de operação bombagem para a situação real (azul) e para a otimizada (vermelho).
Na Figura 79 representam-se os custos no dia escolhido para efetuar a limpeza de uma das
células do reservatório. Como se constata, são gastos em horas de ponta 66,78 €, em horas de
cheia 289,90 €, em horas de vazio normal 106,75 € e em horas de super vazio 134,88 €.
Figura 79 - Custos de otimização, por intervalo de horário energético, para o dia selecionado no
inverno, com um volume mínimo de 20%.
7.8.2 Comparação dos resultados obtidos no cenário número sete e número oito
Após o estudo e comparação dos resultados obtidos no cenário sete e oito, conclui-se que os
melhores dias para efetuar a paragem de uma das células para limpeza são os dias semanais
no inverno, independentemente do volume mínimo imposto.
Na Figura 80 apresentam-se todos os custos para as duas simulações no dia 5 de janeiro.
Apesar do cenário oito apresentar uma maior poupança de custos (598,31 €), é preferível
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un
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Tempo (hh:mm:ss)
66,78 €
289,90 €
106,75 €
134,88 €
0,00 €
50,00 €
100,00 €
150,00 €
200,00 €
250,00 €
300,00 €
350,00 €
Ponta Cheia Vazio Normal Super Vazio
Cu
sto
(€
)
Período de horário energético
Capítulo 7
129
numa situação de paragem de uma das células para limpeza, optar pela situação testada no
cenário sete, ou seja, escolher um valor de volume mínimo de 40% estando assim do lado da
segurança, obtendo-se um valor de custo final de 606,55 €.
Figura 80 - Custos separados pelos respetivos intervalos de horário energético, para o dia 5 de janeiro,
obtidos no cenário sete (azul) e no cenário oito (vermelho).
7.9 Cenário nove
No cenário nove da presente Dissertação pretende-se estudar qual a capacidade de otimização
obtida pela metodologia, simulando uma semana integral no inverno, sendo esta do dia 31 de
janeiro ao dia 6 de fevereiro. O valor de volume mínimo inicial imposto no dia 31 de janeiro e
o valor final de volume no dia 6 de fevereiro foram iguais aos obtidos pela empresa. No
entanto, os volumes finais obtidos para os dias intermédios na simulação, foram colocados
como volume inicial no reservatório no dia seguinte a este. Pretende-se com este cenário
estudar a capacidade de otimização da metodologia para um período temporal superior ao até
aqui estudado. As condições de volume mínimo aplicadas são de 40% do volume total.
Deseja-se também verificar, se com esta diminuição são satisfeitas as necessidades das
populações situadas a jusante do mesmo, sem ultrapassar a barreira de volume mínimo e
máximo. A comparação dos resultados será efetuada com os valores obtidos em situação real
pela empresa.
81,62 €
286,35 €
103,70 € 134,88 €
606,55 €
66,78 €
289,90 €
106,75 € 134,88 €
598,31 €
0,00 €
100,00 €
200,00 €
300,00 €
400,00 €
500,00 €
600,00 €
700,00 €
Ponta Cheia Vazio
Normal
Super Vazio Total
Cu
sto
(€
)
Períodos de horário energético
Vmin = 40%
Vmin = 20%
Discussão de resultados
130
7.9.1 Resultados obtidos
Na Figura 81 estão representados os custos obtidos pela empresa, separados pelos diferentes
intervalos de horário energético, em cada dia da semana de 31 de janeiro de 2011 a 6 de
fevereiro de 2011.
Figura 81 – Representação dos custos totais, em horas de ponta, cheia, vazio normal e super vazio,
obtidos pela empresa com um volume mínimo de 40%.
Na Figura 82 representam-se os custos obtidos pela metodologia de otimização, separados
pelos diferentes intervalos de horário energético para cada dia da semana de 31 de janeiro de
2011 a 6 de fevereiro de 2011, com um volume mínimo de 40% do volume total.
Figura 82 - Representação dos custos totais, em horas de ponta, cheia, vazio normal e super vazio,
obtidos pela metodologia de otimização com um volume mínimo de 40%.
Na Figura 83 expõem-se os custos totais para a semana estudada, separados pelos diferentes
dias. Como se pode verificar, para todos os dias simulados, os valores de custos obtidos pela
metodologia de otimização são inferiores aos valores obtidos pela situação real. Para a
0,00 € 100,00 € 200,00 € 300,00 € 400,00 € 500,00 € 600,00 € 700,00 € 800,00 €
Cu
sto
(€
)
Dia (dd-mm-aaaa)
Ponta
Cheia
Vazio Normal
Super Vazio
Total
0,00 € 100,00 € 200,00 € 300,00 € 400,00 € 500,00 € 600,00 € 700,00 € 800,00 €
Cu
sto
(€
)
Dia (dd-mm-aaaa)
Ponta
Cheia
Vazio Normal
Super Vazio
Total
Capítulo 7
131
semana em estudo, a empresa obteve um custo total de 4.542,78 € e a metodologia de
otimização obteve 4.443,04 €. Assim, se fosse aplicado o plano de bombagem estabelecido
pela metodologia de otimização seria possível obter uma poupança de custos de 99,73 €, para
um volume mínimo imposto de 40% do volume total do reservatório. De referir que o plano
de bombagem estabelecido pela metodologia cumpre os requisitos de volumes mínimo e
máximo impostos, satisfazendo as necessidades de consumo das populações situadas a jusante
do reservatório.
Figura 83 – Representação dos custos totais obtidos para cada dia estudado, pela empresa (azul) e pela
metodologia de otimização (vermelho), ambas para um volume mínimo de 40%.
7.10 Cenário dez
No cenário dez da presente Dissertação deseja-se avaliar qual a capacidade de otimização
obtida pela metodologia, simulando a mesma semana testada no ponto 7.9, impondo um
volume mínimo de 35% do volume total do reservatório. Pretende-se com este cenário estudar
se a diminuição do volume mínimo em relação ao cenário nove traduz também, numa
diminuição de custos de energia.
7.10.1 Resultados obtidos
Na Figura 84 expõem-se os custos reais, separados pelos diferentes intervalos de horário
energético para cada dia da semana de 31 de janeiro de 2011 a 6 de fevereiro de 2011.
0,00 €
200,00 €
400,00 €
600,00 €
800,00 €
Cu
sto
(€
)
Dia (dd-mm-aaaa)
31-01-2011 01-02-2011 02-02-2011 03-02-2011 04-02-2011 05-02-2011 06-02-2011
REAL 615,99 € 651,36 € 662,30 € 668,49 € 663,07 € 698,95 € 582,62 €
OTIMIZADO 589,85 € 649,39 € 641,72 € 655,13 € 648,83 € 679,17 € 578,95 €
Discussão de resultados
132
Figura 84 - Representação dos custos totais, em horas de ponta, cheia, vazio normal e super vazio,
obtidos pela empresa com um volume mínimo de 40%.
Na Figura 85 representam-se os custos divididos nos diferentes intervalos de horário
energético por dia, alcançados pela metodologia de otimização para a semana de 31 de janeiro
de 2011 a 6 de fevereiro de 2011, com um volume mínimo de 35% do volume total.
Figura 85 - Representação dos custos totais, em horas de ponta, cheia, vazio normal e super vazio,
obtidos pela metodologia de otimização com um volume mínimo de 35%.
Na Figura 86 estão expostos os custos totais para a semana estudada, separados pelos
diferentes dias. Através da observação da mesma, constata-se que para os dias 1 e 6 de
fevereiro, a metodologia de otimização não consegue proceder à otimização do resultado
obtido pela empresa, ou seja, apresenta um custo superior. Relativamente aos restantes dias já
são obtidos valores otimizados. Assim, a aplicação do plano de bombagem real implicou um
custo total de 4.542,78 € e a aplicação do plano de bombagem elaborado pela metodologia
implicaria um custo de 4.462,56€. Assim a aplicação do plano otimizado resultaria numa
poupança de 80,22 €.
0,00 € 100,00 € 200,00 € 300,00 € 400,00 € 500,00 € 600,00 € 700,00 € 800,00 €
Cu
sto
(€
)
Dia (dd-mm-aaaa)
Ponta
Cheia
Vazio Normal
Super Vazio
Total
0,00 € 100,00 € 200,00 € 300,00 € 400,00 € 500,00 € 600,00 € 700,00 € 800,00 €
Cu
sto
(€
)
Dia (dd-mm-aaaa)
Ponta
Cheia
Vazio Normal
Super Vazio
Total
Capítulo 7
133
Figura 86 - Representação dos custos totais obtidos para cada dia estudado, pela empresa (azul) com
um volume mínimo de 40% e pela metodologia de otimização (vermelho com um volume mínimo de
35%.
7.10.2 Comparação dos resultados obtidos no cenário número nove e número dez
Na Figura 87 apresentam-se todos os custos totais diários obtidos na metodologia para a
semana em estudo, com as duas variações de volume impostas. Através da análise da figura
seguinte e dos resultados expostos nos pontos 7.9 e 7.10, conclui-se que por uma razão de
segurança no abastecimento e de economia, os melhores planos de bombagem a aplicar na
estação elevatória, resultam da imposição de um valor de volume mínimo de 40% do volume
total do reservatório. Assim, a aplicação dos mesmos traduziria uma poupança de 99,73 €.
500,00 €
550,00 €
600,00 €
650,00 €
700,00 €
750,00 €
Cu
sto
(€
)
Dia (dd-mm-aaaa)
31-01-2011 01-02-2011 02-02-2011 03-02-2011 04-02-2011 05-02-2011 06-02-2011
REAL 615,99 € 651,36 € 662,30 € 668,49 € 663,07 € 698,95 € 582,62 €
OTIMIZADO 582,95 € 656,30 € 651,42 € 655,73 € 656,25 € 668,77 € 591,14 €
Discussão de resultados
134
Figura 87 - Representação dos custos totais obtidos na metodologia de otimização para cada dia
estudado, com um volume mínimo de 40% (azul) e volume mínimo de 35% (vermelho).
7.11 Cenário onze
Com o cenário onze da presente Dissertação pretende-se avaliar qual a capacidade de
otimização de custos por parte da metodologia, para a simulação integral de uma semana em
período de verão. Para tal, escolheu-se a semana de 4 de julho de 2011 a 10 de julho de 2011.
O valor de volume mínimo inicial imposto no dia 4 de julho e o valor final de volume no dia
10 de julho foram iguais aos obtidos pela empresa. No entanto, os volumes finais obtidos para
os dias intermédios na simulação, foram colocados como volume inicial no reservatório no
dia seguinte. As condições de volume mínimo impostas para este cenário apontam para um
valor de 40% do volume total do reservatório. Ao mesmo tempo que se pretende avaliar a
capacidade de minimização dos custos de energia, terá de se verificar se são satisfeitas as
necessidades das populações situadas a jusante do mesmo, sem ultrapassar a barreira de
volume mínimo e máximo. A comparação dos resultados será efetuada com os valores obtidos
em situação real pela empresa.
500,00 €
550,00 €
600,00 €
650,00 €
700,00 €
Cu
sto
(€
)
Dia (dd-mm-aaaa)
31-01-2011 01-02-2011 02-02-2011 03-02-2011 04-02-2011 05-02-2011 06-02-2011
Vmin = 40% 589,85 € 649,39 € 641,72 € 655,13 € 648,83 € 679,17 € 578,95 €
Vmin = 35% 582,95 € 656,30 € 651,42 € 655,73 € 656,25 € 668,77 € 591,14 €
Capítulo 7
135
7.11.1 Resultados obtidos
Na Figura 88 expõem-se os custos obtidos na situação real, separados pelos diferentes
intervalos de horário energético para cada dia simulado, na semana de 4 de julho de 2011 a 10
de julho de 2011.
Figura 88 - Representação dos custos totais, em horas de ponta, cheia, vazio normal e super vazio,
obtidos pela empresa com um volume mínimo de 40%.
Na Figura 89 representam-se os custos obtidos na metodologia de otimização separados pelos
diferentes intervalos de horário energético para cada dia, na semana de 4 de julho de 2011 a
10 de julho de 2011 com um volume mínimo de 40% do volume total.
Figura 89 - Representação dos custos totais, em horas de ponta, cheia, vazio normal e super vazio,
obtidos pela metodologia de otimização com um volume mínimo de 40%.
Na Figura 90 expõem-se os custos totais obtidos para cada dia da semana testada no verão.
Como se pode constatar na mesma, apenas para um dos dias simulados (6 de julho) não foi
possível obter uma diminuição dos custos por parte da metodologia em relação à situação real.
0,00 € 100,00 € 200,00 € 300,00 € 400,00 € 500,00 € 600,00 € 700,00 € 800,00 € 900,00 €
Cu
sto
(€
)
Dia (dd-mm-aaaa)
Ponta
Cheia
Vazio Normal
Super Vazio
Total
0,00 € 100,00 € 200,00 € 300,00 € 400,00 € 500,00 € 600,00 € 700,00 € 800,00 € 900,00 €
Cu
sto
(€
)
Dia (dd-mm-aaaa)
Ponta
Cheia
Vazio Normal
Super Vazio
Total
Discussão de resultados
136
O plano de bombagem aplicado pela empresa originou um custo total de 5.258,73 €. No
entanto, se fosse aplicado o plano de bombagem obtido pela metodologia de otimização, o
valor total de custos seria igual a 5.195,98 €, o que originaria uma poupança de 62,75€. De
referir que o plano de bombagem otimizado cumpre os requisitos de volumes mínimo e
máximo impostos, satisfazendo as necessidades de consumo das populações situadas a jusante
do reservatório.
Figura 90 - Representação dos custos totais obtidos para cada dia estudado, pela empresa (azul) e pela
metodologia de otimização (vermelho), ambas para um volume mínimo de 40%.
7.12 Cenário doze
No cenário doze da corrente Dissertação pretende-se estudar qual a variação de custos de
otimização em relação ao ponto 7.11, devido à diminuição da imposição do volume mínimo
para 35% do volume total do reservatório, para a mesma semana testada no referido ponto.
7.12.1 Resultados obtidos
Na Figura 91 apresentam-se os custos obtidos pela empresa, separados pelos diferentes
intervalos de horário energético para cada dia simulado, na semana de 4 de julho de 2011 a 10
de julho de 2011.
0,00 €
200,00 €
400,00 €
600,00 €
800,00 €
1.000,00 €
Cu
sto
(€
)
Dia (dd-mm-aaaa)
04-07-2011 05-07-2011 06-07-2011 07-07-2011 08-07-2011 09-07-2011 10-07-2011
REAL 747,67 € 789,93 € 808,10 € 782,78 € 735,69 € 711,67 € 682,91 €
OTIMIZADO 728,18 € 774,40 € 814,69 € 780,31 € 717,64 € 705,15 € 675,61 €
Capítulo 7
137
Figura 91 - Representação dos custos totais, em horas de ponta, cheia, vazio normal e super vazio,
obtidos pela empresa com um volume mínimo de 40%.
Na Figura 92 representam-se os custos obtidos na metodologia de otimização separados pelos
diferentes intervalos de horário energético para cada dia para a semana de 4 de julho de 2011
a 10 de julho de 2011, com um volume mínimo de 35% do volume total.
Figura 92 - Representação dos custos totais, em horas de ponta, cheia, vazio normal e super vazio,
obtidos pela metodologia de otimização com um volume mínimo de 35%.
Na Figura 93 expõem-se os custos totais obtidos pela metodologia de otimização, para a
semana estudada com um volume mínimo de 35%. Da análise da figura constata-se a
existência de apenas um dia (6 de julho) com valor de custo de otimização superior ao obtido
na situação real. Relativamente aos restantes dias testados já são obtidos valores otimizados
para os custos energéticos. Assim, a execução do plano de bombagem estabelecido para a
situação real originou um custo total de 5.258,73 € e a aplicação do plano de bombagem
elaborado pela metodologia implicaria um custo de 5.187,96 €, que resultaria numa poupança
de 70,77 €.
0,00 € 100,00 € 200,00 € 300,00 € 400,00 € 500,00 € 600,00 € 700,00 € 800,00 € 900,00 €
Cu
sto
(€
)
Dia (dd-mm-aaaa)
Ponta
Cheia
Vazio Normal
Super Vazio
Total
0,00 € 100,00 € 200,00 € 300,00 € 400,00 € 500,00 € 600,00 € 700,00 € 800,00 € 900,00 €
Cu
sto
(€
)
Dia (dd-mm-aaaa)
Ponta
Cheia
Vazio Normal
Super Vazio
Total
Discussão de resultados
138
Figura 93 - Representação dos custos totais obtidos para cada dia estudado, pela empresa (azul) com
um volume mínimo de 40% e pela metodologia de otimização (vermelho com um volume mínimo de
35%.
7.12.2 Comparação dos resultados obtidos no cenário número onze e número doze
Na Figura 94 apresentam-se todos os custos totais diários obtidos na metodologia para a
semana em estudo, com as duas variações de volume impostas. Através da análise da figura
seguinte e dos resultados expostos nos pontos 7.11 e 7.12, conclui-se que por razões de ordem
económica, os melhores planos de bombagem a aplicar na estação elevatória, resultam da
imposição de um valor de volume mínimo de 35% do volume total do reservatório. Assim, a
aplicação dos mesmos traduziria uma poupança de 70,77 €.
0,00 €
200,00 €
400,00 €
600,00 €
800,00 €
1.000,00 €
Cu
sto
(€
)
Dia (dd-mm-aaaa)
04-07-2011 05-07-2011 06-07-2011 07-07-2011 08-07-2011 09-07-2011 10-07-2011
REAL 747,67 € 789,93 € 808,10 € 782,78 € 735,69 € 711,67 € 682,91 €
OTIMIZADO 727,70 € 773,96 € 814,24 € 779,58 € 717,41 € 697,64 € 677,43 €
Capítulo 7
139
Figura 94 - Representação dos custos totais obtidos na metodologia de otimização para cada dia
estudado, com um volume mínimo de 40% (azul) e volume mínimo de 35% (vermelho).
0,00 €
200,00 €
400,00 €
600,00 €
800,00 €
1.000,00 €
Cu
sto
(€
)
Dia (dd-mm-aaaa)
04-07-2011 05-07-2011 06-07-2011 07-07-2011 08-07-2011 09-07-2011 10-07-2011
Vmin = 40% 728,18 € 774,40 € 814,69 € 780,31 € 717,64 € 705,15 € 675,61 €
Vmin = 35% 727,70 € 773,96 € 814,24 € 779,58 € 717,41 € 697,64 € 677,43 €
Discussão de resultados
140
8. Capítulo 8
Conclusões
8.1 Conclusões
Da análise dos resultados obtidos neste estudo, é possível retirar as seguintes conclusões:
A estrutura de custos adotada foi previamente validada comparando-a com os valores
de consumos de energia reais apresentados na faturação mensal da empresa. Esta
estrutura de custos, posteriormente utilizada na metodologia de otimização, serviu
para a comparação com os custos obtidos nos vários cenários considerados e
demonstrou constituir uma adequada forma de simular a realidade dos consumos
energéticos na elevação de água. Para além da sua utilidade no processo de otimização
esta estrutura de custos pode, ainda, servir de ferramenta de validação dos valores de
faturação mensais efetivamente registados;
Ao adotar os planos de bombagem obtidos na metodologia de otimização, concluiu-se
que, para o cenário de funcionamento atual (cenário um), é possível reduzir custos de
consumo de energia para uma amostra de 25 dias significativos do funcionamento
anual da estação elevatória;
Numa lógica estritamente económica, pode concluir-se que, dos cenários testados, o
que conduz ao menor custo de funcionamento, é aquele que considera um mínimo de
reserva de 25% do volume total do reservatório (cenário cinco). Deve salientar-se, no
entanto, que ao adotar-se este cenário devem ser consideradas também, preocupações
com a segurança de funcionamento de todo o sistema de abastecimento;
Dos resultados obtidos no presente trabalho, realça-se o facto de que, mesmo num
cenário de funcionamento do reservatório com um volume de reserva de 50% (cenário
cinco), a metodologia de otimização proporciona um custo global de funcionamento
inferior ao registado na situação de funcionamento atual (com 40% de volume mínimo
de reserva);
A metodologia de otimização criada revelou-se particularmente útil na definição dos
esquemas operacionais de limpeza das células do reservatório. Na realidade, dos
resultados obtidos nos cenários sete e oito, concluiu-se que os dias em que se
Conclusões
142
verificam os menores custos ao longo do ano são os dias semanais no inverno, sendo
estes os que se recomendam para o agendamento da limpeza das células. Deve
salientar-se ainda que, sob o posto de vista económico, os resultados obtidos por
imposição de um volume mínimo de reserva de 40% (cenário sete) ou de 20% (cenário
oito) não conduzem a diferenças de custos significativas, pelo que na decisão
operacional devem prevalecer razões de segurança de funcionamento do sistema de
abastecimento;
Da simulação do funcionamento de uma semana integral para os períodos de inverno e
de verão, concluiu-se que o menor custo de funcionamento é obtido quando se impõe
um volume mínimo de reserva de 40% no inverno e de 35% no verão.
A metodologia de otimização criada neste estudo revela-se suficientemente abrangente para
ser aplicada noutros casos de estudo, com características similares ao da estação elevatória de
Casais. Por outro lado, a validação de cenários de funcionamento baseada em grande
quantidade de informação sobre consumos energéticos da referida estação, concede grande
fiabilidade na sua aplicação independentemente da quantidade de informação disponível.
8.2 Sugestões para trabalhos futuros
Tendo em consideração o estudo realizado e os resultados obtidos, sugerem-se os seguintes
pontos para desenvolvimento de investigações futuras:
Aplicação da metodologia de otimização numa zona de estudo com elevados índices
de sazonalidade, nomeadamente numa zona de elevada atividade turística;
Aplicação da metodologia de otimização em casos de reservatórios situados
imediatamente a montante de um agregado populacional;
Utilização de programa de otimização alterativo para comparação de resultados
obtidos com a metodologia de otimização adotada no presente trabalho;
Consideração de fontes alternativas de produção de energia (solar e eólica) a implantar
no sistema em estudo, para comparação de gastos em energia relativamente à situação
de funcionamento real.
9. Bibliografia
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