manual energia eletrica

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Uma introdução ao setor elétrico

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  • Uma introduoao setor eltrico

  • No Brasil, as hidreltricas respondem por aproximadamente 80% da eletricidade. Isso significa que, se por um lado, o pas conta com a fonte mais barata para produo de eletricidade em larga escala, a geografia dos rios determina a localizao dessas plantas, no necessariamente prximas aos centros de consumo. Por isso, o pas precisa contar com um amplo sistema de transmisso, a chamada rede bsica. A transmisso ou o transporte da energia feita em alta tenso, necessria para reduzir o nvel de perda de energia no processo. As alteraes nos nveis de tenso so feitas nas subestaes.

    A entrega da energia para a maioria dos consumidores se d em baixa tenso, por meio das redes das distribuidoras.

    Geradoras, distribuidoras e transmissoras de energia eltrica so concessionrias de servio pblico. As concesses so cedidas pelo poder concedente (governo federal, por meio do Ministrio de Minas e Energia) por um perodo estabelecido em contrato e com a possibilidade de prorrogao, quando ento a lei prev a retomada da concesso. Todas elas so reguladas pela Agncia Nacional de Energia Eltrica (Aneel).

  • Quem so osconsumidores de energia?

    Os consumidores de energia podem ser cativos ou livres. Os primeiros devem contratar a energia da distribuidora da regio em que se encontram. J os consumidores livres podem adquiri-la diretamente dos geradores, via comercializadoras. Para poder atuar como livre, o consumidor tem de ter carga instalada superior ou igual a 3 MW e consumo em tenso superior ou igual a 69 kV. H ainda os consumidores livres especiais, que podem comprar energia de empreendimentos de fontes alternativas, desde que tenham carga de pelo menos 500 kW. Atualmente, os consumidores livres representam 25% do mercado de energia eltrica.

    Os consumidores tambm so divididos conforme o nvel de tenso em que usam a energia. Via de regra, quanto maior o consumo, maior o nvel de tenso, como detalhado na tabela abaixo:

    Grupo Classe Nvel de tenso

    A

    A1 230 kV ou mais

    A2 88 kV a 138 kV

    A3 69 kV

    A4 2,3 a 25 kV

    BBaixa tenso Inferior a 2,3 kV

    Residencial 110 a 220 V

    A conta de luz composta pelos custos relativos a energia, transmisso, distribuio, encargos e impostos. No caso dos consumidores cativos, a cobrana feita por meio de uma nica tarifa, definida pela Aneel. J

    no caso dos consumidores livres, apenas o custo do fio regulado pela agncia, que determina as tarifas de transmisso TUST (Tarifa de Uso do Sistema de Transmisso) e de distribuio (Tarifa do Uso de Sistema de Distribuio TUSD). O custo da energia propriamente dito negociado diretamente com o fornecedor, sem interferncia do rgo regulador.

    Ingresso de novos investidores

    Os investidores podem ingressar no mercado de energia por meio da aquisio do direito de explorar uma concesso de servio pblico por um determinado perodo de tempo. Esse perodo varia de 15 a 30 anos, a depender da concesso, e os contratos preveem a possibilidade de renovao por mais um perodo, mas que depende da anlise do poder concedente. Uma das principais portas de entrada dos leiles de novos empreendimentos de gerao e de transmisso. No caso do setor de distribuio, seria preciso adquirir uma das 63 empresas j existentes que, pela natureza do negcio, possuem um monoplio natural em suas reas de concesso. Cabe lembrar tambm que os investidores podem comprar ativos j existentes de gerao e transmisso, mas em qualquer caso o investidor fica atrelado ao contrato de concesso j existente. A exceo foi o caso das empresas privatizadas no governo Fernando Henrique Cardoso. Naquela poca, as empresas vendidas tiveram seus contratos de concesso assinados por um perodo equivalente a de uma nova concesso.

    A contratao de novos sistemas de gerao e transmisso segue a orientao do planejamento setorial, que feito pela Empresa de Pesquisa Energtica (EPE). A entidade estuda a demanda do mercado, possveis projetos a serem implantados, alm de cadastrar e homologar os empreendimentos inscritos nos leiles.

    Nesses leiles, vence quem aceitar desenvolver o empreendimento cobrando o menor preo pela energia

  • a ser gerada e assumindo todos os riscos de construo e financiamento. Esse modelo de leiles, entretanto, em que os contratos so de longo prazo, gera recebveis de qualidade, conhecido como PPA, que permite que o setor eltrico seja todo financiado a taxas de juros mais baixas por meio do BNDES, que assume em alguns casos at 80% do financiamento total do empreendimento. A outra parte aportada com capital dos prprios investidores, a exemplo da dinmica de qualquer investimento.

    A energia de novas usinas contratada para entrega inicial em trs ou cinco anos e esse prazo fez com que os leiles fossem batizados por A-3 (l-se, A menos trs) e A-5. Tambm so realizados outros tipos de leiles como os de Fontes Alternativas, de Reserva ou de Ajuste, alm do A-1. O de Fontes Alternativas destinado contratao exclusiva de energia de empreendimentos como elicas, biomassa ou PCHs, e o de Reserva tem o objetivo de dar uma espcie de seguro ao suprimento (pode ser por meio da contratao de termeltricas tradicionais ou mesmo de fontes renovveis, como aconteceu nos ltimos anos). J o leilo de Ajuste e o A-1 tm funes parecidas: redistribuir energia quando distribuidoras esto contratadas aqum da necessidade para o ano seguinte.

    O governo federal faz ainda leiles estruturantes para contratao de energia de grandes hidreltricas, como o caso das usinas de Santo Antnio, Jirau e Belo Monte. So leiles exclusivos para cada empreendimento, com regras especficas, mas via de

    regra o vencedor , a exemplo dos leiles A-3 e A-5, aquele que oferta o menor preo

    de energia. Esses leiles abriram a possibilidade de apenas 70% da energia comercializada ser

    vendida no mercado cativo e o restante

    para consumidores livres. O problema

    dessa modelagem que os consumidores livres no tm acesso aos preos mdicos do leilo do mercado regulado e os investidores costumam vender uma energia mais barata para o mercado cativo levando em conta que vo vender mais caro os 30% restantes para o mercado livre.

    Nos leiles A-3 e A-5, tm sido praxe do governo abrir a disputa para diferentes fontes de energia competirem entre si, com exceo da energia de hidreltricas. As hidreltricas vendem sua energia primeiro, e s depois o leilo aberto para os demais competidores. Isso acontece por causa da lgica de se contratar energia mais barata para atender a demanda das distribuidoras, que formada pelos consumidores cativos.

    Antes de cada leilo A-5, as distribuidoras informam a quantidade de energia eltrica que vo necessitar para garantir o fornecimento a seus consumidores dentro de cinco anos. O leilo A-3, por sua vez, uma oportunidade de ajuste da demanda prevista anos antes.

    Em mdia, o governo contrata uma capacidade instalada de 5 mil MW por ano, correspondente a uma garantia fsica de 3 mil MW mdios. A capacidade instalada o mximo que as usinas podem gerar, enquanto a garantia fsica equivale mdia que pode ser produzida por ano. A exemplo dos estruturantes, os leiles A-3 e A-5 no permitem a participao dos consumidores livres na compra direta.

    Registro de contratos

    Todos os contratos do mercado livre e cativo so registrados na Cmara de Comercializao de Energia Eltrica (CCEE), com garantia de que esto lastreados em energia eltrica que de fato est sendo produzida. A CCEE faz toda a liquidao das diferenas do mercado energia, necessria porque nem todo agente consome ou produz exatamente o que planejou. Assim, uma distribuidora que consumiu menos energia do que o planejado em determinado ms recebe, em reais,

  • a diferena que ser paga por um consumidor livre que eventualmente consumiu mais naquele ms, por exemplo. como se fosse um grande mercado acionrio com compra e venda de aes (no caso a energia), com resultado final zero.

    O balizador destas negociaes o Preo de Liquidao das Diferenas (PLD) que, para usar ainda a analogia da bolsa de valores, seria como um preo do mercado vista de energia. O PLD estabelecido a cada semana por meio de um programa de computador chamado Newave que leva em considerao uma srie de informaes, como o volume de gua dos reservatrios das usinas hidreltricas, a previso de chuvas e a confirmao ou no da entrada em operao das novas usinas contratadas em leilo. Como dissemos antes, a gerao hidreltrica representa 80% da gerao do pas, o que significa que o sistema altamente suscetvel ao regime de chuvas. Quando h previso de um perodo de seca, por exemplo, o PLD sobe, pois o risco de o volume de gua dos reservatrios ficar abaixo do necessrio (ou previsto para aquela poca do ano) leva ao acionamento de usinas termeltricas, cujo custo de gerao superior. Essas usinas tambm podem ser acionadas para complementar o atendimento ao mercado em momento de picos de consumo.

    Por conta de todos esses fatores, o PLD altamente voltil. De qualquer forma, serve como balizador dos preos de energia no mercado livre, por dar uma indicao de tendncia de oferta de energia. Ele tambm contribui para orientar o governo quanto necessidade de contratao de energia: o preo alto, por exemplo, pode indicar risco de falta do insumo e, portanto, a necessidade de leiles.

    Composio das tarifas e preos de energia eltrica

    O valor negociado nos leiles no se reflete diretamente nos preos e as tarifas de energia eltrica pagos pelos

    consumidores livres ou cativos em suas contas mensais. No caso das distribuidoras, isso se d

    porque cada MWh de energia adquirido entra na composio do mix de contratos da empresa, cujo preo pode variar conforme o momento de contratao, entre outros fatores. Alm disso, o consumidor tem de pagar outros custos envolvidos no processo: transmisso e distribuio, bem como encargos e impostos.

    Por se beneficiar de um monoplio natural, a distribuidora regulada pela Aneel, que define estruturas de investimentos e tarifas a serem repassadas ao consumidor. Pelas regras, as distribuidoras tm suas tarifas revisadas a cada ciclo tarifrio, que pode durar de trs a cinco anos a depender da distribuidora, e anualmente, por meio de um reajuste. Basicamente, na reviso tarifria feita uma anlise de toda a estrutura tarifria da empresa, para identificar possibilidades de absoro de ganhos de eficincias para o consumidor e, ao mesmo tempo, verificar se as condies econmicas e financeiras esto adequadas ao investidor. J o reajuste tarifrio feito com base na inflao e qualidade de prestao do servio; tambm so considerados efeitos financeiros ocorridos durante o ano anterior. Esses efeitos financeiros vo desde a variao cambial da energia comprada de Itaipu (cujo preo atrelado ao dlar) at a cobrana de encargos no previstos durante o ano.

    uma distribuidora que consumiu menos

    energia do que o planejado em determinado ms recebe, em reais, a diferena que ser paga

    por um consumidor livre que eventualmente consumiu

    mais naquele ms,

  • Encargos setoriais

    Os encargos no previstos, citados no pargrafo anterior, so basicamente aqueles decorrentes do acionamento de usinas termeltricas necessrias por questes de segurana eltrica (falhas no sistema de transmisso, por exemplo, que tiram hidreltricas do sistema) ou de segurana energtica (perodo seco vista). As usinas termeltricas tm sua energia contratada em leilo, em contratos parecidos com os das demais usinas, e fazem parte da matriz eltrica. A diferena que o consumidor deve pagar pelo combustvel dessas trmicas cada vez que elas forem acionadas. O pagamento desse combustvel gera o chamado Encargo de Servios do Sistema (ESS), o tal encargo no previsto, e rateado entre todos os consumidores do pas. Logo, as trmicas so tratadas como um ativo de segurana de fornecimento. Lembra que falamos que a energia de reserva tambm para segurana? Mas o que essa Energia de Reserva? Ela contratada em leiles parecidos com o A-3, a grande diferena que consumidor paga pelo preo da energia, mas no necessariamente vai us-la (fica na reserva, para ser acionada principalmente se projetos contratados tiverem dificuldades para entrar em operao ou para economizar gua nos reservatrios das hidreltricas). Mas isso gera um custo, que tambm repassado aos consumidores.

    Alm do ESS e da Energia de Reserva, o consumidor paga ainda outros sete encargos. O mais representativo a Conta de Consumo de Combustveis (CCC), criada inicialmente para ratear o custeio da gerao de energia termeltrica a leo combustvel no Norte do pas e que hoje tem at mesmo embutida em seu custo a compensao de ICMS para Estados daquela regio. Os outros encargos so: Reserva Global de Reverso (RGR), Conta de Desenvolvimento Energtico (CDE), Taxa de Fiscalizao de Servios de Energia Eltrica (TFSEE), Pesquisa e Desenvolvimento e Eficincia Energtica (P&D_EE), Programa de Incentivo s Fontes Alternativas de Energia Eltrica (Proinfa) e Compensao Financeira pela Utilizao de Recursos Hdricos (CFURH). Com a Medida Provisria 579, deixaro de ser cobrados a CCC, a RGR e a CDE ser reduzida em at 75%.

    E N C A R G O SConta de Consumo de Combustveis (CCC)O encargo cobrado para cobrir os custos de gerao trmica dos sistemas isolados da Regio Norte. Ficou em R$ 5,1 bilhes em 2011. O crescimento dos custos desse encargo se deve a importantes mudanas nas suas regras, crescimento do consumo de energia nos sistemas isolados e reajustes dos contratos das distribuidoras com os produtores independentes que atuam na regio.

    A mudana de regras foi definida na Medida Provisria 466/2009, posteriormente convertida na Lei 12.111/2010. A lei ampliou o conjunto de itens a serem cobertos pela CCC, passando a incluir, alm do custo dos combustveis usados nas trmicas, a compensao pela perda de arrecadao de ICMS (sobre o diesel usado nas usinas) dos governos dos estados recentemente interligados ao Sistema Integrado Nacional (SIN), o custo dos contratos de gerao (quando realizada por terceiros) e outros custos de gerao prpria das empresas de distribuio.

    Vale observar que o encargo deveria diminuir, tendo em vista justamente a interligao de sistemas isolados da regio ao SIN. No final de 2009, por exemplo, j foi integrada a maior parte da carga dos estados do Acre e Rondnia.

  • Energia de Reserva

    Algumas usinas so contratadas por meio de leiles de energia de reserva com o objetivo de preservarem o armazenamento de gua nos reservatrios das hidreltricas. Ex: enquanto a elica funciona, a usina hidreltrica com reservatrio guarda gua.

    Reserva Global de Reverso (RGR)

    O encargo, que se aproxima da cifra de R$ 2 bilhes por ano, deveria ter sido extinto em dezembro passado , mas acaba de ser prorrogado por mais 25 anos pela Medida Provisria 517/2010. Criado em 1957 para cobrir os custos da reverso das concesses de gerao, nunca foi usado para sua finalidade original.

    Programa de Incentivo ao Uso de Fontes Alternativas de Energia Eltrica (Proinfa)

    O encargo superou R$ 2 bilhes em 2011. Esse crescimento deve-se entrada em operao de novos empreendimentos, reajustes dos preos dos contratos e ajustes dos montantes de gerao (quantidade de MWh fornecidos pelas fontes contratadas pelo programa). A tendncia que esses fatores continuem pressionando o custo nos prximos anos.

    Vale lembrar que a MP 517/2010 tambm aprovou a prorrogao de projetos de energia elica do Proinfa que estavam atrasados (ou seja, ganharam mais tempo para entrar em operao). O problema que hoje esses projetos j seriam competitivos a menos da metade do custo pelo qual foram contratados pelo Proinfa. Na prtica, isso significa um custo extra de cerca de R$ 200 milhes por ano aos consumidores.

    Conta de Desenvolvimento Energtico (CDE)

    A CDE foi criada em 2002 com o objetivo de promover o desenvolvimento e a diversificao da matriz eltrica, alm da universalizao do servio. De acordo com dados da Aneel, o encargo somou R$ 3,3 bilhes em 2011.

    Encargo de Servios do Sistema (ESS)

    Cobre custos de gerao trmica associados a restries eltricas (gargalos de transmisso) e segurana energtica (preservao de nveis mnimos nos reservatrios das hidreltricas). Em 2011, o ESS somou R$ 1,4 bilho. A maior parte disso se deve a restries eltricas exatamente na regio recentemente interligada ao SIN, que compreende sistemas no Acre e Rondnia (a linha de transmisso existente ainda no est operando com estabilidade e confiabilidade adequadas, de maneira que necessrio manter o despacho de trmicas na regio). A ABRACE considera importante o estabelecimento de maior transparncia nas decises que determinam a operao do sistema eltrico (falta a definio de sistemticas que permitam previsibilidade de custos aos consumidores).

    Taxa de compensao pelo uso dos recursos hdricos

    Essa taxa paga pelos geradores hidreltricos aos municpios e estados onde se encontram as usinas. Ou seja, embora no seja cobrada diretamente dos consumidores, est includa no preo da energia na medida em que um custo para os geradores hidreltricos. Se no existisse, os geradores poderiam vender sua energia aos consumidores a preos mais baixos.

  • Ambiente de Contratao Livre ACL

    O segmento do mercado no qual se realizam as operaes de compra e venda de energia eltrica, objeto de contratos bilaterais livremente negociados, conforme regras e procedimentos de comercializao especficos.

    Ambiente de Contratao Regulada ACR

    O segmento do mercado no qual se realizam as operaes de compra e venda de energia eltrica entre agentes vendedores e agentes de distribuio, precedidas de licitao, ressalvados os casos previstos em lei, conforme regras e procedimentos de comercializao especficos.

    Agncia Nacional de Energia Eltrica (Aneel)

    Agncia Nacional de Energia Eltrica: Organismo de Estado, independente do Governo, responsvel por toda a regulamentao do setor e pelo equilbrio entre os interesses e as necessidades dos clientes e das empresas.

    Baixa tenso

    Toda tenso inferior a 2.300 volts (2,3 kV). Geralmente, essas tenses so utilizadas para a distribuio da energia eltrica.

    Belo Monte

    A Usina Hidreltrica de Belo Monte uma central hidreltrica que est sendo construda no Rio Xingu, no estado brasileiro do Par, nas proximidades da cidade de Altamira. Sua potncia instalada ser de 11.233 MW; mas, por operar com reservatrio muito reduzido, dever produzir efetivamente cerca de 4.500 MW (39,5 TWh por ano) em mdia, o que representa aproximadamente 10% do consumo nacional (388 TWh em 2009). Em potncia instalada, a usina de Belo Monte ser a terceira maior hidreltrica do mundo, atrs apenas da chinesa Trs Gargantas (20.300 MW) e da brasileira e paraguaia Itaipu (14.000 MW); e ser a maior usina hidreltrica inteiramente brasileira.

    Conta de Desenvolvimento Energtico (CDE)

    encargo setorial, estabelecido em lei, e pago pelas empresas de distribuio, cujo valor anual fixado pela Aneel com a finalidade de prover recursos para o desenvolvimento energtico dos estados, para viabilizar a competitividade da energia eltrica produzida a partir de fontes elicas, pequenas usinas hidreltricas, biomassa, gs natural e carvo mineral nas reas atendidas pelo SIN, e levar o servio de energia eltrica a todos os consumidores do territrio nacional (universalizao).

    G L O S S R I OConta de Consumo de Combustveis (CCC)

    encargo do setor eltrico brasileiro, cobrado nas tarifas de distribuio e nas tarifas de uso dos sistemas eltricos de distribuio e transmisso (TUSD e TUST). pago por todos os consumidores de energia via distribuidoras e transmissoras para cobrir os custos da gerao termeltrica produzida em reas ainda no interligadas ao SIN, chamadas de sistemas isolados. O montante anual do encargo fixado pela Aneel para cada empresa em funo do seu mercado e da maior ou menor necessidade do uso das usinas termeltricas.

    Ciclo tarifrio

    Perodo anual compreendido entre 01/Jul de um ano at 30 /Jun do ano subsequente, para o qual so estabelecidas receitas anuais permitidas s concessionrias de transmisso e Tarifas de Uso do Sistema de Transmisso.

    Comercializadores de energia

    Os comercializadores de energia eltrica compram energia atravs de contratos bilaterais celebrados no ACL, podendo vender energia aos consumidores livres, no prprio ACL, ou aos distribuidores, atravs dos leiles do ACR .

    Compensao Financeira pela Utilizao de Recursos Hdricos (CFURH)

    Instituda pela Constituio Federal de 1988, trata-se de um percentual que as concessionrias de gerao hidreltrica pagam pela utilizao de recursos hdricos. A Aneel gerencia a arrecadao e a distribuio dos recursos entre os beneficirios: Estados, Municpios e rgos da administrao direta da Unio. As concessionrias pagam 6,75% do valor da energia produzida a ttulo de Compensao Financeira.

    Consumidores cativos

    Consumidor que adquire energia de concessionria ou permissionria a cuja rede esteja conectado, segundo tarifas regulamentadas.

    Consumidor livre especial

    Desde 1998, os consumidores com demanda mnima de 500 kW, atendidos em qualquer tenso de fornecimento, tm o direito de adquirir diretamente energia oriunda de fontes alternativas (PCH, elica, biomassa ou solar). A partir de 2006, conforme a Resoluo Normativa n 247/06, tambm passaram a ser considerados consumidores especiais conjuntos de unidades consumidoras integrantes do mesmo submercado, cuja a carga seja igual ou superior a 500 kW.

  • Consumidores livres

    Consumidor de energia que pode escolher sua empresa fornecedora e gerenciar suas necessidades da maneira mais conveniente, levando em conta preos, produtos e qualidade de servios. Desde 2000, todos os consumidores com demanda superior a 3 MW e tenso maior que 69 KV podem atuar como clientes livres, mantidos os pr-requisitos dos contratos bilaterais vigentes.

    Empresa de Pesquisa Energtica (EPE)

    rgo vinculado ao MME, responsvel pelo planejamento setorial.

    Encargo de Servios do Sistema (ESS)

    O Encargo de Servios do Sistema consiste basicamente num valor em R$/MWh correspondente mdia dos custos incorridos na manuteno da confiabilidade e da estabilidade do sistema para o atendimento do consumo em cada submercado. Este valor pago por todos os agentes de consumo registrados na CCEE, na proporo do consumo medido correspondente, contratado ou no. Em mercados energticos consolidados, os custos normalmente includos no ESS so: restries de operao, capacidade adicional, servios ancilares, Testes de disponibilidade, Ofertantes de reduo de carga, Aplicao de penalidades, Energia de reserva.

    Elicas

    A energia dos ventos pode ser aproveitada por meio de turbinas com a forma de um catavento ou um moinho. O movimento produz energia eltrica por meio de um gerador. Essas usinas so agrupadas em parques elicos para que se tornem economicamente viveis. Tambm podem ser usadas isoladamente, para alimentar localidades remotas e distantes da rede de transmisso. Garantia - Meio com que se assegura o cumprimento de obrigao no mbito da liquidao financeira.

    Garantia fsica

    Definida pelo Ministrio das Minas e Energia - MME, corresponde s quantidades mximas de energia e potncia associadas a um empreendimento, que podero ser utilizadas para comprovao de atendimento de carga ou comercializao por meio de contratos.

    Hidreltricas

    Conjunto de obras e de equipamentos que tem por finalidade produzir energia eltrica por meio do aproveitamento do potencial hidrulico existente em um rio.

    Jirau

    uma usina hidreltrica em construo no Rio Madeira, a 150 km de Porto Velho, em Rondnia. Foi planejada para ter um reservatrio de 258 km, que ter capacidade instalada de 3.750 MW (sendo 2.184 MW assegurados) e faz parte do Complexo do Rio Madeira. A construo est a cargo do consrcio ESBR - Energia Sustentvel do Brasil, formado pelas empresas Suez Energy (50.1%), Eletrosul (20%), Chesf (20%) e Camargo Corra (9,9%). A usina, juntamente com a de Santo Antnio, tambm em construo no mesmo rio, considerada fundamental para o suprimento de energia eltrica no Brasil a partir de meados de 2013; por isso, est entre as obras mais importantes do Governo Federal.

    Liquidao financeira

    Processo de pagamento e recebimento de dbitos (obrigaes) e crditos (direitos) apurados no mbito da CCEE referentes compra e venda de energia eltrica no Mercado de Curto Prazo, excludos os eventuais valores sub judice, em atendimento aos arts. 9 e 10 da Resoluo Aneel 552/2002. Processo de pagamento e recebimento de valores apurados como dbitos e crditos, respectivamente, resultantes da Contabilizao promovida pela CCEE.

    MWh

    Consumo ou produo de 1 MW durante 1 hora.

    MW mdios

    Unidade de produo energtica que representa uma mdia de produo de uma usina de gerao.

    Newave

    Modelo de otimizao para o planejamento de mdio prazo (at 5 anos), com discretizao mensal e representao a sistemas equivalentes. Seu objetivo determinar a estratgia de gerao hidrulica e trmica em cada estgio, que minimiza o valor esperado do custo de operao para todo o perodo de planejamento. Um dos principais resultados desse modelo so as funes de custo futuro, que traduzem para os modelos de outras etapas (de mais curto prazo) o impacto da utilizao da gua armazenada nos reservatrios. Nesse modelo, faz-se a representao da carga em patamares, e a considerao dos limites de interligao entre os subsistemas.

    Pequenas centrais hidreltricas (PCH)

    Usinas hidreltricas com potncia instalada entre 1 e 30 MW e reservatrio menor que 3,0 km2.

  • Pesquisa e Desenvolvimento e Eficincia Energtica (P&D_EE)

    Criado para estimular pesquisas cientficas e tecnolgicas relacionadas energia eltrica e ao uso sustentvel dos recursos necessrios para ger-la. Distribuidoras devem aplicar 0,5% da receita operacional lquida, tanto para pesquisa e desenvolvimento como para programas de eficincia energtica na oferta e no uso final da energia. Outros agentes devem investir 1% em P&D.

    Preo de Liquidao das Diferenas (PLD)

    Preo a ser divulgado pela CCEE, calculado antecipadamente, com periodicidade mxima semanal e com base no Custo Marginal de Operao, limitado por preos mnimo e mximo, vigente para cada perodo de apurao e para cada submercado, pelo qual valorada a energia comercializada no Mercado de Curto Prazo.

    Programa de Incentivo s Fontes Alternativas de Energia Eltrica (Proinfa)

    Encargo pago no Brasil por todos os agentes do SIN que comercializam energia com o consumidor final ou que recolhem tarifa de uso das redes eltricas relativa a consumidores livres, para cobertura dos custos da energia eltrica produzida por empreendimentos de produtores independentes autnomos, concebidos com base em fontes elicas, pequenas centrais hidreltricas e biomassa participantes do Proinfa.

    Reajuste tarifrio

    um dos mecanismos de da distribuidora e definidos como atualizao do valor da energia paga pelo consumidor, aplicado anualmente, de acordo com frmula prevista no contrato de concesso. Seu objetivo restabelecer o poder de compra da concessionria.

    Reserva Global de Reverso (RGR)

    Encargo do setor eltrico brasileiro pago mensalmente pelas concessionrias de gerao, transmisso e distribuio de energia eltrica, com a finalidade de prover recursos para reverso e/ou encampao dos servios pblicos de energia eltrica. Criado em 1957, nunca foi usado para sua finalidade original. Ao longo do tempo, passou a ser destinado para financiar a expanso e melhoria desses servios, bem como financiar fontes alternativas de energia eltrica tais como aqueles constantes do Proinfa, para estudos de inventrio e viabilidade de aproveitamentos de novos potenciais hidrulicos, e para desenvolver e implantar programas e projetos destinados ao combate ao desperdcio e uso

    eficiente da energia eltrica. Seu valor anual equivale a 2,5% dos investimentos efetuados pela concessionria em ativos vinculados prestao do servio de eletricidade, limitado a 3,0% de sua receita anual.

    Subestaes

    Equipamentos que comutam, mudam ou regulam a voltagem eltrica. As subestaes direcionam e controlam o fluxo energtico, transformam nveis de voltagem e funcionam como pontos de entrega para consumidores industriais. Parte das instalaes eltricas da unidade consumidora atendida em tenso primria de distribuio que agrupa os equipamentos, condutores e acessrios destinados proteo, medio, manobra e transformao de grandezas eltricas.

    Santo Antnio

    A Usina Hidroeltrica Santo Antnio uma usina hidreltrica em construo no Rio Madeira, na cidade de Porto Velho, capital de Rondnia, com previso para estar concluda em 2015 e que faz parte do Complexo do Rio Madeira. Ter 44 turbinas Kaplan do tipo bulbo, com potncia de 73,5 megawatts (MW) cada, totalizando 3.150 MW. Ser a segunda maior hidreltrica de turbinas bulbo do mundo. A usina, juntamente com a de Jirau, tambm em construo no mesmo rio, considerada fundamental para o suprimento de energia eltrica no Brasil a partir de meados de 2013 e est entre as obras mais importantes do Governo Federal.

    Taxa de Fiscalizao de Servios de Energia Eltrica (TFSEE)

    Taxa de Fiscalizao de Servios de Energia Eltrica foi criada, pela Lei n. 9.427, de 26/12/1996, e regulamentada pelo Decreto n. 2.410, de 28/11/1997, com a finalidade de constituir a receita da Aneel para cobertura das suas despesas administrativas e operacionais. A TFSEE equivale a 0,5% (cinco dcimos por cento) do valor econmico agregado pelo concessionrio, permissionrio ou autorizado, inclusive no caso de produo independente e autoproduo, na explorao de servios e instalaes de energia eltrica. Termeltricas - Instalao industrial usada para gerao de energia eltrica a partir da energia liberada em forma de calor, normalmente por meio da combusto de algum tipo de combustvel renovvel ou no renovvel.

    TUSD

    Tarifa do Uso de Sistema de Distribuio um encargo legal do setor eltrico brasileiro que incide sobre os consumidores conectados aos sistemas eltricos das concessionrias de distribuio.

  • TUST

    Tarifa de Uso do Sistema de Transmisso um encargo legal do setor eltrico brasileiro que incide sobre os consumidores conectados aos sistemas eltricos das concessionrias de transmisso.

    Usinas de biomassa

    A biomassa material orgnico de origem animal ou vegetal utilizado para produo de energia. Entre suas vantagens esto o baixo custo, a possibilidade de reaproveitamento de resduos e o fato de ser renovvel e menos poluente que as fontes de energia de origem fssil.