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Luís Rodrigues 7 DE OUTUBRO DE 2008 7 DE OUTUBRO DE 2008

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Page 1: Luís Rodrigues 7 DE OUTUBRO DE 2008. 1ª Parte (aproximadamente uma hora e vinte minutos) Ler e interpretar criticamente textos seminais de epistemologia

Luís Rodrigues

7 DE OUTUBRO DE 20087 DE OUTUBRO DE 2008

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1ª Parte (aproximadamente uma hora e vinte minutos)

Ler e interpretar criticamente textos seminais de epistemologia contemporânea.

Esclarecer dúvidas.

Intervalo (dez, quinze minutos)

2ª parte (aproximadamente uma hora e quinze minutos)

Discutir, racional e informadamente, tópicos e argumentos de epistemologia.

Fazer exercícios (não contam para avaliação).

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Usar preferencialmente o Principio da Caridade, segundo o qual devemos conceder respeito e crédito ao filósofo e à teoria que propõe.

Usar correcção de raciocínio.

Tentar usar apenas premissas plausíveis para estabelecer conclusões plausíveis.

Evitar uma posição dogmática ou doutrinal.

Tratar criticamente os problemas.

Antecipar objecções à nossa própria posição e tentar respondê-las eficazmente.

Ser tanto quanto possível objectivo e relevante.

Aconselha-se Guidelines on Writing a Philosophy Paper, de Jim Pryor, disponível em:

www.jimpryor.net/teaching/guidelines/writing.html

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§ 1

Qual é o objectivo do artigo de Gettier?

Desafiar a tese (Definição Tripartida do Conhecimento) segundo a qual a obtenção conjunta das três seguintes condições é suficiente para haver conhecimento factual/proposicional:

i) Crença

ii) Verdade

iii) Justificação

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§ 1Qual é a estratégia usada por Gettier no artigo para atingir o seu objectivo?

1—Começa por identificar na literatura filosófica três análises tripartidas do conhecimento:

a) a referida (mas talvez não defendida) por Platão: a DTC.

b) a defendida por Chisholm,

c) a defendida por Ayer.

2—Apresenta dois contra-exemplos que falsificam todas essas análises, mas em especial a (a), ao mostrarem que a conjunção das condições por elas estabelecidas não é suficiente para que haja conhecimento.

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§ 1A falsificação de (b) e de (c) está dependente de as condições

(iii) por elas estipuladas serem substituíveis pela condição (iii) de (a). Quer dizer, depende de as condições (iii-b) “S ter suficiente evidência para p” e (iii-c) “S ter o direito de ter a certeza que p” serem substituíveis pela condição (iii-a) “S está justificado em acreditar em p”.

(Questão 1— Será que as três condições são mesmo substituíveis?)

Antes de responder apressadamente, pensar se S ter evidência para acreditar em p é suficiente para estar justificado em acreditar em p ou se S estar justificado em acreditar em p é suficiente para ter o direito a ter a certeza que p.)

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§ 2

1—No sentido do termo “Justificação” usado no artigo, é possível S estar justificado em acreditar em p e esta proposição ser falsa.

(Neste sentido fraco de “justificação”, a justificação não é factiva)

(Questão 2— Haverá vários graus de justificação epistémica?)

2—Princípio do Fecho da Justificação Epistémica:

Para qualquer p, se S está justificado em acreditar que p, e se p implica que q, e se S deduz q de p, aceitando q como resultado dessa dedução, então S está justificado em acreditar que q.

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§ 3, primeiro caso (primeiro contra-exemplo)

Smith e Jones concorrem a um emprego.

Smith possui forte evidência para a seguinte proposição:

(d) Jones é o homem que vai conseguir o trabalho, e Jones tem dez moedas no bolso”

A forte evidência de Smith para (d) é:

i) O presidente da empresa assegurou a Smith que o emprego seria do Jones.

ii) Smith contou há dez minutos as dez moedas que Jones tinha no bolso.

(Questão 3— O que é que faz esta evidência ser forte? Se é que é forte.)

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§ 3, primeiro caso (primeiro contra-exemplo)

A proposição (d) implica a seguinte proposição:

(e) O homem que vai conseguir o emprego tem dez moedas no bolso.

Smith vê que (d) implica (e), aceitando (e) com base em (d). Smith está justificado em acreditar que (e) é verdadeira.

Smith está justificado em acreditar na proposição (e) porque está justificado em acreditar na proposição (d) e esta implica aquela—Princípio do Fecho da Justificação.

)

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§ 3, primeiro caso (primeiro contra-exemplo)

S=Smith

J=Justificado

A=Acreditar em.... (ou acreditar que...)

d= proposição d

e= proposição e

Princípio do Fecho da Justificação aplicado a este caso:

1) S J A d

2) d → e

Por conseguinte, 3) S J A e

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§ 4, primeiro caso (primeiro contra-exemplo)

Agora, sem que Smith saiba, ele próprio vai conseguir o emprego e tem 10 moedas no bolso.

Portanto , i) Smith acredita em (e)

ii) A proposição (e) é verdadeira,

iii) Smith está justificado em acreditar em (e)

Mas Smith não sabe que (e) é verdadeira, uma vez que (e) é verdadeira em virtude do número de moedas que Smith tem no bolso e Smith não sabe quantas moedas tem no bolso, além de que não sabe que é ele próprio e não jones que vai conseguir o emprego.

(Smith não tem acesso ao que torna a proposição verdadeira. Apesar de estar justificado em acreditar na verdade, acerta na verdade por sorte, algo que impede de lhe possamos atribuir conhecimento)

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