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Irmão Antonio Carlos Mendes e a história de amor à Maçonaria / 9 NESTE NÚMERO : Carlos Gomes, o Maestro que fez a Europa reverenciar o Brasil Palavra do GME DISTOPIA POLÍTICA NO BRASIL / 04 GErais ENCONTRO DA FAMÍLIA MAÇÔNICA ACONTECE EM SERRA NEGRA / 19 FilosóFicas CONSIDERAÇÕES SOBRE A MAÇONARIA DE SÃO PAULO - CAP. 2 / 16 luzes / 12 • ano I I Revista do Grande Oriente de São Paulo - Abr 2017

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abril 2017

Irmão Antonio Carlos Mendes e a história de amor à Maçonaria / 9

NESTE NÚMERO : Carlos Gomes, o Maestro que fez a Europa reverenciar o Brasil

Palavra do GME • Distopia política no Brasil / 04

GErais • Encontro Da Família maçônica acontEcE Em sErra nEgra / 19

FilosóFicas • consiDEraçõEs soBrE a maçonaria DE são paulo - cap. 2 / 16

luzes / 12 • ano I Irevista do grande oriente de são paulo - abr 2017

abril 2017

“sE não FossE o impEraDor, Eu não sEria carlos gomEs”Carlos Gomes, maestro e ComposItor de várIas obras, entre elas O GuArAnI. ele sempre foI Grato ao Imperador dom pedro II pelo apoIo ao lonGo de sua CarreIra.

EDITORIALmaestro carlos gomes

EXpEDiEntE

Jornalista Responsável: Roberto Souza (MTB: 11.408) • Editor-Chefe: Fábio Berklian • Editor: Rodrigo Moraes • Reportagem: Daniella pina, madson de moraes e Verônica Monteiro • Revisão: Paulo Furstenau • Projeto Gráfico: Luiz Fernando Almeida • Diagramação: leonardo Fial, luis gustavo martins Foto de Capa: Shutterstock • www.rspress.com.br

Entregamos a você, nosso Irmão, mais uma edição da Revista Luzes. Assim como buscamos fazer ao longo dos últimos dois anos, a edição de abril traz uma diversidade de assuntos, histórias e opiniões. A reportagem de destaque conta a história de um homem que conquistou o reconhecimento nacio-nal e internacional, valorizou a cultura brasileira mas, nem por isso, deixou de agradecer àqueles que o apoiaram ao longo de sua trajetória. O Gran-des Personagens desta edição conta a história do Maestro Carlos Gomes. O autor da obra O Guarani teve forte ligação com a Maçonaria e foi iniciado em 24 de junho de 1859, na ARLS Amizade nº 141, a primeira Loja na cidade de São Paulo. Na editoria Palavra do GME, o Eminente Irmão Benedito Marques Ballouk Filho faz uma análise do cenário atual e traça um paralelo com a disto-

pia política pela qual o Brasil vem passando. Essa situação só reforça a importante papel a ser exer-cido pelos Maçons de todo o País na interface do discurso maçônico e a prática cidadã, pela revolu-ção da sociedade. Isso, segundo o GME, não deixa de ser uma forma de revolução pacífica, cívica e democrática.A edição traz também o depoimento de uma figura emblemática e histórica para o GOSP nas últimas décadas. Confira em Obreiros a história de amor do Irmão Coronel Mendes pelo Brasil e pela Ma-çonaria. Por fim, fique por dentro do Encontro Estadual da Família Maçônica, que acontece entre 25 e 27 de agosto, em Serra Negra (SP).

Um abraço e ótima leitura!

Pluralidade

Secretaria de Comunicação e Imprensa do Grande Oriente de São Paulo (GOSP)

Grão-Mestre Estadual do Grande Oriente de São Paulo (GOSP): Eminente Irmão Benedito Marques Ballouk Filho • Grão-Mestre EstadualAdjunto do Grande Oriente de São Paulo (GOSP): Poderoso Irmão Kamel Aref Saab • Secretário Estadual de Comunicação eImprensa (SECI): Poderoso Irmão Roberto Lorenzetti• Poderosos Irmãos Secretários Estaduais Adjuntos da SECI: sérgio ayres da silva Filho e antônio Francisco mascarenhas

Luzes4 aBril 2017

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Palavra do GME

Brasil: uma Distopia política

P opularizado como a definição da linha literária consagrada por obras ficcionais como 1984, de George Orwell, e Laranja Mecânica, de Anthony Burgess, o termo

‘distopia’ surge como forma de representar aquilo que seria antítese da utopia, ou do mundo ideal. Nessas obras, sociedade e governos são geralmente retratados pelo autoritarismo e opressão, enquanto aqueles que deveriam representar o bem comum são, via de regra, personagens corruptos cujas ações são responsáveis pelo sofrimento de gerações.

Acredita-se que o primeiro uso da palavra tenha sido em um discurso realizado no Parlamento Britânico, em 1868, por John Stuart Mill, considerado um dos pensadores liberais mais importantes do século 19. Independentemente de seu primeiro uso na história, o termo tem como origem o grego, unindo os conceitos ‘dis’ (dificuldade, dor) e ‘topos’ (lugar). Dessa forma, temos o conceito de um lugar essencialmente ruim, permeado pela dor daqueles que nele habitam. Como no caso positivo, com o utópico, as distopias também seriam abstrações inatingíveis do real.

país atraVEssa momEnto quE poDEria sEr FacilmEntE DEFiniDo como Distópico, pErmEaDo por inVErsõEs DE ValorEs, incoErências E EscânDalos

Luzes 5aBril 2017

EMInEnTE IRMãO BEnEDITO MARquEs BALLOuk FILhO grão-mEstrE Do granDE oriEntE DE são paulo (gosp)

Embora seja conceitualmente assim, o Brasil atraves-sa um momento que poderia ser facilmente definido como distópico, permeado por inversões de valores e dificuldades. Nenhuma esfera social reflete tão bem esse conceito atualmente quanto a política. Estamos sempre em contato com mais e mais informações de novos esquemas, desvios, escândalos e problemas - isso chega a nós nas manchetes de jornais, TV, rádio, internet e até mesmo na fila do pão.

No último capítulo dessa odisseia distópica, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, determinou abertura de inquéritos contra nada menos que nove ministros, 29 senadores, 42 deputados federais, um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), três governado-res, 24 outros políticos e autoridades e quatro ex-pre-sidentes. É um escândalo de proporções homéricas, fruto das delações de 78 executivos e ex-executivos da Odebrecht. Ainda assim, na distopia política em que vivemos, é apenas mais um e até agora nenhum deles renunciou ao cargo, algo que seria esperado em outras democracias.

Isso só acontece porque, assim como os protagonistas das histórias distópicas, a sociedade brasileira assiste atônita aos acontecimentos, anestesiada pela sucessão de escândalos e sem perspectiva de mudança. É nesse cenário que aumenta ainda mais a responsabilidade de articulação da sociedade civil organizada - numa luta contra a corrupção e no resgate da dignidade no exercício do Poder que já mobiliza instituições civis por todo o Brasil.

É fazendo coro com esse movimento amplo que a Ma-çonaria do Estado de São Paulo se insere, retomando um passado histórico de conquistas como vanguarda da sociedade. Mesmo cercada por uma série de mitos

e tendo de lutar contra a desinformação, a Ordem Maçônica ainda participou de momentos funda-mentais para a construção da nossa Pátria, como a abolição da escravatura, independência do Brasil e proclamação da República, entre outros marcos. O momento atual não poderia ser diferente.

Lutar contra a corrupção, e com isso construir uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária, é dever de todos os Maçons - uma luta que deve ser travada em todas as frentes possíveis e com o maior número de aliados que consigamos arregimentar. Foi esse ímpeto que envolveu o Grande Oriente de São Paulo (GOSP) em iniciativas como o apoio às 10 Medidas Contra a Corrupção, do Ministério Público Federal, em 2015, e a consolidação e ampliação do Grupo Estadual de Ação Política (GEAP-SP).

Este último tem como objetivo lutar para a constru-ção de uma classe política brasileira composta por pessoas dotadas de valores éticos, e se dá por meio do apoio da Maçonaria a candidatos a cargos eletivos. Não há contrapartida financeira, sendo que o único compromisso dos candidatos é o de uma gestão ética. Em 2016, a Maçonaria paulista apoiou 27 candi-datos a prefeito em todo o estado e 147 vereadores. Desse total, foram eleitos 28 representantes do Legis-lativo, três vice-prefeitos e 10 prefeitos, entre eles João Dória (PSDB) na capital.

Nosso papel diário enquanto Maçons é fazer uma interface entre o discurso maçônico e a prática cidadã, pela evolução da sociedade. Não deixa de ser uma forma de revolução pacífica, cívica e demo-crática, permitindo, assim, a construção de um país melhor para todos - lutando por um futuro em que o termo ‘distopia’ volte a ser utilizado apenas em obras de ficção.

LOJAS • Trabalho em todas as regiões do estado

6 Luzes aBril 2017

ABRIL

Areópago Atibaiense nº 1.465 Oriente de Atibaia1/4/1955

Ben Yisrael nº 3.574Oriente de São Vicente2/4/2004

Eterna Luz nº 3.043Oriente de Tambaú3/4/1997

Renascer nº 3.633Oriente de Caraguatatuba3/4/1987

Monumento ao Ipiranga nº 3.771Oriente de São Paulo3/4/2006

Colunas de Luz nº 3.992Oriente de Taubaté4/4/2009

Águia de Haia nº 2.518Oriente de Limeira5/4/1980

Crescer e Evoluir nº 3.767Oriente de Guarulhos6/4/2006

Alvorada do Progresso nº 2.495Oriente de Ribeirão Preto7/4/1988

Semeador da Fraternidade nº 2.803Oriente de São Paulo7/4/1994

Fraternidade Acadêmica de Praia Grande nº 3.367Oriente de Praia Grande8/4/2000

Luzes da Concórdia nº 4.384Oriente de Sorocaba8/4/2015

Acácia Amarela nº 4.217Oriente de São Paulo9/4/2011

Fraternidade Campineira nº 2.158 Oriente de Campinas 10/4/1976

Terra da Saudade nº 3.579Oriente de Matão10/4/2004

Peregrinos do Arco Real nº 4.202Oriente de Rio de Janeiro10/4/2012

Renascença de Quatá nº 2.631Oriente de Quatá11/4/1991

Acácia do Taboão da Serra nº 3.766Oriente de Taboão da Serra11/4/2006

João Nogueira Jaguaribe nº 2.949Oriente de São Manuel12/4/1996

Cavaleiros de Mauá nº 4.142Oriente de Mauá12/4/2011

Cavaleiros de São João 115 nº 4.172Oriente de São Paulo12/4/1961

Fraternidade e Integridade Taubateana nº 2.447Oriente de Taubaté13/4/1979

Vigilantes de Taubaté nº 3.056Oriente de Taubaté13/4/1996

Regente Feijó nº 1.456Oriente de Itu 14/4/1956

Tradição e Convicção nº 3.598Oriente de São Paulo14/4/2004

Rafael Tobias de Aguiar nº 2.941Oriente de Sorocaba15/4/1996

Tiradentes nº 3.622Oriente de Salto15/4/1977

Colunas do Paraíso nº 3.654Oriente de Nhandeara15/4/2005

Álvaro Palmeira nº 3.308Oriente de Avaré17/4/2000

Estrela de Ibitinga nº 666Oriente de Ibitinga 18/4/1899

Inconfidência 3º Milênio nº 1.780Oriente de Campinas18/4/1970

Aliança Fraterna nº 3.675Oriente de Cubatão18/4/2005

Estrela Bernardense nº 2.858Oriente de Presidente Bernardes19/4/1995

Dom Pedro I nº 1.133Oriente de Santos19/4/1924

Vigilantes de Pacaembu nº 1.581Oriente de Pacaembu 21/4/1962

Graal do Ocidente nº 1.692Oriente de São Paulo21/4/1967

Ordem e Progresso CL nº 1.900Oriente de Indaiatuba 21/4/1973

Comendador Romeu Bonini nº 2.011Oriente de Itápolis 21/4/1978

Vinte e Um de Abril nº 2.026Oriente de São José dos Campos21/4/1976

Paz, Liberdade e Trabalho nº 2.194Oriente de Marília 21/4/1983

Nacional Republicana Única nº 2.632Oriente de Santo André21/4/1991

Tiradentes Bicentenário nº 2.658Oriente de São Paulo21/4/1992

Cavaleiros de São João D’Acre nº 2.714Oriente de Santos21/4/1993

Acácia de Ibaté nº 2.731Oriente de Ibaté21/4/1993

Consciência nº 2.796Oriente de Vinhedo21/4/1994

Luz do Universo nº 2.804Oriente de Guarulhos21/4/1994

Fraternidade Acadêmica Piratininga nº 2.862Oriente de São Paulo21/4/1995

Justiça, Lealdade e União nº 3.374Oriente de São Paulo21/4/2001

Luz do Conclave nº 3.853Oriente de Presidente Prudente 21/4/2007

Governador Mário Covas nº 4.084Oriente de São Paulo21/4/2010

Fraternidade Ararense nº 1.349Oriente de Araras22/4/1952

Aquarius nº 2.721Oriente de Santos22/4/1993

Cavaleiros de São Jorge nº 3.998Oriente de São Paulo23/4/2009

Virtus et Lumen nº 4.067Oriente de São Paulo23/4/2010

Arcanum Arcanorum nº 4.269Oriente de São Paulo24/4/2013

Confira quais Augustas e Respeitáveis Lojas Simbólicas fazem aniversário nos meses de abril e maio. A revista Luzes aproveita a oportunidade e parabeniza todas as Lojas e seus respectivos Irmãos!

*Observação: a lista pode ter alterações e Lojas que eventualmente não estejam relacionadas,em virtude de seus registros de fundação serem diferentes de seus registros de regularização.

LOjAs AnIvERsARIAnTEs DE ABRIL E MAIO

7LuzesaBril 2017

Paz e Liberdade nº 1.313Oriente de Lucélia25/4/1945

Equilíbrio e Justiça nº 2.474Oriente de São Paulo25/4/1988

Macabeus nº 4.239Oriente de São Paulo25/4/2012

Aliança Fraternal nº 3.779Oriente de Santos26/4/2006

Trolha Andreense nº 2.297Oriente de Santo André27/4/1984

Fênix nº 2.313Oriente de São Paulo28/4/1973

Genesis XXV nº 2.823Oriente de Santos29/4/1995

Moral e Liberdade nº 2.562Oriente de Joanópolis 30/4/1989

MAIOJustiça e Amor nº 799Oriente de Bebedouro1/5/1903

Estrela Socorrense nº 2.329Oriente de Socorro1/5/1985

Harmonia e Trabalho nº 2.663Oriente de Pindamonhangaba 1/5/1992

Fraternidade Cosmopolita nº 2.867Oriente de São Paulo1/5/1995

Colunas de Piratininga nº 3.780Oriente de São Paulo1/5/2006

3 de Maio nº 1.228Oriente de Martinópolis 3/5/1947

Lótus nº 2.211Oriente de São Paulo3/5/1983

Lótus Verde nº 2.498Oriente de São Paulo3/5/1988

Cavaleiros de São João de Ribeirão Preto nº 4.171Oriente de Ribeirão Preto3/5/2011

Cavaleiros de São Paulo nº 4.180Oriente de São Paulo3/5/2011

União e Trabalho VI nº 2.254Oriente de Paulínia 4/5/1984

Barão Geraldo de Rezende nº 2.668Oriente de Campinas4/5/1992

Cândido Rondon nº 2.190Oriente de São Paulo5/5/1982

Luz e Liberdade nº 2.798Oriente de Birigui5/5/1994

Duque de Caxias nº 1.357Oriente de São José dos Campos7/5/1954

Cavaleiros de Bonsucesso nº 3.237Oriente de Guarulhos7/5/1999

União e Verdade nº 3.290Oriente de São Paulo7/5/1999

Excelsior nº 2.391Oriente de São José dos Campos8/5/1986

Carlos Gomes nº 2.972Oriente de Jaguariúna8/5/1996 Cidade de Mongaguá nº 3.077Oriente de Mongaguá8/5/1997

Oráculo de Delphos nº 3.772Oriente de São Paulo8/5/2006

Luz da Restinga nº 4.242Oriente de Franca8/5/2012

Cavaleiros Templários nº 4.127Oriente de São Paulo9/5/2009

Luz do Oriente nº 2.140Oriente de São Caetano do Sul9/5/1977

Estado de São Paulo nº 2.875Oriente de São Paulo9/5/1995

Rei David nº 3.332Oriente de São Paulo10/5/2000

9 de Julho nº 3.670Oriente de São Paulo10/5/2005

Amizade nº 141Oriente de São Paulo13/5/1832

Arquitetos do Progresso nº 2.434Oriente de São Paulo13/5/1986

União e Liberdade nº 2.720Oriente de Itapeva13/5/1993

Nascente do Tietê nº 2.805Oriente de Salesópolis 13/5/1994

Minerva Paulista nº 3.110Oriente de São Paulo13/5/1997

Colunas de Biritiba nº 3.377Oriente de Mogi das Cruzes13/5/2001

Fraternidade Acadêmica Pitágoras nº 3.395Oriente de São José dos Campos13/5/2001

Construtores do Futuro nº 3.433Oriente de São Paulo13/5/2002

Segredos do Graal nº 3.494Oriente de São Paulo13/5/2003

Templários do Sul nº 2.152Oriente de São Paulo15/5/1978

Solidariedade e Firmeza nº 3.052Oriente de Ouro Verde15/5/1997

XV de Maio nº 3.054Oriente de Monte Alto15/5/1993

Barão de Mauá nº 3.521Oriente de Santos15/5/2003

Consciência, Justiça e Perfeição nº 2.732Oriente de Ribeirão Preto16/5/1993

Fênix nº 2.504Oriente de Patrocínio Paulista 18/5/1988

Fernando Pessoa nº 4.001Oriente de São Paulo18/5/2009

Amanhecer Fraterno nº 4.072Oriente de São Paulo19/5/2010

Fraternidade de São Caetano nº 1.342Oriente de São Caetano do Sul19/5/1948

Fraternidade São-Roquense nº 3.931Oriente de São Roque19/5/2008

Solidariedade e Justiça nº 2.872Oriente de Mococa20/5/1995

Fênix da Luz nº 3.671Oriente de São Paulo 20/5/2005

Fraternidade Joaquim Gonçalves Ledo nº 2.497Oriente de Cosmópolis 21/5/1988

União Paulista nº 434Oriente de São Paulo22/5/1891

Concórdia Fraterna nº 2.318Oriente de Taquarituba 22/5/1985

União, Segredo e Disciplina nº 2.914Oriente de São Paulo22/5/1998

Estrela de Bragança nº 3.375Oriente de Bragança Paulista22/5/2001

Cavaleiros de São João nº 2.864Oriente de Bocaina 23/5/1995

Fênix de Pinheiros nº 3.020Oriente de São Paulo23/5/1996

Suprema Harmonia nº 3.858Oriente de Jaú23/5/2007

Sol da Liberdade nº 3.437Oriente de Ribeirão Preto24/5/2002

XXVI de Maio nº 1.974Oriente de Sorocaba 26/5/1977

Estrela do Jaguari nº 2.785Oriente de Jaguariúna 26/5/1993

Cavaleiros de Estrela D´Oeste nº 2.873Oriente de Estrela D’Oeste 27/5/1995

Estrela de Luz nº 2.881Oriente de Getulina27/5/1995

Tupan nº 3.244Oriente de Tupã27/5/1999

Pentalpha nº 2.239Oriente de São Paulo29/5/1979

Fraternidade Acadêmica o Aleijadinho nº 3.590Oriente de Bauru29/5/2004

Unidos nº 3.239Oriente de São Paulo30/5/1998

Jerusalém Celeste nº 4.186Oriente de São Paulo30/5/2005

8 Luzes aBril 2017

Palavra do GMEA

matErniDaDE E FratErniDaDE

E ssa é a edição de abril da revista Luzes, mas acredito que quando ela chegar aos olhos dos queridos Irmãos do GOSP nós já teremos adentrado ao

mês de maio. Trata-se de um mês importante e extremamente representativo. Maio é o mês das mães. Mês de lembrar e agradecer àquelas que nos deram a vida. Mês de celebrar a vida e a fraternidade nela envolvidas. Portanto aprovei-to a oportunidade para cumprimentar a todas as Cunhadas e Sobrinhas que são mães.

É com essa analogia do nascimento, do cuidado que uma mãe tem com seus filhos e do espírito de fraternidade envolvidos que quero lembrar também de outro momento impor-tante que estamos vivendo. Em maio as Lojas

de nossa Jurisdição passam por um período de transição, de reconstrução e, consequentemen-te, de renascimento. Particularmente, comparo momentos assim como sendo de luz. Um mês de luzes em que nós edificamos novas oportu-nidades. Assim como a comemoração àquela que nos deu a vida, a renovação é a celebração aos Irmãos que irão seguir na construção – ou reconstrução – de um bem comum.

Não podemos nos esquecer daquilo que é importante para nós: a fraternidade e o cami-nho a ser percorrido. O que é material se perde no tempo. O que nos fortalece é a nossa frater-nidade. E isso está bem lembrado na fraternida-de e no amor que é celebrado nas Colunas das Lojas e no amor que há entre mães e filhos.

cElEBrar o Dia Das mãEs é cElEBrar a ViDa. maio é tamBém o símBolo Da rEnoVação Da gEstão Das lojas soB a jurisDição Do gosp

PODEROsO IRMãO kAMEL AREF sAAB grão-mEstrE EstaDual aDjunto Do gosp

9LuzesaBril 2017

OBREIROs

A memória do Irmão Antônio Carlos Mendes, ou Coronel Mendes, é repleta de lembranças, do alto de seus 75 anos recém-completados. Ele lembra-se mui-to bem do dia em que chegou para seus pais e contou que tinha entrado para a Maçonaria. Era o começo da década de 1970 e, naquele tempo, o choque para am-bos – portugueses e católicos fervorosos – foi enorme. Seu pai, capitão da Força Pública, que hoje é a Polícia Militar, e do tipo macho, foi às lágrimas, tamanho foi o impacto da notícia. Naquela época, conta o Coronel, seus pais acreditavam que a Maçonaria era uma coisa de “outro mundo”.

“A família portuguesa geralmente é muito católi-ca e meus pais acharam que a Maçonaria tinha outro significado. Quando eles souberam que eu entrei na Ordem, ficaram traumatizados, questionando por que eu tinha entrado e por que eu não era mais católico. Foi um baque grande para eles.”

Com o tempo, ambos se tornaram companhias frequentes nas palestras que o Coronel começou a fazer sobre Maçonaria anos depois em cidades do interior de São Paulo. “Eu os levava comigo e aí eles assistiam às palestras. Eles viram que a Maçonaria não era nada daquilo que achavam. Quando meu pai faleceu, já era fã e defendia a Ordem com toda a força. Hoje, eu tenho filho, genro e muitos parentes na Maçonaria. Vou à Ordem de segunda a sábado”, orgulha-se.

Amor ao Brasil e à Maçonariairmão coronEl mEnDEs rElEmBra sua trajEtória na maçonaria E rEVEla outras Duas paiXõEs: a polícia militar E a sociEDaDE DE VEtEranos DE 32

COROnEL MEnDEs DuRAnTE A CERIMônIA DE LAnçAMEnTO DA PEDRA FunDAMEnTAL DO nOvO PALáCIO MAçônICO DO GOsP, EM 20 DE AGOsTO DE 2016

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É preciso voltar no tempo para contar a bio-grafia do Coronel Mendes dentro da Maçonaria, feita de encontros com personagens importantes. O primeiro envolve alguém de suma importân-cia: foi já no começo do namoro com sua esposa, Oçaine, que ele ouviu falar pela primeira vez da Maçonaria . “Eu era cadete na Força Pública de São Paulo, nos anos 1960. Quando conheci minha

POR MADSOn DE MORAES

10 Luzes aBril 2017

OBREIROs

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Ivo

pess

oal

esposa, o pai dela e tio eram Maçons do Oriente de Barra do Piraí, no Rio de Janeiro. Comecei então a criar amor por minha esposa e também pela Ma-çonaria”, brinca.

Após se formar oficial e ir trabalhar com o trânsito, veio outro encontro que mudou a vida do Irmão: um dos colegas da Guarda Civil com quem ele fez amizade era Maçom. Capitão Fusko, que já passou para o Oriente Eterno, foi quem fez o hon-roso convite para Mendes entrar definitivamente para a família maçônica. “Falei com o Capitão Fusko que a família da minha esposa era da Maço-naria do Rio de Janeiro e ele me propôs entrar na Ordem. Meu padrinho foi ele e o Irmão Maurice Alfred Sommer, que está vivo e tem quase 60 anos de Maçonaria”, afirma. A Iniciação na Ordem está bem conservada na memória septuagenária do Coronel Mendes: foi em 17 de julho de 1971, na ARLS Beit-EL nº 1.788. No ano seguinte, ele seria Exaltado em 17 de setembro.

Trajetória ímparA história do Coronel Mendes – posto mais alto na hierarquia da Polícia Militar que ele conquistou no dia 10 de março de 1988, mesma data de seu ani-versário – na Maçonaria é fruto de muito estudo, dedicação e amor. Em 27 de agosto de 1976, ele fun-dou a Loja Perpétuo Segredo nº 2.180. Por causa de sua atividade intensa dentro da Ordem, ele foi logo nomeado Grande Secretário da Guarda dos Selos do Grande Oriente de São Paulo (GOSP).

De lá para cá, a trajetória impressiona: Coronel Mendes já serviu a vários Grão-Mestres, ocupou todos os cargos em Loja, foi o fundador de dezenas de Lojas e membro honorário de mais uma cen-tena delas. Nos Conselhos Estadual e Legislativo, foi ainda Deputado Estadual e Federal do Grande Oriente do Brasil (GOB) e membro do Conselho Federal do GOB. Como protagonista no avanço da Maçonaria do Brasil, assistiu com lamento à cisão de 1973, quando houve uma divergência no Grande

Oriente de São Paulo e foram criados os Grandes Orientes Independentes. Nosso Irmão cursou todos os graus da Perfeição, Capítulo, Kadosh e Consis-tório, chegando ao grau máximo do Rito Escocês Antigo e Aceito (33º) em 2 de julho de 1988. Ele detém diplomas de Membro Honorário e Venerável de Honra de várias Lojas Maçônicas e é portador de várias homenagens e condecorações maçônicas.

Recuperou o fôlego? Na Polícia Militar, outra de suas paixões, ele comandou o trânsito, o Cho-que, a Rota, foi juiz do Tribunal de Justiça Militar, delegado de polícia, professor de material béli-co e de tiro até conquistar o mais alto posto da Polícia Militar, se tornando o Coronel Mendes que todos nós conhecemos. “Faço parte de várias entidades de Polícia Militar. Minha atividade hoje na PM é menor do que minha atividade na Maçonaria”, explica, ressaltando que há muitos Maçons na PM de São Paulo. “E não só na Polícia Militar, como também na Polícia Civil do Estado de São Paulo e Forças Armadas – hoje, temos um general de São Paulo que foi iniciado no Rio Grande do Sul”, conta.

“Meu conselho é visitar a Maçonaria, frequentar, conhe-cer os ritos. A Ordem é sublime, linda, séria. Precisamos estudar para criar amor e gostar. Eu me coloco à disposição como Chefe de Gabinete do atual Grão-Mestre: toda tarde, a partir das 14h, estou na sede administrativa interina na Praça João Mendes. O cafezinho comigo está sempre à disposição. Sinto-me muito bem quando posso acompanhar e ajudar um Irmão a amar a Maçonaria como eu a amo.”

MEu COnsELhO PARA A juvEnTuDE MAçônICA

11LuzesaBril 2017

OBREIROs

MEu lEMA é: ‘MiNhA hONRA ME

PERTENCE. MEu SANGuE PERTENCE à

PáTRiA. MEu ESPíRiTO, AO GRANdE ARquiTE-

TO dO uNivERSO. BRASil ACiMA dE

TudO’. FAlO iSSO SEM-PRE PARA OS jOvENS E

ANTiGOS MAçONS

Amor pela PM e pelos Veteranos de 32Além do grande amor pela Polícia Militar e pela Maçonaria – nessa ordem, frisa o Coronel Mendes –, outra paixão vivida com a mesma intensidade é pela Sociedade de Veteranos de 32 – MMDC, onde é o atual vice-presidente. A Sociedade mantém viva a memória do que aconteceu em maio de 1932, quando os mani-festantes paulistas Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, contrários à ditadura de Getúlio Vargas e que dão origem à sigla, foram mortos em maio daquele ano por tropas getulistas. Em julho, eclodiria a Revolução Constitucionalis-ta de 1932, que buscava interromper o gover-no provisório exigindo uma nova Assembleia Constituinte. O MMDC ganhou apoio do povo paulista, que se mobilizou para ajudar seus exércitos num legítimo movimento de amor ao

Brasil. Mesmo derrotado no campo de batalha, o movimento atingiu seus objetivos democráticos. “Perdemos no campo de batalha, mas ganhamos anos depois quando foi promulgada a Constitui-ção de 1934”, orgulha-se.

Memórias o Coronel Mendes tem e são muitas. Uma inesquecível? Ele pensa um pouco antes de falar. O ano é 1983. Foi nessa data, após uma querela judicial que se arrastava desde o começo da década de 1970 – quando algumas potências se desligaram do Grande Oriente do Brasil e se proclamaram obedi-ências autônomas e independentes –, que o Coronel e outros Irmãos de São Paulo retomaram o Palácio Maçônico antes ocupado pelos dissidentes. “Naquele dia, eu estava fardado porque a ordem judicial foi feita com força policial e eu já era Secretário do GOSP e comandante do Choque da Polícia Militar”, recorda-se, triunfante.

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COROnEL MEnDEs DuRAnTE CERIMônIA DO jAnTAR DE 95 AnOs DO GOsP

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GRAnDEs PERsOnAGEns

Quem escuta pelo rádio A Voz do Brasil todos os dias às 19h já conhece um pouco da obra do gran-de maestro Antonio Carlos Gomes. Isso porque sua ópera O Guarani é a música-tema do progra-ma radiofônico. Um dos grandes compositores de música erudita no Brasil, Carlos Gomes nasceu em 11 de julho de 1836, na pequena Vila Real de São Carlos, atual Campinas (SP). Ele era filho de Manoel José Gomes (nhô Maneco Músico) e Fabiana Maria Jaguari Cardoso, falecida quando Carlos Gomes ainda era criança. O irmão mais velho, o violinista e compositor José Pedro de Sant’Anna Gomes (1834-1908), o Juca, era muito próximo. Como consta na ata da Sessão de Inicia-ção, o maestro foi iniciado na Maçonaria em 24 de junho de 1859, na ARLS Amizade nº 141 (leia a ata da Sessão aqui), a primeira Loja na cidade de São Paulo. Curiosamente, foi iniciado com o irmão no mesmo dia.

Com nhô Maneco Músico, Carlos Gomes estudou violino, clarineta, flauta e piano - o apren-dizado com o pai, com quem deu os primeiros passos na composição, exerceu forte influência. Sua primeira composição é a peça sacra Missa de São Sebastião (1854). Depois, escreveu o Hino Acadêmico, a modinha Quem Sabe? e a Missa de Nossa Senhora da Conceição. Em 1860, Carlos Go-mes se muda para o Rio de Janeiro, onde continua seus estudos no Conservatório de Música. Lá, ele apresenta as primeiras óperas: A Noite do Castelo (1861) e Joana de Flandres (1863).

Com o apoio do imperador Pedro II (“Se não fosse o imperador, eu não seria Carlos

maEstro impErialmais importantE compositor DE ópEra Do Brasil, carlos gomEs Foi o maEstro quE FEz a Europa sE curVar a sua pEça o guarani

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MAEsTRO CARLOs GOMEs

Gomes”, dizia sempre o compositor), viajou para a Itália, onde, depois de ter aulas com o maestro Lauro Rossi, recebeu o título de ma-estro no Conservatório de Milão, em 1866. Em 19 de março de 1870, estreou no Teatro Scala de Milão sua obra mais conhecida, O Guarani, baseada no romance homônimo do escritor José de Alencar. Encenada depois nas principais capitais europeias, a ópera lhe rendeu a reputa-ção de um dos maiores compositores líricos da época. No entanto, para colocar sua música no teatro, o compositor precisou pegar dinheiro de D. Pedro II e do irmão Juca.

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GRAnDEs PERsOnAGEns

A essa obra, seguiram-se Fosca, Salvador Rosa, Maria Tudor, O Escravo, Condor e Colombo, esta última representada no Teatro Lírico do Rio de Janeiro em 1892. Daí para frente, ele foi galgando o sucesso, recebendo honrarias, medalhas de ouro e troféus. Em 1895, Carlos Gomes recebe uma gran-de manifestação em Lisboa. Consagrado na Itália, ele adoece e decide regressar ao Brasil. “Sou e sem-pre serei o Tonico de Campinas”, falou na época.

Em 1896, ele foi convidado pelo presidente do estado do Pará, Dr. Lauro Sodré, para ser diretor do conservatório que ia ser fundado, mas a doença não permitiu. Dr. Sodré lhe confiara-a guarda dos melhores médicos, e o estado de São Paulo, como-vido diante das trágicas condições de saúde de seu glorioso filho, vota no Congresso, por unanimi-dade, uma pensão mensal de dois contos de réis en-quanto ele vivesse. Em 1896, o maestro morre aos 60 anos de idade, em Belém.

“Com grande mágoa, cumpro o dever de comunicar-vos que é morto nosso compatriota e genial maestro Carlos Gomes (...) e que morto deixa esse rico legado de suas óperas que hão de ser perenemente o orgulho do Povo Brasileiro”, escre-veu o Dr. Sodré. Figuras importantes desfilaram por este país e passariam quase desamparadas, não fosse o apoio irrestrito de Maçons como o Irmão Dr. Lauro Sodré, que seria nomeado Grão-Mestre do GOB em 1904.

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APROxIMADAMEnTE 15 MIL PEssOAs ACOMPAnhARAM O vELóRIO DO MAEsTRO, quE DuROu TRês DIAs

Carlos Gomes – Sou e Sempre Serei: o Tonico de Campinas Autor: Jorge Alves de LimaEditora: Solution(340 págs.)O livro é parte de uma trilogia e o pri-meiro volume conta a trajetória do maestro até agosto de 1896, quando o compositor está em Belém (PA) em agonia de morte. O segundo volume tem lançamento pre-visto para novembro de 2017.

suGEsTãO DE LEITuRA

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ARTIGO

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conhEcEnDo mais soBrE o rito DE York

q ual o nosso ponto de partida para es-tabelecer um ritual editado pelo GOB com as características preconizadas no Brasil em 1912, que, por sua vez,

foram inspiradas pela GLUI – Grande Loja Unida da Inglaterra (UGLE em inglês: United Grand Lo-dge of England) em 1816 e tornadas públicas aos Maçons em 1823 – i.e. 10 anos após a união entre Modernos e Antigos?

Não é nada simples estabelecer uma tradição litúrgica nos baseando numa Grande Loja onde inexiste a tradição de um rito único. Lembre-mos que, na fundação da Premier Grand Lodge, em 1717, já existiam Lojas ESPECULATIVAS funcionando – e sabe-se lá havia quanto tempo! Considerando que muitas das Lojas especulati-vas se originaram dos Operativos ACEITANDO posteriormente outros profissionais e nobres que não tinham suas ocupações profissionais na arte de entalhar pedras, pode-se dizer que a reunião das quatro Lojas que fundaram a Premier Grand Lodge (Modernos) eram seculares. Naquele momento, a fundação de uma “Grande Loja” era uma MODER-NIDADE, pois as Lojas eram independentes e SO-BERANAS em seus ritos litúrgicos de ingresso de novos associados. Pois bem, o tempo passou e, por motivos que não interessam nesta análise, houve a união, em 1813, das então potências maçônicas

rivais dos Modernos (1717) e Antigos (1751) sob a direção de UM Grão-Mestre. A recém-fundada GLUI entendeu que, se não se estabelecesse um novo ritual abraçando os costumes dos “Antigos” e dos “Modernos”, a união DE FATO não se conso-lidaria, pois os adeptos de um e de outro sistema seriam separados pela liturgia adotada.

Como todos sabemos, o ACT OF UNION ocorreu em 1813, e, em 1816, uma Loja especi-ficamente formada com a finalidade de elaborar um novo ritual apresentou seu trabalho ao Grão-Mestre da GLUI (a Reconciliation Lodge), que foi sancionado e aprovado. Uma vez obtida sua sanção e aprovação, o ritual fora então ensaiado para enfim ser DEMONSTRADO para o público maçônico em geral a partir de 1823, ou seja, 10 ANOS após o Tratado de União entre “Antigos” e “Modernos”. A ELoI foi fundada naquele ano de 1823 para demonstrar o ritual por intermédio das preleções (instruções) elaboradas por Preston e adaptadas ao então novo sistema. Foi somente a partir de 1832 que a ELoI passou a demonstrar as cerimônias dos graus e instalação na Cadeira de Venerável Mestre. A ELoI se reúne todas as sextas-feiras, no Freemason’s Hall, de outubro a junho, a partir das 18h15.

Enquanto isso, as Lojas da recém-formada Grande Loja Unida da Inglaterra continuaram a

Encontro nacional Do rito DE York Do granDE oritEntE Do Brasil (goB) acontEcEu EntrE 31 DE março E 1º DE aBril, Em curitiBa (pr)

POR CEzAR A. MInGARDI -PM, MMM, nAR, SAR, PGPF DEPutADO FEDERAl PElA lOJA tEMPO DE EStuDOS n° 3.830 – RItO DE YORk

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praticar o ritual que conheciam. Durante 10 anos, cada Loja da GLUI fez, passou e elevou Maçons de acordo com o ritual que praticavam ANTES da União. Quando o “novo ritual” ficou pronto, cada Loja adaptou seus costumes naquele então novo método litúrgico de fazer, passar, elevar e insta-lar na Cadeira (isso somente em 1827). Todos os costumes que as Lojas já tinham, desde que não contrariassem o ritual elaborado pela Reconcilia-tion Lodge e apresentado pela Emulation Lodge of Improvement for Master Masons, tiveram suas práticas admitidas pela GLUI – e não poderia ser de outra forma, visto que TODAS as Lojas eram anteriores à GLUI e algumas delas anteriores à Premier Grand Lodge de 1717!

Act of Union: origem da UGLE (GLUI)No Brasil, a prática litúrgica à semelhança dos Maçons ingleses se iniciou em 1912, sob a égide do Soberano Lauro Sodré. Naquela época, o GOB era uma potência mista – seu Grão-Mestre regia os três graus simbólicos e os graus filosóficos dos ritos praticados em nosso território. Para praticar um determinado “rito maçônico”, era imprescin-dível ter um corpo filosófico superior - a solução foi instalar o Grande Capítulo para o Rito de York, e a prática do Arco Real foi subsidiária nesse ATO. O primeiro ritual em língua portuguesa foi editado em 1920 (oito anos após o ato de Sodré), impresso na Inglaterra e traduzido pelo Irmão Sa-dler com o seguinte texto em sua primeira página: “Cerimônias Exatas do RITO DE YORK – Tra-duzidas do ORIGINAL INGLÊS pelo Venerável Irmão A. J. T. Sadler – P.A.G.D.C.; P.D.G.W. para o Grande Capítulo do Rito de YORK do Grande Oriente do Brasil”.

Tomo a liberdade de citar um trecho impres-so no ritual do Distrito Inglês, editado pela Loja Campos Salles:

“Após a formulação do ritual pela Lodge of Re-conciliation e sua aprovação em 1816 pela Grande

Loja (seguida do estabelecimento da Cerimônia de Instalação, em 1827), esta adotou o firme princípio de que o ritual não deveria ser impresso. Assim, durante um período de quase meio século que se seguiu, a única maneira de aprendizado foi a repe-tição oral. As sessões semanais da Loja Emulação, entre outras, eram a maneira de transmitir o ritual. Sem dúvida, havia rituais manuscritos e até alguns impressos, mas, pelas diferenças entre eles, pode-se supor que pecavam na exatidão. Somente em 1870, os rituais impressos foram aceitos e, desde então, um grande número deles apareceu em uso, alguns sendo apresentados como o sistema de emulação. Porém nenhum teve autorização da Loja Emu-lação de Aperfeiçoamento. Foi a proibição inicial da Grande Loja que causou a demora da Loja Emulação em patrocinar a publicação de seu ritual próprio, o que ocorreu apenas em 1969”.

Isso GARANTE que o Grande Oriente do Brasil teve ANTES da GLUI um “ritual oficial”, pois a tradução do ritual do Irmão Sadler contou com a chancela do Soberano Lauro Sodré, em 1920, e posteriormente do Soberano Jair Assis Ri-beiro, em 1983. O primeiro “ritual oficial” editado na Inglaterra foi impresso somente em 1969.

Clique aqui e confira a íntegra no site do GOSP.

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FILOsóFICAs

consiDEraçõEs soBrE a história Da maçonaria DE são paulo - capítulo ii

N o anterior capítulo, com aparentes circunlóquios, que foram exigên-cias ditadas por um recurso didá-tico, ficou elucidado que, apesar

de o tema ser restrito à história da Maçonaria de São Paulo, os comentários começariam, e efetivamente começaram, no Rio de Janeiro, por ser lá o nascedouro do Grande Oriente do Brasil, ao qual está federado nosso Grande Oriente de São Paulo. Outrossim, vimos que, após a proclamação da Independência, aflora-ram, também no Rio de Janeiro, então capital do Império, três outras potências maçônicas, todas enumeradas naquele capítulo: Grande Oriente Brasileiro (que viria a ser mais conhe-cido por Grande Oriente do Passeio), outro Grande Oriente Brasileiro (que viria a ser mais conhecido por Grande Oriente de Caxias) e um fictício Grande Oriente do Brasil (que, reconhe-cendo a própria impostura, alterou seu nome para Grande Oriente Unido do Brasil, e que, porém, foi mais conhecido por Grande Oriente dos Beneditinos).

Depois de feitas essas explicativas consi-derações introdutórias, já posso, diretamente, ingressar no tema proposto.

Consta de confiáveis anais históricos que Araritaguaba era o nome dado pelos índios goi-tacazes a uma localidade que se formou desde 1693, à margem do então Rio Anhembi, atual Tietê, à sua esquerda. Graças à importância que passou a ter aquele rio, na condição de meio de transporte, logo depois que foram descobertas

minas de ouro em Mato Grosso e Goiás, nos anos de 1719 e 1725, respectivamente, o local começou a crescer. Tal crescimento fez com que, alguns anos depois, em 13 de outubro de 1797, a Freguesia de Araritaguaba fosse eleva-da à condição de Vila, com o nome de Porto Feliz. Lá, em 19 de agosto de 1831, foi fundada a primeira Loja da então Província de São Pau-lo. Chamava-se Loja Inteligência. Não nasceu subordinada ao Grande Oriente do Brasil, mas ao Grande Oriente Brasileiro (aquele que, poste-riormente, viria a ser mais conhecido por Gran-de Oriente do Passeio). Em 18 de junho de 1833, foi fundado o Grande Oriente Provincial de São Paulo, a primeira organização maçônica paulis-ta - não era potência porque funcionava sob os auspícios do citado Grande Oriente Brasileiro.

A primeira Loja da capital foi fundada em 13 de maio de 1832. Tinha (faço questão de, no caso, usar o verbo no pretérito imperfeito, e não no presente do indicativo) o nome de Amiza-de. Assim como a de Porto Feliz, não nasceu subordinada ao Grande Oriente do Brasil, mas ao Grande Oriente Brasileiro (aquele mesmo que estou citando mais uma vez), do qual se desligou em 1º de julho de 1861 para se filiar ao Grande Oriente do Brasil. Essa Loja não existe mais. Não a confundamos com a atual, homôni-ma, cujos membros ficarão inconformados (no mínimo) com essa verídica e peremptória afir-mação, porque acreditam em uma inexistente antiguidade. Tenho o orgulho (quem não teria?) de haver colaborado com o renomado Irm :.

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Kurt Prober (meu inesquecível preceptor) na ela-boração de A Bigorna, edição nº 178 (separata), de 15 de abril de 1998, sob o título “Reerguimen-to da Loja :. Amizade (SP) :. uma farsa :.!”. Antes, eu já havia escrito o livro Rituais Maçônicos Brasileiros, da Editora Maçônica, A Trolha Ltda., ano de 1996, onde expus, nas páginas 151 e 153, considerações sobre o assunto, com o subtítulo Notas aos Respeitáveis Irmãos mais novos.

Antes de prosseguir, tenho a impostergável obrigação de salientar um texto de artigo que escrevi, em 2016, na prestigiosa revista Astréa, publicação oficial do Supremo Conselho do Grau 33 do R:. E:. A:. A:. para a República Fede-rativa do Brasil, texto que se ajusta, com sime-tria, ao que estou a escrever aqui sobre a Loja Amizade, nos termos seguintes:

“Um expressivo Obreiro, já falecido, fasci-nou-se tanto pela Maçonaria que a colocou aci-

ma de sua própria vida particular, criando, pois, para si mesmo, uma exigência estranha aos criteriosos postulados da Sublime Instituição, que nunca nos pede acima do que lhe podemos dar. Em verdade, com seu radicalismo, ele gran-jeou admiradores, mas, em sentido contrário, também criou pontos de atrito, porque todos aqueles que se destacam, tenham ou não méri-tos, estão sujeitos a esse contraste. Muito esfor-çado, um autêntico idealista, escreveu e estudou muito, o que veio a transformá-lo em um dos mais consultados oráculos brasileiros no âmbito concernente a assuntos maçônicos. Todavia, às vezes, confiando muito em sua intuição e em seu discernimento, foi traído por enganosos fa-tos históricos, que o conduziram, infelizmente, a conclusões discutíveis e até mesmo desacer-tadas, pelo fato de que nem sempre estiveram a seu alcance documentos primários, comproba-

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IR .’. jOAquIM DA sILvA PIREs, M:. I:., GOsP, comEnDaDor Da augusta orDEm DE D. pEDro i – goB,oraDor Emérito Da arls EstrElla Da sYria E mEmBro honorário Da arls piratininga, são paulo (sp)

tórios de algumas de suas afirmações”. Depois de haver apresentado o texto re-

tro, peço licença aos Respeitáveis Irmãos lei-tores para lhes pedir que o memorizem, por se tratar de indispensável prolepse, que deixo aqui lavrada, porque aquele estudioso escreveu, pressurosamente, sobre a Loja ora em análise, sem ter em mãos algumas peças de inestimável valor histórico, visto que as examinadas por ele não eram suficientes para que a montagem do autêntico quebra-cabeça ficasse completa.

Negar importância à antiga Loja Amizade é desconhecer alguns marcos históricos irremo-víveis. De fato, ignorar que, em determinados períodos, ela foi de primeira grandeza e teve expressivos Obreiros é fugir ao sagrado com-promisso com a Verdade. Todavia, apesar des-ses irrefragáveis aspectos positivos, ela deixou um débito que o próprio tempo não conseguirá quitar, principalmente porque é de Maçonaria que estamos falando.

Comecemos pela infidelidade às várias po-tências maçônicas às quais a velha Loja Amizade esteve subordinada. Já vimos que ela nasceu em 1832, sob os auspícios do Grande Oriente Brasi-leiro, que deixou em 1861 para se filiar ao Gran-de Oriente do Brasil, que deixou em 1869 para se filiar a um fictício Grande Oriente do Brasil (já citado, ou seja, aquele que teve o nome alterado para Grande Oriente Unido do Brasil, e que viria a ser mais conhecido por Grande Oriente dos Beneditinos), que deixou em 1873 para voltar ao Grande Oriente do Brasil, que deixou em 1893 para ser a fundadora de um bastardo Grande Oriente do Estado de São Paulo (mais conhecido por Grande Oriente Estadual de Martim Fran-

cisco, que não pode ser confundido com o nosso Grande Oriente de São Paulo), que deixou em 1898 para voltar ao Grande Oriente do Brasil, que deixou em 1921 para ser uma das fundado-ras do nosso então soberano Grande Oriente de São Paulo, que deixou em 1922, quando o nosso Grande Oriente de São Paulo ainda era sobera-no, para voltar ao Grande Oriente do Brasil, que deixou em 1927 para ser uma das fundadoras da Grande Loja Symbolica de São Paulo (atual-mente Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo), que deixou em 1935 para se declarar autônoma e independente. Apesar de essa in-constância ser deplorável, isso ainda é pouco, em face do que ainda apresentarei.

Em 10 de novembro de 1937, o presidente Getúlio Dornelles Vargas, cujo mandato iria terminar em 1938, desrespeitou a Constituição Federal de 16 de julho de 1934, criando o de-nominado Estado Novo, a fim de continuar no poder. Em seguida, o general Newton Andrade Cavalcanti, considerado adepto do Integralismo, pugnou pelo fechamento da Maçonaria, objetivo não concretizado graças à intervenção do Irm :. Protásio Vargas, irmão carnal do presidente, o que, lamentavelmente, não evitou o cometimen-to de algumas arbitrariedades. Talvez tenha sido esse o fato de a Loja Amizade, em 25 de abril de 1939, encerrar suas atividades. Perguntarão os Respeitáveis Irmãos Leitores: de que modo se explica, então, a existência de uma atual Loja homônima, que possui o antigo número ca-dastral 141 que pertencia à legítima e extinta? Minha resposta é a seguinte: isso será visto, com elucidativos, surpreendentes e decepcionantes pormenores, no próximo capítulo.

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O Grande Oriente de São Paulo (GOSP), entre 25 e 27 de agosto, realizará o Encontro Estadual da Fa-mília Maçonica. O evento ocorrerá no Grand Resort Serra Negra, em Serra Negra (SP). O GOSP ficará honrado com o prestígio da vossa participação e da sua família. Na ocasião, será realizado o VI Encontro da Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul do Estado de São Paulo (Frafem-SP) e um jantar dançante.

“Conseguimos um preço imbatível, com pensão completa (exceto bebidas) e boa opção de paga-mento, tudo com o objetivo de estarmos juntos nesse Encontro magnífico”, celebra o Grão-Mestre do Grande Oriente de São Paulo (GOSP), Eminente Irmão Benedito Marques Ballouk Filho.

Para o Encontro, foram reservadas apenas 500 vagas, e as suítes para pernoite no Grand Resort Serra Negra, hotel base, já foram totalmente preen-chidas. A partir de agora, as pessoas que reserva-rem sua vaga para o Encontro farão o pernoite em hotéis parceiros, como o Paladium Hotel, que pos-suem o mesmo padrão de hospedagem. Serão dis-ponibilizados traslados gratuitos para o hotel base.

Todas as refeições serão feitas no hotel principal, menos o café da manhã. O GOSP não se responsa-bilizará pelas vagas de hotelaria, não intermediará preços ou condições de pagamento e todo o contato deve ser feito diretamente com a recepção do hotel.

SERVIÇOEncontro Estadual da Família MaçônicaONDE: Grand Resort Serra Negra – Rua Comen-dador Vicente Amato Sobrinho, 390 – Bairro dos Macacos – Serra Negra (SP)QUANDO: 25 a 27 de agosto de 2017RESERVAS: com Sônia, pelo telefone (19) 3842-1006 ou e-mail [email protected]

ENCONTRO dA FAMíliA MAçÔNiCA EM SERRA NEGRA

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