manual de soldagem

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  • Manual de Tecnologia de Fabricao e Soldagem

    Copyright 2002 Ncleo Tecnolgico de Soldagem & Qualidade So Paulo/SP

    NDICE GERAL

    MODULO I TECNOLOGIA DOS PROCESSOS DE SOLDAGEM E CORTE

    MODULO II TECNOLOGIA DOS MATERIAIS

    MODULO III TECNOLOGIA DE FABRICAO, MONTAGEM E QUALIDADE

    MODULO IV ESPECIALIDADES

  • Tecnologia dos Processos de Soldagem e Corte

    Modulo I

    Copyright 2002 Ncleo Tecnolgico de Soldagem & Qualidade So Paulo/SP

    MODULO I TECNOLOGIA DOS PROCESSOS DE SOLDAGEM E CORTE

    TECNOLOGIA DOS PROCESSOS DE SOLDAGEM

    1.0 SOLDAGEM ORBITAL PARA TUBOS EM AO INOXIDVEL SANITRIO

    2.0 PROCESSO DE SOLDAGEM ARAME TUBULAR

    3.0 PROCESSO DE SOLDAGEM MIG/MAG

    4.0 PROCESSO DE SOLDAGEM PLASMA

    5.0 PROCESSO DE SOLDAGEM ARCO SUBMERSO

    6.0 PROCESSO DE SOLDAGEM ELETRODO REVESTIDO

    7.0 PROCESSO DE SOLDAGEM DE PINOS ( STUD WELDING / SW )

    8.0 PROCESSO DE SOLDAGEM TIG 9.0 AUTOMAO EM SOLDAGEM

    10.0 PROCESSO DE SOLDAGEM ROBOTIZADA

    11.0 PROCESSO DE SOLDAGEM ROR RESISTNCIA

    12.0 PROCESSO DE SOLDAGEM OXI-COMBUSTVEL

    13.0 PROCESSO DE SOLDAGEM POR BRASAGEM

  • Tecnologia dos Processos de Soldagem e Corte

    Modulo I

    Copyright 2002 Ncleo Tecnolgico de Soldagem & Qualidade So Paulo/SP

    14.0 TCNICAS DE APLICAO DE REVESTIMENTO DURO POR SOLDAGEM 15.0 PROCESSO DE SOLDAGEM MIG/MAG POR TRANSFERNCIA SPRAY PULSADO 16.0 SOLDAGEM AUTOMTICA ORBITAL 17.0 TCNICAS DE FABRICAO PARA OBTENO DE UMA SOLDAGEM TIG ORBITAL SATISFATRIA

    TECNOLOGIA DOS PROCESSOS DE CORTE

    18.0 CORTE POR ELETRODO DE GRAFITE

    19.0 PROCESSOS DE CORTE MECNICOS

    20.0 JUNTAS

    21.0 PROCESSO DE CORTE LASER

    22.0 PROCESSO DE CORTE OXIGNIO

    23.0 PROCESSO DE CORTE PLASMA

    24.0 PROCESSO DE CORTE POR JATO DE GUA

  • Tecnologia dos Materiais

    Modulo II

    Copyright 2002 Ncleo Tecnolgico de Soldagem & Qualidade So Paulo/SP

    MODULO II TECNOLOGIA DOS MATERIAIS

    1.0 TRATAMENTO TRMICO ALVIO DE TENSES

    2.0 SOLDAGEM DE REVESTIMENTOS

    3.0 TIPOS E SOLDAGEM DE PLSTICOS

    4.0 SOLDAGEM NA INDSTRIA ELETRNICA - SMT 5.0 INFLUNCIAS NO FORMATO DA POA DE FUSO 6.0 TABELAS DOS AOS INOXIDVEIS 7.0 TRATAMENTOS TRMOQUIMICOS/

  • Tecnologia de Fabricao, Montagem e Qualidade

    Modulo III

    Copyright 2002 Ncleo Tecnolgico de Soldagem & Qualidade So Paulo/SP

    MODULO III TECNOLOGIA DE FABRICAO, MONTAGEM E QUALIDADE

    1.0 FLANGES 2.0 PREPARAO DE SUPERFCIES E PINTURA

    3.0 TIPOS DE CHANFRO PARA JUNTAS SOLDADAS

    4.0 TUBOS PARA VASOS DE PRESSO E TROCADORES DE CALOR

    5.0 FOLHA DE CRONOMETRAGEM

    6.0 ESTUDO DOS TEMPOS E MTODOS

    7.0 PLANEJAMENTO PROCESSO DE PRODUO

    8.0 ENSAIOS POR LQUIDOS PENETRANTES 9.0 INSPEO VISUAL EM SOLDAGEM

    10.0 ENSAIO POR PARTCULAS MAGNTICAS

    11.0 ENSAIO RADIOGRFICO

    12.0 ENSAIO POR ULTRA-SOM

    13.0 SISTEMATICA DE UTILIZAO DE DOCUMENTAO TCNICA NA

    INDUSTRIA DA SOLDAGEM

  • Tecnologia de Fabricao, Montagem e Qualidade

    Modulo III

    Copyright 2002 Ncleo Tecnolgico de Soldagem & Qualidade So Paulo/SP

    FORMULARIOS

    14.0 ACOMPANHAMENTO DE FABRICAO

    15.0 ACOMPANHAMENTO DE PROCEDIMENTO DE BRASAGEM 16.0 CERTIFICADO DE ENSAIO DE ULTRA SOM EM CHAPA PLANA 17.0 CERTIFICADO / REGISTRO DE QUALIFICAO DE SOLDADOR OU OPERADOR DE BRASAGEM 18.0 CERTIFICADO / REGISTRO DE QUALIFICAO DE SOLDADOR OU OPERADOR DE SOLDAGEM 19.0 REGISTRO DE QUALIFICAO DE SOLDADORES 20.0 ESPECIFICAO DO PROCEDIMENTO DE BRASAGEM 21.0 ESPECIFICAO DO PROCEDIMENTO DE SOLDAGEM 22.0 INSTRUO DE FABRICAO 23.0 INSTRUES DE PROCESSOS 24.0 MONITORAMENTO DE SOLDADOR 25.0 MONITORAMENTO DE SOLDAGEM 26.0 EQUIPAMENTOS PARA PINTURA

  • Tecnologia de Fabricao, Montagem e Qualidade

    Modulo III

    Copyright 2002 Ncleo Tecnolgico de Soldagem & Qualidade So Paulo/SP

    27.0 QUALIFICAO DE PROCEDIMENTO DE SOLDAGEM 28.0 RELAO DA MATERIA PRIMA UTILIZADA 29.0 RELAO DE SOLDADORES / OPERADORES DE SOLDAGEM 30.0 RELATRIO DE ENSAIO NO DESTRUTIVO 31.0 RELATRIO DE ENSAIO VISUAL DIMENSIONAL 32.0 RELATRIO DE INSPEO VISUAL E DIMENSIONAL DE SOLDA 33.0 RELATRIO DE LIQUIDO PENETRANTE 34.0 RELATRIO DE TESTE HIDROSTTICO 35.0 RELATRIO DE TRATAMENTO TRMICO

    TEXTOS

    36.0 DESEMPENO A CHAMA 37.0 RECIPIENTES TRANSPORTVEIS DE GLP 38.0 MONTAGEM EM CAMPO DE UM VASO DE PRESSO DO TIPO ESFERA

  • Especialidades

    Modulo IV

    Copyright 2002 Ncleo Tecnolgico de Soldagem & Qualidade So Paulo/SP

    MODULO IV ESPECIALIDADES

    1.0 INSTRUES PARA ELABORAO DE TRABALHOS TCNICOS

    2.0 PLANO DE ENSINO ANO 2000

    3.0 TEXTO TCNICO PARA MATRIA DE TECNOLOGIA DE FABRICAO

    4.0 APOSTILA DE PROCESSOS USUAIS DE SOLDAGEM II

    5.0 MANUAL DO PEQUENO EMPREENDEDOR PARA REA DE SOLDAGEM 6.0 CORROSO INTERGRANULAR EM JUNTAS SOLDADAS DE AO

    INOXIDAVEL 7.0 ENERGIA ELTRICA E FONTES ALTERNATIVAS

  • SOLDAGEM ORBITAL PARA TUBOS EM AO INOXIDVEL

    SANITRIO

    Modulo I 1

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    1.0 SOLDAGEM ORBITAL PARA TUBOS EM AO INOXIDVEL SANITRIO 1.1 INTRODUO 1.2 EQUIPAMENTO 1.3 TUBULAO SANITRIA - PADRO O D 1.4 TUBOS PADRO OD ( OUTSIDE DIAMETER ) 1.5 CONCEITOS DE SANITARIEDADE 1.6 ACABAMENTO SUPERFICIAL ELETROPOLIMENTO 1.7 BIBLIOGRAFIA 1.8 AUTORES

  • SOLDAGEM ORBITAL PARA TUBOS EM AO INOXIDVEL

    SANITRIO

    Modulo I 1

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    1.0 Soldagem Orbital para Tubos em Ao Inoxidvel Sanitrio 1.1 Introduo

    A soldagem orbital um processo especial de soldagem utilizado para unir preferencialmente por fuso apenas (soldagem autgena) tubos e conectores de parede fina, em geral de ligas inoxidveis, ferrosas ou no. Este processo usado principalmente para tubos O.D. de dimetros no maiores que 12.00" inclusive e aplicaes onde a elevada pureza dos fluidos processados item de extrema importncia.

    A foto acima mostra a soldagem orbital de um tubo sanitrio de ao inoxidvel AISI 316L em uma planta farmacutica.

    Diferentes segmentos industriais usam diferentes gamas de tubulaes (incluindo-

    se os tubos de parede muito fina), e os equipamentos de solda orbital disponveis no mercado com a moderna tecnologia de soldagem presente nos dias de hoje podem comportar a todas elas. A indstria de semicondutores, por exemplo, usa tubos a desde 1/8" O.D. de 316L, at 6". As indstrias bio-farmacutica, de alimentos, de laticnios, bebidas e aeroespacial usam bitolas especficas que muito se diferenciam entre si, e

    A soldagem orbital de tubos consistebasicamente de uma variao doprocesso de soldagem TIG, onde umatocha com eletrodo no consumvel deTungstnio mantm o arco eltricoconstante ao mesmo tempo que injeta ogs inerte de proteo na poa de fuso.Consiste portanto, de uma "cabea"giratria que contm a tocha TIG, a qual fixada ao redor da junta (tubo) a sersoldada. Entre a "cabea" e o prprio tuboforma-se uma cmara para o gs inertede proteo e para o arco eltrico, a qualgira ou "orbita" ao redor da solda.

  • SOLDAGEM ORBITAL PARA TUBOS EM AO INOXIDVEL

    SANITRIO

    Modulo I 1

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    ainda assim podem ser soldadas pela tecnologia da solda orbital presente nos dias de hoje.

    A figura acima mostra o detalhe do cabeote de Soldagem Orbital executando a soldagem num tubo. Nota-se o arco eltrico.

    Com a expanso da indstria bio-farmacutica nos Estados Unidos, o FDA (U.S.A. Food & Drug Administration) determinou o incremento de certos padres de qualidade para a aprovao final de processos de produo para os produtos denominados teraputicos, no que diz respeito a quesitos de pureza e garantia da no-contaminao daqueles produtos. Basicamente estas novas exigncias recaem sobre os processos de construo das tubulaes sanitrias e, claro que a soldagem dos mesmos artigo de mxima importncia.

    Finalmente, enquanto o aoinoxidvel da srie 300 omaterial mais comum para afabricao dos tubossanitrios que sero soldadospor solda orbital e depoispolidos por processo especial,outros tubos de ligasaltamente nobres e at oTitnio podem ser fcil eeficientemente soldados peloprocesso da soldagem orbital.

  • SOLDAGEM ORBITAL PARA TUBOS EM AO INOXIDVEL

    SANITRIO

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    A figura acima mostra a preparao que antecede a soldagem orbital de tubulao OD de ao inox sanitrio de uma indstria farmacutica.

    1.2 Equipamento Como dito acima, as mquinas de soldagem orbital se assemelham com um equipamento comum de soldagem TIG, uma vez que tambm possuem um eletrodo de Tungstnio no consumvel e gs de proteo inerte. O equipamento de soldagem orbital composto de uma fonte de energia eltrica, cabeote especfico para soldagem orbital e gs de proteo. Para os casos de soldagem no autgena, necessita-se tambm de um alimentador automtico de arame consumvel. O gs inerte usado geralmente o Argnio, embora misturas com Hlio e Nitrognio tambm sejam usadas em aplicaes especficas. 1.2.1 Fontes de Energia As fontes de energia para soldagem orbital normalmente controlam os seguintes parmetros de soldagem: Corrente de soldagem, corrente de pico e corrente de base, velocidade de deslocamento do cabeote, temporizadores de ajuste especfico, tempo de pulso, tempo de sobreposio, corrente e rampa de incio e final de cordo. Estas fontes geralmente tm capacidade de fornecer correntes eltricas da ordem de 100 a 150 amperes em corrente contnua. A polaridade ser sempre direta, como no processo TIG, pois no desejada a fuso do eletrodo de Tungstnio, o que ocorreria em maior razo com polaridade inversa. 1.2.2 Cabeote de Soldagem Os cabeotes especficos utilizados para a soldagem orbital possuem os mais variados tamanhos, em funo do dimetro de tubulao a ser soldado. Por exemplo, para tubos de 38 mm (1 ) de dimetro externo ou para 6 mm, 9 mm, 12 mm, 19 mm e 25 mm. Dimetros maiores que estes esto disponveis nas linhas standard de produtos

    O uso das novas tecnologias desoldagem orbital tm sido a chavepara a melhora dos sistemas dequalidade em virtude do excelentenvel de acabamento interno docordo aliada a elevadarepetibilidade que estes processospropiciam. Estas propriedadesgarantidas pela soldagem orbitalso essenciais para garantir-se alimpeza e esterilizao dossistemas crticos de tubulaesfarmacuticas.

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    dos principais fabricantes deste tipos de equipamentos e cabeotes de dimetros especiais podem ser construdos mediante consulta.

    Cabeote de soldagem orbital de ltima Gerao. Fabricao AMI - USA

    1.3 TUBULAO SANITRIA - PADRO O D. 1.3.1 Introduo Os tubos inoxidveis sanitrios padro OD ( outside diameter ), so largamente utilizados em industrias farmacuticas, qumicas, alimentcias, etc., onde se requer um maior controle e qualidade dos produtos que iro passar por dentro destes tubos. Este tipo de tubo seguem as normas ASTM A249, A269 e A270, sendo esta ltima a mais utilizada para a fabricao e confeco dos tubos, pois possui os pr requisitos das normas A-312/450 que indicam que so utilizados para produtos corrosivos e para altas temperaturas Normalmente, os tubos padro OD so fabricados em ao inoxidvel austenitico, sendo a srie 300 a indicada para esta finalidade. Encontramos estes tubos na srie 304, 316 e 316 L. Dependendo da utilizao destes tubos, os mesmos podem vir polidos interna e externamente ou em apenas um dos casos. 1.3.2 Tipos de Polimento : Com relao ao tipo de polimento indicado para estes tubos, os mais indicados so o eletropolimento e o polimento atravs de lixas, podendo ser encontrados comercialmente com acabamento gro/grana variando de 60 a at 400.

    Para a execuo da soldagem autgena, faz-se usode cabeotes especficos, para tubos desde 6 mm at150 mm de dimetro e para espessuras de parede at4 mm. No interior destes cabeotes forma-se umabolsa de gs inerte que envolve toda a junta durante asoldagem. Os cabeotes de soldagem orbitalpossuem presilhas em ambos os seus lados para fixaros tubos durante o processo de soldagem.

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    1.3.3 Procedimentos de Soldagem : No procedimento de soldagem, antigamente para a unio destes tubos, o processo mais indicado era o TIG. Muitas vezes para um bom acabamento interno e externo era necessrio que o soldador tivesse bastante experincia, para se evitar que internamente a soldagem pudesse apresentar pontos de contaminao e posteriormente a condenao desta tubulao. Hoje em dia, o processo de soldagem amplamente utilizado para este tipo de caso a soldagem orbital, pois a mesma alm de um bom acabamento superficial, adotando-se os procedimentos e regulagens do equipamento j previamente calculados, evita-se que internamente forme-se os pontos de contaminao que tantos problemas causam para os produtos que iro passar por dentro destes tubos. 1.4 Tubos padro OD ( Outside Diameter ) Os tubos padro OD so largamente utilizados em indstrias farmacuticas, qumicas, alimentcias etc., onde se requer : - Boa sanitariedade, evitando-se contaminao interna - Bom acabamento interno e externo 1.4.1 Normas utilizadas : Os tubos OD so confeccionados seguindo-se os padres da norma ASTM A270 e a seguir mostraremos uma tabela comparativa com os dimetros e espessuras das paredes internas dos tubos, composio qumica e testes mecnicos empregados. Composio qumica dos tubos segundo norma ASTM A270 1.5 Conceitos de sanitariedade A disponibilidade de componentes e equipamentos industriais para uso em sistemas com exigncias de alta sanitariedade dependem de dois fatores: a construo com concepo sanitria e ao mesmo tempo a superfcie com acabamento sanitrio. A construo com concepo sanitria envolve equipamentos que em uma primeira etapa possam ser desmontados com facilidade e permitam uma limpeza rpida e ainda no possua em sua geometria regies que possam reter produtos em macro escala, pois nesses casos torna-se necessrio realizar limpezas peridicas com maior freqncia, o que causa perdas de produo, com elevao dos custos de produo. Quando se especifica uma tubulao com o padro sanitrio, tal superfcie no deve, se possvel, transferir quaisquer substncias para o meio ( produto ) e por outro lado nenhuma partcula ou produto ( do meio ) deve aderir a estas superfcies, nem reagir com substncias dos arredores. A primeira propriedade chamada de pureza interna e a segunda propriedade de pureza externa. A pureza interna da superfcie determinada principalmente pela resistncia a corroso, pela propriedade de emisso de partculas e pela difuso do material. A pureza externa da superfcie determinada pela condio da estrutura de superfcie, neste caso o uso do eletropolimento o mais indicado.

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    1.5.1 Composio qumica dos aos inoxidveis mais utilizados para tubos OD. Tabela 1 Composio qumica dos aos inoxidveis Elemento Qumico AISI 304 AISI 304 L AISI 316 L AISI 316 BPE Carbono 0.080 0.035 0.035 0.035 Magnsio 2.000 2.000 2.000 2.000 Fsforo 0.040 0.040 0.040 0.040 Silcio 0.750 0.750 0.750 0.750 Nquel 8.0-11.0 8.0-13.0 10.0-15.0 10.0-15.0 Cromo 18.0-20.0 18.0-20.0 16.0-18.0 16.0-18.0 Molibdnio N/A N/A 2.0-3.0 2.0-3.0 Titnio N/A N/A N/A N/A Enxofre 0.030 0.030 0.030 0.05-0.17 1.5.2 Tolerncia dos tubos de ao inoxidveis padro OD segundo a norma ASTM A270 Tabela 2 Tolerncias para tubos inoxidveis padro OD em virtude do dimetro segundo norma ASTM A270. Dimetro do tubo Tolerncia ASTM- A270

    1 + 0,002 / - 0,008 1 + 0,002 / - 0,008 2 + 0,002 / - 0,006

    2 + 0,002 / - 0,008 3 + 0,003/ / - 0,008 4 + 0,003 / - 0,008

    1.5.3 Peso por m dos tubos padro OD em virtude do dimetro X espessura. Tabela 3 Peso dos tubos em razo do dimetro e espessura adotados

    Peso por m dos tubos padro OD em virtude do dimetro X espessura externo 0,5 1,0 1,2 1,5 1,6 2,0 2,3 2,5 2,6 3,0 3,2 3,6 4,0 5,0 6,0 6 0,069 0,125 ---- ----- ------ ------ ----- ------ ------ ------ ------ ----- ----- ------ -------- 8 0.069 0.125 10 0,119 0,225 0,264 0,319 12 0,144 0,275 0,325 0,394 0,417 13 0,157 0,300 0,355 0,432 0,457 14 0,169 0,326 0,385 0,470 0,497 15 0,182 0,351 0,415 0,507 0,537 16 0,194 0,376 0,445 0,545 0,577 17 0,401 0,475 0,582 0,617 0,751 17,2 0,406 0,481 0,590 0,625 0,761 0,858 18 0,426 0,505 0,620 0,657 0,801 19 0,451 0,535 0,657 0,697 0,851 19,05 0,452 0,536 0,659 0,699 0,854 20 0,476 0,565 0,695 0,737 0,901 21,3 0,508 0,604 0,744 0,789 0,967 1,094 1,177 1,217 22 0,526 0,625 0,770 0,817 1,002 23 0,551 0,655 0,808 0,857 1,052 24 0,576 0,685 0,845 0,897 1,102 25 0,601 0,715 0,883 0,937 1,152 1,307 1,409 1,458

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    8

    25,4 0,611 0,727 0,898 0,954 1,172 1,330 1,434 1,484 26,9 0,649 0,772 0,954 1,014 1,247 1,417 1,527 1,582 1,795 28 0,676 0,805 0,995 1,058 1,302 1,480 1,596 29 0,701 0,835 1,033 1,098 1,352 30 0,726 0,865 1,070 1,138 1,402 1,595 1,722 1,784 2,028 31,8 0,771 0,919 1,138 1,210 1,492 1,699 1,834 1,901 2,162 32 0,776 0,925 1,146 1,218 1,502 1,710 1,847 1,914 2,178 33 0,801 0,956 1,183 1,258 1,552 1,768 1,909 1,979 2,254 2,388 33,7 0,819 0,977 1,209 1,286 1,588 1,808 1,953 2,025 2,306 2,444 34 0,826 0,986 1,221 1,298 1,603 1,826 1,972 2,044 2,329 35 0,851 1,016 1,258 1,338 1,653 1,883 2,035 2,109 2,404 38 0,926 1,106 1,371 1,458 1,803 2,056 2,222 2,305 2,629 2,788 40 0,977 1,166 1,466 1,538 1,903 2,171 2,348 2,435 2,779 2,949 41 1,002 1,196 1,484 1,579 1,953 2,229 2,410 42 1,027 1,226 1,521 1,619 2,003 2,286 2,473 2,565 2,930 3,109 42,4 1,037 1,238 1,536 1,635 2,023 2,309 2,498 2,591 2,960 3,141 43 1,052 1,256 1,559 1,659 2,053 2,344 2,535 2,630 3,005 3,189 44,5 1,089 1,301 1,615 1,719 2,128 2,430 2,629 2,728 3,117 3,309 45 1,102 1,316 1,634 1,739 2,153 2,459 2,661 2,760 3,155 3,349 48,3 1,184 1,415 1,758 1,871 2,319 2,649 2,867 2,975 3,403 3,614 4,029 50 1,227 1,466 1,822 1,939 2,404 2,747 2,974 3,086 3,531 50,8 1,247 1,490 1,852 1,971 2,444 2,793 3,024 3,138 3,591 51 1,252 1,496 1,859 1,979 2,454 2,805 3,036 3,151 3,606 52 1,277 1,526 1,897 2,019 2,504 2,862 3,099 3,216 3,681 53 1,302 1,556 1,934 2,059 2,554 2,920 3,161 3,281 3,756 54 1,327 1,587 1,972 2,099 2,604 2,978 3,224 3,346 3,831 57 1,402 1,677 2,085 2,220 2,754 3,150 3,412 3,542 4,056 4,311 4,814 5,308 60,3 1,485 1,775 2,209 2,352 2,920 3,340 3,618 3,757 4,304 4,575 5,111 5,630 63,5 1,872 2,329 2,480 3,080 3,525 3,819 3,965 4,545 64 1,887 2,348 2,500 3,105 3,553 3,850 3,997 4,582 68 2,007 2,498 2,660 3,305 3,784 4,100 4,258 4,883 69 2,037 2,535 2,700 3,355 3,841 4,163 4,323 4,958 70 2,067 2,573 2,740 3,405 3,899 4,226 4,388 5,033 73 2,157 2,686 2,861 3,556 4,072 4,413 4,583 5,258 5,593 6,256 76,1 2,251 2,802 2,985 3,711 4,250 4,607 4,785 5,491 5,841 6,535 7,222 80 2,368 2,948 3,141 3,906 4,475 4,852 5,039 5,784 82 2,428 3,024 3,221 4,006 4,590 4,977 5,169 5,934 83 2,458 3,061 3,261 4,056 4,648 5,039 5,234 6,010 84 2,488 3,099 3,301 4,107 4,705 5,102 5,299 6,085 85 2,518 3,136 3,341 4,157 4,763 5,165 5,365 6,160 88,9 2,635 3,283 3,498 4,352 4,987 5,409 5,618 6,453 6,867 7,689 8,504 101,6 3,760 4,006 4,988 5,719 6,204 6,445 7,407 7,885 8,834 9,776 102 2,529 3,029 3,775 4,022 5,008 5,742 6,229 6,471 7,437 7,917 8,870 9,816 103 3,812 4,062 5,058 5,800 6,291 6,536 7,512 7,997 8,960 9,916 104 3,850 4,103 5,108 5,857 6,354 6,602 7,587 8,077 9,050 10,016 105 3,887 4,143 5,158 5,915 6,417 6,667 7,662 8,157 9,141 10,116 106 3,925 4,183 5,208 5,972 6,479 6,732 7,737 8,237 9,231 10,216 108 4,000 4,263 5,308 6,087 6,604 6,862 7,888 8,397 9,411 10,417 114,3 4,237 4,515 5,624 6,450 6,999 7,272 8,361 8,902 9,979 11,048 127 3,155 3,780 4,714 5,024 6,260 7,182 7,794 8,099 9,315 9,920 11,124 12,320 15,274 128 4,751 5,064 6,310 7,239 7,856 8,164 9,390 10,000 11,214 12,420 15,400 18,329 129 4,789 5,104 6,360 7,297 7,919 8,229 9,465 10,080 11,304 12,520 15,525 18,480 139,7 5,191 5,533 6,896 7,913 8,589 8,926 10,269 10,937 12,269 13,592 16,864 20,087 152 3,781 4,531 5,653 6,026 7,512 8,622 9,359 9,727 11,193 11,923 13,377 14,824 18,404 21,935 153 5,690 6,066 7,562 8,679 9,421 9,792 11,268 12,003 13,468 14,924 18,530 22,085 154 5,728 6,106 7,612 8,737 9,484 9,857 11,343 12,083 13,558 15,024 18,655 22,236 156 5,803 6,186 7,712 8,852 9,609 9,987 11,493 12,244 13,738 15,244 18,905 22,536 159 5,916 6,306 7,863 9,025 9,797 10,182 11,719 12,484 14,008 15,525 19,281 22,987 168,3 6,265 6,679 8,382 9,560 10,379 10,788 12,417 13,229 14,847 16,456 20,445 24,384 177 4,407 5,282 6,592 7,027 8,764 10,061 10,924 11,354 13,071 13,926 15,631 17,328 21,534 25,691 178 6,629 7,067 8,814 10,119 10,986 11,419 13,146 14,006 15,721 17,428 21,660 25,841 202 5,033 6,034 7,531 8,029 10,016 11,501 12,489 12,982 14,949 15,929 17,885 19,832 24,664 29,447 203 7,568 8,069 10,066 11,559 12,551 13,047 15,024 16,010 17,975 19,932 24,790 29,597 204 7,606 8,109 10,116 11,616 12,614 13,112 15,099 16,090 18,065 20,032 24,915 29,748 205 7,643 8,149 10,116 11,674 12,677 13,177 15,174 16,170 18,155 20,132 25,040 29,898 206 7,681 8,189 10,216 11,731 12,739 13,242 15,249 16,250 18,245 20,232 25,165 30,048 219,1 8,173 8,714 10,872 12,486 13,559 14,095 16,233 17,300 19,426 21,544 26,805 32,016 252 6,285 7,536 9,409 10,032 12,520 14,381 15,619 16,237 18,705 19,936 22,392 24,840 30,924 36,959 253 9,446 10,072 12,570 14,438 15,681 16,302 18,780 20,016 22,482 24,940 31,050 37,109 254 9,484 10,112 12,620 14,496 15,744 16,367 18,855 20,096 22,572 25,040 31,175 37,260 255 9,521 10,152 12,670 14,553 15,807 16,432 18,930 20,176 22,662 25,140 31,300 37,410 256 9,559 10,192 12,720 14,611 15,869 16,497 19,005 20,256 22,752 25,240 31,425 37,560 273 10,198 10,873 13,572 15,590 16,933 17,604 20,282 21,619 24,285 26,943 33,554 40,114 302 7,537 9,038 11,287 12,035 15,024 17,260 18,749 19,492 22,461 23,942 26,899 29,848 37,184 44,471 303 11,324 12,075 15,074 17,318 18,811 19,557 22,536 24,022 26,989 29,948 37,310 44,621 304 11,362 12,115 15,124 17,376 18,874 19,622 22,611 24,103 27,079 30,048 37,435 44,772 305 11,399 12,155 15,174 17,433 18,937 19,687 22,686 24,183 27,169 30,148 37,560 44,922 306 11,437 12,195 15,224 17,491 18,999 19,753 22,761 24,263 27,260 30,248 37,685 45,072 323,9 16,121 18,522 20,120 20,918 24,106 25,697 28,873 32,041 39,926 47,761 353 13,202 14,078 17,578 20,198 21,941 22,812 26,292 28,029 31,496 34,956 43,570 52,133 354 17,628 20,255 22,004 22,878 26,367 28,109 31,586 35,056 43,695 52,284

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    355,6 17,708 20,347 22,104 22,982 26,487 28,237 31,731 35,216 43,895 52,524 406,4 20,252 23,273 25,284 26,289 30,303 32,308 36,310 40,304 50,255 60,156 Fonte : Ilta Inox Itlia Clculo para obteno do peso em Kg/m para tubos inoxidveis P = ( D. p ).p.C , onde : P = peso do tubo D = dimetro externo p = parede do tubo C = 0,0251328 onde C = x peso especfico do tubo = 3,141593 Peso especfico = 8,00 g / cm ( densidade do ao inoxidvel ) 1.6 ACABAMENTO SUPERFICIAL ELETROPOLIMENTO Introduo O tratamento superficial mecnico o mtodo mais comumente utilizado para materiais em ao inoxidvel. A operao de lixamento manual ou mecnico utilizada neste processo, consiste no trabalho efetuado com abrasivos especficos para este fim, como disco, cintas de lixa, etc.variando desde granas prximas a 36 at prximas de 400 que produzem na superfcie uma textura rugosa composta de picos e vales, geralmente realizado para uniformizar a superfcie, suavizar costuras de solda ou eliminar o prprio cordo e alcanar tolerncias dimensionais. Geralmente indicado pelo prprio usurio a especificao da grana, geralmente variando do n. 80 ao n240, que indica o nmero de riscos por polegada linear. Em alguns casos pode-se aps o tratamento superficial ser seguido por polimento mecnico, que consiste no trabalho realizado com pastas ou massas abrasiva, - Como a operao de lixamento de uma superfcie onerosa, ela no repetida

    tantas vezes quanto necessrias para alcanar o perfil superficial indicado. Neste caso. o perfil conseguido com o polimento mecnico, gerando neste caso micro bolsas de polimento mecnico, onde as mesmas tendem a armazenar impurezas, incluindo neste caso lubrificantes de polimento tais como leo, grafite, etc., e partculas de materiais abrasivos, podendo neste caso possibilitar contaminao quando estes equipamentos estiverem em servio ( figura 2 ).

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    Figura 2 Micro Bolsas de Polimento Mecnico Fonte : HUMMA Indstria e Comrcio Ltda Em geral, o eletropolimento realizado com tenses na faixa de 4 a 12 volts. A densidade de corrente varia de 50 a 100 A/dm, dependendo dos parmetros utilizados. Normalmente a eletrlise realizada em corrente continua, sendo neste caso a perda de material na faixa de 0,02 a 0,04 mm para superfcies no preparadas. Na tabela 4, so mostradas os valores de perdas de material para diversos tempos de processamento. Tabela 4 Remoo de material em funo do tempo de operao na aplicao

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    Remoo de material em funo do tempo de operao

    020406080

    100120

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Tempo de polimento ( minutos )

    Rem

    oo

    de

    mat

    eria

    l

    Na grfico acima, o tempo de polimento medido em minutos e a remoo de material em m. Quadro comparativo relacionando as classes de acabamento com os valores de rugosidade em Ra e RMS.

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    Tabela 5 Quadro comparativo de classes de acabamento Classe de acabamento Desvio mdio aritmtico Desvio mdio quadrtico Ra = m RMS = 0.0003 0.012 0.0005 0.029 0.0008 0.037 0.0011 0.049 0.0013 0.061 0.0016 0.074 0.0019 0.086 0.0021 0.098 0.0025 0.11

    N1 0.003 0.12 0.005 0.25 0.008 0.37 0.011 0.49 0.013 0.61 0.016 0.74 0.019 0.86 0.0215 0.98 0.024 1.11 0.027 1.23

    N2 0.0405 1.84 0.054 2.46

    N3 0.080 3.69 0.107 4.93 0.133 6.15

    N4 0.160 7.38 0.187 8.62 0.214 9.85 0.240 11.1

    N5 0.267 12.3 0.320 14.80 0.400 18.50 0.480 22.1

    N6 0.534 24.6 0.640 29.5 Fonte : HUMMA Indstria e Comrcio Ltda. Classes de acabamento N1 = Polimento interno N2 = Polimento externo N3 = Polimento Interno e Externo N4 = Polimento mecnico N5 =Polimento mecnico e eletropolido N6 = Sem polimento Valores de rugosidade Ra = Roughness Average - Rugosidade Mdia medida em micro metros RMS = Root Mean Square Mdia de riscos por polegada quadrada, medida em micro polegadas.

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    1.7 Bibliografia Itens 1.1 e 1.2 Stio da rede mundial de computadores da empresa AMI Arc Machines, Inc. CA USA. Endereo: http://www.arcmachines.com. Seminrio Soldagem Tig Orbital desenvolvido pelo Professor L. Gimenes Professor Associado da FATEC-SP & Professor R. Joaquim da Empresa Eutectic do Brasil. Setembro de 2000. Itens 1.3, 1.4, 1.5, e 1.6 HUMMA Indstria e Comrcio Ltda, Catlogo tcnico de Produtos para Eletropolimento, So Paulo, p. 10 24, nov. 1996. Robert James Sales Inc., Sanitary Fittings & Valves, Bffalo - New York, p.11 13, Fev. 1999. LKM REGINOX, Conexes e Vlvulas em Ao Inoxidvel, So Paulo, p. 3 4, jun.1998 CARBINOX, Tubos de Ao Inoxidvel, So Paulo, p.4 6, out. 1999 1.8 Autores Itens 1.1 e 1.2 Prof Luiz Gimenes Jr. Prof Roberto Joaquim Itens 1.3, 1.4, 1.5, e 1.6 Antonio Carlos Cordeiro Gentil Ferreira Frank Moraes

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    2.0 PROCESSO DE SOLDAGEM ARAME TUBULAR 2.1 PROCESSO DE SOLDAGEM POR FIOS FLUXADOS (ENTENDA-SE ARAME TUBULAR) 2.2 INTRODUO 2.3 DEFINIO 2.4 COMPARAO COM OUTROS PROCESSOS 2.5 CARACTERSTICAS DE FUSO 2.6 TRANSFERNCIA DO METAL DE SOLDA 2.7 CARACTERSTICAS E CLASSIFICAO DOS FIOS FLUXADOS 2.8 GASES DE PROTEO 2.9 VARIVEIS DO PROCESSO 2.10 EQUIPAMENTOS 2.11 TCNICAS DE SOLDAGEM 2.12 AUTOR

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    2.0 Processo de Soldagem Arame Tubular

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    2.1 PROCESSO DE SOLDAGEM POR FIOS FLUXADOS (Entenda-se Arame Tubular)

    2.2 INTRODUO

    Data da dcada de 30 o incio da utilizao de proteo gasosa nas

    operaes de soldagem, para resolver problemas da contaminao atmosfrica nas

    soldas de materiais reativos (i.e. alumnio, titnio e ligas de magnsio), tendo dado

    origem ao processo TIG (Tungsten Inert Gas). Utilizando o mesmo princpio de

    funcionamento do TIG, ou seja um arco eltrico estabelecido entre um eletrodo e a

    pea, envolto por uma atmosfera protetora de gs inerte, surge em 1948 o processo

    MIG, o qual difere do anterior por utilizar um eletrodo consumvel de alimentao

    contnua. Inicialmente utilizado para ligas altamente reativas, pois a utilizao de

    gases inertes tornava seu custo elevado para utilizao em aos carbono e baixa

    liga. Quando da introduo do CO2 como gs de proteo revelou-se um processo

    bem aceito para soldagem de ao carbono e baixa liga, uma vez que barateou o

    custo do processo.

    No incio apenas arame slido era utilizado e por volta dos anos 50 foi

    introduzido o uso de fio fluxado com proteo gasosa. Na dcada de 60 o fio

    autoprotegido foi introduzido por pesquisadores e engenheiros da Lincoln Eletric

    [Miskoe 1983].

    A utilizao de fio fluxado deu uma alta qualidade ao metal de solda

    depositado, excelente aparncia ao cordo de solda, boas caractersticas de arco,

    alm de diminuir o nmero de respingos e possibilidade de solda em todas as

    posies, tendo ganho popularidade para soldagem de aos carbono e baixa liga,

    em chapas de espessura grossa e fina. Muitas vezes sendo utilizado em fortes

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    espessuras onde a geometria de junta e posio de soldagem no permitia a

    aplicao de outros processos de alto rendimento tal como arco submerso ou

    eletroescria.

    O processo de soldagem por fios fluxados tem duas variantes, podendo ser

    protegido por gs inerte, por gs ativo ou mistura destes ("dualshield") ou autoprotegido, sem a utilizao de gases de proteo ("innershield"). Atualmente a utilizao de fios fluxados autoprotegidos tem tido grande interesse em

    consequncia da sua versatilidade e possibilidade de aplicao em ambientes

    sujeitos a intempries como, na fabricao de plataformas de prospeco de

    petrleo, estaleiros navais, locais de difcil acesso e condies de trabalho, onde at

    ento era absoluto o domnio do processo de soldagem por eletrodos revestidos,

    assim como vem aumentando sua utilizao em estaes de trabalho automatizadas

    e ou robotizadas.

    2.3 DEFINIO

    O processo de soldagem por fios fluxados definido como sendo um

    processo de soldagem por fuso, onde o calor necessrio a ligao das partes

    fornecido por um arco eltrico estabelecido entre a pea e um fio alimentado

    continuamente. um processo semelhante ao processo MIG/MAG, diferindo deste

    pelo fato de possuir um fio no formato tubular, que possui no seu interior um fluxo

    composto por materiais inorgnicos e metlicos que possuem vrias funes, entre

    as quais a melhoria das caractersticas do arco eltrico, a transferncia do metal de

    solda , a proteo do banho de fuso e em alguns casos a adio de elementos de

    liga, alm de atuar como formador de escria. Este processo possui basicamente

    duas variantes:

    i) - Fios fluxados com proteo gasosa

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    ii) - Fios fluxados autoprotegidos

    2.3.1 FIOS FLUXADOS COM PROTEO GASOSA

    Na soldagem por fios fluxados com proteo gasosa a queima e vaporizao

    do revestimento proporciona a estabilizao do arco eltrico, bem como a melhoria

    das caractersticas do metal depositado. No entanto, sendo pouca a quantidade de

    revestimento, a sua queima no permite obter o volume necessrio de gases para

    proteo global do banho de fuso, sendo necessrio utilizar uma proteo adicional

    de gs. Este gs pode ser inerte (argnio, hlio), ativo (dixido de carbono) ou

    mesmo a mistura destes. A figura 2.1 mostra esquematicamente o processo de

    soldagem por fios fluxados com proteo gasosa.

    2.3.2 FIOS FLUXADOS AUTOPROTEGIDOS

    O fio fluxado autoprotegido possui no seu interior uma quantidade maior de

    fluxo, o que proporciona durante a sua queima uma produo de gases e fumos

    suficiente para atuar tanto nas caractersticas de fuso j mencionadas, quanto na

    proteo global da poa de fuso durante a soldagem. A figura 2.2 ilustra

    esquematicamente processo de soldagem por fios fluxados autoprotegidos.

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    Figura 2.1 - Processo de soldagem por fios fluxados com proteo gasosa

    [AWS, 1971].

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    2.4 COMPARAO COM OUTROS PROCESSOS

    Figura 2.2 - Processo de soldagem por fios fluxados autoprotegidos [AWS,

    1971].

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    Uma das maiores vantagens da utilizao do processo FCAW ("Flux Cored

    Arc Welding") so as altas taxas de deposio atingidas em comparao com as

    obtidas no processo MIG/MAG utilizando fio slido e particularmente com o processo

    de soldagem por eletrodos revestidos, para nveis idnticos de qualidade. As figuras

    2.3 e 2.4 mostram a comparao entre os diferentes processos de soldagem.

    Comparado ao arco manual,

    taxas de deposio muito mais

    elevadas so atingidas devido a

    capacidade de utilizao de

    altas intensidades de corrente.

    Tipicamente um acrscimo na

    taxa de deposio de 50% pode

    ser obtido com um fio T-1 tipo

    rutlico dimetro 2.4

    comparativamente a obtida com

    eletrodo revestido, rutlico de

    5mm de dimetro com p de

    ferro no revestimento [Jones,

    1982]. A taxa de deposio

    obtida com fios autoprotegidos

    varia de acordo com o tipo de

    fluxo. Outro fator a ter em considerao na anlise comparativa do processo em

    relao a produtividade, o fator de utilizao ou seja o "Duty Cycle" do processo,

    que devido a alimentao contnua evita as constantes paradas para troca de

    eletrodos, girando em torno dos 70% para soldagens semi-automticas, podendo

    atingir at 100% em estaes automatizadas.

    Figura 2.3 - Comparao entre os processos de

    soldagem por Fios fluxados e eletrodo revestidos

    [Jones, 1982].

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    Altas taxas de deposio

    podem tambm ser obtidas com

    a utilizao de arame slido

    quando utilizado o processo

    MIG/MAG (figura 2.5), porm o

    comportamento do fio slido sob

    altas densidades de corrente

    encontra-se normalmente

    associado a um certo nmero

    de problemas, incluindo o

    excesso de perdas por

    respingos, aumento da

    suscetibilidade do processo a

    porosidades alm de provocar a

    deteriorao da morfologia do

    cordo de solda.

    Figura 2.4 - Comparao entre o processo de

    soldagem por fios fluxados e eletrodo revestido

    [Jones, 1982]

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    Nestes aspectos a

    soldagem por fios fluxados,

    principalmente com a utilizao

    de proteo gasosa apresenta

    caractersticas operatrias

    superiores devido a presena do

    fluxo que torna os consumveis

    mais tolerantes as variaes

    inerentes as condies de

    operao, tais como a

    velocidade de alimentao do

    fio e a tenso do arco eltrico,

    minimizando seus efeitos

    qualidade da junta soldada.

    No entanto, os fios autoprotegidos operam com faixas de tolerncia menor para

    essas variveis, porm esta caracterstica no chega a ser necessariamente uma

    desvantagem, fato que corrigido com a utilizao de equipamentos de soldagem

    mais sofisticados onde garantido uma menor variao nos parmetros de

    soldagem inicialmente selecionados. Outra grande vantagem do fio autoprotegido

    reside na ausncia de gs auxiliar de proteo, que o torna mais apropriado para

    utilizao em ambientes externos onde a instalao e manuteno de condutos e

    cilindros gasosos seja dificultada (i.e. Estaleiros Navais, Montagens de campo,

    montagens em alto mar).

    Comparado a outros processos de elevada taxa de deposio tais como arco

    submerso, eletroescria e eletrogs os fios fluxados apresentam ainda uma grande

    vantagem, uma vez que no apresentam limitao quanto a posio de soldagem,

    Figura 2.5 - Grfico comparativo entre os processos

    MAG e Eletrodos revestidos [Jones, 1982]

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    espessura mnima a ser soldada apresentando ainda juntas soldadas com menores

    dimenses da zona termicamente afetada.

    2.5 CARACTERSTICAS DE FUSO

    A principal caracterstica de fuso dos fios fluxados reside no fato de

    suportarem elevadas densidades de corrente comparativamente a outros processos,

    mesmo em relao ao fio slido de igual dimetro e consequentemente apresentar

    altas taxas de fuso e portanto uma elevada taxa de deposio.

    O calor necessrio a fuso do fio originado basicamente por dois

    fenmenos, sendo um o efeito Joule que aparece quando da passagem da corrente

    de solda por uma extenso do fio e outro o calor gerado pelo arco eltrico [Medeiros

    1989].

    Pode ento concluir-se que as variveis que apresentam grande influncia

    na taxa de fuso do fio so a intensidade de corrente, a tenso e o extenso livre do

    fio (Stick out).

    Devido ao fato do fio ser composto por dois materiais diferentes sendo o

    invlucro metlico e o fluxo um agregado de materiais inorgnicos, este no

    apresenta uma taxa de fuso constante o que vem a alterar a forma de transferncia

    do metal de solda; Por vezes ocorre a fuso do fio preferencialmente ao fluxo

    inorgnico, dificultando sua utilizao em condies de transferncia controlada

    (MIG sinrgico).

    O processo FCAW caracteriza-se tambm por apresentar escria como

    subproduto. Tanto no "innershield" quanto no "dualshield" existe a formao de

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    escria a partir do fluxo fundido durante o processo, proporcionando proteo ao

    metal de solda depositado durante e aps solidificao at o resfriamento. A escria

    formada pode ser de fcil ou difcil remoo, cida ou bsica, consoante ao tipo de

    fluxo utilizado.

    Uma outra caracterstica a tomar em considerao a penetrao obtida com

    o processo por fios fluxados. Esta penetrao est associada ao tipo de fluxo,

    parmetros de soldagem, gs de proteo (se presente). Em geral, fios fluxados com

    proteo gasosa apresentam caractersticas de maior penetrao que os fios

    fluxados autoprotegidos.

    2.6 TRANSFERNCIA DO METAL DE SOLDA

    Um dos principais objetos de estudo na atualidade em relao aos processos

    utilizados para soldagem dos materiais visa as caractersticas de transferncia do

    metal de solda, principalmente em relao a processos semi-automticos, onde as

    variaes inerentes ao processo tais como o comprimento de arco eltrico e a

    velocidade de alimentao do fio (responsveis pela instabilidade do processo),

    influem na taxa de fuso e no modo de transferncia do metal.

    Com o surgimento os fios fluxados esta instabilidade do processo no foi

    totalmente eliminada. Contudo, a presena do fluxo atuando durante a soldagem

    tanto nas caractersticas do arco eltrico como no comportamento fsico do banho de

    fuso e metal depositado, veio corrigir alguns defeitos do processo MIG

    principalmente as colagens, as quais foram responsveis pela impopularidade deste

    processo para usos em construes de grande responsabilidade.

    A transferncia do metal por fios fluxados varia com o tipo de fio utilizado,

    proteo gasosa ou ausncia desta, polaridade de soldagem e intensidades

    envolvidas.

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    Ushio M. e outros [1984] verificaram os tipos de transferncia de fios fluxados

    com proteo adicional de CO2 e autoprotegidos sob condies de Corrente

    contnua polaridade direta (CCPD) e Corrente contnua polaridade inversa (CCPI).

    Notaram que para soldagem sob CCPI em condies ideais de intensidade de

    corrente a transferncia do metal d-se na forma de pulverizao axial onde as gotas

    so formadas a partir da ponta do arame com tamanhos e frequncia de

    destacamento uniformes, conforme esquematizado na figura 2.6.

    Entretanto para altas

    intensidades de corrente a taxa

    de fuso do fio maior que a

    taxa de fuso da escria,

    provocando a formao de

    gotas grandes nas partes

    laterais do fio, que caracterizam

    a transferncia globular onde a

    formao de gotas grossas no

    axiais comprometem a coluna de arco e a estabilidade do processo. A transferncia

    globular pode ser observada na figura 2.7.

    Figura 2.6 - Transferncia por pulverizao axial

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    Para altas intensidades foi notado tambm a existncia de pequenas exploses,

    atribudas a formao de gases, provenientes do fluxo fundido no interior da gota de

    metal durante a transferncia. Nas condies de CCPD a fuso da alma metlica

    muito mais rpida que a do fluxo, as gotas tornam-se grandes, formando-se ao lado

    da ponta do arame. A transferncia globular e bastante irregular. As gotas de fluxo

    fundido so produzidas dentro da coluna de arco e transferidas independentemente

    das gotas de metal sendo a reao entre a escria e o metal fundido pequena neste

    estgio.

    A transferncia do metal pode dar-se tambm na forma "spray" ou seja o metal

    transfere-se a poa de fuso sob forma de gotas de pequenos dimetros, conforme

    pode ser observado na figura 2.8. Esta transferncia ocorre apenas sob

    determinadas condies, quando atingida a intensidade crtica mnima, que

    funo do dimetro e tipo de fio.

    O tipo de gs de proteo, quando presente, pode diminuir ou aumentar esta

    intensidade crtica mnima. O dixido de carbono aumenta a intensidade crtica,

    enquanto que o argnio a diminui.

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    Quando utilizadas baixas intensidades de corrente podemos ter a transferncia

    do metal por curto circuito. Neste tipo de transferncia formada uma gota na ponta

    do arame, e o destacamento ocorre quando se fecha o circuito eltrico entre a poa

    de fuso e o fio atravs da gota formada na ponta do fio.

    Figura 2.7 - Transferncia globular

    Figura 2.8 - Transferncia "spray"

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    um tipo de transferncia bastante instvel e origina uma srie de defeitos tais

    como respingos excessivos, colagens, podendo tambm originar incluses de

    escria. A Figura 2.9 mostra o tipo de transferncia por curto circuito.

    2.7 CARACTERSTICAS E CLASSIFICAO DOS FIOS FLUXADOS

    2.7.1 SECO TRANSVERSAL E FLUXOS

    Os fios fluxados apresentam vrias configuraes de seco transversal,

    podendo ser simplesmente um tubo ou configuraes mais complexas. A figura 2.10

    mostra os tipos de configurao para seces transversais disponveis atualmente

    no mercado.

    O fluxo encontrado no interior do tubo metlico atua de maneira semelhante

    ao revestimento nos eletrodos revestidos. O fluxo pode ser composto tanto por

    xidos inorgnicos com funes desoxidantes, desgaseificantes, geradores de gases

    para proteo, desnitrificantes, formadores de escria, estabilizadores do arco

    eltrico, como tambm por elementos e ligas metlicas com funes de adio de

    Figura 2.9 - Transferncia por curto circuito

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    elementos de liga, melhoria de propriedades qumicas, mecnicas e eltricas do

    material depositado, estabilizadores do carbono e da matriz ferrtica.

    2.7.2 CLASSIFICAO DOS FIOS FLUXADOS

    As especificaes AWS para fios fluxados so as mais comunmente

    adotadas pelos fabricantes de consumveis e por este motivo resolveu-se utiliza-la

    no presente trabalho. Os diferentes tipos de fios fluxados so classificados quanto as

    propriedades mecnicas, tipo de revestimento e caractersticas de soldagem tais

    como utilizao de gs de proteo, soldagem de passe nico ou multipasse, tipo

    de corrente, posio de soldagem e propriedades mecnicas do metal soldado

    dividindo-se em trs categorias:

    i) Fios fluxados para aos no ligados

    Figura 2.10 - Seces disponveis para fios fluxados [Foote,1983]

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    ii) Fios fluxados para aos ligados iii) Fios fluxados para aos inoxidveis

    2.7.2.1 FIOS FLUXADOS PARA AOS NO LIGADOS - AWS A5.20 - 79

    E X1X2T-X3

    onde: E - Significa eletrodo

    X1 - Indica o mnimo valor da tenso de ruptura, multiplicado por 10 em Kpsi,

    podendo ser dois dgitos.

    X2 - Indica a posio de soldagem

    T - Indica que o fio tubular, possuindo fluxo ou p de ferro no seu interior.

    X3 - Indica o tipo de fluxo, composio qumica do metal depositado, tipo de

    proteo do banho e poa de fuso e outras caractersticas.

    A seguir so dadas, resumidamente, as caractersticas principais de alguns fios

    com terminao igual para o ltimo dgito.

    T - 1 Fios para soldagem multipasse com proteo gasosa, solda em corrente

    contnua eletrodo positivo (CCEP)em todas as posies, possui escria tipo rutlica.

    Apresenta arco eltrico estvel e poucos respingos.

    T - 2 Fios para soldagem em um nico passe com proteo gasosa, solda em

    CCEP nas posies plana e horizontal, possui escria tipo rutlica. Apresenta arco

    eltrico estvel e poucos respingos durante a soldagem.

    T - 3 Fios autoprotegidos para soldagem em um nico passe, solda em CCEP

    nas posies plana, vertical descendente (com declive at 20) e horizontal a altas

    velocidades, pode ser usado para chapas finas at 5 mm de espessura.

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    T - 4 Fios autoprotegidos para soldagem multipasse, solda em CCEP em todas

    as posies, transferncia globular, altas taxas de deposio e baixa penetrao,

    possui elementos desulfurizantes conferindo ao metal depositado boa resistncia a

    fissurao a quente.

    T - 5 Fios para soldagem multipasse com proteo gasosa, solda nas posies

    plana e horizontal, transferncia tipo globular com cordes convexos. Possui fluxo

    bsico, o que lhe confere boa resistncia mecnica ao impacto e a fissurao a frio

    T - 6 Fios autoprotegidos para soldagem multipasse, solda em CCEP nas

    posies plana e horizontal, transferncia tipo "spray", apresentando altas taxas de

    deposio penetrao profunda e escria de fcil remoo. Possui fluxo bsico, o

    que confere ao metal depositado boa resistncia mecnica ao impacto a baixas

    temperaturas.

    T - 7 Fios autoprotegidos para soldagem multipasse, solda em corrente contnua

    eletrodo negativo (CCEN) nas posies plana e horizontal, caracterizando-se por

    apresentar altas taxas de deposio e boa resistncia mecnica a fissurao a

    quente por possuir elementos desulfurizantes e desfosforizantes.

    T - 8 Fios autoprotegidos para soldagem multipasse, solda em CCEN em todas

    as posies. O metal depositado apresenta excelente resistncia mecnica ao

    impacto a baixas temperaturas e boa resistncia a fissurao por possuir elementos

    desulfurizantes e desfosforizantes no fluxo.

    T - 10 Fio autoprotegido para soldagem em um nico passe, solda em CCEN nas

    posies plana, horizontal e vertical descendente (declive de at 200). Caracteriza-

    se por apresentar altas velocidades de soldagem.

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    T - G e T - GS So fios utilizados para soldagem multipasse e passe nico,

    distinguindo-se por no estarem includos em quaisquer das classes citadas

    anteriormente. Para esses fios no so requeridos o controle da composio

    qumica, teste de impacto e dobramento, sendo apenas requerido o teste de

    resistncia mecnica a trao.

    2.7.2.2 FIOS FLUXADOS PARA AOS DE BAIXA E MDIA LIGA - AWS A5.20 - 80

    E X1X2TX3-X4

    onde: As letras E e T, os dgitos X1,X2 e X3 indicam as mesmas caractersticas

    que na AWS A5.20 - 79. E o dgito X4 indica o principal elemento de liga com o seu

    respectivo teor i.e. Cr1 indica que o principal elemento de liga o Cromo

    contribuindo com 1% na composio da liga.

    2.7.2.3 FIOS FLUXADOS PARA AOS INOXIDVEIS - AWS A5.22 - 80

    E X1X2X3 T - X4

    onde: E - significa eletrodo

    X1;X2;X3 - Indicam o tipo de ao inoxidvel de acordo com a classificao

    AISI.

    T - Significa que o fio tubular, possuindo fluxo ou p de ferro no seu interior.

    X4 - Indica o tipo de proteo do banho e poa de fuso.

    2.8 GASES DE PROTEO

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    Os gases utilizados para soldagem com fios fluxados so basicamente os

    mesmos utilizados na soldagem MIG/MAG com arame slido, sendo os mais

    utilizados o dixido de carbono como gs ativo e argnio e ou hlio como gases

    inertes, podendo tambm utilizar-se a mistura destes, de acordo com as

    especificaes do fabricante de consumvel.

    2.9 VARIVEIS DO PROCESSO

    2.9.1 FONTES DE POTNCIA E POLARIDADE

    Os equipamentos utilizados para soldagem com fios fluxados utilizam curvas

    de caracterstica plana, ou seja de tenso constante e princpio de autoregulao

    para manuteno dos valores de tenso e velocidade de alimentao de fio

    inicialmente selecionados.

    A corrente de soldagem contnua podendo a polaridade ser direta ou inversa,

    consoante ao tipo de fio utilizado. A figura 2.11 mostra uma curva caracterstica para

    uma mquina de tenso constante, tipicamente usada para soldagem com fios

    fluxados.

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    2.9.2 CORRENTE DE SOLDAGEM E TENSO DO ARCO ELTRICO

    A corrente de soldagem tem grandes efeitos no processo [AWS 1978], sendo

    que a taxa de deposio e penetrao do processo so diretamente proporcionais

    ao aumento da corrente de soldagem. As figuras 2.12, 2.13 e 2.14 mostram a

    influncia da intensidade de corrente para alguns tipos de fio fluxado.

    Com o uso de correntes excessivamente altas o cordo torna-se convexo e

    de morfologia deteriorada, enquanto que baixas intensidades de corrente tem como

    consequncia uma transferncia globular com gotas grandes e excessivos

    respingos.

    A tenso de arco est diretamente relacionada com o

    comprimento do mesmo. Grandes comprimentos de arco causam muitos respingos e

    irregularidade na morfologia do cordo, alm da introduo de nitrognio no banho

    (para fios autoprotegidos), enquanto que para pequenos comprimentos de arco h

    Figura 2.11 - Curva caracterstica tpica de um eqpo.

    de solda de tenso constante

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    uma diminuio na tenso superficial do banho, originando cordes convexos de

    pouca penetrao.

    Figura 2.12 - Taxa de deposio - Fio

    fluxado tipo T-1 [Jones, 1982]

    Figura 2.13 -

    Taxa de deposio

    - Fio fluxado tipo

    T-5 [Jones, 1982]

    Figura 2.14 -

    Taxa de deposio

    - Fios fluxados

    tipo T-4, T-6, T-8

    [Jones, 1982]

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    2.9.3 EXTENSO LIVRE DE FIO ("STICK OUT")

    Uma boa proteo do banho de fuso obtida quando o fluxo

    convenientemente aquecido antes da fuso, pela ao do arco eltrico. O pr

    aquecimento do fluxo d-se por efeito Joule, quando da passagem da corrente

    eltrica pela extenso livre de fio. A temperatura atingida por esse pr-aquecimento

    funo do "Stick Out". Se o "stick out" pequeno, o pr-aquecimento do fluxo

    insuficiente e a produo de gases no adequada a proteo do banho de fuso

    [Foote, 1983]. Para grandes valores de "stick out" podem ocorrer dissociaes

    prematuras do CO2, como mostrado na equao 2.1.

    Essas dissociaes causadas pelo aquecimento do fio e atmosfera que o circunda

    podem originar respingos excessivos, deteriorao da morfologia do cordo, alm de

    elevar a temperatura do fio para prximo da temperatura de fuso provocando o

    amolecimento do mesmo antes de atingir a poa de fuso, o que pode originar

    desvios na linha de solda.

    2.9.4 NGULO DE ATAQUE E SENTIDO DE SOLDAGEM

    O ngulo de ataque do fio, ou seja o ngulo formado entre

    o eixo de simetria do fio em relao a superfcie a ser soldada, e o ngulo de arraste

    que o ngulo formado entre a tocha de solda e o sentido de deslocamento da linha

    de solda, so duas importantes variveis, as quais so citadas em vrios Handbooks

    (AWS e Lincoln). O que se tenta evitar, controlando estas variveis, que o banho

    de fuso e a escria liquida ultrapassem a frente do arco eltrico, de forma a evitar

    Install Equation Editor and double-click here to view equation. (2.1)

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    incluses de escria, porosidades, diminuio da penetrao e morfologia do cordo

    irregular.

    2.9.5 VELOCIDADE DE SOLDAGEM

    A velocidade de soldagem segundo Lincoln [Procedure Handbook 1978]

    inversamente proporcional a penetrao, quando mantidas as outras variveis

    constantes. Velocidades de soldagem muito lentas causam deteriorao da

    morfologia do cordo de solda e podem causar incluses de escria enquanto que

    para altas velocidades podem ocorrer mordeduras e faltas de fuso.

    Um outro fator importante a se realar em relao a velocidade de soldagem,

    o fato desta varivel estar diretamente relacionada ao calor entregue a pea ("Heat

    Input"), conforme ilustrado na equao 2.2.

    onde:

    HI = Heat Input

    V = Tenso de solda

    v = Velocidade de soldagem

    Install Equation Editor and double-click here to view equation.

    Install Equation Editor and double-click here to view equation. (2.2)

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    3= Rendimento trmico do processo 1

    Se mantidas as outras variveis constantes, a anlise da equao 2.2

    demonstra uma relao de proporcionalidade entre a v e HI, sendo:

    - v HI - A diminuio da velocidade de soldagem, provoca um crescimento dos valores do HI e maior dimenso da ZTA (Zona Termicamente Afetada), tendo

    como consequncias maiores distores provocadas pela operao de soldagem.

    - v HI - Quando a velocidade aumenta, diminui o HI, produzindo uma menor ZTA e consequentemente menores distores provocadas pela operao de

    soldagem.

    2.10 EQUIPAMENTOS

    Os equipamentos utilizados para soldagem com fios fluxados autoprotegidos

    e com proteo gasosa so similares. A diferena bsica reside no fato de o

    equipamento para soldagem com proteo gasosa possuir um sistema de envio e

    controle dos gases ao ponto de trabalho. A figura 2.15 mostra o esquema bsico de

    um equipamento para soldagem com fios fluxados2.

    1No presente trabalho, o rendimento trmico do processo foi considerado 100%.

    2O equipamento esquematizado na figura em questo pode ser utilizado para soldagem com e sem proteo gasosa.

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    Uma outra variante do processo a qual acaba sendo uma grande vantagem

    a possibilidade de automatizao, possibilitando aumento da velocidade de

    soldagem, e consequentemente aumento da produtividade, bem como assegurando

    uma menor variao das condies operacionais, assegurando uma maior

    conatncia e repetitividade. A figura 2.16 mostra uma estao de trabalho

    automatizada com a utilizao de fios fluxados.

    A corrente de soldagem contnua e a fonte de potncia normalmente possui

    caracterstica de tenso constante, capaz de ajustes da ordem de 1 volt.

    Equipamentos com caracterstica de intensidade constante podem tambm ser

    Figura 2.15 - Equipamento bsico para soldagem com fios fluxados [AWS, 1991]

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    usados desde que possuam sistemas de controles adequados a garantir os ajustes

    paramtricos e alimentao constante do fio.

    As tochas de soldagem podem ter diversas formas e caractersticas de

    acordo com o uso para qual foram projetadas, em soldagem semi automtica ou em

    linhas automatizadas e ou robotizadas.

    As figuras 2.17 a 2.19 mostram alguns tipos de tochas utilizadas para

    soldagem com fios fluxados.

    Figura 2.16 - Esquema bsico de um estao automatizada para soldagem com fios

    fluxados [AWS, 1971]

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    Figura 2.17 - Tocha para soldagem semi automtica

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    2.11 TCNICAS DE SOLDAGEM

    2.11.1 SOLDA DE FILETES

    O processo utilizado para solda de filetes em estruturas e equipamentos.

    Em funo da sua grande faixa de utilizao, diversas dimenses para os cordes

    de solda podem ser obtidas com um mesmo dimetro de fio.

    As dimenses desejadas para os filetes podem ser obtidas atravs de um ou

    mais passes, variando de acordo com os dimetros dos fios, propriedades desejadas

    da junta e posio de soldagem. A figura 2.20 mostra algumas configuraes usuais

    de juntas de filetes.

    Figura 2.18 - Tocha para soldagem

    automtica sem proteo gasosa

    Figura 2.19 - Tocha para soldagem

    automtica com proteo gasosa

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    2.11.2 SOLDA COM PENETRAO TOTAL

    Nesta tcnica, o processo de soldagem por fios fluxados ganhou grande

    popularidade e credibilidade, pelas suas caractersticas de apresentar uma boa

    penetrao e excelente controle da poa de fuso, permitindo a execuo de uma

    junta soldada desde o passe de raiz at ao acabamento em pequenas e grandes

    espessuras, a possibilidade de soldagem em locais de difcil acesso e em todas as

    posies com uma alta taxa de deposio, a excelente qualidade do material

    depositado e um grande fator de utilizao (Duty Cycle).

    Este ltimo, responsvel pela grande utilizao deste processo em

    estruturas "Off Shore", onde se exigem altas taxas de deposio com excelente

    qualidade da junta soldada [Keeler 1981]. A soldagem de penetrao total pode ser

    obtida por apenas um lado com ou sem abertura da raiz, por meio de passe nico ou

    multipasse, consoante as espessuras envolvidas. A soldagem pode tambm ser

    Figura 2.20 - Juntas tpicas de filetes Tpicas

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    executada por ambos os lados da junta caso haja acesso e seja econmicamente

    vivel.

    A figura 2.21 mostra alguns tipos de junta de penetrao total mais comunmente

    utilizadas.

    2.12 Autor Roberto Joaquim

    Figura 2.21 - Juntas tpicas para solda de penetrao total

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    3.0 PROCESSO DE SOLDAGEM MIG/MAG 3.1 SOLDAGEM COM PROTEO GASOSA - MIG MAG 3.2 PRINCPIO DE FUNCIONAMENTO DO PROCESSO 3.3 EQUIPAMENTOS PARA SOLDAGEM 3.4 CONSUMVEIS 3.5 ANLISE QUMICA DE ARAMES CONFORME AWS 3.6 TRANSFERNCIA METLICA

    3.7 TCNICA OPERATRIA 3.8 ESTUDO DOS PARMETROS DE SOLDAGEM 3.9 BIBLIOGRAFIA 3.10 AUTORES

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    3.0 PROCESSO DE SOLDAGEM MIG/MAG 3.1 SOLDAGEM COM PROTEO GASOSA - MIG MAG A soldagem a arco com eletrodos fusveis sobre proteo gasosa, conhecida pelas denominaes de: - MIG, quando a proteo gasosa utilizada for constituda de um gs

    inerte, ou seja, um gs normalmente monoatmico como Argnio ou Hlio, e que no tem nenhuma atividade fsica com a poa de fuso,

    - MAG, quando a proteo gasosa feita com um gs dito ativo, ou

    seja, um gs que interage com a poa de fuso, normalmente CO2 - dixido de Carbono.

    - GMAW, (abreviatura do ingls Gs Metal Arc Welding) que a

    designao que engloba os dois processos acima citados.

    Figura 1 - Princpios bsicos do processo MIG / MAG

    Os dois processos diferem entre s unicamente pelo gs que utilizam, um vez que os componentes utilizados so exatamente os mesmos. A simples

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    mudana do gs por sua vez, ser responsvel por uma srie de alteraes no comportamento das soldagens. Estes gases, segundo sua natureza e composio, tem uma influncia preponderante nas caractersticas do arco, no tipo de transferncia de metal do eletrodo pea, na velocidade de soldagem, nas perdas por projees, na penetrao e na forma externa da solda. Alm disto, o gs tambm tem influncia nas perdas de elementos qumicos, na temperatura da poa de fuso, na sensibilidade a fissurao e porosidade, bem como na facilidade da execuo da soldagem em diversas posies. Os gases nobres (processo MIG) so preferidos por razes metalrgicas, enquanto o CO2 puro, preferido por razes econmicas. Como seria lgico de concluir, muitas das vezes impossibilitados tecnicamente por um lado e economicamente por outro, acabamos por utilizar mistura dos dois tipos de gs, como por exemplo Argnio (inerte) com Oxignio (ativo), Argnio com CO2 e outros tipos. Existe uma certa indefinio de quais seriam os limites percentuais dos gases, a partir dos quais um mistura deixaria de ser inerte e passaria a ser ativa e vice-versa, porm uma discusso meramente terica. Assumimos na prtica o comportamento em soldagem e o modo como ocorre a transferncia metlica como determinantes da percentagem correta onde ocorre a transio. Assim, misturas cujo maior componente seja um gs ativo (exemplo: Argnio 98 % - Oxignio 2 % utilizado para a soldagem de aos inoxidveis), conservam as caractersticas gerais de gs inerte e so consideradas como gs inerte. Misturas cujo maior componente seja um gs ativo (CO2 75 % - Argnio 25 % usado para a soldagem de aos ao Carbono em posio diferente da posio plana), conservam as caractersticas gerais de gs ativo e so consideradas como gs ativo. O processo MAG utilizado somente na soldagem de materiais ferrosos, enquanto o processo MIG pode ser usado tanto na soldagem de materiais ferrosos quanto no ferrosos como Alumnio, Cobre, Magnsio, Nquel e suas ligas. Uma das caractersticas bsicas deste processo, em relao aos outros processos de soldagem manuais, sua alta produtividade, que motivada, alm da continuidade do arame, pelas altas densidades de corrente que o processo pode ser utilizado. A tabela abaixo apresenta uma comparao entre os valores de densidade de corrente dos processos MIG MAG e eletrodo revestido. TABELA 1 - VALORES COMPARATIVOS DE DENSIDADE DE CORRENTE

    Processo Densidade de Corrente E. revestido 5 a 20 A/mm2 MIG MAG 100 a 250 A/mm2

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    De um modo geral, pode-se dizer que as principais vantagens da soldagem MIG MAG so: alta taxa de deposio e alto fator de trabalho do soldador, grande versatilidade, quanto ao tipo de material e espessuras aplicveis, no existncia de fluxos de soldagem e, consequentemente, ausncia de operaes de remoo de escria e exigncia de menor habilidade do soldador, quando comparada soldagem com eletrodos revestidos. A principal limitao da soldagem MIG MAG a sua maior sensibilidade variao dos parmetros eltricos de operao do arco de soldagem, que influenciam diretamente na qualidade do cordo de solda depositado. Alm da necessidade de um ajuste rigoroso de parmetros para se obter um determinado conjunto de caractersticas para solda, a determinao desses parmetros para se obter uma solda adequada dificultada pela forte interdependncia destes, e por sua influncia no resultado final da solda produzida. O maior custo do equipamento, a maior necessidade de manuteno deste, em comparao com o equipamento para soldagem com eletrodos revestidos e menor variedade de consumveis so outras limitaes deste processo. A soldagem MIG MAG e a soldagem com arame tubular, tem sido as que apresentaram um maior crescimento em termos de utilizao, nos ltimos anos em escala mundial. Este crescimento ocorre principalmente devido tendncia substituio, sempre que possvel da soldagem manual por processos semi-automticos, mecanizados e automticos, para a obteno de maior produtividade em soldagem. Estes processos tem se mostrado os mais adequados dentre os processos de soldagem arco, soldagem automtica e com a utilizao de robs. 3.2 PRINCPIO DE FUNCIONAMENTO DO PROCESSO A soldagem MIG MAG um processo em que a unio de peas metlicas produzida pelo aquecimento destas com um arco eltrico estabelecido entre um eletrodo consumvel sem revestimento, e a pea de trabalho. A proteo do arco e da regio de solda contra a contaminao da atmosfera, feita por um gs, ou uma mistura de gases. A figura 1 ilustra esquematicamente o processo. O processo de soldagem MIG MAG considerado um processo semi-automtico, em que a alimentao do arame-eletrodo feita mecanicamente atravs de um alimentador motorizado, ficando para o soldador a responsabilidade pela iniciao e interrupo do arco, alm da conduo da tocha durante a execuo da soldagem. A alimentao do arco garantida pela contnua alimentao do arame-eletrodo, enquanto que o comprimento do arco , em princpio, mantido aproximadamente constante pelo prprio sistema, dentro de certos limites, independente dos movimentos do soldador.

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    O calor gerado pelo arco usado para fundir as peas a serem unidas e o arame-eletrodo que transferido para a junta como metal de adio. O processo de soldagem MIG MAG pode ser utilizado em materiais em uma ampla faixa de espessuras. No Brasil, o dimetro dos arame-eletrodos utilizados varia entre 0,8 e 3,2 mm. No Japo, encontramos arames de menores dimetros (0,5 mm) que iro facilitar os trabalhos em posies de soldagem diferentes da posio plana. A transferncia contnua de metal pela coluna de arco faz com que a eficincia do calor adicionado seja superior, neste caso, do que a soldagem pelo processo TIG. A transferncia to eficiente neste processo que at elementos muito ativos como o Titnio conseguem ser recuperados no metal de solda com relativa eficincia, desde que presentes no arame em forma de elementos de liga.

    3.3 EQUIPAMENTOS PARA SOLDAGEM

    O equipamento bsico para soldagem MIG MAG consiste de uma fonte de energia, uma tocha de soldagem com um jogo de bocais, um alimentador de arame, um sistema de controle, um par de cabos eltricos, um jogo de vlvulas redutoras para o gs de proteo, canalizaes para transporte do gs ( gua se houver), uma fonte para o gs de proteo e uma garra para fixao do cabo a pea. Estes equipamentos podem ser vistos na figura 2 e so descritos em seguida.

    Figura 2 - Equipamento bsico para a soldagem MIG MAG

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    3.3.1 FONTES DE ENERGIA O processo utiliza corrente do tipo contnua que pode ser fornecida por um conjunto transformador-retificador ou por um conversor. A forma da caracterstica esttica da fonte pode ser do tipo corrente constante ou tenso constante, conforme o sistema de controle do equipamento. Quando se utiliza uma fonte do tipo tenso constante, a velocidade de alimentao do arame-eletrodo se mantm constante durante a soldagem. Este sistema mais simples e mais barato. Com a fonte de energia do tipo corrente constante o comprimento do arco controlado pelo ajuste automtico da velocidade de alimentao do arame. este tipo de sistema particularmente recomendado para arames de dimetro superior a 1.2 mm. Para certas aplicaes particulares, pode-se sobrepor corrente principal uma certa corrente pulsada, proveniente de um segundo gerador ligado ao primeiro. 3.3.2 TOCHA , BICOS DE CONTATO E BOCAIS A tocha de soldagem consiste basicamente de um bico de contato, que faz a energizao do arame-eletrodo, de um bocal que orienta o fluxo de gs protetor e de um gatilho de acionamento do sistema. O bico de contato um pequeno tubo base de cobre,cujo dimetro interno ligeiramente superior ao dimetro do arame-eletrodo, e serve de contato eltrico deslizante. O bocal feito de Cobre ou material cermico e deve ter um dimetro compatvel com a corrente de soldagem e o fluxo de gs a ser utilizado numa dada aplicao. O gatilho de acionamento movimenta um contator que est ligado ao primrio do transformador da mquina de solda, energizando o circuito de soldagem, alm de acionar o alimentador de arame e uma vlvula solenide, que comanda o fluxo de gs protetor para a tocha. As tochas para soldagem MIG MAG podem ser refrigeradas a gua ou pelo prprio gs de proteo, dependendo de sua capacidade, dos valores de corrente utilizados e do fator de trabalho. Quanto ao formato, as tochas podem ser retas ou curvas, sendo as mais utilizadas as do tipo "pescoo de cisne" que so as que oferecem maior manejabilidade. Na figura 7.3 pode ser observado o esquema de uma tocha de soldagem MIG MAG.

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    3.3.3 ALIMENTADOR DE ARAME O alimentador de arame normalmente utilizado, acionado por um motor de corrente contnua e fornece arame a uma velocidade constante ajustvel numa ampla faixa. No existe qualquer ligao entre o alimentador e a fonte de energia, entretanto ajustando-se a velocidade de alimentao de arame, ajusta-se a corrente de soldagem fornecida pela mquina, devido as caractersticas da fonte e do processo. O arame passado entre um conjunto de roletes chamados de roletes de alimentao que podem estar prximos ou longe da tocha de soldagem e, dependendo da distncia entre o carretel de arame e a tocha de soldagem, um ou outro tipo de alimentador apresenta melhores resultados. 3.3.4 SISTEMA DE CONTROLE O sistema de controle permite a verificao e o ajuste de alguns parmetros de soldagem, como por exemplo: velocidade de alimentao do arame, corrente e tenso de soldagem, etc. Estes vrios controles esto normalmente em um nico painel.

    Figura 3 - Tocha para soldagem MIG - MAG

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    Tambm neste processo, o sistema de controle a parte que consideramos o "corao" do equipamento de soldagem. Deve ser sempre manipulado com cuidado, especialmente, quando transportado, devido ao grande nmero de componentes eletro-eletrnicos que se encontram em seu interior. 3.3.5 CABOS ELTRICOS E GARRAS DE FIXAO O processo necessitar, como no caso da soldagem com eletrodos revestidos, de cabos para transporte da eletricidade. As garras de fixao servem para prender o cabo de retorno da eletricidade. Deve ser verificado se prendem a pea com boa fixao, e se a fixao do cabo de soldagem nelas est feito de maneira adequada. 3.3.6 CANALIZAES E VLVULAS REDUTORAS A tocha de soldagem manipulada pelo operador conectada ao equipamento de soldagem por uma srie de cabos e canalizaes. Para alm do cabo de transporte da eletricidade e da espiral que leva em seu interior o arame-eletrodo, existem tambm as canalizaes do gs de proteo (obrigatria), e nos casos de tochas refrigeradas gua, as canalizaes para a gua. Estas canalizaes devem ser constitudas de mangueiras de resistncia compatvel com as presses de trabalho utilizadas, e, em suas extremidades, serem fixadas por abraadeiras. 3.3.7 FONTE DE GS Os diversos gases de proteo, que sero vistos mais adiante, esto normalmente contidos em garrafas de ao de alta resistncia. A garrafa colocada na instalao na proximidade do posto de trabalho, e equipada de um conjunto redutor-manmetro, que baixa a presso do gs a um valor conveniente para a alimentao da tocha de soldagem, e que permite a regulagem da vazo expressa em litros por minuto. No caso de vrias instalaes funcionarem na mesma oficina, a fonte de gs pode ser substituda de um cilindro nico, por uma central de vrios cilindros conectados entre s num sistema nico. Esta central deve ter um conjunto redutor nico, e o gs distribudo por canalizao presso desejada, a vazo regulada por cada operador por meio de um manmetro local e individual. No caso de consumos muito elevados pode-se adquirir o gs em sua forma lquida, ficando este tambm em uma instalao centralizada. Estas duas ltimas formas citadas, so investimentos inicialmente maiores, porm proporcionam numerosas vantagens, das quais algumas so citadas seguir:

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    - eliminao de garrafas no interior das oficinas - ganho de espao - melhor aproveitamento do contedo das garrafas - funcionamento contnuo sem risco de interrupo da alimentao

    de gs durante a soldagem. - ganhos de tempo (trocas de garrafas) - aumento da segurana 3.4 CONSUMVEIS Os principais consumveis utilizados na soldagem MIG MAG, so o arame-eletrodo e os gases de proteo. Os arames para soldagem so constitudos de metais ou ligas metlicas que possuem composio qumica, dureza, condies superficiais e dimenses bem controladas. Arames de m qualidade em termos destas propriedades citadas, podem produzir falhas de alimentao, instabilidade do arco e descontinuidades no cordo de solda. Arames de ao Carbono geralmente recebem uma camada superficial; de cobre com o objetivo de melhorar seu acabamento superficial e seu contato eltrico com o bico de Cobre. Os arames de ao usados com proteo de CO2 contm maiores teores de Silcio e Mangans em sua composio, devido a sua ao desoxidante. A seleo do arame a ser utilizado em uma dada operao, feita em termos da composio qumica do metal de base, do gs de proteo a ser usado e da composio qumica e propriedades mecnicas desejadas para a solda. A tabela 2 relaciona as especificaes AWS de arames para soldagem MIG MAG. TABELA 2 - ESPECIFICAES AWS DE MATERIAIS DE ADIO PARA MIG MAG Especificao Materiais AWS - A 5.10 Alumnio e suas ligas AWS - A 5.7 Cobre e suas ligas AWS - A 5.9 Ao inx e aos com alto Cr AWS - A 5.14 Nquel e suas ligas AWS - A 5.16 Titnio e suas ligas AWS - A 5.18 Ao Carbono e baixa liga AWS - A 5.19 Magnsio e suas ligas

    A interpretao da especificao para arames utilizados na soldagem de aos ao Carbono apresentada na figura 4

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    3.5 Anlise qumica de arames conforme AWS Tabela Classificao C Mn Si P S ER 70S - 2 0,07 0.90 to

    1.40 0,40 to 0,70

    0,025 0,035

    ER 70S - 3 0,06 to 0,15

    0,90 to 1,40

    0,45 to 0,70

    0,025 0,035

    ER 70S - 4 0,07 to 0,15

    1,00 to 1,50

    0,65 to 0,85

    0,025 0,035

    ER 70S - 5 0,007 to 0,19

    0,90 t0 1,40

    0,30 t0 0,60

    0,025 0,035

    ER 706S - 6 0,07 to 0,15

    1,40 to 1,85

    0,80 to 1,15

    0,025 0,035

    ER 70S - 7 0,07 to 0,15

    1,50 to 2,00

    0,50 to 0,80

    0,025 0,35

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    3.6 GASES DE PROTEO Os gases de proteo utilizados em soldagem MIG MAG podem ser inertes, ativos ou misturas destes dois tipos. O tipo de gs influencia as caractersticas do arco e transferncia do metal, penetrao largura e formato do cordo de solda, velocidade de soldagem, tendncia a aparecimento de defeitos e o custo final do cordo de solda. Os principais gases e misturas utilizados na soldagem MIG MAG so apresentados na tabela 3. TABELA 3 - GASES E MISTURAS UTILIZADOS NA SOLDAGEM MIG MAG

    Gs ou mistura Comportamento qumico

    Aplicaes

    Argnio (Ar) inerte quase todos metais (- ao) Hlio (He) inerte Al, Mg, Cu e suas ligas Ar + 20 a 50 % He inerte dem He (melhor que 100% He) Nitrognio (N2) inerte Cobre e suas ligas Ar + 20 a 30 % N2 inerte dem N2 (melhor que 100% N2) Ar + 1 a 2 % O2 ligeiram. oxidante aos inx e alg. ligas Cu Ar + 3 a 5 % O2 oxidante aos Carb. e alguns b. liga CO2 oxidante aos Carb. e alguns b. liga Ar + 20 a 50 % CO2 oxidante div. aos - transf. c. circ Ar + CO2 + O2 oxidante diversos aos Os gases inertes puros so utilizados principalmente na soldagem de metais no ferrosos, principalmente os mais reativos como Titnio e Magnsio. Na soldagem de metais ferrosos, a adio de pequenas quantidades de gases ativos melhora sensivelmente a estabilidade do arco e a transferncia de metal. Para aos Carbono e baixa liga, o custo da soldagem pode ser reduzido com a utilizao de CO2 como gs de proteo. As misturas de gases inertes ou inertes com ativos, em diferentes propores, permitem a soldagem com melhor estabilidade de arco e transferncia de metal em certas aplicaes. Nitrognio e misturas com Nitrognio, so utilizados na soldagem de Cobre e suas ligas. De um modo geral, com a utilizao de Hlio e CO2 obtm-se maiores quedas de tenso e maior quantidade de calor gerado no arco de soldagem para uma mesma corrente e comprimento de arco, em relao ao Argnio, devido a maior condutividade trmica destes gases. Em geral, misturas contendo He so utilizadas em peas de maior espessura. A figura 5 mostra o perfil do cordo de solda caracterstico para diversos gases e misturas. Entretanto, deve-se lembrar que o perfil do cordo de solda tambm pode ser alterado por alteraes nos parmetros de soldagem.

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    Figura 5 - Perfil de cordes de solda feitos com diferentes gases 3.5.1 GENERALIDADES SOBRE ALGUNS GASES DE PROTEO - Argnio e Hlio So utilizados frequentemente para a soldagem de metais no

    ferrosos. Em ligas ferrosas, quando puros, causam instabilidade e salpicos.

    O Hlio apresenta maior condutividade trmica do que o Argnio, o que resulta em maior rea de penetrao da soldagem. Para correntes iguais, o Hlio apresentar maior potncia de arco. Da a preferncia de seu uso em soldagens de materiais de elevada espessura, especialmente aqueles de elevada condutividade trmica, tais como Alumnio e Cobre. Para ligas ferrosas, em chapas finas ou em soldagens fora de posio, a preferncia pelo Argnio. O Hlio cerca de 10 vezes mais leve do que o Argnio, isto resultar em maior consumo para garantir a mesma proteo soldagem. A transferncia por spray melhor obtida com Argnio do que com Hlio. O custo do Hlio muito maior do que o do Argnio na maioria dos pases que no tem Hlio em suas riquezas naturais.

    - Adies de O2 e CO2 ao Argnio ou Hlio Adies de O2 e CO2 ao Argnio ou Hlio melhoram a

    transferncia metlica, estabilizam o arco e minimizam os salpicos nos aos. Em alguns casos pode causar porosidade e perdas de elementos de liga como por exemplo: Cromo, Vandio, Titnio, Mangans e Silcio devido ao seu poder oxidante. Para se evitar este problema, deve-se utilizar arames com desoxidantes. Em soldagens de aos inoxidveis com teor de Carbono menor que 0,07%, pode ocorrer aumento do teor de Carbono do metal depositado com a adio de CO2 no gs de proteo. Isto acarretar problemas futuros de corroso.

    - CO2 puro

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    A utilizao de CO2 puro como gs de proteo apresenta, inicialmente, uma vantagem muito grande em comparao a utilizao de gases inertes que o custo do gs. Por isto sua utilizao na soldagem de aos Carbono tem aumentado muito ultimamente. A utilizao deste gs possibilita a transferncia metlica ocorrer tanto em modo globular ou curto circuito. A obteno de transferncia tipo spray com a utilizao deste gs discutvel, e de qualquer forma, instvel e com muitos salpicos. Uma outra caracterstica deste gs sua caracterstica oxidante. Na elevada temperatura do arco, o CO2 se decompe em monxido de Carbono (CO) e Oxignio (O2). O O2 livre oxida o ferro do metal de base dando FeO e este reage com o Carbono da poa de fuso liberando monxido de carbono (gs) que pode vir a provocar porosidades no cordo de solda.

    Em temperaturas mais baixas, parte deste CO se decompe em Carbono e Oxignio. De acordo com a quantidade original de Carbono na poa de fuso, o efeito final poder ser de aumentar ou diminuir o contedo definitivo de Carbono no cordo solidificado. Para evitar isto, os arames recomendados para a soldagem sob proteo de CO2, possuem em