manual operacional para implantação de consultórios odontologicos

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MANUAL OPERACIONAL PARA IMPLANTAÇÃO DE CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS Elaboração: NSST – Núcleo de Segurança e Saúde no Trabalho AGOSTO 2008

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MANUAL OPERACIONAL

PARA IMPLANTAÇÃO DE CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS

Elaboração:

NSST – Núcleo de Segurança e Saúde no Trabalho

AGOSTO 2008

2

NSST – NÚCLEO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

MANUAL OPERACIONAL PARA IMPLANTAÇÃO DE CONSULTÓRIOS

ODONTOLÓGICOS

Diretor Regional

Jorge Lins Freire

Superintendência

Manoelito Souza

Assessoria de Desenvolvimento

Aroldo Valente

Coordenador

Lívia Maria Aragão

Assessora de Desenvolvimento em Saúde

Coordenação Geral

Robério Costa Silva

Gerente do Núcleo de Segurança e Saúde no Trabalho

Coordenação Técnica

Ricardo Araújo da Silva

Consultor Técnico - NSST

Equipe Técnica

Fabiana Henkes

Fisioterapeuta e Graduanda em odontologia pela FBDC

3

APRESENTAÇÃO

O Núcleo de Segurança e Saúde no Trabalho (NSST) tem o objetivo de contribuir

para a redução de acidentes e doenças do trabalho e reduzir os principais fatores

de risco a saúde e segurança nos grupos de empresas de micro, pequeno e médio

porte, principalmente nos ramos de atividades que apresentem as maiores taxas de

risco de acidentes de trabalho. Este campo de atuação também contempla as

diretrizes e estratégias do SESI DR- BA. Além disso, cabe ao NSST oferecer uma

melhoria no desenvolvimento de suporte às Unidades de Saúde do SESI.

Este manual para implantação de clinicas e consultórios odontológicos, surge com

vistas a orientar as unidades do SESI no que refere a um conhecimento mínimo e

necessário para a implantação e desenvolvimento da odontologia no setor de

saúde. Tal iniciativa, começa em consonância com as normas e resoluções

vigentes em nosso país. Convém salientar que o manual oferece o básico na

implantação de consultórios odontológicos, sendo que cada unidade é responsável

pelo melhoramento, aplicabilidade e desenvolvimento da legislação pertinente para

cada vez mais oferecer aos seus clientes uma qualidade adequada preconizada

pelos órgãos competentes de nosso país.

4

SUMARIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................

2. EXECUÇÃO E APROVAÇÃO DO PROJETO............................................................

2.1. Investigação do Espaço....................................................................................

2.2. Dimensionamento das Unidades Odontológicas ...............................................

2.2.1. Unidades com Apenas uma Cadeira Odontológica.................................

2.2.2. Unidades com Mais de uma Cadeira Odontológica................................

2.3 Ambientes de Apoio............................................................................................

2.3.1. Sala de Espera........................................................................................

2.3.2. Sanitários Destinados ao Público............................................................

2.3.3. Depósito de Material de Limpeza (DML).................................................

2.3.4. Central de material esterilizado (CME)....................................................

2.3.4.1. Ambiente Limpo.................................................................................

2.3.4.2. Ambiente Sujo...................................................................................

2.3.5. Unidades Odontológicas Individuais

2.4 .Ambientes Opcionais..........................................................................................

2.4.1.Sanitários para Funcionários....................................................................

2.4.2.Depósito de Equipamentos e Materiais....................................................

2.4.3.Sala Administrativa................................................................................

2.4.4.Copa.....................................................................................................

3. MATERIAIS DE ACABAMENTO...........................................................................

3.1Características Comuns das Áreas Semi-Críticas e críticas:..............................

3.1.1. Rejuntes entre as Peças .......................................................................

3.1.2. Pintura ..................................................................................................

3.1.3. Teto.....................................................................................................

3.1.4.Tubulações .............................................................................................

3.1.5 Junção entre o Rodapé e o Piso.............................................................

3.1.6 Vidros....................................................................................................

3.2. Características das Áreas Semi-Críticas...........................................................

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3.3.. Características das Áreas Críticas.....................................................................

4. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ILUMINAÇÃO.......................................................

4.1. Iluminação..........................................................................................................

4.2. Circuitos Elétricos de Iluminação e Alimentação dos Pontos de Força..........

4.2.1. Pontos de Força..........................................................................................

5. CLIMATIZAÇÃO.........................................................................................................

5.1.Ventilação................................................................................................................

5.1.1. Equipamentos de Ar Condicionado..................................................................

a) Dimensionamento.......................................................................................

b) Temperatura Ambiente...............................................................................

c) Umidade Relativa do Ar.............................................................................

d) Filtros.........................................................................................................

e) Tomadas de ar Exterior...............................................................................

f) Dutos de Ar.................................................................................................

g) Equipamentos de Pequeno Porte ( aparelho de janela e minisplits)............

6. SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA..........................................................

7. INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS......................................................................

7.1. Instalações Sanitárias......................................................................................

7.1.1. Dentro do Consultório...............................................................................

7.1.2. Ambientes que Executem Procedimentos..............................................

7.2. Instalações para Esgoto Sanitário.......................................................................

.

8. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA ....................................................................................

8.1. Licenciamento e Fiscalização..........................................................................

8.2. Características das Instalações dos Consultórios Odontológicos com

Aparelhos de Raios-X Intra-oral................................................................................

8.2.1. Para realizar Exposições Radiograficas as Unidades Odotológicas..........

8.2.2. Para Revelação de Filmes de Radiografias Intra-oral...............................

8.3. Equipamento para Radiodiagnóstico Odontológico............................................

8.3.1. Características Específicas para Equipamentos de Radiografias Intra-

Oral.......................................................................................................................

9. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE – RSS............................................................

9.1. Gestão dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS)...........................................

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9.2. Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS)..............................

10. PLANO DE GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE –

PGRSS..............................................................................................................................

10.1. Ações Estabelecidas no PGRSS....................................................................

10.1.1 − Levantamento dos Tipos de Resíduos...................................................

10.1.2 − Levantamento das Quantidades Geradas de RSS................................

10.1.3 − Formas de Identificar os Resíduos Contidos nos Sacos e Recipientes..

10.2. Acondicionamento do RSS...............................................................................

10.2.1 - Quanto aos Recipientes...........................................................................

10.2.2 - Quanto aos Sacos...................................................................................

10.3 - Acondicionamento de RSS do Grupo A..........................................................

10.3.1 - Quanto aos Sacos..................................................................................

10.3.2 - Quanto aos Recipientes..........................................................................

10.4 - Acondicionamento de RSS do grupo B...........................................................

10.4.1 - Resíduos Sólidos (GRUPO B).................................................................

10.4.2 Resíduos Líquidos (GRUPO B).................................................................

10.4.3 Resíduos Destinados à Reciclagem (GRUPO B)......................................

10.5 - Acondicionamento de RSS do Grupo D...........................................................

10.6 - Acondicionamento de RSS do Grupo E..........................................................

11. MANUTENÇÃO PREVENTIVA PARA EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS..........

11.1 Tipos de Manutenção.........................................................................................

12 . CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................

13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................

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INTRODUÇÃO

A implantação de uma unidade odontológica esta diretamente relacionada a

determinadas condições, as quais devem estar baseadas em normas do ministério

da saúde além de respeitar os princípios da ergonomia. A racionalização do espaço

físico constitui um elemento importante na produtividade, à medida que, bem

planejada, permite a redução de tempo e movimentos na execução das atividades.

Em virtude disto, o SESI criou um manual com a finalidade de direcionar as

unidades quanto ao planejamento e execução da implantação de consultórios

odontológicos desde o desenvolvimento do seu projeto, no que refere tais

necessidades, onde são respeitados e seguidos todos os critérios estabelecidos

pela ANVISA a partir de orientações constantes na RDC/Anvisa nº 50, de 21 de

fevereiro de 2002, e suas atualizações, e legislação vigente no Estado e pelo

manual da ANVISA de Serviços Odontológicos: Prevenção e Controle de Riscos.

Importante salientar que tal preocupação surge devido ao fato da

necessidade de uma padronização no concernente a instalação de um ambiente

odontológico adequado e atinente à legislação vigente. É óbvio que apenas este

manual não deverá suprir as necessidades de cada unidade, pois as

características, demandas internas e de pacientes, bem como espaços físicos, são

diferentes de unidade para unidade.

8

2. EXECUÇÃO E APROVAÇÃO DO PROJETO

Segundo ANVISA (2006) 1, a elaboração do projeto físico do serviço

odontológico deve ser sustentada em bases técnicas com uma íntima relação entre

condutas funcionais, soluções arquitetônicas e de engenharia, de forma que o

espaço selecionado seja racionalizado permitindo a prevenção e a redução dos

riscos, favorecendo a melhor assistência prestada.

Conforme RDC/ANVISA Nº189 (2003), 2 a vigilância sanitária local (estadual

ou municipal) deve avaliar e aprovar todo projeto arquitetônico dos serviços

odontológicos públicos e/ou privados previamente ao início da obra. Assim como,

áreas de estabelecimentos de saúde já existentes ou locais que previamente não

se destinavam aos serviços odontológicos e que serão ampliadas, e/ou reformadas

para exercer tal atividade, fica condicionada ao cumprimento das disposições

contidas na Resolução ANVISA RDC nº 50 (2002) 3 a saber:

2.1. INVESTIGAÇÃO DO ESPAÇO

Objetivo: observar as instalações elétricas e hidrossanitárias, a possível

distribuição dos equipamentos odontológicos fixos e móveis e a presença de gases

medicinais.

2.2. DIMENSIONAMENTO DAS UNIDADES ODONTOLÓGICAS

São estabelecidas tomando como referência se a unidade será individual ou

coletiva.1, 3

1Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Serviços Odontológicos: Prevenção e Controle de Riscos / Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 2 ANVISA. Resolução RDC nº 189 de 18 de julho de 2003. Disponivel em: <http://pnass.datasus.gov.br/documentos/normas/75.pdf> (06/08/2008) 3ANVISA. Resolução RDC nº 50 de 21 de fevereiro de 2002. Regulamento técnico para planejamento,programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.

9

2.2.1. Unidades com Apenas uma Cadeira Odontológica por Consultório4

•••• Área mínima: 9 m 2. (conforme espaço dimensionado na figura 01)5

A) Pode-se eximir a CME simplificada descrita anteriormente, instituindo no mesmo

ambiente uma bancada com pia e equipamentos de esterilização. Contudo, para

isso, devem ser estabelecidas rotinas de assepsia e manuseio de materiais a

serem esterilizados, caracterizando uma barreira técnica.

B) Quando estabelecidos edificações de uso coletivo: substitui o DML por um

carrinho de limpeza, desde que a construção possua área específica onde seja

realizada a rotina de higienização dos carrinhos e dos materiais utilizados.

4 Op. cit. 1 e Op. cit. 3 5 Figura retirada do site http://www.odontobio.kit.net/projeto.htm

Figura 1 -Projeto de consultório odontológico estabelecendo as áreas de trabalho. Primeiro circulo zona de transferência. Segundo círculo zona de trabalho e o terceiro círculo zona de circulação 5

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2.2.2. Unidades com Mais de uma Cadeira Odontológica:

•Área mínima baseada no número e na quantidade de equipamentos

utilizados.

• Distância mínima de 2 m entre duas cadeiras

• Distância mínima livre de 0,8 m na cabeceira e de 1 m nas laterais.

Objetivos: possibilitar a circulação dos profissionais e minimizar a contaminação

por aerossóis.6

2.3. AMBIENTES DE APOIO:

Conforme resolução ANVISA RDC nº 50 (2002) são divididos em:

2.3.1. Sala de Espera: área mínima de 1,2 m2 por pessoa;

A. Objetivo: espera para pacientes e acompanhantes

2.3.2. Sanitários Destinados ao Público: área mínima de 1,6 m2 e dimensão

mínima de 1 m;

2.3.3. Depósito de Material de Limpeza (DML): equipado com tanque, Área de

no mínimo de 2 m2 . Dimensão mínima de 1m.

6 Op. cit. 1, Op. cit. 3 e Op. cit. 5

Figura 2 - Projeto de consultório odontológico com duas cadeiras estabelecendo as áreas de trabalho. 5

11

2.3.4. Central de Material Esterilizado (CME), estabelecido em dois ambientes

adjacentes.

2.3.4.1. Ambiente Limpo: sala com área mínima de 4,8 m²,

•••• Deve conter:

- Bancada: para equipamentos de esterilização,

- Armários: armazenar materiais

- Guichê: distribuição dos mesmos.

Objetivo: preparo, esterilização e estocagem de materiais.

2.3.4.2. Ambiente Sujo – local com área mínima de 4,8 m2,

• Deve conter:

- Bancada, pia e guichê voltados para a área limpa

O fluxo de material na central de material esterilizado deve seguir a seguinte

ordem, conforme estipulado pela ANVISA:

Objetivo: lavagem e descontaminação de materiais, adequada transferência dos

materiais para o ambiente limpo.

2.4. AMBIENTES OPCIONAIS7

2.4.1. Sanitários para Funcionários8 - área mínima de 1,6 m2 e dimensão

mínima de 1 m.

2.4.2. Depósito de Equipamentos e Materiais - área mínima baseada nos tipos

de equipamentos e materiais utilizados. Tais dimensões devem estar conforme

ao quantitativo de matérias de cada unidade.

7 Op. cit. 1 e Op. cit. 3 8 Importante salientar que as normas de segurança trabalhista no que refere a implantação de setores específicos, devem ser consultadas. Neste caso aconselhamos a consulta da NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho.

Recebimento de material

sujo

Separação e lavagem

Secagem e empacotamento

esterilização Armazenamento e distribuição

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2.4.3. Sala Administrativa - área mínima de 5,5 m2 por pessoa.

2.4.4. Copa - área mínima de 2,6 m2 e dimensão mínima de 1,15 m2.

3. MATERIAIS DE ACABAMENTO DOS AMBIENTES FUNCIONAIS QUANTO A SENSIBILIDADE A RISCO DE TRANSMISSÃO DE INFECÇÃO9

As condições ambientais necessárias ao auxílio do controle da infecção de serviços

de saúde dependem de pré-requisitos dos diferentes ambientes do estabelecimento

assistencial de saúde, quanto a risco de transmissão da mesma. Nesse sentido, na

resolução ANVISA RDC nº 50 (2002) são classificados como:

• Áreas críticas - ambientes de risco aumentado para transmissão de infecção, onde

são feitos procedimentos de risco, com ou sem pacientes, ou onde se encontram

pacientes imunodeprimidos.

• Áreas semicríticas - todos os espaços onde há pacientes com doenças infecciosas

de baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas.

• Áreas não-críticas – todos os outros ambientes não ocupados por pacientes, onde

não se realizam procedimentos de risco.

3.1 CARACTERÍSTICAS COMUNS DAS ÁREAS SEMI-CRÍTICAS E CRÍTICAS:

Conforme estabelecido na resolução ANVISA RDC nº 50 (2002)10 e no manual

Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde,11os

materiais para acabamento dessas áreas devem:

• Ser resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes

• Permitir acabamento que tornem as superfícies monolíticas, ou seja, mesmo

após o uso e limpeza freqüente, os materiais não apresentem ranhuras ou

perfis estruturais aparentes;

• Devem possuir índice de absorção de água inferior a 4%, individualmente ou

depois de instalados no ambiente

3.1.1. Rejuntes entre as Peças: devem ser de material com o mesmo índice de

absorção do material de revestimento. O rejunte de peças cerâmicas ou

9 Op. cit. 1 e Op. cit. 3 10 Op. cit. 1 e Op. cit. 3 11 Brasil. Ministério da Saúde. Manual Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde 2ª edição / Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. Brasília-DF, 1994

13

similares nas paredes ou pisos não pode ser feito com cimento sem qualquer

aditivo antiabsorvente.

3.1.2. Pintura: usar tintas elaboradas à base de epóxi, PVC, poliuretano ou

outras destinadas a áreas molhadas, desde que sejam resistentes à lavagem, ao

uso de desinfetantes e não sejam aplicadas com pincel. Quando aplicadas nos

pisos devem resistir à abrasão e aos impactos.

3.1.3. Teto: devem ser contínuos, sendo proibido o uso de forros falsos

removíveis, do tipo que interfira na limpeza dos ambientes.

3.1.4. Tubulações: não deve ser aparentes nas paredes e tetos. Quando não

forem embutidas, devem ser protegidas em toda sua extensão por um material

resistente a impactos, a lavagem e ao uso de desinfetantes.

3.1.5 Junção entre o Rodapé e o Piso:

• Deve favorecer a completa limpeza do canto formado.

• Rodapés muito arredondados são de difícil execução e em nada facilitam o

processo de limpeza do local.

• A união do rodapé com a parede, deve ocorrer de modo que os dois estejam

alinhados, evitando-se que ocorra o ressalto do rodapé, que permite o acúmulo

de pó.

3.1.6. Vidros:

• É aconselhado utilizar películas protetoras nos vidros ou “brises soleils” de

fachada para a proteção contra o sol e redução do acúmulo de poeira.

• A utilização de persianas e cortinas em serviços odontológicos é permitida,

porém a limpeza deve ser efetuada com maior rigor e rotineiramente

3.2 CARACTERÍSTICAS DAS ÁREAS SEMI-CRÍTICAS12:

• É permitido:

O uso de divisórias removíveis, resistentes ao uso de desinfetantes e a

lavagem com água e sabão.

12 Op. cit. 1, Op. cit. 3 e Op. cit. 10

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Utilizar forro removível que sejam resistentes aos processos de limpeza,

descontaminação e desinfecção.

3.3 CARACTERÍSTICAS DAS ÁREAS CRÍTICAS:

• Não é permitido o uso de divisórias removíveis.

• Podem-se utilizar paredes pré-fabricadas desde que, quando instaladas,

tenham acabamento monolítico e sejam resistentes à lavagem e ao uso de

desinfetantes.

• Os tetos, especialmente das salas de procedimentos cirúrgicos ou similares,

devem ser contínuos, sendo proibido o uso de forros falsosremovíveis, do tipo

que interfira na assepsia dos ambientes.

4. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ILUMINAÇÃO

Conforme estabelecido pela ANVISA, todas as instalações elétricas de um

consultório odontológico como sistemas de climatização, equipos, disjuntores dentre

outras, devem ser projetadas, executadas, testadas e mantidas em conformidade

com as normas de segurança no trabalho.13;14

4.1. ILUMINAÇÃO:

• Recomenda-se um sistema artificial que permita boa visibilidade em todos os

ambientes onde os pacientes são atendidos. Sugere-se o uso de lâmpadas

fluorescentes e luminárias dotadas de refletores para melhor distribuição da luz, e

aletas que impeçam a iluminação direta excessiva e possuam dispositivos

antiofuscamento, obtendo-se um nível de iluminação de 10.000 a 20.000 lux ,pois

conforme a NBR 5413 da ABNT, enquadra-se na classe C com o tipo de atividade

visual muito especial e cirurgias15.

4.2. CIRCUITOS ELÉTRICOS DE ILUMINAÇÃO E DE ALIMENTAÇÃO DOS

PONTOS DE FORÇA:

13 Op. cit. 1 eOp. cit. 3 14 NBR 13.534 – Instalações elétricas em estabelecimentos assistenciais de saúde – Requisitos de segurança 15 ANVISA. Resolução RDC nº 5413 da ABNT- Iluminância de Interiores.

15

•Com seus respectivos dispositivos de proteção e divisão, devem ser distintos e

dimensionados conforme sua capacidade de condução de corrente elétrica,

embutidas ou protegidas por material resistente a impactos, à lavagem e ao uso de

desinfetantes, para que não haja depósitos de sujidades em sua extensão.

4.2.1. Pontos de força: devem ser diversos e distribuídos ao longo da bancada,

em quantidade compatível com o numero de equipamentos do consultório, não

sendo admitida a utilização de um mesmo ponto para alimentação de diversos

equipamentos por meio de extensões, tomadas múltiplas ou benjamins (tês). Se,

ao avaliar as cargas instaladas, a carga total for superior a 16 mil watts, deve se

realizar uma instalação trifásica, devidamente balanceada.

5. CLIMATIZAÇÃO16

5.1. VENTILAÇÃO:

• Pode ser natural ou forçada, com a finalidade de evitar o acúmulo de fungos,

gases e vapores condensados, sendo que sua eliminação não deve causar danos

ou prejuízos às áreas próximas.

5.1.1. Equipamentos de Ar Condicionado: equipamentos de ar condicionado

de janela e os “minisplits” não permitem que ocorra a renovação do ar

necessária para a manutenção de uma boa qualidade do ar ambiente de

interiores17. Esses somente podem ser instalados nos serviços odontológicos

quando associados a um sistema de ventilação e/ou exaustão complementar,

garantindo, dessa forma, a renovação de ar exterior necessária.

5.2. INSTALAÇÃO DE SISTEMA DE CLIMATIZAÇÃO:

• Segundo a RESOLUÇÃO - RE Nº 9, de 16 de janeiro de 2003 e Portaria GM/MS

n.º 3.523, de 28 de agosto de 1998 os sistemas de climatização devem ser

projetados, executados, testados e mantidos seguindo as seguintes

recomendações18,19,20:

16 Op. cit. 1 e Op. cit. 3 17 Portaria GM/MS n.º 3.523, de 28 de agosto de 1998 18 Resolução RE/Anvisa n.º 9, de 16 de janeiro de 2003, ou as que vierem substituí-las

16

a) Dimensionado: realizado por profissional especializado, proporcionando uma

vazão mínima de ar exterior de 6 (m3/h)/m2 e uma vazão mínima de ar total de 18

(m3/h)/m2.

b) Temperatura Ambiente: deve ser mantida entre 21ºC e 24ºC;

c) Umidade Relativa do Ar: entre 40% e 65% durante todo o ano.

d) Filtros: uso de filtros classe G1 é obrigatória na captação de ar exterior. O Grau

de Pureza do Ar será obtido utilizando-se, no mínimo, filtros de classe G3 nos

condicionadores de sistemas centrais.

e) Tomadas de Ar Exterior: devem conter filtros classe G3 e telas de proteção de

material resistente à corrosão. Situados de forma que evite aspiração de descargas

de exaustão (sanitários, laboratórios, lavanderia), como também, a uma distância

mínima de oito metros de locais onde haja possibilidade de emanação de agentes

poluidores ou gases nocivos, a exemplo de: depósitos de lixo, centrais de gás

combustível, grupos geradores, centrais de vácuo, estacionamentos. Devem ser

submetidos a limpeza mensal, ou quando forem descartáveis ser usados até a sua

obliteração, maximo de três meses.

f) Dutos de Ar: quando utilizados, devem ser unidos por meio de juntas à prova de

vazamentos. Suas dobras, conexões e acessórios dos também devem ser

impermeáveis. Todo retorno de ar deve ser feito através de dutos, sendo vedado o

retorno através do forro.

g) Equipamentos de Pequeno Porte (aparelho de janela e minisplits): não

realizam uma adequada renovação do ar necessária para a manutenção de uma

boa qualidade do ar ambiente de interiores, devendo sempre ser instalados

associados a um sistema de ventilação e/ou exaustão complementar. Sua

instalação e a manutenção devem ser efetuadas conforme preconizado nos

manuais do fabricante. Equipamentos de capacidade igual ou superior a 5 TRs

(15.000 kcal/h = 60.000 Btu/h) deverá ser efetuada sempre sob a supervisão de

engenheiro mecânico (responsável técnico) habilitado pelo CREA para tal fim.21

19

ABNT NBR 6401 – Instalações centrais de ar condicionado para conforto – Parâmetros

básicos de projeto 20 NBR 7256 – Tratamento de ar em estabelecimentos assistenciais de saúde. 21 Op.cit. 16, Op. cit 17, Op. cit. 18, Op. cit. 19

17

6 . SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O abastecimento de água das unidades odontológicas deve ser ou através da rede

pública ou possuir abastecimento próprio, com registro da nascente, suficiente em

volume ou pressão e sistema de cloração. A água deve possuir grau de

potabilidade22 e todos os serviços devem possuir reservatórios de água (caixa

d’água) com capacidade mínima correspondente ao consumo de dois dias ou mais.

Os reservatórios subterrâneos devem ser protegidos contra infiltrações e ter tampa

para facilitar o acesso à inspeção e a limpeza. Sugere-se que a cada seis meses,

realize-se a limpeza como também a análise da qualidade da água.

7. INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS23

As instalações de água fria e quente devem ser projetadas, executadas, testadas e

mantidas24.

7.1. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS:

• Devem apresentar, no mínimo, um vaso sanitário e um lavatório. Junto aos

lavatórios deve existir sempre um recipiente para deposito de sabão líquido,

porta papel-toalha e lixeira com tampa, acionada por pedal.

7.1.1. Dentro do consultório: deve existir, no mínimo, um lavatório exclusivo

para a lavagem das mãos e uma pia com bancada para a lavagem do

instrumental com distância compatível entre elas, ou barreira para que

respingos da pia para lavagem do instrumental não contamine a de lavagem

de mãos.

7.1.2. Ambientes que executem procedimentos: deve haver lavatórios

com torneiras ou comandos que dispensem o contato das mãos quando da

abertura e fechamento da água, e recipiente com anti-séptico para a

higienização das mãos.

22 Portaria MS n.º 518, de 25 de março de 2004, ou a que vier substituí-la; 23 Norma ABNT NBR 8160 – Sistemas prediais de esgoto sanitário – Projeto e execução. 24 Op. cit. 1

18

7.2. INSTALAÇÕES PARA ESGOTO SANITÁRIO:

• Devem ser projetadas, executadas, testadas e mantidas25

• Serviços odontológicos quando localizados onde se tem uma rede pública de

coleta e tratamento de esgoto, todo o esgoto pode ser lançado nessa rede sem

qualquer tratamento. Não havendo essa rede, todo o esgoto terá que receber

tratamento antes de ser lançado em rios, lagos, etc

• Pontos de coleta dos efluentes líquidos devem ser instalados para captação de

detritos dos equipamentos, lavatórios, pias, torneiras, ralos e pontos de dreno para

o sistema de vácuo do serviço odontológico.

• O sistema de esgoto deve ser projetado com desnível suficiente para escoar todo

o volume de detritos apenas pela ação da gravidade e a tubulação utilizada deve

possuir, no mínimo, 40 mm de diâmetro.

8. RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA26

A utilização de Raios X nas unidades odontológicas, em âmbito nacional, é regida

pela portaria SVS/MS N.º453 de 1º de junho de 1998, ou outra que vier substituí-la.

Essa norma aprova o regulamento técnico que estabelece as diretrizes básicas que

visa à proteção radiológica em radiodiagnóstico odontológico.

Segundo portaria SVS/MS N.º453 (1998) Procedimentos relacionados ao uso dos

raios-x como: construção ou modificação de instalações; operação, desativação,

venda de aparelhos ou modificação dos mesmos, como também, transferências

desses de local, para serem executadas devem estar de acordo com os requisitos

estabelecidos neste regulamento.27

8.1. LICENCIAMENTO E FISCALIZAÇÃO:

• O funcionamento do serviço esta condicionado ao licenciamento pela autoridade

sanitária local que corresponde à autoridade competente, no âmbito da área de

saúde, com poderes legais para baixar regulamentos e executar licenciamento e

fiscalização, inclusive na área de segurança e proteção radiológica.

25 Norma ABNT NBR 8160 – Sistemas prediais de esgoto sanitário – Projeto e execução. 26Portaria nº/ 453 de 1º de junho de1998. Aprova o regulamento técnico “Diretrizes de Proteção

Radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico”. 27 Op. cit. 1 e Op. cit. 21

19

• Serviços odontológicos que apresentem apenas aparelhos de radiografia intra-

oral são dispensados da aprovação do projeto arquitetônico básico sob os aspectos

de proteção radiológica.

8.2. CARACTERÍSTICAS DAS INSTALAÇÕES DOS CONSULTÓRIOS

ODONTOLÓGICOS COM APARELHOS DE RAIOS-X INTRA ORAL:

8.2.1. Para realizar Exposições Radiográficas as Unidades odontológicas

devem:

• Apresentar dimensões que permita à equipe manter-se à distância de, pelo

menos, 2 m do tubo (cabeçote) e do paciente.

• Dispor de uma barreira protetora (com mínimo de 0,5 mm de chumbo) para

o operador manter-se atrás, nos casos de unidades com carga de trabalho

superior a 30 mA/min por semana (ou, em termos aproximados, se forem

realizadas mais do que 150 radiografias por semana).

• Manter o mais baixo nível de dose possível conforme estabelecidos na

legislação em vigor, através de barreiras físicas com blindagens.

• Disponibilizar uma capa de proteção plumbífera (mínimo de 0,25 mm de

chumbo) para cada equipamento de raios-x. A vestimenta de chumbo deve

garantir a proteção do tronco, incluindo tireóide e gônadas dos pacientes,.

• Nas portas de acesso, exibir o símbolo internacional da radiação ionizante,

acompanhado da inscrição: "raios-x, entrada restrita" ou "raios-x, entrada

proibida a pessoas não autorizadas"; 28

28 Op. cit. 1 e Op. cit. 21

Figura 3 - Símbolo universal de radiação ionizante

20

• Expor orientações escritas, e em local bem visível quanto a proteção

radiológica conforme estabelecida na Portaria nº 453 de 1º de junho

de1998, a saber:

a) "paciente, exija e use corretamente vestimenta plumbífera para sua

proteção durante exame radiográfico";

b) "não é permitida a permanência de acompanhantes na sala durante o

exame radiológico, salvo quando estritamente necessário";

c) "acompanhante, quando houver necessidade de contenção de

paciente, exija e use corretamente vestimenta plumbífera para sua

proteção durante exame radiológico".

8.2.2. Para Revelação de Filmes de Radiografias Intra-oral:

• É permitida a utilização de câmaras portáteis de revelação manual, desde

que confeccionadas com material opaco. Contudo, no local deve estar

disponível um cronômetro, um termômetro e uma tabela de revelação para

garantir o processamento nas condições especificadas pelo fabricante.

8.3. EQUIPAMENTO PARA RADIODIAGNÓSTICO ODONTOLÓGICO

Todos os aparelhos devem29:

♦ Ser registrados no Ministério da Saúde assim como, seus componentes

(tubo, cabeçote, sistema de colimação, mesa "bucky", "bucky" mural,

seriógrafo, sistema intensificador de imagem) e os acessórios de proteção

radiológica, para serem comercializados.

♦ Apresentar componentes (sistema de colimação gerador, cabeçote e tubo)

com certificados de qualidade e com identificação própria (marca, tipo, número

de série), por meio de uma etiqueta fixada em lugar visível.

29 Op. cit. 1 e Op. cit. 21

21

♦ Estar acompanhados de um manual em português, fornecido pelo

fabricante, com as instruções de operação, de manutenção, de proteção

radiológica; como também suas características técnicas e especificações de

desempenho.

♦ Vir acompanhado de um certificado que garante adequada blindagem do

cabeçote quanto à radiação de fuga.

♦ Emitir um sinal sonoro e luminoso no painel de controle enquanto durar a

exposição radiográfica

♦ Exibir claramente no painel de controle, por linguagem ou símbolos de fácil

compreensão, a terminologia e os valores dos parâmetros de operação a

saber: distância fonte-receptor de imagem, tamanho de campo posição do

ponto focal, tensão do tubo, filtração inerente e adicional, tempo e corrente do

tubo ou seu produto

♦ Apresentar a Duração da Exposição designada em tempo (exposições

eletronicamente controladas para durar menos de cinco segundos) ou em

número de pulsos.

♦ Possuir um dispositivo que interrompa automaticamente a irradiação no fim

do processo, quer seja, ao final do tempo, da dose ou produto corrente-tempo

estabelecidos.

♦ O sistema eletrônico deve também assegurar que não ocorra nenhuma

irradiação quando o indicador de tempo de exposição estiver na posição “zero”

e o disparador for pressionado

♦ Dispor de um botão disparador que30:

• Possibilite suspender a exposição a qualquer momento, dentro do tempo

de irradiação estabelecido..

• Controle a emissão do feixe de raios-x para que apenas aconteça

enquanto dure a pressão intencional.

• Na necessidade de repetir o procedimento, deve ser necessário

inicialmente aliviar a pressão sobre o botão e após pressioná-lo novamente.

30 Op. cit. 1 e Op. cit. 21

22

• Esteja instalado de tal maneira que evite exposição acidental e que

favoreça o posicionamento do Cirurgião Dentista numa distância de, pelo

menos, 2 m do tubo e do paciente durante a exposição

8.3.1. Características Específicas para Equipamentos de Radiografias Intra-

oral:

A) Tensão: deve ser maior ou igual a 50 kVp, preferencialmente maior que 60 kVp.

B) Filtração Total: relaciona-se diretamente com a Tensão de Tubo do aparelho:

• a) Tensão do Tubo inferior ou igual a 70 kVp: devem possuir uma filtração

total permanente não inferior ao equivalente a 1,5 mm de alumínio

• b) Tensão de tubo superior a 70 kVp: devem possuir uma filtração total

permanente não inferior ao equivalente a 2,5 mm de alumínio.

C) Distância Foco-Pele: É determinada por um localizador de extremidade de

saída aberta que realiza o posicionamento do feixe limitando a distância foco-pele.

As localizadores devem atuar de forma que:

• Aparelhos com tensão de tubo menor ou igual a 60 kVp apresentem

distancia foco-pele de no mínimo 18 cm;

• Aparelhos com tensão de tubo entre 60 e 70 kVp (inclusive) apresentem

distância foco-pele de 20 cm e;

• Aparelhos com tensão de tubo maior que 70 kVp apresentam distancia foco-

pele de 24 cm

D) Sistema de Colimação: deve estar presente em todos os aparelhos

radiográficos limitando o campo de raios X ao mínimo necessário para cobrir a área

em exame.

• Nos aparelhos intra-orais, o diâmetro do campo não deve ser maior que

6cm na extremidade de saída do localizador. Valores entre quatro e cinco

centímetros são permitidos apenas quando houver um sistema de

alinhamento e posicionamento do filme.

E) Radiação de Fuga: Ocorre um nível mínimo de fuga de radiação

(correspondente a uma taxa limitada de kerma (kinetic energy released per unit

mass) no ar máxima de 0,25 mGy/h a 1 m do ponto focal, quando operado em

23

condições de ensaio de fuga) que é controlado pela adequada blindagem do

cabeçote.

F) Suporte do cabeçote: deve permanecer imóvel durante a radiografia31

9. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - RSS.

Segundo o Manual de gerenciamento de Resíduos de Serviços e Saúde (RSS)32, os

RSS correspondem cerca de 1% a 3% do total de resíduos sólidos urbanos e são de

grande importância pelo potencial de risco que representam à saúde e ao meio

ambiente. Esse tipo de resíduo merece atenção especial em todas as suas fases

(manejo, segregação, condicionamento, armazenamento, coleta, transporte,

tratamento e disposição final) em decorrência dos imediatos e graves riscos que

podem oferecer. De acordo com a RDC ANVISA no 306/0433 e Resolução CONAMA

no 358/0534, os RSS são classificados em cinco grupos distintos de risco, que

exigem formas de manejo específicas. A saber:

Grupo A - Objetos com possível presença de agentes biológicos que podem

apresentar risco de infecção.

Grupo B - Substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou

ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade,

corrosividade, reatividade e toxicidade. Ex: medicamentos apreendidos, resíduos

contendo metais pesados, fixador, amálgama e restos de mercúrio (necessária

empresa regulamentada pelo Centro de Recursos Ambientais do Município – CRA

para realizar a reciclagem e segregação deste material).

Grupo C - rejeitos radioativos (Não aplicados a odontologia, devido a não utilização

de material radiativo, a exemplo de iodo radiativo, resíduos de material de

radioterapia, etc).

Grupo D - resíduos comuns;

Grupo E - materiais perfuro-cortantes tais como lâminas de bisturi, agulhas,

ampolas de vidro, pontas diamantadas, lancetas, espátulas e outros similares

(aterro sanitário especializado para recebimento desse tipo de material).

9.1. GESTÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS)

31 Op. cit. 1 e Op. cit. 21 32

ANVISA. Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 33 RDC ANVISA nº 306/04 34 Resolução CONAMA no 358/05

24

A União e os estados estabelecem os princípios orientadores através de leis e

normas. Esses servem de base para as leis e normativas municipais que devem

tratar dos problemas locais, considerando suas especificidades.

9.2. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS)

Consistem no conjunto de procedimentos cuja finalidade é de minimizar a produção

de resíduos, proporcionando um encaminhamento seguro e eficiente, visando a

proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde, dos recursos naturais e do

meio ambiente. Esses procedimentos abrangem todas as etapas de planejamento

dos recursos físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos

humanos envolvidos no manejo de RSS35.

10. PLANO DE GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

- PGRSS. 36

Documento que descreve as etapas vinculadas ao manejo de resíduos

sólidos (segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte,

tratamento e disposição final) com a finalidade de empregar medidas para prevenir

acidentes de trabalho.

10.1. AÇÕES ESTABELECIDAS NO PGRSS :

10.1.1 −−−− Levantamento dos Tipos de Resíduos - de acordo com a RDC

ANVISA nº 306/04 e Resolução CONAMA nº 358/05

10.1.2 −−−− Levantamento das Quantidades Geradas de RSS: em cada uma das

fontes geradoras.

10.1.3 −−−− Formas de Identificar os Resíduos Contidos nos Sacos e

Recipientes: realizado por meio de símbolos, facilitando reconhecimento dos

resíduos possibilitando seu correto manejo .

35 Op. cit. 31, Op. cit. 32 e Op. cit. 33 36 Op. cit. 31, Op. cit. 32 e Op. cit. 33

25

Obs: Os recipientes de coleta (interna e externa) e os locais de armazenamento

dos RSS, devem ser identificados em local de fácil visualização, de forma

durável, utilizando símbolos, cores e frases, além de outras exigências

relacionadas à identificação de conteúdo e aos riscos específicos de cada grupo

de resíduos.

10.2. ACONDICIONAMENTO DO RSS37: Ato de Embalar os Resíduos Segregados,

em Sacos ou Recipientes.

10.2.1 - Quanto aos Recipientes

• Devem ser constituídos de material lavável, resistentes a ruptura e vazamento,

com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos

arredondados e ser resistentes ao tombamento.

• Sua capacidade deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de

resíduo.

• Os resíduos não devem ultrapassar 2/3 do volume dos recipientes.

• Resíduos líquidos: devem ser depositados em recipientes que tenham tampas

rosqueáveis e vedantes, que sejam resistentes e rígidos, e constituídos de

material compatível com o líquido armazenado.

37 Op. cit. 31, Op. cit. 32 e Op. cit. 33

Figura 4 – Símbolo Universal de

risco biológico

26

• Resíduos perfuro cortantes: devem ser acondicionados separadamente, no local

de sua geração, imediatamente após uso, em recipiente rígido, estanque,

resistente a punctura, ruptura e vazamento, impermeável,com tampa, contendo a

simbologia

10.2.2 - Quanto aos Sacos plásticos de armazenamento 38:

• Devem ser constituídos de material resistente a ruptura e vazamento, e ser

impermeáveis;

• Devem estar contidos em recipientes com as características previamente

descritas

• Deve-se respeitar os limites de peso de cada saco, sendo proibido o seu

esvaziamento ou reaproveitamento.

10.3 - ACONDICIONAMENTO DE RSS DO GRUPO A39

10.3.1 - Quanto aos Sacos: Os sacos para acondicionamento dos resíduos do

GRUPO A devem apresentar as características descritas no item anterior e

devem estar contidos em recipientes.

10.3.2 - Quanto aos Recipientes:

Devem apresentar características descritas no item 11.2.1

Obs1: Alguns resíduos do grupo A necessitam de tratamento antes de serem

definitivamente acondicionados. Portanto, devem ser inicialmente guardados de

maneira compatível com o processo de tratamento que será submetido. Resíduos

dos grupos A1,A2, A3, A4 e A5 são acondicionados após o tratamento, da seguinte

forma:

• Havendo descaracterização física das estruturas, podem ser

acondicionados como resíduos do grupo D;

38 Op. cit. 31, Op. cit. 32 e Op. cit. 33 39 Op. cit. 31, Op. cit. 32 e Op. cit. 33

27

• Sem descaracterização física das estruturas, devem ser acondicionados em

saco branco leitoso.

Obs2: Para odontologia levaremos em consideração o grupo A1 e A4 por serem

resíduos que podem ser desenvolvidos em consultórios e clinicas odontológicas,

conforme RDC 306/04.

10.4 - ACONDICIONAMENTO DE RSS DO GRUPO B40

Refere-se a substâncias denominadas de perigosas como as corrosivas, reativas,

tóxicas, explosivas e inflamáveis. Seu acondicionamento e/ou descarte deve ser

baseado nas recomendações específicas do fabricante - encontradas normalmente

nas etiquetas de cada produto - observando exigências, a saber:

• Compatibilidade química dos componentes entre si, e de cada resíduo com

os materiais das embalagens, evitando reação química entre eles;

• Possibilidade de deterioração da embalagem, ou de que seu material seja

permeável aos componentes do resíduo.

10.4.1 - Resíduos Sólidos (GRUPO B): devem ser colocados em recipientes de

material rígido, respeitando as suas características físico-químicas e seu estado

físico.

10.4.2 Resíduos Líquidos (GRUPO B): devem ser alojados em artefatos que

possuam características citadas anteriormente, somadas a tampa rosqueada e

vedante. Todos devem ser identificados de acordo com as suas especificações.

10.4.3 Resíduos Destinados à Reciclagem (GRUPO B): Os devem ser

acondicionados em recipientes individualizados, respeitando as exigências de

compatibilidade previamente descritas.

Obs 1: As embalagens que não entraram em contato com o produto, devem

ser descaracterizadas e acondicionadas como resíduo do GRUPO D. As

embalagens contaminadas por substância química devem ter o mesmo tratamento

das substâncias químicas que as contaminaram.

Obs2: Os resíduos contendo mercúrio (Hg) devem ser acondicionados em

recipientes sob selo d'água e encaminhados para recuperação. A coleta dos

40 Op. cit. 31, Op. cit. 32 e Op. cit. 33

28

resíduos de mercúrio resultantes do preparo de amálgama odontológico deve ser

feita em recipiente rígido e inquebrável, com boca larga e de material inerte. Deve

ser deixada uma lâmina de água sobre o resíduo acondicionado no coletor

10.5 - ACONDICIONAMENTO DE RSS DO GRUPO D41

É o grupo de resíduos com características semelhantes aos domiciliares. São

acondicionados em sacos impermeáveis, de acordo com as orientações dos

serviços locais de limpeza urbana.

10.6 - ACONDICIONAMENTO DE RSS DO GRUPO E

São denominados de resíduos perfurocortantes e na sua manipulação o

cirurgião dentista deve estar atento as seguintes considerações:

• Deve ser realizado um pré-acondicionamento em recipiente rígido, estanque,

resistente à punctura, ruptura e vazamento, impermeável, com tampa e

contendo a simbologia da substância.

• Devem ser acondicionados separadamente, no local de sua geração,

imediatamente após o uso.

• Os recipientes devem ser descartados quando atingir 2/3 de sua capacidade

ou o nível de preenchimento ficar a 5 cm de distância da boca do recipiente,

sendo expressamente proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento.

• É proibido reencapar ou realizar a retirada manual das agulhas descartáveis.

Caso o material perfurocortante gerado pertencer aos grupos A e B, poderá ser

utilizado um único recipiente de acondicionamento na unidade. Para o descarte,

deverá ser considerado o resíduo de maior risco e deverá ser feito em aterro

específico.42

41 Op. cit. 31, Op. cit. 32 e Op. cit. 33 42 Op. cit. 31, Op. cit. 32 e Op. cit. 33

29

11. MANUTENÇÃO PREVENTIVA PARA EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS

O gerenciamento da manutenção traduz-se na criação e implantação de

procedimentos e normas técnicas e de qualidade que, quando aplicados, resultarão

em otimização e segurança dos serviços. É necessário planejar, antes da aquisição,

o custo de manutenção mensal e/ou anual do equipamento, além de analisar o valor

percentual que será gasto em manutenção do equipamento, a necessidade e o

custo de equipamentos para calibração e intervenções corretivas dos equipamentos

a serem adquiridos, o valor das peças de reposição e dos acessórios, e o tempo de

entrega dos mesmos. Recomenda-se fazer a previsão orçamentária para os

insumos descartáveis ou os acessórios e partes que sofrem desgaste natural em

função do uso. No custo da manutenção deverá ser agregado o valor que o

equipamento deixará de produzir enquanto estiver fora de uso, esperando peças de

reposição e intervenção corretiva43.

11.1 TIPOS DE MANUTENÇÃO44

Manutenção preventiva (MP) é a intervenção prevista, preparada e programada

antes do provável aparecimento de uma falha. A manutenção preventiva pode ser

sistemática ou programada, condicional e preditiva:

a) Manutenção sistemática ou programada – feita em intervalos de tempo fixos

preestabelecidos.

b) Manutenção condicional – realizada nos equipamentos quando estes estão na

iminência de apresentarem falhas. A detecção desse estado de quase falha é

possível, utilizando os próprios sentidos humanos ou os aparelhos eletrônicos que

monitoram algum parâmetro de desempenho dos equipamentos.

c) Manutenção preditiva – feita por meio da substituição de peças ou

componentes, levando em consideração um perfil estatístico. Esse perfil é obtido

pelas análises estatísticas dos históricos de falhas dos equipamentos.

Manutenção corretiva (MC) é o conjunto de ações aplicadas ao equipamento para

restabelecer suas funções.

43 Op. cit. 31, Op. cit. 32 e Op. cit. 33 44 Op. cit. 31, Op. cit. 32 e Op. cit. 33

30

Recomenda-se que as unidades mantenham um cronograma de manutenção

preventiva dos seus aparelhos odontológicos

31

12. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implantação criteriosa de consultórios e clinicas odontológicas, deve estar em

conformidade com a legislação brasileira pertinente. Aconselha-se que as Unidades

do SESI-BA mantenham-se atualizadas no que refere a legislação e normas

técnicas para implantação e manutenção de ambientes odontológicos. Este manual

faz parte de uma compilação de normas e, quando houver dúvidas, essas normas

devem ser consultadas.

O controle, por parte das unidades, deve ser rigoroso no que concerne as condições

de trabalho, infra-estrutura local e armazenamento e descarte de material

contaminante. As normas de higiene ocupacional também devem ser tratadas de

maneira zelosa, tanto para a equipe odontológica quanto para o meio ambiente.

Todos esses critérios adotados, asseguram ao trinômio lócus de trabalho,

trabalhador e meio ambiente, a possibilidade de harmonização dos juízos

estabelecidos para a saúde do trabalhador e higiene ocupacional, levando ao

Serviço Social da Industria um destaque no âmbito de Saúde e Segurança do

Trabalho.

32

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13.534: Instalações de elétrica em estabelecimentos assistenciais de saúde,Rio de Janeiro,1995.

2. ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6401 – Instalações

centrais de ar condicionado para conforto – Parâmetros básicos de projeto e

3. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7256. Tratamento de ar em unidades de saúde. Rio de Janeiro: ABNT, 1982

4. ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8160: Sistemas

prediais de esgoto sanitário - Projeto e execução. Rio de Janeiro, 1999

5. ANVISA. RESOLUÇÃO RDC nº 189 de 18 de julho de 2003. Disponivel em: <http://pnass.datasus.gov.br/documentos/normas/75.pdf> (06/08/2008)

6. ANVISA. Resolução RDC nº 50 de 21 de fevereiro de 2002. Regulamento

técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, 20 de março de 2002.

7. ANVISA. Resolução RDC nº 5413 da ABNT- Iluminância de Interiores. Rio de

Janeiro, 1992.13p.

8. ANVISA. Resolução RE nº 09 de16 de janeiro de 2003. Orientação técnica revisada contendo padrões referenciais de qualidade de ar interior em ambientes de uso público e coletivo, climatizados artificialmente. Diário Oficial da União, Brasília, 20 de janeiro de 2003.

9. ANVISA. Resolução RDC nº 306 de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o

Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, 10 de dezembro de 2004.

10. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Serviços Odontológicos: Prevenção e Controle de Riscos / Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

11. Brasil. Ministério da Saúde. Manual Processamento de Artigos e Superfícies

em Estabelecimentos de Saúde 2ª edição / Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. Brasília-DF, 1994

12. BRASIL. Ministério da Saúde, Portaria GM/MS nº 3.523 de 28 de agosto de 1998. Aprova Regulamento Técnico contendo medidas básicas referentes aos procedimentos de verificação visual do estado de limpeza, remoção de sujidades por métodos físicos e manutenção do estado de integridade e eficiência de todos os componentes dos sistemas de climatização, para garantir a Qualidade do Ar de Interiores e prevenção de riscos à saúde dos

33

ocupantes de ambientes climatizados. Diário Oficial da União, Brasília, 31 de agosto de 1998.

13. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria SVS/MS n.º 518, de 25 de março de

2004. Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 26 março de 2004

14. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 453 de 1º de junho de 1998.

Aprova o regulamento técnico “Diretrizes de Proteção Radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico” – Brasília: Ministério da Saúde, 1998.

15. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual

de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde / Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006. 182 p.

16. Brasil. Ministério da Saúde. Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde

no Trabalho - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho - NR 24.

17. Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente –

CONAMA Resolução nº 358 de 29 de abril de 2005. “dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências”.

18. Odontobio Projeto de Consultório. Gravura. Disponível em:

http://www.odontobio.kit.net/projeto.htm Acesso em: 20 agosto 2008.