manual de arquitetura hospitalar

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  • 1Manual prtico de arquitetura hospitalar

    Manual prtico de arquitetura hospitalar

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  • Manual prtico de arquitetura hospitalar2

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  • 3Manual prtico de arquitetura hospitalarRonald de Ges

    Manual prtico de arquitetura hospitalar2. edio revista e ampliada

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  • Rua Pedroso Alvarenga, 1245, 4 andar

    04531-012 So Paulo SP Brasil

    Tel 55 11 3078-5366

    [email protected]

    www.blucher.com.br

    Segundo Novo Acordo Ortogrfico, conforme 5. ed.

    do Vocabulrio Ortogrfico da Lngua Portuguesa,

    Academia Brasileira de Letras, maro de 2009.

    proibida a reproduo total ou parcial por quaisquer

    meios, sem autorizao escrita da Editora.

    Todos os direitos reservados pela Editora Edgard Blcher Ltda.

    FICHA CATALOGRFICA

    Ges, Ronald de

    Manual prtico de arquitetura hospitalar / Ronald

    de Ges 2. edio So Paulo: Blucher, 2011

    ISBN 978-85-212-0580-7

    1. Hospitais Arquitetura I. Ttulo.

    10.12745 CDD-725.51

    ndices para catlogo sistemtico:

    1. Arquitetura hospitalar 725.51

    2. Hospitais: Arquitetura 725.51

    Manual prtico de arquitetura hospitalar

    2011 Ronald de Ges

    1 reimpresso 2012

    Editora Edgard Blcher Ltda.

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  • 5Manual prtico de arquitetura hospitalar

    Contedo

    9 Prefcio 2. edio

    11 Introduo

    13 Conceito de sade

    15 Sistema de sade no Brasil SUS

    17 Cap. 1 Rede de atendimento de sade no Brasil O conceito de municipalizao, 17 Nveis de atendimento, 18 Servios prestados populao pelos postos de sade comunidade, 19 Servios prestados pelos centros de sade comunidade, 20 Ambulatrios gerais, 20 Unidades de pronto atendimento UPA, 21 Unidade mista, 21 Hospitais locais, 21 Hospitais regionais ou de referncia: 50 a 150 leitos, 21 Hospitais regionais ou de referncia: 151 a 200 leitos, 22 Hospitais especializados, 22

    25 Cap. 2 Evoluo histrica do hospital Hospital histrico, 25 Leis e portarias, 33

    39 Cap. 3 Abordagens preliminares Planejamento do hospital, 39 Terminologia, 39 Aspectos econmico-fi nanceiros, 40 Dimensionamento, 44 Subdiviso, 45

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  • Manual prtico de arquitetura hospitalar6 47 Cap. 4 Conceitos Hospital: arquitetura, construo e urbanismo, 47 Arquitetura introduo, 47 Fases do planejamento, 50 O futuro do hospital, 66

    69 Cap. 5 Critrios para projetos Tipologias hospitalares e custos comparativos, 69 Instalaes, 79 ndice de compacidade, 80 Planos horizontais e verticais, 82 ndice Yale, 87 Corredor simplesmente carregado/duplamente carregado, 91 Flexibilidade Comentrios adicionais, 120 Outras formas de avaliao do projeto de unidade de internao, 121

    123 Cap. 6 Unidades especiais Unidade e centro de terapia intensiva (UTI/CTI), 124 Unidade de radiologia (imagenologia), 130 Unidade de radioterapia, 138 Unidade/centro de material esterilizado, 141 Unidade de centro cirrgico, 147 Unidade de centro obsttrico, 168 Unidade de medicina hiperbrica, 173 Unidade de medicina nuclear, 178 Equipamentos mdicos, 181

    189 Cap. 7 Novas formas de ver a Arquitetura Arquitetura e energia, 189 Arquitetura e meio ambiente, 190 Arquitetura e hotelaria hospitalar, 192 Arquitetura e sustentabilidade, 194

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  • 7Manual prtico de arquitetura hospitalar 199 Cap. 8 Aspectos a considerar Conforto acstico, 199 Imagem visual e ergonomia, 199 Cores, 201 Metodologia e tcnicas de planejamento hospitalar, 203 A experincia brasileira, 205 Acreditao hospitalar, 206

    209 Cap. 9 Histogramas Anexos, 209 Setor funcional 1, Atendimento bsico de sade, 211 Setor funcional 2, Ambulatrio, 212 Setor funcional 3, Atendimento imediato, 215 Setor funcional 4, Atendimento em regime de internao, 217 Setor funcional 5, Apoio ao diagnstico e terapia, 225 Setor funcional 6, Apoio tcnico, 253 Setor funcional 7, Ao e formao para o desenvolvimento de recursos humanos e pesquisas, 260 Setor funcional 8, Apoio administrativo, 261 Setor funcional 9, Apoio logstico, 263 Diagrama composto modelo terico, 269 Projetos, 270

    277 Glossrio

    281 Bibliografi a

    285 Biografi a

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  • Manual prtico de arquitetura hospitalar8

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  • 9Manual prtico de arquitetura hospitalar

    Ao escrever este prefcio 2. edio, nosso objetivo explicar as modi-fi caes ocorridas entre as duas edies. O espao de tempo de seis anos, entre as duas edies, registrou notveis avanos, tanto na medicina como nas concepes mais gerais do atendimento sade, com refl exos inevitveis no espao fsico das unidades de sade.

    Diante desse quadro, foi tomada a deciso de detalhar algumas reas mais complexas do hospital, principalmente aquelas onde foram maiores as trans-formaes no conceito e na incorporao de novas tecnologias. Para as novas unidades de sade, como as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), foram criadas e desenvolvidas tcnicas de tratamento, como a Medicina Hiperbrica, que representa um grande avano na recuperao, mais rpida, de pacientes submetidos a procedimentos cirrgicos.

    Novos materiais de acabamento foram incorporados ao edifcio hospitalar, simplifi cando solues e processos de construo, utilizao e manuteno, dentro do conceito de sustentabilidade, conceito este de grande importncia no planejamento e projeto do edifcio hospitalar.

    Mas o grande avano foi representado pelo surgimento de vrios cursos de especializao na rea de planejamento e projeto de edifcios de sade e na administrao hospitalar, possibilitando o treinamento de um formidvel contingente de mo de obra que muitos benefcios trouxe para este setor.

    Houve um despertar para o tema no interior de universidades pblicas e privadas, gerando um nmero considervel de teses, dissertaes e trabalhos fi nais de cursos de graduao, nos quais novas abordagens foram desenvol-vidas, gerando um sopro renovador na maneira de conceituar os edifcios destinados ao tratamento de sade.

    Esta nova edio tem a preocupao de contribuir da melhor forma possvel com esse amplo campo de atuao de arquitetos, administradores, engenhei-ros, e mesmo pessoal da rea mdica, que estudam, pesquisam, planejam, constroem e se dedicam ao tema.

    O Autor

    Prefcio 2. edio

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  • Manual prtico de arquitetura hospitalar10

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  • 11Manual prtico de arquitetura hospitalar

    Este trabalho comea com uma defi nio sobre o conceito de sade, segundo a viso da ONU, e passa pela evoluo dos sistemas de sade no Brasil, inclusive na forma como esse sistema dispe suas estruturas fsicas de atendimento, at o presente momento, amparadas no Sistema Unifi cado de Sade SUS.

    Procurou-se, em seguida, apresentar uma viso histrica do hospital, desde a mais remota antiguidade at os primeiros hospitais brasileiros. Na sequncia dessa viso histrica, so mostradas as diferentes experincias de tentativas de normatizar as construes hospitalares brasileiras, principalmente nas suas verses mais recentes, a partir da Portaria 400/BSB, de 6 de dezembro de 1977, culminando com a Resoluo da Diretoria Colegiada (RDC) n. 50 ANVISA/MS, de 21 de fevereiro de 2002, que atualmente regulamenta o assunto.

    O trabalho continua com as anlises e aspectos ligados ao planejamento, ao fi nanciamento e s exigncias legais para a implantao dessas estruturas. Depois so enfocados os aspectos do projeto e da construo propriamente dita, dos hospitais, os critrios exigidos e uma amostra do que feito no ex-terior e no Brasil sobre o tema.

    A nfase dada ao setor de internao, em que pese um processo mundial de desospitalizao, decorrente dos avanos da medicina, dos medicamentos e dos procedimentos no atendimento, justifi ca-se por ser esse setor, ainda, responsvel por 50% da dimenso total do hospital. Alm do mais, por de-pender muito do tipo de equipamento a ser adotado, os outros setores do hospital so tratados apenas dentro de um ponto de vista conceitual, quanto localizao, dimenses mnimas e aspectos construtivos. A importante parte das instalaes hospitalares contempla informaes sobre os principais equi-pamentos referentes ao apoio ao diagnstico e tratamento, apoio logstico, apoio tcnico e o das questes ambientais e energticas.

    So apresentadas linhas metodolgicas para o planejamento e o projeto hospitalar, com uma viso bastante diversifi cada sobre o assunto, dando nfase experincia brasileira.

    Finalmente, para permitir uma compreenso mais detalhada sobre as com-plexas relaes espaciais inerentes ao edifcio hospitalar, este livro apresenta o histograma (diagrama de grupo) completo de cada unidade, seguido de quadros e tabelas, complementando informaes s exigncias normativas, relativas s dimenses dos ambientes s instalaes, entre outras. Posterior-mente, apresentado o modelo terico (diagrama composto), dando uma viso completa do hospital.

    No se pretende aqui esgotar o tema, que , por sua vez, complexo e di-nmico, multifacetado nas suas diversas abordagens, mas contribuir a partir da nossa experincia profi ssional e docente, por mais de 25 anos trabalhando com este tema.

    Ronald de Ges

    Introduo

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  • 13Manual prtico de arquitetura hospitalar

    Na reunio realizada na cidade de Alma Ata, na antiga URSS (Rssia) a ONU, por intermdio da OMS Organizao Mundial de Sade conceituou sade como um direito humano fundamental, consecuo do mais alto nvel de vida possvel, cuja realizao requer a ao de muitos outros setores sociais e econmicos, tais como educao, emprego/salrio, alimentao, moradia, segurana fsica e ambiental.

    Segundo a Declarao de Alma Ata, sade o estado de quem tem suas funes orgnicas, fsicas e mentais em situao normal, equilibrada. Ou seja, sade o estado do que so; estado do individuo em que h exerccio regular das funes orgnicas. E doena, por sua vez, a alterao ou desvio do estado fi siolgico em uma ou vrias partes do corpo. Enfi m, doena um distrbio de sade fsica ou mental.

    Conceito de sade

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  • Manual prtico de arquitetura hospitalar14

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  • 15Manual prtico de arquitetura hospitalar

    Sistema de sade no Brasil

    As experincias para enfrentar ou tentar resolver os problemas de sade no Brasil so bastante numerosas e multifacetadas. Devem ser destacados os trabalhos de Osvaldo Cruz, no comeo do sculo XX, para erradicar a febre amarela e outras molstias infectocontagiosas no Rio de Janeiro. O Plano Salte que visava sade alimentao, transporte e energia , no governo do presidente Eurico Dutra, s teve implantada a parte de transporte, com a construo da rodovia Rio So Paulo, a Via Dutra.

    O Plano Nacional de Sade do ministro e mdico Lionel Miranda, em 1967, no governo Costa e Silva, entre outros, foi uma iniciativa que tentou organizar os recursos existentes para sistematizar o atendimento mdico no Brasil, dentro de um conceito moderno de universalizao dos servios, unifi cando as aes em unidades integradas e hierarquizadas.

    Em 1990, cria-se o SUS Sistema Unifi cado de Sade, cuja ao pretende atender ou possibilitar o atendimento de 100% de populao brasileira.

    Pela Lei 8.080 de 19/09/90, foram estabelecidas diretrizes para, pela arti-culao das vrias instituies, pblicas ou privadas, implementar as aes, cabendo ao setor pblico as aes bsicas de sade.

    Estabeleceram-se trs princpios bsicos: universalidade, eqidade e integralidade, em cuja aplicao, ainda segundo as disposies contidas na lei, objetiva-se a proteo e recuperao da sade, a organizao e o funcionamento dos respectivos servios, considerando os seguintes aspectos:

    municipalizao;

    nveis de atendimento;

    tipos de estabelecimento adotados.

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  • Manual prtico de arquitetura hospitalar16

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  • 17Rede de atendimento de sade no Brasil

    Rede de atendimento de sade no Brasil

    Captulo1

    O conceito de municipalizao Dentro da premissa de que o homem mora no municpio, zona rural ou

    urbana, e no no estado ou pas, foram estabelecidas aes para o atendi-mento primrio de sade, ainda inspirado na conferncia de Alma Ata, que envolvem educao, nutrio, ateno famlia, imunizao, saneamento bsico, controle de endemias, tratamento de doenas comuns e previso de medicamentos essenciais.

    A municipalizao apresenta vantagens e desvantagens no atendimento direto ao cidado. Entre as vantagens, podemos citar:

    adequao dos servios realidade e necessidades locais; elevao de e cincia pelos recursos existentes; controle dos custos; utilizao dos recursos humanos da localidade e dentro de cada

    realidade; utilizao de tecnologia apropriada em cada nvel de atendimento; possibilidade de articulao entre estabelecimentos e instituies.

    Os itens acima relativos municipalizao e que con guram o funciona-mento horizontal do SUS no implicam a eliminao do nvel regional, ou vertical, de seu funcionamento.

    A concepo do SUS prev a integrao dos dois nveis com a adoo das prticas de referncia e contrarreferncia de pacientes no sistema.

    Esto previstas organizaes de distritos sanitrios, formados a partir de conjuntos de municpios que, por intermdio de suas comunidades, se integraro ao nvel regional, possibilitando o atendimento de acordo com a sua complexidade em cada nvel, num intercmbio de recursos humanos e nanceiros, levando em considerao as particularidades de cada regio.

    O SUS vem funcionando de forma de ciente. Os desequilbrios regionais, num pas de dimenses continentais como o Brasil, com sua cultura multifacetada e uma tradio de administrao pblica autoritria e centralizadora, no permitiram ainda um funcionamento adequado do sistema.

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  • Manual prtico de arquitetura hospitalar18Alm disso, muitos municpios no esto pondo em prtica a poltica de

    sade. Em vez de investimentos nas aes bsicas, preferem adotar a poltica de enviar os pacientes para as sedes regionais, no importando os nveis de complexidade da enfermidade. Casos simples que poderiam ser atendidos na sede do municpio so transferidos, no mais das vezes, para as capitais dos Estados, sobrecarregando os servios a existentes. a ambulnciaterapia.

    Outro aspecto que deve ser considerado a questo salarial do quadro m-dico, advindo de uma prtica econmica inqua e irresponsvel. H, no entanto, denncias de malversao e desvios de recursos nas guias de AIH etc.

    Deve-se considerar tambm o sucateamento da aparelhagem clnica, quando no a destruio dos equipamentos por uso inadequado, sabotagens e uso para bene ciar algumas clnicas privadas. Esses so alguns dos problemas constatados na nossa realidade.

    Nveis de atendimentoRede de Atendimento

    Os nveis de atendimento sade so divididos em trs categorias, con-forme a resoluo n. 03 de 25/03/81, da Comisso Interministerial de Plane-jamento e Coordenao Ciplan Portaria Interministerial n. 05 de 11/01/80.

    Nvel primrio

    Atividade caracterizada por aes de promoo, proteo e recuperao, no nvel ambulatorial, por meio de pessoal elementar mdio, clnicas gerais e odontlogos. Nesse nvel, as atividades se dividem em trs grupos:

    1) sade;

    2) saneamento;

    3) diagnstico simpli cado.

    A estrutura fsica para esse nvel so os postos e centros de sade.

    Nvel secundrio

    Alm das atividades e apoio ao nvel primrio, este nvel desenvolve ativi-dades das quatro clnicas bsicas:

    1) clnica mdica;

    2) clnica cirrgica;

    3) clnica ginecolgica e obsttrica;

    4) clnica peditrica.

    Em nvel ambulatorial, so feitos atendimentos com internaes de curta durao, urgncias e reabilitao.

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  • 19Rede de atendimento de sade no BrasilA estrutura fsica para esse nvel so as unidades mistas, ambulatrios

    gerais, hospitais locais e regionais.

    O apoio ao diagnstico composto por laboratrio de patologia clnica e radiodiagnstico, com a utilizao de equipamentos bsicos. Os laboratrios possuem uma estrutura mais complexa que a do nvel primrio, e o radiodiag-nstico feito com equipamentos bsicos de raios X.

    Nvel tercirio

    Nvel em que so tratados os casos mais complexos do sistema, atenes do nvel ambulatorial, urgncia e internao.

    A estrutura fsica destinada a esse nvel so os ambulatrios, os hospitais regionais e os especializados.

    Tipos de estabelecimentos estrutura fsica. Esses estabelecimentos de-vem ser planejados para o atendimento, numa rede integrada e hierarquizada, a 100% da populao do Pas.

    Nvel primrio

    Servios prestados pelos postos de sade comunidade

    Para agrupamentos populacionais entre 500 e 2.000 habitantes.

    Servios prestados pelas unidades elementares: Postos de Sade.

    Cidades do interior: onde o pessoal auxiliar devidamente treinado (na falta de mdicos).

    Capital: onde h mdicos e pessoal auxiliar.

    imunizao; educao sanitria; atendimento de enfermagem (primeiros socorros); aplicao de injees (sob prescrio mdica); curativos; atendimento a gestantes, criana e populao adulta em geral; cuidados odontolgicos preventivo e curativo; pesquisa de albumina para gestante; orientao e controle de parteiras leigas; encaminhamento de pacientes s unidades de apoio CS e hospitais; coleta de materiais para exames laboratoriais e seu encaminhamento

    s unidades de apoio; registro e encaminhamento de dados bioestatsticos s unidades de apoio; controle e noti cao de doenas transmissveis; mobilizao comunitria para aes de sade e saneamento; inspeo de saneamento bsico;

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  • Manual prtico de arquitetura hospitalar20 orientao construo de privadas higinicas; preservao do meio ambiente.

    As aes de saneamento bsico e meio ambiente, bem como o controle e anlise das construes hospitalares, esto sob scalizao das COVISAS (estadual e municipal).

    Servios prestados pelos centros de sade comunidade Centro de Sade: para agrupamento populacional entre 2.000 e 10.000 habitantes.

    Os centros de sade prestam os mesmos atendimentos dos Postos de Sade e mais:

    assistncia mdica; assistncia odontolgica; anlise laboratorial; educao sanitria; suplementao alimentar; atendimento de enfermagem; controle de doenas infectoparasitrias; servios auxiliares de enfermagem; saneamento bsico; atendimento aos pacientes encaminhados; treinamento de pessoal; superviso de postos de sade; scalizao sanitria;

    Nvel secundrio

    Ambulatrios geraisEquipamento de referncia para os centros de sade. Para o seu dimen-

    sionamento tem-se que levar em conta a regio e a populao considerada. Basicamente, sua atuao est caracterizada pelo atendimento s 4 clnicas bsicas. Estatsticas apontam que 10% dos atendimentos ambulatriais tm sua procedncia dos postos e centros de sade.

    H uma tendncia em dotar os ambulatrios de centros cirrgicos simpli- cados para cirurgias de pequeno porte, bem como leitos de observao, e, quando de grande porte, podem atender um maior nmero de especialidades.

    So progamados para atender agrupamentos populacionais, no nvel local, entre 6.000 e 10.000 habitantes, e 50.000 a 80.000 na sua rea de referncia.

    Nas grandes cidades podem ser subdivididos, para facilitar o deslocamento da populao sob sua responsabilidade.

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  • 21Rede de atendimento de sade no BrasilUnidades de pronto atendimento UPA

    O aumento considervel da violncia urbana em todos os seus aspectos (acidentes de carros, atropelamentos, assaltos, sequestros etc.) levaram as autoridades a criarem, em 2003, Portaria GM/MS 1.863, o Plano Nacional de Atendimento de Urgncia e o Servio Atendimento Mdico de Urgncia (Samu). Em 2004, com a Portaria GM/MS 2.048, as Unidades de Pronto Antendimento (UPAs).

    Unidade mistaPara agrupamentos populacionais entre 10.000 a 20.000 habitantes.

    Deve ser implantada em regies onde a referncia centro de sade hospital regional di cl ou onerosa.

    De um modo geral, seu atendimento caracteriza-se por aes ambulatriais nas 4 clnicas bsicas e internao. Possui laboratrio de patologia clnica e equipamentos bsicos de radiodiagnstico.

    Sua estrutura acrescida da internao semelhante a de um centro de sade.

    Em algumas regies e localidades, a internao da unidade mista destina--se mais s parturientes de parto normal e permanncia mxima de 24 horas, com no mximo 16 leitos.

    Hospitais locaisPara agrupamentos de at 50.000 habitantes.

    As unidades de internao so destinadas s 4 clnicas bsicas, o apoio ao centro de sade e ambulatrios gerais de atendimento de urgncia na sua rea de referncia.

    A sua implantao deve obedecer s normas para construo e instalao de servios de sade.

    Deve contar com servios de laboratrio de patologia clnica e radio-diagnstico.

    Deve contar tambm com servios de laboratrio de patologia clnica, radiodiagnstico e rea de apoio industrial, tais como lavanderia e central de esterilizao, cozinha industrial. Centro cirrgico e obsttrico podem ser uni cados.

    Hospitais regionais: entre 50 a 150 leitosPara agrupamentos populacionais entre 50.000 e 100.000 habitantes.

    Presta assistncia mdica de urgncia, clnicas bsicas e internao nas quatro especialidades bsicas, alm de outras consideradas necessrias na sua rea de referncia, alm do apoio aos demais programas de sade da localidade.

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  • Manual prtico de arquitetura hospitalar22Sua estrutura j deve comportar, alm do laboratrio de patologia clnica

    de nvel III, outros equipamentos de apoio ao diagnstico. Alm do raio X outros tipos de aparelhos de diagnstico por imagem podem ser implantados, como tomogra a computadorizada, por exemplo. Centro cirrgico e centro obsttrico devem ter estruturas destintas. Comporta UTI de at 6 leitos e rea industrial de grande complexidade.

    Hospitais regionais ou de referncia: 151 a 200 leitos

    Porte no vinculado a agrupamentos populacionais.

    Geralmente localizado em grandes centros urbanos e servindo de referncia mais ampla sua rea de infl uncia.

    Caracteriza-se por um elevado ndice pro ssional e tecnolgico. Atuando em vrias especialidades mdico-cirrgicas num complexo sistema de aten-dimento de urgncia/emergncia, apoio ao diagnstico e ao tratamento e internao, inclusive CTI (18 a 24 leitos).

    Embora sua estrutura exija uma complexa rea industrial (lavanderia, servio de nutrio, central de esterilizao), caldeiras e suprimentos energticos em geral, alguns desses servios, em hospitais desse porte, j so terceirizados.

    Servio de apoio ao diagnstico e ao tratamento possuem grande variedade de equipamentos para diagnstico por imagem e outros de grande so sticao na parte relativa ao tratamento, como aceleradores lineares, por exemplo.

    Nvel tercirio

    Hospitais especializadosExiste uma controvrsia atualmente na Portaria n. 1.884, a respeito do

    papel dos hospitais especializados. Correntes defendem a extino destes hospitais (como os psiquitricos, por exemplo), substituindo-os ou incor-porando as suas atividades em hospitais gerais. Entretanto, o surgimento de novas patologias como a AIDS e a recidiva de doenas que se julgavam extintas, tais como a malria, febre amarela, clera, dengue, meningite e ou-tras, inclusive no meio urbano, fruto das precrias condies de saneamento das nossas vilas e cidades, tm mantido presente na sociedade o debate em torno da existncia ou no desses estabelecimentos. o caso, por exemplo, dos hospitais de doenas infectocontagiosas.

    Alm disso, as normas o ciais existentes que orientam a construo de hospitais e outras unidades de sade ainda consideram a existncia/perma-nncia de alguns desses equipamentos.

    De um modo geral, principalmente na iniciativa privada, a tendncia para hospitais com 100 ou mais leitos do tipo hospital geral. Neste caso, ca difcil uma certa especializao com o sistema hoje existente dos seguros e

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  • 23Rede de atendimento de sade no Brasilplanos de sade privados. Geralmente, os hospitais especializados tornam--se gerais.

    So considerados hospitais especializados:

    hospitais de doenas infectocontagiosas;

    hospitais psiquitricos;

    hospitais oncolgicos;

    hospitais peditricos;

    hospitais geritricos;

    hospitais universitrios;

    hospitais penitencirios.

    Com a Lei 10.216, de 6 de abril de 2001 (Lei Antimanicomial), os hospitais psiquitricos esto sendo paulatinamente desmobilizados e destinados ape-nas aos casos de emergncias. A nova poltica para as doenas mentais o tratamento ambulatorial nos Ncleos e Centros de Atendimento Psicossocial (NAPS e CAPS) e nas Casas Teraputicas.

    Com o aumento do nmero de idosos na sociedade brasileira, poltica semelhante est sendo adotada quanto aos hospitais geritricos e a transfor-mao deles em Centros de Atendimentos aos Idosos, conforme RDC 283, de 26 de setembro de 2005.

    PS Posto de SadeCS Centro de SadeUPA Unidade de Pronto AtendimentoUM Unidade MistaHL Hospital LocalHR Hospital Regional (geral)HE Hospital Especializado

    PS

    CS HL HR HEPS

    PS

    UPA UM

    FIGURA 1.1 Rede de sade no Brasil Estrutura fsica herarquizada e integrada.

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