9220 d w winnicott - tudo começa em casa

142
7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 1/142 =i0=5=3==rlspc=pace180=ine=rkrule=e==ltcl==20=====D. W Winnicott =20TUDO COMEÇA EM CASA ==54Traduçao = = PÁ ULO SANDLER = ==54N123?7 = =77054 Martins=20=Fontes=id7677054 ==54 São Pauío 1999 =20 ==27 Esta obra foi publicada origina/mente eminglês =como =titulo= HOME=IS=0527WIIEREWESTARTFROM =20Copos rghr ©LheWinnrr ris! 7,uss, /986, assar es dear ordr, crus = =Mar/ç ==27 Pare oro,, =20Copo, ighr ©Lirruria Marrrns Fontes Edisrrra Lida Sao Paulo, =1989, para apsesense edrçao. = =20 = =54 O= = ediçao = =54 junhori,’ ) 989 = =3’ ediçan ==54 Ir = Jr,rrr, = =20 == Traduçao = =PAULO SA\DLLR ==20 ==Revisan gráfica ==54 Isabel CristinadeMeio Rrrdrrguer  Ana Marra de Olheira Mondes =Barhrrra=20 = =Produçfao gráfica ==54 Gera/doAlter =Paginaçao/Fotolitos ==54 Sradr,r =3 = =54 Desenvolrrmensr, Ed,turrral = ==20(6957 76531 = =20 == Dada. = =Internacionais ==de =Catalogaçao = =na =Publicaçáo =ICIP) (Ceunara Brasileira do Livro ==SP, Brasil) =W,nnicott. Donaid = =W, == 5896 1971 =!u"o == começarir, casa= =54 / =0W. W,nnicoti tradução Paulrs Sandice. = =3# c" S$o = Paulo = = Maolnr, = =Fonte! =1%%% &Psi,oio'ia e pe"a'o'ia) ==20 == Titulo ,sngsnal: 1-tome is where we slaei frour. ISBN115.536=1150-1 =20

Upload: thais-aguilar

Post on 13-Jan-2016

158 views

Category:

Documents


62 download

DESCRIPTION

Livro tudo começa em casa

TRANSCRIPT

Page 1: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 1/142

=i0=5=3==rlspc=pace180=ine=rkrule=e==ltcl==20=====D. WWinnicott

=20TUDO COMEÇA EM CASA==54 Traduçao == PÁ ULO SANDLER

===54 N123?7

==77054

Martins=20=Fontes=id7677054

==54 São Pauío 1999

=20

==27 Esta obra foi publicada origina/mente em inglês =com o =titulo=HOME =IS=0527 WIIERE WE START FROM

=20Copos rghr © Lhe Winnrr ris! 7,uss, /986, assar es de ar ordr, crus ==Mar/ç ==27 Pare oro,,

=20Copo, ighr © Lirruria Marrrns Fontes Edisrrra Lida

Sao Paulo, =1989, para apsesense edrçao. ==20

==54 O == ediçao==54 junho ri,’ ) 989==3’ ediçan

==54 Ir= Jr,rrr, ==20

== Traduçao==PAULO SA\DLLR ==20

==Revisan gráfica

==54 Isabel Cristina de Meio Rrrdrrguer

 Ana Marra de Olheira Mondes =Barhrrra=20

==Produçfao gráfica

==54 Gera/do Alter=Paginaçao/Fotolitos

==54 Sradr,r=3 ==54 Desenvolrrmensr, Ed,turrral ===20(6957 76531 =

=20== Dada. ==Internacionais ==de=Catalogaçao ==na =Publicaçáo =ICIP)

(Ceunara Brasileira do Livro ==SP, Brasil)=W,nnicott. Donaid ==W, == 5896 1971=!u"o == começa rir, casa ==54 /=0W. W,nnicoti tradução Paulrs Sandice.

==3# c" S$o= Paulo == Maolnr, ==Fonte! =1%%% &Psi,oio'ia e pe"a'o'ia) ==20

== Titulo ,sngsnal: 1-tome is where we slaei frour.ISBN 115.536 =1150-1=20

Page 2: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 2/142

== 1.Ciências sociais Discursos, ensaios, conterências 2. Famil,a ===54 5.=Psicanalise Aspectos sociais 4. Psicologia patologica 5. Psicologia =social 1. Titulo. II Série. ==20

== Índices ==54 para catálogo sistematico:=- Sociedade familia : Interação social 3022. Sociedade =tndssiduo Interação social 302

3. Psicologia infantil 302=20

==54 Todos os direilos paro a lingua prursuguesa rese, rados ==54 ri=Livraria Margina Foni! E"iiora Li"a.==54 Rues Conselhei,’cr Ramalho, 330/340=2001325-000 Sao Paulo SP Brasil

7W. (11)239-3677 Fax (11)3105-6867 =

e-moi); info(a mar!insfonles.om

htlp://wwrl’=.mcsrlinsfonles.rom ==20

==4 1 =20

== 99 4079 =20

=20

====#n"ic=Pr$%cio &' Agra"ci(nto! '& P!ican%)i! =ci*ncia+ a(iga! o, -arnt! '&&& PR&ME&RA PARTE=Sa/""ona 1O =conceito de indivíduo saudável ==

=Vivendo de modo criativo !==Su(eusou =31==O conceito de "also ==sel* =4==O valor da de#ress$o %&

 A'ress$o( cul#a e re#araç$o =56==A delin)*+ncia como sinal de es#erança =71==,i#os de #sicotera#ia == 6=20==Acura -.%

== SE8UNDA PARTE A $a(9)ia 114 A =contriuiç$o da m$e #ara a sociedade --0

 A criança no ='ru#o "amiliar -!O a#rendi1ado in"antil -!0

 A imaturidade =do adolescente =134 =20

== TERCE&RA PARTE R$):;! !o<r a !oci"a" 154O ==#ensar e o inconsciente -20

=O ==#reço de desconsiderar == a =#es)uisa #sicanalítica == 11==.3ste "eminismo == 17==A#ílulaeaLua -&0

 Discuss$o dos o4etivos da 'uerra -%

Page 3: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 3/142

=Os muros de 5erlim &

 A lierdade !0

 Al'umas re"le67es =sore o si'n"lcado da #alavra

8democracia9 :&

O lu'ar =da monar)uia 0! ==20

=+ =lar nosso ponto "e parti"a ==- ==20(e"i"a .ue cresce(os+ (un"o se torna (ais estran/o, (ais =co(pleos os pa"rese (orrer e ier 4$o o (o(ento =intensoIsola"o, se( antes ne( "epoisas u(a i"a ar"en"o =e( ca"a (o(ento

! S; ==67I0!, 6ast 9oker:, ==.<our uartets ==20

==p1===20

=====20

=20

====Pr$%cio=;uan"o onal" Winnicott (orreu, e( 1%<1, "eiou (ais ou (enos oitenta =arti'os in"itosl( "esses, /aia outros, publica"os e( liros =e reistas .ue >á =se =tornara( "i*iceis "eencontrar esses "ois 'rupos etraiu?se a (aior =parte "o presente olu(e, (as, @ (e"i"a .ue asseçes to(aa( *or(a, al'uns arti'os "os liros "e =Winnicott *ora( acrescenta"os, @ 'uisa "e*ec/o &+s "etal/es "as =publicaçes ori'inais po"e( ser encontra"os nos 'ra"eci(entos) =+ prAprio Winnicott plane>aa *aer noas coletCneas "e seus trabal/osD se =pu"esse *aE?lo, i(proáel .ue a seleç$o e o arran>o ="o (aterial *osse( i'uais aos "esta co(pilaç$o seleç$o,=portanto, "e nossa responsabili"a"e, e so(os 'ratos a Fobert !o" por sua a>u"a =nas etapasiniciais e"iç$o "os trabal/os in"itos *oi, =proposital(ente, (Gni(a (es(o por.ue i(a'ina(os.ue Winnicott =proael(ente tE?los?ia (el/ora"o antes "e apresentá?los ao pHblico+ =princGpio a .ue obe"ece(os na seleç$o "os arti'os *oi a =a(plitu"e "e interesses e preocupaçes ;uase to"os era( palestras =e con*erEncias, pois Winnicott 'ostaa "e aten"er a pe"i"os para *alar a =platias a(plas e aria"as + resulta"o u( liro no .ual as =i"ias e oste(as @s ees se repete(D espera(os .ue, apesar ="isso, eles "e(onstre( a pro*un"i"a"e "e sua=20

==______ ______ ______ ==,udo começa em casa

=conicç$o "e .ue a estrutura "a socie"a"e re*lete a naturea "o =in"iG"uo e "a *a(Glia, e ta(b("e(onstre( o a'u"o senso "e responsabili"a"e "e seu autor pela =socie"a"e especG*ica na .ual ieu6spera(os ain"a .ue o liro =a'ra"e ao leitor ==—al'o =.ue Winnicott teria "ese>a"o "e (o"o especial97F6 W7rnco!! =F# S6PJ6F676I46 KIS=Londres( "evereiro de -&>! ==20

==p1===20

=====20

=20

===O =conceito de indivíduo saudável =20

==Palestra proferida na Royal Medico-Psychological Association, =Psychotherapyand Social Psychiatry Section, 8 de março de 196 =20

Page 4: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 4/142

==Preliminares ==20

Usamos as palavras “normal” e “saudável” quando nos =referimos a pessoas, eprovavelmente sabemos o que queremos dizer. De =tempos em tempos pode serproveitoso tentar explicitar o que queremos =dizer sob o risco de dizer o !bvioou de descobrir que n"o con#ecemos a resposta. $e%a lá como =for, nosso pontode vista se modifica atrav&s das d&cadas, de modo =que uma afirma'"o queservia para os anos (0 pode ser quase =in)til nos anos *0.+"o vou come'ar citando outros autores que abordaram oassunto. ermitam-me =dizer de sada que a maioria de meus conceitos derivados de /reud. =spero n"o incidir no erro de pensar que se pode avaliar um #omem ou umamul#er =sem levar em conta seu lu1ar na sociedade. maturidade individual=implica movimento em dire'"o 3 independ4ncia, mas n"o =existe essa coisac#amada “independ4ncia”. $eria nocivo para a sa)de o fato de um indivduo ficar=isolado a ponto de se sentir independente e invulnerável. $e essa =pessoa estáviva, sem d)vida #á depend4ncia5 Depend4ncia =da enfermeira de um sanat!rioou da famlia.+o entan=to, =vou estudar o conceito da sa)de do ==indi!"d#o,==porque a sa)de social depende da sa)de individual6 a socieda=20

=3=20

==ustri'/t=de =n"o passa de uma duplica'"o maci'a de indivduos. sociedaden"o pode ir al&m do denominador =comum da sa)de individual, e n"o podeavan'ar mais porque a =sociedade tem que cuidar de seus membros enfermos.

 A =maturidade associada à idade=m =termos de desenvolvimento, pode-se dizer que a sa)de si1nifica uma

maturidade relativa 3 idade do indivduo. =Desenvolvimento prematuro do e1o ouconsci4ncia prematura do ==self n"o =s"o mais saudáveis do que consci4nciaretardada. tend4ncia =para amadurecer &, em parte, #erdada. De um modocomplexo 7que tem sido muito estudado8, =o desenvolvimento, especialmente noincio, depende de um suprimento =ambiental satisfat!rio. ode-se dizer que umambiente satisfat!rio =& aquele que facilita as várias tend4ncias individuais#erdadas, de tal forma que o =desenvolvimento ocorre de acordo com elas.9eran'a e meio ambiente =s"o ambos fatores externos, se falamos em termos dodesenvolvimento =emocional de cada pessoa, ou se%a, da psicomorfolo1ia. 7:en#opensado se o termo psicomorfolo1ia =poderia ser usado em substitui'"o ao uso1rosseiro da palavra =“psicolo1ia”, quando qualificada de “din;mica”.8

=ode ser muito )til postular que o meio ambiente satisfat!rio come'a com umalto =1rau de adapta'"o 3s necessidades individuais da crian'a. =<eralmente am"e & capaz de prov4-lo, por causa do estado especial em que ela se encontra, oqual =denominei “preocupa'"o materna primária”. pesar de =existirem outrosnomes para esse estado, estou descrevendo-o em meus =pr!prios termos. adapta'"o vai diminuindo de acordo com a crescente necessidade que o beb4 tem=de experimentar rea'es 3 frustra'"o. m"e =saudável pode retardar suafun'"o de n"o conse1uir se =adaptar at& que o beb4 ten#a se tornado capaz de

Page 5: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 5/142

rea1ir com raiva, em vez de ficar traumatizado pelas =incapacidades da m"e.:rauma si1nifica quebra de continuidade na exis ==20

(

t4ncia =de um =indivduo. > somente sobre uma continuidade no existir que o=sentido do ==self, de se =sentir real, de ser, pode finalmente vir a se estabelecercomo uma =caracterstica da personalidade do indivduo.

 As =inter-relações mãe-bebê=Desde =o incio, mesmo quando o beb4 está vivendo num mundo sub%etivo, asa)de n"o pode ser descrita em =termos apenas individuais. osteriormentetorna-se possvel pensar =numa crian'a saudável num meio ambiente n"o-saudável6 essas =palavras, no entanto, n"o fazem sentido no come'o, at& que obeb4 consi1a fazer uma =avalia'"o ob%etiva da realidade, tornando-se capaz dedistin1uir =claramente entre o eu e o n"o-eu, entre o ==$%real =compartil#ado eos fen?menos da realidade psquica pessoal, e =ten#a al1o de ambiente interno.stou me referindo ao processo =bidirecional em que a crian'a vive num mundosub%etivo e a m"e se adapta, com o intuito de dar a =cada crian'a um suprimento

básico da ==e&peri'ncia de onipot'ncia( @sso =envolve essencialmente umarela'"o viva.=O =ambiente facilitadorA =ambiente facilitador e seus a%ustes adaptativos pro1ressivos 3s =necessidadesindividuais poderiam ser isolados, para estudo, como uma =parte do estudo dasa)de. @ncluir-se-iam as fun'es paternais, complementando as fun'es da m"e,e a =fun'"o da famlia, com sua maneira cada vez mais complexa 73 =medida quea crian'a fica mais vel#a8 de introduzir o princpio da =realidade, ao mesmo tempoque devolve a crian'a 3 crian'a. Beu =ob%etivo aqui, no entanto, n"o & estudar aevolu'"o do meio =ambiente.=20

====C=20

==As zonas er!enas=+a =primeira metade do s&culo de /reud, toda avalia'"o da sa)de precisava serfeita em termos do está1io em que se encontrava o =id, de acordo com aspredomin;ncias sucessivas das zonas er!1enas. =@sso ainda tem validade. #ierarquia & bem con#ecida =inicia-se com a predomin;ncia oral, se1uida dapredomin;ncia anal e da uretral, e ent"o =se1ue-se o está1io fálico ou“exibicionista” 7t"o dificil =para as meninin#as que come'am a andar8, e finalmenteda fase 1enital =7de tr4s a seis anos8, na qual =afantasia ==inclui tudo aquilo quepertence ao sexo adulto. /icamos felizes quando =uma crian'a se a%usta a essepadr"o de crescimento.

  crian'a saudável alcan'a, ent"o, o =perodo de lat4ncia, no qual n"o #á avan'onas =posi'es do id, e existe uma reta1uarda muito difusa para =impulsionar o idpor parte do sistema end!crino. A conceito de sa)de, aqui, se associa com umperodo em que =se pode ensinar al1o 3 crian'a, e nesse perodo #á uma=tend4ncia bastante natural de os sexos se se1re1arem. > =necessário mencionar essas questes, pois & saudável ter seis anos aos seis anos de idade, e dez aosdez.=Depois vem a puberdade, 1eralmente anunciada por uma fase =pr&-p)bere na

Page 6: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 6/142

qual uma tend4ncia #omossexual talvez se =manifeste. á pelos quatorze anos, orapaz ou a mo'a que n"o pularam a fase da puberdade podem, de modoinexorável e ==sa#d)!el, =ser =lan'ados num estado de confus"o e d)vida. palavra =“esta1na'"o” tem sido aplicada aqui e & uma =palavra )til. ermitam-me enfatizar que quando um rapaz ou uma mo'a a1em de modo desa%eitado ou

confuso, em meados da puberdade, isso =n"o & doen'a.  puberdade si1nifica tanto um alvio =como um fen?meno extremamenteperturbador, que estamos apenas =come'ando a compreender. 9o%e em dia,rapazes e mo'as p)beres conse1uem =experimentar a adolesc4ncia como umperodo de crescimento em =compan#ia de outros no mesmo estado, e a tarefa==20

*=

dificil de separar o que & saudável do que & doentio, =nessa fase, diz respeito 3era do p!s-1uerra. > claro que os =problemas n"o s"o novos.

 Equeles que est"o envolvidos =nessa tarefa, s! se pode solicitar que se dediquem

mais 3 solu'"o dos problemas =te!ricos do que 3 solu'"o dos problemas reaisdos =adolescentes, os quais s"o capazes, a despeito da inconveni4ncia =de suasintomatolo1ia, de mel#or encontrar sua pr!pria salva'"o. passa1em do tempo &si1nificativa. Um =adolescente n"o deve ser curado como se fosse um doente.

 c#o que =essa & uma parte importante da avalia'"o de sa)de. @sso =n"o implicane1ar que possa #aver doen'a durante o perodo da adolesc4ncia.

 l1uns adolescentes =sofrem muito, e n"o oferecer a%uda pode ser crueldade. >comum que =se%am suicidas aos quatorze anos, e & deles a tarefa de tolerar a=intera'"o de muitos fen?menos disparatados sua pr!pria imaturidade, suaspr!prias =mudan'as relativas 3 puberdade, suas pr!prias id&ias do que =& vida eseus pr!prios ideais e aspira'es6 acrescente-se a =isso sua desilus"o pessoal a

respeito do mundo dos adultos, que l#es parece essencialmente =um mundo decompromissos, de falsos valores e de infinitas di1resses =em rela'"o ao temacentral. E medida que rapazes e mo'as =adolescentes deixam esse está1io,come'am a se sentir reais, e adquirem um senso de ==self =e um senso de ser(=@sso =& sa)de. partir do ser, vem o fazer, mas n"o pode #aver o fa*er =antes=do =ser = eis a mensa1em que os adolescentes nos enviam.+"o precisamos =encora%ar os adolescentes que t4m dificuldades pessoais e quetendem =a ser desafiantes enquanto ainda s"o dependentes6 eles realmente n"onecessitam de encora%amento. =embramos que as fases finais da adolesc4nciaconstituem uma idade de =aquisi'es excitantes, em termos de aventuras, de talmodo que a =emer14ncia de um rapaz ou uma mo'a da adolesc4ncia para os

prim!rdios de uma identifica'"o =com a paternidade ou a maternidade e com asociedade responsável & =al1o bom de se ver. +in1u&m poderia dizer que apalavra=20

= ==20

 “sa)de” & sin?nimo da palavra “fácil”. =@sso & especialmente verdadeiro na áreade conflito entre a =sociedade e seu contin1ente adolescente.

Page 7: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 7/142

$e prosse1uirmos, =come'aremos a utilizar uma lin1ua1em diferente. sta se'"ose iniciou em termos de impulsos do id e termina referindo-se =3 psicolo1ia doe1o. > de 1rande auxlio para o indivduo =quando a puberdade fornece umpotencial para a pot4ncia masculina e para o equivalente nas meninas, ou se%a,quando a =1enitalidade plena %á & uma caracterstica, tendo sido =alcan'ada na

realidade do brincar durante a idade que precedeu o =perodo de lat4ncia. +oentanto, p)beres n"o se en1anam com a id&ia de que os impulsos instintivosse%am tudo, e =de fato eles est"o essencialmente preocupados com o ser, com oestar =em al1um lu1ar, com se sentirem reais e em adquirir al1um 1rau de=const;ncia ob%etal. les precisam ser capazes de caval1ar os instintos, em vez=de serem esmi1al#ados por eles.m termos da aquisi'"o da =1enitalidade plena, a maturidade, ou a sa)de,assume uma forma =especial quando o adolescente se transforma no adulto quepode se tornar pai. > conveniente que um rapaz que =1ostaria de ser i1ual a seupai son#e #eterossexualmente e que =desempen#e sua capacidade 1enital emsua plenitude6 e tamb&m que uma =mo'a que dese%a ser i1ual 3 m"e se% a capazde son#ar #eterossexualmente e experimentar or1asmo =1enital na rela'"osexual. A teste &F será que a =experi4ncia sexual pode ser acompan#ada de umvnculo e dos =si1nificados mais amplos da palavra “amor”G=20+o que diz respeito a esses aspectos, a doen'a & um inc?modo, e =asinibi'es podem ser destrutivas e cru&is em sua a'"o. = impot4ncia podemac#ucar mais do que o estupro. +o entanto, #o%e em =dia n"o nos sentimossatisfeitos com uma avalia'"o da sa)de em termos =das posi'es do id. > maisfácil descrever os processos =desenvolvimentais em rela'"o 3 fun'"o do id doque em =termos do e1o e de sua complexa evolu'"o, mas mesmo assim ose1undo m&todo n"o pode ser evitado. :emos =que tentar faz4-lo. ==20

H=

Iuando #á imaturidade na vida instintiva, existe o risco de =doen'a no indivduo,na personalidade, no caráter ou no =comportamento. Deve-se ter o cuidado deentender aqui, no entanto, que o =sexo pode operar como uma fun'"o parcial, detal modo que, ainda que o sexo possa ==parecer =estar =funcionando bem, apot4ncia e o seu equivalente feminino podem acabar depauperando o =indivduo,em vez de enriquec4-lo. Bas n!s n"o nos deixamos =levar com facilidade poressas coisas, %á que n"o estamos ol#ando =para o indivduo de acordo com ocomportamento e os fen?menos de superficie. =stamos preparados paraexaminar a estrutura da personalidade e a =rela'"o do indivduo com a sociedadee com os ideais.

=ode ser que numa determinada &poca os psicanalistas tendessem =a =pensarna sa+de como a a#s'ncia de dist+rios =psicone#rticos, =mas =isso n"o &verdade #o%e em dia. recisamos de crit&rios mais sutis. =+"o precisamos %o1arfora o que usamos previamente quando pensamos =#o%e em termos de liberdadedentro da personalidade, de capacidade para =ter confian'a e f&, de questes deconst;ncia e confiabilidade ob%etal, de liberdade em =rela'"o 3 auto-ilus"o, etamb&m de al1o que tem mais a =ver com a riqueza do que com a pobrezaenquanto qualidade da realidade =psquica pessoal.

Page 8: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 8/142

O =indivíduo e a sociedade=$e =partirmos do princpio de que se alcan'ou um 1rau razoável em =termos dacapacidade instintiva, veremos ent"o novas tarefas para a pessoa =relativamentesaudável. xiste, por exemplo, a rela'"o que ele =ou ela mant4m com asociedade uma extens"o da famlia. Di1amos que um #omem ou uma mul#er

saudáveis se%am capazes =de =alcançar #ma certa identflcaç.o com a sociedadesem perder =m#ito de se#s imp#lsos indi!id#ais o# pessoais(=$% > =claro quedeve existir al1uma perda, no sentido de controlar o impulso, =mas umaidentifica'"o extremada com=20

="=20

a sociedade acompan#ada de perda do ==self =e da import;ncia do self ==n"o &normal de modo al1um.$e fica claro que n"o nos =satisfazemos com a id&ia da sa)de como uma simplesaus4ncia de doen'a psiconeur!tica =ou se%a, de dist)rbios relativos 3pro1ress"o das =posi'es do id em dire'"o 3 1enitalidade plena e 3 =or1aniza'"o

de defesas relativas 3 ansiedade e a rela'es interpessoais , podemos dizerque, =em tal contexto, a sa)de n"o & fácil. vida de um =indivduo saudável &caracterizada por medos, sentimentos =conflitivos, d)vidas, frustra'es, tantoquanto por caractersticas positivas. A principal & que o #omem =ou a mul#ersintam que ==est.o !i!endo s#a prpria !ida, =assumindo responsabilidade pelaa'"o ou pela inatividade, e se%am =capazes de assumir os aplausos pelo sucessoou as censuras pelas fal#as. =m outras palavras, pode-se dizer que o indivduoemer1iu da depend4ncia para a independ4ncia, ou autonomia. =

  avalia'"o da sa)de em termos das posi'es do id =fica insatisfat!ria pelaaus4ncia da psicolo1ia do e1o. Um exame =do e1o nos leva direto aos está1iospr&-1enitais e pr&-verbais do desenvolvimento individual e =3 provis"o ambientalF

a adapta'"o atrelada 3s =necessidades primitivas que s"o caractersticas daprimeira =inffincia.+este ponto, min#a tend4ncia & pensar em termos de “se1urar”J. @sso vale para o“se1urar” =fisico na vida intra-uterina, e 1radualmente amplia seu alcance,=adquirindo o si1nificado da 1lobalidade do cuidado adaptativo em =rela'"o 3inf;ncia, incluindo a forma de manuseio. +o fim, esse conceito pode se =ampliar aponto de incluir a fun'"o da famlia, e conduz 3 =id&ia de trabal#o de caso, que &a base da assist4ncia social. =A “se1urar” pode ser feito, com sucesso, poral1u&m que n"o ten#a o menor =con#ecimento intelectual daquilo que estáocorrendo com o =indivduo6 o que se exi1e & a capacidade de se identificar, de=perceber como o beb4 está se sentindo. =20

=K0=20

+um ambiente que propicia um “se1urar” satisfat!rio, o =beb4 & capaz de realizaro ==desen!ol!imento pessoal de acordo com s#as tend'ncias herdadas( A=resultado & uma continuidade da exist4ncia, que se transforma num =senso deexistir, num senso de ==self e =finalmente resulta em autonomia.=O =desenvolvimento nos #rimeiros está!ios

Page 9: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 9/142

=<ostaria de examinar o que ocorre nos primeiros está1ios do =desenvolvimentoda personalidade. palavra-c#ave aqui & =integraç.o, =que =abran1e quasetodas as tarefas do desenvolvimento. inte1ra'"o =leva o beb4 a uma cate1oriaunitária, ao pronome pessoal “eu”, ao =n)mero um6 isso torna possvel o U $AU,que dá sentido ao U =/LA.

ode-se perceber que estou ol#ando para tr4s =dire'es ao mesmo tempo. stouobservando o cuidado 3s crian'as. =:amb&m ol#o para a doen'a esquiz!ide. l&m disso, estou =procurando um meio de avaliar o que & que a vida poderepresentar =para crian'as e adultos saudáveis. ntre par4nteses, eu diria queconstitui um tra'o saudável o fato de o =adulto n"o parar de se desenvolveremocionalmente.Mou tomar =tr4s exemplos. +o caso de um beb4, a ==$%integraç.o =& =umprocesso que tem ritmo pr!prio e crescente complexidade. +a =doen'aesquiz!ide, o fen?meno da =desintegra ç.o =& =uma caracterstica,especialmente o medo da desinte1ra'"o e a =or1aniza'"o patol!1ica de defesasdestinada a dar um alerta em rela'"o 3 =desinte1ra'"o. 7 insanidade 1eralmenten"o & uma =re1ress"o, pois esta )ltima cont&m um elemento de confian'a6 =&,antes, um arran%o sofisticado de defesas, cu%o ob%etivo & prevenir =uma repeti'"oda desinte1ra'"o.8 inte1ra'"o & um =processo de tal tipo que certascaractersticas da vida infantil =reaparecem na psicanálise dos casos limtrofes.+a vida adulta, a inte1ra'"o & usufruda =com um sentido cada vez mais amplo dotermo, que se aproxima da =inte1ridade=20

=KK=20

e a inclui. desinte1ra'"o, durante o repouso, o relaxamento =e o son#o, podeser admitida pela pessoa saudável, e a dor a ela =associada pode ser aceita,especialmente porque o relaxamento está =associado 3 criatividade, de modo que

& a partir do estado ==n.o-integrado ==20que o impulso criativo aparece ereaparece. s defesas or1anizadas =contra a desinte1ra'"o roubam umaprecondi'"o para o impulso =criativo e impedem, portanto, uma vida criativaN.=20

= A =parceria psicossom)tica ==20

Uma tarefa subsidiária no desenvolvimento infantil & o abri1o =psicossomático7deixando de lado, por enquanto, o intelecto8. <rande =parte do cuidado fisicodedicado 3 crian'a se1urá-la, =manipulá-la fisicamente, ban#á-la, alimentá-la, eassim por diante destina-se a facilitar =a obten'"o, pela crian'a, de um==psi/#e-soma que =viva e trabal#e em #armonia consi1o mesmo.

Oetornando 3 =psiquiatriaF & caracterstica da esquizofrenia uma conex"o =muitofrouxa ente a psique 7ou se%a lá como se c#ame8 e o corpo e suas fun'es. odeser at& que a =psique se ausente do soma por um perodo considerável, ou que=este%a pro%etada.m pessoas saudáveis, o uso do corpo e de =suas fun'es & uma das coisasprazerosas da vida, e isso se aplica de modo especial 3s crian'as e =aosadolescentes. qui aparece outra vez uma rela'"o entre =doen'a esquiz!ide esa)de. > uma pena que =pes-

Page 10: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 10/142

=K2=20

soas saudáveis ten#am que viver em corpos deformados, doentes ou =vel#os, oupermanecer famintas ou sofrer 1rande dor.==0staelecendo relaçes o2etaisode-se =examinar o estabelecimento de rela'es ob%etais do mesmo modo que=a coexist4ncia psicossomática e o tema mais amplo da =inte1ra'"o, A processomaturacional impulsiona o beb4 a relacionar-se com =ob%etos6 no entanto, isso s!pode ocorrer efetivamente quando o mundo =& apresentado ao beb4 de modosatisfat!rio. m"e que conse1ue funcionar como um a1ente adaptativo apresentao mundo de =forma a que o beb4 comece com um suprimento da = =e&peri'nciade onipot'ncia, que =constitui o alicerce apropriado para que ele, depois, entre emacordo =com o princpio da realidade. 9á um paradoxo aqui, na medida em =que,nessa fase inicial, o beb4 cria o ob%eto, mas o ob%eto %á está lá, e o beb4 n"o=pode, portanto, t4-lo criado. Deve-se aceitar o paradoxo, n"o =resolv4-lo.Mamos ampliar esse assunto para a doen'a mental =e para a sa)de mental doadulto. +a doen'a esquiz!ide, o estabelecimento de rela'es ob%etais =fracassaF opaciente se relaciona com um mundo sub%etivo ou malo1ra em =se relacionar comqualquer ob%eto fora do ==self  =onipot4ncia & asse1urada atrav&s de delrios. Apaciente se =retrai, fica fora de contato, estupidificado, isolado, irreal, surdo,=inacessvel, invulnerável e assim por diante.Uma 1rande parte da vida saudável tem a =ver com as várias modalidades derelacionamento ob%etal e com um =processo de=KP=20

 “vaiv&m” entre o relacionamento com ob%etos externos e =internos. @sso & umaquest"o de pleno usufruto das rela'es =interpessoais, embora os resduos dorelacionamento criativo n"o se percam fazendo com que cada aspecto do

relacionamento ob%etal se%a =excitante.  sa)de aqui inclui a id&ia de uma vida excitante =e da ma1ia da intimidade. :odasessas coisas andam %untas e combinam-se, =na sensa'"o do se sentir real, de ser e de #aver experi4ncias realimentando a =realidade psquica interna,enriquecendo-a, dando-l#e dire'"o. = conseqQ4ncia & que o mundo interno dapessoa saudável relaciona-se com o mundo real ou externo, e mesmo assim &pessoal =e dotado de uma vivacidade pr!pria. @dentifica'es pro%etivas e=intro%etivas acontecem a todo instante. $e1ue-se que a perda e a má =sorte 7e,como eu disse, a doen'a8 podem ser mais terrveis para o indivduo saudável doque =para aquele que & psicolo1icamente imaturo ou deformado. Deve-se=permitir que a sa)de assuma seus pr!prios riscos.

=$eca#itulação=+este =momento da discuss"o precisamos definir nossos termos de refer4ncia.recisamos decidir se vamos restrin1ir o si1nificado da palavra =“sa)de” 3quelesque s"o saudáveis desde o incio, =ou estend4-lo 3queles que carre1am asemente da doen'a e mesmo =assim conse1uem “vencer”, no sentido dealcan'ar, no final, um estado de sa)de que n"o =vem fácil ou naturalmente. $intoque precisamos incluir esta =)ltima cate1oria. Mou explicar rapidamente o queestou querendo =dizer.

Page 11: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 11/142

3ois =tipos de pessoa= c#o =)til dividir o universo de pessoas em duas classes. 9á aquelas que %amaisse desapontaram enquanto beb4s, e, na ==20

=K(=20

mesma medida, s"o candidatas a viver ale1remente e a aproveitar =a vida. #áas que sofreram experi4ncias traumáticas, =provenientes de decep'es com oambiente, e que necessitam =carre1ar consi1o perpetuamente as lembran'as 7ouo material para as lembran'as8 do estado em que se encontravam =no momentodo desastre. stas s"o candidatas a levar vidas =tempestuosas e tensas e talvezcandidatas 3 doen'a.=Oecon#ecemos a exist4ncia daqueles que perderam a=20;ncora em rela'"o 3tend4ncia ao desenvolvimento =saudável, e cu%as defesas s"o ri1idamenteor1anizadas, sendo a =pr!pria ri1idez uma 1arantia contra movimentosposteriores. +"o =podemos estender a conota'"o que demos 3 palavra “sa)de” aesse estado de coisas.

xiste, no =entanto, um 1rupo intermediário. +uma exposi'"o mais completa =dapsicomorfolo1ia da sa)de, poderamos incluir aqueles que trazem =consi1o aexperi4ncia de ansiedades impensáveis ou arcaicas, e que est"o mais ou =menosbem defendidos contra recordar-se de tal ansiedade, mas que, =n"o obstante, v"ousar qualquer oportunidade que se apresente para =adoecer ou ter um colapso afim de se aproximar daquilo que & terrvel= e por isso impensável. A colapso raramente leva a um =resultado terap4utico,embora se deva recon#ecer um elemento positivo =no colapso. Es vezes, ocolapso conduz a uma esp&cie de cura, e ent"o aparece =de novo a palavra“sa)de”.Besmo nesse caso parece =persistir uma tend4ncia para o desenvolvimento

sadio6 caso as pessoas dessa se1unda =cate1oria consi1am a1arrar-se, aindaque tardiamente, a essa =tend4ncia em dire'"o ao desenvolvin-iento, elaspoder"o ser =bem-sucedidas. odemos ent"o inclu-las entre os saudáveis.$audáveis por bem ou por mal.==4#ga para a sanidade==20recisamos lembrar a1ora que a fu1a em dire'"o 3 sanidade =n"o &sin?nimo de sa)de. sa)de & tolerante com a =doen'a6 na=20

=15 =20

==ustri'/t==verdade, a sa)de tem muito a 1an#ar quando se mant&m em contato

com a doen'a em todos os seus aspectos, =especialmente com aquela doen'adenominada esquiz!ide, e com a =depend4ncia.ntre os dois extremos, ou se% a, entre o primeiro =1rupo, dos afortunados, e ose1undo,=20dos desafortunados 7no que tan1e ao suprimento ambiental8, #á uma=1rande quantidade de pessoas que conse1uem esconder, com sucesso, uma=certa necessidade de se encamin#arem para o colapso, mas que n"o =sofremcolapso de fato, a n"o ser que fatores ambientais detonem a situa'"o. @sso podetomar a =forma de uma nova vers"o do trauma, ou pode ser que um ser #umano

Page 12: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 12/142

=confiável ten#a aumentado as esperan'as.=20ortanto, per1untamo-nosF qual a amplitude do espectro de pessoas = queconse1uem vencer apesar daquilo que carre1am consi1o =71enes,desapontamentos precoces e experi4ncias infelizes8 =que devemos incluirentre os saudáveisG :emos que levar em conta o fato de que nesse 1rupo #á

muitas =pessoas cu%o desconforto e cu%a ansiedade os impelem a realiza'es=excepcionais. ode ser que o convvio com elas se revele muito dificil, mas elasimpulsionam o mundo em =al1uma área da ci4ncia, da arte, da filosofia, dareli1i"o ou =da poltica. +"o sou obri1ado a responder, mas ten#o que estar=preparado para esta per1untaF e os 14niosG==erdadeiro e falso=+esta =dificil cate1oria, #á um caso onde o colapso potencial domina a cena, oqual talvez n"o =nos d4 muito problema. 7Bas nada & muito ntido nos assuntos=#umanos6 e quem poderia dizer onde & que termina a sa)de e se =inicia adoen'aG8 Oefiro- me 3s pessoas que tiveram que or1anizar inconscientementeuma fac#ada, um =falso selfpara lidar com o mundo, tendo essa fac#ada setransformado =numa defesa contra o verdadeiro ==self 7A =verdadeiro ==self =foitraumatizado e n"o pode mais ser encon=-

K*

=trado =pelo =risco de ser novamente ferido.8 or1aniza'"o de um falso ==self =&aceita facilmente na sociedade, embora ela pa1ue um alto pre'o por isso. Donosso ponto de vista, embora o falso ==self =se%a uma defesa eficaz, n"o & umcomponente da sa)de. /unde-se ao conceito Rleiniano de defesa manacaF onde#á uma =depress"o, que & ne1ada por processos inconscientes, & =claro , ossintomas da depress"o aparecem nas formas opostas =7euforia em vez dedepress"o, relaxamento em vez de tens"o, vivacidade em vez de des;nimo,=excita'"o em vez =d=e =indiferen'a, e assim por diante8.=20

@sso n"o & sa)de, embora ten#a um lado saudável, em =termos de descanso, etamb&m manten#a um vnculo ale1re com a =sa)de, na medida em que, para aspessoas idosas, a vivacidade e a =anima'"o dos %ovens & uma incessante ese1uramente le1tima compensa'"o para a =depress"o. Iuando #á sa)de, aseriedade mant&m vnculos =com as pesadas responsabilidades que v4m com aidade, =responsabilidades de que o %ovem 1eralmente n"o quer saber.reciso mencionar o assunto ==depress.o == um pre'o que se pa1a pelainte1ra'"o. +"o será possvel repetir aqui o que ten#o escrito sobre o valor =dadepress"o, ou mel#or, a sa)de que & inerente 3 capacidade =de se sentirdeprimido, sendo que #umor deprimido está pr!ximo da =capacidade de se sentirresponsável, de se sentir culpado, de sentir arrependimento e de sentir ale1ria

=quando as coisas correm bem. +o entanto, & verdade que a =depress"o, mesmoque terrvel, tem que ser respeitada como =evid4ncia de inte1ra'"o pessoal.9á for'as destrutivas complicadoras na doen'a, aquelas que favorecem, =dentrodo indivduo, o suicdio e que fora dele mant4m uma =suscetibilidade a delriospersecut!rios. +"o estou su1erindo =que tais elementos fa'am parte da sa)de. >necessário, no entanto, incluir, num estudo sobre a =sa)de, a seriedade que temli1a'es com a depress"o, =relativa a indivduos que cresceram no sentido de se

Page 13: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 13/142

tornarem =nte1ros. > na personalidade dessas pessoas que podemos encontrarriqueza e =potencial.=20

====1 =20

==7misses==recisei omitir o assunto especfico da tend4ncia anti-social. =@sso se relacionacom a priva'"o, ou se%a, com o fim de um bom perodo que termina numa =certafase do crescimento da crian'a em que ela podia con#ecer mas =n"o lidar com osseus resultados.

 qui n"o & o mel#or =lu1ar para escrever sobre a a1ress"o. ermitam-me dizer,no entanto, que s"o %ustamente os membros =doentes de uma comunidadeaqueles que s"o compelidos, por =motiva'es inconscientes, a ir para a 1uerra ea executar atos de =ataque, 3 1uisa de defesa contra delrios persecut!rios, ouent"o a destruir o mundo, um mundo que os =aniquilou, a cada umindividualmente, na inf;ncia.=O =ob%etivo da vida=/inalmente, 1ostaria de enfocar a vida que uma pessoa saudável & =capaz de

viver, A que & a vidaG +"o preciso saber a resposta, mas =podemos c#e1ar a umacordoF ela está mais pr!xima do $O do que do sexo. Disse oreleiF “Sei%ar &muito =bom, mas uma pulseira de diamantes dura para sempre.” $er e se sentir=real dizem respeito essencialmente 3 sa)de, e s! se 1arantirmos =o ser & quepoderemos partir para coisas mais ob%etivas. $ustento que isso =n"o & apenas um

 %ul1amento de valor, mas que #á um vnculo =entre a sa)de emocional individual eo sentirnento de se sentir real. =+"o #á d)vida de que a 1rande maioria deispessoas d"o como certo que se =sentem reais, mas a que pre'oG m que medidaestar"o elas ne1ando =um fato, ou se%a, que poderia #aver o peri1o de elas sesentirem =irreais, possudas, ou de n"o serem elas mesmas, de sucumbirem parasempre, de ==20

=KH=20

perderem a orienta'"o, de serem desli1adas do pr!prio =corpo, de se sentiremaniquiladas, de n"o serem nada e n"o estarem =em lu1ar nen#umG sa)de n"oestá associada 3 =negaç.o =de =coisa al1uma.= As =tr's !idas=Mou =terminar falando sobre as tr4s vidas que as pessoas saudáveis=experienciam.K. vida no mundo, em que as rela'es =interpessoais constituem a c#ave at&mesmo para o uso do ambiente n"o-#umano.

2. vida da =realidade psquica pessoal 73s vezes c#amada interna8. > aqui =queuma pessoa & mais rica do que outra, e mais profunda, e mais interessantequando criativa. @nclui son#os 7ou o que =emer1e a partir do material dos son#os8.

:odos voc4s est"o =familiarizados com essas duas vidas, e & bem sabido o fatode que ambas podem ser exploradas como defesaF o =extrovertido precisaencontrar fantasia no ato de viver6 e o =introvertido pode tornar-se auto-suficiente,invulnerável, isolado e =socialmente in)til. Bas #á uma outra área para se usufruir 

Page 14: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 14/142

a sa)de, que n"o & possvel abordar com =facilidade em termos da teoriapsicanaltica.P. área da =experi4ncia cultural.

  experi4ncia cultural come'a como =um %o1o e conduz ao domnio da #eran'a#umana, incluindo as artes, os mitos da #ist!ria, a lenta =marc#a do pensamento

filos!fico e os mist&rios da matemática, =da administra'"o de 1rupos e da reli1i"o.Ande situar =essa terceira vida, a experi4ncia culturalG +"o ac#o que ela possaser situada na realidade psquica interna, =pois n"o & um son#o & parte darealidade compartil#ada. Bas =n"o se pode dizer que se%a parte dosrelacionamentos externos, pois =& dominada pelo son#o. la & a mais variável dastr4s vidas6 em certas pessoas ansiosas e =impacientes ela n"o tem praticamenterepresenta'"o, enquanto em =outras ela & a parte importante=20

=KT=20

da exist4ncia #umana, a parte que os animais n"o =desenvolveram. ssa área

n"o aparece apenas como atividade =l)dica ou senso de #umor6 aparece tamb&mna forma de toda a =cultura acumulada nos )ltimos cinco ou dez mil anos, Aintelecto bem- dotado pode operar nesta =área. la & um subproduto da sa)de.:entei trabal#ar na =localiza'"o da experi4ncia cultural6 fiz essa formula'"o =demodo provis!rioF ela se inicia no =espaço potencial entre #ma criança e a m.e,/#ando a =e&peri'ncia prod#*i# na criança #m alto gra# de confiança na =m"e, nofato de que ela n"o vai faltar quando a crian'a dela =tiver necessidade.+este ponto, eu me alin#o com /red laut(, que =usou a palavra “confian'a”como a c#ave para a or1aniza'"o dessa área da experi4ncia =saudável.==#lt#ra e separaç.o+esse =sentido pode-se mostrar que a sa)de tem rela'"o com o viver, =com a

sa)de interior e, de modo diverso, com a capacidade de se ter =experi4nciacultural.=20m outras palavras, #avendo sa)de, n"o #á separa'"o, =pois, na área deespa'o-tempo entre a crian'a e a m"e, a =crian'a 7e portanto o adulto8 vivecriativamente, fazendo uso do =material disponvel. ode ser um peda'o demadeira, ou um dos )ltimos quartetos de Seet#oven5@sso =representa um desenvolvimento do conceito de fen?menos transicionais. =ode-se dizer muito mais a respeito da sa)de, mas espero ter =conse1uidotransmitir a id&ia de que considero o ser #umano )nico. etolo1ia n"o & tudo. =Asseres #umanos t4m instintos e fun'es animais, e muitas =vezes se parecem comestes. :alvez os lees se%am mais nobres6 os =macacos, mais á1eis6 as

20

=1azelas, mais 1raciosas6 as cobras, mais sinuosas6 os peixes, mais =prolficos, eos pássaros, mais felizes, por poderem voar. As =seres #umanos, no entanto, t4muma coisa s! sua, e, quando s"o suficientemente saudáveis, t4m =experi4nciasculturais superiores 3s de qualquer animal 7exceto =talvez as baleias e seusparentes8.rovavelmente será o ser =#umano que destruirá o mundo. $e assim for, talvez

Page 15: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 15/142

possamos morrer na pr!xima explos"o =at?mica sabendo que isso n"o & sa)de,mas medo6 & uma =decorr4ncia do fracasso das pessoas e da sociedadesaudáveis em =dar suporte a seus membros doentes.=&umário==spero ter conse1uidoF

K. Usar o conceito de sa)de como =aus4ncia de doen'a psiconeur!tica.2. Mincular sa)de e matura'"o, da qual resulta =a maturidade.P. ssinalar a import;ncia dos processos =maturacionais que se referem ao e1o,mais do que aos relacionados 3 =considera'"o das posi'es do id na #ierarquiadas zonas eroto14nicas.(. Mincular =esses processos ao cuidado dispensado 3s crian'as, 3 doen'a=esquiz!ide e 3 sa)de do adulto, usando, de passa1em, os =conceitosFa8 inte1ra'"o=20b8 parceria psicossomáticac8 rela'es ob%etais=como exemplos do que se obt&m no cenário como um todo.=5( ==ssinalar que temos de decidir at& que ponto incluir, e quando, os =queconse1uem c#e1ar 3 sa)de apesar de desvanta1ens iniciais. =*. +omear as tr4s áreas onde vive o ser #umano, e su1erir que & uma quest"o de=sa)de o fato de al1umas vidas serem notáveis e de al1umas =personalidadesserem ricas e criativas, e que o b?nus mais importante =propiciado pela sa)de s"oal1umas experi4ncias na área cultural.=20

$1

= =( ==/inalmente indicar que n"o & somente a sociedade que depende da =sa)dede seus membros para ser saudável, mas que tamb&m seus padres s"o uma

duplica'"o =dos padres daqueles que a compem. Dessa forma, a democracia7em =um dos si1nificados da palavra8 & uma indica'"o de sa)de porque ela seori1ina, de modo natural, da famlia, que & em si =mesma um constructo pelo qualos indivduos saudáveis s"o =responsáveis. =20

=22=20

==p1===20

=====20

=20

===>ivn"o " (o"o =criativo <us$o de dois =rascun?os de uma #alestra #re#arada #ara a Pro'ressive Lea'ue( -&0. =

=D$ini?o " criativi"a"

Se>a .ual *or =a "e*iniç$o a .ue c/e'ue(os, ela "ee incluir a i"ia "e .ue a =i"a ale a pena =—ou n$o serii"a, =a ponto "e a criatii"a"e ser =— =ou n$o — =u(a parte "a =eperiEncia "e i"a "e ca"a u(Para ser criatia, u(a pessoa =te( .ue eistir, e ter u( senti(ento "e eistEncia, n$o na *or(a "e u(a

 percepç$o consciente, (as co(o u(a =posiç$o básica a partir "a .ual operar6( =conse.LEncia, a criatii"a"e o *aer .ue, 'era"o a partir "o =ser, in"ica .ue a.uele .ue @ está vivo;

Page 16: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 16/142

=Po"e ser .ue o =i(pulso este>a e( repousoD (as, .uan"o a palara *aer: po"e ser =usa"a co(

 proprie"a"e, >á =eiste =criatii"a"e

=M possGel "e(onstrar .ue, e( certas pessoas e e( "eter(ina"as pocas, =as atii"a"es .ue in"ica( .ueu(a pessoa está ia n$o passa( "e =reaçes a estG(ulos Fetire os estG(ulos e o in"iG"uo =n$o te( i"aas, e( caso t$o etre(o, a palara ser: n$o te( releCncia Para po"er =ser, e para ter o senti(ento "e .ue=@( ="ee?se ter u(a =pre"o(inCncia "o *aer?pelo?i(pulso sobre o *aer?reatio

6ssas coisas =n$o s$o apenas u(a .uest$o "e onta"e e "o arran>o e rearran>o ="a i"a, + processo "ecresci(ento (ental ==20

=23=20

estabelece os =pa"res básicos, e nas pocas iniciais "a i"a /u(ana se =encontra( os *atores "e(aior in*luEncia ee?se presu(ir .ue a (aioria "as pessoas este>a e( al'u( ponto =entre os "oisetre(os, e nesse (eio "e ca(in/o .ue te(os a =oportuni"a"e "e inter*erir e( nossos pa"resD nessa ocasi$o =.ue senti(os .ue a "iscuss$o *ica interessante e n$o u( (ero eercGcio aca"E(ico=&esta(os consi"eran"o ta(b( a.uilo .ue po"e(os *aer, na .uali"a"e ="e pais e e"uca"ores) criatii"a"e , portanto, a =(anutenç$o atras "a i"a "e al'o .ue pertence @ eperiEnciain*antil a capaci"a"e ="e criar o (un"o Para o bebE, isso n$o "i*icilD se a ($e =*or capa "e sea"aptar @s necessi"a"es "o bebE, ele n$o ai =perceber o *ato "e .ue o (un"o estaa lá antes .ueele tiesse si"o concebi"o ou concebesse o (un"o + =princGpio "a reali"a"e o *ato "a eistEncia"o (un"o, =in"epen"ente(ente "e o bebE tE?lo cria"o ou n$o+ =princGpio "a reali"a"e (uito rui(, (as, co( o passar "o te(po, a criança c/a(a"a a ="ierta:, 'ran"es "esenoli(entos ocorre( e ela a".uire =(ecanis(os (entais 'enetica(ente"eter(ina"os para li"ar co( essa =a*ronta Pois o princGpio "a reali"a"e u(a a*ronta6stou prepara"o para "escreer al'uns "esses =(ecanis(os (entais 9aso ten/a( si"o *orneci"ascon"içes =a(bientais satis*atArias, a criancin/a &.ue se tornou eu e ocE) ="escobriu (o"os "eabsorer a a*ronta sub(iss$o, por u( la"o, si(pli*ica a relaç$o co( outra pessoa, .ue, =claro,te( suas prAprias necessi"a"es para aten"er, sua prApria =onipotEncia para cui"ar 4o outroetre(o, a criança consera a =onipotEncia, sob o preteto "e ser criatia e "e ter u(a is$o pessoal"e =tu"oIlustran"o o (o"o si(ples se u(a ($e te( oito *il/os, =/á oito ($es Isso n$o ocorresi(ples(ente por.ue a ($e tee =atitu"es "i*erentes e( relaç$o a ca"a u( "os oito Se ela pu"esseter si"o eata(ente a (es(a co( =ca"a u( &e eu sei .ue isso absur"o, por.ue ela n$o u(a=(á.uina), ca"a criança po"eria ter ti"o sua ($e "istinta, ista =sob ol/os in"ii"uais

2N=20

tras "e =u( processo "e cresci(ento etre(a(ente co(pleo, 'enetica(ente ="eter(ina"o, e "ainteraç$o "o cresci(ento in"ii"ual co( *atores eternos .ue ten"e( a ser =positia(ente *acilita"ores =— =ouent$o n$o?a"apta"ores e pro"utores "e reaç$o ?a criança torna?se =ocE ou eu, "escobrin"o?se e.uipa"a co(al'u(a capaci"a"e para er =tu"o "e u( (o"o noo, para ser criatia e( to"os os "etal/es "o ier =6u po"eria procurar e( ,?e O6"ord 3n'lis? =Dictionar o =si'ni*ica"o "a palara criatii"a"e:D po"eria

ta(b( pes.uisar =tu"o o .ue >á =*oi escrito a =respeito "o assunto, e( *iloso*ia e psicolo'iaD e ent$o po"eria o*erecer tu"o isso nu(a ban"e>a es(o isso po"eria ser =arran>a"o "e tal (o"o .ue ocEs "iria(9o(o =ori'inalO: Pessoal(ente, sou incapa "e se'uir tal plano Sinto =necessi"a"e "e *alar co(o senin'u( >a(ais tiesse ea(ina"o o assunto antes, e natural .ue isso po"e =*aer co( .ue (in/as palaras

 pareça( ri"Gculas as eu ac/o .ue =ocE po"e( er nisso (in/a necessi"a"e "e "eiar claro .ue n$o =estousoterra"o pelo te(a !rabal/ar e( ci(a "os conceitos concor"antes .ue eiste( a respeito "a =criatii"a"e

 po"eria (e (atar 6i"ente(ente, preciso estar se(pre =lutan"o para (e =sentir criatio, co( a="esanta'e( "e .ue, se *or o caso "e "escreer u(a palara si(ples, co(o =a(or:, preciso co(eçar "oero &tale esse se>a o ponto "e =on"e se "ee co(eçar) Kou retornar a esse te(a .uan"o c/e'ar @ "istinç$o

Page 17: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 17/142

entre o =ier criatio e a arte criatiaui ol/ar a palara =criar: nu( "icionário e encontrei traer @ =eistEncia: Q(a criaç$o po"e ser u(a

 pro"uç$o "a (ente /u(ana: 4$o eato .ue =criatii"a"e: se>a u(a palara "e to"o aceitáel para o=eru"ito Por ier criatia(ente: n$o estou .ueren"o "ier .ue =al'u( ten/a .ue *icar sen"o ani.uila"oou (orto o te(po to"o, se>a por =sub(iss$o, se>a por rea'ir @.uilo .ue o (un"o i(pin'e 6stou (e=re*erin"o ao *ato "e al'u( er tu"o co(o se *osse a pri(eira e =Qso a palara apercepç$o:, oposta apercepç$o:=20

25=20

==ustri'/t=Orign! "a =criativi"a"

!ale =eu ten/a "e(onstra"o a.uilo .ue acre"ito ser a ori'e( "a criatii"a"e =4esse ponto necessária u(a a*ir(aç$o "upla criatii"a"e = prApria "o estar io "e tal *or(a .ue, a n$o ser.ue a pessoa este>a e( =esta"o "e repouso, ela está se(pre tentan"o, "e al'u( (o"o, =alcançaral'o, "e (aneira .ue, se /ouer u( ob>eto no ca(in/o, po"e =/aer u( relaciona(ento as isso apenas u(a parte "a /istAria outra parte se re*ere @ i"ia ="e .ue alcançar, *isica ou(ental(ente, n$o te( o (enor =si'ni*ica"o, eceto para u( ser .ue este>a lá para ser Q( bebE

=.ue ten/a nasci"o .uase .ue se( crebro po"e alcançar u( ob>eto e usá?lo, (as se( a eperiEncia="e u( ier criatio + bebE nor(al, "a (es(a *or(a, precisa crescer =e( co(plei"a"e e to(ar?se u( eistente: estabeleci"o, para .ue =possa eperi(entar a procura e o encontro "e u( ob>etoco(o u( ato criatio6 ent$o eu =olto @ (ái(a Ser, antes "e aer + Ser te( .ue se "esenoler =antes "o aer 6,ent$o, *inal(ente, a criança "o(ina at (es(o os instintos, se( per"a "e i"enti"a"e "o =self =ori'e(, portanto, = a ten"Encia 'enetica(ente "eter(ina"a "o in"iG"uo para estar e per(anecerio e para se relacionar co( os ob>etos .ue =l/e sur'e( no ca(in/o "urante os (o(entos "eobter al'o, (es(o .ue se>a ="a 7ua=Mantn"o a criativi"a"

+ =in"iG"uo .ue n$o ten/a si"o "e(asia"o "istorci"o por u(a =intro"uç$o no (un"o "e*eituosa"ispe "e (uitas oportuni"a"es =para *o(entar esse atributo t$o "ese>áel 9o( to"a certea ocEs$o (e "ier .ue (uita coisa na i"a = rotineira l'u( te( .ue "ar conta "o trabal/o coti"iano=4$o *ácil "iscutir esse aspecto, pois /á .ue( e>a =utili"a"e nas ocupaçes rotineiras !ale o*ato "e .ue n$o preciso (uita inteli?

2R

Encia para =li(par u( c/$o propicie o apareci(ento "e u(a área cin"i"a "a =eperiEncia i(a'inatiaas /á ta(b( a .uest$o "as =i"enti*icaçes crua"as, .ue abor"arei posterior(ente Po"e ser .ue u(a(ul/er li(pe =o c/$o se( se aborrecer por.ue sente praer e( *aer u(a la(eira, =atras "e u(ai"enti*icaç$o co( sua terrGel criança =.ue, e( (o(entos "e i"a criatia, *a la(a no >ar"i( e *ica pulan"onela criança supe .ue as =($es a"ora( li(par tu"o .uanto c/$o, e esta sua =*orça, apropria"a paraessa i"a"e terrGel &s pessoas se re*ere( =a isso co(o sen"o prAprio "a i"a"e Isso *a co( .ue soe

 bastante be(, ac/oO)+u u( =/o(e( po"e estar t$o ente"ia"o .uanto possGel a u( ser =/u(ano .ue trabal/a nu(a lin/a "e(onta'e(D (as, .uan"o ele pensa no ="in/eiro, ta(b( pensa nas (el/orias .ue espera *aer na pia "acoin/a, ou tale ele =>á este>a en"o co(o *oi a surpreen"ente "errota "o anc/ester 9itT =*rente aoSout/a(pton e( sua !K, ain"a n$o total(ente pa'a+ =*ato .ue as pessoas n$o "eeria( assu(ir trabal/os .ue se>a( su*ocantes =— =ou, se n$o po"e( =eitá?lo, precisa( or'aniar seus *ins "e se(ana "e (o"o a ali(entar sua i(a'inaç$o, (es(o nos (o(entos "erotina ente"iante =Uá se "isse .ue (ais *ácil (anter a i"a i(a'inatia "entro ="e u(a rotina real(entete"iosa "o .ue nu(a área "e trabal/o relatia(ente interessante ee?se le(brar, ta(b(, =.ue o trabal/o

 po"e ser (uito interessante para al'u( .ue o utilia =para u( ier criatio, (as .ue n$o per(ite .ue

Page 18: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 18/142

nin'u( (ais use o ="iscerni(ento pessoal=206( al'u( lu'ar "o es.ue(a "e coisas po"e /aer espaço para .ue =al'u( ia cnatia(ente Issoenole preserar al'o "e pessoal, =tale al'o "e secreto, .ue incon*un"iel(ente ocE (es(o !ente=respirar pelo (enos — = al'o .ue =nin'u( po"e *aerpor ocE +u tale ocE se>a ocE (es(o =.uan"oescree para u( a(i'o, ou (an"a cartas para o ,?e ,imes =ou o = BeC Societ( ==20presu(iel(ente

 para sere( li"as por al'u( antes "e sere( >o'a"as no =lio =20

====0 =20>ivr =criativo cria?o art9!tica ==20

o (encionar o =ato "e escreer cartas, estou (e aproi(an"o "e outro assunto .ue n$o =possoi'norar eo "eiar clara a "i*erença entre o ier criatio e =o ser artistica(ente criatio=204o ier criatio, tanto ocE co(o eu "escobri(os .ue tu"o a.uilo .ue =*ae(os *ortalece osenti(ento "e .ue esta(os ios, "e .ue so(os nAs =(es(os Q(a pessoa po"e ol/ar para u(aárore &n$o precisa ser =necessaria(ente u( .ua"ro) e *aE?lo criatia(ente Se ocE al'u(a etee u(a *ase "epressia "o =tipo es.uiAi"e &e (uitos = >á =tiera(), >á =con/eceu isso pelo=la"o ne'atio uitas ees = >á (e "issera( =Já u( laburno e( (in/a>anela, o sol bril/a, eintelectual(ente =sei .ue isso u(a paisa'e( incrGel para a.ueles .ue po"e( =apreciá?la as

 para (i( esta (an/$ &se'un"a?*eira) n$o te( o (enor si'ni*ica"o 4$o consi'o =senti?la e *aer clara(ente .ue n$o (e sinto real:=in"a .ue alia"as ao ier criatio, as criaçes artGsticas "os escritores "e cartas, escritores, poetas, artistas, =escultores, ar.uitetos, (Hsicos, s$o "i*erentes KocEs =concor"ar$o .ue, se al'u(está en'a>a"o nu(a criaç$o =artGstica, espera?se .ue ten/a al'u( talento especial as para u(a=eistEncia criatia n$o precisa(os "e nen/u( talento especial =!rata?se "e u(a necessi"a"euniersal, "e u(a eperiEncia uniersal, =e (es(o os es.uio*rEnicos retraG"os e aprisiona"os aoleito po"e( estar ien"o criatia(ente u(a =atii"a"e (ental secreta, e, portanto, e( certosenti"o, *eli =In*elies so(os ocE e eu .ue, e( certa *ase, esta(os conscientes "a =*alta "a.uilo.ue essencial ao ser /u(ano, .ue=20 (uito (ais i(portante "o .ue co(er ou "o .ue asobreiEncia =*isica Se tisse(os te(po, po"erGa(os tratar a.ui "a ansie"a"e, =i(pulso .uesub>a ao tipo artGstico "e criatii"a"e

28

O vivr =criativo no ca!a(nto =20

Parece /aer =u(a necessi"a"e "e "iscutir o *ato "e .ue e( u( ou e( a(bos os parceiros ="e u( casa(ento/á u( senti(ento *re.Lente "e "eclGnio "e =iniciatia Q(a eperiEncia co(u( aparece a.ui, ain"a .ue /a>au(a 'ran"e "i*erença e( =ter(os "e 'rau na i(portCncia "esse senti(ento e( relaç$o a =to"as as outrascoisas "a i"a .ue po"eria( ser "itas 4o (o(ento, ten/o =.ue partir "o postula"o "e .ue nem todos oscasais =sentem )ue #odem ser criativos e #ermanecer casados; ==20+u u( ou o outro inte'rante "o par seencontra enoli"o nu( processo =.ue po"eria ter(inar nu( (un"o .ue *oi real(ente cria"o pelo outro=4esse etre(o, isso seria (uito "escon*ortáel (as penso .ue n$o se atin'e tal etre(o na (aioria "oscasos, ain"a .ue ele este>a =se(pre latente e @s ees apareça "e *or(a a'u"a Por ee(plo o =proble(a

 po"e *icar escon"i"o "urante u( par "e "ca"as e( .ue se =cria( os *il/os, e e(er'ir co(o crise=20na (eia?i"a"e9aso se parta "a super*icie, eis aG u( (o"o be( =si(ples "e conersar sobre o proble(a 9on/eço "uas

 pessoas .ue =estiera( casa"as por (uito te(po e tiera( u(a *a(Glia be( 'ran"e =4as pri(eiras *rias "eer$o "e seu casa(ento, apAs tere( *ica"o u(a se(ana >untos, o (ari"o ="isse Kou passar a se(ana .uee( *ora, ele>an"o: =Fespon"eu?l/e a esposaBo(, eu 'osto "e ia>ar Kou *aer =(in/as (alas: preis$o "os a(i'os 6sse casa(ento n$o te(*uturoO: 4o entanto, os "ois tiera( u( =casa(ento (uito be(?suce"i"o =— =as preises = .ue era(so(brias "e(ais Q(a "as coisas (ais i(portantes a respeito ="esse casa(ento *oi .ue o /o(e( passou u(ase(ana ele>an"o, .uan"o tee =ocasi$o "e aper*eiçoar sua /abili"a"e e "es*rutar seu "ierti(ento =*aorito,

Page 19: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 19/142

e a esposa ia>ou co( sua (ala por to"a a 6uropa 6les tiera( (uito =para conersar nos .uine "iasrestantes e "escobrira( .ue o *ato "e =tere( *ica"o lon'e u( "o outro "urante (eta"e "as *rias a>u"ou?os=(uito na relaç$o con>u'al =20

=29=20

Já (uitos =.ue n$o 'ostaria( "isso 4$o /á re'ra uniersal para os seres =/u(anos as o ee(plo po"eriailustrar .ue, .uan"o "uas pessoas n$o =*ica( co( (e"o "e se "eiar u(a @ outra, tE( (uito a 'an/ar Se elastE( receio "e *aE?lo, po"e( acabar =se ente"ian"o (utua(ente + t"io resulta "o ta(pona(ento "a i"a=criatia, .ue pro( "o in"iG"uo, e n$o "a parceria, ain"a .ue =u( parceiro possa inspirar criatii"a"e=20Se obserar(os pratica(ente .ual.uer *a(Glia e( atii"a"e, =encontrare(os u( e.uialente "o arran>o .ue"escrei para o casal aci(a = esposa toca iolino e o (ari"o passa u(a noite por se(ana nu( pub=to(an"o s?and =co( a(i'os 9o( os =seres /u(anos, /á u(a ariaç$o in*inita e( ter(os "e=nor(ali"a"e e "e saH"e Se "eci"i(os conersar sobre as d"iculdades( = certo .ue =acabare(os"escreen"o pa"res e( .ue as pessoas acaba( se enolen"o e .ue acaba( *ican"o te"iosa? =(enterepetitios, in"ican"o .ue /á al'o "e erra"o e( al'u( lu'ar =6iste u( ele(ento co(pulsio nisso tu"o, ee( al'u( ponto re(oto na =/istAria pre'ressa "esse ele(ento /á (e"o uitos s$o incapaes "e ser criatios

 por sere( Gti(as "e =u(a co(puls$o .ue te( al'o a er co( sua /istAria c/o .ue sA =para as pessoasrelatia(ente *elies .uanto a esse aspecto, ou se>a, as =n$o 'uia"as pelas co(pulses, eu po"eria *alar

*acil(ente sobre o *ato "e estare( sen"o tol/i"as =no casa(ento Po"e?se *alar (uito pouco para pessoas .uese inco(o"a( =por.ue u(a relaç$o parece su*ocá?las 4$o /á consel/o =Htil .ue se possa "ar, e u(a pessoan$o po"e *icar *aen"o terapia e( to"o (un"o6ntre os "ois etre(os =— ==20os .ue sente( po"er per(anecer criatios no casa(ento e os .ue sente( o=casa(ento tol/en"o a criatii"a"e =— =/á, co( certea, u( tipo *ronteiriçoD proael(ente a (aioria "e nAs=se encontra nessa *ronteira So(os = su"icientemente ="eli1es =20e po"e(os ser criatios, (as

 percebe(os .ue /á inerente(ente u( tipo ="e c/o.ue entre o i(pulso pessoal e os co(pro(issosconcernentes a =.ual.uer tipo "e relaç$o .ue ten/a caracterGsticas =con*iáeis 6( outras palaras

30=20

esta(os =*alan"o, u(a e (ais, "o princGpio "a reali"a"e, e, eentual(ente, =con*or(e penetra(os no assunto, po"erGa(os encontrar al'u( aspecto "a =tentatia "e o in"iG"uo aceitar a

reali"a"e eterna se( per"a ecessia "o i(pulso pessoal =6sse u( "os (uitos proble(as básicos peculiares @ naturea =/u(ana, e nas etapas (ais precoces "o "esenoli(ento e(ocional"e ca"a u( .ue se =estabelece a base "e sua capaci"a"e e( relaç$o a esse aspecto =l'u( po"eria "ier .ue *re.Lente(ente *ala(os "e casa(ento =be(?suce"i"o e( ter(os "e.uantos *il/os tiera(, ou e( ter(os "a a(ia"e .ue os "ois =parceiros s$o capaes "e construirPo"e(os *alar bastante a respeito ="esse assunto, e sei .ue ocEs n$o espera( .ue eu per(aneça no=*ácil e no super*icial Se *alar(os sobre seo, o .ual a*inal "e contas ="ee ocupar u( lu'arcentral e( .ual.uer "iscuss$o sobre casa(ento, =po"ere(os encontrar u( 'rau i(pressionante "eso*ri(ento e( to"a parte =Su'iro u( bo( postula"o n$o co(u( encontrar pessoas casa"as .uesinta( estar ien"o sua i"a =seual "e (o"o criatio uito = >á =se escreeu sobre =isso, etale o in*ortHnio "o psicanalista se>a con/ecer, (ais "o .ue a (aioria "as pessoas, =essas"i*icul"a"es e o (al?estar .ue as aco(pan/a Para o psicanalista, =n$o possGel (anter a ilus$o "e

.ue as pessoas se casa( e "epois "isso ie( *elies para se(preD (uito (enos e( =sua i"aseual ;uan"o "uas pessoas s$o >oens e se a(a(, po"e /aer =u( te(po, at prolon'a"o, e( .ueo relaciona(ento seual u(a =eperiEncia criatia para a(bos Isso real(ente saH"e, e *ica(os=*elies .uan"o pessoas >oens eperi(enta( isso, "e (o"o .uase =consciente, e( pri(eira ($oPenso .ue u( 'rae erro *icar(os =apre'oan"o aos >oens a i"ia "e .ue tal esta"o "e coisas se prolon'a por u( perGo"o lon'o =apAs o casa(ento l'u( "isse &receio .ue u( tanto >ocosa(ente) =Já "ois tipos "e casa(ento e( u(, a (oça "escobre .ue casou co( o /o(e(

Page 20: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 20/142

erra"o a ca(in/o "o altarD e( outro, =ela "escobre isso "urante o ca(in/o "e olta: as n$o /á=ra$o para rir, + proble(a .uan"o *ica(os "an"o a i"ia ==20

=!-=20

==ustri'/t=aos >oens "e .ue o =casa(ento u( caso "e a(or prolon'a"o as eu ta(b(

o"iaria *aer o oposto =en"er "esilus$o aos >oens, *aer "isso u( ne'Acio e cui"ar .ue =os >oens saiba( "e tu"o e n$o ten/a( iluses Se a pessoa 4á "oi "eli1( = po"e suportar a

="i*icul"a"e =É a (es(a coisa .uan"o ="ie(os .ue u( bebE n$o po"e ser "es(a(a"o a(enos .ue ten/a ti"o =o seio, ou seu e.uialente 4$o /á nen/u(a "esilus$o =&aceitaç$o "o princGpio "a reali"a"e), eceto co( base na ilus$o s pessoas s$o =possuG"as "e u( terrGel senti"o"e *racasso .uan"o "escobre( .ue =al'o t$o i(portante co(o a eperiEncia seual está se tornan"o=ca"a e (ais u(a eperiEncia criatia para apenas u( "os inte'rantes "o par -s ees isso=po"e *uncionar be(, .uan"o o seo co(eça (al, e 'ra"ual(ente as "uas =pessoas a".uire(al'u( tipo "e co(pro(isso, ou "$o e recebe(, "e tal =(o"o .ue acaba ocorren"o al'u(aeperiEncia criatia e( a(bos os la"os

=É =necessário "ier =.ue a seuali"a"e (Htua sau"áel e constitui u(a 'ran"e =a>u"a,=20(as

seria erra"o presu(ir .ue a Hnica soluç$o para os proble(as ="a i"a "e u(a pessoa o seo(Htuo Precisa(os prestar =atenç$o na.uilo .ue latente, .uan"o o seo, al( "e ser u(=*enV(eno enri.uece"or, ta(b( u(a terapia .ue precisa se(pre oltar a ser *eitaostaria a'ora ="e le(brar a ocEs os (ecanis(os (entais "e pro>eç$o e =intro>eç$o enten"o co(isso a *unç$o "e al'u( se =i"enti*icar co( os outros e a "e i"enti*icá?los consi'o prAprio 9o(oocEs po"eria( esperar, /á os .ue =n$o po"e( usar esses (ecanis(osD /á os .ue po"e(, caso.ueira(D e =/áos .ue o *ae( "e u( (o"o t$o co(pulsio .ue tais (ecanis(os =acontece(, a pessoa .ueren"o ou n$o 6( ter(os colo.uiais, estou (e re*erin"o ao *ato "e al'u( ser =capa "ecalçar os sapatos "e outra pessoa, e a .uestes "e =si(patia e e(patia

=É Abio .ue .uan"o ="uas pessoas ie( >untas, co( u( Gnculo prAi(o e anuncia"o=publica(ente co(o o casa(ento, elas tE( (uita oportuni"a"e "e =ier u(a atras "a outra 4u( esta"o .ue ain"a "e saH"e, "e acor"o co( as =circuns?

32

tCncias =isso po"e ser be( aproeita"o, ou n$o SA .ue al'uns casais acaba( =se encontran"o na incV(o"asituaç$o "e *icar passan"o papis u( ao outro, en.uanto outros casais conse'ue( *lui"e e *leibili"a"e =e(

to"os os nGeis =É =claro .ue coneniente .ue a (ul/er "eie .ue o /o(e( "ese(pen/e a parte(asculina "o =ato *isico "o seo, e ice?ersa 4o entanto, n$o eiste apenas a =aç$oD /á ta(b( ai(a'inaç$o, e, "o ==.#onto de vista da ima'inaç$o( =co( certea n$o =/á parte "a i"a .ue n$o possaser trans*eri"a ou assu(i"a pelo =outro=209o( isso e( (ente, po"e(os obserar o caso especial "a criatii"a"e =4$o /á (uito "e criatii"a"e.uan"o se ea(ina a *unç$o =seual .ue( (ais criatio, o pai ou a ($e 4$o 'ostaria "e =ser eu a pessoaa "ier Po"erGa(os "eiar essa .uest$o "e la"o as nessa área "e *unciona(ento =real( ="ee?se le(brar.ue =u( bebE po"e ser conceido ="e (o"o =n$o?criatio =—ou se>a, se( ter = sido conceido( =se( .ue

tiesse =c/e'a"o a ser u(a i"ia na (ente Por outro la"o, u( bebE po"e co(eçar no eato =instante e( .ue .ueri"o pelos "ois parceiros 6"Xar" lbee, e( =uem tem medo de =Vir'inia ool"E( estu"a o "estino"e =u( bebE .ue concebi"o, (as n$o to(a *or(a carnal ;ue estu"o =etraor"inário, tanto na peça co(ono *il(eO

 4o entanto, =.uero sair "essa .uest$o "e seo real e bebEs reais, pois tu"o o .ue *ae(os po"e, ou =n$o, ser*eito criatia? (ente ostaria "e reto(ar o te(a a partir ="as ori'ens "a capaci"a"e in"ii"ual para iercriatia(enteO,tro! "a"o! =!o<r a! orign! "o vivr criativo

Page 21: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 21/142

=É a.uela el/a =/istAria .uilo .ue so(os "epen"e (uito "o ponto .ue atin'i(os e( =nosso"esenoli(ento e(ocional, ou "a etens$o "e nossas oportuni"a"es na.uela poca "o cresci(ento .ue te( aer =co( os está'ios iniciais "a relaç$o ob>etal =— = sobre isso .ue .uero *alarSei .ue "eeria estar "ien"o a.ui al'o =assi( *eli a.ue l =

===.ue está sen"o =criatio o te(po to"o e( sua i"a pessoal e =20=33=20

e( sua i"a =co( parceiros, *il/os, a(i'os, etc 4$o /á na"a .ue esse =territArio *ilosA*ico n$o abran>aPosso ol/ar para u( =relA'io e er apenas a /oraD po"e ser .ue eu n$o e>a ne( isso, apenas note as *or(asno (ostra"orD po"e ser .ue eu =n$o e>a na"a Por outro la"o, po"e ser .ue eu e>a relA'ios =potencial(ente,e ent$o per(ita?(e alucinar u( relA'io, assi( =a'in"o por ter ei"Encias "e .ue u( relA'io "e er"a"e está

lá para ser isto, "e (o"o .ue, .uan"o percebo =o relA'io "e er"a"e, = >á ==20passei por u( processoco(plica"o .ue se ori'inou e( (i( Portanto, =.uan"o e>o o relA'io, eu o crio, e .uan"o e>o a /orata(b( crio =a /ora !en/o (in/a eperienciain/a "e onipotEncia o te(po to"o, =antes "e trans*erir essa*unç$o "escon*ortáel para eusJá u(a certa antilA'ica a.ui =6( al'u( ponto "a lA'ica, a antilA'ica to(a *or(a Isso real =n$o posso

eitá?lo ostaria "e ea(inar esse assunto+ =bebE torna?se prepara"o para encontrar u( (un"o "e ob>etos e i"ias, e, =se'un"o seu cresci(ento nesseaspecto, a ($e ai l/e apresentan"o o =(un"o essa *or(a, e( *unç$o "e seu alto 'rau "e a"aptaç$o="urante esses te(pos iniciais, essa ($e capacita o bebE a eperi(entar a onipotEncia a encontrar=real(ente a.uilo .ue ele cria, e a criar e incular isso co( o .ue =real + resulta"o prático .ue ca"a bebEco(eça co( u(a =noa criaç$o "o (un"o 6 no sti(o "ia espera(os .ue ele se satis*aça e "escanse Isso.uan"o as =coisas corre( raoael(ente be(, co(o 'eral(ente acontece 4o entanto, =se a.uilo .ue estásen"o cria"o precisa ser realia"o concreta(ente, =al'u( te( .ue estar lá Se nin'u( estier lá para *aerisso, ent$o, nu( etre(o, a criança = autista =—criatia =no espaço — =e te"iosa(ente =sub(issa e( seusrelaciona(entos &es.uio*renia in*antil)

=M a partir "aG .ue =se po"e ir intro"uin"o, 'ra"ual(ente, o princGpio "a reali"a"e, e a =criança .uecon/eceu a onipotEncia eperi(enta as li(itaçes =.ue o (un"o i(pe 4o entanto, por essa poca, ela capa "e ier icaria(ente, ="e usar os (eca?

3N=20

nis(os "e =pro>eç$o e intro>eç$o, "e per(itir .ue outra pessoa @s =ees se>a o c/e*e e "e aban"onar aonipotEncia inal(ente, o ser =/u(ano in"ii"ual "esiste "e ser o olante, ou at (es(o "e ser a caia "e(arc/as inteira, e a"ota a posiç$o =(ais con*ortáel "e ser u(a peça na en'rena'e( ==l'u( (e a>u"ariaa escreer u( /ino /u(anista=20+O to be a co'+O to stan" collectielT+ to Xork =/ar(oniouslT Xit/ ot/ers+O to be (arrie" Xit/out losin' t/e == idea *or =bein' t/e creator o*t/e Xorl"=+ in"iG"uo =/u(ano .ue n$o co(eça a i"a co( a eperiEncia "e ser =onipotente n$o te( c/ance "e seru(a peça na en'rena'e(, (as precisa eacerbar a =onipotEncia, a criatii"a"e e o controleD al'o assi( co(o

tentar =en"er açes in"ese>áeis "e u(a co(pan/ia ineistente=206( (eus tetos, ten/o eplora"o bastante o conceito "e ob>eto =transicional al'o a .ue a criança acabou

"e se li'ar Po"e ser u( =pe"aço "e pano .ue = >á pertenceu ao u ="o berço, u( cobertor, ou ain"a u(a *ita

"e cabelo "a ($e =M ==20u( pri(eiro sG(bolo e representa a con*iança na uni$o "o =bebE e "a ($e basea"a na eperiEncia "e con*iabili"a"e e =capaci"a"e "essa ($e "e saber o .ue o bebE precisa atras "e=u(a i"enti*icaç$o co( ele 6u "isse .ue o ob>eto *oi cria"o pelo bebED sabe(os .ue =>a(ais a(os contestar isso, ain"a .ue ta(b( saiba(os .ue ele estaa =lá antes "e o bebE tE?lo cria"o &po"e inclusie ter si"ocria"o ="o (es(o (o"o .ue u( ir($o)

M =(uito (ais o caso ="e 6sten"a a ($o, e ele estará lá para ocE usá?lo, ='astá?lo:, "o .ue Peça e l/e

Page 22: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 22/142

será "a"o: Isso o co(eço Po"e ser per"i"o no processo "e =intro"uç$o "o==35==20

(un"o *actual =ao (un"o "o princGpio "a reali"a"e, (as, no esta"o "e saH"e, conse'ui(os *or(as e(aneiras "e recapturar o senti(ento "e =si'ni*ica"o proeniente "a i"a criatia, + sinto(a "e u(a i"a=n$o?criatia o senti(ento "e .ue na"a te( si'ni*ica"o, o =senti(ento "e *utili"a"e, "e .ue na"a i(porta

=20'ora esta(os e( con"içes "e obserar o ier criatio e a partir ="aG utiliar u(a teoria consistente +assunto e( si (es(o =co(pleo, e a teoria nos per(ite enten"er al'u(as "as raes para .ue assi( se>aPo"e(os obserar a i"a criatia tanto na ='enerali"a"e co(o e( seus aspectos particularesica enten"i"o =.ue estou tentan"o atin'ir u(a ca(a"a (ais pro*un"a, ain"a .ue n$o eata(ente (ais*un"a(ental Sei .ue u(a *or(a "e coin/ar salsic/as = se'uir as instruçes "c rs Becton &9le(entreu", aos ="o(in'os) +utra *or(a pe'ar as salsic/as e coin/á?las "o >eito =.ue *or possGel + resulta"o

 po"e ser o (es(o, (as "á (ais praer conier co( a =coin/a criatia, (es(o .ue @s ees ocorra u("esastre, ou .ue o ='osto *i.ue es.uisito, ou al'u( suspeite "o pior + .ue estou =tentan"o "ier .ue, #ara

o co1in?eiro( =as "uas =eperiEncias "i*ere( o escrao .ue obe"ece na"a tira "a =eperiEncia, a n$o ser oincre(ento "a sensaç$o "e "epen"Encia "a autori"a"e, en.uanto a pessoa ori'inal se sente =(ais real esurpreen"e a si (es(a e( *unç$o "a.uilo .ue ai =sur'in"o "urante o ato "e coin/ar ;uan"osurpreen"e(os a nAs (es(os, esta(os sen"o criatios e "escobri(os .ue po"e(os con*iar e( =nossainespera"a ori'inali"a"e 4$o "eerGa(os nos preocupar se =a.ueles .ue co(e( as salsic/as n$o percebe( acoisa surpreen"ente .ue /oue no ato "e coin/ar, ou se ="e(onstra( n$o apreciá?las "o ponto "e ista'ustatio=cre"ito .ue n$o eista na"a .ue n$o possa ser *eito "e (o"o criatio, caso a pessoa se>a criatia, ou =ten/aessa capaci"a"e as, se al'u( passa o te(po to"o a(eaça"o =pela etinç$o "a criatii"a"e, ent$o tanto aa.uiescEncia =ente"iante te( .ue se perpetuar, co(o ta(b( a ori'inali"a"e te( .ue ser acu(ula"a at .ueas salsic/as =*i.ue( parecen"o al'o "o outro (un"o ou ten/a( 'osto "e lata "e lio

3R=20

9o(o = >á ="eiei in"ica"o, =acre"ito .ue se>a er"a"eiro o se'uinte (es(o .ue o in"iG"uo ten/a u(e.uipa(ento criatio pobre, a eperiEncia po"e ser =criatia e po"e ser senti"a co(o ecitante, no senti"o "e.ue se(pre =/á al'o "e noo e inespera"o no ar 6 claro .ue se a pessoa *or (uito ori'inal e talentosa seu="esen/o po"e aler 20 (il librasD (as, para a.ueles .ue n$o s$o =Picasso, seria u(a i(itaç$o escraiante e

n$o? criatia "esen/ar co(o Picasso Para "esen/ar co(o Picasso, a pessoa =te( .ue ser Picasso =— =tu"o o(ais n$o =será criatio s pessoas .ue se a*erra( a (o"is(os s$o por ="e*iniç$o ente"iantes e sub(issas,eceto .uan"o estaa( @ =procura "e al'o e precisaa( "a cora'e( "e u( Picasso co(o apoio para =sere(ori'inais

+ *ato .ue a.uilo .ue cria(os=20 >á =está lá, (as =a criatii"a"e resi"e no (o"o co(o conse'ui(os a percepç$o, =atras "a concepç$o e "a apercepç$o ssi(, .uan"o ol/o o relA'io, co(o preciso *aer a'ora,

 por =ee(plo, crio u( relA'io, (as ten/o o cui"a"o "e n$o *icar en"o =relA'ios a n$o ser .uan"o = >á sei.ue eiste u( =Por *aor, n$o "eie "e la"o este *ra'(ento "e ilA'ica absur"a =—e( e "isso, =ea(ine?o euse?oPara a>u"ar u( pouco na "iscuss$o, eu "iria =.ue, se estier *ican"o escuro e se eu estier (uito cansa"o outale =u( pouco es.uiAi"e, po"e ser .ue eu e>a relA'ios on"e n$o /a>a nen/u( Posso er =al'o na.uela

 pare"e e at (es(o ler as /oras no (ostra"or KocEs =po"eria( (e "ier .ue apenas a so(bra "a cabeça "eal'u( =pro>eta"a na pare"e

=20Para certas pessoas, a possibili"a"e "e sere( c/a(a"os "e "oi"os, "e =alucina"os, *a co( .ue sea*erre( @ sani"a"eD a*erra(?se a u(a =ob>etii"a"e .ue se po"eria "eno(inar reali"a"e co(partil/a"a Já=ta(b( os .ue preten"e( estar t$o be( .ue tu"o .uanto i(a'ina( real e po"e ser co(partil/a"o=Po"e(os per(itir .ue conia conosco to"o tipo "e pessoa "o (un"o, (as =precisa(os "os outros paraser(os ob>etios, se *or o caso "e 'oar e =aproeitar nossa prApria criatii"a"e, assu(ir certos riscos ese'uir nossos i(pulsos co( as =i"ias .ue os aco(pan/a( ==20

=37=20

Page 23: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 23/142

l'u(as =crianças s$o obri'a"as a crescer nu(a at(os*era intensa(ente =criatia, (as .ue pertence aos paisou @ babá, e n$o @ =criança Isso as su*oca e elas para( "e ser +u "esenole( al'u(a tcnica ="eisola(ento prois$o "e oportuni"a"es para .ue as =crianças ia( suas prAprias i"as, tanto e( casa co(o na escola,= u(a .uest$o (uito a(pla, e u( aio(a o *ato "e .ue as crianças .ue n$o tE( "i*icul"a"e =para sentir.ue eiste( s$o >usta(ente as .ue s$o *áceis "e =li"ar S$o as .ue n$o sente( .ue o princGpio "a reali"a"e as=a'ri"e "e to"as as *or(as=209aso este>a(os li'a"os *or(al(ente a parceiros, po"e(os nos per(itir =to"a e .ual.uer .uali"a"e e to"ae .ual.uer .uanti"a"e &co(o eu>á ="isse) "e pro>eçes e intro>eçesD u(a (ul/er po"e "iertir?se co( as

 brinca"eiras "e seu (ari"o a respeito "o =trabal/o, ou u( (ari"o po"e "iertir?se co( as eperiEncias "e sua=esposa co( a *ri'i"eira essa *or(a o casa(ento==20—a uni$o =*or(al — =a(plia nosso ca(po =para u( ier criatio KocE po"e ser criatio por procuraç$oen.uanto está *aen"o u(a tare*a =rotineira, .ue se *a (ais rapi"a(ente .uan"o se está se'uin"o as=instruçes assinala"as no rAtulo "a 'arra*aostaria "e =saber co(o ocEs est$o "i'erin"o essas i"ias .ue escrei e acabei "e ler + pri(eiro =ponto .ue eu n$o posso *aer co( .ue ocEs *i.ue( criatios =apenas por.ue *alo co( ocEs Seria (el/or .ue euos ouisse 9aso =ocEs n$o ten/a( possuG"o ou ten/a( per"i"o a capaci"a"e "e se surpreen"er e( suas=eperiEncias na i"a, n$o ai ser *alan"o .ue ou po"er =a>u"á?los e( al'u(a coisa, e ta(b( seria "i*icila>u"á?los =atras "e psicoterapia as i(portante .ue saiba(os "e outras pessoas &especial(ente crianças=.ue este>a( sob nossa responsabili"a"e) .ue eperi(entar o ier =criatio se(pre (ais i(portante "o

.ue se sair be(:=;uero esclarecer .ue u(a "Hi"a *ilosA*ica está enoli"a at o Hlti(o "etal/e "a eperiEncia "o =iercriatio =—=20isso por.ue, .uan"o esta(os e( 'oo "e nossa sani"a"e, real(ente sA =cria(os a.uilo .ue"escobri(os t (es(o nas artes n$o po"e(os =ser criatios no ácuo, a (enos .ue se>a(os solistas

38=20

nu( =/ospGcio ou no asilo "e nosso prAprio autis(o Ser criatio e( =arte ou e( *iloso*ia "epen"e(uito "o estu"o "e tu"o o .ue >á eiste, =e o estu"o "o a(biente u(a c/ae para se enten"er eapreciar .ual.uer artista SA .ue a =abor"a'e( criatia *a co( .ue o artista se sinta real esi'ni*icatio, =(es(o .uan"o o .ue ele *e se>a u( *racasso "o ponto "e ista "o =pHblico, ain"a.ue o pHblico continue sen"o u(a parte necessária "e seu e.uipa(ento, tanto =.uanto seus talentos,

seu treina(ento e suas *erra(entas=Portanto, po"e?se a*ir(ar .ue, at o ponto e( .ue este>a(os =raoael(ente sau"áeis "o ponto"e ista pessoal, n$o te(os .ue ier nu( (un"o cria"o por nosso parceiro "e casa(ento, =e nosso parceiro "e casa(ento n$o te( .ue ier e( nosso (un"o 9a"a =u( "e nAs te( seu prAprio(un"o pria"o, e, al( "isso, =apren"e(os a co(partil/ar eperiEncias atras "o uso "e to"os os'raus "e i"enti*icaçes =crua"as ;uan"o esta(os crian"o *il/os criatios nu( (un"o "e *atos=reais, te(os .ue ser n$o?criatios, a.uiescentes e a"aptatiosD (as, no to"o, contorna(os o=proble(a e "escobri(os .ue isso n$o nos (ata e( *unç$o "e nossa =i"enti*icaç$o co( essas pessoin/as noas .ue precisa( "e nAs, =se ta(b( elas tiere( .ue a".uirir u( ier criatio

3%=20

==p1===20=20

=====20

=20

==="u#$ = E, !o,=20 Palestra =#ro"erida na Association o" ,eac?ers o" Mat?ematics( durante sua =Fon"er+ncia de Páscoa

em ?itelands( Putne( Londres( -0 de aril =de -&2>

Page 24: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 24/142

Seria (el/or, se( ="Hi"a, .ue eu *icasse a.ui restrito @ (in/a área, ou se>a, a =psi.uiatria in*antil e @ teoria"o "esenoli(ento e(ocional "a =criança, .ue "eria"a "a psicanálise, e portanto, e( Hlti(a análise, "ereu" =Fon?eço al'uma =coisa "e (eu =o*icioD "ele ten/o prática e eperiEncia acu(ula"a 4a=20área "a(ate(ática e "o ensino, sou (uito =i'norante( =+ aluno (ais noo ="e ocEs sabe (ais "o .ue eu Se n$o*osse pelo *ato "e o sr !a/ta, "es"e a pri(eira carta .ue (e eniou, =ter "e(onstra"o estar ciente "e .ue

 pertenço a u(a especiali"a"e =alienG'ena @ "e ocEs e .ue "e (i( ele sA po"eria esperar u( =co(entáriosobre a ecolo'ia "o >ar"i( especG*ico .ue cultio, eu n$o =teria aceita"o o conite .ue ele e ocEs (e*or(ulara(t =(es(o o tGtulo, =8SumG eu sou:, (e =ate(oria Po"e?se interpretá?lo co(o in"icatio "e .ue eu se>au( =aca"E(ico ersa"o nos clássicos ou u( (estre e( eti(olo'ia, pois, =(eses atrás, insta"o a *ornecer u(tGtulo, pensei Bo(, co(o ou *alar sobre o está'io "o =eu sou ="urante o ="esenoli(ento "o in"iG"uo,ent$o po"eria ser proeitoso incular isso co( a =pala?=20

=:-=20

==ustri'/t=ra latina = sum;9 Percebe( o =troca"il/o &Isso 9alerleT, (as n$o pense( .ue euse>a u( =eru"ito)eu o*icio consiste e( ser eu (es(o ;ue pe"aço "e =(i( (es(o posso "ar a ocEs, e co(o posso l/es "ar u( pe"aço se( parecer .ue perco a =totali"a"e Preciso assu(ir .ue ocEs possa(suportar (in/a =totali"a"e e ta(b( u( certo 'rau "a.uela *or(a "e (aturaç$o =.ue"eno(ina(os inte'raç$o, e eu preciso escol/er apenas u( ou "ois "os ele(entos .ue $o=construir a uni"a"e .ue sou 6QUá (e sinto encora>a"o, pois =sei .ue essas .uestes .ue s$o ob>eto "o estu"ioso "a =personali"a"e/u(ana ta(b( s$o ob>eto "o (ate(áticoD a ri'or, a (ate(ática u(a ers$o "escorpori*ica"a "a=personali"a"e /u(anaFesu(in"o, .uan"o "i'o .ue o aspecto central ="o "esenoli(ento /u(ano a c/e'a"a e a(anutenç$o se'ura "o =está'io "o 6Q S+Q, sei .ue isso ta(b( u(a a*ir(aç$o "o *ato central"a arit(tica, ou, =co(o po"eria "ier, "as operaçes "e so(aKocEs = >á ==20"ee( ter percebi"o .ue, por naturea, treina(ento e prática, sou u(a =pessoa .ue pensa "e (o"o "esenoli(ental ;uan"o e>o u( (enino ou u(a =(enina nu(a carteira escolar,so(an"o ou subtrain"o, e lutan"o co( a =tabua"a "e (ultiplicaç$o, e>o u(a pessoa .ue = >á =te(

u(a lon'a =/istAria e( ter(os "e processo "esenoli(ental, e sei .ue po"e /aer ="e*iciEncias,"istorçes no "esenoli(ento ou "istorçes or'ania"as para li"ar co( ="e*iciEncias .ue tE( "eser aceitas, ou .ue "ee /aer u(a certa =precarie"a"e no .ue tan'e ao "esenoli(ento .ue parece ter si"o =conse'ui"o Ke>o o "esenoli(ento co(o in"o e( "ireç$o @ in"epen"Encia e asi'ni*ica"os se(pre noos =para o conceito "e totali"a"e, .ue po"e ou n$o se tornar u( *ato no=*uturo "a.uela criança, caso ela este>a e continue ia !a(b( =ten/o plena consciEncia "o.uanto se "epen"e "o (eio a(biente, e "o (o"o co(o esse (eio, =inicial(ente i(portantGssi(o,continua a ter si'ni*ica"o e ai ter =si'ni*ica"o (es(o .uan"o o in"iG"uo atin'e a in"epen"En?

N2

cia por (eio ="e u(a i"enti*icaç$o co( caracterGsticas a(bientais, co(o =.uan"o u(a criança cresce, secasa e cria u(a noa 'eraç$o "e =*il/os, ou co(eça a participar "a i"a social e "a (anutenç$o "a estruturasocial =

6sta u(a caracterGstica (in/a .ue ocEs tale possa( =usar, pois, se nos atier(os aos nossos respectiosca(pos, n$o se =espera .ue voc+s =este>a( preocupa"os =co( processos "esenoli(entais co(o =eu

 preciso estar, caso =.ueira lear a cabo (eu trabal/o =— =ain"a (ais se *or =*aE?lo "e (o"o e*icaJá al'o se(pre "i*icil "e ser le(bra"o =.u$o (o"erno o conceito "e in"iG"uo /u(ano !ale a luta=para alcançar esse conceito se re*lita no pri(eiro no(e /ebraico para =eus + (onoteGs(o parece estar(uito incula"o @ epress$o 6Q S+Q Sou o .ue =sou HFo'ito( =er'o suin ="i*erente o sum =a.uisi'ni*ica .ue =ten/o u( sentido ==20"e eistEncia en.uanto pessoa, .ue sinto e( (eu >uGo .ue (in/a=eistEncia *oi proa"a as a.ui esta(os preocupa"os co( u( esta"o =n$o?autoconsciente "e ser, para al("e eercGcios intelectuais ="e autoconsciEncia) Será .ue esse no(e con*eri"o a eus &6Q S+Q) re*lete o

Page 25: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 25/142

 peri'o .ue o =in"iG"uo sente "e estar alcançan"o o esta"o "e u( ser in"ii"ual =Se eu sou, ent$o o caso .ue conse'ui a'rupar isto e a.uilo e reiin"i.uei .ue isto sou eu, e =.ue repu"iei to"o o restoD ao repu"iar on$o?eu, insultei o (un"o, =por assi( "ier, e posso a'uar"ar u( ata.ue 6nt$o, .uan"o as pessoas c/e'ara(

 pela pri(eira e ao conceito "e =in"ii"uali"a"e, rapi"a(ente colocara(?no no cu e l/e "era( u(a o=.ue sA u( oiss conse'uiria escutarIsso retrata "e (o"o =preciso a ansie"a"e inerente @ c/e'a"a "e to"o ser /u(ano ao está'io 6Q S+Q KocEs

 po"e( er isso na.uele >o'o ="o .ual participaa( na praia, 6u sou o rei "o castelo: =I(e"iata(ente e(u(a "e*esa contra u( ata.ue espera"o KocE =u( su>eitin/o no>ento:, ou ent$o, esce "ai, seu su>eitin/ono>ento: Jorácio tin/a u(a ers$o ="esse >o'o in*antil =20

====:!=20

Fe erit .ui =recte *acietD;ui non *aciet, non eritIsso constitui, se( ="Hi"a, u(a ers$o so*istica"a "o está'io "o 6Q S+Q, sen"o .ue =sA se per(ite o 6QS+Q ao rei=20Po"er?se?ia tentar saber co(o .ue se *aia u(a so(a antes "o =a"ento "o (onoteGs(o + .ue .uero"ier .ue a palara =uni"a"e: n$o te( o (enor si'ni*ica"o a n$o ser na (e"i"a e( .ue o ser /u(ano se>au(a uni"a"e 6( outro conteto =po"erGa(os estar "iscutin"o o uso "o prono(e pessoal eu:, o =.ual, ten/oa i(press$o, o pri(eiro prono(e "o "iscurso "a =criança 4o entanto, esse assunto n$o *ica a.ui (uitoclaro, pois as palaras erbalia"as po"e( ir (uito ="epois "o enten"i(ento "a lin'ua'e(, e processos(entais etre(a(ente =co(pleos "ie( respeito a u( perGo"o .ue prece"e a =erbaliaç$oKocEs perceber$o co( *acili"a"e on"e estou .ueren"o c/e'ar @ i"ia "e .ue a =arit(tica co(eça co( oconceito "e =um( ==20e .ue isso "eria necessaria(ente "o = sel" =unitário "e to"a =criança c("esenoli(ento 6sse esta"o representa al'o .ue se conse'uiu "urante o cresci(ento, =e(bora /a>a a

 possibili"a"e "e ele nunca ser alcança"o 4este =(o(ento preciso *aer u(a interrupç$o para li"ar co( u(a =co(plicaç$o i(ensa + .ue *aer co( o processo intelectual .ue *oi cin"i"o =(ate(ática superior po"e *uncionar a.ui separa"a "as =realiaçesou n$o?realiaçes "o in"iG"uo e( ter(os "o esta"o "e uni"a"e Fecon/ece?se o (es(o proble(a e(=outros ca(pos 9onsi"ere(, por ee(plo, o caso "e u( >ui *rente a u(a =/o(olo'aç$o "e partil/a "eal'u( .ue (orreu se( ter *eito =&tale por n$o po"er *aE?lo) u( testa(entoD ou o *ilAso*o .ue n$o sabe a"ata, ou o "ia "a =se(anaD ou o *isico "e 'ran"e *a(a, co(o o *aleci"o (estre "e=NN=20

!rinitT, =9a(bri"'e, .ue po"ia ser isto an"an"o pelas ruas colocan"o u( p na =calça"a e o outro na sar>eta&"aG a necessi"a"e "e se ter u( =Jobson#s Brook entre a calça"a e a rua na rua !ru(pin'ton =— = pelo (enoseu, =.uan"o estu"aa no col'io !/e 7eTs, acre"itaa pia(ente nisso) =

=20Per(ita(?(e ea(inar isso e( ter(os "o "esenoli(ento in"ii"ual & =propAsito >á ==20*aleisobre isso "e (o"o (ais "etal/a"o, e ac/o "i*icil "iscutir o =assunto abreia"a(ente, a (enos .ue ocaricaturie) !e(os u( bebE =*ican"o co( *o(e e "ese>an"o co(er al'o Se o ali(ento c/e'a,=20tu"o be(as, se o ali(ento "e(ora (ais "o .ue (inutos, .uan"o ele =c/e'a, n$o terá (ais si'ni*ica"o para o bebE6 a'ora sur'e a =.uest$o apAs .uanto te(po o ali(ento n$o te( (ais si'ni*ica"o =al'u(!e(os a'ora "ois bebEs u( "eles "ota"o "e u( e.uipa(ento intelectual .ue, testa"o, =eentual(ente l/econ*eriria u( ;I elea"o, e o outro *oi "ota"o abaio ="a ("ia + bebE be(? "ota"o lo'o apren"e, a partir"e certos =ruG"os especG*icos, .ue al'u( ali(ento está sen"o prepara"o Se( erbaliar na"a, =o bebE "i

 para si (es(o 6sse barul/o (e per(ite preer .ue e( =aG co(i"aD portanto, espere u( poucoO: sc/ances s$o "e .ue =tu"o corra be( + bebE pouco "ota"o *ica (ais @ (ercE "a capaci"a"e "e a"aptaç$o ="a($e e te( u(a ci*ra (ais precisa para o sG(bolo =Será .ue ocEs po"e( perceber, a partir "aG, .ue o intelecto =a>u"a a tolerar a *rustraç$o partir "aG po"e?se prosse'uir at er .ue u(a ($e po"e eplorar as =*unçes intelectuais "o bebE a *i( "e se libertar "oGnculo =proeniente "a "epen"Encia "o bebE !u"o isso (uito nor(al, =(as se ocE *ornece @ criança u(e.uipa(ento intelectual aci(a "a ("ia o bebE e a ($e =po"e( se conluiar na eploraç$o "o intelecto, .uese torna cin"i"o =—ou se>a, cin"e a =psi.ue "a eistEncia psicosso(ática e "o ier=crescente?se a isso u( ele(ento "e "i*icul"a"e no ca(po =psicosso(ático, pois o bebE co(eça a"esenoler, na (ente cin"i"a, u( *also sel*e( ter(os "e i"a, sen"o =er"a"eiro o =sel" =20

Page 26: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 26/142

=N5=20

==ustri'/t= psicosso(ático, =.ue *ica escon"i"o e tale per"i"o 6nt$o, en.uanto a (ate(ática superior'an/a i(pulso, a criança =*racassa e( saber o .ue *aer co( u( centaoQ(a paciente .ue =a>u"ou a (e ensinar isso /aia apren"i"o =O "lautista de =Iamelin co( (uita*acili"a"e, =aos cinco ou seis anos 4o entanto, ela *oi *ican"o ca"a e (ais inse'ura "e si (es(a, "e tal

(o"o .ue *inal(ente eio para trata(ento a *i( ="e per"er sua capaci"a"e intelectual cin"i"a &essacapaci"a"e "aa ='ran"e or'ul/o aos pais) e encontrar seu er"a"eiro = sel"; 4a i"a"e "e seis ou =sete anos,"itou @ sua babá, para a reista "a *a(Glia, a =/istAria "e u(a criança, obia(ente ela (es(a, .ue estaa in"o(uito be( na escola e .ue *oi ='ra"ual(ente se tornan"o "e*iciente (ental !in/a (ais "e cin.Lenta =anos.uan"o se libertou, no "ecorrer "e sua análiseKocEs =$o perceber .ue eu encaro o intelecto co(o u(a coisa boa, (as e( (eu trabal/o posso =er "e .ue(o"o ele eplora"o, e nu( relato "escritio "a =personali"a"e ten/o .ue lear e( consi"eraç$o as incrGeiscon.uistas "o intelecto c("i"o, se( per"er "e ista a eistEncia =psicosso(ática in"ii"ualnti'a(ente =— =/á u( sculo — =as pessoas *alaa( ="e (ente e corpo Para sair "o "o(Gnio "o intelectocin"i"o, tiera( =.ue postular u(a al(a 'ora possGel co(eçar co( a psi.ue "o psi.ue?so(a e, a partir"essa base, =aançar para=20a estrutura "a personali"a"e e atin'ir o conceito "o intelecto cin"i"o, =.ue, nu(caso etre(o, e nu(a pessoa (uito "ota"a intelectual(ente, e( =ter(os "e (assa cinenta, po"e *uncionar"e (o"o bril/ante se( (uita =re*erEncia ao ser /u(ano as o ser /u(ano .ue, pela acu(ulaç$o "e

eperiEncias assi(ila"as ="e (o"o nebuloso, po"e a".uirir sabe"oria Hnica coisa .ue o =intelecto po"e*aer *alar sobre a sabe"oria Po"er?se?ia citar =9o(o po"e to(ar?se sábio .ue( *ala sobre bois:&6clesiástico 3825)ssi(, =se'un"o o ponto "e ista .ue estou a"otan"o a.ui, se'ue?se .ue no =intelecto cin"i"o n$o /á li(ites

 para a a"iç$o e a =subtraç$o, para a "iis$o e a (ultiplicaç$o, eceto a.uilo .ue po"e ser "eter(ina"o peloco(puta"or, .ue a.ui =o cre?

NR

 bro /u(ano, se( "Hi"a (uito pareci"o co( os co(puta"ores .ue =ocEs inenta( e usa( co(o parte "esua especiali"a"e as /á u( =li(ite para as so(as co( as .uais u( in"iG"uo po"e se i"enti*icar, e =talli(ite "i respeito ao está'io "o "esenoli(ento "a personali"a"e .ue o in"iG"uo alcançou e =po"e (anter&9o(eça(os co( u( te(a abran'ente "e(ais + =proble(a .ue eu n$o sei on"e parar Já (uito a ser"ito) =Ka(os en*ocar a "iis$o "iis$o n$o apresenta a (enor "i*icul"a"e para o intelecto cin"i"o 4a =er"a"e, n$o /á "i*icul"a"es nessaárea, eceto e( ter(os "e =co(puta"ores e pro'ra(aç$o Isso n$o i"a, isso =cis$o "e i"a as a(osconsi"erar co(o=20 .ue o in"iG"uo c/e'a @ "iis$o + esta"o "e uni"a"e =a con.uista básica para asaH"e no "esenoli(ento e(ocional "e =to"o ser /u(ano 9o( base nesse esta"o, a personali"a"e unitária

 po"e =se per(itir a i"enti*icaç$o co( uni"a"es (ais a(plas =— ="i'a(os, a =*a(Glia, o lar ou a casa = A'ora(a personali"a"e =unitária parte "e u( conceito "e totali"a"e (ais a(plo 6 lo'o =ai se tornar parte "e u(ai"a social ca"a e (ais a(pla, incluin"o as =.uestes polGticasD e &no caso "e al'u(as pessoas) "e al'o .ue

 po"e ser c/a(a"o "e =ci"a"ania no (un"o base "c tal "iisibili"a"e o = sel" =unitário, tale trans*eri"o &por (e"o "e ata.ue) para eus 6 aG=retorna(os ao (onoteGs(o e @ a.uisiç$o "e u( si'ni*ica"o =para u(, solitário, HnicoD co(o elo a.uebra "e u( e( =trEs, a trin"a"eO !rEs, o nH(ero "a *a(Glia (ais si(ples possGel;uan"o ocEs ensina( a =operaç$o "e a"iç$o, "ee( se "e*rontar co( crianças "o =>eito .ue elas E(, ecerta(ente recon/ecer$o trEs tipos

=1 .uelas .ue co(eça( co( *acili"a"e co( o um;=2 .uelas .ue =n$o conse'uira( o esta"o "e uni"a"eD para elas, o =um n$o si'ni*ica =na"a3 .uelas .ue (anipula( conceitos restritos a =consi"eraçes banais "e libras, elins e cents ==20

====47=20

==ustri'/t=KocEs $o se =sentir co(o se iniciasse( essas Hlti(as crianças "ireto na r'ua "e cálculo ou nocálculo "i*erencial =Por .ue n$o pe"ir?l/es .ue =adivin?em( =e( e "e calcular( =utilian"o assi( =seusco(puta"ores internos 4$o e>o por .ue, e( arit(tica, /á =tanta En*ase na res#osta e6ata; =;ue ac/a(

Page 27: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 27/142

"o praer ="e a"iin/ar ;ue ac/a( "e brincar co( (to"os en'en/osos Supon/o =.ue ocEs >á=ea(inara( to"as =essas .uestes, .uan"o pensara( e( seu (to"os "i"áticos=c/o .ue ocEs n$o "eeria( esperar .ue u(a criança .ue n$o alcançou o esta"o "e uni"a"e possa apreciar=pe"aços 6les s$o aterra"ores para a criança e representa( o =caos 6 o .ue ocEs po"e( *aer 6( taiscasos, "eie( "e la"o a =arit(tica e tente( propiciar u( a(biente estáel, .ue possibilite &ain"a .ue tar"iae te"iosa(ente) .ue al'u( 'rau "e =inte'raç$o pessoal se instale na criança i(atura Po"e ser .ue =essa

criança se>a "eota"a a u( ratin/o Isso boa (ate(ática, =ain"a .ue u( tanto (alc/eirosa 6( ter(os "oratin/o, a criança po"e atin'ir a =totali"a"e .ue n$o está po"en"o ser obti"a no = sel" =l( "isso, o rato

 po"e (orrer Isso (uito i(portante 4$o /á =(orte, eceto consi"eran"o?se u(a totali"a"e Feerten"o o=raciocGnio, o senti"o "e totali"a"e "a inte'raç$o pessoal tra =consi'o a #ossiilidade =e real(ente a=certe1a da morteJ =e co( a =aceitaç$o "a (orte a"( u( 'ran"e alGio, alGio "o (e"o ="asalternatias, tais co(o a "esinte'raç$o ou os *antas(as ==20—ou se>a, a =sobreiEncia "e *enV(enos espGritas,

 para "epois "a (orte "a =(eta"e so(ática "a parceria psicosso(ática 6u "iria .ue =crianças sau"áeisencara( a (orte (uito (el/or "o .ue os a"ultos!ale se>a =Htil eu (e re*erir a (ais u( ite( .ue "i respeito ao ="esenoli(ento !rata?se "a interaç$oentre processos pessoais e =prois$o a(biental -s ees isso consi"era"o co(o u( e.uilGbrio entrenaturea e criaç$o o =pensar nesse proble(a especG*ico, a (aioria "as pessoas ten"e a to(ar =parti"o,e(bora n$o /a>a necessi"a"e "issoQ( bebein/o .ue =e( ao (un"o /er"a ten"Encias ao cresci(ento e ao "esenoli(ento, incluin"o os

aspectos =.ualitati?N8

Ko "o "esenoli(ento Po"e?se "ier .ue, .uan"o tier u( ano "e =i"a"e, o bebE saberá trEs palarasD aos"eesseis (eses =proael(ente ai co(eçar a an"arD e aos "ois anos estará *alan"o =S$o esses os nAs"esenoli(entais &reenacre), sen"o (uito coneniente .ue u(a =criança c/e'ue e( ca"a está'io "o"esenoli(ento "entro "o te(po =natural e o percorra no interalo "e te(po "o nAIsso =*ácil "e "ier, (as "eia "e la"o o i(portante *ato "a "epen"Encia ="epen"Encia e( relaç$o @

 prois$o a(biental , no =co(eço, .uase .ue absolutaD rapi"a(ente ela se torna relatia, e a =ten"Encia 'eral ca(in/ar e( "ireç$o @ in"epen"Encia palara?c/ae no .ue tan'e ao la"o =a(biental &correspon"en"o @

 palara "epen"Encia:) =con*iabili"a"e: =—con*iabili"a"e /u(ana =e n$o (ecCnica+ estu"o "a a"aptaç$o "a ($e @s =necessi"a"es "o bebE *ascinante e "e(onstra .ue ela co(eça =co( u(a'ran"e capaci"a"e=20para con/ecer as necessi"a"es "o bebE, atras "e sua capaci"a"e ="e se i"enti*icar

co( ele e (o"o 'ra"ual, ela se "esa"apta e lo'o luta =para se lirar "e seu con*ina(ento, ou se>a, "a preocupaç$o co( u( =bebE e co( as necessi"a"es "ele Se( essa prois$o a(biental /u(ana, o =bebE n$o*a as 'ra"açes "esenoli(entais .ue s$o =/er"a"as co(o ten"Encia KocEs po"e( tra"uir isso, .ue "i=respeito aos bebEs, para u(a lin'ua'e( .ue se apli.ue @ i"a"e escolarora ="esse ca(po alta(ente co(pleo "e estu"o, sur'e u(a .uest$o .ue =concernente @ coisa básica oconceito "e uni"a"ePara o =bebE, a pri(eira uni"a"e .ue sur'e inclui a ($e Se tu"o corre be(, o =bebE c/e'a a perceber a ($ee to"os os outros ob>etos e os E =co(o n$o?eu, "e tal (o"o .ue a'ora /á o eu e o n$o?eu &+ eu =po"eincorporar e conter ele(entos n$o?eu, etc) 6sse está'io "os pri(Ar"ios "o 6Q S+Q sA se instala =real(enteno sel" ="o bebE na (e"i"a e( .ue o co(porta(ento "a *i'ura (aterna su*iciente(ente =bo( — =no .ue "irespeito =@ a"aptaç$o e @ "esa"aptaç$o ssi(, a ($e , no inGcio, u( "elGrio .ue

N% =20

o bebE =precisa ser capa "e "esautoriar, e aG precisa ser substituG"a =pela "escon*ortáel uni"a"e 6Q S+Q,.ue enole a per"a "a se'ura =*us$o unitária ori'inal ($e?bebE: + e'o "o bebE *orte se /ouer u(suporte "o e'o (aterno para =*aE?lo *orteD "o contrário, ele *raco9o(o os ="istHrbios nessa área a*eta( o apren"ia"o e o ensino "a =arit(tica Se( "Hi"a eles po"e(a*etar a relaç$o pro*essor?aluno !o"o e .ual.uer pro*essor precisa saber =.uan"o está li"an"o n$o co( = seuassunto =es#eci"ico( =20(as co( psicoterapia, ou se>a, co(ple(entan"o tare*as inco(pletas .ue=representa( *al/a parental relatia ou absoluta tare*a a .ue (e =re*iro *ornecer u( suporte ao e'o on"eele necessário + =oposto rir "os *racassos "a criança, especial(ente .uan"o eles representa( o (e"o "ese'uir a"iante

=c/o .ue be( con/eci"a a i(portCncia ital "a relaç$o =pro*essor?aluno =É assi( .ue os =psi.uiatras

Page 28: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 28/142

co(eça(, .uan"o se re*ere( a proble(as "e ensino =n$o?con*iabili"a"e "o pro*essor *a co( .ue .uaseto"a criança se ="esinte're ;uan"o u(a criança relata sua "i*icul"a"e e( *aer so(as &ou e( JistAria, oue( =In'lEs), a pri(eira coisa .ue se pensa tale esse pro*essor =n$o sira 4$o poucas crianças tiera(obstruG"o o ="esenoli(ento "e sua apren"ia'e( e( *unç$o "o sarcas(o "o pro*essor 4o entanto, eu n$ocensuro o pro*essor =t$o *acil(ente re.Lente(ente, a criança inse'ura ou =/ipersensGel, e, n$o i(porta.u$o cauteloso o pro*essor se>a, =a criança *ica to(a"a pela "escon*iança 9a"a caso (erece ea(e acura"o,

 pois n$o /á "uas crianças =i"Enticas, (es(o .uan"o a "i*icul"a"e "as "uas ate(ática =ostaria "e iniciar a'ora u( ea(e "a teoria pe"a'A'ica, e( =ter(os "a teoria "o "esenoli(ento "oin"iG"uo, (as ten/o .ue "eiar isso "e la"o es(o assi( "irei .ue "ee =ser *ascinante er co(o, noensino "a ate(ática, =a #essoa #ode =ca#tar o im#ulso criativoJ tale se>a o 'esto =lH"ico "e u(acriança, e ent$o a pessoa po"e usar isso e o ato ="e a criança tentar alcançar, *ornecen"o tu"o o .ue a criança=pu"er apren"er, atra?

s "o ensino, at .ue ela atin>a, co( o passar "o te(po, o =i(pulso criatio -s ees, tal trabal/o po"e ser(ais be( *eito co( =u(a assistEncia in"ii"ual, especial(ente se *or o caso "e *aer =al'u( conserto, por(otio "e a criança ter ti"o eperiEncias in*elies, ou (es(o a eperiEncia "e u(a =pe"a'o'ia rui(, .ue u(a *or(a "e "outrinaç$o =criatii"a"e inerente ao brincar, e tale n$o se>a =encontráel e( nen/u(a outra parte + brincar"e=20u(a criança po"e ser u( lee (oi(ento "e sua cabeça, "e tal =(aneira .ue no >o'o "a cortina contrau(a lin/a, na pare"e eterna, a =lin/a se>a nu( certo (o(ento u(, e lo'o "epois, "ois Isso po"e ocupar

=u(a criança &ou u( a"ulto) por /oras Será .ue ocEs po"e( (e "ier se u( bebE ali(enta"o e( "ois seios=sabe "os "ois, ou será .ue isso, no inGcio, u(a ="uplicaç$o "e u( !ale ocEs consi'a( captar essasatii"a"es =lH"icas, (as n$o sei co(o posto .ue ocEs sabe( as respostas para esses proble(as ;uanto a(i(, sinto .ue =preciso oltar ao (eu ob>etio, .ue apenas o trata(ento "e =crianças "oentes "o ponto "eista psi.uiátrico, e a =construç$o "e u(a teoria "o "esenoli(ento e(ocional "o ser /u(ano =— =(el/or,(ais eata =e (ais HtilPara *inaliar, eu per'untaria por .ue será .ue a ate(ática o (el/or ee(plo "e =u( assunto .ue sA po"eser ensina"o caso /a>a continui"a"e 9aso se =perca u( está'io, o resto *ica se( senti"o c/o .ue acatapora =responsáel por (uitos casos "e colapso (ate(ático &"urante o perGo"o =letio "a pri(aera)D seocEs tiere( te(po, po"e( "ar u(a =assistEncia in"ii"ual @ criança na.uilo .ue ela per"eu =en.uantoestaa e( casa, "e .uarentena=20Po"e ser .ue isso l/es pareça u( atoleiro as eu (e contento =si(ples(ente e( to(ar parte "e u(eercGcio "e *ertiliaç$o =crua"a ;ue( sabe .ue ser /Gbri"o po"e resultar "a (istura

51=20==p1===20=20

=====20

=20

====O concito " $a)!o =self

==Rascun?o inacaado de uma #alestra #ro"erida no Ali Souls

Foile'e( =O6"ord( #ara 8Frime =— ==Um Desa"io ==“,um ='ru#o

da Universidade de O6"ord( & de 4aneiro de -&2:

==Uá *ui brin"a"o anterior(ente co( a /onra "e (e apresentar perante o 'rupo =9ri(e ==— =Q( =esa*io:,e e( *unç$o "isso "escobri .ue os con*erencistas po"e( escol/er =.ual.uer assunto, n$o necessaria(enterelaciona"o ao cri(e Isso (e ="eia co( u(a "i*icul"a"e se posso *alar sobre absoluta(ente .ual.uer=coisa, co(o .ue ou escol/er=20Já seis (eses, .uan"o ocEs (e coni"ara(, su'eri a i"ia "o =conceito "e u( sel* er"a"eiro e "e u(==sel" =*also, e a'ora preciso *aer co( .ue isso se>a u(a contribuiç$o =.ue ocEs sinta( .ue al/a a pena"iscutir

M ==*ácil *alar sobre cri(e, pois sei .ue ocEs n$o s$o cri(inosos 4o entanto, co(o po"eria *alar sobre o

assunto .ue escol/i =se( parecer .ue estou pre'an"o u( ser($o, ==>á .ue, =no *inal "as contas, "e u(a

Page 29: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 29/142

*or(a ou outra, ou e( al'u(a (e"i"a, ca"a u( ="e nAs está "ii"i"o nu( ==sel" =er"a"eiro e nu(==seU ==20*also 4a er"a"e, preciso incular o nor(al co( o anor(al, e solicitar =sua co(placEncia casoeu pareça su'erir, "urante o processo, .ue =to"os nAs so(os "oentes, ou, por outro la"o, .ue as pessoas"oentes =s$o sau"áeis=20Penso .ue concor"ar$o .ue n$o /á na"a "e noo na i"ia=central Poetas, *ilAso*os e i"entes se(pre se ocupara( "a i"ia =

"o *also ==sel"( e a =traiç$o "o ==sel" ==20te( si"o u( ee(plo tGpico "o ==20==9 54 =20

==inaceitáel S/akespeare, tale co( o intuito "e eitar ser =en'ana"o, >untou u( pun/a"o "e er"a"es e passou?as anAs, pela boca ="e u( in"iG"uo (uito c/ato c/a(a"o PolVnio Sen"o assi(, ac/o .ue po"e(os aceitar o consel/o!/is aboe =all to t/ine oXn sel*be true,n" it (ust *olloX, as t/e ni'/t =t/e "aT,!/ou const not t/en be *alse to anT (anYKocEs po"eria( apontar .ual.uer poeta i(portante e (ostrar .ue esse u( =te(a pre"ileto "as pessoas .ue ie(intensa(ente seus senti(entos =!a(b( po"eria( assinalar .ue o teatro conte(porCneo está =procuran"o pelo .ue /á"e er"a"eiro na essEncia "o .ue .ua"ra"o, senti(ental, be(?suce"i"o ou =/ipAcritaKa(os partir "e u( pressuposto o te(a perse'ue a =a"olescEncia inteira, c/e'an"o (es(o a ecoar nos astos sales "asuniersi"a"es "e +*or" e "e 9a(bri"'e ee /aer al'u(as =pessoas a.ui .ue est$o enoli"as nisso elas prAprias,co(o eu =estou, (as pro(eto n$o a"iantar soluçesD caso ten/a(os esses proble(as pessoais, precisa(os ier co( elese =er se o te(po tra al'u( tipo "e eoluç$o pessoal, e( e "e u(a =soluç$oKocEs sabe( .ue passo (eu te(po tratan"o "e =pacientes &psicanálise e psi.uiatria in*antil) e, .uan"o ea(ino os .ue/o>e est$o sob =(eus cui"a"os, ac/o .ue posso ener'ar esse (es(o proble(a e( to"os =eles !ale /a>a u(a li'aç$o

entre o conceito "e (aturi"a"e, ou =saH"e pessoal "o a"ulto, e a soluç$o para esse proble(a "e personali"a"e ==M==co(o se, apAs anos e anos tentan"o *icar co( u( p e( ca"a canoa, acor"ásse(os "e repente e "escobrGsse(os .ue=estie(os o te(po to"o @ beira "o cais6stou "ien"o, "e certa =*or(a, .ue ca"a pessoa te( u( sel* e"uca"o ou socialia"o, e ta(b( =u( sel*pessoal pria"o,=20

55

==.ue sA aparece na inti(i"a"e Isso co(u( e po"e ser consi"era"o =nor(alSe ocEs obserare(, po"er$o er .ue essa "iis$o ="o =sel"

== u(a a.uisiç$o ==saudável ="o =cresci(ento pessoalD na ==doença(a ="iis$o u(a .uest$o "c cis$o na (ente, .ue po"e c/e'ar a =ariar e( pro*un"i"a"eD a (ais pro*un"a c/a(a"a =es.uio*renia=206stou *alan"o, portanto, "e assuntos co(uns, .ue ta(b(s$o =.uestes "o (ais pro*un"o si'ni*ica"o e "a (ais pro*un"a=serie"a"e6n.uanto estaa escreen"o isto, *ui interro(pi"o por =u(aentreista co( u(a criança=20M u( (enino "e "e anos, *il/o "e u( cole'a !e( u( proble(a =ur'ente 6stá ien"o nu( lar *eli, (asisso n$o (u"a o *ato "e =.ue a i"a "i*icil para ele, co(o para .ual.uer outro Seu proble(a =particular no(o(ento .ue ele so*reu u(a trans*or(aç$o na escola, "epois "e u( =perGo"o e( .ue tin/a "i*icul"a"es ein/a sen"o se(pre (alsuce"i"o =9o(eçou a apren"er e a se sair be( !o"o (un"o *icou (arail/a"o e=*alaa "ele co(o sen"o o (ila're "o sculo ZZ: 4o entanto, /á u(a co(plicaç$o co(pan/a essas

=(u"anças u(a outra, sA .ue n$o t$o boa ele n$o conse'ue ="or(ir i a seus pais, pessoas (uitoco(preensias + proble(a = esse ne'Acio "e ir be( na escola M ==terrGel ==M =coisa "e (enina:ica acor"a"o e to(a"o "e to"o tipo "e =preocupaç$o, .ue inclui a i"ia "e .ue seu pai e ele (es(o =$o(orrer Pensa (uito a respeito "e u(a persona'e( /istArica .ue =(orreu aos "eesseis anos "e i"a"e por tertrabal/a"o "e(ais + 'aroto =*oi (uito preciso na cone$o entre suas preocupaçes e sua =(u"ança "ecaráter oi "epois "e ter co(eça"o a ir be(: na escola pela pri(eira eD assi( .ue saiu "a =perua escolar,tee "e repente u( tipo noo "e (e"o, o senti(ento "e .ue =u( /o(e( .ue ele /aia isto iria (atá?loJaia ain"a (ais u(a =co(plicaç$o a i"ia "e ser (orto l/e "aa praer isse 4$o posso "or(ir por.ue,=se *ec/ar os ol/os, ou ser es*a.uea"o:

Page 30: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 30/142

6stou "eian"o "e la"o =u(a lon'a srie "e "etal/es co( ointuito "e possibilitar a =apresentaç$o "o caso no conteto "esta ==20

==09 56=20

==con*erEncia 4u(a "e nossas entreistas, esse (enino (e contou =son/os Q( "eles especial(ente si'ni*icatio ele

relatou u(a =i(a'e( "ele prAprio na ca(a, >unto co( u( assassino (uni"o "e u(a espa"a, e ent$o =ele sentou na ca(a(uito assusta"o, co( a ($o na boca, e o assassino =estaa a ponto "e craar? l/e a espa"a KocEs po"e( perceber noson/o u(a (istura "e assassinato co( u( ata.ue =seual si(bAlico, e este seria o tipo "o son/o inco(u( para u( 'aroto="essa i"a"e .uest$o .ue, ao *alar co(i'o a respeito "esses assuntos, o (enino *oi capa "e =eplicar .ue, se ai

 be( na escola, ent$o ele e seu pai se "$o =be(, (as, co( o correr "o te(po, o 'aroto co(eça a per"er a =i"enti"a"e 4esse ponto, ele se torna "esa*ia"or e "e u( (o"o (eio i"iota co(eça a se recusar =a *aer o .ue l/e "ie( +"eia entrar e( con*lito co( o pai e 'eral(ente ="á u( >eito "e *aer co( .ue os pro*essores *i.ue( irrita"os co( ele =essa *or(ase sente er"a"eiro 9aso esse (enino se>a bo(, ent$o =sur'e o son/o "os assassinos ==—e =aG ele *ica apaora"o, n$otanto co( o *ato "e po"er ser (orto, =(as "e passar para a posiç$o "e .uerer ser (orto, o .ue o *a se =sentir i"enti*ica"oco( (eninas e n$o co( (eninosKe>a( .ue o (enino te( (es(o u( proble(a (uito =srio as, tale e( *unç$o "o *ato "e .ue a relaç$o co( =os pais bastante satis*atAria, ele capa "e se epressar clara(ente Qsan"o a lin'ua'e( .ue propon/o, ele = capa "ee(pre'ar u( *also ==sel" ==20.ue a'ra"a to"o (un"o, (as .ue o *a se sentir pssi(o 6( al'uns =casos, talocorrEncia *aria a pessoa se sentir irreal, (as, para esse =(enino, o proble(a .ue ele se sente a(eaça"o, co(o se *osseser trans*or(a"o nu(a (ul/er ou no parceiro passio ="e u( ata.ue ica ent$o (uito tenta"o a procurar al'o .ue este>a=(ais na lin/a "e u( ==sel" =er"a"eiro ==— =="aG a atitu"e "e "esa*io e insatis*aç$o contGnua, ain"a .ue isso =continuen$o pro"uin"o u(a resposta satis*atAria a seu proble(a =6stou epon"o esse caso por ac/ar .ue o (enino at be( =nor(alD penso .ue ilustra a i"ia .ue tentei "elinearanterior(ente a elaboraç$o "esse proble(a = u(a "as coisas .ue o a"olescente *a !ale ocEs recon/eça( =o (es(o

 proble(a =20

=20

5<=20

=e( =pessoas "e suas relaçes, pessoas essas .ue ocEs sabe( estar =in"o be(, receben"o (e"al/as, elo'iose "istinçes, (as .ue se sente( irreais, "e u(a *or(a ou "e outra, e .ue, para se =sentire( reais, precisa( ser (e(bros incV(o"os na socie"a"eD ocEs =po"e( er essas pessoas *aen"o as coisas "e u( (o"o rui( e

.uase .ue "esapontan"o "elibera"a(ente to"o (un"o6ssa a coisa =terrGel "os ea(es, .ue s$o, e( certo senti"o, rituais "e =iniciaç$o 9o(eça( co( o ea(e"e a"(iss$o ao 'inásio, e =percorre( to"os os 'raus "a escolari"a"e, at o nGel uniersitárioD parece .ue n$ose testa apenas a capaci"a"e =intelectual "o in"iG"uo, a .ual seria (el/or aalia"a atras "e =u( teste "e;I, (as ta(b( a capaci"a"e "e o in"iG"uo se a(ol"ar e tolerar ser *also, e( al'u(a (e"i"a, a *i( "econse'uir =al'o e( relaç$o @ socie"a"e, .ue po"e ser usa"o en.uanto a i"a =ai sen"o elabora"a "epois "a*ase na .ual os priil'ios e as =obri'açes "e u( estu"ante l/e "$o u( lu'ar (uito especial, .uein*eli(ente n$o eterno=Proael(ente ocEs sente( .ue /á certas pessoas no (un"o .ue =po"e( tolerar (uito *acil(ente esseesta"o "e concor"Cncia, ain"a .ue "e (o"o li(ita"o, para obter anta'ens li(ita"as, =en.uanto outras

 pessoas se "es'asta( co(pleta(ente e( relaç$o ao =(es(o proble(a 4atural(ente, caso al'u( estiercon*uso a respeito ="estas .uestes e pe"ir auGlio, a pessoa .ue ai auiliar precisa atin'ir o ==sel"

==er"a"eiro, ou co(o se .ueira c/a(á?lo !o"a e .ue /á u( proble(a insolHel a respeito "esse assunto,

a pessoa .ue =está "c *ora te( .ue respeitar a inte'ri"a"e "o in"iG"uo =6ntretanto, se ocE pai ou ($e "eu( 'aroto ou "e u(a 'arota, natural(ente espera .ue a batal/a entre =o er"a"eiro e o *also ==sel" ==n$o áser traa"a no territArio abran'i"o pelas palaras ensino: e =apren"ia"o: Já tanto para apren"er eaproeitar nesse ca(po =.ue para u( pai trá'ico er o *il/o ou a *il/a precisare( ser antisociais ou, "eal'u( =(o"o, o oposto "e sociais, nu(a poca e( .ue eles tE( c/ance "e se =enri.uecer cultural(ente==20

58

Page 31: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 31/142

==!ale ocEs enten"a( o .ue estou *alan"o se eu lear o assunto "e =olta para a pri(eirain*Cncia KocEs ensina( seus *il/os a "ier =obri'a"o: 4a er"a"e, ocEs ensina( suas crianças a"ier obri'a"o: por poli"e, e =n$o por.ue isso o .ue a criança .uer "ier 6( outras =palaras,ocEs co(eça( ensinan"o boas (aneiras e espera( .ue seus *il/os se>a( capaes "e contar(entiras, ou se>a, "e se =a"aptar @s conençes at o ponto e( .ue a i"a se>a =a"(inistráelKocEs sabe( (uito be( .ue a criança ne( se(pre ="ese>a "ier obri'a"o: (aioria "as crianças

capa "e aceitar essa "esonesti"a"e co(o u( preço a pa'ar =pela socialiaç$o l'u(as criançasn$o po"e( *aer isso +u =al'u( tentou ensiná?las a *alar 'u?'u: ce"o "e(ais ou esse proble(a"a inte'ri"a"e as atin'iu "e (o"o brutal =Se( "Hi"a, /á crianças .ue pre*eriria( ser ecluG"as "a=socie"a"e a contar u(a (entira ==20

=o ="escreer esse processo, ain"a estou *alan"o "e crianças nor(ais Se, =no entanto, eu *or u( pouco a"iante, estarei "escreen"o crianças .ue =$o ac/ar a i"a "i*icil por causa "essanecessi"a"e .ue tE( "e =estabelecer e restabelecer a i(portCncia "o er"a"eiro sel* e( =relaç$o atu"o o .ue se>a *also Supon/o, "e (aneira 'enrica, =.ue, (es(o .ue se>a possGel u(a concess$ona i"a "iária, n$o /á concess$o possGel para o =in"iG"uo e( al'u(a área .ue ele ele'e co(oespecial Po"e ser =ciEncia, reli'i$o, poesia ou >o'os 4a área escol/i"a, n$o =/á lu'ar paraconcesses =20

==p1===20

=====20

=20

===O va)or "a ="-r!!?o 3nsaio a#resentado =na reuni$o 'eral da Association o" Psc?iatric Social orKers( =setemro de -&2!

=.

+ ter(o ="epress$o: te( u( si'ni*ica"o popular e u( si'ni*ica"o =psi.uiátrico 9uriosa(ente, os "oissi'ni*ica"os s$o (uito =se(el/antes Se essa a*ir(aç$o *or er"a"eira, tale /a>a u(a ra$o para isso +"istHrbio ou =esta"o a*etio, a "epress$o, tra consi'o a /ipocon"ria e a =introspecç$oD portanto, a pessoa

"epri(i"a te( consciEncia "e =se sentir /orrGel e ta(b( está ecessia(ente cVnscia "e seu prApriocoraç$o, pul(es, =*i'a"o e "ores reu(áticas 6( contraposiç$o o ter(o =psi.uiátrico /ipo(ania:, talee.uialente ao ter(o =psicanalGtico "e*esa (anGaca:, i(plica .ue se está ne'an"o u( /u(or "epressio, e

 parece n$o =ter e.uialente popular & palara 're'a =?uris = po"eria serir as =?uris =i(plicaria (ais=elaç$o "o .ue /ipo(ania) is$o a.ui epressa .ue =a "epress$o te( alor no entanto, ta(b( claro .ue as pessoas "epri(i"asso*re(, po"e( (ac/ucar a si (es(as ou ="ar cabo "a prApria i"a e .ue al'u(as "elas s$o Gti(as "e=aci"entes psi.uiátricos ese>o ea(inar a.ui u( para"oo=20+s psicanalistas e os assistentes sociais psi.uiátricos acaba( =assu(in"o a responsabili"a"e por casossrios e se enolen"o e( =aplicar psicoterapia .uan"o, ao (es(o te(po, n$o est$o lires eles =(es(os "a"epress$o Uá .ue o trabal/o cons?=20

%&

trutio =u(a "as (el/ores coisas para sair "a "epress$o, *re.Lente(ente =ocorre .ue utilia(os nossotrabal/o co( "epri(i"os &e outros) para =li"ar co( nossas prAprias "epresses=20;uan"o eu era estu"ante "e (e"icina, apren"i .ue a =de#ress$o tra1 =dentro de si mesma o 'erme da

recu#eraç$o; =6sse u( ponto bril/ante na psicopatolo'ia, e incula a "epress$o ao =senti(ento "e culpa &acapaci"a"e para sentir culpa u( sinal "e ="esenoli(ento sau"áel) e ao processo "e luto + luto ta(b(=ten"e a ter(inar seu trabal/o ten"Encia .ue trae( e(buti"a para a recuperaç$o incula a "epress$o=i'ual(ente ao processo (aturacional "a in*Cncia "e ca"a in"iG"uo, =u( processo .ue &e( a(bientes*acilita"ores) con"u @ (aturi"a"e =pessoal, .ue si'ni*ica saH"e

Page 32: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 32/142

O "!nvo)vi(nto =(ociona) 4o =co(eço, o bebE o a(biente e o a(biente o bebE =tras "e u( processo co(pleo &parcial(ente

co(preen"i"o, sobre o .ual eu e =outros >á =escree(os =bastante#), o bebE separa os ob>etos, e aG separa o=amiente "o = sel" =Já u( esta"o inter(e"iário e( .ue o ob>eto co( o .ual o bebE se =relaciona u(ob>eto sub>etio+ bebE passa ent$o a ser =u(a unidade( pri(eiro e( certos =(o(entos e "epois "urante o te(po to"o Q(a

"as (uitas =conse.LEncias "esse noo "esenoli(ento .ue o bebE passa =a ter u( interior; =Sur'e, ent$o,u( =intercC(bio co(pleo entre=R0=20

a.uilo .ue = "entro e a.uilo .ue *ora, .ue continua atras "a i"a "o =in"iG"uo, constituin"o?se na principal relaç$o .ue ele te( co( =o (un"o relaç$o (ais i(portante at (es(o "o .ue orelaciona(ento ob>etal e a ='rati*icaç$o instintual 6sse intercC(bio "e ($o "upla =enole (ecanis(os(entais "eno(ina"os pro>eç$o: e =intro>eç$o: 6 ent$o (uita=20coisa acontece, real(ente (uita, (as*icaria *ora "e nosso conteto ="esenoler essa a*ir(aç$o *onte "esse pro'resso o = #rocesso =maturacional inato no =in"iG"uo, .ue po"e ser *acilita"o peloa(biente + a(biente =*acilita"or necessário, e, se n$o *or =om o su"iciente( =o processo =(aturacional seen*ra.uece ou se interro(pe &Uá "escrei bastante =tais .uestes, e elas s$o co(pleas2)ssi(, a = $ora e a =estrutura do e'o =torna(?se u( *ato, =e a "epen"Encia "e u( noo in"iG"uo e(

relaç$o ao a(biente trans*or(a?se ca"a e (ais, in"o "o =etre(o "a "epen"Encia absoluta at ain"epen"Encia, e(bora =>a(ais atin>a a in"epen"Encia absoluta+ "esenoli(ento e a =instalaç$o "a *orça "o e'o a caracterGstica básica ou i(portante .ue in"ica saH"ee =(o"o natural, o ter(o *orça "o e'o: ai a".uirin"o ca"a e =(ais si'ni*ica"o, @ (e"i"a .ue a criançaa(a"urece 4o inGcio, =o e'o sA te( *orça "ei"o ao suporte e'Aico "a"o pela ($e a"aptatia, .ue "urante=certo te(po capa "e se i"enti*icar (uito inti(a(ente co( seu =bebE9/e'a ent$o u( perGo"o e( .ue a criança se torna u(a uni"a"e, torna?se capa "e sentir 6Q S+Q, te( u(=interior, capa "e caal'ar suas te(pesta"es instintuais e =ta(b( capa "e =conter as =#ress7es e os

estresses 'era"os na reali"a"e =psG.uica interna = A criança =tornouse ca#a1 de se sentir de#rimida;

==206ssa u(a a.uisiç$o "o cresci(ento in"ii"ual ==20

=2-=20

 4ossa is$o ="a "epress$o está inti(a(ente li'a"a ao nosso conceito "e *orça ="o e'o, "eestabeleci(ento "o =selfe "e "escoberta "e =u(a i"enti"a"e pessoalD por essa ra$o .ue po"e(os "iscutir a =i"ia "e .ue a "epress$o te( alor 6( psi.uiatria clGnica, a ="epress$o te((uitas caracterGsticas .ue a torna(, obia(ente, u(a "escriç$o "e "oença, (as =se(pre, (es(oe( "istHrbios a*etios seeros, a presença "o /u(or ="epressio "á al'u(a base para a crença "e.ue o e'o in"ii"ual =n$o está ro(pi"o e po"e ser capa "e (anter a *ortalea, (es(o .ue nareali"a"e =n$o c/e'ue a nen/u( tipo "e resoluç$o "a ==20

'uerra =interna =20

 A =-!ico)ogia "a "-r!!?o ==20

 4$o =to"o (un"o .ue a"(ite .ue /á u(a psicolo'ia "a "epress$o Para =(uitas pessoas&incluin"o al'uns psi.uiatras), .uase .ue u(a =crença reli'iosa acre"itar na bio.uG(ica "a"epress$o, ou nu( e.uialente (o"erno "a teoria "a bGlis =ne'ra .ue capacitou u( 'Enio (e"ieala cun/ar o no(e =(elancolia: KocEs po"e( esperar u(a resistEncia po"erosa =@ i"ia "e .ue /áu(a or'aniaç$o (ental inconsciente atia .ue "á si'ni*ica"o psicolA'ico ao =/u(or Para (i(, noentanto, eiste u( si'ni*ica"o no /u(or nas =árias i(pureas .ue con"ue( a caracterGsticas patolA'icas, e =eu po"eria "escreer al'u(as .ue con/eço &.uilo .ue con/eço se baseia no .ue"escobri e( (eu trabal/o, ao =.ual aplico teorias prAprias e as .ue "eria( "e reu", lein e

Page 33: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 33/142

=ários outros pioneiros)+ A"io, natural(ente, está tranca"o e( al'u( lu'ar nisso tu"o !ale a "i*icul"a"e este>a e(=aceitar tal A"io, (es(o .ue o /u(or "epressio i(pli.ue .ue o A"io =está sob controle =M oes*orço =clGnico para obter o controle .ue "ee(os consi"erar

R2=20

U( ca!o =!i(-)! " "-r!!?o a)ia"a @ -!icon,ro!==20Q(a 'arota "e .uatore anos *oi trai"a ao Jospital In*antil Pa""in'ton =reen por causa "eu(a "epress$o sria o su*iciente para *aer co( =.ue seu "ese(pen/o escolar se "eteriorasse 4u(a entreista =psicoterapEutica &u(a /ora), a 'arota "escreeu u( pesa"elo no .ual sua ($e/aia si"o atropela"a =por u( carro, + c/o*er "o carro tin/a u( bon, co(o o "e seu pai=Interpretei para ela .ue seu intenso a(or pelo pai eplicaa a i"ia ="a (orte "a ($e, en.uanto ao(es(o te(po /aia u(a relaç$o seual representa"a =e( ter(os iolentos 'arota iu .ue ara$o para o pesa"elo era a =tens$o seual e o a(or ceitou o *ato "e seu A"io e( =relaç$o @ ($e,a .ue( era (uito "e"ica"a Seu /u(or (u"ou oi para casa lire "a ="epress$o e to(ou?se capa"e apreciar noa(ente a escola (el/ora =per"urou6sse o tipo (ais si(ples ;uan"o se son/a e se recor"a u( son/o, relatan"o?o ="e (o"o

apropria"o, isso por si sA = >á = u(a =in"icaç$o "e .ue o son/a"or capa "e en*rentar as tensesinternas =enoli"as no son/o + son/o ta(b( in"ica *orça "o e'o, e, =al( "isso, o conteH"o "oson/o "eu u(a a(ostra "a "inC(ica "a =reali"a"e psG.uica interna, pessoal, "a 'arota.ui se po"eria *alar "e =A"io repri(i"o e "e "ese>o "e (orte na posiç$o /eterosseual,=con"uin"o a u(a inibiç$o "os i(pulsos instintuais + .ue =caracterGstico, no entanto, seriao(iti"o nessa lin'ua'e(, ou se>a, o /u(or, a =sensaç$o "e *alta "e i"a na (oça Se ela *icasseia, sua =($e sairia *eri"a !rata?se "e u( senti(ento "e culpa operan"o =preentia(enteO =sel* =co(o ,ni"a" =Se ocEs aceita( "ia'ra(as, Htil representar u(a pessoa por (eio "e u(a =es*era ou u( cGrculoentro "o cGrculo está to"a a =inter?relaç$o "e *orças e ob>etos .ue constitue( a reali"a"e =interna"o in"iG"uo na.uele=20(o(ento +s "etal/es "esse

R3 =20

(un"o interno =s$o (ais ou (enos co(o u( (apa "e Berli(, co( o (uro "e Berli( =si(bolian"o u(lu'ar para as tenses (un"iais

 4esse "ia'ra(a, =u( neoeiro sobre a ci"a"e — =caso /a>a neoeiros =por lá =— representa o /u(or="epri(i"o !u"o está lento e (anti"o e( esta"o "e inrcia 6sse =esta"o "e inrcia relatia controla tu"o e,no caso "os in"iG"uos /u(anos, barra os instintos e a capaci"a"e para se relacionar co( =ob>etos eternosra"ual(ente, o neoeiro *ica (enos "enso e e( certos =locais co(eça (es(o a "esaparecer 6 ent$o po"e/aer *enV(enos surpreen"entes .ue a>u"a(, co(o u(a *resta no (uro "e Berli( na =poca "o 4atal +/u(or "epri(i"o "i(inui "e intensi"a"e, e a i"a se =inicia outra e, a.ui e ali, on"e /á (enos tenses 6assi( =sur'e( rearran>os u( ale($o oriental *o'e para o la"o oci"ental e tale u( ale($o oci"ental se=trans*ira para o la"o oriental e u( (o"o ou "e outro acontece( trocas, =e acaba c/e'an"o u(a poca e(.ue o /u(or "epressio po"e se "issipar =co( se'urança l'o .ue n$o po"e ocorrer e( Berli( acontece no

ee(plo /u(ano o e.uialente "o =(uro terá se (u"a"o u( pouco "e leste para oeste ou "e oeste para=leste+ /u(or "epressio e sua resoluç$o u(a =.uest$o "o arran>o "os ele(entos internos bons e (aus, a

estruturaç$o "e u(a 'uerra =É =co(o u(a (esa "e =sala "e >antar on"e u( (enino ten/a arru(a"o u(*orte e seus =sol"a"in/os=20s (eninas ten"e( a (anter os ele(entos sub>etios =— ==n$o?especG*icos =—=20 por.ue elas po"e(=pensar e( possGeis 'estaçes e bebEs +s bebEs =natural(ente contraria( a i"ia "a *alta "e i"a interior+s (eninos =ine>a( o potencial .ue as (eninas tE(=20.ui n$o se "á tanto alor @ ansie"a"e e ao conteH"o ="a ansie"a"e, (as @ estrutura "o e'o e @ econo(ia

Page 34: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 34/142

interna "o =in"iG"uo "epress$o se aproi(an"o, continuan"o ou "i(inuin"o, in"ica .ue a estrutura "o=e'o suportou u(a *ase "e crise Isso u( triun*o "a =inte'raç$o

RN=20

 A nat,ra ="a cri!

=Po"e(os er apenas "e relance o (o"o co(o sur'e( as crises e ta(b( =certos tipos "c alGio causa principal "o /u(or "epri(i"o u(a noa epenEncia "e ="estrutii"a"e e "e i"ias"estrutias .ue "esaparece( co( o a(or s =noas eperiEncias precisa( "e u(a reaaliaç$ointerna, e =essa reaaliaç$o .ue encara(os co(o "epress$o6 o .ue *ornece alGio =n$o s$o tran.Liliantes 4$o bo( o*erecer sorrisos a u( ="epri(i"o ou*icar >o'an"o a criança "epri(i"a para ci(a e para =baio, o*erecen"o "oces e apontan"o para asárores e "ien"o +l/a .ue lin"oO: Para a pessoa "epri(i"a, a =árore parece (orta e as *ol/as, para"as +u n$o /á nen/u(a *ol/a, apenas o 'al/o ene'reci"o e surra"o, e a paisa'e(=e(poeira"a ;uan"o o*erece(os sorrisos, apenas passa(os por tolos=;ue "i*erença u(a boa perse'uiç$o po"e *aer u(a a(eaça "e ='uerra, por ee(plo, ou u(aen*er(eira /ostil no /ospital psi.uiátrico, ou u( ato "e e(busteO .ui, o =*enV(eno eterno (au po"e ser usa"o e( lu'ar "a (al"a"e interna e =pro"uir alGio atras "a pro>eç$o "e tenses

internasD =o neoeiro po"e ser susta"o SA .ue "i*icil(ente al'u( iria prescreer o (al &!ale otrata(ento ="e c/o.ue se>a o (al prescrito "e (o"o "elibera"oD al'o .ue @s =ees te( utili"a"eclGnica, ain"a .ue, se pensar(os e( ter(os "o ="ile(a /u(ano, se>a u(a *or(a "e e(buste)=20 4o entanto, po"e?se a>u"ar u(a pessoa "epri(i"a a"otan"o?se o =princGpio "e tolerar a "epress$oat .ue ela acabe =espontanea(ente, e pa'an"o tributo ao *ato "e .ue apenas a =recuperaç$oespontCnea po"e ser satis*atAria para o in"iG"uo 9ertas con"içes a*eta( o "es*ec/o, =po"en"oapressá?lo ou retar"á?lo + (ais i(portante o esta"o ="a econo(ia interna Será .ue ela precáriae( .ual.uer =circunstCncia +u será .ue /á nessa econo(ia u(a resera "e ele(entos beni'nos,nas *orças =alin/a"as u(as contra as outras, na perptua neutrali"a"e ar(a"a "a =econo(iainterna

R5=20

=Surpreen"ente(ente, u(a pessoa po"e sair *ortaleci"a, (ais estáel e =(ais sábia "e u(a "epress$o, seco(parar(os seu esta"o no =inGcio "ela as (uito "epen"e "o *ato "e .ue a "epress$o se liberte "a.uilo .uese po"eria "eno(inar i(pureas: arei =a'ora u(a tentatia "e in"icar a naturea "e tais i(pureas= A! i(-,ra! "o =B,(or "-ri(i"o1 Kou colocar nesta =cate'oria to"os =os "racassos de or'ani1aç$o do e'o ==20.ue in"ica( u(a ten"Encia"o paciente para a es.uio*renia, u( tipo =(ais pri(itio "e en*er(i"a"e .ui eiste a(eaça "e="esinte'raç$o, e s$o as "e*esas psicAticas &"iis$o, =etc) .ue "e*ine( o .ua"ro clGnico, .ue inclui "iis$o,"espersonaliaç$o, senti(entos "e irreali"a"e, *alta "e contato =co( a reali"a"e interna !ale /a>a u(ele(ento es.uiAi"e "i*uso, =co(plican"o a "epress$o, "e tal (o"o .ue se po"e e(pre'ar a =epress$o"epress$o es.uiAi"e: 6la i(plica .ue u(a certa or'aniaç$o "o e'o &"epress$o) =(anti"a, apesar "a"esinte'raç$o .ue a a(eaça &cs.uiAi"e) =2 4esta se'un"a cate'oria colocarei os pacientes .ue (antE( =u(a estrutura "e e'o .ue torna possGel a"epress$o e (es(o assi( tE( =delírios =#ersecut rios; = presença "e tais "elGrios in"ica .ue o paciente ouestá usan"o *atores eternos a"ersos, ou está usan"o a (e(Aria "os =trau(as para obter alGio "o e(bate"as perse'uiçes internas, =cu>o acoberta(ento resulta e( /u(or "epri(i"o3 4esta terceira =cate'oria, *aço re*erEncia ao alGio .ue os pacientes obtE( "as tenses internas atras "a=per(iss$o .ue "$o "e se epressare( e( =termos =?i#ocondríacos; =20Po"e?se usar a presença "e "oençasso(áticasD ou, no caso "e ="elGrios persecutArios &se'un"a cate'oria), po"e?se i(a'inar ="oenças so(áticasDou po"e?se pro"ui?las atras "a ="istorç$o "e processos *isiolA'icos

RR=20

Page 35: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 35/142

N 4esta =cate'oria, coloco outro tipo "e i(purea, .ue epressa pelo ter(o =psi.uiátrico =?i#omaniaJ e( psicanálise, =de"esa =maníaca; 6iste ="epress$o, (as ela ne'a"a 9a"a "etal/e "a "epress$o &inrcia,sensaç$o "e =peso, escuri"$o, circunspecç$o, etc) suplanta"o pelo seu =oposto &iaci"a"e, leea,lu(inosi"a"e, *rioli"a"e, etc)D isso =u(a "e*esa Htil, (as o in"iG"uo pa'a por ela .uan"o ocorre oretorno "a "epress$o ineitáel, =.ue suporta"a pria"a(ente=%; = 4esta cate'oria =coloco a oscilaç$o =maníacode#ressiva; =6la le(bra "e certa =*or(a as (u"anças"a "epress$o para a "e*esa (anGaca, (as na =er"a"e (uito "i*erente por causa "e u(a certa caracterGstica,a ="issociaç$o, relatia aos "ois esta"os 4a oscilaç$o =(anGaco?"epressia, o paciente está tanto "epri(i"o

 por controlar =u(a tens$o interna .uanto (aniacAi"eY &n$o (anGaco), por ter si"o possuG"o e atia"o poral'u( aspecto "a =situaç$o interna tensa = 3m cada =oscilaç$o de ?umor o #aciente n$o está em contato

com a =condiç$o relativa N oscilaç$o contrária;

2; =.ui encaio o =e6a'ero das ="ronteiras de e'o =20pertencente ao (e"o "a irrupç$o "e (ecanis(oses.uiAi"es "e ="iis$o, + resulta"o clGnico u(a *ero or'aniaç$o "a =personali"a"e nu( pa"r$o"epressio Isso po"e persistir se( =alteraçes por u( perGo"o lon'o e=20acabar se incorporan"o @

 personali"a"e "o paciente

=7. = 4a =melancolia e no =mau ?umor =/á u(a =espcie "e retorno "o repri(i"o: es(o .ue to"o oA"io e to"a a "estruiç$o este>a( sob controle, o esta"o clGnico =pro"ui"o por tal controle insuportáel paraos .ue entra( e( =contato co( o paciente + =?umor anti?social e ="estrutio, ain"a .ue o A"io "o

 paciente n$o este>a presente = 4$o possGel "esenoler esses te(as a.ui e a'ora + =.ue "ee ser en*atia"o a *orça "o e'o e a(aturi"a"e pessoal .ue se (ani*esta na purea: "o =/u(or "epressio =20

=67

= S,(%rio = "epress$o pertence @ psicopatolo'ia Po"e ser seera e incapacitante, e ="urar a i"a inteira, (as, nosin"iG"uos relatia(ente sau"áeis, ='eral(ente u( esta"o "e /u(or passa'eiro 4o *inal, a "epress$o,=*enV(eno co(u( e .uase uniersal, se relaciona co( o luto, co( a capaci"a"e ="e sentir culpa e co( o

 processo "e (aturaç$o "epress$o =se(pre i(plica *orça "o e'oD assi(, ten"e a su(ir e a pessoa="epri(i"a ten"e a se recuperar para a saH"e (ental

R8=20

==p1===20=20

=====20

=20

=== Agr!!?o =c,)-a r-ara?o Palestra #ro"erida =na Pro'ressive Lea'ue( > de maio de -&2. ==20

ostaria "e =usar (in/a eperiEncia "e psicanalista para "escreer u( te(a .ue se =repete notrabal/o analGtico e se(pre se reeste "a (aior =i(portCncia i respeito a u(a "as raGes "aatii"a"e construtia i respeito @ relaç$o entre =construç$o e "estruiç$o Po"e ser .ue ocEs lo'o

=recon/eça( o te(aele *oi "esenoli"o principal(ente por =elanie lein, .ue reuniu suas i"ias sobre o assunto sobo tGtulo posiç$o "epressia no ="esenoli(ento e(ocional: Se u( no(e a"e.ua"o ou n$o, =outro proble(a + principal .ue a teoria psicanalGtica eolui o te(po to"o, e *oi lein .ue( seinteressou pela ="estrutii"a"e .ue resi"e na naturea /u(ana e co(eçou a *aer co( =.ue elaa".uirisse u( senti"o e( ter(os psicanalGticos oi u( =pro'resso i(portante, .ue ocorreu na"ca"a se'uinte=20@ Pri(eira uerra un"ial uitos "e nAs senti(os .ue nosso =trabal/o n$o po"eria ter si"o *eito se( esse i(portante acrsci(o =@s a*ir(açes "o prAprio reu" a respeito "o"esenoli(ento e(ocional "o ser /u(ano + =trabal/o "e eianie lein a(pliou o "e reu", se(

Page 36: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 36/142

alterar o (o"o "e o =analista trabal/arPo"er?se?ia pensar .ue o assunto pertence ao =ensino "a tcnica psicanalGtica 9aso eu este>aaalian"o correta(ente asituaç$o, =ocEs n$o se i(portaria( co( tal *ato cre"ito, =no=20

=R%=20

entanto, .ue o =te(a se>a "e i(portCncia ital para to"as as pessoas .ue pensa(, =especial(ente por.ue enri.uece nosso enten"i(ento a respeito "o =si'ni*ica"o "o ter(o senti(ento "e culpa:, por >untar senti(ento "e culpa e "estrutii"a"e @ atii"a"e =construtia!u"o soa (uito si(ples e Abio parece( i"ias ="e "estruir u( ob>eto, e sur'e u( senti(ento "eculpa, resultan"o =ent$o nu( trabal/o construtio 4o entanto, o .ue a(os encontrar na prática (uito (ais co(plica"o, e =i(portante, ao se tentar u(a "escriç$o abran'ente, le(brar "o *ato="e .ue constitui u(a a.uisiç$o no "esenoli(ento e(ocional "e u( =in"iG"uo o (o(ento e(.ue essa se.LEncia si(ples co(eça a *aer =senti"o, ou torna?se u( *ato, ou passa a sersi'ni*icatia

=É =tGpico "os psicanalistas o *ato "e, .uan"o tenta( en*rentar u( assunto =sub>etio co(o esse, pensar se(pre e( ter(os "o =indivíduo )ue =se desenvolve; Isso si'ni*ica =retornar a pocas (uitore(otas e tentar "eter(inar o ponto "e =ori'e( 9o( certea, seria possGel pensar na pri(eiraini*incia co(o =u( esta"o e( .ue o in"iG"uo n$o capa "e se sentir culpa"o Po"e?se a*ir(arent$o .ue, nu(a "ata =posterior, sabe(os .ue &caso /a>a saH"e) a pessoa po"e sentir culpa, =outale eperi(entá?la se( .ue /a>a re'istro na consciEncia =6ntre esses "ois (o(entos eiste u( perGo"o e( .ue a capaci"a"e para o senti(ento "e culpa está e( processo ="e estabeleci(ento, e a esse perGo"o .ue o presente estu"o "i =respeito 4$o necessário *ornecer i"a"es e "atas, (as =eu "iria .ue @s ees os pais po"e( "etectar os pri(Ar"ios "e u( senti(ento "e =culpa e( seus *il/os .ue ain"a n$o co(pletara( u( ano "ei"a"e, =apesar "e .ue nin'u( pensaria .ue u(a tcnica "e plena =aceitaç$o "e responsabili"a"e por i(pulsos "estrutios po"eria se instalar "e =(o"o *ir(e antes .ue a criança co(plete cincoanos 7i"an"o co( esse ="esenoli(ento, "escobri(os .ue a .uest$o enole a in**incia co(o=u( to"o, particular(ente a a"olescEncia 6, se *ala(os e( a"olescEncia, esta(os *alan"o e(

a"ultos, pois =nen/u( a"ulto a"ulto o te(po to"o Isso

<0=20

ocorre por.ue =as pessoas n$o tE( eata(ente sua i"a"eD e( al'u(a (e"i"a, elas =tE( to"as as i"a"es, ounen/u(ae passa'e(, 'ostaria "e =acrescentar .ue (e parece relatia(ente *ácil c/e'ar @ "estrutii"a"e .ue eistee( nAs .uan"o ela está =li'a"a @ raia perante a *rustraç$o ou o A"io e( =relaç$o a al'o .ue "esaproa(os,ou .uan"o u(a reaç$o =*rente ao (e"o "i*icul"a"e ca"a in"iG"uo assu(ir plena responsabili"a"e pela"estrutii"a"e, .ue pessoal =e inerente a u(a relaç$o co( u( ob>eto senti"o co(o bo( =— ==20e( outras

 palaras, .ue está relaciona"o ao a(or palara .ue =sur'e a.ui inte'raç$o:, pois, se se concebe u(a pessoa =total(ente inte'ra"a, ent$o tal

 pessoa assu(e plena responsabili"a"e =por todos =os senti(entos e =i"ias .ue pertence( ao estar io:6( contraposiç$o, =ocorre u( *racasso "e inte'raç$o .uan"o precisa(os encontrar *ora "e nAs as coisas .ue"esaproa(os =Pa'a?se u( preço por isso =— ==20a per"a "a "estrutii"a"e .ue na er"a"e nos pertence6stou =*alan"o, portanto, "e al'o .ue te( .ue ocorrer e( to"o e .ual.uer =in"iG"uo =—o "esenoli(ento "a=capaci"a"e "e assu(ir responsabili"a"e pela totali"a"e "os senti(entos e ="as i"ias "esse in"iG"uo,estan"o a palara saH"e: inti(a? (ente relaciona"a ao 'rau "e inte'raç$o .ue torna essa =ocorrEncia

 possGel Q(a coisa po"e ser "ita a respeito "a pessoa =sau"áel ela n$o precisa *icar usan"o o te(po to"o atcnica ="a pro>eç$o para li"ar co( seus i(pulsos e pensa(entos "estrutiosKocEs =co(preen"er$o .ue estou passan"o por ci(a "os está'ios (ais =precoces, a.uilo .ue se po"e c/a(ar"e aspectos pri(itios "o ="esenoli(ento e(ocional Será .ue "eo acrescentar .ue n$o estou (e

Page 37: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 37/142

re*erin"o @s pri(eiras se(anas ou (eses Q( colapso na =área "o "esenoli(ento e(ocional básicocon"u @ "oença "os =/ospitais psi.uiátricos, ou se>a, @ es.uio*renia, .ue n$o te(a "esta palestra .ui,supon/o .ue e( ca"a caso os pais *ornecera( =a prois$o essencial .ue capacitou a criança a iniciar u(a=eistEncia in"ii"ual + .ue estou ==20

=71=20

tentan"o "ier =ta(b( po"eria ser aplica"o aos cui"a"os "ispensa"os a u(a criança =nor(al "urante u(certo está'io "o "esenoli(ento, ou a u(a *ase no =trata(ento "e u(a criança ou u( a"ulto, pois e(

 psicoterapia na"a "e noo real(ente acontece + =(el/or .ue po"e ocorrer "urante o trata(ento .ue seco(plete, e( =al'u(a (e"i"a, al'o .ue n$o /aia si"o co(pleta"o no "esenoli(ento ="o in"iG"uo=20Kou "ar al'uns ee(plos "e trata(entos analGticos anterei "eles =apenas os "etal/es releantes para ai"ia .ue estou tentan"o =apresentar =20

Caso 1 ==20

==ustri'/t=Q( ee(plo e( "a =análise "e al'u( .ue ta(b( psicoterapeuta 6le iniciou a sess$ocontan"o?(e .ue iu u( "e seus =pacientes e( aç$o, ou se>a, saiu "o papel "e terapeuta &.ue li"a =co( o

 paciente no consultArio) e iu seu paciente trabal/an"o + =trabal/o ei'ia (oi(entos (uito rápi"os e era(uito especialia"o, e o paciente estaa se "ese(pen/an"o =(uito be( nessa tare*a peculiar, e( .ueutiliaa (oi(entos rápi"os, =os .uais, no /orário terapEutico, n$o tin/a( o (enor senti"o e =*aia(?no(oi(entar?se no "i$ co(o se ele estiesse possuG"o eu paciente &o terapeuta "esse =/o(e() estaa e("Hi"a sobre o .ue /aia *eito, se /aia si"o bo( ou =n$o,=20ain"a .ue sentisse .ue proael(ente *ora u(a

 boa coisa ter isto seu =paciente trabal/an"o eu paciente *e ent$o u(a re*erEncia @s =suas prApriasatii"a"es nos *eria"os "a Páscoa Possui u(a casa "e ca(po e aprecia (uito o trabal/o *isico e to"o =tipo "eatii"a"e "e construç$o, al( "e 'ostar "e en'en/ocas, =as .uais ele real(ente utilia 6le continuou ent$o"escreen"o sua =i"a "o(stica 4$o preciso trans(itir tu"o isso a ocEs e( seu colori"o e(ocional, (as=si(ples(ente ou "ier .ue ele oltou a u( te(a .ue te( si"o i(portante =e( sua análise recente, na .ualários tipos "e *erra(entas assu(e( papel "e "esta.ue 6( seu ca(in/o para =a sess$o, 'eral(ente *icaal'u( te(po para"o e( *rente @ itrine ="e u(a lo>a perto "a (in/a casa, ol/an"o para u(a *er?

<2 =20

=====20ra(enta (otoria"a .ue te( "entes esplEn"i"os 6sta a (aneira =.ue (eu paciente te( "e seaproi(ar "e sua a'ress$o oral, o i(pulso =a(oroso pri(itio e( to"a a sua cruel"a"e e "estrutii"a"e=Po"erGa(os c/a(á?la "e co(er: ten"Encia e( seu trata(ento aproi(ar?se "essa cruel"a"e e, co(o

 be( =se po"e i(a'inar, a resistEncia para se c/e'ar a ela tre(en"a &Por acaso, esse /o(e( con/ece ateoria, e seria capa "e =*aer u( relato be(?*eito "e to"os esses processos "e (o"o intelectual, =(as elee( para u(a análise "e pAs?'ra"uaç$o por precisar entrar real(ente e( contato co( seus i(pulsos

 pri(itios, =co(o u(a .uest$o n$o "a (ente, (as "a eperiEncia instintual e ="o senti(ento corporal) Já(uito (ais no conteH"o "essa =sess$o, inclusie a "iscuss$o "a .uest$o po"e al'u( co(er o prAprio bolo econtinuar a =possuG?lo;uero etrair u( Hnico aspecto "isso o *ato "e =.ue, .uan"o esse noo (aterial aparecer, relaciona"o aoa(or pri(itio e =@ "estruiç$o "o ob>eto, ent$o 4á =?ouve al'u(a =re*erEncia ao trabal/o construtio

;uan"o *i a interpretaç$o =.ue o paciente buscaa, "e ele (e "estruir &co(en"o:), pu"e le(brá?lo "o .ueele (es(o /aia "ito a respeito ="a construç$o Pu"e le(brá?lo "e .ue, "o (es(o (o"o co(o ele =ira seu paciente e( aç$o, e a aç$o "eu senti"o a (oi(entos ="esa> cita"os, eu ta(b( po"ia E?lo trabal/an"o e(seu >ar"i(, usan"o "ispositios para (el/orar sua =proprie"a"e 6le po"ia cortar pare"es e árores, eapreciaa isso =(uitGssi(o, (as se isso iesse separa"o "o ob>etio construtio seria =u( episA"io (anGacose( senti"o 6sta=20 u(a caracterGstica .ue aparece re'ular(ente e( nosso trabal/o, e = o te(a "e (in/a

 palestra "esta noite!ale se>a er"a"e .ue =os seres /u(anos n$o po"e( tolerar o ob>etio "estrutio e( seu a(or =(ais

 pri(itio i"ia po"e ser tolera"a, no entanto, se o in"iG"uo .ue "ela se aproi(a =te( ei"Encia "e u(

Page 38: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 38/142

ob>etio construtio = >á =@ ($o, "o .ual ele ou ela po"e( ser le(bra"os6stou (e le(bran"o =a'ora "o trata(ento "e u(a (ul/er 7o'o no inGcio co(eti u( erro .ue =.uasecolocou tu"o a per?=

=73=20

"er =Interpretei eata(ente isso, seu sa"is(o oral, o i(pie"oso en'olir "o =ob>eto pertencente ao a(or pri(itio 6u tin/a ei"Encias su*icientes nesse senti"o e real(ente estaa certo, (as a =interpretaç$o *oi"a"a "e anos antes "o te(po pren"i (in/a =liç$o 4o lon'o trata(ento .ue se se'uiu, a paciente sereor'aniou e =tornou?se u(a pessoa real e inte'ra"a, .ue po"ia aceitar a er"a"e sobre =seus i(pulsos

 pri(itios cabou *ican"o prepara"a para essa =interpretaç$o "epois "e "e ou "oe anos "e análise "iária

=Caso 2 =Q( /o(e( =entrou e( (in/a sala e iu u( 'raa"or .ue eu /aia alu'a"o Isso ="eu?l/e i"ias, .ue elerelatou, ao "eitar? se e or'aniar?se para o trabal/o "a =/ora analGtica ostaria "e pensar .ue, .uan"o eutier ter(ina"o =o trata(ento, a.uilo .ue aconteceu co(i'o a.ui será alioso para o =(un"o "e al'u(a*or(a: !o(ei nota (ental(ente "o *ato "e .ue essa obseraç$o = #oderia =in"icar .ue o =paciente estaa

 prAi(o "e u( "esses ata.ues "e "estrutii"a"e co( os .uais eu tie "e =li"ar (uitas ees "es"e .ue seutrata(ento se iniciara, "ois anos =antes ntes "o *inal "o /orário, o paciente /aia alcança"o real(ente u(anoa *or(a "e se relacionar co( sua ine>a e( =relaç$o a (i( pelo *ato "e eu estar sen"o bo(, e( al'u(a

(e"i"a, co(o analista 6le tee o i(pulso "e (e a'ra"ecer por eu ter si"o bo(, =e por ter si"o capa "e *aer o .ue ele precisaa .ue eu *iesse Uá =/aGa(os passa"o por isso anterior(ente, (as a'ora, (ais "o .ue e(=outras ocasies, ele estaa e( contato co( seus senti(entos "estrutios e( =relaç$o ao .ue po"eria serc/a(a"o "e ob>eto bo( ;uan"o tu"o isso =estaa be( estabeleci"o, le(brei?o "e sua esperança, epressa.uan"o c/e'ara e ira o 'raa"or, ou se>a, "e seu trata(ento =ser, por si sA, "e alor, al'o .ue po"eria

contribuir para o =es*orço e( prol "as necessi"a"es /u(anas =(É claro .ue n$o era =necessário =le(brá?lo"isso, =pois o .ue i(porta o .ue /aia ocorri"o, e n$o a "iscuss$o sobre o .ue /aia =ocorri"o)

<N=20

;uan"o li'uei =as "uas coisas, ele "isse .ue se sentia be( co( isso, (as .ue seria =terrGel caso eu tiesseinterpreta"o co( base apenas na pri(eira =obseraç$o, .uer "ier, se eu tiesse to(a"o o seu "ese>o co(oin"icaç$o "e =.ue ele .ueria (e "estruir, + paciente tee .ue alcançar pri(eiro o =i(pulso "estrutio, e tee

"e *aE?lo e( seu prAprio rit(o se'un"o =sua prApria (aneira 4$o /á "Hi"a "e .ue *oi sua capaci"a"e "eter a i"ia "e .ue /aeria, e( =Hlti(a análise, u(a contribuiç$o, .ue tornou possGel .ue =ele entrasse e(contato (ais Gnti(o co( sua "estrutii"a"e, SA .ue =o es*orço construtio *also e "esproi"o "esi'ni*ica"o, a (enos .ue, co(o ele "isse, *osse =prece"i"o "e u(a aproi(aç$o e( relaç$o @ ="estruiç$o6sse /o(e( sentia .ue at ent$o n$o /aia u( =*un"a(ento a"e.ua"o e( seu trabal/oD real(ente &co(o ele(es(o (e le(brou), essa tin/a si"o a ra$o para .ue =iniciasse o trata(ento propAsito ele se"ese(pen/aa be( no =trabal/o, (as, se(pre .ue se aproi(aa "o sucesso, /aia ta(b( u( senti"o "e*utili"a"e e *alsi"a"e, e u(a necessi"a"e "e proar sua =inutili"a"e 6sse in/a sen"o seu pa"r$o "e i"a

=Caso 3 =Q(a cole'a está =contan"o o caso "e u( paciente "o seo (asculino + /o(e( apresenta u( =(aterial .ue

 po"e ser a"e.ua"a(ente interpreta"o co(o sen"o u(a =situaç$o e( .ue a analista rouba"a 6le "e *ato "i@ analista, apAs sentir u( (o(ento "e bo( trabal/o =analGtico c/o .ue ten/o A"io "e ocE por causa "oseu =insi'?t( .ue eata(ente o =.ue eu necessito e( ocED ten/o o i(pulso "e roubar tu"o a.uilo .ue

="entro "e ocE l/e possibilita *aer este trabal/o: +corre .ue, >usta(ente antes "isto, ele *alara &"e passa'e() .ue seria =bo( 'an/ar (ais "in/eiro e aG po"er pa'ar /onorários (ais altos =KocEs po"e( er a(es(a coisa neste caso alcança?se e usa?se u(a =plata*or(a "e 'enerosi"a"e, "e tal *or(a .ue, e a partir"ela, te(?se u( relance "a ine>a, "o roubo e "a ="estrutii"a"e "o ob>eto bo( .ue sub>a @ 'enerosi"a"e e.ue pertence =ao a(or pri(itio

<5=20

Page 39: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 39/142

Caso 4 =

+ prAi(o =ecerto pro( "e u(a lon'a "escriç$o relatia a u(a =a"olescente .ue está se tratan"o co(u(a pessoa .ue cui"a "ela e( sua prApria casa, >unto co( =seus prAprios *il/os 6sse tipo "e arran>oapresenta anta'ens e ="esanta'ens 'arota /aia *ica"o (uito "oente e, @ poca "o inci"ente, estaa e(er'in"o "e u( prolon'a"o perGo"o=re'ressio, .uan"o ent$o tornara?se "epen"ente e in*antilia"a =ee?se acrescentar .ue no (o(ento a

(enina n$o estaa re're"i"a e( =relaç$o ao lar e @ *a(Glia, (as ain"a nu( esta"o (uito especial na áreali(ita"a "as =sesses "e terapia, .ue acontecia( e( /ora (arca"a, @ noitin/a =6( certo (o(ento, a 'arota epressou u( A"io pro*un"o e( =relaç$o @ sra Z &.ue cui"aa "ela e *aia seutrata(ento) !u"o ia be( "urante o =resto "o "ia, (as "urante o trata(ento a sra Z era "estruG"a =repeti"a e

 pro*un"a(ente =É "i*icil epri(ir o ='rau "e A"io .ue a (enina sentia pela sra Z e, na reali"a"e, a=ani.uilaç$o .ue pro(oia e( relaç$o a ela 4$o era u( caso "e a terapeuta sair para er a pacientetrabal/an"o, pois =a sra Z tin/a a 'arota sob seus cui"a"os e( te(po inte'ral e /aia "uas =relaçessepara"as se "esenolen"o entre essas "uas pessoas, si(ultanea(ente =urante o "ia, acontecia "e tu"o a'arota co(eçou a .uerer a>u"ar a =li(par a casa, a lustrar os (Aeis, a ser Htil 6ssa a>u"a era =absoluta(entenoa e nunca /aia si"o u(a caracterGstica "o pa"r$o pessoal "a 'arota e( casa, (es(o =antes "e elaapresentar en*er(i"a"e a'u"a6u po"eria pensar .ue ="ee /aer al'uns a"olescentes .ue ta(b( *ae( (uito pouco para =a>u"ar e(casa ela n$o a>u"aa ne( (es(o a laar os pratos Portanto, os atos prestatios =era( (es(o u(a 'ran"e

noi"a"e e ocorrera( silenciosa(ente &por assi( ="ier), >unto co( a pro*un"a "estrutii"a"e .ue a (eninaco(eçou a "escobrir e( seus aspectos a(orosos pri(itios, alcança"os na =relaç$o co( a terapeuta "uranteas sessesKocEs =Ee( .ue a i"ia se repete + .ue tornou possGel a atitu"e construtia "iurna *oi, natural(ente, o *ato"e a paciente

<R=20

estar se =tornan"o consciente "a "estrutii"a"e as .uero .ue ocEs e>a( o =inerso as eperiEncias construtias ecriatias estaa( to(an"o =possGel .ue a criança eperienciasse sua "estrutii"a"eKocEs po"er$o obserar =u( corolário o paciente precisa "e u(a oportuni"a"e para contribuir, =e a.ui .ue o assunto seli'a @ i"a co(u( +portuni"a"e para a =atii"a"e criatia, para o >o'o i(a'inatio, para o trabal/o construtio =— =

 >usta(ente isso o .ue procura(os *ornecer para to"as as pessoas =Koltarei a esse ponto (ais a"ianteostaria "e tentar or'aniar =as i"ias .ue apresentei at a'ora sob a *or(a "e (aterial =clGnico

=206sta(os li"an"o co( u( aspecto "o senti(ento "e culpa .ue pro( "a =tolerCncia aos i(pulsos "estrutios "o a(or  pri(itio =tolerCncia aos i(pulsos "estrutios resulta nu(a coisa noa a =capaci"a"e "e ter praer e( i"ias, (es(o.ue se>a( i"ias "estrutias, e as ecitaçes corporais a elas =correspon"entes, ou @s .uais elas correspon"e( !al"esenoli(ento ="á espaço para a eperiEncia "a preocupaç$o, .ue e( =Hlti(a análise a base "e tu"o a.uilo .ue *orconstrutioKocEs perceber$o =.ue ários pares "e palaras po"e( ser usa"os, "e acor"o co( o =está'io "e "esenoli(entoe(ocional .ue está sen"o "escrito =ni.uilaç$ocriaç$o=20estruiç$orecriaç$o["ioa(or re*orça"o=Ser cruelser ternoSu>an"oli(pan"o=ani*ican"o ==20reparan"oe assi( por "iantePer(ita(?(e *or(ular (in/a =tese nos se'uintes ter(osse .uisere(, po"e( obserar a (aneira =co(o u(a pessoa repara, e "ier, co( ar "e espertea /, isso =si'ni*ica"estruiç$o

<<=20

=inconsciente: as o (un"o n$o ai (el/orar (uito caso ocEs =a>a( assi( Por outro la"o, po"e ser .ueocEs perceba(, na =reparaç$o "e al'u(, .ue essa pessoa está construin"o u(a *orça pessoal .ue possibilitaa tolerCncia "a ="estrutii"a"e pertencente @ sua naturea Ka(os "ier .ue ocEs ="e al'u( (o"ointerro(pa( a reparaç$o, e ent$o essa pessoa se torna incapa, e( al'u(a (e"i"a, "e assu(ir a

Page 40: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 40/142

=responsabili"a"e por seus i(pulsos "estrutios, e o resulta"o clGnico =será a "epress$o ou ent$o u(a busca"e alGio atras "a ="escoberta "a "estrutii"a"e e( outro lu'ar — =ou se>a, atras ="o (ecanis(o "e

 pro>eç$oPara ter(inar esta rápi"a =eposiç$o "e u( assunto t$o asto, per(ita(?(e *aer u(a lista "e al'u(asaplicaçes, no ="ia?a?"ia, "o trabal/o .ue sub>a ao .ue eu "isse1 e al'u(a =(aneira, a oportuni"a"e para contribuir nos a>u"a a aceitar a ="estrutii"a"e — =.ue básica,

=*a parte "e nAs (es(os e pertence ao a(or =-=.ue o co(er ==202 Propiciar a oportuni"a"e e estar perceptio .uan"o as pessoas reela( =(o(entos construtios ne(

se(pre *unciona, e po"e(os er por .ue isso ="eeria acontecer "essa (aneira3 a(os oportuni"a"e para .ue =al'u( contribua, e po"e(os c/e'ar a trEs resulta"osa) 6ra >usta(ente isso o .ue era necessário =

 b) oportuni"a"e utilia"a "e (o"o *also, e eentual? (ente =as atii"a"es construtias torna(?seausentes, pois s$o senti"as co(o =*alsas=20c) oportuni"a"e o*ereci"a a al'u( .ue incapa "e se aproi(ar ="a "estrutii"a"e pessoal senti"aco(o u(a reproaç$o, e o =resulta"o clGnico "esastrosoN Po"e(os utiliar as =i"ias .ue "iscuti para 'oar "e u( enten"i(ento intelectual a respeito "o =(o"oco(o *unciona o senti(ento "e culpa, estan"o no ponto e( .ue a ="estrutii"a"e se trans*or(a e(construtii"a"e &ee?se assinalar .ue =o senti(ento "e culpa ao .ual (e re*iro 'eral(ente silencioso,

n$o? consciente =É =u( senti(ento "e =culpa potencial, anula"o pelas

<8=20

atii"a"es =construtias, + senti(ento clGnico "e culpa, .ue se constitui co(o u( =obstáculoconsciente, outra .uest$o)=5. partir "aG, =alcança(os al'u( enten"i(ento sobre a "estrutii"a"e co(pulsia .ue =po"eaparecer e( .ual.uer lu'ar, (as .ue u( proble(a especial na =a"olescEncia e u(a caracterGsticaco(u( "a ten"Encia anti?social in"a .ue a "estrutii"a"e se>a =co(pulsia, (ais /onesta "o.ue a construtii"a"e n$o =alicerça"a no senti(ento "e culpa, .ue sur'e "a aceitaç$o "os i(pulsos"estrutios "iri'i"os ao ob>eto senti"o co(o bo(=R 6ssas .uestes se relaciona( @s coisas tre(en"a(ente =i(portantes .ue est$o se "esenrolan"o"e (o"o u( tanto obscuro .uan"o =os pais est$o proporcionan"o u( bo( co(eço "e i"a a seu

 bebE=7. =inal(ente, =c/e'a(os @ *ascinante .uest$o *ilosA*ica po"e al'u( =co(er seu prAprio bolo e continuar a possuG?lo ==20

=79=20

==p1===20=20

=====20

=20

=== A =")in*ncia co(o !ina " !-rana =20

 Palestra =#ro"erida na 5orstal Assistant overnors Fon"erence( no Qin' =Al"reds Foile'e( inc?ester(

aril de -&20 ==20

in"a .ue o =tGtulo "e (in/a palestra ten/a si"o incluG"o no pro'ra(a co(o = "elin.LEnciaco(o sinal "e esperança:, eu pre*eriria =*alar a respeito "a ten"Encia anti?social: ra$o .ueesse ter(o po"e ser aplica"o a ten"Encias =.ue aparece( na etre(i"a"e nor(al "a escala, "e ee( .uan"o e( nossos =prAprios *il/os ou e( crianças .ue ie( e( bons lares, e =a.ui .ue se

Page 41: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 41/142

 po"e er (el/or a cone$o .ue creio eistir entre a ten"Encia e a esperança ;uan"o o =(enino oua (enina *icara( e(pe"erni"os pela *alta "e co(unicaç$o, =o ato anti?social n$o sen"o al'o e(.ue se recon/eça u( S+S, ou =.uan"o 'an/os secun"ários tornara(?se i(portantes, e = >á =sealcançou ='ran"e perGcia e( al'u(a atii"a"e anti?social, ent$o *ica (ais "i*icil ain"a ener'ar&apesar "e ain"a estar lá) o =S+S, .ue u( sinal "e esperança no (enino ou na (enina =anti?sociais

se'un"a coisa .ue .uero "eiar clara .ue sei =.ue n$o posso *aer o trabal/o "e ocEs 6(*unç$o "e (eu te(pera(ento, n$o siro para *aE?loD "e =.ual.uer (aneira, n$o sou ne( 'ran"ene( alto o su*iciente !en/o =certas /abili"a"es e u( certo tipo "e eperiEncia, e al'o a ser=eri*ica"o se eiste ou n$o al'u( ca(in/o entre as coisas .ue sei e o trabal/o .ue ocEs="esenole( Po"e acontecer .ue na"a "o .ue eu "i'a á ter e*eito =sobre o .ue ocEs $o *aer.uan"o oltare( ao =traba?=20

=>-=20

l/o 4o =entanto, po"e /aer al'u( e*eito "e tipo =indireto( = pois, @s ees, po"e l/es parecer u( insulto @naturea /u(ana .ue a (aioria ="os rapaes e "as (oças co( .ue( ocEs li"a( ten"a( a tornar?se u(=incV(o"o KocEs tenta( relacionar a "elin.LEncia .ue tE( =@ sua *rente co( assuntos 'erais, tais co(o a

(isria, /abitaçes pobres, lares ro(pi"os, ="elin.LEncia parental, e u( colapso "a prois$o social=ostaria "e sentir .ue, co(o resulta"o "a.uilo .ue ten/o a "ier, =ocEs ser$o capaes "e er "e (o"o u( pouco (ais claro .ue, =em todos os casos =)ue a#arecem em seu camin?o( ?ouve um começo( =e no co(eço=/aia u(a "oença, e o (enino ou a (enina tornou?se =uma criança =carente; =206( outras palaras, eisteu( senti"o na.uilo .ue ocorreu nu( ="eter(ina"o (o(ento, ain"a .ue, @ poca e( .ue ca"a pessoa aparece=para ser cui"a"a, esse senti"o 'eral(ente se ten/a per"i"o=20+ terceiro ponto .ue eu 'ostaria "e esclarecer "i respeito ao *ato "e =.ue sou psicanalista 4$o estouapre'oan"o .ue a psicanálise te( =u(a contribuiç$o "ireta a o*erecer ao trabal/o "e ocEs Se =tier, al'orecente, e eu (es(o trabal/o na tentatia "e *or(ular u(a teoria =.ue se>a aliosa por ser er"a"eira, e atcerto ponto "erie "o =enten"i(ento obti"o atras "a psicanálise

 4esse (o(ento, =c/e'o @ (in/a tese principal, .ue, na er"a"e, n$o "e (o"o al'u( =co(plea e acor"oco( (eu ponto "e ista, .ue se baseia na =eperiEncia &e(bora se>a u(a eperiEncia, a"(ito aberta(ente,co( =crianças (enores, .ue est$o prAi(as "a ori'e( "e seus proble(as, e n$o proE( "as piores

=con"içes sociais), a =tend+ncia =antisocial está inerentemente li'ada N #rivaç$o; 6( outras palaras,=u( *racasso especG*ico (ais i(portante "o .ue u( *racasso social ='eral Para a criança .ue o ob>eto "enosso estu"o, po"e?se ="ier .ue as coisas iam em( mas( de =re#ente( começaram a n$o ir t$o em assim;

=+corre u(a =(o"i*icaç$o .ue altera a i"a inteira "a criança, e essa (o"i*icaç$o a(biental acontece

.uan"o a criança = >á =te( i"a"e =su*iciente para enten"er as coisas 4$o .ue

82=20

a criança =pu"esse ir a.ui e *aer u(a con*erEncia sobre si (es(a, (as, caso se =l/e o*ereça( con"içes

 propGcias, ela capa "e =repro"uir o .ue aconteceu pelo *ato "e, @ poca "o ocorri"o, =>á ser="esenoli"a o su*iciente para se conscientiar "o eento 6( outras =palaras, e( con"içes especiais "e

 psicoterapia, a criança capa "e se le(brar, e( ter(os "o =(aterial pro"ui"o, no brincar, nos son/os ou no*alar, "as =caracterGsticas essenciais "a priaç$o ori'inal ostaria "e =co(parar essa situaç$o co( "istHrbios

a(bientais ocorri"os nu( está'io (ais pri(itio "o ="esenoli(ento e(ocional Q( bebE pria"o "eoi'Enio n$o sai =por aG esperan"o conencer al'u( "e .ue, se tiesse /ai"o =oi'Enio su*iciente, estariatu"o be( Perturbaçes a(bientais .ue "istorce( o "esenoli(ento e(ocional "e u( =bebE n$o pro"ue(ten"Encias anti?sociaisD pro"ue( ="istorçes "a personali"a"e .ue re"un"a( e( psicoses, .ue a lea( ="eu( /ospital (ental a outro, ou ent$o sua i"a ai se'uin"o co( al'u(as "istorçes a.ui e ali, no =teste "ereali"a"e, e assi( por "iante, tale "o tipo "e ="istorç$o .ue social(ente aceito ten"Encia anti?social=n$o se relaciona co( u(a carEncia, (as si( co( u(a priaç$o caracterGstica "a =ten"Encia anti?social o i(pulso .ue "á ao (enino ou @ =(enina para .ue olte( a u((o(ento anterior @ con"iç$o ou =(o(ento "e priaç$o Q(a criança .ue ten/a si"o sub(eti"a a tal priaç$o

Page 42: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 42/142

so*reu inicial(ente u(a =ansie"a"e i(pensáel, e ent$o reor'aniou?se 'ra"ual(ente, at =atin'ir u( esta"oraoael(ente neutro *ica concor"an"o co( tu"o, pelo =*ato "e .ue u(a criança n$o po"e *aer na"a (aisal( "e concor"ar !al esta"o po"e ser =raoael(ente satis*atArio, "o ponto "e ista "as pessoas .ue "iri'e(=o local 6nt$o, por u(a ra$o ou por outra, co(eça a sur'ir a =esperançaD isso si'ni*ica .ue a criança, se(ter a (enor consciEncia "o .ue está ocorren"o, co(eça a =sentir u( i(pulso "e oltar para antes "o (o(ento"a priaç$o, e =assi( "es*aer o (e"o "a =ansiedade =im#ensável ou da con"us$o )ue e6istiam antes )ue se

or'ani1asse o estado =neutro; M =eata(ente esse o =aspecto en'a?=20=>!=20

noso .ue =pessoas .ue cui"a( "e crianças anti?sociais precisa( con/ecer, se =.uisere( er senti"o no .ueestá se passan"o e( torno "elas !o"a e =.ue as con"içes *ornece( u( certo 'rau "e noas esperanças,=ent$o a =tend+ncia antisocial trans"orma se numa característica =clínicaG a criança tornase d-/ícil;

 4esse ponto, =necessário er .ue esta(os *alan"o "e "ois aspectos "a ten"Encia =anti?social ostaria "erelacionar u( "esses aspectos @ =interaç$o "a criança pe.uena co( a ($eD e o outro co( o "esenoli(ento

 posterior, .ue constitui a =interaç$o "a criança co( o pai + pri(eiro se re*ere a to"a =criança, e o se'un"o sere*ere aos (eninos + pri(eiro te( a er co( =o se'uinte *ato e( sua a"aptaç$o @s necessi"a"es "a criança,a ($e capacita o *il/o a encontrar =ob>etos "e (o"o criatio 6la o inicia no uso criatio "o (un"o ;uan"o=isso *al/a, a criança per"e contato co( os ob>etos, per"e a capaci"a"e "e encontrar .ual.uer =coisa

criatia(ente 4o (o(ento "e esperança, a criança alcança =u( ob>eto =—e o rouba =É =u( atoco(pulsio e =a criança n$o sabe por .ue a'e assi( uitas ees, a criança se sente louca por =ter ti"o u(aco(puls$o "e *aer al'o se( saber por .uE =4atural(ente, a caneta?tinteiro rouba"a "a WoolXort/#s n$o=satis*aD n$o o ob>eto .ue estaa sen"o procura"oD "e .ual.uer (o"o, a criança =está procuran"o acapaci"a"e "e encontrar, e n$o buscan"o u( =ob>eto 4o entanto, po"e /aer al'u(a satis*aç$o na.uilo .ueela =*a "urante u( (o(ento "e esperança (aç$ rouba"a "o po(ar u( caso (ais li(Gtro*e Po"e ser .ue=este>a (a"ura, po"e ter u( 'osto a'ra"áel e po"e ser "ierti"o ser =perse'ui"a pelo *aen"eiro Por outrola"o, po"e ser .ue a (aç$ este>a er"e e, se *or co(i"a, proo.ue "or "e estV(a'o no (eninoD =po"e serta(b( .ue ele n$o co(a a.uilo .ue roubou, (as =si(ples(ente >o'ue tu"o *ora, ou .ue ele or'anie oroubo se( correr o =risco "e ter .ue trepar no (uro ele prAprio 6ssa se.LEncia (ostra a transiç$o "a

 brinca"eira =nor(al para o ato anti?social6 assi(, caso ea(ine(os o pri(eiro =tipo "e epress$o "a ten"Encia anti?social, po"e(os c/e'ar a al'o=.ue, "e t$o co?

8N=20

(u(, c/e'a a =ser nor(al + *il/o "e al'uns "e ocEs reiin"ica o "ireito "e ir =@ "espensa e pe'ar u( p$oin/oD ou o *il/in/o "e "ois anos "e =outros "e ocEs *a u(a eploraç$o na bolsa "e suas esposas e tirau(a (oe"a 9aso ea(ine(os to"os os ='raus, encontra(os, nu( etre(o, al'o .ue está se enri>ecen"oco(o =ato co(pulsio se( si'ni*ica"o e se( pro"uir satis*aç$o "ireta, =(as *lorescen"o en.uanto/abili"a"eD e, e( outro etre(o, eiste al'o .ue acontece repeti"a(ente e( to"a =*a(Glia u(a criança rea'e@ priaç$o, (es(o .ue =relatia, *aen"o uso "e al'u( ato anti?social, e os pais respon"e( "e =(o"oin"ul'ente "urante u( certo perGo"o, no .ual po"e?se er be( .ue a criança está passan"o por u(a =*ase"i*icil;uero ea(inar, paralela(ente, a priaç$o e( =ter(os "a criança e "o paiD o princGpio, no entanto, o(es(o = criança

— =no (o(ento *alo "e =u( (eninoD (es(o .ue se>a u(a (enina, continuo *alan"o sobre o (enino =.ue /ána (enina — ="escobre .ue =se'uro ter senti(entos a'ressios e ser a'ressio, por causa "o .ua"ro ="ere*erEncias "a *a(Glia, .ue representa a socie"a"e "e *or(a localia"a con*iança "a =($e e( seu (ari"o,ou no apoio .ue ai conse'uir, caso o solicite, "a =socie"a"e local, tale o apoio "e u( policial, cria a

 possibili"a"e "e =a criança eplorar ru"e(ente atii"a"es "estrutias .ue se relaciona( ao =(oi(ento e('eral, e (ais especi*ica(ente @ "estruiç$o =relaciona"a @ *antasia .ue se acu(ula e( torno "o A"io 4esse=ca(in/o &por causa "a se'urança a(biental, "a ($e sen"o apoia"a pelo pai, etc), a criança torna?se capa"e *aer =u(a coisa (uito co(plea, ou se>a, inte'rar seus i(pulsos "estrutios =co( os a(orosos, e oresulta"o, .uan"o tu"o corre be(, .ue a =criança recon/ece a reali"a"e "as id@ias ="estrutias .ue =s$oinerentes, na i"a, ao ier e ao a(or, e encontra (o"os e (aneiras "e =prote'er "e si (es(a pessoas e

Page 43: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 43/142

ob>etos aloria"os 4a er"a"e, a =criança or'ania sua i"a "e (o"o construtio, a *i( "e n$o se =sentir(uito (al e( relaç$o @ "estrutii"a"e real .ue passa por sua (ente Para a".uirir isso e( seu="esenoli(ento, a criança =re)uer de modo =asoluto( um

>%=20

==ustri'/t=amiente )ue se4a =indestrutível em certos as#ectos essenciaisG=.co( to"a =certea, os tapetes $o *icar su>os, as pare"es ter$o .ue receber =papel noo e @s ees u(ai"raça será .uebra"a, (as, "e al'u(a =*or(a, o lar se (ant( coeso, e por trás "e tu"o está a con*iança .uea criança te( na =relaç$o "os paisD a *a(Glia u(a e(presa .ue continua =*uncionan"o ;uan"o ocorre u(a

 priaç$o, e( ter(os "c u( =ro(pi(ento "o lar, especial(ente se /ouer u(a "esaença entre os pais, ocorreu(a coisa (uito sria na or'aniaç$o =(ental "a criança e repente, suas i"ias e seus i(pulsos =a'ressiostorna(?se inse'uros Penso .ue i(e"iata(ente a criança assu(e o controle .ue acabou "e ser per"i"o ei"enti*ica?se co( o noo =.ua"ro "c re*erEncias *a(iliar Fesulta"o a criança per"e sua =prApriai(pulsii"a"e e espontanei"a"e + nGel "e ansie"a"e =t$o alto .ue o ato "e eperi(entar, .ue po"eria *aE?la c/e'ar a u( acor"o co( a =prApria a'ressii"a"e, torna?se i(possGel Se'ue?se u( perGo"o =.ue po"e ser outra e &co(o no pri(eiro tipo "e priaç$o) =raoael(ente satis*atArio "o ponto "e ista "a.ueles .uecui"a( "a criança, no .ual o =(enino está (ais i"enti*ica"o co( os tutores "o .ue co( seu =prAprio sel"

==20i(aturo

 4esse tipo "e caso, a ten"Encia anti?social *a co( =.ue o (enino se re"escubra se(pre .ue sinta al'u(aesperança "e =retorno "a se'urança, o .ue si'ni*ica u(a =redescoerta da =#r#ria a'ressividade; =6 claro.ue ele =n$o sabe o .ue está ocorren"oD si(ples(ente "escobre .ue (ac/ucou =al'u( ou .ue .uebrou u(ai"raça Portanto, nesse caso, e( e "e =a esperança lear a u( sinal "e S+S e( ter(os "o roubo, elacon"u a u( sinal ="e S+S c( ter(os "e u(a =e6#los$o de =a'ress$o; =a'ress$o proael(ente seráse( senti"o e be( "iorcia"a "a lA'ica, e =n$o bo( per'untar @ criança .ue a'e "essa *or(a por .ue =ela.uebrou a >anela, ne( in"a'ar @ criança .ue roubou o (otio =pelo .ual ela pe'ou o "in/eiro=206sses "ois tipos clGnicos "e (ani*estaç$o "e ten"Encia anti? =social est$o real(ente relaciona"os entre sie (o"o 'eral, =si(ples(ente o caso "e .ue o roubar se relaciona co( u(a pri?

8R

aç$o .ue ocorreu (uito antes "a eplos$o a'ressia, ="urante o "esenoli(ento e(ocional "a criança Jáal'o e( co(u( =na reaç$o social a a(bos os tipos "e co(porta(ento anti?social ="urante esse (o(ento "eesperança ;uan"o a criança rouba, ou a'ressia, a socie"a"e suscetGel n$o =apenas "e n$o perceber a(ensa'e(, (as &(ais "o .ue proáel) ai =se sentir esti(ula"a a respon"er (oral(ente reaç$o (aciça=natural e( "ireç$o @ puniç$o pelo roubo e @ eplos$o (anGaca, e n$o se poupa( =es*orços para obri'ar o

 >oe( cri(inoso a "ar u(a eplicaç$o, =e( ter(os lA'icos, .ue, na reali"a"e, n$o se aplica( 4o *inal "e=u(as poucas /oras "e in.urito insistente, ei"Encias "e i(presses "i'itais, etc, as =crianças anti? sociais$o se sair co( al'u( tipo "e con*iss$o =e eplicaç$o, si(ples(ente para pVr u( *i( ao in.urito=intoleráel e inter(ináel 6ssa con*iss$o n$o te(, no entanto, o (enor alor, por.ue, (es(o .ue possa=conter *atos er"a"eiros, n$o po"e c/e'ar @ er"a"eira causa ou =@ etiolo'ia "a perturbaç$o =4a er"a"e, "esper"Gcio "e te(po *icar etor.uin"o con*isses =ou or'aniar co(isses "e apuraç$o "e *atos6(bora o .ue =te( si"o a*ir(a"o a.ui possa n$o ter li'aç$o co( o (ane>o "iário "e u( 'rupo "e (eninos ou=(eninas, necessário ea(inar a situaç$o, pois e( certas =circunstCncias po"e ser .ue a teoria ten/aal'u(a aplicaç$o =prática Seria possGel, por ee(plo, a al'u( .ue este>a encarre'a"o "e u( 'rupo "e=(eninos "elin.Lentes, or'aniar contato pessoal "o tipo =terapEutico 6( certo senti"o, "es"e .ue *uncione,to"a co(uni"a"e = terapEutica s crianças n$o tE( na"a a 'an/ar ien"o nu( 'rupo caAtico e, (ais ce"o

ou (ais tar"e, =caso n$o /a>a u(a "ireç$o *orte, aparece u( "ita"or entre a =crianças 4o entanto, /á u(outro si'ni*ica"o para a palara =terapEutico: .ue "i respeito a=20se colocar nu(a posiç$o na .ual al'u(

 possa se co(unicar e( =nGel pro*un"oc/o .ue na (aioria "os casos =i(possGel para as pessoas .ue "iuturna(ente cui"a( "esses (eninos=*aere( e( si (es(as os a>ustes necessários .ue as capacitaria( a per(itir 

8<=20

u( contato =pessoal ou al'u( tipo "e psicoterapia 6u >a(ais aconsel/aria al'u( =a tentar usar os "ois(to"os 4o entanto, eu pensaria, ao (es(o te(po, .ue al'uns po"eria( se =incu(bir "esses assuntos, e .ue

Page 44: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 44/142

os rapaes &ou as (oças) po"eria( ='an/ar (uito co( sesses terapEuticas especialia"as ee? se=en*atiar, contu"o, a enorme di"erença =)ue e6iste na atitude de voc+s( )uando est$o sendo res#onsáveis

=#ela direç$o total( e )uando est$o numa relaç$o #essoal =com a criança; Para co(eçar, as =atitu"es e(relaç$o @ (ani*estaç$o anti?social s$o be( ="i*erentes nos "ois casos Para al'u( .ue cui"a "e u( 'rupo, a=atitu"e anti?social si(ples(ente ina"(issGel 4a sess$o terapEutica, n$o se =coloca a .uest$o "a(orali"a"e, a n$o ser a .ue sur'e "a =prApria criança sess$o terapEutica n$o u( =co(itE "e apuraç$o "e*atos, e .ue( .uer .ue este>a realian"o o trabal/o terapEutico =n$o está preocupa"o co( a er"a"e ob>etia,e si( co( a.uilo .ue o =paciente sente co(o real

Já al'o a.ui .ue po"e ser =transplanta"o "ireta(ente "a psicanálise, >á= .ue psicanalistas =sabe( (uito be( .ue e( "eter(ina"as sesses co( seus pacientes s$o =acusa"os "e al'o "e .ue s$o inocentes +s pacientes po"e( acusá?los "e (u"ar al'u( ob>eto "a =sala sA para en'aná?losD ou po"e( sentir co(se'urança o =*aoritis(o "o analista por outro paciente, etc 6stou (e re*erin"o ao =.ue se "eno(inatrans*erEncia "elirante: Para o analista .ue n$o sabe se "e*en"er, po"eria ser (uito =natural "ier .ue oob>eto está no (es(o lu'ar, ou .ue /oue apenas =u( erro, ou .ue ele *e o (el/or .ue pV"e para n$o *icar=*aorecen"o nin'u( 'in"o "essa *or(a, o analista =n$o vai usar o =material )ue o #aciente a#resenta;=+ paciente está iencian"o no presente al'o .ue te( reali"a"e e( al'u( ponto "e seu =passa"o e, caso oanalista se per(ita *icar no lu'ar para ele "esi'na"o, =ai /aer u( "es*ec/o, no senti"o "e .ue o pacienteai se recuperar "o ="elGrio ei"o @ necessi"a"e "e o analista aceitar o papel "esi'na"o no (o(ento pelo=paciente, "eerá ser (uito "i*icil trocar o papel "e "ireç$o "e =u( 'rupo para u(a aceitaç$o in"ii"ualD(as, se isso pu"er ser =*eito, a reco(?

88

 pensa tale =se>a enor(e os .ue "ese>a( tentar, no entanto, necessário =le(brar .ue esse n$o o tipo "e trabal/o .ue po"e ser e(preen"i"o =super*icial(ente Se a entreista co( u((enino=20 (arca"a para as terças?*eiras, @s trEs /oras "a tar"e, =esta te( .ue ser u(a =data

 sa'rada( =e na"a "ee =inter*erir + (enino n$o ai tirar proeito "e u( encontro, a n$o ser .ue elese torne =preisto, por ser con*iáel, e claro .ue u( "os pri(eiros (o"os ="e aproeitá?lo, casosinta con*iabili"a"e, o "esper"Gcio =ee?se aceitar e tolerar tais crises 4$o /á necessi"a"e "e.ue o in"iG"uo no papel "e psicoterapeuta =se>a inteli'ente Hnica coisa necessária o "ese>o "ese =enoler, na.uele perGo"o "e te(po particular, li(ita"o, co( o .ue =.uer .ue lá ocorra ouapareça atras "a cooperaç$o inconsciente .ue o paciente pro"u, a .ual lo'o se ="esenole e

"esenca"eia u( processo po"eroso =M =esse processo nas =crianças .ue torna essas sessesaliosas= Di!c,!!?o =urante a ="iscuss$o .ue /oue apAs a palestra, u( "os assistentes *e a se'uinte per'unta co(o=recon/ecer, nu( 'rupo "e (eninos, a.uele .ue po"eria ser escol/i"o para =esse tipo "etrata(ento in/a resposta, .ue tee .ue ser bree, *oi "e .ue se "eeria escol/er u( (enino .uetiesse =acaba"o "e es.uentar a te(peratura "o local pela circunstCncia "e ser =especial(ente"i*icil 6sse proble(a clGnico especial, .ue ai =resultar e( puniç$o ou enri>eci(ento posterior, po"e ser usa"o co(o u(a co(unicaç$o =in"icatia "a noa esperança

.uest$o .ue =esperança essa + .ue a criança espera *aer =M "i*icil respon"er a =essa.uest$o criança, se( sabElo, espera conse'uir lear =al'u( .ue a ouça a recor"ar?se "o(o(ento "e priaç$o ou "a =*ase e( .ue a priaç$o consoli"ou?se nu(a reali"a"e inescapáel

esperança .ue o =(enino ou a (enina se>a capa "e reeperi(entar, na relaç$o co( a =pessoa.ue está a'in"o co(o psicoterapeuta, o intenso so*ri?=20

====89=20

e (ais =pro*un"a entre o (enino e o terapeuta 4o *i( "e u(a /ora, o (enino =conse'uiu le(brar e"escreer, co( pleno senti(ento, o instante "i*icil =.ue n$o /aia si"o capa "e en*rentar anos atrás, .uan"ose sentira aban"ona"o nu( /ospital "escriç$o =*oi "a"a para ilustrar o (o"o co(o a pessoa .ue *a o trabal/o "e =psicoterapia precisaaban"onar te(poraria(ente tu"o a.uilo .ue *oi usa"o =no (ane>o "e u( 'rupo, ain"a .ue, claro, antes "o

Page 45: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 45/142

tr(ino "o te(po "estina"o, precise /aer u( retorno =@ atitu"e 'eral .ue to(a possGel o *unciona(ento "o'rupo + "r =Winnicott repetiu .ue n$o tin/a certea "e .ue nos 'rupos Borstal =*osse possGel co(binar o(ane>o 'eral co( o trabal/o in"ii"ual, (es(o .ue *osse =co( u( ou "ois (eninos "e ca"a e 6le sentiu,no entanto, .ue po"ia =/aer al'u( bene*icio a partir "a tentatia "e "escreer as "i*icul"a"es =inerentes eta(b( as possGeis reco(pensas\ =20

(ento .ue =prece"eu a reaç$o @ priaç$o 4o (o(ento e( .ue a =criança usou o suporte "a"o pelo terapeuta para alcançar o intenso =so*ri(ento "a.uele *atG"ico (o(ento ou perGo"o "e te(po, se'ue?se u(a (e(Aria"a =@#oca anterior =@ = #rivaç$o; =essa *or(a, a =criança c/e'a @ capaci"a"e per"i"a "e encontrar ob>etos,ou @ =se'urança per"i"a "o .ua"ro "e re*erEncias criança recupera =u(a relaç$o criatia co( a reali"a"eeterna, ou co( o perGo"o e( .ue a espontanei"a"e era se'ura, =(es(o .ue enolen"o i(pulsos a'ressios

 4esse (o(ento, o oltar *oi =*eito se( roubo e se( a'ress$o, por.ue al'o .ue acontece auto(atica(ente,co(o resulta"o "a c/e'a"a "a =criança á.uilo .ue preia(ente /aia si"o intoleráel o =so*ri(ento reatio @

 priaç$o Por so*ri(ento, enten"o u( =esta"o "e con*us$o, "e "esinte'raç$o "a personali"a"e, u( cair parase(pre, u(a per"a "e contato co( o =corpo, u(a "esorientaç$o co(pleta, e outros esta"os "essa =natureassi( .ue al'u( ten/a lea"o u(a criança a essa =área, e a criança ten/a passa"o pela eperiEncia "erele(brá?la e "o .ue ocorreu antes, ent$o a pessoa n$o =ai ter nen/u(a espcie "e "i*icul"a"e e( enten"er

 por .ue as =crianças anti?sociais *ica( a i"a inteira procuran"o por a>u"a "essa =espcie 6ssas crianças n$o po"e( reconciliar?se co( suas prAprias i"as at .ue al'u( =ten/a *eito a re'ress$o co( elas, capacitan"o?as a le(brar, =atras "o retorno ao resulta"o i(e"iato "a priaç$o]+ ="r Winnicott tentou *aer co( .ue esse ponto *icasse (ais claro "an"o =co(o ee(plo o inGcio "e u(aentreista co( u( (enino .ue l/e *ora trai"o por.ue roubara =+ (enino estaa in"olente(ente recosta"ona ca"eira coloca"a ao la"o, e( =sua sala, para u( "os pais Seu pai estaa se co(portan"o (uito be(,=co(o .ue substituin"o a criança, en.uanto a criança eploraa e ao (es(o te(po to(aa conta "a=situaç$o ;ual.uer tentatia "e *aer co( .ue o (enino se =co(portasse teria i(pe"i"o a possibili"a"e "e*aer uso pro"utio "a.uela /ora ra"ual(ente, o (enino se "etee nu( certo tipo ="e >o'o + pai pV"e ir

 para a sala "e espera e se'uiu?se ent$o u(a =co(unicaç$o ca"a

%0

e (ais =pro*un"a entre o (enino e o terapeuta 4o *i( "e u(a /ora, o (enino =conse'uiu le(brar e "escreer, co( pleno senti(ento, o instante "i*icil =.ue n$o /aia si"o capa "e en*rentar anos atrás, .uan"o se sentira aban"ona"o nu(/ospital

"escriç$o =*oi "a"a para ilustrar o (o"o co(o a pessoa .ue *a o trabal/o "e =psicoterapia precisa aban"onarte(poraria(ente tu"o a.uilo .ue *oi usa"o =no (ane>o "e u( 'rupo, ain"a .ue, claro, antes "o tr(ino "o te(po"estina"o, precise /aer u( retorno =@ atitu"e 'eral .ue to(a possGel o *unciona(ento "o 'rupo + "r =Winnicottrepetiu .ue n$o tin/a certea "e .ue nos 'rupos Borstal =*osse possGel co(binar o (ane>o 'eral co( o trabal/oin"ii"ual, (es(o .ue *osse =co( u( ou "ois (eninos "e ca"a e 6le sentiu, no entanto, .ue po"ia =/aer al'u(

 bene*icio a partir "a tentatia "e "escreer as "i*icul"a"es =inerentes e ta(b( as possGeis reco(pensas\

%1=20

==p1===20=20

=====20

=20

==tri'/t==20

Ti-o! " -!icotra-ia= Palestra =#ro"erida no MASMA HMental llness Association Social and Medical =As#ects(

Famrid'e( 2 de março de -&2- ==20

Page 46: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 46/142

===+ue(?se co( (ais =*re.LEncia "iscusses sobre arie"a"es "e "oenças "o .ue sobrearie"a"es "e terapia Se( "Hi"a, as "uas se =relaciona(D ou *alar antes "as "oenças e "epois "asterapias ==20

Sou =psicanalista, e ac/o .ue ocEs n$o se inco(o"ar$o se eu "isser =.ue a base "a psicoterapia otreina(ento psicanalGtico Isso =inclui a análise pessoal "o analista estu"ante *ora tal treina(ento,

a teoria e a (etapsicolo'ia psicanalGtica =.ue in*luencia( to"a psicolo'ia "inC(ica, "e .ual.uerescola=6iste(, no entanto, (uitas arie"a"es "e psicoterapia, .ue "eeria( ="epen"er n$o "os pontos"e ista "o terapeuta, (as "as necessi"a"es "o paciente ou ="o caso ;uan"o possGel,aconsel/a(os psicanálise ;uan"o n$o =*or possGel, ou /ouer ar'u(entos contra, ent$o po"e?secriar u(a =(o"i*icaç$o a"e.ua"a=20entre os (uitos pacientes .ue (e procura(, sA u(a porcenta'e( (uito =pe.uena real(enteobt( trata(ento psicanalGtico, ain"a .ue eu =trabal/e no centro "o (un"o psicanalGtico6u po"eria *alar =sobre as (o"i*icaçes tcnicas ei'i"as .uan"o o paciente psicAtico ouli(Gtro*e, (as =n$o este oob>etio "a presente "iscuss$o+ .ue =(e interessa a.ui especial(ente a (aneira pela .ual u( analista =treina"o po"e *aer

outra coisa .ue n$o análise, =20=%3=20

==ustri'/t=e "e (o"o =proeitoso Isso i(portante .uan"o o te(po "isponGel para o trata(ento li(ita"o =— =situaç$o =aliás co(u( 6( inH(eras ocasies parece .ue outros trata(entos =s$o (ais in"ica"os"o .ue a.uele .ue eu pessoal(ente sinto ter e*eito (ais =pro*un"o, co(o a psicanálisentes "e (ais na"a, "eie(?(e ="ier .ue al'o "e essencial "a psicoterapia .ue nen/u( outro =trata(ento

 po"e ser (istura"o co( ela Se a i"ia "e aplicar u(a conulsoterapia está 'an/an"o corpo, n$o = possGel*aer psicoterapia, pois o c/o.ue altera to"o o .ua"ro =clGnico + paciente ou te(e ou "ese>a secreta(ente&ou a(bos) o =trata(ento *Gsico, e o psicoterapeuta acaba=20nunca con/ecen"o o er"a"eiro proble(a "o

 pacientePor outro =la"o, ten/o .ue asse'urar cui"a"os *Gsicos ao corpo

+ =prAi(o passo .ual nosso ob>etio ese>a(os *aer to"o o =possGel, ou o (Gni(o possGel 6( psicanálise, per'unta(o?nos .uanto po"e(os *aer 4o outro etre(o, na =(in/a clGnica /ospitalar, nossole(a o .u$o pouco precisa(os =*aer Isso se(pre nos "eia conscientes "o aspecto econV(ico "o =caso,e ta(b( nos *a ol/ar para a "oença central na *a(Glia, ou para a "oença social, "e tal (o"o .ue =possa(oseitar per"er nosso te(po e 'astar o "in/eiro "e outra pessoa, =*ornecen"o trata(ento in*erior no caso "e u("ra(a *a(iliar 4$o =/á na"a "e ori'inal nisso, (as tale ocEs 'oste( "e ouir u( =psicanalista "iE?lo, >á.ue os psicanalistas corre( o 'ran"e =risco "e se ere( apan/a"os e( trata(entos lon'os, "urante os .uais=po"e( per"er "e ista u( *ator eterno a"erso=20;uanto "as "i*icul"a"es "o paciente se "ee( apenas ao *ato "e .ue =nin'u( o ouiu "e (o"ointeli'ente escobri (uito rapi"a(ente, =/á .uarenta anos, .ue o ato "e *aer ana(nese co( as ($es, caso=se>a be(?*eito, , por si sA, u(a psicoterapia ee?se "ar te(po ao te(po e natural(ente a"otar u(a=atitu"e n$o?(oralistaD .uan"o a ($e acaba "e "ier o .ue te( e( =(ente, po"e ser .ue ela (es(aacrescente 'ora enten?

%N=20o e( .ue =(e"i"a os sinto(as atuais se encaia( no pa"r$o 'lobal "a i"a =*a(iliar "a criança,e a'ora posso (ane>ar a situaç$o, =si(ples(ente por.ue ocE (e per(itiu co(preen"er a /istAriainteira por (i( (es(a e e( (eu prAprio rit(o: Isso n$o = sA u(a .uest$o .ue se re*ere a pais.ue trae( seus *il/osD =os a"ultos *ala( "e si prAprios, e po"e?se "ier .ue psicanálise = u(aana(nese lon'a, (uito lon'a=206 claro .ue ocEs con/ece( a trans*erEncia e( psicanálise 4o =conteto psicanalGtico, os pacientes trae( a(ostras "e seu passa"o e ="e sua reali"a"e interna, e as epe( nas *antasias

Page 47: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 47/142

correspon"entes a =sua relaç$o se(pre (utante co( o analista essa *or(a, po"e?se *aer co( .ueo =inconsciente se torne 'ra"ual(ente consciente Q(a e inicia"o esse =processo, e obti"a acooperaç$o inconsciente "o paciente, /á =(uito a ser *eitoD "aG a "uraç$o ("ia "e u( trata(entoser lon'a 6 interessante ea(inar as pri(eiras =entreistas Se u( trata(ento psicanalGtico estáco(eçan"o, o =analista te( .ue ter cui"a"o e( n$o ser (uito esperto lo'o no =inGcio, e /á boasraes para isso, + paciente tra @s pri(eiras entreistas to"a a sua =crença e to"as as suas

suspeitas ee?se per(itir .ue tais etre(os =encontre( epress$o real Se o analista ea'era noinGcio, o =paciente po"e *u'ir, ou "esenoler u(a crença esplEn"i"a e *icar /ipnotia"ontes "e continuar, "eo =(encionar al'uns outros pressupostos 4$o "ee /aer nen/u(a área=resera"a no paciente psicoterapia n$o abran'e a reli'i$o "o paciente, seu interesse cultural ousua i"a pria"a, (as u( =paciente .ue (ant( parte "e si (es(o co(pleta(ente na "e*ensia=está eitan"o a "epen"Encia .ue inerente ao processo =KocEs er$o .ue a "epen"Encia acarretaal'o "e correspon"ente no terapeuta u(a con*iabili"a"e =pro*issional .ue (ais i(portante at "o.ue a con*iabili"a"e "os =("icos na clGnica ("ica co(u( 6 interessante .ue o >ura(ento=/ipocrático ten/a recon/eci"o isso co( to"a a clareaSe'un"o a teoria =.ue sub>a a to"o o nosso trabal/o, u( "istHrbio .ue n$o ten/a =causa *Gsica e.ue se>a, e( conse.LEn?

===cia, psicolA'ico, =representa u( obstáculo no "esenoli(ento e(ocional "o in"iG"uo psicoterapia=tenciona apenas e t$o? so(ente "es*aer esse obstáculo, "e tal =(o"o .ue o "esenoli(ento ten/a lu'aron"e anterior(ente n$o era =possGel6( outras palaras u( "istHrbio psicolA'ico si'ni*ica i(aturi"a"e, i(aturi"a"e "o cresci(ento =e(ocional"o in"iG"uo, e esse cresci(ento inclui a eoluç$o "a =capaci"a"e "o in"iG"uo "e se relacionar co( pessoase co( o a(biente ="e (o"o 'eral=20Para esclarecer (el/or, preciso *ornecer a ocEs u(a is$o "o ="istHrbio psicolA'ico e "as cate'orias "ei(aturi"a"e pessoal, =(es(o .ue isso enola u(a si(pli*icaç$o 'rosseira "e u(a =.uest$o (uitoco(plea Já trEs cate'orias pri(eira nos tra @ (ente o ter(o =psiconeurose: .ui se inclue( to"os os"istHrbios "os =in"iG"uos .ue *ora( be( cui"a"os "urante os pri(eiros está'ios, ="e tal *or(a .ue seencontra( nu(a posiç$o "esenoli(ental e( .ue *al/a( e @s ees conse'ue( ser =be(?suce"i"os *rente@s "i*icul"a"es "e u(a i"a plena, u(a i"a na =.ual o in"iG"uo co(an"a os instintos =—e n$o =co(an"a"o por eles eo incluir a.ui as arie"a"es (ais nor(ais: ="a "epress$o se'un"a cate'oria tra @ (ente a palara =psicose: .ui, al'o "e erra"o aconteceu nas *ases (ais

 precoces "o ="esenoli(ento in*antil, sen"o o resulta"o u( "istHrbio na =estruturaç$o básica "a personali"a"e "o in"iG"uo 6ssa =*al/a básica, co(o Balint#=20 a "eno(inou, po"e ter pro"ui"o u(a psicose in*antil, ou "i*icul"a"es =posteriores po"e( ter reela"o u(a *al/a na estrutura "o e'o .ue passara="espercebi"a +s pacientes "essa cate'oria>a(ais *ora( su*iciente(ente =sau"áeis para se tornare(

 psiconeurAticosFesero a terceira cate'oria para os inter(e"iários =a.ueles .ue co(eçara( be(, (as cu>o a(biente *al/ou,e( al'u(

%R=20

 ponto ou =repeti"a(ente, "urante u( perGo"o prolon'a"o "e te(po 6ssas =crianças, ou a"ultos oua"olescentes, po"eria( reiin"icar, co( to"o =o "ireito !u"o ia be( at .ue=20e (in/a i"a

 pessoal n$o po"e (ais se "esenoler, at .ue o =a(biente recon/eça seu "bito para co(i'o: =É

=claro .ue n$o=20 co(u( .ue a priaç$o e o so*ri(ento .ue essa *al/a pro"u =este>a("isponGeis @ consciEncia, "e tal (o"o .ue, e( e "e =palaras, encontra(os na clGnica u(aten"Encia anti?social e .ue =po"e se cristaliar e( "elin.LEncia e reci"ias 4o (o(ento, portanto, ocEs est$o =obseran"o a "oença psicolA'ica atras "a etre(i"a"eerra"a ="e trEs telescApios Por u( "eles, ocEs Ee( a "epress$o =reatia, .ue te( a er co(i(pulsos "estrutios .ue aco(pan/a( os =i(pulsos a(orosos e( relaçes bipessoais&basica(ente, a =criança e a ($e)D e ta(b( Ee( a psiconeurose, .ue te( a =er co( aa(bialEncia, ou se> a, a coeistEncia "e a(or e A"io, enoli"a e( relaçes trian'ulares

Page 48: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 48/142

=&basica(ente, a criança e os pais) relaç$o =eperi(enta"a /o(osseual e /eterosseual(ente,e( proporçes =aria"astras "o se'un"o telescApio, ocEs Ee( os está'ios (ais precoces "o "esenoli(entoe(ocional =sen"o "istorci"os por *al/as na assistEncia @ in*Cncia "(ito =.ue se>a (ais "i*icilcriar certas crianças "o .ue outrasD (as, co(o =n$o esta(os a.ui para censurar nin'u(, po"e(osatribuir a causa "a "oença a u(a *al/a "e criaç$o =Ke(os u(a *al/a na estruturaç$o "o = sel" =e na

capaci"a"e "o = sel" = para se relacionar =co( ob>etos "o (eio a(biente ostaria "e eplorar co(ocEs esse =rico eio, (as n$o possoPor (eio "esse telescApio, e(os as árias *al/as .ue pro"ue( o .ua"ro clGnico "a =es.uio*renia,ou .ue pro"ue( subcorrenteas psicAticas .ue =perturba( o *luo uni*or(e "a i"a "e (uitos "enAs .ue conse'ui(os =ser rotula"os "e nor(ais, sau"áeis e (a"uros;uan"o obsera(os a "oença "esse (o"o, esta(os =apenas en"o "e (aneira ea'era"a ele(entos.ue eiste( e( .ual?

%<=20

.uer u( "e =nAsD n$o e(os na"a .ue pu"esse colocar as pessoas =psi.uiatrica(ente "oentes nu((un"o @ parte aG a tens$o inerente ao trata(ento ou cui"a"o "e pessoas psicolo'ica(ente

en*er(as =(ais "o .ue e( trata(entos atras "e "ro'as e nos assi( c/a(a"os =trata(entos*isicos+ terceiro telescApio lea nossa =atenç$o para lon'e "as "i*icul"a"es inerentes @ i"a, e( "ireç$o a="istHrbios .ue tE( naturea "i*erente, pois a pessoa .ue *oi =pria"a "e al'o .ue =>á tee estái(pe"i"a ="e se aproi(ar "os proble(as .ue l/e s$o inerentes, por causa "e u( =ressenti(ento,u( "ireito >usti*ica"o para .ue se repare u(a a'ress$o =.uase recor"a"a 4As, nesta sala, tale n$oeste>a(os ne( "e lee nessa cate'oria =(aioria "e nAs po"e "ier 4ossos pais co(etera(erros, =*rustrara(?nos constante(ente, e coube a eles apresentar?nos o princGpio "a reali"a"e, oar.uiini(i'o "a espontanei"a"e, "a criatii"a"e e "o =senti"o "o real, S eles nunca nosaban"onara( "e er"a"e: + =aban"ono constitui a base "a ten"Encia anti? social e, por (ais .ue=n$o 'oste(os "e .ue roube( nossa bicicleta, .ue ten/a(os "e usar a =polGcia para i(pe"ir aiolEncia, po"e(os er e enten"er por .ue =esse (enino ou a.uela (enina nos *orça a aceitar u(

"esa*io, se>a =pelo roubo, se>a pela "estrutii"a"ei to"o o possGel para construir u( .ua"ro teArico .ue sub>a @ ="escriç$o, .ue inicio a'ora, "eal'u(as arie"a"es "e =psicoterapia=Catgoria 1+ =-!icon,ro!=20

Se a ="oença incluG"a nesta cate'oria precisa "e trata(ento, ='ostarGa(os "e *ornecer psicanálise,u( conteto pro*issional "e con*iabili"a"e a(pla no .ual o inconsciente =repri(i"o possa *icarconsciente Isso sur'e co(o resulta"o "o =apareci(ento, na trans*erEncia:, "e inH(eras a(ostras"e =con*litos pessoais "o paciente 4u( caso *aoráel, as "e*esas contra a

%8=20

ansie"a"e .ue =sur'e( "a i"a instintia e sua elaboraç$o i(a'inatia torna(?se =ca"a e (enosrG'i"as, e ca"a e (ais sob o siste(a "e controle ="elibera"o "o pacienteCatgoria 2+$a)Ba =no! c,i"a"o! iniciai!

;uan"o ="oenças "esse tipo necessita( "e trata(ento, precisa(os possibilitar =.ue o pacienteten/a eperiEncias .ue correspon"eria( (ais =propria(ente @ in**incia, e( con"içes "e etre(a"epen"Encia Ke(os .ue tais con"içes po"e( ser =encontra"as *ora "a psicoterapia or'ania"a,

Page 49: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 49/142

 por ee(plo, nas a(ia"es, =nos cui"a"os "e en*er(a'e( .ue po"e( ocorrer por (otio "e"oenças =*isicasD e e( eperiEncias culturais, inclusie as assi( c/a(a"as reli'iosas Q(a *a(Glia=.ue continua a cui"ar "e u(a criança *ornece oportuni"a"es para a =re'ress$o a u(a "epen"Enciaat (es(o (uito intensa Feal(ente, =u(a caracterGstica constante "e u(a i"a *a(iliar .ue este>a be( a"apta"a ao (eio =social .ue essa oportuni"a"e se>a continua(ente o*ereci"a, co( o=intuito "e restabelecer e en*atiar ele(entos "e cui"a"o .ue =inicial(ente pertence( ao cui"a"o

in*antil KocEs concor"ar$o co(i'o .ue al'u(as crianças aprecia( suas =*a(Glias e sua crescentein"epen"Encia, en.uanto outras continua( =a usar suas *a(Glias "e (o"o psicoterapEutico.ui aparece =a assistEncia social co(o u(a tentatia pro*issional "e "ar a a>u"a .ue po"eria ser*orneci"a por =pais, *a(Glias e uni"a"es sociais, "e (o"o n$o?pro*issional + =assistente social, "e(o"o 'eral, n$o psicoterapeuta, no senti"o "escrito na cate'oria 1 4o entanto, ao =aten"er asnecessi"a"es "a cate'oria 2, o assistente social torna?se u( =psicoterapeutaKocEs po"e( perceber .ue (uito "o .ue u(a =($e *a co( u(a criança po"eria ser c/a(a"o "ese'urar: 4$o sA o se'urar =concreto, .ue por si = >á = (uito =i(portante, constituin"o u( ato"elica"o .ue sA po"e ser realia"o pelas pessoas certas, e "e (o"o ="elica"oD (uito "o cui"a"oco( a criança =corres?=20

=99=20

 pon"e a u(a =interpretaç$o ca"a e (ais a(pla "a palara se'urar: + =se'urar: inclui to"o o (ane>o*isico, "es"e .ue a"apta"o @s =necessi"a"es in*antis ra"ual(ente, a criança aloria o ato "e serliberta"a:D isso correspon"e a sua =intro"uç$o ao princGpio "a reali"a"e, .ue no inGcio se c/oca =co( oPrincGpio "o Praer &onipotEncia supri(i"a) *a(Glia =continua esse se'urar:, e a socie"a"e=20se'ura: a*a(GliaPo"e?se "escreer a assistEncia =social co(o o aspecto pro*issional "essa *unç$o nor(al "os pais e ="euni"a"es sociais locais, u( se'urar: "e pessoas e =situaçes, en.uanto se "á oportuni"a"e @s ten"Encias "ecresci(ento s ten"Encias "e cresci(ento est$o =presentes o te(po to"o, e( to"a e .ual.uer pessoa, a n$oser .uan"o a ="esesperança &causa"a por *al/a a(biental repeti"a) ten/a con"ui"o a u( isola(ento=estrutura"o 6ssas ten"Encias tE( si"o "escritas e( ter(os "e =inte'raç$o,=20"e a psi.ue se enten"er co( ocorpo, "e u( *icar incula"o ao outro, e ="o "esenoli(ento "a capaci"a"e "e estabelecer relaçes ob>etais=!ais processos se'ue( seu curso, a n$o ser .ue se>a( blo.uea"os por =*al/as no se'urar: e no aten"er os

i(pulsos criatios "o in"iG"uo=Catgoria + =-riva?o=;uan"o os pacientes =s$o "o(ina"os por u(a área "e =#rivaç$o e( =sua /istAria pre'ressa, "ee?se

a"aptar o trata(ento a esse *ato =9o(o pessoas, eles po"e( ser nor(ais, neurAticos ou psicAticos =É="i*icil "eter(inar =o pa"r$o pessoal, pois se(pre .ue a esperança se aia o (enino ou a (enina pro"uu( sinto(a &rouban"o, sen"o =rouba"oD "estruin"o ou sen"o "estruG"o) .ue *orça o a(biente a =perceber e aa'ir eral(ente a aç$o punitia, (as claro =.ue o paciente precisa (es(o "e plena aceitaç$o ereco(pensa 9o(o eu "isse, .uase se(pre =n$o se po"e *aer isso, pois a consciEncia n$o "ispe "e =tantos

ele(entos =É i(portante, no =entanto, .ue u(a escaaç$o sria

=100 ==20

nos =está'ios (ais re(otos "e u(a carreira anti?social pro"ua a c/ae e a =soluç$o Po"er?se?ia co(eçar oestu"o "a "elin.LEncia co( =o estu"o "a.uilo .ue anti?social e( crianças relatia(ente nor(ais, cu>oslares est$o intactos, e a.ui penso =ser possGel, co( *re.LEncia, rastrear a priaç$o e o =etre(o so*ri(ento.ue resultou e .ue alterou to"o o curso "o "esenoli(ento =in*antil &publi.uei al'uns casos e posso "aroutros ee(plos, se /ouer =te(po) .uest$o a.ui .ue se encarre'a a socie"a"e "e =to"os os casos n$o?trata"os e n$o?tratáeis — =s$o os casose( =.ue a ten"Encia anti?social se estabiliou e( "elin.LEncia =necessi"a"e, nessa circunstCncia,

 proporcionar a(bientes especialia"os, .ue "ee( ser "ii"i"os e( "ois =tipos1 .ueles .ue espera( socialiar a criança est$o =pratican"o o se'urar:2 .ueles cu>o intento a (era =custA"ia, a *i( "e preserar a socie"a"e at .ue (eninos e (eninas ten/a(

Page 50: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 50/142

=i"a"e su*iciente para sere( "eti"os, e at .ue a"entre( o (un"o na =.uali"a"e "e a"ultos .ue $o se(prese (eter e( apuros 6sse tipo "e =instituiç$o "ee *uncionar o (ais suae(ente possGel, .uan"oa"(inistra"o "e (o"o =ri'orosoSerá .ue ocEs percebe( .ue (uito peri'oso =basear u( siste(a "e cui"a"os @ criança nu( trabal/o *eitoe( lares para "esa>usta"os, especial(ente no =trata(ento be(?suce"i"o: "e "elin.Lentes e( centros "e="etenç$o partir "o .ue eu "isse, possGel =co(parar os trEs tipos "e psicoterapia=20Q( psi.uiatra praticante precisa ser capa "e passar "e u( tipo "e =psicoterapia para outro co(*acili"a"e, e at *aer os trEs tipos =ao (es(o te(po, se necessário=101=20

oenças "e =.uali"a"e psicAtica &cate'oria 2) ei'e( .ue or'anie(os u( tipo =co(pleo "e se'urar: .ueinclui, se necessário, o cui"a"o *isico .ui, o terapeuta ou a en*er(eira entra( e( cena =.uan"o o a(bientei(e"iato "o paciente n$o conse'ue *aer *rente @ =situaç$o 9o(o "isse u( a(i'o &o *aleci"o Uo/nFick(an) =Insani"a"e n$o ser capa "e encontrar al'u( .ue te a'Lente: =— =e eiste( a.ui "ois =*atoreso 'rau "e "oença "o paciente e a capaci"a"e "o a(biente "e tolerar os sinto(as essa =*or(a /á al'uns .ueest$o por aG, no (un"o, (ais "oentes "o .ue =a.ueles .ue se encontra( e( /ospitais psi.uiátricos =psicoterapia @ .ual (e re*iro po"e parecer u(a a(ia"e, (as n$o u(a a(ia"e, =pois o terapeuta está

sen"o pa'o e sA E o paciente co( /ora =(arca"a e, al( "isso, apenas por u( te(po li(ita"o, = >á .ue o

ob>etio "e =to"a terapia c/e'ar a u( ponto e( .ue cessa a relaç$o =pro*issional, por.ue o ier e a i"a "o paciente assu(e( o =co(an"o:, e o terapeuta passa ao trabal/o se'uinteQ( terapeuta co(o outros pro*issionais na (e"i"a e( .ue, ="urante o trabal/o, seu co(porta(ento assu(e(aior i(portCncia "o .ue =sua i"a pria"a 6le pontual, a"apta?se @s necessi"a"es "e seu =paciente e n$o"eia atuare( seus prAprios i(pulsos *rustra"os no contato co( os =pacientesicará ei"ente .ue os pacientes (uito co(pro(eti"os =incluG"os nesta cate'oria pressiona( (uito ainte'ri"a"e "o =terapeuta, >á .ue necessita( "e contato /u(ano e "e senti(entos reais, e (es(o assi(=precisa( colocar u(a con*iança absoluta na relaç$o "a .ual =tanto "epen"e( s (aiores "i*icul"a"esaparece( .uan"o /oue =se"uç$o "urante a in*Cncia "o paciente 4esse caso, "ee?se eperi(entar u("elGrio "urante =o trata(ento .ue o terapeuta está repetin"o a se"uç$o =4atural(ente, a recuperaç$o"epen"e "e se "es*aer a se"uç$o =in*antil, .ue /aia lea"o a criança @ i"a seual real "e (o"o (uito

 pre(aturo, e( e "e leá?la a u(a =i"a seual i(a'inária, estra'an"o a pri(eira prerro'atia "a =criançao brincar ili(ita"o

102=20

 4a terapia =plane>a"a para li"ar co( "oenças psiconeurAticas &cate'oria 1) =po"e?se obter co(*acili"a"e o conteto psicanalGtico clássico "e =reu", pois o paciente >á =tra ao trata(ento =u(certo 'rau "e crença e "e capaci"a"e para con*iar 9o( tu"o isso ='aranti"o, o analista te( aoportuni"a"e "e per(itir .ue a trans*erEncia =se "esenola por si (es(a, e e( e "os "elGrios "o paciente sur'e(, =co(o (aterial "e análise "e son/os, a i(a'inaç$o e i"ias, =epressas e( *or(asi(bAlica, .ue po"e( ser interpreta"as "e acor"o co( o processo, @ (e"i"a =.ue ele se "esenoleatras "a cooperaç$o inconsciente "o =pacienteIsso tu"o o .ue o te(po (e per(ite *alar a respeito ="a tcnica psicanalGtica, .ue precisa serapren"i"a e = >á = =su*iciente(ente "i*icil, (as n$o t$o eaustia .uanto u(a terapia ="estina"a a

en*rentar o "istHrbio psicAtico psicoterapia "estina"a a li"ar co( a =ten"Encia anti?social sA *unciona, co(o eu>á "isse, se o=paciente está no inGcio "e sua carreira anti?social, antes .ue se =estabeleça( /abili"a"es"elin.Lentes e 'an/os secun"ários 6 sA nos pri(eiros está'ios .ue o =paciente sabe .ue u( paciente e sente necessi"a"e "e ir @ rai ="o proble(a ;uan"o possGel trabal/ar nessa lin/a, o("ico =e o paciente inicia( u(a espcie "e /istAria "e "etetie, usan"o to"a e .ual.uer pista "e.ue se ="ispon/a, inclusie o .ue se con/ece "a /istAria pre'ressa "o caso, e =o trabal/o *eitosobre u(a *ina ca(a"a .ue se encontra e( al'u( lu'ar entre o =inconsciente pro*un"a(enteenterra"o e a i"a consciente e a (e(Aria ="o paciente

Page 51: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 51/142

6( pessoas nor(ais, a ca(a"a entre o consciente e o =inconsciente preenc/i"a por aspiraçesculturais i"a cultural "o "elin.Lente notoria(ente =escassa, pois para ele n$o /á liber"a"e,eceto na *u'a para o =son/o n$o?le(bra"o ou para a reali"a"e ;ual.uer tentatia "e =eplorar aárea inter(e"iária n$o con"u ne( @ arte ne( ta(pouco @ reli'i$o ou ao brincar, (as =aoco(porta(ento anti?social co(pulsio Para o in"iG"uo, tal =co(porta(ento inerente(ente n$o?co(pensa"orD para a socie"a"e, ="anoso

103=20

==p1===20=20

=====20

=20

=== A =cura=20

 Palestra =#ro"e rida #ara m@dicos e en"ermeiros na i're4a de S$o Lucas( =Iat"ield( no dia de S$o Lucas( ->

de outuro de -&0. ==20

Qsan"o a =oportuni"a"e .ue (e *oi o*ereci"a, .uero tentar erbaliar al'uns "os =pensa(entos esenti(entos .ue i(a'inosere( co(uns a to"os nAs = 4$o li"o co( a reli'i$o "a eperiEncia interiorD essa n$o (in/a lin/a especG*ica 7i"o co( a=*iloso*ia "e nosso trabal/o en.uanto pro*issionais "a (e"icina, u(a =espcie "e reli'i$o "asrelaçes eternas6is u(a =palara boa e( nossa lGn'ua 9QF Se essa palara pu"esse *alar, esperar?se?ia .ue ela=contasse u(a /istAria s palaras tE( esse tipo "e alor tE( =raGes eti(olA'icas, tE( /istAria9o(o os seres /u(anos, =@s ees tE( .ue lutar para estabelecer e (anter sua i"enti"a"e6( nGel =(ais super*icial, a palara cura: assinala u( "eno(ina"or co(u( =entre a prática

("ica e a reli'iosa cre"ito .ue cura:, =e( suas raGes, si'ni*i.ue cui"a"o ais ou (enos porolta "e 1<00, ela co(eçou =a "e'enerar, passan"o a "esi'nar u( trata(ento ("ico, co(o, por=ee(plo, a cura pela á'ua + sculo se'uinte acrescentou?l/e =i(plicaç$o "o "es*ec/o be(?suce"i"o saH"e se restaura no paciente, a "oença "estruG"a, =eorcia?se o espGrito (au+s ersos ==20

=105=20

7et t/e Xater =an" t/e bloo"Be o* sin t/e "ouble curecontE( (ais "o .ue =u(a su'est$o "a passa'e( "o cui"a"o para o trata(ento ==20—a =transiç$o .ue estouen*ocan"o a.ui e a'ora6ntre os "ois =etre(os "o uso "a palara, po"e?se encontrar, na prática ("ica, =u( /iato cura, nosenti"o "o trata(ento, "a be(?suce"i"a erra"icaç$o "a "oença e sua causa, =ten"e /o>e a se sobrepor aocui"a"o +s ("icos est$o en'a>a"os e( te(po inte'ral na batal/a "e i(pe"ir .ue os "ois =si'ni*ica"os "a

 palara perca( contato u( co( o outro Po"e?se "ier .ue =o clGnico 'eral cui"a, (as precisa con/ecer ostrata(entos 6( =contraste, o especialista se E co( proble(as "e "ia'nAstico e erra"icaç$o "a "oença, e te(=.ue se es*orçar para le(brar "o se'uinte o ato "e cui"ar ta(b( =pertence @ prática ("ica 4u( "esses"ois etre(os, o =("ico u( assistente social, e na er"a"e .uase .ue pesca e( á'uas "o cura, =ou se>a, "o(inistro reli'ioso 4o outro etre(o, o ("ico u( =tcnico, tanto ao *aer o "ia'nAstico .uanto ao aplicaro =trata(entoei"o á asti"$o "o ca(po, ineitáel a especialiaç$o nu( senti"o ou no =outro 4o entanto, co(o

Page 52: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 52/142

 pensa"ores, n$o esta(os "ispensa"os "e tentar =u(a abor"a'e( /olGstica+ .ue as pessoas .uere( "e nAs, =("icos e en*er(eiros + .ue .uere(os "e nossos cole'as, .uan"o so(os=nAs .ue *ica(os i(aturos, "oentes ou el/os 6ssas con"içes =— i(aturi"a"e, ="oença e el/ice trae(consi'o a "epen"Encia Se'ue?se .ue =necessário /aer con*iabili"a"e 9o(o ("icos, assistentes sociais=e en*er(eiros, so(os c/a(a"os a ser con*iáeis "e (o"o /u(ano &e n$o (ecCnico), a ter con*iabili"a"e=construG"a sobre nossa atitu"e 'eral &Kou presu(ir no (o(ento nossa =capaci"a"e para recon/ecer a"epen"Encia e nos a"aptar(os ao .ue =encontra(os)

10R=20

 4$o /á ="iscuss$o sobre o alor "e u( trata(ento e*ica &eo o *ato "e =n$o ser alei>a"o @ penicilinaD (in/a esposa, por sua e, "ee sua =i"a @ penicilina) ee?se to(ar co(o 'arantia a

ciEncia aplica"a @ =prática ("ica e cirHr'ica =É =i(proáel .ue "esalorie(os o trata(entoespecG*ico 4o entanto, =possGel ao obsera"or ou pensa"or .ue aceita esse princGpio =passar para outras consi"eraçes==.Fon"iailidade versus de#end+ncia = o assunto ="esta palestra 7o'o *icará ei"ente .ue ote(a lea a in*initas =co(plei"a"es, "e (aneira .ue, para /aer u( "elinea(ento "as áreas a"iscutir, necessário estabelecer *ronteiras arti*iciais =

KocE er$o "e i(e"iato .ue essa (aneira "e *alar separa o =("ico .ue pratica por si prAprio "o("ico .ue a'e para a =socie"a"eSe eu criticar a pro*iss$o ("ica, "ee *icar claro .ue sinto or'ul/o e( ser (e(bro "essa=cate'oria "es"e .ue (e "iplo(ei, /á cin.Lenta anos 4unca .uis ser =na"a al( "e ("ico 6sse*ato n$o (e i(pe"iu "e perceber erros *la'rantes e( nossas atitu"es e =reiin"icaçes sociais, e eul/es asse'uro .ue senti o proble(a na =prApria pele=20!ale possa(os er (el/or e co( (ais *acili"a"e as *al/as "e nossos =cole'as .uan"o so(os pacientes, incluin"o?se o*ato "e .ue sabe(os =(el/or o .uanto "ee(os @ (e"icina e @en*er(a'e( .uan"o =*ica(os "oentes e nos recupera(os

É =claro .ue n$o estou (e re*erin"o a erros 6u (es(o co(eti erros .ue "etesto =recor"ar 9ertae, antes "o a"ento "a insulina, a*o'uei u( ="iabtico, nu(a tentatia estHpi"a e i'norante "e

obe"ecer a =or"ens superiores + *ato "e .ue o /o(e( iria (orrer in"epen"ente(ente "e .ual.uercoisa .ue se *iesse n$o (e aliia ne( u( pouco =6 ten/o *eito coisas piores eli o ("ico >oe( .ue n$o se =E eposto co(o i'norante antes "e ter construG"o al'u(a =reputaç$o entre oscole'as .ue ir$o ener'ar seus "esastres as tu"o isso tril/ar ca(in/os /á =(uito con/eci"osceita(os a *alibili"a"e co(o u( *ato inerente @ =con"iç$o /u(ana

10<=20

ostaria "e =ol/ar a (aneira co(o ocEs e eu pratica(os a (e"icina, a cirur'ia e a =en*er(a'e(, =)uando

a estamos #raticando em( e n$o construin"o =(aterial para re(orso+ .ue eu po"eria escol/er !en/o =necessi"a"e "e apelar para a eperiEncia especialia"a .ue tie a =prática"a psicanálise e "a psi.uiatria in*antil in/a su'est$o .ue a psi.uiatria =te( u( 'ran"e potencial=

de"eedacK = para a prática =("ica psicanálise n$o se resu(e a interpretar o inconsciente repri(i"oD ,

=antes, o *orneci(ento "e u( conteto pro*issional para a con*iança, =no .ual esse trabal/o po"e ocorrerui 'ra"ual(ente (e =trans*or(an"o "e ("ico "e crianças e seus pais c( psicanalista psicanálise &co(oa psicolo'ia analGtica) =está li'a"a a u(a teoria e ao treina(ento intensio "e uns poucos =in"iG"uosseleciona"os e auto?eleitos + treina(ento ob>etia =*ornecer u(a psicoterapia .ue alcance a (otiaç$oinconsciente, e .ue essencial(ente *aça uso "a.uilo .ue se ="eno(ina trans*erEncia: 6 assi( por "ianteKou =enunciar al'uns princGpios .ue nasce( "o tipo "e trabal/o .ue eu e (eus cole'as nos ="escobri(os*aen"o 6scol/i seis cate'orias "escritias1 =Jierar.uias2 ;ue( está "oente epen"Encia

Page 53: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 53/142

3 =6*eitc "a posiç$o cui"a"o?cura sobre nAs=20N 6*eitos posteriores=%; ==rati"$o^propiciaç$oR Se'urar: =acilitaç$o 9resci(ento in"ii"ual=201 Pri(eiro, a .uest$o "as /ierar.uias escobri(os .ue, .uan"o =esta(os *ace a *ace co( u( /o(e(,u(a (ul/er ou u(a criança, esta(os =re"ui"os a "ois seres /u(anos "e (es(o nGel s /ierar.uias cae(=Posso ser ("ico, en*er(eiro, assistente social, u( parente .ue ie na (es(a casa =— =ou, a propAsito,=psicanalista ou pa"re 4$o *a "i*erença Feleante a relaç$o interpessoal, e( to"os os seus ricos e=co(plica"os (aties /u(anos

108=20

Já u( lu'ar =para /ierar.uias na estrutura social, (as n$o no con*ronto =clGnico2 esse ponto apenas u( passo para a per'unta =.ual "os "ois está "oente -s =ees, u(a=.uest$o "e coneniEncia 6 Htil .ue se enten"a o alGio =i(e"iato .ue o conceito "e "oença e "eestar "oente tra ao le'iti(ar a "epen"EnciaD a.uele .ue =be(?suce"i"o na reiin"icaç$o "e ser"oente se bene*icia "e u( =(o"o especG*ico KocE está "oente: (e lea nataral(ente =para a posiç$o "a.uele .ue respon"e=20@ necessi"a"e, ou se>a, @ a"aptaç$o, @ preocupaç$o =e @con*iabili"a"e, cura, no senti"o "e =cuidado; =+ ("ico, o en*er(eiro, ou se>a lá .ue( *or, assu(enatural(ente u(a =atitu"e pro*issional Isso n$o acarreta nen/u( senti"o "e =superiori"a"e;ual "os "ois seria o "oente Po"er?se?ia .uase ="ier .ue o pressuposto "e u(a posiç$o "e curata(b( u(a "oença, sA .ue "o outro la"o "a (oe"a Precisa(os ="e nossos pacientes tanto.uanto eles precisa( "e nAs + preboste "e =erbT citou recente(ente S$o Kicente "e Paula Fea para .ue os =pobres possa( nos per"oar por a>u"á?los: Po"erGa(os rear para .ue os "oentes nos per"oe( por =respon"er(os @s necessi"a"es "e suas "oenças 6sta(os *alan"o "e =a(or, (as se oa(or te( .ue ser *orneci"o por pro*issionais, nu( =conteto pro*issional, ent$o "ee?se eplicar osi'ni*ica"o "a palara 4este sculo, s$o os =psicanalistas .ue *ae( essa eplicitaç$o3 'ora po"e(os =ol/ar os e*eitos "esse pressuposto &"e .ue /á u(a pessoa .ue cui"a) =e( nAs(es(os 4ota(os cinco aspectos principaisa) 4o papel "e =cui"a"ores?cura"ores, n$o so(os (oralistas ier a u( paciente .ue =ele (au por estar "oente n$o o a>u"a !a(b( n$o a>u"a =en.ua"rar u( la"r$o, ou u( as(ático, ou u(

es.uio*rEnico e( cate'orias (orais + paciente sabe .ue =n$o esta(os lá para >ul'á?lo

10%=20

 b) So(os (uito =/onestos, er"a"eiros, "ien"o .ue n$o sabe(os .uan"o real(ente =n$osabe(os Q(a pessoa "oente n$o suporta nosso (e"o "a er"a"e =Se te(os (e"o "a er"a"e, (el/or escol/er outra pro*iss$o .ue n$o a "e ("icoc) =4As nos torna(os con*iáeis nu( senti"o .ue sA po"e(os =sustentar e( nosso trabal/o pro*issional .uest$o .ue, sen"o =pessoas &pro*issional(ente) con*iáeis, prote'e(os nossos pacientes "o i(preisto uitos "eles so*re( =precisa(ente "issoD *icara( su>eitos ao i(preistoco(o parte "e seu =pa"r$o "e i"a 4$o po"e(os nos "ar ao luo "e encaiar?nos nesse =pa"r$otrás "a i(preisibili"a"e está a con*us$o (ental e, atrás "ela, po"e?se encontrar o caos, e(

=ter(os "o *unciona(ento so(ático, isto , u(a ansie"a"e =i(pensáel .ue *isica") ceita(os o a(or e o A"io "o =paciente, so(os por eles a*eta"os, apesar "e n$o proocar(osnen/u( "eles, ne( esperar(os obter satis*açes =e(ocionais nu(a relaç$o pro*issional 6sta"eeria ser elabora"a =e( nossa i"a pria"a e nos "o(Gnios "a i"a pessoal, ou ent$o na=reali"a"e psG.uica interior, .uan"o o son/ar se concretia e a".uire *or(as &6( =psicanálise,estu"a?se isso co(o u( *ator essencial e "á?se o no(e =trans*erEncia: para as "epen"EnciasespecG*icas .ue =sur'e( entre o paciente e o analista + ("ico .ue se enole e( (e"icina *isicae cirur'ia te( (uito a apren"er ="a psicanálise, especial(ente nessa área !o(an"o u( ponto(uito =si(ples

Page 54: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 54/142

 se =um m@dico c?e'a N ?ora cominada( ele e6#erimenta um re"orço tremendo na con"iança =)ue

o #aciente tem nele Tou nela( =e isso n$o =i(portante apenas para eitar an'Hstia no paciente,(as ta(b( para incre(entar os processos so(áticos .ue ten"e( @ =cicatriaç$o, tale (es(o "cteci"os, co( certea "e =*unçes)e) !o"os concor"aria( *acil(ente co( o pressuposto ="e .ue o ("ico ou o en*er(eiro n$o s$ocruis co( a *inali"a"e "e sere( cruis cruel"a"e aparece =ineitael(ente e( nosso trabal/o,

(as para =tolerar a =crueldade =20precisa(os ol/ar para a prApria i"a *ora "e nossas relaçes=pro*issionais =É claro .ue

110=20

eu po"eria =*alar "e cruel"a"e e in'ança pratica"as por ("icos, (as n$o = "i*icil colocar esse tipo "e"istorç$o e( seu "ei"o lu'ar =N Para alcançar e*eitos (ais pro*un"os e( nAs a partir "e nosso recon/eci(ento "a ="oença e portanto "asnecessi"a"es "e "epen"Encia "e nossos =pacientes, precisa(os consi"erar .uestes (ais co(pleas "eestrutura ="a personali"a"e Por ee(plo u( sinal "e saH"e (ental a capaci"a"e .ue u( in"iG"uo te(

 para =penetrar, atras "a i(a'inaç$o, e ain"a assi( "c (o"o preciso, =nos pensa(entos, nos senti(entos enas esperanças "e outra pessoa, e =ta(b( "e per(itir .ue outra pessoa *aça o (es(o co( ele Supon/o .ue

 pa"res e ("icos cui"a"ores?cura"ores =se>a( bons nesse tipo "e coisa, por lire escol/a 6orcistas e=cura"ores atras?"e?trata(ento n$o precisa( "isso=20!ale u(a capaci"a"e ea'era"a "e brincar co( i"enti*icaçes =crua"as se>a al'u(as ees u(obstáculo es(o assi(, u(a =aaliaç$o "a.uilo .ue estou c/a(an"o "e capaci"a"e para =i"enti*icaçescrua"as — =saber colocar?se no =lu'ar "o outro e per(itir o inerso po"eria ser u(a "as =caracterGsticasi(portantes na seleç$o "e estu"antes "e (e"icina &se essa capaci"a"e pu"esse ser testa"a) =4$o resta "Hi"a"e .ue a i"enti*icaç$o crua"a enri.uece e( =(uito to"as as eperiEncias /u(anas, e .ue as pessoas .ue tE(

 pouca capaci"a"e para isso acaba( *ican"o ente"ia"as e s$o =ente"iantes l( "isso, n$o po"e( eercerna"a al( "e u(a =*unç$o "o tipo tcnica na prática ("ica e po"e( causar (uito so*ri(ento se( perceber

Ua(es Bal"Xin *alou =recente(ente na =BBC =.ue os crist$os se es.uecera( "e (encionar u( peca"o ainconsciEncia 6u po"eria =acrescentar a.ui u(a nota sobre as i"enti*icaçes crua"as ="elirantes 6stasreal(ente causa( estra'os=%; 'ora c/e'o @ =.uest$o "a 'rati"$o Uá (e re*eri a ela na citaç$o "e =S$o Kicente "e Paula 'rati"$o

 parece (uito bonita, ==20

=111=20

e aprecia(os =a.uela 'arra*a "e uGs.ue especial e a caia "e bo(bons .ue s$o =epresses "e a'ra"eci(ento"e nossos pacientes 4o entanto a ='rati"$o n$o t$o si(ples assi( Se as coisas $o be(, os pacientes n$orecon/ece( =nosso es*orço, e sA .uan"o /á ne'li'Encia &u( al'o"$o ="eia"o no peritVnio) eles se torna(er"a"eiros consi'o (es(os e =recla(a( 6( outras palaras (uita 'rati"$o, co( certea a 'rati"$oea'era"a, u(a .uest$o "e =apai'ua(ento /á *orças "e in'ança latentes, e (el/or =.ue elas se>a(aplaca"ass pessoas "oentes *ica( na ca(a plane>an"o presentes 'enerosos ou co"icilos para testa(entos, (as os=("icos, os en*er(eiros e outros *ica( contentes co( o *ato "e .ue ="epois "a alta o paciente triste lo'oes.uece, ain"a .ue tale n$o =se>a es.ueci"o 6u "iria .ue os ("icos e os en*er(eiros .ue eperi(enta(lutos re"uplica"os e =repetitios Q( "os peri'os "e nossa i"a pro*issional .ue po"e(os =*icare(pe"erni"os, pois a per"a repeti"a "e pacientes nos torna =cautelosos .uanto a *icar (uito prAi(os "o"oente noo Isso especial(ente er"a"eiro co( =relaç$o a en*er(eiras .ue cui"a( "e bebEs "oentes, ou.ue =assu(e( o cui"a"o "e bebEs aban"ona"os e( cabinas tele*Vnicas, ou =encontra"os e( (alas &co(o6rnest), na Seç$o "e c/a"os e Per"i"os "a Kictoria Station prática "a =clGnica 'eral nu(a ci"a"e "o interior po"e ser a resposta para esse =proble(a, pois o ("icoie >unto co( seus pacientes ==20—se( ="Hi"a a (el/or (aneira "e eercer a (e"icina + ("ico e o=paciente, os "ois se(pre lá, (as sA @s ees co(o ("ico e =paciente+ ("ico po"e apren"er (uito co( a.ueles .ue se especialia( no cui"ar?curar:, =(ais "o .ue no curar

Page 55: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 55/142

erra"ican"o a'entes "o (al:R 6iste =u(a coisa .ue necessita especial(ente ser recupera"a na prática ("ica, e ou ter(inar (in/a

 palestra *alan"o nela +corre .ue o =cui"ar?curar: u(a etens$o "o conceito "e =se'urar: 9o(eça co(o bebE no Htero, "epois co( o =bebE

112=20

==ustri'/t==20no colo, /aen"o u( enri.ueci(ento a partir "o processo "e cresci(ento ="a criança, poisa ($e .ue con/ece a.uele bebE especG*ico =.ue ela "eu @ lu torna esse enri.ueci(ento possGel=20+ te(a "o a(biente *acilita"or capacitan"o o cresci(ento pessoal e o =processo (aturacional te( .ue ser u(a "escriç$o "os cui"a"os .ue o =pai e a ($e "ispensa(, e "a *unç$o "a *a(Glia Isso lea =@ construç$o "a"e(ocracia co(o u(a etens$o "a *acilitaç$o *a(iliar, co( os in"iG"uos =(a"uros eentual? (enteto(an"o parte "e acor"o co( sua i"a"e e =capaci"a"e na polGtica e na (anutenç$o e reconstruç$o "a=estrutura polGtica=20o la"o "isso se encontra o senti"o "e i"enti"a"e pessoal, .ue =essencial a to"o ser /u(anoD e = s #ode

 se =reali1ar de "ato em cada indivíduo em "unç$o de uma materna'em =satis"atria e "e u( =supri(entoa(biental "o tipo "o se'urar: "urante os está'ios ="e i(aturi"a"e + processo (aturacional, por si sA, n$o

 po"e =con"uir o in"iG"uo atras "e seu processo "e se tornar in"iG"uoPortanto, .uan"o *alo =e( cura no senti"o "o cui"ar?curar:, aparece a ten"Encia =natural "e ("icos e

en*er(eiros a respon"er @s necessi"a"es "os =pacientes, (as a'ora isso eplicita"o=20e( ter(os "e saH"e re'istra"o e( ter(os "a "epen"Encia =natural "o in"iG"uo i(aturo, .ue eoca, nas *i'uras parentais, a=ten"Encia a *ornecer con"içes .ue incre(ente( o cresci(ento =in"ii"ual Isso n$o cura no senti"o "otrata(ento, (as si( no senti"o "o =cui"ar?curar:, o assunto "e (in/a palestra =— ==20e po"eria ser o le(a"e nossa pro*iss$o6( ter(os "a "oença =social, o cui"ar?curar: po"e ser (ais i(portante para o (un"o "o =.ue a cura?trata(ento: e "o .ue to"o "ia'nAstico e =preenç$o .ue aco(pan/a(=20a.uilo .ue 'eral(ente se "eno(inaabor"a'e( cientG*ica.ui =esta(os ir(ana"os aos assistentes sociais, cu>a atribuiç$o =seriço social "e caso: po"e ser istaco(o u(a etens$o =bastante co(plea "o uso "a palara se'urar: e co(o u(a aplicaç$o prática "ocui"ar?curar: =

 4u( conteto pro*issional, "a"o o co(porta(ento pro*issional =apropria"o, po"e ser .ue o "oente encontreu(a solu?

113=20===ç$o pessoal =para proble(as co(pleos "a i"a e(ocional e "as relaçes interpessoaisD o .ue *ie(osn$o *oi aplicar u( trata(ento, =(as *acilitar o cresci(entoSerá pe"ir (uito ao clGnico .ue =ele prati.ue o cui"arcurar: 6sse aspecto "o nosso trabal/o =parece *al/are( ter(os "a reiin"icaç$o por /onorários (ais altos e sabota o siste(a "e /ierar.uias =aceitas 4o entanto,

 po"e ser apreen"i"o *acil(ente por pessoas =a"e.ua"as e tra al'o (uito (ais satis*atArio "o .ue osenti(ento "e =ter si"o esperto=20Su'iro .ue encontre(os, no aspecto cui"ar?curar: "e nosso =trabal/o pro*issional, u( conteto paraaplicar os princGpios .ue =apren"e(os no inGcio "e nossas i"as, .uan"o ra(os pessoas =i(aturas e nos *oi"a"o u( cui"ar?curar: satis*atArio e cura, por assi( "ier, antecipa"a &o (el/or tipo "e =(e"icina

 preentia) por nossas ($es satis*atArias: e por =nossos pais6 se(pre i(portante "escobrir .ue nosso trabal/o se =incula a *enV(enos inteira(ente naturais, e aosuniersais, al'o .ue esperarGa(os =encontrar nas (el/ores poesias, *iloso*ias e reli'ies

11N

==p1===20=20

=====20

=20

Page 56: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 56/142

=== A =contri<,i?o "a (? -ara a !oci"a" =20

=Psescrito N #rimeira coleç$o de #alestras do dr; innicott =N rádio 55F( #ulicada so o título =criança e a =*a(Glia,=20-&%0 ==20

Penso .ue to"o =(un"o possui u( interesse (aior, u( i(pulso (otor pro*un"o e( ="ireç$o a

al'o Se a i"a "e al'u( "ura o su*iciente, "e tal =(o"o .ue essa pessoa possa ol/ar para trás, ela po"erá "iscernir u(a ten"Encia ur'ente .ue inte'rou to"as =as "iersas e aria"as atii"a"es "e suai"a pro*issional e "e sua i"a =pria"a 4o (eu caso, = >á posso er e( (eu =trabal/o o i(portante papel "ese(pen/a"o pelo i(pulso "e"escobrir e =aloriar a boa ($e co(u( Sei .ue os pais s$o t$o i(portantes =.uanto as ($es, ereal(ente u( interesse na (aterna'e( inclui u( interesse nos pais =e na parte ital .ue eles"ese(pen/a( nos cui"a"os ao bebE ;uanto a =(i(, no entanto, @s ($es .ue (e sinto pro*un"a(ente co(peli"o =a (e "iri'ir=20;uer (e parecer .ue *alta al'u(a coisa na socie"a"e /u(ana s =crianças cresce( e torna(?se por sua e pais e ($es, (as, "e (o"o ='eral, n$o c/e'a( ao ponto "e saber e "e recon/ecereata(ente o .ue =suas ($es *iera( para elas no inGcio Já u(a ra$o so(ente a'ora .ue seco(eçou a perceber a =parcela .ue cabe @ ($e 9ontu"o, ten/o .ue "eiar claras certas =coisas @s

.uais n$o estou (e re*erin"o 4$o estou =.ueren"o "ier .ue as crianças "eeria( a'ra"ecer aos pais por tE?las concebi"o 9o(to"a =certea, elas po"e? =20

=117=20

ria( esperar =.ue sua in"a ten/a si"o u(a .uest$o "e satis*aç$o e praer =(Htuos +s pais certa(ente n$o po"e( esperar a'ra"eci(entos pelo =*ato "e .ue os bebEs 'an/e( eistEncia +s bebEs n$o pe"e( paranascerJá al'u(as outras =coisas .ue n$o estou .ueren"o "ier Por ee(plo n$o .uero =sustentar .ue as criançasten/a( .ual.uer obri'aç$o e( =relaç$o a seus pais por conta "e sua cooperaç$o na construç$o "o lar e nosa*aeres "a *a(Glia, (es(o .ue =eentual(ente se "esenola al'u(a espcie "e 'rati"$o Bons pais=co(uns constroe( u( lar e (antE(?se >untos, proen"o ent$o u(a =raç$o básica "e cui"a"os @ criança e

(anten"o portanto u( conteto e( .ue ca"a criança =encontra 'ra"ual(ente a si (es(a &seu =seu) =e ao(un"o, e u(a =relaç$o operatia entre ela e o (un"o as os pais n$o .uere( 'rati"$o =por issoD eles tE(suas reco(pensas e, e( e "e receber =a'ra"eci(entos, pre*ere( er seus *il/os crescere( e se tornare(eles =prAprios pais e construtores "e lar Isso po"e ser "ito "e outra *or(a =est$o cobertos "e ra$o os(eninos e as (eninas .ue censura( os =pais .ue, "epois "e tere(?nos trai"o @ eistEncia, n$o l/es=*ornece( o supri(ento (Gni(o necessário para iniciare( a i"aurante o Hlti(o (eio sculo te( =/ai"o u( crescente au(ento na consciEncia "o alor "o lar=&in*eli(ente, essa consciEncia pro( "a co(preens$o "os =e*eitos "e u( lar rui() 9on/ece(os al'u(as"as raes .ue *ae( essa lon'a e ei'ente tare*a =— =o trabal/o "os pais ="e co(preen"er os *il/os — =aler a

 penaD e, "e =*ato, acre"ita(os .ue esse trabal/o proE a Hnica base real para a =socie"a"e, sen"o o Hnico *ator  para a ten"Encia "e(ocrática "o siste(a social "e u( paGs+ lar, =contu"o, "e responsabili"a"e "os pais e n$o "a criança ;uero ="eiar be( claro .ue n$o estou

 pe"in"o a nin'u( .ue *i.ue =epressan"o 'rati"$o + .ue (e preocupa "e (o"o especG*ico n$o retroce"e

ne( ao =(o(ento "a concepç$o, ne( aança tanto .uanto a =construç$o "e u( lar 6stou preocupa"o co( arelaç$o .ue a =($e te( co( o bebE pouco antes "o

118=20

 parto e nas =pri(eiras se(anas e (eses apAs o nasci(ento 6stou tentan"o c/a(ar a =atenç$o para a i(ensacontribuiç$o ao in"iG"uo e @ =socie"a"e .ue a boa ($e co(u( *a "es"e o co(eço, co( seu (ari"o "an"osuporte, e .ue ela =*a si(ples(ente por ser "eota"a a seu *il/oSerá .ue o =n$o?recon/eci(ento "a contribuiç$o "a ($e "eota"a se "ee >usta(ente ao *ato "e ela ser

Page 57: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 57/142

i(ensa 9aso se aceite =essa contribuiç$o, se'ue?se .ue to"o /o(e( ou (ul/er sa"ios, to"o /o(e( ou to"a(ul/er =.ue te( o senti(ento "e ser u(a pessoa no (un"o, e para a .ual o (un"o =si'ni*ica al'u(a coisa,to"a pessoa *eli te( u( "bito in*inito para co( u(a (ul/er o (es(o te(po, .uan"o essa pessoa =*oicriança, ela n$o sabia na"a a respeito "a "epen"Encia =/aia "epen"Encia absoluta6u en*atiaria, u(a e (ais, .ue o =resulta"o "e tal recon/eci(ento — =.uan"o ele aparece =— =n$o ai ser a'rati"$o, ne( elo'ios + resulta"o ai ser a ="i(inuiç$o e( nAs (es(os "e u( (e"o Se nossa socie"a"e=retar"ar o recon/eci(ento pleno "essa "epen"Encia, .ue u( *ato =/istArico no está'io inicial "o"esenoli(ento "e ca"a in"iG"uo, /aerá u( =blo.ueio tanto no pro'resso .uanto na re'ress$o, u(

 blo.ueio .ue se =baseia no (e"o Se o papel "a ($e n$o *or er"a"eira(ente =recon/eci"o, ent$o per(anecerá u( (e"o a'o "a "epen"Encia -s ees, esse (e"o to(a a *or(a "e =u( (e"o "e Q7J6F,ou (e"o "e u(a (ul/er, e outras ees ai assu(ir =*or(as (enos *áceis "e recon/ecer, (as .ue se(preinclue( o (e"o "a ="o(inaç$o=20In*eli(ente, o (e"o "a "o(inaç$o n$o lea (uitas pessoas a =eitare( ser "o(ina"osD ao contrário,enca(in/a?as e( "ireç$o a =u(a "o(inaç$o especG*ica ou escol/i"a Feal(ente, caso se =estu"asse a

 psicolo'ia "o "ita"or, po"er?se?ia esperar "escobrir, entre outras coisas, .ue e( sua =prApria luta pessoal eleestá tentan"o controlar a (ul/er cu>a ="o(inaç$o ele inconsciente(ente te(e, tentan"o controlá?la =atras"e u( enclausura(ento, a'in"o por ela, e por sua e "e(an"an"o =su>eiç$o e a(or: totais ==20

=119=20

uitos =estu"iosos "a /istAria social pensara( .ue o (e"o "e Q7J6F u(a =causa po"erosa "oco(porta(ento aparente(ente ilA'ico "os seres =/u(anos e( 'rupo, (as esse (e"o rara(ente te( suasraGes "esen"a"as esen"a"o na rai "e ca"a /istAria in"ii"ual, =o (e"o "e Q7J6F se trans*or(a e((e"o "e recon/ecer a "epen"Encia =Por conse'uinte, eiste( raes sociais (uito *ortes para .ue se=esti(ule a pes.uisa nos está'ios (ais precoces "a relaç$o ($e?criançae (in/a =parte, ocorre .ue *ui lea"o a "escobrir tu"o o .ue pu"e a respeito "o =si'ni*ica"o "a palara"eoç$o:, no senti"o "e (e (anter o =(ais plena(ente possGel in*or(a"o e recon/eci"o e( relaç$o @(in/a prApria =($e 4esse (o(ento, u( /o(e( está e( posiç$o (ais "i*icil "o =.ue u(a (ul/erD ele n$o

 po"e, obia(ente, reconciliar?se co( sua =($e atras "o ato "e se tornar ($e o /o(e( sA resta aalternatia "e aproi(ar?se ao (ái(o "a =consciEncia "a.uilo .ue a ($e realia + "esenoli(ento "a=(aterna'e( co(o u(a .uali"a"e e( seu caráter n$o ai ser (uito pro*un"a, e a *e(inili"a"e nu( /o(e((ani*esta?se apenas =co(o u( ca(in/o paralelo aos assuntos principaisPara o /o(e( .ue =está enre"a"o nesse proble(a, u(a soluç$o participar "e u( =estu"o ob>etio "o papel"a ($e, especial(ente o .ue ela "ese(pen/a no inGcio

 4o (o(ento =presente, costu(a?se ne'ar a i(portCncia "a ($e "i?se .ue nos =pri(eiros (eses trata?seapenas "e u(a .uest$o "e cui"a"os corporais, =e .ue portanto, no inGcio, u(a boa en*er(eira seria osu*iciente 6iste( at ($es =&espero .ue n$o neste paGs) @s .uais se *ala .ue elas =devem ser m$es ="e seus*il/os, sen"o =esse o 'rau (ais etre(o "e ne'ar .ue a (aterna'e(: se ori'ina =natural(ente no ato "e ser($e contece co( *re.LEncia .ue, =pouco antes "a co(preens$o "e al'u( assunto, /á u( está'io "ene'aç$o, ou ce'ueira, =ou u( n$o?er "elibera"o, co(o o (ar .ue recua *rente @ praia =antes "e lançar aestron"osa on"a7i(pea a"(inistratia, os ="ita(es "a /i'iene, u( i(pulso elo'iáel para a pro(oç$o "a saH"e corporalessas e to"a

120=20

espcie "e =coisas se interpe( entre a ($e e a criança, e =i(proáel .ue as ($es se er'a( porsi (es(as nu( es*orço =or.uestra"o para protestar contra as inter*erEncias l'u( precisa a'ir e(*aor "as ($es >oens .ue est$o ten"o seu =pri(eiro e seu se'un"o bebE, e .ue necessaria(ente seencontra(, elas =(es(as, e( esta"o "e "epen"Encia Po"e?se partir "o princGpio "e =.ue nen/u(a($e "e bebE rec(?nasci"o ai *aer 'ree contra os ("icos e as en*er(eiras, n$o =i(porta.uantas *rustraçes eista(, pois ela está enoli"a =in"a .ue (uitas "e (in/as palestras pelo rá"io se>a( "iri'i"as =@s ($es, as ($es >oens, @s .uaiselas se "estina( "e (o"o especial, proael(ente n$o ir$o =ler estas palestras 4$o "ese>o alterar

Page 58: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 58/142

isso 4$o posso partir "o =pressuposto "e .ue as >oens ($es iria( .uerer saber o .ue *ae(.uan"o "escobre( seu praer e( se =preocupar co( os prAprios *il/os 6las te(e(, (uitonatural(ente, ="eiar .ue a instruç$o estra'ue seu praer e sua eperiEncia =criatia, .ue oele(ento essencial .ue con"u @ satis*aç$o e ao cresci(ento >oe( =($e precisa "e proteç$o ein*or(aç$oD precisa "o (el/or =.ue a ciEncia ("ica po"e o*erecer e( ter(os "e cui"a"oscorporais =e preenç$o "e aci"entes eitáeis 6la precisa "e u( ("ico e "e u(a en*er(eira .ue

con/eça =e e( .ue( "eposite con*iança Precisa "a "eoç$o "e u( (ari"o, =e "e eperiEnciasseuais satis*atArias 4$o, a >oe( ($e =n$o u(a pessoa .ue usual(ente apren"e atras "eliros 4o entanto, ao =preparar os pro'ra(as para publicá?los, tie .ue (anter a *or(a "a=conersa "ireta co( >oens ($es, pelo *ato "e .ue isso *ornece u(a "isciplina Q( escritor "a=naturea /u(ana precisa ser constante(ente lea"o na "ireç$o "a =lin'ua'e( si(ples, lon'e "o >ar'$o "o psicAlo'o, (es(o .ue tal =>ar'$o possa ser alioso e( contribuiçes para reistascientG*icasProael(ente a.ueles .ue = >á = passara( pela =eperiEncia "a (aterna'e(, e .ue se per(ite(ol/ar e( torno, teria( al'u( =interesse e( ler, e po"e( a>u"ar a *aer o .ue /o>e e( "ia t$o=necessário, ou se>a, "ar suporte (oral @ boa ($e co(u(, e"u?

121=20

ca"a ou =n$o, inteli'ente ou li(ita"a, pobre ou rica, e prote'E?la contra =tu"o e to"os .ue se interpusere(entre ela e seu bebE !o"os nAs ="ee(os >untar *orças .ue capacite( o inGcio e o "esenoli(ento natural "arelaç$o e(ocional entre as =($es e seu bebE 6sse trabal/o coletio u(a etens$o "o =trabal/o "o pai, "otrabal/o "o pai "es"e o inGcio, .uan"o a ($e =está carre'an"o, sustentan"o e a(a(entan"o seu bebED no

 perGo"o =anterior ao .ual o bebE ai po"er usar o pai "e outras (aneiras

122=20

==p1===20=20

=====20

=20

=== A criana no =gr,-o $a(i)iar Palestra #ro"erida =na con"er+ncia da Associaç$o das 3scolas de 3n"erma'em( sore =8Pro'ressos na

educaç$o #rimáriaO6"ord( 2 de 4ul?o de -&22 =Qlti(a(ente, (uito =te( si"o escrito sobre esse te(a, a criança e a *a(Glia, e =(uito "i*Gcil saber co(o

contribuir "e (o"o ori'inal para esse =assunto t$o asto ee /aer u( senti(ento 'eral "e .ue = >á =se"isse tu"o e "e =.ue o tGtulo *icou "estituG"o "e senti"o si(ples(ente pelo uso repeti"o Fecente(enteaconteceu u(a =certa renoaç$o, atras "a (u"ança "e En*ase nas ="iretries, "e tal (o"o .ue o "esta.uea'ora n$o "a"o ao =in"iG"uo, (as @ *a(Glia Já u( certo tipo "e plano para .ue se (o"i*i.ue o pa"r$o "oseriço =social, "e (aneira a se consi"erar a *a(Glia co(o centro e a =criança co(o parte "a *a(Glia6( (in/a opini$o, isso =n$o representa (u"ança real, por.ue a criança se(pre *oi estu"a"a e( relaç$o @

*a(Glia ou e( =relaç$o @ *alta "e u(a Se>a lá co(o *or, po"e(os lançar =($o "e .ual.uer coisa .ue aliie a(onotonia Penso .ue, se ol/ar(os =para a contribuiç$o psicanalGtica, po"ere(os "ier .ue n$o /oue u(e.uilGbrio na En*ase .ue =os psicanalistas tE( "a"o ao trata(ento "a criança =psicanálise passou por u(lon'o perGo"o "e "iscuss$o sobre o =trata(ento "a criança co(o u( *enV(eno isola"o Isso n$o pV"e sereita"o entro "e cGrculos =psicanalGticos /á, no entanto, u(a (u"ança =— ==20a"in"a "os processos "e"esenoli(ento "as i"ias as ocorre .ue a =(u"ança =20

=123=20

Page 59: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 59/142

na "iretri =n$o "iri'i"a ao psicanalista =É ="iri'i"a ao =seriço social e( 'eral, e eu "iria .ue o seriçosocial se(pre consi"erou a =*a(Glia .uan"o obseraa a criançaJá u( receio e( (in/a =(ente u(a En*ase ea'era"a no (ane>o "as "i*icul"a"es /u(anas e( =ter(os "a*a(Glia e "e outros 'rupos co(o *u'a ao estu"o "o in"iG"uo, se>a =criança, a"olescente ou a"ulto 6( al'u((o(ento "o trabal/o "o =seriço social "e caso, o pro*issional se E *rente a u( in"iG"uo, *ora "o 'rupo.ui resi"e( as (aiores "i*icul"a"es, e ta(b( o =(aior potencial "e (u"anças

9o(eçarei, portanto, co( u( =pe"i"o le(bre(?se "a criança in"ii"ual, "o processo "e ="esenoli(ento"a criança, "o "escon*orto "a criança, "a necessi"a"e .ue a criança te( "e auGlio pessoal e "a =capaci"a"e.ue ela te( "e usar a a>u"a pessoal, si(ultanea(ente, =claro, @ le(brança contGnua "a i(portCncia "a*a(Glia e ="os ários 'rupos escolares e "e to"os os outros .ue con"ue( ao 'rupo .ue =c/a(a(os "esocie"a"e6( .ual.uer seriço social "c caso, ="ee?se to(ar u(a "ecis$o .ual a pessoa "oente neste caso =in"a.ue se>a a criança, @s ees outra pessoa .ue causou e está (anten"o a perturbaç$o, ou =ent$o po"e ser .ueo proble(a se>a u( *ator social 6sses s$o =casos especiais, e os assistentes sociais tE( plena consciEncia="esse proble(a, o .ual, contu"o, n$o "eeria ce'á?los para o *ato "e .ue, na es(a'a"ora (aioria "os=casos, .uan"o a criança apresenta sinto(as, os sinto(as aponta( para =u( so*ri(ento na criança =—e a(el/or resposta =seria u( trabal/o co( a criançaostaria "e le(brá?los "e =.ue isso especial(ente er"a"e na.uela (irGa"e "e casos .ue =eiste( naco(uni"a"e, (as .ue n$o c/e'a(=20@s 9lGnicas "e +rientaç$o @ 9riança, .ue natural(ente =acaba( li"an"oco( os casos (enos co(uns e (ais co(pleos 6( outras =palaras, se ocEs ol/a( @ sua olta, para ascrianças .ue =con/ece( e( sua *a(Glia e e( seu conteto social, er$o u( 'ran"e nH(ero "e =crianças .ue

necessitaria( "e u(a a>u"ain/a, (as .ue nunca =procuraria( u(a clGnica =É

=124=20

==ustri'/t= para essas =crianças .ue o auGlio *uncionaria (el/or, e s$o essas crianças .ue precisa( "e atenç$o in"ii"ual s =crianças "as clGnicas n$o s$o representatias "as =crianças .ue precisa( "e auGlio na co(uni"a"e i'o isso =con*i"encial(ente para esta au"iEncia, .ue co(posta "e pro*essores, e a 'ran"e (aioria "as crianças .ue =ocEs ensina( n$o s$o pacientes "asclGnicas S$o =crianças co(uns, ou (uito pareci"as co( as .ue pertence( ao =prAprio 'rupo social"e ocEs 4$o /á pratica(ente nen/u(a criança .ue n$o necessite "e a>u"a e( =relaç$o a al'u(

 proble(a pessoal, onte(, /o>e ou a(an/$ =É ==20co(u( ocEs li"are( co( esses proble(asna escola atras "o =con/eci"o (to"o "e i'norar o proble(a:, ou por (eio "e u(a ="isciplinacui"a"osa(ente "osa"a, ou ensinan"o al'u( tipo "e trabal/o =@ criança, ou *acilitan"o os i(pulsos

criatios =É =necessário =a"(itir .ue, no con>unto, a is$o .ue ocEs tE( "e psicolo'ia precisaser e precisa per(anecer "i*erente "a is$o ="o assistente social e "o psi.uiatra in*antilKocEs $o =co(preen"er .ue precisa /aer u(a sobreposiç$o al'uns "e seus =alunos "eeria(estar *re.Lentan"o u(a clGnica e al'u(as "as crianças "a clGnica "eeria( estar li"an"o =co( suas"i*icul"a"es por (eio "a a>u"a "e tios, tias e pro *essores e ="e outras *or(as "e prois$o social==20

===O gr,-o ( =r)a?o ao in"iv9",o =20

;uero =aproeitar a oportuni"a"e para le(brá?los co( al'u( "etal/e "o (o"o =pelo .ual *a(Glia

constitui u( 'rupo, cu>a estrutura se relaciona co( =a estrutura "a personali"a"e "o in"iG"uo *a(Glia o pri(eiro a'rupa(ento, e "e to"os os a'rupa(entos o =.ue está (ais prAi(o "e seru( a'rupa(ento "entro "a uni"a"e "a =personali"a"e + pri(eiro a'rupa(ento si(ples(enteu(a ="uplicaç$o "a estrutura unitária ;uan"o "ie(os .ue a *a(Glia o pri(eiro a'rupa(ento,=esta(os *alan"o (uito natural(ente e( ter(os "o cresci(ento "o in"i? ==20

=125=20

Page 60: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 60/142

i"uo, e isso =se >usti*ica pelo ="ato "e .ue a (era =passa'e( "o te(po n$o te( nen/u( Gnculoco( a i"a /u(ana .ue se co(pare, e( *orça, ao Gnculo .ue =se relaciona ao *ato "e .ue, nu(certo ponto "o te(po, ca"a pessoa =co(eça sua i"a e, por u( processo "e cresci(ento, *a co(.ue u(a =área "o te(po se>a pessoal criança está co(eçan"o a se separar "a ($e e, antes .ue a ($e =possa ser percebi"a "e (o"o

ob>etio, ela a.uilo .ue se po"eria ="eno(inar u( ob>eto sub>etio =É real(ente u( c/o.ue

=consi"eráel para a criança ter .ue eperi(entar al'o =inter(e"iário entre o uso "a ($e en.uantoob>eto sub>etio, ou =se>a, en.uanto u( aspecto "oself =e u( ob>eto .ue =n$o o=selfe portantose situa =*ora "o controle onipotente 6 a ($e lea a cabo u(a tare*a (uito =i(portante, ao sea"aptar @s necessi"a"es "a criança, "e tal (o"o .ue acaba "i(inuin"o u( pouco o i(pacto "oc/o.ue a .ue =(e re*eri, e .ue "i respeito ao contato co( o princGpio "a =reali"a"e *i'ura(aterna ai sen"o "uplica"aJá al'u(as =culturas on"e se *a u( es*orço "elibera"o para i(pe"ir .ue a ($e se torne u(a pessoa, "e tal (o"o .ue a =criança *ica "es"e o co(eço asse'ura"a contra o c/o.ue associa"o =@ per"a 6( nossa cultura, a ten"Encia encarar co(o u( *ato =nor(al .ue a criança eperi(ente oc/o.ue e( to"a a sua etens$o, @ (e"i"a .ue a =($e se torna u(a pessoa a"apta"ora eterna,e(bora ten/a(os .ue =a"(itir .ue /á Gti(as ;uan"o *unciona, a ri.uea "a eperiEncia se tornau( ar'u(ento e( seu *aor + estu"o antropolA'ico "essa =área *ornece (aterial *ascinante para o pes.uisa"or e( relaç$o =aos resulta"os "a cis$o precoce e "elibera"a, social(ente ="eter(ina"a,"a *i'ura (aterna=20+ pai entra no .ua"ro 'eral "e "uas (aneiras t certo ponto, ele = u(a "as "uplicaçes "a*i'ura (aterna 4os Hlti(os =cin.Lenta anos, te( /ai"o neste paGs u(a (u"ança na =orientaç$o,"e tal (o"o .ue os pais se tornara( (uito (ais reais para seus *il/os =no papel "e "uplicaçes "a($e "o .ue eles

12R=20

era(, parece, ="ca"as atrás 4o entanto, isso inter*ere co( a outra =caracterGstica "o pai, se'un"oa .ual ele acaba entran"o na i"a "a =criança co(o u( aspecto "a ($e .ue "uro, seero,i(placáel, intransi'ente, in"estrutGel, e .ue, e( =circunstCncias *aoráeis, ai 'ra"ual(ente setornan"o a.uele =/o(e( .ue se trans*or(a nu( ser /u(ano, al'u( .ue po"e ser te(i"o,=o"ia"o, a(a"o, respeita"o=20esse (o"o, e(os .ue u( 'rupo .ue se "esenoleu, e .ue isso se "eu "e ="uas *or(as  pri(eira correspon"e si(ples(ente @ etens$o "a =estrutura "a personali"a"e "a criança e "epen"e"e processos "e =cresci(ento outra *or(a "epen"e "a ($e e "e sua atitu"e e( relaç$o a essacriança especG*icaD "e =outras pessoas .ue po"e( estar "isponGeis co(o *i'uras (aternasD "a=atitu"e "a ($e para co( as ($es substitutasD "a atitu"e social na =locali"a"eD e aG ent$o"epen"e=20"o e.uilGbrio "os "ois aspectos .ue "escrei "a *i'ura paterna + =(o"o "e ser "o painatural(ente "eter(ina a (aneira co(o a criança =usa ou n$o esse pai, na *or(aç$o "a *a(Glia

"essa criança =particular É =claro .ue, "e =.ual.uer (o"o, o pai po"e estar ausente ou (uito e(ei"Encia, e tais ="etal/es *ae( u(a "i*erença enor(e no si'ni*ica"o "a palara *a(Glia: para a

criança =especG*ica "a .ual este>a(os *alan"o propAsito, con/eci =u(a criança .ue "eu o no(e "e a(Glia: para seu ob>eto =transicionalc/o .ue nesse caso /oue u( recon/eci(ento (uito precoce "a ina"e.uaç$o ="a relaç$o parental,e *oi incriel(ente ce"o .ue essa criança =tentou re(e"iar a "e*iciEncia .ue percebeu, c/a(an"o

sua boneca "e =a(Glia É =o Hnico ee(plo =.ue con/eço e( .ue isso aconteceu !rinta anos"epois, essa pessoa =ain"a está lutan"o contra a incapaci"a"e "e aceitar o "istancia(ento entre seus=pais6spero ter conse'ui"o trans(itir a ocEs .ue, .uan"o =*ala(os a respeito "e u(a criança &se>a "e.ue seo *or) e sua =*a(Glia, esta(os i'noran"o os está'ios "i*iceis por (eio "os .uais essa criança

Page 61: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 61/142

especG*ica a".uiriu =u(a *a(Glia 4$o se trata si(ples(ente "e /aer u( pai e u(a =($e, e "e .uetale

12<=20

outras =crianças apareça( co( o te(po, passan"o ent$o a eistir u( lar =co( pais e *il/os,

enri.ueci"o co( tias, tios e pri(os 6ssa apenas =a opini$o "e u( obsera"or Para as cincocrianças "e u(a *a(Glia, /á cinco *a(Glias 4$o =necessário ser psicanalista para er .ue essascinco *a(Glias =n$o s$o necessaria(ente se(el/antes, e se( "Hi"a n$o s$o =i'uaisO -rinc9-io "a =ra)i"a"='ora .ue intro"ui a i"ia "a *a(Glia paralela(ente ao conceito "o ob>eto sub>etio tornan"o?seu( ob>eto =.ue percebi"o ob>etia(ente, 'ostaria "e continuar a estu"ar essa =área Já u(a(u"ança incriel(ente 'ran"e .ue ocorre no "esenoli(ento "os seres /u(anos eata(ente entre=esses "ois tipos "e relaciona(ento Pessoal(ente, tentei *aer u(a =contribuiç$o no senti"o "eobserar o (el/or possGel os =ob>etos transicionais e os *enV(enos transicionais, ou se>a, to"as ascoisas .ue a criança e(pre'a =.uan"o está passan"o por essa *ase, na .ual a capaci"a"e "e realiar=percepçes ob>etias li(ita"a e a principal eperiEncia "a =relaç$o co( o ob>eto precisacontinuar sen"o o relaciona(ento co( ob>etos =sub>etios & propAsito, n$o possGel utiliar a

=epress$o ob>eto interno: a.uiD o ob>eto .ue po"e(os er =eterno e percebi"osub>etia(ente, ou se>a, a"( "os i(pulsos criatios "a =criança, "a (ente "a criança Q(a.uest$o (ais co(plica"a =.uan"o a criança, a'ora co( u( interior, to(a ob>etos percebi"oseterna(ente e os coloca ="entro "e si co(o i(a'ens internas 6sta(os "iscutin"o a.ui u(=está'io anterior @.uele e( .ue a epress$o ob>eto =interno: se aplica)=20Q(a "i*icul"a"e .ue se apresenta nu(a "escriç$o "esse tipo =.ue, .uan"o u(a criança nesseestá'io se relaciona co( o .ue estou =c/a(an"o "e ob>eto sub>etio, n$o /á "Hi"a "e .ue*unciona, ao =(es(o te(po, u(a percepç$o ob>etia 6( outras palaras, a criança n$o po"eria ter=inenta"o co(o a

128=20

orel/a =es.uer"a "e sua ($e es(o assi(, necessário .ue se "i'a .ue =a orel/a es.uer"a "a ($e co( a.ual a criança está brincan"o = u( ob>eto sub>etio criança alcançou e criou a.uela orel/a e( particular.ue estaa lá para ser ="escoberta 6 isso .ue to(a ecitante a cortina "e u( teatro ;uan"o ela =se abre,ca"a u( "e nAs ai criar a peça .ue ai ser encena"a, e ="epois "isso po"e(os at (es(o "escobrir .ue asobreposiç$o "a.uilo .ue cria(os =— =a.uilo .ue ca"a u( ="e nAs criou *ornece (aterial para u(a "iscuss$o"a peça .ue *oi encena"a

 4$o posso se'uir a"iante se( =(encionar .ue eiste u( certo e(buste nesse aspecto, inerente ao="esenoli(ento "a capaci"a"e in"ii"ual "e se relacionar co( ob>etos =6stou len"o este trabal/o paraocEs, u(a au"iEncia .ue criei Por(, "ee?se a"(itir .ue, ao escreer o trabal/o, =eu pensei, at certo

 ponto, na au"iEncia .ue na reali"a"e está =a.ui a'ora ostaria "e pensar .ue esta au"iEncia .ue está a.ui=a'ora po"e, e( al'u(a (e"i"a, >untar?se=20@ au"iEncia .ue eu tin/a e( (ente .uan"o escrei o trabal/o,(as =n$o /á nen/u(a 'arantia "e .ue as "uas au"iEncias en/a( a se =relacionar entre si o escreer esteestu"o, ten/o .ue brincar, e =brinco na área .ue "eno(ino transicional, na .ual si(ulo .ue se encontra (in/a=au"iEncia ocEs, co(o est$o a.ui e a'ora6ssa *ase .ue =escol/i para "iscutir, e e( relaç$o @ .ual @s ees (e =re*eri utilian"o a epress$o*enV(enos transicionais:, i(portante no "esenoli(ento "e ca"a =criança Q( a(biente (e"iana(enteaceitáel: pressupe =te(po, "e tal (o"o .ue a criança se>a a>u"a"a por al'u( .ue se =a"apte "e *or(aetre(a(ente sensGel en.uanto a criança está no processo "e a".uirir a capaci"a"e ="e usar a *antasia, "eapelar para a reali"a"e interna e para o son/o, e ="e (anipular brin.ue"os o brincar, a criança penetra naárea =inter(e"iária .ue estou c/a(an"o a.ui "c e(buste, e(bora "ea "eiar claro .ue =eis?=20

=129=20

Page 62: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 62/142

te saH"e =nesse aspecto particular "o e(buste criança usa u(a posiç$o =entre ela (es(a e a ($e ou o pai,se>a lá .ue( *or, e ent$o o =.ue .uer .ue ocorra u( sG(bolo "a uni$o ou "a n$o?separaç$o "essas "uascoisas separa"as + =conceito be( "i*icil, e penso .ue seria releante para a *iloso*ia =.ue ele pu"esse serco(preen"i"o !ale ta(b( *osse possGel =colocar a reli'i$o (ais u(a e=20"entro "a eperiEncia"a.ueles .ue crescera( *ora "o conceito "e =(ila'resPara nossos ob>etios nesta palestra, o i(portante =.ue a criança precisa "e u( perGo"o "e te(po no .ual=eperiEncias estáeis nos relaciona(entos po"e( ser utilia"as para o "esenoli(ento "a =áreainter(e"iária, na .ual *enV(enos transicionais ou =lH"icos possa( se estabelecer para essa criançaespecG*ica, "e =(o"o .ue, "esse (o(ento e( "iante, a criança po"e "es*rutar tu"o o .ue "eria "o uso "osG(bolo, pois o =sG(bolo "a uni$o proporciona u( alcance (ais a(plo @ =eperiEncia /u(ana "o .ue a

 prApria uni$o= &"a! vin"a!

 4o ="esenoli(ento nor(al, ou repetir, a criança precisa "e =tempo ==20para .ue tal *ase possa sereplora"a por co(pleto +u se>a, a =criança precisa ser capa "e eperi(entar os ários tipos "e =relaçesob>etais nu( (es(o "ia, ou tale ao (es(o te(poD por =ee(plo ocE po"e er u(a criancin/aaproeitan"o a relaç$o co( u(a tia ou co( =u( cac/orro, ou u(a borboleta, e po"e er .ue a criança n$o sA=está realian"o percepçes ob>etias, co(o aprecian"o o enri.ueci(ento proeniente "a ="escoberta Isso

n$o si'ni*ica, no entanto, .ue a criança este>a =pronta para ier no (un"o "escoberto .ual.uer (o(ento,a criança =se (istura "e noo co( o berço, ou co( a ($e, ou co( os o"ores *a(iliares, instalan"o?se outrae nu( a(biente =sub>etio + .ue estou tentan"o "ier .ue s$o os pa"res =*a(iliares "a criança, (ais"o .ue .ual.uer outra coisa, .ue a

130=20

abastece( ="a.uelas recor"açes "o passa"o, "e tal (o"o .ue, ao "escobrir o =(un"o, a criança se(prerealia u(a ia'e( "e olta =—e essa ia'e( *a =senti"o para ela 9aso se>a a *a(Glia "a prApria criança,=ent$o a ia'e( "e olta n$o sub(ete nin'u( a presses, por =ser "a essEncia "a *a(Glia .ue ela per(aneçaorienta"a para si (es(a e para as pessoas ="entro "elain"a .ue tais pontos n$o ei>a( ilustraç$o, =ou epor u( aconteci(ento "e u( caso clGnicoQ(a paciente =resu(e os trau(as acu(ula"os e( sua in*Cncia, relatan"o u( inci"ente "a (aneira co(o os

 pacientes (uitas ees o =*ae( 9o( suas prAprias palaras, (ostra a i(portCncia "o *ator =te(po 6utin/a (ais ou (enos "ois anos "e i"a"e *a(Glia estaa na praia i.uei pera(bulan"o lon'e "e (in/a ($ee co(ecei =a *aer "escobertas c/ei conc/in/as Q(a "elas (e con"uia a outra, =/aia u( nH(eroili(ita"o "e conc/in/as e repente, eu *i.uei co( (uito (e"o, e =/o>e posso enten"er o .ue aconteceu*i.uei interessa"a e( "escobrir o =(un"o e es.ueci "e (a($e Isso ocasionou e( (i( a i"ia "e .ue=(a($e /aia se es.ueci"o "e (i( ei a olta e sai corren"o para (a($e =— =ela estaa lá, a poucos (etros6la (e pe'ou no colo, inician"o?se o processo "e =restabelecer (in/a relaç$o co( ela eu interesse nela=proael(ente parecia ser pe.ueno, (as eu precisaa "e te(po para (e =sentir restabeleci"a e per"er asensaç$o "e pCnico G, "e repente, (a($e (e pVs no c/$o "e noo: = paciente está e( análise, reconectan"o?se co( o =episA"io e, a partir "o trabal/o realia"o na análise, pV"e=acrescentar'ora sei o .ue ocorreu i.uei esperan"o to"a a (in/a i"a ser capa "e =alcançar o está'io se'uinte =— =se(in/a ($e =n$o tiesse (e posto no c/$o, eu teria l/e "a"o u( abraço, e ro(pi"o =e( lá'ri(as, lá'ri(as "eale'ria e *elici"a"e o >eito co(o =aconteceu, nunca (ais encontrei (in/a ($e:o se re*erir ao =inci"ente, enten"e?se .ue a paciente ta(b( estaa se re*erin"o a u( pa"r$o "esse tipo "esituaç$o, =basea"o e( (e(Arias superpostas "e situaçes se(el/antes +

131=20

i(portante =nesse eeGplo .ue ela (ostra a (aneira "elica"a co( .ue, se tu"o =ai be(, acon*iança in*antil no ca(in/o "e olta =reconstruG"a 6sse te(a eplora"o nos trEs olu(es "aautobio'ra*ia "e Fic/ar" 9/urc/, principal(ente no =Hlti(oo obserar(os u(a criança "e "ois anos, po"ere(os =perceber a ocorrEncia "e i"as e in"as .ue

Page 63: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 63/142

acarreta( n$o pe.uenos riscosD se *al/are(, altera( a i"a inteira "a criança =Kários (e(bros "a*a(Glia "ese(pen/a( papis "i*erentes, e as =crianças $o se utilian"o "eles para *aer co( .uesuas =eperiEncias abran>a( u( ca(po ca"a e (ais etenso na .uali"a"e "as i"as e =in"asessa *or(a, *re.Lente u(a criança ser (uito ="i*erente no lar e na escola + pa"r$o (aisco(u( a criança *icar ecita"a na escola co( a "escoberta "e coisas noas, "c aspectos =noos"e u(a reali"a"e .ue acabou "c perceberD e, e( casa, ser =consera"ora, isola"a, "epen"ente,

 prAi(a "o pCnico, presera"a ="a crise pela a"aptaç$o sensGel "a ($e ou "e pessoas prAi(asPo"e "ar?se o contrário, (as isso =tale se>a (enos nor(al e portanto (ais proáel "e ori'inar="i*icul"a"es .uan"o acontece "c a criança estar c/eia "e con*iança =na escola, e( relaç$o aal'u(a pessoa ou ao conteto, e e( casa ser irrita"iça, =inconstante e in"epen"ente "e (o"o pre(aturo Isso po"e ocorrer .uan"o =n$o eiste espaço para a criança ser "entro "e casa, ou.uan"o u( se'un"o *il/o torna?se o *il/o "o (eio, no caso "e trEs =crianças, "e (o"o .ue essacriança per"e e( to"os os senti"os, =at .ue al'u( perceba .ue a criança alterou seute(pera(ento =e, (es(o "entro "e u(a boa *a(Glia, tornou?se u(a criança carente= La)"a" ="!)a)"a"=ostaria "e elaborar u( pouco (ais o te(a "a *a(Glia relaciona"o ao te(a "o in"iG"uo .ue estáse "esenolen"o =entre os (uitos aspectos "esse *enV(eno, .ue te( (uitas *acetas,

132=20

==ustri'/t=eu pre*eriria *alar ="os con*litos "e leal"a"e .ue s$o inerentes ao "esenoli(entoin*antil6( ter(os (ais si(ples, o =proble(a po"e ser assi( eplica"o /á u(a 'ran"e "i*erença entre=u(a criança .ue se a*astou "a ($e e c/e'ou at o pai e *e a =ia'e( "e olta e a criança .ue >a(ais realiou tal eperiEncia 4u(a lin'ua'e( (ais =so*istica"a, a criança n$o está e.uipa"a, nos pri(eiros =está'ios, a conter ocon*lito "entro "o =selfIsso al'o .ue ="eia(os a car'o "o assistente social, e sabe(os a press$o.ue isso =representa para a"ultos (a"uros .uan"o *ae( seriço social "e caso e ="urante u( certo perGo"o "e te(po contE( os con*litos inerentes a ca"a u( "eles + assistente social "á =(aisi(portCncia @ contenç$o "o caso "o .ue a .ual.uer outra =aç$o especG*ica relaciona"a ao in"iG"uo

no 'rupo .ue =en'loba o caso criança i(atura precisa "e u(a situaç$o na .ual n$o se espere =leal"a"e, e na *a(Glia .ue po"e(os encontrar tolerCncia e( =relaç$o ao .ue parece "esleal"a"e, (as .ue tale se>a apenasu(a =parte "o processo "e cresci(ento=20Q(a criança se "iri'e a u( relaciona(ento co( o pai e, ao *aE?lo, ="esenole u(a atitu"e para co( a ($e .ue correspon"e ao =relaciona(ento co( o pai criança n$o so(ente po"e er a($e ="e (o"o ob>etio, a partir "o lu'ar on"e o pai está, (as ta(b( "esenole u(a relaç$o "o

tipo a(orosa co( o =pai .ue enole A"io e te(or e( relaç$o @ ($e =É ==20peri'oso oltar @($e a partir "essa posiç$o 4o entanto, =/oue al'o .ue se construiu 'ra"ual(ente, e a criançaolta @ =($eD nessa reorientaç$o *a(iliar, ela E o pai "e (o"o =ob>etio e seus senti(entoscontE( A"io e (e"o6sse tipo "e coisa continua co(o u(a eperiEncia "e =ai( na i"a "iária "a criança e( casa

=É =claro .ue n$o precisa ser a relaç$o pai?($eD po"e ser a eperiEncia "e =ir "a ($e para a babáe oltar, ou po"e ser u(a tia, u(a aA ou =u(a ir($ (ais el/a 4u(a *a(Glia, 'ra"ual(ente po"e?se con/ecer =to"as essas possibili"a"es e eperi(entá?las, e u(a criança po"e se re?

133 =20

conciliar co( =os (e"os associa"os a to"as elas l( "isso, a criança po"e =c/e'ar a apreciar asecitaçes re*erentes a esses con*litos, "es"e .ue elas possa( ser conti"as e, =nos >o'os, as crianças"e u(a *a(Glia intro"ue( to"as as =tenses e os estresses .ue pertence( a esse tipo "e

Page 64: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 64/142

=eperi(entaç$o co( "esleal"a"es, incluin"o (es(o tenses e ciH(es .ue percebe( eistir nosa"ultos "a.uele a(biente 4u( =certo senti"o, essa u(a boa (aneira "e "escreer a i"a *a(iliar c( =ter(os teAricos !ale o tre(en"o interesse .ue o brincar "e papai e =(a($e eerce sobre ascrianças "erie "e u(a a(pliaç$o 'ra"ual "a iEncia "e eperi(entar =al'u(as "esleal"a"es-s ees po"e?se aaliar (el/or a =i(portCncia "esses >o'os .uan"o ocorre o caso "e u( bebE=te(por$o na *a(Glia M =claro .ue esse =bebE n$o po"e usar os >o'os "os ir($os e ir($s, .ue >á

=enole( u( 'rau "e co(plei"a"e .ue te( u(a /istAria para esses ir($os e ir($s Po"e ser .uea criança (ais noa =se enola "e (o"o (ecCnico e .ue se sinta seera(ente eli(ina"a ou=ani.uila"a pelo enoli(ento, .ue n$o criatio, = >á .ue a =criança teria "e co(eçar "e noo econstruir, "es"e o inGcio, a =co(plei"a"e "as leal"a"es crua"asFecon/eço, claro, .ue =/á caracterGsticas positias e libi"inais nos senti(entos re*erentes ao >o'o=*a(iliar, (as o conteH"o .ue cria ecitaç$o está (uito =associa"o @ .uest$o "as leal"a"escrua"as 4esse senti"o, o >o'o =*a(iliar u( preparo per*eito para a i"a=20 escola po"e *ornecer, co( *acili"a"e, u( alGio tre(en"o para =a criança .ue ie e( *a(GliaPara crianças pe.uenas, .ue =brinca( a (aior parte "o te(po, as brinca"eiras "a escola n$o s$o=assi( t$o básicas, e lo'o passa( a >o'os .ue "esenole( /abili"a"es Já a.ui u(a =.uest$o "e"isciplina 'ra"ual, e tu"o isso u(a =si(pli*icaç$o (uito be(?in"a para al'uns e (uito irritante para =outros Q(a si(pli*icaç$o (uito precoce, "o tipo .ue a escola pro(oe relaciona"a ao >o'o=*a(iliar "e crianças .ue ie( e( *a(Glia, po"e ser ista co(o u( =e(pobreci(ento, pelo (enos para a.ueles .ue suporta( o >o'o *a?

13N=20

(iliar e cu>as *a(Glias suporta( o *ato "e .ue as crianças =est$o brincan"o "c *a(Glia6( co(paraç$o, po"e?se er =.ue *il/os Hnicos solitários tE( tu"o a 'an/ar in"o lo'o para u('rupo "e >o'o on"e, e( al'u(a (e"i"a, =o brincar po"e ter relaçes interpessoais e leal"a"escrua"as =criatias para a criança=M por esse tipo "e =ra$o .ue n$o po"e /aer u(a "ecis$o satis*atAria .ue en/a ="e ci(a no .ue"i respeito @ i"a"e apropria"a para as crianças =ire( para a escola 4essas .uestes "elica"as,ca"a caso u( caso, e isso si'ni*ica .ue to"os os =tipos "e prois$o .ue eista( na iin/ança"eeria( estar ="isponGeis 6( caso "e "Hi"a, o lar "a criança on"e =po"e( ocorrer as

eperiEncias (ais ricas, (as "ee?se estar se(pre i'ilante e( relaç$o a =u(a criança .ue, poru(a ra$o ou por outra, n$o po"e ser =criatia no >o'o i(a'inatio se n$o passar al'u(as /oraslon'e "a =*a(Glia e"ucaç$o pri(ária pertence @ área na .ual a criança at a'ra"ece o *ato "c =se "istrair "aelaboraç$o "as co(plei"a"es .ue a i"a o*erece, =atras "a apren"ia'e( e "a a"oç$o "eleal"a"es =especG*icas, e "a aceitaç$o "e re'ras e pa"res .ue E( >unto co( o uni*or(e escolar sees, essas =con"içes persiste( no perGo"o "a a"olescEncia, (as *ica(os =tristes .uan"o ascrianças per(ite( .ue isso aconteça, n$o =i(porta .u$o coneniente se>a "o ponto "e ista "o pro*essor a"olescEncia "e =to"o (enino e (enina al'o .ue a'uar"a(os, pois lá reaparece(=to"as as eperi(entaçes e leal"a"es crua"as .ue sur'ira( =criatia(ente no >o'o *a(iliar, sA.ue "esta e a ecitaç$o n$o a"( apenas "os (e"os, (as =ta(b( "as eperiEncias libi"inaisnoas e intensas .ue a =puber"a"e libera

=M claro .ue a =*a(Glia tre(en"a(ente aliosa para o >oe( ou a >oe( =a"olescente,especial(ente .uan"o ele ou ela *ica( co(pleta(ente =aterroria"os a (aior parte "o te(po, ain"a.ue no C(bito "a saH"e, =>á .ue a(or =intenso pro"u auto(atica(ente A"io intenso ;uan"o o.ua"ro "e =re*erEncias *a(iliares persiste, o a"olescente po"e atuar sobre seus paisD tal

135=20

===atuaç$o /aia =si"o a substCncia "o brincar i(a'>natio no está'io "os 2 aos=5anos "a i"a =*a(iliar;uer (e parecer .ue *re.Lente(ente se pensa a *a(Glia e( ter(os "e u(a estrutura (anti"a pelos pais co(o

Page 65: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 65/142

u( .ua"ro "e =re*erEncias no .ual as crianças po"e( ier e crescer =9onsi"era?se a *a(Glia u( lu'ar on"eas crianças "escobre( =senti(entos "e a(or e A"io, e on"e elas po"e( esperar si(patia e tolerCncia, assi(co(o a =easperaç$o .ue ocasiona( as o .ue en/o "ien"o se relaciona =co( (in/a sensaç$o "e .ue a

 parte "ese(pen/a"a por ca"a criança =na *unç$o "a *a(Glia, no .ue "i respeito ao encontro "a criança co( a"esleal"a"e, =está sen"o u( pouco subesti(a"a *a(Glia lea a to"o tipo "e =a'rupa(entos, a'rupa(entosesses .ue $o se a(plian"o at atin'ir o ta(an/o "a socie"a"e local e "a socie"a"e e( 'eral

 4a =reali"a"e "o (un"o e( .ue as crianças tale precise( ier en.uanto a"ultos, to"a leal"a"e enoleal'u(a coisa "e =naturea oposta, .ue po"eria ser c/a(a"a "e "esleal"a"e, e a criança =.ue tee aoportuni"a"e "e alcançar to"as essas coisas "urante seu =cresci(ento está e( (el/ores con"içes "e assu(iru( lu'ar neste (un"oSe al'u( eentual(ente =retroce"er no te(po, perceberá .ue as "esleal"a"es co(o as "eno(ino, =s$o u(acaracterGstica essencial "o ier, e proE( "o *ato "e =.ue se al'u( te( "e ser ele (es(o será "esleal atu"o a.uilo .ue n$o *or ele (es(o s (ais a'ressias =e por isso (ais peri'osas palaras "o (un"o s$o

encontra"as na =a*ir(aç$o 6Q S+Q =É  preciso a"(itir, no =entanto, .ue sA a.ueles .ue alcançara( oestá'io "e *aer essa =a*ir(aç$o .ue est$o real(ente .uali*ica"os para sere( =(e(bros a"ultos "asocie"a"e

13R=20

==p1===20=20

=====20

=20

===O a-rn"ia"o =in$anti) 3studo a#resentado =numa con"er+ncia sore 3van'elismo <amiliar so os aus#ícios do

=F?ristian ,eamCorK nstitute o"3ducation( no Qin'sCood Foile'e "or =<urt?er 3ducation( % de

 4un?o de -&2>

Ki( *aer esta =con*erEncia na .uali"a"e "e ser /u(ano, pe"iatra, psi.uiatra in*antil =e psicanalista Se eu ol/ar para .uarenta anos atrás, percebo u(a =(u"ança "e atitu"e Já .uarenta

anos seria i(proáel .ue pessoas en'a>a"as no ensino =reli'ioso pu"esse( esperar u(acontribuiç$o positia "e u( =psicanalista 6spero .ue ocEs saiba( .ue n$o *ui coni"a"o a=co(parecer a.ui na .uali"a"e "e pro*essor "e reli'i$o, ne( (es(o "e crist$o, (as si( co(oal'u( co( u(a lon'a =eperiEncia nu( ca(po li(ita"o, u( ca(po intensa(ente preocupa"oco( =os proble(as /u(anos "e cresci(ento, i"a e plenitu"e Seu presi"ente "isse al'o a =respeito"e eu saber (ais "o .ue nin'u( acerca "o co(porta(ento =in*antil 6le "ee ter li"o isso nacontracapa "e al'u( liroO KocEs ='ostaria( .ue eu contribuGsse co( o con/eci(ento "e al'o (ais"o .ue apenas *enV(enos =super*iciais, ou "o co(porta(ento aparente na estrutura total "a=personali"a"e palara plenitu"e: sur'e nesse (o(ento Já u(a cate'oria "e pessoas .ueestu"a( o co(porta(ento in*antil e "eia( ="e la"o a (otiaç$o inconsciente e a relaç$o entre o=co(porta(ento e o con*lito "entro "a pessoa, e portanto *ica( =co(pleta(ente *ora "e contatoco( al'u( .ue está ensinan"o reli'i$o =— =ac/o .ue isto =o .ue o presi"ente "e ocEs .ueria

"ier .ue estou interessa"o no ="esenoli(ento=20"o ser /u(ano, "entro "o conteto *a(iliar e=social=20

=137=20

==ustri'/t==20!en"o si"o cria"o co(o u( (eto"ista XesleTano, >ul'o ter cresci"o na =prática reli'iosa "aI're>a e se(pre *i.uei (uito contente co( o *ato ="e .ue (in/a e"ucaç$o reli'iosa ten/a per(iti"o .ue eu(e ="esenolesse e( outras "ireçes Sei .ue estou *alan"o para u(a au"iEncia esclareci"a, para .ue(=reli'i$o n$o se resu(e a ir @ i're>a to"os os "o(in'os 6u ="iria .ue a.uilo .ue co(u(ente se "eno(ina

Page 66: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 66/142

reli'i$o sur'e "a naturea =/u(ana, e(bora al'uns pense( .ue a naturea /u(ana *oi res'ata"a "asela'eria atras "e u(a =reelaç$o .ue eio "e *ora "a naturea /u(anaQ(a e ten"o ="eci"i"o .ue /á al'u(a contribuiç$o positia .ue o saber =psicanalGtico po"e *aer aoensino e (es(o @ prática "a reli'i$o, /á u(a srie "e assuntos "e 'ran"e =i(portCncia .ue po"ere(os"iscutir >untos KocEs precisa( "e =(ila'res nesta poca "e obseraç$o prAi(a, ob>etia =KocEs sente(necessi"a"e "e ape'ar?se a u(a i"a apAs a (orte KocEs =precisa( localiar o (ito entre os ci"a"$os "e

 pensa(ento "e se'un"a =cate'oria KocEs precisa( continuar rouban"o a criança, o a"olescente ou o a"ulto"e sua bon"a"e inata, inculcan"o?l/e =(orali"a"ePreciso (e restrin'ir a u( assunto para (e (anter ="entro "o /orário e ta(b( "entro "a área "e (in/a=eperiEncia especG*ica c/o .ue (e coni"ara( para ir a.ui /o>e por causa "e al'u(a =coisa .ue an"ei"ien"o a respeito "a capaci"a"e .ue u(a criança te( ="e acre"itar =(. Isso "eia e( aberto =a .uest$o"a.uilo .ue se coloca no *inal "a *rase + .ue estou =*aen"o separar eperiEncia "e i"a e e"ucaç$o 4a=e"ucaç$o, ocEs po"e( trans*erir para a criança as crenças .ue tE( =si'ni*ica"o para ocEs (es(os e .ue

 pertence( @ pe.uena área =cultural ou reli'iosa na .ual ocEs casual(ente nascera( ou a .ual =aconteceu "eocEs escol/ere( co(o alternatia=20@ pri(eira situaç$o as o sucesso "e ocEs ai "epen"er "a=capaci"a"e .ue a criança te( "e crer + "esenoli(ento "essa =capaci"a"e n$o u(a .uest$o "ee"ucaç$o, a (enos .ue se =a(plie o senti"o "essa palara para al'o .ue ela nor(al(ente n$o si'ni?

138

ica =É u(a .uest$o ="e eperiEncia "e "esenoli(ento "o bebE e "a criança, no .ue ="i respeito aoscui"a"os "e .ue eles s$o alo ($e te( a er co( isso, e tale ta(b( o pai e os =outros .ueco(partil/a( o a(biente i(e"iato "o bebE =— ==20inicial? (ente, no entanto, a ($eKocEs $o =perceber .ue as coisas para (i( s$o se(pre u(a .uest$o "e =cresci(ento e "esenoli(ento

 4unca penso no esta"o "e u(a pessoa a.ui =e a'ora a n$o ser e( relaç$o ao (eio a(biente e ao cresci(ento"ela "es"e sua concepç$o =at a poca "o nasci(ento+ bebE nasce co( ten"Encias =/er"a"as .ue o i(pulsiona( i(petuosa(ente para u( processo "e=cresci(ento Isso inclui a ten"Encia e( "ireç$o @ inte'raç$o "a personali"a"e, e( "ireç$o @ =totali"a"e "a

 personali"a"e e( corpo e (ente, e e( "ireç$o ao =relaciona(ento ob>etal, .ue 'ra"ual(ente se torna u(a.uest$o "e =relaç$o interpessoal, @ (e"i"a .ue a criança co(eça a crescer e a notar a eistEncia "e outras

 pessoas =!u"o isso e( "e "entro "o (enino ou "a (enina 6sses processos "e =cresci(ento, no entanto,n$o po"e( ocorrer se( u( a(biente =*acilita"or, especial(ente no inGcio, .uan"o /á u(a con"iç$o "e"epen"Encia .uase absoluta + a(biente =*acilita"or re.uer u(a .uali"a"e /u(ana, e n$o u(a per*eiç$o=(ecCnica, "e tal (o"o .ue a epress$o ($e =satis*atAria: (e parece aten"er @s necessi"a"es "e u(a

"escriç$o "a.uilo .ue a criança precisa, =se os processos "e cresci(ento /er"a"os se tornare( u(a reali"a"eno ="esenoli(ento "essa criança especG*ica 4o inGcio, a totali"a"e "o processo "e "esenoli(ento ocorre"ei"o a ten"Encias =/er"a"as tre(en"a(ente itais e( "ireç$o ao "esenoli(ento =—@ =inte'raç$o, aocresci(ento a coisa .ue u( "ia *a a criança =.uerer an"ar e assi( por "iante Se /ouer u(a prois$oa(biental =satis*atAria, essas coisas ocorre( co( a criança Por(, se o a(biente *acilita"or n$o *orsatis*atArio, ro(pe?se a =lin/a "a i"a, e as ten"Encias /er"a"as, (uito po"erosas, n$o =po"e( lear acriança @ plenitu"e pessoal

Q(a ($e =satis*atAria co(eça co( u( alto 'rau "e a"aptaç$o @s necessi"a"es "o bebE =É =isto o .ue

=si'ni*ica ser satis?=20

====16=20

=*atAria: a tre(en"a capaci"a"e .ue as ($es nor(al(ente tE( ="e se "eotare( @ i"enti*icaç$o co( o bebE;uan"o a ='rai"e está c/e'an"o ao *i(, e no inGcio "a i"a "o bebE, as ($es est$o "e tal *or(ai"enti*ica"as co( o bebE .ue =elas pratica(ente sabe( co(o ele está se sentin"o, "e tal *or(a .ue =po"e(se a"aptar @s necessi"a"es "ele, e assi( tais necessi"a"es =ser$o satis*eitas + bebE passa ent$o a ser capa "e"ar continui"a"e a seu "esenoli(ento, .ue o =inGcio "a saH"e ($e está estabelecen"o a base para a=saH"e (ental "o bebE, e, (ais "o .ue a saH"e, para a plenitu"e e a ri.uea, co( to"os os peri'os e con*litos.ue =eles acarreta( e co( to"o o incV(o"o e a *alta "e >eito =caracterGsticos "o cresci(ento e "o"esenoli(entossi( a =($e — =e ta(b( o pai =ain"a .ue este n$o ten/a o (es(o relaciona(ento *isico no inGcio =— =capa "e se =i"enti*icar co( o bebE se( *icar ressenti"a e "e se a"aptar @s =necessi"a"es "ele es(a'a"ora(aioria "os bebEs "o (un"o, nos Hlti(os (il/ares "e anos, te( ti"o u(a (aterna'e( =satis*atAriaD se assi(

Page 67: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 67/142

n$o *osse, o (un"o estaria (ais c/eio "e =loucos "o .ue "e pessoas s$s =—e isso n$o =acontece Para certas(ul/eres, essa i"enti*icaç$o *e(inina co( o =bebE representa u(a a(eaçaD elas *ica( co( receio "e >a(aisrecuperar sua in"ii"uali"a"e, e por =causa "essas ansie"a"es /á al'u(as .ue ac/a( "i*icil, no inGcio,="eotar?se a esse etre(o "e a"aptaç$o

==20É Abio .ue =as *i'uras (aternas aten"e( @s necessi"a"es instintias "o bebE =as esse la"o "arelaç$o entre pais e *il/os *oi ecessia(ente =en*atia"o nos pri(eiros cin.Lenta anos "a literatura

 psicanalGtica + (un"o psicanalGtico leou =(uito te(po =—e o =pensa(ento sobre o "esenoli(ento in*antilte( si"o etre(a(ente in*luencia"o pelos Hlti(os sessenta anos ="e pensa(ento psicanalGtico =— ==20paraobserar, por ee(plo, a i(portCncia "o (o"o pelo .ual se to(a =u( bebE nos braços, e, .uan"o se co(eça a

 pensar nisso, =percebe?se seu si'ni*ica"o *un"a(ental KocEs po"eria( *aer u(a =caricatura "e al'u(*u(an"o u( ci'arro e se'uran"o u( bebE pela perna, balançan"o?o =e colocan"o?o no ban/o =— =to"o (un"osabe .ue =n$o

1N0=20

"isso .ue u( =bebE necessita Já al'u(as coisas (uito sutis a.ui !en/o =obsera"o e *ala"o co( (il/ares"e ($es e percebi"o co(o elas pe'a( o =bebE, sustentan"o a cabeça e o corpo Se ocE to(ar o corpo e acabeça "e u( bebE nas ($os e n$o =pensar .ue constitue( u(a uni"a"e, e aG tentar apan/ar u( lenço ou=.ual.uer outra coisa, pronto a cabeça ai para trás e a =criança se "ii"e e( "uas partes cabeça e corpo

criança co(eça a c/orar e nunca (ais ai se es.uecer ="isso coisa terrGel .ue na"a es.ueci"o 6 ent$oa =criança sai pelo (un"o sentin"o *alta "e con*iança nas coisas =c/o .ue certo "ier .ue crianças pe.uenas e bebEs n$o se le(bra( "e na"a .uan"o tu"o sai be(, =(as le(bra( .uan"o as coisas ca(in/a((al, pois "e repente se le(bra( "e =.ue a continui"a"e "e sua i"a *oi perturba"a, e sua cabeça caiu para=trás, ou coisa se(el/ante, e *ora( aciona"as to"as as "e*esas, e elas rea'ira( a isso, e isso = u(aconteci(ento (uito "oloroso, al'o "e .ue elas nunca $o se =libertar 6 elas tiera( .ue se /aer co( isso,e se isso eiste no =pa"r$o "os cui"a"os a elas "ispensa"os constrAi?se u(a *alta "e =con*iança no a(bienteSe as coisas correra( be(, as =crianças nunca a'ra"ece(, pois n$o tE( con/eci(ento "esse *ato =Já na*a(Glia u(a 'ran"e área "e "bito n$o?recon/eci"o, .ue n$o "bito al'u( 4in'u( "ee coisa =al'u(a,(as nin'u( atin'e a (aturi"a"e estáel .uan"o a"ulto se =al'u( n$o tiesse se encarre'a"o "ele ou "elanas etapas =iniciais6ssa .uest$o "e se'urar: e (anusear tra @ baila to"a a .uest$o "a con*iabili"a"e /u(ana =Q( co(puta"or n$o po"eria *aer o tipo "e coisa .ue ten/o (enciona"o =a.uiD te( .ue /aer con*iabili"a"e =B,(ana &ouse>a, na er"a"e, =incon*iabili"a"e) urante o "esenoli(ento "a a"aptaç$o, a ='ran"e a"aptaç$o (aternaao bebE 'ra"ual(ente "i(inui =9onse.Lente(ente, o bebE co(eça a *icar *rustra"o e ira"o, e precisa sei"enti*icar co( a ($e =Fecor"o?(e "e u( bebE "e trEs (eses .ue, ao ser lea"o ao seio, =colocaa a ($o na

 boca "a ($e para ali(entá?la antes "e =co(eçar a su'ar o seio 6le era capa "e ter u(a i"ia "a.uilo .ue sua=($e estaa sentin"o

1N1=20

criança =po"e (anter ia a i"ia "e u( pai, u(a ($e ou u(a babá por =(uitos (inutos, (as, se a ($e*ica *ora "urante "uas /oras, ent$o =a ima'em ="a ($e .ue o =bebE te( "entro "e si es(aece e co(eça a

(orrer ;uan"o a ($e =olta, ela outra pessoa É ="i*icil (anter ia =a ima'em ==20"entro "e siurante (ais ou (enos "ois anos, a criança rea'e (uito =(al @ separaç$o os "ois anos, a criança con/ece=su*iciente(ente be( seus pais para ser capa "e se interessar n$o =apenas por u( ob>eto ou u(a situaç$o,

(as por u(a pessoa real os "ois anos, a criança precisa "a =($e, por ee(plo, se tier .ue ir ao /ospitalas o bebE se(pre =necessita "a estabili"a"e a(biental .ue *acilita a continui"a"e "a =eperiEncia pessoalpren"o (uito n$o so(ente obseran"o crianças e *alan"o co( ($es, (as ta(b( =tratan"o "e pessoas >áa"ultasD to"os eles se torna( bebEs e =crianças "urante o trata(ento !en/o .ue *in'ir ser (ais a"ulto "o .ue=real(ente sou para li"ar co( isso !en/o u(a paciente .ue no (o(ento =conta co( cin.Lenta e cinco anos"e i"a"e 6la po"e (anter ia (in/a =ima'em =se (e ir trEs =ees por se(ana uas ees aceitáelQ(a e por se(ana, =(es(o .ue eu l/e "E u(a sess$o be( prolon'a"a, n$o su*iciente =ima'em

=es(aece =É t$o 'ran"e a "or ="e er to"os os senti(entos e to"o o si'ni*ica"o se esain"o .ue ela (e="i .ue n$o ale a pena, .ue (el/or (orrer Portanto, o pa"r$o "c trata(ento te( .ue "epen"er "e co(o

Page 68: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 68/142

se (ant( ia a =ima'em ="a *i'ura parental =;uan"o al'u( está realian"o al'o pro*issional(entecon*iáel, n$o po"e eitar "e =se tornar u(a *i'ura parental Presu(o .ue to"os ocEs est$o =enoli"os e(al'u( tipo "e atii"a"e pro*issional(ente con*iáel, e =nessa área li(ita"a ocEs se co(porta( (uito(el/or "o .ue e( casa, e seus clientes "epen"e( "e =ocEs e co(eça( a se apoiar e( ocEstos "e =con*iabili"a"e /u(ana estabelece( u(a co(unicaç$o (uito antes .ue =o "iscurso si'ni*i.ue al'o —

=o (o"o co(o a =($e ol/a .uan"o se "iri'e @ criança, o to( e o so( "e sua o, =tu"o isso co(unica"o(uito antes .ue se co(preen"a o "iscurso

1N2=20

So(os pessoas =.ue acre"ita( 6sta(os a.ui nesta a(pla sala e nin'u( está =preocupa"o co( o *ato "e oteto ir abaio cre"ita(os no ar.uiteto =cre"ita(os por.ue al'u( nos proporcionou u( bo( inGcioFecebe(os u(a co(unicaç$o =silenciosa, por u( certo perGo"o "c te(po, "e .ue ra(os a(a"os, =nosenti"o "e .ue po"Ga(os con*iar na prois$o a(biental, e portanto continua(os co( nosso cresci(ento e="esenoli(entoQ(a criança .ue n$o eperi(entou o cui"a"o =pr?erbal, e( ter(os "o se'urar: e "o (anuseio =—

=20con*iabili"a"e =/u(ana —, = u(a criança =carente Hnica coisa .ue po"e ser aplica"a "e (o"o lA'ico a

u(a criança =carente o a(or, a(or e( ter(os "e se'urar: e (anuseio =É ==20"i*icil *aer isso .uan"oa criança (ais el/a, (as po"e(os =tentar, co(o por ee(plo .uan"o *ornece(os cui"a"os "o(sticos

="i*icul"a"e pro( "a necessi"a"e .ue a criança te( "e *aer teste =e "e er se esse a(or, esse se'urar: eesse (anuseio pr?erbal a'Lenta( a "estrutii"a"e li'a"a ao =a(or pri(itio ;uan"o tu"o ai be(, a"estrutii"a"e *ica subli(a"a e( =coisas co(o co(er, c/utar, brincar, co(petir e assi( por "iante 4o=entanto, a criança se encontra >usta(ente neste está'io (uito pri(itio =— =eis a.ui al'u( =para a(ar —, =e aGo .ue se =se'ue a "estruiç$o Se ocE sobreie, ent$o sur'e a id@ia ="a ="estruiç$o as antes "e tu"oeiste a "estruiç$o, e se =ocE co(eça a a(ar u(a criança .ue n$o *oi a(a"a, no senti"o pr?erbal, po"e ser .ue ocE se e>a e( =apuros e repente, ocE rouba"o, as >anelas s$o .uebra"as, o ='ato tortura"o, entreoutras coisas terrGeis 6 ocE =sobreie a tu"o isso KocE ai ser a(a"o por ter sobreii"oPor .ue será .ue, se *ico ="e p a.ui e "i'o .ue tie u( bo( co(eço, ai parecer .ue estou (e=an'lorian"o + .ue estou "ien"o .ue na"a "o .ue sou capa (eu (es(oD ou *oi /er"a"o, ou outra

 pessoa (e capacitou a c/e'ar on"e =estou ra$o "e isso soar co(o u(a *an*arrice .ue (c =i(possGel,co(o ser /u(ano, acre"itar .ue n$o *ui eu .ue escol/i =(eus prAprios pais 6 aG eu "i'o n$o *ui esperto porter *eito tal escol/a Po"e parecer i"iota, (as =esta(os li"an"o co( a naturea

1N3=20

/u(ana, e e( =.uestes "e cresci(ento e "esenoli(ento /u(anos precisa(os estar =prontos para aceitar para"oosD possGel conciliar a.uilo .ue =obsera(os co(o sen"o er"a"e e a.uilo .ue senti(os

Para"oos n$o eiste( para sere( =resoli"os, (as para sere( obsera"os =M =nesse ponto .ue=co(eça(os a nos sentir "ii"i"os e( "ois ca(pos Precisa(os obserar o .ue =senti(os, e ao (es(ote(po usa(os nosso crebro para elaborar o .ue = isso .ue nos prooca senti(entos Ka(os a"otar (in/asu'est$o "e =.ue a totali"a"e "a epress$o "e a(or &pr?erbal) e( ter(os "e se'urar: e (anusear te(=u(a si'ni*icaç$o ital para ca"a bebE e( "esenoli(ento =6nt$o po"e(os "ier .ue co( base no .ue *oieperi(enta"o por u( =in"iG"uo, po"erGa(os ensinar, "i'a(os, o conceito "e braços eternos Po"e(os usara =palara eus: e *or(ar u( Gnculo especG*ico co( a "outrina =e a I're>a crist$, (as isso enole u(asrie "e passos + ensinar =aparece a.ui co(o a base "a capaci"a"e "e crer "a.uela criança particular Se,

=no caso "e o ensino ter ocorri"o e( bases (orais, assu(i(os u(a lin/a "e =tratar certas coisas co(o peca(inosas, at .ue ponto po"e(os ter =certea "e n$o estar rouban"o a capaci"a"e "e a criança e(cresci(ento c/e'ar, = #or si mesma( =a u( senso pessoal ="e certo e erra"o, a partir "e seu prAprio"esenoli(ento Po"e?se roubar u( (o(ento i(portantGssi(o "as =pessoas .uan"o o senti(ento Sintou( i(pulso para *aer isso e =a.uilo, (as ta(b(:, e aG elas c/e'a( a al'u(a *ase pessoal "e"esenoli(ento .ue po"eria ter =si"o total(ente interro(pi"a se al'u( "issesse 4$o á =*aer na"a"isso, .ue está erra"o: 6nt$o, ou eles $o =concor"ar, o .ue caracteria u(a "esistEncia, ou $o "esa*iar, o.ue caracteria u(a situaç$o on"e =nin'u( sai 'an/an"o e n$o /á cresci(ento

o (eu ponto ="e ista, o .ue ocEs ensina( sA po"e ser i(planta"o e( =capaci"a"es .ue >á =est$o

Page 69: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 69/142

 presentes =na criança, *un"a"as e( eperiEncias precoces e na continui"a"e "e =u( se'urar: con*iáel, e(ter(os "e u( cGrculo escolar e social ca"a e (ais a(plo

1NN=20

==p1===20

=20=====20

=20

=== A i(at,ri"a" "o =a"o)!cnt =20

,raal?o =a#resentado no - 3ncontro Anual da 5ritis? Student LTealt? Association( =em

 BeCcastleu#on ,ne( -> de 4ul?o de -&2> ==20

=O<!rva;! -r)i(inar! ==20

in/a =abor"a'e( e( relaç$o a esse assunto t$o asto "eria "e (in/a =eperiEncia especG*ica sobseraçes .ue eu porentura =en/a a *aer (ol"a(?se na *Vr(a "a atitu"e psicoterápica 9o(o psicoterapeuta, nor(al(ente leo e( consi"eraç$o o =se'uinte =20

— =o "esenoli(ento =e(ocional "o in"iG"uoD ==20

— =o papel "a ($e e ="os paisD =20

— =a *a(Glia co(o =u(a eoluç$o natural e( ter(os "as necessi"a"es in*antisD— =o papel "a escola e ="e outros 'rupos istos co(o etenses "a i"ia "a *a(Glia e =co(o alGio "os pa"res*a(iliares=20estabeleci"osD=— =o papel especial "a =*a(Glia e( sua relaç$o co( as necessi"a"es "os a"olescentesD =20

— =a =imaturidade do =adolescenteJ =20

— =a a.uisiç$o ='ra"ual "a (aturi"a"e pelo a"olescenteD=—a a.uisiç$o =in"ii"ual "a i"enti*icaç$o co( a'rupa(entos sociais e co( a =socie"a"e, se( (uita per"a"a espontanei"a"e in"ii"ualD=20

1N5=20

— =a estrutura "a =socie"a"e =—sen"o essa palara =usa"a co(o u( substantio coletio, e a socie"a"e sen"oco(posta "e =uni"a"es in"ii"uais, (a"uras ou n$oD=—a abstraç$o =relatia @ polGtica @ econo(ia, @ *iloso*ia e @ cultura, =ista co(o o au'e "os processos "e

cresci(ento naturaisD— =o (un"o co(o u(a =superposiç$o "e (il/es "e pa"res in"ii"uais, u( sobre o =outro "inC(ica u( processo "e cresci(ento /er"a"o por to"o in"iG"uo Parte?se "o =pressuposto "e .ue /oueu( a(biente *acilita"or satis*atArio, co(o =con"iç$o =sine )ua non para o inGcio "o =cresci(ento e "o"esenoli(ento in"ii"uais Já 'enes .ue "eter(ina( =pa"res e ten"Encias /er"a"as para o cresci(ento ea =a.uisiç$o "e (aturi"a"eD n$o /á cresci(ento e(ocional, no entanto, a n$o ser e( relaç$o @ =prois$oa(biental, .ue precisa ser satis*atAria Po"e?se notar =.ue a palara per*eito: n$o entra nessa *rase =per*eiç$o pertence @s (á.uinas, e as i(per*eiçes prAprias "a a"aptaç$o /u(ana =@s necessi"a"esconstitue( u(a caracterGstica essencial "o (eio =a(biente *acilita"or i"ia "a =de#end+ncia individual = básica e( tu"o issoD no inGcio, ela .uase absoluta e ai ='ra"ual e

Page 70: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 70/142

or"ena"a(ente so*ren"o alteraçes "e u(a "epen"Encia =relatia ca(in/a para a in"epen"Encia 6sta n$o setorna absoluta, e o in"iG"uo isto co(o uni"a"e =autVno(a n$o , na reali"a"e, in"epen"ente "o a(biente,ain"a =.ue eista( (aneiras pelas .uais o in"iG"uo (a"uro possa se sentir =lire e =in"epen"ente, *ican"o*eli por possuir u(a i"enti"a"e pessoal lin/a =precisa entre o eu e o n$o?eu torna?se in"e*ini"a"ei"o=20@s i"enti*icaçes crua"ast o (o(ento, enu(erei =árias seçes "e u(a enciclop"ia "a socie"a"e /u(ana, e( =ter(os "e u(aebuliç$o perptua na super*icie "o cal"eir$o ="o cresci(ento in"ii"ual, isto coletia(ente e recon/eci"oco(o "inC(ico parte .ue posso abor"ar a.ui = necessaria(ente li(ita"a, e por isso ac/o i(por?=20

1NR=20

tante .ue o =.ue ou "ier se>a consi"era"o e( relaç$o ao asto pano "e *un"o ="a /u(ani"a"e, /u(ani"a"e.ue po"e ser ista "e (uitos (o"os e e( =.ual.uer u(a "as etre(i"a"es "e u( telescApio=20Saúde =ou doença?

Uma =vez .ue eu "eie as ='enerali"a"es "e la"o e (e torne =mais específico, precisodecidir se incluo isso ou =ecluo a.uilo =Por exemplo: =existe a questãoda doença psiquiátrica in"ii"ual =socie"a"e inclui to"os os seus (e(bros in"ii"uais

estrutura "a =socie"a"e *orneci"a e (anti"a pelos seus (e(bros sau"áeis "o =ponto "e ista psi.uiátrico 4o entanto, ela precisa conter os .ue s$o "oentes =— =a socie"a"e, por =ee(plo, cont(— =os i(aturos &e( =i"a"e)D=—os psicopatas &o =pro"uto *inal "a priaç$o pessoas .ue, =)uando t+m =es#erança( =20precisa( *aer co(.ue a socie"a"e recon/eça o *ato "e sua =priaç$o, se>a "e u( ob>eto bo( ou a(a"o, se>a "e u(a =estrutura==20.ue pu"esse ser con*iáel para a'Lentar as presses .ue sur'e( ="o (oi(ento espontCneo)D=— =os neurAticos &ator(enta"os por (otiaçes inconscientes e =a(bialEncias)D=— =as pessoas "e ='Enio instáel &oscilan"o entre o suicG"io e al'u(a outra alternatia, .ue po"e =incluir as(ais altas realiaçes, e( ter(os "e =contribuiç$o)D

=—os es.uiAi"es =&.ue >á =tE( estabeleci"o u( trabal/o para a i"a inteira, ou se>a, o =estabeleci(ento"eles (es(os, ca"a u( co(o u( in"iG"uo co( senso "e =i"enti"a"e e "e se sentir real)D=—os es.uio*rEnicos =&.ue, ao (enos "urante os surtos, n$o po"e( se sentir reais e no =(Gni(o po"e(realiar al'o na base "e ier por procuraç$o)

1N<=20

esses, te(os =.ue acrescentar a cate'oria (ais incV(o"a=— ==20.ue inclui (uitas pessoas .ue se coloca( e( posiçes "e autori"a"e =ou responsabili"a"e =, =ou se>a,os =paranAi"es a.ueles .ue s$o "o(ina"os por u( siste(a "e pensa(ento 6sse siste(a "ee ser=constante(ente eibi"o para eplicar al'u(a coisa, sen"o a alternatia =&para o in"iG"uo .ue te( essa"oença) u(a a'u"a con*us$o "e =i"ias, u(a sensaç$o "e caos e a per"a "e .ual.uer preisibili"a"e6( to"a ="escriç$o "e "oença psi.uiátrica, ocorre u(a =superposiç$o s pessoas n$o se encaia( "ireitin/oe( 'rupos ="e "oenças 6 por isso .ue ("icos e cirur'ies sente( tanta "i*icul"a"e e( enten"er a

 psi.uiatria 6les "ie( =KocEs tE( a "oença e nAs te(os &ou a(os ter, e( u( ou ="ois anos) a cura: 4en/u( rAtulo psi.uiátrico se en.ua"ra =nesse casoD (enos ain"a o rAtulo "e nor(al: ou sau"áel:Po"erGa(os ol/ar a socie"a"e e( =ter(os "a "oença e consi"erar o *ato "e .ue seus (e(bros "oentes, "e

=u( (o"o ou "e outro, ei'e( atenç$oD po"e(os obserar co(o a socie"a"e se torna colori"a pelos=a'rupa(entos "e "oenças .ue co(eça( nos in"iG"uosD ou, ain"a, =po"e(os ea(inar o (o"o pelo .ual as*a(Glias e as uni"a"es sociais =po"e( pro"uir in"iG"uos psi.uiatrica(ente sau"áeis, eceto .uan"o elas,

 >usta(ente as uni"a"es a .ue eles =pertence(, nu( certo (o(ento os "istorce( ou torna( incapaes=4$o optei por ol/ar a socie"a"e "essa *or(a +ptei por ol/ar para a =socie"a"e em termos de sua =sade(

ou se>a, ="o cresci(ento e perptuo re>uenesci(ento .ue e(ana natural(ente "a =saH"e "e seus (e(brossau"áeis "o ponto "e ista psi.uiátrico i'o isso (es(o saben"o .ue =@s ees a proporç$o "e (e(brosn$o?sau"áeis =psi.uiatrica(ente nu( 'rupo po"e ser (uito alta, "e tal (o"o .ue os =ele(entos sau"áeis,ain"a .ue e( con>unto, n$o po"e( encE?los G, ent$o, a prApria uni"a"e social =torna?se u( caso

Page 71: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 71/142

 psi.uiátricoPreten"o conse.Lente(ente =obserar a socie"a"e co(o se ela *osse co(posta "e pessoas =psi.uiatrica(ente

sau"áeis es(o assi(, a socie"a"e >á =te( proble(as =su*icientes 6 co(oO

1N8=20

Po"e?se notar =.ue n$o usei a palara nor(al: 6ssa palara está (uito =incula"a ao pensa(ento *ácilcre"ito, no entanto, .ue a saH"e =psi.uiátrica eiste Isso si'ni*ica .ue (e sinto >usti*ica"o por estu"ar a

=socie"a"e &co(o outros = >á =*iera() e( ter(os ="o cresci(ento in"ii"ual e( "ireç$o @ plenitu"e

 pessoal "oto o se'uinte aio(a = >á =.ue n$o eiste =nen/u(a socie"a"e .ue n$o se>a *or(a"a, (anti"a econtinua(ente reconstruG"a sen$o por =in"iG"uos, n$o /á plenitu"e pessoal se( socie"a"e, e n$o =/ásocie"a"e *ora "os processos "e cresci(ento coletio "os =in"iG"uos .ue a co(pe( Precisa(os apren"er a

 parar "e procurar pelo ci"a"$o "o (un"o e =nos contentar(os e( ac/ar, a.ui e ali, pessoas cu>a uni"a"esocial se =esten"e para al( "a ers$o local "e socie"a"e, ou al( "o =nacionalis(o, ou al( "os li(ites "eu(a seita reli'iosa 4a er"a"e, precisa(os aceitar o =*ato "e .ue pessoas psi.uiatrica(ente sau"áeis"epen"e(, para sere( =sau"áeis e para sua plenitu"e pessoal, "o *ato "e ==.serem leais a uma área

limitada da sociedadeJ =tale ao clube "e =boc/a local 6 por .ue n$o SA se procurar(os ilbert urraTY por =to"a parte .ue *racassare(os,ese #rinci#al =

Q(a =con*ir(aç$o "e (in/a tese (e con"u "e i(e"iato @s tre(en"as =(u"anças .ue ocorrera( nosHlti(os cin.Lenta anos no .ue "i respeito @ i(portCncia "a (aterna'e( =satis*atAria Isso inclui os pais, (aseles "ee( (e per(itir o uso ="a palara (aternal: para "escreer a atitu"e 'lobal e( =relaç$o aos bebEs eo cui"a"o a eles "ispensa"o + ter(o paternal: te(, =necessaria(ente, "e c/e'ar u( pouco "epois "o ter(o(aternal: =ra"ual(ente, o pai torna?se u( *ator si'ni*icatio en.uanto /o(e( =epois e( a *a(Glia,cu>a base a uni$o "e=20

=149==20

 pais e =($es, co(partil/an"o a responsabili"a"e por a.uilo .ue *iera( =>untos, a.uilo .ue c/a(a(os "e u(noo ser /u(ano

 _u( =bebEeie(?(e (encionar a prois$o (aternal Jo>e sabe(os .ue i(portante o (o"o pelo .ual se pro(oe =o

se'urar: e o (anuseio "o bebE, .ue i(portante .ue( =está cui"an"o "o bebE =—

se "e *ato a =($e ououtra pessoa 6( nossa teoria a respeito "os cui"a"os co( a =criança, a continui"a"e "o cui"a"o tornou?seu(a caracterGstica central "o conceito "e a(biente *acilita"or Percebe(os .ue =unica(ente pelacontinui"a"e "a prois$o a(biental .ue o noo bebE =e( esta"o "e "epen"Encia po"e ter u(a continui"a"ee( sua lin/a "e =i"a, e n$o u( pa"r$o "e reaç$o ao i(preisGel e ao repetitioFe*iro?(e a.ui ao =trabal/o "e BoXlbT a reaç$o "a criança "e "ois anos "e i"a"e =@ ausEncia "a ($e&(es(o .ue te(porária), caso se prolon'ue =al( "a capaci"a"e "e o bebE (anter ia sua i(a'e( Seutrabal/o, ain"a .ue precise ser eplora"o =(ais a *un"o, obtee aceitaç$o 'eral2 i"ia .ue sub>a a tal=estu"o se esten"e @ .uest$o "a continui"a"e "os cui"a"osD re(onta =ao inGcio "a i"a pessoal "o bebE, antes(es(o .ue ele perceba ob>etia(ente a ($e por inteiro, co(o =pessoaQ(a outra caracterGstica na .uali"a"e "e psi.uiatras ="e crianças, n$o esta(os apenas preocupa"os co( asaH"e ostaria .ue isso alesse para to"a a psi.uiatria 6sta(os =preocupa"os co( a ri.uea "a *elici"a"e.ue se "esenole na saH"e e =.ue n$o se =desenvolve na "oença =psi.uiátrica, (es(o .uan"o os 'enes

 po"eria( lear a criança e( ="ireç$o @ plenitu"e

t +l/e(os para os cortiços e =para a pobrea n$o so(ente co( /orror, (as ta(b( atentan"o para a possibili"a"e "e .ue, para u( bebE ou u(a =criança, u( cortiço po"e ser (ais se'uro=150=20

e =(el/or: co(o a(biente *acilita"or "o .ue u(a *a(Glia co( u(a =casa bonita, on"e n$o eiste( as perse'uiçes co(uns3 !a(b( po"e(os sentir .ue ale a pena lear e( conta as "i*erenças =essenciaisentre os 'rupos sociais e( ter(os "e pa"res e costu(es =!o(e?se, por ee(plo, a prática "e en*aiar osnenEs, e( contraste =co( a per(iss$o "e .ue a criança eplore e c/ute, aceita .uase .ue total(ente nasocie"a"e tal co(o a =con/ece(os na In'laterra ;ual a atitu"e local e( relaç$o =@ c/upeta, a c/upar o

Page 72: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 72/142

"e"o e aos eercGcios auto?erAticos 9o(o = .ue as pessoas rea'e( @s incontinEncias naturais "os pri(eiros(eses "e i"a e @ sua relaç$o =co( a continEncia 6 assi( por "iante *ase "e !rubT in' ain"a =está e(

 processo "e reabilitaç$o pelos a"ultos .ue tenta( "ar a =seus bebEs o "ireito "e "escobrir u(a (orali"a"e pessoal, e po"e(os consi"erar =isso co(o u(a reaç$o @ "outrinaç$o .ue ai ao etre(o "a =per(issii"a"etotal ee *icar claro .ue as "i*erenças entre os =ci"a"$os brancos e ne'ros, nos 6sta"os Qni"os, n$o s$otanto u(a .uest$o "e cor "a pele, (as "e =ali(entaç$o ao seio 6 incalculáel a ine>a "a populaç$o =brancaali(enta"a e( (a(a"eira e( relaç$o aos ne'ros, .ue s$o, e( sua (aioria, acre"ito, ali(enta"os ao seioPo"e?se notar =.ue estou preocupa"o co( a (otiaç$o inconsciente, al'o .ue n$o = u( conceitointeira(ente popular +s "a"os "e .ue necessito n$o =po"e( ir "e u( *or(ulário "e co(puta"or 4$o se

 po"e pro'ra(ar co(puta"ores para .ue =*orneça( (otios .ue s$o inconscientes nos in"iG"uos .ue =s$o as

cobaias "a inesti'aç$o =É  por isso .ue pessoas =.ue passara( a i"a *aen"o psicanálise "ee( 'ritar e(*aor "a =sani"a"e, contra a crença insana e( *enV(enos super*iciais .ue =caracteria( as inesti'açesco(puta"oria"as "os seres /u(anos= Mais con"us$o =— ==20+utra *onte "e con*us$o o pressuposto *ácil "e .ue, se pais e =($es criare( be(seus bebEs e crianças,=151=20

/aerá =(enos proble(as 7on'e "issoO Isso *un"a(ental para o (eu te(a, =pois i(plica .ue, .uan"ool/a(os para a a"olescEncia, on"e os =Eitos e as *al/as "os cui"a"os ao bebE e @ criança E( @ baila, al'uns

"os proble(as .ue en*renta(os na =atuali"a"e tE( relaç$o co( os ele(entos positios "a (o"erna=e"ucaç$o "e *il/os e "as atitu"es (o"ernas re*erentes aos "ireitos ="o in"iG"uoSe ocE *ier tu"o o .ue po"e para pro(oer o cresci(ento pessoal "e seus =*il/os, ai ter "e ser capa "eli"ar co( resulta"os incrGeis Se =seus *il/os acabare( se encontran"o, n$o $o se contentar sen$o e( seencontrar e( sua totali"a"e, e isso ai incluir a a'ress$o e =os ele(entos "estrutios e( si prAprios, assi(co(o os ele(entos .ue =po"e( ser rotula"os co(o a(or Kai ser lon'a a luta .ue ocEs =ter$o "e en*rentar=209o( al'uns "e seus *il/os, ocEs ter$o sorte se o .ue l/es =(inistrara( rapi"a(ente capacitá?los a usarsG(bolos, a brincar, a =son/ar, a sere( criatios "e (o"o satis*atArio, e(bora, (es(o assi(, =o ca(in/o atc/e'ar a esse ponto possa estar c/eio "e pe"ras 6, se>a lá co(o =*or, ocEs $o co(eter erros, e esses errosser$o istos e =senti"os co(o "esastrosos, e seus *il/os tentar$o *aer co( .ue =ocEs se sinta( responsáeis

 pelos reeses (es(o .uan"o ocEs n$o *ore( responsáeis =6les si(ples(ente "ie( 4$o pe"i paranascer: =reco(pensa "e ocEs e( na ri.uea .ue ai aparecen"o 'ra"ual(ente no =potencial .ue ca"a (enino ou(enina te( Se ocE tier Eito, =precisa estar prepara"o para *icar enciu(a"o "e seus *il/os, .ue =est$oten"o (el/ores oportuni"a"es "e "esenoli(ento pessoal .ue as =.ue ocE tee KocE ai se sentirreco(pensa"o se al'u( "ia sua *il/a pe"ir .ue ocE =cui"e "o bebE "ela, nu(a in"icaç$o "e .ue ela ac/a .ueocE = capa "e *aer isso "e (o"o satis*atArio, ou se "e al'u(a =(aneira seu *il/o .uiser ser i'ual a ocE,ou se apaionar por u(a 'arota .ue ocE (es(o teria aprecia"o, se =*osse (ais >oe( s reco(pensas

c/e'a( =indiretamente; =É claro .ue ocE =sabe .ue n$o receberá a'ra"eci(entos

152=20

Kou passar =a'ora a recolocar essas .uestes con*or(e elas a*eta( a tare*a "os =pais .uan"o as criançasest$o na puber"a"e, ou ien"o as =an'Hstias "a a"olescEncia=20in"a .ue (uita coisa este>a se publican"o sobre os proble(as =in"ii"uais e sociais .ue aparecera(nesta "ca"a, on"e .uer .ue os =a"olescentes este>a( lires para se epressar, po"e /aer espaço para

=co(entários pessoais sobre o conteH"o=20"as *antasias a"olescentes;uan"o c/e'a a a"olescEncia, =(eninos e (eninas e(er'e( "e (o"o irre'ular e "esa>eita"o "a in*Cncia =e"a "epen"Encia, e( "ireç$o ao esta"o "e a"ultos 9rescer =n$o "epen"e apenas "e ten"Encias /er"a"asDta(b( u(a .uest$o "e entrelaça(ento =co(pleo co( o a(biente *acilita"or Se a *a(Glia ain"a pu"er ser =utilia"a, será utilia"a e( lar'a (e"i"a Se a *a(Glia n$o =estier (ais @ "isposiç$o, ne( .ue se>a para ser

 posta "e la"o &uso ne'atio), ent$o =necessário proer pe.uenas uni"a"es sociais para conter o processo "ecresci(ento "o a"olescente 4a =puber"a"e, reaparece( os (es(os proble(as .ue estiera( presentes nos=pri(eiros está'ios, .uan"o as crianças era( bebEs ou criancin/as relatia(ente ino*ensias Kale notar .uen$o =por ter proce"i"o be( no inGcio, ou ain"a por estar proce"en"o "a =(es(a (aneira a'ora, .ue ocEai contar co( u( *unciona(ento =tran.Lilo "a (á.uina 4a er"a"e, ocE po"e esperar proble(as 9ertos

Page 73: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 73/142

 proble(as s$o inerentes a esses =está'ios posteriores6 (uito Htil co(parar i"ias "a =a"olescEncia co( as "a in*ancia Se o .ue eiste na *antasia "o=cresci(ento pri(itio morte( =ent$o na =*antasia a"olescente eiste =assassinato; es(o .uan"o o=cresci(ento no perGo"o "a puber"a"e continua se( (aiores crises, a =pessoa po"e precisar li"ar co(

 proble(as 'raes, pois crescer si'ni*ica =to(ar o lu'ar "os pais 3 realmente o"a1; = 4a *antasia=inconsciente, a a'ressii"a"e inerente ao crescer 6 a criança =n$o te( (ais o ta(an/o "e u(a criança

153=20

cre"ito .ue =se>a tanto Htil co(o le'Gti(o analisar(os o >o'o 6u sou o Fei ="o 9astelo: 6sse >o'o "irespeito ao ele(ento (asculino e( (eninos =e (eninas &o te(a ta(b( po"eria ser coloca"o e( ter(os "oele(ento *e(inino e( (eninas e =(eninos, (as n$o posso *aer isso a.ui) 6sse u( >o'o "o =inGcio "o

 perGo"o "e latEncia, e na puber"a"e trans*or(a?se =nu(a situaç$o "e i"a

6u sou o Fei "o 9astelo: a a*ir(aç$o "e u( esta"o pessoal =É =u(a a.uisiç$o .ue correspon"e ao

cresci(ento e(ocional "o in"iG"uo =É =u(a posiç$o =.ue i(plica a (orte "e to"os os riais ou ainstalaç$o "a "o(inCncia s se'uintes palaras "e(onstra( o ata.ue espera"o =KocE u( su>eitin/ono>ento: &ou esce "aG, seu =su>eitin/o no>ento:) 4o(eie seu rial e saberás .ue( s 6 =lo'o o pati*ese(?er'on/a nocauteia o Fei e torna?se Fei +s +pies re*ere(?se a esse erso ie( .ue o =>o'o anti.LGssi(o, e .ue Jorácio &20 a9) re'istra as =se'uintes palaras "as crianças

Fe erit .ui recte *acietD =;ui non *acient, non eritN

 4$o ac/a(os .ue a naturea /u(ana ten/a se altera"o as precisa(os =consi"erar a.uilo .ue eterno noe*`(ero Precisa(os tra"uir =esse >o'o in*antil para a lin'ua'e( "a (otiaç$o inconsciente "a=a"olescEncia e "a socie"a"e Se a criança está se tornan"o a"ulta, @s custas "o corpo (orto "e u( =a"ulto.ue essa (u"ança conse'ui"a &supon/o .ue o leitor sabe =.ue estou (e re*erin"o @ *antasia inconsciente,

ao (aterial .ue =sub>a ao brincar) É =claro .ue (eninos e =(eninas po"e( "ar u( >eito "e atraessaressa *ase por (eio "e u(a =srie "e acor"os co( os pais e se( necessaria(ente (ani*estar rebeli$o e( casa

 4o =entanto, pru"ente le(brar .ue a rebeli$o pertence @=15N=20

liber"a"e .ue =ocEs "era( a seus *il/os, .uan"o os criara( "e (o"o a .ue eles =eistisse( por si

 prAprios Po"er?se?ia "ier, e( al'uns (o(entos =KocE se(eou u( bebE e col/eu u(a bo(ba: ri'or, isso se(pre er"a"e, (as ne( se(pre aparece assi( = 4as *antasias inconscientes co(o u( to"o, re*erentes ao =cresci(ento "urante a puber"a"e e naa"olescEncia, eiste a ==.morte de al'u@m; =Boa parte "elas po"e ser en*renta"a atras "o >o'o,"e "esloca(entos =e a partir "e i"enti*icaçes crua"asD na psicoterapia "o a"olescente &*alo co(o psicoterapeuta), =no entanto, encontra?se a (orte e o triun*o pessoal co(o al'o inerente =ao processo "e (aturaç$o e a.uisiç$o "o nGel a"ulto Isso torna as coisas "i*iceis para pais e tutoresKocEs =po"e( ter certea "e .ue a situaç$o "i*icil ta(b( para os =prAprios a"olescentes, .uec/e'a( co( ti(i"e ao assassinato e ao =triun*o relaciona"os @ (aturaç$o, nessa *ase crucial Po"eser .ue o te(a inconsciente se torne =(ani*esto atras "e u( i(pulso suici"a, ou (es(o "osuicG"io e( =si +s pais n$o po"e( *aer (uita coisaD o (el/or .ue tE( a *aer = soreviver(

=sobreier inatos, =se( (u"ar "e cor, se( ne'ar .ual.uer princGpio i(portante Isso =n$o .uer

"ier .ue eles (es(os n$o possa( crescerJá u(a certa taa "e (ortali"a"e na =a"olescEncia, e u(a certa taa "e (aturi"a"e e( ter(os "eseo e =casa(entoD tale eles se torne( pais co(o os prAprios pais as, e( =al'u( lu'ar, sub>au(a luta "e i"a ou (orte Isso te( .ue acontecer =situaç$o per"e e( (uito sua ri.uea caso seten/a Eito e( =eitar co( *acili"a"e o e(bate "c ar(asIsto (e con"u ao ponto =principal o "i*icil aspecto "a imaturidade ="o a"olescente ="ultos(a"uros precisa( saber "isso e precisa( acre"itar e( sua =prApria (aturi"a"e co(o nunca=20Po"e?se perceber .ue "i*icil "ier essas coisas se( .ue /a>a =(al?enten"i"os,>á .ue po"e((uito *acil(ente soar co(o conersa =ul'ar sobre i(aturi"a"e SA .ue n$o essa a intenç$o =

Page 74: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 74/142

Q(a criança "e .ual.uer i"a"e &"i'a(os, seis anos) po"e "e repente sentir =necessi"a"e "e setornar responsáel, tale ==20

=155=20

"ei"o @ =(orte "e u( "os pais ou ao ro(pi(ento "a *a(Glia Q(a criança =assi( po"e *icar

 pre(atura(ente el/a=20e per"er a espontanei"a"e, os >o'os e o i(pulso criatio "espreocupa"o =Q(a"olescente po"e se encontrar nessa posiç$o co( (uita =*re.LEncia se E "e repente "iante "o oto ou "a

=responsabili"a"e "c ter(inar u(a *acul"a"e É =claro .ue, se as =circunstCncias se alterare( &poree(plo, ocE *ica "oente, ou =(orre, ou está co( "i*icul"a"es *inanceiras), ent$o n$o po"e eitar .ue sur>ao conite ao (enino ou @ (enina =para .ue se torne u( a'ente responsáel antes "o te(poD tale os =ir($os(ais noos ten/a( .ue receber cui"a"os ou e"ucaç$o, ou po"e /aer u(a necessi"a"e absoluta "e "in/eiro

 para sobreier =É ="i*erente, no =entanto, .uan"o, co(o *ruto "e u(a polGtica "elibera"a, os a"ultostrans*ere( responsabili"a"esD real(ente, tal =ato po" representar u(a espcie "e aban"ono nu( (o(entocrGtico =6( ter(os "o >o'o, ou "o >o'o "a i"a, ocE ab"ica >usta(ente .uan"o =o a"olescente ai te (atarl'u( *ica *eli Se( "Hi"a, o a"olescente n$o *icaD e ele .ue =a'ora se tornou o =estalis?ment; !o"a=atii"a"e i(a'inatia, to"o i(pulso "e i(aturi"a"e se per"e( rebeli$o n$o *a (ais =senti"o, e oa"olescente .ue 'an/a o >o'o (uito "epressa lo'o =apan/a"o e( sua prApria ar(a"il/aD te( .ue se tornar

"ita"or, te( .ue =*icar a'uar"an"o ser assassina"o— =

ser (orto n$o =por u(a noa 'eraç$o "e seus prAprios*il/os, (as por =ir($os 4atural(ente, ele procura controlá?los=206ssa u(a "as (uitas situaçes e( .ue a socie"a"e i'nora =a (otiaç$o inconsciente, colocan"o?se e(risco 9o( certea o =(aterial "iário "o trabal/o "o psicoterapeuta po"eria ser u( pouco =utilia"o pelossociAlo'os e polGticos, assi( co(o por pessoas co(uns .ue se>a( a"ultas =— =ou se>a, a"ultas e( =suali(ita"a es*era "e in*luEncia, (es(o .ue ne( se(pre o se>a( na i"a pria"a6stou =a*ir(an"o &"o'(atica(ente, e( *unç$o "a brei"a"e) .ue o =a"olescente =imaturo; i(aturi"a"e u( =ele(ento essencial "a saH"e "urante a a"olescEncia SA eiste =u(a cura

15R=20

 para a =i(aturi"a"e =—a ==.#assa'em do tem#o e =o cresci(ento para a (aturi"a"e .ue o te(po po"etraer 4o *i(, essas ="uas coisas resulta( na e(er'Encia "e u(a pessoa a"ulta 4$o se po"e apressar ne(

retar"ar esse processo, ain"a .ue ele possa ser =interro(pi"o ou "estruG"o, ou "e'enerar e( "oença psi.uiátrica =Penso nu(a 'arota .ue se (antee e( contato co(i'o atras "a =a"olescEncia 6la n$o estaa e(trata(ento os .uatore anos, reelaa ten"Encias =suici"as !o"os os está'ios .ue atraessou *ora((arca"os por poe(as =6is a.ui u(, be( curto, "a poca e( .ue ela estaa co(eçan"o a =e(er'ir "essaten"EnciaI*once Tou#re /urt =—Xit/"raX =Tour /an"KoX not to speak t/ose Xor"sDn" t/en beXare or =loin' unaXareou#=20ll *in" Tour /an" outstretc/e" a'ainYPortanto, ela n$o =está apenas passan"o "e u(a *ase suici"a para outraD no *inal @s =ees /á u(a pita"a "eesperança Jo>e, aos inte e trEs anos, =essa >oe( *un"ou seu prAprio lar, "escobriu os pri(Ar"ios "e u(lu'ar na socie"a"e e =tornou?se capa "e "epen"er "e seu parceiro 6la n$o so(ente a(a seu =lar e seu *il/o,(as ta(b( *oi capa "e inte'rar a.uela tristea, ao ="escobrir seu ca(in/o, e "e encontrar u(a noa(aneira "e se reconciliar =co( seus pais, se( per"er a prApria i"enti"a"e passa'e( "o te(po =*e issotu"oPenso nu( (enino .ue n$o conse'uia se a>ustar =@s restriçes "e u(a escola bastante raoáel u'iu para o(ar, eitan"o assi( =ser epulso urante al'uns anos, eerceu consi"eráeis presses =sobre sua ($e, (asela assu(iu a responsabili"a"e e( relaç$o a ele epois "e certo te(po, oltou e entrou na uniersi"a"e, on"ese =saiu (uito be( pelo *ato "e con/ecer

==157=20

Page 75: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 75/142

lGn'uas "e =.ue nin'u( >a(ais ouira *alar Passou por ários e(pre'os antes ="e se *iar nu(a carreiracre"ito .ue ele ten/a se casa"o, (as n$o =ten/o a intenç$o "e "ier .ue o casa(ento se>a a soluç$o total =—

=e(bora o casa(ento =*re.Lente(ente in"i.ue o inGcio "e u(a socialiaç$o 6ssas "uas /istArias s$o co(unse, ao (es(o te(po, =etraor"inárias i(aturi"a"e u(a parte preciosa "a =a"olescEncia 6la cont( as caracterGsticas (ais *ascinantes "o=pensa(ento criatio, senti(entos noos e "escon/eci"os, i"ias para u( (o"o "e i"a "i*erente socie"a"e precisa ser =c/acoal/a"a pelas aspiraçes "e seus (e(bros =n$o?responsáeis Se os a"ultosab"ica(, os a"olescentes torna(?se =a"ultos pre(atura(ente, (as atras "e u( processo *also Q(consel/o @ socie"a"e para o be( "os =a"olescentes e "e sua i(aturi"a"e n$o per(itir .ue eles .uei(e(=etapas e a".uira( u(a *alsa (aturi"a"e atras "a trans*erEncia "e =responsabili"a"es .ue n$o s$o "eles,ain"a .ue eles lute( por elas9o( a 'arantia "e .ue os =a"ultos n$o $o ab"icar, certa(ente po"e(os consi"erar o G(peto ="osa"olescentes para se encontrar e "eter(inar seu prAprio "estino co(o a coisa (ais ecitante .ue po"e(os erno (un"o .ue =nos ro"eia i"ia a"olescente "e u(a socie"a"e i"eal =esti(ulante e ecitante, (as o

 proble(a .ue a a"olescEncia =i(atura e irresponsáel 6sse aspecto, o (ais sa'ra"o "e to"a aa"olescEncia, "ura apenas =al'uns anos, e u(a caracterGstica .ue precisa ser per"i"a @ =(e"i"a .ue sealcança a (aturi"a"e6stou se(pre le(bran"o a =(i( (es(o a socie"a"e .ue carre'a, perpetua(ente, esse esta"o "ea"olescEncia, =e n$o o rapa ou a (oça .ue, in*eli(ente, se trans*or(a( e( =a"ultos e( poucos anos e sei"enti*ica( (uito precoce(ente co( al'u( =tipo "e estrutura on"e noos bebEs noas crianças e noos

a"olescentes po"e( *icar lires para ter ises, =son/os e noos planos para o (un"o+ triun*o "i respeito a essa =a.uisiç$o "e (aturi"a"e atras "o processo "e cresci(ento + =triun*o n$ote( relaç$o co(

158=20

a *alsa =(aturi"a"e, basea"a na personi*icaç$o *ácil "e u( papel a"ulto =atos terrGeis se encerra( nessaa*ir(aç$o==20A nat,ra "a i(at,ri"a"

=É =necessário =consi"erar por u( (o(ento a naturea "a i(aturi"a"e 4$o po"e(os esperar .ue oa"olescente este>a cVnscio "e sua prApria =i(aturi"a"e, ou .ue con/eça as caracterGsticas "a i(aturi"a"e

 4e( = necessário .ue ele as enten"a + .ue i(porta .ue os ="esa*ios "a a"olescEncia se>a( en*renta"os

;ue( "ee en*rentá?los9on*esso .ue (e =sinto ultra>an"o o assunto ao *alar sobre ele ;uanto (ais *ácil a =erbaliaç$o, (enose*eito se obt( I(a'ine al'u( "ien"o =a a"olescentes parte (ais ecitante "e ocEs suai(aturi"a"e: Isso seria =u( ee(plo 'rosseiro "e co(o n$o en*rentar o "esa*io a"olescente =Po"e ser .ue a*rase en*rentar o "esa*io: represente u( retorno =@ sani"a"e, pois o entendimento =*oi substituG"o =pelocon"ronto; =Qsa?se a.ui a palara =con*ronto: para in"icar u( a"ulto .ue se (ant( *ir(e e =reiin"ica o"ireito "e ter u( ponto "e ista pessoal, al'u( .ue =po"e ter o apoio "e outros a"ultosO = #otencial na =adolesc+ncia =—+bsere(os .ue tipo ="e coisa os a"olescentes n$o conse'uira(s (u"anças "a =puber"a"e ocorre( e( i"a"es "iersas, (es(o e( crianças sau"áeis =+s rapaes e as(oças na"a po"e( *aer al( "e esperar por elas !al espera i(pe u(a =press$o consi"eráel sobre to"os,especial(ente sobre a.ueles cu>o ="esenoli(ento (ais tar"io 6stes po"e( acabar i(itan"o os .ue se="esenolera( (ais ce"o, situaç$o .ue con"u a u( *alsa (aturaç$o, cu>a base a =i"enti*icaç$o, e n$o o

 processo inato "e cresci(ento e =.ual.uer (aneira, a (u"ança seual n$o a Hnica Já u(a =(u"ança e("ireç$o ao cresci(ento *isico e=20@ a.uisiç$o "e *orça realD portanto, /á u( peri'o

15%=20

=real .ue "á noo =si'ni*ica"o @ iolEncia Uunto co( a *orça e( a espertea e o =con/eci(ento prático6 sA co( o passar "o te(po e co( a eperiEncia "e i"a .ue o (enino e a =(enina po"e( aceitar aresponsabili"a"e por tu"o o .ue ocorre no (un"o ="a *antasia pessoal 6n.uanto isso, /á u(a suscetibili"a"eetre(a =@ a'ress$o, .ue se (ani*esta na *or(a "e suicG"ioD ou ent$o a a'ress$o =se trans*or(a nu(a busca

 por perse'uiç$o, .ue u(a tentatia ="e sair "a loucura "e u( siste(a persecutArio "elirante +n"e a

Page 76: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 76/142

=perse'uiç$o espera"a "elirante(ente, /á o risco "e .ue ela se>a prooca"a, nu(a =tentatia "e eas$o "aloucura e "o "elGrio Q( >oe( &ou u(a =>oe() psi.uiatrica(ente "oente, co( u( "elGrio be( estrutura"o,

 po"e in*la(ar u( siste(a "e pensa(ento 'rupal e =lear a episA"ios .ue se baseia( e( perse'uiç$o= #rovocada; =Q(a e alcança"a a "eliciosa si(pli*icaç$o "e u(a posiç$o =persecutAria, a lA'ica n$o te((ais ali"a"e

 4o entanto, =a press$o (ais "i*icil "e to"as a .ue se re*ere @ *antasia se6ual inconsciente =e @ riali"a"e=associa"a @ escol/a ob>etal+ a"olescente, ou o (enino ou a =(enina .ue ain"a est$o e( processo "e cresci(ento, ain"a n$o po"eassu(ir responsabili"a"e =pela cruel"a"e, pelo so*ri(ento, pelos /o(icG"ios e assassinatos .ue =o panora(a(un"ial o*erece Isso poupa o in"iG"uo .ue se encontra =nesse está'io "e u(a reaç$o etre(a contra aa'ress$o pessoal latente, ou se>a, o suicG"io =&u(a aceitaç$o patolA'ica "a responsabili"a"e por to"o o (al=.ue eiste ou po"er ser i(a'ina"o) Parece .ue o senti(ento "e culpa =latente .ue eiste no a"olescente

terrGel asta(?se anos para o "esenoli(ento, no in"iG"uo, "a =capaci"a"e "e "escobrir, no =self =o

e.uilGbrio entre o be( e o (al, e entre o A"io e a "estruiç$o .ue =aco(pan/a( o a(or "entro "o =self

= 4esse senti"o, a =(aturi"a"e correspon"e=20@ i"a posterior, e n$o se po"e esperar .ue o a"olescenteener'ue =al( "o está'io se'uinte, o perGo"o e( torno "os inte anos =-s ees se assu(e .ue (eninos e (eninas .ue, co(o se "i, =pula( "e ca(a e( ca(a: e .ue (antE(relaçes seuais

1R0=20

&e tale =ten/a( u(a 'rai"e ou "uas) alcançara( a (aturi"a"e seual 6les =(es(os sabe( .ue isso n$o

er"a"e, e co(eça( a "esprear o =seo co(o tal É =*ácil "e(ais =(aturi"a"e seual te( .ue incluir to"a a *antasia seual inconsciente, e =o in"iG"uo, e( Hlti(a análise, precisa ser capa "e aceitar tu"o o .ueaparece na (ente >unto co( =a escol/a ob>etal, a consciEncia ob>etal, a satis*aç$o seual e =o entrelaça(entoseual 6 /á ta(b( o senti(ento "e culpa, .ue = apropria"o e( ter(os "a *antasia inconsciente co(o u(to"o=Fonstruç$o( =re#araç$o( restituiç$o =—+ a"olescente ain"a =n$o po"e con/ecer a satis*aç$o proeniente "a=participaç$o nu( pro>eto .ue precisa incluir a caracterGstica ="a con*iança + a"olescente n$o po"e aaliar o.uanto o trabal/o "i(inui o senti(ento pessoal "e culpa =&.ue se re*ere a i(pulsos a'ressios inconscientes,inti(a(ente =incula"os ao relaciona(ento ob>etal e ao a(or), e( *unç$o "e sua =contribuiç$o social, e

assi( a>u"a a "i(inuir o (e"o interno, al( "o 'rau "e =i(pulso suici"a e a propens$o a aci"entes= dealismo =—Po"e?se "ier .ue u(a ="as caracterGsticas ecitantes "os a"olescentes seu i"ealis(o =6lesain"a n$o se *a(iliariara( co( a "esilus$o, e o corolário ="isso .ue est$o lires para construir planosi"eais Por ee(plo estu"antes "e arte =po"e( er .ue possGel ensinar be( arte, e portanto reiin"ica(=.ue se ensine arte correta(ente 6 por .ue n$o 6 .ue eles n$o lea( e( conta .ue eiste( poucas pessoas.ue po"e( ensinar arte ="ireito +u ent$o eles Ee( .ue as instalaçes *isicas =s$o ina"e.ua"as, eG'uas e

 po"eria( ser (el/ora"as, e ent$o ='rita( +s outros .ue encontre( "in/eiro para isso=20Pois be(:,"ie(, aban"one( os pro'ra(as "e ar(a(entos e =utilie( o "in/eiro na construç$o "e u(a noauniersi"a"e: =4$o cabe ao a"olescente ter u(a is$o a lon'o prao, prApria ="a.ueles .ue atraessara(árias "ca"as e est$o co(eçan"o a *icar el/os

1R1=20

!u"o isso =absur"a(ente si(pli*ica"o +(ite a i(portCncia pri(or"ial "a a(ia"e =+(ite u(a "e*esa "a posiç$o "a.ueles .ue ie( se( casa(ento ou =cu>o casa(ento a"ia"o 6 "eia "e la"o o proble(a "a bisseuali"a"e, .ue acaba se =resolen"o, e(bora nunca "e (o"o co(pleto, e( ter(os "e escol/a e=constCncia ob>etal !a(b( consi"era"o ponto pacG*ico ='ran"e parte "o .ue se re*ere @ teoria "o brincarcriatio l( "isso, eiste a /erança =culturalD n$o se po"e esperar .ue, na a"olescEncia, o (enino ou a=(enina ("ios ten/a( (ais "o .ue u(a a'a i"ia "a /erança =cultural "o /o(e(D as pessoas tE( .uetrabal/ar "uro sA para saber .ue ela eiste os sessenta anos, =a.ueles .ue /o>e s$o rapaes e (oças $o*icar se( *Vle'o, =tentan"o recuperar o te(po per"i"o na perse'uiç$o "as ri.ueas "a =ciiliaç$o e "e seussubpro"utos acu(ula"os+ principal .ue a =a"olescEncia (ais "o .ue a puber"a"e *isica, ain"a .ue este>a =(uito basea"a nela

Page 77: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 77/142

"olescEncia i(plica cresci(ento, e esse =cresci(ento lea te(po in"a .ue ocorra cresci(ento,a=20res#onsailidade =@ dever das "i'uras #arentais; =Se elas ab"ica(, os =a"olescentes s$o obri'a"osa u( salto para a *alsa (aturi"a"e, per"en"o sua (aior =ri.uea a liber"a"e "e ter i"ias e a'ir por i(pulso= S,(%rio ==20

Fesu(in"o, = ecitante .ue a a"olescEncia se>a participante e ten/a o =atia, (as o es*orço .ue

o a"olescente *a para se sentir aci(a "e =to"as as necessi"a"es "o (un"o precisa ser en*renta"oD necessário .ue se l/eS *orneça reali"a"e, por (eio ="e u( ato "e con*ronto 6sse con*ronto te(.ue ser pessoal +s a"ultos =s$o necessários para .ue os a"olescentes ten/a( i"a e iaci"a"e =con*rontaç$o re*ere?se @ contenç$o .ue n$o retalia"ora, .ue n$o cont( =in'ança, (as .ue te(

*orça prApria =É ==20salutar le(brar .ue o estu"ante turbulento e sua (ani*estaç$o =po"e( ser,e( parte, pro"uto "e u(a atitu"e

1R2

.ue te(os =or'ul/o "e ter conse'ui"o atras "os cui"a"os "ispensa"os ao bebE =e @ criança eie .ue o >oe( altere a socie"a"e e ensine o a"ulto a er o (un"o ="e (o"o total(ente nooD (as, se /ouer "esa*io por parte "o (enino ou ="a (enina e( cresci(ento, "eie .ue u( a"ulto en*rente o "esa*io 6 ele =n$o ai

ser necessaria(ente a'ra"áel 4a *antasia inconsciente, essas s$o .uestes "e i"a ou =(orte

1R3=20

==p1===20=20

=====20

=20

===O #reço de =desconsiderar a #es'uisa

 #sicanalíticaPalestra profer"da =na onfer'ncia An#al da ational Association for Mental :ealth, =intit#lada ;7 preço da sa+de mental =“, no Assemly :ail, =h#rch :o#se, <estminster, $5 de fe!ereiro de 1965=ara termos uma =id&ia do pre'o que pa1amos por ne1li1enciar os ac#ados dapesquisa psicanaltica, =precisamos nos inda1ar primeiro sobre a natureza dapesquisa =psicanaltica. $erá que %ustamente aqui a ci4ncia se divide em=pesquisas aceitáveis e pesquisas que dizem respeito ao inconscienteG Umaconsidera'"o importante precisa ser =feitaF n"o se deve esperar que o p)blico em1eral este%a =interessado em motiva'es inconscientes.ode-se dizer que =existem dois camin#os para a verdadeF

o po&tico e o cientfico. As dados de pesquisa se relacionam com=a aborda1em cientifica. = A =pesquisa =cientfica, que pode ser um=20trabal#o ima1inoso e criativo, está atrelada a um ob%eto limitado, =ao resultado do experimento e 3 predi'"o.A =vnculo entre a verdade po&tica e a verdade cientfica se =encontra, comcerteza, nas pessoas =20 em mim e em voc4. A poeta que #á em mim alcan'aa verdade num =lampe%o, e o cientista que #á em mim busca uma faceta daverdade6 o =cientista alcan'a o ob%etivo imediato e, na medida em que o faz,

Page 78: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 78/142

=apresenta-se um novo ob%etivo.=20 verdade po&tica tem certas vanta1ens. ara o indivduo, a =verdade po&ticaoferece satisfa'es profundas, e na nova =express"o de uma vel#a verdadeexiste a possibilidade de uma nova =experi4ncia criativa, em termos da beleza. >muito dificil, no=20

=11=20

entanto, usar a verdade po&tica. :rata-se de uma quest"o de =sentimentos, e nemtodos sentem a mesma coisa em rela'"o a um =determinado problema. trav&sda verdade cientfica, que tem um ob%etivo limitado, esperamos fazer com quepessoas que =usam a mente e podem ser influenciadas por considera'es=intelectuais c#e1uem a um acordo em certas áreas. +a poesia, al1o verdadeirose cristaliza6 para plane%ar nossa =vida, precisamos da ci4ncia. $! que a ci4nciase equivoca no =problema da natureza #umana, e tende a perder de vista o ser#umano como =um todo.=20u estava pensando nisso enquanto ol#ava pela :M o funeral de $ir =inston

V#urc#ill. A que me deixou exausto, enquanto eu lá me =encontrava,comodamente sentado, foi o peso do caix"o e a press"o =suportados em nome detodos n!s por aqueles oito carre1adores. A fardo da cerim?nia repousava nos=ombros daqueles #omens, que #aviam sido ornamentados de modo apropriado.= :M nos relatou #ist!rias ntimas a respeito do quase colapso de =um ou outrocarre1ador, e correu um boato de que o caix"o, revestido de c#umbo, pesavameia =tonelada, depois reduzida para um quarto.Sem, eu con#eci um =inventor, um #omem que fazia ci4ncia aplicadaF ele teveuma id&ia. =@nventou um caix"o muito leve e tentou colocá-lo no mercado. $eesse #omem tivesse consultado uma d)zia de =psicanalistas, descobriria quetodos concordariam em dizer que o peso =sustentado pelos carre1adores & o

peso da culpa inconsciente, um =smbolo da dor. Um caix"o leve implica umane1a'"o da tristeza, conseqQentemente, uma =falta de seriedade.> verdade que qualquer pessoa sensvel =poderia ter rea1ido a isso de modopo&tico. Vonsidere a1ora, no =entanto, um comit4 de plane%amento composto deservidores civis de alto nvel, 3s =voltas com um funeral oficial. +a área doprocesso intelectual de =1rau superior, & necessário encontrar uma alternativapara a =verdade po&tica & a isso que se dá o nome de pesquisa cientfica.$eria preciso invocar a =ci4ncia, e o primei-=20

KW2

ro experimento cientfico seria li1ado 3s modifica'es =de press"o san1Qnea de#omens que carre1am 1randes pesos. Uma =centena de pro%etos afloram 3mente. Bas 7e esta & a quest"o8 =será que esses pro%etos, se combinados, noslevariam ao conceito de =simbolismo inconsciente e 3 tristezaG > para a que a=psicanálise nos conduz. reciso per1untarF como se poderia usar a =investi1a'"opsicanalticaG Iue tipo de investi1a'"o poderia ser c#amada de pesquisapsicanalticaG7c#o =que devo i1norar tudo aquilo que os psicanalistas escreveram uns para os=outros.8

Page 79: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 79/142

  pesquisa psicanaltica n"o pode ser restrin1ida =ao padr"o que se adapta 3pesquisa nas ci4ncias fisicas. :odo analista faz pesquisa, mas =n"o uma pesquisaplane%ada enquanto tal, pois o analista precisa =se1uir necessidades que semodificam e os ob%etivos da pessoa em análise. sse fato nunca pode serocultado, A tratamento do paciente n"o =pode ser adiado por necessidades de

pesquisa, e %amais se pode repetir o =contexto da observa'"o, A mel#or & que oanalista volte a examinar o que aconteceu, relacione isso com a =teoria emodifique a teoria de modo apropriado.+"o #á d)vida de que se poderia delinear um pro%eto de pesquisa6 possoapresentar =um plano a1oraF um pesquisador adequado, com um con#ecimentooperante da =teoria do crescimento #umano, poderia visitar formalmente dezanalistas, =munido de #onorários e de uma=20)nica per1unta, que bem poderiaserF como & que a id&ia do =O:A apareceu no material das análises que voc4srealizaram no =m4s passadoGoder-se-ia escrever um trabal#o valioso sobre =esse material, que incluiria aid&ia do preto como ela aparece nos son#os dos pacientes e no brincar das=crian'as. ssa id&ia revelaria al1o do simbolismo que ela carre1a, =e as rea'esinconscientes que as várias pessoas t4m em =rela'"o ao preto. se1undaper1unta poderia serF será que suas =observa'es confirmam a teoriapsicanaltica corrente ou elas =solicitam uma modifica'"o da teoriaG Um resultadopoderia ser a =descoberta de que ainda #á=20

KWP

muita coisa descon#ecida a respeito do si1nificado do preto no =inconsciente. Bastamb&m #á muita coisa con#ecida e que está =esperando para ser divul1ada.Iual & o pre'o de se i1norar essa pesquisa que poderia ser feita com tanta=facilidadeG Um pre'o muito alto & que vai continuar #avendo o =desentendimento

das pessoas de pele branca em rela'"o 3s de =pele ne1ra, e dos mil#es dene1ros em rela'"o aos brancos. Iual & o pre'o de nosso desperdcio =sistemáticoda observa'"o sistemática daquilo que está =sendo feito por todo analistapraticante que está atento enquanto =trabal#aG

 inda se vai perceber que a pesquisa psicanaltica tem pouco a fazer com ratos e=cac#orros, ou com %o1os de sal"o, ou com avalia'es e =concluses estatsticas,A material da pesquisa psicanaltica =& essencialmente o ser #umano... sendo,sentindo, a1indo, relacionando-se =e contemplando.ara mim, a pesquisa analtica & a =experi4ncia coletiva de analistas, que s!precisa ser or1anizada =de modo inteli1ente. Vada um de n!s realizou umaquantidade tremenda de observa'es detal#adas e =estamos transbordando de

con#ecimento e ele está sendo =desperdi'ado. Vontudo, nosso trabal#o serefere 3 motiva'"o inconsciente, e isso nos afasta dos plane%adores. araencontrar um =p)blico que leia seus ac#ados, o cientista 7em assuntos #umanos8=precisa, infelizmente, i1norar o inconsciente.:alvez =dev4ssemos aceitar o fato de que a motiva'"o inconsciente n"o & o pratopreferido da sociedade, exceto quando =ele se cristaliza em al1uma forma de arte.

 ceitando isso, podemos =encarar de novo a quest"oF que pre'o pa1amosXG responder que =pa1amos o pre'o de permanecer onde estamos, %o1uetes da

Page 80: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 80/142

economia, da poltica e do =destino. essoalmente, n"o ten#o queixas.$e1ue-se uma =enumera'"o de exemplos si1nificativos da rea'"o ne1ativa da=sociedade 3 uni"o entre o conceito de inconsciente e a investi1a'"o cientfica, =eeu os forne'o sem ter a menor id&ia de que uso possa ser feito =deles. +"o ten#oque provar aqui que a psicanálise & a mel#or =forma de tratamento.=20

1=$em d)vida, a =psicanálise fornece uma forma )nica de preparo para o analista6=isso ocorre mesmo que um caso fracasse enquanto procedimento terap4utico.$e =eu estiver correto no tema simples que estou abordando no presente =estudo,ent"o um treinamento e uma prática em psicanálise poderiam ser altamentevalorizados quando um #omem ou uma mul#er =dese%am se preparar para lidarcom seres #umanos, se%am eles =saudáveis ou doentes.ermitam-me supor que, em vez de inquirir =a respeito do “preto”, ospesquisadores fossem per1untar sobre a 1uerra, a bomba e a =explos"opopulacional.=>#erra( =  discuss"o do =valor inconsciente da 1uerra=20& praticamente umtabu para indivduos ou 1rupos. +o entanto, caso =se deixe isso de lado, comcerteza o pre'o será nada menos do que =o desastre de uma terceira 1uerramundial.= ? oma( oder-se-ia =examinar o simbolismo inconsciente da fisicatermonuclear e sua =aplica'"o em termos de bombas. $"o os analistas que seocupam =de casos limtrofes 7personalidades esquiz!ides8 que dispem deinforma'"o nesse campo. stou pensando na =bomba como um exemplo, dentroda fisica, daquilo que em psicolo1ia =din;mica se denomina desinte1ra'"o dapersonalidade.0&plos.o =pop#lacional(  =explos"o populacional 1eralmente & estudada emtermos da economia, =mas #á mais que pode ser dito e o assunto n"o se es1otana palavra “sexualidade”. Vom toda certeza, as =dificuldades no controle dasuperpopula'"o aparecem na prática =psicanaltica diária. Bas, como eu %á disse,o psicanalista tem que aprender a ocultar aquilo que aprende, se =resi1nar diantedo fato de que nin1u&m quer saber o que um exame =pessoal e intenso revelaacerca dos sentimentos #umanos.=ermitam-me ol#ar por um instante o vasto territ!rio da psiquiatria, ainda que eun"o se%a, estritamente falando, =um psiquiatra.=20

()* ==20

==ustri'/t= A #si'uiatria de =adultos

m certos #ospitais e =clnicas para doentes mentais adultos, os psiquiatras t4m=acrescentado, 3 sua moderna atitude #umana, uma tentativa de aplicar=descobertas psicanalticas. Autros #ospitais se contentam com a atitude#umana, dificil o =suficiente por si mesma, quando centenas e at& mil#ares depacientes =ficam confinados numa institui'"o.xiste uma =considerável contribui'"o para o entendimento dos fen?menosdepressivos que está esperando =ser levada do campo psicanaltico para o campopsiquiátrico. Um =aspecto disso 7escol#o apenas um detal#e8 poderia ser a

Page 81: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 81/142

necessidade que =as pessoas deprimidas t4m de que se l#es permita ficaremdeprimidas e serem mantidas vivas e =cuidadas durante um perodo de tempo emque possam resolver seus =pr!prios conflitos ntimos, com ou sem psicoterapia.

 Es =vezes pode-se ter nostal1ia da palavra “asilo”, se ela pudesse ter o si1nificadode um ref)1io, para onde =certos tipos de pacientes depressivos pudessem

retirar-se em busca de =abri1o. A pre'o, aqui, tem que ser medido em termos desofrimento =#umano e desperdcio. Um detal#e prático & que o p)blico deveriaaceitar o suicdio como um =acontecimento triste, e n"o encará-lo como indicativode al1uma =ne1li14ncia do psiquiatra. amea'a de suicdio & uma =esp&cie dec#anta1em, que faz com que o psiquiatra %ovem superprote%a e =forne'a umsuper- tratamento ao paciente, interferindo com o mane%o =#umano do casodepressivo comum.Um assunto muito mais =controverso, como voc4s podem constatar se ficarempara ouvir o aspecto biol!1ico #o%e, =& o da pesquisa da esquizofrenia,especialmente quando muitos ensinam =que a esquizofrenia & uma doen'a,resultado de #eran'a e de uma =disfun'"o bioqumica. esquisas nessa lin#arecebem pleno apoio. +o entanto, aqui =tamb&m existe uma contribui'"o a serdada pela psicanálise. =m fun'"o de erros de dia1n!stico, os psicanalistas t4msido =for'ados a estudar pessoas esquiz!i-

KWW

des e come'am a ter coisas a dizer sobre pessoas que l#es trazem =umasintomatolo1ia esquiz!ide. +esse trabal#o do psicanalista, a =esquizofreniaaparece como um dist)rbio da estrutura'"o da =personalidade.=20/eliz do psicanalista que tem al1um ami1o psiquiatra que recebe e cuida =deseus pacientes analticos quando eles entram em surto e ainda =convida oanalista a continuar assumindo o tratamento, quer dizer, o =aspectopsicoterap4utico do tratamento. Uma 1rande quantidade de pesquisa psicanaltica

 %á =foi suspensa por causa de suspeitas m)tuas entre psiquiatras e =psicanalistas.A valor da atividade interdisciplinar nesse campo n"o pode ser medidoexatamente em termos de cura, mas em termos da =forma'"o do psiquiatra e dopsicanalista.De modo 1eral, a =tend4ncia da psicanálise & relacionar a etiolo1ia da=esquizofrenia com uma revers"o do processo de matura'"o da primeira inifincia,na &poca cm que a depend4ncia =absoluta & um fato. @sso poderia trazer aesquizofrenia para a esfera =da luta #umana universal e poderia afastá-la dadimens"o do =processo especfico de uma doen'a. A mundo m&dico precisaur1entemente desse fra1mento de sanidade, =pois as doen'as que sur1em daluta #umana n"o deveriam ser =a1rupadas %unto com dist)rbios que s"o

secundários a processos =de1enerativos.+"o posso me referir ao meu pr!prio campo, a psiquiatria infantil, =pois, para fazer uma condensa'"o que me satisfizesse, seria =necessário um livro inteiro.= A #rática =m+dica=, 9á uma =área t"o vasta de intera'"o entre o campo da prática =m&dica e o dapsicanálise que n"o posso fazer mais do que uma =breve refer4ncia a ela. mesma inte1ra'"o que se faz necessária nos dois aspectos da personalidade

Page 82: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 82/142

=cindida do paciente, em que o dist)rbio psicossomático esconde o =dist)rbiomental,=20

====1 =20

tamb&m se faz necessária entre m&dicos e psicanalistas. =Vomo & que o pacientepsicossomático pode conse1uir =inte1ra'"o se aqueles que cuidam do caso n"oentram em acordoG =m todos esses campos existem #o%e or1aniza'es profissionais que tentamestabelecer pontes e inte1rar os resultados =dos vários 1rupos de investi1adores,incluindo os psicanalistas, que =sempre acabam desempen#ando o inc?modopapel de camel?s da =motiva'"o inconsciente.

 A educação =+o campo da =educa'"o, o pre'o de se i1norarem os resultados da pesquisa=psicanaltica poderia ser medido em termos de ne1li14ncia na escola maternal,=na educa'"o primária, e em tudo aquilo que veio de Bar1aret =BcBillan, $usan@saacs e outros. oderia ser medido em termos da perda de oportunidade para oaprendizado criativo, em =oposi'"o ao aprendizado em que se & ensinado, ou em

termos da =interfer4ncia na educa'"o de crian'as normais, em =fun'"o da falta deinstitui'es que separem as crian'as emocionalmente perturbadas, especialmente=as oriundas de lares deficitários.xemplificando um detal#e =especficoF a puni'"o corporal em ton, ou emqualquer escola =destinada a crian'as normais, vindas de lares intatos, n"o podeser discutida do mesmo =modo que se discute a id&ia da puni'"o corporal emescolas para =meninos e meninas anti-sociais e carentes. Besmo assim, as cartaspara o =@he @imes =tendem a i1norar esse =fato. Bas a id&ia da puni'"o corporaltem um si1nificado =inconsciente que difere, caso a crian'a este%a na cate1oriados saudáveis ou dos doentes. os professores precisa ser =apresentada adin;mica do cuidado infantil tanto quanto & =necessário que se l#es ensine a

ensinar. les precisam, al&m =disso, receber instru'"o em dia1n!sticoeducacional.=20

KWH

 A =relação mãe-criança=+"o vou fazer =sen"o uma breve refer4ncia 3 área de relacionamento =m"e-crian'a e pais-crian'a, pois %á escrevi min#a parte da =contribui'"o psicanalticapara esse assunto. Mou =lembrá-los, no entanto, que a psicanálise tende amostrar que a =base da sa)de mental n"o & s! #ereditária, e tamb&m n"o &apenas uma quest"o probabilstica6 a base da sa)de =mental se estabelece

ativamente durante a primeira inf;ncia, quando a =m"e & satisfat!ria em suatarefa, e no intervalo de tempo que =dura a inffincia, vivida numa famlia que sedesempen#e enquanto tal.

  pesquisa psicanaltica, =portanto, dá o máximo apoio 3 m"e satisfat!ria nomane%o =naturalmente satisfat!rio de seu fil#o, e 3 coopera'"o parental, enquantoela existe e continua a funcionar de modo =satisfat!rio. :amb&m dá o máximoapoio 3 famlia =enquanto institui'"o em exerccio, especialmente em dois=momentos cruciais no desenvolvimentoF a idade pr&-escolar e a adolesc4ncia.

Page 83: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 83/142

Dá ainda o mesmo apoio 3 =intera'"o viva entre pais e professores, quecaracteriza o mel#or =momento do perodo de lat4ncia.= A adolescência =

  pesquisa =psicanaltica contribui para uma teoria 1eral da adolesc4ncia e de=sua rela'"o com a puberdade, %untando seus esfor'os com o trabal#o feito por

outros profissionais no que diz respeito a =essa fase do desenvolvimento. :alvez ofato, atualmente universal, de =que os adolescentes est"o sendo adolescentesdurante a adolesc4ncia, se%a, em si 7pelo menos em parte8, um resultado positivodos =princpios provenientes da pesquisa psicanaltica.

 queles =que valorizam a famlia e pensam que o indivduo precisa de umcontexto familiar podem encontrar maior apoio na =pesquisa psicanaltica do queem qualquer outro lu1ar. psi-=20

()"=canálise revelou o =modo pelo qual o processo maturacional no crescimento doindivduo precisa de um ambiente facilitador, e como o ambiente facilitador, =emsi, & uma coisa muito complexa, com suas pr!prias =caractersticasdesenvolvimentais.=O m+dico de =família=, > tentador =acrescentar al1umas palavras sobre a tarefa do m&dico de famlia.=Um inqu&rito entre os psicanalistas 3 &poca em que o 9ealt# =$ervice foiinstitudo teria trazido=203 tona o con#ecimento %á disponvel de que acomunidade tem um =potencial dc #ipocondria ilimitada, com a correspondenteansiedade =#ipocondraca do m&dico que abusa de receitas. +o entanto, n"o=seria razoável esperar a solicita'"o de uma informa'"o desse tipo 3 &poca doplane%amento, =%á que o plane%amento tem sua pr!pria motiva'"o =inconsciente. Apre'o, aqui, tem sido pesado.

 l&m do mais, =a informa'"o %á estava prontaF o p)blico odeia e inve%a osm&dicos, enquanto cada membro do p)blico =ama e confia em seu pr!priom&dico6 ou, inversamente, o p)blico =idealiza a profiss"o m&dica, mas ao mesmotempo os indivduos =n"o conse1uem ac#ar um m&dico que sirva para elespr!prios. As sentimentos p)blicos e =individuais tendem a ser opostos no que dizrespeito aos m&dicos. =os m&dicos sucumbem ao mesmo conflito demotiva'es =inconscientes. os mel#ores, dentre os m&dicos, est"oexcessivamente envolvidos com a clnica para fazerem uma pausa =eexaminarem ob%etivamente seus pr!prios problemas.=.m caso es#ecial =de tendência anti-social:alvez o uso mais =positivo das descobertas psicanalticas pela sociedade ten#aocorrido =em sua aborda1em do problema=20

=18% =20

do comportamento anti-social. Uma raz"o para isso talvez resida =no fato de queo exame da crian'a anti-social conduz a uma =#ist!ria de priva'"o e 3 rea'"o quea crian'a tem a =um trauma especfico. Desse modo, existe menos resist4ncia 3pesquisa da =din;mica da tend4ncia anti-social, pois o que se encontra n"o =&exatamente a motiva'"o inconsciente. $ob circunst;ncias =adequadas, a crian'a

Page 84: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 84/142

com experi4ncia real de priva'"o & recuperável, sem que se lance m"o =doprocesso analtico. sociedade usou bastante o trabal#o de SoYlbZ =e deOobertson sobre separa'"o, e um resultado prático tem sido =a institui'"o devisitas facilitadas e a coabita'"o de pais e fil#os em al1uns =#ospitais infantis. mrela'"o a outras aplica'es dessa =pesquisa, poder- se-ia dizer que uma das

razes da rápida =aceita'"o, no p!s- 1uerra, dos ber'ários, no lu1ar das 1randesinstitui'es, foi que os =ber'ários s"o muito mais baratos, recebendo, assim, oapoio de =altos funcionários do :esouro.A pre'o de i1norar coisas =con#ecidas sobre a delinqQ4ncia pode=20ser medidoem termos dos custos para a comunidade. 9á, por&m, uma =caractersticapositiva, aquiF o V#ildren ct 7ei da Vrian'a8, de =KT(H, que & medicinapreventiva no que diz respeito 3 =delinqQ4ncia, talvez a mel#or coisa isolada emtoda a enorme área que estou =examinando.=/ividendos=+"o & min#a inten'"o ser totalmente pessimista. Da mesma forma que /reudpermeou a vida, a =literatura e as artes visuais, assim tamb&m os princpios da=psicolo1ia din;mica tiveram seus efeitos sobre o cuidado infantil, a =educa'"o ea prática reli1iosa. m todos os lu1ares, as pesquisas dos analistas =fortaleceramtodos aqueles que pensam em termos do crescimento emocional =do indivduo eque pensam na sa)de como um camin#o que o =indivduo percorre, dadepend4ncia para a independ4ncia, e do pro1resso da crian'a em ir seidentificando, =1radualmente e=20

181=no devido tempo 7isto =&, depois, e n"o durante a adolesc4ncia8, com asociedade, =tomando parte, como adulto, em sua manuten'"o e modifica'"o.Vom o tempo será mais fácil aceitar =que as descobertas da psicanálise sempreestiveram alin#adas com =outras tend4ncias orientadas para uma sociedade quen"o viola a =di1nidade do indivduo. Vaso o mundo sobreviva 3s pr!ximasd&cadas, =descobrir-se-á que a id&ia impopular das motiva'es =inconscientestem sido um elemento essencial na evolu'"o da =sociedade, e que a pesquisapsicanaltica terá tido sua parte em poupar o mundo daquilo que, sem o conceitode =motiva'"o inconsciente, acaba se transformando em destino. $eria =bom quea motiva'"o inconsciente pudesse ser mais aceita e mais estudada, antes quec#e1ue o =tempo de o destino mudar nosso modo de soletrá-la parafait=accompli(=$% 

18$ =20

==p1===20=20

=====20

=20

====0ste feminismo=Rasc#nho de #ma palestra proferida na Progressi!e eag#e, $% de no!emro

Page 85: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 85/142

=de 196=sta =& a cois mais peri1osa que eu fiz nos )ltimos anos. +aturalmente, eu =n"oteria escol#ido esse ttulo, mas estou disposto a assumir =quaisquer riscos queeste%am envolvidos e se1uir adiante, fazendo uma =afirma'"o pessoal.$erá que posso admitir como verdade que #omens e mul#eres n"o s"o

=exatamente i1uais e que cada #omem tem um componente feminino e cada=mul#er um componente masculinoG reciso ter al1uma base para elaborar =umadescri'"o das semel#an'as e das diferen'as existentes entre os sexos. Deixeiespa'o para =uma palestra alternativa caso esta audi4ncia n"o concorde comessa =suposi'"o. Vaso voc4s di1am que =n.o h) di2Brenças, =paro =por aqui.De qualquer maneira, o tema & amplo e n"o posso incluir tudo o que sei ou pensosaber. ode ser que al1o que =se%a importante para al1u&m permane'a ocultonaquilo que vou =deixar de lado.==,A aborda!em desenvolvimentista==:en#o uma tend4ncia natural para considerar esse assunto em termos do=desenvolvimento do indivduo, desenvolvimen=-=20

==(1=3= =20

to que come'a no incio de tudo e vai at& o momento da =morte, na vel#ice.Desenvolvimento & min#a especialidade. +"o me =preocupa definir se o #omem &mel#or do que a mul#er, ou se #á um =uso para o termo “bonitin#a” do ladofeminino que exi1e uma contrapartida do lado masculino, como =por exemplo“fort"o”. :udo isso deve ser deixado para os =poetas.+a realidade 7caso voc4s saibam o que quero dizer com =isso8, o #omem e amul#er possuem formas pr!prias. > muito conveniente que um rapaz queira ser,no con%unto, um =#omem, e uma mo'a, no con%unto, queira ser uma mul#er. +oentanto, =isso n"o &, de modo al1um, o que se pode constatar em todos os

=casos. , caso se leve em considera'"o os sentimentos mais profundos e oinconsciente, pode-se descobrir com =facilidade um #omem dur"o morrendo devontade de ser uma 1arota, e uma adolescente de vida =sexual intensa sentindoconcomitantemente uma permanente inve%a dos =#omens. +a verdade, pode-seesperar todo tipo de identifica'"o =cruzada, e os problemas adv4m principalmentedo modo como essas coisas inconvenientes podem estar de =fato escondidas noinconsciente reprimido. roblemas piores adv4m do =modo como, em pessoasesquiz!ides, uma cis"o na personalidade pode separar os elementos masculinose femininos, ou separar o =funcionamento do todo do funcionamento das partes.ermitam-me =examinar isso em cinco nveis arbitráriosFK. maioria dos =mac#os tornam-se #omens e a maioria das f4meas tornam-se

mul#eres, mas precisamos considerar os vários tiposF =#eterossexuais,#omossexuais ou bissexuais.2. adolesc4ncia camin#a num ritmo lento e temos que esperar que, durantecinco anos =ou mais, os adolescentes brinquem com todas as variantes antes de=escol#er se v"o ser #omens mac#os e mul#eres f4meas.P. =pr&-puberdade & uma idade em que uma alta propor'"o de crian'as revelauma =temporária inclina'"o pelo sexo oposto. ==20

=KH(=20

Page 86: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 86/142

(. ntes disso, no perodo de lat4ncia, nin1u&m se importa =muito se uma mo'aveste ==2eans, =embora, por al1uma raz"o, se espere que os meninos pare'ammeninos e =fa'am coisas de meninos, como bri1ar e se reunir em 1rupos. Bas#o%e =em dia os meninos podem ser maternais e criativos, se quiserem. moda=se modifica e nin1u&m pode prever qual será na d&cada se1uinte.

==*2 =inda mais cedo, a idade crucial do perodo pr&-escolar encontra a maioriadas crian'as 7exceto as que est"o =prestes a sucumbir a al1um dist)rbiopsiquiátrico8 num estado =a1udo de atra'"o pelo pai do sexo oposto, com tens"oem =rela'"o ao=20pai do mesmo sexo, por causa da ambival4ncia ou se%a, amore !dio =coexistem. l1uns encontram, e outros n"o, um elemento correspondente=no pai ou na m"e.

 qui, supe-se uma vida de fantasia6 as =crian'as son#am, brincam, ima1inam eusam a ima1ina'"o al#eia6 sua vida =& muito rica e seus sentimentos, violentos.Abviamente, muita coisa =depende do acaso6 por exemploFUm menino ama seu pai, que se =intimida e n"o pode corresponder em fun'"o deuma #omossexualidade natural, que se encontra reprimida. A =menino fica ent"oprivado de pai. @sso atrapal#a sua =#eterossexualidade, pois ele n"o podeabandonar-se a uma =rela'"o de !dio com seu pai.=20Au uma menina ama seu pai, mas a m"e diminui todos os #omens e rouba =oespetáculo. ent"o a 1arota “perde o bonde” com o pai, =mas “pe1a o bonde”com seu irm"o maior.=20Um menino ou uma menina sofrem com o fato de ela ser um ano mais vel#a,=e ent"o os sexos precisam ser trocados.Um menino & o =terceiro em meio a quatro fil#os #omens. sse terceiro meninopercebe =todo o dese%o que os pais tin#am de ter uma menina. :ende a seencaixar no papel =desi1nado, mesmo que os pais procurem ocultar seudesapontamento.=m outras palavrasF a natureza dos pais, o lu1ar da crian'a dentro da =famlia eoutros fatores afetam o quadro clássico que se con#ece como complexo dedipo.=20

==(1=* =20

a1ora iremos mais fundo, em busca de mecanismos mais primitivos. =Vomo &que um beb4 se entende com seu pr!prio corpoG m parte, =experienciandoexcita'"o. Bas os meninos que experimentam =ere'es e as meninas que t4mcontra'es va1inais quando se relacionam com certas pessoas, com o amor, oucom =o funcionamento do corpo, est"o numa posi'"o diferente daquela =demeninos e meninas que n"o vivenciam tais experi4ncias inte1rativas. Buito vai

depender da atitude dos pais em =rela'"o a todos esses fen?menos naturais. l1uns pais fracassam =em espel#ar aquilo que existe6 outros estimulam aquiloque s! existe =de forma embrionária..m =detale es#ecifico==9á um detal#e que precisa ser examinado em separado. > a qualidade =que o!r1"o masculino tem de ser !bvio, em contraste com a qualidade do =!r1"ofeminino de ser escondido. +"o podemos falar em feminismo =deixando isso delado.

Page 87: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 87/142

/reud inventou o conceito de fase fálica, precedendo a 1enitalidade plena. oder-se-ia c#amá-la de fase =de ostenta'"o e exibicionismo. +"o #á d)vida de que as=meninas sentem certo inc?modo quando passam por essa fase, ou por aquiloque corresponde a ela =nas meninas. or um instante, elas se sentem inferiores,ou mutiladas. A =trauma disso & variável, de acordo com fatores externos

=7posi'"o na famlia, natureza dos irm"os, atitude dos pais, etc.8, mas n"o permiteque se ne1ue que, nessa =fase, o menino ==tem =e a menina n"o. prop!sitoF omenino pode urinar de uma forma que as meninas inve%am, =tanto quanto inve%ama ere'"o do menino. inve%a do p4nis & =um fato.=20+a fase se1uinte, da 1enitalidade plena, a menina se i1uala6 torna-se=importante e inve%ada pelos meninos, pois ela pode atrair o pai, ter =beb4s7eventualmente por si mesma ou por procura'"o8 e, na =puberdade, ela tem seiose re1ras, e todos os mist&rios s"o dela. ==20

=KH*=20

Bas /reud insistiu at& o fim da vida no fato de que estaremos =perdendo al1o

importante se ne1li1enciarmos o efeito que o trauma da =“inferioridade” tem sobreas meninas na fase fálica. 7l1uns analistas tentaram mostrar que /reud errounesse ponto6 que era /reud quem =estava se exibindo perante as mul#eres,plantando sua pr!pria =complica'"o na #umanidade.8

 s conseqQ4ncias do trauma =vivido pelas meninas durante a fase fálica s"o dase1uinte naturezaFK. $upervaloriza'"o do =p4nis ereto em sua exibi'"o e domin;ncia.2. @nve%a do =mac#o entre as meninas.P. /antasia de um p4nis escondido, que =um dia vai se desenvolver eaparecer.=20(. /antasia de existir um p4nis que n"o existe mais.

=5( =3el"rio =nas =meninas dc que existe um p4nis, e ne1a'"o da diferen'a entreo #omem e a mul#er =durante o está1io fisico6 e ==del"rio ==20nos meninos deque a menina tem um p4nis, s! que escondido. @sso =contribui para a atra'"o docanc", do ==striptease, etc. =:udo isso alimenta a or1aniza'"o sadomasoquista, e al1umas =perverses s"ouma tentativa elaborada de fazer com que al1uma =uni"o sexual aconte'a, apesar do delrio de que a menina tem um p4nis.is aqui uma raiz do =feminismo. +"o posso a%udar se #ouver muito mais nofeminismo, e se a =l!1ica puder ser invocada em favor do muito que o feminismofaz e =diz. raiz disso está no delrio 1eneralizado, ==tanto nas meninas comonos meninos, =de =que #á um p4nis na mul#er, e na fixa'"o especial de al1uns

#omens e mul#eres na fase fálica, ou se%a, no =está1io imediatamente anterior 3aquisi'"o da 1enitalidade =plena.:alvez a pior parte, do ponto de vista sociol!1ico, se%a =o lado masculino dessedelrio em massa que faz com que os #omens enfatizem o aspecto =“castrado” dapersonalidade =femini=-=20

=KHW=20

Page 88: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 88/142

na, o qual, por sua vez, ocasiona uma cren'a na inferioridade =feminina que deixaas mul#eres furiosas. +o entanto, n"o esque'am =7caso #a%a feministas aquipresentes8 que a inve%a masculina em =rela'"o 3s mul#eres & incalculavelmentemaior, ou se%a, a inve%a que o #omem tem da =capacidade feminina plena #o%e em dia mais do que nunca. =

spero ter deixado claro que esse & um problema universal, e =que & o mesmotanto nos normais como nos anormais, s! que n"o #á =espa'o no anormal napsiconeurose para fantasiar e =brincar, devido a um certo 1rau de repress"o.Au se%a, al1uns =aspectos da totalidade n"o est"o disponveis para uso na auto-express"o e para incorpora'"o na =estrutura do desenvolvimento dapersonalidade. Deve-se notar, no =entanto, que & preciso que existamnecessidades desenvolvimentais =para #aver al1um crescimento saudável aponto de se alcan'ar a inve%a do p4nis.ode-se dizer, =ent"o, que o feminismo envolve um 1rau maior ou menor de=anormalidade. +um p!lo, existe o protesto feminino contra uma =sociedademasculina dominada pela ostenta'"o da fase fálica masculina6 no outro, existe ane1a'"o feminina =de sua inferioridade real ==n#ma certa fase ==20dodesenvolvimento fisico. $ei que uma afirma'"o simples como essa =&inadequada, mas voc4s compreendem que ela pode constituir uma =tentativa dea1rupar uma 1rande complexidade no ;mbito de poucas =palavras.=20Vontinuando o assunto do ponto de vista desenvolvimental, qual & a =situa'"odo meninin#o ou da meninin#a quando a fase fálica =entra em cenaG aracrian'as que foram assoladas pela pobreza durante as fases mais primitivas,=como por exemplo na &poca da amamenta'"o, & normal que =fiquem excitadasdurante essa se1unda c#ance que a fase fálica parece =oferecer=20 tanto para os meninos como para as meninas. Desse modo, podem-se=diferenciar dois 1ruposF meninos e meninas que alcan'am a fase =fálica depoisde terem tido experi4ncias plenas nos está1ios =mais primitivos, e aqueles quec#e1am a essa fase =20

=KHH=20

com uma priva'"o relativa ou muito pronunciada. fase =fálica assume umaimport;ncia exa1erada para os que a atin1em =%á tendo sofrido priva'"o. De umaforma ou de outra, #á uma =#ist!ria anterior de problemas para essa ou qualqueroutra fase, e & claro =que n"o posso deixar de mencionar a exist4ncia detend4ncias =patol!1icas #ereditárias.:udo isso faz parte da prática =cotidiana de um psicanalista e n"o tem muito valorem discusses 1erais 7como esta aqui8 que n"o se =relacionem com terapia. s

pessoas t4m que aceitar o que s"o e =aceitar a #ist!ria de seu desenvolvimentopessoal, %untamente com as =influ4ncias e atitudes ambientais locais6 elas t4mque continuar vivas e, =vivendo, tentar se relacionar com a sociedade de modo a#aver uma =contribui'"o nos dois sentidos.ssas coisas que s"o =localizadas nas condi'es anormais est"o presentes noestado de sa)de, embora se encontrem modos de esconder =os elementos maisrudes sem que #a%a muita perda de contato com tais =elementos. or exemplo,mediante o uso da fantasia.

Page 89: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 89/142

=4antasia e realidade #sí'uica interna=ara =al1umas pessoas, a fantasia & al1o manipulado, al1o semel#ante ao queum 1ibi representa para uma =crian'a. Vontudo, a fantasia vai muito mais fundona realidade =psquica interna, que & a parte vital da personalidade como um=todo, a n"o ser que uma doen'a determine que=20n"o pode existir um interior,

n"o #avendo, portanto, nen#uma =realidade psquica interna. > uma caractersticada maturidade, =e conseqQentemente da sa)de, que a realidade psquica interna=do indivduo se enrique'a o tempo todo com experi4ncias, e fa'a com que asexperi4ncias =reais do indivduo se%am o tempo todo ricas e reais. Desse modo,tudo =o que existe sobre a face da :erra pode ser encontrado no indivduo, =que &capaz de sentir a realidade de tudo o que se%a verdadeiro e passvel =de serdescoberto.=20

=(1"=20

$endo saudável, portanto, a mul#er pode encontrar uma vida =masculina emexperi4ncias ima1inativas identificando-se com #omens. =+a forma mais 1rosseira

de identifica'"o, amul#er pode usar um =#omem, e assim 1an#ar o b?nus detransferir sua masculinidade e experimentar aquilo que tem em sua =experi4nciaenquanto mul#er. ode-se dizer o mesmo em termos do uso =que um #omem fazde uma mul#er.==,5nve%a do se6o o#osto=@sso =me conduz 3 se1uinte formula'"oF ==para a!aliar de modo pleno o /#esignCca ser #ma m#lher a pessoa tem /#e ser #m homem, e para a!aliar=plenamente o /#e D ser #m homem D necess)rio ser m#lher(=  =inve%a do sexo oposto fornece uma raz"o para 1rande parte da frustra'"o depessoas que vivem vidas =excessivamente dependentes dos instintos. Au se%aF amaioria das pessoas =entre a puberdade e os cinqQenta anos. lvio a esse tipo

de =frustra'"o prov&m da vida cultural, onde a vincula'"o com o sexo & mnima. = l1uns casamentos se rompem ap!s o perodo da paix"o, =pois a identifica'"ocruzada se enfraquece e ent"o a inve%a masculina do fato de a mul#er ser mul#erse equilibra com a =inve%a feminina de o #omem ser #omem. ent"o esses doisseres que se =amavam come'am a atirar pratos um no outro. A #omem e amul#er se =i1ualam quando o assunto & arremesso de pratos. +essa novaparceria, instala-se outra vez a =identifica'"o cruzada, e por certo tempo #á umaeconomia no que =se refere 3 lou'a da casa.> dificil para as crian'as =suportarem isso em seus pais, mas n"o #á como evitá-lo. s for'as podem ser t"o intensas que s! =mesmo uma vtima entre os fil#osfaz com que os pais substituam o =arremesso de pratos por uma rela'"o sexual,

ou se separem para =salvar a lou'a. =20

=KT0=20

> fácil perceber que um #omem que & sempre-t"o-doce =pode levar a parceira aurna necessidade tremenda de um #omem muito =mac#o mesmo que se%a ummac#o #orrvel, um mac#o cruel e =1rosseiro que nin1u&m conse1uiria suportar =20, ou pode fazer com que ela recorra 3 sua pr!pria masculinidade, =exa1erando

Page 90: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 90/142

os in1redientes de seu feminismo latente. Besmo assim, #omens =maternaispodem ser muito )teis. $"o boas m"es substitutas, o =que & um alvio quando am"e tem muitos fil#os, ou quando ela adoece, ou quando elas querem voltar =atrabal#ar. :amb&m ocorre que muitas mul#eres querem que seus =maridos se%ammaternais com elas. Iuem n"o sofreu uma certa =priva'"o no que diz respeito 3

materna1emG +"o se pode aproveitar amizades femininas sem-o temor de=complica'es #omossexuais.:udo isso mostra como a =prática da mono1amia & dificil. Au será que ela &=impossvel, um aspecto que o ensinamento crist"o talvez i1nore de maneiraexa1eradaG Besmo assim, as pessoas procuram =descobrir se podem manterurna rela'"o ntima durante toda a =vida, pois muito se 1an#a da acumula'"o deexperi4ncias =compartil#adas. +o entanto, se observarmos as pessoas bri1ando,veremos como & 1rande sua desvanta1em se t4m =uma vida psquica pessoalrelativamente desimportante, e portanto uma =elabora'"o fantasiosa da realidaderelativamente restrita, e um envolvimento =cultural pouco desenvolvido. vidacultural a%uda quando o #omem ou a =mul#er se desapaixonam e durante ase1unda fase do %o1o do casamento. ==7ulere muleres =- =Iuero a1ora considerar um aspecto 3s vezes ne1li1enciado desse =assunto t"ovasto. 9á uma diferen'a entre #omens e mul#eres que & mais importante =do queestar num dos p!los do dar ou do receber, se%a na =alimenta'"o, se%a no sexo. > ase1uinteF n"o & =possvel esquivar-se ao fato de que todo #omem=20

==("=(= =20

e toda mul#er ==!ieram de #ma m#lher( ==:entativas s"o feitas para se livrardessa situa'"o =inc?moda. 9á a quest"o da ==co#!ade, =e no =mito ori1inal doarlequim existe um #omem que dá 3 luz. /reqQentemente se encontra a id&ia de

que se nasce da cabe'a6 sem =d)vida & fácil pular da palavra “concep'"o” paraas =palavras “concebido por”. fortunada & a crian'a que tanto =& “concebida”quanto & resultado de uma concep'"o fisica.ntretanto, todo #omem e =toda mul#er crescem dentro de um )tero, e todosnascem, nem que se%a =atrav&s de uma opera'"o cesariana. Iuanto mais seexamina isso, =mais & necessário que exista o termo BU9O, um termo quetorna possvel a compara'"o =entre #omens e mul#eres. :en#o de ser breve6portanto, me aprofundo no =assunto formulando dois está1ios em nossopensamento.K. =Descobrimos que o problema n"o & tanto que todas as pessoas estavam ládentro e depois nasceram, mas =que no incio todas as pessoas foram

==dependentes de uma =mul#er. > necessário dizer que no come'o todo mundoera ==completamente =dependente de uma mul#er, e depois tornou-serelativamente dependente. =arece que o padr"o da min#a sa)de mental, comotamb&m da de =voc4s foi, desde o incio, estabelecido por uma mul#er, que fez demodo satisfat!rio aquilo =de tin#a que fazer, num está1io em que, para sersi1nificativo, o =amor s! pode se expressar fisicamente. :odos nascem comtend4ncias =#ereditárias para a matura'"o, mas para que elas se concretizem &necessário que exista um =ambiente facilitador satisfat!rio. @sso si1nifica uma

Page 91: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 91/142

adapta'"o =inicial sensvel da parte de um ser #umano. sse ser #umano &=mul#er, e 1eralmente m"e.2. Bais profunda do que isso & a experi4ncia de um beb4, que no =incio envolveessa mul#er porque a crian'a ainda n"o separou, =do =self, a =m"e, o suprimentoambiental, o “se1urar”, o alimentar e o =mane%ar sensveis. A ==self ainda =n"o se

diferenciou. Da a depend4ncia total. ==20=KT2=20

 1ora, & realmente muito dificil que um #omem ou uma mul#er =aceitem deverdade o fato da independ4ncia absoluta e depois =relativa, naquilo que ela seaplica ao #omem e 3 mul#er %á =adultos. or tal raz"o #á um fen?meno separadoque denominamos BU9O, que domina todo o cenário e =afeta todo o nossoraciocnio. BU9O & a m"e =n"o-recon#ecida dos primeiros está1ios de vida detodo #omem e de =toda mul#er.$e1uindo essa id&ia, podemos encontrar um novo modo de especificar a diferen'aentre =os sexos. s mul#eres o possuem quando se relacionam com a BU9O,

=atrav&s de uma identifica'"o com ela. ara toda mul#er, #á =sempre tr4smul#eresF K8 o beb4 menina, 28 a m"e, P8 a m"e da m"e.

 s tr4s =1era'es de mul#er aparecem constantemente em mitos, ou ent"o=aparecem tr4s m"es em tr4s fun'es separadas. +"o =importa se ten#a beb4sou n"o, uma mul#er está presente nessa s&rie infinita, ela & beb4, m"e e =av!6 ela& m"e, beb4 menina e beb4 do beb4. @sso a =capacita a ser bastante en1anadora.ode ser aquela coisin#a doce para a1arrar seu marido, tornando-se uma esposa-mul#er =dominadora, e depois uma 1raciosa av!. > tudo a mesma coisa, =porqueela %á come'a sendo tr4s, enquanto o #omem come'a com =um impulso tremendopara ser um s!. Um & um e completamente s!, e o será cada vez mais.A #omem =n"o pode fazer o que a mul#er faz, esse fundir-se na lin#a1em, sem

=violar a ess4ncia de sua natureza. @sso pode ocorrer no caso de uma =doen'a.Von#e'o um #omem 7um paciente8 que se identificou muito cedo com mul#eres,na =verdade com o seio. $ua pot4ncia era uma fun'"o do seio. +"o =#avia#omens em sua vida, s! ele mesmo “dentro”, com mul#eres, =e emasculado emseu pr!prio funcionamento fisico masculino. Bas ele %amais foi uma pessoa=satisfeita, e deu-se a um trabal#o imenso, tratando-se durante anos para=alcan'ar uma unidade masculina e conse1uir se separar das mul#eres. =:endoencontrado seu selfmascu%ino )nico, tornou-se capaz de se relacionar de umaforma diversa e nova com =outros #omens )nicos ou se%a, de ter ami1os#omens.=20

==("=3= =20

u diria que a mul#er feminista parece inve%ar essa coisa nos =#omensF quantomais os #omens amadurecem, mais s"o )nicos. l1uns =#omens inve%am asmul#eres porque elas n"o precisam resolver o =problema de uma rela'"oindividual com uma BU9O por serem mul#eres, assim como s"o =f4meassedutoras e c#armosas e desamparadas solicitando com =sucesso ocaval#eirismo dos #omens. 7Vlamores de “Ande =está o caval#eirismo de

Page 92: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 92/142

anti1amenteG”8=20Bas o fato inc?modo permanece, para #omens e mul#eresF uns e =outras emal1uma &poca dependeram de uma mul#er, e de al1uma forma o =!dio dessasitua'"o teve que ser transformado numa esp&cie =de 1ratid"o =20 no caso dca pessoa alcan'ar sua maturidade plena.

==Os amantes do #eri!o==20 a1ora, permitam-me que l#es pe'a para considerarem um novo detal#eF=por que os #omens buscam o peri1oG > in)til tentar parar as =1uerras, osacidentes de tr;nsito, as expedi'es ao verest ou a Barte, ou proibir o boxe, semobservar o que os =#omens dese%am.

 s mul#eres em virtude de sua =identifica'"o com as mul#eres do passado, dopresente e do futuro = enfrentam o risco do parto. +"o & aconsel#ável fin1ir queo parto n"o acarreta nen#um risco, ou =se%a, existe um peri1o inerente 3 fun'"onatural da mul#er. As =#omens inve%am esse peri1o 3 mul#er6 al&m disso,sentem-se =culpados por causar a 1ravidez e ent"o ficam lá sentados, bonitin#os,ol#ando a mul#er passar por aquilo tudo, =n"o somente o parto, mas todo oconfinamento e as responsabilidades =teifivelmente restritivas dos cuidados paracom a crian'a. ortanto, =as mul#eres tamb&m assumem riscos, e sempre ofar"o. l1umas se sentem compelidas a =assumi-los de modo insano. st"otentando passar pela vida em brancas =nuvens. Bas, quando um #omem morre,ele está morto, enquanto =20

=KT(=20

que as mul#eres sempre foram e sempre ser"o. A #omem & como a =1rama.Dessa forma, os #omens tamb&m t4m seus problemas. A =terrvel em rela'"o 31uerra & que & muito freqQente #aver #omens sobreviventes que admitem terencontrado a maturidade, =inclusive a maturidade sexual, quando arriscavam a

vida. ortanto, =n"o #avendo mais 1uerras, os #omens se v4em em maus len'!is6mesmo assim, odeiam ser mortos, a menos que ten#am certeza da causa. ===A#êndice==20/iz um apan#ado 1eral dos assuntos que se a1rupam em torno da palavra=“feminismo” e que se referem 3s intera'es universais =entre mac#os e f4meas.9á muito mais para ser dito, e isso n"o deve ser motivo de ver1on#a. Iuanto maisol#amos, mais enxer1amos. ==20

=KTC=20

==p1===20

=====20=20

=== A #ílula e a =8ua===Moc4s bem sabem que eu %amais in1eri plula. sei muito pouco a seu respeito.Bas quando me solicitaram a =falar sobre ela a ==idDia ==20foi simplesmentemaravil#osa, e no come'o parecia ser exatamente o =que eu queria fazer, falarsobre a lula e o u ro1ressista.

Page 93: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 93/142

=Descobri que n"o ten#o a menor inclina'"o para qualquer tipo de =propa1anda.> !timo quando a pessoa tem essa tend4ncia e a realmente pode =“fazer a festa”6dependendo do que ela disser, nin1u&m mais vai =sequer se aproximar da plula,ou todo mundo vai querer tomá-la. ==KTW=20

Uma vez, #á poucos anos, me envolvi com al1o que escrevi no = =eE Society a=respeito de se experienciarem depresses, principalmente a =adolesc4ncia, mas& claro que foi um ensaio muito avan'ado para =a &poca, e as coisas mudammuito rápido, n"o & mesmoG 9á mais ou menos dez anos, as pessoas diziam quea =plula lo1o seria razoavelmente se1ura e estaria disponvel, e que =alteraria ocenário adolescente, alteraria o cenário de todos os =pais. Sem, isso aconteceu, edificilmente voc4s poder"o se lembrar quando ela n"o alterou o =cenário. >interessante pensar como isso se encaixa =ima1inativamente no esquema decoisas. u apostaria que n"o fizemos =nossa li'"o de casa no que diz respeito aolado ima1inativo disso.Sem, =outro dia eu dei uma parada tin#a muito poucos pacientes para =atender 

e sentei no c#"o, que & o mel#or lu1ar para =sentar, com uma esfero1ráfica nam"o e uma fol#a de papel, e penseiF a1ora vou fazer um esbo'o do que =falareino sábado. > fácil, porque sei o que vou dizer, =con#e'o os limites e as coisasque vou suprimir, a, b, c e assim por =diante. Bas n"o saiu nada, o dia inteiro5

 =20)nica coisa que saiu foi um poema. Mou l4-lo para voc4s porque =ele mesurpreendeu6 no entanto, como n"o sei escrever poesia, esse =poema n"o servepara coisa al1uma. A ttulo & “l#e $ilent =[ill” 7A assassinato silencioso8F=20A sillZ ili for folRs not iii5#Z not Yait tili Zou RnoY =<odNs YillG#atNs emptZ Yill in time refi#i=nd pre1nant #ili be razed to nu.

Ben5 #ave Zour Yill, put \acR in =\ill6=20<iris5 drinR Zour fili of#is c#lorop#Zll./ear not t#e spill Zou =RnoY t#e drili,]ou RnoY a still and silent Rill... t#e ill. =$o taRe mZ quili K surellZ YillF=KTH=20

DonNt dallZ dill Yit# sillZ ili, \ust Yait until Y#at =#appens Yill5 :#en paZ t#e bill.ortanto, era isso o que estava =em min#a mente quando comecei a escrever.embrou-me o ato de fazer =al1o, com um peda'o de madeira. > como se voc4spensassemF vou fazer uma escultura em madeira6 e a arran%am um =form"o e um

peda'o de olmo, e v"o esculpindo assim e assado =at& descobrir que t4m diantede si uma feiticeira. @sso n"o =implica que voc4s ten#am pensado numa feiticeira,mas que a pr!pria atividade com o =material alterou aquilo que voc4s faziam, e oresultado acabou =surpreendendo voc4s. Moc4s se descobrem fazendo umafeiticeira porque o olmo fez a coisa andar =dessa maneira. Moc4s podem traduzirisso da maneira que quiserem = em qualquer forma artstica =20, mesmo quetermine nuns versin#os meio idiotas como os meus. /az com =que a 1ente sesurpreenda consi1o mesmo, pois voc4 acaba fazendo al1o =que n"o esperava.

Page 94: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 94/142

ortanto, vamos deixar o poema de lado, e ver o que =acontece com ele.=20Moltemos a1ora ao outro lado das coisasF para a l!1ica, a l!1ica =consciente.Buita coisa na nossa vida & simplesmente c#ata, e =muitssimo simplificada,porque esquecemos o inconsciente, deixamo-lo =de lado6 ou s! recorremos a elena man#" de domin1o. $! colocamos em prática aquilo que & l!1ico, e =temos de

faz4-lo. $omos pessoas civilizadas, usamos nosso intelecto, =nossa mente enossa ob%etividade. dquirimos a capacidade de calcular =quantas pessoas v"oexistir no ano 2000, e==KTT=20

em que data a ^ndia vai se tornar compacta. nem precisamos ir =at& lá.odemos pensar na data em que ondres vai se tomar =compacta %á estamosfazendo isso, com os autom!veis.=ortanto, podemos pensar em termos da l!1ica da situa'"oF será que & l!1ico ter famlias =enormes, isso sem considerar o fato de as pessoas poderem criá-las,=ou o fato de ser ou n"o l!1ico entupir nossa terra com um =n)mero excessivo decrian'asG odemos responderF “+"o, n"o &.” :udo bem5 Mamos ter =apenas doisfil#os, ou tr4s, por casal, ou s! tr4s quando um =deles for mon1ol!ide ou falecerde poliomielite6 e ent"o voc4s =poderiam dizerF “Mamos ter quatro, porque euqueria um menino e acabamos tendo tr4s =meninas se1uidas.” De qualquer modo,a coisa emperra e volta tudo =3 estaca zero, quando voc4s continuam tendofil#os, quando eles =aparecem. pode ser que voc4s descubram que est"o tendouma diminui'"o em suas =inibi'es em suas inibi'es sexuais, que talvez=resulte em n"o #aver absolutamente nen#uma crian'a na famlia = e derepente voc4s percebem que est"o falando sobre coisas que s"o puramenteinconscientes. +um certo =sentido, as inibi'es sexuais s"o t"o interessantesquanto =construtivas e contribuem para a sociedade na mesma medida que as=compulses sexuais, de tal modo que estamos apenas nos descrevendo uns aos=outros, e esperando n"o nos sair muito mal.Moc4s %á =pensaram bastante no assunto, e eu n"o ten#o que discutir coisas que=voc4s %á sabem. stamos falando sobre a popula'"o mundial, sobre a=capacidade de 1an#ar din#eiro e educar fil#os, e se estamos apenas =querendoinseri-los no sistema educacional, ou se podemos mandá-los =para aquilo queconsideramos uma escola que & adequada para aquela crian'a em particular masque poderia n"o =servir para mais nin1u&m. :udo & uma quest"o dediscernimento, =e 1ra'as a Deus temos c&rebro e ==$%podemos ==pensar nascoisas e a1ir se1undo aquilo que pensamos. l!1ica nos =leva direto ao fato deque & evidente que n"o somos capazes de =lidar com um n)mero ilimitado decrian'as, e isso poderia ser dito mesmo por uma =pessoa que =20

=200=20

tivesse uma d)zia de fil#os. 9á um %eito de trabal#ar com =essa quest"o depensar nas coisas em termos de planos e pensar =naquilo que realmente ocorre,e notamos que a correla'"o entre =elas n"o & muito alta. lane%amos as coisas eai observamos o que acontece = e as duas coisas adquirem uma novadimens"o.

Page 95: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 95/142

 1ora vamos ver o =caso dc uma 1arota de dezesseis anos, e o que ela queria demim era que eu l#e dissesse que #avia sido =mac#ucada ao nascer. la come'oucom uma desvanta1emF nasceu muito =azul, com o cord"o umbilical enrolado aopesco'o. ssa mo'a =morreu, e sem d)vida suas c&lulas nervosas sofreram umbelo estra1o. la n"o #avia sido muito =lesada

simplesmente sua personalidade tin#a uma =profundidade limitada, com a quallutara durante toda a vida. ssim que =entrava em qualquer tipo de escola, todomundo %á ia dizendoF“$e voc4 se esfor'asse mais, faria isso =mel#or.” a ela ficava se esfor'ando, seesfor'ando, mas =nin1u&m diziaF “@sso n"o tem tanta import;ncia assim.” =rauma mo'a extremamente bela e atraente, e muito amadurecida emocionalmente.=Iuando veio 3 consulta, trouxe consi1o um livroF “stou lendo isto =aqui &muito interessante”6 e era ==20mesmo um livro interessante. Bas dava paraperceber que ela tin#a =problemas para entender o livro, para entender o que eu evoc4 =entenderamos, pois ela n"o conse1uia captar o esprito da =coisa, n"o“c#e1ava lá”./icamos desen#ando rabiscos sinuosos, para lá e para cá, e um de seus=desen#os obviamente teve que se transformar numa cabe'a e num corpo, =e#avia uma coisa no desen#o que parecia uma corda. u l#e disseF =“9á umacorda em torno dessa crian'a, #á um cord"o em torno do pesco'o dessa pessoa.”@sso =ocorreu por acaso no meio da brincadeira e continuamos =brincando. ela me disseF “ prop!sito, eu nasci com o =cord"o enrolado no pesco'o.” l1u&m#avia contado a ela. u l#e disseF “Al#e, a1ora temos um desen#o =disso.” elaF“> mesmoG” la n"o #avia pensado nesses =termos. $! que foi assim queemer1iu, a partir do material l)dico, e quando fiz per1untas, descobri que era umfato real, e n"o =uma lenda familiar. embarcamos=20

==,=(= =20

nesse fato, e eu l#e disseF “Me%a” 7eu n"o a prote1i de =modo al1um8, “voc4nasceu com essa coisa em volta do pesco'o6 =voc4 ficou azul e foi pre%udicadaquando nasceu, mas está lutando =para ir em frente. Moc4 acabou ficando comuma capacidade cerebral limitada, mas com o tempo =talvez mel#ore e, se tiverum pouco de paci4ncia, poderá descobrir =o que fazer em rela'"o a isso aindan"o sei o qu4. =A fato & que seu problema n"o & ficar se esfor'ando, e sim quepossui um c&rebro danificado.” =la foi para casa e sua rea'"o foi falar 3spessoasF “$into =que al1u&m finalmente me compreende.” quela coisa emer1iude uma =situa'"o tremendamente complexa, e a partir da essa mo'a passou aa1ir =de modo muito diferente. stabelecemos uma rela'"o muito boa, ela =a1ora

pode me usar, e eu dei um %eito para que ela possa viver uma vida =normal semque nin1u&m fique esperando que ela fa'a o que n"o pode, pois certas coisas=precisam de uma profundidade de personalidade e de intelecto que está =al&mde sua capacidade.Buito freqQentemente, ela tem crises =a1udas terrveis, e isso incomoda a famliae todo mundo que está em volta at& =os animais. $eus pais, apesar de 1ostaremmuito dela, n"o podem =mant4-la em casa, pois n"o suportam ver a estrutura dacasa se esfacelar quando ela atin1e o =limite de sua capacidade de toler;ncia.

Page 96: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 96/142

Verto dia, me telefonaram. =/ui v4-la imediatamente. la estava tendo uma crisea1uda 7a1ora =voltamos 3 plula8F fora a uma festa=20 coisa que tentava n"ofazer, pois ela era muito atraente e =sempre #avia al1u&m que notava suapresen'a de imediato, e em dez =minutos os dois estavam se divertindo 3 be'a, afesta ficava =!tima, mas o que acontecia depoisG la n"o conse1uia manter a

coisa. la tin#a id&ias muito decididas a =respeito do que 1ostava e n"o 1ostava,e do que ac#ava certo ou =errado, e tamb&m instintos muito intensos. $! que,nessa ocasi"o, #avia encontrado um #omem que a a1radara. @sso era o queimportava, =sendo muito dificil para ela recusá-lo. assim, quando acabou a=festa, se ela n"o fosse para a cama com ele, n"o saberia como =lidar com afrustra'"o e todo o resto, =20

=202=20

==ustri'/t=e ela =n"o #avia adquirido a capacidade de lidar com esta coisa todadentro de =si, em son#os ou de outras maneiras. la ficou a noite inteira, mas=acabou n"o aceitando o rapaz ele respeitou a decis"o =dela. $! que essa

mo'a ficou completamente arrasada com o desapontamento por ele n"o t4-la=estuprado e assumido a responsabilidade, e com a outra coisa, que era =seurespeito pelo mo'o, pois ela sabia que se os ami1os dele descobrissem que ele#avia =passado uma noite com ela, sem terem tido rela'es sexuais, iriam=desprezá-lo. ssim, ela o deixou, tendo ele que ir para casa com a =op'"o decontar uma mentira ou dizerF=20“Sem, ela n"o quis”6 e isso n"o seria bom. larespeitou =tudo isso, mas ficou absolutamente arrasada, no estado mais terrvel=possvel, e perturbou a famlia inteira eles n"o sabiam onde ela #avia estado,embora estivessem de certa forma =acostumados com esse tipo de coisa. prop!sitoF o mo'o era =africano, ne1ro retinto, al1o que n"o parecia fazer muita=diferen'a para a famlia. +"o era esse o problema principal, ainda que, para ela,

fosse muito =excitante ter um #omem ne1ro. $! que isso & um outro assunto. ==20ortanto, esse #omem a1iu de modo correto, mas ela ficou desesperada=%ustamente por ele ter a1ido de modo correto, e tamb&m tremendamente=aliviada6 e a entrou em um conflito que n"o conse1uia resolver. =nt"o, ela me disseF “Me%a s!, o problema n"o tem nada a ver com sexo, tem a ver com a =plula. :odas as min#as ami1as tomam plula. $e eu n"o puder =tomá-la,vou me sentir inferior e infantil.” $eus pais l#e diziam =que ela n"o ia tomar aplula nem qualquer outro anticoncepcional, a n"o ser que ela =come'asse al1ocom al1u&m com quem fosse viver%unto, e ter al1um =tratamento. \ul1avam queessa era uma boa maneira de acabar com a =#ist!ria e ent"o disseramF “indan"o & #ora de voc4 usar a plula ou anticoncepcionais. Moc4 precisa =aprender a

se conter.” quest"o eraF para essa 1arota de =dezesseis anos, a plula era umaquest"o de =stat#s ==terrivelmente importante. $e ela estivesse tomando a plula,tudo =estaria bem. ssas pessoas sen -=20

====20P=20

tem que, se al1o fosse diferente, ent"o tudo estaria bem. =mo'a disseF “$e eutivesse a plula, voc4 sabe que eu n"o =iria tomá-la, mas eu simplesmente ten#oque t4-la. $e o pessoal =fica a dizendoF voc4 n"o pode tomar plula. voc4 s! tem

Page 97: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 97/142

dezesseis anos, a & que eu ten#o que =tomar a plula. Mou conse1uir, vou tomar eponto final.” > =assim que essa mo'a &, e tudo se complica pelo fato de que ela=n"o se aprofunda em sua realidade interna de um modo que possa a%udá-la =aelaborar as coisas. Iuando ela come'ou a freqQentar o local que =estavafreqQentando, que & bom e receptivo, veio me ver e disseF =“:ive o dia mais

=incr"!el =da =min#a vida.” euF “A que voc4 =fe*FG ==/iquei ac#ando que eladeveria ter tido uma s&rie de #omens ne1ros5 =la me dizF “ndamos por umriac#o e apan#amos 1irinos.” Besmo assim, de seu ponto =de vista, n"o tomar aplula e n"o ter permiss"o para =obt4-la era al1o al&m de sua capacidade. :udoera exa1erado. mim =me parece 3s vezes que podemos ol#ar para as coisasdessa forma e ver.Iuero relatar =mais um caso. Uma sen#ora muito inteli1ente, que sofreupriva'es =quando crian'a, veio me ver re1ular- mente. la se casou e teve=fil#os, mas no momento está divorciada e muito sozin#a. Vomo resultado de umacerta mel#ora por =causa do tratamento, ela come'ou a se soltar um pouco, e um#omem =convidou-a para %antar5 :udo bem, a1ora ela & livre, pode sair para %antar,e ficou muito feliz com isso, pois #avia =1ostado bastante dele. ent"o, & !bvio n"o sei =como isso acontece , de al1uma forma eles acabaram no quarto.=ssa sen#ora me disseF “+"o sei o que as pessoas andam pensando #o%e emdia6 em KT*T parece que =todo mundo pensa que se deve viver em fun'"o daplula. +"o =penso em sexo #á uns dez anos e n"o vivo em fun'"o da =plula. len"o tin#a nen#um contraceptivo, e ent"o & claro que eu tive que =apelar para avel#a desculpa da menstrua'"o.” Bas essa id&ia =& muito estran#a, voc4spercebemG la me diziaF “Iue coisa =incrvel. is a um #omem que=20querdormir com uma mul#er e presume que ela tome plula. ssa & a =lin1ua1em deKT*T, n"o &G” ssas duas ==20

=20(=20

coisas fazem parte de uma mesma maneira l!1ica de observar o =problema,mesmo que essa mul#er ten#a uma profundidade enorme e possa =observá-lo demodos diferentes.stou tentando ver se consi1o =demonstrar a voc4s que. do meu ponto de vista,#á uma área n"o resolvida na qual =a l!1ica, os sentimentos, a fantasiainconsciente, etc. n"o se =%untam. les n"o se relacionam um com o outro demodo apropriado, =n"o se resolvem um ao outro, embora se%a necessário possuiros dois, e =se%a necessário tolerar as contradi'es. > claro que podemos=resolver qualquer problema refu1iando-nos na área cmdida do intelecto. Deal1um modo, estamos livres de sentimentos =nesse localF poderamos dizer

“dial&tico”6 colocamos isto =contra aquilo e podemos resolver qualquer problemaque exista. Au, se =n"o podemos, nos tornamos capazes. Bas, se nos refu1iamosno intelecto =cindido, n"o v"o voc4s pensar que conse1uimos dizerF “Verto, =#áproblemas que n"o podem ser resolvidos, e n!s conse1uimos =tolerar tenses.” >o que estou tentando ilustrar com a mo'a que tin#a uma =limita'"o ocasionadapor um dano cerebral, ocorrido por ocasi"o =de seu nascimento. la descobriucomo & dificil tolerar as tenses =que sur1em 3 nossa volta e que nos deixam emd)vida sobre tudo, e nos fazem valorizar a d)vida. $im, porque a =certeza e a

Page 98: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 98/142

sanidade soam terrivelmente entediantes. > claro que a =insanidade tamb&m &entediante, embora #a%a al1o que muitas podem =tolerar, at& certo ponto =20 aincerteza.Iuero c#e1ar a1ora a uma coisa surpreendente, al1o =que voc4s s! disserampara si mesmos, de modo que n"o estou =falando nada de ori1inal. +osso

assunto & o assassinato de beb4s. =+"o estamos falando de matar beb4s porques"o anormais, mon1ol!ides, espasm!dicos ou =defeituosos. stes, n!sprote1emos de imediato, eles recebem cuidados =especiais, n!s nos a%udamosmutuamente com isso. stamos falando a =respeito do assassinato de beb4s, 3parte essas complica'es. um assunto muito difcil que =sentimosimediatamente que queremos evitar em nosso camin#o. stamos =falando dal!1ica malt#usiana, e=20

=,* =20

do senso comum a respeito dela, e n"o queremos ser incomodados =com tudoisso. $! que a1ora eu estou fazendo a se1uinte per1untaF =será que n!s n"o

teramos que nos incomodar com issoG=20Iuando eu era pequeno, e tin#a ratos, se eu ficasse mexendo nos =ratin#os, arata diziaF “> assimG nt"o vou tomá-los de =volta”6 ela ent"o os comia ecome'ava tudo de novo. As 1atos =tamb&m s"o assim. c#o que os cac#orrosn"o fazem isso, mas eles foram treinados durante um mil#"o de anos para =n"oserem lobos, e ent"o ficaram domesticados, a n"o ser que =este%am com#idrofobia. arece que min#a rata de estima'"o estava =resolvendo o problema,ao dizerF “+"o preciso da plula6 se eu ac#ar que esses beb4s n"o v"o =ter umambiente apropriado para crescer, que #á um mau c#eiro na =m"o desse menino,ent"o & s! com4-los e come'ar tudo =de novo.” :udo muito simples. credito,embora n"o ten#a muita certeza, pois =essas coisas se misturam facilmente com

a mitolo1ia que os abor1ines =australianos costumavam comer al1umas de suascrian'as, em certa &poca2. ra assim que eles resolviam seu problemapopulacional. essa =comilan'a de beb4s nada tin#a a ver com !dio. stoutentando =discutir o fato de que al1um m&todo acaba sendo descoberto quando oambiente se torna insuficiente para =dar conta do n)mero de crian'as. A mundoteve, realmente, um =excelente m&todo, at& recentemente. s pessoas morriamde =disenteria e outras coisas, como moscas, mas a1ora os m&dicos aparecem edizemF “Moc4s n"o =precisam morrer de disenteria, n"o precisam morrer demalária, =n"o precisam morrer de doen'a nem de epidemias.” ent"o a=popula'"o ficou pensando em outras formas, porque n"o podemos mais deixar,=por assim dizer, para Deus a tarefa de matar todo mundo, ainda que se%a =!bvio

que podemos arran%ar uma 1uerra e a as pessoas se matariam =desse modo.=20*=20

$e formos l!1icos, vamos ter que conversar sobre um outro =assunto dificilF quebeb4 vamos assassinarG m que idade um beb4 =come'a a ser #umanoG maioria das pessoas concorda que um beb4 =& um ser #umano quando ele %á &um feto a termo. ent"o n"o vamos matá-los. /alamos sobre o =perodoimediatamente anterior ao nascimentoF “+"o vamos matar =beb4s que se%am

Page 99: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 99/142

viáveis.” Sem, a consultamos um m&dicoF =“m que idade um beb4 & viávelG”les dizem que & quando o peso & x ou Z, dois quilos e =meio, dois quilos e umquarto, dois quilos, fica parecendo um leil"o. = a aceitamos o consel#o dosm&dicos quanto a ser ou n"o assassinato, vamos um pouquin#o antes e dizemosF“:udo certo. =borto. \á decidimos.”

\ustamente nestes dias estou =aconsel#ando uma mo'a, que era feliz nocasamento, mas que estava muito inquieta, e quando =seu marido foi convocadopara o Ariente percebi que ela simplesmente =n"o iria suportar. +"o mesurpreendeu quando ela me telefonou e =disseF “stou 1rávida, mas n"o 1osto dopai da crian'a e odeio a id&ia de romper meu casamento6 =tudo isso me deixa emdesespero.” Vomo n"o pude entrar em contato =imediato com o pai da crian'a,dei um %eito de ela tirar a =crian'a. > l!1ico que todo mundo ficou satisfeito que euten#a feito isso, e a 1arota =estava pronta para a volta de seu marido6 e os doistiveram dois fil#os, =e o lar n"o foi desfeito pela c#e1ada de um estran1eirin#onascido dc =um caso amoroso n"o dese%ado que ela n"o p?de evitar pelo fato den"o ter =adquirido uma capacidade mais profunda de tolerar as coisas.:udo =& bem l!1ico. o que voc4 me diz da mo'aG la ainda se =sente muito malcom o assassinato da crian'a de tr4s meses que trazia dentro de si, mas podetolerar o =mal-estar6 e eu posso conversar com ela, e ela sabe que se sente muito=mal com isso. ortanto, n"o & apenas a l!1ica, n"o & mesmoG xiste oassassinato. stamos falando sobre al1o realmente =tremendo.Moltando um pouco atrás, #á uma mo'a que aos =dezoito anos foi solicitada paraprestar auxlio num #ospital =psiquiátrico. 1rande preocupa'"o desse #ospitalera auxiliar os %ovens lá=20

=20W=20

internados, e ent"o eles desi1naram essa mo'a para ficar em =contato pr!ximo

com um rapaz esquizofr4nico. osso 1arantir a =voc4s que ela o a%udoumuitssimo. $! que nessa mesma &poca =ficou 1rávida. enso que sua m"eac#ou que era uma irresponsabilidade do #ospital e proibiu a mo'a =de continuarindo lá e de prestar auxlio 3 unidade. :odos =n!s dissemosF “Verto, & necessáriotirar bem rápido o =nen4 dessa mo'a.” Dei um %eito de fazer com que isso seconsumasse, forcei nesse sentido, =porque nesses casos os m&dicos costumamdizer “Mamos pensar mais =um pouco”6 e voc4s voltam dois meses depois, quandoa m"e %á =come'ou a se li1ar ao beb4, e acaba #avendo um trauma se elapraticar o aborto. Bais =freqQentemente ainda %á & tarde demais, e ela terá que=carre1ar um beb4 n"o dese%ado, e a sim temos um problema =terrvel. $e%acomo for, corri com as coisas, e a 1arota se livrou do beb4 antes =de ficar li1ada a

ele. ela está bem, n"o sente nen#uma culpa. =stá plane%ando casar com orapaz que era esquizofr4nico, e querem =ter uma famlia assim que seestabelecerem na vida.stou pedindo que =conservemos o lado fantasioso, emocional, da coisa, aindaque #a%a uma =indul14ncia ao extremo da l!1ica, porque acredito na ob%etividadee em se ol#ar para as coisas de um =modo direto, e em se fazer al1o em rela'"oa isso6 mas n"o em =tornar as coisas tediosas pelo esquecimento da fantasia, dafantasia =inconsciente. Moc4s bem sabem que isso n"o & nada popular. +in1u&m

Page 100: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 100/142

& menos =tolerante com a fantasia inconsciente do que o p)blico em 1eral. A=extremo da l!1ica nos dá a plula e seu uso, e sei que isso faz =uma diferen'aincrvel, e percebo tamb&m que o mundo pode usá-la. $! acredito que =todosvamos ficar muito insatisfeitos se o que pudermos fazer se reduzir =a tal atitude, ea vamos perceber que a plula & aquilo que =c#amei de “A assassinato

silencioso”. Beu poema cont&m uma boa dose de conflito, n"o resolve nada,=mas mesmo assim me conduz inesperadamente áquilo que eu n"o sabia =queiria falarF na ima1ina'"o, o assassinato silencioso de =beb4s & a plula. spessoas conse1uiram ter sentimentos em rela'"o =a =isso.=

=$%8===stou acostumado a esse assunto porque lido com crian'as. Mamos examinar oca'ula de uma famlia. Descobri que ele = ou ela matou todos os outros quen"o se se1uiram a =ele. Descobri que muitos deles ficam lidando com sentimentosde culpa aterradores, por terem matado todas as outras crian'as. =ortanto,ficamos bem acostumados com tudo isso quando estamos =#abituados com afantasia que existe na vida das crian'as.=Moc4s podem pensar que fiquei aqui falandoF “:udo bem, descobrimos que aplula anda matando os beb4s, portanto =n"o vamos tomá-la.” Bas eu n"o disseisso. $! estou =dizendoF “> claro que recon#ecemos que existem &pocas em que=dizemos, _$im, n!s matamos beb4sN. $! que o fazemos de modo respeitoso.”+"o porque os =odiemos esse & o ponto. Batamos os beb4s porque n"o=podemos proporcionar-l#es um ambiente adequado para que eles cres'am.=Bas n!s descemos a coisas muito primitivas, que t4m a ver com =destrui'"o,que dizem respeito ao relacionamento ob%etal. m certo =sentido, antes do !dio, orelacionamento ob%etal envolve a =destrui'"o.+"o consi1o tratar de um assunto sem me envolver, e quando estou falando=sobre ele em al1um lu1ar, acabo, como outras pessoas, me descobrindo=son#ando a respeito. :ive dois son#os a noite passada. +o primeiro, eu =estavanuma confer4ncia. +"o como esta aqui, era al1o mais parecido com a Vonfer4ncia=sicanaltica que #ouve em Ooma, este ano, 3 qual n"o =compareci. 9avia láuma famlia inteiraF #omens, mul#eres, =crian'as. 9avia uma quantidade imensade pessoas. as coisas estavam indo bem, quando de repente entra em cena,como =um tuf="=o, a fil#a dessa famlia. stou correndo e estava telefonandopara os lu1ares pr!ximos e =para o #otel, dizendo “Bam"e perdeu a bolsa5”. eladisseF =“Iuero que voc4s compreendam isso, pode ser que ela encontre a bolsa,mas enquanto ela estiver =perdida todo mundo aqui vai ter que procurá-la5” todomundo =passou a procurar nada de confer4ncia, nada de coisa nen#uma ==—,

==ficamos procurando a bolsa da m"e.

aqui está al1o que devemos tolerar, se estamos pensando no conte)dofantasioso do uso da =plula. @nfelizmente, n"o=20

=$%9=20

se pode evitar que esse conte)do envolva a fantasia de a mul#er =perder suaqualidade de ser mul#er.

 c#o que o outro era um son#o =masculino. @nteressou-me pois #avia um ob%eto

Page 101: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 101/142

branco simplesmente =maravil#osoF a cabe'a de uma crian'a. $! que n"o eraesculpido, mas a representa'"o bidimensional de =uma escultura. u dizia a mimmesmo, no son#oF “Me%a, o sombreado e a =luz s"o t"o bem feitos que se podeat& esquecer que & uma =representa'"o capric#ada da cabe'a de uma crian'a, epensar nas implica'es desse fato, que & =o si1nificado da sombra e da luz.” +o

son#o, antes de acordar, eu =diziaF “@sto n"o tem nada a ver com o problema dosne1ros, de =preto e branco tem rela'"o com o que existe por trás desseproblema. Vom o preto e o branco =que existe no ser #umano individual.” assimera. a eu =percebi obviamente que era a ua =20 eu me levanto muito durante anoite, e 1osto de ficar admirando a ua. =u sabia muito bem que era ela, porqueme veio 3 cabe'aF Diabos, =#á uma bandeira americana na ua5 nt"o, derepente, me dei conta, =pois comecei a ficar l!1ico outra vez, que estávamos devolta ao assunto da =menstrua'"o e da mul#er que #avia ditoF“:ive que voltar =atrás e usar outra vez a vel#a desculpa da menstrua'"o.” A =fato& que estamos aqui participando de al1o extremamente primitivo, que tem a =vercom a ua e sua li1a'"o com as mul#eres e com o modo pelo qual =o mundo sedesenvolveu. :erminei dizendoF “A teste de nossa =civiliza'"o no momento, testeque & diferente de um dia para o outro, &F será que n!s, como =poetas, vamosconse1uir nos recuperar do pouso americano na uaG” =m)sica dizF “u l#e deia ua, muito cedo voc4 dela se =cansou.” \á estou cansado dela, sem d)vida.Bas quando os poetas recome'am a escrever a seu respeito, como se =nin1u&mtivesse lá pousado, como se ela si1nificasse coisas, do =mesmo modo quesi1nifica para mim e para voc4 quando a vemos no c&u com seu bril#o eesplendor, ma%estade e mist&rio, ent"o podemos =retroceder 3 &poca em queelaboramos tudo o que ela si1nifica, =quando sabamos o que si1nificava sombrae ==20

=2K0=20

luz. $e pudermos voltar 3 poesia e nos recuperarmos do pouso =americano naua, antes que aconte'a a mesma coisa em M4nus, =poderemos $entir que aciviliza'"o ainda tem al1uma esperan'a. =ssa & uma forma divertida de terminar,quando na verdade estou falando a =respeito da plula. $! que, do meu ponto devista, %á que eu =nunca vi nen#uma plula, e sem d)vida %amais in1eri al1uma, por=tudo o que sei, a plula poderia se parecer com a ua. :alvez se%a essa min#afantasia.=20

==Moon anding ==20

K=20

:#eZ saZ:#eZ reac#ed t#e moonlanted a fla1a =fla1 stiffened ofcourse 7no 1ods breat#e t#rere8=20

Page 102: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 102/142

K Yould fearK Yould panicK Yould doubtK Yould =maRe a mistaReK Yould faint

K Yould leap, scream, lau1#, 1o =to pieces.=20@@Vlever dcvils+ot $A t#eZ.=20

=2KK=20

@@@=20

#at moonG=20

:#eZ made a room out of t#eir #eads@n a computer box t#eZ =devised+ear-infinite complexitZ and t#enxplored its =finiteness. nd t#en:#eZ stepped on to it, planted a stiffened =fla1,=20nd tooR some marbles #ome, but not for c#ildren=20

to plaZ Yit#.=20

@M=20

9as anZt#in1 alteredG@s t#is t#e s#ape of manNs =triump#, t#e marR of manNs 1reatnesst#e climax of =civilizationt#e 1roYin1 point ofmanNs cultural lifeG @s =t#is t#e moment for settin1 up a 1od=20Y#o is pleascd Yit# #is creative effortsG=20

M=20

+o not for me=20

:#is is not mZ moon:#is is not t#e sZmbol of cold puritZ =

:#is is not t#e tide-master+or t#e p#ase-determinant of =YomenNs bodies t#e lamp ficRle Zet predictable tot#e s#ep#erd astronomer t#at =variablZ li1#ts up t#e darR ni1#t or 1enerates batsand 1#osts and =Yitc#es and t#in1s t#at 1o bump.=20

=$1$ =3=M@ ==20:#is is not t#e moon oft#e ma1ic casement, Aft#e personal dream of =\uliet of

Page 103: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 103/142

t#e balconZ,M@@BZ moon #as no fla1no =stiffened fla1@ts life is in its active beautZ

@ts variable =li1#t@ts luminositZ. J=20

7+urse K come8=20

=2KP=20

==p1===20

=====20

=20

====/iscussão dos ob%etivos da !uerra=0scrito em 19%=ara =alvio de muitos, o primeiro-ministro tem-se mostrado pouco disposto a=discutir os ob%etivos da 1uerra. +!s lutamos para existir.=essoalmente, n"o ten#o ver1on#a da id&ia de lutar apenas para =existir. +"ofazemos nada de extraordinário quando lutamos simplesmente porque n"oqueremos ser exterminados =ou escravizados. =e =mDchant animal, /#and on =l =Hatta/#e il = se =defend(  =&tica n"o entra na conversa, e se formossuficientemente tolos =para sucumbir n"o iremos nem ter a c#ance de aproveitarnosso erro. =$e lutamos para existir, n"o podemos reivindicar que somos mel#ores do que

nossos inimi1os. +o =momento em que dizemos que lutamos para possuir, oupara continuar =possuindo, no entanto, introduzimos certas complica'es, e seformos ousados o suficiente para afirmar que temos al1uma =qualidade que falta anossos inimi1os, e que deveria ser preservada, =estaremos afirmando al1o quen"o será fácil %ustificar. =VonseqQentemente, será mel#or manter nossos ob%etivost"o simples quanto possvel.=+"o existe nen#uma raz"o clara para %ustificar que a capacidade de =conduzir opas 3 vit!ria deva ser acompan#ada da=20capacidade de discutir os ob%etivos da 1uerra, e pode ser impor-=20

==,(=* =20

==ustri'/t=tante =n"o for'armos o primeiro-ministro a fazer al1o que este%a emdesacordo com sua ndole. A que o sr. =V#urc#ill tem ver1on#a de fazer, noentanto, n!s, que temos menos =responsabilidade direta, faremos at& comproveito. odemos examinar a possibilidade de estarmos defendendo =al1ovalioso, e, se ac#armos que & esse o caso, podemos tentar =elaborar o que esseal1o possa ser. quando as palavras =“democracia” e “liberdade” aparecem nadiscuss"o, podemos tentar entender o que si1nificam.Vom o intuito de =limpar a área, eu pediria que se aceitasse o se1uinte postuladoF

Page 104: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 104/142

caso =se%amos mel#ores do que nossos inimi1os, somos apenas um pouquin#o=mel#ores. l1uns anos ap!s a 1uerra, uma afirma'"o cautelosa como essapareceria =presun'osa. m min#a opini"o, n"o adianta nada fin1ir que a=natureza #umana & fundamentalmente diversa na leman#a e na <r"- Sretan#a,ainda que isso me deixe, admito, com a responsabilidade de =explicar as

recon#ecidas diferen'as de comportamento nos dois =pases. credito que essadiferen'a pode ser explicada sem que =se%a necessário supor que existamdiferen'as absolutamente fundamentais. oder-se-ia dizerF se & t"o =!bvio que ocomportamento & diferente aqui e lá, n"o & o =comportamento que interessa, nofinal das contasG $em d)vida, mas =existe o comportamento e o comportamentototal. Vomportamento & uma coisa6 comportamento total & outra. A=comportamento total inclui a responsabilidade #ist!rica6 tamb&m =leva em contaa amplia'"o da base da motiva'"o atrav&s da =identifica'"o inconsciente com osinimi1os. A comportamento total tamb&m inclui a =capacidade de o indivduoconse1uir 1ratifica'"o em conex"o =com id&ias, talvez a1ressivas e cru&is, e deobter alvio =quando id&ias intoleráveis que amea'am 1an#ar a consci4ncia s"oatuadas ou se%a, quando =se compartil#a com os outros membros de um 1rupoa responsabilidade por =essas id&ias.=20Volocando em palavras simples, podemos nos sentir bons, ser =bem-comportados, mas precisamos de um par;metro para a consci4ncia =da bondade.A )nico par;metro realmente =satis- ==20

=2K*=20

=f=at!rio ==20para a bondade & a maldade, e o comportamento total inclui essa=maldade, mesmo que nosso inimi1o & que se%a mau.+o momento, =estamos na posi'"o aparentemente afortunada de ter um inimi1oque =dizF “u sou mau6 ten#o a inten'"o de ser mau”, o que nos capacita a sentirF“$omos bons.” $e =nosso comportamento pode ser considerado bom, n"o fica

claro de modo =al1um que podemos escapar a nossa responsabilidade pelaatitude alem" =e pela utiliza'"o alem" das qualidades peculiares a 9itler. +averdade, #averia um peri1o real =e imediato em tal complac4ncia, %á que adeclara'"o do =inimi1o & #onesta %ustamente onde a nossa & desonesta. Deacordo =com a min#a vis"o, essa & uma das razes do poder que eles t4m paraquebrar seus oponentes a partir de =dentro. les o impelem a uma posi'"o decerteza que se rompe por =ser falsa.=20squecemos com muita facilidade o fato de que, quando acontece uma=1uerra, ela tem um valor que se reflete no curso da poltica. > =muito dificilmanter a paz como um fen?meno natural durante um =perodo superior a um certon)mero de anos, e seria possvel demonstrar que presses e tenses =internas

estavam aparecendo na estrutura poltica do pas quando a =amea'a externac#e1ou e nos deu alvio. 7@sso n"o implica que a 1uerra foi en1endrada paraprevenir uma revolu'"o, =como dizem al1uns.8m outras palavras, a natureza #umana, =denominada coletivamente estruturasocial, n"o & um assunto =simples, e nen#uma a%uda vem dos soci!lo1os quandoeles ne1am o poder da cobi'a e da a1ress"o que todo =indivduo tem queenfrentar dentro do pr!prio ==self se =quiser parecer civilizado. maneira maisfácil para o indivduo =& ver as suas partes desa1radáveis apenas quando elas

Page 105: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 105/142

aparecem em =outras pessoas. A dificil & que ele ve%a que toda cobi'a, a1ress"oe embuste no mundo =em =poderiam =ter =sido sua responsabilidade, mesmoque o fato em si n"o o se%a. @sso & verdade =tanto para o stado como para oindivduo.$e quisermos nos =instruir, os elementos da )ltima d&cada est"o dese%osos de

nos =ensinar. Um passo em nossa instru'"o=20====$1 =20

veio de Bussolini, que falou com todas as letras, antes de 9itler =aparecer nocenário, que a )nica posse %ustificável era aquela =1arantida pela for'a fisica. +"otemos que discutir se isso & =certo ou errado do ponto de vista &tico6 devemosapenas notar que, qualquer um que este%a preparado para =a1ir, ou mesmo parafalar, baseado nesse princpio, acaba for'ando =todo mundo a a1ir se1undo essemesmo princpio. Bussolini insinuava =que a <r"-Sretan#a, a /ran'a, a 9olanda ea S&l1ica estavam assumindo uma posi'"o falsa ao =reivindicar direitosterritoriais, como se Deus assim tivesse ordenado, =e discutiu-se que, mesmo quesuas palavras fossem apenas um blefe, para =for'ar-nos a decidir outra vez se

valia ou n"o a pena lutar por nossa =posi'"o, ele talvez nos ten#a prestado umbom servi'o.+ossa tarefa fica imensamente simplificada se aceitamos o fato de que, em=nossa natureza, somos basicamente i1uais aos nossos inimi1os. odemos=ent"o examinar sem temor nossa pr!pria natureza, nossa cobi'a e =nossacapacidade de iludir a n!s pr!prios6 se acima de tudo isso descobrirmos quedefendemos al1o =valioso para o mundo, estaremos em condi'es de avaliar issoem =sua devida propor'"o.Deve-se lembrar que, se descobrirmos =que fazemos coisas boas com o poderque possumos, isso n"o si1nifica que podemos possu-las sem despertar =inve%a.Um inimi1o pode inve%ar n"o apenas o que possumos, mas =tamb&m a

oportunidade que nosso poder nos dá de 1overnar bem e =espal#ar bonsprincpios, ou pelo menos de controlar as for'as que poderiam ocasionar=desordem.m outras palavras, se recon#ecemos a import;ncia da =cobi'a nas questes#umanas, podemos encontrar al1o al&m da =cobi'a, ou podemos descobrir queela & um amor de tipo primitivo. odemos tamb&m descobrir que a =compuls"opara adquirir poder resulta do medo do caos e do =descontrole.$erá que poderamos descobrir outra =%ustificativa possvel para lutar,%á que esta &antes de tudo uma luta pela vidaG +a verdade, s! existe um modo de =sustentar areivindica'"o de que ==20

=2KH=20

somos mel#ores do que nossos inimi1os sem nos envolvermos numa =discuss"ointerminável sobre o si1nificado da palavra =“mel#or”F se pudermos demonstrarque nosso ob%etivo representa um =está1io mais maduro do desenvolvimentoemocional do que o ob%etivo de nossos =inimi1os. Um bom exemplo seria sermoscapazes de demonstrar que os =nazistas est"o se comportando comoadolescentes ou =pr&-adolescentes, enquanto n!s estamos a1indo como adultos.

Page 106: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 106/142

  ttulo de ilustra'"o, eu diria =que a atitude de Bussolini, “lutar para possuir” 7sefor real, e =n"o apenas palavras8, & relativamente madura, e que a atitude =“confiee ame seu lder” s!=20& normal para o rapaz imaturo e pr&-adolescente. Deacordo com =essa id&ia, Bussolini nos desafiou a comportarmo-nos como adultos,=enquanto os nazistas nos desafiaram como adolescentes e n"o puderam =nos

compreender por n"o conse1uirem enxer1ar sua pr!pria imaturidade.+ossa =reivindica'"o, provavelmente, & que os nazistas s"o =pr&-adolescentesconfiantes, e que n!s estamos lutando para sermos =adultos. stamos tentandonos sentir livres, tanto quanto ser livres, e estamos dispostos a lutar, sem sermosbelicosos, =para nos tornarmos lutadores potencialmente interessados na arte dapaz. =$e reivindicamos isso, precisamos estar preparados para defender a=reivindica'"o e entender o que ela si1nifica.<eralmente parte-se do =princpio de que todos amamos a liberdade e queremoslutar ou morrer =por ela. oucos recon#ecem que essa suposi'"o & peri1osa e=n"o-verdadeira e esses poucos, parece-me, n"o conse1uem compreender aquiloque descrevem.

  verdade parece ser =que 1ostamos da id&ia da liberdade e admiramos aquelesque se sentem =livres, mas ao mesmo tempo temos receio da liberdade, e emcertas =ocasies tendemos a nos deixar controlar. dificuldade em compreenderisso =& que o Vonsciente e o inconsciente n"o s"o, de modo al1um, =id4ntiaos.$entimentos e fantasias inconscientes conferem ilo1icidade =ao comportamentoconsciente. :amb&m pode #aver uma discrep;ncia enorme entre aquilo de que1ostamos =quando estamos excitados e aquilo de que 1ostamos nosintervalos.=20

=2KT=20

  interfer4ncia no exerccio e no 1ozo da liberdade aparece =sob duas formas

principais. m primeiro lu1ar, o 1ozo da liberdade s! =se aplica realmente aosperodos entre as excita'es corporais. =9á muito pouca 1ratifica'"o corporal, enen#uma que se%a intensa, a se extrair da liberdade6 ao =passo que as id&ias decrueldade ou escravid"o est"o =notoriamente associadas com experi4nciassensuais e excita'"o =corporal, mesmo que separadas da pervers"o real, ondetais coisas s"o atuadas como um substitutivo da =experi4ncia sexual. ortanto, &necessário que os amantes da =liberdade sintam o poder sedutor da id&ia daescravid"o e do =controle. ode n"o ser muito cort4s mencionar os prazeressecretos do corpo e os pensamentos que os =acompan#am, mas asextraordinárias interrup'es de liberdade =que a #ist!ria re1istra n"o podem serexplicadas se permanecemos =sob uma conspira'"o de sil4ncio e ne1a'"o.

m se1undo lu1ar, a experi4ncia da liberdade & =cansativa, e em certos intervalosa pessoa livre procura um descanso da =responsabilidade e dá boas-vindas aocontrole. 9á uma piada muito con#ecida a respeito de uma escola moderna, ondeum =aluno dizF “or 1entileza, será que n!s ==temos que =fazer o que queremos#o%eG” 9á uma resposta sensvel implicada =nessa anedota, que &F “9o%e eu voul#e dizer o que fazer, pois =voc4 & uma crian'a e & ainda muito %ovem paraassumir a responsabilidade plena por seus =pensamentos e a'es.” $! que se forum adulto que faz a =per1unta 3s vezes dizemosF “$im sen#or, voc4 tem que fazer 

Page 107: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 107/142

sim. =@sso & que & liberdade5” provavelmente ele está muito disposto a fazer umesfor'o para =exercitar sua liberdade e mesmo apreciá-la, desde que #a%a umferiado =de vez em quando.

 qui, outra vez, para nos sentirmos livres temos =que ter um par;metro. Vomovamos ter consci4ncia da liberdade sen"o por meio do =contraste com a falta

delaG escravid"o dos ne1ros africanos =forneceu e ainda fornece umafacilidade falsa a =respeito de nossa pr!pria liberdade6 e o reaparecimento dotema da escravid"o em nossos =livros, filmes e m)sicas & nosso m&todo deconse1uir o =sentimento de que somos livres. ==20

=220=20

+ossa civiliza'"o ainda n"o encarou o problema da =liberdade a n"o ser no quese refere 3 exist4ncia da =escravid"o ne1ra. se incluirmos, como aliás deveramosfazer, a =quest"o da emancipa'"o dos escravos. :alvez a leman#a ten#a estadomenos envolvida do que =n!s ou a m&rica nessas duas experi4ncias, que s"ouma s! =em termos de comportamento total. +esse caso, isso faria uma enorme

=diferen'a no mane%o individual do alem"o quanto 3 crueldade pessoal e aoimpulso de controlála, =criando uma necessidade maior de ele atuar nos dias de#o%e as =experi4ncias de crueldade e de escraviza'"o que os americanos=atuaram, no escravismo dos ne1ros, e ainda est"o atuando, atrav&s da 1randeemancipa'"o.

  liberdade =representa uma press"o sobre a personalidade do indivduo6 o#omem =livre fica sem o alvio das id&ias que ele possa ter de estar =sendoperse1uido. Dele & retirada qualquer l!1ica que o desculpe de seus sentimentos=a1ressivos ou de raiva, a n"o ser a insaciabilidade da pr!pria =cobi'a. ele n"otem nin1u&m que l#e d4 ou retire a =permiss"o para fazer o que ele quiser emoutras palavras, que o poupe da tirania =de uma consci4ncia. +"o & de admirar

que as pessoas temam =n"o somente a liberdade, mas tamb&m a id&ia deliberdade e o =dar liberdade.=20$er mandado proporciona um 1rande alvio ao #omem, e a )nica coisa =quese exi1e & que o culto aos #er!is entre em a'"o. +o =momento presente,permitimos que o sr. V#urc#ill e al1uns outros =elementos de seu 1abinetemandem em n!s de modo t"o insensato que isso s! pode ser explicado pelo=pressuposto de que todos estamos completamente en%oados da liberdade e=nostál1icos de um perodo de escravid"o. +o com&rcio, por =exemplo,inventaram-se re1ras e re1ulamentos que est"o al&m da compreens"o dopequeno ne1ociante. +o =incio, ele fica incomodado, depois torna-sedesconfiado, e al1uns =dos mel#ores de sua área s"o 1radualmente for'ados a

desistir, =ou s"o levados ao colapso fisico ou mental. ode-se dizer o mesmo arespeito =de muitos outros setores. +"o #á d)vida de que isso=20

==$$=1 ==20

tem um certo valor por causa de sua crueldade e estupidez, as quais =s! perdemem import;ncia, para os seres #umanos, para a liberdade. =Minculando liberdadee paz, e escravid"o, 1uerra e esfor'o de =1uerra, alcan'amos um belo estado de

Page 108: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 108/142

coisas, o qual. no entanto, depende da =conveni4ncia de al1u&m estar 1uerreandoconosco. $e formos =estimulados a lutar a cada duas ou tr4s d&cadas, parece que=ficamos capazes de aproveitar a prática da, democracia e da experi4ncia deliberdade. muito raro con#ecer um =indivduo que se%a livre e que se sinta livre, e que

possa assumir =plena responsabilidade por suas a'es e pensamentos sem se=frustrar em demasia, ou se%a, sem manifestar inibi'"o no estado de excita'"o.:anto a inibi'"o quanto a =licenciosidade s"o fáceis, e pode-se comprá-las bembaratin#o =transferindo-se a responsabilidade a um lder idealizado ou a um=princpio6 o resultado, no entanto, & a pobreza de personalidade.$endo a liberdade al1o que deve ser =imposto 3queles que s"o capazes deassumi-la, & necessário =um vidente para avaliála e mostrar 3s pessoas que valea pena =lutar e morrer por ela e isso & uma verdade que se repete, 1era'"oap!s 1era'"o. =Bártires 1an#am a liberdade para sua pr!pria 1era'"o, n"o =paraos sindicalistas de todos os tempos. A amor 3 liberdade, por si =s!, n"o 1eraliberdade. o fato de as pessoas que est"o sob escravid"o =amarem a id&ia daliberdade n"o si1nifica que elas ir"o =amá-la quando estiverem livres. > sabidoque, ao primeiro 1ostin#o de liberdade, as pessoas ficam paralisadas de medo,=sem saber o que fazer com ela. a com ela se reconciliam, o que =implica que,em maior ou menor medida, desistiram dela.$e & =dificil sentir-se livre, n"o & menos difcil dar liberdade aos outros. A perodode 1uerra nos =proporciona n"o apenas um perodo de alvio temporário da=press"o de ser livre, mas tamb&m a oportunidade para que os ditadores ten#amseu dia. :emos ditadores =em toda parte e freqQentemente eles fazem coisasbelssimas, que =%amais poderiam ser feitas atrav&s do m&todo parlamentar.Iuando se atin1e um acordo quanto ao ob%etivo, a =execu'"o & apenas umaquest"o de efici4ncia. $erá ==20

=222=20

que esses #omens estar"o plenamente satisfeitos ao final da =1uerra, e secontentar"o em ficar de lado para permitir a aurora de =um novo dia democráticoG

Dizem que esta 1uerra está sendo levada a cabo pela liberdade, e eu acredito queal1uns de nossos =lderes podem alcan'ar esse alto ob%etivo. Vom o passar dotempo, =vamos cedendo o tanto de nossa liberdade que o sr. V#urc#ili %ul1a=necessário. speremos que existam aqueles que possam se sentir livres etolerar =a liberdade al#eia quando a batal#a estiver 1an#a.Democracia & =exerccio da liberdade, e o 1overno parlamentar & a tentativa de

=fazer com que a liberdade se%a possvel atrav&s da disposi'"o dos indivduos detolerar o =eclipse de suas opinies, caso eles se%am menos votados. =disposi'"o de tolerar que a coisa n"o ocorra do seu %eito, =quando al1u&m n"oconse1ue obter o apoio da maioria, & uma aquisi'"o #umana =impressionante,que envolve muito des1aste e muita dor. $! & =possvel se #ouver uma permiss"ode 1ratifica'"o, atrav&s =do ato de, periodicamente e de modo il!1ico, livrar-se dolder. ara #aver estabilidade, o rei & =mantido, ilo1icamente, de modopermanente. +a verdade, a ess4ncia da =democracia & a divis"o da cabe'a em

Page 109: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 109/142

rei e primeiro-ministro. =varia'"o americana desse tema investe um #omem deperman4ncia por um =perodo limitado de tempo.

  mim causa extremo desconforto ver =que se fala em democracia, nesta &pocasolene, como se ela =si1nificasse apenas o stado servindo o povo, ao inv&s de opovo servindo o stado. $em d)vida, o essencial da democracia =& que o povo

n"o apenas ele%a mas tamb&m se livre de seus =lderes e assuma essaresponsabilidade. As sentimentos %ustificam a =mudan'a, ainda que a l!1ica e oraciocnio possam roubar a crueza a esses sentimentos.==22P=20

or sorte, sendo a natureza #umana como ela &, cedo ou tarde =acabaaparecendo al1uma raz"o que %ustifique a remo'"o dos =c#efes, mesmo dos maisamados e confiáveis6 s! que o motivo =primário da remo'"o de um poltico &sub%etivo, e será encontrado no sentimento inconsciente, de maneira =que, se ospolticos ficam en1as1ados, torna-se manifesta uma =s&rie de fen?menos quea1re1am !dio n"o-expresso e =a1ressividade n"o-satisfeita.+os )ltimos anos, uma 1rande amea'a 3 democracia veio da tend4ncia =de ospolticos dese%arem se aposentar em fun'"o da idade, ou =morrer trabal#ando, emvez de sofrer uma derrota parlamentar. Borrer =n"o & suficiente. Dizem que umbom membro da V;mara dos Vomuns bate forte =e espera receber o troco. A fatode V#urc#ili ter substitudo =V#amberlain por meio de um procedimentoparlamentar e n"o se ter =adiado a remo'"o do sr. V#amberlain por al1uns dias,de medo do ataque inimi1o, =constituiu uma bela oportunidade para a democracia5

m min#a =opini"o, a maior contribui'"o de loZd <eor1e para a =poltica dasduas )ltimas d&cadas foi seu desempen#o como c#efe “assassinado”, enquantotodos =os outros vel#os estavam evitando ser “assassinados”, =aposentando-seinvictos. loZd <eor1e teve que ser mantido morto, e em =certas &pocas ele deveter se sentido desperdi'ado, quando percebemos que ele estava a%udando apreservar a =democracia da runa, oriunda do medo que os polticos t4m da=remo'"o il!1ica.A mesmo sentimento teve eco nas recentes =elei'es presidenciais atrav&s do1rito “+"o ao terceiro mandato”. reservar Ooosevelt pode =si1nificar adecad4ncia da democracia nos stados Unidos, %á que =da pr!xima vez ele vai ter que sair, e portanto nen#um presidente =poderá ser sacrificado, derrubadoilo1icamente, por pelo menos oito anos, A =resultado tem que ser um refor'o datend4ncia 3 1uerra, 3s =revolu'es, ou 3 ditadura.As nazistas, que obviamente =adoram que se l#es di1a o que fazer, n"o sesentem responsáveis pela escol#a de um lder, e s"o =incapazes de derrubá-lo,

sendo pr&-adolescentes nesse as- ==20

=22(=20

pecto. odemos reivindicar que, no modo de vida democrático, =nosso ob%etivo &a liberdade, se pretendemos um compartil#ar maduro =de responsabilidades,especialmente a responsabilidade pelo patncdio =il!1ico, que tornamos possvelpor meio da cis"o de nossa fi1ura paterna. +"o devemos nos =surpreender, no

Page 110: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 110/142

entanto, quando outros nos apontam nosso fracasso em =alcan'ar tal liberdade.$! podemos dizerF & o que pretendemos, =ou o que, enquanto na'"o,conse1uimos alcan'ar em curtos perodos, entre as 1uerras. =Oealmente &esperar muito que a liberdade pessoal e o sentimento de =liberdade se%amalcan'ados por mais que umas poucas pessoas, uns =poucos #omens e mul#eres

valorosos de cada &poca, que n"o adquiriram necessariamente fama.Iuando se c#e1a =a um esclarecimento verbal dos ob%etivos da 1uerra, s! sepode ter =certeza de uma coisaF se quisermos sobreviver, precisamos ter=disposi'"o de lutar. :amb&m reivindicamos que nossa esperan'a & mais do quelutar, pois =tentamos praticar a liberdade =20 o que pode dar muita di1nidade aoanimal #umano. $e pensarmos que =defendemos a maturidade dodesenvolvimento, mais do que o fazem nossos =inimi1os, teremos al1o de muitoforte para atrair a simpatia do mundo, =embora isso n"o evite que ten#amos quelutar ou morrer se necessário.+osso =primeiro ob%etivo & vencer a 1uerra. $upondo que a ven'amos, vamos=enfrentar a dificil tarefa de, antes de mais nada, restabelecer nossa =pr!prialiberdade, nosso sistema parlamentar e o modo de vida =democrático, inclusive amáquina de remo'"o il!1ica dos =polticos. sse & nosso se1undo ob%etivo de1uerra. A terceiro =& procurar ou estar preparado para dar as boas-vindas aoselementos =maduros dos pases inimi1os. spera-se que muitos alem"es e=italianos que a1ora demonstram uma mentalidade desafiadoramente=adolescente se%am capazes de um avan'o pessoal em dire'"o 3 maturidade ou se%a, podemos esperar que muitos =deles este%am seduzidos pelaadolesc4ncia ou pr&-adolesc4ncia, =e n"o que este%am fixados=20

==$$=5 ==20

num está1io imaturo de desenvolvimento em fun'"o de uma =incapacidade

pessoal de amadurecer. ois somente na medida em que os =alem"es estiveremmaduros & que a id&ia de liberdade l#es pode =ser proveitosa.ara mim, ainda #á al1o que se pode dizer a respeito do 1an#ar a 1uerra. +esta1uerra em =particular, 1an#ar si1nifica apelar para todo e qualquer blefe na=propa1anda. +osso trabal#o & testar tudo aquilo que nos & %o1ado =por meio depalavras. > por isso que aqueles que advo1am a propa1anda de nossa parteori1inam =em n!s mais suspeita do que admira'"o. Deve #aver um lu1ar para =apropa1anda como parte da máquina de 1uerra, mas & importante que=consi1amos uma vit!ria militar, e n"o uma vit!ria moral.

  mel#or esperan'a para um =perodo de paz & que a 1uerra termine no momentoem que a luta =termina. $e o lado vencedor estabeleceu uma supremacia em

armas, o =vencido ainda pode manter a cabe'a er1uida. utar e perder n"o & piorpara a alma do que lutar e =vencer.ode-se tentar ser mais claro ainda e dizer que, se os =alem"es vencerem, suavit!ria será por sua superioridade em =termos de luta, e n"o de espetáculo6 se n!svencermos, como confiamos, novamente será por nossa =superioridade de luta.$e, no entanto, uma paz artificial & =celebrada antes que se estabele'a de modoindubitável a supremacia =pelas armas, ent"o o vel#o problema da culpa vaivice%ar outra vez, e a paz que todos =n!s esperamos será novamente estra1ada.

Page 111: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 111/142

Auvimos muito pouco =a respeito do valor da 1uerra, o que n"o causa estran#eza, %á que con#ecemos tanto de seus #orrores. Bas com certeza & possvel =queessa luta verdadeira entre alem"es e brit;nicos tenda a =promover 1radualmentea maturidade de ambos os lados. retendemos c#e1ar =a um ponto de satura'"o,quando #ouver satisfa'"o militar e respeito m)tuo entre os =combatentes, um

respeito que nunca mais pode sur1ir entre propa1andistas =econtrapropa1andistas, nem, temo, entre pacifistas e pacifistas. =oder-se-iaalcan'ar um novo perodo =20

=22*=20

de respeito m)tuo entre combatentes amadurecidos, um novo =perodo de paz,que talvez dure um outro par de d&cadas, at& =que uma nova 1era'"o cres'a eprocure resolver ou obter =alvio de seus pr!prios problemas a seu pr!prio modo.

  atribui'"o de culpa pela 1uerra n"o entra nesse =esquema, %á que todoscompartil#amos dela, pois paz si1nifica =impot4ncia, a n"o ser quandoconquistada atrav&s da luta e do =risco pessoal de morte.=20

=22W=20

==p1===20

=====20

=20

====Os muros de 9erlim=0scrito em no!emro de 1969=A =muro de Serlim & o exemplo mais not!rio de um fen?meno que pode serencontrado em toda parte, mas que 1an#a si1nificado =especial pelo fato de omundo ter-se tornado um local )nico e de a =ra'a #umana ter alcan'ado umaesp&cie de unidade.9á =muitas maneiras de examinar esse fen?meno no mundo da poltica prática en"o seria possvel que =uma s! pessoa abarcasse todo o assunto. partir daprática =psicanaltica, no entanto, parece necessário dizerdeterminadas=20coisas, duas das quais dese%o desenvolver como temasseparados.

  =primeira tem a ver com o desenvolvimento da unidade individual. +"o =&possvel ol#ar de modo proveitoso para o estado clnico de um =ser #umano num)nico momento. > muito mais vanta%oso estudar o desenvolvimento desseindivduo em =sua rela'"o com o meio, e isso inclui um estado da provis"o=ambiental e de seu efeito no desenvolvimento do indivduo, As =processosmaturacionais #erdados no indivduo s"o potenciais6 necessitam de um ambientefacilitador para sua =viabiliza'"o, pelo menos em certo 1rau e medida, e #á=varia'es importantes no meio social conforme o local e a &poca. Deve-sepresumir que o mundo, na medida em que se transforma em =unidade em termossociol!1icos, n"o pode ser mel#or do que os =indivduos que o compem. ode-se fazer um dia1rama do =indivduo=20

Page 112: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 112/142

=,,"=20

#umano, e a superposi'"o de um bil#"o desses dia1ramas =representa a somatotal da contribui'"o dos indivduos que =compem o mundo, sendo, ao mesmotempo, um dia1rama sociol!1ico do =mundo. xiste aqui uma complica'"o6apenas determinada propor'"o de indivduos & que adquire, =em seudesenvolvimento emocional, al1o que poderia ser c#amado de estado =unitário.Oealmente, & bem provável que o conceito de =indivduo se%a um conceitorelativamente moderno e que n"o ten#am existido pessoas inteiras sen"o =#ápoucos s&culos6 ou talvez ten#a #avido uns poucos indivduos =inteirosexcepcionais por volta dos dois )ltimos s&culos. > =muito fácil #o%e em diaassumir a exist4ncia do indivduo enquanto unidade, e supor que essa unidade=constitui a base de tudo aquilo que & #umano6 e que todo indivduo =que n"oten#a conquistado a inte1ra'"o em al1o que poderia ser =denominado umaunidade ainda n"o alcan'ou o patamar a partir do qual se pode adquirirmaturidade, se%a =lá qual for o si1nificado dessa palavra.or conse1uinte, o =mundo precisa conter uma certa propor'"o de indivduos que=n"o conse1uem atin1ir a inte1ra'"o a ponto de se tornarem uma unidade e queportanto n"o podem =contribuir, exceto de modo destrutivo, para a inte1ra'"omundial. =ara prosse1uirmos nosso assunto & necessário deixar de lado essa=complica'"o e tamb&m considerar o mundo sociol!1ico como a superposi'"o dc=mil#es de indivduos inte1rados uns aos outros. ode-se admitir =que no mundon"o se encontrará nada mel#or do que aquilo que pode =ser atin1ido no ser#umano.=20Iuando estudamos beb4s e crian'as em desenvolvimento, e os seres=#umanos se desenvolvendo em todos os 1rupos em todo o mundo, descobrimos=que a inte1ra'"o em uma unidade n"o si1nifica que o =indivduo alcan'ou a paz.A indivduo adquire um selfque pode conter conflitos de toda esp&cie, =referentesaos instintos e 3s necessidades refinadas do esprito, =e tamb&m os conflitosrelacionados ao meio. A dia1rama do ser #umano =mais saudável que se possaconceber pode ser visto como uma ==20

=2P0=20

esfera, ou mais simplesmente um crculo e de imediato =será necessáriocolocar uma lin#a passando pelo centro. A =indivduo que atin1ir esse 1rau desa)de & capaz de conter =todos os conflitos que sur1em=20de dentro e de fora e,embora sempre possa #aver 1uerra ou uma 1uerra =potencial ao lon1o da lin#acentral, dc ambos os lados da lin#a =or1anizam-se 7pelas for'as inte1rativas

inerentes ao desenvolvimento #umano8 a1rupamentos de =elementos beni1nos epersecut!rios.+a realidade psquica =interna que estou descrevendo, nem sempre #á 1uerrasimplesmente por =causa da lin#a e da separa'"o dos elementos beni1nos epersecut!rios. possvel proporcionar =a%uda pelo fato de que os elementosbeni1nos podem ser exportados ou =pro%etados o mesmo ocorrendo com oselementos persecut!rios. =Dessa maneira, os seres #umanos est"o sempreinventando Deus e est"o sempre or1anizando dep!sitos de =de%etos ou de

Page 113: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 113/142

produtos peri1osos.9á dois extremos, do ponto de =vista clnico, quando se examinam os seres#umanos se1undo o modo =como eles lidam com essas questes. +um extremo,a totalidade do conflito que o indivduo pode =con#ecer & reunida na realidadepsquica interna pessoal. =ssume-se responsabilidade por tudo. Devido ao

peri1o que=20cada movimento representa, estabelece-se automaticamentecontrole sobre =tudo. disposi'"o de ;nimo, portanto, & a depress"o. +o=extremo oposto, a 1uerra potencial na realidade psquica interna =n"o pode sertolerada, e o indivduo procura por um representante dela na sociedade, tantolocal como =1eral, e em )ltima análise no conceito social unificado do mundo =emque vivemos. Dessa forma, n"o se trata somente do fato de sempre =existirconflito no meio social, mas tamb&m de que os indivduos que compem asociedade inventam e =mant4m tal conflito6 e os indivduos n"o apenas sofremcom os =conflitos no mundo ao seu redor, mas tamb&m obt4m alvio, pois =oconflito externo ao indivduo o alivia do conflito interno ou se%a, da realidade=psquica interna pessoal.As idealistas com freqQ4ncia se =pronunciam como se existisse um indivduo semnen#uma lin#a no centro =do dia1rama=20

=,3(=20

da pessoa, n"o #avendo nele nada exceto for'as beni1nas =utilizáveis para bonsprop!sitos. +a prática, no entanto, todos =os que estudam essas questesdescobrem que, se os indivduos =est"o quase livres de for'as e ob%etospersecut!rios ou “maus”, isso si1nifica =simplesmente que al1um mecanismo dotipo bode expiat!rio está =atuando e que o indivduo está conse1uindo alvio deuma =perse1ui'"o real, ima1inária, provocada ou delirante.Da mesma maneira, & impossvel =conceber al1u&m que se%a de todo mau, ou

se%a, que s! conten#a =elementos persecut!rios, n"o importando o que a palavra=“mau” si1nifique. @sso poderia ocorrer, no entanto, na psicopatolo1ia, onde, =emcertos casos de suicdio, o indivduo faz um arran%o, colocando =todos os ob%etosmaus dentro do ==self e =exterminando-os, ap!s exportar ou pro%etar aquilo quesente ser bom. =7Oecordo-me aqui da bio1rafia de #ilip 9esseltineF ele p?s o1ato =para fora, fec#ou a porta e abriu o 1ás.8 Abservar-se-á que no estadodepressivo que faz parte da estrutura =da personalidade do indivduo normal oupsiquiatricamente saudável =#á uma toler;ncia ao estado de 1uerra potencial. >como se =#ouvesse um muro de Serlim, ou o que #o%e em dia & denominado lin#ade paz do ex&rcito, em =Selfast. ssas questes s"o provincianas6 no dia em queo presente =estudo tiver encontrado um leitor, talvez elas ten#am sido esquecidas,

=em fun'"o de al1um exemplo mel#or de lin#a divis!ria, o qual, na pior das=#ip!teses, poster1a o conflito e, na mel#or das #ip!teses, =mant&m distantes asfor'as opostas por lon1os perodos, de forma que as pessoas possam brincar eperse1uir a arte da paz. =ssa paz depende do sucesso temporário de uma lin#adivis!ria =entre as for'as oponentes6 a bonan'a entre as &pocas em que o =murodeixa de se1re1ar o bem e o mal.=20m todas as localidades existe uma quest"o poltica como pano de =fundo, ea solu'"o temporária para essa quest"o, que envolve =1uerra e 1uerra civil, & a

Page 114: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 114/142

base para os momentos de paz e de =aquisi'"o cultural. @sso & o mesmo que ofato bem recon#ecido de que existem condi'es =especiais que fazem de umail#a 7se ela n"o for muito 1rande8 um =lu1ar em que se pode pra- ==20

=2P2=20

ticar a arte da paz. m outras palavras, se uma comunidade n"o =& uma il#a, elatem fronteiras e #á um estado de tens"o nessas =fronteiras. A comportamentodas pessoas que est"o tanto de um lado da fronteira como do outro determina anatureza da =vida do povo, e aqui fica de novo imediatamente claro o quanto &=produtivo tolerar o anta1onismo sem que se ne1ue o anta1onismo em si. o=mesmo tempo, a toler;ncia do anta1onismo=20& a coisa mais dificil de seconse1uir em poltica. > sempre =mais fácil fortalecer-se e empurrar as fronteirasum pouquin#o mais =ou faz4-las passar por cima da cabe'a do povo, dominandoo 1rupo =social, de modo que n"o #a%a liberdade para esse 1rupo, ainda que #a%aliberdade para o 1rupo =maior e mais forte que obteve o domnio.@sso & um reflexo =do tipo de coisa que pode acontecer no indivduo quando o

fascnio =por um lder ou por determinada id&ia dá ao indivduo certeza absolutade suas a'es e o =transforma num ditador que n"o possui d)vidas, nemapresenta =#ipocondria ou depress"o, mas apenas e t"o-somente uma=compuls"o para manter o domnio. sse & o domnio do bom sobre o mau, mas adefini'"o de bom e mau & =privil&1io do ditador, e n"o uma quest"o para serdiscutida =entre os indivduos que compem o 1rupo, n"o ficando, portanto, =sobrevis"o constante no que diz respeito ao seu si1nificado. ode-se dizer que, =at&certo ponto, a ditadura sucumbe porque o si1nificado fixo =atribudo ao bom e aomau eventualmente torna-se entediante, e as pessoas =tornam-se dese%osas dearriscar a vida pela causa da espontaneidade e da =ori1inalidade.ode-se come'ar a aplicar imediatamente essas =questes a qualquer pequeno

problema que apare'a. or exemploF se o muro na =@rlanda do +orte está entre ocatolicismo e o protestantismo, isso =si1nifica que n"o #á espa'o para uma1n!stico saudável. =:odo=20mundo que estiver na @rlanda do +orte no presentemomento tem que ser ou =protestante ou cat!lico, ainda que mesmo o si1nificadodos termos =protestante e cat!lico n"o este%a aberto a discuss"o, mas possa=estar estabelecido pelas razes #ist!ricas,=20

==,3=3= =20

capazes de conferir a tal discuss"o um si1nificado local, =especfico para a @rlandado +orte. De certo modo, talvez a @rlanda =do +orte se%a o muro de Serlim

permanente que divide a @n1laterra e o =ire. $e o ire inclusse a @rlanda inteira,ent"o o muro seria a á1ua que separa as duas il#as. +a verdade, =n"o restammuitas d)vidas de que apareceria um lin#a irre1ular =dividindo as popula'es em<las1oY, iverpool e em outras áreas do oeste da il#a, e isso poderia implicaruma exacerba'"o da =tens"o entre protestantes e cat!licos em ondres.m ondres =no presente momento, e na <r"-Sretan#a de modo 1eral, o estadode fixidez da bandeira protestante =facilita a toler;ncia ao catolicismo. Do mesmomodo, na @rlanda =cat!lica #á uma certa toler;ncia em rela'"o ao protestantismo,

Page 115: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 115/142

pois considera-se o catolicismo como parte do clima. > =quando os dois climas seencontram que ocorre o c#oque.+"o =& dificil fazer afirma'es dessa esp&cie em rela'"o a =outros pases,embora em todo caso qualquer afirma'"o que se%a feita de modo =muitoapressado corra o risco de ser muito pobre em termos de verdade, =%á que a

verdade & complicada, e conseqQentemente interessante, =al&m de enraizada na#ist!ria. +o entanto, para efeito de ilustra'"o, & possvel =realizar o exerccio deampliar a ima1ina'"o %untamente com o =con#ecimento de al1uns fatos.A denominador comum de todos esses =problemas & o estado de 1uerra potencialque existe entre fac'es que =aparecem aos pares. sse tema, ou se%a, o temaque me interessa enquanto =estou aqui escrevendo, tem a ver com o ponto deencontro entre as =fac'es e a or1aniza'"o no lu1ar em que as fronteiras seencontram ou se encontrariam, se =n"o fosse pela terra-de-nin1u&m entre asduas fronteiras. Buito =daquilo que c#amamos de civiliza'"o torna-se impraticável3 =medida que nos aproximamos da barreira alfande1ária, de tal maneira que osque via%am com passaporte ficam maravil#ados =com a facilidade com que ofazendeiro pode arar seu campo e cruzar a =fronteira diariamente quantas vezesquiser, e praticamente sem notar que =o faz, ao passo que, se f?ssemos se1ui-lo,seramos mortos. +os locais em que ==20

=2P(=20

os fazendeiros n"o podem brincar com a fronteira desse modo, =nessa árearecon#ecemos um estado de 1uerra potencial, e a n"o =buscamos a arte da pazou a criatividade l)dica.=20 interessante comparar o rico desenvolvimento que passou a existir na=fronteira entre a @n1laterra e a sc!cia, ainda que #a%a poucas =indica'es deonde come'a a @n1laterra e onde termina a sc!cia, ou vice-versa. odemos

apreciar a modifica'"o 1radual do =sotaque, e a 4nfase na #ist!ria tem umcolorido um pouco diferente =caso se vá um pouquin#o mais para o norte ou parao sul. $em d)vida, a%uda muito o fato de a il#a ser mais estreita ao sul de=dimbur1o, de modo que sentimos mais ou menos que estamos na sc!cia=quando estamos na sc!cia, sem que nin1u&m nos di1a.

  =fronteira entre a @n1laterra e o as de <ales tem que ser observada em termosda 1eo1rafia e das montan#as. = fronteira entre Serlim Acidental e SerlimAriental & um muro =construdo pelo #omem que tem que ser necessariamentefeio, pois =n"o #á nen#um si1nificado na palavra “beleza” que possa ser vinculadoao recon#ecimento de que aqui, =exatamente neste ponto, & o lu1ar onde, se n"o#ouvesse muro, =#averia 1uerra. Bas o aspecto positivo do muro de Serlim & o

=recon#ecimento do fato de que a natureza #umana n"o=20& capaz da totalidade,exceto em termos do #umor depressivo e do =recon#ecimento do conflito narealidade psquica interna do =indivduo, e de uma disposi'"o de poster1ar aresolu'"o =do conflito e de tolerar o desconforto desse #umor. +aturalmente, emtermos =do tempo, a pessoa pode ver que existe uma alternativa entre a=resolu'"o do conflito, que si1nifica 1uerra ou conquista, e a =toler;ncia do estadode tens"o, que si1nifica a aceita'"o de um muro de Serlim ou de al1o=equivalente.

Page 116: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 116/142

@sso si1nifica uma psicose manaco-depressiva em =termos do tempo e dasociolo1ia, que & a mesma coisa que a psicose =manaco-depressiva dcaltern;ncia de #umor no indivduo, que por sua vez & a mesma coisa que o=#umor deprimido de uma pessoa inteira que aceita o fato do conflito na=realidade psquica interna. ==20

=2PC=20

==p1===20

=====20

=20

=== A =liberdade =20

==4#s.o de dois ensaios escritos por !olta de 1969 ==20

sta & uma ocasi"o propcia para uma coloca'"o a =respeito do si1nificado da

liberdade. +"o será feita nen#uma =refer4ncia 3 vasta literatura, tanto dentrocomo fora da =psicanálise,=20

que aborda essa %d&ia. +"o & possvel, no entanto, eu =me eximir daresponsabilidade de propor uma nova vis"o da liberdade, =3 luz dos conceitos desa)de e de criatividade que ten#o =enfatizado.=20

  quest"o da liberdade %á foi introduzida quando me referi ao =fator ambiental quetorna a criatividade in)til, ou a destr!i no =indivduo ao produzir um estado dedesesperan'a. ssa & a =quest"o da liberdade em termos da sua aus4ncia e dacrueldade envolvida tanto na restri'"o fisica como na =aniquila'"o da exist4nc%a

fisica pessoal de um indivduo =atrav&s da domina'"o, como por exemplo numaditadura. ssinalei =que tal domina'"o pode ser encontrada em casa, e n"oapenas no cenário =poltico.> bem sabido que pessoas cora%osas descobriram, =atrav&s dos s&culos, quetin#am um certo senso de liberdade, e mesmo um senso mais incrementadoquando se encontravam =em situa'"o de restri'"o fisica. m al1um outro lu1ar,citei =o verso bem=20

=2PW=20

con#ecidoF “Buros de pedra n"o fazem uma pris"o6 nem =barras de ferro, uma %aula.”m termos do indivduo que tem =al1uma medida da sa)de psiquiátrica, o sensode liberdade n"o fica totalmente dependente da atitude ambiental. Oealmente, &=possvel que as pessoas sintam terror da liberdade quando ela l#es =& permitidaap!s ter sido proibida. Abservou-se al1o assim no =cenário poltico durante o)ltimo meio s&culo, quando tantos pases finalmente alcan'aram a liberdade e=n"o sabiam o que fazer com ela.+um livro que n"o está =essencialmente preocupado com a poltica, o estudodeve ser o do =sentido da liberdade referente 3 sa)de psiquiátrica do indivduo.

Page 117: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 117/142

 queles que entram em contato com a =teoria psicanaltica pela primeira vezsentem, com razoável =freqQ4ncia, que ela, por mais interessante que possa ser,& de =certo modo assustadora. A pr!prio fato de que possa #aver uma teoria dodesenvolvimento emocional do =indivduo relacionada ao ambiente, e de que ateoria possa ser =ampliada para explicar perturba'es no desenvolvimento e

estados =de doen'a, deixa muita 1ente realmente perturbada. pessoa que derpalestras =para 1rupos de estudantes mais vel#os a respeito do desenvolvimento=emocional da crian'a e da din;mica dos dist)rbios mentais e =psicossomáticosespera, de tempos em tempos, abordar a premente quest"o do =determinismo. claro que n"o existe nen#uma teoria dos estados =emocionais e da sa)de, dosdist)rbios da personalidade e das =excentricidades do comportamento que n"o sebaseie em al1um pressuposto determinista. +"o a%uda muito se o =conferencistatenta fazer concesses a al1uma área que este%a de =al1um modo fora dodeterminismo. A estudo da personalidade que está especialmente associado aotrabal#o de /reud, trabal#o esse que =constituiu um enorme avan'o na tentativado #omem de entender a si =mesmo, & uma extens"o da base te!rica da biolo1ia,que por sua =vez & uma extens"o da base te!rica da bioqumica, da qumica e dafisica. 9á um contnuo =nas afirma'es te!ricas sobre o universo, se a pessoacome'a =com a teoria da estrela pulsante e ter- ==20

=2PH=20

mina com a teoria do dist)rbio psiquiátrico e da sa)de no =ser #umano, incluindoa criatividade ou examinando o mundo de modo =criativo, que & a evid4ncia maisimportante de que o #omem está =vivo e de que aquilo que está vivo & o #omem.Abviamente, & muito dificil para al1uns seres =#umanos, talvez para todos, aceitar o determinismo como um fato =básico, e #á muitos camin#os bem con#ecidospara escapar a ele. =$empre que al1u&m ol#a para uma dessas sadas de

emer14ncia, sente al1uma esperan'a de que ela n"o vai =estar bloqueada. orexemplo, se al1u&m examinar a percep'"o =extra-sensorial, vai perceber umatentativa de provar que ela existe, =mas vai sentir uma ambival4ncia no que dizrespeito ao desfec#o, %á que, ao se provar que ela =existe, bloqueia-se umapossibilidade de escape ao determinismo, e o =resultado & mais um exemplo dematerialismo 1rosseiro. A materialismo =n"o & bonito, nem tampouco a1radável,mas tamb&m n"o podemos dizer que dese%amos ficar =permanentementeprocurando uma maneira de escapar ao determinismo.=A conferencista em psicolo1ia din;mica que por repetidas vezes =encontra essetipo de ob%e'"o a seu tema como um todo, por parte de um estudante que fique=perturbado pelo determinismo implicado, lo1o percebe que esse problema =n"o

afeta todos os estudantes o tempo todo. +a verdade, a maioria das =pessoas n"ofica incomodada pelo entendimento, at& onde ele possa existir, de que a vida tem=uma base determinista. De repente, o assunto adquire uma import;ncia =vitalpara o estudante, ou pode tornar-se momentaneamente importante =paraqualquer pessoa, mas o fato & que a maioria das pessoas se sente livre paraescol#er a maior parte do =tempo. > esse sentimento de ser livre para escol#er ede ser capaz de criar =novamente que torna a teoria determinista irrelevanteFsentimo-nos =livres a maior parte do tempo. A determinismo pode ser apenas um

Page 118: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 118/142

aspecto =da vida inc?modo de vez em quando.=20A que n"o pode ser i1norado & o fato de que uma propor'"o =muito 1rande depessoas, #omens, mul#eres e crian'as, =sen=-=20

=$I9=20

tem-se intensamente perturbadas por al1o, e isso pode facilmente =tomar a formade uma revolta contra o determinismo. recisamos examinar =o que vem a seresse medo e encará-lo com seriedade. A sentimento de liberdade contrasta em talmedida com =o sentimento de n"o ser livre que um estudo desse contraste torna-se =imperativo.9á uma coisa muito simples que pode ser dita sobre =esse assunto complexo,que & que a doen'a psiquiátrica & sentida como uma esp&cie de =pris"o, de modoque uma pessoa doente do ponto de vista =psiquiátrico pode se sentir ainda maisrestrin1ida na doen'a do =que uma pessoa que este%a numa pris"o de verdade. >necessário descobrir al1um modo de compreender o que a pessoa doente=descreve em termos de falta de liberdade. 9á uma maneira de =considerar essa

quest"o, baseada em teorias %á bem 1astas que =sur1iram da práticapsicanaltica. Deve-se recordar que, enquanto que em rela'"o 3 sa)de =a teoriapsicanaltica tem muito a aprender, no que diz respeito a =doen'as ela %á sabemuito. o investi1ar esse problema, & =)til fazer um balan'o da sa)de psiquiátricae da doen'a em termos das defesas que se or1anizaram na =personalidade#umana. :ais defesas assumem muitas formas, e foram =enunciadas em toda asua complexidade por vários autores li1ados 3 =psicanálise. +"o #á d)vida, noentanto, de que as defesas s"o uma parte essencial da =estrutura dapersonalidade #umana, e que sem a or1aniza'"o das =defesas s! existe o caos ea or1aniza'"o de defesas contra o =caos.Um conceito )til aqui & que na sa)de psiquiátrica #á uma ==fle&iilidade =na

=or1aniza'"o das defesas, enquanto que na doen'a psiquiátrica, pelo contrário,as defesas s"o relativamente =r1idas. ode-se detectar um senso de #umor nasa)de mental como =parte da capacidade de brincar, sendo o senso de #umoruma esp&cie de =%o1o de cintura na área da or1aniza'"o das defesas. sse %o1ode cintura dá um sentimento de =liberdade tanto para o su%eito quanto paraaqueles que est"o ou que =dese%am ficar envolvidos com o indivduo em quest"o.=+o=20 extremo da

=2(0=20

doen'a psiquiátrica, n"o #á %o1o de cintura na =or1aniza'"o defensiva, de tal

maneira que o indivduo se =entedia com sua pr!pria estabilidade na doen'a. >essa ri1idez =de or1aniza'"o defensiva que faz as pessoas se queixarem de faltade liberdade. ssa =& uma quest"o muito diferente do tema filos!fico do=determinismo, devido ao fato de as alternativas para a liberdade e a =falta deliberdade serem inerentes 3 pr!pria natureza #umana, e de tais problemasconstantemente exi1irem =resolu'"o imediata na vida de qualquer pessoa. $"o=particularmente ur1entes na vida do beb4 e da crian'a pequena, e=conseqQentemente na vida dos pais, que est"o o tempo todo elaborando

Page 119: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 119/142

alternativas de adapta'"o e treinamento, =esperando dar 3 crian'a aquelaliberdade de impulso que faz com =que a vida se%a sentida como real e valendo apena ser vivida e =que conduz a uma vis"o criativa dos ob%etos e tamb&m 3alternativa representada pelo =aprendizado e pela necessidade de os paisretomarem sua pr!pria vida =privada, mesmo 3 custa dos 1estos impulsivos da

crian'a e das =reivindica'es de auto-express"o.=209o%e em dia, em nossa cultura, estamos col#endo as recompensas de uma=era em que n"o se poupam esfor'os para dar 3s crian'as os =prim!rdios deal1um senso da liberdade de elas existirem por si mesmas, =apesar de al1unsdesses resultados serem desconfortáveis quando a =crian'a c#e1a 3adolesc4ncia. ode-se observar uma tend4ncia social de rea1ir a isso, de talmaneira que aqueles que assumem a =responsabilidade pelo mane%o deadolescentes dificeis tendem a =questionar a validade das teorias que fizeramcom que toda uma =1era'"o tentasse dar 3s crian'as um bom come'o. m outraspalavras, a sociedade está sendo estimulada, pelas =pessoas que amam aliberdade, a adotar medidas severas, que =eventualmente podem resultar numaditadura. sse & o peri1o. 9á =problemas administrativos enormes e um 1randedesafio=203 teoria que compe a espin#a dorsal de nosso trabal#o.=20

=2(K=20

==ustri'/t= A =ameaça à liberdade=Vonsiderar o conceito de liberdade conduz a um exame da amea'a 3 =liberdade.:al amea'a sem d)vida existe, e o )nico momento =adequado para investi1á-la &antes de a liberdade ser perdida. +a medida em que se considera a liberdadecomo uma =quest"o da economia interna do indivduo, n"o & fácil =destru- la6 ouse%a, se a liberdade & vista antes em termos da =flexibilidade do que da ri1idez naor1aniza'"o defensiva, ent"o trata-se de um aspecto da sa)de do =indivduo, e

n"o do tratamento a ele dispensado. +o entanto, =nin1u&m & independente domeio, e existem condi'es ambientais que destroem o sentimento de liberdademesmo naqueles que =poderiam 1ozá-lo. Uma amea'a prolon1ada poderia minara sa)de =mental de qualquer pessoa e, como eu tentei enunciar, a ess4ncia da=crueldade & destruir no indivduo aquele 1rau de esperan'a que faz al1umsentido a partir do =impulso criativo e do viver e pensar criativos.$upondo que exista =uma amea'a 3 liberdade, ent"o & necessário dizer, antes=de tudo, que o peri1o adv&m do fato de que aqueles que s"o livres tantointernamente como no =contexto social s"o passveis de assumir a liberdadecomo al1o =1arantido. qui existe al1o comparável 3 necessidade de deixar com=que m"es e pais que est"o lidando satisfatoriamente com seus beb4s e crian'as

saibam que =tudo aquilo que est"o fazendo tem import;ncia, bem como &=a1radável ou satisfat!rio em al1uma medida. $e as coisas est"o =correndo bem,eles d"o tudo isso como certo e n"o se apercebem de que est"o lan'ando as=bases da sa)de mental de toda uma nova 1era'"o. $"o muito =facilmenteempurrados para o lado ou para trás, por qualquer pessoa que ten#a um sistemade pensamento, ou se%a, =qualquer pessoa com al1um tipo de convic'"o queprecisa ser =difundida, ou uma reli1i"o a que as pessoas devem ser convertidas.=$"o sempre as coisas naturais que acabam sendo estra1adas, como quando

Page 120: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 120/142

uma =nova auto-estrada & construda exatamente no isolamento do campo, =ondese podia encontrar serenidade. =sere-

2(2

=n=idade ==n"o sabe como lutar por si mesma, e o impulso ansioso pelo avan'oe =pelo pro1resso parece conter toda a din;mica. id&ia está =contida na frase de\obn BaZnard [eZnes, “A pre'o da liberdade =& a eterna vi1il;ncia”, que acabousendo adotada como lema pelo ==eE Statesman(==xiste, portanto, uma amea'a 3 liberdade e a todos os fen?menos naturais,simplesmente porque eles =n"o cont4m o impulso da propa1anda, e quando osfen?menos =naturais forem atropelados %á será tarde. or pouco que possa=parecer, %á & al1uma coisa mostrar, para as pessoas livres, o valor da liberdade edo =senso de liberdade, mesmo que se c#e1ue ao ponto de c#amar a =aten'"opara o fato indubitável de que o “sentir-se =livre” pode provocar exatamente asrestri'es em rela'es 3s quais se aprecia a liberdade. > claro que =isso se referea restri'es no meio ambiente, mas #á um valor =limitado para a liberdade interior,que descrevi em termos de =flexibilidade na or1aniza'"o das defesas, se ela for

experimentada conscientemente apenas em =circunst;ncias persecut!rias.Vom base nisso & =interessante, sen"o valioso, examinar outras razes paraexistir =uma amea'a a tudo aquilo que & natural. su1est"o que estou tentandoapresentar & que, quando descrevemos al1o =dizendo que & natural, e que sereferir aos seres #umanos e 3 =personalidade #umana, estamos tentandodescrever al1o que tem a ver com =a sa)de. m outras palavrasF=20a maioria das pessoas & razoavelmente saudável e 1oza de sua =sa)de semter muita consci4ncia disso, ou mesmo sem saber que =possui sa)de. +o entanto,sempre #á indivduos na comunidade =cu%a vida & dominada em al1uma medidapor al1um dist)rbio psiquiátrico, ou =por al1uma infelicidade cu%a ori1em l#es &descon#ecida, ou por uma =incerteza de que est"o felizes por estarem vivos ou

de que querem continuar vivos. :entei resumir =isso dizendo que essas pessoassofrem de uma ri1idez de defesas. +em =sempre se percebe que aqui #á al1omais profundo at& do que as =distin'es de classe social. Bais fundo do que ocontraste entre pobres e ricos, =ainda que os problemas =práti=-=20

====,:3 ==20

cos associados a qualquer desses dois extremos produzam efeitos =t"opoderosos que esses efeitos acabam facilmente dominando o =cenário.Iuando o psiquiatra e o psicanalista observam o mundo, =n"o podem deixar deperceber que existe esse terrvel contraste entre os que s"o livres para aproveitara vida e =vivem criativamente e os que n"o s"o livres por estar o tempo todo

=lidando com a amea'a da ansiedade ou de um colapso, ou a amea'a de =umdist)rbio comportamental, que s! faz sentido quando se con#ece o contexto1lobal.m outras =palavras, para aqueles que t4m mais do que certo 1rau de perda de=liberdade por terem de enfrentar os efeitos de uma fal#a ambiental, ou =talvezuma fal#a #ereditária, a sa)de=20& al1o que s! pode ser observado a dist;ncia, eque n"o pode =ser alcan'ado, e aqueles que a alcan'am deveriam ser=destrudos. quantidade de ressentimento acumulado nessa área =& terrvel e

Page 121: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 121/142

corresponde 3 culpa da pessoa que está bem por se sentir bem. +esse sentido, as=pessoas que est"o bem s"o “aquelas que t4m”, e os doentes =s"o “aqueles quen"o t4m”. s pessoas que est"o bem se or1anizam febrilmente para a%udar osdoentes, os infelizes e os =insatisfeitos, e os suicidas em potencial, do mesmomodo como ocorre na =esfera econ?mica, onde os que t4m din#eiro suficiente t4m

o impulso de ser caridosos, como que tentando afastar o fluxo de =ressentimentoesperado por parte dos outros membros da comunidade que =n"o t4m o alimentonem o din#eiro que l#es daria liberdade para se mover e talvez para encontraral1o que valesse a pena =procurar.$! & possvel observar o mundo de um modo de =cada vez, e ainda que oscontrastes econ?micos e psiquiátricos =ten#am muitas afinidades um com o outros! se pode c#amar a aten'"o para um aspectoF o da sa)de e o da =doen'amental. oder-se-ia fazer refer4ncia ao mesmo assunto em =termos de educa'"o,ou de beleza fisica, ou de quociente de =inteli14ncia. +o momento & suficientec#amar a aten'"o para o desentendimento que deve =existir entre os que est"obem e os que n"o est"o, no sentido ==20

=2((=20

psiquiátrico. Vomo & fácil 3queles que est"o bem =desenvolverem uma esp&ciede auto-respeito, o que sem d)vida =provoca um !dio ainda maior naqueles quen"o est"o bem.=Oecordo-me aqui de um ami1o, uma !tima pessoa, que fez muito em suacarreira m&dica, e que era muito =respeitado em sua vida privada. ra umapessoa um tanto deprimida. =embro-me de uma discuss"o a respeito da sa)deem que ele =surpreendeu um enorme 1rupo de m&dicos, todos totalmenteempen#ados na elimina'"o de doen'as, ao =iniciar sua contribui'"o com aspalavrasF “c#o a sa)de =repulsiva5” le falava a s&rio. Vontinuou 7mobilizando

seu senso de #umor8 descrevendo o modo como =um ami1o, com quem viveraquando estudante de medicina, acordava bem =cedo, tomava ban#o frio e seexercitava, come'ando o dia c#eio de =;nimo. m contraste, ele ficava deitado nacama, todo deprimido, incapaz =de se levantar a n"o ser quando temia asconseqQ4ncias de =n"o faz4-lo.ara considerar em sua totalidade essa =quest"o do ressentimento da pessoapsiquiatricamente doente em rela'"o =3s pessoas que est"o bem, e n"o se deixar apan#ar em defesas =r1idas ou na sintomatolo1ia de al1uma doen'a, &necessário =examinar a teoria da doen'a psiquiátrica. > sempre estran#o quandoum psicanalista enfatiza o fator =ambiental. Dentre todas as pessoas, foram ospsicanalistas que c#amaram =a aten'"o para o conflito no indivduo que forma a

base da =psiconeurose e da doen'a mental. :em sido imensamente valiosa acontribui'"o da =psicanálise que capacitou pessoas adequadamente qualificadasa tratar =dos indivduos, em vez de permanecerem culpando o ambiente. As=indivduos 1ostam de sentir que a doen'a pertence a eles e ficam aliviadosquando v4em o analista tentando =buscar as razes de sua doen'a nelesmesmos. +uma extens"o =variável, essa busca & bem-sucedida. > importante, noentanto, que o analista que este%a promovendo tal =tratamento se%a selecionadode modo correto e tamb&m se%a treinado =para usar a t&cnica6 a%uda muito o fato

Page 122: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 122/142

de ele ou ela terem =experi4ncia no trabal#o. m nen#um caso, portanto, seelimina totalmente o=20

==$=5 ==20

fator ambiental. +a busca da etiolo1ia da doen'a, os pr!prios =psicanalistasdescobriram que & necessário recuar 3s =questes da intera'"o entre o beb4 ou acriancin#a e o meio =ambiente. quilo que 9einz 9artmann c#amou de “ambiente=esperado em =m&dia”=**PP20 , eu c#amei de “m"e devotada comum”, e outrost4m- se utilizado de termos parecidos para descrever um ambiente =facilitador queprecisa ter determinadas qualidades para o processo =maturacional na crian'apequena ser efetivo e a crian'a se tornar uma pessoa real, no sentido de se sentirreal num mundo =real.$em descartar a tremenda import;ncia de se descobrirem as =ori1ens dodesconforto de al1u&m nele mesmo, em sua #ist!ria pre1ressa, e em suarealidade interna, acabou sendo necessário admitir ou =reivindicar que, emquestes de etiolo1ia, em )ltima análise, o =importante & o ambiente. m outras

palavras, se o ambiente for =satisfat!rio, ent"o o beb4, a criancin#a, a crian'a emcrescimento, a crian'a mais vel#a e o =adolescente t4m c#ances de crescer deacordo com o potencial #erdado. =Do outro lado da lin#a, em que a provis"o ambiental n"o & =satisfat!ria, oindivduo, em al1uma medida, ou talvez em 1rande medida, n"o & capaz de=alcan'ar plenitude em rela'"o a seu potencial. 9á, portanto, =uma afirma'"overdadeira a se fazer, em cada caso, a respeito =“daqueles que est"o bem” e“daqueles que n"o est"o bem” em termos psiquiátricos, e =pode-se ver oressentimento a1indo em fun'"o dessa esp&cie de =distin'"o. stou su1erindoque, embora todas as outras esp&cies =de distin'"o de classe ten#am suavalidade e produzam ressentimentos pr!prios, o =ressentimento que descrevo

talvez se%a o mais si1nificativo de todos. => verdade que um 1rande n)mero deindivduos que tiveram um desempen#o excepcional, ou que movimentaram omundo, =ou que deram al1uma contribui'"o notável, pa1aram um alto =pre'o porterem sido o que foram ==20

=2(*=20

para o mundo, como se estivessem na fronteira entre os que =“t4m” e os que “n"ot4m”. ode-se perceber que =deram al1uma contribui'"o excepcional a partir dainfelicidade, ou =movidos por um sentido de amea'a interna. @sso no entanto n"oaltera o fato de existirem dois =extremos nessa áreaF os que t4m al1o que

preenc#e a si pr!prios =e os que, em fun'"o de fal#as ambientais durante asprimeiras =fases de suas vidas, n"o s"o capazes de preenc#er a si mesmos.Deve-se esperar que os )ltimos se =ressintam da exist4ncia dos primeiros. Ainfeliz vai tentar destruir =a felicidade. queles que s"o apan#ados na pris"o dari1idez de =suas pr!prias defesas v"o tentar destruir a liberdade. queles que n"opodem ter um pleno =1ozo de seu corpo v"o tentar interferir com o 1ozo do corpo.mesmo de =seus pr!prios fil#os, a quem amam. queles que n"o amam v"o=tentar destruir, por meio do cinismo, a simplicidade das rela'es =naturais6 e

Page 123: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 123/142

aqueles 7do outro lado da fronteira8 que est"o =demasiadamente doentes para sevin1ar, e que passam a vida em #ospitais =psiquiátricos, fazem com que os sadiosfiquem se sentindo culpados por serem =sadios e livres para viver em sociedade eparticipar da poltica =local e mundial.9á muitas maneiras de descrever tudo isso, ou =se% a, o peri1o para a liberdade

que a pr!pria liberdade 1era. queles que est"o suficientemente bem e=suficientemente livres precisam ser capazes de suportar o triunfo =inerente a seuestado. +"o foi nada al&m da sorte o que l#es deu a =oportunidade de seremsaudáveis.=20

=2(W=20

==p1===20

=====20

=20

====Al!umas refle6ões sobre o si!nificadoda #alavra=,;democracia<==0scrito para o ==9uman Oelations, =2#nho de 195%==ntes de mais nada, permitam-me dizer que estou ciente de estar fazendo=comentários a respeito de um assunto que se situa fora da min#a especialidade.=ode ser que os soci!lo1os e os cientistas polticos se ressintam =de talimpertin4ncia. Besmo assim, me parece valioso que os pesquisadores cruzem=temporariamente as fronteiras, desde que considerem 7como eu8 que suas=observa'es v"o inevitavelmente parecer in14nuas aos que =con#ecem aliteratura relevante ao tema e est"o familiarizados com um %ar1"o profissional queo intruso i1nora. =

9o%e em dia, a palavra “democracia” tem 1rande =import;ncia. > usada com todotipo de sentido6 a v"o =al1unsFK. Um sistema social onde quem manda & o povo.2. Um sistema social em que o povo escol#e o lder. =P. Um sistema social em que o povo escol#e o 1overno.(. Um =sistema social em que o 1overno dá liberdade ao povo em rela'"o =aFa8 pensar e expressar opinies,b8 empreendimentos.=5( =Um =sistema social que, existindo num perodo de sorte, pode permitir queos indivduos 1ozem de liberdade de =a'"o.=20

==,=:"=20

==ustri'/t==ode-se estudarFK. etimolo1ia da palavra.=202. #ist!ria das institui'es sociais 1re1os, romanos, =etc.P. A uso da palavra nos vários pases e culturas =contempor;neas <r"-Sretan#a, stados Unidos, O)ssia, =etc.=20(. A uso abusivo que ditadores e outros fazem da palavra, en1anando o

Page 124: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 124/142

=povo, etc.m qualquer discuss"o de um termo como democracia, =& obviamente muitoimportante conse1uir uma defini'"o que se%a =adequada para o tipo especfico dediscuss"o em pauta.= A =psicologia do #so do termo

==$erá possvel usar psicolo1icamente esse termoG ceitamos e nosacostumamos a =estudos psicol!1icos de outros termos dificeis, tais como =“%uzonormal”, “personalidade saudável”, =“indivduo bem a%ustado 3 sociedade”, eesperamos que tais estudos se%am valiosos na medida em que d4em =plenaimport;ncia aos fatores emocionais inconscientes. Uma das =tarefas da psicolo1ia& estudar as id&ias presentes e as id&ias =latentes ao uso de tais conceitos, n"orestrin1indo a aten'"o ao si1nificado !bvio ou consciente. =/az-se aqui uma tentativa de iniciar um estudo psicol!1ico. == A =definiç.o operacional do termo=$% ==arece possvel encontrar um conte)do latente importante no termo=“democracia”, qual se%a, de que uma sociedade democrática & =“madura”, querdizer, que apresenta uma qualidade que & aliada 3 =maturidade individual quecaracteriza seus =membros saudáveis

2C0

=Define-s=e=20

====portanto a democracia, neste estudo, como “uma sociedade bem a%ustada aseus membros ==sa#d)!eisG( =ssa =defini'"o está de acordo com a vis"oexpressa por O. . BoneZ[Zrle.> o modo como as pessoas usam =o termo que tem import;ncia para o psic!lo1o.\ustifica-se um =estudo psicol!1ico seo elemento ==$%mat#ridade ==estiver implicado no termo. su1est"o

& que, em todos os =usos do termo, pode-se encontrar su1eridaa id&ia de maturidade, ou de maturidade relativa, ainda queadmitamos =ser dificil definir esses termos de modo adequado.= A =sa+de psi/#i)tricam =termos psiquiátricos pode-se dizer que o indivduo maduro & o =indivduonormal ou saudável. De acordo com sua idade cronol!1ica e seu contexto social,existe um 1rau apropriado de desenvolvimento =emocional. 7$upe-se que existamaturidade fisica.8

  sa)de =psiquiátrica &, portanto, um termo sem si1nificado fixo. De =maneiraid4ntica, o termo “democrático” n"o precisa ter um si1nificado fixo. Utilizado poruma =comunidade, pode indicar os ==indi!"d#os /#e s.o mais mad#ros, e n.o os/#e s.o menos mad#ros, na estr#t#ra da sociedade( ==Dessa forma, poder-se-iaesperar que o si1nificado cristalizado da =palavra se%a diverso na <r"-Sretan#a,nos stados Unidos e na Uni"o $ovi&tica, e ainda assim descobrir que o termoret&m al1um valor =por implicar o recon#ecimento da maturidade como sa)de.Vomo se =pode estudar o desenvolvimento emocional da sociedadeG :al estado=precisa ser relacionado ao estudo do indivduo, e os dois estudos precisam serfeitos simultaneamerite.=20

=2CK=20

Page 125: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 125/142

==A má'uina democrática==Deve-se fazer uma tentativa de enunciar as qualidades aceitas da máquinademocrática. máquina precisa existir para a ==eleiç.o =de =lderes atrav&s dovoto livre e de elei'es verdadeiramente secretas. =máquina precisa existir paraque as pessoas =se =li!rem dos =lderes por meio da elei'"o secreta. máquina

precisa =existir para a elei'"o ==ilgica e a =remo'"o de lderes.  ess4ncia da máquina =democrática & o voto livre 7elei'"o secreta8. A ponto,aqui, =& que ela 1arante a liberdade de o povo expressar seus sentimentos mais=profundos, ==separados dos pensamentos conscientes$(+o =exerccio do voto secreto, toda a responsabilidade pela a'"o =& assumidapelo indivduo, se ele for suficientemente saudável para isso. A voto expressa odesfec#o de uma luta dele consi1o =mesmo, tendo sido a cena externainternalizada e portanto trazida em =forma de associa'es ao inter%o1o de for'asexistentes em seu =pr!prio mundo pessoal, interno. @sto &, a decis"o sobre amaneira de votar & a express"o da =solu'"o de uma luta dentro da pessoa. Aprocesso parece ser mais =ou menos o que se se1ue. A indivduo torna pessoal acena externa, =com seus muitos aspectos sociais e polticos, no sentido de que seidentifica 1radualmente com todas as partes =em conflito. @sso si1nifica que elepercebe a cena externa em termos de =sua pr!pria luta interna, etemporariamente permite que sua luta =interna se%a travada em termos da cenapoltica externa. sse processo de vaiv&m envolve trabal#o, toma =tempo e fazparte da máquina democrática, no sentido de =proporcionar um tempo deprepara'"o. Uma elei'"o s)bita =produziria um a1udo senso de frustra'"o noeleitorado. A mundo interno de cada votante==2C2=20

tem que ser transformado em arena poltica durante um perodo =limitado detempo.$e #ouver d)vidas quanto ao si1ilo da =elei'"o, o indivduo, mesmo que se%asadio, s! pode =expressar suas =reaçes ==atrav&s do voto.= A =m)/#ina democr)tica imposta==$eria possvel impor a máquina democrática a uma comunidade, =mas isso n"oseria criar uma democracia. $eria necessário =al1u&m para continuar a manter amáquina 7para elei'es secretas, etc.8 =e tamb&m para for'ar as pessoas aaceitarem os resultados.==A tendência democrática inata=, =  =democracia & uma aquisi'"o, num certo momento, de uma sociedade=limitada, isto &, de uma sociedade que tem al1uma fronteira natural. ode-sedizer de uma democracia de =verdade 7como o termo & usado #o%e8F = =esta

sociedade, neste momento, h) mat#ridade s#ficiente no desen!ol!imentoemocional de #rna =proporç.o s#ficiente de indi!"d#os /#e a compem, a pontode =e&istir #ma tend'ncia inatJ em direç.o ) criaç.o, K =recriaç.o e Kman#tenç.o da m)/#ina democr)tica(==$eria importante descobrir que propor'"o de indivduos & =necessária para#aver uma tend4ncia democrática inata. xpressando isso de outra maneiraF qual& a =propor'"o de =indiv-

Page 126: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 126/142

=$5I=20

duos anti-sociais que uma sociedade pode conter sem que a =tend4nciademocrática inata submer%aG==Lma s#posiç.o$e a =$e1unda <uerra Bundial, e o esquema de evacua'"o em particular,=elevou a propor'"o de crian'as anti-sociais na <r"-Sretan#a =de x por centopara, di1amos, 5& =por =cento, isso poderia ter afetado com facilidade o sistemaeducacional, de =modo que a orienta'"o educacional seria para os =5& =por=cento anti-sociais exi1indo m&todos ditatoriais, e distante das K00 = 5& =por=cento das crian'as que n"o fossem anti-sociais.Uma d&cada depois, esse problema poderia ser enunciado da se1uinte formaF=enquanto uma sociedade podia dar conta de x por cento de criminosos,=se1re1ando-os em prises, =5& =por =cento deles tenderiam a produzir umareorienta'"o 1eral em =dire'"o aos criminosos.= A =identificaç.o imat#ra com a sociedade=Vaso =existam, em determinado momento numa sociedade, x indivduos que=demonstrem sua falta de senso social desenvolvendo uma tend4ncia anti-social,#á uma quantidade =* =de =indivduos rea1indo 3 inse1uran'a interna atrav&s da=tend4ncia alternativa a identifica'"o com a autoridade. ssa =identifica'"o &doentia, imatura, pois n"o & uma =identifica'"o com a autoridade que sur1e daautodescoberta. > o =senso da moldura sem o senso do quadro, um senso daforma sem a manuten'"o da =espontaneidade. > uma tend4ncia pr!-sociedademas =antiindivduo. s pessoas que se desenvolvem dessa maneira podem ser=c#amadas de “anti-sociais ocultas”.=20As anti-sociais ocultos n"o s"o “pessoas totais”, n"o =mais do que os anti-sociais manifestos, %á que cada um deles precisa ==20

=2C(=20

encontrar e controlar a for'a conflitante no mundo externo, fora =do =self =mcontraste, a pessoa saudável, que=20& capaz de ficar deprimida, & capaz deencontrar o conflito =inteiro dentro do ==self =tanto quanto & capaz de v4-lo forado ==self =na realidade externa 7compartil#ada8 Iuando pessoas saudáveis sea1rupam, cada uma delas contribui com um mundo completo, pois =cada umadelas traz uma pessoa completa.As anti-sociais ocultos =proporcionam um tipo de lideran'a que &sociolo1icamente imatura. =l&m disso, esse elemento numa sociedade fortalecemuito o peri1o que =deriva de seus elementos francamente anti-sociais,

especialmente quando =as pessoas comuns permitem com muita facilidade queos indivduos que =t4m impulso para liderar ven#am a ocupar postos- c#ave. Umavez nessa =posi'"o, esse lder imaturo imediatamente come'a a se rodear =deindivduos anti-sociais !bvios, que l#e d"o boas-vindas, =como se ele fosse seuc#efe natural=207falsa resolu'"o da divis"o8.=7s =indeterminados==+unca & t"o simples assim, pois, se #ouver 7x = =*N =por cento de indivduosanti-sociais numa comunidade, n"o & verdadeiro dizer que K00 7x = =*N =por

Page 127: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 127/142

cento s"o “sociais”. 9á os que est"o numa =posi'"o indeterminada. oder-se-iaformular isso da se1uinte maneiraF=20

 nti-sociais@ndeterminadosr!-sociedade por&m =anti indivduo@ndivduos saudáveis, capazesde =contribui'"o social=20

:A:=20

:oda a responsabilidade democrática recai sobre os K00 =7x = Z = *N =por=cento de indivduos que est"o amadurecendo=20

x por centoZ por cento=* =por =cento

K00 7x `Z ` *N =por =centoK00 por cento=20

=$55 =20

como indivduos, e que est"o 1radualmente se tornando capazes =dc acrescentarum sentido social a seu bem fundamentado desenvolvimento =pessoal.Iue porcenta1em representa K00 6 = =Z *N =por =exemplo, na <r"-Sretan#a de #o%eN=20G :alvez bem pequena, di1amos P0 por cento. $e #ouver P0por cento de =pessoas maduras, talvez 20 por cento dos indeterminados possamser =suficientemente influenciados a ponto de serem incluidos entre os =maduros,

elevando ent"o o total para C0 por cento. $e, no entanto, a porcenta1em maduracair =para 20 por cento, pode-se esperar uma queda ainda maior na porcenta1em=dos indeterminados que a1iriam de modo maduro. $e os P0 por cento madurosna comunidade recuperarem os 20 por cento =indeterminados, ou se%a, um totalde C0 por cento, talvez 20 por cento =dos maduros na comunidade s! recuperemK0 por cento dos =indeterminados, ou se%a, um total de P0 por cento.=20nquanto um total de C0 por cento indicaria uma tend4ncia =democrática inatasuficiente para efeitos práticos, P0 por cento =n"o seriam suficientes para evitaruma submers"o no meio =constitudo pelos anti-sociais 7ocultos e manifestos8somados aos indeterminados6 =estes )ltimos, por suas fraquezas, ou por seumedo, seriam =persuadidos a se associar aos anti- sociais.

$e1ue-se uma =tend4ncia antidemocrática, uma tend4ncia para a ditadura,caracterizada no incio por um inc#a'o =febril da fac#ada democrática 7fun'"oencobridora do termo8. =Um sinal dessa tend4ncia & a institui'"o correcional, a ditadura localizada, ocampo de treinamento para os =lderes pessoalmente imaturos que s"o anti-sociais invertidos =7pr!-sociais por&m antiindivduos8.:anto a pris"o =como o #ospital psiquiátrico de uma sociedade saudável est"operi1osamente pr!ximos da =institui'"o correcional. > por essa raz"o que os

Page 128: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 128/142

m&dicos =dos criminosos e dos insanos t4m que estar constantemente em 1uarda=se n"o quiserem de repente se ver usados, sem perceber, como a1entes da==20

=2C*=20

tend4ncia antidemocrática. +a verdade, sempre deve existir =uma lin#a fronteiri'ana qual a distin'"o entre o tratamento =corretivo do oponente poltico ouideol!1ico e a terapia da pessoa =insana n"o & clara. 7Oeside aqui o peri1o socialdos m&todos fisicos de terapia =do paciente psiquiátrico, comparado com averdadeira psicoterapia, ou =mesmo da aceita'"o de um estado de insanidade.m psicoterapia, o =paciente & uma pessoa que está em p& de i1ualdade com om&dico, que tem o direito de estar =doente, e tamb&m o direito de reivindicarsa)de e plena =responsabilidade por vises pessoais, polticas ou =ideol!1icas.8

 A =criação do fator democrático inato=$e =democracia & maturidade, e maturidade & sa)de, e se a sa)de & dese%ável,ent"o vamos procurar al1o que =possa promov4-la. Vom toda certeza, n"o a%uda

nada impor uma =máquina democrática a um pas.:emos que voltar ao 1rupo =dos K00 7x =Z = =*N =indivduos. :udo dependedeles. As membros desse 1rupo podem insti1ar =a pesquisa.odemos descobrir que, em qualquer &poca, nada podemos fazer para aumentara quantidade do fator =democrático inato, comparativamente ao que foi feito 7oun"o8 =pelos pais e lares dos indivduos quando beb4s, crian'as e =adolescentes.=20odemos, no entanto, evitar comprometer o futuro. odemos evitar =interferirnos lares que podem dar conta, ou que est"o dando conta, =de lidar com suaspr!prias crian'as e adolescentes. sses ons =lares com#ns ==fornecem o )nicocontexto em que se pode criar o fator democrático =inato. sse & um enun-

=,*) =20

ciado realmente modesto sobre a contribui'"o positiva, pois =#á umacomplexidade surpreendente em sua aplica'"o.==$%4atores ad!ersos ao f#ncionamento de #m om lar com#m=K. => muito dificil as pessoas recon#ecerem que a ess4ncia de uma=democracia realmente repousa no #omem comum, na mul#er comum e no larcomum.2. Besmo =que uma poltica 1overnamental sábia confira liberdade para que os=pais conduzam seus lares a seu modo, isso n"o si1nifica que os =funcionáriosque colocam as polticas oficiais em prática ir"o respeitar a posi'"o dos pais. =

P. Sons pais comuns n"o precisam de a%uda. recisam de tudo o =que a ci4nciapode oferecer em termos de sa)de fisica e de =preven'"o e tratamento daenfermidade fisica6 tamb&m querem instru'es =sobre puericultura e a%udaquando seus fil#os apresentam doen'as =psicol!1icas ou problemas decomportamento. Bas, caso procurem tal =assist4ncia, será que eles podem tercerteza de que sua responsabilidade n"o vai ser =retiradaG $e isso ocorrer, elesdeixar"o de ser os criadores do fator =democrático inato.(. Buitos pais n"o s"o bons pais =comuns. $"o casos psiquiátricos, ou s"o

Page 129: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 129/142

imaturos, ou s"o anti-sociais num sentido mais amplo, ou =socializados apenasem sentido restrito6 ou n"o s"o casados, ou =t4m uma rela'"o instável, ou vivemdiscutindo, ou s"o separados, e assim por diante. sses pais atraem a aten'"o da=sociedade por causa de seus defeitos. A problema &Fserá que =a sociedade percebe que n"o se pode permitir que a orienta'"o =em

dire'"o a essas caractersticas patol!1icas afete a orienta'"o em dire'"o aos=lares saudáveis comunsG ==20

=2CH=20

=5( ==20m qualquer dos casos, a tentativa dos pais de proporcionarem paraseus =fil#os um lar, no qual eles possam crescer como indivduos e em que =cadaum ==!) grad#almente acrescentando a =capacidade de se identificar com ospais, e em se1uida com a1rupamentos =cada vez maiores, come'a no incio,quando a m"e entra em =acordo com seu beb4, A pai, aqui, & o a1ente protetorque liberta a m"e para que ela se dedique ao =beb4.9á muito se recon#ece a import;ncia do lar, e =recentemente os psic!lo1os

descobriram muita coisa em rela'"o =ao modo como um lar estável n"o apenascapacita as crian'as a encontrarem a si mesmas e aos outros, =mas tamb&m fazcom que elas comecem a se qualificar como membros da =sociedade, numsentido mais amplo.Bas a quest"o da =interfer4ncia na rela'"o inicial m"e- crian'a exi1e umaconsidera'"o especial. m nossa sociedade, =#á uma interfer4ncia crescentenesse aspecto, e #á o peri1o =extra de que al1uns psic!lo1os defendam o pontode vista de que a =)nica coisa que importa & o cuidado fsico. @sso s! podesi1nificar que, na fantasia inconsciente das =pessoas em 1eral, as fantasias maisterrveis se re)nem em torno =da rela'"o m"e-crian'a. +a prática, a ansiedade=inconsciente & representada porF

K. Uma=204nfase exa1erada nos processos ==Oisicos =da =sa)de, por parte dem&dicos e at& de psic!lo1os.2. Márias teorias de que a amamenta'"o ao seio & ruim, de que o =beb4 precisaser treinado assim que nasce, de que os beb4s n"o =deveriam ser manipuladospelas m"es, etc.6 e 7no ne1ativo8 de que a =amamenta'"o tem =de =ser instituda,de que n"o se deve fazer nen#um treinamento e de =que %amais se deveria deixar os beb4s c#orar, etc.P. Uma interfer4ncia no acesso da m"e ao =beb4 nos primeiros dias, e na primeiraapresenta'"o da =realidade externa que a=20

=2CT=

==m"e fa'a ao beb4. final de contas, essa & a base da capacidade que o novoindivduo tem para se relacionar com =uma realidade externa cada vez maisampla6 caso se estra1ue ou impe'a =a tremenda contribui'"o da m"e, realizada=atra!Ds de s#a de!oç.o, ==n"o resta nen#uma esperan'a de que o indivduoeventualmente passe para o 1rupo K00 =& = Z = =x8, =que 1era sozin#o ofator democrático inato.=/esenvolvimento de temas subsidiários> a eleição de #essoas ===Autra parte essencial da máquina democrática & o fato dc se ele1er uma

Page 130: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 130/142

==pessoa( ==9á muita diferen'a entreF K8 o voto para uma pessoa6 28 o voto paraum partido com um =con%unto de tend4ncias6 e P8 o apoio um princpio ntido, por=meio de elei'es.K. elei'"o de uma pessoa implica que os eleitores acreditam em si mesmoscomo pessoas, e portanto =acreditam na pessoa que nomeiam ou em quem

votam. pessoa eleita tem a =oportunidade de a1ir como pessoa. nquantopessoa total 7saudável8, o eleito traz o conflito total dentro de si, que o capa- cita a=ter uma vis"o, ainda que pessoal, da situa'"o externa total. => claro que elepode pertencer a determinado partido e ser con#ecido =por determinadatend4ncia. +o entanto, ele pode se adaptar de modo sutil a condi'es =que semodifiquem6 se ele realmente modificar sua tend4ncia =principal, poderá sereele1er.2. elei'"o de um partido =ou de uma tend4ncia 1rupal & relativamente menosmadura. +"o requer que os eleitores confiem num =ser #umano. ara as pessoasimaturas, no entanto, & o )nico =procedimento l!1ico, precisamente porque apessoa imatura n"o pode =conceber ou acreditar num indivduo realmentemaduro. A resultado do voto para partidos ou =tend4ncias, ou se%a, para umacoisa e n"o para uma pessoa, & o =estabelecimento de um panorama r1ido, maladaptado a rea'es=20

=$6% =,==sensveis. +"o se pode amar ou odiar a =coisa =que =se ele1eu quando ela &adequada para indivduos que t4m um =senso de self =mal =desenvolvido. oder-se-ia dizer que um sistema de vota'"o & =menos democrático, por ser menosmaduro 7em termos do desenvolvimento emocional do indivduo8, quando a=4nfase & colocada no voto ao princpio ou partido, e n"o no =voto 3 pessoa.P. vota'"o de um ponto especfico se encontra ainda mais afastada de qualquercoisa que possa estar =associada 3 palavra “democracia”. 9á muito poucamaturidade =num referendo 7ainda que ele possa se a%ustar, em situa'esexcepcionais, a um sistema maduro8, xemplo de um referendo =in)tilF oplebiscito sobre a paz da <r"-Sretan#a feito no =perodo entre- 1uerras. spessoas foram solicitadas a responder a =uma per1unta especficaF “Moc4 & afavor da 1uerra ou a favor da pazG” Um 1rande n)mero de pessoas =se abstevede votar por saber que a per1unta n"o era razoável. =Dentre aqueles quevotaram, uma propor'"o enorme assinalou com uma =cruz a palavra “paz”, aindaque, na verdade, quando as circunst;ncias se modificaram, =estivessem a favorda 1uerra, quando ela come'ou, e tomassem parte na =luta. quest"o & que,nesse tipo de interro1at!rio, s! =#á espa'o para a express"o dos dese%os==conscientes( ==+"o #á a menor rela'"o entre assinalar a palavra “paz” =numa

c&dula e votar numa pessoa que & con#ecida por sua luta em favor da =paz,desde que se 1aranta que o fracasso em lutar n"o vai si1nificar =um abandonoindolente de aspira'es e responsabilidades, e a =trai'"o a ami1os.

  mesma ob%e'"o tamb&m se aplica 3s pesquisas <allup de Apini"o =p)blica eoutros inqu&ritos, mesmo que se tome muito cuidado para =que essa armadil#ase%a evitada. De qualquer maneira, o voto por um =ponto especfico&=20realmente um substituto muito pobre do voto em favor de uma pessoa, que,

Page 131: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 131/142

=uma vez eleita, tem um espa'o de tempo no qual utilizar seu =pr!prio %ul1amento. Oeferendos n"o t4m nada a ver com =democracia.=20

==,?=(= =20

==A#oio a uma tendência democrática> sumário=K. A =apoio mais valioso & dado de modo ne1ativo, atrav&s da n"o-interfer4nciaor1anizada na boa rela'"o comum =m"e- crian'a e no bom lar comum.2. ara um apoio mais =inteli1ente, mesmo que do tipo ne1ativo, & necessáriamuita =pesquisa sobre o desenvolvimento emocional do beb4 e de crian'as detodas as faixas etárias, e tamb&m sobre a =psicolo1ia da m"e que amamenta, esobre a fun'"o do pai nos =vários está1ios.P. exist4ncia desse estudo demonstra =uma cren'a no valor da educa'"o para oprocedimento democrático6 sem d)vida, ela s! pode ser =fornecida se #ouvercompreens"o, e s! pode ser )til se =fornecida ao indivduo emocionalmentemaduro ou saudável.(. =Autra conclus"o importante poderia ser que se evitasse implantar a máquina

=democrática em comunidades totais. A resultado s! pode ser o =fracasso e oretrocesso do crescimento democrático verdadeiro. =alternativa valiosa & apoiaros indivduos emocionalmente maduros, mesmo que eles se%am poucos, e deixarque o =tempo fa'a o resto.==Pessoa ==20 ==omem ou muler@=A =aspecto que deve ser considerado & se & possvel substituir a=palavra=20“pessoa” por “#omem” ou “mul#er”.A fato & =que os comandantes polticos da maioria dos lu1ares s"o #omens,=ainda que cada vez mais se utilizem mul#eres em postos de =responsabilidade.:alvez se possa supor que #omens e mul#eres ten#am capacidade i1ual,enquanto =#omens e mul#eres. Vaso contrário, n"o seria possvel dizer que

=apenas =20

=2*2=20

os #omens servem para liderar, sob pretexto de sua maior capacidade =intelectualou emocional para postos polticos superiores. +o =entanto, isso n"o elimina oproblema. > tarefa do psic!lo1o =c#amar a aten'"o para os fatores=inconscientes =que =s"o deixados de lado com facilidade, mesmo emdiscusses s&rias sobre esse tipo de assunto. Deve-se considerar o sentimento=inconsciente popular em rela'"o ao #omem ou 3 mul#er que s"o =eleitos para aposi'"o de c#efes polticos. $e #ouver uma =diferen'a na fantasia, conforme se

trate de um #omem ou de mul#er, isso n"o =pode ser i1norado nem colocado delado pelo comentário de que as =fantasias n"o devem ser levadas em conta porserem “apenas =fantasias”.+o trabal#o psicanaltico e em outros trabal#os associados, descobre-se quetodos os =indivduos 7#omens e mul#eres8 mant4m um certo medo de BU9OC.=l1uns indivduos t4m esse medo em 1rau maior do que outros, mas =pode-sedizer que ele & universal. muito diferente de dizer que um indivduo teme uma=mul#er em particular. sse medo da BU9O & um poderoso a1ente na

Page 132: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 132/142

=estrutura da sociedade, responsável pelo fato de a mul#er manter as =r&deaspolticas em muito poucas sociedades. :amb&m & responsável pelo =enormevolume de crueldade contra as mul#eres, que pode ser encontrado =em costumesaceitos em quase todas as civiliza'es.=20 con#ecida a raiz desse medo da BU9O. Oelaciona- se com o fato de que

=na #ist!ria mais remota de todo indivduo que se desenvolve =adequadamente e& s"o, e que foi capaz de=$6I ==20

==ustri'/t=se =encontrar a si mesmo, existe um d&bito para com uma mul#er aquela que se devotou a ele quando ele =era beb4, e cu%a devo'"o foiabsolutamente essencial para o =desenvolvimento saudável desse indivduo. ssadepend4ncia =ori1inal n"o & recordada, exceto quando o medo da BU9Orepresentar o primeiro =está1io desse recon#ecimento.A alicerce da sa)de mental do =indivduo & feito bem no incio, quando a m"e está=simplesmente sendo devotada a seu beb4, e quando a crian'a & duplamentedependente, por ser totalmente =inconsciente da depend4ncia. +"o #á rela'"ocom o pai que =ten#a tal qualidade, e por essa raz"o o 1rupo avalia de modo mais=ob%etivo um #omem que este%a por cima, no sentido poltico, do que uma mul#er=que ocupe a mesma posi'"o.

 s mul#eres freqQentemente =dizem que, se estivessem ocupando postos decomando, n"o #averia =1uerras. 9á razes para duvidar disso enquanto umaverdade absoluta, embora, mesmo que a =reivindica'"o se %ustificasse, aindaassim n"o se se1uiria que =#omens ou mul#eres tolerariam o princpio 1eral de asmul#eres na =maioria das vezes ocuparem os postos polticos de maior poder. 7Voroa, estando fora da poltica, ou =al&m da poltica, n"o & afetada por essas=considera'es.8Vomo um desdobramento disso, pode-se =considerar a psicolo1ia do ditador, queestá no p!lo oposto de qualquer coisa que a palavra “democracia” possa=si1nificar. ==Lma das ra"*es da necessidade de alg#Dm ser #m ditador pode sera =comp#ls.o para lidar com esse medo de m#lher encla#s#rando-a e at#ando

 por ela( =A =curioso #ábito de o ditador exi1ir n"o apenas obedi4ncia =absoluta edepend4ncia absoluta mas tamb&m “amor” talvez tamb&m derive dessa fonte.

 l&m disso, =a tend4ncia de 1rupos de pessoas de aceitar ou mesmo procurar=domina'"o ==real deriva =do medo de serem dominados por uma ==m#lher dafantasia( sse =medo os leva a procurar ser dominados por um ser #umanocon#ecido, e =at& mesmo a dar boas-vindas a ele, especialmente al1u&m quetomou para si o encar1o de personificar e portanto limitar as =qua-

2*(=lidade má1icas da mul#er todo-poderosa da fantasia, que & credora =de umimenso d&bito. A ditador pode ser derrubado, e eventualmente =pode morrer6 masa fi1ura feminina da fantasia inconsciente primitiva n"o tem limites para sua=exist4ncia ou poder.==A relação #ais-filosA =con%unto democrático inclui o provimento de certo 1rau de =estabilidade para1overnantes eleitos6 na medida em que conse1uem lidar =com seu trabal#o sem

Page 133: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 133/142

se afastar do apoio de seus eleitores, eles continuam. Dessa =forma, as pessoasobt4m uma certa parcela de estabilidade, que n"o =poderiam manter em rela'"o atodos os pontos atrav&s da =vota'"o direta, mesmo que ela fosse possvel. considera'"o psicol!1ica, aqui, & que na =#ist!ria de todo indivduo existe ofen?meno da rela'"o =pai- fil#o. inda que na vida poltica democrática madura os

eleitores presumivelmente se%am seres #umanos maduros, =n"o se pode suporque n"o #a%a lu1ar para um resduo da =rela'"o pai- fil#o, com vanta1ens !bvias. t& certo ponto, =na elei'"o democrática as pessoas maduras ele1em paistemporários, o que si1nifica que =eles tamb&m recon#ecem o fato de que at&certo ponto os eleitores =continuam sendo crian'as. Besmo os pais temporárioseleitos, ou =se%a, os 1overnantes do sistema poltico democrático, s"o elespr!prios crian'as quando est"o =fora de seu trabal#o poltico profissional. $e aodiri1ir =autom!vel ultrapassarem a velocidade máxima permitida, ficam sob=censura %udicial comum, pois diri1ir um carro n"o faz parte de seu encar1o de1overnar. Vomo lderes =polticos, e s! enquanto tais, s"o pais temporários e,=depois de terem sido destitudos numa elei'"o, revertem 3 =sua condi'"o infantil.> como se fosse conveniente brincar de pais e fil#os porque as coisas =funcionammel#or dessa maneira. m outras palavras, por #aver vanta1ens =na rela'"o pais-fil#os, al1uma coisa disso se mant&m6 mas, para ==20

====2*C= =20

==ustri'/t=que =isso se%a possvel, uma propor'"o suficiente de indivduos precisaser crescida o bastante para =n"o se importar de brincar de ser crian'a.Da mesma forma, =& ruim que as pessoas que est"o brincando de ser pais n"oten#am, elas mesmas, pais. +esse %o1o, 1eralmente se pensa que poderia =#aver uma outra c;mara de representantes, frente 3 qual os =1overnantes eleitos pelopovo teriam que responder. +este pas, essa =fun'"o pertence 3 V;mara dosordes, que at& certo ponto & composta por aqueles que =det4m um ttulo

#ereditário, e at& certo ponto por aqueles =que conse1uiram uma posi'"o atrav&sda relev;ncia do =auxlio prestado a várias áreas do servi'o p)blico. Uma vezmais, os “pais” dos “pais” s"o =pessoas, e capazes de contribui'es positivasenquanto seres =#umanos. /az sentido amar, odiar, respeitar ou desprezar aspessoas. =+"o #á substituto, numa sociedade, para os seres #umanos ou para osdiri1entes, na medida =em que se avalie tal sociedade de acordo com a qualidadede sua =maturidade emocional.

 l&m disso, num estudo do contexto social =na <r"-Sretan#a, podemos ver queos lordes s"o crian'as em rela'"o =3 Voroa. qui, em cada caso c#e1amosnovamente 3 pessoa, que =conserva sua posi'"o por meio da #ereditariedade, etamb&m por manter o amor do povo por sua personalidade e por suas =a'es.

Iuando o monarca leva um pouco adiante a quest"o e =proclama uma cren'a emDeus, temos um fato que a%uda. qui conse1uimos c#e1ar aos assuntos =inter-relacionados do Deus Boribundo e do Bonarca terno.==As fronteiras !eo!ráficas de uma democracia=ara =o desenvolvimento de uma democracia, no sentido de uma estruturamadura =da sociedade, parece necessário #aver al1uma fronteira 1eo1ráficanatural para essa sociedade, t& recentemente e mesmo #o%e em =dia, & !bvioque a limita'"o =ma-

Page 134: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 134/142

2**

=rtima =da =<r"-Sretan#a 7exceto no que se refere ao ire8 tem sido a 1rande=responsável pela maturidade de nossa estrutura social. $u'a =tem 7menossatisfatoriamente8 limites montan#osos. t& recentemente, =a m&rica tin#a avanta1em de um Aeste que oferecia explora'"o =ilimitada6 isso si1nificou que os

stados Unidos, enquanto unidos por =la'os positivos, n"o precisaram at& bempouco tempo sentir a fundo as lutas internas de uma comunidade =fec#ada, unidatanto pelo !dio e apesar dele como =pelo amor.Um pas que n"o tem fronteiras naturais n"o =pode afrouxar uma adapta'"o ativaaos vizin#os. m certo sentido, o medo ==simplifica =a =situa'"o emocional,porque muitos dos Z indeterminados e dos x anti-sociais =tornam-se capazes dese identificar com o stado, na base de uma =rea'"o coesa, pela amea'a dcperse1ui'"o externa. :al =simplifica'"o, no entanto, & feita 3 custa dodesenvolvimento em dire'"o 3 maturidade que & uma =coisa dificil, que envolve orecon#ecimento pleno do conflito e o =n"o-empre1o de nen#uma outra sada ouretorno 7defesas8.

m =qualquer caso, a base para uma sociedade & a personalidade #umana total,e a personalidade tem limites. A =1ráfico de uma pessoa normal & um crculo7esfera8, de modo que =tudo que n"o & o self pode ser descrito como estandotanto dentro =como fora da pessoa. +"o & possvel que as pessoas possam irmais adiante na constru'"o da =sociedade do que avan'aram em seu pr!priodesenvolvimento pessoal. =or essas razes, encaramos com suspeita o uso de termos tipo =“cidadania domundo”. :alvez apenas poucos #omens e mul#eres realmente 1randes, e=razoavelmente idosos, consi1am c#e1ar t"o lon1e em seu pr!prio=desenvolvimento, a ponto de %ustificar que se pense em termos t"o =amplos.=20$e nossa sociedade fosse o mundo inteiro, ent"o seria necessário, =de

tempos em tempos, ficar deprimido 7como uma pessoa inevitalmente fica =detempos em tempos8, e seria necessário ser capaz de recon#ecer plenamente oconflito essencial dentro de si =mesmo. A conceito de uma sociedade 1lobal=20

====2*W=20

acarreta a id&ia do suicdio do mundo, tanto quanto da =felicidade do mundo. oressa raz"o, esperaramos que os =prota1onistas militantes da situa'"o mundialfossem indivduos =que estivessem no p!lo manaco de uma psicose manaco-depressiva.==A educação se!undo a doutrina democrática=  =tend4ncia democrática, do modo como ela existe, pode ser fortalecida por umestudo da =psicolo1ia tanto do indivduo como da sociedade. As resultados de um=estudo desse tipo devem ser fornecidos numa lin1ua1em que se%a =inteli1velpara as democracias existentes e tamb&m para todos os =indivduos saudáveis, afim de que eles se tornem ==a#toconscientes de modo inteligente(  =menos queten#am autoconsci4ncia, n"o podem saber o que atacar ou =o que defender, nemtampouco podem recon#ecer quando sur1e um ataque =3 democracia. “A pre'oda liberdade=20& a eterna vi1il;ncia.” Uma vi1il;ncia realizada por quemG =Doisou tr4s dos K00 =& = y *N ==20por cento de indivduos maduros. As outrosest"o muito ocupados, =sendo bons pais comuns, a%udando na tarefa de fazer os

Page 135: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 135/142

fil#os crescerem =e desenvolvendo a si mesmos.==,A democracia na !uerra=  =per1unta que deve ser feita &F existe democracia na 1uerraG Vom toda=certeza, a resposta n"o & um simples “sim”. ri1or, durante =um perodo de1uerra existem al1umas razes para que se anuncie uma =suspens"o temporária

da democracia.> claro que =indivduos saudáveis, maduros, formando coletivamente uma=democracia, deveriam ser capazes de ir 3 1uerra a fim deF K8 criar espa'o paracrescerem6 28 defender aquilo =que & valioso e%á & possudo, etc.6 e P8 lutar contra=tend4ncias =20

=2*H=20

antidemocráticas enquanto existirem pessoas para sustentar tais =tend4ncias pormeio da luta*.+o entanto, conceber as coisas =dessa maneira tem sido muito raro. De acordocom a descri'"o =acima, uma comunidade nunca & composta dc K00 dc

indivduos maduros e saudáveis.:"o =lo1o a 1uerra se aproxima, #á um rearran%o de 1rupos, de modo que, =%á na&poca em que a 1uerra está ocorrendo, n"o s"o os =saudáveis que est"ocuidando de toda a luta. xistem quatro 1ruposFK. Buitos dos =anti-sociais, %unto com os paran!icos leves, sentem-se mel#or por=causa da 1uerra, e d"o boas-vindas 3 amea'a persecut!ria =real. ncontramuma tend4ncia pr!-social por meio da luta ativa.2. Dos indeterminados, muitos se =aferram ao que deve ser feito, utilizando talveza triste realidade da =1uerra para crescer, al1o que n"o poderiam fazer de outraforma. ==20P. Dos anti-sociais ocultos, talvez al1uns encontrem uma oportunidade =para o

impulso de dominar nas várias posi'es- c#ave criadas =pela 1uerra.(. As indivduos maduros e saudáveis n"o se =mostram necessariamente t"o bemcomo os outros. +"o t4m tanta certeza quanto os outros de que o =inimi1o se%aruim. :4m d)vidas. :4m, tamb&m, uma vis"o =mais positiva da cultura mundial, dabeleza e da amizade, e n"o podem acreditar com muita facilidade que a 1uerrase%a necessária. =Vomparados com os quaseparan!icos, s"o lentos em pe1ar aarma na =m"o e puxar o 1atil#o. +a verdade, perdem o ?nibus para a lin#a=dofront, ==mesmo que, se lá c#e1arem, se%am o fator confiável e os mais=capazes de se adaptar 3 adversidade.=20

 l&m disso, al1uns dos que s"o saudáveis em tempos de paz =tornam-se anti-sociais na 1uerra 7desertores conscientes8,=20

=2*T=20

n"o por covardia, mas por uma d)vida pessoal 1enuna, da =mesma forma que osanti-sociais dos tempos de paz tendem a empreender =a'es cora%osas durante a1uerra.or essas e outras =razes, quando uma sociedade democrática está lutando, & o1rupo inteiro que luta, e seria dificil encontrar um =exemplo de 1uerra conduzida

Page 136: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 136/142

 %ustamente por aqueles que fornecem 3 =comunidade, em tempos de paz, o fatordemocrático inato.=20ode ser que quando uma 1uerra ten#a perturbado uma democracia, o mel#or =que se tem a dizer & que naquele momento a democracia acabou, e =aquelesque 1ostam desse modo de vida v"o ter que come'ar de novo, lutando dentro do

1rupo para o restabelecimento da =máquina democrática, depois que o conflitoexterno ten#a =terminado.ste & um assunto amplo, que merece a aten'"o =de pessoas de mente aberta.=&umário ==20

K. A uso da palavra “democracia” pode ser estudado do ponto =de vistapsicol!1ico, com base no que esse uso implicaem =termos de maturidade.2. +em a democracia nem a maturidade podem =ser implantadas numasociedade.=20P. A fator democrático inato numa comunidade deriva dos trabal#os de =umbom lar comum.(. principal atividade para a promo'"o =da tend4ncia democrática & ne1ativaFevitar a interfer4ncia no bom lar comum. A estudo da psicolo1ia e da educa'"o de=acordo com o que & con#ecido fornece a%uda adicional. ==20

2W0

=5( ==9á um si1nificado todo especial na devo'"o da boa m"e comum =a seufil#o, fundamentando-se nessa devo'"o a capacidade para uma conseqQentematuridade emocional. Uma =interfer4ncia maci'a nesse aspecto, numasociedade, poderia =rápida e efetivamente diminuir o potencial democrático dessasociedade, do mesmo modo que diminuiria a riqueza de sua =cultura.=20

2WK

=

==p1===20

=====20

=20

===O =lu!ar da monar'uia=0scrito em 19%

==ropon#o que se examine o lu1ar da monarquia na <r"- Sretan#a. :en#o quefazer isso sem con#ecimento da literatura =especificamente relacionada com amonarquia e sem especializa'"o =em 9ist!ria, mas talvez se%a válida a desculpade que a monarquia =& al1o com que convivemos, e sobre a qual nos mantemos otempo todo =informados, atrav&s da televis"o e da imprensa popular, e em=conversas com motoristas de táxi e com ami1os locais. or =coincid4ncia, moroperto do alácio de SucRin1#am, cu%a bandeira, desfraldada ou recol#ida, informase a rain#a =está em casa ou n"o. Bas para todas as pessoas neste pas #á

Page 137: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 137/142

=uma quest"o permanente e =vitalF será que Deus salvou a =rain#a=G trás disso#áo dito popular “A rei está morto, viva o =rei5”, que & si1nificativo na medida emque implica que a monarquia sobrevive ao =rei. is a o x da quest"o.

 inda que eu n"o se%a =particularmente sentimental em rela'"o 3 realeza e as=famlias reais, encaro com seriedade a exist4ncia da monarquia, acreditando que

a <r"-Sretan#a seria um lu1ar =muito diferente para se viver se ela n"o existisse,e deixando de =lado uma outra quest"oF diferente para mel#or ou=$=I=20

para piorG :amb&m deixo de lado todas as considera'es =complexas referentesa uma avalia'"o ob%etiva de quem & #o%e o =rei, ou a rain#a, enquanto pessoas.=20ntes de mais nada, para fazer um exame da monarquia e do lu1ar que ela=ocupa na comunidade, & natural que se formule a se1uinte per1untaF o =quedizem as pessoas comuns quando abordadas de modo adequado e tendo=oportunidade de expressar uma opini"o pessoalG > claro que a maioria daspessoas demonstra dois tipos de =atitudesF uma relativa aos sentimentos e outra 3conversa'"o. =

  atitude relativa 3 conversa'"o & expressa pelo %o1o =que se c#ama falar. verbaliza'"o nos dá liberdade de a'"o para uma ampla explora'"o de=possibilidades6 pode ser que ten#amos pontos de vista conflitantes numa=mesma discuss"o e ar1umentemos pelo simples prazer de ar1umentar. =+essetipo de exibi'"o de atitude, que & muito valiosa, tamb&m & verdade que a =maioriadas pessoas i1nora a terrvel complica'"o que & a =motiva'"o inconsciente, Ainconsciente & considerado um =inc?modo, uma esp&cie de estra1a-prazeres. Ainconsciente diz respeito 3 psicanálise =e 3 terapia de 1ente doente. ==op#,==20falemos o que pensamos saber e apresentemos racionaliza'es que=passam por razes. n"o nos permitamos ser s&rios demais, ou =vamos acabar nos defrontando com o amor ou com a 1uerra em menos tempo =do que

levaramos para pronunciar “\acR Oobinson”. Besmo assim, conversa s&ria &indcio de =civiliza'"o, e poderia #aver um convite para quem conversaF dar=espa'o ao inconsciente. atitude referente aos sentimentos, sendo uma=resposta total, inclui o inconsciente6 mas as pessoas n"o conse1uem =fazer deimediato %usti'a aos sentimentos, como fariam se fossem =pessoas totais.=20+a atitude verbalizada em rela'"o ao lu1ar da monarquia em nossa =cultura,descobrimos que o assunto todo da realeza & muito facilmente =considerado umconto de fadas. ode ser que contos de fadas se%am encarados como al1ofamiliar, aconc#e1ante, que traz ale1ria, =um enriquecimento da vida diária. Au==20

=2W(=20pode ser que o conto de fadas se%a sentido como um exerccio =escapista, queenfraquece nossa decis"o de alterar as coisas ruins da =economia, a moradiaruim ou inadequada, a solid"o das pessoas idosas, o desamparo dos deficientesfisicos, o desconforto =da su%eira e da pobreza, a tra1&dia das perse1ui'esbaseadas =em preconceitos. palavra “escapista” condensa essa atitude, e =&com base nisso que se condena o conto de fadas.Vorrespondendo a isso existe a =palavra “sentimental”, que diz respeito 3 atitude

Page 138: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 138/142

daqueles que =nunca acordam de verdade, que n"o conse1uem ver amonstruosidade de =uma favela e que %á se retiraram para o mundo do faz-de-conta.As que usam a palavra =“escapista” desprezam os que s"o sentimentais6 ossentimentais =n"o sabem exatamente o que fazer com aqueles que se l#es

opem, =at& que se ve%am completamente desnorteados, confundidos numa=situa'"o poltica, talvez uma revolu'"o que n"o tem o =menor si1nificado paraeles.==,O uso inconsciente da monar'uia=A =pressuposto que sub%az ao que estou discutindo aqui & dificil de =entender oude assumir. Mai direto 3 base da exist4ncia do =indivduo e ao aspecto maisfundamental da rela'"o ob%etal. sse =pressuposto pode ser enunciado dase1uinte maneiraF =o ='ue ==D om est) sempre sendo destr#"do( ==20@ssoenvolve o conceito de inten'"o inconsciente. $ua verdade & =mais ou menossemel#ante 3 verdade do ditado popularF “ beleza =está nos ol#os de quem av4.”sse & um dos fatos da =vida. parece em nosso #ino nacionalF=20“Deus salve arain#ao rei5” $alvar do qu4G > fácil =pensar em salvar o rei e a rain#a dosinimi1os, ainda que as )ltimas =lin#as do #ino fa'am %usti'a a essa id&ia. 7> muitoen1ra-

=,)* =20

'ada a express"o “suas artiman#as de vel#aco”J, mas =sabemos que isso n"o &ox da quest"o.8 As seres #umanos n"o =conse1uem deixar em paz al1o que &bom. recisam conse1ui-lo e =destru-lo.

 A =sobrevivência se#arada da #reserva çdo=sta =& uma quest"o pertinenteF por que será que as coisas boas existem, se

sua exist4ncia e sua bondade incitam =as pessoas e podem conduzir 3 suadestrui'"oG 9á uma =resposta, que apela para as qualidades verdadeiras dacoisa boa. coisa =boa pode =sore!i!er( =  =sobreviv4ncia pode ser um fato emfun'"o das propriedades da =coisa boa que está sempre sendo destruda. ois acoisa boa & amada, valorizada e =quase que adorada, de uma nova maneira. lapassou pelo teste de ter =sido usada de modo cruel e de ter sido um ob%eto quen"o prote1emos =de nossos impulsos 7e id&ias8 mais primitivos.

  monarquia está sempre sob teste. ode =sobreviver 3s fases dificeis por causade um apoio monarquista ou =leal, mas, no fim, tudo depende dos reis e dasrain#as que se ac#am no =trono, na posi'"o de reis, sua escol#a pessoal 3 parte.> %ustamente aqui que o princpio =de #ereditariedade se mant&m. ste #omem

7ou esta mul#er8 encontra-se =no trono n"o por escol#a dele ou nossa , oupor voto =poltico, ou por m&rito6 mas por simples #ereditariedade.xaminando o assunto dessa =maneira, descobre-se que & quase um mila1re quea monarquia ten#a =sobrevivido por mais de mil anos em nosso pas. 9ouvemomentos =precários, a impossibilidade de deixar #erdeiros, pessoas n"o-amadas ou =n"o- amáveis colocadas na posi'"o de rei de modo for'ado, =e#ouve a morte de reis. or&m, a interrup'"o da monarquia foi =um fen?meno raro,

Page 139: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 139/142

e tanto & assim que lo1o pensamos em VromYell,==2W*=20

que talvez ten#a a%udado o pas a perceber que um bom ditador =pode ser pior doque um mau soberano.9á duas =considera'es importantes que sur1em do fato de uma coisa boa que=ten#a sido submetida, sem prote'"o, a todo tipo de sentimento ter sobrevivido, oque implica =inibi'"o do impulso e poster1a'"o do momento da verdade, o =testeverdadeiro.Uma dessas considera'es diz respeito aos =indivduos envolvidos, em qualquer&poca. sobreviv4ncia da coisa 7aqui, a monarquia8 a torna valiosa, e =capacitapessoas de todos os tipos e idades a perceberem que a vontade =dc destruir n"otem nada a ver com raiva tem a ver com um =amor primitivo, e a destrui'"oocorre na fantasia inconsciente, ou no son#o pessoal que corresponde =ao dormir.

  coisa fica destruda apenas na realidade psquica =interna pessoal. +a vidadesperta, a sobreviv4ncia do ob%eto, se%a =lá qual for, traz um sentido de alvio eum novo senso de confian'a. 1ora fica claro que & ==de!ido a propriedades /#es.o s#as ==20que as coisas podem sobreviver, apesar de nosso son#o, apesar dopano de =fundo de destrui'"o em nossa fantasia inconsciente. A mundo =come'aa existir a1ora por si pr!prioF um lu1ar onde viver, n"o um lu1ar para recear ou aoqual sempre devemos obedecer ou no qual =ficamos perdidos6 e tamb&m n"o umlu1ar onde lidar apenas com os =son#os ou com a indul14ncia 3 fantasia.Buito da =viol4ncia no mundo refere-se a uma tentativa de alcan'ar a destrui'"oque em si mesma =n"o & destrutiva, a menos, & claro, que o ob%eto n"o consi1a=sobreviver, ou c#e1ue a ser provocado at& a retalia'"o. 9á =portanto um valor1rande, profundo at&, para o indivduo quando as coisas centrais sobrevivem, umexemplo =das quais, em nosso pas, & a monarquia. realidade se torna mais=real e o impulso pessoal de explora'"o primitivo, menos peri1oso. =

  se1unda considera'"o tem a ver com a poltica. +um pas que n"o se%a muito1rande, =e que ten#a uma #ist!ria, e que, se possvel, se%a uma il#a 7quer =dizer,nen#uma fronteira exceto o mar8, & possvel manter uma =dualidade, um sistemapoltico com=20

=2WW=20

o 1overno podendo ser periodicamente destrudo, enquanto a =monarquiapermanece indestrutvel 7“A rei está morto, viva o =rei”8.

 l1o !bvio, que no entanto precisa sempre ser =repetido, & que o funcionamentodo sistema democrático parlamentar 7em oposi'"o 3 id&ia da ditadura8 depende

=da sobreviv4ncia da monarquia, e ==pari pass# ==20a sobreviv4ncia damonarquia depende do sentimento de que o povo =realmente pode, atrav&s dovoto, derrubar um 1overno por meio de uma =elei'"o parlamentar, ou livrar-se deum primeiro-ministro. resume-se aqui que =a derrubada de um primeiro-ministroou de um 1overno precisa ser feita =na base do sentimento, expressa em vota'"osecreta, e n"o com =base em pesquisa de opini"o p)blica 7tipo <allup8, que n"oconse1ue dar express"o ao sentimento =profundo ou 3 motiva'"o inconsciente,ou 3s tend4ncias =que parecem il!1icas.

Page 140: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 140/142

ivrar-se de uma fi1ura poltica ou de um partido envolve al1o menos imediato, ouse%a, a =elei'"o de um c#efe poltico alternativo. +o caso da pr!pria =monarquia,isso & resolvido previamente. Desse modo, a monarquia pode =ori1inar umsentimento de estabilidade num pas em que o cenário poltico & tumultuado, comoaliás =deve ser periodicamente.

=O =lu!ar da #essoa 'ue ocu#a a #osição de rei=/elizmente & verdade que a sobreviv4ncia da monarquia n"o =depende dapsicolo1ia nem da compreens"o l!1ica, ou de al1uma =palavra #ábil pronunciadapor um lder poltico ou reli1ioso. +o final das contas, a sobreviv4ncia depende do=#omem ou da mul#er que estiver no trono. $eria interessante ver qual =& a teoriaque se poderia construir em torno de fen?menos t"o =interessantes.stamos sempre=20conscientes do fato de que se pode destruir num dia umamonarquia que =foi alicer'ada em mil anos de 9ist!ria. la poderia ser =destrudapor teorias falsas ou por ==20

=2WH=20

um %ornalismo irresponsável. oder-se-ia ridicularizar a =monarquia, como fazemaqueles que s! enxer1am um conto de fadas, ou =que v4em um bal& ou umaencena'"o teatral, quando na verdade =poderiam se dar conta de um aspecto dapr!pria vida. sse aspecto da pr!pria vida precisa ser claramente =compreendido,pois 1eralmente n"o & levado em considera'"o =numa fala descritiva. Diz respeitoa uma área intermediária, onde =ocorrem a transi'"o do sono para a vi1lia e davi1lia para o sono. > o lu1ar ocupado pela =experi4ncia l)dica e cultural, eocupado tamb&m pelos ob%etos =transicionais, constituindo-se todos eles emevid4ncias de sa)de =psiquiátrica2.> surpreendente que, embora a teoria da personalidade e da vida #umana =se%adescrita principalmente em termos da alternativa do son#o pessoal e =da

realidade existente ou compartil#ada, ao ol#armos sem viseiras, percebemos quea maior parte da vida de adultos, adolescentes, =crian'as e beb4s & 1asta nessaárea intermediária. =pr!pria civiliza'"o poderia ser descrita nesses termos.

  =mel#or maneira de estudar essa área & em termos de beb4s vivendo sob oscuidados de m"es e pais =satisfat!rios, com uma vida dom&stica adequada.nunciei do modo =mais claro que me foi possvel que a caracterstica dessa área=& a =aceitaç.o do parado&o =que =vincula a realidade externa 3 experi4nciainterna. um paradoxo =que nunca deve ser resolvido. m termos do beb4 comum peda'o de pano ou um =ursin#o, essenciais para a se1uran'a e a ale1ria,simbolos de uma =m"e ou de um elemento materno 7ou paterno8 sempredisponvel, =%amais lan'amos o desafioF voc4 criou isso ou%á ac#ou prontoG

==resposta ==n"o tem import;ncia, ainda que a =perg#nta =se%a =relevante esi1nificativa.m termos da monarquia, o #omem ou a =mul#er que está no trono representa oson#o de todo mundo, e ==ainda assim =& ==2WT=20

um #omem ou uma mul#er real, com todas as caractersticas =#umanas.$! se estivermos lon1e dessa mul#er, a rain#a, podemos =nos permitir son#ar e

Page 141: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 141/142

colocá-la na área do mito. $e vivermos =pr!ximos dela, & muito possvel que nosse%a dificil manter o son#o. ara mil#es, entre eles eu =mesmo, essa mul#er estárepresentando para mim um son#o meu, e ao =mesmo tempo ela & um ser#umano que posso ver dentro de seu =autom!vel, enquanto espero sentado numtáxi que ela saia do alácio de SucRin1#am para desempen#ar al1uma =fun'"o

que & parte de seu papel, desi1nado pelo destino, no =qual a maioria de n!s amant&m. nquanto estou pra1ue%ando por causa do atraso que ela vai provocar=no meu compromisso, sei que precisamos de formalidade, da defer4ncia =e daparafernália do son#o tornado realidade. > muito possvel =que a mul#er que &rain#a este%a tamb&m odiando isso tudo, =mas =2amais saeremos, =por =n"otermos quase nen#um acesso aos detal#es da vida e da pessoa que & =essamul#er em particular, sendo esse o modo de manter seu valor =enquanto son#o.$em esse valor, ela n"o passa de uma vizin#a.=> claro que poderamos tentar tirar o v&u. <ostamos de ler a respeito da rain#aMit!ria, e inventamos =#ist!rias que s"o ao mesmo tempo sentimentais eobscenas, mas no =centro disso tudo existe uma mul#er 7ou um #omem8 que temou n"o tem =a capacidade de sobreviver, de existir sem rea1ir 3 provoca'"o ou 3=sedu'"o, at& que um sucessor #ereditário assuma essa =terrvelresponsabilidade, quando ela 7ou ele8 morre. > uma =responsabilidade terrvel,

 %ustamente por ser irreal em sua dura realidade, porque onde #á =vida pode #aver morte, porque no momento crucial existe isolamento, um =1rau sem paralelo desolid"o.

 o examinar essa área =intermediária em que vivemos e brincamos, onde somoscriativos, o paradoxo tem que =ser tolerado, nunca resolvido. ara deixar esseaspecto mais claro, =pode-se examinar o fato dos retratos reais. les t4m umvalor artstico enorme e foram colecionados pela rain#a e seus ante- ==20

=2H0=20

cessores atrav&s dos s&culos, e pertencem a ela. ao mesmo =tempo pertencem3 na'"o a cada um de n!s pois a =rain#a & nossa rain#a e & a personifica'"ode nosso son#o. =@ma1inem uma liquida'"o da monarquia, e imediatamente essalinda cole'"o vai virar uma =lista de pre'os num catálo1o, e vamos perd4-la paraum qualquer =que ten#a libras ou d!lares para 1astar num momento determinado.=Do modo que está, com a rain#a nos representando como proprietária, nemprecisamos =pensar nos falsos termos do valor do din#eiro.==&umário

  =sobreviv4ncia da monarquia depende, conseqQentemente, de suas =pr!prias

qualidades6 de seu lu1ar lado a lado 3 arena poltica no parlamento e nosprocedimentos eleitorais, que s"o conduzidos =principalmente de modo verbal6 denossos pr!prios son#os ou potencial =inconsciente6 de quem realmente & o#omem ou a mul#er que ocupa a =posi'"o de rei e=20da natureza da famlia real,e de questes de c#ance de vida ou =morte acidental ou por doen'a6 da sa)depsiquiátrica 1eral da =comunidade, que abran1e uma propor'"o n"o muito 1randede =pessoas ressentidas pela priva'"o6 de fatores 1eo1ráficos6 e assim por diante.

Page 142: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 142/142

$eria um erro =pensar que n!s pr!prios vamos preservar aquilo que ac#amos que=& bom. +o final, o que vai decidir a quest"o & a capacidade da monarquia desobreviver. +o momento, parece que temos =sorte. odemos valorizarprofundamente quem sofre as presses =decorrentes da 1rande #onra e doprivil&1io de estar no trono desta =terra, uma terra que n"o & muito 1rande, que &

cercada pelo mar, e que %á inspirou uma =m)sicaF “ +ice ittle :i1#t ittle @sland”J.==2HK=20

==onclusão=Bin#a =tese & que a quest"o n"o & salvar a monarquia. elo =contrário. exist4ncia contnua da monarquia & uma das indica'es de que aqui =e a1oraexistem condi'es nas quais a democracia 7um reflexo das =questes familiares,no contexto social8 pode caracterizar o sistema =poltico, e nas quaisprovavelmente n"o vai sur1ir uma ditadura, beni1na ou mali1na 7qualquer delas se=baseia no medo8. $ob tais condi'es, os indivduos, se forem =saudáveis doponto de vista emocional, podem desenvolver o senso de =existir, podem realizaral1uns de seus potenciais pessoais, e podem brincar.=20

=282=20

==p1===20

=====20

=20

=20