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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO. Prof. Pedro Bonifácio AULA 59 – 18/10/2017 – Direito Tributário MANDADO DE SEGURANÇA PERGUNTAS: É tributo? Vigência da lei? Princípio da Irretroatividade Eficácia da lei? Princípio da Anterioridade Vicio formal? Tese? OBS: Existem dois casos, em que a vigência poderá acontecer, mas a eficácia ainda não: por exemplo, quando cria e quando aumenta o tributo, podendo ter uma lei vigente, mas não eficaz ao devedor. Fora essas duas exceções, toda lei vigente tem eficácia sobre o devedor, desde que ele pratique o FG após a vigência desta lei. Para responder todas as perguntas acima, serão respondidas através do LANÇAMENTO, ou no AUTO DE INFRAÇÃO, daí analisar: Qual foi a motivação do ato; Qual foi a fundamentação legal Após identificada a tese, o próximo passo é analisar o mecanismo processual à trabalhar. Então analisar: A URGÊNCIA;

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO.

Prof. Pedro Bonifácio

AULA 59 – 18/10/2017 – Direito Tributário

MANDADO DE SEGURANÇA

PERGUNTAS:

É tributo?

Vigência da lei? Princípio da Irretroatividade

Eficácia da lei? Princípio da Anterioridade

Vicio formal?

Tese?

OBS: Existem dois casos, em que a vigência poderá acontecer, mas a eficácia ainda não: por exemplo, quando cria e quando aumenta o tributo, podendo ter uma lei vigente, mas não eficaz ao devedor. Fora essas duas exceções, toda lei vigente tem eficácia sobre o devedor, desde que ele pratique o FG após a vigência desta lei.

Para responder todas as perguntas acima, serão respondidas através do LANÇAMENTO, ou no AUTO DE INFRAÇÃO, daí analisar:

Qual foi a motivação do ato;

Qual foi a fundamentação legal

Após identificada a tese, o próximo passo é analisar o mecanismo processual à trabalhar.

Então analisar:

A URGÊNCIA;

O RISCO: processual e financeiro.

Cliente: Fernando Santos

Caso: Arrolamento de Bens

Motivo: Omissão de Receita IRPF

Status atual: Processo Administrativo pendente

MS: Individual ou Coletivo

Art. 5º, LXIX CF e a Lei 12.016/09

O individual o seu efeito é entre as partes

E o coletivo o seu efeito a todos os representados

Prazo de 120 dias corridos (dias úteis são para prazos processuais).

Súmula 625 – STF. “Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de

mandado de segurança.”

É possível impetrar MS quando a matéria for de DIREITO.

É CONSTITUCIONAL O PRAZO DE 120 DIAS DO MS?

A corrente doutrinária defende que se não impetrar o MS no prazo de 120 dias, é possível uma ingressar com uma Ação ANULATÓRIA, por exemplo, portanto, não está havendo uma restrição de buscar a justiça.

O prazo de 120 dias é decadencial, e da ciência do ato coator – art. 23 da Lei 12.016/09.

Súmula 632 – STF. “É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a

impetração de mandado de segurança.”

A impetração do MS COLETIVO, não precisa da autorização dos associados:

Súmula 629 – STF. “Impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de

classe em favor dos associados independe da autorização destes.

Partido Político pode apresentar defesa por MS para defesa dos

contribuintes?

Partido Político não pode impetrar MS para defesa dos contribuintes, pois, não se pode impetrar MS contra lei em tese.

Súmula 266 – STF. “Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.”

O Partido Político poderia impetrar com um MS COLETIVO se fosse para defender seus filiados.

No caso de estudo, trata-se de MS INDIVIDUAL.

Qual o critério para identificar qual JUSTIÇA ingressar? FEDERAL ou ESTADUAL?

As PARTES, neste caso o AUTOR é o FERNANDO e o RÉU é a UNIÃO, portanto, neste caso, trata-se de JUSTIÇA FEDERAL.

Qual VARA DA JUSTIÇA FEDERAL?

Será a de domicilio do autor da ação - art. 109 § 2º CF. As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor,

naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

O § 1º deste mesmo artigo, estabelece que se a UNIÃO for AUTORA, aí será no domicílio do réu: § 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária

onde tiver domicílio a outra parte.

Impetrado o MS, o juiz pode:

INDEFERIR: Cabe Apelação – art. 1009 CPC

ACEITAR: citar parte

→ APELAÇÃO – art. 1009 CPC/15

União→ cientificar

→CITAR PARTE:

↓ Autoridade Coatora →MP citado (10 dias)

Conclusos ao juízo

(30 (30 dias) – prazo impróprio

ATT: A autoridade coatora irá prestar as informações em 10 dias, sendo que o MP também tem 10 dias para se manifestar.

ATT: Quando for impetrado MS em vara superior, como no TRF, STJ ou STF, contra o INDEFERIMENTO, cabe AGRAVO DE INSTRUMENTO no mesmo tribunal.

MS

INDEFERIR

ACEITAR

Medida

Liminar

Fumus Boni

Iuris

Periculum in

mora

Indeferimento

Agravo de

Instrumento

NÃO CABE MEDIDA LIMINAR:

* Compensação Tributária

* Bens origem do Exterior

Art. 7º § 2º Lei 12.016/09

SENTENÇA

CASO...

A Empresa “Aymoré Ltda” ingressa com pedido administrativo para realizar a

compensação de créditos tributários em razão do pagamento em duplicidade de

algumas guias de pagamento de PIS e COFINS.

O período corresponde aos meses de março e abril de 2017, porém o erro foi

identificado pela equipe responsável apenas nesta data. O contribuinte ingressou

com Pedido Administrativo que lhe foi negado.

Busca uma forma mais rápida para que a compensação possa ser aplicada, pois

passa por dificuldades financeiras, e não conseguirá arcar com suas obrigações

tributárias nos próximos meses, e por isso tem dúvida se é melhor recorrer

administrativamente ou judicialmente.

É possível impetrar MS, mas sem MEDIDA LIMINAR, pois, trata-se de COMPENSAÇÃO.

Porém, o MS só declara o DIREITO, pois, de acordo com a SUM 269 STF, o MS não substitui a ação de cobrança.

Súmula 269 – STF. “O mandado de segurança não é substitutivo de ação de

cobrança.”

Desta forma, quando o juiz sentenciar DECLARANDO o DIREITO, será preciso entrar com AÇÃO DE REPETIÇÃO INDÉBITO.

Súmula 213 – STJ. “O mandado de segurança constitui ação adequada para a

declaração do direito à compensação tributária.”

O MS Não compensa, apenas declara o direito.

No caso o MS é contra o arrolamento.

No presente caso a prova documental (A.R.) está em possa da Fazenda, como

apresentar para provar o vício formal?

No próprio MS pedir ao juiz ordenar a Fazenda Pública para apresentar a notificação:

Art. 6, §1º Lei MS 12.016/09. No caso em que o documento necessário à prova do

alegado se ache em repartição ou estabelecimento público ou em poder de

autoridade (...)o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse

documento em original ou em cópia autêntica e marcará, para o cumprimento da

ordem, o prazo de 10 (dez) dias.

Art. 5º Lei MS 12.016/09. Não se concederá mandado de segurança quando se

tratar:

I - De ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,

independentemente de caução;

II - De decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;

Não se concede MS quando há recurso administrativo com efeito suspensivo.

Súmula 429 – STF. “A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo

não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.”

Casos em que há uma demora excessivo no julgamento do recurso administrativo.

Art. 12 Lei MS 12.016/09. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art.

7o desta Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro

do prazo improrrogável de 10 (dez) dias.

Findo o prazo do MP, o juiz proferirá a sentença.

CASO...

Considerando que no caso da empresa “Aymoré Ltda” tenha se escolhido a ação

judicial para compensação do crédito tributário, a empresa deseja requerer o pedido

de Medida Liminar, porém sem que sua negativa possa representar prejuízo

posterior.

A – Pode se pedir Medida Liminar?

Não, visto que a compensação em Medida Liminar – art. 7 § 2 da Lei 12.016/09.

B – Caso seja concedida a Liminar e posteriormente negada a Segurança, qual a

extensão dos efeitos, e a quem compete o ônus?

Retroage os efeitos da decisão contrária – sum.405 STF

Súmula 405 – STF. “Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no

julgamento do agravo, dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida,

retroagindo os efeitos da decisão contrária.”

ESTRUTARA BÁSICA DE UM MS

Observar o art. 319 do CPC/15, para fazer uma Petição Inicial

Art. 319 CPC/15. A petição inicial indicará:

I - O juízo a que é dirigida; (endereçamento)

II - Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão,

o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da

Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;

III - O fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

Endereçamento

PreâmbuloFatos

DireitoMedida Liminar

Pedidos

IV - O pedido com as suas especificações;

V - O valor da causa;

VI - As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;

VII - A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de

mediação.

De acordo com o CPC a Citação é o chamamento do réu a participar do processo.

Já a Notificação é a ciência do ato.

Já a Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo.

MODELO... J.F

→ ENDERAÇAMENTO: Vara Especial

→ FATOS J.E

Vara Cível

→ DIREITO:

1. Ausência de notificação

i. Letra de Lei

ii. Explicação + doutrina (se houver)

iii. Jurisprudência que confirma o vício formal (TRF/STJ/STF) (...)

2. Celeridade no processo

3. Cerceamento de defesa

→ PEDIDOS: certos e determinados

VEJA ABAIXO UM MODELO:

Art. 11 Lei 9.289/96. Os depósitos de pedras e metais preciosos e de quantias em

dinheiro e a amortização ou liquidação de dívida ativa serão recolhidos, sob

responsabilidade da parte, diretamente na Caixa Econômica Federal, ou, na sua

inexistência no local, em outro banco oficial, os quais manterão guias próprias para

tal finalidade.

Na Ação Inicial pode-se pedir o depósito ao juiz à respeito de certos pedidos, contudo, o juiz, não precisa autorizar este depósito, de acordo com o art. 11 da Lei 9.289/96, é possível fazer o depósito diretamente na CAIXA ECONOMICA FEDERAL, só precisaria da autorização do juiz em caso de CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO.

MODELO DE EXTRATO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO, para demonstrar a demora:

BONS ESTUDOS!!!

MONITORIA: CRISTINA CASARES