lula quer fundeb ainda este ano - cnte.org.br · como resultado da pressão dos educadores, ......

1
A Direção Executiva da CNTE esteve em audiência dia 20 de outubro com o líder do governo no Senado, sena- dor Aloízio Mercante, para cobrar providências relativas à regra de transição, retirada da PEC Paralela da Previdên- cia no Senado. Na reunião, Juçara Dutra Vieira pediu que o senador, na condição de líder do governo, inicie as negociações para aprovação de dis- positivo que assegure a regra de transição, uma vez que a reintrodução da matéria na Câmara dos Deputa- dos só será possível através de ação política entres as duas Casas. A CNTE também atua para reintroduzir na Câmara dos Deputados, o artigo suprimido pelos senadores, que garantia a nova regra de transição para professores regentes de classe e conta com o apoio do deputados Carlos Abicalil (PT-MT) e a deputada Neide Apareci- da (PT-GO) que assumiram o desafio de devolver esse direito aos educadores, e estão coletando assinaturas para apresentação da proposta de emenda na Câmara. O Presidente Lula prometeu agendar o tema com o Ministro da Previdência e líderes do Congresso, infor- mando que o executivo é favorável à matéria. Previdência em pauta Cem mil cartilhas sobre a Con- versão da Dívida Externa em Recursos para a Educação fo- ram remetidas, em setembro, pela CNTE às entidades filiadas para que sejam distribuídas en- tre educadores e a população em geral. Com isso, a Confederação espera, divulgar mais detalhada- mente sua proposta e, também, ampliar a campanha de cole- ta de assinaturas em favor da Conversão. A edição teve apoio político e financeiro da CUT Nacional. O Movimento lançado em janeiro, obteve, em 26 de abril, a adesão formal de diversas entidades da sociedade civil organizada e, no dia seguinte, foi objeto de grande manifestação na Esplanada dos Ministérios, quando mi- lhares de trabalhadores em educação vieram de todos os cantos do país para exigir que o governo adotasse como política oficial a proposta formulada pela CNTE. Como resultado da pressão dos educadores, em 23 de junho o próprio MEC criou o Comitê Social pela Con- versão da Dívida Externa com o objetivo de estudar for- mas de obter, pela suspensão do pagamento, mais recur- sos para a educação. A iniciativa tem repercutido internacionalmente e está incorporada à agenda da IE. O próprio presidente Lula observou, que, quando do perdão da dívida dos países africanos, o Brasil não exigiu nenhuma contrapartida, mas no futuro, orientará para que os recursos sirvam para ampliar o acesso à educação. A dívida externa, hoje, é de, aproximadamente, R$ 503,2 bilhões. O Plano Nacional de Educação da So- ciedade Brasileira, proposto em 1999, recomenda um investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas do país) na Educação, o que daria, atualmente, cerca de R$ 185 bilhões. Para aderir à Campanha, acesse www.cnte.org.br. Lá, também é possível fazer o download do modelo de abai- xo assinado e das peças de divulgação. Apóie essa idéia. Funcionários valorizados Fotos: Fundamento Comunicação & Marketing Jornalista responsável: Marcelo Maiolino – Mtb 14.896 Redação e edição: Fundamento Comunicação & Marketing Tiragem: 50 mil exemplares E X P E D I E N T E Jornal Mural da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação Foi aprovado, por unanimidade, dia 20 de setembro, na Comissão de Educação, Projeto da senadora Fáti- ma Cleide (PT-RO), incluindo na Lei de Diretrizes e Bases os funcionários de escolas como profissionais da educação. O projeto representa a valorização de mais de um mi- lhão de trabalhadores e será, agora, apreciado pela Câ- mara. Dias 24 e 25 de outubro, o MEC realizou seminário tendo em vista a implantação do Profuncionário em cinco estados e homologação de Diretrizes Curricula- res Nacionais para área de serviços de apoio escolar. A partir dessa homologação, fica instituída, oficial- mente, a 21ª área profissional que certificará os fun- cionários em exercício e gerará demanda para novos interessados. Fátima Cleide Senadora (ao centro) Cartilha explica proposta JORNAL MURAL da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – outubro/2005 A CNTE reuniu-se com a relatora da PEC do Fundeb (415/05), deputada Iara Bernardi (PT-SP), dia 19, em Brasília, quando conseguiu o apoio para a audiência pública, convocada pelo presidente Severiano Alves (PDT-BA), em novembro, e tratou da inclusão do Piso Salarial Nacional e de diretrizes de carreira no texto do projeto. Essa reunião fez parte da agenda da CUT que ocupou o Congresso durante todo o dia em defesa das propostas dos trabalhadores. A PEC do Fundeb foi aprovada pela comissão de Constituição e Justiça da Câmara dia 29 de setem- bro, com a supressão do § 3º, que autorizava a União a cortar despesas correntes para complementar o Fundo. Na terça-feira anterior, a CNTE liderou manifestação na qual educadores distribuíram travesseiros com os dizeres “Quem age certo dorme bem. Diga não à cor- rupção e sim à educação”, numa alusão à paralisia do Congresso, por conta das CPIs. A PEC do Fundeb está desde 14 de julho no Congresso. Em novembro, a CNTE organizará caravanas de trabalhadores em educação para exigir a aprovação rápida da PEC. Relatora do Fundo acata propostas da CNTE Educadores ocupam a CCJ e distribuem travesseiro que foi o símbolo da campanha pela aprovação do texto E D I T O R I A L Os travesseiros de quem dorme com a consciência tranqüila, distribuídos pela CNTE em ato de pro- testo, realizado dia 27 de setembro, acordaram os parlamentares da Comissão de Constituição e Jus- tiça da Câmara dos Deputados para a necessidade de aprovar logo a PEC do Fundeb. Agora, temos outro desafio: fazer com que a tramitação recupere e melhore o projeto original. Se depender do presi- dente Lula, isso pode acontecer ainda este ano. Nossas mobilizações têm sido fundamentais para introduzir uma agenda positiva na difícil conjun- tura política. A causa é justa, necessária, o Brasil precisa e o povo exige. Portanto, nós, trabalhado- res em educação, devemos continuar insistindo no nosso papel de contribuir para a construção de uma educação pública, gratuita e de qualidade. À CNTE cabe a função de coordenar esforços e de atuar como interlocutora perante o governo e o parlamento, o que tem resultado em avanços. Esse papel se reveste de legitimidade ainda maior do que a própria história da Confederação lhe confere, na medida em que se dá sustentado pela indepen- dência sindical expressa, também, na atuação das entidades filiadas. Elas estão convocadas a promo- verem caravanas e ocuparem espaços de pressão no Congresso Nacional e sobre os parlamentares de seus estados. E o Fundeb, finalmente, passou... A oito semanas do encerramento dos trabalhos no Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse, durante audiência, sexta-feira, 21, a re- presentantes dos trabalhadores em educação, liderados pela Presidente da Confederação Nacional dos Traba- lhadores em Educação (CNTE), Juçara Dutra Vieira, que irá mobilizar a bancada do Governo a apressar a votação do Fundeb para este ano. A viabilização do Fundeb é uma das principais reivin- dicações CNTE por englobar o financiamento a toda educação básica. Caso seja votado ainda em 2005, o Governo poderá dar início ao investimento na ordem de R$ 4 bilhões previstos para os próximos quatro anos. A CNTE lutará pela ampliação e para que esses recursos sejam percentuais e não apenas valores nomi- nais. Durante a audiência, que também contou com a presença do Ministro da Educação Fernando Haddad e o Secretário da Educação Básica do MEC, Francisco das Chagas Fernandes, Juçara Vieira reiterou que “o financiamento é estratégico para que se promova edu- cação de qualidade” e apresentou ao Presidente Lula dois painéis com uma tabela, por estado, de salários de funcionários e professores de escolas públicas da educação básica. O Presidente pôde verificar o rebai- xamento generalizado de salários, como por exemplo, de Pernambuco, cujo salário-base de um funcionário Lula quer Fundeb ainda este ano de escola é de R$ 177,05 e R$ 230,00 de um professor para 30 horas de serviço. Ou seja, professores e fun- cionários de escola naquele estado ganham menos que um salário mínimo. Atualmente, a média nacional de salários fica em torno de R$ 500,00 a R$ 700,00 para quem já tem mais de 10 anos de serviço. O piso salarial nacional não faz parte da PEC do Fun- deb. O Ministro da Educação, porém, se comprometeu a introduzir esse item para, posteriormente, fixar em lei um valor para o piso. Esse valor, debatido na última reunião do GAT (Grupo de Assessoramento Técnico da CNTE) está sendo estudado pelos estados para ser fixado na lei complementar. Mercadante recebe Juçara Silvina e Juçara apresentam quadro salarial ao presidente CNTE cobra inclusão do Piso Salarial Nacional no projeto que tramita na Câmara Cartilha sobre a conversão da dívida tem apoio da CUT

Upload: dangdang

Post on 13-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

A Direção Executiva da CNTE esteve em audiência dia 20 de outubro com o líder do governo no Senado, sena-dor Aloízio Mercante, para cobrar providências relativas à regra de transição, retirada da PEC Paralela da Previdên-cia no Senado.

Na reunião, Juçara Dutra Vieira pediu que o senador, na condição de líder do governo, inicie as negociações para aprovação de dis-positivo que assegure a regra de transição, uma vez que a reintrodução da matéria na Câmara dos Deputa-dos só será possível através de ação política entres as duas Casas.

A CNTE também atua para reintroduzir na Câmara dos Deputados, o artigo suprimido pelos senadores, que garantia a nova regra de transição para professores regentes de classe e conta com o apoio do deputados Carlos Abicalil (PT-MT) e a deputada Neide Apareci-da (PT-GO) que assumiram o desafi o de devolver esse direito aos educadores, e estão coletando assinaturas para apresentação da proposta de emenda na Câmara.

O Presidente Lula prometeu agendar o tema com o Ministro da Previdência e líderes do Congresso, infor-mando que o executivo é favorável à matéria.

Previdência em pauta

Cem mil cartilhas sobre a Con-versão da Dívida Externa em Recursos para a Educação fo-ram remetidas, em setembro, pela CNTE às entidades fi liadas para que sejam distribuídas en-tre educadores e a população em geral. Com isso, a Confederação espera, divulgar mais detalhada-mente sua proposta e, também, ampliar a campanha de cole-ta de assinaturas em favor da Conversão. A edição teve apoio político e fi nanceiro da CUT Nacional.

O Movimento lançado em janeiro, obteve, em 26 de abril, a adesão formal de diversas entidades da sociedade civil organizada e, no dia seguinte, foi objeto de grande manifestação na Esplanada dos Ministérios, quando mi-lhares de trabalhadores em educação vieram de todos os cantos do país para exigir que o governo adotasse como política ofi cial a proposta formulada pela CNTE.

Como resultado da pressão dos educadores, em 23 de junho o próprio MEC criou o Comitê Social pela Con-versão da Dívida Externa com o objetivo de estudar for-mas de obter, pela suspensão do pagamento, mais recur-sos para a educação.

A iniciativa tem repercutido internacionalmente e está incorporada à agenda da IE. O próprio presidente Lula observou, que, quando do perdão da dívida dos países africanos, o Brasil não exigiu nenhuma contrapartida, mas no futuro, orientará para que os recursos sirvam para ampliar o acesso à educação.

A dívida externa, hoje, é de, aproximadamente, R$ 503,2 bilhões. O Plano Nacional de Educação da So-ciedade Brasileira, proposto em 1999, recomenda um investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas do país) na Educação, o que daria, atualmente, cerca de R$ 185 bilhões.

Para aderir à Campanha, acesse www.cnte.org.br. Lá, também é possível fazer o download do modelo de abai-xo assinado e das peças de divulgação. Apóie essa idéia.

Funcionários valorizados

Fotos: Fundamento Comunicação & Marketing

Jornalista responsável:Marcelo Maiolino – Mtb 14.896

Redação e edição: Fundamento Comunicação & Marketing

Tiragem: 50 mil exemplares

E X P E D I E N T E

Jornal Mural da Confederação Nacional dos Tra ba lha do res em Educação

Foi aprovado, por unanimidade, dia 20 de setembro, na Comissão de Educação, Projeto da senadora Fáti-ma Cleide (PT-RO), incluindo na Lei de Diretrizes e Bases os funcionários de escolas como profi ssionais da educação.

O projeto representa a valorização de mais de um mi-lhão de trabalhadores e será, agora, apreciado pela Câ-mara.

Dias 24 e 25 de outubro, o MEC realizou seminário tendo em vista a implantação do Profuncionário em cinco estados e homologação de Diretrizes Curricula-res Nacionais para área de serviços de apoio escolar.

A partir dessa homologação, fi ca instituída, ofi cial-mente, a 21ª área profi ssional que certifi cará os fun-cionários em exercício e gerará demanda para novos interessados.

Fátima Cleide Senadora (ao centro)

Cartilha explica proposta

JORNAL MURAL da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – outubro/2005

A CNTE reuniu-se com a relatora da PEC do Fundeb (415/05), deputada Iara Bernardi (PT-SP), dia 19, em Brasília, quando conseguiu o apoio para a audiência pública, convocada pelo presidente Severiano Alves (PDT-BA), em novembro, e tratou da inclusão do Piso Salarial Nacional e de diretrizes de carreira no texto do projeto. Essa reunião fez parte da agenda da CUT que ocupou o Congresso durante todo o dia em defesa das propostas dos trabalhadores.

A PEC do Fundeb foi aprovada pela comissão de Constituição e Justiça da Câmara dia 29 de setem-

bro, com a supressão do § 3º, que autorizava a União a cortar despesas correntes para complementar o Fundo.

Na terça-feira anterior, a CNTE liderou manifestação na qual educadores distribuíram travesseiros com os dizeres “Quem age certo dorme bem. Diga não à cor-rupção e sim à educação”, numa alusão à paralisia do Congresso, por conta das CPIs. A PEC do Fundeb está desde 14 de julho no Congresso. Em novembro, a CNTE organizará caravanas de trabalhadores em educação para exigir a aprovação rápida da PEC.

Relatora do Fundo acata propostas da CNTE

Educadores ocupam a CCJ e distribuem travesseiro que foi o símbolo da campanha pela aprovação do texto

E D I T O R I A L

Os travesseiros de quem dorme com a consciência tranqüila, distribuídos pela CNTE em ato de pro-testo, realizado dia 27 de setembro, acordaram os parlamentares da Comissão de Constituição e Jus-tiça da Câmara dos Deputados para a necessidade de aprovar logo a PEC do Fundeb. Agora, temos outro desafi o: fazer com que a tramitação recupere e melhore o projeto original. Se depender do presi-dente Lula, isso pode acontecer ainda este ano.Nossas mobilizações têm sido fundamentais para introduzir uma agenda positiva na difícil conjun-tura política. A causa é justa, necessária, o Brasil precisa e o povo exige. Portanto, nós, trabalhado-res em educação, devemos continuar insistindo no nosso papel de contribuir para a construção de uma educação pública, gratuita e de qualidade.À CNTE cabe a função de coordenar esforços e de atuar como interlocutora perante o governo e o parlamento, o que tem resultado em avanços. Esse papel se reveste de legitimidade ainda maior do que a própria história da Confederação lhe confere, na medida em que se dá sustentado pela indepen-dência sindical expressa, também, na atuação das entidades fi liadas. Elas estão convocadas a promo-verem caravanas e ocuparem espaços de pressão no Congresso Nacional e sobre os parlamentares de seus estados.

E o Fundeb, finalmente, passou...

A oito semanas do encerramento dos trabalhos no Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse, durante audiência, sexta-feira, 21, a re-presentantes dos trabalhadores em educação, liderados pela Presidente da Confederação Nacional dos Traba-lhadores em Educação (CNTE), Juçara Dutra Vieira, que irá mobilizar a bancada do Governo a apressar a votação do Fundeb para este ano.

A viabilização do Fundeb é uma das principais reivin-dicações CNTE por englobar o fi nanciamento a toda educação básica. Caso seja votado ainda em 2005, o Governo poderá dar início ao investimento na ordem de R$ 4 bilhões previstos para os próximos quatro anos. A CNTE lutará pela ampliação e para que esses recursos sejam percentuais e não apenas valores nomi-nais. Durante a audiência, que também contou com a presença do Ministro da Educação Fernando Haddad e o Secretário da Educação Básica do MEC, Francisco das Chagas Fernandes, Juçara Vieira reiterou que “o fi nanciamento é estratégico para que se promova edu-cação de qualidade” e apresentou ao Presidente Lula dois painéis com uma tabela, por estado, de salários de funcionários e professores de escolas públicas da educação básica. O Presidente pôde verifi car o rebai-xamento generalizado de salários, como por exemplo, de Pernambuco, cujo salário-base de um funcionário

Lula quer Fundeb ainda este ano

de escola é de R$ 177,05 e R$ 230,00 de um professor para 30 horas de serviço. Ou seja, professores e fun-cionários de escola naquele estado ganham menos que um salário mínimo. Atualmente, a média nacional de salários fi ca em torno de R$ 500,00 a R$ 700,00 para quem já tem mais de 10 anos de serviço.

O piso salarial nacional não faz parte da PEC do Fun-deb. O Ministro da Educação, porém, se comprometeu a introduzir esse item para, posteriormente, fi xar em lei um valor para o piso. Esse valor, debatido na última reunião do GAT (Grupo de Assessoramento Técnico da CNTE) está sendo estudado pelos estados para ser fi xado na lei complementar.

Mercadante recebe Juçara

Silvina e Juçara apresentam quadro salarial ao presidente

CNTE cobra inclusão do Piso Salarial Nacional no projeto que tramita na Câmara

Cartilha sobre a conversão da dívida tem apoio da CUT

Relatora do Fundo acata propostas da CNTERelatora do Fundo acata propostas da CNTE

Educadores ocupam a CCJ e distribuem travesseiro que foi o símbolo da campanha pela aprovação do texto