management contribuições de winnicott para a clínica

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Management: contribuições para o fazer clínico1 Por Hélia Borges2 A proposta deste artigo é refletir sobre o fazer analítico, sobre a clínica a partir do conceito de management, conceito elaborado por Winnicott, como contribuição fundamental para o desenvolvimento da teoria e da técnica psicanalíticas. Ressaltando que o processo de maternagem, desde tal perspectiva nos revela, enquanto psicanalistas, a qualidade de um fazer clínico que nos oferece maior elasticidade para lidarmos com as problemáticas que emergem no mundo contemporâneo. Ao longo de seus escritos, para além de um entendimento racionalizado, este autor nos convoca para uma aproximação da psicanálise atravessada por outros modos cognitivos como, por exemplo, pela experiência estética vivida através das afecções que se estabelecem na leitura de seus textos. Estimulando o corpo sensível para apreensão dos conceitos, Winnicott nos permite uma compreensão mais acurada de comportamentos e sintomas que por vezes são incompreensíveis em uma leitura feita a partir dos domínios da psicanálise clássica. Deste modo, cria uma abertura para novas possibilidades de contato e ação clínica. Winnicott propôs inúmeras idéias em que, na própria constituição destas, é privilegiado o desvio de uma normatização do saber psicanalítico, embora muitos seguidores tenham visto e deduzido de seus escritos construções normativas. Suas construções conceituais, pelo contrário, estavam sempre buscando afirmar a singularidade dos encontros, revelando que para cada díade mãe-bebê as ações decorrentes eram únicas, pois se inscreveriam nas experiências suscitadas pelos ritmos e movimentos de cada corpo, em suas particulares excitabilidades, nas formas como se manifestam as forças de cada um. A ideia de ambiente colocou em cena a importância fundamental das questões culturais na constituição da subjetividade. Winnicott participou ativamente dos problemas causados pela Segunda Guerra Mundial, não só discutindo os efeitos devastadores nas formações subjetivas, fossem adultos ou crianças, mas dentro da própria sociedade psicanalítica, frente às disputas teóricas que se faziam entre os analistas, “adversários irredutíveis, esses Capuleto e Montéquio” (PONTALIS, 1991, p. 121), a partir dos achados M. Klein e Anna Freud. Esse autor (WINNICOTT, 1990) marcava a importância de que teorias contraditórias pudessem conviver juntas. Desnecessário dizer que é o impedimento ao reconhecimento do outro, que instituem os sistemas totalitários, produzindo seus massacres homogeneizantes. Em carta escrita a Sra. Klein em novembro de 1952, Winnicott (1990, p. 30-32) evidencia o importante fato de se ter em conta, na transmissão de um pensamento, a ideia de que a língua perde sua vivacidade – característica do pensamento singular que se faz em segredo – ao ser partilhado pela comunidade, pois, ao se tornar, ao ser partilhado, senso comum transforma-se em língua morta. Esta clareza do lugar do desaparecimento do discurso e a vivacidade da língua revela um pensador que se ocupa da tirania do saber inscrito nas subjetividades, denunciando a estrutura que se formava na sociedade britânica de psicanálise através do fenômeno denominado kleinianismo. Não estamos muito longe dos dias atuais, pois este fenômeno continua e continuará a existir para além do kleinianismo. 1

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Artigo muito bom da psicanalista Hélia Borges sobre conceitos de winnicott

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  • Management: contribuies para o fazer clnico1 Por Hlia Borges2

    A proposta deste artigo refletir sobre o fazer analtico, sobre a clnica a partir do conceitode management, conceito elaborado por Winnicott, como contribuio fundamental para odesenvolvimento da teoria e da tcnica psicanalticas. Ressaltando que o processo dematernagem, desde tal perspectiva nos revela, enquanto psicanalistas, a qualidade de umfazer clnico que nos oferece maior elasticidade para lidarmos com as problemticas queemergem no mundo contemporneo.

    Ao longo de seus escritos, para alm de um entendimento racionalizado, este autor nosconvoca para uma aproximao da psicanlise atravessada por outros modos cognitivoscomo, por exemplo, pela experincia esttica vivida atravs das afeces que se estabelecemna leitura de seus textos. Estimulando o corpo sensvel para apreenso dos conceitos,Winnicott nos permite uma compreenso mais acurada de comportamentos e sintomas quepor vezes so incompreensveis em uma leitura feita a partir dos domnios da psicanliseclssica. Deste modo, cria uma abertura para novas possibilidades de contato e ao clnica.

    Winnicott props inmeras idias em que, na prpria constituio destas, privilegiado odesvio de uma normatizao do saber psicanaltico, embora muitos seguidores tenham vistoe deduzido de seus escritos construes normativas. Suas construes conceituais, pelocontrrio, estavam sempre buscando afirmar a singularidade dos encontros, revelando quepara cada dade me-beb as aes decorrentes eram nicas, pois se inscreveriam nasexperincias suscitadas pelos ritmos e movimentos de cada corpo, em suas particularesexcitabilidades, nas formas como se manifestam as foras de cada um.

    A ideia de ambiente colocou em cena a importncia fundamental das questes culturais naconstituio da subjetividade. Winnicott participou ativamente dos problemas causados pelaSegunda Guerra Mundial, no s discutindo os efeitos devastadores nas formaessubjetivas, fossem adultos ou crianas, mas dentro da prpria sociedade psicanaltica, frentes disputas tericas que se faziam entre os analistas, adversrios irredutveis, essesCapuleto e Montquio (PONTALIS, 1991, p. 121), a partir dos achados M. Klein e AnnaFreud. Esse autor (WINNICOTT, 1990) marcava a importncia de que teorias contraditriaspudessem conviver juntas. Desnecessrio dizer que o impedimento ao reconhecimento dooutro, que instituem os sistemas totalitrios, produzindo seus massacres homogeneizantes.

    Em carta escrita a Sra. Klein em novembro de 1952, Winnicott (1990, p. 30-32) evidenciao importante fato de se ter em conta, na transmisso de um pensamento, a ideia de que alngua perde sua vivacidade caracterstica do pensamento singular que se faz em segredo ao ser partilhado pela comunidade, pois, ao se tornar, ao ser partilhado, senso comumtransforma-se em lngua morta. Esta clareza do lugar do desaparecimento do discurso e avivacidade da lngua revela um pensador que se ocupa da tirania do saber inscrito nassubjetividades, denunciando a estrutura que se formava na sociedade britnica depsicanlise atravs do fenmeno denominado kleinianismo. No estamos muito longe dosdias atuais, pois este fenmeno continua e continuar a existir para alm do kleinianismo.

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  • Escreve ele a M. Klein:

    Estou preocupado com esta estrutura que poderia chamar de Kleiniana, que acredito ser oreal perigo para a difuso de seu trabalho. Suas ideias s vivero na medida em que foremredescobertas e reformuladas por pessoas originais, dentro e fora do movimentopsicanaltico. [...] Todo trabalhador original precisa de um crculo seleto, onde possa estar aoabrigo das controvrsias e no qual possa se sentir vontade. O problema, porm, que ocrculo desenvolve um sistema baseado na defesa da posio conquistada pelo trabalhadororiginal, neste caso, voc mesma. Freud, creio eu, percebeu este perigo. Voc a nica quepode destruir esta linguagem chamada doutrina kleiniana, ou kleinianismo [...]. Se voc nodestru-la, ento este fenmeno artificialmente integrado tem que ser atacadodestrutivamente. Ele convida ao ataque [...]. (WINNICOTT, 1990, p. 31).

    Tanto a questo do poder do significante, quanto aos construtos tericos sobre osprocessos subjetivos vividos nos estados afetivos como foras intensivas, j esto aaludidos. Aponta, ao falar do convite ao ataque, com muita pertinncia, para a manifestaode fora opositora destrutiva quando algo que se torna paralisado ou fixado no sedesconstri em uma ao necessria. Assim, a originalidade vista por ele como algo quemarca sua prpria destruio na constituio transformada por novos agenciamentos. Estedescontnuo-contnuo nos remete questo do paradoxo que foi desenvolvido em muitas desuas temticas, resultando na ideia de que um processo de anlise no algo que caminhepara uma cura, mas para a produo de possibilidades em sustentar a vida na suacomplexidade paradoxal.

    Segundo Pontalis (1991), Winnicott, com sua construo conceitual, aproxima o saberanaltico desta propriedade fundamental que a apreenso das singulares manifestaes dasrelaes de objeto realizadas pelo sujeito, em suas aes no mundo. O autor ressalta,tambm, que no processo de vir-a-ser este outro que se institui na alteridade e que denominame um banho de palavras, so olhares, sorrisos, contatos, braos que amparam o quese chama, na falta de melhor coisa, ambiente (PONTALIS, 1991, p. 117). Essa afirmaonos coloca frente no s dimenso da singularidade, mas tambm para a dimensonecessria da ao, da estesia, da corporeidade na experincia primria constituda naafeco com o mundo.

    Deleuze, em seu texto o O pensamento nmade (1985), nos diz que:

    [...] um psicanalista como Winnicott mantm-se realmente no limite da psicanlise [...].H um momento em que no se trata mais de traduzir, de interpretar, de traduzir emfantasmas, interpretar em significantes, no, no isto. H um momento em que sernecessrio partilhar, preciso colocar-se em sintonia com o paciente, preciso ir at ele,partilhar seu estado. (DELEUZE, 1985, p. 59-60).

    A ideia de um fazer analtico que se coloca no limite da psicanlise traz de volta umaclnica e, naturalmente, um pensamento caractersticos de seu modo de ser inaugural, umsaber que acontece nas suas bordas a partir de reflexes transgressivas lgica dominante.

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  • Dentro desta proposio que localizamos as contribuies desse autor. A ideia poderconstruir com suas elaboraes conceituais uma ponte para pensar a constituio subjetivaapoiada no que escapa a uma visibilidade, ao redutor universo significante.

    No artigo Preocupao materna primria (1956/1978) Winnicott nos convida a refletirsobre sua construo inovadora a respeito da posio do analista. Buscando referenci-lanos parmetros encontrados a partir de suas observaes da dade me - bebe, atravs doprocesso de maternagem exercida nos primeiros estgios do desenvolvimento do infante, oautor prope a ideia de management como corolrio de uma ao pautada em variaestcnicas e disponibilidade subjetiva para ir ao encontro das necessidades do paciente.

    As pesquisas winnicottianas referidas s condies psquicas da me se assemelham ideia de Ferenczi, que, ao falar do amor (LORIN, 1983), sugere que o encontro amoroso um encontro psictico possvel, onde o psiquismo de um se abriria ao psiquismo do outro.Nessa interao ocorreria a construo do espao potencial de vida.

    Winnicott, seguindo os passos inaugurais de Ferenczi (1988), nos conduz a uma reflexosobre figura materna em que, numa perspectiva espao-temporal, poder ajudar odesenvolvimento de seu beb, atravs do dispositivo da psicose, como condio pararealizar o que denomina preocupao materna primria. Esta tarefa se realizaria por umaumento da sensibilidade, gradualmente perdido medida que a criana se desenvolve. Esteaumento teria a funo de acompanhar o beb nas suas necessidades bsicas, no seu ritmo.

    Somente quando possui sensibilidade do tipo de que estou descrevendo que uma mepode sentir como se estivesse no lugar do beb e deste modo responder s necessidades dobeb. Estas so inicialmente necessidades corporais e gradualmente tornam-se necessidadesdo ego, medida que, a partir da elaborao imaginativa da experincia fsica, surge apsicologia. (WINNICOTT, 1978, p. 496).

    Assim, podemos pensar esta disfuno, caracterstica da capacidade psquica materna aose ocupar da construo de um outro, como algo que estaria disposio para ser vivido e,assim, viabilizar a qualidade de intimidade no encontro com o outro. E esta abertura para ooutro, a ativao de um estado deiscente, que possibilitar em ltima instncia opensamento, como criao. Pois esta abertura uma realizao ativa do ambiente ao novo.Esta caracterstica se torna uma experincia que inocula na subjetividade do beb umaforma de existncia que pode ser evocada pelos sentidos, na troca com o mundo. Mas estacapacidade inventiva se paralisaria, segundo Winnicott, se o ambiente em torno do psique-soma recm-formado (WINNICOTT, 1978, p. 409-425) se posicionasse de forma hostil,produzindo neste uma reao, perturbando a continuidade de existncia do ser.

    A presena deste outro que se chama me s pode ser experienciada por algum quesustenta viver a experincia dos estados no-integrados, tornando-se, deste modo, receptivos experimentaes do beb. So trs as funes da maternagem: o handling: o modo comoo beb manuseado; o holding: a sustentao e acolhimento; e a apresentao de objeto quese caracteriza como ato de inaugurao do pensamento, atravs do processo de descoberta-criao.

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  • Os cuidados dispensados ao beb atestam a forma movente e interativa em que seconstitui a subjetivao que se realiza na corporeidade. No processo de erotizao, asafeces vividas no corpo so experimentadas pouco a pouco pelo beb atravs do manuseioque, partindo da onipotncia primria atravs da realizao no e com o mundo, capaz de sediferenciar, via apropriao de um corpo que se constitui na transicionalidade.

    A capacitao ao pensamento que principiada pelo trabalho realizado pela me naapresentao do objeto ser transformada, atravs do brincar, via fenmenos transicionais,na experimentao materializada que possibilita o trnsito de ideias, imagens, rudos eoutros moventes pela ao rtmica das vivncias, desenvolvendo, assim, o processo deautonomia do pensamento. Esse processo de autonomizao ir possibilitar crianaconquistar, ao fim e ao cabo, o que Winnicott denomina consern. O termo tem sidotraduzido por preocupao, mas importante frisar que esta capacidade, mais que referida culpa, est localizada na constatao subjetivada do direito de existir com seus segredos e,por consequncia, de ser capaz de se ocupar do outro. Para esse autor, a conquista destacapacidade est diretamente relacionada condio de manter um corpo erotizado onde opensamento tem autonomia e, portanto, pode construir espaos ntimos, o que se concretizae se desenvolve sustentando a abertura para as afeces propiciadas pelo entorno.

    Esse processo se realizar, para Winnicott, atravs do espao de iluso, oriundo dasprimeiras experincias de descoberta do mundo. A conquista deste espao ir favorecer arealizao da transicionalidade. Este conceito se articula com a experincia de posse do no-eu. A partir do brincar, nas dobraduras do corpo, pelo autoerotismo, que o beb poder seseparar e perder os objetos primrios de investimento e lidar com o que se coloca comorealizvel, ou seja, lidar com a realidade. Esta capacidade ser propiciada pela condio detemporalizao que se estabelece na experincia de continuar a existir no tempo, na qual obeb capaz de se perceber continuar existindo apesar da ausncia do objeto e isto seconstri atravs, primeiramente, da confiana bsica decorrente dos primeiros cuidadosmaternos e, posteriormente, pelo fenmeno transicional.

    Os primeiros cuidados maternos, ou manejo como tradicionalmente traduzido o termomanegement, se descreve a partir da ideia do manuseio, porm na busca por seus sentidos,encontramos como traduo e sinonmia a conotao de manobra, de gesto que nos parecemais adequada aos construtos winnicottianos. Estes termos nos trazem a ideia de variao ede desvios que esto implcitos nas aes de cuidado materno, posto que, tais cuidados - quese desenvolvem no tempo, se configuram a medida dos acontecimentos ocorridos na vida dobebe.

    Referindo-se ao processo de construo de uma escuta analtica que se sustente nestefazer materno, Winnicott em seu texto Preocupao materna primria nos diz dasofisticao deste processo, assim como da dificuldade em nos aproximarmos destedesconhecido e temido ser mulher, ser materno de todos ns:

    Na verdade, um reconhecimento da dependncia absoluta com relao me, e de suacapacidade para sentir a preocupao materna primria, ou como queira cham-la, algo

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  • que pertence a uma extrema sofisticao e a um estdio, nem sempre atingido por adultos. Ofracasso geral do reconhecimento da dependncia absoluta existente no incio contribuimuito para o medo de MULHER, sentido por homens e mulheres. (WINNICOTT, 1978 p.497)

    Faz, deste modo, em relao ao trabalho clnico, um apelo fibra maternal que todo ser homem ou mulher- traz em si, pois, via esta capacidade de aproximao do campo deafetao do feminino, que podemos compreender o que e como o outro recebe e expressaseu mundo.

    Assim, s uma empatia comparvel da me na relao com seu bebe permite umacomunicao mais discreta como so os sinais emitidos por um lactente. Dentro destaperspectiva um ato analtico passa a requerer alm de sua experincia, sua qualidadehumana, sua arte e um movimento em direo ao outro no reconhecimento de sua diferena,na medida em que solicita, entre outras coisas, uma abertura em direo ao outro, umencontro psictico possvel - como apontado por Ferenczi, como condio de receptividadenecessria aos processos primrios do desenvolvimento.

    A partir desta proposio, podemos dizer que, Winnicott, ao libertar o psicanalista de suainrcia formalista cria um encontro vivo no qual se entreve as foras, a processualidade.Neste sentido o fazer clnico se aproxima de um fazer esttico possibilitando um contatocom o outro a partir dos afetos que so to cambiantes quanto multiplicidade varivel queconstitui a alteridade. Este conjunto de afetos forma uma realidade sensvel, corprea,mutvel, pois esto sempre em transito com as coisas do mundo e, pelos atravessamentosvividos, deslocam-se incessantemente os territrios, criando novos percursos subjetivos.

    REFERENCIAS

    WINNICOTT, D, Da Pediatria a Psicanlise. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1978.

    ______. O Gesto espontneo. So Paulo. Martins Fontes, 1990.

    TUSTIN, F., Barreiras autistas em pacientes neurticos, Porto Alegre, Artes Mdicas,1990.

    PONTALIS, J-B. Perder de Vista. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor, 1991.

    LORIN, C., Le Jeune Ferenczi. Paris: Aubier Montaigne, 1983.

    FERENCZI, S., Escritos Psicanalticos 1909 1933. Rio de Janeiro: Taurus, 1988.

    DELEUZE, G. Pensamento Nmade. In Nietzsche Hoje? Scarlett Marton (org). SoPaulo: Brasiliense, 1985. p. 56-76.

    1 Trabajo presentado en el XX Encuentro Latinoamericano sobre el pensamiento de D.W.

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  • Winnicott , 4 y 5 de noviembre 2011, Montevideo, Uruguay.

    2 Psicanalista. Doutora em Sade Coletiva IMS/UERJ. Professora da Graduao e da Ps-Graduao da Faculdade Angel Vianna. RJ/Brasil. E-mail: [email protected]

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