manual nivel de voo rvsm

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1 RVSM Os altímetros de pressão antigos são ineficientes acima do FL290. Quanto mais alto, maior margem de erro. Por isso, em um vôo IFR a separação vertical era fixada em 1000 pés até o FL290 e a partir daí, em 2000 pés. Com o advento (palavra bonita) de instrumentos mais precisos; aliado ao crescimento do tráfego foi necessário criar mais níveis (na marginal do Tiete também) para atender a demanda. Para a regulamentação da separação dos níveis foi criada a RVSM (Reduced Vertical Separation Minima) com o resultado imediato do acréscimo de mais 6 níveis entre o FL290 e o FL410. Mas... (sempre tem um MAS para encher o saco) nem todos os países aplicam a RSVM. Até 2007 a China e o Continente Africano não haviam aderido (e tudo indica que ainda não). Então, nas áreas em que a RVSM é aplicada a separação vertical de 1000 pés é mantida até FL410. Acima do FL 410, os níveis de vôo são somente ÍMPARES assegurando uma distância vertical mínima entre as aeronaves de 2000 pés. Na vida real somente as aeronaves certificadas com o MNPS (Minimum Navigation Performance Specifications) têm permissão para usar o espaço aéreo da RVSM. Se não, a aeronave tem que ficar abaixo de FL290 ou acima do FL410. No nosso mundo virtual, as aeronaves que tenham o teto operacional acima do FL290 estão “devidamente certificadas” podendo voar em todas as regiões do planeta (já existem VAs que atuam fora dele “ET go home!”) SEMI-CIRCULAR CRUISING LEVEL SYSTEM Alguém pode observar – “Ta tudo muito bom, ta tudo muito bem!” mas como escolher um nível de vôo seguro para não acontecer uma tragédia como aquela ocorrida entre o Legacy e o Boeing da GOL. Para melhorar a separação durante o vôo de cruzeiro, os pilotos têm que selecionar um Nível que seja concordante com sua rota. Isto é chamado de SEMI-CIRCULAR CRUISING LEVEL. No mundo real e virtual existem dois tipos (foi devido a isso que ocorreu a confusão na rota LPFR- LPPS): 1) EAST-WEST SEMI-CIRCULAR CRUISING LEVEL SYSTEM 2) NORTH - SOUTH SEMI-CIRCULAR CRUISING LEVEL SYSTEM Este sistema é utilizado na França, Espanha, Itália e Portugal. Nas Cartas de Rotas (ERC) bem como nas Cartas de Áreas (ARC) encontramos a informação de qual tipo de sistema está sendo usado, EAST-WEST ou NORTH-SHOUT. No Brasil, como nas demais regiões, é utilizado o sistema EAST-WEST. Lá vem o observador novamente - “Ta tudo muito bom, ta tudo muito bem!”, mas o que isso tem a dizer? Ah!ha! boa pergunta! Vamos lá, mostrarei através de gráficos para melhor compreensão:

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Na vida real somente as aeronaves certificadas com o MNPS (Minimum Navigation Performance Specifications) têm permissão para usar o espaço aéreo da RVSM. Se não, a aeronave tem que ficar abaixo de FL290 ou acima do FL410.

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Page 1: Manual Nivel de Voo RVSM

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RVSM

Os altímetros de pressão antigos são ineficientes acima do FL290. Quanto mais alto, maior margem de erro. Por isso, em um vôo IFR a separação vertical era fixada em 1000 pés até o FL290 e a partir daí, em 2000 pés.

Com o advento (palavra bonita) de instrumentos mais precisos; aliado ao crescimento do tráfego foi necessário criar mais níveis (na marginal do Tiete também) para atender a demanda.

Para a regulamentação da separação dos níveis foi criada a RVSM (Reduced Vertical Separation Minima) com o resultado imediato do acréscimo de mais 6 níveis entre o FL290 e o FL410. Mas... (sempre tem um MAS para encher o saco) nem todos os países aplicam a RSVM. Até 2007 a China e o Continente Africano não haviam aderido (e tudo indica que ainda não).

Então, nas áreas em que a RVSM é aplicada a separação vertical de 1000 pés é mantida até FL410. Acima do FL 410, os níveis de vôo são somente ÍMPARES assegurando uma distância vertical mínima entre as aeronaves de 2000 pés.

Na vida real somente as aeronaves certificadas com o MNPS (Minimum Navigation Performance Specifications) têm permissão para usar o espaço aéreo da RVSM. Se não, a aeronave tem que ficar abaixo de FL290 ou acima do FL410. No nosso mundo virtual, as aeronaves que tenham o teto operacional acima do FL290 estão “devidamente certificadas” podendo voar em todas as regiões do planeta (já existem VAs que atuam fora dele – “ET go home!”)

SEMI-CIRCULAR CRUISING LEVEL SYSTEM

Alguém pode observar – “Ta tudo muito bom, ta tudo muito bem!” mas como escolher um nível de vôo seguro para não acontecer uma tragédia como aquela ocorrida entre o Legacy e o Boeing da GOL.

Para melhorar a separação durante o vôo de cruzeiro, os pilotos têm que selecionar um Nível que seja concordante com sua rota. Isto é chamado de SEMI-CIRCULAR CRUISING LEVEL.

No mundo real e virtual existem dois tipos (foi devido a isso que ocorreu a confusão na rota LPFR-LPPS):

1) EAST-WEST SEMI-CIRCULAR CRUISING LEVEL SYSTEM

2) NORTH - SOUTH SEMI-CIRCULAR CRUISING LEVEL SYSTEM

– Este sistema é utilizado na França, Espanha, Itália e Portugal.

Nas Cartas de Rotas (ERC) bem como nas Cartas de Áreas (ARC) encontramos a informação de qual tipo de sistema está sendo usado, EAST-WEST ou NORTH-SHOUT. No Brasil, como nas demais regiões, é utilizado o sistema EAST-WEST.

Lá vem o observador novamente - “Ta tudo muito bom, ta tudo muito bem!”, mas o que isso tem a dizer? Ah!ha! boa pergunta! Vamos lá, mostrarei através de gráficos para melhor compreensão:

Page 2: Manual Nivel de Voo RVSM

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a) FIGURA 01 - representa o EAST-WEST SEMI-CIRCULAR CRUISING LEVEL SYSTEM, utilizado nas regiões que adotam a RVSM para vôos IFR.

FIGURA 01

b) FIGURA 02 - representa o EAST-WEST SEMI-CIRCULAR CRUISING LEVEL SYSTEM, para vôos VFR.

FIGURA 02

Page 3: Manual Nivel de Voo RVSM

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c) FIGURA 03 - representa o NORTH -SOUTH SEMI-CIRCULAR CRUISING LEVEL SYSTEM, utilizado nas regiões que adotam a RVSM para vôos IFR.

FIGURA 03

d) FIGURA 04 - representa o NORTH -SOUTH SEMI-CIRCULAR CRUISING LEVEL SYSTEM, para vôos VFR.

FIGURA 04

Page 4: Manual Nivel de Voo RVSM

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e) FIGURA 05 - representa o EAST-WEST SEMI-CIRCULAR CRUISING LEVEL SYSTEM, utilizado nas regiões que NÃO adotam a RVSM para vôos IFR.

FIGURA 05

– NO-RVSM

f) FIGURA 06 - representa o EAST-WEST SEMI-CIRCULAR CRUISING LEVEL SYSTEM, para vôos VFR utilizado nas regiões que NÃO

adotam a RVSM

FIGURA 06

– NO-RVSM

Agora um exemplo para esclarecer melhor: Um vôo hipotético

saindo do Brasil no rumo 070º.

Page 5: Manual Nivel de Voo RVSM

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1) Utilizando a FIGURA 01 vemos que este rumo fica no semicírculo AZUL; 2) Escolhemos então um nível IMPAR, p.e.,o nível FL350; 3) Como é um vôo hipotético, a aeronave entra no espaço aéreo da África que NÃO adotou o

RVSM (NO-RVSM) e continua no rumo 070º; 4) Então vamos usar a FIGURA 05, este rumo continua no semicírculo AZUL; 5) Mas... (lá vem o MAS novamente) Oh! My God! No semicírculo AZUL o nível FL350 NÃO É

USADO, ou seja, 6) O nível FL350 é usado no semicírculo VERMELHO significando que ele é usado nos rumos que

vão de 180º a 359° 7) Se nossa aeronave continuar nas mesmas condições, podemos encontrar uma outra aeronave

no FL350 com o rumo de 250º (que é o complemento do rumo 070º) e teremos um BIG-BANG africano;

8) O que fazer? Mudar de nível, escolhemos ou o FL330 ou FL370 (os mais próximos) 9) Vamos escolher o FL330. Ufa! Essa foi por pouco; 10) Continuamos nosso vôo hipotético; 11) Agora adentramos o espaço aéreo de um daqueles 4 países; 12) Lembrando: Estamos no rumo 070º no FL330 (e o vôo é HIPOTÉTICO) 13) Utilizamos agora a FIGURA 03, o rumo continua no semicírculo AZUL; 14) Mas... (de novo não; não agüento mais esse MAS!) no semicírculo AZUL o nível FL330 NÃO É

USADO, ou seja, 15) O nível FL330 é usado no semicírculo VERMELHO significando que ele é usado nos rumos que

vão de 090º a 269° 16) Se nossa aeronave continuar nas mesmas condições, podemos encontrar uma outra aeronave

no FL330 com o rumo de 250º (que é o complemento do rumo 070º) e teremos um BIG-BANG ou frances, espanhol, italiano ou português – Ora pois, pois!;

17) O que fazer? Mudar de nível; escolhemos ou o FL320 ou FL340 (os mais próximos) 18) É isso aí pessoal!

Algumas observações:

OBS 01 – As FIGURAS 02 e 06 são iguais, significando que nos vôos VFR no sistema semi-circular LESTE-OESTE, não importa se a região adota ou não a RVSM os níveis serão iguais.

OBS 02 – Lembrar que os níveis IFR sempre terminam com ZERO – ...300; 310; 320.... E os níveis VFR sempre terminam com CINCO – 025; 035; 055...

OBS 03 – AS MUDANÇAS DE NÍVEIS DEVEM FAZER PARTE DO PLANO DE VOO. Exemplo:

1) Uma rota hipotética, com um FL350 e na rota teremos duas mudanças de nível: A anotação ficaria assim:

ABC UW111 DEF/N0480F330 UW111 XYZ/N0485F320 UW113 MNO UW114

a) No fixo ABC a aeronave intercepta a aerovia UW111; b) No fixo DEF com um a velocidade de 480 nós a aeronave muda para o FL330 permanecendo na

mesma aerovia; c) No fixo XYZ a aeronave aumenta a velocidade para 485 nós e muda para o nível FL320

interceptando a aerovia UW113

Bibliografia: EUROCONTROL - http://www.ecacnav.com/

FAA - http://www.faa.gov/

IVAO ACADEMY - http://academy.ivao.aero/