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RIBEIRO DE MENDONA, NOZIMA e BUENOAdvogados Associados
Alameda Joaquim Eugnio de Lima, 598, 11 andar - Jardim Paulista
cep 01403-000 fone/fax (011) 3286.0351 So Paulo
EXCELENTSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
EGRGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3 REGIO.
ALI MAZLOUM, brasileiro, casado, ju-
iz federal, portador do RG n XXX-x SSP/SP e do CPF n XXXX, no
exerccio de suas funes na Alameda Ministro Rocha Azevedo, n
25, 7 andar, Cerqueira Csar, So Paulo SP, por seus advogados
infra-assinados (DOC. 1), vem presena de Vossa Excelncia impe-trar, amparado pelo artigo 5, inciso LXIX, da Constituio Federal de 1988 e pela
Lei n 12.016/2009, impetrar o presente
MANDADO DE SEGURANA
com PEDIDO DE CONCESSO DE MEDIDA LIMINAR
contra ato coator da Excelentssima Senhora Doutora Desembargadora Federal
CECLIA MARIA PIEDRA MARCONDES , que pode ser localizada na
sede deste E. Tribunal Regional Federal da 3 Regio (sito Av.
Paulista, 1842, So Paulo SP), relatora do agravo de instrumento
n 0038748-33.2010.4.03.0000 em curso na 3 Turma, pertencente
2 Seo dessa E. Corte, visando garantir o direito lquido e certo de afastar
deciso manifestamente ilegal e teratolgica proferida pela d. Desembargadora,
pelos fundamentos de fatos e de direito aduzidos a seguir.
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I BREVE RESUMO DOS FATOS
O impetrante foi alvo de persecues penaisabusivas e ilegais, iniciadas em dezembro de 2003, em decorrncia
da famigerada operao cognominada ANACONDA, na qual lhe fo-
ram assacados crimes de participao peculiar em quadrilha, a-
meaa e abuso de poder.
As denncias foram oferecidas sem nenhuma
apurao prvia em inqurito judicial, nem mesmo com a oitiva do
impetrante, tendo sido, porm, recebidas por esse E. Tribunal e de-
terminado o seu afastamento do cargo.
Referidas aes penais, no entanto, foram
posteriormente trancadas por habeas corpus concedidos pelo C.
Supremo Tribunal Federal (HCs 84.409-0 e 86.395-7 respectiva-
mente em 14/12/2004 e 12/09/2006 DOC. 2), que as tachou de,
verbis: covardia, cruel, sem base emprica, fruto da cria-
o mental da acusao, sem concatenao lgica, etc...
Aproveitando a fora motriz do estardalhao
miditico, o Ministrio Pblico Federal, tal qual procedeu na ao
penal, vale dizer, sem promover uma nica investigao sequer ,ingressou na esfera cvel, ainda em 5/2/2004, com ao civil pbli-
ca de improbidade administrativa, instruindo-a com as mesmas c-
pias das peas que instruam as aes penais.
Na mencionada ao civil de improbidade foram
descritas as mesmas condutas assacadas na ao criminal, imputan-
do-se ao impetrante infrao ao artigo 11, inciso I, da Lei 8.429/92 (DOC. 3).
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Em razo daqueles mesmos fatos absurdos, portanto
sem qualquer acusao relacionada com desvio de dinheiro pblico, sem men-
cionar algum enriquecimento ilcito, ainda que no valor de um nfimo alfinete, o
MPF suscitou dano ao errio e pretende cobrar na ao civil a espan-
tosa quantia de trinta milhes de reais por supostas danos morais
Unio. Anote-se: sem mencionar quando, porqueou comochegou
aos imaginrios danos. E sem que das condutas narradas pudessem
emergir essas consequncias.
Pois bem. O MM. Juiz de primeira instncia,
ainda na fase do saneador e em deciso proferida em 28/10/2010,
EXCLUIU o impetrante e outros da ao, com fulcro no art. 17 da
Lei 8429/92 e do art. 267, VI, do CPC. (DOC. 4)
Contra essa deciso o MPF interps recurso de
agravo de instrumento, no qual pediu a concesso de antecipao
dos efeitos da tutela recursal.
Ocorre que, tanto o (i) pedido do recurso co-
mo o (ii) pedido da antecipao dos efeitos da tutela recursal
cingiram-se, exclusivamente, manuteno das medidas cautela-
res (indisponibilidade de bens) e, em nenhum momento pleiteou-se amanuteno do impetrante no plo passivo da ao!!! (DOC. 6)
Com efeito, transcrevem-se o (i) pedido do
recurso e o (i i) pedido da antecipao dos efeitos da tutela re-
cursal:
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V. DO PEDIDO
Assim sendo e por todo o exposto, requer o Ministrio P-
blico Federal, liminarmente, com fulcro nos artigos 527, inci-
so III, 558 e 273 do Cdigo de Processo Civil, a antecipao
da pretenso recursal para
- a manuteno de todas as medidas cautelares concedidas
em face dos rus...;
- a manuteno da indisponibilidade dos bens desses rus;
- nova decretao de indisponibilidade, no caso de deciso
posterior sentena agravada.
Por fim, requer o Ministrio Pblico Federal processamentoe provimento do presente agravo, confirmando-se a tutela
postulada, nos itens anteriores. Requer, tambm, sejam os
agravados intimados pessoalmente, para o que apresenta a
respectiva qualificao no anexo da presente petio.
A eminente autoridade impetrada, entretanto,
em deciso manifestamente extra petitaproferida no dia 22 de de-
zembro de 2010, concedeu ex officioantecipao de tutela recursal
para, alm de manter a indisponibilidade de bens, TAMBM MAN-
TER O IMPETRANTE (e outros) NO PLO PASSIVO DA AO .
(DOC. 7)
O presente writ colima, por conseguinte, asuspenso e anulao da r. deciso de tutela recursal antecipada,
deciso essa que:
1 . Manteve liminarmente o impetrante, em deciso extra pe-
tita, no plo passivo da ao, sem que houvesse pedido principal
e/ou cautelar nesse sentido, em violao frontal aos artigos 515, 522
e 524, II, 558, todos do CPC;
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2 . Manteve o impetrante no plo passivo da ao sem pedido
e sem que houvesse, at mesmo, o indispensvel pedido de reforma
da sentena, em frontal violao aos artigos 515 e 524, II, do CPC.
Demonstrar-se- que, conforme indicam as pe-
as juntadas, os fatos aqui sustentados so incontroversos, ficando
patente a violao de direito lquido e certo do impetrante.
II DO CABIMENTO DO WRIT
Na lio de JOS AFONSO DA SILVA, o mandado de
segurana um remdio constitucional, com natureza de ao civil, posto dis-
posio de titulares de direito lquido e certo lesado ou ameaado de leso por ato
ou omisso de autoridade pblica ou agente de pessoa jurdica no exerccio de
atribuies do Poder Pblico1
Com efeito, o mandamus utilizado para assegurar di-
reito lquido e certo dos titulares em face de atos praticados pelo Poder Pblico.
A prxis jurdica revela que grande parte dos atos sujei-
tos a controle pela via do mandado de segurana proveniente do Poder Execu-tivo.
Contudo, pacfico o entendimento na doutrina e na ju-
risprudncia acerca do cabimento do mandado de segurana para controle de
atos judiciais. Neste sentido, a nova Lei do Mandado de Segurana (Lei
12.016/2009), consagrando posio j consolidada pelos tribunais, determina que:
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Art. 5 No seconceder mandado de segurana quando
se tratar:
I de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito
suspensivo, independentemente de cauo;
II de deciso judicial da qual caiba recurso com efeito sus-
pensivo;
III de deciso judicial transitada em julgado
Sendo assim, do dispositivo legal depreende-se, acon-
trario sensu, ser cabvel mandado de segurana em face de i) deciso judicial da
qual no caiba recurso com efeito suspensivo e ii) deciso judicial no transitada
em julgado.
Ora, de acordo com o disposto no art. 527,
pargrafo nico, do Cdigo de Processo Civil, no cabe recurso ,
notadamente agravo regimental, contra a deciso que defere ou in-
defere antecipao de tutela recursal em agravo de instrumento.
Nessas hipteses, consoante jurisprudncia
sedimentada, cabvel mandado de segurana para impugnar a de-
ciso.
Nesse sentido:
A deciso do relator que defere ou infere o pedido de efeito suspensivo, no
mbito de agravo de instrumento, merc da impossibilidade de sua reviso
mediante a interposio de agravo previsto em regimento interno, porquan-
to sujeita apenas a pedido de reconsiderao (pargrafo nico do art. 527,
do CPC), desafia a impetrao de mandado de segurana, afastando, ou-
1Comentrio Contextual Constituio, 6 ed., Ed. Malheiros Editores, p. 163
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trossim, a incidncia da Smula 267/STF. Precedentes do S.T.J:
REsp1032924/DF, QUINTA TURMA, DJ de 29/09/2008; RMS 25619/BA,
QUARTA TURMA, DJ de 01/09/2008; MC 14561/BA, TERCEIRA TURMA, DJ
de 08/10/2008; RMS 25143/RJ, TERCEIRA TURMA, DJ 19.12.2007; e RMS
22847/MT, TERCEIRA TURMA, DJ 26.03.2007. (STJ, RMS 25949, J. 4/3/2010,
REL. MIN. LUIZ FUX)
No h dvidas, portanto, acerca do cabimento
do remdio constitucional em face da vedao ao agravo regimental
no caso.
III DOS FATOS E DO DIREITO
III.1 - Inpcia do Agravo
Inconformado com o desfecho alcanado na referidaao de improbidade administrativa em curso na Digna 25 Vara Cvel Federal de
So Paulo, o Ministrio Pblico Federal (MPF) manejou recurso de agravo de
instrumento contra a r. sentena de fls. que (a) entendeu juridicamente imposs-
vel o pedido de decretao, por parte do juzo singular, da perda da funo pbli-
ca dos ocupantes de cargo de juiz federal, julgando extinto o processo no tocante
a este especial pedido e (b) em face do reconhecimento da inadequao da ao,
por ausncia de ato administrativo subsumvel ao imputado artigo 11, I, da Lei8.429/92, tambm julgou extinto o processo, sem resoluo de mrito, com apoio
no artigo 17, 11 da mesma Lei, e artigo 267, VI, do CPC, relativamente ao ora
agravado.
O agravo do MPF no deveria sequer ter sido conheci-
do, pois o agravanteNO FORMULOU, quanto ao mrito do recurso conforme
exige o art. 524, II, c.c. art. 514, III, do Cdigo de Processo Civil , o PEDIDO DE
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REFORMA da deciso agravada, nem exps as razes do pedido de reforma da
deciso, o que conduz sua inaptido por falta de requisito sine qua nonpara o
seu conhecimento. Efetivamente, conforme assinalado acima, indiscutvel que o
agravante (MPF) limitou-se a formular seu pedido nos seguintes termos, ipsis lite-
ris:
V. DO PEDIDO
Assim sendo e por todo o exposto, requer o Ministrio P-
blico Federal, liminarmente, com fulcro nos artigos 527, inci-
so III, 558 e 273 do Cdigo de Processo Civil, a antecipao
da pretenso recursal para
- a manuteno de todas as medidas cautelares concedidas
em face dos rus...;
- a manuteno da indisponibilidade dos bens desses rus;
- nova decretao de indisponibilidade, no caso de deciso
posterior sentena agravada.
Por fim, requer o Ministrio Pblico Federal processamento
e provimento do presente agravo, confirmando-se a tutela
postulada, nos itens anteriores. Requer, tambm, sejam os
agravados intimados pessoalmente, para o que apresenta a
respectiva qualificao no anexo da presente petio.
E, nas mais de cem laudas do recurso, o agravante
no impugnou a deciso quanto extino do processo pautada no segundo fun-damento acima indicado, item (b) em face do reconhecimento da inadequao
da ao, por ausncia de ato administrativo subsumvel ao imputado artigo
11, I, da Lei 8.429/92, relativamente ao ora impetrante.
O agravante limitou-se a defender, ora a existncia de
provas cabais da existncia dos fatos e, ora, contraditoriamente, ter sido cerceado
em seu direito de produzir provas, sendo certo, porm, que em momento algum
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atacou os fundamentos da sentena que reconheceu a atipicidade dos fatos,
vale dizer a ausncia de subsuno dos fatos pretensa infrao imputada, qual
seja:
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que aten-
ta contra os princpios da administrao pblica qualquer ao
ou omisso que viole os deveres de honestidade, imparcialidade,
legalidade, e lealdade s instituies, e notadamente:
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou
diverso daquele previsto, na regra de competncia;
A autoridade impetrada, todavia, recebeu o agravo inep-
to para, ex officio, conceder medida no solicitada, no requerida, no postu-
lada, o que fez nos seguintes termos:
De acordo com esse raciocnio, devero ser
mantidos os decretos de indisponibilidade que reca-em sobre os bens de todos os rus da ao de im-
probidade.
Ante o exposto, DEFIRO a antecipao da tutela
recursal para o fim de manter no plo passivo da
ao civil pblica para apurao de improbidade
administrativa todos os corrus excludos pela de-
ciso hostilizada, at o pronunciamento definitivo
do rgo colegiado.
H de ser reconhecida, portanto, ilegal, abusiva e so-
bretudo teratolgica a deciso atacada neste mandamusante a absoluta ine-
xistncia de pedidodaparte que a sustente. Onde o pedido para manter o im-
petrante no plo passivo da ao ?
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Ademais, inquestionvel a inpcia da inicial de agravo
de instrumento por violao aos artigos de regncia supracitados. Nesse sentido,
a jurisprudncia do E. STF pacfica:
STF - AGRAVO DE INSTRUMENTO: 563667 MG Rel. Min. CE-
ZAR PELUSO Julg 02/02/2006 - Pub DJ 16/02/2006 PP-00026.
Trata-se de agravo de instrumento contra deciso que, na ins-
tncia de origem, indeferiu processamento de recurso extraordi-
nrio contra acrdo do Tribunal Superior do Trabalho assim
do:"AGRAVO DE INSTRUMENTO. NO-CONHECIMENTO.Ressente-se a minuta do agravo interposto do requisito do
art. 524, inciso II, do CPC, visto que a agravante, a despeito
da fugidia referncia ao agravado, no impugnou os funda-
mentos adotados pela deciso denegatria do seu recurso
de revista. Logo, o recurso no se credencia ao conhecimen-
to desta Corte, por injustificvel inobservncia do contido
no inciso II do art. 524 do CPC, da qual se extrai at mesmoa ilao de a agravante ter se conformado com os funda-
mentos da deciso impugnada. Agravo no-conhecido." (fls.
77) Opostos embargos de declarao, foram rejeitados e houve
aplicao de multa por procrastinatrios.2. Invivel o recurso.
Observa-se claramente que o acrdo impugnado se limitou a
aplicar a legislao infraconstitucional pertinente ao caso. Ora,
pacfica a jurisprudncia desta Corte, no sentido de se no admi-
tir, em recurso extraordinrio, alegao de ofensa que, irradian-
do-se de m interpretao, aplicao, ou, at, de inobservncia
de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta Constitui-
o da Repblica. Por outro lado, quanto a alegao de ofensa
ao art. 5, II, da Carta Magna, pacfica a jurisprudncia desta
Corte, no sentido de que "em regra, as alegaes de desrespeito
aos postulados da legalidade, do devido processo legal, da moti-
vao dos atos decisrios, do contraditrio, dos limites da coisa
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julgada e da prestao jurisdicional podem configurar, quando
muito, situaes de ofensa meramente reflexa ao texto da Cons-
tituio, circunstncia essa que impede a utilizao do recurso
extraordinrio". (AI n 372.358- AgRg - Rel. Min. CELSO DE
MELLO, DJ 11.06.02) Por fim, a questo processual, relativa
aplicao da multa em recurso tido por protelatrio, inapreci-
vel em recurso extraordinrio, por se tratar de matria infraconsti-
tucional.3. Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (art. 21,
1, do RISTF, art. 38 da Lei n 8.038, de 28.05.90, e art. 557 do
CPC).
STF - RECLAMAO: Rcl 9368 RO Rel Min. DIAS TOFFOLI
Julg: 07/12/2009 - Pub: DJe-233 DIVULG 11/12/2009 (...) Con-
tudo, o agravante, no presente apelo, no atacou a funda-
mentao lanada na d. deciso denegatria, mas apenas
limitou-se a reiterar alguns dos argumentos apresentados
nas razes do seu recurso de revista. Tal conduta , a meu
ver, processualmente incorreta, uma vez que a parte, ao as-
sim proceder, vem demonstrar seu inconformismo em rela-
o ao v. acrdo regional, no se insurgindo, fundamenta-
damente, nos termos do artigo 524, II, do CPC, contra a de-
ciso que deveria impugnar.
Alm disso, conforme pode ser visto das vrias passa-gens das razes recursais do MPF, no houve impugnao especfica da moti-
vao da sentena, no ponto alusivo reconhecida atipicidade dos fatos. Entre
outros, citem-se estes trechos:
(fls. 31 do agravo) ...a extino do feito em relao a estes rus
antes da fase de instruo do processo e formao do conjunto
probatrio indica uma mcula de enorme gravidade....
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(fls. 33 do agravo) ...a extino prematura da ao em relao a
estes rus que ocupam cargo de Juzes Federais... uma a-
fronta aos valores e dispositivos constitucionais e a todo orde-
namento jurdico brasileiro (...) A fase de dilao probatrio es-
sencial e obrigatria num caso complexo como este....
(fls. 34 do agravo) ...a falta de observncia do procedimento re-
gular, com julgamento precipitado da lide....alm de restringir o
direito constitucional do Ministrio Pblico Federal...maculou de
nulidade a sentena.
(fls. 35 do agravo) ...a supresso da fase de produo de provas
em relao aos seis rus prejudicou irreversivelmente o Minist-
rio Pblico Federal...
(fls. 39 do agravo) ...A produo de prova foi requerida na inicial
e no curso do processo. Porm, o Juiz no abriu vista para mani-
festao do Ministrio Pblico Federal, autor da ao, sobre
quais provas desejava produzir.
(fls. 44 do agravo) ...os fatos descritos na petio inicial e o con-
junto probatrio que seria amealhado do resultado da conforma-
o de toda prova documental com a prova testemunhal de-monstrariam (ou novamente confirmariam) afastariam qualquer
dvida sobre a prtica de atos de improbidade administrativa,
que realmente e lamentavelmente ocorreu.
(fls. 46 do agravo) ...o MM Juiz suprimiu ilegalmente a produo
de prova....
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(fls. 49 do agravo) ... luz de todos os preceitos acima alu-
didos, seja da instrumentalidade e da efetividade do proces-
so, seja da isonomia e da imparcialidade, seja da persuaso
racional e, principalmente, dos poderes instrutrios do Juiz,
somente ser possvel que o Ministrio Pblico Federal e,
portanto, a sociedade, tenha o seu direito de ampla defesa
respeitado se, realmente, for realizada exauriente instruo
processual. Assim deve ser determinado o retorno dos au-
tos para que se faa a instruo probatria.
Nada mais precisaria ser dito.
O agravante deixou de impugnar a sentena no ponto
relativo extino do processo por atipicidade dos fatos. Ora, no sabe o Minis-
trio Pblico Federal que no atravs de provas que se perfaz o enquadra-
mento do fato norma ? Fazendo-se um paralelo com o direito penal, a extino
do processo no cvel, in casu, equivale rejeio de uma denncia no crime porno constituir o fato narrado na denncia infrao penal. Vale dizer, seria atpica a
conduta realizada pelo agente.
cedio que no atravs de provas que se realiza
abstratamente o enquadramento do fato norma. Tanto assim que nas questes
submetidas ao juiz criminal por via de habeas corpusno se admite dilao pro-
batria, o mesmo se passando no mandado de segurana. E, aqui, no diferen-
te: o fato imputado no constitui ato de improbidade administrativa. No entendeu
o MPF?
O Ministrio Pblico Federal no impugnou especifica-
mente a sentena nesse ponto por um motivo muito simples: sabe que os fatos
narrados na inicial no constituem infrao de qualquer natureza. Caberia ao a-gravante discutir, demonstrar em suas razes, explicar, ainda que minimamente,
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onde, quando, como e de que forma a conduta do ora impetrante violou o preceito
descrito no inciso I, do artigo 11, da Lei de Improbidade.
E, para tanto, seria dispensvel a produo de provas. O
no conhecimento do agravo seria, pois, imperativo em face da ausncia dos
fundamentos, de fato e de direito, pelos quais entende o recorrente devesse ser
reformada a r. sentena recorrida,sendo flagrante odescumprimento do art. 524,
II, do CPC, conforme jurisprudncia pacfica nesse sentido, descurada pela autori-
dade impetrada:
TJMG:100270919115710021 MG 1.0027.09.191157-1/002
Relator(a): PEDRO BERNARDES, Julg: 02/03/2010, Pub:
29/03/2010
AGRAVO - PETIO RECURSAL - ART. 524, II, DO CPC - NO
ATENDIMENTO - NO CONHECIMENTO.
- No se conhece recurso de agravo de instrumento quando a
parte deixa de apresentar em sua petio recursal pedido ex-presso para reformar a deciso combatida.
TJSP - Agravo de Instrumento: AG 7261293800 SP
Relator(a): Carlos Luiz Bianco
Julgamento: 15/12/2008 Publicao: 30/01/2009
Recurso - Agravo de instrumento - Descumprimento do art. 524,
II do CPC - Inviabilidade - Hiptese de no conhecimento.
TJSP - Agravo de Instrumento: AG 990100093924 SP
Relator(a): Silveira Paulilo
Julgamento: 03/03/2010 Publicao: 18/03/2010
Preliminares de irregularidade de representao, obscuridade e
falta de cumprimento do art. 526 do CPC rejeitadas - Alegao
de falta de fundamentao na r. deciso recorrida - No mais, i-
nexistncia de razes da reforma - Violao ao art. 524, II, doCPC - Inexistncia, tambm, de peas necessrias ao conheci-
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mento da matria - Recurso no provido quanto falta de fun-
damentao da r. deciso recorrida e no conhecido no mais.
TJSP - Agravo de Instrumento: AG 990092932373 SP
Relator(a): Cristina Zucchi
Julgamento: 22/02/2010 Publicao: 02/03/2010
Execuo fundada em acordo homologado judicialmente - exce-
o de pr-executividade rejeitada - hiptese em que o recurso
constituiu-se de singela cpia integral da petio de objeo -
ausncia dos fundamentos, de fato e de direito, pelos quais
entende o recorrente que devesse ser reformada a r. decisoproferida -descumprimento do art. 524, ii, do cpc - no conheci-
mento.
TJSP - Agravo de Instrumento: AI 990104137691 SP
Relator(a): Beatriz Braga. Julgamento: 21/10/2010
rgo Julgador: 18 Cmara de Direito Pblico. Pub: 05/11/2010
Execuo fiscal. Agravo de Instrumento. Falta de correlao en-
tre as razes recursais/pedido e a deciso interlocutria. Desa-
tendimento a requisito de admissibilidade (regularidade formal).
Art. 524, I e II, CPC. No se conhece do recurso.
Esse E. TRF tambm entende dessa mesma forma, in-
clusive em julgado de relatoria da prpria autoridade impetrada, que aqui agiu dife-
rente, deixando de seguir as acertadas pegadas do Colendo STJ. A ausncia de
pedido de reforma da sentena e a falta de impugnao fundamentao da sen-
tena so motivos para no se conhecer do recurso:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
ESPECIAL. AUSNCIA DE INTERPOSIO DO INTEIRO TEOR
DA PETIO DO RECURSO ESPECIAL. AUSNCIA DE PEDI-
DO DE REFORMA DO ACRDO ATACADO. IRREGULARIDA-
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DE FORMAL. INCIDNCIA DO ENUNCIADO 284 DA SMULA
DO STF. REGIMENTAL IMPROVIDO.
1.O acesso tutela jurisdicional deve sempre ser pautado por re-
gras procedimentais, que tm entre as suas finalidades a de res-
guardar a segurana jurdica das partes envolvidas; in casu, a cor-
reta interposio da petio do recurso especial constitui nus do
qual no se desincumbiu a instituio recorrente, razo pela qual a
deciso atacada no conheceu do apelo nobre.
2. O exame prvio dos requisitos de admissibilidade do recurso
especial no vincula o juzo definitivo a ser proferido por esta Cor-
te Superior.3. A ausncia de interposio do inteiro teor da petio do recurso
especial, na qual deixou de ser formulado pedido de reforma do
acrdo atacado, alm de padecer do vcio da irregularidade for-
mal, inviabiliza a exata compreenso do litgio, incidindo, na esp-
cie, o Enunciado n 284 da Smula do STF.
4. Agravo regimental improvido. (STJ, AgRg no REsp 672675, j.
20/9/2007, rel. Min. Hlio Quaglia Barbosa)
PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO LEGAL EM AGRAVO DE INS-
TRUMENTO - INPCIA DA PETIO RECURSAL - AUSNCIA
DE PEDIDO DE REFORMA DA DECISO RECORRIDA - EXE-
CUO DE SENTENA - CORREO MONETRIA - NDICES -
CABIMENTO. I. O Cdigo de Processo Civil dispe expressa-
mente que a petio de agravo de instrumento deve atender a
determinados requisitos, dentre os quais consta a previso
das razes do pedido de reforma da deciso recorrida. II. A
correo monetria no configura um acrscimo ao principal, mas
apenas reposio de seu valor real. III. Uma vez posta ao Poder
Judicirio a questo do ndice a ser utilizado com a apresentao
dos clculos, deve o Juiz decidi-la, ante sua relevncia para a afe-
rio do quantum debeatur, sem que isso implique negativa de vi-
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gncia aos princpios da legalidade e da separao de poderes.
IV. Agravo legal a que se nega provimento. (TRF/3, AI 173046,
proc. n 2003.03.00.005772-0, j. 28/5/2009, Rel. Des. Ceclia Mar-
condes).
III.2 - Julgamentoextra petita
Decidindo pela permanncia do ora impetrante nos au-
tos da Ao Civil de Improbidade Administrativa na condio de sujeito passivo,
induvidosamente decidiu a autoridade impetrada extra petita, pois sua manu-
teno na condio de ru at deciso final dessa Corte no foi requerida e se-
quer cogitada pelo agravante.
De fato, por mais que se leia e releia aquilo que foi pos-
tulado peloparquet, e por mais esforo exegtico que se faa, em ponto algum se
lobriga pedido de manuteno do ora impetrante no plo passivo da ao civil p-
blica, conforme determinado ilegalmente e de ofcio pela autoridade impetrada.
O que pediu o Ministrio Pblico Federal no agravo, re-
pita-se, no foi nada alm de
1 Manuteno das medidas cautelares at o julgamento desta agravo
2 Manuteno da indisponibilidade dos bens desses rus e, finalmente,
3 Nova decretao de indisponibilidade, no caso de deciso posterior
sentena agravada
O Ministrio Pblico Federal, como se v, no pediu em
ponto algum a reforma do julgado, tudo ensejando concluir que est de plens-
simo acordo com os termos alcanados na deciso que extinguiu o processo sem
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resoluo do mrito contra o ora impetrante, utilizando-se do mandamento do 11
do artigo 17 da Lei 8.429/92.
Pediu o agravante apenas a manuteno das medidas
cautelares e o decreto de indisponibilidade de bens. To somente isto. Nada mais
que isto. dizer, o MPF praticou ato incompatvel com a vontade de recorrer, pois
aceitou tacitamente os termos da sentena a teor do artigo 503 do CPC.
Onde vislumbrou a autoridade impetrada pedido de
reincluso do ora impetrante no rol dos sujeitos passivos da relao proces-
sual ?
Poder-se-ia alegar que a manuteno dos agravados
na ao de improbidade administrativa estaria implicitamente formulada para a
subsistncia das medidas cautelares; da indisponibilidade de bens, e de eventual
novo decreto de indisponibilidade, caso haja deciso contrria posterior senten-
a agravada...
Quem assim alegar certamente estaria cometendo gra-
ve heresia jurdica, pois o pedido, na acepo jurdica do termo, deve sempre ser
interpretado restritivamente, conforme mandamento do artigo 293 do Cdigo de
Processo Civil, e, no caso no o foi, vez que a d. autoridade impetrada conce-
deu alm e diversamente daquilo que foi postulado, ampliando por sua prpriaconta o alcance do pedido do agravante.
De outro lado, de se recordar que o princpio da adstri-
odo juiz causa inserido no artigo 128 do Cdigo de Processo Civil, o qual
tambm se aplica aos tribunais (SFT 2 Turma, RE 99.654-1 Rel. Min. MOREIRA
ALVES) e que, portanto, regra todo o sistema processual, determina que o Juiz
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(ou o Tribunal) deve ficar adstrito ao pedido formulado. Deciso que se desvie
deste princpio efetivamente nula naquilo em que se excedeu.
Demais disso, ...os tribunais decidem os recursos na
medida da devoluode cada um deles, em abstrato e em concreto. Devolver,
em direito recursal, transferir ao tribunal, pela via dos recursos a competncia para
julgar a causa ou uma demanda incidente (apelao, agravo)... como anotou o
Professor CNDIDO DINAMARCO. 2
Ora, se no foi pedido pelo recorrente MPF o retorno
ou mesmo a manuteno do agravado, ora impetrante, ao plo passivo da ao
civil pblica, a matria no foi devolvida ao tribunal e, portanto, no poderia ser
objeto de provimento jurisdicional como foi...
A regra da adstrio (ou congruncia ou co-relao)
comporta excees apenas quando expressamente previstas em lei, como o
caso, por exemplo, do artigo 293 do CPC quando fala em juros legais; 290 do
mesmo diploma, quando e refere a prestaes peridicas, etc.
No tendo sido expressamente requerida pelo agravan-
te a manuteno do ora impetrante na posio de ru, operou-se a precluso
consumativa, no podendo tal matria ser devolvida apreciao dessa Corte
pois, omitindo-a o agravante, no houve a devoluonecessria apreciao emsegunda instncia.
Cumpre observar que o art. 558 do CPC, exige que a
leso resultante da deciso agravada seja grave e de difcil reparao. Ao con-
trrio de uma antecipao de tutela que poderia ser concedida, havendo fundado
receio de dano ou de difcil reparao (art. 273, I). Na hiptese de suspenso da
2 Instituies de Direito Processual Civil, Malheiros, 2005, vol. III pg. 289 n.g.
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deciso, in casu, era exigido que a parte demonstrasse perigo de leso grave e
de difcil reparao (conjuntamente). A autoridade impetrada afrontou a expressa
disposio do artigo 558.
Pois bem. O agravante no pediu liminar para manu-
teno do ora impetrante no plo passivo da ao; no alegou, outrossim, nem
fundamentou a existncia concomitante de leso grave e de difcil reparao su-
postamente acarretados pela deciso agravada. Entretanto, julgando extra petita
e em prejuzo do impetrante, a d. autoridade coatora concedeu tal medida de of-
cio.
A leitura do artigo 558 deixa claro que no se admite
suspenso da deciso ex ofcio, pois conforme expresso mandamento legal, alu-
dida suspenso, por parte do relator, do cumprimento da deciso somente poder
ocorrer a requerimento do agravante, conforme dico do aludido preceptivo
legal. Alm disso, devem estar presentes, concomitantemente, leso grave e de
difcil reparaoa justificar a suspenso da deciso. Ora, onde est o requeri-mento da parte agravante ? que leso (no alegada) vislumbrou a autoridade
coatora ? A deciso, portanto , alm de manifestamente ilegal, tambm imoti-
vada o que igualmente afronta o preceito constitucional do artigo art. 93, IX.
Ademais, a deciso de suspenso proferida pela autori-
dade coatora nula, contra legeme de carter teratolgico pois, no sendo
caso que reclame urgncia (circunstncia no alegada nem mesmo pelo agravan-
te), nem havendo qualquer leso parte, no poderia ser adotada pela d. relatora
em pleno planto judicirio, quando os prazos estavam suspensos. A Resoluo
71/2009 veda esse tipo de procedimento.
Cumpre assinalar que nem mesmo os pedidos expres-
samente formulados pelo agravante, ou seja: manuteno das cautelares e indis-
ponibilidade de bens dizem respeito ao ora impetrante, exatamente porque no
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houve medida cautelar alguma contra ele no curso da ao civil que o atingisse,
nem mesmo decretao de indisponibilidade de seus bens.
O Ministrio Pblico Federal encontra-se verdadeira-
mente perdido no emaranhado das mais de 23.000 laudas, condensadas em 87
volumes que os autos encerram, pois sups que o ora impetrante Ali Mazloum
tivesse sido alcanado pela indisponibilidade de bens, quando na verdade tal de-
terminao judicial jamais foi lanada contra ele. O agravante parece
no ter l ido o processo, recorreu por recorrer !
Para concluir, v-se, portanto, que o pedido do MPF limi-tou-se a requerer a tutela recursal antecipada e o provimento do agravo para a
confirmao da tutela postulada nos itens anteriores. Vale dizer, itens alusivos
apenas a medidas cautelares e indisponibilidade de bens.
Entretanto, repise-se, a r. deciso atacada neste man-
damus concedeu, sem que houvesse pedido, tutela recursal antecipada. Houve
manifesta violao ao princpio consagrado no art. 515 do Cdigo de Processo
Civil. Nesses casos a jurisprudncia unssona em reconhecer violao ao princ-
pio tantum devolutum quantum appellatum:
Em atendimento ao princpio tantum devolutum quantum appel-
latum, acolhido por nosso sistema processual no artigo 515 do
Cdigo de Processo Civil, no pode o Tribunal de origem alterar
a sentena nos pontos que no foram objeto de insurgncia re-
cursal.(STJ, REsp 1015950, j. 1/12/2009, rel. Min. Sidnei Beneti)
mngua de requerimento formulado, na petio recursal, no
sentido de se apreciar o mrito da demanda, porquanto os re-
correntes pleitearam to somente a anulao do acrdo recor-
rido e o retorno dos autos ao Tribunal de origem, no h comoextrapolar esses limites para, se fosse o caso, aplicar, por ana-
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logia, a regra do art. 515, 3, CPC. Incidncia do princpio do
tantum devolutum quantum appellatum (STJ, RMS 27220, j.
2/3/2010).
Sendo manifesta a inobservncia do aludido princpio,
consagrado no art. 515 do CPC, ora prequestionado, no h como negar a ocor-
rncia de violao a direito lquido e certo da parte estrita observncia dos limi-
tes do pedido recursal.
IV DO PEDIDO DE LIMINAR
Os requisitos da medida liminar, consistentes do fum-
mus boni juris e no periculum in mora, encontram-se perfeitamente delineados
neste mandamus. Em hipteses tais, diante da presena desses requisitos, a ju-
risprudncia, inclusive desse E. Tribunal, unnime acerca da viabilidade de sua
concesso. Nesse sentido:
A anlise de sua presena [periculum in mora] deve ser feita ape-
nas para a concesso ou no da liminar, que nada mais do que um
provimento cautelar do possvel direito do impetrante (TRF/3,
AMS305247, j.25/3/2010, Rel. Des. Marcio Morais).
Para a concesso de liminar em mandado de segurana a lei exige,
cumulativamente, a presena dos requisitos de fundamento relevan-
te (fumus boni iuris) e do periculum in mora. (TRF/3, AI 229277, j.
25/10/2006, Rel. Des. Lazarano Neto).
O deferimento de medida liminar est condicionado presena si-
multnea de dois requisitos: (a) a verossimilhana do direito alega-
do e (b) a existncia de risco associado demora no julgamento dademanda. (STJ, AgRg no MS 9944, j.27/10/2004)
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Com efeito, a manuteno de algum liminarmente no
plo passivo de uma ao, por iniciativa judicial ex officio, sem que tenha havido
pedido recursal cautelar ou principal para tanto, constitui fato denotativo incontes-
tvel do fumus boni juris. Emana do ato atacado, da mesma forma, o inegvel
periculum in mora, na medida em que o nus e as vicissitudes do processo im-
pulsionado ex officio representam grave prejuzo material e moral.
O ato impugnado constitui frontal violao ao due pro-
cess of law na medida em que a Constituio Federal veda o impulso oficial do
juiz para incluso de parte em ao judicial.
Atente-se, novamente, que o MPF recorreu da senten-
a de extino simplesmente com o intuito de dar sobrevida a um processo nati-
morto, deixando de formular pedido, sem impugnar as razoes da sentena, sem
demonstrar que os fatos descritos na inicial seriam tpicos. A d. autoridade impe-
trada no poderia suprir omisses e falhas do agravante, nem permitir ou partici-
par da utilizao do processo como instrumento de punio e perseguio. Nes-
se sentido, observe-se que o MPF no se deu ao trabalho de, ao menos, refutar
em seu recurso a concluso do E. STF (aqui se aplica inteiramente, por ser esta
ao transcrio e cpias das aes penais) exarada no Habeas Corpus86.395,
no qual figurou como paciente o ora impetrante::
No se pode dar curso a ao penal que, a priori, j se sabe invivel. A
transformao do processo penal em instituto de penalizao reveladorade uma viso totalitria, muito comum nos pases do socialismo real, e no
pode ser referendada pelo Judicirio.
Acrescente-se que, em virtude da consabida demora
no julgamento final do mandamus, a denegao da liminar poder resultar em sua
ineficcia, pois at l o processo subjacente poder ter sido julgado.
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Tudo poder levar anos, mantendo-se ilegalmente o
impetrante submetido a um processo manifestamente ilcito.
Por outro lado, nenhum prejuzo advir na hiptese de
eventual e futura denegao do mandamus, na medida em que a ao cvel, co-
mo sabido, no prescreve aps sua propositura.
V DO PEDIDO
Por todo o exposto a Vossa Excelncia, demonstradoseu direito lquido e certo, REQUER o impetrante:
1) O deferimento de MEDIDA LIMINAR, para suspender o ato coator praticado
pela autoridade impetrada nos autos do agravo de instrumento n 0038748-
33.2010.4.03.0000, em curso na 3 Turma deste E. TRF 3 Regio,
ato este consistente na deciso manifestamente extra petita, por-
tanto, ilegal e teratolgica, proferida no dia 22/12/2010, que con-cedeu ex officioantecipao de tutela recursal para MANTER O IM-
PETRANTE (e outros) NO PLO PASSIVO DA AO , medida esta
que no fora objeto de pedido, principal ou cautelar, no mbito do
citado agravo de instrumento.
2) Requer-se a expedio de ofcio (i) Autoridade Coatora sobre o contedo
deste mandamus, para que preste suas informaes, dentro do prazo legal,almde comunicar-lhe, se for o caso, a concesso da medida liminar acima citada,
bem como (i) Unio Federal, atravs de seu procurador, para os
fins do art. 7, II, da Lei 12016/09;
3) Posteriormente, em razo de todo o exposto, seja julgado procedente este
Mandado de Segurana, CONCEDENDO A SEGURANA DEFINITIVA, para:
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(i) anular ato coator praticado pela autoridade impetrada nos autos
do agravo de instrumento n 0038748-33.2010.4.03.0000, em
curso na 3 Turma deste E. TRF 3 Regio, consistente na
deciso manifestamente extra petita, portanto, ilegal e
teratolgica, proferida no dia 22/12/2010, que concedeu ex
officio antecipao de tutela recursal para MANTER O IM-
PETRANTE (e outros) NO PLO PASSIVO DA AO , me-
dida esta que no fora objeto de pedido, principal ou caute-
lar, no mbito do citado agravo de instrumento, sendo de-
terminada a imediata excluso do impetrante do plo passivo
da aludida ao civil publica;
(ii) considerando a flagrante falha da autoridade impetrada quanto
ao Juzo de admissibilidade de recurso inepto, pede-se seja
declarada a inpcia do agravo para no ser conhecido,
como elementar medida de J U S T I A.
4) Requer-se, ainda, a concesso de prioridade no curso da ao,
nos termos do art. 20 da Lei 12016/09.
5) Solicita-se ainda que todas as comunicaes, intimaes e demais atos pro-
cessuais atinentes a este feito, sejam direcionados aos advogados EDUARDO
RIBEIRO DE MENDONA, inscrito na OAB/SP sob o n 24.978, e CECLIA LE-
MOS NOZIMA, inscrita na OAB/SP sob n 254.067, sob pena de nulidade dos
atos praticados sem a observao deste pleito.
Para todos os efeitos legais, os patronos subscritores
do presente mandado de segurana declaram, sob as penas da lei, (i) que as c-
pias simples dos documentos anexas so fiis reprodues dos respectivos origi-
nais e (ii) que a primeira vez que o impetrante postula o pedido deste manda-
musem juzo, bem como no postula ou postulou anteriormente o mesmo pedido
em juzo, consoante exige o Provimento TRF 3 Regio n. 321, de 29/11/2010.
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Atribui-se o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), a ttulo de
custas judiciais e de alada.
So Paulo, 1 de maro de 2011
Eduardo Ribeiro de Mendona
oab/sp n 24.978
George Augusto Lemos Nozima
oab/sp n 162.608