madeiras sub-fÓsseis como fonte de informaÇÃo … · também tratados com dupla coloração...

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MADEIRAS SUB-FÓSSEIS COMO FONTE DE INFORMAÇÃO SOBRE VEGETAÇÃO E PALEOAMBIENTE NO HOLOCENO TARDIO DE LAGOA SANTA, MG Guilherme de Queiroz Freire 1 1 Pós graduando do Depto. Botânica, Instituto de Biociências – USP Gregório Cardoso Tápias Ceccantini 2 2 Prof. Dr. do Depto. Botânica, Instituto de Biociências – USP A palinologia é a principal linha de pesquisa que constrói o cenário fitogeográfico (e também climático) brasileiro durante o Quaternário, sobretudo desde o último Máximo Glacial. Em contrapartida, outras fontes biológicas vêm sendo utilizadas no intuito de diversificar a origem de informações paleoambientais e somar- se à palinologia no estudo de ambientes e climas pretéritos. Nesta perspectiva, os macro-restos, em especial o lenho, são bastante utilizados fora do País nas pesquisas em áreas como Arqueologia, Paleontologia e Paleoetnobotânica. No Brasil esta preocupação é relativamente recente e as pesquisas com lenhos fósseis ou sub-fósseis vêm sendo desenvolvida principalmente na última década por autores como Ceccantini, (2001, 2002) e Scheel –Ybert (2000, 2001). Este trabalho tem por objetivo a identificação taxonômica através da anatomia de lenhos sub-fósseis, datados do Holoceno Tardio e depositados no sítio paleontológico Ribeirão da Mata 1 (RMT-1), municípios de Pedro Leopoldo, Região de Lagoa Santa, MG, Brasil. O estudo utilizou 55 fragmentos de lenhos sub-fósseis provenientes do sítio RMT-1, em fácies nomeado de “fácies D”. Este sítio localiza-se na margem esquerda do Ribeirão da Mata (sentido vazante), no município de Pedro Leopoldo, Estado de Minas Gerais, Brasil (19 o 38’56,5” S, 44 o 00’20,5” W, WGS84, alt. 688m.). A proximidade com a APA-Carste de Lagoa Santa é uma característica muito interessante para o estudo paleoambiental brasileiro uma vez que se trata de uma área de abundante ocupação humana pré-histórica e alvo de intensas pesquisas arqueológicas. O sítio paleontológico RMT-1 (Figura 1A) caracteriza-se por ser um depósito aluvial, com aproximadamente 9 metros de altura (eixo Y) e 21 metros de comprimento (eixo X). Nele, distingüem-se nitidamente 4 principais camadas estratigráficas. São elas: Fácies coluvionar : a camada mais superior, que se apresenta entre y=3,5 e 7 m, tem nitidamente origem antropogênica recente, com ausência de estratificações finas, com sedimento bastante retrabalhado e provavelmente formada durante a construção da rodovia que dá acesso ao município Pedro Leopoldo. Fácies D : objeto deste estudo. Situa-se abaixo do colúvio, sendo um estrato composto principalmente por sedimento arenoso de cor branca, de aprox. 1 metro de espessura, que se estende aproximadamente de Y=2,5 a 3,5 metros no canto esquerdo do sítio. Nele, se observa estratigrafia fina e cruzada que confirma a origem aluvial e mostram a variação na seleção dos grãos do sedimento arenoso no período de deposição. Possui também grande quantidade de fragmentos de lenhos entre outros macro-restos. Fácies C : a terceira camada constitui-se principalmente de argila e se estende aproximadamente de Y= - 0,5 a 2,5 m. No canto direito de RMT-1, em X>8m ocorre uma série de camadas arenosas entre linhas argilosas. Possui lenhos depositados entre outros macro-restos. Fácies E : a quarta camada é a mais inferior, constituída principalmente por sedimento arenoso similar ao fácies D. Os lenhos provenientes do fácies D estão servindo tanto como material para datações radiocarbônicas, realizadas pelo Beta Analytic Radiocarbon Laboratory, em Miami, EUA, quanto como fontes de informação sobre a cobertura vegetal pretérita e o paleoambiente da região arqueológica de Lagoa Santa, MG. Para a identificação taxonômica dos lenhos sub-fósseis, foram preparadas lâminas histológicas utilizando a técnica convencional para cortes histológicos dos três planos da madeira (Kraus & Arduin, 1997) e, quando necessária, a metodologia de inclusão em parafina. Os cortes foram montados em sua coloração natural e também tratados com dupla coloração (azul-de-astra e safranina). Todas as lâminas foram feitas permanentes. A caracterização anatômica dos sub-fósseis seguiu a lista de caracteres anatômicos da IAWA (IAWA Committee, 1989) e a identificação foi feita utilizando bibliografia específica, programas de computador Uniwoods 2.0 (Brunner et al., 1994) e Inside Wood (InsideWood, 2004) e consulta a laminários das xilotecas BCTw e SPFw. Para a análise e discussão dos táxons identificados foram utilizadas 48 listas florísticas de diferentes fitofisionomias (utilizadas por Oliveira-Filho, 1995, e retiradas da Rev. Brasileira de Botânica e da Rev. Acta Botanica Brasílica), para verificar a ocorrência dos táxons nos diferentes habitats.

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MADEIRAS SUB-FÓSSEIS COMO FONTE DE INFORMAÇÃO SOBRE VEGETAÇÃO E PALEOAMBIENTE NO HOLOCENO TARDIO DE LAGOA

SANTA, MG

Guilherme de Queiroz Freire1 1Pós graduando do Depto. Botânica, Instituto de Biociências – USP

Gregório Cardoso Tápias Ceccantini2 2Prof. Dr. do Depto. Botânica, Instituto de Biociências – USP

A palinologia é a principal linha de pesquisa que constrói o cenário fitogeográfico (e também climático) brasileiro durante o Quaternário, sobretudo desde o último Máximo Glacial. Em contrapartida, outras fontes biológicas vêm sendo utilizadas no intuito de diversificar a origem de informações paleoambientais e somar-se à palinologia no estudo de ambientes e climas pretéritos. Nesta perspectiva, os macro-restos, em especial o lenho, são bastante utilizados fora do País nas pesquisas em áreas como Arqueologia, Paleontologia e Paleoetnobotânica. No Brasil esta preocupação é relativamente recente e as pesquisas com lenhos fósseis ou sub-fósseis vêm sendo desenvolvida principalmente na última década por autores como Ceccantini, (2001, 2002) e Scheel –Ybert (2000, 2001). Este trabalho tem por objetivo a identificação taxonômica através da anatomia de lenhos sub-fósseis, datados do Holoceno Tardio e depositados no sítio paleontológico Ribeirão da Mata 1 (RMT-1), municípios de Pedro Leopoldo, Região de Lagoa Santa, MG, Brasil. O estudo utilizou 55 fragmentos de lenhos sub-fósseis provenientes do sítio RMT-1, em fácies nomeado de “fácies D”. Este sítio localiza-se na margem esquerda do Ribeirão da Mata (sentido vazante), no município de Pedro Leopoldo, Estado de Minas Gerais, Brasil (19o38’56,5” S, 44o00’20,5” W, WGS84, alt. 688m.). A proximidade com a APA-Carste de Lagoa Santa é uma característica muito interessante para o estudo paleoambiental brasileiro uma vez que se trata de uma área de abundante ocupação humana pré-histórica e alvo de intensas pesquisas arqueológicas. O sítio paleontológico RMT-1 (Figura 1A) caracteriza-se por ser um depósito aluvial, com aproximadamente 9 metros de altura (eixo Y) e 21 metros de comprimento (eixo X). Nele, distingüem-se nitidamente 4 principais camadas estratigráficas. São elas: Fácies coluvionar: a camada mais superior, que se apresenta entre y=3,5 e 7 m, tem nitidamente origem antropogênica recente, com ausência de estratificações finas, com sedimento bastante retrabalhado e provavelmente formada durante a construção da rodovia que dá acesso ao município Pedro Leopoldo. Fácies D: objeto deste estudo. Situa-se abaixo do colúvio, sendo um estrato composto principalmente por sedimento arenoso de cor branca, de aprox. 1 metro de espessura, que se estende aproximadamente de Y=2,5 a 3,5 metros no canto esquerdo do sítio. Nele, se observa estratigrafia fina e cruzada que confirma a origem aluvial e mostram a variação na seleção dos grãos do sedimento arenoso no período de deposição. Possui também grande quantidade de fragmentos de lenhos entre outros macro-restos. Fácies C: a terceira camada constitui-se principalmente de argila e se estende aproximadamente de Y= - 0,5 a 2,5 m. No canto direito de RMT-1, em X>8m ocorre uma série de camadas arenosas entre linhas argilosas. Possui lenhos depositados entre outros macro-restos. Fácies E: a quarta camada é a mais inferior, constituída principalmente por sedimento arenoso similar ao fácies D. Os lenhos provenientes do fácies D estão servindo tanto como material para datações radiocarbônicas, realizadas pelo Beta Analytic Radiocarbon Laboratory, em Miami, EUA, quanto como fontes de informação sobre a cobertura vegetal pretérita e o paleoambiente da região arqueológica de Lagoa Santa, MG. Para a identificação taxonômica dos lenhos sub-fósseis, foram preparadas lâminas histológicas utilizando a técnica convencional para cortes histológicos dos três planos da madeira (Kraus & Arduin, 1997) e, quando necessária, a metodologia de inclusão em parafina. Os cortes foram montados em sua coloração natural e também tratados com dupla coloração (azul-de-astra e safranina). Todas as lâminas foram feitas permanentes. A caracterização anatômica dos sub-fósseis seguiu a lista de caracteres anatômicos da IAWA (IAWA Committee, 1989) e a identificação foi feita utilizando bibliografia específica, programas de computador Uniwoods 2.0 (Brunner et al., 1994) e Inside Wood (InsideWood, 2004) e consulta a laminários das xilotecas BCTw e SPFw. Para a análise e discussão dos táxons identificados foram utilizadas 48 listas florísticas de diferentes fitofisionomias (utilizadas por Oliveira-Filho, 1995, e retiradas da Rev. Brasileira de Botânica e da Rev. Acta Botanica Brasílica), para verificar a ocorrência dos táxons nos diferentes habitats.

As seis datações do fácies D (Beta nº 222579; 222583; 222584; 222594; 222596; 222597) realizadas, representadas na figura 1B, mostraram se tratar de um fácies depositado durante o Holoceno Tardio, com idades que abrangem desde 1560 até 2730 anos A.P. Cal. As datações em lenhos do fácies C (Beta nº222585, única representada na figura 1A) indicaram idades ao redor dos 5.000 anos A.P. Cal e, assim, sugerem um hiato de deposição de aproximadamente 2.000 anos entre o Holoceno Médio (Fácies C) e o Holoceno Tardio (Fácies D). A estratigrafia do sítio também se modifica nitidamente nestes dois fácies, onde fica clara a mudança de deposição de argila durante o Holoceno Médio, para a deposição de areia no Holoceno mais recente. Esta condição revela mudanças significativas no regime energético do leito do Ribeirão da Mata pelo menos no local do sítio paleontológico RMT-1. Material argiloso tende a se depositar em ambientes de menor energia que a areia, de grão mais pesado e insolúvel. No tocante à identificação dos lenhos, foram analisadas 55 amostras do fácies D do sítio RMT-1. Destas, 9 (16,3%) não puderam ser seccionadas histológicamente devido ao alto grau de degradação. Do restante, 11 (20%) precisaram ser incluídas em parafina para conseguir confeccionar os cortes histológicos. As outras 35 puderam ser cortadas naturalmente, embora tenham fornecido cortes das mais variadas qualidades. A tabela 1 mostra as identificações obtidas. TABELA 1: Amostras de lenhos sub-fósseis do Fácies D do Sítio Paleontológico identificadas.

Amostra Identificação Amostra Identificação RMT-1 / 938 Myroxylon sp (Leguminosae) RMT-1 / 2154 cf Allophyllus sp (Sapindaceae) RMT-1 / 2028 Guarea sp (Meliaceae) RMT-1 / 2156-1 Lauraceae RMT-1 / 2031 Lauraceae RMT-1 / 2157 Tapirira sp (Anacardiaceae) RMT-1 / 2034 Cupania sp / Matayba sp (Sapindaceae) RMT-1 / 2158 Celtis sp (Cannabaceae) RMT-1 / 2039 Myroxylon sp (Leguminosae) RMT-1 / 2161 Trichilia aff pallida (Meliaceae) RMT-1 / 2049 cf Lauraceae RMT-1 / 2163 Celtis sp (Cannabaceae) RMT-1 / 2151 cf Rapanea sp (Myrsinaceae) RMT-1 / 2165 cf Rapanea sp (Myrsinaceae) RMT-1 / 2152-1 Lauraceae RMT-1 / 2166 Trichilia aff pallida (Meliaceae) Todos os táxons identificados possuem espécies em fitofisionomias fechadas, úmidas e florestais. Não há nenhum táxon exclusivamente de ambientes secos ou de áreas mais abertas, como o Cerrado. Dentre os táxons mais informativos, temos Myroxylon sp, Guarea sp e Celtis sp. Estes táxons aparecem em listas florísticas de mata Atlântica (caracterização ampla da vegetação, que envolve diversas fitofisionomias florestais, entre elas a floresta semidecídua), floresta Estacional Semidecídual, matas de Galeria e até em matas de Restinga (no caso de Guarea sp). São todas fisionomias florestais que estão presentes no Bioma da Mata Atlântica. A floresta Estacional Semidecidual possui espécies adaptadas à sazonalidade e, na região da APA-Carste de Lagoa Santa, é bastante presente no entorno de afloramentos calcáreos e em despressões, ambientes em que o solo é mais úmido (Warming, 1892). O táxon Myroxylon sp só consta em listas florísticas desta fisionomia e, assim, nos revela a existência deste tipo de vegetação durante o Holoceno Tardio da região. Os outros táxons também são encontrados em matas de Galeria e matas Ciliares que, embora ocorram também com bastante freqüência dentro do Bioma do Cerrado, sua localização sempre está intimamente correlacionada com corpos d’água, mostrando a presença desta vegetação mais úmida ao longo, provavelmente, de vales e corpos aquosos. A presença de Cerrado no Holoceno tardio da região não é descartada devido a ocorrência dos táxons que, embora generalistas, aparecem em listas florísticas de cerrados, como Matayba sp (Sapindaceae), Trichilia

sp (Meliaceae) e Tapirira sp (Anacardiaceae). Contudo, ainda sim são representantes de fisionomias fechadas de cerrado, os Cerradões, de fisionomia florestal. O gênero Rapanea sp (Myrsinaceae), embora ainda não tenha tido sua identificação confirmada (motivo pelo qual se precede de “cf”) aparece em 9 listas de espécies de cerrado e em 4 listas florísticas de vegetações florestais. Isso mostra que é um gênero comum no Cerrado brasileiro, que apresenta-se em regiões de clima marcadamente sazonal, com solos ácidos, profundos e drenados. Este gênero também aparece em 2 listas de espécies de mata Seca, decídua, típica de ambientes sazonais de solo muito raso, seco. Deste modo, a assembléia de lenhos sub-fósseis identificada neste trabalho nos sugere um Holoceno Tardio para a região de Lagoa Santa com fisionomias vegetais semelhantes com as atuais. É revelada a presença de Mata de Galeria (Ciliar), como seria esperado na condição deposicional aluvial, mas também a presença de Floresta Estacional Semidecídua. Porém, o número de táxons generalistas que ocorrem tanto em fisionomias

florestais como em fisionomias savânicas como o cerrado é significativo. Deste modo, embora não possamos confirmar a presença de cerrado na região, também não podemos descartá-la. Este dados corroboram diversos outros obtidos por palinólogos que montam um cenário de crescente umidade e estabelecimento da vegetação atual a partir do Holoceno Tardio, a aproximadamente 3000 anos A.P. (Ledru , 1993; Ledru et al, 1998; Behling, 1995, 2003; De Oliveira, 1992). A

B

FIGURA 1: Sítio Paleontológico Ribeirão da Mata 1 (RMT-1). A: Perfil geral. B: Posição dos fragmentos de lenho do fácies D (exceto a 2055) datadas e suas respectivas idades. O fragmento 2055 pertence ao fácies C. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Behling, H. (1995). A high resolution Holocene pollen record from Lago do Pires, SE Brasil:

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