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MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DRECÇÃO GERAL DO PATRIMÓNIO E CONTRATAÇÃO PÚBLICA SISTEMA DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA Fase de formação do contrato Manual da Contratação Pública Versão 1.0 Maio 2009

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MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DRECÇÃO GERAL DO PATRIMÓNIO E CONTRATAÇÃO PÚBLICA

SISTEMA DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA 

 

 Fase de formação do contrato 

 

Manual da 

Contratação Pública 

 

 

 

 

 

 

Versão 1.0 

Maio 2009 

Manual da Contratação Pública 

 

 

 

 

Versão Data de

elaboração Alteração Motivos da Alteração

1 2009-05-25 Versão inicial

 

 

Este documento pode ser encontrado no seguinte endereço electrónico: 

   

            XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX 

 

Contactos da Direcção Geral do Património e Contratação Pública 

 

            Unidade orgânica 

            Telefone 

            Endereço electrónico 

Endereço internet 

            Endereço postal 

 

 

 

Manual da Contratação Pública 

 

 

 

 

   

ÍNDICE  

 

 

GLOSSÁRIO 4

ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS 5

DOCUMENTAÇÃO 6

1. APRESENTAÇÃO 7

2. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 8

3. ENTIDADES ADJUDICANTES 8

4. CATEGORIAS DE COMPRA 9

5. MODALIDADES DE AQUISIÇÃO 9

6. PRINCÍPIOS DO SISTEMA DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA 10

7. ENTIDADES DO SISTEMA 11

8. GARANTIAS DE QUALIDADE NA PROCURA E NA OFERTA 12

9. ETAPAS NA FASE DE FORMAÇÃO DO CONTRATO 13

A. Etapa 1 - IDENTIFICAÇÃO DE NECESSIDADES 16

B. Etapa 2 - PLANEAMENTO ANUAL DAS AQUISIÇÕES PÚBLICAS 17

C. Etapa 3 - SELECÇÃO DA MODALIDADE DE AQUISIÇÃO 19

D. Etapa 4 - PRÉ-QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES 24

E. Etapa 5 - LANÇAMENTO DO PROCEDIMENTO DE AQUISIÇÃO 26

F. Etapa 6 - AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS PROPOSTAS 30

G. Etapa 7 - ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO CONTRATO 32

10. CODIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS 34

 

 

Manual da Contratação Pública 

 

GLOSSÁRIO 

 

Acto Administrativo – Decisões e deliberações dos órgãos da Administração Pública que,  ao  abrigo de 

normas  de  direito  público,  visam  produzir  efeitos  numa  situação  individual  e  concreta  (artigo  8º  do 

Decreto‐Lei nº 15/97, de 10 de Novembro). 

Audiência – Acto pelo qual a Administração ouve os interessados num processo, antes de tomar a decisão 

final. 

Entidade  Adquirente  ‐  A  Entidade  Adjudicante,  enquanto  beneficiária  directa  de  um  dos  contratos 

previstos na Lei das Aquisições Públicas e realizadora, com uma UGA e outras Entidades do Sistema, de um 

processo de contratação. 

Entidades Adjudicantes  ‐ as entidades previstas nas alíneas do número 3 do artigo 1º e no artigo 2º, do 

presente Regulamento: (i) Estado, (ii) os organismos públicos dotados de personalidade  jurídica, com ou 

sem autonomia  financeira, que não  revistam natureza,  forma e designação de empresa pública,  (iii) os 

serviços  personalizados  do  Estado,  (iv)os  fundos  autónomos,  (v)  as  autarquias  locais  e  entidades 

equiparadas sujeitas à tutela administrativa,  (vi) as associações exclusivamente  formadas por autarquias 

locais ou por outras pessoas colectivas de direito público mencionadas nas alíneas anteriores, (vii) Estado 

de Cabo Verde e países terceiros quando executem ou explorem conjuntamente um dado projecto e (viii) 

organizações internacionais a que Cabo Verde pertença. 

Entidades do Sistema ‐ A ARAP, o Primeiro‐Ministro, as Entidades Adjudicantes e Adquirentes, as UGA, a 

UGAC e os responsáveis directos do sistema de informação das contratações públicas. 

Fornecedor ‐ A contraparte da Contratante num contrato de aquisição de bens ou serviços gerais. 

Concorrente – Toda a pessoa física ou jurídica que tenha apresentado, dentro do prazo para tal concedido, 

uma proposta num processo de contratação pública.  

Concedente – Entidade Pública que exerce o direito de conceder a exploração de uma obra ou  serviço 

público 

Concessão de obra pública – Transferência para outrem do poder de construir por sua conta e risco ou em parceria com o Estado, imóveis ou instalações destinadas ao uso público, mediante o direito de as explorar em exclusivo (Regulamento da Lei das Aquisições Públicas aprovado pelo Decreto‐Lei nº1/2009, de 5 de Janeiro) 

Concessão de serviço público – Transferência para entidades privadas do poder de, em exclusivo, explorar, por sua conta e risco, os meios adequados à satisfação de uma necessidade pública individualmente sentida (Regulamento da Lei das Aquisições Públicas aprovado pelo Decreto‐Lei nº1/2009, de 5 de Janeiro). 

 Concessionário – A contraparte do Contratante num contrato de concessão de obra pública, ou serviço público, dizendo‐se, no primeiro caso, Concessionário de obra pública e, no segundo, Concessionário de serviço público (Regulamento da Lei das Aquisições Públicas aprovado pelo Decreto‐Lei nº1/2009, de 5 de Janeiro)  

Contratado – A expressão que genericamente designa toda a pessoa física ou jurídica que tenha assinado 

com uma Entidade Adjudicante um contrato previsto na Lei, seja fornecedor, empreiteiro, Concessionário 

Manual da Contratação Pública 

 

de obra, Concessionário de serviço ou Consultor. 

Contratante  –  A  entidade  do  sistema  subscritora  de  um  dos  contratos  previstos  na  Lei  as  aquisições 

Públicas. 

Contrato – Acordo ou convenção para a execução de algo sob determinadas condições. 

Interessados em Contratar – Todo o potencial Concorrente,  incluindo o Candidatos, o Concorrente e o 

Adjudicatário. 

Minuta de contrato – Versão ainda não definitiva de um contrato. 

Planos Definitivos de Aquisições Agrupadas (PDAA) ‐ São documentos de planeamento constituídos por 

mapas provisórios de aquisições agrupadas e por documentos anexos àqueles contendo as características 

identificadoras de cada bem ou serviço a adquirir no conjunto agrupado. É elaborado a  partir do consenso  

sobre os requisitos dos bens ou serviços a adquirir estabelecido pelas Entidades Adquirentes constituintes 

do agrupamento e coordenadas por uma UGA previamente seleccionada. 

Planos Provisórios de Aquisições Agrupadas (PPAA) ‐ São documentos de planeamento constituídos por 

mapas provisórios de aquisições agrupadas e por documentos anexos àqueles contendo as características 

identificadoras de cada bem ou serviço a adquirir no conjunto agrupado. É elaborado a partir do exame 

comparativo dos itens listados nos Planos Anuais de Aquisições apresentados pelas UGA, com base numa 

convicção provisória formada pela UGAC acerca das possibilidades de agrupamentos de aquisições. 

Recorrente – O concorrente que tenha apresentado recurso junto da Comissão de Resolução de Conflitos 

da ARAP. 

Recurso  ‐  Meio  pelo  qual  a  parte  vencida  num  processo  provoca  a  revisão  da  decisão  que  lhe  é 

desfavorável. 

Unidade de Gestão de Aquisições (UGA) ‐ Unidades administrativas responsáveis pela execução dos processos de contratação pública. 

Unidade de Gestão de Aquisições Centralizadas (UGAC) ‐ É a UGA que, enquadrada na Direcção‐Geral do 

Património  do  Estado,  coordena  e  superintende  administrativamente  todo  o  processo  de  aquisições 

agregadas de bens e serviços, com base no plano anual de aquisições. 

 

ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS 

 

ARAP – Autoridade Reguladora das Aquisições Públicas 

EA – Entidade Adquirente 

PAA – Plano Anual de Aquisição 

PDAA – Planos Definitivos de Aquisições Agrupadas 

PPAA – Planos Provisórios de Aquisições Agrupadas 

UGA – Unidade de Gestão de Aquisições 

UGAC – Unidade de Gestão de Aquisições Centralizadas 

Manual da Contratação Pública 

 

DOCUMENTAÇÃO 

 

Legislação 

Lei 17/VII/2007, de 10 de Setembro   

Decreto‐lei nº 1/2009, de 5 de Janeiro   

Decreto‐Lei nº 35/2005, de 30 de Maio   

Decreto‐Lei nº 31/94, de 2 de Maio   

Decreto‐Lei nº 15/2008, de 8 de Maio  

Guias de boas‐práticas 

Guia de Boas‐Práticas ‐ Especificação de Requisitos  

Guia de Boas‐Práticas “Processos e Modelos de Avaliação”  

Procedimentos aquisitivos /modalidades de aquisição 

Concurso Público [P‐CoP‐01]  

Concurso Público em Duas Fases [P‐CoP‐02]  

Ajuste Directo [P‐CoP‐03]  

Aquisição Competitiva [P‐CoP‐04]  

Aquisição de Serviços de Consultoria [P‐CoP‐05]  

Procedimentos de planeamento das aquisições públicas 

Planeamento Anual de Aquisições (Sector / Entidade) [P‐PaA‐01]  

Necessidades Não Previstas no Plano Anual de Aquisições [P‐PaA‐03]  

Planeamento Anual de Aquisições Públicas [P‐PaA‐02]  

Procedimento para a garantia da qualidade da oferta 

Pré‐Qualificação de Fornecedores [P‐CoP‐06]  Procedimento de contencioso 

Reclamação e Recurso Hierárquico [P‐ReH‐01]  

Programas de concurso 

Programa de concurso de bens e serviços  

Programa de Concurso ‐ Concessões de Obras ou Exploração de Bens Públicos  

Programa de Concurso ‐ Empreitada de Obras Públicas  

Programa de Concurso – Pré‐Qualificação de Fornecedores 

Cadernos de Encargo 

Caderno de Encargos ‐ Bens e Serviços  

Caderno de Encargos ‐ Empreitada por Percentagem  

Caderno de Encargos ‐ Empreitada por Preço Global, por Série de Preços ou Regime Misto  

Caderno de Encargos ‐ Concessão de Obras e Exploração de Bens Públicos  

Minutas de contrato 

Minuta do Contrato ‐ Bens e Serviços  

Minuta do Contrato ‐ Empreitadas de Obras Públicas (Por Percentagem)  

Minuta do Contrato ‐ Empreitadas de Obras Públicas (Preço Global, Série de Preços e Regime Misto)  

Minuta do Contrato ‐ Concessão de Obras Públicas / Exploração de Bens Públicos  

Formulários, fichas e outros 

Plano Anual de Aquisições (Sector / Entidade) [O‐PaA‐04]  

Plano Provisório de Aquisições Agrupadas (PPAA) [O‐PaA‐01]  

Plano Definitivo de Aquisições Agrupadas (PPAA) [O‐PaA‐02]  

Necessidades Não Previstas no Plano Anual de Aquisições [O‐PaA‐03]  

Modelo de Anúncio  

Modelo de convite  

Registo de Pedido de Documentos [F‐CoP‐01]  

Registo de Recepção de Documentos [F‐CoP‐02]  

Recibo de Entrega de Documentos [F‐CoP‐03]  

Declaração de não Incompatibilidade [F‐CoP‐04]  

Manual da Contratação Pública 

 

 

1. APRESENTAÇÃO

 

 

 

O Manual da Contratação Pública apresenta de uma  forma compreensiva o desenvolvimento do ciclo de 

contratação pública relacionado com a fase pré‐contratual ou de formação de contrato, associando a cada 

etapa do referido ciclo todos os documentos que permitem definir, disciplinar ou sistematizar: 

O planeamento das aquisições públicas. 

A agregação de compras. 

As modalidades de compra (tipos de procedimentos aquisitivos) para aquisição de bens, serviços, 

para a concessão de obras/serviços públicos e para a empreitada de obras públicas  (objectos de 

compra). 

As regras e os mecanismos de garantia das melhores especificações para a procura por parte da 

Administração Pública. 

As regras e os mecanismos para melhor garantir a capacidade e a qualidade da oferta por parte dos 

proponentes. 

As peças concursais tais como modelos de programa de concurso, caderno de encargos, relatório 

de avaliação das propostas,  incluindo os Guias de Boas Práticas de Especificação de Requisitos e 

Processo e Modelos de Avaliação. 

Os formulários para registo de actos administrativos de acordo com os trâmites estabelecidos na 

lei, tais como recibos e fichas de registo. 

Os mecanismos  de  garantia  dos  direitos  das  contrapartes,  tais  como  notificações,  recursos  das 

decisões. 

As  minutas  dos  contratos,  a  comunicação  da  aceitação  da  proposta  mais  bem  classificada 

(adjudicação) e a assinatura do contrato. 

As regras de codificação de documentos. 

  

Manual da Contratação Pública 

 

 

2. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

 

 

 

 

Lei 17/VII/2007, de 10 de Setembro ‐ estabelece o regime jurídico das Aquisições Públicas.  

Decreto‐lei nº 1/2009, de 5 de  Janeiro  ‐  aprova o Regulamento da  Lei nº 17/VII/2007, de 1 de 

Setembro ou Lei das Aquisições Públicas.  

Decreto‐Lei nº 35/2005, de 30 de Maio  ‐ estabelece as bases gerais do  regime de concessão de 

Obras Públicas e de Exploração de Bens Públicos.  

Decreto‐Lei  nº  31/94,  de  2  de Maio  ‐  estabelece  o  regime  Jurídico  das  empreitadas  de Obras 

Públicas.  

Decreto‐Lei  nº  15/2008,  de  8  de Maio  ‐  cria  a  Autoridade  Reguladora  das  Aquisições  Públicas 

(ARAP) e aprova os respectivos estatutos.  

 

 

 

 

3. ENTIDADES ADJUDICANTES

 

 

 

 

O artigo 2.º  (Âmbito de aplicação) da  Lei 17/VII/2007, de 10 de Setembro define as  seguintes entidades 

adjudicantes: 

O Estado; 

Os organismos públicos dotados de personalidade jurídica, com ou sem autonomia financeira, que 

não revistam natureza, forma e designação de empresa pública; 

Os serviços personalizados do Estado; 

Os fundos autónomos; 

As autarquias locais e entidades equiparadas sujeitas a tutela administrativa; 

As associações exclusivamente formadas por autarquias locais ou por outras pessoas colectivas de 

direito público mencionadas nas alíneas anteriores. 

 

Manual da Contratação Pública 

 

 

4. CATEGORIAS DE COMPRA

 

 

 

O  n.º  2  do  artigo  1.º  define  como  aquisições  públicas  todas  as  compras  que  se  operam  através  dos 

contratos celebrados pelas entidades adjudicantes referidas no artigo 2º, para efeito de: 

Bens 

Serviços (gerais) 

Serviços  de  consultoria  (Cap.  IX  do  Regulamento  da  Lei  das  Aquisições  Públicas  aprovado  pelo 

Decreto‐lei nº 1/2009) 

Obras públicas (empreitadas e concessão) 

Serviços públicos (concessão) 

 

 

 

 

5. MODALIDADES DE AQUISIÇÃO

 

 

 

 

As aquisições públicas podem ser executadas através de uma das seguintes modalidades (*) de aquisição: 

Concurso Público  

Concurso Público em Duas Fases  

Ajuste Directo  

Aquisição Competitiva 

Aquisição  de  Serviços  de  Consultoria  (Cap.  IX  do  Regulamento  da  Lei  das  Aquisições  Públicas 

aprovado pelo Decreto‐lei nº 1/2009)  

                                                                 

 

(*) A legislação designa de “procedimento” o que aqui consideramos “modalidade de aquisição”.  

No contexto do Sistema da Contratação Pública”, “Procedimento” é o conjunto sequencial de actividades, 

desencadeado a partir de um estímulo específico, com vista à obtenção de um resultado. 

  

Manual da Contratação Pública 

10 

 

 

6. PRINCÍPIOS DO SISTEMA DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA

 

 

 

A  Lei  e  o  respectivo  Regulamento  estabelecem  as  garantias  e  os  direitos  às  entidades  interessadas  no 

sistema de aquisições públicas sob a forma dos seguintes princípios: 

 

 Lei das 

Aquisições Públicas 

Regulamento da Lei 

Direitos e os deveres das entidades públicas e privadas 

Princípio da legalidade   Artigo 4.º  Artigo 11.º 

Princípio da liberdade de acesso aos procedimentos de aquisição pública  Artigo 5.º   

Princípio da igualdade   Artigo 7.º  Artigo 13.º 

Princípio da imparcialidade   Artigo 13.º  Artigo 17.º 

Interesse público 

Princípio do interesse público   Artigo 6.º  Artigo 12.º 

Princípio da proporcionalidade   Artigo 8.º  Artigo 14.º 

Desenvolvimento socioeconómico e ambiental 

Princípio da protecção do ambiente    Artigo 18.º 

Princípio do desenvolvimento da produção, contratação e indústria de serviços  Artigo 11.º  Artigo 19.º 

Princípio da promoção de objectivos de natureza nacional, social e ambiental  Artigo 12.º   

Transparência e publicitação dos actos administrativos 

Princípio da transparência e da publicidade   Artigo 9.º  Artigo 15.º 

Princípio da boa‐fé  Artigo 14.º  Artigo 20.º 

Princípio da concorrência    Artigo 21.º 

Princípio da estabilidade    Artigo 24.º 

Economia, eficiência e eficácia da administração pública 

Simplificação e Modernização Administrativa    Artigo 16.º 

Economia e eficiência  Artigo 10.º  Artigo 22.º 

Princípio da programação anual    Artigo 23.º 

 

Manual da Contratação Pública 

11 

 

 

7. ENTIDADES DO SISTEMA

 

 

 

As entidades com intervenção directa no Sistema de Contratação Pública são: 

As  UGA  (Unidade  de  Gestão  das  Aquisições),  a  quem  compete  promover  a  especificação  técnica  das 

aquisições, a elaboração das peças concursais e a condução processual de todo o ciclo da aquisição. 

A UGAC  (Unidade de Gestão de Aquisições Centralizadas)  com a  responsabilidade de elaborar e manter 

actualizado  o  Plano  Anual  de  Aquisições  Públicas,  agrupadas  ou  não,  bem  como  promover  os 

procedimentos necessários à condução processual das aquisições agrupadas 

As Entidades Adquirentes, a quem compete a responsabilidade de  identificar as respectivas necessidades 

aquisitivas, bem como colaborar na especificação técnica do objecto a adquirir e assegurar a efectivação da 

adjudicação. 

A ARAP, a quem cabe a regulação do processo e a respectiva fiscalização. 

O Tribunal de Contas com a responsabilidade de fiscalização dos contratos de aquisição. 

 

Manual da Contratação Pública 

12 

 

 

8. GARANTIAS DE QUALIDADE NA PROCURA E NA OFERTA

 

 

 

 

O  sistema de  aquisições públicas  contempla um  conjunto de disposições  e mecanismos que pretendem 

garantir que o que se procura satisfaz eficazmente as necessidades da organização e que os compromissos 

de entrega serão respeitados. 

No  primeiro  caso  a  garantia  é  dada  pela  correcta  formulação  das  especificações  técnicas  do  produto 

pretendido; no  segundo  pela  correcta  análise  prévia  das  capacidades  técnicas,  comerciais,  financeiras  e 

administrativas dos Concorrentes. 

São disso exemplo: 

Especificação de requisitos  – O Guia de Boas‐Práticas “Especificação de Requisitos” é um auxiliar na 

definição  de  requisitos  de  um  produto  que  se  pretenda  adquirir,  sistematizando  e 

normalizando o processo de especificação. 

Concurso Público em Duas Fases  – A primeira fase deste concurso constitui‐se como um mecanismo 

que  a  legislação  do  Sistema  de  Aquisições  Públicas  criou  para  identificar  as  soluções 

(especificações  técnicas) mais avançadas ou mais adequadas às necessidades  formuladas. É a 

partir da  informação  recolhida na primeira  fase que  se elabora o Caderno de Encargos e  se 

lança a segunda fase do concurso, que envolve a recepção de propostas, a avaliação de mérito 

e a seriação dos concorrentes. 

Avaliação  do  mérito  das  propostas  concorrentes  –  Os  modelos  de  avaliação  são  a  ferramenta 

fundamental  na  apreciação  de mérito  das  propostas  uma  vez  que  reflectem  com  rigor  as 

especificações previamente definidas e sobre elas aplicam as escalas e as regras de valoração. 

Avaliação da  capacidade dos  fornecedores – Os modelos de avaliação para além de atenderem a 

elegibilidade,  isto é, verificar  se o  fornecedor  reúne as condições  legais para concorrer a um 

fornecimento público, dedicam especial atenção à aceitabilidade, isto é, análise e avaliação da 

capacidade e sustentabilidade para assegurar o fornecimento. 

Pré‐qualificação  de  fornecedores  –  aplica‐se  quando  seja  necessário  avaliar  previamente  as 

capacidades técnicas, comerciais,  financeiras e administrativas dos Concorrentes, sempre que 

os  bens  ou  serviços  a  fornecer  revistam  um  carácter  especialmente  complexo,  exijam  uma 

técnica particular, ou seja muito elevado o montante envolvido (artigo 80º do Regulamento da 

Lei das Aquisições Públicas). 

Pós‐qualificação –  visa determinar  se o  concorrente  tem  condições para  a execução do  contrato, 

devendo  verificar,  nomeadamente,  os  aspectos  relacionados  com  a  capacidade  técnica, 

financeira e de disponibilidade de  recursos humanos e materiais adequados.  (artigo 102º do 

Regulamento). 

Manual da Contratação Pública 

13 

 

 

9. ETAPAS NA FASE DE FORMAÇÃO DO CONTRATO

 

 

 

A fase de formação do contrato ou pré‐contratual tem por objectivo optimizar as fontes de fornecimento 

ao  menor  custo  de  aquisição  e  posse.  Deve  garantir,  em  simultâneo,  que  a  procura,  através  das 

especificações dos cadernos de encargos, é qualificada e que a oferta, através da análise das propostas, é 

competente e capaz de cumprir os compromissos assumidos. 

A formação do contrato desenvolve‐se ao longo das seguintes 7 etapas: 

LANÇAMENTODO

PROCEDIMENTO

LANÇAMENTODO

PROCEDIMENTO

IDENTIFICAÇÃODE

NECESSIDADES

IDENTIFICAÇÃODE

NECESSIDADES

PLANEAMENTO ANUAL DEAQUISIÇÕES

PLANEAMENTO ANUAL DEAQUISIÇÕES

SELECÇÃO DA MODALIDADE DE 

AQUISIÇÃO

SELECÇÃO DA MODALIDADE DE 

AQUISIÇÃO

PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DE

FORNECEDORES

PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DE

FORNECEDORES

AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS 

PROPOSTAS

AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS 

PROPOSTAS

ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO 

CONTRATO

ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO 

CONTRATO

 

Etapa 1 – IDENTIFICAÇÃO DE NECESSIDADES 

Procedimentos 

Planeamento Anual de Aquisições (Sector / Entidade) [P‐PaA‐01]  

Necessidades Não Previstas no Plano Anual de Aquisições [P‐PaA‐03]  

Documentos de suporte 

Classificação Nacional de Bens e Serviços de Cabo Verde [CNBS/CV – Rev. 2000] 

Guia de Boas‐Práticas ‐ Especificação de Requisitos  

Produto da etapa: Plano Anual de Aquisições (Sector / Entidade) [P‐PaA‐01 / Anexo 1]  

Etapa 2 – PLANEAMENTO ANUAL DE AQUISIÇÕES 

Procedimento 

Planeamento Anual das Aquisições Públicas [P‐PaA‐02]  

Documentos de suporte               

Plano Provisório de Aquisições Agrupadas (PPAA) [O‐PaA‐01]  

Guia de Boas‐Práticas ‐ Especificação de Requisitos  

Produto da etapa: Plano Definitivo de Aquisições Agrupadas (PDAA) [O‐PaA‐02]  

Etapa 3 – SELECÇÃO DA MODALIDADE DE AQUISIÇÃO 

Procedimentos da etapa 

Concurso Público [P‐CoP‐01]  

Concurso Público em Duas Fases [P‐CoP‐02]  

Ajuste Directo [P‐CoP‐03]  

Aquisição Competitiva [P‐CoP‐04]  

Aquisição de Serviços de Consultoria [P‐CoP‐05]  

Documentos de suporte               

Selecção do Tipo de Procedimento (Manual de Aquisições Públicas)  

Produto da etapa: Modalidade de aquisição seleccionada 

 

Manual da Contratação Pública 

14 

 

 

Etapa 4 – PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES* 

Procedimento 

Pré‐Qualificação de Fornecedores [P‐CoP‐06]  Documentos de suporte               

Modelo de Anúncio  

Programa de concurso de Pré‐Qualificação de Fornecedores 

Registo de Pedido de Documentos [F‐CoP‐01]  

Registo de Recepção de Documentos [F‐CoP‐02]  

Recibo de Entrega de Documentos [F‐CoP‐03]  

Declaração de não Incompatibilidade [F‐CoP‐04]  

Produto da etapa: Bolsa de fornecedores pré‐qualificados 

Etapa 5 – LANÇAMENTO DO CONCURSO 

Documentos de suporte  

Modelo de Anúncio 

Modelo de convite  

Guia de boas‐práticas “Modelos e Processo de Avaliação”  

Programa de Concurso ‐ Bens e Serviços  

Programa de Concurso ‐ Concessões de Obras ou Exploração de Bens Públicos  

Programa de Concurso ‐ Empreitada de Obras Públicas  

Caderno de Encargos ‐ Bens e Serviços  

Caderno de Encargos ‐ Empreitada por Percentagem  

Caderno de Encargos ‐ Empreitada por Preço Global, por Série de Preços ou Regime Misto 

Caderno de Encargos ‐ Concessão de Obras e Exploração de Bens Públicos  

Produto da etapa: Propostas de fornecedores recolhidas 

Etapa 6 – AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES E DAS PROPOSTAS 

Procedimento 

Reclamação e Recurso Hierárquico [P‐ReH‐01]  

Documentos de suporte à execução da etapa               

Guia de boas‐práticas “Modelos e Processo de Avaliação”  

Relatório Preliminar/Final de Apreciação de Mérito das Propostas  

Produtos da etapa: (1) Relatório Final de Apreciação de Mérito das Propostas 

(2) Projecto de Adjudicação 

 

                                                                 

 

* Esta etapa é obrigatória para a aquisição de serviços de consultoria de montante superior a 4 000 contos. 

Nos restantes casos é opcional. 

 

Manual da Contratação Pública 

15 

 

Etapa 7 – ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO CONTRATO 

Procedimento 

Reclamação e Recurso Hierárquico [P‐ReH‐01]  

Documentos de suporte à execução da etapa               

Minuta do Contrato ‐ Bens e Serviços  

Minuta do Contrato ‐ Empreitadas de Obras Públicas (Por Percentagem)  

Minuta  do  Contrato  ‐  Empreitadas  de Obras  Públicas  (Preço  Global,  Série  de  Preços  e  Regime 

Misto)  

Minuta do Contrato ‐ Concessão de Obras Públicas / Exploração de Bens Públicos  

Produto da etapa: Aquisição adjudicada e/ ou Contrato assinado 

Manual da Contratação Pública 

16 

 

A. Etapa 1 ‐ IDENTIFICAÇÃO DE NECESSIDADES  

LANÇAMENTODO

PROCEDIMENTO 

LANÇAMENTODO

PROCEDIMENTO 

IDENTIFICAÇÃODE

NECESSIDADES

IDENTIFICAÇÃODE

NECESSIDADES

PLANEAMENTO ANUAL DEAQUISIÇÕES

PLANEAMENTO ANUAL DEAQUISIÇÕES

SELECÇÃO DA MODALIDADE DE 

AQUISIÇÃO

SELECÇÃO DA MODALIDADE DE 

AQUISIÇÃO

PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DEFORNECEDORES

PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DEFORNECEDORES

AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS PROPOSTAS

AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS PROPOSTAS

ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO 

CONTRATO

ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO 

CONTRATO

 

As  necessidades  de  aquisições  públicas  são  definidas  por  cada  unidade  orgânica.  Para  o  efeito  deverá 

preencher o formulário “Plano Anual de Aquisições (Sector / Entidade)”, colunas 1 a 7 e 12. 

Cabe  à  Entidade  Adquirente  reunir  todos  os  pedidos  efectuados,  consolidá‐los  num  Plano  da  Entidade 

Adquirente e enviar à UGAC e à UGA a que pertencem até 30 de Junho de cada ano.  

São necessidades, no âmbito do sistema de contratação pública, as empreitadas de obras públicas, os bens 

e serviços, a consultoria e a concessão de obras públicas e serviços públicos. A  identificação específica de 

cada necessidade é feita com recurso a uma taxionomia de aquisições públicas.  

Compete à ARAP a responsabilidade de fiscalização da aplicação do procedimento de planeamento anual de 

aquisições. 

 

 

 

Procedimentos da etapa 

Planeamento Anual de Aquisições (Sector / Entidade) [P‐PaA‐01]  

Necessidades Não Previstas no Plano Anual de Aquisições [P‐PaA‐03]  

Documentos de suporte à execução da etapa 

Classificação Nacional de Bens e Serviços de Cabo Verde [CNBS/CV – Rev. 2000] 

Guia de Boas‐Práticas ‐ Especificação de Requisitos  

Produto da etapa 

Plano Anual de Aquisições (Sector / Entidade) [O‐PaA‐04]  

Procedimentos subsequentes 

Planeamento Anual de Aquisições Públicas [P‐PaA‐02]  

Manual da Contratação Pública 

17 

 

B. Etapa 2 ‐ PLANEAMENTO ANUAL DAS AQUISIÇÕES PÚBLICAS 

 

LANÇAMENTODO

PROCEDIMENTO

LANÇAMENTODO

PROCEDIMENTO

IDENTIFICAÇÃODE

NECESSIDADES

IDENTIFICAÇÃODE

NECESSIDADES

PLANEAMENTO ANUAL DEAQUISIÇÕES

PLANEAMENTO ANUAL DEAQUISIÇÕES

SELECÇÃO DA MODALIDADE DE 

AQUISIÇÃO

SELECÇÃO DA MODALIDADE DE 

AQUISIÇÃO

PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DEFORNECEDORES

PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DEFORNECEDORES

AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS PROPOSTAS

AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS PROPOSTAS

ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO 

CONTRATO

ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO 

CONTRATO

 

O planeamento anual das aquisições públicas visa a elaboração de um plano onde se reúnem todos os itens 

que se pretendem adquirir ao longo do ano económico seguinte, quer sejam agrupáveis ou não. 

Em  virtude  de  ao  longo  do  ano  poderem  surgir  necessidades  emergentes  e  urgentes  que  devam  ser 

satisfeitas, está previsto um mecanismo de actualizações ao Plano de Aquisições do ano  corrente. Estas 

actualizações percorrem  os mesmos  trâmites  das  aquisições  planeadas  e  estão  sujeitas  ao  controlo  por 

parte da ARAP. Este procedimento contempla apenas a aquisição de bens e/ou serviços, incluindo serviços 

de consultoria. As empreitadas de obras públicas ou as concessões de serviços e obras públicas não estão, 

pela sua natureza, aqui contempladas. 

O  agrupamento  de  aquisições  visa  a  obtenção  de  economias  de  escala  através  da  concentração  das 

aquisições  originando  um menor  número  de  procedimentos  de  contractos  públicos  e  permitindo  obter 

preços mais baixos (art. 25º do Regulamento). 

O  agrupamento  de  aquisições  aplica‐se  a  i)  veículos,  ii)  serviços  externos,  iii)  produtos  e  pequenos 

equipamentos,  iv)  bens  diversos  de  uso  comum  e  consumo  corrente,  como  sejam  combustíveis, 

computadores, equipamento mobiliário, fornecimentos diversos às repartições, v) outros bens, serviços em 

geral e obras de carácter similar ou origem comum, identificados pela UGAC, cuja entrega ou execução seja 

viável através de programação anual harmonizada. 

Com base nos Planos Anuais de Aquisições submetidos pelas Entidades Adquirentes à UGAC, esta procede 

ao  exame  comparativo  dos  mesmos  no  sentido  de  formar  uma  convicção  provisória  acerca  das 

possibilidades de agrupamentos de aquisições e elabora e envia, até 31 de Julho, às UGA os competentes 

Planos Provisórios de Aquisições Agrupadas (PPAA) (art. 38º do Regulamento). 

Para o efeito elabora mapas provisórios de aquisições agrupadas e documentos anexos àqueles contendo 

as especificações técnicas de cada bem ou serviço a adquirir, dando origem a agrupamentos de UGA. Com 

esse objectivo, e para garantir o princípio da economia e eficiência, a UGAC pode propor harmonização ou 

uniformização das especificações técnicas dos bens ou serviços a adquirir, comunicando posteriormente às 

UGA as diligências realizadas. 

Estando  envolvidas  diversas  UGA  é  definida  a  UGA  que  coordenará  os  trabalhos  de  harmonização  das 

especificações técnicas de cada agrupamento. Uma UGA ou Entidade Adquirente pode, por razões especiais 

e ponderosas, não aceitar que um determinado bem ou  serviço por  si proposto  seja agrupado, devendo 

para o efeito fundamentar tecnicamente tal opção (n.º 3 do artigo 39º do regulamento). 

A UGAC elaborará em  interacção com as UGA e as Entidades Adquirentes, até 30 de Setembro, o Plano 

Definitivo das Aquisições Agrupadas, que  inclui a  lista das especificações técnicas acordadas  (nº 2 do art. 

40º do Regulamento) e a fixação da modalidade de aquisição. 

Manual da Contratação Pública 

18 

 

 

 

 

 

 

Procedimento ou documento desencadeador 

Planeamento Anual de Aquisições (Sector / Entidade) [P‐PaA‐01]  

Necessidades Não Previstas no Plano Anual de Aquisições [P‐PaA‐03]  

Procedimentos da etapa 

Planeamento Anual das Aquisições Públicas [P‐PaA‐02]  

Documentos de suporte à execução da etapa               

Plano Provisório de Aquisições Agrupadas (PPAA) [O‐PaA‐01]  

Guia de Boas‐Práticas ‐ Especificação de Requisitos  

Produto da etapa 

Plano Definitivo de Aquisições Agrupadas (PDAA) [O‐PaA‐02]  

Procedimentos subsequentes 

Selecção  da  modalidade  de  aquisição  (item  seguinte  deste  Manual  de 

Aquisições Públicas)  

Manual da Contratação Pública 

19 

 

C. Etapa 3 ‐ SELECÇÃO DA MODALIDADE DE AQUISIÇÃO 

 

LANÇAMENTODO

PROCEDIMENTO

LANÇAMENTODO

PROCEDIMENTO

IDENTIFICAÇÃODE

NECESSIDADES

IDENTIFICAÇÃODE

NECESSIDADES

PLANEAMENTO ANUAL DEAQUISIÇÕES

PLANEAMENTO ANUAL DEAQUISIÇÕES

SELECÇÃO DA MODALIDADE DE 

AQUISIÇÃO

SELECÇÃO DA MODALIDADE DE 

AQUISIÇÃO

PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DEFORNECEDORES

PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DEFORNECEDORES

AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS PROPOSTAS

AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS PROPOSTAS

ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO 

CONTRATO

ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO 

CONTRATO

 

 

O montante estimado da aquisição é mandatório em relação à selecção da modalidade de aquisição. 

O quadro seguinte identifica as modalidades de aquisição aplicáveis, de acordo com o montante: 

Categorias de compra Montantes 

(contos) 

Modalidade de aquisição 

Concurso 

Público 

Aquisição 

competitiva 

Ajuste 

Directo  

Empreitada de obras públicas 

Concessão de serviços públicos 

Valor ≥  10 000       

10 000  > Valor  ≥ 3 500      

Valor < 3 500        

Bens e Serviços 

Valor ≥  5 000       

5 000> Valor ≥ 2 000       

Valor < 2 000       

 

 

A  selecção de uma modalidade pode,  contudo,  ser  influenciada por um  conjunto de  factores, de que  se 

destacam: 

Capacidade de definição de especificações técnicas completas 

Número de fornecedores potenciais 

Urgência 

Segurança pública interna ou externa 

Dação a título de pagamento 

Acordos internacionais 

Valor estimado da aquisição 

Complementaridade de serviços não previstos no contracto inicial 

Concursos anteriormente lançados sem apresentação de propostas 

Entregas complementares 

Repetição de serviços similares a outros já realizados 

Competências profissionais ou organizacionais especializadas 

… 

De seguida sistematizam‐se as condições a que cada modalidade de aquisição deve obedecer.  

 

Manual da Contratação Pública 

20 

 

 

Concurso Público 

O presente procedimento  aplica‐se  à  aquisição de bens,  serviços ou obras, que permitam  a preparação 

antecipada da totalidade das especificações técnicas (alínea b) do artigo 84º do Regulamento). 

Este tipo de procedimento não pode ser aplicável nas seguintes situações: 

Contratação de serviços de consultoria 

Concessão de Obras e Serviços Públicos 

Razões de segurança pública interna ou externa 

Razões de urgência não imputáveis à entidade adquirente 

Situações de doação a título de pagamento 

Determinado em contrário em acordos internacionais 

Fornecedor único 

Concurso Público em Duas Fases 

O presente procedimento aplica‐se à aquisição de bens, serviços ou obras, que não permitam a preparação 

antecipada da totalidade das especificações técnicas (alínea b) do artigo 84º do Regulamento) 

Este tipo de procedimento não é aplicável nas seguintes situações: 

Contratação de serviços de consultoria 

Concessão de Obras e Serviços Públicos 

Razões de segurança pública interna ou externa 

Razões de urgência não imputáveis à entidade adquirente 

Situações de doação a título de pagamento 

Determinado em contrário em acordos internacionais 

Fornecedor único 

Ajuste directo 

O presente procedimento aplica‐se à aquisição de bens, serviços, ou obras em que: 

O valor estimado da aquisição  seja  inferior a 3 500 contos,  tratando‐se de empreitadas de 

obras públicas, ou 2 000 contos, tratando‐se de bens ou serviços (alínea c) do artigo 72º do 

Regulamento da Lei das Aquisições Públicas) 

Pode ser aplicado o Ajuste Directo independentemente do valor, nas seguintes circunstâncias: 

Fornecedor único (alínea a) do nº 1 do artigo 28º da Lei das Aquisições Públicas). 

Serviços  complementares não  incluídos no  contrato  inicial, que não possam  ser  técnica ou 

economicamente separados do mesmo (alínea b) do nº 1 do artigo 28º da Lei das Aquisições 

Públicas). 

Entregas complementares destinadas à substituição parcial de bens ou serviços (alínea c) do 

nº 1 do artigo 28º da Lei das Aquisições Públicas), desde que cumulativamente: 

- A mudança de fornecedor traga à Entidade Adjudicante inconvenientes económicos ou financeiros desproporcionados. 

Manual da Contratação Pública 

21 

 

- A adjudicação seja feita ao fornecedor inicial. 

Se trate de repetição de serviços similares a outros  já realizados (alínea d) do nº 1 do artigo 

28º da Lei das Aquisições Públicas). 

Concurso deserto (alínea e) do nº 1 do artigo 28º da Lei das Aquisições Públicas). 

Urgência imperiosa não imputável à Entidade Adjudicante (alínea f) do nº 1 do artigo 28º da 

Lei das Aquisições Públicas). 

Aquisições realizadas por associações comunitárias, quando o valor estimado seja superior a 

3000  contos e o valor global dos  contratos programa ultrapasse 10% do  total previsto no 

Orçamento do Estado e dos Municípios para o emprego público (nº 2 do artigo 28º da Lei das 

Aquisições Públicas). 

Razões de Segurança Pública interna ou externa, quando tenha havido dispensa de concurso 

público (alínea a) do número 1 do artigo 77º do Regulamento da Lei das Aquisições Públicas). 

Em caso de rescisão do contrato, quando a adjudicação seja feita ao classificado em 2º lugar e 

este  esteja  em  condições  de  a  assegurar  (alínea  b)  do  número  1  do  artigo  77º  do 

Regulamento da Lei das Aquisições Públicas). 

Em casos de doação a favor do Estado (alínea c) do número 1 do artigo 77º do Regulamento 

da Lei das Aquisições Públicas). 

Quando  se  encontrar  em  vigor  um  contrato  que  permita  que  possam  ser  adicionadas  ao 

mesmo  aquisições  idênticas  de  outras  entidades  adquirentes  (alínea  k)  do  número  1  do 

artigo  77º  do  Regulamento  da  Lei  das  Aquisições  Públicas),  devendo,  neste  casos  ser 

notificada a ARAP. 

Este tipo de procedimento não é aplicável nas seguintes situações: 

Concessões de obras ou serviços públicos, excepto nos casos previstos na alínea f) do artigo 

77º  do  Regulamento  da  Lei  das  Aquisições  Públicas  (situações  de  fornecedor  único  ou 

detenção de exclusividade de direitos). 

Aquisição Competitiva 

O  procedimento  por  Aquisição  Competitiva  segue  as  regras  do  Concurso  Público,  com  as  necessárias 

adaptações (artigo 112º do Regulamento da Lei das Aquisições Públicas). 

Aplica‐se  à  aquisição  de  bens,  serviços,  ou  obras  quando,  cumulativamente,  se  verifiquem  as  seguintes 

condições: 

Correspondam  a  bens,  serviços  ou  obras  padronizáveis  (artigo  27º  da  Lei  das  Aquisições 

Públicas). 

Existam pelos menos  três  fornecedores  com  capacidade de  resposta  (artigo 27º da  Lei das 

Aquisições Públicas). 

O valor estimado da aquisição seja inferior a 10 000 contos e igual ou superior a 3500 contos, 

tratando‐se de empreitadas de obras públicas, ou inferior a 5 000 contos e igual ou superior 

a 2.000 contos, tratando‐se de bens ou serviços (alínea b) do artigo 72º do Regulamento da 

Lei das Aquisições Públicas). 

Pode ser aplicado o procedimento por Aquisição Competitiva, independentemente do valor, nos casos em 

que, por motivos de  segurança pública,  interna ou  externa,  tenha havido dispensa de  concurso público 

(artigo 76º do Regulamento da Lei das Aquisições Públicas). 

Manual da Contratação Pública 

22 

 

Este tipo de procedimento não pode ser aplicável nas seguintes situações: 

Concessões de obras ou serviços públicos 

Aquisição de obras, bens ou serviços desenvolvidos à medida 

Aquisição de serviços de consultoria 

O presente procedimento aplica‐se à aquisição de serviços de consultoria, prestados através de: 

Consultores  individuais, aplicável sempre que a experiência e o saber  individual qualificado 

possa  corresponder  melhor  ao  objectivo  pretendido  (Alínea  b)  do  artigo  117º  do 

Regulamento da Lei das Aquisições Públicas) 

Trata‐se  de  situações  em  que  predominam  as  prestações  de  carácter  intelectual  que  se 

podem traduzir em trabalho continuado, com relevo para os serviços de acompanhamento e 

aconselhamento,  e  em  que  pode  não  existir  um  resultado  pré‐determinado  (alínea  b)  do 

artigo 116º do regulamento da Lei das Aquisições Públicas). 

A  contratação, neste  contexto, não pode ultrapassar um período de dois  anos,  renováveis 

(número 3 do artigo 134º do Regulamento da Lei das Aquisições Públicas). 

Empresas, quando o  trabalho a desenvolver  implique a aplicação de  conhecimentos multi‐

disciplinares e o apoio de pessoal dotado de formação adequada (alínea a) do artigo 117º do 

Regulamento da Lei das Aquisições Públicas) 

A tramitação definida no Capítulo IX do Regulamento aprovado pelo Decreto‐Lei nº 1/2009, de 5 de Janeiro, 

que se descreve nos pontos 6 e 7 do presente documento, não é aplicável nas seguintes situações: 

Concessão de Obras e Serviços Públicos 

Razões de segurança pública interna ou externa 

Razões de urgência não imputáveis à entidade adquirente 

Situações de doação a título de pagamento 

Determinado em contrário em acordos internacionais 

Fornecedor único 

 

 

 

Manual da Contratação Pública 

23 

 

 

 

Procedimento ou documento desencadeador 

Planeamento Anual das Aquisições Públicas [P‐PaA‐02]  

Necessidades Não Previstas no Plano Anual de Aquisições [P‐PaA‐03]  

Procedimentos da etapa 

Concurso Público [P‐CoP‐01]  

Concurso Público em Duas Fases [P‐CoP‐02]  

Ajuste Directo [P‐CoP‐03]  

Aquisição Competitiva [P‐CoP‐04]  

Aquisição de Serviços de Consultoria [P‐CoP‐05]  

Documentos de suporte à execução da etapa               

Selecção do Tipo de Procedimento (este Manual de Aquisições Públicas)  

Produto da etapa 

Modalidade de aquisição seleccionada 

Manual da Contratação Pública 

24 

 

D. Etapa 4 ‐ PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES  

LANÇAMENTODO

PROCEDIMENTO

LANÇAMENTODO

PROCEDIMENTO

IDENTIFICAÇÃODE

NECESSIDADES

IDENTIFICAÇÃODE

NECESSIDADES

PLANEAMENTO ANUAL DEAQUISIÇÕES

PLANEAMENTO ANUAL DEAQUISIÇÕES

SELECÇÃO DA MODALIDADE DE 

AQUISIÇÃO

SELECÇÃO DA MODALIDADE DE 

AQUISIÇÃO

PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DE

FORNECEDORES

PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DE

FORNECEDORES

AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS PROPOSTAS

AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS PROPOSTAS

ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO 

CONTRATO

ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO 

CONTRATO

 

 

A  pré‐qualificação  aplica‐se  quando  seja  necessário  avaliar  previamente  as  capacidades  técnicas, 

comerciais,  financeiras  e  administrativas  dos  Concorrentes,  sempre  que  os  bens  ou  serviços  a  fornecer 

revistam  um  carácter  especialmente  complexo,  exijam  uma  técnica  particular  ou  seja muito  elevado  o 

montante envolvido (artigo 80º do Regulamento da Lei das Aquisições Públicas). 

Este tipo de procedimento não é aplicável nas seguintes situações: 

Empreitadas de Obras Públicas e Concessão de Obras e Serviços Públicos 

Razões de segurança pública interna ou externa 

Razões de urgência não imputáveis à entidade adquirente 

Situações de dação a título de pagamento 

Determinado em contrário em acordos internacionais 

Fornecedor único 

São actividades da pré‐qualificação: 

Preparação dos documentos do concurso 

Publicitação do procedimento 

Fornecimento do Programa do Concurso  

Nomeação e funcionamento do Júri 

Publicitação dos esclarecimentos 

Recepção de Candidaturas 

Acto Público do Concurso 

Avaliação das candidaturas 

Comunicação da qualificação prévia 

Manual da Contratação Pública 

25 

 

 

Procedimento ou documento desencadeador 

Planeamento Anual das Aquisições Públicas [P‐PaA‐02]  

Necessidades Não Previstas no Plano Anual de Aquisições [P‐PaA‐03]  

Procedimentos da etapa 

Pré‐Qualificação de Fornecedores [P‐CoP‐06] 

Documentos de suporte à execução da etapa               

Modelo de Anúncio  

Programa de Concurso – Pré‐Qualificação de Fornecedores 

Registo de Pedido de Documentos [F‐CoP‐01]  

Registo de Recepção de Documentos [F‐CoP‐02]  

Recibo de Entrega de Documentos [F‐CoP‐03]  

Declaração de não Incompatibilidade [F‐CoP‐04]  

Produto da etapa 

Bolsa de fornecedores pré‐qualificados 

Procedimentos subsequentes 

Concurso Público [P‐CoP‐01]  

Aquisição de Serviços de Consultoria [P‐CoP‐05]  

Reclamação e Recurso Hierárquico [P‐ReH‐01]  

Manual da Contratação Pública 

26 

 

E. Etapa 5 ‐ LANÇAMENTO DO PROCEDIMENTO DE AQUISIÇÃO 

 

LANÇAMENTODO

PROCEDIMENTO

LANÇAMENTODO

PROCEDIMENTO

IDENTIFICAÇÃODE

NECESSIDADES

IDENTIFICAÇÃODE

NECESSIDADES

PLANEAMENTO ANUAL DEAQUISIÇÕES

PLANEAMENTO ANUAL DEAQUISIÇÕES

SELECÇÃO DA MODALIDADE DE 

AQUISIÇÃO

SELECÇÃO DA MODALIDADE DE 

AQUISIÇÃO

PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DEFORNECEDORES

PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DEFORNECEDORES

AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS PROPOSTAS

AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS PROPOSTAS

ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO 

CONTRATO

ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO 

CONTRATO

 

 

O  lançamento do procedimento ou modalidade de aquisição compreende a autorização da despesa pelo 

dirigente de topo, membro do governo ou conselho de ministros, bem como a disponibilização de todos os 

instrumentos  necessários  à  formação  de  vontade  por  parte  dos  potenciais  concorrentes:  anúncio  de 

lançamento do concurso ou convite, programa de concurso, caderno de encargos e modelo de avaliação 

das propostas. 

Competência 

Competência para autorizar despesas, de acordo com o valor da aquisição: 

Montante (Contos)  Órgão competente para autorizar a despesa  

Valor  3 000 

Directores Gerais ou equiparados 

Dirigentes de serviços sem autonomia administrativa ou 

financeira 

Órgãos dirigentes de serviços dotados de autonomia 

administrativa e financeira 

3 000 < Valor  25 000  Ministro 

25 000 < Valor  55 000  Primeiro‐ministro 

Valor > 55 000  Conselho de Ministros 

Anúncio de lançamento de procedimento 

Há lugar à publicação de anúncio de lançamento de um procedimento nas seguintes situações: 

Concurso Público 

Pré‐qualificação de Fornecedores 

As UGA deverão colocar os anúncios no website da entidade reguladora na Internet, no Portal de Compras, 

no Boletim Oficial nos casos em que a lei determine, nos boletins informativos das Entidades Adquirentes e 

num dos jornais de maior divulgação no país, tratando‐se de concurso nacional. 

No  caso  de  se  tratar  de  um  concurso  internacional,  a  UGA  deve,  ainda,  submeter  a  informação  para 

publicação em dois jornais de tiragem internacional considerados adequados. 

Manual da Contratação Pública 

27 

 

 

Convite à apresentação de propostas 

Há  lugar a convite nas modalidades de Concurso Público em Duas Fases, Aquisição Competitiva ou Ajuste 

Directo. 

Concurso Público em Duas Fases – o convite reveste a forma de carta que acompanha e formaliza o 

envio dos documentos do  concurso. É enviado a  todos os  concorrentes que  tenham apresentado 

propostas de solução e se encontram em condições legais de admissão 

Aquisição Competitiva ou Ajuste Directo. Nestas circunstâncias, quando se trate de fornecimentos 

pouco  complexos,  facilmente  especificáveis,  para  cujo  entendimento  não  seja  necessária  a 

elaboração de documentos concursais mais completos (Programa, Caderno de Encargos), é passível 

de ser utilizado o modelo de convite. 

Programa de Concurso e Caderno de Encargos 

Peças concursais necessárias, segundo o tipo de modalidade aquisitiva: 

  

Concurso Público 

Concurso Público 

em Duas Fases 

Aquisição

 competitiva 

Ajuste directo 

Anúncio         

Convite         

Programa de Concurso         

Caderno de Encargos         

 

Em virtude das especificidades das categorias de compra existem 3 tipos de programas de concurso:  

(i) Bens e serviços,  

(ii)  Concessões de obras ou exploração de bens públicos, 

(iii) Empreitada de obras públicas; 

e 4 tipos de cadernos de encargo: 

(i) Bens e serviços, 

(ii) Empreitada por percentagem, 

(iii) Empreitada por preço global, por série de preços ou regime misto, 

(iv) Concessão de Obras e Exploração de Bens Públicos. 

Manual da Contratação Pública 

28 

 

Modelo de avaliação de propostas 

Um modelo de avaliação contempla os critérios de análise, as  formas de ponderação destes critérios, as 

escalas valorativas e as regras de valoração. 

Resulta daqui que o modelo de avaliação permite objectivar a subjectividade inerente a qualquer processo 

em que  intervenham  factores de natureza qualitativa, bem  como evidenciar os aspectos que a entidade 

adjudicante efectivamente valoriza e pretende obter com o processo de aquisição. 

Constitui assim valor acrescentado para a entidade adjudicante e para os fornecedores a prévia publicitação 

do modelo de avaliação em todas as suas componentes: 

Para a entidade adjudicante, na medida em que as propostas que obtém são de melhor qualidade e respondem ao que efectivamente é pretendido com um maior grau de pertinência 

Para os  fornecedores, na medida em que  lhes permite  construir as  respectivas propostas de acordo com o que a entidade cliente valoriza e pretende, de facto, adquirir 

A publicitação prévia do modelo de avaliação permite ainda que apenas fornecedores capacitados decidam 

apresentar propostas, resultando daqui benefícios ao nível de: 

Redução de Custos – para os fornecedores (que não investem recursos na elaboração de propostas para fornecimentos para os quais não estão  capacitados), e para a Administração  (ao evitar o esforço de avaliação de propostas não adequadas)  

Aumento da maturidade do mercado 

Transparência dos actos administrativos 

Manual da Contratação Pública 

29 

 

 

Procedimento ou documento desencadeador 

Planeamento Anual das Aquisições Públicas [P‐PaA‐02]  

Necessidades Não Previstas no Plano Anual de Aquisições [P‐PaA‐03]  

Pré‐Qualificação de Fornecedores [P‐CoP‐06] 

Documentos de suporte à execução da etapa               

Modelo de Anúncio  

Modelo de convite  

Guia de boas‐práticas “Modelos e Processo de Avaliação”  

Programa de Concurso ‐ Bens e Serviços  

Programa de Concurso ‐ Concessões de Obras ou Exploração de Bens Públicos  

Programa de Concurso ‐ Empreitada de Obras Públicas  

Caderno de Encargos ‐ Bens e Serviços  

Caderno de Encargos ‐ Empreitada por Percentagem  

Caderno de Encargos ‐ Empreitada por Preço Global, por Série de Preços ou Regime Misto  

Caderno de Encargos ‐ Concessão de Obras e Exploração de Bens Públicos  

Produto da etapa 

Propostas de fornecedores recolhidas 

Procedimentos subsequentes 

Concurso Público [P‐CoP‐01]  

Aquisição de Serviços de Consultoria [P‐CoP‐05]  

Reclamação e Recurso Hierárquico [P‐ReH‐01]  

Manual da Contratação Pública 

30 

 

F. Etapa 6 ‐ AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS PROPOSTAS  

LANÇAMENTODO

PROCEDIMENTO

LANÇAMENTODO

PROCEDIMENTO

IDENTIFICAÇÃODE

NECESSIDADES

IDENTIFICAÇÃODE

NECESSIDADES

PLANEAMENTO ANUAL DEAQUISIÇÕES

PLANEAMENTO ANUAL DEAQUISIÇÕES

SELECÇÃO DA MODALIDADE DE 

AQUISIÇÃO

SELECÇÃO DA MODALIDADE DE 

AQUISIÇÃO

PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DEFORNECEDORES

PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DEFORNECEDORES

AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS 

PROPOSTAS

AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS 

PROPOSTAS

ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO 

CONTRATO

ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO 

CONTRATO

 

 

O exercício da avaliação das propostas apresentadas pelos concorrentes no contexto de um procedimento 

de  aquisição  tem  como  finalidade  garantir  que  o  bem  ou  serviço  adquirido  satisfaça  plenamente  as 

necessidades da organização para as quais o procedimento aquisitivo foi lançado. 

O processo de avaliação é um  conjunto de actividades executado por um  júri, que  se  consubstancia em 

comparar os  requisitos estabelecidos em sede de Caderno de Encargos com um conjunto de critérios de 

escolha que para o efeito foram definidos.  

Estes critérios deverão ser construídos de acordo com os requisitos previamente estabelecidos no Caderno 

de  Encargos  e  deverão  assegurar  que  os  benefícios  organizacionais  pretendidos  possam  vir  a  ser 

alcançados.  

Neste  sentido,  avaliar  é  comparar  os  requisitos  previamente  estabelecidos  (procura)  com  as  soluções 

apresentadas pelos concorrentes (oferta). 

Num processo de aquisição pública, a avaliação aplica‐se a dois tipos de entidades: 

Fornecedores  ‐  tem como  finalidade avaliar a capacidade dos  fornecedores no  fornecimento e apreciar as condições de elegibilidade. 

Os critérios de avaliação são: 

a) Elegibilidade – determinam se o  fornecedor reúne as condições  legais para concorrer a um fornecimento público. 

b) Aceitabilidade – avaliam se o fornecedor tem capacidade e sustentabilidade para assegurar o fornecimento. 

Propostas, com o objectivo de seleccionar a melhor opção 

Os critérios de avaliação tipo são: 

a) Abordagem – que pode ser definido como a forma como se olha o problema 

b) Metodologia – que respeita à forma de operacionalizar a abordagem 

c) Equipa – que avalia a capacidade dos meios humanos a afectar pelo concorrente, qualitativa e quantitativamente 

d) Preço – que aprecia a remuneração avançada pelo concorrente pela execução do contrato 

As decisões do  júri no âmbito de um procedimento de selecção podem ser objecto de recurso. Qualquer 

interessado pode suscitar, por reclamação para o próprio órgão responsável pela gestão do procedimento, 

a revisão de uma decisão, um acto ou uma omissão de uma UGA ou de uma Entidade Adquirente, durante a 

fase  da  formação  dos  contratos.  Caso  o  interessado  discorde  da  decisão  que  caiba  sobre  a  reclamação 

apresentada pode apresentar recurso para a Comissão de Resolução de Conflitos da ARAP (Comissão). 

Manual da Contratação Pública 

31 

 

O guia de boas‐práticas “Modelo e Processo de Avaliação” tem como finalidade: 

Auxiliar na definição de modelos de avaliação de propostas em processos de contratação externa, 

visando contribuir para a respectiva coerência, transparência e sustentação técnica. 

Enunciar um conjunto de boas práticas no contexto de um processo de avaliação de propostas de 

aquisição externa. 

Tem  um  carácter  genérico  que  viabiliza  a  sua  utilização  no  contexto  de  qualquer  tipo  de  aquisição, 

independentemente do produto e do procedimento adoptado.  

Preside  à  sua  elaboração  um  conjunto  de  princípios  que,  pela  solidez  e  lisura  incutidas  no  processo, 

concorrem para que: 

A escolha feita seja a que melhor respeita as necessidades organizacionais expressas nos requisitos 

estabelecidos no Caderno de Encargos. 

O  investimento público  seja protegido, não  só porque os bens  e  serviços  adjudicados  estão de 

acordo  com  o  Caderno  de  Encargos,  mas  também  porque  permitem  obter  os  benefícios 

organizacionais pretendidos. 

Os  direitos  democráticos  dos  cidadãos  e  das  empresas  sejam  acautelados,  uma  vez  que  são 

tratados em igualdade de oportunidades e as escolhas são facilmente demonstráveis. 

Os procedimentos de contratação externa sejam rápidos, eficazes e menos sujeitos a situações de 

contencioso, que penalizam a boa gestão dos dinheiros públicos e aumentam os custos sociais e 

organizacionais. 

 

 

  

Procedimentos ou documentos desencadeadores 

Concurso Público [P‐CoP‐01]  

Concurso Público em Duas Fases [P‐CoP‐02]  

Ajuste Directo [P‐CoP‐03] 

Aquisição Competitiva [P‐CoP‐04]  

Aquisição de Serviços de Consultoria [P‐CoP‐05]  

Procedimentos da etapa 

Reclamação e Recurso Hierárquico [P‐ReH‐01]  

Documentos de suporte à execução da etapa               

Guia de boas‐práticas “Modelos e Processo de Avaliação”  

Relatório Preliminar/Final de Apreciação de Mérito das Propostas  

Produtos da etapa 

Relatório Final de Apreciação de Mérito das Propostas  

Projecto de Adjudicação 

Manual da Contratação Pública 

32 

 

G. Etapa 7 ‐ ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO CONTRATO  

LANÇAMENTODO

PROCEDIMENTO

LANÇAMENTODO

PROCEDIMENTO

IDENTIFICAÇÃODE

NECESSIDADES

IDENTIFICAÇÃODE

NECESSIDADES

PLANEAMENTO ANUAL DEAQUISIÇÕES

PLANEAMENTO ANUAL DEAQUISIÇÕES

SELECÇÃO DA MODALIDADE DE 

AQUISIÇÃO

SELECÇÃO DA MODALIDADE DE 

AQUISIÇÃO

PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DEFORNECEDORES

PRÉ‐QUALIFICAÇÃO DEFORNECEDORES

AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS PROPOSTAS

AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES E DAS PROPOSTAS

ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO 

CONTRATO

ADJUDICAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO 

CONTRATO

 

 

O ciclo da fase de formação de contato culmina com a adjudicação e celebração do contrato. 

O acto de adjudicação e de aprovação da minuta do contrato é efectuado pela Entidade competente para 

autorizar a despesa, tendo em atenção o disposto no artigo 42º do Regulamento. 

Quando haja  lugar à  celebração de  contrato escrito a minuta do  contrato é enviada, para aceitação, ao 

Adjudicatário,  considerando‐se  a  mesma  aceite  quando  haja  aceitação  expressa  ou  quando  não  haja 

reclamação no prazo de 5 dias. As reclamações contra a minuta são admitidas e dirimidas nos termos do 

artigo 109º do Regulamento. 

Havendo lugar à prestação de caução, é determinado um prazo entre 5 e 10 dias, para que o adjudicatário 

comprove a prestação da  caução devida  (número 1 do artigo 108º do Regulamento). A  contagem deste 

prazo interrompe‐se se houver reclamações quanto à minuta do contrato. 

Caso  a  caução  não  seja  prestada  no  prazo  indicado,  a  proposta  pode  ser  rejeitada  e  a  adjudicação  ser 

realizada  ao  concorrente  classificado em 2º  lugar, devendo  ser previamente  analisada  a necessidade de 

realização de actividades de negociação e pós‐qualificação. 

O contrato deve ser celebrado no prazo de 30 dias contados da data de prestação da caução ou da data de 

aceitação da minuta do contrato, nos casos em que não há lugar à prestação de caução. 

As decisões da Entidade Adquirente no  contexto de um processo de  adjudicação podem  ser objecto de 

recurso. Qualquer interessado pode suscitar por reclamação para o próprio órgão responsável pela gestão 

do procedimento, a revisão de uma decisão, um acto ou uma omissão de uma UGA ou de uma Entidade 

Adquirente, durante a fase da formação dos contratos. Caso o  interessado discorde da decisão que caiba 

sobre a  reclamação apresentada pode apresentar  recurso para a Comissão de Resolução de Conflitos da 

ARAP (Comissão). 

 

Manual da Contratação Pública 

33 

 

  

 

 

 

Procedimento ou documento desencadeador 

Despacho de homologação 

Procedimentos da etapa 

Reclamação e Recurso Hierárquico [P‐ReH‐01]  

Documentos de suporte à execução da etapa               

Minuta do Contrato ‐ Bens e Serviços  

Minuta do Contrato ‐ Empreitadas de Obras Públicas (Por Percentagem)  

Minuta do Contrato  ‐ Empreitadas de Obras Públicas  (Preço Global, Série de Preços e 

Regime Misto)  

Minuta do Contrato ‐ Concessão de Obras Públicas / Exploração de Bens Públicos  

Produto da etapa 

Contrato assinado 

Manual da Contratação Pública 

34 

 

 

10. CODIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS

 

 

 

A estrutura de código proposta aplica‐se a todos os documentos formais utilizados no contexto do Sistema 

de  Contratação  Pública,  exigidos  pela  legislação  ou  criados  pela  Administração  Pública  para  facilitar  e 

normalizar a aplicação do Sistema.  

Excluem‐se desta codificação os documentos produzidos pelos fornecedores. 

Estrutura do código proposto:  A‐XXX‐99 

 

A  –   Identifica o tipo de documento. Pode assumir os seguintes valores: 

P ‐ Procedimento 

F ‐ Formulário 

G ‐ Guia de Boas Práticas 

D ‐ Documentos de Suporte: contrato‐tipo, programa de concurso‐tipo, caderno de encargos‐tipo 

M ‐ Manual 

R ‐ Relatório 

 

XXX –  Identifica a área específica da contratação pública a que o documento em causa de aplica.  

Exemplos: 

CoP ‐ (Processo de) Consulta Pública 

PaA ‐ Planeamento Anual de Aquisições 

AqA ‐ (Processo de) Aquisições Agrupadas 

AvP ‐ (Processo de) Avaliação de Propostas 

PoQ ‐ (Processo de) Pós‐Qualificação 

FiA ‐ (Processo de) Fiscalização pela ARAP 

AdJ ‐ (Processo) Adjudicação 

CtP ‐ (Processo de) celebração de Contrato Público 

ReH ‐ (Processo de) Recurso Hierárquico 

… 

 

99 –  É o número sequencial do tipo de documento dentro de cada área específica