manual de controle interno na administração públiuca

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1 Manual de Orientação sobre Sistema de Controle Interno na Administração Pública Municipal

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Manual de Controle Interno na Administração Públiuca

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Manual de Orientaçãosobre

Sistema de Controle Internona

Administração Pública Municipal

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADODO RIO GRANDE DO SUL

VICTOR JOSÉ FACCIONIConselheiro Presidente

SANDRO DORIVAL MARQUES PIRESConselheiro Vice-Presidente

JOÃO LUIZ VARGASConselheiro 2º Vice-Presidente

HELIO SAUL MILESKIConselheiro Corregedor-Geral

ALGIR LORENZONConselheiro Presidente da 1ª Câmara

PORFÍRIO JOSÉ PEIXOTOConselheiro Presidente da 2ª Câmara

JOÃO OSÓRIO MARTINSConselheiro Vice-Corregedor

CEZAR MIOLAProcurador-Geral

GERALDO COSTA DA CAMINOAdjunto de Procurador

ROBERTO RUDOLFO CARDOSO EILERTMÁRIO ROMERA

Procuradores de Justiça

ADERBAL TORRES DE AMORIMHELOISA TRIPOLI GOULART PICCININI

ROZANGELA MOTISKA BERTOLOROSANE HEINECK SCHMITT

CESAR VITERBO MATOS SANTOLIMPEDRO HENRIQUE POLI DE FIGUEIREDO

ALEXANDRE MARIOTTIAuditores Substitutos de Conselheiro

JORGE ALBERTO DOS SANTOS ARRUDAChefe do Gabinete da Presidência

CÉSAR AUGUSTO PINTO RIBEIRODiretor-Geral

LUIZ ALBERTO RESCHKEDiretor de Controle e Fiscalização

EDUARDO MOREIRA CORDEIRODiretor Administrativo

WREMYR SCLIARDiretor da Escola de Gestão e Controle Francisco Juruena

“A sociedade tem direito de pedir a todo o agente público a prestação decontas de sua administração.”

(art. 15 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – 1789 França).

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ENDEREÇO DO TCE:

Sede: Rua Sete de Setembro, 388 - Fone (0XX51) 3214-9700 -

Porto Alegre - RS - CEP 90.010-190 - Porto Alegre - RS

http://www.tce.rs.gov.br - e-mail: [email protected]

Anexo: Prédio Hercílio Domingues - Rua Sete de Setembro, 501

Porto Alegre - RS - CEP 90.010-190

ESCOLA DE GESTÃO E CONTROLE FRANCISCO JURUENA

Rua Sete de Setembro,388 - 5º andar - Fone (0XX51) 3214-9794 e 3214-9795-

CEP 90.010-190 - Porto Alegre - RS e-mail: [email protected]

OUVIDORIA Disque Denúncia 0800-541-9800 - http://www.tce.rs.gov.br

SERVIÇOS REGIONAIS:

CAXIAS DO SUL

Rua Vinte de Setembro, 2223, Loja C

Fone/FAX: (54) 223-2417 - 214-1140

CEP 95020-450 - e-mail: [email protected]

ERECHIM

Rua Maurício Cardoso, 418 - Sala 402

Fone/FAX: (54) 321-5347 - 522-3116

CEP 99700-000 - e-mail: [email protected]

FREDERICO WESTPHALEN

Rua José Cañellas, 138 - Salas 201 a 204

Fone/FAX: (55) 3744-4099 - 3744-4079

CEP 98400-000 - e-mail: [email protected]

ElaboraçãoAssessoria de Controle Interno – TCE/RS

[email protected]

Coordenação, Revisão e EdiçãoDenise Weinreb

Pesquisa e TextosMaria Rachel Ricardi Peixoto

Leonel Pereira GarciaJosé Luiz Breitsameter

Projeto Gráfico e EditoraçãoIlene Lauschner

CapaSandra dos Santos

Proibida a reprodução total ou parcial por qualquer meio ou processo

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PASSO FUNDO

Rua 15 de Novembro, 885 - 7º andar

Fone/FAX: (54) 311-1966

CEP 99010-091 - e-mail: [email protected]

PELOTAS

Rua 15 de Novembro, 667 - Sala 403

Fone/FAX: (53) 227-1218

CEP 96015-000 - e-mail: [email protected]

SANTA CRUZ DO SUL

Rua Júlio de Castilhos, 375 - Sobreloja

Fone/FAX: (51) 3713-2377 - 3713-1530

CEP 96810-010 - e-mail: [email protected]

SANTA MARIA

Rua Alberto Pasqualini, 70 - Sala 611

Fone/FAX: (55) 222-4633 - 222-9958

CEP 97015-010 - e-mail: [email protected]

SANTANA DO LIVRAMENTO

Rua General Câmara, 1668

Fone/FAX: (55) 241-3300 - 241-4343

CEP 97573-180 - e-mail: [email protected]

SANTO ANGELO

Rua Antunes Ribas, 1490 - Sala 201

Fone/FAX: (55) 3312-5948 - 3312-5788

CEP 98801-630 - e-mail|: [email protected]

SumárioAPRESENTAÇÃO......................................................................................9

1 - BASE LEGAL......................................................................................10

1.1 - Constituição Federal........................................................................10

1.2 - Lei de Responsabilidade Fiscal.........................................................11

1.3 - Lei n.º 4320/64.................................................................................12

1.4 - Lei Federal nº 8.666/93....................................................................13

1.5 - Constituição Estadual.......................................................................13

1.6 - Lei Orgânica....................................................................................14

2 - CONTROLE INTERNO.......................................................................15

2.1 - Conceito...........................................................................................15

2.2 - Objetivos..........................................................................................16

2.3 - Princípios de Controle Interno..........................................................16

2.4 - Considerações sobre a Implementação do Controle Interno............18

2.5. Controles Sugeridos por Áreas...........................................................19

2.6 - Reflexos da Ausência de Controle....................................................24

3 - SISTEMA DE CONTROLE INTERNO.................................................25

3.1 - Conceito..........................................................................................25

3.2 - Sistema de Controle Interno e a Lei de Responsabilidade Fiscal ..... 27

3.3 - O Responsável pelo Controle Interno................................................30

4 - A CONTABILIDADE E A GESTÃO MUNICIPAL..................................31

5 - UNIDADE CENTRAL DE AVALIAÇÃO.................................................33

5.1 – Os integrantes da Unidade Central de Avaliação..............................33

5.2 - Principais tarefas..............................................................................33

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APRESENTAÇÃO

O Tribunal de Contas do Estado de Rio Grande do Sul, através daEscola de Gestão e Controle Francisco Juruena, publica este Manual deOrientação com o objetivo de fornecer esclarecimentos sobre questões per-tinentes ao Sistema de Controle Interno na Administração Pública Municipal.

Este trabalho foi elaborado pela Assessoria de Controle Interno,cujas atribuições objetivam garantir a correta gestão das áreas administrati-vas e técnicas da Corte de Contas.

A publicação tem por fim demonstrar a importância do controle in-terno, constitucional e obrigatório, nas administrações municipais, permitin-do avaliar as técnicas utilizadas, optar por novos procedimentos e assegurara legalidade da gestão pública.

Esta Escola, ao disponibilizar esta publicação, não antecipa juízosque só o exame específico de cada situação será capaz de formar, masconfirma o seu compromisso em colaborar para o sucesso das administra-ções municipais na concretização dos seus objetivos, centrados nos interes-ses do cidadão e da sociedade.

Escola de Gestão e Controle Francisco Juruena

5.3 - Tipos de Avaliação...........................................................................34

5.4 - Auditoria Interna...............................................................................34

5.4.1 - Conceito........................................................................................34

5.4.2 – Objetivos......................................................................................35

5.4.3 - Operacionalização.........................................................................35

5.5 - Principais Resultados.......................................................................35

6 - O MUNICÍPIO E O TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO......................37

6.1 - Normas Aplicáveis aos Processos do TCE........................................38

6.1.1 - Processos de Prestação de Contas... ..............................................38

6.1.2 - Processos de Tomada de Contas...................................................38

6.1.3 - Processos de Gestão Fiscal...........................................................39

6.1.4 – Procedimentos de Auditoria..........................................................40

6.1.5 - Critério para a emissão de Parecer...............................................40

7– BIBLIOGRAFIA ....................................................................................41

8 – ANEXOS.................................................................................................42

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1 - BASE LEGAL

Considerando a larga normatização do Sistema de Controle Inter-no, trazemos àquelas referentes às esferas federal, estadual com destaquepara o âmbito municipal.

1.1 - Constituição Federal

A implantação do Sistema de Controle Interno na esfera municipaltem como base legal o artigo 31 da Constituição Federal, como segue:

“Capítulo IV – Dos Municípios.

Art. 31 – A fiscalização do Município será exercida peloPoder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sis-temas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na formada lei.”

Já os artigos 70 e 74 da Constituição Federal dispõem sobre a atu-ação do sistema de controle interno na esfera federal.

O artigo 70 define que a fiscalização contábil, financeira e orça-mentária será exercida também pelo sistema de controle interno de cadaPoder.

“Seção IX – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Or-çamentária.

Art. 70 – A fiscalização contábil, financeira, orçamentá-ria, operacional e patrimonial da União ..., quanto à legalidade,legitimidade, economicidade, ..., será exercida pelo Congresso Na-cional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle inter-no de cada Poder, ...”

O artigo 74 dispõe sobre as funções dos controles internos manti-dos pelos Poderes, como segue:

“Art. 74 – Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciá-rio manterão, de forma integrada, sistema de controle interno coma finalidade de:

I – avaliar o cumprimento das metas previstas no planoplurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentosda União;

II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados quan-to à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira epatrimonial ...;

III – exercer o controle das operações de crédito,...;IV – apoiar o controle externo no exercício de sua

missão institucional.”

Cabe fazer um comentário especial sobre o § 1º deste artigo, namedida em que a responsabilidade pela instituição e manutenção dos con-troles é do Administrador. Uma vez existindo os controles, a responsabilida-de pela operacionalização deles é do servidor, em razão de sua atividadeprofissional; em caso de irregularidade ou ilegalidade cometida no âmbito deatuação do controle interno, a responsabilidade estende-se a(os) servidor(es),como está expresso:

“§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomaremconhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela da-rão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsa-bilidade solidária.”

1.2 - Lei de Responsabilidade Fiscal

A Lei Complementar no 101/2000 estabeleceu normas de finançaspúblicas voltadas à responsabilidade na gestão fiscal, tendo como pressu-postos básicos o planejamento, o controle, a fiscalização e a transparênciana gestão, objetivando o equilíbrio do orçamento público. Para tanto, os le-gisladores dedicaram um capítulo exclusivo ao tema, dando ênfase aos ins-trumentos de transparência da gestão fiscal.

Apresenta-se como um código de conduta para os administradores

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públicos, sendo aplicável a todos os Poderes, abrangendo as esferas fede-ral, estadual e municipal.

A apresentação de normas de conduta relativas à gestão fiscalresponsável, observando os limites por ela determinados para a realizaçãodo gasto público naqueles itens que mais consomem recursos, visa garantiro equilíbrio financeiro. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) pretende im-por aos gestores públicos a obediência às normas e limites.

Podemos observar estas condições através dos artigos a seguirtranscritos:

“Art. 54 -

Parágrafo único – O relatório também será assinado pe-las autoridades responsáveis pela administração financeira e pelocontrole interno, bem como por outras definidas por ato próprio decada Poder ou órgão referido no art. 20. (grifamos)

...

Art. 59 – O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxí-lio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cadaPoder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das nor-mas desta Lei Complementar, com ...” (grifamos)

1.3 - Lei n.º 4320/64

A preocupação em normatizar o Sistema de Controle Interno vemde longa data, conforme podemos observar pelo contido na Lei 4320/64, quetrata das Normas de Administração Pública Financeira. Desta forma, trans-crevemos os seguintes artigos:

“Art. 75 – O controle da execução orçamentária compre-enderá:

I – a legalidade dos atos de que resultem a arrecadaçãoda receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinçãode direitos e obrigações;

II – a fidelidade funcional dos agentes da administraçãoresponsáveis por bens e valores públicos; e

III – o cumprimento do programa de trabalho expresso emtermos monetários e em termos de realização de obras e prestaçãode serviços.

Art. 76 – O Poder Executivo exercerá os três tipos de con-trole a que se refere o artigo 75, sem prejuízo das atribuições doTribunal de Contas ou órgão equivalente.”

1.4 - Lei Federal nº 8.666/93

Esta Lei traz referência ao controle interno, como é o art. 113, quetranscrevemos:

“Art. 113 – O controle das despesas decorrentes dos con-tratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito peloTribunal de Contas competente, ... sem prejuízo do sistema de con-trole interno nele previsto.”

1.5 - Constituição Estadual

Por conseqüência, a Constituição do Estado do Rio Grande do Sultraz no artigo 70 e no § 5º do artigo 71 a adaptação do que foi expresso emnível federal com relação ao funcionamento do sistema de controle interno,conforme abaixo dispõe:

“Art. 70 - A fiscalização contábil, financeira, orçamentá-ria, operacional e patrimonial do Estado..., quanto à legalidade,legitimidade, moralidade, publicidade, eficiência, eficácia,economicidade, ..., será exercida pela Assembléia Legislativa medi-ante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cadaum dos Poderes, ....(grifamos)

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Art. 71 -...§ 5º - Compete ao Tribunal de Contas avaliar a eficiência

e eficácia dos Sistemas de Controle Interno dos Órgãos e entidadespor ele fiscalizados.”

1.6 - Lei Orgânica

Como estamos tratando dos aspectos legais referentes ao Sistemade Controle Interno, é importante destacar que a forma e as competênciasdeste sistema, em nível municipal, deverão estar expressas na respectivaLei Orgânica, e o funcionamento deverá ser formalizado através de lei espe-cífica do Executivo Municipal. Na homepage do TCE existem vários modelosde ante-projetos de lei que tratam da instituição do Sistema de ControleInterno no âmbito municipal.

2 - CONTROLE INTERNO

Administrar é uma atividade essencial a todo o esforço humanocoletivo na busca dos objetivos estabelecidos.

Seus princípios gerais são planejar, organizar, dirigir e controlar.Dessa forma, diz-se que sem controle não há Administração, pois os quatroprincípios gerais que a constituem estão em permanente interação.

Foi com a Constituição de 1967 e, notadamente, com o Decreto-Lei nº 200, de 20 de fevereiro do mesmo ano, que se implantou no Brasil adenominada Reforma Administrativa, que permitiu a utilização do acompa-nhamento dos atos de gestão e de administração de forma mais ágil. Pas-sou-se a adotar então o sistema de auditorias financeiras e orçamentárias.

Atualmente, o controle encontra-se num estágio ainda mais avan-çado, englobando a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacionale patrimonial, quanto a legalidade, a legitimidade, a economicidade, a apli-cação das subvenções e a renúncia de receitas.

2.1 - Conceito

As definições de controle na literatura em geral convergem, invari-avelmente, para a compreensão de que o controle é o processo destinado aassegurar que as ações estejam sendo executadas de acordo com o planeja-do. A partir deste enfoque, estabelecemos uma relação decomplementariedade entre controle e planejamento, ou seja, o controle éinstrumento fundamental para assegurar que os objetivos planejados sejamatingidos. A função de controle está presente em todas as fases e níveis deuma instituição, atuando em todos os processos. O processo de controleopera-se com a dinâmica da organização e compreende o planejamento e aorçamentação dos meios, a execução das atividades planejadas e a avalizaçãoperiódica da atuação.

Podemos dizer, então, que controle interno compreende o plano deorganização, procedimentos e todos os métodos e medidas adotados pelaInstituição.

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2.2 - Objetivos

Considerando a importância da implantação do controle interno,tanto a sua manutenção como seu adequado funcionamento obedecem osseguintes propósitos:

- promover operações ordenadas, econômicas, eficientes e efica-zes;

- gerar produtos de qualidade e serviços em consonância com osobjetivos da instituição;

- salvaguardar os recursos contra perdas provenientes de desper-dício, abuso administrativo, desordem administrativa, erros e fraudes e ou-tras irregularidades administrativas;

- promover a aderência às leis, regulamentações e diretrizes daadministração superior;

- desenvolver e manter dados financeiros e gerenciais confiáveis;- racionalizar a aplicação dos recursos públicos;- assegurar a proteção do patrimônio;- proporcionar tranqüilidade ao gestor pelo constante acompanha-

mento sobre as ações executadas;- disponibilizar um fluxo de informações oportunas ao gestor, capaz

de proporcionar um planejamento adequado das atividades a serem desen-volvidas;

- estimular a profissionalização e a eficiência do pessoal, na medi-da em que se desenvolvem tarefas com responsabilização individual;

- tornar mais segura a gestão pública;- oferecer transparência na aplicação dos recursos públicos.

2.3 - Princípios de Controle Interno

Os princípios de controle interno usualmente mencionados na lite-ratura especializada correspondem a medidas que devem ser adotadas emtermos de política, sistemas e organização, visando ao atingimento dos obje-tivos anteriormente elencados. A seguir, listaremos os mais citados:

- segurança razoável: as estruturas de controle interno devem pro-

porcionar uma garantia razoável do cumprimento dos objetivos gerais. A ga-rantia razoável equivale a um nível satisfatório de confiança, considerando ocusto, a oportunidade, a utilidade e os riscos;

- comprometimento: os dirigentes e os servidores/empregados de-verão mostrar e manter, em todo momento, uma atitude positiva e de apoiofrente aos controles internos;

- ética, integridade e competência: os dirigentes e os servidores/empregados devem primar por um comportamento ético, através da sua in-tegridade pessoal e profissional;

- objetivos do controle: devem-se identificar ou elaborar objetivosespecíficos do controle para cada atividade da instituição. Estes devem seradequados, oportunos, completos, razoáveis e estar integrados dentro dosobjetivos globais da instituição;

- análise do custo-benefício: a implantação e o funcionamento doscontroles internos devem apresentar um custo inferior ao benefício gerado;

- vigilância dos controles: os dirigentes devem acompanhar e veri-ficar continuamente suas operações e adotar imediatamente as medidasoportunas frente a qualquer evidência de irregularidade ou de atuação con-trária aos princípios de economia, eficiência e eficácia;

- documentação: a estrutura de controle interno e todas as transa-ções e fatos significativos devem estar claramente documentados e a docu-mentação deve estar disponível para verificação. Uma instituição deve ter oregistro de sua estrutura de controle interno, incluindo seus objetivos e pro-cedimentos de controle, e de todos os aspectos pertinentes das transações efatos significativos;

- registro oportuno e adequado das transações e fatos: as transa-ções e fatos significativos devem ser registradas imediatamente e ser devi-damente classificados. O registro imediato e pertinente da informação é umfator essencial para assegurar a oportunidade e confiabilidade de toda infor-mação que a instituição maneja em suas operações e na adoção de deci-sões;

- autorização e execução das transações e fatos: as transações efatos relevantes só poderão ser autorizados e executados por aquelas pesso-

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as que atuem dentro do âmbito de suas competências;

- divisão das tarefas (segregação de funções): as tarefas e respon-sabilidades essenciais ligadas a autorização, tratamento, registro e revisãodas transações e fatos devem ser designadas a pessoas diferentes. Com ofim de reduzir o risco de erros, desperdícios ou atos ilícitos, ou a probabilida-de de que não sejam detectados estes tipos de problemas, é preciso evitarque todos os aspectos fundamentais de uma transação ou operação se con-centrem nas mãos de uma única pessoa ou seção;

- supervisão: deve existir uma supervisão competente para garan-tir o atendimento aos objetivos de controle interno;

- acesso aos recursos e registros e responsabilidades frente aosmesmos: o acesso aos recursos e registros deve ser limitado às pessoasautorizadas para tanto, as quais estão obrigadas a prestar contas da custódiaou utilização dos mesmos.

2.4 - Considerações sobre a Implementação doControle Interno

É importante salientar que para a criação de controles para umadeterminada área ou atividade deve-se, inicialmente, proceder ao seguinte:

- levantamento de legislação dispondo sobre a estrutura adminis-trativa da Prefeitura, verificando a forma de hierarquia criada (secretarias,setores, departamentos), suas atribuições e responsabilidades;

- levantamento de legislação dispondo sobre a criação de cargos efunções;

- construção de organograma atualizado;

- levantamento de atos normativos existentes acerca da área ou

atividade objeto de controle;

- levantamento das rotinas da área ou atividade, bem como de seusprodutos: documentos, serviços, etc.;

- construção de um fluxograma, demonstrando as entradas, os pro-cessos e as saídas que ocorrem na área ou atividade.

2.5. Controles Sugeridos por Áreas

A seguir, demonstramos alguns exemplos de controles internos usu-almente aplicados nas administrações municipais:

Contabilidade:

- existência de plano de contas organizado e atualizado;

- registros contábeis adequados, obedecendo à doutrina, princípioscontábeis e legislação aplicável;

- apresentação de históricos, de forma objetiva, nos lançamentoscontábeis;

- elaboração de conciliações bancárias de forma continuada;

- elaboração dos demonstrativos e relatórios contábeis nos prazosestabelecidos pela legislação em vigor;

- confrontar ao menos uma vez por ano os saldos contábeis com osvalores apresentados nos inventários de bens e materiais;

- nas operações de crédito deverão haver informações básicas taiscomo demonstrativo detalhado sobre os limites de endividamento, existên-cia de lei autorizando, autorização do Banco Central/Senado Federal, planilhasde cálculo demonstrando a forma de amortização e encargos.

Tesouraria:

- portaria de nomeação para a função de tesoureiro;

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- local adequado com a segurança necessária;

- elaboração de boletim diário;

- organização da documentação correspondente às operações;

- ercar-se das garantias necessárias aplicáveis aos cheques emiti-dos ou recebidos (nominais, cruzados, depositados em conta da entidade,etc.).

Despesa Pública:

- descrição detalhada das despesas nas Notas de Empenho (mate-rial e serviços adquiridos, preços unitário e total, número da nota fiscal ourecibo, etc.);

- caracterização do interesse público;

- realizar consulta periódica à Secretaria da Fazenda para verifica-ção da situação fiscal do fornecedor;

- criação de norma estabelecendo os responsáveis pela liquidaçãoda despesa (alertar para a segregação de funções);

- realização física (liquidação da despesa) – comprovação de queos bens e serviços contratados foram entregues ou concluídos antes de efe-tuar os pagamentos, de acordo com as quantidades adquiridas, qualidadedos produtos, se estão dentro das especificações exigidas para a sua aplica-ção, prazos previamente pactuados, atestado de conclusão de obras e servi-ços por pessoal qualificado.

Receita:

- adoção de comprovantes contendo nome do contribuinte, valoresdiscriminados, classificação da receita, autenticação;

- existência de registros bancários e de tesouraria nas contas apro-priadas e obedecendo o princípio da oportunidade (boletins de tesouraria,contas bancárias individualizadas, normas que disciplinem o acesso à Te-souraria);

- manter controles específicos sobre outras receitas tais como alu-guéis, arrendamentos, industrial, aplicações financeiras, de serviços eagropecuária;

- manter controle sobre a dívida ativa de natureza tributária e nãotributária, incluindo cobrança administrativa e/ou judicial;

- cadastro de contribuintes atualizado (imóveis, prestadores de ser-viços, etc.), com indicação clara sobre a situação perante a fazenda pública;

- existência de legislação para cobrança dos créditos, com defini-ção de mecanismos de atualização dos valores e definição de penalidades, aserem aplicadas, quando houver atrasos;

- manter atualizados os valores a serem cobrados relativamente aoutras receitas;

Pessoal:

- existência de Registros/Fichas Funcionais e Financeiras;

- controle de freqüências;

- sistema de arquivamento de documentos com segurança;

- segregação das funções de cadastro e da confecção de folha depagamento;

- realização de recadastramento periódico de servidores e de pen-sionistas;

- registro de treinamento e capacitação aos servidores;

- controle da adaptação e produtividade dos servidores;

- acompanhamento dos contratos temporários.

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Bens Patrimoniais:

- realização de inventários com periodicidade anual, pelo menos;

- adoção de ficha de registro do bem;

- arquivamento de notas fiscais para bens móveis;

- manter relatórios de carga de bens por setores/ou unidadesatualizados;

- existência de termo de responsabilidade por todos os bens.

Almoxarifado:

- designação formal de responsável;

- norma interna para disciplinar a retirada/pedido/baixa de itens;

- arquivo de notas de empenho e de notas fiscais;

- adoção de documento padrão para requisição de material;

- existência de norma definindo responsáveis pela assinatura dasrequisições;

- condições de acondicionamento (ventilação, iluminação, segu-rança);

- registro diário das entradas e saídas do almoxarifado e confecçãode balancetes mensais;

- emissão de relatório relacionando itens não requisitados por de-terminado tempo para fins de baixa;

- registro e conferência de materiais entregues em outros locaisfora do almoxarifado (areia, argamassa, brita, tijolos, telhas, etc.).

Controle sobre Veículos e Combustíveis:

- existência de registros individualizados dos veículos;

- arquivo da documentação dos veículos;

- adoção de diário de bordo (documento diário elaborado pelo con-dutor a ser entregue ao chefe da garagem);

- adoção de controle de quilometragem x percurso x abastecimen-to;

- existência de controle sobre a reposição de peças;

- existência de controle sobre o desempenho do veículo, para pro-moção de revisões ou manutenções e de possíveis substituições;

- adoção de autorização para abastecimento assinadas por respon-sável definido previamente; autorização de abastecimento sob a forma detalões, contendo, no mínimo: numeração tipográfica, data de abastecimentodo veículo, tipo de veículo abastecido, placa do veículo abastecido, tipo decombustível, quantidade abastecida, valor do combustível, quilometragemdo veículo na ocasião do abastecimento, assinatura do responsável pelo se-tor de transporte.

Licitações e Contratos:

- existência de cadastro de fornecedores;

- adoção de registros da comissão de licitação;

- adoção de acompanhamento dos contratos quanto à vigência,parcelas (através dos boletins de medição para serviços), qualidade da mer-cadoria ou serviço entregue, etc.;

- adoção de sistema de arquivamento seguro para os processos;

- definição de critério para a composição da comissão de licitaçãocom base na capacitação técnica.

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Adiantamentos:

- existência de normas definindo as condições para realização dedespesas sob o regime de adiantamento e as regras para concessão e pres-tação de contas;

- adoção de documento definindo o responsável pelo adiantamen-to, a forma da prestação de contas e quem será o responsável pela revisão eanálise.

Auxílios e Subvenções:

- existência de norma definindo as condições para realização dasdoações;

- existência de cadastro contendo o nome completo, endereço edocumento de identificação do beneficiado;

- definição do responsável pela análise das solicitações.

2.6 - Reflexos da Ausência de Controle

Do exposto, podemos observar que toda a atividade gerencial daadministração pública é permeada pela implantação e manutenção dos con-troles internos. Podemos dizer que tanto a ausência e/ou má adequação doscontroles podem ocasionar efeitos nocivos à administração. De acordo coma literatura usual, podemos listar alguns efeitos advindos da deficiência noSistema de Controle Interno. São eles:

- planejamento de ações em desacordo com a realidade;- prejuízo à transparência da gestão pública;- desqualificação dos servidores em geral;- insegurança na tomada de decisões;- desperdícios causados pelo mau uso do recurso público;- ocorrência de erros, desvios e fraudes;- gestão ineficiente e ineficaz .

3 - SISTEMA DE CONTROLE INTERNO

3.1 - Conceito

Por Sistema de Controle Interno entende-se o conjunto complexo eorganizado de regras e normas, de unidades, princípios, métodos, procedi-mentos e equipamentos, coordenados entre si.

O Sistema de Controle Interno engloba os controles internos deforma integrada e pressupõe a existência de uma unidade central de avalia-ção. Constitui uma autêntica rede de informações capaz de subsidiar o pro-cesso de tomada de decisão no contexto gerencial e de fornecer ao dirigen-te, a qualquer instante, a exata noção do desempenho de cada um e de todosos órgãos e entidades que tenham a seu cargo a gestão de recursos públi-cos.

Por possuírem características próprias, não há um modelo padrãopara os Sistemas de Controle Interno nos órgãos e entidades da administra-ção pública. Devem estar adequados à realidade, ao porte e à complexidadedas atividades institucionais da entidade ou órgão. Devem englobar, ainda,análise das políticas administrativas e dos sistemas de informação existen-tes.

Considerando, então, todos esses aspectos, podemos dizer que paraa implementação de Sistemas de Controle Interno nas unidades da adminis-tração pública será necessário:

- constituir instrumento legal;

- que a Instituição ou Entidade esteja organizada e estruturada for-malmente, de modo a permitir uma adequada delegação de autoridade eresponsabilidade;

- a adoção de metodologia de desenvolvimento/aquisição de siste-mas operacionais ou de informações;

- pessoal adequado. Dentro de uma visão sistêmica das unidades,é fácil compreender, que, mesmo com sistemas adequados, políticas bemdefinidas, bons planos, a eficiência institucional poderá ser comprometida se

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estas mesmas unidades não dispuserem de quadro de pessoal adequada-mente dimensionado, capaz, eficiente e motivado;

- revisão e avaliação permanente. Deve existir um sistema inde-pendente de revisão e avaliação das normas, operações e registros da enti-dade ou órgão por um departamento de auditoria interna;

- que a Entidade mantenha sistemas de autorização e procedimen-tos de registro. Estes sistemas, aos quais deveriam agregar-se os referentesà execução de tarefas, devem abranger:

a) elaboração de manuais de normas e procedimentos, com siste-mas de autorizações, aprovações e linhas de autoridade claramente defini-dos, e o estabelecimento de práticas operacionais e de rotinas;

b) estrutura contábil adequada, com plano de contas comentado efluxos contábeis, incluindo técnicas orçamentárias, de contabilidade de cus-tos e acompanhamento e avaliação dos planos traçados;

c) registros e formulários adequados, que levem em consideraçãoaspectos tais como simplicidade de entendimento, facilidade de preenchi-mento e organização dos dados.

A supervisão das atividades de controle interno é inerente à funçãodo Prefeito, porquanto é ele o Administrador Geral do Município; é quemprecisa dos dados fornecidos pelo controle interno para bem administrar.Importa-lhe, por isso, preservar o funcionamento do sistema de controle in-terno com eficiência.

Incumbe ao Administrador, em primeiro lugar, gerir o patrimôniopúblico e os recursos a ele confiados com proficiência, sem desperdícios edesvios. Num segundo momento, cumpre-lhe manter condições para demons-trar a prática dos atos de administração e permitir a verificação, a qualquertempo, por parte dos órgãos de controle interno, e dos cidadãos, de que agiucom correção e competência.

O Administrador que praticar atos de improbidade administrativafica sujeito às penalidades da Lei Federal nº 8.429/92, que os caracteriza eestabelece as penas aplicáveis. Três são as categorias desses atos: os queimportam enriquecimento ilícito (art. 9º), os que causam prejuízo ao erário(art. 10) e os que atentam contra os princípios da administração pública (art. 11).

Também estão associados aos servidores públicos responsáveispelo controle interno a prática de atos ilícitos, como prevê o § 1º do art. 74 deConstituição Federal, como já visto ao final do item 1.1 deste trabalho.

3.2 - Sistema de Controle Interno e a Lei deResponsabilidade Fiscal

Os instrumentos de transparência da gestão fiscal são formadosbasicamente pelos planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias,pelas prestações de contas, pelo relatório resumido da execução orçamen-tária, o qual deverá ser publicado até trinta dias após o encerramento decada bimestre, e pelo relatório da gestão fiscal, que deverá ser emitido aofinal de cada quadrimestre, sendo publicado 30 dias após o encerramento doperíodo. Este último deverá vir assinado pelos titulares dos Poderes e ór-gãos, pelas autoridades responsáveis pela administração financeira e pelo“controle interno”, bem como por outras definidas por ato próprio de cadapoder ou órgão.

Percebe-se uma especial atenção às informações, para que elassejam tempestivas, relevantes e fidedignas. Para tanto, a própria Lei já esta-belece os prazos para publicação dos relatórios, define os seus conteúdos edetermina os responsáveis por assinar e garantir a confiabilidade das infor-mações. Destaca-se, como novidade, a figura do “responsável pelo controleinterno.”

Muitas instituições não possuem esta função dentro de suas estru-turas, principalmente na área municipal, apesar dos artigos 31, 70 e 74 daConstituição Federal já preverem a sua existência.

A LRF determinou também a assimilação de conceitos e ferramen-tas até então utilizados com maior freqüência na iniciativa privada, quaissejam:

- fluxo de caixa (art. 42, parágrafo único, c/c art. 50, II);

- sistema de apuração de custos (art. 50, parágrafo 3.º);

- demonstrações contábeis consolidadas (art. 51);

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- planejamento e avaliação (art. 4.º);

- cálculo atuarial (art. 4.º, parágrafo 2.º, IV).

Além disso, a LRF estabelece o respeito a diversos limites, aspectoesse que exigirá a permanente atualização de registros contábeis e extra-contábeis e a produção de relatórios gerenciais.

De outra parte, os demonstrativos a serem apresentadosbimestralmente ou quadrimestralmente (art. 52 a 54) deverão seguir um pa-drão, e a elaboração dos mesmos necessitará de um sistema de informaçãocontábil estruturado e com enfoque gerencial.

O art. 26 da LRF determina a condição de que transferência a pes-soas físicas ou jurídicas aconteça somente por lei específica, que deverárespeitar os critérios estabelecidos na LDO. Tais critérios demandarão con-troles internos específicos.

Para efetivar o cumprimento dos ditames da Lei, relacionamos al-gumas medidas gerenciais afetas ao Sistema de Controle Interno:

- estruturação de Sistema de Controle Interno, cujo órgão gestordeverá ter estrutura organizacional capaz de contemplar as seguintes áreas:contabilidade, auditoria, planejamento, apuração de custos e emissão de nor-mas técnicas e procedimentos;

- utilização do método das partidas dobradas na escrituraçãocontábil, de modo que a contabilidade possa informar os atos e fatos queocorreram ao longo da execução orçamentária;

- viabilização de procedimentos internos que permitam a realiza-ção dos registros contábeis no momento em que os atos e fatos ocorrem (ossistemas informatizados oferecem significativa ajuda neste sentido), bemcomo a disponibilização em tempo real (no momento em que ocorrem osregistros) das informações geradas para que tenham valor gerencial;

- elaboração de plano de contas que, além de estrutura compatívelcom as transações da entidade/órgão, contemple estrutura básica do siste-ma de custos, ou seja, por unidade funcional, designada como centro deresponsabilidade, e por atividade-fim ou intermediária, designadas comocentros de custos;

- revisão permanentemente dos registros contábeis, prevenindo fa-lhas na classificação das contas, erros no registro de valores lançados ouinversões de lançamento;

- realização periódica de inventários físicos. A posição física deveser conciliada com os saldos das contas de bens (recomenda-se que taiscontas sejam analíticas);

- periodicamente, reavaliações e depreciações dos bens devemser realizadas, de modo que se dê transparência quanto à existência e realexpressão monetária dos bens móveis e imóveis pertencentes à unidadepública, ressaltando-se que tais procedimentos, além de não-vedados pelalegislação em vigor, refletem a boa prática e o zelo do profissional contábil;

- arquivar documentos da contabilidade respeitando a seqüêncialógica, para dar suporte à produção de relatórios financeiros;

- o corpo funcional deve estar devidamente e constantemente ca-pacitado;

- realizar conciliações bancárias pelo menos uma vez por mês (con-fronto entre saldos das contas-correntes bancárias com o registrado na contacontábil Bancos), para que se tenha a posição exata dos recursos disponí-veis (descompromissados) em banco. Tal prática permitirá a montagem dofluxo de caixa, peça fundamental de planejamento e controle financeirodas unidades públicas;

- definição clara das responsabilidades e competências dos agen-tes públicos através da elaboração de regimento interno ou regulamento pró-prio;

- criação e manutenção de banco de dados (cadastro) de pessoasfísicas ou jurídicas que necessitem de recursos públicos, do qual deve cons-tar elementos suficientes para caracterizar a necessidade e as exigênciasdefinidas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias;

- edição de norma regulamentadora que defina os procedimentos aserem seguidos no caso de transferência a pessoas, tais como exposição demotivos, forma de prestação de contas, definição de elementos que permi-

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tam a verificação da correta utilização do recurso que foi utilizado.

3.3 - O Responsável pelo Controle Interno

O responsável pelo controle interno deve AUXILIAR os membrosda instituição no cumprimento efetivo de suas responsabilidades, apoiandoos gestores públicos na realização dos programas governamentais e estimu-lando a discussão sobre os resultados efetivos da gestão de recursos públi-cos. O seu papel fundamental é o de avaliar e informar periodicamente sobrea eficácia e deficiências das estruturas de controle interno e sobre os riscosque estes pontos fracos geram para a eficácia das atividades da administra-ção e para a proteção dos seus ativos. Desempenham uma função importan-te na melhoria continuada dos controles internos.

Por fim, vale destacar que cabe aos dirigentes públicos o estabele-cimento de estruturas de controle adequadas, constantemente revisadas eatualizadas. São, portanto, de responsabilidade destes dirigentes a idoneida-de e eficácia do sistema de controle. Caso não existam normas e rotinasestabelecendo as responsabilidades, competências e autoridades de seussubordinados e prepostos, o administrador será responsabilizado por qual-quer dano que ocorrer em sua gestão.

Ressaltamos que as sanções institucionais pelo descumprimentodas normas constantes na LRF estão prescritas na própria lei, enquanto queas penalidades por crimes fiscais encontram-se na Lei Federal no 10.028/00- Lei de Crimes de Responsabilidade Fiscal. Portanto, é de suma importânciaa realização de uma gestão fiscal responsável, que prime pelo equilíbrio dascontas públicas, concomitantemente ao atendimento dos anseios da socie-dade.

4 - A CONTABILIDADE E A GESTÃO MUNICIPAL

A contabilidade é um dos principais controles internos de qualquerorganização. A existência da contabilidade decorre da necessidade de seconhecer e controlar os componentes e as variações do patrimônio, riquezaimprescindível à satisfação das necessidades humanas e da vida em socie-dade.

Sempre que há um patrimônio em movimentação, sofrendo varia-ções geradas pelo trabalho humano, desenvolvido sobre os elementos que oformam, estamos diante de uma organização econômica. Existe, ainda, alémdo patrimônio e do trabalho humano desenvolvido sobre ele, o sistema admi-nistrativo, que coordena o trabalho e os componentes patrimoniais, dirigin-do-se ambos para o patrimônio. Assim, a contabilidade vem a ser um compo-nente da gestão, tendo como um dos seus principais objetivos fornecer infor-mações para o processo de tomada de decisão e de formulação de estratégi-as.

A contabilidade, além de gerar informações, permite explicar osfenômenos patrimoniais, construir modelos de prosperidade, efetuar análi-ses, controlar e também prever e projetar exercícios seguintes, entre tantasoutras funções. A contabilidade pode ser entendida como um subsistemadentro do sistema organizacional.

Do ponto de vista sistêmico, a contabilidade está integrada com omeio organizacional. O ambiente se inter-relaciona com a contabilidade comoum sistema aberto, ou seja, um sistema que não depende somente das infor-mações internas, mas da ligação e filtragem de informações externas à orga-nização.

Para cumprir seu papel como fonte de informações úteis para oprocesso de tomada de decisão, a contabilidade deve conter característicasque são fundamentais à administração, tais como ser útil, oportuna, clara,íntegra, relevante, flexível, completa e preditiva (fornecer indicadores de ten-dências).

Constata-se que a contabilidade tem sido encarada como um ins-trumento necessário tão-somente para atender a uma série de exigênciaslegais e burocráticas, e não como um instrumento gerencial, que oriente o

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administrador na tomada de decisões e controle em geral. Entretanto, pode-mos afirmar que a contabilidade é um instrumento que, sendo bem utilizado,atende a administração no seu mais amplo modo gerencial.

Assim, podemos concluir que o contador das unidades municipaistem papel de grande relevância na adequada gestão dos recursos públicos.

5 - UNIDADE CENTRAL DE AVALIAÇÃO

É a unidade que tem como competência fiscalizar e avaliar a corre-ta adequação e manutenção dos controles internos existentes na Instituição;é também o elo que integra os controles, dando forma ao Sistema de Contro-le Interno. A denominação desta unidade fica a critério da administração mu-nicipal.

5.1 – Os integrantes da Unidade Central deAvaliação

Para o desempenho das atividades e atribuições da referida unida-de, algumas características em relação ao perfil profissional são necessáriasaos servidores que atuam nessa área, a saber:

- por tratar-se de servidor público, necessariamente, quando atuan-do na unidade central de avaliação do Sistema de Controle Interno, deve tersua conduta pautada pelas normas estabelecidas nos estatutos da categoria;

- reconhecida experiência profissional adquirida através de treina-mento técnico na função de auditoria interna;

- educação formal e independência suficiente para expressar suaopinião, baseada nos elementos objetivos do exame realizado;

- quando em exercício profissional, o servidor deverá manter fielobservância das normas de ética profissional.

5.2 - Principais tarefas

As principais tarefas desenvolvidas pela Unidade Central de Avali-ação são as seguintes:

- acompanhar e orientar a implantação ou modificação de métodose procedimentos administrativos, que visem racionalizar a execução;

- avaliar a suficiência e a eficácia dos meios estabelecidos paraeficiente utilização dos recursos da Instituição, propondo alternativas para

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melhoria e indicando providências para assegurar a plena execução das ati-vidades;

- avaliar e controlar o cumprimento de instruções, normas, diretri-zes e procedimentos;

- avaliar o cumprimento da metas propostas no Plano Estratégico.

5.3 - Tipos de Avaliação

As avaliações podem ser:- preventiva e educativa (que tem por objetivo evitar desperdícios e

irregularidades). Nesse aspecto, a atuação tempestiva e concomitante, pormeio da orientação e formulação de recomendações de aprimoramento doscontroles internos, práticas gerenciais e administrativas e revisão permanen-te dos atos administrativos permitem que sejam antecipadas e, portanto,coibidas na origem, o prosseguimento de ações irregulares;

- detectiva (para detectar erros);

- corretiva (o erro já existe e o controle vem para corrigi-lo).

5.4 - Auditoria Interna

5.4.1 - Conceito

A Auditoria Interna é uma atividade de avaliação, revisão e apreci-ação dos controles internos e de assessoramento da Administração. Estávoltada para o exame da adequação, eficiência e eficácia do Sistema deControle Interno.

É a principal ferramenta utilizada no processo de avaliação doscontroles internos.

5.4.2 – Objetivos

Os objetivos da auditoria são:

- verificar a obediência às normas legais, diretrizes administrati-vas, instruções normativas, resoluções, circulares, etc.;

- verificar a necessidade de melhoramento das normas internas vi-gentes;

- verificar a existência, a suficiência e a aplicação dos controlesinternos, bem como contribuir para o seu aprimoramento.

5.4.3 - Operacionalização

Fases da execução da auditoria:

- avaliação de controles;- determinação de evidências;- consideração das causas e efeitos;- desenvolvimento das irregularidades;- preparação do relatório de auditoria.

5.5 - Principais Resultados

Os resultados principais da atuação da UCA são os seguintes:

- implementação de novos controles;- aperfeiçoamento dos controles existentes;- racionalização de atividades;- profissionalização dos servidores responsáveis pelos controles;- mudança de cultura quanto aos benefícios de um Sistema de

Controle Interno eficiente;- aumento de segurança na tomada de decisões;- transparência na gestão.

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Para melhor visualizar a base teórica deste trabalho, demonstra-mos a seguir a representação gráfica do Sistema de Controle Interno:

6 - O MUNICÍPIO E O TRIBUNAL DE CONTAS DOESTADO

Os Municípios deverão manter, de forma organizada, Sistema deControle Interno voltado à segurança da correta gestão dos recursos públi-cos e para inibir a ocorrência de desvios, de qualquer natureza, nos proces-sos de decisões conduzidos por Administradores e/ou responsáveis por benspúblicos.

Cumpre ao Tribunal de Contas, dentro da suas atribuições, fiscali-zar o adequado cumprimento do que foi estabelecido na base legal, mencio-nada neste Guia, item 1.

Tal legislação refere-se a todos os Sistemas de Controle Interno aserem adotados pelo Setor Público e no caso dos Municípios, em particular,a Constituição Federal trata de forma específica no artigo 31.

O Sistema de Controle Interno nos Municípios deve desenvolveratividades voltadas para o apoio ao controle externo, no caso presente, “Tri-bunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul”, por definição na Consti-tuição Estadual, artigo 71, parágrafo 5º, que assim dispõe:

“Art. 71 –...§ 5º - Compete ao Tribunal de Contas avaliar a eficiência e eficácia

dos sistemas de controle interno dos órgãos e entidades por ele fiscalizados.”

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6.1 - Normas Aplicáveis aos Processos do TCE

6.1.1 - Processos de Prestação de Contas

· Para o Prefeito MunicipalRegimento Interno, Resolução nº 591/2002, art.113, inciso I, letra “b”:

“Art. 113-

Inciso I –...b) relatório ou parecer do responsável pelo Sistema de

Controle Interno, de modo a evidenciar a consistência dos sistemasde controle interno atinente à administração do executivo munici-pal;”

6.1.2 - Processos de Tomada de Contas

· Para os Administradores das Câmaras MunicipaisRegimento Interno, Resolução nº 591/2002, art. 115, inciso I, letra “b”:

“Art. 115 –

Inciso I -...b) relatório e parecer do responsável pelo Sistema de Con-

trole Interno, de modo a evidenciar a consistência dos sistemas decontrole interno atinente a administração do legislativo municipal.”

· Para os demais AdministradoresRegimento Interno, Resolução nº 591/2002, art.115, inciso II, letra “g”:

“Art. 115 –...Inciso II –...

g) relatório e parecer do responsável pelo Sistema de Con-trole Interno, de modo a evidenciar a consistência dos sistemas decontrole interno atinentes a administração indireta municipal.”

6.1.3 - Processos de Gestão Fiscal

A Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu art. 54, parágrafo único,traz a inovação, como já foi expresso neste trabalho, da inclusão da assina-tura do responsável pelo controle interno no relatório da Gestão Fiscal, quetranscrevemos a seguir:

“Parágrafo único. O relatório também será assinado pe-las autoridades responsáveis pela administração financeira e pelocontrole interno, bem como por outras definidas por ato próprio decada Poder ou órgão referido no art. 20.”

A Resolução TCE n.º 695/2004, art. 2º, versa sobre as condiçõesque estarão expressas em Instrução Normativa para o cumprimento da LeiComplementar n.º 101/2000.

“Art. 2º - Instrução Normativa disporá sobre os documen-tos necessários à emissão do alerta referido nos incisos II e III do §1º do art. 59 e do Parecer de que trata o art. 57 da Lei Complemen-tar nº 101/2000, e estabelecerá a modalidade de entrega dos mes-mos a este Tribunal.”

A Instrução Normativa TCE nº 24/2004, no art. 6º, incisos I e II,especifica as condições estabelecidas para o cumprimento da Lei:

“Art. 6º - Os Demonstrativos de Limites, de que tratam osartigos 3º (Modelo 9 - Poder Executivo Municipal) e 4º (Modelo 14- Poder Legislativo Municipal), deverão ser assinados:

I - pelo Chefe do Poder Executivo Municipal, pelas auto-ridades responsáveis pela administração financeira e pelo controleinterno, bem como por outras definidas por ato próprio do Prefeito;

II - pelo Chefe do Poder Legislativo Municipal, pelas au-toridades responsáveis pela administração financeira e pelo con-

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trole interno, bem como por outras definidas por ato próprio doPresidente do Legislativo.”

6.1.4 – Procedimentos de Auditoria

É importante salientar o que está estabelecido na Resolução n.º544, de 21 de junho de 2000, com nova redação expressa na Resolução n.º622/2003, sobre os procedimentos de auditoria adotados no Tribunal de Con-tas, conforme diz o art. 81:

“Art. 81 – Os procedimentos de auditoria, destinados aoexame dos atos praticados e fatos ocorridos em determinado exercí-cio, ou parte do mesmo, compreenderão a análise dos dados remeti-dos pelos Entes auditados, incluindo-se as informações obtidas pormeio informatizado, magnético ou eletrônico previamente definidosem resolução, e verificações no local, de modo a permitir também aavaliação do sistema de controle interno, inclusive no que concerneà habilitação das entidades beneficiadas com contribuições, sub-venções ou auxílios, às respectivas concessões e prestações decontas.”(grifamos)

6.1.5 - Critério para a emissão de ParecerConsiderando a importância da avaliação do Sistema de Controle

Interno no âmbito das contas municipais pelo TCE, cabe referir a Resoluçãon.º 414/92 que estabelece a uniformização dos critérios para a emissão deparecer sobre as contas do Governador do Estado e dos Prefeitos Munici-pais. Transcrevemos, abaixo, o inciso VIII do art. 3º da citada Resolução, queconsidera a deficiência no Sistema de Controle Interno como um dos ele-mentos causadores de Parecer Desfavorável à aprovação das contas.

“Art. 3º - A prática dos atos administrativos e da gestãocontrários às normas de administração financeira e orçamentária,a seguir arrolados exemplificativamente, poderá ensejar a emissãode parecer desfavorável à aprovação das contas dos agentes públi-cos pelo Tribunal de Contas do estado do Rio Grande do Sul: (gri-famos)

...“VIII -Deficiência do sistema de controle interno mantido

pelo Executivo ...”

7 – BIBLIOGRAFIA

ANDRADE, Zenio Rosa. O controle interno de órgãos municipais : umavisão estrutural. Florianópolis : Tribunal de Contas do Estado de SantaCatarina, 1989.

ATTIE, William. Auditoria conceitos e aplicações. 3. ed. São Paulo :Atlas, 2000.

CARDOSO, Evânio Antunes Coelho. Controle interno: uma estratégia demodernização da gestão municipal. Jurídica Administração Municipal, v.10, n. 3, mar. 2005.

CAVALHEIRO, Jader Branco. A organização do sistema de controle inter-no dos municípios. 2. ed. Porto Alegre : CRCRS, 2003.

CORALLO, Giovani. Guia do administrador municipal. Porto Alegre :Nova Prova, 2004.

FLORES, Paulo Cesar. Controles internos dos bens patrimoniais nosmunicípios. Porto Alegre : s. ed., 2004.

MILESKI, Helio Saul. O Controle da Gestão Pública. São Paulo: Editorados Tribunais, 2003.

REVISTA DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDEDO SUL. Porto Alegre : TCE-RS, n.º 32, 2000.

SZÉLIGA, Ademir Amaury (coord.) Instituto Ruy Barbosa. Manual Nacio-nal de Auditoria Governamental. Curitiba : Tribunal de Contas do Estado doParaná, 1999.

OLIVEIRA, Margere Rosa de. Sistema de controle interno na administra-ção pública municipal. Porto Alegre : Nova Prova, 1998.

PESSOA, Joide Santana. A necessidade de implantação de sistemas decontrole interno nas prefeituras. Cuiabá : Universidade Federal de Mato Gros-so, 2001.

Sites:www.tce.rs.gov.brwww.cgu.gov.brwww.kpmg.com.br

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8 – ANEXOS“Não serão as CPIs nem códigos de ética que resolverão

o problema da corrupção. O Brasil não é um país corrupto. É ape-nas pouco auditado.”(grifamos)

Stephen Kanitz - Revista Veja 02/06/99.

CO

Múltiplas respostas recebidasFonte: KPMG (“A fraude no Brasil – Relatório da Pesquisa 2004”)

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39%

29%

27%

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12%

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CONTROLES INTERNOS

AUDITORIA INTERNA

INFORMAÇÃO DEFUNCIONÁRIOS

INFORMAÇÃO DETERCEIROS

INVESTIGAÇÃO ESPECIAL

DENÚNCIA ANÔNIMA

COINCIDÊNCIA

AUDITORIA EXTERNA

COMO DESCOBRIR

71%

26%

20%

9%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

INSUFICIÊNCIA DESISTEMAS DE CONTROLES

INTERNOS

CONTROLES INTERNOSBURLADOS

PARTICULARIDADES DORAMO DE ATUAÇÃO

FALTA DE CONDUÇÃO NAEMPRESA

CIRCUNSTÂNCIAS FACILITADORAS

84%

46%

42%

34%

30%

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MELHORIA DOSCONTROLES INTERNOS

MANUAL DE ÉTICAPROFISSIONAL

TREINAMENTO DESERVIDORES

AUMENTO DE RECURSOSNAS ÁREAS AFETADAS

INVESTIGAÇÕES PELAAUDITORIA EXTERNA

PLANOS PARA DIMINUIÇÃO

Múltiplas respostas recebidasFonte: KPMG (“A fraude no Brasil – Relatório da Pesquisa 2004”)

62%

52%

51%

41%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

PERD A D E VALORESSOC IAIS E MORAIS

IMPUNID AD E

INSUFIC IÊNC IA D ESISTEMAS D E C ONTROLE

PROBLEMASEC ONÔMIC OS

ORIG EM DAS FRAUDES