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Manual Prático Conservação de Telhados IPHAN/MONUMENTA

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  • Manual PrticoConservao de Telhados

    IPHAN/MONUMENTA

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    Presidente da RepblicaPresidente Luiz Incio Lula da Silva

    Ministro da CulturaGilberto Gil Moreira

    Presidente Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico e Nacional e Coordenador Nacional

    Luiz Fernando de Almeida

    Superintendente Regional da 14 SR/IPHAN Salma Saddi Waress de Paiva

    Chefe da Diviso Tcnica da 14 SR/IPHAN Paulo Henrique Farsette

    Elaborao Rmulo Bonelli

    Rossana Delpino

    Projeto Grfico e Ilustraes Rmulo Bonelli

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    Apresentao

    Esta publicao parte integrante doconjunto de trs Manuais Prticos paraa cidade de Natividade-TO, elaboradospelo IPHAN com o apoio do ProgramaMonumenta.

    As publicaes Uso da Cal,Conservao de Telhados, eSaneamento Bsico Residencial,foram desenvolvidas para que acomunidade em geral, moradora destios histricos ou no, tenha acesso ainformaes importantes que auxiliemna preservao de seu patrimnio.

    Esperamos que os dados tcnicos, osexemplos, e os experimentosapresentados, sejam de grandeutilidade e faam com que aconservao do seu imvel seja maiseficiente, menos dispendiosafinanceiramente, e de simplesexecuo.

    Paulo Henrique Farsette

    Chefe da Diviso Tcnica

    14 SR/IPHAN

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    Introduo

    Apresentamos este manual com ainteno de demonstrar formas deconservao, preservao, e recupe-rao de madeiramento de telhado.

    Definies

    Vamos esclarecer alguns termosutilizados na construo civil.

    gua Superfcie plana inclinada deum telhado.

    Beiral - Parte do telhado fora doalinhamento da parede.

    Cumeeira - Aresta horizontal delimitadapelo encontro entre duas guas,geralmente localizada na parte maisalta do telhado.

    Espigo - Aresta inclinada delimitadapelo encontro entre duas guas queforma o ngulo saliente. O espigo um divisor de guas.

    Fiada - Seqncia de telhas no sentidoda sua largura.

    Pea complementar - Componentecermico ou de qualquer outromaterial, que permite a soluo dedetalhes do telhado, podendo serusado em cumeeiras, encontros comparedes, ventilao, iluminao earremates.

    Rufo - Pea complementar dearremate entre o telhado e umaparede.

    Telha Translcida - Telha de vidroempregada para possibilitariluminao natural.

    Telhado - Parte da cobertura de umaedificao, constituda pelas telhas epeas complementares.

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    Principais ataques madeira

    Fungo

    Responsveis pelo apodrecimento damadeira. Principal fator a umidade,ou permanncia no sol e na chuva. Aprincipal proteo o verniz.

    Cupins

    Um dos principais problemas damadeira o cupim, responsvel porgrandes prejuzos tanto em estruturas,coberturas e mveis.

    Nos meses mais quentes do ano,primavera e vero, o perodo deformao de novas colnias, onde deve-se observar aparecimento de vestgios deque sua madeira est sendo atacada.

    Cupins fazem colnia geralmente nosubsolo ou na madeira seca, e emgeral s so percebidos quando jenfestaram o ambiente.

    A melhor maneira de combate aocupim a preveno, verificandosempre sua residncia procura derastros dos insetos. Mas, para o caso deinfestao intensa j verificada, pode-seprocurar a ajuda dos serviosprofissionais, ou iniciar um processo detratamento constante, que levar algum

    tempo at a completa remoo dosfocos do seu imvel. Como a imersogeralmente no possvel, em funodas peas estarem instaladas, Inicia-se otratamento inserindo o produto pelosfuros na madeira, e acompanhando adiminuiao da infestao. Deve-serepetir o procedimento at a verificaoque a infestao foi totalmenteremovida.

    Tratamento de Madeira

    A madeira retirada deve ser tratadaantes de sua utilizao na estrutura daedificao, para aumento dedurabilidade, e facilidade demanipulao.

    O Processo pode ser manual ou como uso de equipamentos especficos,como autoclave. Vamos nos restringir adescrever processo manual, de fcilacesso para a maioria da populao.

    Recomenda-se a utilizaao de tamborde 200litros, onde coloca-se a soluo,e as peas de madeira com a partemais grossa para baixo. Deve-se

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    permanecer mergulhadas poralgumas semanas, dependendo doproduto utilizado, e de sua diluio.

    Conservao de Madeira

    Na conservao da madeira, pode-seutilizar vrios produtos diferentes,dependendo do resultado, benefcio,e custo desejado.

    Os preservantes podem resistir aoataque de insetos e fungos, nodevendo ser txico ao homem eanimais. Deve-se observar se o produto

    a ser utilizado possibilita maiorpossibilidade de combusto, ou seja, sefacilita a possibilidade de pegar fogo.

    A madeira tratada pode durar dcadas,dependendo de sua manuteno ecuidados ao longo do tempo.

    O produto que for escolhido, devepreencher alguns requisitos bsicos:

    Repelir toda possibilidade dedeteriorao da madeira;

    Facilidade de penetrao namadeira;

    No ser txico;

    No danificar a madeira;

    Durabilidade;

    Verificao daquantidade eperiodicidade necessriapara tratamento;

    Tipos de solues

    OleossolvelUtiliza-se para tratamentode madeira que vai diretoao solo. Um dos maisconhecidos e disponveisno mercado o creosoto.Nunca deve-se utilizar na

    Deve-se trocar omadeiramentodeterioradoquandonecessrio.

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    madeira que vai exposta ao meioambiente, pois sua composio txicaao homem, necessitando inclusive decuidados na sua aplicao, como luvase mscaras.

    HidrossolvelSo vrios compostos mais utilizadosatualmente, em constante deselvol-vimento pelo mercado. Dentre os maiscomuns, estao o CCA a base Cobre Cromo Arsnio e CCB base de Cobre Cromo Boro. Apesar de seremaplicados em larga escala em madeirascomercializadas no pas, j estoproibidos em alguns pases, por seremconsiderados txicos ao homem.

    Um dos tratamentos naturais atermorretificao, onde submete-se amadeira nveis de temperaturaelevados (acima de 120o C) durantealguns minutos, preocupando-se emno danificar sua resistncia epropriedades mecnicas.

    Secagem

    Outro fator que favorece a resistncia damadeira a fungos, a secagem, pormno necessria quando a utilizao estrutural, sendo feita no prprio local ondefor utilizada. No caso de mveis, pisos, ouesquadrias, essencial a secagem, poisdiminui as deformidades futuras.

    Para utilizao da madeira rolia,deve-se remover toda a casca, eutilizar o mesmo procedimentoque a madeira serrada.

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    Formas da madeira

    A madeira a ser utilizada nos telhadospodem estar em diferentes estgios doprocesso de beneficiamento. Comoencontra-se telhados executados comdiversos tipos diferentes de estrutura,vamos discorrer sobre alguns estgiosda madeira.

    Madeira RoliaGeralmente, as estruturas de telhadode madeira em Natividade soexecutadas em madeira rolia. Amadeira rolia a madeirapraticamente em seu estado bruto, eem alguns casos nem a casca retirada.

    A norma brasileira NBR 7190 Estruturasde Madeira diz:

    O madeiramento deve serverificado constantemente,para evitarcomprometimento naestrutura, infiltraes naconstruo, e ao doscupins.

    A verificaao perodicaevita substituio total dotelhado, pois possibilita atroca somente das peasnecessrias.

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    7.2.8 Peas de seo circular

    As peas de seo circular, sob aode solicitaes normais outangenciais, podem ser consideradascomo se fossem de seo quadrada,de rea equivalente.

    Sendo assim, quanto ao carter deresistncia aos esforos, as seescirculares no apresentam situaoinferior s sees serradas.

    Madeira SerradaSo elaboradas em serrarias, emequipamentos mecnicos, cortando aspeas em sees retangulares. Sovrias etapas que a madeira passa naserraria, e geralmente englobam odesdobramento, esquadrejamento,destopo e tratamento prvio. A madeiraserrada transformada em vriaspeas utilizadas na construo civil.

    Pranchas geralmente tem espessuramnima de 3cm e largura mnima de20cm. O comprimento varia de acordocom o tamanho da rvore retirada

    Vigas So peas utilizadas na estruturade edificaes. So dimensionadas deacordo com o clculo estrutural.

    Vigotas As vigotas so um poucomenores que as vigas, tendo dimensesmnimas de espessura 4cm, largura de8cm, e comprimento varivel. As bitolascomerciais mais comuns so 6x12 e6x16cm.

    Caibros Peas utilizadas nascoberturas, para sustentao de telhas.Possuem dimenses mnimas deespessura e largura de 4cm. A bitolacomercial mais comum 5x6cm.

    Ripas Peas utilizadas parasustentao das telhas. Encontradasnas bitolas de 1,5x5 e 2,5x5cm.

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    Medidas de preservao

    PrevenoVazamentos e infiltraes so osmaiores responsveis peloapodrecimento de peas dacobertura. Recomenda-se queverifique-se constantemente as telhase calhas, e que substitua-se as peasnecessrias assim que foremidentificados problemas.

    Tratamento

    As peas que apresentarem fungos,infestao de insetos podem sertratadas. Primeiramente verifica-se qual o problema apresentado, e depoisaplica-se a soluo que forconveniente. Se a pea se encontraem estado avanado de degradao,deve ser substituda.

    Substituio

    As peas de madeira que foremconstatadas em estado precrio,devem ser substitudas. Recomenda-seque se faa um escoramento nasdemais peas ao redor, para nocomprometer a estrutura, e se removaas peas danificadas.

    Troca do madeiramento

    Caso a estrutura esteja comprometidaao extremo, que j no seja possvelrecuper-la, representando riscoinclusive aos seus habitantes,recomenda-se a substituio total domadeiramento do telhado. Nestecaso, o ideal que seja substitudo pormadeiras com bitolas comerciais, emfuno da resistncia encontrada empeas j tratadas e elaboradas.

    Produtos utilizveis na madeira

    Aguarrs Produto para diluio devernizes, esmaltes e tintas em geral.Esmalte Garante durabilidade quanto aes do tempo, pode ser utilizado emmetais ou madeira, interno e externo.Massa Utilizada para preenchersulcos indesejados, como osproduzidos pelos cupins.Seladora utilizado para proteo damadeira, utilizado sozinho, ou emcamadas anteriores ao verniz.Verniz protege a madeira contraraios solares e chuva, sua aplicao a mais comumStain material de alta qualidade,penetra profundamente na madeira,protegendo-a contra fungos, raiossolares, e ao da gua.

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    Encaixes

    Estes encaixes apresentados so osmais comuns para construo demadeiramento de telhado.

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    Pode-se utilizardiversar formas desustentao e encaixes naspeas da cobertura. Estes soalguns exemplos, porm adequado elaborar o projeto,para melhor aproveitamento daspeas, e evitar erros nodimensionamento das sees demadeira.

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    Telhas

    Apesar de existirem diversos produtosem substituio telha cermica,ainda hoje um dos elementos maiscomuns no mercado da construocivil. Sua eficincia mais do quecomprovada, o que se pode verificarem diversos locais que possuemcoberturas com sculos de existncia.

    Existem diversos tipos de telhacermica, dentre elas capa e canal,que j est normatizada pela ABNT. Nosstios histricos, como Natividade/GO,utiliza-se a capa canal, modelocolonial.

    Capa e canal -encontrada em trsestilos: colonial,paulista e plan.Rendimento:17peas/m.

    Francesa - ainstalao feita comencaixe lateral. Odesenho da superfciemuda de acordocom o fabricante.Rendimento: 18peas/m.

    Romanas - sosobrepostaslateralmente.Rendimento: 17peas/m.

    Portuguesas -Semelhante instalao das telhasromanas.Rendimento: 13peas/m (italiana) e16 peas/m(portuguesa).

    Planas - utilizadas empases de invernosrigorosos. Paratelhados muitoinclinados permitindoque a neve escorra.Rendimento: 35peas/m.

    O telhado deve, preferencialmente, serprojetado para empregar telhas comdimenses padronizadas. Aquantidade de telhas por metroquadrado varia de acordo comdeterminado fabricante.

    recomendvel que a gua que

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    incida no telhado seja recolhida porcalhas e condutores. Para determinar amelhor forma de utilizao, deve-seprocurar o escritrio do IPHAN nacidade, a fim de escolher o tipoadequado de calha e condutor.

    As telhas devem ser armazenadasverticalmente, estocadas prximas aolocal de utilizao.

    A inclinao necessria varia, emgeral, entre 27 a 40%, dependendodo tipo escolhido e do fabricante.Eventualmente, pode-se utilizargrampo para fixao das telhas, casoa inclinao seja maior do que arecomendada. As telhas instaladas

    podem possuir o grampeamento, paramelhor fixao, que une a telhasuperior com a inferior, em toda aextenso do telhado.

    A instalao deve ser comear pelobeiral, seguindo ao longo de todo oseu comprimento, seguindo emdireo cumeeira.

    Instalao

    A cumeeira e o espigo devem serpreferencialmente de elementocermico, elaborado para este fim.Deve recobrir a telha em pelo menos50mm, e ser assentada em argamassa

    Grampo

    Telha

    Ripa

    Grampo

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    com trao de 1:2:9 ou 1:3:12(cimento:cal:areia, em volume). Sepreferir, pode-se comprar argamassa,elaborada para esta finalidade.

    Observaes

    No momento de construir ou reformarseu telhado, procure a Prefeitura Muni-cipal e o IPHAN - Instituto do PatrimnioHistrico e Artstico Nacional - paramaiores esclarecimentos e apoio ne-cessrio.

    Normas

    Algumas normas tcnicas devem serobservadas para melhorconhecimento de sua utilizaao.

    NBR 7190 Estruturas de Madeira

    NBR 9600 (1986)- Telha Cermicade Capa e Canal Tipo Colonial -Dimenses

    NBR 9601 (1986)- Telha Cermicade Capa e Canal - Especificao.

  • l o g o m a r c a s

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