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Manifestação pelo Veto Parcial do Projeto de Lei de Reforma da Lei Complementar nº 116/03, que dispõe sobre o ISS Em defesa da segurança jurídica na fixação da competência da cobrança do ISS e pela não oneração dos novos modelos de negócios que induzem eficiência ao Brasil São Paulo, 15 de dezembro de 2016 Introdução A Brasscom, Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) , vem, por intermédio da presente manifestação, defender pleitear o veto aos de certos dispositivos que abaixo relaciona, conforme com as respectivas justificativas do Projeto de Lei do Senado nº 386 /2012, . São excertos extraídos do projeto de que reforma da Lei Complementar nº 116/20 03, “ ( Lei do ISSQN) , nos termos do parecer aprovado votado em 14/12/16 pelo Plenário do Senado Federal em 14/12/16, que aprovou, com ress alvas a o Substitutivo da Câmara dos Deputados nº 15/20 15. Veto a os dispositivos acrescentados à Lei Complementar nº 116/2003 Insegurança jurídica quanto à fixação da competência para a cobrança do ISS : Art. 3º, §4º Art. 3 o [...] § 4 o Na hipótese de descumprimento do disposto no caput ou no § 1 o , ambos do art. 8 o -A desta Lei Complementar, o imposto será devido no local do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço, ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado. Art. 6º, §2º, inciso III Art. 6 o [...] § 2 o [...] III – a pessoa jurídica tomadora ou intermediária de serviços, ainda que imune ou isenta, na hipótese prevista no § 4 o do art. 3 o desta Lei Complementar. [...] Art. 8 o -A [...] document.docx 1/6

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Page 1: Manifestação pelo Veto Parcial do Projeto de Lei de Reforma da Lei Complementar nº 116/03, que dispõe sobre o ISS

Manifestação pelo Veto Parcial do Projeto de Lei de Reforma da Lei Complementar nº 116/03, que dispõe

sobre o ISSEm defesa da segurança jurídica na fixação da competência da cobrança do

ISS e pela não oneração dos novos modelos de negócios que induzem eficiência ao Brasil

São Paulo, 15 de dezembro de 2016

IntroduçãoA Brasscom, Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da

Informação e Comunicação (Brasscom), vem, por intermédio da presente manifestação, defender pleitear o veto aos de certos dispositivos – que abaixo relaciona, conforme com as respectivas justificativas – do Projeto de Lei do Senado nº 386/2012,. São excertos extraídos do projeto de que reforma da Lei Complementar nº 116/2003, “ (Lei do ISSQN”), nos termos do parecer aprovado votado em 14/12/16 pelo Plenário do Senado Federal em 14/12/16, que aprovou, com ressalvas ao Substitutivo da Câmara dos Deputados nº 15/2015.

Veto aos dispositivos acrescentados à Lei Complementar nº 116/2003Insegurança jurídica quanto à fixação da competência para a cobrança do ISS:Art. 3º, §4º

Art. 3o [...]§ 4o Na hipótese de descumprimento do disposto no caput ou no § 1o, ambos do art. 8o-A desta Lei Complementar, o imposto será devido no local do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço, ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado.

Art. 6º, §2º, inciso IIIArt. 6o [...] § 2o [...]III – a pessoa jurídica tomadora ou intermediária de serviços, ainda que imune ou isenta, na hipótese prevista no § 4o do art. 3o desta Lei Complementar. [...]Art. 8o-A [...]§ 2º É nula a lei ou ato do Município ou do Distrito Federal que não respeite as disposições deste artigo com a alíquota mínima prevista no caput deste artigo no caso de serviço prestado a tomador ou intermediário localizado em Município diverso daquele onde está localizado o prestador do serviço.

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§ 3º A anulação a que se refere o § 2º deste artigo gera, para o prestador do serviço, perante o Município ou o Distrito Federal que não respeitar as disposições deste artigo, o direito à restituição do valor efetivamente pago de Imposto sobre Serviços de qualquer Natureza, calculado sob a égide da lei nula.

Justificativa: Insegurança jurídica quanto à competência tributária cambiante do ISS

A mudança cria a possibilidade de alteração da competência tributária do ISS do local do estabelecimento do prestador do serviço para o local do estabelecimento do tomador. Isto ocorrerá na hipótese em que o município que detém a competência originária desrespeite a alíquota mínima de 2%, ou mude a base de cálculo do imposto de forma com que a alíquota efetivacarga tributária seja inferior ao mencionado percentual. Não há previsão de como se dará o reconhecimento do descumprimento da lei e a regra delega de forma inconstitucional às empresas e eventuais substitutos tributários a atribuição fiscalizatória para o cumprimento da legislação. Isto ocorre porque o ônus de recolher o ISS recai sobre o particular, que estará à mercê da imposição do débito tributário por outra unidade federativa que não aquela que detém a competência originária, obrigando-o a conhecer e acompanhar a implementação da legislação nos mais de 5 mil municípios brasileiros.

A definição da competência tributária deve vir expressamente definida em lei complementar. Todavia, e sua fixação a posterioricambiante, ou seja, após sujeita a ocorrência de fato ilícito futuro e incerto, dependente de declaração de nulidade exarada por órgão competente não definido pela lei, que representa violação do princípio da legalidadesegurança jurídica. A mudança traz insegurança jurídica aimpacta o setor de serviços como um todo, em flagrante descumprimento dos limites estabelecidos pelo inciso III do § 3o do art. 156 da CF, e redundando em ambiente fértil à bitributação. A alteração que se busca representa um retrocesso ao ambiente de negócios, em especial em momento econômico delicado, gerando desestímulo ao investimento e à inovação com efeitos deletérios para a competitividade do Brasil.

Veto aos subitens da Lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116/2003

P reocupação quanto à oneração da ‘Computação em Nuvem’ no BrasilLista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116/2003 Anexa

1. [...]1.03 – Processamento, armazenamento ou hospedagem de dados, textos, imagens, vídeos, páginas eletrônicas, aplicativos, sistemas de informação, entre outros formatos, ou congêneres. [...]

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Justificativa: Inconstitucionalidade da incidência de ISS sobre obrigação de dar onerando Computação na Nuvem

A inclusão das expressões “armazenamento” e “hospedagem” implica na instituição de hipótese de incidência do ISS ao fenômeno conhecido como “computação em nuvem”. A “‘Nuvem” é uma plataforma por meio da qual é possível dinamizar a prestação de serviços, os quais, via de regra, já estão compreendidos na incidência do imposto municipal. A inclusão dessas expressões elevará o custo essas inovações tecnológicas que na prática têm induzido eficiência e competitividade às empresas brasileiras, e mesmo ao setor público na prestação de serviços ao cidadão. Cloud computing não deve ser visto como um serviço per se, mas sim como mero suporte tecnológico dinamizador da prestação dos serviços tradicionais, em especial no atual contexto econômico em que se busca maior eficiência e competitividade para o país.

Destaca-se, por fim, que o compartilhamento de espaços em centrais de processamento de dados para o armazenamento e hospedagem de informações tem sido compreendido como análogo à locação de bens móveis, operação que é exonerada da incidência do ISS nos termos da decisão do STF plasmada na Súmula Vinculante 31. Assim, ao instituir esta nova hipótese de incidência, além de onerar as operações em Nuvem, a legislação abrirá nova frente de insegurança jurídica para as empresas inovadoras e para o dinamismo empresarial brasileiro como um todo.

Preocupação quanto à oneração de modelos de negócios inovadores

Lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116/2003Lista Anexa1. [...]1.09 – Disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto por meio da internet, respeitada a imunidade de livros, jornais e periódicos (exceto a distribuição de conteúdos pelas prestadoras de Serviço de Acesso Condicionado, de que trata a Lei nº 12.485, de 12 de setembro de 2011, sujeita ao ICMS). [...]

Justificativa : Inconstitucionalidade da incidência de ISS sobre obrigação de dar onerando negócios digitais inovadores

O streaming, as lojas digitais de música e a disponibilização de acervos de imagem, vídeos e textos na Internet são fenômenos que têm ganhado tração nos últimos anos, reduzindo as barreiras à cultura e à informação para milhares de pessoas. Contudo, a natureza jurídica das relações estabelecidas entre os provedores de conteúdo e os usuários não é a de prestação de serviços, consubstanciada na obrigação de fazer, mas sim a de obrigação de dar ou entregar, existente nas relações de locação de bens as quais estão exoneradas do pagamento do ISS nos termos da Súmula Vinculante 31 do STF e também da jurisprudência consolidada pela Suprema Corte no RE 116.121 e RE 446.003. A natureza, o alcance, os conceitos e as formas de direito privado não podem ser ignorados pelo

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legislador quando da instituição da incidência de impostos por força do art. 110 do Código Tributário Nacional.

Ressalta-se que o mercado de vídeo sobre demanda na internet no Brasil ainda está em amadurecimento, diferentemente de outros países onde os consumidores já podem optar por diversos tipos de plataformas. A imposição de novo custo representaria um inibidor importante para a atratividade de novos investimentos, reduzindo a escolha do usuário brasileiro às plataformas convencionais a exemplo dos tradicionais serviços de acesso condicionado. A oneração tributária e o aumento dos custos de transação com obrigações acessórias poderão reduzir o acesso da população a esses bens culturais disponíveis em formato digital. A inclusão do item 1.09 ao lado do enquadramento da ‘Computação em Nuvem’, plataforma usada por esses novos negócios, representam duplo ônus, com gravame especial às empresas nascentes e, consequentemente, redução das oportunidades de inovação e concorrência no setor.

ConclusãoA Brasscom está à disposição para trabalhar em prol de uma

legislação tributária indutora de inovação e que possibilite a democratização do acesso às fontes de cultura e cujos delineamentos legais sejam efetivamente adstritos à natureza jurídica desses novos modelos de negócios, imprescindíveis para a melhoria da competitividade do Brasil.

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SOBRE A BRASSCOMA Brasscom, Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação, exerce papel de articulação entre os setores público e privado nas esferas federal, estadual e municipal, discutindo temas estratégicos, como relações laborais, tributação, internacionalização, educação e governo digital, entre outros. Representando 41 empresas e 15 instituições, a Brasscom promove o setor de TIC de forma propositiva, propagando novas tendências e inovações, a exemplo de Internet das Coisas, Mobilidade, Segurança e Privacidade. Atua para intensificar as relações com o mercado de forma a contribuir para o aumento da competitividade do setor, incentivando a transformação digital do Brasil.A Brasscom tem 41 ASSOCIADOS dentre as maiores e mais significativas empresas do setor e conta com 15 ASSOCIADOS INSTITUCIONAIS. Associados:Accenture, Algar Tech, Amazon, Atos, BRQ, Capgemini, CI&T, Cisco , Cognizant, DataPrev, Dell, Embratel, EMC2, Equinix, Facebook, GFT, Globalweb, HP e , IBM, Indra, Infosys, Intel, Linx, Locaweb, Microsoft, Oracle, Prodesp, Promon Logicalis, Resource, SAP, Scopus, Serasa Experian, Spread, Stefanini, T-Systems, Take.net, Tata, Tech Mahindra, TIVIT, TOTVS, Unisys. Associados institucionais:B2B Magazine, BandTec, C.E.S.A.R, CDI - Comitê para a Democratização da Informática, CSEM, CTI – Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, FITec – Inovações Tecnológicas, Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações, INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, IOS – Instituto da Oportunidade Social, UFPE – Universidade Federal de Pernambuco, UNESP – Universidade Estadual Paulista, UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas, Universidade Presbiteriana Mackenzie, USP – Universidade de São Paulo.

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