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Maio/junho de 2008 - Ano 4 - Número 18 Citricultores se unem em nova Citricultores se unem em nova Citricultores se unem em nova Citricultores se unem em nova Citricultores se unem em nova estratégia de comercialização estratégia de comercialização estratégia de comercialização estratégia de comercialização estratégia de comercialização Secretário João Sampaio ecretário João Sampaio ecretário João Sampaio ecretário João Sampaio ecretário João Sampaio recebe produtores recebe produtores recebe produtores recebe produtores recebe produtores Produtores ligados à Associtrus se reuniram em São Paulo com o secretário da Agri- cultura e Abastecimento, João de Almeida Sampaio Filho. Na ocasião, ele garantiu que reto- mará as negociações entre citricultores e indústrias e que divulgará números cada vez mais precisos da safra citrícola paulista. Também anunciadas a adoção de medidas para for- talecer o mercado interno como a introdução de suco de frutas na merenda escolar e a desoneração fiscal. (Pág. 3) Associtrus na 30ª Semana da Citricultura Dia 6 de junho, às 12h, dentro da programação da 30ª Sema- na da Citricultura, o presidente da Associtrus, Flávio Viegas, vai proferir palestra em que abordará as novas estratégias de comercialização de laranja e o atual cenário político e econômi- co para os citricultores. A presença da associação no evento atende a pedido do secretário de Agricultura e Abastecimento, João Sampaio Filho. A 30ª Semana da Citricultura acontece de 2 a 6 de julho, no Centro Apta Citros “Sylvio Moreira”, em Cordeirópolis. Atitude – Com o secretário João de Almeida Sampaio Filho, diretores e conselheiros da Associtrus buscam por soluções para o produtor. Um grupo de produtores ligados à empresa Sucoop e à Associtrus irá processar cerca de 300 mil caixas de 40,8 kg de laranja. Com a iniciativa, os citricultores pretendem transformar en- tre 15% e 20% de sua safra em suco e agregar valor ao produto. Pela operação, o produtor firmará contrato de venda da fruta com a Sucoop, que já tem cota para processá-la em uma grande indústria no norte de São Paulo. A Associtrus oferece apoio na organização dos produtores, mas o contrato para o processamento é entre a Sucoop, aberta para tal finalidade e responsá- vel pelo processo. Além da bebida, os citricultores liga- dos à empresa receberão pelo processamento de subprodutos como o baga- ço e óleos. (Pág. 3) Editorial - A política da boa vizinhança entre os “amigos” da indústria (Pág. 2) Doença - S.Paulo registra aumento de greening (Pág. 5) Agrishow/2008 - Em pauta, reforma tributária e endividamento. (Pág.5) Lei - Início da colheita exige atenção com a Norma Regulamentadora 31 (Pág. 7) Novas perspectivas – Expectativa é de que, com processamento próprio, citricultores tenham mais opções para comercializar a fruta. As negociações serão retomadas. Meta é aprimorar estimativa de safra

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Maio/junho de 2008 - Ano 4 - Número 18

Citricultores se unem em novaCitricultores se unem em novaCitricultores se unem em novaCitricultores se unem em novaCitricultores se unem em novaestratégia de comercializaçãoestratégia de comercializaçãoestratégia de comercializaçãoestratégia de comercializaçãoestratégia de comercialização

SSSSSecretário João Sampaioecretário João Sampaioecretário João Sampaioecretário João Sampaioecretário João Sampaiorecebe produtoresrecebe produtoresrecebe produtoresrecebe produtoresrecebe produtores

Produtores ligados àAssocitrus se reuniram em SãoPaulo com o secretário da Agri-cultura e Abastecimento, Joãode Almeida Sampaio Filho. Naocasião, ele garantiu que reto-mará as negociações entrecitricultores e indústrias e que

divulgará números cada vezmais precisos da safra citrícolapaulista. Também anunciadasa adoção de medidas para for-talecer o mercado interno comoa introdução de suco de frutasna merenda escolar e adesoneração fiscal. (Pág. 3)

Associtrus na 30ªSemana da CitriculturaDia 6 de junho, às 12h, dentro da programação da 30ª Sema-

na da Citricultura, o presidente da Associtrus, Flávio Viegas, vaiproferir palestra em que abordará as novas estratégias decomercialização de laranja e o atual cenário político e econômi-co para os citricultores. A presença da associação no eventoatende a pedido do secretário de Agricultura e Abastecimento,João Sampaio Filho.

A 30ª Semana da Citricultura acontece de 2 a 6 de julho, noCentro Apta Citros “Sylvio Moreira”, em Cordeirópolis.

Atitude – Com o secretário João de Almeida Sampaio Filho, diretores econselheiros da Associtrus buscam por soluções para o produtor.

Um grupo de produtoresl igados à empresa Sucoope à Associtrus irá processarcerca de 300 mil caixas de40,8 kg de laranja. Com ain ic ia t i va , os c i t r i cu l to respretendem transformar en-tre 15% e 20% de sua safraem suco e agregar valor aoproduto. Pela operação, oprodutor firmará contrato dev e n d a d a f r u t a c o m aSucoop , que j á t em co tapara processá- la em uma

grande indústria no norte deSão Paulo.

A A s s o c i t r u s o f e r e c eapoio na organização dosprodutores, mas o contratop a r a o p r o c e s s a m e n t o éentre a Sucoop, aberta paratal f inal idade e responsá-vel pelo processo. Além dabebida, os citricultores liga-dos à empresa receberãop e l o p r o c e s s a m e n t o d esubprodutos como o baga-ço e óleos. (Pág. 3)

Editorial - A política da boa vizinhança entre os“amigos” da indústria (Pág. 2)

Doença - S.Paulo registra aumento de greening (Pág. 5)

Agrishow/2008 - Em pauta, reforma tributária eendividamento. (Pág.5)

Lei - Início da colheita exige atenção com a NormaRegulamentadora 31 (Pág. 7)

Novas perspectivas – Expectativa é de que, com processamentopróprio, citricultores tenham mais opções para comercializar a fruta.

As negociações serão retomadas.Meta é aprimorar estimativa de safra

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2Maio/junho de 2008

EditorialEditorialEditorialEditorialEditorial

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Solicite sua ficha de cadastro de sócio na sede da Associtrus,na rua Prudente de Moraes, 514 (estacionamento da Credicitrus)ou pelo site www.associtrus.com.br

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EXPEDIENTEEXPEDIENTEPublicação bimestral da Associtrus

(Associação Brasileira de Citricultores)Conselho Editorial: Diretoria

Produção, edição e fotos: Iha Comunicação Tiragem: 6 mil exemplares

Divisão de jornalismo: Eduardo Iha e Carolina IhaDiagramação: Juliana Iha

Associtrus - Associação Brasileira de CitricultoresRua Cel. Conrado Caldeira, 391, Centro, CEP 14.700-120 - Bebedouro - SP

Fones (17) 3345-3719/3343-5180 - E-mail: [email protected] Page: www.associtrus.com.br

DIRETORIAFlávio Pinto Viegas, Douglas Eric Kowarick,Lenita Arruda Boechat e Charles Teixeira.

Para anunciar ligue (17) 3343-5180

Os amigos da indústria

Desde a venda da Frutesp, a indústriavem intensificando a sua política de con-centração e verticalização. Com este pro-cesso, os citricultores, que estão sendoexpulsos do setor, vêm financiando os “elei-tos” para permanecerem, via diferencial depreços pagos pela caixa de laranja. Artigorecente do Cepea observa que na safra2006/07 se registrou o maior diferencial depreços da história; na nossa visão, tais re-cordes continuarão a ser batidos em todasas safras até o total “saneamento”, quandosobrarão apenas “os duzentos amigos daindústria”.

Na próxima safra, antecipamos que “oseleitos” receberão por caixa valores quesuperarão os R$ 20,00, enquanto os exclu-ídos estarão recebendo US$ 3 ou menos!O câmbio, o preço dos combustíveis, dosinsumos, da mão-de-obra, a legislação, namaior parte das vezes correta, mas que im-põe maiores encargos, as pragas e doen-

ças que não param de aumentar, vão darsua contribuição para o desemprego, a con-centração de renda e a violência...

Mais lamentável é que as instituiçõesbrasileiras e muitos produtores ainda acre-ditam que o problema será resolvido pelo“mercado”, mostrando uma total incapaci-dade de entender o que ocorre no setor.

A falta de concorrência fica muito maisevidente numa safra como a atual em que,apesar de os estoques mundiais estaremreduzidos a 50% do que eram em 2005, asafra paulista deve quebrar entre 20% e35%; os preços e a demanda mundial cres-cendo, apesar da queda de consumo emmercados importantes como os EUA e aEuropa ocidental, as indústrias não mos-tram nenhuma pressa em renovar contra-tos nem interesse em conquistar fornece-dores para manter os compromissos comseus clientes.

O que vemos, apesar de estarem sen-do investigados por cartel, é uma relaçãomuito íntima de cooperação em lugar decompetição. O“rodízio” de al-guns grupos decitricultores en-tre as indústri-as é feito paratentar encobrira falta de concorrência.

O poder econômico e político do“oligopólio” paralisa as instituições e o go-verno. Dois anos e meio depois da “Opera-ção Fanta”, a Justiça não liberou ainda to-dos os documentos para exame dos órgãosde defesa da concorrência, e estes pare-

cem não ter pressa. Mas os milhões dedólares gastos com os maiores escritóriosde advocacia, com políticos que seprontificam a mudar a legislação do país eo que for necessário para garantir-lhes aimpunidade, comprovam que o “oligopólio”teme a abertura dos documentos.

Bilhões de dólares são perdidos anu-almente, as questões econômicas e soci-ais das regiões citrícolas agravam-se e to-dos fingem que o problema não lhes dizrespeito!

Temos ainda a esperança de que a que-bra da safra provoque uma reação nos pre-ços, porém, apesar dos esforços do secre-tário e de alguns setores da Secretaria daAgricultura, os números da estimativa desafra para a laranja causaram uma enormedecepção, mas felizmente não tiveram mai-or repercussão no mercado, por falha dametodologia utilizada. Temos certeza de quenão falta competência técnica ao IEA e àCati, mas é preciso dar-lhes condições paraaprimorar o seu trabalho e a reação da ca-

deia produtiva vaicertamente cola-borar nesse sen-tido.

A este cenárioadiciona-se a“eleição” do “novo”

Conselho do Fundecitrus, farsa que produ-ziu mais do mesmo, isto é, a indústria con-tinua sendo “dona” do fundo, acolitada porum grupo de “amigos”, com talvez umaou duas honrosas exceções, sempredispostos a apoiá-la e aplaudi-la nosseus desmandos.

PorFlavio Viegas

1º e 2/4 – Reunião da Câmara Setorial da Fruticultura, em Brasília.3/4 – Reunião da Adebe, em Bebedouro.7/4 – Reunião do Conselho Superior do Agronegócio, em S.Paulo.8/4 – Reunião de presidentes de Câmaras Setoriais Temáticas,em Brasília.9/4 – Reunião da Adebe, em Bebedouro.16/4 – Reunião na Estação Experimental de Citricultura de Bebe-douro.18/4 – Reunião com citricultores, em Araraquara.19/4 – Reunião da Adebe, em Bebedouro.28/4 – Presença na abertura da Agrishow, em Ribeirão Preto.29/4 – Jantar do Banco do Brasil, em Ribeirão Preto.30/4 – Reunião com o presidente do Conselho de Desenvolvimen-to Rural, em Ribeirão Preto.1º/5 – Coletiva na Agrishow, em Ribeirão Preto. Entrevista ao CanalRural.2 e 3/5 – Presença na Agrishow, em Ribeirão Preto.5/5 – Reunião com o secretário João Sampaio Filho, em São Paulo.8/5 – Presença na divulgação da estimativa de safra, na Secretariada Agricultura, em S.Paulo.12/5 – Reunião do Conselho Superior do Agronegócio.13 a 16/5 – Secitap – Panorama atual da Citricultura, na Unesp-Jaboticabal.20/5 – Reunião com produtores, no Sindicato Rural de Brotas.

Atividades da diretoria

Milhões de dólares gastos comescritórios de advocacia comprovamque o “oligopólio” teme a aberturados documentos da Operação Fanta.

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3Maio/junho de 2008

Associtrus anuncia nova estratégiade comercialização de laranja

ApostaApostaApostaApostaAposta

Inicialmente 300 mil caixas de 40,8 kg serão processadas por umgrupo de produtores ligados à empresa Sucoop.

Cerca de 300 mil caixas de 40,8 kg de laranjaserão processadas por um grupo de produtoresligados à empresa Sucoop e à Associtrus nestasafra. O anúncio foi feito pelo presidente da as-sociação, Flávio Viegas, em entrevista coletiva naAgrishow, em Ribeirão Preto. Com a iniciativa, oscitricultores pretendem transformar entre 15% e20% de sua safra em suco, agregar valor ao pro-duto e negociar o restante da fruta com outraindústria processadora, por meio de contrato, ouainda no mercadospot.

Pela operação,o produtor firmarácontrato de vendada fruta com aSucoop, que já temuma cota paraprocessá-la emuma grande indús-tria no norte de São Paulo. “O objetivo é que oprodutor destine uma porcentagem da sua frutapara processamento próprio e, com isso, tenhasegurança e liberdade para comercializar o res-

tante da sua produção. A ga-rantia de processamento dafruta dará mais tranqüilidadeao citricultor que, diante dequalquer imprevisto, como oretardamento da colheita pelaindústria, não perderá a fruta.Acreditamos que, com essainiciativa, o preço no mercadoirá subir significativamente”,

diz Viegas,acrescentando que “aAssocitrus oferece apoio na or-ganização dos produtores, maso contrato para o processamentoé entre a Sucoop, empresa aber-ta para tal finalidade, e a indús-tria responsável pelo processo”.

Além da bebida, oscitricultores da Sucoop recebe-

rão os subprodutos do processamento, comoo bagaço e óleos. Os produtores calculam queo custo de processamento - em torno de R$1,20 por caixa de 40,8 quilos - seja coberto só

com a venda desses subprodutos. “Não quere-mos competir com as grandes indústrias do se-tor, mas nos proteger, por meio da produção dosuco, de épocas em que o mercado não estábom para a venda da fruta”, explica Viegas.

A associação também organiza pools com oobjetivo de ganhar maior poder de negociaçãocom a indústria. “Não recomendamos o fecha-mento de contratos de longo prazo, mas quemoptar por esse tipo de negociação, encontraráapoio na Associtrus, que poderá organizar gru-pos na tentativa de conseguir preços justos”,finaliza Flávio.

EmpenhoEmpenhoEmpenhoEmpenhoEmpenho

Secretário da Agricultura garante retomarnegociações entre citricultores e indústriasJoão de Almeida Sampaio Filho também se compromete a aprimoraro levantamento do parque citrícola paulista.

Em audiência com representantes daAssocitrus, dia 5 de maio, o secretário daAgricultura e Abastecimento, João deAlmeida Sampaio Filho, garantiu que re-tomará as negociações entre citricultorese indústrias e que divulgará númeroscada vez mais precisos da safra citrícolapaulista. João Sampaio prometeu cobrardas indústrias as informações solicita-das na última reunião e que, até agora,não foram apresentadas pelas indústri-as. “Acreditamos que, com a intervençãodo secretário, as negociações possam ser re-tomadas”, diz Renato Queiroz, da Associtrus.

Anunciadas a adoção de medidas para for-talecer o mercado interno como a introdução desuco de frutas na merenda escolar e adesoneração fiscal. O deputado estadual DaviZaia (PPS), presidente da Frente Parlamentarem Defesa da Citricultura, irá estudar a criaçãode uma lei que insira o suco de frutas nas repar-tições públicas e na merenda para aumentaras alternativas de comercialização e a rendados pequenos e médios produtores. “As inicia-

tivas objetivam estimular o consumo do sucode laranja e baratear a aquisição do produtopelos consumidores brasileiros. A secretariairá estudar maneiras de diminuir a carga tri-butária que incide sobre o suco e, dessa for-ma, estimular a venda”, observa o presidenteda Associtrus, Flávio Viegas.

A nova estratégia de comercialização dafruta adotada pela Associtrus tem o apoio daSecretaria da Agricultura. Para o secretário,os produtores passarão a ter maior poder denegociação. “Ficamos satisfeitos com o apoio

à Sucoop, empresa que ficará responsávelpela intermediação entre processadora e pro-dutores”, diz Viegas.

Na audiência, os produtores também apre-sentaram sua preocupação quanto à falta debarreiras sanitárias e o registro de novas do-enças nos pomares paulistas.Fundecitrus - A respeito da nova composiçãodo Conselho do Fundecitrus, João Sampaiodisse que o órgão precisa de mais equilíbrio.“A formação do Conselho ainda não está ade-quada, existe um desequilíbrio entre arepresentatividade dos produtores e da indús-tria. Nem os representantes da Secretaria, nemdo Ministério, têm direito a voto, por exemplo”,observou, anunciando a presença daAssocitrus na 30ª Semana da Citricultura, de 2a 6 de junho, em Cordeirópolis.

O secretário irá agendar, em breve, audi-ência com o governador José Serra (PSDB).“Estamos confiantes na seqüência das nego-ciações e acreditamos que, nas mãos do se-cretário, uma nova realidade possa se fazerpossível o quanto antes”, finaliza Viegas.

Anúncio – Renato Queiroz, Flávio Viegas e Luiz Régis Galvão Filhoanunciam, na Agrishow, estratégia para dar novo fôlego aos citricultores.

Na secretaria – Representantes da Associtrusconfiam no trabalho do secretário João Sampaio Filho.

Produtor deve destinar de15% a 20% da sua fruta paraprocessamento própriopara que tenha segurançapara comercializar orestante da produção.

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4Maio/junho de 2008

MercadoMercadoMercadoMercadoMercado

Secretaria da Agricultura divulgaestimativa da safra da laranjaNúmeros acima do esperado causam estranheza em membros daprópria Pasta. João Sampaio Filho admite rever previsão.Pela primeira vez na his-

tória, a Secretaria da Agricul-tura divulga a estimativa desafra de um dos seus prin-cipais produtos, separada-mente das outras culturascultivadas no Estado. Os le-vantamentos, realizadospela Coordenadoria de As-sistência Técnica Integral(Cati), e os estudos do Ins-tituto de Economia Agrícola(IEA/Apta) prevêem a produ-ção de 368,2 milhões decaixas de 40,8 quilos, numaárea de 691,26 mil hectares,área 1,7% maior que na sa-fra passada.

Os números surpreen-deram representantes decitricultores, da indústria e da própria se-cretaria. Informações do setor produtivo dãoconta de que haverá queda de, no mínimo,20% em função de fatores climáticos, depragas e de doenças. “Ficamos muito sa-tisfeitos com a iniciativa da secretaria aodivulgar oficialmente números da laranja,mas, para nossa surpresa, houve aumen-

to em comparaçãocom a estimativa an-terior, enquanto to-dos os representan-tes do setor espera-vam por queda sig-nificativa. Não enten-demos como eleschegaram a núme-ros tão altos dianteda realidade dos po-mares paulistas,responsáveis por80% da produçãomundial”, observa opresidente daAssocitrus, FlávioViegas. A associaçãoenviou carta à secre-taria sugerindo a re-

visão do processo. “Os números anuncia-dos divergem muito das estimativas maisotimistas do setor. Sugerimos que se façauma comparação das áreas computadascom dados de levantamentos por satéli-tes, disponíveis na Unicamp, para algunsmunicípios, para verificar quais são osdesvios entre as áreas informadas no

Lupa e as áreas cal-culadas porsensoriamento re-moto”, informaViegas, observandoque “baseando-nosno parque citrícoladivulgado pelaAbecitrus, teríamosatualmente 155 mi-lhões de árvoresprodutivas. O merca-do estima que coma quebra da produ-ção em no mínimo20% e produtividade

média de 1,9 caixa por pé, a produção emSão Paulo seria de 235,6 milhões de cai-xas”.

O secretário João Sampaio disse quenão está descartada uma correção nos nú-meros na próxima estimativa. “Podemosestar usando metodologias diferentes dosprodutores e das indústrias e formas di-ferenciadas de analisar a produtividadepor árvore”.

A maior divergência está no número depés de laranja em produção, que chega a31 milhões. “Os números divulgados pelasecretaria são de que há 186 milhões depés e o mercado trabalha com 155 mi-lhões de plantas. A diferença de 31 mi-lhões implica na produção de 60 milhõesde caixas de 40,8 kg a mais”, calculaViegas.

Na divulgação do levantamento, foiapontada a evolução do plantio e da pro-dutividade de laranja entre as regiões.Numa tabela, foram expostos os númerosde pés novos e em produção nas regiõescitrícolas tradicionais como Araraquara, Li-meira, Barretos e Catanduva e a migraçãodo plantio para regiões novas do sudoestedo Estado como Avaré, Botucatu,Itapetininga. “A divulgação exclusiva paralaranja sempre foi ponto de consenso nosetor, uma reivindicação mais do que justapara que os números fossem apresenta-dos de forma clara, única. O momento éhistórico pela importância da laranja paraa economia paulista. É preciso aprimoraros números e o objetivo é que, nos próximosanos, teremos um levantamento ainda maiscorreto”, afirma Sampaio.

O Estado de São Paulo responde pormais de 90% das exportações brasileiras desuco de laranja. No ano passado, as expor-tações de suco de frutas (quase que a totali-dade, de laranja) de São Paulo resultaramem US$ 2,35 bilhões.

Produtividade – Estimativa oficialsurpreende representantes de citricultores,da indústria e da própria secretaria.

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5Maio/junho de 2008

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Flórida deve produzir 169,5 milhões de caixasProjeção do USDA é a maior desde a safra de 2003/2004.

A produção de laranja dos Estados Uni-dos deve ficar em 10,1 milhões de toneladasna safra 2007/2008, de acordo com projeçãodivulgada pelo Departamento de Agriculturados Estados Unidos (USDA). O número é

estável em relação à projeção de abril, mas33% superior ao volume produzido na safra2006/2007, de 7,63 milhões de toneladas.

A produção da Flórida foi projetada em169,5 milhões de caixas (7,58 milhões de to-

neladas). Se o volume projetado na safra forconfirmado, será a maior safra desde 2003/2004. A produtividade do suco de laranja con-centrado e congelado (FCOJ) na Flórida foiprojetada em 1,65 galão por caixa.

ReuniãoReuniãoReuniãoReuniãoReunião

Comissão de Agricultura discutereforma tributária e endividamento

Com o objetivo de discutir oendividamento dos agricultores e os impac-tos da reforma tributária sobre oagronegócio, a Comissão de Agricultura,Pecuária e Desenvolvimento Rural da Câ-mara dos Deputados se reuniu, dia 1º demaio, na Agrishow, atendendo a convite daAbimaq (Associação Brasileira da Indústriade Máquinas e Equipamentos).

O deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP)fez uma análise da proposta de reforma tri-butária apresentada pelo governo e apon-tou diversas falhas, bem como aspectosque não beneficiam o agronegócio. “O tra-

balho da bancada é propor que areforma tributária racionalize e sim-plifique o sistema, eliminedistorções como a guerra fiscal ereduza a carga tributária de formaque seja focada nacompetitividade”, declara.

A senadora Kátia Abreu, tam-bém vice-presidente da Confede-ração Nacional da Agricultura(CNA), apresentou um estudo so-bre os custos de produção agríco-la no Brasil, notadamente da soja,do leite e da carne.

Após as apresentações, houve debatecom a participação de lideranças de enti-dades do setor agrícola.

O presidente da Abimaq, Luiz AubertNeto, destacou a relevância da comissão,que obteve importantes conquistas, comoa ampliação do acesso aos benefíciosprevidenciários da atividade rural. “No mo-mento em que se discute a nova políticaindustrial, é importante que o setor de má-quinas seja ouvido, no sentido de solidifi-car cada vez mais a proposta dedesoneração. Faço questão de frisar: nãoexiste país desenvolvido que tributa bens

de capital. É preciso que o Brasil entre naonda dos países desenvolvidos, promoven-do a desoneração do setor e investindo emeducação”, reivindica.

João Carlos Marchesan, vice-presidenteda Abimaq, observou a necessidade deapressar a negociação da dívida do agri-cultor e provocar um debate entre a esferapolítica e a classe produtora. Ele pediu aosparlamentares maior empenho na reduçãoda taxa flat de 4%, cobrada pelos bancossobre os empréstimos concedidos para aaquisição desses equipamentos e tam-bém para tratores e colheitadeiras.

Participaram da reunião, os deputadosOnyx Lorenzoni (DEM-RS), presidente dacomissão; Duarte Nogueira (PSDB-SP);Ronaldo Caiado (DEM-GO); Moreira Men-des (PPS-RO); Pedro Chaves (PMDB-GO);Leandro Vilela (PMDB-GO); Paulo Piau(PMDB-MG); Vítor Penido (DEM-MG);Abelardo Lupion (DEM-PR); e Marcos Mon-tes (DEM-MG), além dos senadores KátiaAbreu (DEM-TO) e Gilberto Goellner (DEM-MT).

A Associtrus esteve representada noevento pelo seu presidente, Flávio Viegas,e pelo conselheiro Renato Queiroz.

Aumenta registro de greening em São PauloIncidência é 44,4% maior que a do levantamento de 2007.Levantamento do Fundecitrus (Fundo de

Defesa da Citricultura) aponta que o greeningestá presente em 18,57% dos talhões de la-ranja do Estado de São Paulo. A incidência é44,4% maior que a do levantamento de 2007,quando a doença estava em 12,86% dos ta-lhões, que possuem, em média, duas milplantas cada um.

Desde o primeiro levantamento, em2004, a incidência da doença aumentou cer-ca de cinco vezes e meia. Segundo aCoordenadoria de Defesa Agropecuária, po-mares de 162 municípios paulistas têm fo-cos da praga. A Região Centro-Sul é a mais

Deputados tentam resolver questões ligadas à agricultura e à pecuária.

Debate – Deputados aproveitam a Agrishow, em RibeirãoPreto, para discutirem questões ligadas ao setor rural.

afetada, com 27,6% dos talhões afeta-dos. A Região Sudeste tem a doençapresente em 24,7% dos talhões. Naseqüência de contaminação vêm asregiões Oeste (3,85%), Norte (2,80%)e Noroeste (0,68%), mas todas têm ín-dice de plantas sintomáticas menorque 0,04%.

A erradicação da plantas doentes,saída mais eficaz para controlar a do-ença, e a comunicação aos órgãos pú-blicos da incidência do greening sãoobrigatórias pela Instrução Normativa(IN) 32 do Ministério da Agricultura.

Sintomas - As folhas apresentam coloraçãoamarela pálida, com áreas de cor verde, formandomanchas irregulares.

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6Maio/junho de 2008

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7Maio/junho de 2008

JurídicoJurídicoJurídicoJurídicoJurídico

PorLuiz Regis Galvão Filho

Associados não são obrigadosa contribuir com o FundecitrusJustiça garante o direito do produtor não ter descontado dopagamento da indústria a contribuição ao Fundo.

Sendo objeto social da Associtrus, den-tre outros, o “incentivo a melhoria técnica dacitricultura através de pesquisas e da divul-gação das técnicas científicas de aprimora-mento da cultura”; “ manter serviço de defe-sa fitossanitária especializado, bem comorigorosa fiscalização no combate ao cancrocítrico e outras moléstias que atacam ospomares”, etc., os citricultores ligados àAssocitrus optaram, em 1977, pela criaçãodo Fundecitrus (Fundo de Defesa daCitricultura), somente possível graças ao

desprendimento e ao espírito solidário dosassociados, que concordaram em repas-sar ao referido Fundo toda a receita que erarecebida pela Associtrus.

O fortalecimento econômico doFundecitrus implicou no enfraquecimentoda Associtrus, uma vez que, aproveitando-se da debilidade financeira desta Associa-ção de produtores, e visando nitidamente aseus interesses específicos, as indústriaspassaram a assumir o con-trole do Fundo. Com isso,impediu que a Associtruscontinuasse a indicar o re-presentante dos associadosna diretoria do Fudecitrus, bem comodescumpriu acordo de proporcionar aalternância entre representantes das indús-trias e dos produtores associados na pre-sidência do Fundo.

Conclusão: tal quadro provocou a dete-rioração das atividades essenciais que le-varam à criação do Fundecitrus, principal-mente em razão da alteração estatutáriaimposta ao Fundecitrus, que mantém asindústrias com total domínio das políticasde atuação e da estrutura técnica e admi-

nistrativa do Fundo, além de alterar a formade recolhimento da contribuição. AAssocitrus, a pedido de centenas de asso-ciados, promoveu o desligamento destesdo Fundecitrus, o que se deu através de In-terpelação/Notificação Judicial, promovidaem nome de cada associado - processo1.699/07, que tramitou na 4ª Vara Cível daComarca de Araraquara (SP).

Para melhor compreensão dos fatos edos fundamentosutilizados para o re-ferido desligamento,os associados po-derão acessar o site

da Associtrus, onde é possível a visualizaçãode cópia da petição inicial promovida contrao Fundo.

Importante ressaltar que, se algum as-sociado da Associtrus pretende continuarcontribuindo com o Fundecitrus, basta queentre em contato com este Fundo e soliciteos documentos para formular a respectivaadesão. Caso contrário, orientamos que co-muniquem a indústria compradora de suasfrutas de que não deverão reter qualquer nu-merário dos seus pagamentos paradirecionar ao Fundecitrus. Neste caso, rela-tivamente aos produtores que estiverem fir-mando novos contratos, devem os mesmosexigir a exclusão de toda e qualquer cláusu-la que possibilite desconto a favor do Fundo.

Com o desligamento do quadro de as-sociados do Fundecitrus, os produtores nãomais estarão obrigados a realizar quaisquerrecolhimentos ao Fundo, mesmo que cons-tando cláusulas nesse sentido nos contra-tos eventualmente em vigor.

A Associtrus permanece à disposiçãode seus associados para eventuais es-clarecimentos que se fizerem necessári-os. Orientações jurídicas pelo e-mailjurí[email protected] .

O Departamento Jurídico da Associtrusalerta para a chamada Cláusula de Prefe-rência, com a qual a indústria compradorada atual safra ganha a preferência, em igual-dade com terceiros, das safras seguintese, ainda, terá o direito de saber a propostaque o contratado obteve de outras empre-sas, para depois decidir pela aquisição ounão da fruta. Caso o produtor não comprove

a existência de proposta superior à da con-tratante, na próxima safra, a indústria terápreferência e pagará o valor oferecido porela. Os R$ 13,00 por caixa de 40,8kg de hojepodem ser reduzidos em menos da meta-de na próxima safra.

Cuidado! Citricultor, não conceda a Cláu-sula de Preferência. Não assine qualquercontrato sem consultar um advogado.

Muita atenção com aCláusula de Preferência!

No site da Associtrus, cópiade petição promovidacontra o Fundo.

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8Maio/junho de 2008

AtuaçãoAtuaçãoAtuaçãoAtuaçãoAtuação

Produtores denunciam falta deconcorrência na citriculturaCitricultores lamentam exigências da Instrução Normativa nº 20, falta debarreiras sanitárias em SP e discutem vários assuntos em Araraquara.A Associtrus reuniu produtores

na sede da Feraesp (Federaçãodos Empregados Rurais Assala-riados do Estado de São Paulo),em Araraquara, para transmitir asúltimas informações do setor,apresentar novas estratégias decomercialização da fruta e discor-rer sobre a importância da união doscitricultores em favor de ações voltadas paraa divulgação das reivindicações do setorprodutivo.

As propostas da associação foram bemrecebidas pelos citricultores, apesar de al-gumas queixas quanto à negociação depreços com a indústria e às exigências daInstrução Normativa nº 20, de fevereiro de2002, que estabelece os requisitos paracomercialização de produtos vegetais emunidades da Federação com ocorrência damosca negra. As regras atuais impedem o

comércio de frutas dessas regiões em todoo País. “Eles querem segurar a fruta emS.Paulo e derrubar o preço. Oprodutor ficará no prejuízomais uma vez. Uma alternati-va seria exigir o cumprimentoda Instrução apenas nos mu-nicípios que registraram focoda praga”, sugerem os produtores.

O deputado estadual Davi Zaia (PPS)lamentou a falta de estrutura da VigilânciaSanitária. “As barreiras são extremamenteimportantes mas, infelizmente, ainda não

há estrutura adequada para garantir o con-trole de entrada e saída dos frutos em SãoPaulo”, observa.

A Secretaria da Agricultura, por meioda Comissão Técnica de Citricultura, solici-tou ao Ministério da Agricultura (Mapa), revisãoda Instrução Normativa nº 20.

O estabelecimento de uma agenda deencontros para discutir as questões do setor,semelhante ao que acontece com os produto-

res de cana, e a criação deuma agência reguladorapara o agronegócio são su-gestões do presidente daAmcisp (Associação dosMunicípios Citrícolas do Es-

tado de São Paulo) e assessor do deputado fe-deral Mendes Thame, Kal Machado.

O prefeito de Pirangi, Luís Carlos de Moraes,e o representante da Feraesp, Avelino Antônio daCunha, também participaram do encontro.

Flávio Viegas reeleito para aCâmara da Citricultura

O presidente da Associtrus, FlávioViegas, foi reeleito para a Câmara Setorialda Citricultura. Vale observar que as câma-ras setoriais, ao lado do Conselho doAgronegócio (Consagro), constituem-senos mais importantes órgãos deaconselhamento do Ministério da Agricul-tura e, através delas, as cadeias produti-vas interagem com o Governo Federal. “Aexpectativa é de buscar apoio para que a

cadeia citrícola possa incrementar a suaatuação no sentido de fortalecer a econo-mia, criar empregos e distribuir renda deforma social e ambientalmente susten-tável”, diz Viegas.

À frente da Câmara desde a sua cria-ção, Viegas acredita que a maior contri-buição do órgão tem sido buscar solu-ções para os principais problemas dosprodutores. “Até a criação da Câmara

Setorial, a cadeia era representada pelosetor industrial, mais organizado, queencaminhava os problemas sob sua óti-ca. Nosso trabalho tem sido o de asse-gurar também aos produtores o encami-nhamento de seus pleitos e contribui-ções. À medida que todos os elos da ca-deia podem manifestar-se democratica-mente, as assimetrias ficam reduzidase, desta forma, a Câmara contribui paraa regulação do setor”, observa Viegas.

A reeleição de Flávio Viegas represen-ta o fortalecimento dos citricultores e daAssocitrus. “É mais um passo importan-te no fortalecimento da cadeia produtivae na direção de democratizar as informa-ções e aumentar e distribuir a renda deforma a assegurar uma remuneraçãoadequada, aos riscos e investimentos”,finaliza Viegas.

Trabalho - Kal Machado, Avelino A. da Cunha, deputado DaviZaia (PPS), Flávio Viegas e Luís Carlos de Moraes (PSDB).

Órgão é um dos mais importantes noaconselhamento do Mapa, sobretudo para interaçãodas cadeias produtivas com o Governo Federal.

Regras atuais impedemcomércio de frutasem todo o País.

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9Maio/junho de 2008

EntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevista

Produtor é obrigado a abandonar a laranjaSem dinheiro para investir nos pomares, citricultores cedem suasterras para culturas mais rentáveis e cujo mercado é transparente.O entrevistado do Informativo

Associtrus é o ex-citricultor e agrônomocom pós-graduação em AdministraçãoRural (FGV) e MBA pela Fundace(Coopercitrus-Pensa), Marcos SchrankAraújo.

Membro de tradicional família decitricultores paulistas - seus pais deraminício à cultura na década de 1960 –, Mar-cos fala de sua trajetória na laranja e datristeza de ser expulso da atividade pelaindústria processadora que, ao não rece-ber suas frutas, o deixou sem condiçõesde continuar a investir nos pomares. Hátrês anos, as terras - que chegaram a pro-duzir 800 mil caixas de 40,8 kg - cederamespaço para a cana-de-açúcar e a serin-gueira que, além de mais rentáveis que alaranja, possuem um mercado transpa-rente de preços.Associtrus - Quando sua família entroupara a citricultura? Fale de sua trajetória nosetor.Marcos – O início foi na década de 1960,ficamos na atividade até três anos atrás.Na década de 1980, chegamos a 800 milcaixas; na época, éramos consideradosgrandes produtores. Na família, temos qua-tro agrônomos.Associtrus - A citricultura era economica-mente viável?Marcos - Sem dúvida, era negócio muitomelhor, os produtores conseguiam expan-dir suas plantações, paralelamente ao cres-cimento das indústrias processadoras. Atu-almente há concentração de plantio de la-ranja por indústrias processadoras e gran-des grupos.Para se ter uma idéia, nos anos de 1995-1996, segundo o IEA, existiam cerca de 27mil citricultores, hoje a Associtrus estimaque sobraram apenas oito mil, demons-trando que o negócio citricultura ficou nomínimo duvidoso.Associtrus - Há quanto tempo decidiuabandonar a atividade? Por quê?Marcos - Na verdade, nunca quis abando-nar a citricultura. O que aconteceu foi que a

indústria quis mudar as condiçõescontratuais no meio da safra (1999-2000)e, como não conseguiu, parou de receber nos-sas frutas. Sem dinheiro, não se pode mantera qualidade dos pomares, em conseqüência,entramos num processo de exclusão da ativi-dade. Praticamente fomos expulsos.Associtrus - O que fezcom a área plantada delaranja? Implantou outracultura? Qual? Por quê?Marcos - Após os proble-mas com a falta do cum-primento do contrato porparte da indústria,gradativamente, as áre-as de citros foram sendo transformadas emlavouras de cana-de-açúcar e seringueiras. Oprincipal motivo para escolhermos estas cul-turas foram a transparência e a credibilidadedas usinas de açúcar e álcool e das que pro-cessam a matéria extraída da seringueira. Asrelações comerciais da borracha e da cana sebaseiam num mercado muito transparente, emque o produtor tem acesso a preços reais domercado. Já no negócio da laranja encontra-mos os mais variados tipos de preços pratica-dos pela indústria, por isso alguns ganham,outros nem sempre.

Associtrus - Encontrou dificuldades para ne-gociar com a indústria como citricultor? Quais?Marcos - A negociação de qualquer produtosempre exige muito das partes envolvidas. Adiferença é que antigamente os contratos umavez assinados eram pra valer. Hoje só vale sefor conveniente para a indústria, a exemplo doque aconteceu comigo.Associtrus – O senhor fez parte de um grupoque moveu ação contra a Cutrale (safra de1999) e conseguiu vitória nos tribunais. Faledesse processo e do fato de os citricultoresprejudicados não terem medo de recorrer àJustiça.Marcos – Quanto aos processos contra aCutrale, o que já mencionei nesta entrevista éo suficiente, pois as decisões judiciais sãopúblicas e estão à disposição de qualquerpessoa. Quanto à importância de se lutar pe-los nossos direitos, devemos parar de atuarpor conveniência e passarmos a agir por con-vicção, inclusive fortalecendo as entidades quelutam por nós.Associtrus - Como o senhor vê a citriculturahoje? Há perspectivas?Marcos - A citricultura hoje está limitada a al-

guns privilegiados. Não seiaté quando, estou convictode que as indústrias estãobuscando a auto-suficiên-cia. As indústrias estãoplantando muita laranjaano após ano,minimizando a necessida-de de frutas de fornecedo-

res, isso a coloca numa posição muito maisforte na hora da negociação. Vai virar quaseum favor a compra das frutas e se a indústriaquiser poderá escolher de qual produtor oupool não comprará mais. Fora isso os custosde produção crescem ano a ano, devido princi-palmente a problemas fitossanitários. A con-clusão, em minha opinião, é que praticamentenão há perspectiva. Mesmo assim, se alguémquiser continuar na atividade, o mais impor-tante hoje não é ter um bom pacote tecnológicopara produzir e sim uma equipe de advogadospara tentar se proteger um pouco mais.

Expulsão – Marcos Schrank Araújo não vêperspectivas para a citricultura.

“Nunca quis abandonar acitricultura. Ocorre que aindústria quis mudar ascondições contratuais nomeio da safra e parou dereceber nossas frutas”.

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10Maio/junho de 2008

Exigências da NR 31

Associtrus reúne produtores em BrotasAssociação cumpre meta de levar informação às regiões citrícolas.

Mais de quarentacitricultores de Brotas e regiãoparticiparam, dia 21 de maio,no Sindicato Rural do municí-pio, da palestra da Associtrusproferida pelo seu vice-presi-dente Douglas Kowarick. Aten-tos à exposição, eles se infor-maram da atual situação domercado citrícola e da nova es-tratégia de comercialização delaranja.

Apresentada a propostados produtores que pretendem

Agronégocio perde um grande líderO agronegócio brasileiro perdeu um de

seus grandes líderes. Leopoldo PintoUchôa não apenas foi um dos criadores daCoopercitrus e da Credicitrus, mas se des-tacou, sobretudo, pela compreensão da im-portância do agronegócio para o país e peloconhecimento de suas fragilidades que ocolocam em risco.

O maior risco é a falta de organizaçãodos produtores, o que impede a retençãode renda e gera, a qualquer contratempo,uma crise que afeta grande parte da cadeiaprodutiva e em particular as cooperativasque ele dirigiu. O endividamento do agricul-tor e os problemas sanitários tão caracte-

processar pelo menos 300 mil caixas de40,8 kg nesta safra através da Sucoop. “Elesse interessaram pela palestra e demons-traram apoio às ações encabeçadas pelaAssocitrus. Destacamos a importância daunião da classe produtiva para a conquistade seus direitos e de novas oportunidadesno mercado”, informa o presidente daAssocitrus, Flávio Viegas.

Com a realização dessa palestra, aAssocitrus cumpre sua meta de levar infor-mação às diversas regiões citrícolas dopaís. Em março, a associação esteve emAraraquara.

Saudade – LeopoldoPinto Uchôa deixadestacada folha deserviços prestada aoagronegócio brasileiroe ao cooperativismomundial.

AtividadeAtividadeAtividadeAtividadeAtividade

rísticos do agronegócio são conseqüênci-as da baixa rentabilidade.

O suporte que Leopoldo sempre deuàs associações de produtores vem daprofunda compreensão de que a saídapara as assimetrias que caracterizam ascadeias produtivas do agronegócio e emparticular da citricultura - a origem dasinstituições que dirigiu - depende da or-ganização dos produtores em associa-ções fortes, representativas e indepen-dentes.

A Associtrus, profundamente chocadacom o seu desaparecimento, tem certe-za de que a filosofia que pautou a vida de

Leopoldo serámantida dentro dascooperativas quefundou e das mi-lhares de associa-ções que semprese inspirarão emseu exemplo.

Para garantir a segurança dos trabalhado-res rurais na colheita de laranja, os citricultoresjá devem se preparar. A Superintendência Regi-onal do Trabalho e Emprego de São Paulo(SRTE-SP), do Ministério do Trabalho e Empre-go (MTE), promete fiscalização rigorosa nos po-mares do Estado, por causa das muitas irregu-laridades registradas na safra passada.

O auditor fiscal do trabalho do MTE,Edmundo de Oliveira Neto, observa que os prin-cipais itens referentes à segurança e à saúdedo trabalhador rural em pomares de laranja sãoos equipamentos de proteção individual (EPIs),o transporte de trabalhadores e as instalações

fornecidas pelo empregador aos funcionários.O EPI exige que o empregador ofereça prote-ção para a cabeça e os membros inferiores esuperiores dos trabalhadores. Para a cabeça:óculos de segurança e touca árabe ou chapéude palha, para prevenir a insolação e preservara integridade física do empregado. Para osmembros superiores (ombros, braços e mãos),exige-se o uso de luvas e mangotes de pano; epara os membros inferiores (pernas e pés), épreciso que todos os empregados recebam cal-çados especiais (botinas) e caneleiras, paraevitar acidentes com cobras e outros animaispeçonhentos.

O uso de ’bolsas’ para carregar os frutoscolhidos é aceitável, mas, pela lei, mulheresnão podem carregar peso acima de 20 quilos ehomens mais de 60 quilos por área maior que30 metros.Transporte - Entre as determinações da NR 31,publicada em março de 2005, o veículo deve terautorização emitida pela autoridade de trânsitocompetente. Em São Paulo, essa autorização édada pelo Departamento de Estradas de Ro-dagem (DER). O motorista deve ter as habilita-ções exigidas (categoria D) e curso decapacitação de condutor de veículo de transpor-te coletivo de passageiros. As ferramentas de-vem ser transportadas em compartimento se-guro e fixo e separadas dos passageiros.

LacunaLacunaLacunaLacunaLacuna