manejo da irrigação em hortal

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  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    1/75

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    2/75

    Repblica Fderativa

    do

    Brasil

    Presidente

    Fernando Henrique Cardoso

    Ministrio da Agricultura e

    do

    bastecimento

    Ministro

    rlindo Porto Neto

    Empresa Brasileira

    de

    Pesquisa Agropecuria Embrapa

    Presidente

    lberto

    uque Portugal

    iretores

    Elza ngela attaggia Brito d Cunha

    Dante Daniel Giacomelli Scolari

    Jos Roberto Rodrigues

    Peres

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    3/75

    Empresa rasileira de Pesquisa gropecuria Embrapa

    Centro Nacional de Pesquisa de Hortalias CNPH

    Ministrio d

    gricultura

    e

    do bastecimento M

    -

    M NEJO

    D

    IRRIG O

    M

    HORT LI S

    edio

    revista e ampliada

    Waldir

    parecid

    o arou

    e i

    Eng. Agr

    c

    M.5c

    Washington Luiz de

    Caruolho

    e S

    ilu

    Eng. Ag . PhD

    enoque

    Rib

    e iro da Silua

    Eng. Agr. .

    PhD

    Servio de Produo de Informao I

    Brasoia . DF

    1996

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    4/75

    Embrapa - 1996

    Exempla r desta publicao

    pode

    ser sol ic

    it

    ado :

    Embrapa

    entro Nacional de Pesquisa de Hortalias CNPH

    Km

    09

    -

    BR

    -060 - Rodovia Braslia/Anpolis

    Caixa Po stal 218

    70359-970 Braslia ,

    DF

    Tel. : (06

    1

    556-5011

    Fa

    x: (061) 556

    -5

    744

    Embrapa

    Servio

    de Produo de Informao SPI

    SAIN Parque Rural. Av. W/3 Norte (final)

    C.

    Postal

    040315

    CEP 70770-901 Braslia , DF

    Tel.

    (061) 348 4236

    Fa

    x: (061) 272-4168

    Parte do

    te

    xto desta publicao foi editada anteriormente, dentro da S rie Circular Tcnica do

    CNPH.

    l

    edio: janeiro/86 - 2.000 exemplares

    l

    reimpresso: abriV87 - 5 .

    000

    e

    xe

    mplares

    2 edio: agosto/

    89

    - 1.000 exempla res

    3 edio: ja neiro/

    93

    - 5 .

    000

    exemplares

    4 edio: dezembro/94 - 2.

    000

    exemplares (livro)

    5 edio (revista e a mpliada ): setembro/96 - 5 .

    000

    exemplares

    CIP-Brasil. Catalogao-na-publicao.

    Servio

    de

    Produo

    de

    Informao (SPI) da Embrapa.

    Marouelli, Waldir Aparecido.

    Manejo

    da

    irrigao em hortalias / Waldir Aparecido Marouelli , Washington Luiz

    de

    Ca

    rva

    lh

    o e S

    va,

    Henoque

    Ribeiro da Silva; Empresa Brasileira

    de

    Pesquisa Agropecuria,

    Centro Nacional de Pesquisa de Hortalias - 5.ed. , rev. ampl. - Braslia:

    Embrapa

    -SPI ,

    1996

    .

    72p .

    ISBN

    85 85007 2

    7-3 .

    1. H

    or

    ta

    a - Irriga

    o

    - M

    anejo

    . I Silva , Washington Luiz

    de Carvalho

    e.

    11

    Silva,

    Henoque Ribeiro

    da

    . . Empresa Brasileira

    de

    Pesquisa Agropecuria .

    Centro

    Nacional

    de

    Pesquisa de Hortalias (Braslia, DF) . IV Ttulo.

    CDD

    635

    .

    87

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    5/75

    SUMR O

    Apresentao

    Introduo

    7

    Disponibilidade de gua no

    Solo 9

    Capacidade de

    campo

    10

    Ponto

    de

    murcha permanente 1

    Densidade

    aparente

    11

    Profundidade

    efetiva do sistema radicular 11

    Curva

    caracterstica de

    umidade

    do

    solo

    14

    Necessidade

    de

    gua

    das

    Hortalias

    5

    Evapotranspirao do cultivo

    de

    referncia 15

    Mtodo de

    Blaney Criddle 16

    Mtodo

    de

    Hargreaves 16

    Mtodo

    de

    Penman 18

    Mtodo

    do tanque

    classe A

    25

    Evapotranspirao da cultura 28

    Mtodos de Manejo da Irrigao

    3

    Mtodo do

    turno

    de rega calculado

    33

    Mtodo do balano

    de

    gua do solo

    36

    Mtodo da

    tenso de

    gua no solo

    39

    Manejo da gua

    em

    Microirrigao

    44

    Necessidades hdricas em microirrigao 45

    Volume a aplicar 45

    Uniformidade de distribuio 46

    Conceito de bulbo molhado 46

    Alternativas

    de manejo 46

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    6/75

    Fertirrigao

    de Hortalias

    48

    Tipos

    de

    nutrientes

    48

    Fontes de nutrientes

    48

    Caractersticas dos fertilizantes

    49

    Princpios mtodos e equipamentos de aplicao

    5

    Manejo

    da

    fertirrigao

    5

    Perigo

    de

    contaminao 52

    Manejo de gua versus

    Ocorrncia

    de Doenas

    53

    Manejo de gua na ase

    de Pr emergncia

    e

    Transplante 57

    poca de

    Paralisao das Irrigaes 58

    lmina

    de

    gua

    Total Necessria

    59

    Exemplos

    Prticos

    60

    Mtodo do turno de rega calculado

    6

    Mtodo do balano de gua no solo 64

    Mtodo

    da

    tenso de

    gua

    no solo 65

    Recomendaes para

    o Uso

    de Tensimetros

    66

    Preparo 66

    Instalao 66

    Manuteno 67

    Armazenamento 67

    Bibliografia

    69

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    7/75

    presentao

    s

    hortalias constituem um

    grupo de

    plantas que requerem cuida

    dos especiais em seu cultivo. Um desses cuidados est relacionado

    gua

    tanto

    no

    que diz respeito

    quantidade quanto

    oportunidade

    de

    seu supri

    mento.

    Na rea de irrigao e manejo

    de

    gua o Centro Nacional

    de

    Pes

    quisa

    de

    Hortalias-CNPH tem desenvolvido

    desde

    a

    sua

    criao muitos

    trabalhos

    de

    pesquisa cujos resultados se refletem

    no contedo

    desta publi

    cao.

    Este livro que trata

    exatamente

    do

    manejo adequado da gua de

    irrigao em hortalias iniciou-se com a edio de uma circular tcnica em

    1986 e aps sucessivas reedies chega edio revisada e ampliada

    com a responsabilidade

    de

    ser melhor que os

    15

    .

    exemplares

    j

    distribu

    dos

    nestes

    1

    anos

    no

    Brasil e

    at mesmo no

    exterior.

    O grupo

    de

    pesquisadores do CNPH responsvel por esta publica

    o

    tem mostrado competncia e experincia suficientes

    para

    apresentar este

    trabalho que

    de maneira

    simples e objetiva facilita o entendimento

    das

    relaes entre o solo a gua e a planta alm

    de

    apresentar relevantes consi

    deraes sobre o uso e

    manejo da

    microirrigao e

    da

    fertirrigao e sobre o

    controle

    de

    doenas

    de

    hortalias

    em

    reas irrigadas.

    Ruy Rezende ontes

    Chefe do CNPH

    5

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  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    9/75

    ntroduo

    Em

    geral, as horta as tm seu desenvolvimento inten

    s

    mente

    in

    flu enci

    do

    pelas cond ies

    de umid de do

    so lo. A deficincia

    de gu

    ,

    norma

    lm

    e

    nt

    e, o fa tor mais limitante

    obteno

    de

    produtividades elevadas

    e produtos

    de bo

    qualidade,

    m s

    o excesso tambm

    pode

    ser prejudicial. A

    reposio de gu o so lo

    por

    irrigao,

    n qu ntid de

    e no

    momento

    opor

    tun

    o

    decisiva

    p r

    o sucesso

    d

    horticultura.

    Para o m nejo

    dequ do d

    gu

    de

    irrigao, necessrio o con

    t

    ro

    le dirio da umid

    de do

    so

    lo

    e/

    ou

    d

    evapotranspirao,

    dur nte

    todo o

    c

    icl

    o

    de

    desenvolvimento

    d

    cultura. Para tanto, indispensvel o conheci

    mento

    de

    parmetros relac ion

    dos

    s plantas, o solo e o clima, p r

    deter

    min ar o momento

    opor tuno de

    irriga r e a

    qu ntid de

    de gu a

    ser

    aplicada .

    m n

    ejo racional

    d

    g

    u de

    irrigao visa minimizar o

    consumo

    de

    energia que ,

    p r

    sistemas pressurizados, varia entre 3-8 kWh/mm

    de

    gua/ha), maximizar a eficincia do uso

    d gu

    e m nter favorve is as

    condies

    de

    umidade

    do

    solo e

    de

    fitossanidade

    d s pl nt

    s. Pod e

    b

    sear

    se em critrios relacionados o

    st tus d gu no

    solo e

    n s

    plantas,

    n

    taxa

    de

    ev potr nspir o d cultura ou na combin o de doi s

    ou

    mais

    deles. A escolha

    do

    critrio a ser seguido vai

    depender

    principalmente

    d

    disponibilidade

    de

    informaes relacionadas o sistema solo-

    gu

    -planta

    -clima,

    de equip mentos p r

    medies, e tambm

    do

    grau de conheci

    mento do

    irrigante.

    Este trabalho tem

    por

    objetivo enfatizar o uso racional e eficiente

    d

    irrigao por meio

    de

    informaes bsicas relacionadas s exigncias

    hdricas d s hortalias e

    d

    descrio

    de

    mtodos

    de

    m nejo

    d gu de

    irrigao.

    7

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    ,

    Disponibilidade

    de gua

    no Solo

    o tamanho

    e a natureza

    das

    partculas min

    era

    i

    s

    bem

    como

    o ar

    ranjo

    dos

    elem entos estruturai

    s

    d

    o ao

    solo caractersticas prprias

    de

    armazenamento

    de g

    ua

    . Em termos gerais, a textura o

    parmetro

    mais

    intimamente relacionado

    capacidade de armazenamento

    de g

    ua

    ,

    poden

    do

    -se dizer qu e solos

    de

    textura

    arenosa

    apresentam menor

    ca

    pacid

    ade de

    reteno de gua

    do que

    solos argilosos.

    H

    casos

    em

    que

    a estrutura

    do

    solo to

    ou

    mais importante

    que

    a textura. Em solos compactados,

    por

    exemplo,

    pode

    ocorrer um decrsci

    mo

    significativo da

    capacidade de armazenamento de

    gua em funo

    da

    reduo da

    porosidade

    total. Outro exemplo

    so

    os solos de cerrados; mes

    mo

    aqueles com teor

    de

    argila superior a

    60

    apresentam baixa

    capacidade

    de reteno de gua,

    quando comparados

    a outros tipos de solos argilosos.

    Isto se

    deve

    ao alto grau de desenvolvimento da estrutura desses solos,

    que

    apresentam uma macroporosidade semelhante

    de

    solos

    de

    textura

    mode

    radamente

    grossa.

    A disponibilidade total de gua

    no

    solo para as plantas

    depende

    basicamente da

    capacidade

    de reteno

    do

    solo e da profundidade

    do

    siste

    ma radicular

    das

    plantas, e calculada pela seguinte expresso:

    em

    que:

    LTO =

    CC-PM.

    Oa

    .

    Z

    10

    LTD

    = lmina

    de gua

    total disponvel ,

    em

    mm;

    CC

    =

    capacidade

    de campo

    ,

    em

    de

    peso

    seco;

    PM

    = ponto

    de

    murcha

    permanente em de peso

    seco;

    Da =

    densidade aparente do

    solo, em l m

    ;

    z=

    profundidade

    efetiva do sistema radicular

    das

    plantas,

    em

    em.

    1

    )

    O crescimento e a produtividade

    das

    espcies vegetais,

    no

    entanto,

    respondem

    diferentemente

    aos

    nveis

    de umidade do

    solo

    compreendido

    entre a

    capacidade

    de campo

    e o

    ponto

    de

    murchamento. Dessa maneira, as

    9

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    12/75

    irrigaes devem ser realizadas quan do a umidade do solo estiver reduzida a

    um nvel cr

    t

    ico, a partir

    do

    qua l comea a prejudica r o desenvol

    vi

    mento

    das

    plantas. Nesse caso, a quantidade

    de

    gua no

    so

    lo prontamente disponvel

    s

    pl

    antas

    pod

    e ser obti

    da por

    :

    em qu e:

    L

    RD =

    cc - UI .Da.Z

    l a

    LRD= lmina de gua real d

    is

    pon

    vel

    , em mm ;

    U I=

    um idade de i

    rri

    gao, em de peso seco.

    2

    A umidade adequada do solo para promover a irrigao ( )

    ob tida experimentalmente , sendo funo da espcie cultivada, do clima, do

    tipo de solo e at mesmo da cultivar.

    apacidade de

    campo

    O termo capacidade

    de campo

    representa a

    quantidade de

    gua

    retida pelo solo depois que o e

    xc

    esso

    drenado

    livremente .

    Sua

    determina

    o tem sido usualmente real

    iz

    ada

    em laboratrio, mas sempre que possvel

    deve ser avaliada

    i

    m e n t e

    no campo.

    Os valores clssicos da umidade

    do

    solo

    na

    capacidade de

    campo

    esto geralmente associados s tenses de gua de 1 kPa

    para

    solos de

    textura grossa e 33 kPa para solos de textura fina . Estudos recentes , todavia,

    indicam que essas tenses so da ordem de 6

    alO

    kPa, em solos submetidos

    a drenagem em condies de campo. recomendvel, portanto, utilizar a

    tenso de 6 kPa

    para

    solos arenosos e 10 kPa para solos argilosos.

    Ponto

    de

    murcha permanente

    O conceito de ponto de murcha permanente representa o limite

    mnimo de umidade existente

    no

    solo, abaixo

    do

    qual

    uma

    planta em cres

    cimento ativo apresenta perda de turgescncia das folhas, da qual no se

    recupera, mesmo quando colocada em atmosfera saturada durante a noite.

    Embora o ponto de murcha possa variar entre as diferentes espci

    es

    de

    plantas e

    de

    acordo com o estdio

    de

    desenvolvimento, o tipo

    de

    solo

    1

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    13/75

    e as condies climticas, comumente aceito

    como

    a

    umidade

    do solo

    correspondente tenso de 1.500 kPa , independente

    mente

    da

    esp

    c

    ie

    e

    das

    condies ambientais , e, portanto, estimado indiretamente em laborat

    rio. comum utiliz

    ar

    o gi rassol ou o feijo como plantas

    indicadora

    s da

    determinao

    direta

    do

    ponto

    de

    murcha permanente

    .

    ensidade aparente

    A densidade

    aparente

    do solo,

    tambm

    chamada de densidade

    gl

    o

    bal, geralmente expressa em g/cm

    3

    , a relao entre a

    mas

    sa do solo seco a

    lOS-110 C e o seu volume total , incluindo o espao poroso. Permite estimar

    o grau de compactao de um solo e transformar

    as

    percentagens de umida

    de

    gravimtrica do solo

    em

    termos

    de

    umidade volumtrica e, dessa forma ,

    determinar a lmina

    de gua

    no solo.

    Entre os mtodos existentes para a determinao da

    densidade

    aparente, o do cilindro e o

    da

    proveta so os mais conhecidos .

    O mtodo

    do

    cilindro possibilita resultados bastante confiveis ,

    sendo

    considerado padro

    para

    fins

    de

    irrigao.

    J

    o mtodo

    da

    proveta pode propiciar resultados

    compatveis

    com

    aqueles obtidos pelo mtodo

    do

    cilindro

    apenas

    para solos

    arenosos ou

    desestruturados . Em solos muito

    arenosos

    , o

    mtodo

    da

    prove

    ta o mais indicado

    para

    a

    determinao da densidade

    do

    solo,

    dadas

    as

    dificuldades

    de

    amostragem por meio

    de

    anis . Mtodos como o

    da

    parafina

    e o

    de

    raios gama tambm so opes para a determinao

    da densidade

    aparente do solo.

    Na ausncia

    de

    valores reais da densidade aparente do solo medi

    dos em campo, estes

    podero

    ser estimados,

    de

    maneira aproximada con

    forme a Figura 1, na qual so apresentados v

    l

    ores mdios

    de densidade

    em

    funo

    da

    composio granulomtrica do solo. Exemplificando a utiliz

    ao

    da

    figura 1, tem-se que,

    para

    um solo com

    55

    de

    argila , 12

    de

    silte e

    33 de areia, a densidade aparente

    estimada

    de l ,05g/cm

    Profundidade efetiva

    do

    sistema radicular

    Em irrigao, normalmente

    no

    se considera todo o perfil do solo

    explorado pelo sistema radicular das plantas , mas apenas a profundidade

    efetiva, que

    deve

    ser t l que de

    80

    a 90

    do

    sistema radicular esteja nela con

    tido.

    Sua

    determinao para

    fins

    de manejo da

    irriga

    o

    fundamental

    ; a

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    14/75

    100 O

    \

    \

    o ~ ~

    1

    100

    9

    8

    7 6

    50

    4

    30

    2

    1 O

    ercentagem de areia

    FIG 1

    Densidade

    aparente

    do

    solo

    em

    g m

    3

    em

    funo

    e

    sua granulometrla.

    adoo

    de valores maiores que os reais pode implicar a aplicao

    de

    gran

    des quantidades de gua com conseqncias indesejveis enquanto valores

    menores

    podem

    resultar em aplicaes deficientes e em turnos

    de

    rega mui

    to pequenos .

    Solos compactados alm de apresentarem menor capacidade de

    reteno

    de

    gua oferecem grande resistncia

    ao

    desenvolvimento radicular

    e aumentam os riscos de escoamento superficial de gua. A presena de

    camadas compactadas no perfil

    do

    solo alm de dificultar a penetrao das

    razes pode provocar a formao de um lenol fretico temporrio resultan

    do

    em problemas de aerao para as plantas. Sendo assim necessrio um

    manejo de solo que vise destruir camadas compactadas bem como evitar

    que estas se formem durante o preparo do solo.

    Na Tabela 1 so apresentados valores mdios da profundidade

    efetiva

    do

    sistema radicular

    de

    algumas hortalias em seu estdio

    de

    mxi-

    2

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    15/75

    mo desenvolvimento vegetativo, cultivadas em solos de textura mdia, -

    teis e com drenagem livre . Muitos fatores , como textura e fertilidade do solo,

    prticas culturais, solos rasos, irrigaes muito freqentes e horizontes forte-

    mente diferenciados,

    podem

    afetar consideravelmente o desenvolvimento

    radicular

    das

    plantas. Assim ,

    para

    um

    melhor conhecimento

    da

    profundida-

    de efetiva, aconselhvel avaliar o sistema radicular nos diferentes estdios

    de desenvolvimento e no prprio local

    de

    cultivo, em vez

    de

    utilizar os vaIa-

    res apresentados na Tabela 1

    T BEL 1. Profundidade efetiva do sistema

    radicular

    Z) de

    algumas

    hortalias no seu estdio de

    mximo

    desenvolvimento

    vegetativo em solos de

    textura

    mdia.

    ortalia

    Z em)

    ortalia

    Z em)

    Abbora 50-80

    Ervilha

    50-70

    Alcachofra 70-100

    Espinafre

    40-70

    Alface

    15-30 Melancia

    50-120

    Aspargo

    120-160 Melo 50-120

    Bata ta

    25-60

    Milho-doce

    50-120

    Batata-doce

    50-100

    Morango

    20-40

    Berinjela

    50-80

    Nabo

    55-80

    Beterraba

    40-70

    Pepino

    35-50

    Cebola

    25-60

    Pimento 30-70

    Cenoura 35-60

    Rabanete

    20-30

    Couve

    25-50

    Tomate 25-70

    Couve-flor

    25-50

    Vagem 40-60

    Fo nt e: Adaptado de Rapos o 1980 ).

    Existem vrios mtodos de avaliao da profundidade efetiva do

    sistema radicular. Em geral, todos

    so

    trabalhosos e nenhum

    pode

    ser consi-

    derado

    padro e indicado

    para

    todas as situaes. Na prtica, a abertura de

    uma trincheira perpendicularmente linha de plantio e a avaliao visual

    do

    sistema radicular, nos diferentes estdios

    de

    desenvolvimento

    das

    plan-

    tas,

    pode dar uma

    idia aproximada das profundidades a serem considera-

    das

    para

    fins

    de

    manejo

    da

    irrigao.

    13

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    16/75

    urvacaracterstica de umidade

    do solo

    A curva de reteno de gua no solo, tambm conhecida como

    curva caracterstica de umidade,

    uma

    das propriedades bsicas no estudo

    dos processos

    de

    movimentao e reteno

    de gua

    no solo, e representa a

    relao entre a percentagem de umidade e o potencial matricial ou a tenso

    da gua

    no solo. Essa relao

    no

    nica, isto , a curva tem uma forma no

    processo de secamento e outra no de umedecimento, resultando no fenme

    no

    denominado

    histerese. Na prtica

    da

    irrigao, todavia, assume-se a cur

    va caracterstica de secamento.

    Entre os vrios mtodos existentes para sua determinao, o extrator

    de presso de Richards tem sido considerado

    padro

    e utilizado

    como

    rotina

    por grande parte dos laboratrios

    de

    fsica

    de

    solos, quer

    usando

    amostras

    com estruturas deformadas quer no-deformadas. Apesar de bem mais tra

    balhoso, o processo que utiliza amostras no-deformadas possibilita resulta

    dos mais precisos, principalmente na faixa de tenso at 100 kPa.

    A curva

    de reteno

    pode tambm ser obtida

    no campo

    correlacionando a umidade

    do

    solo, determinada pelo mtodo

    padro

    de

    estufa ou outro qualquer, com a tenso de gua no solo, determinada com o

    auxOio

    de

    tensimetros,

    para

    a faixa de funcionamento

    do

    instrumento. O

    processo consiste em instalar, na profundidade

    de

    interesse,

    de

    trs a quatro

    tensimetros em uma rea previamente saturada de aproximadamente

    1m

    2

    . Diariamente, pela manh , faz-se a leitura das tenses e coletam-se amos

    tras de solo com o auxOio de um trado, para a determinao da umidade .

    Esse mtodo prtico e

    til

    , principalmente

    quando

    se deseja

    manejar

    a

    irrigao com o emprego de tensimetros.

    Outro mtodo de campo relativamente simples o do gotejador.

    Consiste em aplicar vazes crescentes de gua sobre o solo inicialmente seco,

    por

    intermdio

    de uma

    fonte pontual, como,

    por

    exemplo, um

    ou

    mais

    gotejadores. De posse de informaes de vazo, dimetro mdio

    da

    rea

    saturada

    aps

    equilbrio dinmico,

    para

    cada vazo, e avano

    da

    frente

    de

    molhamento em funo

    do

    tempo, possvel, seguindo a metodologia apre

    sentada e exemplificada

    por

    Oliveira 1988), determinar a curva caractersti

    ca de reteno de gua

    do

    so

    lo

    4

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    17/75

    Necessidade

    de

    Agua

    das

    Hortalias

    As

    plantas

    ob

    tm pratic

    amen

    te toda

    gua

    de qu e necess

    it

    am atra

    vs

    do

    sistema rad icul ar. Da g ua absorvida , a planta no retm mais que

    2 ,send o o restante transfer ido para a a

    tm

    osfera pela transpirao, aps

    vrios processos fisiolgicos. A g ua tamb m

    pode

    -se perder diretamente

    na

    atmosfera pela

    evaporao do

    so lo e

    da supe

    rfcie vegetal

    molhada

    . A

    esse processo de perda conjunta de g ua do solo e da planta na at mosfera

    d-se o

    nome

    de

    eva

    potransp irao . A g ua

    eva

    potranspirada

    deve

    ser to

    talmente reposta ao so lo, sob pena de co mprometer o d esenvo lv

    im

    ento das

    plantas e o sucesso do empreendimento.

    Alm de variar com a espc ie cultivada, a evapo transp irao afe

    tada pelo solo e principalmente pelo clima. Entre os fa tores clim ticos qu e

    influenciam o process

    o,

    destacam-se: radi

    ao

    solar,

    temp

    era tura ,

    umidad

    e

    relativa do ar e velocidade do vento.

    Vrios mtodos so utilizados para estimar a evapotranspirao,

    podendo ser divididos em mtodos diretos e indiretos. Entre os mtodos

    diretos, tm-se o balano de gua

    no

    so lo, que inclui smetros,

    cmaras

    portteis,

    medio

    de

    fluxo

    de

    calor e o m

    todo

    de

    entrada-sada em

    gran

    des reas. Indiretamente, a evapotranspirao pode ser estimada com base

    no balano de

    energia

    ,

    com

    o

    uso

    de evapormetros e equaes ou

    frmulas.

    Evapotranspirao do cultivo de

    referncia

    a quantidade de

    gua

    evapotranspirada de uma superfcie total

    mente coberta por vegetao rasteira (em geral , gramneas verdes com 8 a

    15cm

    de

    altura),

    em

    fase

    de

    crescimento ativo, sem restries

    de umidade

    e

    com bordadura

    adequada.

    Por

    causa

    das dificuldades na obteno da

    evapotranspirao em medies diretas, os mtodos indiretos

    so

    largamen

    te empregados, possibilitando resultados satisfatrios.

    Entre os

    mtodos

    indiretos, Blaney-Criddle, Hargreaves e tanque

    classe A esto entre os mais usados em vrias partes do mundo

    por

    possibi

    litarem resultados satisfatrios e exigirem um nmero reduzido de informa

    es climticas. Os dois primeiros so mais indicados para o dimensionamento

    de

    projetos/sistemas

    de

    irrigao,

    por no

    estimarem a

    evapotranspirao

    5

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    18/75

    com preciso em perodos inferiores a

    3

    dias . Entretanto, podem ser utiliza

    dos para manejar a irrigao pelo mtodo do turno de rega calculado,

    que

    pouco criterioso e ser apresentado posteriormente .

    Ainda que seja considerado um mtodo padro

    para

    a estimativa

    da evapotranspirao de referncia , o mtodo de Penman tem sido pouco

    empregado no Brasil. em razo do grande nmero de dados meteorolgicos

    envolvidos e do trabalho de determinao da evapotranspirao. Essa

    difi

    culdade, entretanto, pode ser minimizada com o uso de um computador.

    Mtodo de

    Blaney Criddle

    A

    equao

    de Blaney-Criddle , provavelmente , a mais conhecida

    expresso

    de

    estimativa das exigncias hdricas dos cultivos,

    para

    fins

    de

    dimensionamento de sistemas de irrigao. Desenvolvida para a regio semi

    rida dos Estados Unidos, permite estimar a evapotranspin:io de um per

    odo de tempo mnimo de um ms, quando o nico dado meteorolgico

    disponvel a temperatura mdia mensal, conforme

    relao

    a

    seguir

    (Bernardo, 1986) :

    ET

    o

    =

    P

    (O,46

    T

    +

    8,1 3)

    3)

    em que:

    ETo= evapotranspirao do cultivo de referncia, em mm/ms;

    p= horas de luz solar possveis no ms, em relao ao total anual, em

    (Tabela 2) ;

    T = temperatura mdia mensal. em 0

    c.

    Mtodo de

    Hargreaves

    O mtodo de Hargreaves, testado

    no

    Nordeste brasileiro com resul

    tados satisfatrios, permite estimar a evapotranspirao

    de

    referncia

    de

    um

    perodo de tempo mnimo de 3 dias , quando se dispem de dados

    meteorolgicos mdios de temperatura e

    umidade

    relativa

    do ar.

    A

    equao

    de Hargreaves, apresentada

    por

    Silva & Silva (1983), dada por:

    ETo =

    2,

    09TP(1

    -

    O,01UR ,)

    4)

    em que :

    ETo= evapotranspirao

    do

    cultivo

    de

    referncia,

    em

    mm/ms;

    6

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    19/75

    T BEL

    2 Horas

    de luz solar

    em

    , para

    latitudes de

    0 a 36 Sul

    lato

    lan.

    Fev. Mar. Abr. Mai.

    lun. lul

    Ago. Set.

    Out.

    Nov.

    Dez.

    graus)

    O

    8,50

    7,65 8,48 8,23

    8,50

    8,22 8,49 8,51 8,22 8,48

    8,12 8,49

    2 8,57

    7,70 8,49 8,20 8,43 8,16 8,42 8,45 8,21 8,51 8 29

    8,57

    4

    8,63 7,74 8,50

    8,17 8,38 8,06

    8,35 8,41 8,20

    8,55 8,35 8,66

    6

    8,69

    7,79 8,51 8,13 8,32 7,98 8,27 8,37 8,20 8,58 8,42

    8.74

    8

    8,77 7,83 8,52

    8,09 8,27 7,89

    8,20

    8,33

    8,19 8,60 8,49 8,82

    10 8,82

    7,88 8,53 8,06 8,20 7,82 8,14 8,23 8,18

    8,63 8, 56 8,90

    12 8,90 7,92

    8,54 8,02 8,14 7,75 8,06

    8,2 2

    8,17

    8,67 8,63 8,98

    ...

    14

    9 98

    7,98 8,55 7,99 8,06 7,68 7,96 8,18

    8,16 8,69 8,70 9,07

    16 9,08 8,00 8,56 7,97 7 99 7,61 7,89 8,12 8,15 8,7 1

    8,76 9,16

    18 9,17 8,04

    8,57 7,94 7,95 7,52

    7,79 8,08 8,13 8,7 5 8,83 9,23

    20 9,26 8,08 8,58 7,89 7,88 7,43 7,71 8,02 8,12 8,79 8,91 9,33

    22

    9,35 8,12 8,59 7,86 7 75 7,33

    7,62

    7,95 8,11 8,83 8,97 9,42

    24 9,44 8,17 8,60 7,83

    7,64 7,24 7,54 7,90 8,10

    8,87 9,04 9,53

    26

    9,55 8,22 8,63

    7,81 7,56 7,14 7,46 7,84

    8,10 8,91 9,15 9,66

    28 9,65

    8,27 8,63 7,78 7,49 7,04 7,38 7,78 8,08 8,95 9,20

    9 7 6

    30

    9,75

    8,32 8,64 7,73 7,44 6,93 7,28 7,70 8,07

    8,99 9,26 9,88

    32

    9,85 8,37

    8,66 7,70 7,36 6,82 7,18 7,62

    8,06 9,03 9,35 10,00

    34 9,96 8,43

    8,67 7,65 7,25 6,70 7,08 7,55

    8,05 9,07 9,44 10, 14

    36

    10,07 8,50

    8,68 7,62 7,14

    6,58

    6,98 7,48

    8,04 9,12 9,53

    10,26

    Fonte: Bernardo 1986 .

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    20/75

    T temperatura mdia mensal, em C;

    p horas de

    luz

    solar possveis no ms, em relao ao total anual, em

    (Tabela 2);

    UR umidade relativa mdia mensal ao meio-dia , em .

    m

    No caso de

    no

    se dispor da umidade relativa ao meio-dia , esta

    pode ser estimada, segundo AI Barrach, citado por Pera (1971), pela seguin

    te equao:

    UR =

    1 0 + 0,4UR + 0,004 UR

    1

    (5)

    em que:

    UR==

    umidade relativa mdia mensal , em .

    Mtodo de

    Penman

    A

    equao

    de Penman combina o balano de energia no sistema

    com princpios aerodinmicos relacionados

    ao

    processo

    de

    transporte

    de

    massa. Desde que foi desenvolvida, tem sido bastante utilizada em todo o

    mundo, quer

    na

    sua forma

    original quer nas inmeras

    modificaes

    introduzidas

    por

    diferentes autores. Entre elas, a adaptada por Doorenbos

    &

    Pruitt

    (1977),

    representada pela

    equao

    6

    tem sido uma

    das

    mais empre

    gadas.

    ETo=c

    [

    ) Rn+ ( y )2,7 l+O,OlU ) e - e ]

    y y 2

    em que :

    ETo== evapotranspirao do cultivo

    de

    referncia, em mm/dia;

    == coeficiente

    de

    calibrao, adimensional;

    == declividade

    da

    curva

    de

    presso de saturao de vapor, em kPa/C;

    y constante psicromtrica,

    em

    kPa/C;

    (6)

    Rn radiao solar lquida disponvel expressa em equivalente de evapora

    o, em mm/dia;

    U

    2

    velocidade

    do

    vento a 2,Om da superfcie

    do

    solo, em km/dia;

    e, presso

    de

    saturao

    de

    vapor temperatura mdia do ar, em kPa ;

    e.

    presso atual de

    vapor

    temperatura mdia

    do

    ar, em kPa.

    8

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    21/75

    Como

    os termos energtico e aerodinmico podem ter maior ou

    menor

    peso

    dependendo das

    condies climticas

    predominantes

    , os auto -

    res, baseados em anlises estatsticas de parmetros meteorolgicos e dados

    de

    Iismetros, introduziram o fator

    de

    ajuste c ,

    que

    funo da

    umidade

    relativa mxima, radiao solar global , velocidade

    do vento no per

    odo diur-

    no e razo da velocidade do vento

    diurno

    e

    noturno

    (Tabela 3) . Quando a

    ETo

    determinada

    com o auxlio de computador, o valor de c pode ser

    determinado pela seguinte

    equao

    de regresso Cuenca ,

    1989)

    :

    c =

    0,68 + 0,

    0028

    UR + 0,01 8 R, -

    0,068

    U, ., + 0,01 3 (

    U

    / U ,.) +

    0,0097U

    ,

    .,(U , /

    u

    ..)

    +

    0,43.10'

    U R

    .

    ,

    R

    U ,

    (7 )

    em que:

    ( =

    coeficiente de calibrao, adimensional ;

    UR =

    umidade

    relativa

    m

    xima

    do

    ar, em %;

    T o,

    R,= radiao solar global expressa em equivalente

    de

    evaporao, em mm/dia;

    U

    d

    = velocidade do vento durante o dia , a 2 ,

    Om

    da superfcie do solo, em m/s:

    UdjU . = relao entre a velocidade do vento durante o dia e noite .

    n O

    II(

    Os parmetros

    6

    e

    y da equao

    6 podem

    ser determinado

    s

    pelas

    seguintes equaes Cuenca , 1989):

    to =

    0,2 (

    0,00738

    T +

    0,8072

    ) ' - 0,0001 16

    (8)

    em que:

    6

    = declividade da curva de presso de saturao de vapor, em 'kPa

    /

    C:

    T= temperatura mdia do

    ar

    , em 0:

    (1 0 13 - 0, 1055

    A)

    y = 0 16 1 4

    , (

    2500,78

    -

    2,360

    1 T)

    (9 )

    19

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    22/75

    TABELA

    3

    Coeficiente de calibrao

    c) para a

    equao de Penman

    ,

    em funo da

    umidade

    relativa , radiao

    global

    e

    velocidade do

    vento

    UR

    m

    = 30%

    UR

    m

    ,= 60% URm ,,= 90 %

    U

    d

    Rs (mm/dia ) Rs (mm/dia)

    Rs (mm/dia )

    (m/s)

    3

    6 9

    12

    3 6 9

    12

    3 6 9 12

    UdjUn l.= 4

    0,86

    0 90 1,00 1,00 0,96 0,98 1,05 1,05 1,02

    1,06 1,10

    1,10

    3

    0,79

    0,84 0,92 0,97 0,92 1,00 1 11 1,19

    0,99 1,10 1,27

    1

    3

    2

    6

    0,68 0,77

    0,87 0,93 0,85 0,96 1 11 1,19

    0,94 1,10 1,26

    1 33

    9

    0,55

    0,65 0,78 0,90 0,76 0,88 1,02

    1 14

    0,88 1,01

    1,16 1,27

    UdjU

    nool

    .= 3

    t .:>

    0,86 0,90

    1,00 1,00 0,96 0,98 1,05 1,05 1,02 1,06

    1,10 1,10

    O

    3

    0,76

    0,81 0,88 0,94

    0,87 0,96 1,06 1,12

    0,94 1,04 1,18 1,28

    6 0,61 0,68 0,81 0,88 0,77 0,88 1,02 1,10 0,86 1,01 1,15 1 22

    9

    0,46 0,56 0,72 0,82

    0,67 0,79 0,88 1,05 0,78 0,92

    1,06 1,18

    UdjUnol.= 2

    0,86

    0,

    90

    1,00 1,00

    0,96 0,98 1,05 1,05 1,02

    1,06

    1,1

    1,1

    3

    0,69

    0,76 0,85 0,92

    0,83 0,91

    0,99 1,05 0,89 0,

    98

    1,10 1,14

    6

    0,53

    0,61 0,74 0,84

    0,70 0,

    80

    0,94 1,02 0,79

    0,92 1,05 1,

    12

    9

    0,37 0,48 0,65

    0,76 0,59 0,70 0,84 0 ,95 0,71 0,81

    0,96

    1

    06

    Ud j Un l.= 1

    0,86

    0,

    90

    1,00

    1,

    00

    0,96 0,98 1,05 1,05 1,02 1,06 1,10 1,10

    3

    0,64 0,71

    0,82 0,89

    0,78 0,86 0,94 0,99

    0,85

    0,92 1,01

    1,05

    6

    0,43 0,53

    0,68 0,79

    0,62 0,70 0,84 0,93 0,72 0,82 0,95

    1,00

    9

    0,27 0,41 0,59

    0,70

    0,50 0,60 0,75 0,87 0,62 0,72 0,87

    0,96

    ntf': oorenbos Pruitt (1977).

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    23/75

    em que :

    y=

    constante psicromtrica, em kP

    a

    C;

    A= altitude local , em m;

    T

    =

    temperatura mdia

    do

    ar, em

    0

    c.

    o valor de e,

    pode

    ser determinado em funo

    da

    temperatura

    mdia

    do

    ar por meio

    da equao

    10,

    apresentada

    por

    Sediyama

    1987).

    J

    o valor

    de

    e

    pode

    ser

    t i m d o

    de vrias formas,

    dependendo

    dos

    dados

    di

    sponvei

    s.

    A mais simples a partir

    da

    umidad e relativa mdia diria e

    da

    presso

    de

    saturao de vapor mdia

    e

    .l, como mostra a

    equao

    11 Jensen

    1973).

    e,

    =0

    1

    332gex

    p

    [21

    07 5336/

    273

    1 ]

    em que :

    e,= presso de saturao de vapor

    temperatura T, em kPa ;

    T

    =

    temperatura

    do

    ar, em

    0

    c.

    UR.e,

    e =

    J

    1

    em

    que

    :

    e

    =

    presso atual de

    vapor

    mdia diria) , em kPa;

    J

    UR=

    umidade

    relativa mdia

    do

    ar, em

    .

    (10)

    11)

    Um

    parmetro

    da

    equao 6 que

    pode

    apresentar dificuldades

    para

    a sua obteno a velocidade

    do

    vento a 2,Om de altura . Em regies

    onde

    a velocidade tomada a

    uma

    altura diferente de 2,

    Om

    da superfcie , a

    equa-

    o de

    Pasquil,

    apresentada por Jensen

    1973),

    pode

    ser

    usada

    para

    obter a

    velocidade

    do

    vento equivalente altura de 2,Om:

    U = U 2/Z)o 2

    2 z

    U

    2

    =

    velocidade

    do

    vento a 2,

    Om da

    superfcie

    do

    solo

    em km

    /dia;

    U = velocidade

    do

    vento altura z em km/dia;

    z

    Z=

    altura

    de

    instalao

    do anemmetro

    , em m.

    2

    (12)

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    24/75

    Quando

    no se dispem de valores medidos

    da

    radiao solar l

    quida

    Rn

    ), estes podem ser estimados por meio

    de

    frmulas empricas, como

    a de Brunt (equao 13), apresentada por Chang (1968) :

    Rn

    =

    l-a,)

    Rs - 2,

    02.1

    O-(T

    +

    27

    3)'(0,36 -

    0 , 0 5 ~

    0,1

    +

    0,

    9n /

    N)

    (13)

    em que:

    Rn = radiao solar lquida disponvel expressa em equivalente de evapora

    o, em mm/dia ;

    a = albedo 0 ,23 pode ser usado como valor mdio) ;

    Rs= radiao solar global expressa em equivalente de evaporao, mm/dia ;

    T= temperatura mdia do ar, em C;

    e = presso atual de vapor, em kPa;

    n

    nmero de horas reais de insolao no dia;

    N nmero mximo de horas de insolao no dia (Tabela 4) .

    As

    constantes empricas

    da

    equao 13 so apresentadas como

    gerais e possibilitam

    uma

    estimativa razovel de Rn .

    A maioria das estaes meteorolgicas

    no

    dispe sequer da radi

    ao global. Nesse caso, o valor de

    Rs

    pode ser estimado com base

    na

    rela

    o proposta por ngstrbm (equao 14), apresentada por Doorenbos

    Pruitt (1977), a partir

    da

    radiao solar no topo

    da

    atmosfera (Ra) e dos

    nmeros real e mximo de horas de insolao no

    dia:

    Rs =

    0,25

    +

    0,50

    n/N) Ra

    (14)

    em que:

    Rs= radiao solar global expressa em equivalente

    de

    evaporao, mm/dia;

    n= nmero de horas reais de insolao no dia;

    N nmero mximo de horas de insolao

    no

    dia (Tabela 4);

    Ra= radiao solar total

    no

    topo

    da

    atmosfera expressa em equivalente

    de

    evaporao, mm/dia (Tabela 5) .

    As constantes

    da

    equao de ngstrm so dependentes das con

    dies locais e da poca do ano. Para efeito prtico, podem-se considerar os

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    25/75

    T BEL

    4.

    Durao

    maxlma

    de

    horas

    de

    insolao

    no

    dia

    N) .

    para

    latitudes

    de 0 a

    6

    sul.

    Lat.

    jan. Fev. Mar.

    Abr. Ma i . jun . jul.

    A

    go

    . 5el. O ul.

    Nov

    De/

    graus)

    12, 1

    12,1 12, 1

    12, 1 12 ,1 12, 1 12 , 1 12,1 12, 1 12, 1 12, 1

    12,1

    2

    12 ,2 12,2

    12 ,1 12, 1 12 ,0 12,0 12 ,0 12,0 12, 1 12,1 12,2

    12,2

    4

    12,3

    12,2 12, 1

    12 ,0 11 ,9 11 ,8 11 ,9

    12

    ,0 12,1 12,2 12,3 12,4

    6

    12,4

    12 ,3

    12,1

    12,0

    11

    ,9

    11

    .7

    11 ,8 11 ,9 12,1 12,2 12,4

    12 ,5

    8

    12,5

    12,4

    12,1

    11 ,9 11 ,7 11 ,6

    11 .7

    11

    .9 12,1 12,3

    iJ

    -

    12

    ,

    {,

    10

    12,6

    12.4

    12,1 11 ,9

    11 ,7 11, 5

    11

    ,6

    11

    ,8 12,0 12,3

    12,6

    12

    ,-

    12

    12,7

    12,5

    12,2 11 ,8

    11 ,6 11 ,4 11 ,5

    11 .7

    12,0 12,4 12 ,7

    12

    .8

    14 12,8

    12,6

    12,2

    11

    ,8

    11

    ,5

    11.3

    11 ,4

    11

    ,6 12,0 12,4 12,8 12 ,9

    16

    13.0

    12.7

    12,2

    11 ,7

    11

    ,4

    11.2

    11 ,2 11 ,6

    12,0

    12,4

    12 ,9 1

    . 1

    18 13,1

    12,7

    12,2

    11.7

    11.3

    11

    , 1 11 , 1

    11

    .5

    12 ,0

    12,5

    13.0 l

    20

    13,2

    12,8

    12

    ,2 11 ,6

    11.2

    10,9 11 ,0

    11

    .4 12.0

    12,. ,

    l l

    22

    13,4

    12,8 12,2

    11

    ,6

    11 , 1

    10,8 10 ,9

    11.3

    12.0 12.6

    13,2

    1 I . :;

    24 13,5

    12,9 12,3

    11

    ,5 10,9

    1

    0.7

    10,8

    11

    .2

    11

    ,9

    12

    .6 13.1

    1

    l b

    26

    13,6

    12,9 12,3

    11

    ,5 10,8

    10.5 10.7

    11.2

    11 ,9

    12 / 13 .4

    II .H

    28

    13,7 1

    3,

    0

    12,3 11.4 10.7 1

    0.4

    10.6

    11 , 1

    11.9

    12,8 1 l .

    j

    11.9

    30

    13,9

    13,1

    12, 3

    11

    ,4

    1

    0,6

    10,2 10,4

    11

    ,0

    11

    ,9 12,8

    13.6

    14 , 1

    32

    14,0

    13, 2

    12,3 11 ,3

    1

    0,5

    10,0 1

    0,3

    10,9

    11.9

    12

    .9

    13 7

    14 2

    34

    14,2

    13 ,3

    12,3

    11.3

    10,3 9,8

    10, 1

    10,9 11 ,9 12 ,9

    11 .9

    14.4

    36

    14,3

    1

    3,

    4 12,4

    11 , 2 10,2 9,7 1

    0,0

    1

    0.7

    11 ,9

    13.U

    14 .) 14 .

    ,

    Fonte: 5edi yama

    198

    7).

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    26/75

    TABELA 5

    Radiao solar total no topo

    da

    atmosfera Ra ), expre

    ss

    a em equiv

    alen

    te de

    evaporao

    mm

    /di a ). para latitudes de 0 a 36 sul

    Lat. jan.

    Fe

    v.

    Mar

    . Abr .

    Mai. jun

    .

    ju l

    . Ago . SeI.

    Ou

    t.

    (grau s)

    O

    15,0

    15

    ,5 15,7 15,3

    14 ,4

    13,9

    14

    , 1 14 ,8

    15 ,3

    15,4

    15

    ,1

    1 :1 8

    2

    15,3

    15 ,7 15,7 15, 1

    14 , 1

    13,5 13,7

    14

    ,5

    15,2

    15,5 15 ,3 15,1

    4 15,5

    15

    ,8

    15

    ,6

    14 ,9

    13, 8 13,2

    13,4 14 ,3

    15, 1

    15

    ,6

    15 ,5 15,4

    6

    15 ,8 16,0 15 ,6

    14 ,7

    13.4

    12 ,8 13,1 14 ,0

    15,0 15 ,7

    15 ,8

    1:

    i ,-

    8

    16,1

    16, 1

    15

    ,5 14.4

    13, 1 12 ,4 12 ,7 13,7 14 ,9

    15 8

    16,0

    16,0

    10

    16,4 16,3

    15 ,5

    14 ,2

    12,8 12 ,0 12,4 13,5 14 ,8

    15,9 16,2 16,2

    12 16,6

    16,3

    15.4

    140 12 ,5

    11 ,6

    12 ,0 13,2 14 ,7

    15,8

    1

    6,

    4

    16,5

    N

    14 16,7

    16,4

    15,3

    13,7 12 ,1 I 1,2 11 ,6

    12

    ,9 14,5

    15 ,8 16,5

    16,6

    16 16,9 16.4

    15 ,2 13 ,5

    11.7

    10,8

    I 1,2

    12 ,6 14 ,3 15,8

    16,7 16,8

    18

    17,1 16,5 15 , 1

    13

    ,2 11.4

    10,4

    10,8 12,3 14, I 15 8

    16,8 17 1

    20

    17 ,3 16,5 15 ,0 13,0

    11

    ,0

    1

    0 0

    10,4 12,0 13,9

    15

    8

    17 ,0 17 ,4

    22

    17,4

    16,5

    14 ,8 12 ,6 10,6 9,6

    10,0

    11 ,6

    13,7 15 ,7 17,0

    17 ,5

    24 17,5 16,5

    14,6 12 ,3

    10, 2 9,1 9,5

    11

    ,2 13,4

    15 ,6

    17 , 1

    17,7

    26

    17,6

    16,4 14,4 12

    ,0

    9,7 8,7 9, 1 10,9

    13 ,2

    15 ,5 1

    7,

    2

    178

    28

    17,7

    16,4

    14,3 11 ,6

    9,3

    8,2

    8,6

    10,4

    130 15 ,4 1

    ,2 17,9

    30

    17,8 16.4

    14 ,0

    l

    8,9

    7,8 8,1 10, 1 12,7

    15,3 17 ,3 18,1

    32

    17,8 16,2

    13,8

    10,9 8,5 7,3 7,7

    9,6

    12 ,4 15 , 1

    1 ,2 18,1

    34

    17,8 16,1 13 ,5 10,5 8,0 6,8 7,2

    9,2

    120

    14 ,9 17 , I

    18,2

    36

    17,9 16,0

    13 ,2 10, 1 7,5

    6,3 6,8 8,8

    11,7

    14 ,6 1 O

    18,2

    Fo

    n

    te: Doorenbos Pru

    itt (1977 .

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    27/75

    v lores 0 ,25 e 0 50 como mdio

    s:

    m caso de di sponibilidade na reg io, eles

    d v m s r

    mpr

    eg dos.

    Basi

    cam

    nte

    todo

    s os par metros requeridos pela equao 6 po

    d m s r ob tidos com a utilizao de um piranmetro, um anemmetro e um

    psicrmet

    ro

    .

    Caso

    esses sensor s estejam conectados a um computador, a

    determinao

    de ETo

    ser simples e tota lm e te automa

    ti

    za

    da

    .

    todo do tanque

    classe

    Na evaporao

    de uma

    superfcie de g ua livremente exposta como

    num

    tanqu classe A, integram-se os efe itos dos diferentes fatores climticos

    qu influ nciam o processo

    de

    evapotra nspirao das culturas. Utilizando-se

    coefic ientes obtidos empiricamen te,

    pode

    -se es timar a ETo a partir da eva

    pora

    o

    do

    tanque,

    por

    meio

    da

    seguinte relao:

    To

    =

    Kp .E a

    15)

    em que:

    T = evapo tran

    sp

    irao do cultivo de referncia, em mm/dia:

    Kp = coe ciente de tanque, adimensional;

    E a = ev

    apo

    ra

    o

    do tanque classe A, em mm/dia .

    Os valores

    de

    Eca

    podem

    ser obtidos em

    po

    stos meteorolgicos

    da

    reg io, estaes experimentais ou no prprio local

    de

    cultivo.

    O tanque USWB classe A (Figura

    2

    consiste

    de

    um recipiente cir

    cular

    de

    ao inoxidvel ou de ferro galvanizado, com 121cm

    de

    dimetro

    interno e

    25 5cm

    de profundidade. O tanque deve ser instalado sobre um

    estrado

    de

    madeira

    de

    lOcm de altura e estar cheio

    de

    gua, de

    modo que

    o

    nvel mximo fique a 5cm da

    borda

    superior. A oscilao

    mxima

    do nvel

    de

    gua

    dentro do tanque no deve ser superior a 2,5cm.

    A

    evaporao pode

    ser

    medida

    c

    om

    um micrmetro

    de

    gancho ou

    rgua dentro do poo tranqilizador, ou ainda com o uso

    de

    mangueira

    transparente e escala conectadas externamente

    parede lateral do tanque .

    O valor de Kp pode ser determinado a partir da Tabela 6,

    sendo

    funo

    da

    velocidade do vento a 2,Om

    da

    superfcie, umidade relativa do ar

    e

    tamanho

    da bordadura (grama ou solo n). Dispondo-se de valores de

    Kp

    ajustados ou

    determinados

    para condies especficas, estes devero ser uti

    lizados. Dados

    de velocidade de vento medidos a uma altura diferente de

    2,Om

    devem

    ser ajustados,

    usando

    -se a

    equao

    12 .

    5

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    28/75

    FIG 2 Tanque

    USW classe A

    OS valores de Kp podem tambm ser determinados pela equao

    16, apresentada por Cuenca (1989). Essa equao, obtida a partir da Tabela 6

    por anlises de regresso, foi derivada apenas para o caso do tanque circun

    dado por grama, sendo til

    quando

    se dispe

    de

    um computador para auxi

    liar no manejo da irrigao:

    Kp=0,475-0,24

    O

    - U ,

    0,00

    516UR O,00118d-O

    ,16.1O- UR / -

    (16)

    0,101 10 - d - 0,8. l HUR U - 1 0.1OHURId

    em que:

    Kp= coeficiente de tanque , adimensional ;

    U2

    =

    velocidade do vento a

    2,Om

    da superfcie do solo, em km /dia ;

    UR= umidade relativa mdia

    do

    ar, em ;

    d=

    distncia mnima com vegetao ao redor do tanque, em m (d s; 1000m) .

    Os valores

    de Kp

    apresentados na Tabela 6 devem ser utilizados

    com critrio, especialmente quando o tanque estiver em reas com

    pouca

    cobertura vegetal ou desnudo. Sob tais condies, a temperatura do ar ao

    nvel do tanque pode ser de 2 a SoC maior e, conseqentemente, a umidade

    relativa 20 a

    30

    menor. Assim, em regies ridas, com ventos fortes e

    extensas reas de solo nu, sugere-se reduzir os valores de Kp em at 20 .

    Por outro lado, se o tanque estiver instalado em meio a

    uma

    cultura com

    altura superior a 2 ,

    Om,

    recomenda-se que os valores sejam

    aumentados

    em

    6

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    29/75

    TABELA 6 . Coeficiente Kp para o tanque

    classe

    A

    para

    e s timativa da

    ETo.

    Tanq ue c

    ir

    cundado Tanq ue c

    ir

    cundado

    po r gram a po r so lo nu

    Um i

    dade

    Baixa Md ia A lta

    Baixa

    Mdia A lta

    re lat iva

    () 70 70

    Vento

    m/ s)

    Posio

    Posio

    do

    do tanque

    Ianque

    R

    (m )

    R

    (

    m)

    O

    0,55 0,65 0,75

    O

    0,70 0,80 0,85

    Leve

    l O

    0,65 0,75 0,85 l O 0,60 0,70

    0,80

    8 100 0,50 0,60 0,65 100

    0,40

    0,45

    0,50

    1000

    0,55

    0,60 0,65

    1

    000

    0,35 0,40

    0,45

    Nota: Para ex tensas reas de so lo nu, reduzi r os de

    Kp em 20 em c

    ondi

    es

    de a lta temperatura e vento (arte, e de 1

    O ')'u

    a 15'X, em cond ies de moderadJ

    tempera tur a, vent o e um idade .

    Po

    r R e

    nt

    ende-se a menor d istncia e ~ s J em metro,)

    do

    cen tro do tanque

    JO

    l

    imite

    da bordad ura g rama ou

    so

    lo nu ).

    Fonte: Doorenbos & Prui

    ll

    (1977) .

    7

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    30/75

    at

    3

    , nos casos

    de

    climas secos e ventos fortes, e em 10 em condies

    de

    ventos fracos e umidade relativa el

    evada

    .

    Um dos cuidados que se deve ter quando

    da

    utilizao

    de

    tanques

    de

    evaporao evitar que animais bebam gua no tanque, o que pode

    ocasionar erros sig

    nifi

    cativos na estimativa

    da

    evaporao. Uma maneira

    simples

    de

    evitar tais prob lemas cercar uma rea

    de

    aproximadamente

    25m

    2

    (5m x 5m)

    ao

    redor do tanque com uma tela

    de

    arame fino e

    de

    malha

    grande . Nesse caso, os valores

    de Kp

    apresentados na Tabela 6

    poder

    iam ser

    adotados sem maiores problemas, visto que os parmetros responsveis pela

    evaporao da gua

    praticamente

    no

    seri

    am

    afetados. Entretanto, a colo-

    cao

    da

    tela sobre o tanque a

    lt

    era considerave

    lm

    ente a taxa de evapora-

    o ,

    invalidando

    a utili zao

    da

    Tabela 6

    sem uma ca li

    brao

    prv

    ia

    .

    Por ser um mtodo simples, de custo relativamente baixo,

    que

    pos-

    sibi lita resultados satisfatrios e permite

    um

    a es tim a ti va diria da

    evapotranspirao, o tanque classe A tem sido um dos mtodos ma is empre-

    gados em todo o

    mundo para

    o ob ten

    o da ETo.

    Maior preciso, en tretan-

    to pode

    se r obtida

    quando

    empregado

    por

    perodos

    de

    , pelo menos, c

    in

    co

    dias.

    Evapotranspirao da cultura

    a quantidade de g ua evapotranspirada

    por

    um a cultura

    que

    cresca sem restries

    de

    umidade, fertilidade ou qualquer outro fat

    or.

    Para

    fin s de manejo da gua de irrigao, em raz

    o

    das dificuldades para sua

    medida direta e prec i

    sa no

    ca

    mpo

    , a

    evapo

    transpira

    o da

    cultura tem sido

    estimada indiretam ente a partir

    da ETo

    por meio de coeficientes de cultura

    (equao 17). Esses coeficientes so determinados empiricamente, conside-

    rando as necessidades hdricas de cada espc

    ie

    vegetal nos seus diversos

    estdios

    de

    desenvolvimento . Sempre

    que

    possvel,

    devem

    ser

    det

    ermina-

    dos

    p ~ r cada

    condio

    eda

    focl

    im

    ti

    ca especfica.

    T

    c KC

    To

    em que:

    ET

    = evapotranspirao

    da

    cultura, em mm/dia;

    K = coe

    ciente

    de

    cultura, adim ensional ;

    To =

    evapot

    ransp irao do cu ltivo de referncia, em mm/dia .

    8

    (17)

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    31/75

    Na Tabela

    7,

    so apresent

    ados

    valores de

    Kc para

    algumas h

    ortali

    as,

    no

    s diferentes estdios de desenvolvimento. Os estdios esto subdivi

    didos em quatro e caracterizados como a seguir:

    stdio

    Da emergncia at 10 do desenvolvimento vegetativo.

    stdio

    Desde o final

    do

    estdio I at 70 a 80%

    do

    desenvolvimento

    vegetativo (incio de florescim ento) .

    stdio

    Desde o final

    do

    estdio at o incio da maturao.

    stdio IV

    Desde o final do estdio at a colheita.

    Subdividir os estdios de desenvolvimento das plantas relativa

    mente simples, uma vez estabelecido o incio e o trmino do estdio I1I

    ou

    seja, o perodo correspondente a

    80

    do

    mximo desenvolvimento vegetativo

    e incio

    de matura o

    das plantas. No caso de hortalias como ervilha e

    tomate,

    por

    exemplo, o estdio definido pelo perodo entre o florescimento

    e o incio da maturao de gros ou de frutos .

    Para as hortalias que produzem tubrculos, o estdio III definido

    pelo incio da formao dos tubrculos at o momento em que atingem o

    mximo desenvolvimento. Para as hortalias herbceas, como a couve-flor

    e o repolho, o estdio III compreende o perodo entre o incio da formao

    da

    inflorescncia

    ou

    da

    cabea

    e o seu mximo desenvolvimento.

    Para espcies tipo razes,

    como

    a cenoura, o estdio compreen

    de o perodo entre o desenvolvimento acentuado de razes e o incio da

    senescncia da parte area.

    Estabelecer o estdio III para as hortalias folhosas mais difcil,

    uma vez

    que

    essas plantas

    so

    geralmente consumidas antes

    de

    atingirem o

    perodo reprodutivo. Nestes casos, no se incorrer

    em

    erro se se considerar

    o estdio III como o perodo entre 80% do mximo desenvolvimento da

    planta e a sua colheita .

    Sob condies de alta freqncia de irrigao

    1

    a 2 dias),

    comuns

    em

    solos arenosos e alta demanda evaporativa, tem sido

    recomendado

    que,

    no

    primeiro estdio de desenvolvimento

    das

    plantas, empreguem-se valores

    de Kc maiores

    que

    aqueles apresentados na Tabela 7, ou seja, algo entre

    0,70-0,90

    para

    irrigaes dirias e 0,60-0,80

    para

    freqncia de dois dias .

    9

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    32/75

    TABELA 7. Coeficiente de cultura Kc) em diferentes estdios de

    desenvolvimento, em

    funo

    da

    umidade relativa e

    velocidade do vento, para diversas hortalias.

    Estdios de desenvo

    lvimento

    Hortalia

    I '

    IV

    Abbora

    040-0 50

    0 65-0 75

    0 90-1 00 0 70-0 80

    Aipo

    030-0 50

    0 70-0 85

    1 00- 1 1 5

    0 90-1 05

    Alcachofra

    0 30-0 50

    0 65-0 75

    0 95-1 05

    0 90-1 00

    Alface

    050-0 60

    0 70-0 80

    0 95-1 05 0 90-1 00

    Batata

    0 40-0 50

    0 70-0 80

    1 05-1 20 0 70-0 75

    Be

    rinj

    ela

    0 30-0 50 0 70-0 80

    0 95-1 10 0 80-0 90

    Beterraba

    0 40-0 50

    0 7 5-085

    105-1 20 060-0 70

    Brssicas

    0 40-050 0 70-0 80

    095-1 10 0 80-0 95

    Cebo la

    0 40-0 60

    0 70-0 80 0 95-1 10 0 7 5-0 85

    Ce noura

    050-0 60

    0 70-0 85

    1 00- 1 15 0 70-085

    Ervi lha seca

    0 40-0 50

    0 70-0 85 1 05-1 20 0 25-0 30

    Erv

    ilha

    seca'

    0 40-050

    065-0 75

    0 70-0 80

    0 25-0 30

    Ervilha ve rd e 0 40-0 50

    0 70-0 85

    1 05-120

    0 95-1 10

    Espinafre

    0 40-0 50 0 70-0

    80

    0 95-1 05

    0 90-1 00

    Lentilha

    0 40-0 50 0 7 5-0 85

    105

    -1

    15

    0 25-0 30

    Melancia

    0 40-050 0 70-0 80 0 95-1 05 0 65-0 7 5

    Melo

    0 40-0 50 0 70-080 0 95-1 05 0 65-0 7 5

    Milho-doce 0 30-0 50 0 70-090

    105

    -1

    20

    0 95-1 10

    Pepino

    0 40-0 50 0 65-0 7 5 0 90- 100

    0 70-0 80

    Pimento 0 40-050

    060-0 65 0 95-1 10 0 80-0 90

    Rabanete 0 50-0 60 0 55-0 65 0 80-0 90 0 7 5-0 85

    Repolho

    0 40-0 50 0 70-0 80

    0 95-1 10

    0 80-0 95

    Tomate

    0 40-0 50 0 70-0 80 1 05-1 25

    060-0 65

    Tomate i

    ndust

    0 50-0 60 0 60-0 65 0 75-0 85

    0 60-0 65

    VJgem 030-0 50 0 65-0 75 095-1 05

    0 85-0 90

    Primeiro nmero: sob alta umidade (UR

    >

    70%) e vento

    fra

    co (V

    5 mm/dia) e perodos crticos ao dfice de

    umidade

    do

    solo Tabela 9).

    Obs.: 1 kPa tem a mes ma

    gr ndez

    que

    1 cbar .

    32

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    35/75

    Os valores apresentados na Tabela 8 so mais indicados

    para

    os

    mtodos de

    irriga

    o

    por asperso e por superfcie. Esses va lores devem ser

    adotados

    com reserva caso a irriga

    o

    seja por gotejamento, visto que, ge

    ralmente, as culturas irrigadas

    por gotejamento

    apresentam melhor

    de

    sem

    penho

    quando

    submetidas a tenses inferiores quelas consideradas sa

    ti

    s

    fa-

    trias

    para

    outros

    mtodos

    de irrigao.

    De maneira geral, as plantas apresentam perodos em

    que

    a falta

    de gua ocasiona quedas pronunciadas

    na produtividade e na qualidade

    do

    produto

    colhido. J

    em

    outros perodos, dficits hdricos moderados

    no

    afetam significativamente a

    produo

    . Perodos crticos ao dficit hdrico em

    algumas hortalias so apresentados na Tabela 9 . Essas informaes

    apesar

    de

    qualitativas,

    podem

    auxiliar na tomada

    de

    deciso no momento

    da

    irrigao.

    Para o clculo

    das

    necessidades de

    gua das

    hortalias

    que

    no

    constam nas tabelas apresentadas, recomenda-se o uso

    de

    valores

    de

    esp

    cies que apresentem particularidades comuns. Por exemplo,

    para

    as folhosas

    acelga , chicria etc.),

    podem

    ser utilizadas informaes disponveis sobre a

    alface . Para a beterraba,

    dados

    disponveis sobre a cenoura;

    para

    o gro-de

    -bico, informaes sobre a lentilha; e assim

    por

    diante .

    Mtodo do turno de rega calculado

    Apesar

    de no

    ser criterioso

    para

    efeito

    de

    controle

    da

    irrigao, o

    mtodo do

    turno de rega possibilita o clculo

    de

    vazo. o

    dimensionamento

    de tubulaes ou canais e a seleo de

    motobombas

    em projetos de irriga

    o

    . Este

    mtodo somente

    recomendado

    para

    fins

    de manejo

    da

    gua

    de

    irrigao, quando

    no

    se dispem de

    dados

    e/ou

    equipamentos que

    permi

    tam o

    emprego

    de um

    mtodo

    mais eficiente.

    Por esse mtodo, realiza-se o controle da irrigao

    determinando

    -se previamente o intervalo entre irrigaes consecutivas

    equao

    18),

    para

    cada

    estgio de desenvolvimento

    das

    plantas.

    funo da

    capacidade

    de

    armazenamento

    de

    gua

    pelo solo,

    das

    condies climticas e da espcie

    cultivada.

    TR = CC-UI.

    Da

    .

    Z

    O Tc

    18)

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    36/75

    T BEL

    9 Perodo crtico ao

    dfice

    de umidade no solo para algumas

    hortalias

    ortalia

    Abbora

    Alface

    atata

    Berinj ela

    Beterraba

    r

    co

    los

    Cebo la

    Cenoura

    Couve-flor

    Ervi ha

    Lentilha

    Melancia

    Melo

    Milho doce

    Morango

    Nabo

    Pepino

    Pimento

    Pimentas

    Rabanete

    Repolho

    Tomate

    Vagem

    Perodo crtico

    Florao e d

    ese

    nvo lv

    im

    ento de frutos

    Particularmente antes da colheita

    Florao e tuberizao

    Florao e desenvolvimento de frutos

    Durante

    os

    primeiros 60 dias

    Formao da inflorescncia

    Desenvolvimento

    do bulbo

    Espec ialmente durante os primeiros 40 dias

    Formao da inflorescncia

    Florao e enchimento de vagens

    Florao e enchimento de vagens

    Florescimento at a

    colheita

    Florescimento at a colheita

    Pendoamento e formao de gros

    Desenvolvimento

    de frutos maturao

    Desenvolvimento das razes at a

    colheita

    Florescimento at a colheita

    Formao e desenvolvimento de frutos

    Frutificao at a

    colheita

    Desenvolvimento das razes

    Formao e

    desenvolvimento

    da cabea

    Formao e

    desenvolvimento

    de frutos

    Florao e enchimento de vagens

    Fonte: Adaptado de

    Do

    orenbos Pruitt (1977) e

    Withers

    Vipond (1977).

    34

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    37/75

    em que:

    TR

    =

    turno de rega, em dias;

    CC

    =

    capacidade

    de

    campo, em

    de

    peso seco;

    UI

    =

    umidade de irrigao, em de peso seco;

    Da

    =

    densidade aparente do solo, em

    l m

    ;

    z= profundidade efetiva do sistema radicula r

    das

    plantas, em cm;

    ETc=

    evapotranspirao

    da cultura,

    em

    mm/dia.

    A umidade ideal do solo para se promover a irrigao UI) deve ser

    determinada com base na tenso de gua no solo recomendada

    para

    a es

    pcie cultivada (Tabela 8) e

    na

    curva

    de

    reteno

    de gua

    no solo. No se

    dispondo da curva de reteno, o turno de rega pode ser determinado pela

    seguinte expresso:

    CC

    -

    PM

    TR = .Da.f.Z

    10 ETc

    em

    que

    :

    PM

    =

    ponto de

    murcha permanente

    em de

    peso seco;

    f frao real de gua disponvel cultura , decimal.

    19)

    Os

    demais parmetros j

    foram definidos e tm a

    mesma grandeza

    daqueles apresentados na equao 18.

    O valor

    de

    f pode ser determinado,

    de

    maneira

    aproximada

    , con

    forme a Figura 3 , na qual so apresentadas curvas tpicas de cinco diferentes

    texturas

    de

    solo. Neste caso, o valor f ser aquele correspondente tenso

    crtica

    de gua

    no solo recomendada

    para

    a espcie cultivada , conforme

    Tabela 8.

    A evapotranspirao em

    cada

    estd io

    de

    desenvolvimento

    deve

    ser estimada segundo

    dados

    experimentais mdios disponveis

    da

    regio

    ou

    ,

    indiretamente , a partir de uma srie histrica de dados climticos mdios

    mensais. Assim, equaes anteriormente

    apresentadas

    como

    as de Blaney

    Criddle e Hargreaves,

    podero

    ser usadas

    para

    a estimativa

    de

    ETc .

    Por ser o turno de rega previamente calculado a partir da

    evapotranspirao

    mdia mensal e histrica , igualmente distribuda durante

    o ms em considerao, a irrigao pode ser deficiente

    ou

    em

    quantidade

    excessiva, uma vez que no so

    consideradas

    as variaes na

    demanda

    5

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    38/75

    evaporativa da atmosfera ao longo

    do

    tempo. Assim, o turno de rega calcu

    lado no deve ser tomado como um valor

    fixo

    , mas como uma aproximao

    ou um guia de irrigao.

    A lmina

    de

    gua necessria

    para cada

    irrigao

    dada

    por

    :

    LRN=

    TR

    .ETc

    em

    que

    :

    LRN = lmina de gua real necessria , em mm;

    TR = turno

    de rega , em dias;

    ETc = evapotranspirao da cultura , em mm/dia.

    Mtodo

    do

    balano

    de

    gua

    do

    solo

    (20)

    O mtodo do balano de

    gua

    no solo consiste na realizao de

    um controle sistemtico da precipitao pluvial , evapotranspirao, lmina

    de irrigao e perdas por percolao profunda e escoamento superficial.

    Muitas variaes e simplificaes desse mtodo existem na prtica,

    dependendo de como seus parmetros so avaliados. Uma dessas variaes

    consiste em avaliar diariamente a lmina de

    gua

    disponvel por meio

    da

    evapotranspirao estimada e da precipitao pluvial local. A irrigao deve

    ser realizada sempre

    que

    a disponibilidade

    de

    gua no

    solo estiver reduzida

    a um valor mnimo que no prejudique o desempenho da cultura, ou seja,

    quando

    a relao a seguir for verdadeira:

    I

    (ETc , -

    Pe ,

    LRD

    t

    em que:

    n

    = nmero

    de dias entre

    duas

    irrigaes consecutivas;

    ET

    c = evapotranspirao

    da

    cultura, em mm/dia:

    Pe

    =

    precipitao efetiva, em mm/dia;

    LRD= lmina de gua real disponvel no solo, em mm equao 2).

    21)

    Pela

    equao

    21, infere-se

    que

    o lenol fretico

    profundo

    o sufici

    ente

    para

    tornar o fluxo capilar ascendente desprezvel.

    A umidade de irrigao

    UI), na

    equao 2, deve ser

    estimada

    com

    base

    na

    tenso

    de

    gua

    no

    solo

    recomendada

    para

    a espcie

    de

    interesse

    6

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    39/75

    (Tabela 8) e na curva caracterstica

    de

    gua

    no

    solo. No

    sendo

    possvel

    estimar a lmina de gua real disponvel no solo por meio da equao 2,

    esta poder ser estimada, de maneira aproximada, pela seguinte equao:

    LRD

    =

    f.L

    TD

    em que:

    LRD= lmina de

    gua

    real disponvel no solo,

    em

    mm;

    LTD= lmina de gua total disponvel no solo, em mm (equao 1 ;

    f= frao real de

    gua

    disponvel cultura, decimal (Figura 3) .

    o 50

    ....J

    O

    Cf)

    O 100

    Z

    ::J

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    40/75

    Para

    a estimativa

    da evapotranspirao, deve-se

    empregar um m-

    todo que permita o

    seu

    clculo dirio. Entre

    os

    mtodos existentes, o do

    tanque classe A um dos

    que

    tm sido mais utilizados, possibilitando resul -

    tados

    satisfatrios.

    Dispondo-se dos

    dados meteorolgicos necessrio

    s,

    o

    mtodo de Penman deve

    ser

    usado

    preferencialmente.

    Nem

    sempre toda a

    gua

    proveniente

    de

    precipitaes est dispo-

    nvel cultura. Quando isso

    ocorre

    , deve-se considerar somente a precipita-

    o

    efetiva, ou seja, a diferena entre a precipitao total e a

    perda

    por

    percolao profunda e/ou escoamento superficial.

    A estimativa

    da

    precipitao efetiva (Pe), para

    perodos

    de um dia ,

    difcil e trabalhosa

    na

    prtica

    . Para fins de manejo da irrigao, Pe pode

    ser

    estimada , de maneira aproximada, em funo

    da

    precipitao pluvial (Pp) e

    da

    lmina

    de gua

    necessria

    para que

    a

    umidade

    do

    solo retorne

    capaci

    -

    dade de

    campo

    na camada

    correspondente

    ao sistema radicular

    das plantas

    (LRN),

    desde

    que assumidas algumas condies.

    Primeiramente, presume-se

    que

    , se a precipitap pluvial inferior

    deficincia atual de gua

    no

    solo, a gua perdida por escoamento superfi-

    cial desprezvel. Isto se

    baseia no

    fato de que , em

    reas

    irrigadas, a quanti

    dade de gua necessria para elevar a umidade

    do

    solo capacidade de

    campo muitas vezes inferior a 20-30mm , e

    que

    chuvas dessa

    magnitude

    raramente provocam

    escoamento

    superficial ,

    exceto

    em

    solos

    de

    baixa

    permeabilidade , declivosos ou

    extremamente

    compactados.

    No caso de chuvas intensas, ou quando a deficincia de gua no

    solo (LRN) for pequena , pode ocorrer tanto escoamento superficial quanto

    drenagem

    profunda.

    Nesse

    caso,

    supe-se que a

    precipitao

    pluvial

    ocorrida,

    mesmo

    que provoque escoamento superficial, seja capaz de elevar

    a umidade do solo capacidade de campo. Assim sendo, no necessrio

    quantificar as perdas de gua devidas

    ao

    escoamento superficial e/ou

    percolao abaixo

    do

    sistema radicular

    da

    cultura.

    Com base nas suposies anteriores, pode-se admitir que:

    se Pp LRN, ento Pe=Pp;

    e se Pp : LRN, ento Pe=LRN .

    O valor de LRN pode ser determinado pela equao 23, em

    que

    n o nmero

    de

    dias entre a ltima irrigao e a

    data

    da chuva.

    Determinado

    o

    momento

    da irrigao, a

    quantidade

    de gua ne-

    cp.ssria dada

    pelo

    somatrio da diferena entre a gua evapotranspirada e

    a precipitao efetiva ocorrida

    desde

    a ltima irrigao

    equao

    23).

    8

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    41/75

    LRN = I:T( , I

    c ,

    (23)

    ,

    ,

    em que :

    LRN = lm in a de gua rea l nec essria. em mm :

    n=

    nme ro de

    di

    as entre duas irrigaes consecut ivas:

    ET

    c=

    evapotranspi rao da cul tura. em mm/dia :

    P

    e=

    prec ipit

    ao

    efe

    ti

    va . em mm/d ia

    Pelo mtodo de balano de gua no solo possvel tambm co n

    trola r a irrig

    a

    o a partir de um turno de rega xo ou pr

    ede

    terminado Neste

    caso, a lmina de gua a ser a

    pli

    cada . em

    cada

    irrigao.

    po

    de ser es

    timada

    pela equ

    ao

    23, send o o valor de n igua l

    ao

    nmero de d ias do tu rno

    de

    rega a ser

    ad

    otad

    o

    A ad o

    o

    de um turno de rega xo extremamente co nve ni ente

    para o controle da irriga

    o

    , uma vez qu e fa cilita considerave

    lm

    ente a p ro

    grama

    o das

    irrigaes, de pul verizaes e outros tra tos cultura is. Existem

    condies, entretanto,

    em

    que a adoo de um turno de rega xo no s

    conveniente ,

    mas tamb

    m um a necessidade, como por exemplo em proje

    tos coletivos

    de

    irrigao, em que ca

    da

    irrigante recebe gu a em dias

    previamente estabelecidos.

    A maior praticidade no controle da irriga

    o

    ,

    quando da

    xao

    de

    um

    intervalo de irrigao, pode muitas vezes se dar

    em

    detrimento da efici

    ncia no uso da gua. Isso ocorre porque, quando se estabelece

    um

    turno de

    rega fixo, mesmo aplicando-se a lmina total

    de

    gua evapotranspirada no

    perodo, as plantas podero sofrer com a falta de gua. principalmente quanto

    maior for o turno

    de

    rega

    adotado

    , ou seja, mais prximo daquele

    que

    seria

    determinado pela

    equao 18 ou 19

    .

    A

    adoo de um turno de

    rega muito

    pequeno

    ,

    por

    outro lado

    ,

    pode

    trazer problemas fitossanitrios e desenvolvimento superficial das razes ,

    entre outros. Turnos de rega entre 1 e 2 dias, no entanto, so muito usados

    em irrigao localizada e

    em

    solos arenosos .

    todo

    da tenso de gua no solo

    o manejo da irrigao por esse mtodo simples. A irrigao ser

    efetuada

    sempre que

    a

    tenso

    atingir

    um

    valor

    mximo

    que no

    prejudique

    o

    desenvolvimento das plantas

    Tabela 8). Assim

    ,

    necessrio

    o

    9

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    42/75

    mo

    nitora

    m ento co

    nt

    nu

    o da tenso no campo.

    que

    pod e se r feito po r meio

    de in s

    trum

    e

    nt

    os espec ficos ou pelo m todo gr

    av

    im tri

    co

    para determina -

    o

    da um

    idade

    do solo. desde

    qu

    e se

    di

    sponha da curva de reten

    o

    de

    gua do solo

    O co

    ntrol

    e

    da

    ten

    s

    o ge

    ralmente

    reali z

    ado

    com o

    au

    xli o de

    tensim etro Fi guras 4 e 5).

    par

    a valo res at

    70

    kPa .

    pela medi

    o

    diret

    a

    da

    tenso. ou por meio de bl ocos de res istncia eltrica Figura 6 ) d

    ev

    idamente

    ca

    librados. pa

    ra

    valo res maiores que 70 kPa . Mtodos como disperso de

    nutro ns Figura 7). grav im tricos e outros tipos de sensores Figura 8 ) tam -

    bm tm sido

    utili

    zad os. porm em escala

    redu

    z

    ida

    .

    Emb

    o ra tenha o limite de funcionamento restrito a tenses inferio-

    res a 70

    kP

    a

    o tensimetro

    um

    instrumento

    til

    no controle

    da

    irrigao

    v isto

    qu

    e

    as

    ten s

    e

    s

    recomendadas

    como

    adequadas

    para

    a

    maioria

    das

    hort alias so menores que

    esse

    valor

    Tabela 8 ) e

    que grande parte

    da

    gua

    dispon

    vel

    no

    s solos

    cultivados

    est

    retida aba

    ixo desse

    limite

    FIG

    4 Tensimetro com

    manmetro metlico

    FIG 5 Tensimetro com

    manmetro

    de

    mercrio

    4

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    43/75

    FIG 6

    Medidor

    bloco de resistncia eltrica

    Os tensimetros

    dispon

    ve is comercialmente apresentam -se

    com

    man

    metro

    do

    tipo

    metlico

    ou

    de mercrio. O manmetro do tipo metlico

    de

    menor

    preciso do que o manmetro de

    mercrio

    , porm de instala -

    o mais fcil.

    Quando se

    usam tensimetros

    de mercrio

    , a expresso

    simplificada

    que fornece a coluna de

    mercrio para

    uma ten so

    preestabelecida a seguinte:

    em que:

    H

    =

    _10

    _2

    _T_5_+_h

    :

    _+_h

    .. ..J

    12 6

    H = leitura da coluna de

    mercrio

    , em cm;

    Ts= tenso

    da

    gua

    no

    solo, em kPa;

    24

    h) = altura

    do

    nvel

    de

    mercrio na cuba, em relao

    superfcie do solo,

    em cm ;

    h

    1

    =

    profundidade

    de instalao

    do

    tensimetro, em cm.

    41

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    44/75

    FlG

    7 Sonda de nutrons utilizada

    para medir

    umidade

    do solo.

    FlG. 8.

    T R

    Time Domain Reflectometry utiliza ondas

    eletromagnticas

    para

    estimar

    a

    umidade

    do solo.

    4

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    45/75

    Para uma unidade de irrigao,

    devem-se

    instalar os medidores

    de

    ten

    s

    o em pelo menos trs pontos representativos da rea , com o contro le

    da irrigao realiz

    ado pela

    md ia

    das

    leitura

    s Quanto

    profundidade

    de

    instalao, sugere-

    se

    que sejam in stalados em duas profundidades: 1/3 e 2/3

    da

    profundidade

    efetiva

    do

    sistema radicular

    das plantas

    ,

    com

    o

    co

    ntrole

    das irrigaes baseado na md ia das duas leituras .

    Se

    os sensores

    forem

    em

    nmero limitado, a

    profundidad

    e

    de

    in

    s-

    talao

    poder ser igual a 112 da

    profundidade

    efetiva,

    variando em

    decor

    rncia do estdio de desenvolvimento. Se a irrigao for feita em sulcos , os

    sensores

    devero ser instalados a 1/4 de di

    stnc

    ia do final dos sulcos

    Determinado

    o momento

    da

    irrigao, a quantidade

    de

    gua a ser

    reposta

    ao solo poder ser calculada pela equao 25 :

    em

    que :

    N = - UI

    lJa Z

    1

    LRN

    =

    lmina de gua real necessria,

    em

    mm ;

    CC= capacidade

    de

    campo,

    em de

    peso seco ;

    (

    25

    )

    UI=

    umidade

    de

    irrigao

    correspondente

    tenso preestabelecida em

    de peso

    seco;

    Da = densidade aparente do solo.

    em

    g/cm

    3

    ;

    z= profundidade

    efetiva do sistema radicular da

    cultura

    ,

    em

    em.

    Para determinao da

    UI

    , indispensvel que se disponha da cur

    va de reteno de gua no solo.

    O clculo da

    lmina

    de irrigao a

    partir

    da evapotranspirao

    equao

    23) mais

    recomendado

    nas

    condies

    em

    que

    os sen

    s

    ores

    de

    umidade usados tiverem

    baixa

    preciso

    ou

    forem

    em

    pequeno nmero ,

    ou

    em

    solos

    com grande variabilidade

    .

    4

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    46/75

    ,

    Manejo da Agua

    em

    Microirrigao

    termo

    microirrig o

    ,

    que

    desde meados

    dos

    anos 80 co meo u

    a s

    ub

    st

    ituir

    a

    denomin o

    irrigao localizada,

    compreende

    os siste

    m

    s de

    irrigao por gotejamento, micro sperso e similares.

    As

    princip i

    s vantagens

    d

    microirrig o esto re l

    cion d s

    possiblidade

    de

    ap licao

    de

    fertili

    za

    ntes via gua de

    irrig o

    . Essa alterna

    tiva , conhecida

    por

    fertirrigao. propici elev do grau de controle e com

    pleta au tom tizao do sistema. com

    m ior

    econom ia e eficincia

    no

    consu

    mo de gua . energia, fertilizantes e

    mo

    -

    de

    -obra. A princip l

    de

    svantagem

    o

    perigo

    de

    entupimento

    de emissores.

    que

    pode

    ser

    minimi

    za

    do

    pelo

    uso

    correto do

    s ferti lizantes e de eficientes sistemas de filtragem

    d

    gua Figura 9 ).

    Os sistemas

    de microirrig o

    possuem caractersticas peculiares

    qu nto determin o das necess idades hdricas e o processo de infil tra

    o da gua no solo. Por serem sistemas fixos, a gua pode ser p licada de

    form

    contnu

    ou in termitente. Essa caracterst ica especial

    mente

    va

    nt

    jo

    sa

    em situaes

    de

    solos arenosos e de clim rido ou semirido. pois propi

    cia condies de alta

    umid de

    na zona radicu l

    r

    das pl nt

    s

    reduzindo at

    m

    es

    mo

    problem s

    de

    sa

    l n

    id de

    do

    so

    l

    o

    FlG

    9 Conjuntos

    de

    filtros

    de

    areia e tela para

    filtragem

    da

    gua de

    irrigao

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    47/75

    Necessidades hdricas

    em micro irriga

    o

    Co m a

    mi

    croirrigao, a rea mo

    lhada

    menor do que a rea total,

    o que significa

    menor quan

    tidade

    de

    gua

    evaporada

    da superfcie do sol

    o.

    Para esses sistema

    s,

    o i

    dea

    l ser

    ia

    estimar, s

    epara

    d

    ame

    nte, a quantidade de

    gua transpirada pe las plantas e a quantidade evaporada pelo solo. Isso,

    entretanto, n

    o

    pr tico, e, para cont

    orna

    r a d

    if

    icul

    da

    de, surgiram, conce i

    tos de frao de rea molh ada e de rea sombreada, para aj usta r as necessi

    dades hdri

    cas

    es timadas pelos mtodos tradicio na is s condies

    de

    microirri

    gao

    .

    Volume aplicar

    Tomand

    o,

    por exe mpl

    o,

    a irrigao

    di

    ri

    a

    por

    gotejamento

    de

    to

    mate es taqu

    ea

    d

    o,

    p

    im

    ento mel

    o

    o u mela ncia, co m um emissor ou

    gotejador por pla nta, pode-se usar a seguinte ex presso para o clculo do

    volume de gua por gotejador:

    em qu e :

    V =

    ETO

    [

    HO

    15

    I

    - J )] A, K

    Cu

    v= volume aplicado por

    cada

    gotejador, em f/dia ;

    ETo

    =

    evapotranpirao do cultivo de referncia, mm/dia ;

    a

    =

    frao da rea molhada , em decimai

    s;

    As

    =

    rea sombreada em m

    2

    ;

    Cu

    =

    coeficiente de uniformidade de aplicao, em decimais;

    Kc = coeficiente

    de

    cultura, adimensional.

    26)

    A evapotranspirao

    de

    referncia To

    pode

    ser obtida pelos mais

    diversos

    mtodos

    mostrados anteriormente .

    O

    coeficiente

    de

    cultivo

    Kc

    tam

    bm

    pode

    ser encontrado na Tabela 7,

    para

    vrias hortalias . A frao

    da

    r

    ea

    molhada a varia de prximo de zero at 1,0 um) , o qu e significa que

    toda a rea cultivada est recebendo irrigao, o que foge das caractersticas

    da

    microirrigao. No caso

    do

    melo,

    por

    exemplo, com

    espaamento de

    2,Om x 0,5m, o valor mximo de a pode variar de 0,3 a 0,5 .

    Quanto

    rea sombreada

    As

    esta tambm uma frao

    da

    rea

    de influncia de cada planta, num determinado

    espaamento

    . O valor de As

    5

  • 7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal

    48/75

    representa a rea de projeo da copa

    de cada

    pl anta . No caso do meloe i

    ro. dependendo

    do

    estdio de desenvolvimento das plantas. os valores de

    s

    variam de 0.1 a I ,Om

    2

    , sendo o valor mximo para o caso de cobertura

    completa do so

    lo

    , na regio representativa de cada planta.

    Uniformidade

    de distribuio

    Os coeficientes de uniformidade de aplicao Cu em sistemas de

    microirrigao geralmente

    so

    elevados quando

    comparados

    a

    coe

    cientes

    de

    outros siste

    ma

    s de irrigao. O C u deve ser

    determinado no

    prprio lo

    cai, cons

    id

    era

    ndo

    as caractersticas de cada instalao. Em geral , valores de

    Cu aba ixo de 9 % para microirrigao no so aceitveis, pois significam

    sistemas com srios problemas de dimensionamento e/ou de manejo.

    Pela

    equao

    26. observa-se

    que

    quanto

    mais baixo o

    coe

    fici

    ente

    de

    uniformidade, maior o volume calculado

    por

    gotejador, para

    compensar

    a desuniformidade

    da

    aplicao, reduzindo o efeito de dfice hdrico nas

    plantas. Isso, entretanto,

    no

    razovel, pois tende a eliminar

    uma das van

    tagens da microirrigao, que a

    economia

    de gua.

    Conceito

    de bulbo molhado

    O manejo

    da

    irrigao, depois de definidos a freqncia e o volu

    me a aplicar por gotejador. se completa com o monitoramento

    da

    gua

    do

    solo. Isso geralmente

    feito com tensimetros instalados em vrias profundi

    dades

    e distncias

    da

    fonte , seja gotejador

    ou

    microaspersor,

    no

    volume

    de

    so lo denominado bulbo molhado.

    O bulbo molhado tem forma e tamanho que variam com o tipo de

    solo, principalmente . Em solos arenosos, o bulbo mais

    alongado

    vertical

    mente. co

    mo

    uma cenoura, em virtude

    de

    o movimento da gua ser domi

    nado pe la

    ao

    da gravidade e da pouca