ludimila nunes zini mondino avaliaÇÃo do risco de ... ludimila nunes... · estudo de...

113
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE FARMÁCIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO (STRICTO SENSU) EM CIÊNCIAS APLICADAS A PRODUTOS PARA SAÚDE LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE HIPOTENSÃO DURANTE INDUÇÃO DE RAQUIANESTESIA, EM PACIENTES TRATADOS CRONICAMENTE COM FÁRMACOS ANTI- HIPERTENSIVOS NITERÓI 2011

Upload: hoanghanh

Post on 07-Feb-2019

224 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE FARMÁCIA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO (STRICTO SENSU) EM CIÊNCIAS

APLICADAS A PRODUTOS PARA SAÚDE

LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO

AVALIAÇÃO DO RISCO DE HIPOTENSÃO DURANTE

INDUÇÃO DE RAQUIANESTESIA, EM PACIENTES

TRATADOS CRONICAMENTE COM FÁRMACOS ANTI-

HIPERTENSIVOS

NITERÓI

2011

Page 2: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

ii

LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO

AVALIAÇÃO DO RISCO DE HIPOTENSÃO

DURANTE INDUÇÃO DE RAQUIANESTESIA, EM

PACIENTES TRATADOS CRONICAMENTE COM

FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS.

Dissertação apresentada ao Curso de Pós

Graduação em Ciências Aplicadas a

Produtos para Saúde da Universidade

Federal Fluminense, como requisito

parcial para obtenção do grau de Mestre.

Área de concentração:Multidisciplinar

Orientadora: Profa. Dra.

Sabrina Calil Elias

Coorientador (a): Profa. Dra.

Selma Rodrigues de Castilho

Niterói

2011

Page 3: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

iii

M Mondino, Ludimila Nunes Zini.

Avaliação do risco de hipotensão arterial durante a indução de

raquianestesia em pacientes tratados cronicamente com fármacos anti-

hipertensivos.

Ludimila Nunes Zini Mondino – Niterói, 2011.

113f

Dissertação de Mestrado (Muldisciplinar- Programa de Pós Graduação

(Stricto Sensu) em Ciências Aplicadas a Produtos para Saúde) – Universidade

Federal Fluminense, 2011.

Orientador(a): Profa. Dra.

Sabrina Calil Elias

Coorientador(a): Profa. Dra.

Selma Rodrigues de Castilho

Bibliografia: f. 67-83

1. Hipotensão. 2. Cirurgia ortopédica 3.Fatores de risco

4. Bupivacaína. 5. Raquianestesia.

I. Universidade Federal Fluminense. II. Título.

CDD

Page 4: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

iv

LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO

AVALIAÇÃO DO RISCO DE HIPOTENSÃO DURANTE INDUÇÃO DE

RAQUIANESTESIA, EM PACIENTES TRATADOS CRONICAMENTE COM

FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS.

Dissertação apresentada ao Curso de Pós

Graduação em Ciências Aplicadas a

Produtos para Saúde da Universidade

Federal Fluminense, como requisito

parcial para obtenção do grau de Mestre.

Área de concentração: Multidisciplinar

Aprovado em 12 de setembro de 2011

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________________

Prof°. Dr. Paulo A. Melo

Universidade Federal do Rio de Janeiro

________________________________________________________________

Prof°. Dr. Wolney de Andrade Martins

Universidade Federal Fluminense

________________________________________________________________

Profo. Dr. Wilson da Costa Santos

Universidade Federal Fluminense

________________________________________________________________

Profa. Dra.

Selma Rodrigues Castilho

Universidade Federal Fluminense – UFF

________________________________________________________________

Profa. Dra.

Sabrina Calil Elias

Universidade Federal Fluminense – UFF

Page 5: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

v

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus, pois minha fé, confiança e coragem me trouxeram

até aqui, vencendo mais uma batalha.

Aos meus familiares, pelo enorme carinho, força e incentivo.

À Professora Dra. Sabrina Calil Elias, minha orientadora, que com sua

experiência e paciência, soube conduzir-me na realização deste trabalho.

À Professora Dra. Selma Rodrigues Castilho, pela co-orientação.

Ao Dr. Affonso Zugliani, Chefe do Serviço de Anestesiologia do INTO,

pela ajuda.

Ao Professor Dr. Joel Correa, pela ajuda no tratamento dos dados.

Aos professores do Curso pela oportunidade que nos deram.

Enfim, o meu sincero agradecimento a todos que direta ou indiretamente

participaram da realização deste trabalho

Page 6: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

vi

Dedico esta obra, primeiramente, a Deus que me deu sabedoria para

concluir o curso que almejei. À minha família pelo apoio e incentivo. Aos amigos

e professores que me ajudaram a cada dia desta longa jornada

Page 7: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

vii

"O que prevemos raramente ocorre; o que menos esperamos geralmente

acontece".

(Benjamin Disraeli)

Page 8: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

viii

RESUMO

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO RISCO DE HIPOTENSÃO DURANTE

INDUÇÃO DE RAQUIANESTESIA, EM PACIENTES TRATADOS

CRONICAMENTE COM FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS.

Resumo. A Raquianestesia com bupivacaína isobárica 0,5% (BP) é amplamente

utilizada para cirurgia ortopédica de artroplastia primária de quadril (AQ), e a

hipotensão Arterial é uma das complicações mais freqüentes desta técnica. O

objetivo deste estudo foi quantificar a incidência de hipotensão arterial em pacientes

submetidos à AQ e identificar fatores de risco independentes associados ao

aumento da incidência de hipotensão após a indução da raquianestesia.

Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de

anestesia de pacientes de ambos os sexos, com uso de BP e idade igual ou superior

a 40 anos. De acordo com os critérios pré-definido de "hipotensão

arterial" (diminuição da pressão arterial média (PAM) maior que 30% do valor da

PAM na pré-indução ou quando a PAM for inferior a 70mmHg), o evento foi

detectado em 35,3% (n = 284) dos pacientes incluídos na análise. O risco relativo

para hipotensão em pacientes que usam inibidores da ECA ou diuréticos é de 1,66 e

1,63 vezes, respectivamente. Por análise multivariada, idade (OR-1,034),

hipertensão arterial (OR-2,44) e / ou diabetes melittus (OR- 17,14) foram

independentemente associados com a ocorrência de hipotensão durante a indução

da raquianestesia.

Palavras chaves: hipotensão, raquianestesia, fatores de risco, cirurgia

ortopédica e bupivacaína.

_________________________________________________________________

* O estudo foi conduzido no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia e

apoiado pela Universidade Federal Fluminense.

Page 9: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

ix

ABSTRACT

Summary. Spinal anesthesia with isobaric bupivacaine 0,5% (BP) is widely used

for orthopedic surgery of primary hip arthroplasty (AQ), and the hypotension is

one of the most frequent complications of this technique. The goal of this study

was to quantify the incidence of hypotension in patients undergoing AQ and

identify independent risk factors associated with increased incidence of

hypotension after induction of anesthesia.

Case-Control study was conducted, with the analysis of 937 (100%) anesthesia

records of patients of both sexes, use of BP and age equal or greater than 40

years. According to the predefined criteria of "hypotension" (decrease > 30% of

Mean arterial blood preassure (MAP) in the pre-induction or when MAP <70

mmHg), the event was detected in 35.3% (n = 284) of the patients included in the

analysis. The relative risk for hypotension in patients who use ACE inhibitors or

diuretics is 1.66 and 1.63 times respectively. By multivariate analysis, age (OR-

1,034), hypertension (OR-2,44) and/or presence of diseases diabetes (OR-17,14)

were independently associated with the occurrence of hypotension during

induction of anesthesia.

Key words. hypotension, spinal anesthesia, risk factors, orthopedic surgery

and bupivacaine

_________________________________________________________________

*The study was conducted at the National Institute of Traumatology

and Orthopedics and supported by the University Fluminense

Page 10: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

x

SUMÁRIO

Pag

1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 14

2 REVISÃO DA LITERATURA............................................................. 18

2.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL............................................................... 18

2.1.1 Definição e Classificação da hipertensão arterial.............................. 19

2.1.2 Fatores de Risco da Hipertensão Arterial.......................................... 20

2.2 HIPERTENSÃO E O PERÍODO PERIOPERATÓRIO....................... 27

2.3 TERAPIA ANTI-HIPERTENSIVA CRÔNICA E PERÍODO PRÉ-

OPERATÓRIO..........................................................................................

33

2.3.1 Beta-Bloqueadores (BB)................................................................... 33

2.3.2 Bloqueadores dos Canais de Cálcio (BCC)...................................... 34

2.3.3 Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) /

Antagonistas dos Receptores de Angiotensina II (ARAII)........................

36

2.3.4 Diuréticos........................................................................................... 38

2.3.5Agonistas α2 Adrenérgicos ............................................................... 39

2.4 ANESTÉSICOS................................................................................... 40

2.4.1 Anestésicos Gerais............................................................................. 41

2.4.2Anestésicos Locais............................................................................. 41

3 OBJETIVO............................................................................................. 45

3.1 OBJETIVO GERAL............................................................................ 45

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................... 45

4 METODOLOGIA................................................................................. 47

4.1 LOCAL DO ESTUDO........................................................................ 47

4.2 TIPO DE ESTUDO.............................................................................. 47

4.3 VARIÁVEIS ANALISADAS NO ESTUDO..................................... 48

4.4 FORMA DE ANÁLISE DOS RESULTADOS................................. 50

5 RESULTADOS...................................................................................... 52

6 DISCUSSÃO........................................................................................... 60

7 CONCLUSÕES...................................................................................... 65

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................. 67

Page 11: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

xi

9 ANEXOS................................................................................................ 84

9.1 ANEXO 01 (Ficha de Anestesia).......................................................... 85

9.2 ANEXO 02 (Ficha de Aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa do

INTO)..........................................................................................................

86

9.3 ANEXO 03(certificados dos trabalhos apresentados no X Encontro

de Pós-Graduação em Cardiologia UFF-Incor/USP) ............................ ...

88

10 APÊNDICE........................................................................................... 90

10.1 APÊNDICE 01 (Resumo : UFF-Incor/USP)....................................... 91

10.2 APÊNDICE 02(Resumo : UFF-Incor/USP)........................................ 93

10.3APÊNDICE 03(artigo: Incidence and risk factors for hypotension

after induction of spinal)………………………………………………….

95

Page 12: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

xii

LISTA DE ABREVIATURA

AQ - Artroplastia Primária de quadril não cimentada ou híbrida

ARA II Antagonistas dos receptores de Angiotensina II

BB - β-Bloqueadores adrenérgicos

BCC - Bloqueadores dos Canais de Cálcio

BP - Bupivacaína isobárica 0,5 %

D - Diuréticos

H - Hipotensão Arterial

HA - Hipertensão Arterial

IECA - Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina

INTO - Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia

PAD - Pressão Arterial Diastólica

PAM - Pressão Arterial Média

PAS - Pressão Arterial Sistólica

Page 13: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

xiii

LISTA DE FIGURAS (TABELAS)

Pag

Tabela I: Relação de pacientes que tiveram queda percentual na PAM

durante a indução anestésica.........................................................

52

Tabela II: Variáveis quantitativas analisadas no estudo e sua relação com

hipotensão arterial na indução anestésica.....................................

54

Tabela III: Tabela III: Variáveis qualitativas analisadas no estudo e sua

relação com hipotensão arterial na indução anestésica................

55

Tabela V: Exames laboratoriais pré-operatórios...........................................

57

Tabela VI: Resultados da Regressão Logística para as variáveis analisadas

no estudo......................................................................................

58

Tabela VII: Relação das classes de fármacos anti-hipertensivos relacionadas

à incidência de hipotensão arterial na indução anestésica............

59

Page 14: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

1 INTRODUÇÃO

Os avanços nas técnicas anestésicas e cirúrgicas levaram ao aumento no número de

pacientes submetidos à cirurgia, especialmente idosos, muitos dos quais apresentam

enfermidades crônicas e são polimedicados (KENNEDY et al., 2000). Medicamentos de uso

contínuo podem agravar os riscos da indução anestésica ou da intervenção cirúrgica e são,

freqüentemente, suspensos no período perioperatório (NOBLE et al., 2002; ROURE, 2003). A

decisão de manter ou suspender um medicamento não depende exclusivamente do fármaco

em questão, mas também de outros fatores como a gravidade da doença pela qual se indicou o

medicamento, o grau de controle alcançado com o tratamento, a presença de outras doenças, o

procedimento cirúrgico e a técnica anestésica. Deste modo, é imprescindível dispor de

informações clínicas e farmacológicas que permitam realizar uma avaliação individualizada

da relação risco-benefício (ROURE, 2003). Na maioria dos casos, os benefícios de manter o

medicamento de uso crônico superam os riscos (NOBLE et al., 2002).

A questão chave é saber diferenciar o medicamento necessário do não necessário ou

prejudicial (KENNEDY et al., 2000; MERCADO et al., 2003; ROURE, 2003). Sabe-se que a

interrupção brusca dos beta-bloqueadores adrenérgicos, antes de um procedimento cirúrgico,

pode acarretar a isquemia miocárdica (JIN et al., 2001; MICHOTA et al., 2002; TEN et al.,

2003, WOLF & MCGOLDRICK, 2011). Em geral, recomenda-se suspender, de forma

Page 15: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

15

transitória, todo medicamento com risco elevado de gerar complicações no procedimento

cirúrgico. Nestes casos, a meia-vida de eliminação do fármaco deve orientar o cálculo do

tempo necessário de suspensão do medicamento antes do procedimento cirúrgico (>3-5

meias-vidas de eliminação - tempo suficiente para eliminar completamente o fármaco e seus

metabólitos) (SMITH et al., 1996; MICHOTA et al., 2002; MERCADO et al., 2003).

Apesar dos avanços na medicina, a ocorrência de complicações no período

perioperatório e pós-operatório são freqüentes, especialmente as alterações cardiovasculares

(NOBLE et al., 2002). Muitos fármacos não-relacionados à cirurgia podem ser considerados

como fatores de risco. Em um estudo observacional com 1025 pacientes realizado por

Kennedy e colaboradores (2000), observou-se que os pacientes tratados cronicamente com

determinados fármacos (não relacionados com o procedimento cirúrgico) apresentavam risco

2,7 vezes superior de complicações pós-operatórias quando comparados com os pacientes que

não faziam uso crônico de fármacos. Entretanto, a retirada brusca de alguns deles podia

aumentar a taxa de complicações de forma proporcional ao tempo de suspensão do

medicamento. O risco de desenvolver complicações no período perioperatório e pós-

operatório era especialmente elevado no caso dos pacientes em tratamento com fármacos de

ação cardiovascular: 12% dos pacientes apresentavam uma complicação não cirúrgica quando

a terapia era suspensa por um período menor ou igual a dois dias; este percentual alcançava

27% quando a terapia era suspensa por um período maior que dois dias (KENNEDY et al.,

2000).

O manejo adequado da terapia com medicamentos não relacionados ao procedimento

cirúrgico é muito relevante. Em todo mundo, milhões de pacientes se submetem

frequentemente a intervenções cirúrgicas e a decisão de manter ou não a terapia

Page 16: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

16

medicamentosa no período perioperatório é um aspecto complexo e pouco estudado (NOBLE

et al., 2002; GOLDSTEIN et al., 2003; MERCADO et al., 2003).

Estima-se que 25% de todos os pacientes submetidos a um procedimento cirúrgico

fazem uso de medicamentos em longo prazo (SEAR et al., 2002). A decisão de suspender

determinados medicamentos antes da cirurgia é complexa. No pré-operatório, é importante

evitar o uso de medicamentos que podem interagir negativamente com agentes

anestésicos. Medicamentos anti-hipertensivos podem causar complicações cardiovasculares,

como hipotensão ou isquemia miocárdica. Medicamentos psicoativos podem causar sedação

prolongada. Agentes antitrombóticos podem aumentar os riscos de hemorragia durante a

cirurgia. A decisão de suspender determinados medicamentos deve ser baseada em dados

clínicos disponíveis e opinião de especialistas. Para alguns fármacos existem recomendações

de consensos, mas para outros as informações disponíveis são limitadas e controversas. A

maioria dos estudos são de casos clínicos isolados, opiniões de profissionais experientes ou de

considerações teóricas extrapoladas a partir da experiência obtida com fármacos similares e

não de ensaios clínicos controlados, favorecendo a coexistência de diversas tendências na

prática clínica (CHENG et al., 1998; SEAR et al., 2002).

A atuação do profissional farmacêutico através do programa de reconciliação

medicamentosa, proposta pelo Institute of Healthcare Improvement, na coleta e verificação de

todo o histórico medicamentoso do paciente, garante a precisão de medicamentos e doses e a

verificação de possíveis interações com anestésicos (ROGERS et al.,2006). Além disso, pode

contribuir positivamente na decisão médica a respeito do uso ou interrupção destes no pré-

operatório, visto que os dados nesta área são insuficientes em fornecer recomendações

baseadas em evidências e suportar protocolos fixos.

Page 17: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

17

Dados anteriores da Unidade de Farmácia do Instituto Nacional de Traumatologia e

Ortopedia (INTO), instituição pública federal, referência nacional para cirurgias de alta

complexidade em ortopedia no estado do Rio de Janeiro, sugeriram a existência de diferentes

condutas de prescrição de fármacos anti-hipertensivos durante o período pré-operatório

(NUNES, et al., 2008). A suspensão de fármacos anti-hipertensivos antes da cirurgia tem

como objetivo diminuir o risco de ocorrência de hipotensão associada à anestesia, mas

apresenta como revés a maior incidência de crise hipertensiva e consequentemente adiamento

da cirurgia.

Este estudo tem como objetivos determinar a incidência de hipotensão arterial após

indução anestésica, a identificação de fatores de risco independentes associados com aumento

da incidência de hipotensão arterial e a determinação das classes de fármacos anti-

hipertensivos relacionadas a uma maior incidência de hipotensão associada à anestesia.

Page 18: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

18

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL

A hipertensão arterial (HA) é uma doença cardiovascular crônica, altamente prevalente,

de elevado custo econômico-social, principalmente em decorrência das suas complicações,

tais como: doença cerebrovascular, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca,

insuficiência renal crônica e doença vascular de extremidades (CORRÊA, et al., 2006).

A prevalência mundial estimada é da ordem de um bilhão de indivíduos hipertensos

(CHOBANIAN, et al., 2003). De acordo com os dados da VI Diretriz Brasileira de HA

(2010), Inquéritos populacionais em cidades brasileiras nos últimos 20 anos apontaram uma

prevalência de HAS acima de 30%. Considerando-se valores de PA ≥ 140/90 mmHg, 22

estudos encontraram prevalências entre 22,3% e 43,9%, (média de 32,5%), com mais de 50%

entre 60 e 69 anos e 75% acima de 70 anos.

Em mais de 90 % dos casos de hipertensão nenhuma causa é encontrada, sendo

diagnosticada Hipertensão Arterial Sistólica (HAS) primária ou essencial (DERKX &

SCHALEKAMP et al, 1994). A principal dificuldade na descoberta do mecanismo ou

mecanismos responsáveis pela hipertensão desses pacientes pode ser atribuída à variedade dos

Page 19: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

19

sistemas que estão envolvidos na regulação da pressão arterial, bem como a complexidade das

relações desses sistemas uns com os outros (KEARNEY et al., 2005).

2.1.1 Definição e Classificação da hipertensão arterial

A Organização Mundial de Saúde no ano de 1978 definiu como necessárias, para se

considerar um adulto como hipertenso, três medidas da Pressão arterial (PA) realizadas em

duas ocasiões diferentes, os valores considerados são:

Normotensos: Pressão Arterial Sistólica (PAS) < 140 mmHg e Pressão Arterial Diastólica

(PAD) < 90mmHg;

Hipertensos limítrofes : PAS > 140 e < 160 mm Hg e/ou PAD > 90 e < 95 mmHg

Hipertensos : PAS = 160 mmHg e/ou PAD = 95 mmHg (BROTT et al, 1986).

Uma nova classificação de hipertensão arterial foi publicada pela Sociedade Americana

de Hipertensão através do VII relatório do Joint National Committee – Arterial Hipertension –

JNC 7(2003). As categorias de pressão arterial foram reduzidas a três: normal, pré-

hipertensão e hipertensão. A definição de “normal”, em JNC 7, é a mesma que previamente

era considerada normal, ou seja pressão arterial sistólica < 120 mmHg e pressão arterial

diastólica < 80 mmHg. A nova categoria, pré-hipertensão, é a alteração mais significativa no

esquema de classificação e representa PAS de 120 a 139 mm Hg ou PAD de 80 a 89 mm Hg.

O relatório do JNC 7 considera hipertensão arterial sistólica um fator de risco mais importante

do que a hipertensão arterial diastólica, no caso de pacientes com mais de 50 anos. Estes

pacientes serão beneficiados com o controle da hipertensão sistólica em decorrência da

mudança no estilo de vida ou terapia medicamentosa.

Page 20: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

20

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010) os limites de pressão

arterial são divididos em diferentes extratos de risco cardiovascular e, na avaliação dos

pacientes, deve-se considerar também a presença de fatores de risco, lesões de órgãos-alvo e

doenças associadas. A acurácia do diagnóstico de hipertensão arterial depende

fundamentalmente dos cuidados dispendidos nas medidas da pressão arterial. Minimizam-se,

assim, os riscos de falsos diagnósticos, tanto da hipertensão arterial quanto da normotensão, e

suas repercussões na saúde dos indivíduos e no custo social envolvido.

De acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010) os valores que

permitem classificar os indivíduos adultos acima de 18 anos, de acordo com os níveis de

pressão arterial são:

Normotensos : PAS < 130 mmHg e PAD < 85mmHg;

Hipertensos limítrofes : PAS = 130-139 mm Hg e/ou PAD = 85-89 mmHg;

Hipertensos : PAS > 140 mmHg e/ou PAD > 90 mmHg.

A PAS elevada é fator preditivo mais forte para os eventos cardiovasculares que a PAD

e a hipertensão sistólica isolada. Quanto maior for o nível da hipertensão, maior o risco de

infarto do miocárdio, falência cardíaca e renal, numa relação linear (LEWINGTON, et al.,

2002).

2.1.2 Fatores de Risco da Hipertensão Arterial

As principais causas da hipertensão primária são herança, grupo étnico, idade, classe

social, ingestão de eletrólitos na dieta, obesidade e uso excessivo de álcool (LOLIO, 1990).

Page 21: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

21

Idade: A pressão arterial aumenta linearmente com a idade (VASAN et al., 2001) . O risco

relativo de desenvolver doença cardiovascular associado ao aumento da pressão arterial não

diminui com o avanço da idade e o risco absoluto aumenta consideravelmente

(LEWINGTON, et al., 2002). Em indivíduos jovens, a hipertensão se deve principalmente da

elevação na pressão diastólica, enquanto a partir dos sessenta anos de idade o principal

componente é a elevação da pressão sistólica (FRANKLIN, et al., 2005).

Sexo e grupo étnico: A prevalência global de hipertensão entre homens (26,6%) e mulheres

(26,1%) mostra que sexo não é um fator de risco para hipertensão. Estimativas globais

sugerem taxas de hipertensão mais elevadas para homens até os 50 anos e para mulheres a

partir dos 60 anos de idade (KEARNEY et al., 2005). Hipertensão é mais prevalente em

mulheres afrodescendentes com excesso de risco de hipertensão de até 130 % em relação às

mulheres brancas (LESSA, 2001).

Fatores socioeconômicos: Nível socioeconômico mais baixo está associado à maior

prevalência de hipertensão arterial. Isto provavelmente se deve aos hábitos dietéticos,

incluindo alto consumo de sal e ingestão de álcool. Fatores estes associados ao aumento do

peso corporal (índice de massa corpórea aumentado) devido a má alimentação, estresse

psicossocial, menor acesso aos cuidados e serviços de saúde e menor nível educacional

(DRUMMOND & BARROS, 1999).

Ingestão de eletrólitos na dieta: O sódio é o principal cátion do fluido extracelular e um dos

principais minerais do plasma. É denominado eletrólito porque encontra-se dissolvido no

corpo como partículas carregadas eletricamente (íons). A principal função desse eletrólito

consiste em modular a permuta de líquidos entre os vários compartimentos do corpo, o que

Page 22: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

22

permite uma troca constante e bem regulada dos nutrientes e dos produtos de desgaste entre a

célula e o seu meio externo, sendo essencial à manutenção da pressão osmótica do sangue,

plasma e fluidos intercelulares. Como íon dominante do fluido extracelular, o sódio regula o

tamanho desse compartimento, bem como o volume plasmático (MAHAN et al., 1995), e

talvez a função mais importante dele seja o seu papel no estabelecimento dos gradientes

elétricos apropriados através das membranas celulares. Essa diferença elétrica entre o exterior

e o interior da célula é necessária para a transmissão dos impulsos nervosos, para a

estimulação e contração dos músculos e para o bom funcionamento das glândulas.

Cerca de 90 a 95% da perda normal do sódio corpóreo ocorre pela via urinária, o

restante é perdido pela transpiração e fezes (MAHAN et al., 1995). Se a ingestão de sódio for

baixa, o hormônio aldosterona age sobre os rins com a finalidade de conservar o sódio e sua

excreção urinária diminui. Quando os níveis de sódio no sangue aumentam, os receptores no

hipotálamo estimulam a sensação da sede e o excesso é excretado na urina(MAHAN et al.,

1995). Portanto, é importante que se mantenha uma equilibrada ingestão de sódio, para que a

homeostase hidroeletrolítica seja mantida. De acordo com a Food and Nutrition Board a

recomendação máxima para adultos é de 2.400 mg por dia (ALDERMAN et al., 1998).

A restrição da ingestão de sódio é recomendada como terapia da hipertensão arterial,

mas há relatos dos efeitos indesejáveis, secundários a esta conduta, como alteração na

sensibilidade à insulina, aumento na concentração de lipídeos plasmáticos em jejum e na

atividade nervosa simpática. A literatura é controversa quanto ao benefício da restrição salina

sobre o estabelecimento e progressão da doença vascular coronariana (ALDERMAN, 2000;

MELANDER et al., 2000; OKAMOTO et al., 2004).

Page 23: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

23

Alderman e colaboradores (1998) analisaram, em um estudo prospectivo, a associação

entre a quantidade de sódio ingerida e a morbimortalidade em hipertensos. Tal estudo

demonstrou que, após o ajuste para idade e raça, a incidência de infarto agudo do miocárdio

em homens foi cerca de 4 vezes maior em indivíduos cuja dieta continha maior teor

sódico(ALDERMAN et al., 1998). A restrição de sódio ativa o sistema renina-angiotensina-

aldosterona. Em situações de baixa ingestão de sódio, a angiotensina II, que é produzida no

túbulo proximal, estimula a reabsorção de sódio pela membrana apical desta porção do rim. O

peptídeo atrial natriurético antagoniza tal efeito da angiotensina II, neste caso apresentando

sua ação reduzida. Na vigência de desbalanço do volume sódio-potássio ou somente do sódio,

podem ocorrer danos como microangiopatia, necrose e fibrose em tecidos vasculares, coração

e rins (ABREU et al., 2001).

O excesso de consumo de sódio contribui para a ocorrência de hipertensão arterial. A

relação entre aumento da pressão arterial e avanço da idade é maior em populações com alta

ingestão de sal. Povos que consomem dieta com reduzido conteúdo deste têm menor

prevalência de hipertensão e a pressão arterial não se eleva com a idade (MANCILHA-

CARVALHO & SOUZA E SILVA, 2003)

Obesidade: Verifica-se na atualidade um aumento significativo no número de obesos,

chegando a proporções epidêmicas em alguns países (ASCIONE & ANGELINI, 2003). A

obesidade está associada a diversos fatores de risco para doença arterial coronariana

(BRANDT et al., 2001; ASCIONE & ANGELINI, 2003; REEVES et al., 2003).Segundo a

OMS o excesso de massa corporal é um fator predisponente para a hipertensão, podendo ser

responsável por 20 % a 30 % dos casos de hipertensão arterial ; 75 % dos homens e 65 % das

mulheres apresentam hipertensão diretamente atribuível ao sobrepeso e a obesidade. Apesar

Page 24: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

24

do ganho de peso estar fortemente associado com o aumento da pressão arterial, nem todos os

indivíduos obesos tornam-se hipertensos. A obesidade central está mais intimamente

associada com o aumento dos níveis de pressão arterial do que a obesidade periférica (DE

SIMONE, et al., 2005).

Estudos observacionais mostraram que ganho de peso e aumento da circunferência da

cintura são índices prognósticos importantes de hipertensão arterial, sendo a obesidade

central um importante indicador de risco cardiovascular aumentado (CARNEIRO et al., 2003;

NISKANEN et al.,2004). Indivíduos com nível de pressão arterial ótimo, que ao correr do

tempo apresentam obesidade central, têm maior incidência de hipertensão (DE SIMONE, et

al., 2005). A perda de peso acarreta redução da pressão arterial (NETER et al., 2003).

A obesidade se caracteriza como um estado de leve grau de inflamação sistêmica, onde

marcadores como a proteína C-reativa (PCR) e citocinas como a interleucina-6 (IL-6)

encontram-se elevadas. A presença de inflamação sistêmica está relacionada ao risco de

desenvolvimento de doença cardiovascular e diabetes mellitus do tipo 2 (DM 2), o que reduz

a expectativa de vida nos pacientes obesos (BRANDT et al., 2001). Os obesos devem,

portanto, ser estimulados a reduzir seu peso antes de cirurgias eletivas, o que se constitui

numa medida preventiva importante para a redução da morbidade e custo (GUARAGNA et

al., 2004).

Álcool: Os efeitos do consumo de bebidas alcoólicas sobre as doenças cardiovasculares são

complexos e ainda não completamente esclarecidos. Apesar das dúvidas sobre o efeito de

baixas quantidades de álcool sobre a pressão arterial (PA), o hábito de consumir dois a três

drinques por dia é, inequivocamente, o limiar para elevação da PA (MOREIRA et al.,1998).

Page 25: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

25

O consumo elevado de bebidas alcoólicas aumenta a pressão arterial (STRANGES et

al., 2004). O efeito do consumo leve a moderado de etanol não está definitivamente

estabelecido. Verifica-se redução média de 3,3 mmHg na pressão sistólica e 2,0 mmHg na

pressão diastólica com a redução no consumo de etanol (XIN et al., 2001). Estudo

observacional indica que o consumo de bebida alcoólica fora de refeições aumenta o risco de

hipertensão, independentemente da quantidade de álcool ingerida (STRANGES, et al., 2004).

Estudos experimentais acerca do efeito agudo de uma dose única de álcool mostram

queda inicial transitória da PA seguida de sua elevação gradual (POTTER et al.,1986;

ADESSO et al., 1990).

Alguns trabalhos sugerem efeito direto do álcool sobre a musculatura lisa vascular,

possivelmente mediada pelo influxo de cálcio (MAHESWARAN et al., 1986; MACMAHON,

1987) ou pelo endotélio (CRISCIONE et al., 1989; DA LUZ & COIMBRA, 2004) . Estudo

em ratos, com hipertensão induzida por deficiência de óxido nítrico (DE MOURA et al.,

2004), mostrou redução das pressões diastólica, média e sistólica com administração crônica

de vinho tinto brasileiro, sendo a vasodilatação dependente do fator hiperpolarizante derivado

do endotélio em combinação com óxido nítrico. Já em ensaio clínico randomizado (ZILKENS

et al., 2003), a redução acentuada da ingestão de álcool por homens saudáveis, usuários de

moderadas a grandes quantidades de álcool, não melhorou a função endotelial, como seria

esperado, já que altas doses de álcool parecem reduzir a vasodilatação mediada pelo endotélio

(PUDDEY et al.,2001). Outras hipóteses baseadas na ativação do sistema simpático ou

adrenal e do sistema renina-angiotensina, na ação central direta sobre vias inibitórias que

controlam o centro vasomotor, no aumento dos níveis de hormônio antidiurético e cortisol, no

Page 26: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

26

balanço hidro-eletrolítico e na alteração de barorreflexos são inconclusivas (MOUSHMOUSH

&ABI-MANSOUR, 1991; COCA et al., 1992). Independentemente do mecanismo, o

consumo abusivo de bebidas alcoólicas associa-se com aumento da PA (FUCKS et al., 2001).

Sedentarismo: O sedentarismo aumenta a incidência de hipertensão arterial. Indivíduos

sedentários apresentam risco aproximado 30 % maior de desenvolver hipertensão que os

ativos (FAGARD et al., 2005). O exercício aeróbio apresenta efeito hipotensor maior em

indivíduos hipertensos que normotensos (WHELTON et al., 2002). O exercício resistido

possui efeito hipotensor semelhante, mas menos consistente (CORNELISSEN et al., 2005).

O exercício físico é capaz de provocar importantes modificações no controle do sistema

cardiovascular, aumentando a FC, a PA e o débito cardíaco, entre outros parâmetros

hemodinâmicos primariamente dependentes de ativação simpática e inibição vagal. Essas

respostas são provocadas por complexos mecanismos ativadores neurais que envolvem

núcleos superiores no encéfalo e sinais aferentes musculares, que por sua vez modificam os

mecanismos moduladores cardiovasculares, notadamente, o barorreflexo arterial (ARAUJO et

al., 1992). Muitas das respostas fisiológicas provocadas pelo estresse físico, que caracteriza o

exercício, não desaparecem imediatamente quando da sua interrupção, enquanto que outras

se expressam somente no período pós-esforço. Estes efeitos, que podem ser chamados de

subagudos, devem ser considerados no entendimento do impacto do exercício físico sobre o

sistema cardiovascular. Quando o organismo é exposto regularmente ao exercício ocorrem

adaptações morfológicas e funcionais, as quais tendem a torná-lo mais eficiente para realizar

o esforço.

Page 27: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

27

O treinamento físico tem sido empregado como um tratamento não-farmacológico de

doenças cardiovasculares e o entendimento do comportamento dinâmico da PA durante e após

uma sessão de exercício, assim como ao longo do treinamento físico são de fundamental

importância para a compreensão dos mecanismos envolvidos nessas respostas e adaptações

fisiológicas (SOARES & NOBREGA, 2005).

A hipertensão secundária é responsável por 5 a 10 % dos casos de hipertensão e pode

ser devido a doenças renais, hiperaldosteronismo primário, feocromocitoma, coarctação da

aorta, uso de hormônios, doenças da tireóide, desordens neurológicas, entre outras causas.

Estenose da veia renal é a causa mais comum de HAS secundária, presente em 1 a 2 % dos

pacientes hipertensos (DERKX & SCHALEKAMP, 1994).

2.2 HIPERTENSÃO E O PERÍODO PERIOPERATÓRIO

A hipertensão arterial é um problema clínico comum em pacientes que se submetem a

cirurgias, estando presente em quase 28% dos pacientes cirúrgicos adultos (GOLDMAN &

CALDERA, 1977). A hipertensão arterial crônica determina uma série de alterações

sistêmicas, tais como hipertrofia ventricular, alteração do reflexo barorreceptor carotídeo,

diminuição da perfusão coronariana, alterações da auto-regulação do fluxo sangüíneo cerebral

e comprometimento da função renal. Todas estas condições, somadas às alterações e

interações promovidas pelas drogas anti-hipertensivas, devem influenciar o risco anestésico-

cirúrgico destes pacientes (ROIZEN, 1993).

Page 28: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

28

Não há dúvida de que o tratamento da pressão arterial ajuda a controlar as alterações

sistêmicas promovidas pela hipertensão, tendo importante impacto na redução da mortalidade

por acidente vascular cerebral (AVC) e infarto agudo do miocárdio (IAM) (TUMAN et

al.,1993). Apesar disto, é discutível se a hipertensão arterial sistêmica (HAS) determina

aumento do risco de complicações cardíacas perioperatórias e se a cirurgia eletiva deve ser

adiada para o controle da pressão artérial (ROIZEN, 1993; TUMAN et al.,1993).

Conforme demonstrado por Goldman e Caldera (1979) e confirmado por Prys-Roberts

e colaboradores (1984), as alterações hemodinâmicas são menos freqüentes no transoperatório

de hipertensos tratados do que dos não tratados e estas variações transoperatórias estão

associadas à maior chance de insuficiência renal pós-operatória, isquemia miocárdica e IAM

(ROIZEN, 1993). Esta labilidade pressórica decorre da relativa hipovolemia do paciente

hipertenso, o que aumenta sua sensibilidade às drogas anestésicas, as quais, em sua maioria,

determinam vasodilatação e queda da resistência vascular sistêmica.

Os pacientes com HAS leve ou moderada, com pressão diastólica menor que 100

mmHg e sem nenhuma evidência de complicações da HAS, normalmente toleram bem o

estresse anestésico cirúrgico e não apresentam maior chance de complicações

(WOLFSTHAL, 1993).

Os pacientes com HAS secundária à doença renovascular, hiperaldosteronismo

primário e síndrome de Cushing geralmente toleram bem a anestesia geral, uma vez que a

HAS pré-operatória encontra-se dentro dos limites leve ou moderado (WOLFSTHAL, 1993).

Os portadores de feocromocitoma necessitam de bloqueio alfa-adrenérgico e reposição

volêmica antes da cirurgia, para diminuir a instabilidade hemodinâmica transoperatória

Page 29: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

29

(WOLFSTHAL, 1993). Em geral, a avaliação de risco neste grupo de pacientes é similar à

dos pacientes com HAS essencial (WOLFSTHAL, 1993).

Embora existam poucos trabalhos que examinem a influência da HAS sistólica isolada

sobre o risco cirúrgico, estes pacientes parecem mais suscetíveis à hipotensão e às variações

da pressão arterial (WOLFSTHAL, 1993).

Os dois principais momentos de instabilidade hemodinâmica no transoperatório são a

indução da anestesia e a recuperação pós anestésica (WOLFSTHAL, 1993). Estudos

epidemiológicos indicam que a HA está relacionada a um aumento da morbimortalidade

durante o período perioperatório (BROWNER & MANGANO, 1992; FORREST, et al., 1992;

HOWELL, et al., 1998; CHUNG, et al., 1999). No entanto, a impossibilidade de isolar a HA

de outros fatores de risco cardiovasculares, dificulta a caracterização do real papel da HA no

desenvolvimento de complicações cardiovasculares neste período. O risco de complicações

perioperatórias parece estar mais relacionado com as repercussões sistêmicas da HA, do que

com apenas o diagnóstico da mesma, sendo este risco superior em pacientes que apresentam

lesão de órgãos alvos, a saber: insuficiência cardíaca congestiva, cardiopatia isquêmica e

insuficiência renal (KANNEL et al., 2000; BEEVERS et al., 2001; FLEISHER et al., 2002;

O‟BRIEN et al., 2002). Além disto, a HA com freqüência se acompanha de outros fatores de

risco cardiovasculares como a dislipidemia, obesidade e diabetes (FORREST et al., 1992,

KANNEL et al., 1996).

Os estudos de Charlson e colaboradores (1990) e de Goldman e Caldera (1979)

sugerem que o risco perioperatório “real” está relacionado com oscilações tensionais

importantes durante a intervenção cirúrgica. Mudanças superiores a 20 % (ou 20 mmHg) da

pressão arterial média, respeitado o nível pré-operatório e de duração superior a 15 minutos,

Page 30: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

30

no caso de hipotensão, representam risco significativo de complicações cardiovasculares.

Mudanças hemodinâmicas são mais frequentes em pacientes hipertensos graves (DAGNINO

& PRYS-ROBERTS, 1984; HOWELL et al., 2004).

A American College of Cardiology e a American Heart Association (ACCA/AHA)

consideram que apenas a Hipertensão arterial mal controlada contribui com pequeno aumento

do risco cardiovascular perioperatório. Em contrapartida, se existe doença associada, como

insuficiência renal, angina estável, infarto do miocárdio prévio ou insuficiência cardíaca

compensada, o aumento do risco é intermediário; por outro lado, se existe cardiopatia

instável, insuficiência cardíaca descompensada, arritmias significativas ou valvulopatias

graves, o aumento do risco é mais elevado (EAGLE et al., 2002; FLEISHER et al., 2007).

O paciente hipertenso apresenta, durante o perioperatório, certas particularidades que

aumentam o grau de dificuldade no manejo anestésico, especialmente nas fases de indução e

recuperação (PRYS-ROBERTS, 1984; SKARVAN, 1998; HERNÁNDEZ-PALAZÓN et al.,

2000; BAVRY & CORIAT, 2004). Os pacientes com hipertensão não controlada (valores

>180/110 mmHg) as apresentam com maior freqüência (PRYS-ROBERTS, 1984;

HENÁNDEZ, 2005).

No período perioperatório, a indução da anestesia e a intubação endotraqueal também

apresentam riscos importantes para os pacientes hipertensos, podendo induzir períodos de

instabilidade hemodinâmica. Independente do grau de controle da pressão arterial no pré-

operatório, muitos pacientes com hipertensão exibem resposta hipotensiva acentuada à

indução anestésica, seguida por resposta hipertensiva a intubação. A resposta hipotensiva na

indução anestésica pode refletir os efeitos depressores circulatórios aditivos dos anestésicos e

Page 31: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

31

dos anti-hipertensivos. Muitos dos anestésicos gerais e anti-hipertensivos são vasodilatadores,

depressores cardíacos ou ambos. As reduções excessivas da pressão arterial podem

comprometer as perfusões cerebrais, sendo este um fator complicador durante o procedimento

cirúrgico (MORGAN et al., 2006). O tratamento farmacológico da HA acarreta a

possibilidade de diversas interações com anestésicos e fármacos coadjuvantes (NOCITE,

1988).

Uma questão recorrente na prática anestésica é o grau de hipertensão pré-operatória

aceitável para pacientes de cirurgia eletiva. Ainda que os pacientes devam, idealmente, passar

por cirurgia eletiva somente quando normotensos, esta abordagem nem sempre é exeqüível ou

desejável. Além disso, a decisão de adiar a cirurgia ou de prosseguir com ela deve ser

individualizada, com base na gravidade da elevação pré-operatória da pressão arterial e nos

riscos que isto pode acarretar (MORGAN et al., 2006).

Não há evidências de que os pacientes com hipertensão leve ou moderada, sem doença

associada ou lesão de órgãos alvos, apresentem um risco mais elevado de complicações

perioperatórias (GOLDMAN & CALDERA, 1979; HOWELL et al., 2004). Nestes casos, a

cirurgia pode ser realizada com segurança. Suspender a intervenção cirúrgica para conseguir

um melhor controle da PA não diminui a morbidade cardiovascular (SANTIVERI, 2000;

FLEISHER et al., 2002; CASADEI & ABUZEID, 2005; HENÁNDEZ, 2005).

Não se deve decidir pelo cancelamento da cirurgia unicamente pelos valores da PA. Em

um estudo randomizado realizado por Wecksler e colaboradores (2003), com 989 pacientes

com PA diastólica entre 110 e 130 mmHg no pré-operatório imediato, sem evidências de

lesões nos órgãos alvos, não encontraram nenhum benefício no adiamento da cirurgia. No

Page 32: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

32

entanto, mesmo não existindo nenhuma evidência clara, muitos especialistas consideram que

os pacientes com hipertensão grave (PA > 180/ 110 mmHg) poderiam beneficiar-se do

adiamento da cirurgia eletiva para otimização do tratamento e avaliação de lesões em órgãos

alvos (CHOBANIAN et al., 2003; HOWELL et al., 2004; SPAHN & PRIEBE, 2004;

CASADEI & ABUZEID, 2005; HANADA et al., 2006).

Durante algum tempo, preconizou-se a suspensão dos fármacos anti-hipertensivos no

pré-operatório, alegando-se que a manutenção dos mesmos era a responsável pela maior

incidência de hipotensão e utilização de vasopressores no perioperatório. Contudo, de acordo

com estudos clínicos, observou-se que hipertensos não-tratados apresentaram maior labilidade

pressórica e que os extremos desta labilidade, comumente associados a sinais

eletrocardiográficos de isquemia miocárdica, eram mais freqüentes no grupo não-tratado

(GOLDMAN & CALDERA, 1979; FLEISHER et al., 2007). Por estes motivos, sugere-se o

controle da pressão arterial em todo perioperatório.

Um dos objetivos da anestesia deve ser minimizar as flutuações da PA, adaptando a

profundidade anestésica a cada momento do procedimento cirúrgico. Não existem evidências

de que uma técnica anestésica seja mais segura do que outra para o controle da PA (PRYS-

ROBERTS, 1984; SKARVAN, 1998; HERNÁNDEZ-PALAZÓN et al., 2000; BAVRY &

CORIAT, 2004). Em qualquer caso, a eleição do tipo de anestesia geral, regional, ou

combinação de ambas, dependerá da experiência e habilidade do anestesiologista, do

procedimento cirúrgico e da avaliação do estado pré-operatório do paciente.

Com freqüência o pico hipertensivo no perioperatório se produz por uma hipnose ou

analgesia insuficiente para o estímulo cirúrgico. Assim, a primeira ação será aprofundar a

Page 33: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

33

anestesia aumentando a dose dos anestésicos e/ou dos analgésicos (LASSLETT, 1995;

BAVRY & CORIAT, 2004). No pós-operatório pode ser difícil manter os valores de PA

estáveis devido à fase do despertar com o desaparecimento do efeito dos anestésicos, pelos

calafrios e tremores, pela hipotermia, dor, náuseas ou vômitos (SANJOAQUÍN et al., 2003).

Neste período, tratamento com fármacos anti-hipertensivos está indicado somente quando

tratadas as causas mais freqüentes da hipertensão perioperatória e persistirem os valores

elevados da PA (GELMAN, 2000; SANJOAQUÍN et al., 2003).

2.3 TERAPIA ANTI-HIPERTENSIVA CRÔNICA E PERÍODO PRÉ-

OPERATÓRIO

2.3.1 Beta-Bloqueadores (BB)

Devido ao aumento da concentração sérica de catecolaminas no período perioperatório,

os beta-bloqueadores têm potenciais efeitos benéficos neste estágio, pois reduzem o risco de

isquemia, diminuindo a demanda de oxigênio do miocárdio podendo, assim, ajudar a prevenir

ou controlar arritmias. A retirada abrupta dos beta-bloqueadores no pré ou pós-operatório

pode levar a substancial morbidade e mortalidade (SHAMMASH et al., 2001). Em pacientes

com indicação terapêutica para angina, a retirada aumenta o risco de isquemia do miocárdio e

pode desencadear hipertensão rebote (FLEISHER et al., 2002, CHOBANIAN et al., 2003;

SANJOAQUÍN et al., 2003).

Page 34: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

34

Há recomendações bem estabelecidas para a manutenção da prescrição de beta-

bloqueadores no período perioperatório (MANGANO et al., 1996; WALLACE &

MANGANO, 1997; WALLACE et al., 1998; STEVENS et al., 2003; FLEISHER et al., 2007;

SMITH & JACKSON, 2010), isto se deve ao fato de existirem evidências da ação protetora

destes fármacos sobre o tecido miocárdico, que promovem diminuição do risco de infarto

durante o procedimento cirúrgico. Pacientes que sofrem infarto do miocárdio no

perioperatório tem maior chance de sobrevivência quando estão em uso de beta-

bloqueadores (GOLDFARB et al., 2007). Estudos também têm demonstrado que as interações

entre BB e anestésicos apresentam efeitos benéficos, sem aumentar a resposta hipotensiva à

indução anestésica (CORIAT et al., 1994; FLEISHER et al., 2007).

O efeito inotrópico negativo de certos anestésicos inalatórios, em combinação com o

efeito inotrópico e cronotrópico negativo dos BB, pode provocar instabilidade

hemodinâmica. No entanto, especial atenção tem sido dada para evitar concentrações

excessivamente elevadas de agentes inalatórios, com o desenvolvimento de novos agentes

voláteis com mínimos efeitos sobre o sistema cardiovascular, a adição de BB não interfere de

forma significativa nas respostas hemodinâmicas (WOLF & MCGOLDRICK, 2011). Em

função disto, é recomendada a manutenção dos beta-bloqueadores no período perioperatório e

durante todo o período de internação (FLEISHER et al., 2007; TEICHERT et al., 2007).

2.3.2 Bloqueadores dos Canais de Cálcio (BCC)

Os BCC são amplamente utilizados para uma variedade de condições fisopatológicas,

incluindo hipertensão, isquemia do miocárdio, insuficiência cardíaca, arritmias, hipertensão

Page 35: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

35

pulmonar, vasoespasmo cerebral, e espasmo esofágico (WOLF & MCGOLDRICK, 2011). Ao

contrário dos beta-bloqueadores, há poucas evidências que estes fármacos contribuam para a

redução do risco de infarto do miocárdio ou morte cardíaca durante o procedimento cirurgico

(STEVENS et al., 2003). Estudo realizado por Samad e colaboradores (2008) observou que

pacientes que fazem uso contínuo da combinação de BB e BCC no tratamento da hipertensão

arterial estão mais propensos a apresentarem episódios de hipotensão e bradicardia pós

indução anestésica em relação a pacientes tratados somente com Beta-bloqueadores, no

entanto, estes episódios eram relativamente leves, facilmente tratados com pequenas doses de

efedrina. (SAMAD et al., 2008).

Os BCC apresentam algumas implicações na conduta anestésica (ROIZEN, 1993;

HOWIE, 1996). Possuem efeitos aditivos ou até mesmo sinérgicos aos anestésicos

halogenados na depressão da contratilidade, no retardo da condução atrioventricular e na

redução da resistência vascular sistêmica. Também potencializam o bloqueio neuromuscular

despolarizante, os efeitos da teofilina e podem aumentar a toxicidade cardíaca dos anestésicos

locais e os níveis de digoxina (ROIZEN, 1993; HOWIE, 1996). Uma área de grande

preocupação é a interação perigosa entre o uso de dantroleno indicado no tratamento de

hipertermia maligna e administração de verapamil. Dantroleno, um derivado de hidantoína, é

um dos únicos fármacos que é eficaz no tratamento de hipertermia maligna aguda, uma

doença potencialmente letal, que é desencadeada por anestésicos voláteis, ou pela

succinilcolina (relaxante muscular despolarizante). Dantroleno age reduzindo a liberação de

cálcio do retículo sarcoplasmático e reduzindo os níveis de cálcio intracelular, o verapamil

tem a capacidade de diminuir o influxo de cálcio e pode interagir com dantroleno podendo

levar a hipercalemia e consequentemente a depressão do miocárdio (HENLING et al., 1984;

WOLF & MCGOLDRICK, 2011).

Page 36: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

36

Uma meta-análise revelou que o uso dos bloqueadores dos canais de cálcio foi associado

com redução de isquemia e arritmia atrial em pacientes submetidos à cirurgia não cardíaca

(DUMINDA & SCOTT BEATTIE, 2003). Dúvidas têm sido levantadas sobre uma possível

associação entre os bloqueadores dos canais de cálcio e um risco aumentado de hemorragia

(KIZER & KIMMEL, 2001), porém, os dados ainda são conflitantes. Um estudo randomizado

em pacientes submetidos à cirurgia valvular concluiu que, comparado com o placebo, os

doentes tratados com nimodipina tinham risco aumentado de sangramento (LEGAULT et al.,

1996). Porém, outro estudo clínico em pacientes de cirurgia cardíaca não encontrou nenhuma

associação entre o risco de sangramento e uso de bloqueadores dos canais de cálcio

(GRODECKI-DE FRANCO et al., 1996).

2.3.3 Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) / Antagonistas

dos Receptores de Angiotensina II (ARAII)

Fármacos que afetam o sistema renina-angiotensina-aldosterona tais como inibidores da

enzima conversora de angiotensina (IECA) e antagonista de receptor de angiotensina II (ARA

II), são freqüentemente usados no tratamento da hipertensão, insuficiência cardíaca e

insuficiência renal crônica (BEHNIA et al., 2003). Há controvérsias em relação à prescrição

de IECA e ARA II antes e durante o procedimento cirúrgico. A justificativa para a suspensão

destes medicamentos na manhã da cirurgia se deve ao fato de sua associação com aumento da

incidência de hipotensão perioperatória. A descontinuação de IECA/ARAII tem sido proposta

com base em relatos de hipotensão perioperatória (CORIAT et al., 1994; KAMP-JENSEN et

al., 1994; KELLOW, 1994; RYCKWAERT & COLSON, 1997; BRABANT et al., 1999a;

Page 37: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

37

WILLIAMS et al., 1999; BERTRAND et al., 2001). Estudos pequenos, controlados,

randomizados encontraram um aumento da frequência de hipotensão após indução da

anestesia, quando a terapia com IECA/ARA era continuada na manhã da cirurgia comparado

com a descontinuação da terapia na noite antes da cirurgia (CORIAT et al., 1994; LICKER et

al., 1996). Além disso, um estudo realizado por Brabant e colaboradores relatou a natureza

refratária desta hipotensão (BRABANT et al., 1999b). Isto enfatiza o papel do sistema renina-

angiotensina-aldosterona na manutenção da estabilidade da pressão arterial (MIRENDA et al.,

1991; CARP et al., 1994). Em contrapartida, outros autores verificaram que o uso crônico de

IECA, apesar de levar a leves alterações hemodinâmicas na indução anestésica, não aumenta a

incidência de hipotensão relevante e, portanto a retirada destes fármacos no pré-operatório

não pode ser justificada por este fato (LICKER et al., 1996; PIGGOT et al., 1999).

Em um estudo realizado por Comfere e colaboradores (2005) com 267 pacientes

hipertensos submetidos à cirurgia em um hospital geral, foi observado que o uso de

IECA/ARA II, em até 10 horas antes da cirurgia, aumentou a probabilidade de hipotensão

moderada pós-indução anestésica, mas não houve aumento de hipotensão grave ou

necessidade de vasopressores. No entanto, a significância clínica de variações no tempo de

administração de IECA/ARA antes da cirurgia não tem sido avaliada em uma ampla

população de cirurgia geral. A suspensão destes medicamentos pode aumentar o risco de

acentuada hipertensão perioperatória e da necessidade de utilização de anti-hipertensivos

venosos (BRABANT et al., 1999a). De forma geral, os estudos sugerem que os IECA/ARA

II, quando mantidos até o momento da cirurgia, aumentam a ocorrência de hipotensão

perioperatória, mas possivelmente reduzem a incidência de hipertensão no pós-operatório

(BRABANT et al., 1999a; BERTRAND et al., 2001).

Page 38: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

38

Embora os dados não levem a recomendações claras, especialistas recomendam que os

IECA/ARA II devam ser mantidos no período pré-operatório quando utilizados com indicação

terapêutica para hipertensão arterial. Por outro lado, é razoável reter estes fármacos em um

intervalo de dose antes da cirurgia em pacientes com insuficiência cardíaca, principalmente se

a pressão arterial inicial é baixa, para evitar hipotensão significativa durante a indução da

anestesia (SMITH et al., 1996).

2.3.4 Diuréticos

Diuréticos são frequentemente prescritos para pacientes com hipertensão e / ou

insuficiência cardíaca congestiva. Pacientes hipertensos tratados com diuréticos podem

apresentar contração do volume intravascular, tornando esses pacientes mais propensos à

hipotensão associada com a indução da anestesia (WOLF & MCGOLDRICK, 2011).

Os pacientes em tratamento com diuréticos podem apresentar hipocalemia (exceto em

uso de poupadores de potássio) e/ ou hipovolemia, suscetíveis de causar complicações. A

hipocalemia pode, teoricamente, aumentar o risco de arritmia perioperatória, embora estudos

de observação de pacientes com doença cardíaca estrutural não demonstrem essa relação

(HIRSCH et al., 1988). Além disso, a hipocalemia pode potencializar os efeitos dos relaxantes

musculares utilizados durante a anestesia, bem como provocar íleo paralítico (NALLY et al.,

1996). Vasodilatação sistêmica induzida por agentes anestésicos podem causar hipotensão

arterial em pacientes em uso de diuréticos por via intravenosa (SEAR et al., 2002).

Page 39: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

39

Em estudo observacional prospectivo, observou-se uma maior associação de hipotensão

arterial intra-operatória em pacientes cronicamente tratados com associação de diuréticos e

IECA ou ARA II em relação a pacientes tratados com diuréticos ou com outras associações

medicamentosas (SACHIN et al., 2008).

Segundo alguns autores, recomenda-se suspender os diuréticos no dia da cirurgia, para

prevenir hipocalemia (diuréticos tiazídicos e de alça), hipercalemia (diuréticos poupadores de

potássio) e hipotensão que pode ser de grande magnitude em combinação com os efeitos

vasodilatadores dos anestésicos (SPELL, 2001; SEAR et al., 2002). Em contrapartida, estudo

duplo-cego realizado com 193 pacientes em uso crônico de furosemida, não descreveu

nenhum efeito que justificasse a suspensão deste fármaco, a administração de furosemida no

dia da cirurgia eletiva não cardíaca não aumentou a ocorrência de hipotensão intra-operatória

e o risco de desenvolvimento de eventos cardiovasculares no pós-operatório não foi

significativamente diferente entre os grupos (NADIA et al.,2010).

2.3.5 Agonistas α2 Adrenérgicos

A utilização de fármacos de ação central, como a clonidina, no pré-operatório pode

melhorar os resultados perioperatórios por estar associada à redução de eventos cardíacos

adversos em pacientes cirúrgicos com hipertensão prévia (WALLACE et al., 2004).

A clonidina, além de contribuir para a estabilidade pressórica, oferece maior

estabilidade da freqüência cardíaca per e pós-operatória (FLEISHER et al., 2007). A retirada

abrupta da clonidina pode precipitar a hipertensão rebote (BRUCE et al., 1979; HART et al.,

1981; FLEISHER et al., 2007), o que geralmente ocorre após a interrupção abrupta de doses

Page 40: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

40

orais razoavelmente altas (por exemplo, maior que 0,8 mg/dia), mas também foi observada

com a clonidina transdérmica (METZ et al., 1987).

Outros benefícios potenciais que sugerem a manutenção dos agonistas α2 adrenérgicos

no período perioperatório incluem: redução na resposta ao estresse de intubação traqueal e da

cirurgia; propriedades sedativas, ansiolíticas, analgésica e anti-tremores (HAYASHI &

MAZE, 1993; QUINTIN et al., 1993).

2.4 ANESTÉSICOS

Anestésicos são fármacos usados para abolir temporariamente, com ou sem perda da

consciência, as sensações dolorosas, a fim de que se realizem procedimentos cirúrgicos ou

outros indutores de dor, desconforto ou desprazer. Dividem-se em anestésicos gerais ou

locais. Para que haja anestesia cirúrgica plena é muitas vezes necessário usar fármacos que

potencializam o efeito dos anestésicos gerais, com isso reduzindo suas doses e a

toxicidade correspondente, ou corrigem seus efeitos adversos. Tais agentes podem ser

empregados em diferentes fases: pré-anestesia (período pré-operatório), indução, manutenção

e recuperação anestésicas (período intra-operatório) e recuperação pós-anestésica (período

pós-operatório) (ALEX et al., 2006).

Page 41: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

41

2.4.1 Anestésicos Gerais

A anestesia geral envolve a combinação dos seguintes elementos: inconsciência,

amnésia, analgesia, relaxamento muscular e bloqueio de respostas neuro-humorais ao estresse

anestésico-cirúrgico. Porém, nem sempre a presença de todos estes elementos é necessária,

nem com a mesma intensidade. Os anestésicos gerais classificam-se em agentes de inalação e

intravenosos, usados em indução (estabelecimento do estado de inconsciência) e manutenção

anestésica (preservação da perda de consciência e de adequados níveis de analgesia,

relaxamento muscular e bloqueio de reflexos neurovegetativos). As necessidades decorrentes

de cada procedimento anestésico-cirúrgico habitualmente levam à administração

concomitante de anestésicos de inalação e intravenosos em indução e manutenção da

anestesia, permitindo manuseio mais preciso e seguro das condições do paciente e

favorecendo uso de menores doses, com redução de toxicidade (ALEX et al., 2006).

2.4.2 Anestésicos Locais

Anestésicos locais (AL) são substâncias capazes de causar diminuição da sensibilidade,

motricidade e função autonômica, através do bloqueio da geração e propagação do potencial

de ação em tecidos eletricamente excitáveis. A remoção dos AL é seguida de um retorno

completo e espontâneo da condução nervosa (IMBELLONI, 2002). O primeiro AL sintético

foi um derivado de éster, a procaína, introduzida por Einhorn em 1905. Em 1943, Lofgren

sintetizou a lidocaína, um AL amino-amida. A bupivacaína, uma amida de ação mais

prolongada, foi sintetizada em 1957 por Ekenstan. No final da década de 1970, iniciaram-se

estudos sobre a utilização de opióides, para melhorar a qualidade e duração da anestesia. Na

Page 42: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

42

década seguinte, os estudos concentraram-se mais na cardiotoxicidade da bupivacaína

racêmica e na ropivacaína (pela maior cardioestabilidade e maior dissociação entre bloqueio

motor e sensitivo). Já na década de 1990 e atualmente, o maior interesse encontra-se no

quiralismo dos AL, dando-se muita importância à ropivacaína e à levobupivacaína

(GROBAN, et al., 2001).

O AL tem diversos usos clínicos. O uso mais comum é em anestesia regional. São

utilizados em anestesia subaracnóidea, peridural, analgesia, bloqueios periféricos para

membros superiores e inferiores e anestesia com cateteres, permitindo infusão contínua do

fármaco (IMBELLONI, 2002).

O local básico de ação dos anestésicos locais é o canal de sódio voltagem dependente,

que são os próprios receptores das moléculas de AL. As afinidades de ligação dos AL aos

canais de sódio voltagem dependente dependem da conformação do canal, que pode estar na

forma ativada-aberta, inativada e fechada. (STOELTING,1999).

A ligação do AL com o canal é favorecida pelos potenciais de ação e por repetidas

despolarizações. Quando se aplica um AL num nervo periférico, de início, a sensação de

temperatura é perdida seguida de dor e toque. Assim, foi postulado que as fibras inicialmente

bloqueadas e mais suscetíveis são as com menor diâmetro, desmielinizadas e que conduzem

sensação de temperatura. As fibras A (mais calibrosas e que transmitem impulsos táteis) são

bloqueadas mais tardiamente. Ambos os tipos de fibras que conduzem dor, como as fibras C

não-mielinizadas e as fibras A-delta, mielinizadas são bloqueadas com concentrações

similares de AL. Todos os AL utilizados são bases fracas, que podem existir tanto na forma

hidrossolúvel, lipossolúvel ou na forma neutra. A combinação do pH do meio e do pKa ou

Page 43: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

43

constante de dissociação do fármaco determina a quantidade de composto que existe em cada

forma. A penetração da forma lipossolúvel através da membrana lipídica neuronal parece ser

a primeira forma de acesso do AL para dentro da célula, embora possa ocorrer algum acesso

pela forma hidrofílica através do poro aquoso do canal de sódio voltagem dependente. A

lipossolubilidade determina atividade e potência do AL e pode ser usada como critério de

classificação. O aumento na lipossolubilidade, freqüentemente, atrasa o início de ação do

fármaco, aumentando a latência. Similarmente, a duração de ação é aumentada se a absorção

do AL pelos compartimentos lipídicos como a mielina é maior, funcionando como um

depósito com liberação lenta dos AL. Assim, quanto mais lipossolúvel, maior a duração de

ação (STOELTING, 1999).

O uso de bupivacaína para raquianestesia foi primeiramente relatado em 1966 com

sucesso para cirurgias do abdômen inferior e membros inferiores. A bupivacaína,

comercialmente utilizada, é uma mistura racêmica de R (+) e S (-) enantiômeros. Em

decorrência da qualidade da anestesia proporcionada pela bupivacaína, seu início de ação

rápido e sua longa duração de ação, esta permanece sendo um dos anestésicos locais mais

utilizados nos procedimentos cirúrgicos em geral (IMBELLONI & CORDEIRO, 2009). A

magnitude das variações circulatórias induzidas pela raquianestesia está relacionada a

diversos fatores, como o grau de desnervação simpática, o estado volêmico, o grau de

comprometimento cardiovascular do paciente e a posição perioperatória. Portanto, a interação

destes fatores, e não apenas o nível do bloqueio do sistema nervoso simpático, pode produzir

hipotensão arterial acompanhada ou não de bradicardia e outras disritmias cardíacas, com

conseqüentes déficits de perfusão coronariana e cerebral (GREENE, 1985).]

Page 44: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

44

Considerando que a raquianestesia está relacionada ao aumento de ocorrência de

hipotensão quando associada a fármacos anti-hipertensivos (FLEISHER et al., 2007) e que

dados anteriores da Unidade de Farmácia do INTO já apontaram a existência de diferentes

condutas para a prescrição destes medicamentos no período pré-operatório (NUNES et al.,

2008), realizou-se um estudo retrospectivo, do tipo caso-controle com o objetivo de

determinar a incidência de Hipotensão Arterial pós indução anestésica.

Page 45: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

45

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Determinar a incidência de Hipotensão Arterial associada à indução da raquianestesia

com bupivacaína 0,5 % isobárica (BP) em pacientes normotensos e pacientes hipertensos,

tratados cronicamente com fármacos anti-hipertensivos, submetidos à cirurgia de artroplastia

primária de quadril (AQ) no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO).

3.2 Objetivos Específicos

Quantificar incidência de hipotensão arterial entre pacientes hipertensos em uso de

terapia anti-hipertensiva na admissão hospitalar e pacientes normotensos, sem relato de uso de

fármacos anti-hipertensivos;

Identificar fatores de risco independentes associados com aumento da incidência de

hipotensão arterial após indução anestésica;

Page 46: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

46

Identificar as classes de fármacos anti-hipertensivos relacionadas a uma maior

incidência de hipotensão associada à anestesia neste grupo de pacientes;

Page 47: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

47

4 METODOLOGIA

4.1 Local do estudo

O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), referência nacional em

cirúrgias eletivas, é uma instituição especializada em atendimento cirúrgico de doenças e

traumas ortopédicos, de média e alta complexidade e não presta atendimento de emergência.

Destaca-se como centro de excelência nesta área. Possui médio porte, contando, atualmente,

com 144 leitos de internação. Presta serviços médicos nas especialidades ortopédicas em

joelho, coluna, quadril, ombro, pé e tornozelo, trauma, fixador externo, infantil, tumor de

músculo esquelético, medicina desportiva, crâniomaxilofacial, mão e microcirurgia

ortopédica, totalizando 13 especialidades.

4.2 Tipo de estudo

Realizou-se um estudo retrospectivo, do tipo caso-controle. Neste estudo foram

analisados 937 (100 %) prontuários e fichas de anestesia (Anexo 01) de pacientes de ambos os

sexos, com idade igual ou maior que 40 anos, submetidos à Artroplastia primária de quadril

não cimentada ou híbrida (AQ) (inserção do componente acetabular sem cimento e do

componente femoral com cimento) e que utilizaram como anestésico local a BP, no período

Page 48: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

48

de junho de 2005 a maio de 2008. Foram excluídos deste estudo os prontuários de pacientes

que não foram submetidos à raquianestesia (pacientes submetidos a anestesia combinada geral

ou peridural), pacientes com insuficiência renal, hepática e com comorbidades

cardiovasculares. Na AQ, a técnica anestésica utilizada em 90 % dos pacientes do Instituto

Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO) é a Raquianestesia com dose única

(raquianestesia simples), sendo o anestésico local mais utilizado a bupivacaína isobárica

0,5 %.

4.3 Variáveis Analisadas no Estudo

As seguintes variáveis foram avaliadas independentemente, para um possível efeito

sobre a incidência de hipotensão após raquianestesia.

Variáveis relacionadas com o paciente:

1- Dados demográficos: idade, sexo, altura, peso, índice de massa corporal (IMC); Average

Score of Anesthesiology (ASA); exames laboratoriais pré-operatórios.

O cálculo do índice de massa corporal (IMC) foi feito aplicando a fórmula de Quetelet,

calculada dividindo-se o peso (kg) pela altura (em metros) elevada ao quadrado.

2- Doenças associadas: hipertensão arterial, diabetes mellitus:

Tabagismo e etilismo não foram incluídos como variáveis devido à dificuldade de analisar

os dados encontrados no prontuário e por a instituição em estudo não ter um protocolo

definido de classificação.

3- Terapia com fármacos anti-hipertensivos:

Page 49: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

49

Cinco classes de fármacos anti-hipertensivos foram consideradas no estudo: Inibidores da

Enzima Conversora de Angiotensina II, Antagonista dos receptores de Angiotensina II, Beta

Bloqueadores Adrenérgicos, Bloqueadores dos canais de cálcio e Diuréticos.

4- Variáveis relacionadas com a anestesia: dose do anestésico local utilizado (bupivacaína

0,5 % isobárica), altura da punção.

Foram observadas nas fichas de anestesia respostas hemodinâmicas (pressão arterial e

frequência cardíaca) nos primeiros 30 minutos após a indução da anestesia. A justificativa

para a escolha deste período de tempo foi baseada no pressuposto de que uma maior flutuação

na pressão arterial sistêmica pode ser esperada imediatamente após a indução (COMFERE et

al., 2005) e por ser um período independente de quaisquer influências de grandes

deslocamentos de fluidos intravasculares ou perda de sangue, anterior a incisão cirúrgica

(KLASEN et al., 2003).

Os dados foram extraídos a partir de registros médicos anteriores (prontuários),

podendo ser, portanto subestimados.

A variável dicotômica hipotensão arterial (sim/não) foi considerada como critério

objetivo para separação dos grupos. Pacientes que não desenvolveram hipotensão durante o

período de estudo foram alocados no grupo G1 e pacientes que desenvolveram hipotensão no

grupo G2.

Hipotensão arterial foi definida como diminuição da pressão arterial média (PAM)

maior que 30 % do valor da PAM na pré-indução ou quando a PAM for inferior a 70 mmHg.

O limiar para hipotensão foi baseado em idênticos valores (< 70 mmHg) (JORDÃO et al.,

Page 50: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

50

2002), (> 30 % do valor da PAM no pré-operatório) (KLASEN, et al., 2003) usados por

outros autores.

4.4 Formas de análise dos resultados

A análise dos resultados foi realizada através de análise estatística descritiva, bivariada

e multivariada. Na análise bivariada cada variável foi controlada para verificar possíveis

associações com a diminuição da PAM. As variáveis métricas foram apresentadas como

médias e desvio padrão e analisadas pelo teste t de Student. As variáveis categóricas foram

expressas em freqüências e percentagens e avaliadas por uma associação significativa com

diminuição da PAM, utilizando-se estatística não paramétrica, através dos testes qui-

quadrado, a variável “Terapia anti-hipertensiva” foi considerada como uma variável discreta

(contagem) e por este motivo, aplicamos o teste estatístico de Wilcoxon-Mann-Whitnei, como

uma alternativa ao t-teste para testar a hipótese de diferença entre o número médio de

fármacos usados em pacientes hipertensos e não hipertensos. No caso de p < 0,05, os

resultados foram considerados estatisticamente significantes.

Posteriormente, foi realizada análise das variáveis através de regressão logística para

investigar variáveis independentes associadas com ocorrência de hipotensão na indução

anestésica, dentro de um modelo de regressão logística.

A análise do modelo de regressão logística foi realizada por grupos de variáveis: grupo

A (idade, sexo e IMC), grupo B(IECA, ARA, CCB, BB, e diuréticos) e grupo C

(Diabetes, Hipertensão, ASA e PAS, PAD, PAM no período pré-operatório). As variáveis

Page 51: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

51

foram selecionadas nos grupos de acordo com sua significância estatística. No ajuste geral

do modelo de regressão logística foram descartadas as variáveis sem significância estatística.

Os dados foram inseridos em um banco de dados de forma retrospectiva e a análise dos

dados foi realizada através do programa estatístico R, versão 211,1 .

O projeto foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa do INTO sob número

0050.0.305.000-08 (28/10/2008) e registrado na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa -

CONEP sob número FR - 222429 3(Anexo 02).

Page 52: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

52

5 RESULTADOS

Visando observar o percentual de queda da pressão arterial na população estudada

foram coletados dados nos prontuários e fichas de anestesia de pacientes submetidos à AQ no

INTO, de acordo com os resultados da tabela 1, no total, uma diminuição da PAM dentro de

30 minutos após a indução anestésica foi observado em 94,6% dos pacientes. Em 19,6 % (n =

158), a PAM diminuiu de 1 % a 10 %. Em 25,4 % (n = 203), a PAM diminuiu de 10 % a 20

% e intervenção terapêutica foi registrada em 2,5 % (n = 5) deste grupo. Em 20,6 % (n = 166)

de todos os casos, houve uma diminuição da PAM de 20 % a 30 %; Em 29,1 % (n = 234), a

PAM diminuiu mais de 30 % e 63,2% (n=148) destes pacientes receberam intervenção

terapêutica. Todos os pacientes foram incluídos na análise.

Page 53: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

53

Tabela I: Relação de pacientes que tiveram queda percentual na PAM durante a indução anestésica

Faixa % de diminuição da

PAM

Pacientes que tiveram diminuição

da PAM

Pacientes que receberam intervenção

terapêutica

n % n %

0% 43 5,35 0 0,0

0 10% 158 19,65 1 0,63

10 20% 203 25,25 5 2,46

20 30% 166 20,65 11 6,63

>30% 234 29,10 148 63,25

Total 804 100 165 20,52

PAM- Pressão Arterial Média

De acordo com os critérios pré-definidos de hipotensão arterial (diminuição da PAM >

30 % do valor da PAM na pré-indução ou quando a PAM < 70 mmHg), observamos em

nosso estudo uma ocorrência em 35,3 % (n = 284) dos pacientes incluídos na análise (n =

804).

Fatores de risco independentes foram identificados através da análise bivariada como

tendo associação com a maior incidência de hipotensão arterial após indução anestésica (p <

0,05): Idade, PAM, PAS e PAD pré-operatória, ASAII e III, Diabetes melittus, Hipertensão

Arterial Prévia, Número de fármacos anti-hipertensivos prescritos por paciente (quanto maior

o n° , maior a incidência).

As variáveis peso, altura, IMC e sexo não foram classificados como fatores de risco

independentes associados com aumento da incidência de hipotensão arterial (p > 0,05)

(Tabela II e III).

Page 54: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

54

Tabela II: Variáveis quantitativas analisadas no estudo e sua relação com hipotensão arterial

na indução anestésica

Variáveis Sem hipotensão

G 1 (n=520) (média ± SD)

Com hipotensão

G 2 (n=284) (média ± SD)

p value

Idade (anos)

55 ± 10,47 62 ± 10,52 < 2,2x10

-16***

Altura (cm)

1,65 ± 0,10 1.64 ± 0,09 0,028

*

Peso(kg)

73 ± 15,58 72 ± 14,32 0,222

IMC (kg/ m2)

23,63 ± 4,71 23,67 ± 4,68 0,917

PAM (mm Hg)

Valor pré-operatório

95,78 ± 11,14 105,73 ± 17,90 3,30x 10-16***

PAS (mmHg)

Valor pré-operatório

131,52 ± 16,48 145,98 ± 26,41 8,59x10-16***

PAD (mmHg)

Valor pré-operatório

77,90 ± 10,66 85,60 ± 15,43 4,06x10-13***

FC (por minuto)

Valor pré-operatório

86,52 ± 9,37 87,71 ± 8,41 0,066*

IMC – índice de massa corporal; PAM- Pressão Arterial Média; PAD- Pressão Arterial Diastólica;

PAS – Pressão Arterial Sistólica; FC- Frequência Cardíaca * Nivel de Significância

< 0,1 ;

** Nivel de Significância

< 0,05;

*** Nivel de Significância

< 0,01

Page 55: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

55

Tabela III: Variáveis qualitativas analisadas no estudo e sua relação com hipotensão arterial

na indução anestésica

Variable

n Sem Hipotensão

G 1 - %(n)

Com hipotensão

G 2 - %(n)

p value

Sexo

Feminino

Masculino

448

356

66,52 (298)

62,36(222)

33,48(150)

37,64(134)

0,2497

ASA physical status

I

II

III

321

479

4

76,01(244)

57,20(274)

50(2)

23,99(77)

42,80(205)

50(2)

2,845x10-07***

Diabetes prévia

Não

Sim

720

84

71,1(512)

9,52(8)

28,9(208)

90,48(76)

< 2,2x10-16***

Hipertensão prévia

Não

Sim

369

435

77,23(285)

54,02(235)

22,77(84)

45,98(200)

1,137x10-11***

Terapia anti-hipertensiva

0

1

2

3

4

369

154

187

73

21

77,23(285)

58,44(90)

53,47(100)

46,57(34)

52,38(11)

22,77(84)

41,56(64)

46,53(87)

53,43(39)

47,62(10)

3,633x10-12***

(Wilcoxon)

IMC (kg/ m2)

< 30

>30

628

176

65,13(409)

63,07(111)

34,87(219)

36,93(65)

0,677

Bupivacaína isobárica

0,5% (mg)

804

18.16 ± 2,90

18.05 ± 2,93

0,6268

Altura da Punção

L2/L3

L3/L4

L4/L5

64

724

16

54,69(35)

65,88(477)

50(8)

45,31(29)

34,12(247)

50(8)

0,09228*

IMC – índice de massa corporal; Terapia Anti-hipertensiva: 0 – sem uso de fármacos anti-hipertensivos na

admissão hospitalar, 1- Uso de 1 (um) fármaco anti-hipertensivo no momento da admissão hospitalar, 2- Uso de

2 (dois) fármacos anti-hipertensivos no momento da admissão hospitalar, 3- Uso de 3 (três) fármacos anti-

hipertensivos no momento da admissão hospitalar, 4- Uso de 4 (quatro) fármacos anti-hipertensivos no momento

da admissão hospitalar; ASA(Average Score of Anesthesiology). *Nivel de Significância < 0,1;

**Nivel de

Significância < 0,05;

***Nivel de Significância

< 0,01.

Page 56: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

56

Pacientes com hipertensão prévia e em uso de fármacos anti-hipertensivos na admissão

hospitalar tiveram uma incidência de 45,98 % de hipotensão arterial contra 22,77 % para

pacientes normotensos, sem relato de uso de fármacos anti-hipertensivos na admissão

hospitalar. Pacientes com hipertensão arterial conhecida, o risco de ocorrência de episódios

hipotensivos, após indução anestésica, é de quase três vezes (RR = 2,89) em relação aos

pacientes normotensos. Pacientes com diabetes melittus apresentaram um risco de 23,38 vezes

em relação aos pacientes não diabéticos.

Page 57: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

57

Foram realizados testes estatísticos (qui-quadrado) em todos os exames laboratoriais pré-

operatórios cujo valor encontrado estava abaixo ou acima dos valores de referência. Não foi

encontrada nenhuma diferença estatisticamente significativa entre os grupos (Tabela V).

Tabela V: Exames laboratoriais pré-operatórios

Variáveis Sem hipotensão

G 1 (média ± SD)

Com hipotensão

G 2 (média ± SD)

p value

Hb (g/dL) 12,66 ± 2 12,67 ± 2,28 0,9606

Hematócrito (%) 38,73 ± 4,97 38,56 ± 5 0,6521

Leucócitos(U/ mm3) 8,204± 3,605 8,069±3,093 0,5777

Plaquetas(U/mm3) 208,613± 43,607 207,715 ± 39,680 0,7671

TAP(%) 95,95±1 95,39±6,75 0,2413

Glicose (mg/dL) 95,41±17,34 94,19±13,01 0,2614

Creatinina(mg/dL) 0,88±0,1 0,89 ±0,17 0,4258

Valores de Referência: Hb (g/dL) = 11-17; Hematócrito (%) = 37-50%; Leucócitos (10/mm3) = 4-10;

Plaquetas(10/mm3) =150-400; TAP (%)=75-100; Glicose (mg/dL)=75-110; creatinina (mg/dL)= 0,8-1,5

Através da análise multivariada, presença das doenças Diabetes e/ou Hipertensão

mantiveram associação independente com a ocorrência de hipotensão na indução anestésica,

com um risco de 17,1 e 2,44 respectivamente em relação aos pacientes não doentes (Tabela

VI). Outras variáveis incluídas no modelo (ASA physical status, Altura da punção, PAM, PAS e PAD

pré-operatória) não apresentaram associação significativa, sendo excluídas do modelo final.

Page 58: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

58

Tabela VI: Resultados da Regressão Logística para as variáveis analisadas no estudo

Variáveis Coeficiente

β

Std p Odds ratio(OR)

Diabetes

melittus

2,841 0,392 4,20 e-13 17,138 (16,370 - 17,906)

Hipertensão 0,892 0,178 5,88 e-7

2,440 (2,090 - 2,790)

Idade 0,033 0,008 2,69 e-5

1,034 (1,018 – 1,049)

Intercept 3,333 0,459 3,70 e-13

0,036 (-0,864 – 0,935)

As cinco classes de fármacos anti-hipertensivos avaliadas no estudo tiveram um grau de

significância na ocorrência de hipotensão durante a indução anestésica. Os IECA e os

Diuréticos foram as classes com maior associação (p < 0,01) já os BB tiveram uma menor

associação com a ocorrência do evento hipotensivo (p< 0,1) (Tabela VII).

Page 59: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

59

Tabela VII: Relação das classes de fármacos anti-hipertensivos relacionadas à Incidência de

hipotensão arterial na indução anestésica

IECA = Inibidores da enzima Conversora de Angiotensina; ARA II = Antagonistas dos receptores de

angiotensina II; BB = β-Bloqueadores Adrenérgicos; BCC = Bloqueadores dos Canais de cálcio; D = Diuréticos.

* Nivel de Significância

< 0,1 ;

** Nivel de Significância

< 0,05;

*** Nivel de Significância

< 0,01.

Variáveis N Sem Hipotensão

G 1 – % (n)

Com hipotensão

G 2 – % (n)

p value

BB

Sim

Não

154

650

57,80(89)

66,31(431)

42,20(65)

33,69(219)

0.0582*

BCC

Sim

Não

100

704

51(51)

66,62(469)

49(49)

33,38(235)

0.003219**

Diuréticos

Sim

Não

269

535

52,42(141)

70,84(379)

47,58(128)

29,16(156)

3.792x10-7***

ARA II

Sim

Não

40

764

40(16)

65,97(504)

60(24)

34,03(260)

0.001473**

IECA

Sim

Não

268

536

51,87(139)

71,08(381)

48,13(129)

28,92(155)

1.19x10-7***

Page 60: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

60

6 DISCUSSÃO

No presente estudo o evento Hipotensão Arterial após raquianestesia foi detectado em

35,3% dos pacientes incluídos na análise estando esse resultado de acordo com a literatura

que relata uma média de incidência de hipotensão de 32 % (CHAMBERLAIN et al., 1986;

CARPENTER et al., 1992; TARKKILA & ISOLA, 1992 e DINESH et al., 2006). Este evento

pode causar um agravamento do quadro clínico do paciente caso a pressão de perfusão dos

órgãos diminua para menos do limite necessário para a auto-regulação dos órgãos vitais e

também pode produzir desconforto, tonturas e náuseas no pós-operatório (TARKKILA &

ISOLA, 1992). Na maioria dos casos pode ser considerado como um evento clinicamente

irrelevante (REICH et al., 2005). Os valores da pressão arterial que exige intervenção

terapêutica são discutíveis, o risco de grandes complicações (morbidade cardíaca ou

mortalidade) atribuíveis a hipotensão durante a anestesia regional ou geral é muito pequeno.

Assim, somente os pacientes com hipotensão profunda durante a anestesia tem um risco

aumentado de seqüelas graves (REICH et al., 2005).

A diferença na incidência de episódios de hipotensão em diferentes estudos pode ser

devido a variações na definição de hipotensão arterial. Alguns autores definem hipotensão

arterial com base em leituras da PAS (CARPENTER et al., 1992; TARKKILA & ISOLA,

Page 61: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

61

1992; COMFERE et al.,2005; REICH et al., 2005), outros com base nos valores da PAM

(JORDÃO et al., 2002; KLASEN, et al., 2003).

Outra definição de hipotensão arterial foi considerada no presente estudo para fins de

comparação (Decréscimo da PAS > 20% do valor pré-anestésico ou PAS < 80 mmHg) mas

não apresentou diferenças consideráveis em relação ao critério pré definido em nosso estudo

(diminuição da PAM > 30 % do valor da PAM na pré-indução ou quando a PAM < 70

mmHg).

Outra explicação seria a utilização de diferentes métodos de medição da PA e registro

de dadosNo presente estudo o registro dos dados foi documentado manualmente, apesar de

muitos autores demonstrarem que o registro automático fornece dados de melhor qualidade

(SANBORN et al., 1996; BENSON et al., 2000; REICH et al., 2000). A análise dos dados foi

considerada satisfatória visto que as prescrições eram em formato eletrônico e as fichas de

anestesia estavam com todos os campos preenchidos, a maior dificuldade encontrada foi a

legibilidade das fichas de anestesia.

Através da observação de registros médicos (prontuários e fichas de anestesia) e análise

estatística bivariada foram identificadas 8 (oito) variáveis independentes associadas com a

ocorrência de episódios hipotensivos após raquianestesia: Idade, Hipertensão prévia (HA),

Diabetes melittus (DM), estado físico ASA, número de fármacos anti-hipertensivos prescritos

por paciente, PAM, PAD e PAS pré-operatória, no entanto só 3(três) destes (DM, HA e idade)

mantiveram associação com hipotensão independente de outros fatores na análise

multivariada.

Page 62: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

62

Foi observado no presente estudo uma associação da idade com a ocorrência de

hipotensão, quanto maior a idade, maior a ocorrência de hipotensão (OR=1,034), outros

autores também encontraram a idade como fator de risco independente para a ocorrência de

hipotensão após indução de anestesia (TARKILLA & ISOLA, 1992; CARPENTER et al.,

1992; DINESH et al., 2006), a debilitação geral e desidratação pré-existente podem predispor

pacientes mais idosos a um risco aumentado de hipotensão (DINESH et al., 2006).

História de hipertensão prévia (OR=2,44) e diabetes mellitus (OR=17,14) também

foram considerados como importantes fatores de risco em nosso estudo, elevando

consideravelmente o risco de ocorrências de eventos hipotensivos. Sabe-se que pacientes

hipertensos e diabéticos podem possuir alterações estruturais (hiperplasia e hipertrofia) nas

paredes das artérias desempenhando um papel primordial na resposta hemodinâmica à

anestesia e consequentemente podendo levar a mudanças na resistência vascular sistêmica e

na PA nestes pacientes (FOLKOW, 1979; PRYS-ROBERT, 1980). Neuropatia autonômica

com comprometimento da função barorreflexa pode predispor os doentes diabéticos com

instabilidade hemodinâmica significativa durante a anestesia (CICCARELLI et al.,

1986). Carpenter e colaboradores (1992) não conseguiram encontrar associação entre a

história de diabetes mellitus e desenvolvimento de hipotensão. No entanto, Dinesh e

colaboradores (2006) observaram que pacientes com diabetes mellitus apresentaram um

risco aumentado de 1,30 para ocorrência de hipotensão.

Diferentes fatores de risco para hipotensão arterial após indução anestésica foram

identificados em outros estudos como, sexo e IMC. Segundo alguns autores pacientes do sexo

feminino tem maior chance de desenvolver episódios hipotensivos durante a indução

anestésica (TARKILLA & ISOLA, 1992; KLASEN et al., 2003; DINESH et al., 2006),

Page 63: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

63

fatores hormonais podem ser responsáveis por este fenômeno em mulheres grávidas, uma vez

que o sistema nervoso influenciado pela progesterona se torna mais sensível ao anestésico

local (DATTA et al., 1983); a associação deste fato em mulheres não grávidas pode estar

relacionado com outros mecanismos anatômicos ou fisiológicos (DINESH et al., 2006).

Estima-se que a quantidade de anestésico local necessária para o bloqueio é maior em

pacientes obesos (IMC > 30 Kg/m2) (MCCULLOCH & LITTLEWOOD, 1986; BERND et

al., 2002; DINESH et al., 2006) elevando assim a chance de hipotensão.

Não houve diferença estatística entre os grupos em relação aos exames laboratoriais

pré-operatórios, pacientes de cirurgia eletiva são criteriosamente pré-avaliados e quando

necessário recebem tratamento de doenças já existentes antes da submissão à cirurgia. Os

pacientes submetidos a cirurgias de emergência, em contrapartida, não estão sempre em

equilíbrio.

As classes de fármacos anti-hipertensivos relacionadas a uma maior incidência de

hipotensão antes da indução anestésica foram os IECA (48 %) e os Diuréticos (47,6%). O

risco relativo de ocorrência de episódios hipotensivos em pacientes que fazem uso de IECA

ou diuréticos é de 1,66 e 1,63 vezes, respectivamente.

O uso de IECA no período pré-operatório tem sido debatido por diversos autores

(CORIAT et al., 1994; BRABANT et al., 1999a; PIGGOT et al.,1999; BERTRAND et al.,

2001; BEHNIA et al., 2003). Pacientes com bloqueio crônico do sistema renina-

angiotensina-aldosterona que são também submetidos à anestesia, tem um risco aumentado de

desenvolvimento de hipotensão devido ao decréscimo da resistência vascular associado à

diminuição do enchimento cardíaco (MIRENDA & GRISSON, 1991; CORIAT et al., 1994;

Page 64: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

64

RYCKWAERT & COLSON, 1997) mas segundo alguns estudos a omissão destes fármacos

antes da indução anestésica não traz vantagens suficientes para ser recomendada

rotineiramente (LICKER et al., 1996; PIGGOT et al., 1999). Em nosso estudo observou-se

uma relação entre o uso de IECA e Diuréticos e a ocorrência de hipotensão antes da indução

anestésica. A dificuldade de comparar estes resultados com outros autores ocorre devido à

maioria dos trabalhos relacionados a este assunto serem realizados em pacientes submetidos à

cirurgia cardíaca e sob indução anestésica geral. O uso de diuréticos no dia da cirurgia pode

estar relacionado ao aumento da magnitude da hipotensão devido à combinação dos efeitos

vasodilatadores dos anestésicos (SPELL et al., 2001; SEAR et al., 2002 ).

O conhecimento destes fatores de risco deve auxiliar a avaliação médica pré-operatória,

assim como alertar para um aumento da vigilância destes pacientes, o que permite uma

intervenção terapêutica mais rápida quando necessária.

A análise retrospectiva pode ser limitada por não avaliar outros fatores de risco que

podem estar relacionados com aumento da incidência de hipotensão em pacientes submetidos

à raquianestesia.

Page 65: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

65

7 CONCLUSÕES

O método utilizado para coleta de dados pode ser considerado satisfatório, visto que as

fichas de anestesia utilizadas para coleta de dados estavam com todos os campos devidamente

preenchidos.

Em pacientes com hipertensão arterial prévia, o risco de ocorrência de episódios

hipotensivos após indução anestésica com bupivacaína isobárica 0,5% é maior quando

comparado com pacientes normotensos, portanto, a hipertensão pré-existente pode ser

reconhecida como um importante fator para explicar as alterações da PA durante a indução da

raquianestesia.

Pacientes com Diabetes mellitus têm grande chance de desenvolver episódios

hipotensivos durante a indução de raquianestesia, necessitando portanto de uma atenção

especial durante a indução anestésica.

As classes de anti-hipertensivos relacionadas a uma maior incidência de hipotensão

arterial antes da indução anestésica são IECA e diuréticos. Novos estudos são necessários

para a recomendação da suspensão destes fármacos antes do procedimento cirúrgico. Em

geral a decisão de parar de usar fármacos com efeitos anti-hipertensivos antes da cirurgia

Page 66: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

66

depende do equilíbrio entre os riscos deletérios, interação com os anestésicos versus

morbidade resultante de efeitos hemodinâmicos que possam ocorrer na ausência destes

fármacos.

A manutenção da prescrição de fármacos anti-hipertensivos no período pré-operatório,

em pacientes de uso crônico desta terapia é variável. As divergências na conduta clínica pelos

prescritores podem ser devido à ausência de um protocolo sobre o uso destes fármacos no

período pré-operatório.

O risco relativo associado a cada fator de risco independente aumenta de 2 (duas) a 17

(dezessete) vezes a chance do paciente desenvolver episódios hipotensivos após indução da

raquianestesia . A determinação destes fatores pode ser útil para alertar o anestesiologista da

necessidade de maior vigilância desses pacientes, permitindo assim a adoção de medidas

preventivas que minimizem a ocorrência de hipotensão e garantem uma intervenção

terapêutica mais rápida quando necessária.

Page 67: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

67

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU F; SOUSA F.T; PRATA M.M. Hiponatremia: abordagem clínica e terapêutica. Med

Interna, v. 8, n. 1, 2001.

ADESSO V.J; RITCHIE S.A; STASIEWICZ P.R. The acute effects of alcohol on the blood

pressure of Young, normotensive men. J Stud Alcohol. v.51, p.468- 71,1990.

ALDERMAN M.H; COHEN H; MADHAVAN S. Dietary sodium intake and

mortality: the National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES I). Lancet.

v.351, p.781 -5, 1998.

ARAUJO C.G.S;NOBREGA A.C.L; CASTRO C.L.B; Heart rate responses to deep

breathing and 4-seconds of exercise before and after pharmacological blockade. Clin Auton

Res. v.2, p.35-40, 1992.

ASCIONE R; ANGELINI G.D. Is obesity still a risk factor for patients undergoing

coronary surgery?. Ital Heart J. v.4, p.824-8, 2003.

AUERBACH A; GOLDMAN L. Assessing and Reducing the Cardiac Risk of Noncardiac

Surgery. Circulation. v.113, p..1361-76, 2006.

BAVRY T; CORIAT P. Hypertension and anaesthesia. EMC - Anesthèsie Réanimation.,

v.1, p.25-53, 2004.

BEEVERS G; LIP G.Y.H; O‟BRIEN E. ABC of Hypertension. The Pathophysiology of

Hypertension. BMJ. v.322, p.912-6, 2001.

Page 68: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

68

BEHNIA R; MOLTENI A; IGIC R. Angiotensin-converting enzyme inhibitors: mechanisms

of action and implications in anesthesia practice. Curr Pharm Des.,v.9, p. 763–76, 2003.

BENSON M; JUNGER A; FUCHS C.Use of an anesthesia information management system

(AIMS) to evaluate the physiologic effects of hypnotic agents used to induce anesthesia. J

Clin Monit Comput. v.16, p.183-90, 2000.

BERND HARTMANN; AXEL JUNGER; JOACHIM KLASEN; MATTHIAS BENSON;

ANDREAS JOST; ANNE BANZHAF;GUNTER HEMPELMANN. The incidence and risk

factors for hypotension after spinal anesthesia induction: an analysis with automated data

collection. Anesth Analg. v.94, p.1521-9, 2002.

BERTRAND M; GODET G; MEERSSCHAERT K; BRUN L; SALCEDO E; CORIAT P.

Should the angiotensin II antagonists be discontinued before surgery? Anesth Analg., v.92,

n.1, p.26-30, 2001.

BRABANT S.M; BERTRAND M; EYRAUD D. The hemodynamic effects of anesthetic

induction in vascular surgical patients chronically treated with angiotensin II receptor

antagonists. Anesth Analg. v.89, p.1388-92, 1999a.

BRABANT S.M; EYRAUD D; BERTRAND M; CORIAT P. Refractory Hypotension after

induction of anesthesia in a patient chronically treated with angiotensin receptor antagonists.

Anesth Analog., v.89, p.887-888, 1999b.

BRANDT M; HARDER K; WALLUSCHECK K,P. Severe obesity does not adversely

affect perioperative mortality and morbidity in coronary artery bypass surgery. Eur J

Cardiothorac Surg. v.19, p.662-6, 2001.

BROWNER W.S; MANGANO D.T. In-hospital and long-term mortality in male veterans

following noncardiac surgery. The Study of Perioperative Ischemia Research Group. JAMA.

v. 268, p.228-32, 1992.

BRUCE D.L; CROLEY T.F; LEE J.S. Preoperative clonidine withdrawal syndrome.

Anesthesiology. v.51, p.90, 1979.

CARNEIRO G; FARIA A.N; RIBEIRO FILHO F.F; GUIMARAES A; LERARIO D;

FERREIRA S.R; ZANELLA M.T. Influência da distribuição da gordura corporal sobre a

prevalência de hipertensão arterial e outros fatores de risco cardiovascular em indivíduos

obesos. Rev Assoc Med Bras. v.49, n.3, p.306-11, 2003.

Page 69: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

69

CARP H; VADHERA R; JAYARAM A; GARVEY D. Endogenous vasopressin and renin-

angiotensin systems support blood pressure after epidural block in humans. Anesthesiology,

v.80, p. 1000–7, 1994.

CARPENTER R.L; CAPLAN R.A; BROWN D.L; STEPHENSON C. Incidence and factors

for side effects of spinal anaesthesia. Anesthesiology. v.76, p.906-16, 1992.

CASADEI B, ABUZEID H. Is there a strong rationale for deferring elective surgery in

patients with poorly controlled hypertension? Hypertens. V. 23, p.9-22, 2005.

CHARLSON M.E; MACKENZIE C.R; GOLD J.P. Intraoperative blood pressure. What

patterns identify patients at risk for postoperative complications. Ann Surg. v. 212, p. 567-80,

1990.

CHENG H.Q. Controversies in perioperative medicine. West J Med, v.159, n.6, p. 351- 5,

1998.

CHOBANIAN A.V; BAKRIS G.L; BLACK H.R; CUSHMAN W.C; GREEN L.A; IZZO J.R.

The Seven Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and

Treatment of High Blood Pressure: The JNC 7 report. JAMA. v. 289, p. 2560-72, 2003.

CICCARELLI L.O; FORD C.M; TSEDUA K. Autonomic neuropathy in a diabetic patient

with renal failure. Anesthesiology. v. 64 , p. 283-7, 1986.

CHAMBERLAIN D.P; CHIR B; CHAMBERLAIN B.D.L. Changes in the skin temperature

of the trunk and their relationship to sympathetic blockade during spinal anaesthesia.

Anesthesiology. v.65, p.139-43, 1986.

CHUNG F; MEZEI G; TONG D. Pre-existing medical conditions as predictors of adverse

events in day-case surgery. Br J Anaesth. v. 83, p.262-70, 1999.

COCA A; AGUILERA M.T; DE LA SIERRA A. Chronic alcohol intke induces reversible

disturbances on celular Na metabolism in humans: its relationship with changes in blood

pressure. Alcohol Clin Exp Res. v.16, p.714-20, 1992.

COLSON P; SAUSSINE M; SÉGUIN JR. Hemodynamic effects of anesthesia in patients

chronically treated with angiotensin- converting enzyme inhibitors. Anesth analg , v.74,

p.805-808, 1992.

COMFERE T; SPRUNG J; KUMAR M.M. Angiotensin system inhibitors in a general

surgical population. Anesth Analg. v. 100, p.636, 2005.

Page 70: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

70

CORIAT P; RICHER C; DOURAK T . Influence of chronic angiotensin-converting enzyme

inhibition on anesthetic induction. Anesthesiology, v.81, n.2, p. 299-307, 2001.

CORRÊA T.D; NAMURA J.J; SILVA C.A.P; CASTRO M.G; MENEGHINI A; FERREIRA

C. Hipertensão arterial sistêmica: atualidades sobre sua epidemiologia, diagnóstico e

tratamento. Arq. Méd. ABC, v.31, n.2, p.91-101, 2006.

CRISCIONE L; POWELL J.R; BURDET R. Alcohol suppresses endothelium-

dependent relaxation in rat mesenteric vascular bed. Hypertension. v.13, p.964- 7, 1989.

DA LUZ P.L;COIMBRA S.R. Wine and atherosclerosis: clinical evidences and

mechanisms. Braz J Med Biol Res. v.37, p.1275-95, 2004.

DAGNINO J; PRYS-ROBERTS C. Studies of anaesthesia in relation to hypertension. VI:

cardiovascular responses to extradural blockade of treated and untreated hypertensive

patients. Br J Anaesth. v.56, p. 1065-73, 1984.

DATTA S; LAMBERT D.H; GREGUS J; GISSEN A; COVINE B.G. Differential

sensitivities of mammalian nerve fibers during pregnancy. Anesth Analg. v.62, p.1070-72,

1983.

DE MOURA R.S; MIRANDA D.Z; PINTO A.C. Mechanism od the endothelium-

dependent vasodilatation and the antihypertensive effect of Brazilian red wine. J Cardiovasc

Pharmacol. v.44, p.303-9, 2004 .

DE SIMONE G; DEVEREUX R.B; CHINALI M; ROMAN M.J; BEST L.G, WELTY

T.K; LEE E.T; HOWARD B.V. Strong Heart Study Investigators. Risk factors for arterial

hypertension in adults with initial optimal blood pressure: the Strong Heart Study.

Hypertension; v.47, n.2, p.162-7, 2006.

DERKX F.H; SCHALEKAMP M.A. Renal artery stenosis and hipertension. Lancet. v.344,

p.237-239, 1994.

DINESH SINGLA, SUNNET KATHURIA, AVTAR SINGH, TEJ. K. KAUL, SHIKHA

GUPTA, MAMTA. Risk factors for development of early hypotension during spinal

anaesthesia. J Anaesth Clin Pharmacol. v.22, n.4, p.387-393, 2006.

Page 71: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

71

SUNNET KATHURIA; AVTAR SINGH; TEJ. K. KAUL; SHIKHA GUPTA; MAMTA.

Risk factors for development of early hypotension during spinal anaesthesia. J Anaesth Clin

Pharmacol. v.22, n.4, p.387-393, 2006.

DRUMOND Jr. M; BARROS M.B.A. Desigualdades socioespaciais na mortalidade do adulto

no Município de São Paulo. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 2, n. 1/2, p. 34-49,

1999.

DUMINDA N. WIJEYSUNDERA, W. SCOTT BEATTIE. Calcium channel blockers for

reducing cardiac morbidity after noncardiac surgery: a meta-analysis. Anesth Analg. v.97,

p.634-41, 2003.

EAGLE KA, BERGER PB, CALKINS H, CHAITMAN BR, EWY GA, FLEISCHMANN

KE, FLEISHER LA, FROEHLICH JB, GUSBERG RJ, LEPPO JA, RYAN T, SCHLANT

RC, WINTERS WL JR, GIBBONS RJ, ANTMAN EM, ALPERT JS, FAXON DP, FUSTER

V, GREGORATOS G, JACOBS AK, HIRATZKA LF, RUSSELL RO, SMITH SC JR;

American College of Cardiology; American Heart Association. ACC/AHA guideline

update for perioperative cardiovascular evaluation for noncardiac surgery--executive

summary: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association

Task Force on Practice Guidelines (Committee to Update the 1996 Guidelines on

Perioperative Cardiovascular Evaluation for Noncardiac Surgery). J Am Coll Cardio.l

v.39, n.3, p.:542-53, 2002.

ENGELMAN R.M; HADJI-ROUSOU I; BREYER R.H. Rebound vasospasm after coronary

revascularization in association with calcium antagonist withdrawal. Ann Thorac Surg. v.37,

p. 469, 1984.

ERSTAD B.L; BARLETTA J.F. Treatment of hypertension in the perioperative patient. Ann

Pharmacother. v.34, p. 66-79, 2000.

FAGARD R.H. Physical activity, physical fitness and the incidence of hypertension.

J Hypertens.v.23, p.265-7, 2005.

FINEGAN B.A; HUSSAIN M.D; TAM Y.K. Farmacokinetics of diltiazem in patients

undergoing coronary artery bypass grafting. Ther Drug Monit. V.14, n.485, 1992.

Page 72: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

72

FLEISHER L.A, BECKMAN J.A, BROWN K.A, CALKINS H, CHAIKOF E.L,

FLEISCHMANN K.E, FREEMAN W. K., FROEHLICH J. B., KASPER E. K., KERSTEN J.

R., et al. ACC/AHA 2007 Guidelines on Perioperative Cardiovascular Evaluation and

Care for Noncardiac Surgery: A Report of the American College of

Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines (Writing

Committee to Revise the 2002 Guidelines on Perioperative Cardiovascular Evaluation

for Noncardiac Surgery) Circulation, 116(17): e 418 - e500, October 23, 2007.

FLEISHER L.A. Preoperative evaluation of the patient with hypertension. JAMA., v.287,

p.2043-6, 2002.

FOLKOW B. Cardiovascular structural adaptation : its role in the initiation and maintenance

of primary hypertension. Clin Sci. v.55, p.3, 1978.

FORREST J.B; REHDER K; CAHALAN M.K; GOLDSMITH C.H. Multicenter study of

general anesthesia. III- Predictors of severe postoperative adverse outcomes. Anesthesiology.

V.76, p. 3-15, 1992.

FRANKLIN S.S; PIO J.R; WONG N.D; LARSON M.G; LEIP E.P;VASAN R.S; LEVY D.

Predictors of new-onset diastolic and systolic hypertension: the Framingham Heart Study.

Circulation; v.111, p.1121-27, 2005.

FUCHS F.D; CHAMBLESS L.E; WHELTON P.K, NIETO F.J; HEISS G. Alcohol

consumption and the incidence of hypertension: The Atherosclerosis Risk in Communities

Study. Hypertension. v.37, p.1242-50, 2001.

GAYTON A.C; HALL J.E - Papel Dominante do Rim na Regulação a Longo Prazo da

Pressão Arterial e na Hipertensão: O Sistema Integrado para o Controle da Pressão, em:

Gayton AC, Hall JE - Tratado de Fisiologia Médica, 9ª Ed, Rio de Janeiro, Guanabara

Koogan, 19: p. 203-216. 1996.

GELMAN S. Complications during vascular surgery: basic principles and management of

arterial hypotension and hypertension. Best Pract Res Anaesthesiol. v.14, p.111-24, 2000.

GOLDFARB M.A, CAVARETTA M; BAKER T. Perioperative myocardial infarction and

risk of death with and without preoperative beta blockers. Am Surg. v.73, p.1166–1168,

2007.

GOLDMAN L; CALDERA D.L. Risks of general anesthesia and elective operation in the

hypertensive patient. Anesthesiology, v.50, p.285-92, 1979.

Page 73: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

73

GOLDSTEIN S; AMAR D. Pharmacotherapeutic considerations in anesthesia. Heart Dis.,

v.5, p. 34-48, 2003.

ALEX S. EVERS, C. MICHAEL CROWDER E JEFFREY R. BALSER. Anestésicos Gerais.

in:Goodman & Gilman. As bases farmacológicas da terapêutica. p.305-25, 11. Ed. McGraw-

Hill Interamericana do Brasil, p.305-25, 2006.

GREENBERG A. Diuretic complications. Am J Med Sci.v.319, p.10–24, 2000.

GREENE N.M. Concepts in spinal anaesthesia. IARS Review Course Lectures. p.84-9,

1985.

GROBAN L; DEAL D.D; VERNON JC. Cardiac resuscitation after incremental overdosage

with lidocaine, bupivacaine, levobupivacaine and ropivacaine in anesthetized dogs. Anesth

Analg. v.92, p.37-43, 2001.

GRODECKI-DE FRANCO P; STEINHUBL S; TAYLOR P. Calcium antagonist use and

perioperative bleeding complications: an analysis of 5, 157 patients. Circulation. v.94, p.1,

1996.

GUARAGNA J.C; FACCHI L.M; BAIÃO C.G. Preditores de mediastinite em cirurgia

cardíaca. Rev Bras Cir Cardiovasc. v.19, p.42-7, 2004.

HANADA S; KAWAKAMI H; GOTO T; MORITA S. Hypertension and Anesthesia. Curr

Opin Anaesthesiol. V. 19, p. 315-9, 2006.

HART G.R; ANDERSON; R.J. Withdrawal syndromes and the cessation of antihypertensive

therapy. Arch Intern Med. v.141, p.1125, 1981.

HAYASHI Y; MAZE M. Alpha 2 adrenoceptor agonists and anaesthesia. Br J Anaesth. v.71,

p.108, 1993.

HENÁNDEZ Y I. Hipertensión arterial perioperatoria: ¿Cuándo operar? Rev Col Anest.

v.33, p.269-74, 2005.

Page 74: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

74

HERNÁNDEZ-PALAZÓN J; TORTOSA SERRANO J.A; GARCÍA-PALENCIANO C;

MOLERO E; BURGUILLOS LÓPEZ S; PÉREZ-FLORES D. Respuesta cardiovascular a la

intubación traqueal en pacientes con tumor intracraneal. Estudio comparativo entre el

urapidilo y la lidocaína. Rev Esp Anestesiol Reanim. v. 47, p.140-50, 2000.

HIRSCH, I.A; TOMLINSON D.L; SLOGOFF S; KEATS A.S. The overstated risk of

preoperative hypokalemia. Anesth Analg. v.67, p.131, 1988.

HOWELL S.J; SEAR J.W; FOEX P. Hypertension, hypertensive heart disease and

perioperative cardiac risk. Br J Anaesth., v. 92, p. 570-83, 2004.

HOWELL S.J; SEAR Y.M; YEATES D; GOLDCARE M; SEAR J.W, FOËX P. Risk factors

for cardiovascular death after elective surgery under general anaesthesia. Br J Anaesth. v. 80,

p.14-9, 1998.

HOWELL S.J; SEAR J.W; SEAR Y.M; YEATES D; GOLDCARE M; FÖEX P. Risk factors

for cardiovascular death within 30 days after anaesthesia for urgent or emergency surge: a

nested case-control study. Br J Anaesth. v.82, p. 679-84, 1999.

HOWIE M.B - Calcium antagonists. Seminars in Anesthesia. v. 15, p.61-69, 1996.

IMBELLONI L.E. Tratado de anestesia raquidiana. 1ª ed., p.22-29, 2002.

IMBELLONI L.E; CORDEIRO J.A. Mistura com Excesso Enantiométrico de 50% de

bupivacaína (S75: R25) hiperbárica para procedimentos cirúrgicos Infra- Umbilicais. Estudo

com diferentes volumes. Rev Bras Anestesiol. v.59, n.1, p. 3-10, 2009.

JIN F; CHUNG F. Minimizing perioperative adverse events in the elderly. Br J Aneaesth.

v.27, p.608-24, 2001.

JORDÃO MG; SANTOS A.T.L . Hipotensão arterial em cirurgia de revascularização do

Miocárdio: Influência dos Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina. Revista

Brasileira de Anestesiologia, v.52, n.2, p.211-218, 2002.

KAMP-JENSEN M; OLSEN N.V. ACE inhibitors and general anesthesia. Ugeskr Laeger.,

v.156, p.5539, 1994.

KANNEL W.B. Blood pressure as a cardiovascular risk factor: prevention and treatment.

JAMA. V. 275, n.20, p. 1571-6, 1996.

Page 75: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

75

KANNEL W.B. Risk stratification in hypertension: new insights from the Framingham study.

Am J Hypertens. v.13, p.3S-10S, 2000.

KEARNEY P.M; WHELTON M; REYNOLDS K; MUNTNER P; WHELTON P.K; HE J.

Global burden of hypertension: analysis of worldwide data. Lancet. v.365, p.217-23, 2005.

KELLOW N.H. The renin-angiotensin system and angiotensin converting enzyme (ACE)

inhibitors. Anaesthesia, v.49, p.613-22, 1994.

KENNEDY J.M, VAN RIJ A.M; SPEARS G.F; PETTIGREW R.A; TUCKER I.G.

Polypharmacy in a general surgical unit and consequences of drug withdrawal. Br J Clin

Pharmacol. v.49, n.4, p. 352-62, 2000.

KIZER J.R; KIMMEL S.E. Epidemiologic review of the calcium channel blocker drugs. An

up-to-date perspective on the proposed hazards. Arch Intern Med. v.161, p.1145, 2001.

KLASEN JOACHIM; JUNGER AXEL; HARTMANN BENSON; JOST ANDREAS.

Differing incidences of relevant hypotension with combined spinal-epidural anesthesia and

spinal anesthesia. Anesth Analg. v.96, p.1491-5, 2003.

LASSLETT L. Hypertension. Preoperative assessment and perioperative management. West

J Med. v.162, p.215-9, 1995.

LEDESMA M; DELÁS F; GARCÍA C.H; VILAPLANA J; VILLALONGA A; SANTIVERI

X. Comparación entre lidocaína y urapidilo en la prevención de la respuesta hemodinámica a

la intubación traqueal en pacientes con buen estado general. Rev Esp Anestesiol Reanim.

v.45, p. 46-9, 1998.

LEGAULT C; FURBERG C.D; WAGENKNECHT L.E. Nimodipine neuroprotection in

cardiac valve replacement: report of an early terminated trial. Stroke v.27, p.593, 1996.

LESSA I. Epidemiologia Insuficiência Cardíaca e da Hipertensão Arterial

Sistêmica no Brasil. Rev Bras de Hipertensão.v.8, p.383-392, 2001.

LEWINGTON S; CLARKE R; QIZILBASH N; PETO R; COLLINS R. Age-specific

relevance of usual blood pressure to vascular mortality: a meta-analysis of individual data for

one million adults in 61 prospective studies. Lancet. v.360, p.1903–13, 2002.

Page 76: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

76

LICKER M; NEIDHART P; LUSTENBERG S. Long- term angiotensin-converting enzyme

inhibitor treatment attenuates adrenergic responsiveness without altering hemodynamic

control in patients undergoing cardiac surgery. Anesthesiology, v.84, n.4, p.789-800, 1996.

LOLIO CA. Epidemiologia da hipertensão arterial. Rev. Saúde Pública. v.24, p. 425-

432, 1990.

MACMAHON S. Alcohol consumption and hypertension. Hypertension.v.9, p.111-21,

1987.

MAHAN L; ARLIN M; KRAUSE. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 7a ed. São

Paulo:Roca, 1995.

MAHESWARAN R; POTTER J.F; BEEVERS D.G. The role of alcohol in hypertension.J

Clin Hypertens. v. 2, p.172-8, 1986

MANCILHA-CARVALHO JDE J.,SOUZA E SILVA N. A. The Yanomami Indians in the

intersalt Study. Arq Bras Cardiol. v.80, p.289-300, 2003.

MANGANO D.T; LAYUG E.L; WALLACE A; TATEO I. Effect of atenolol on mortality

and cardiovascular morbity after noncardiac surgery: Multicenter Study of Perioperative

Ischemia research Group. N Engl J Med., v.335, p. 1713-20, 1996.

MCCULLOCH W.J.A; LITTLEWOOD D.G. Influence of obesity on spinal analgesia with

isobaric 0,5 % bupivacaíne. Br J Anaesth. v.64, p.610-14, 1986.

MELANDER O; GROOP L; HULTHEN U.L. Effects of salt on insulin sensitivy

differs according to genger and degree of salt sensitivy. Hypertension. v.35, n.3, p.827-31,

2000.

MERCADO D.L, PETTY B.G, Perioperative medication management. Med Clin N. Am.

v.90, p. 27-31, 2003.

METZ S; KLEIN C; MORTON N. Rebound hypertension after discontinuation of

transdermal clonidine therapy. Am J Med. v.82, p.17, 1987.

MICHOTA F.A; FROST S.D. Perioperative management of the hospitalized patient. Med

Clin N. Am. V.86, p.731-48, 2002.

Page 77: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

77

MIRENDA J; GRISSON T. Anesthetic implications of the renin- angiotensin system and

angiotensin-converting enzyme inhibitors. Anesth Analg., v.72, p.667-83, 1991.

MOREIRA L.B; FUCHS F.D; MORAES R.S. Alcohol intake and blood pressure: the

importance of time elapsed since last drink. J Hypertens. v.16, p.175-180, 1998.

MORGAN G.E, JR; MAGED S. MIKHAIL; MICHAEL MUNAY. Clinical Anesthesiology,

Third Edition, The Mc Graw – Hill companies, INC, 2006.

MOUSHMOUSH B; ABI-MANSOUR P. Alcohol and the heart. The long-term effects of

alcohol on the cardiovascular system. Arch Intern Med. v.151, p.36-42, 1991.

NADIA A; KHAN M.D; NORMAN R; CAMPBELL; SHAUN D. FROST; KEN

GILBERT; FRANK A; MICHOTA; ALI USMANI;DOUG SEAL; WILLIAM A. GHALI.

Risk of Intraoperative Hypotension with Loop Diuretics:A Randomized Controlled Trial. The

American Journal of Medicine. v.123, n.11, p. 1059.e1-e8, 2010.

NALLY BR; DUNBAR S.B; ZELLINGER M; DAVIS A. Supraventricular tachycardia

after coronary artery bypass grafting surgery and fluid and electrolyte variables. Heart Lung.

v.25, p.31, 1996.

NETER J.E; STAM B.E; KOK F.J; GROBBEE D.E; GELEIJNSE J.M. Influence of weight

reduction on blood pressure: a meta-analysis of randomized controlled trials. Hypertension.

v.42, p.878–84, 2003.

NISKANEN L, LAAKSONEN DE, NYYSSONEN K, PUNNONEN K, VALKONEN VP,

FUENTES R, TUOMAINEN TP, SALONEN R, SALONEN JT. Inflammation, Abdominal

Obesity, and Smoking as Predictors of Hipertensión. Hypertension. v.44, p.859-865, 2004.

NOBLE D.W; WEBSTER J. Interrupting drug therapy in the perioperative period. Drug

Safety. v.25, p. 489-95, 2002.

NOCITE J.R. Fisiopatologia da hipertensão arterial e avaliação do paciente hipertenso. Rev.

Bras. Anestesiol., v.38, p.257-262, 1988.

NUNES P.H.; NOMINATO J. C. S; PEREIRA B. M. G; NASCIMENTO A. L; SPALLA L;

GUERRA FILHO W. G; ALBUQUERQUE E. M; SILVA L. F; CASTRO I. R. S;

CASTILHO S.R. Intervenção farmacêutica e prevenção de eventos adversos. Revista

Brasileira de Ciências farmacêuticas, v. 44, n. 4, p. 691-699, 2008.

Page 78: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

78

O‟BRIEN M.M; GONZALES R; SHROYER A.L; GRUNWALD G.K; DALEY J;,

HENDERSON W.G. Modest serum creatinine elevation affects adverse outcome after general

surgery. Kidney Int. v.62, p. 585-92, 2002.

OKAMOTO M.M; SUMIDA D.H; CARVALHO C.R; VARGAS A.M; HEIMANN

J.C; SCHAAN B.D; MACHADO U.F. Regul Integr Comp Physiol. Am J Pshysiol ; v.286,

n.4, p.779-85, 2004.

OXORN D;, KNOX J.W; HILL J. Bolus doses of esmolol for the prevention of

perioperative hypertension and tachycardia. Can J Anaesth.v.37, p.206–209, 1990.

PIGGOT D.W; NAGLE C; ALLMAN K. Effect of omitting regular ACE inhibitor

medication before cardiac surgery on hemodynamic variables and vasoactive drug

requirements. Br J Anaesth. v.83, p.715, 1999.

POTTER J.F; WATSON R.D.S; SKAN W. The pressor and metabolic effects of

alcohol in normotensive subjects. Hypertension. v.8, p.625-31, 1986.

PRYS-ROBERTS C. Anaesthesia and hypertension. Br J Anaesth. V. 56, p. 711-24, 1984.

PRYS-ROBERT C. Pathophysiology of hypertension and ischaemic heart disease. Int.

Anesthesiol. Clin. v.18; p.1; 1980.

PRYS-ROBERTS C; GREENE L.T; MELOCHE R; FOEX P. Studies of anaesthesia in

relation to hypertension. II: hemodynamic consequences of induction and endotraqueal

intubation. Br J Anaesth. v.43, p.531-46, 1971.

PUDDEY I.B; ZILKENS R.R; CROFT K.D . Alcohol and endothelial function: a brief

review. clin exp pharmacol physiol.v.28, p.1020-4, 2001.

QUINTIN L; CICALA R; KENT M; THOMSEN B. Effect of clonidine on myocardial

ischemia: a double-blind pilot trial. Can J Anaesth. v.40, p.85, 1993.

REICH D.L; SABERA HOSSAIN; MARINA KROL; BERNARD BAEZ; PUJA PATEL;

ARIEL BERNSTEIN; CAROL A. BODIAN. Predictors of hypotension after induction of

general anesthesia. Anesth Analg. v.101, p.622-8, 2005.

REVES J.G; KISSIN I; LELL W.A; TOSONE S. Calcium entry blockers: uses and

implications for anesthesiologists. Anesthesiology. v.57, p.504, 1982.

Page 79: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

79

ROGERS G; ALPER E; BRUNELLE D; FREDERICO F; FENN CA; LEAPE LL.

Reconcilling medications at admission: safe practice recommendations and implementation

strategies. Jt comm. J Qual Patient Saf. v.32, n.1, p.37-50, 2006.

ROIZEN MF. Implicações Anestésicas das Doenças Concomitantes, em: Miller RD

Anestesia, 3a Ed,São Paulo, Livraria Editora Artes Médicas. p.793-894, 1993.

ROURE C. Interrupción peroperatoria de la medicación crónica; un riesgo innecesariamente

prolongado y probablemente infravalorado. Notícias Farmacoterapêuticas. v.35, p. 1-5,

2003.

ROSE D.K; MARSHA C.M; DEBOER D.P. Cardiovascular events in the postoperative care

unit: contribution of risk factors. Anesthesiology. v.84, p. 772-8, 1996.

ROSENMAN D.J; MCDONALD F.S; EBBERT J.O. Clinical consequences of withholding

versus administering renin-angiotensin-aldosterone system antagonists in the preoperative

period. J Hosp Med. v.3, p.319, 2008.

RYCKWAERT F; COLSON P.Hemodynamic effects of anesthesia in patients with ischemic

heart failure chronically treated with angiotensin-converting enzyme inhibitors. Anesth

Analg., v.84, n.5, p.945-949, 1997.

SACHIN KHETERPAL; OMEED KHODAPARAST; AMY SHANKS; MICHAEL

O‟REILLY ; KEVIN K. TREMPER. Chronic Angiotensin-Converting Enzyme Inhibitor or

Angiotensin Receptor Blocker Therapy Combined with Diuretic Therapy is Associated With

Increased Episodes of Hypotension in Noncardiac Surgery. Journal of Cardiothoracic and

Vascular Anesthesia. v 22, n. 2, p. 180-186, 2008.

SAMSON R.H. Periprocedural hypertension: Current concepts in management for the

vascular surgeon. Vasc Endovascular Surg. v.38, p.361-6, 2004.

SAMAD K; KHAN F;AZAM I. Hemodynamic effects of anesthetic induction in

patients treated with beta and calcium channel blockers. Middle East J

Anesthesiol. v. 19, p.1111–1128, 2008.

SANBORN K.V; CASTRE J; KURODA M; THYS DM. Detection of intraoperative

incidents by electronic scanning of computerized anaesthesia records; comparison whit

voluntary reporting. Anesthesiology. v.85, p.977-87, 1996.

Page 80: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

80

SANJOAQUÍN M.T; HORTAL F.J; NAVIA J. Manejo perioperatorio de la hipertensión

arterial. Act Anest Reanim (Madrid). v.13, p.32-47, 2003.

SANTIVERI X; LEDESMA L. Urapidilo en anestesiología: Farmacología e indicaciones.

Rev Esp Anestesiol Reanim. v.45, p.189-97, 1998.

SANTIVERI X. La hipertensión arterial perioperatoria. Un problema sin resolver. Rev Esp

Anest Reanim. v.47, p.143-4, 2000.

SEAR J.W; HIGHAM H. Issues in the perioperative management of the elderly patient with

cardiovascular disease. Drus Aging. v.19, n.6, p. 429-51, 2002.

SHAMMASH J.B; TROST J.C; GOLD J.M. Perioperative beta-blocker withdrawal and

mortality in vascular surgical patients. Am Heart J. v.141, p.148, 2001.

SKARVAN K. Perioperative hypertension: new strategies for management. Curr Opin

Anaesthesiol. v.11, p.29-35, 1998.

SMITH, I; JACKSON I. Beta-blockers, calcium channel blockers, angiotensin converting

enzyme inhibitors and angiotensin receptor blockers: should they be stopped or not before

ambulatory anaesthesia? Current Opinion in Anaesthesiology. v.23, n.6, p.687-690. 2010.

SMITH M.S; MUIR H; HALL R. Perioperative management of drug therapy. Drugs. v.51,

n.2, p. 238-59, 1996.

SOARES PPS & NÓBREGA ACL. Variabilidade da pressão arterial e exercício físico. Rev

Bras Hipertens. v.12, n.1, p. 33-35, 2005.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO- SBH, SOCIEDADE BRASILEIRA DE

CARDIOLOGIA- SBC, SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA- SBN. VI

Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol . v.95, n.1, p.1-51, 2010.

SPAHN D.R; PRIEBE H.J. Preoperative hypertension: remain vary? „Yes‟-cancel surgery?

„No‟. Br J Anaesth. v. 92, p.459-64, 2004.

SPELL N.O. Stopping and restarting medications in the perioperative period. Med Clin N

AM. v. 85, n.5, p.1117-28, 2001.

Page 81: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

81

STEVENS R.D; BURRI H; TRAMER M.R. Pharmacologic myocardial protection in patients

undergoing noncardiac surgery: a quantitative systematic review. Anesth Analog., v.97,

p.623-33, 2003.

STEVENS R.D; BURRI H; TRAMER M.R. Pharmacologic myocardial protection in

patients undergoing noncardiac surgery: a quantitative systematic review.

Anesth Analg. v. 97, p.623–633, 2003.

STOELTING R.K.S. Pharmacology and Phisiology in Anesthetic Practice. 3ª ed.; p.158-180,

1999.

STRANGES S; WU T; DORN J.M. Relationship of alcohol drinking pattern to

risk of hypertension: a population based study. Hypertension.v.44, p.813-9, 2004.

TARKKILA P; ISOLE J. A regression model for identifying patients at high risk of

hypotension, bradycardia and nausea duringnspinal anesthesia. Acta Anaesthesiol Scand.

v.76, p.906-16, 1992.

TEICHERT. M; SMET P.A; HOFMAN A. Discontinuation of beta blockers and the risk of

myocardial infarction in the elderly. Drug Saf.v.30, p.541–549, 2007.

TEN BROECKE P.W; DE HERT S.G; MERTENS E; ADRIAENSEN H.F. Effect of pre-

operative b-blockade on perioperative mortality in coronary surgery. Br J Anaesth. v. 90, p.

27-31, 2003.

The Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation,

and Treatment of High Blood Pressure. The JNC 7 Report. JAMA. v.289, n.19, p.2560-72,

2003.

TUMAN K.J; MCCARTHY R.J; IVANKOVICH A.D .Choice of anesthesia for the high-

risk cardiac patient: What really matters? Seminars in Anesthesia. v.12, p.251-260,

1993.

VARÉN J;MARIK P.E. The diagnosis and management of hypertensive crises. Chest. v. 118,

p.214-27, 2000.

Page 82: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

82

VASAN R.S; LARSON M.G; LEIP E.P; KANNEL W.B; LEVY D. Assessment of

frequency of progression to hypertension in non-hypertensive participants in the

Framingham Heart Study: a cohort study. Lancet. v.358, p.1682-86, 2001.

WALLACE A; LAYUG B; TATEO I. Prophylactic atenolol reduces postoperative

myocardial ischemia: McSPI Research Group. Anesthesiology, v.88, p.7-17, 1998.

WALLACE A; MANGANO DT. Use of beta-blockade to prevent death after noncardiac

surgery. West J Med., v.166, p.203-4, 1997.

WALLACE A.W; GALINDEZ D; SALAHIEH A . Effect of clonidine on cardiovascular

morbity and mortality after noncardiac surgery. Anesthesiology. v.101, p.284-93, 2004.

WECKSLER N; KLEIN M; ROSENTSVEIG V; SCHILY M; BRILL S. The Dilemma of

Immediate Preoperative Hypertension: to Treat and Operate, or to Postpone Surgery? J Clin

Anesth. v.15, p.179-183, 2003.

WHELTON S.P; CHIN A; XIN X; HE J. Effect of aerobic exercise on blood

pressure: a meta-analysis of randomized, controlled trials. Ann Intern Med.

v.136, p.493–503, 2002.

WILLIAN A.CATTERALL; KENNETH MACKIE - Anestésicos locais, em: Goodman &

Gilman – As bases farmacológicas da terapêutica, 11ª Ed, Rio de Janeiro, Mc Graw Hill

Interamericana do Brasil, p. 331-341. 2006.

WILLIAMS N.E. Profound bradycardia and hypotension following spinal anaesthesia in a

patient receiving an ACE inhibitor: an important „drug‟ interaction? Eur J Anaesthesiol,

v.16, p.796-8, 1999.

WOLF A & MCGOLDRICK K. Cardiovascular Pharmacotherapeutic Considerations in

Patients Undergoing Anesthesia. Cardiology in Review . v.19, n.1, 2011.

WOLFSTHAL S.D . É Necessário Controle da Pressão Arterial Antes da Cirurgia? em: Merli

GJ, Weitz HH, Lubin MF - Clínicas Médicas da América do Norte.

Rio de Janeiro, Interlivros Edições Ltda, p.385-398, 1993.

WONG J.H; FINDLAY J.M; SUAREZ-ALMANZOR M.E. Hemodynamic instability after

carotid endarterectomy: risk factors and associations with operative complications.

Neurosurgery. v.41, p.35-43, 1997.

Page 83: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

83

WOODMANSEY P; CHANNER K.S. Nifedipine and hypotension. (Letter). Lancet. v.338,

p.763-4, 1991.

XIN X; HE J; FRONTINI M.G; OGDEN L.G; MOTSAMAI O.I; WHELTON P.K. Effects

of Alcohol Reduction on Blood Pressure: A Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials.

Hypertension.v.38, p.1112-17, 2001.

ZILKENS R.R; BURKE V; HODGSON J.M. Red wine and beer elevate blood

pressure in normotensive men. Hypertension. v.45, p.874-79, 2005.

Page 84: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

84

9 ANEXOS

Page 85: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

85

9.1 Anexo 01 (Ficha de anestesia)

Page 86: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

86

9.2 Anexo 02 ( Ficha de Aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa do INTO)

Page 87: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

87

Page 88: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

88

9.5 Anexo 03 (certificados dos trabalhos apresentados no X Encontro de Pós-

Graduação em Cardiologia UFF-Incor/USP)

Page 89: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

89

Page 90: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

90

10 APÊNDICE

Page 91: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

91

10.1 Apêndice 01 (Resumo : UFF-Incor/USP)

Ludimila N Z Mondino, Patrícia H C Nunes, Sabrina Calil-Elias. Hipotensão na indução

anestésica e a influência dos Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina. 2010.

Universidade Federal Fluminense, Niterói (RJ); Instituto Nacional de

Traumatologia e Ortopedia, Rio de Janeiro (RJ).

Código da área temática: VI

Hipotensão na indução anestésica e a influência dos Inibidores da Enzima Conversora

de Angiotensina

Os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) são fármacos amplamente

utilizados em estados hipertensivos. Estudos têm demonstrado que os pacientes tratados

cronicamente com IECA apresentam maior risco de HA na indução anestésica (CORIAT et

al., 1994; JORDÃO et al., 2002). O objetivo deste trabalho é comparar a incidência de HA

entre pacientes hipertensos tratados cronicamente com IECA e que tiveram ou não a terapia

suspensa por período > 24 h antes do procedimento cirúrgico. Realizou-se um estudo

retrospectivo, comparativo, no qual foram analisados 267 prontuários e fichas de anestesia de

pacientes, de ambos os sexos, com idade entre 40 e 87 anos, com uso crônico de IECA,

submetidos à raquianestesia com Bupivacaína isobárica 0,5% (BP), no INTO, no período de

junho de 2005 a junho de 2008. Os pacientes foram divididos em dois (2) grupos: G1 ( n =

176): HAS prévia tratada (T), G2 ( n = 91): HAS prévia com terapia suspensa. Análise

descritiva dos dados e testes estatísticos foram aplicados para tratamento dos dados. O projeto

foi registrado no CONEP sob número FR-222429 3 e aprovado no Comitê de Ética em

Pesquisa do INTO sob número 0050.0.305.000-08. Não foram observadas diferença

significativa entre os grupos em relação ao peso, altura, sexo, à dose média de anestésico local

(BP) empregada para indução da anestesia e aos valores médios de líquidos infundidos

durante os primeiros 30 minutos depois da indução anestésica. A Incidência de HA moderada

no G1 (32,39%) foi equivalente a do G2 (32,97%) para p = 0,05. A Incidência de HA

relevante foi maior no G1 (15,34%) do que no G2 (10,19%). Em análise univariada verificou-

se que a utilização de outros fármacos antihipertensivos associados ao IECA, aumentou a

incidência de episódios hipotensivos para ambos os grupos (todas as combinações com P <

0,05). O aumento da idade também foi relatado na análise univariada como um fator

Page 92: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

92

significante para o desenvolvimento de HA. Os pacientes tratados com IECA por tempo

prolongado, apresentaram maior incidência de HA relevante na indução anestésica,

necessitando, com maior frequência, de fármacos para manter a pressão arterial sistêmica em

níveis adequados. Logo, a descontinuação da terapia com IECA até 24 hs antes da indução

anestésica está associada com uma redução do risco de hipotensão relevante após indução.

Page 93: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

93

10.2 Apêndice 02 (Resumo : UFF-Incor/USP)

Ludimila N Z Mondino, Patrícia H C Nunes, Sabrina Calil-Elias. Uso de fármacos anti-

hipertensivos e o risco associado de ocorrência de hipotensão na indução anestésica. 2010.

Universidade Federal Fluminense, Niterói (RJ); Instituto Nacional de

Traumatologia e Ortopedia, Rio de Janeiro (RJ).

Código da área temática: VI

Uso de fármacos anti-hipertensivos e o risco associado de ocorrência de hipotensão na

indução anestésica

A suspensão de fármacos anti-hipertensivos antes do procedimento cirúrgico tem como

objetivo diminuir ocorrência de hipotensão associada à anestesia, porém tem como revés o

risco de ocorrência de crise hipertensiva. A raquianestesia com bupivacaína isobárica 0,5 %

(BP) é muito utilizada em cirurgia ortopédica, sendo a Hipotensão Arterial (H) muito

freqüente. O objetivo deste trabalho é determinar a incidência de H associada à indução da

raquianestesia com BP em pacientes normotensos e pacientes hipertensos, submetidos à

artroplastia primária de quadril (AQ). Foram analisados 495 prontuários e fichas de anestesia

de pacientes com idade de 40 a 60 anos, no período de junho de 2005 a junho de 2008. Os

dados foram divididos em dois grupos: G1 (n = 260) pacientes normotensos sem uso de

fármacos anti-hipertensivos; G2 (n = 235) pacientes com hipertensão em uso de fármacos

anti-hipertensivos. Análise descritiva bivariada dos dados e testes estatísticos foram aplicados

para: idade, peso, altura, sexo, níveis de pressão arterial média (PAM) e H nos primeiros 30

minutos de anestesia. O projeto foi registrado no CONEP sob número FR-222429 3 e

aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa do INTO sob número 0050.0.305.000-08. A

diminuição da PAM, dentro de 30 minutos após a indução anestésica, foi observada em

94,9%. Em 25,4% de todos os casos, a PAM diminuiu mais de 30% e 46,8% destes receberam

intervenção terapêutica. Não houve diferença significativa entre os grupos em relação à idade,

peso, altura e sexo. Observou-se que quanto maior o número de fármacos anti-hipertensivos

maior foi a ocorrência de episódios hipotensivos durante a indução anestésica. As Classes de

fármacos mais prescritas foram IECA (17,8%) e os Diuréticos (10,6%). As classes de

fármacos anti-hipertensivos relacionadas a uma maior incidência de hipotensão quando

utilizadas em T< 24 horas antes da indução anestésica foram ARAII (75%) e Diuréticos

Page 94: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

94

(65%). Hipertensão arterial, número de fármacos anti-hipertensivos e PAM pré-operatória são

fatores de risco para hipotensão na indução anestésica.

Page 95: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

95

10.2 Apêndice 03 (artigo: Incidence and risk factors for hypotension after induction of

spinal anesthesia)

Incidence and risk factors for hypotension after induction of spinal anesthesia

Incidência e fatores de risco para hipotensão após indução da raquianestesia

Hypotension after induction of anesthesia

Hipotensão após indução de anestesia

Abstract

Background: Hypotension is one of the most common adverse effects of spinal anesthesia.

Purpose: The aims of the present study were to quantify the incidence of hypotension and to

identify independent risk factors associated with hypotension after induction of anesthesia.

Methods: A Case-Control study was conducted, with analysis of 937 (100%) anesthesia

records of patients of both genders, with age from 40 years or older, which received isobaric

bupivacaine 0,5% as anesthesic and mean arterial blood pressure was recorded in first 30

minutes after induction of anesthesia. The following variables were independently assessed by

a bivariate analysis, for a possible incidence of hypotension after spinal anesthesia: age,

gender, height, weight and body mass index, presence of hypertension and diabetes mellitus,

Heart Rate, Average Score of Anesthesiology (ASA), laboratory exams and therapy with

antihypertensive drugs. Logistic regression was used to investigate independent factors with a

significant association to hypotension within a multivariate model.

Results: Hypotension was detected in 35.3% (n = 284) of the patients included. By

multivariate analysis, age (OR-1,034), hypertension (OR-2,44) and/or diabetes mellitus (OR-

17,14) were independently associated with the occurrence of hypotension during induction of

Page 96: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

96

anesthesia. The relative risks for hypotension in patients who use angiotensin-converting

enzyme inhibitors or diuretics were 1.66 and 1.63 times respectively.

Conclusion: A previous history of hypertension, diabetes mellitus type II and the use of

angiotensin-converting enzyme inhibitors or diuretics were found to be important risk factors

to induce hypotension after induction of anesthesia with isobaric bupivacaine 0,5%.

Key words: Hypotension, risk and anesthesia.

Resumo

Fundamento: A hipotensão é um importante efeito adverso da raquianestesia.

Objetivo: Os objetivos do presente estudo são avaliar a incidência de hipotensão e identificar

fatores de riscos associados a essa hipotensão após indução anestésica.

Métodos: Foi realizado um estudo caso controle, com a análise de 937 fichas de anestesia e

prontuários de pacientes de ambos os sexos, com idade igual ou superior à 40 anos, que

receberam anestesia com bupivacaína 0,5 % isobárica e a pressão arterial média foi verificada

nos primeiros 30 minutos após a indução da anestesia. A análise bivariada foi utilizada para se

relacionar a incidência de hipotensão na raquianestesia com as variáveis: idade, sexo, altura,

peso e índice de massa corpórea, presença de hipertensão e diabetes mellitus, freqüência

cardíaca, Average Score of Anesthesiology (ASA), exames laboratoriais e terapia com

fármacos antihipertensivos. A regressão logística foi utilizada para investigar fatores de risco

independentes associados ao desenvolvimento da hipotensão.

Resultados: A hipotensão foi observada em 35.3% (n = 284). Pela análise multivariada a

idade (OR-1,034), hipertensão (OR-2,44) e/ou diabetes mellitus (OR-17,14) foram

independentemente associados com a ocorrência de hipotensão. O risco relativo de hipotensão

Page 97: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

97

nos pacientes que faziam uso de inibidores da enzima conversora de angiotensina e diuréticos

foi de 1.66 e 1.63 vezes, respectivamente.

Conclusão: A história prévia de hipertensão, diabetes mellitus tipo II e o uso de inibidores da

enzima conversora de angiotensia ou diuréticos são importantes fatores de riscos para a

indução da hipotensão após a indução anestésica com bupivacaína 0,5 % isobárica.

Palavras-chave: Hipotensão, risco e anestesia.

Introduction

Hypotension is one of the most common adverse effects of spinal anesthesia, with an

incidence of 15 % to 33 %1-3

. The magnitude of the circulatory changes induced by spinal

anesthesia is related to several factors, such as the degree of sympathetic denervation, volume

status, the degree of patient's cardiovascular impairment and perioperative position. The

interaction of these factors may lead to hypotension with or without bradycardia and other

arrhythmias, with consequent deficits in coronary and cerebral perfusion4. Spinal anesthesia is

often performed for orthopaedic surgery and bupivacaine is the most widely local anesthetic

used for this purpose. Bupivacaine, used commercially, is a racemic mixture of R (+) and S (-

) enantiomers and it has rapid onset and long duration of action5.

Cardiovascular risk factors rarely occur in isolation, but are highly interactive and

associated with occurrence of hypotension during spinal anesthesia6. Dinesh et al.

3 found

association between early hypotension during spinal anesthesia induction and some risk

factors, such as age, sex, body mass index, history of hypertension, diabetes mellitus,

Page 98: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

98

anaemia, systolic and diastolic blood pressure3. According to Hartmann et al.

7 history of

hypertension increased two-fold the incidence of hypotension during spinal anesthesia.

Perioperative use of cardiovascular agents may induce hemodinamic instability. Some

drugs were found to increase the risk to develop hypotension during noncardiac surgery, like

angiotensin-converting enzyme inhibitors, angiotensin II receptor blockers, diuretics and beta-

blockers8-10

. The discontinuation of long-term cardiovascular therapy during noncardiac

surgery should be based on available clinical data and expert opinion8 and the

recommendation relies on keeping beta-blockers, calcium channel blockers and alpha2

agonists therapy and discontinuing angiotensin-converting enzyme inhibitors, angiotensin II

receptor blockers, diuretics10,11

.

The main objective of this study was to quantify the incidence of hypotension in

patients undergoing orthopedic surgery and to identify independent risk factors associated

with increased incidence of hypotension after induction of anesthesia with isobaric

bupivacaine 0,5 % in orthopedic surgery.

Methods

The procedures were in accord with the ethical standards of the instituion‟s committee

on human experimentation. This retrospective and comparative study analyzed 937 (100 %)

anesthesia records from June, 2005 to May, 2008, from patients of both genders, undergoing

primary hip arthroplasty, and receiving bupivacaína 0,5 % as anesthetic. Among the

individuals included, age was from 40 years or older and Mean Arterial Blood Pressure

(MAP) was recorded at every five minute during the surgery. Patients with renal failure, liver

failure and other cardiovascular comorbidities were excluded from the study, with a final

number of 804 patients included.

Page 99: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

99

The following variables were independently assessed by a bivariate analysis, for a

possible incidence of hypotension after spinal anesthesia. Variables:

1. Demographic data: age, gender, height, weight and body mass index (BMI);

2. Associated pathology: hypertension and diabetes;

3. Mean Arterial Blood Pressure (MAP), Heart Rate (HR), Average Score of

Anesthesiology (ASA) and laboratory exams;

4. Therapy with antihypertensive drugs: five classes of antihypertensive drugs

were considered in this study – Angiotensin-Converting Enzyme Inhibitors (ACEI),

Angiotensin II Receptor Antagonists (ARAII), Beta-Blockers (BB), Calcium Channel

Blockers (CCB) and Diuretics.

Tabagism and etilism were not included as variables due to lack of a classification and

definition protocol of the hospital, what make it difficult to analyze the data found on records.

Hemodynamic responses in first 30 minutes after induction of anesthesia were

observed, like blood pressure and heart rate12

. That period of time was chosen based on

previous reports12

which showed a major variation in blood pressure as well as a minor

influence of intravasal fluid displacement or blood loss due to surgical incision13

. Data were

extracted from previous medical records (charts) and may therefore be underestimated.

All patients in this study received midazolam (15 mg) 3 hours before surgery. The

dichotomic variable hypotension (yes / no) was considered as an objective criterion to

separate into two groups. Patients who did not developed hypotension during the study period

were allocated to group 1(G1) and patients who developed hypotension in group 2 (G2).

Hypotension was defined as a decrease in Mean Arterial Pressure (MAP) greater than

30 % in the pre-induction or MAP lower than 70 mmHg. The threshold for hypotension was

based on identical observations (< 70 mmHg), (> 30% of MAP in the preoperative)13

.

Page 100: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

100

Preoperative laboratory tests such as fasting glucose, serum urea, creatinine,

hematocrit, hemoglobin and coagulation were also analyzed.

Statistical analysis

Observations attained were tabulated and analyzed by the statistical program R,

version 211.114

. A bivariate analysis was performed in order to find potential associations

with the decrease in MAP. Mean values and standard deviations for continuous variable

metrics were calculated. Continuous metric variables were compared between groups by

Student´s T-Test. Categorical variables were evaluated by a significant association with

decreased MAP, using Chi-Square statistical test. The variable antihypertensive therapy is a

discrete variable (counts) and for this reason the Wilcoxon-Mann-Whitney test was applied as

an alternative to Student T Test to test the hypothesis of difference between the median

number of drugs (used) in hypotensive and non-hypotensive patients. The 5% level of

significance was stablished as a threshold for statistical significance. Following the bivariate

analysis, we fitted a logistic regression model to get a better understanding about the

association between the response variable and a set of predictors15

.

Criteria for selection of variables in the logistic regression model

We developed a strategy for variable selection that considered 3 blocks of variables

that should be represented in the final model. The 3 blocks were: block 1 (age, sex and BMI),

block 2 (ACEI, ARAII, CCB, BB, and diuretics) and block 3 (Diabetes, Hypertension, ASA

and SBP, DBP, MAP in the preoperative) and were selected for the general model variables of

statistical significance in the blocks. Nonsignificant variables were discarded in the final fitted

model.

The study was supported by the Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de

Janeiro (FAPERJ) and Ministério da Saúde/BR.

Page 101: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

101

Results

Data collected from medical records and anesthesia records of patients undergoing HA

were used to access the extent of lowering of blood pressure.

The percentage of patients that had a decreased in MAP during induction is shown in

table I. A decrease in MAP within 30 minutes after anesthesia induction was observed in 94.6

% of all patients. In 19,6 % (n=158) it was observed a decrease ranged from 1 % to 10 %. A

decrease from 20 % to 30 % was observed in 20.6 % (n=166) and 29,1 % (n=234) showed a

decrease higher than 30 %. Of this 29,1 % patients, 63,2 % (n=148) received a therapeutic

intervention. All patients were included in analysis.

According to the predefined criteria of hypotension this event was detected in 35.3 %

(n = 284) of all patients included in the analysis.

Independent risk factors associated with increased incidence of hypotension after

anesthesia induction were identified through bivariate analysis (p<0.05): Age, Prior

Hypertension, Diabetes, ASA, number of antihypertensive drugs prescribed per patient, MAP,

DBP (diastolic blood pressure) and SBP (systolic blood pressure) preoperatively. Weight,

height, BMI and sex were not classified as independent risk factors associated with increased

incidence of hypotension (p > 0,05) (Table II and III).

Patients with history of hypertension and use of antihypertensive drugs on admission

had an incidence of hypotension of 45.98 % (n=200) while normotensive patients without

reported use of antihypertensive drugs in hospital admission showed an incidence of 22.77 %

(n= 84). In hypertensive patients the risk of hypotension after induction of anesthesia was two

times higher (RR = 2.02) when compared with normotensive patients.

Statistical test (chi squared) was applied to all laboratory tests in preoperatory period

which were out of reference ranges, but it was not found any significant statistical difference

(data not show).

Page 102: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

102

By multivariate analysis age, presence of diabetes mellitus and/or hypertension was

independently associated with the occurrence of hypotension during induction of anesthesia

(Table IV). Other variables included in the model (ASA physical status, height puncture,

MAP, SBP and DBP pre-surgery) did not show any significant association, being excluded

from the final model.

Table V shows an analysis of possible influence of some classes of antihypertensive

drugs in occurrence of hypotension in patients undergoing spinal anesthesia with isobaric

bupivacaine 0,5 %. All five classes of antihypertensive drugs evaluated in this study had a

degree of significance in occurrence of hypotension during spinal anesthesia induction. ACEI

and diuretic drugs had a major association (p < 0,01). On the other hand, BB had a minor

association (p < 0,1) (Table V).

Discussion

In our study, hypotension after spinal anesthesia induction with isobaric bupivacain

0,5 % was found in 35,5 % of the patients. This data deals with those 32 % reported by other

authors in literature1,3,16

. A significant decrease in arterial blood pressure could be harmful as

long as a low perfusion pressure under regulatory capacity of some organs may cause damage,

as well as it may produce dizziness, nausea and vomiting after surgery. However, in most of

the cases it can be considered clinically irrelevant event17

. The value of blood pressure which

needs a therapeutic intervention is controversial once the risk of major complications (cardiac

morbidity and mortality) related to hypotension during regional and general anesthesia is very

low. Therefore, only in patients with a significant drop in blood pressure a high risk of

damage may be expected17

. Another explanation would be the utilization of different methods

of measuring blood pressure and data record. In this study data record were done manually,

despite de fact that many authors show that automated records provide a higher quality

Page 103: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

103

data18,19

. However, data analysis was considered satisfactory since drug prescription was

made electronically and anesthesia records were completely filled. A major difficult was the

readability of charts.

From medical records (charts and anesthesia records) and using bivariate statistical

analysis, 8 (eight) independent variables were found to be associated with occurrence of

hypotension after spinal anesthesia induction with bupivacaine 0,5%: age, previous

hypertension, diabetes mellitus type II (DM), physical state (ASA), number of

antihypertensive drugs prescribed to patient, MAP, DBP, SBP pre-operatively. However, only

three of this factors, (DM, hypertension and age) had an association with hypotension

independently of other factors in a multivariate analysis.

We observed an association between age and the occurrence of hypotension. The risk

was increased with age, and the older patient the higher was the risk of hypotension

(OR=1,034) during spinal anesthesia. Other authors have reported age as an independent risk

factor for hypotension after anesthesia induction1,3,16

. The elderly was in increased risk of

developing long-term complications from hypotension because their reduced physiological

reserve and increased incidence of systemic disease3.

A previous history of hypertension and diabetes mellitus type II were found to be

important risk factors in our study. The presence of such diseases elevated considerably the

risk for hypotensive events. It is known that hypertensive and diabetic patients may show

some structural remodelling of artery walls (hyperplasia and hypertrophy) which could

dramatically change the hemodynamic response to anesthesia and a consequent alteration on

vascular resistance and blood pressure in these patients20,21

. So the pre-existing hypertension

is an important factor to explain the changes in blood pressure during induction of spinal

anesthesia.

Page 104: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

104

Autonomic neuropathy with impairment of baroreflex function may predispose

diabetic patients to significant hemodynamic instabilities during anesthesia22

. Carpenter et al.1

failed to find an association between diabetes mellitus and the development of hypotension.

Nevertheless, Dinesh et al.3 observed that patients with diabetes mellitus type II showed an

increase of 1,3 in the risk of hypotension development.

Some antihypertensive drugs can increase the risk of hypotension during anesthesia

and there are controversies whether it is better to omit certain antihypertensive drugs before

surgery or not. For example for beta-blockers it was advised not to stop treatment on the day

of surgery, because these drugs could attenuate the physiologic responses to hypovolemia,

hypoxia and hypercarbia. On the other hand, angiotensin-converting enzyme inhibitors

(ACEI), angiotensin II receptor antagonist (ARAII) and diuretics should be discontinued

before the surgery. In chronic hypertensive patients treated with diuretics, intravascular

volume contraction may exist, rendering these patients more prone to hypotension associated

with induction of anesthesia. But it is important to emphasize that the decision to continue to

take an antihypertensive agents should be based on individual risk – benefit analysis

preoperatively10,11,23,24

.

In our study ACEI and diuretics were the two classes of antihypertensive drugs that

were highly correlated with hypotension after anesthesia with isobaric bupivacaine 0.5%.

Patients with chronic blockade of the renin-angiotensin-aldosterone system, which also

undergoes anesthesia, have an increased risk of hypotension due to decreased vascular

resistance associated with decreased cardiac filling25-27

. The use of diuretics on the day of

surgery is related to the increase of the magnitude of hypotension due to a combination of

vasodilators effects of anesthetics and an intravascular volume contraction10,28,29

. In addition,

diuretics may induce electrolyte imbalances which could affect the action of neuromuscular

blocking agents and induce other complications during the surgery.

Page 105: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

105

The knowledge of risk factors presented in this study will help medical evaluation pre-

operatively as well as draw attention to and increased surveillance of these patients, allowing

a more rapid therapeutic intervention when it´s necessary.

Knowledge: The study was supported by the Universidade Federal Fluminense, Fundação de

Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) and Ministério da Saúde/BR.

Conflict of Interest Disclosures: All authors have completed and submitted this paper

Form for Disclosure of Potential Conflicts of Interest.

References

1. Carpenter RL, Caplan RA, Brown DL, et al. Incidence and risk factors for side effects

of spinal anaesthesia. Anesthesiology 1992; 76:906-16.

2. Sanborn KV, Castre J, Kuroda M, et al. Detection of intraoperative incidents by

electronic scanning of computerized anaesthesia records: comparison whit voluntary

reporting. Anesthesiology 1996; 85:977-87.

3. Dinesh S, Sunnet K, Avtar S, et al. Risk factors for development of early hypotension

during spinal anaesthesia. J Anaesth Clin Pharmacol. 2006; 22:4:387-93.

4. Greene NM. Concepts in spinal anaesthesia. Iars review course lectures. 1985; 84-9.

5. Imbelloni LE, Cordeiro JA. Mistura com excesso enantiométrico de 50% de

bupivacaína (S75: R25) hiperbárica para procedimentos cirúrgicos infra- umbilicais.

Estudo com diferentes volumes. Rev Bras Anestesiol. 2009; 59:3-10.

6. John B Kostis. The importance of managing hypertension and dyslipidemia to

decrease cardiovascular disease. Cardiovascular Drugs Ther 2007; 21:297-309.

Page 106: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

106

7. Hartmann B, Junger A, Klasen J, et al. The incidence and risk factors for hypotension

after spinal anesthesia induction: an analysis with automated data collection. Anesth

Analg. 2002; 94(6):1521-9.

8. Pass SE, Simpson RW. Discontinuation and reinstitution of medications during the

perioperative period. Am J Health-Syst Pharm. 2004; 61(1):899-912.

9. -blocker

prophylaxis in noncardiac surgery. Am J Health-Syst Pharm. 2010; 67(1):523-30.

10. Wolf A, McGoldrick KE. Cardiovascular pharmacotherapeutic considerations in

patients undergoing anesthesia. Cardiology Rev. 2011; 19(1):12-6.

11. Smith I, Jackson I. Beta-blockers, calcium channel blockers, antiotensin converting

enzyme inhibitors and angiotensin receptor blockers: should they be stopped or not

before ambulatory anesthesia? Curr Opin Anesthesiol. 2010; 23:687-90.

12. Comfere T, Sprung J, Kumar MM, et al. Angiotensin system inhibitors in a general

surgical population. Anesth Analg. 2005; 100(3):636-44.

13. Klasen J, Junger A, Hartmann B, et al. Differing incidences of relevant hypotension

with combined spinal-epidural anesthesia and spinal anesthesia. Anesth Analg.

2003;96:1491-5.

14. R Development Core Team. R: A language and Environment for Statistical

Computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria, 2010a. URL

http://www.R-project.org. ISBN 3-900051-07-0.

15. Richard A. Johnson, Dean W. Wichern. Applied Multivariate Statistical Analysis. 6th

edition, 2007.

16. Tarkkila P, Isole J. A regression model for identifying patients at high risk of

hypotension, bradycardia and nausea during spinal anesthesia. Acta Anaesthesiol

Scand 1992; 36:554-8.

Page 107: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

107

17. Reich DL, Hossain S, Krol M, et al. Predictors of hypotension after induction of

general anesthesia. Anesth Analg. 2005;101:622-8.

18. Sanborn KV, Castro J, Kuroda M, et al. Detection of intraoperative incidents by

electronic scanning of computerized anesthesia records. Comparison with voluntary

reporting. Anesthesiology. 1996;85(5):977-87.

19. Benson M, Junger A, Fuchs C, et al. Using an anesthesia information management

system to prove a deficit in voluntary reporting of adverse events in a quality assurance

program. J Clin Monit Comput. 2000;16(3):211-7.

20. Folkow B. Cardiovascular structural adaptation: its role in the initiation and

maintenance of primary hypertension. Clin Sci. 1978;55:3.

21. Prys-Robert C. Pathophysiology of hypertension and ischaemic heart disease. Int.

Anesthesiol. Clin., 1980;18:1.

22. Ciccarelli LO, Ford CM, Tsedua K. Autonomic neuropathy in a diabetic patient with

renal failure. Anesthesiology. 1986;64;283-7.

23. Behnia R, Molteni A, Igić R. Angiotensin-converting enzyme inhibitors: mechanisms

of action and implications in anesthesia practice. Curr Pharm Des. 2003;9(9):763-76.

24. Bertrand M, Godet G, Meersschaert K, et al. Should the angiotensin II antagonists be

discontinued before surgery? Anesth Analg 2001; 92:26-30.

25. Coriat P, Richer C, Douraki T, et al. Influence of chronic angiotensin-converting

enzyme inhibition on anesthetic induction. Anesthesiology 1994; 81:299-307.

26. Mirenda J, Grisson T. Anesthetic implications of the renin- angiotensin system and

angiotensin-converting enzyme inhibitors. Anesth analg 1991; 72:667-83.

27. Ryckwaert F, Colson P. Hemodinamic effects of anesthesia in patients with ischemic

heart failure chronically treated with angiotensin-converting enzyme inhibitors. Anesth

Analg 1997; 84:945-9.

Page 108: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

108

28. Spell, N.O. Stopping and restarting medications in the perioperative period. Med Clin

N Am. 2001; 85:5:1117-28.

29. JW Sear, H Higham. Issues in the perioperative management of the elderly patient with

cardiovascular disease. Drugs Aging. 2002; 19:429-51.

Page 109: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

109

Table I. Percentage of patients that had a decreased in MAP during induction

Range % decrease in

MAP

Patients that had decreased in

MAP

Patients that received therapeutic

intervention

n % n %

0% 43 5.35 0 0.0

0 ┤ 10% 158 19.65 1 0.63

10 ┤ 20% 203 25.25 5 2.46

20 ┤ 30% 166 20.65 11 6.63

>30% 234 29.10 148 63.25

Total 804 100 165 20.52

MAP - Mean Arterial Pressure.

Page 110: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

110

Table II. Variables quantitative analyzed in the study and its relationship to hypotension on induction of

anesthesia

Variables

No hypotension

Group 1

(Mean ± SD)

Hypotension

Group 2

(Mean ± SD)

p value

Age (years) 55 ± 10.47 62 ± 10.52 < 2.2 x 10-16***

Height (cm) 1.65 ± 0.10 1.64 ± 0.09 0.028*

Weight (kg) 73 ± 15.58 72 ± 14.32 0.222

BMI (kg/m2) 23.63 ± 4.71 23,67 ± 4.68 0,917

MAP (mm Hg) Preoperative

value

95.78 ± 11.14 105.73 ± 17.90 3.30 x 10-16***

SBP (mmHg) Preoperative

value

131.52 ± 16.48 145.98 ± 26.41 8.59 x 10-16***

DBP (mmHg) Preoperative

value

77.90 ± 10.66 85.60 ± 15.43 4.06x10-13***

HR (per minute)

Preoperative value

86.52 ± 9.37 87.71 ± 8.41 0.066*

BMI - body mass index; MAP-mean arterial pressure; DBP-diastolic blood pressure; SBP - Systolic Blood Pressure; Heart Rate-HR; Statistical test: T-test. *

Significance level of p < 0.1, ** Significance level p < 0.05, *** Significance level p < 0.01.

Page 111: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

111

Table III. Variables qualitative analyzed in the study and it relationship to hypotension on induction of anesthesia

Variables

n

No hypotension

Group 1-%(n)

Hypotension

Group 2-%(n)

p value

Sex

Female

Male

448

356

66.52 (298)

62.36(222)

33.48(150)

37.64(134)

0.2497

ASA physical status

I

II

III

321

479

4

76.01(244)

57.20(274)

50(2)

23.99(77)

42.80(205)

50(2)

2.845x10-07***

Prior Diabetes

No

Yes

720

84

71.10(512)

9.52(8)

28.9(208)

90.48(76)

< 2.2x10-16***

Prior hypertension

No

Yes

369

435

77.23(285)

54.02(235)

22.77(84)

45.98(200)

1.137x10-11***

Antihypertensive therapy0

1

2

3

4

369

154

187

73

21

77.23(285)

58.44(90)

53.47(100)

46.57(34)

52.38(11)

22.77(84)

41.56(64)

46.53(87)

53.43(39)

47.62(10)

3.633x10-12***

(Wilcoxon)

BMI (kg/ m2)

< 30

>30

628

176

65.13(409)

63.07(111)

34.87(219)

36.93(65)

0.677

Isobaric Bupivacaíne 0,5%

(mg)

804 18.16 ± 2,90 18.05 ± 2,93 0.6268

Height Puncture

L2/L3

L3/L4

L4/L5

64

724

16

54.69(35)

65.88(477)

50(8)

45.31(29)

34.12(247)

50(8)

0.09228*

BMI - body mass index; Anti-hypertensive therapy: 0 - no use of antihypertensive drugs on admission, 1 - Use 1 (one) antihypertensive drug at the time of

admission, 2 - Use 2 (two) antihypertensive drugs at the time of admission, 3 - Use three (3) antihypertensive drugs at the time of admission, 4 - Use 4 (four)

antihypertensive drugs at the time of admission; ASA (American Society of Anesthesiologists) - physical status classification system is for Assessing the

fitness of patients before surgery; Statistical test: chi-square and Wilcoxon * Significance level of p <0.1, ** Significance level p<0.05, *** Significance level

p<0.01.

Page 112: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

112

Table IV. Logistic Regression Results for the variables analyzed study

Variables Coefficient β Std P Odds ratio

Diabettes 2.841 0.392 4.20 e-13 17.138 (16.370 –

17.906)

Hypertension 0.892 0.178 5.88 e-7 2.440 (2.090 – 2.790)

Age 0.033 0.008 2.69 e-5 1.034 (1.018 – 1.049)

Intercept 3.333 0.459 3.70 e-13 0.036 (-0.864 – 0.935)

Page 113: LUDIMILA NUNES ZINI MONDINO AVALIAÇÃO DO RISCO DE ... Ludimila Nunes... · Estudo de caso-controle, realizado com a análise de 937 (100%) registros de anestesia de pacientes de

113

Table V. List of classes of antihypertensive drugs related to the incidence of hypotension on induction of anesthesia

Variables

n

No hypertension

Group 1 - % (n)

Hypertension

Group 2 - % (n)

p value

BB treatment

Yes

No

154

650

57.80 (89)

66.31 (431)

42.20 (65)

33.69 (219)

0.0582*

CCB treatment

Yes

No

100

704

51 (51)

66.62 (469)

49 (49)

33.38 (235)

0.003219**

Diuretic treatment

Yes

No

269

535

52.42 (141)

70.84 (379)

47.58 (128)

29.16 (156)

3.792 x 10-7***

ARAII treatment

Yes

No

40

764

40 (16)

65.97 (504)

60 (24)

34.03 (260)

0.001473**

ACEI treatment

Yes

No

268

536

51.87 (139)

71.08 (381)

48.13 (129)

28.92 (155)

1.19 x 10-7***

ACEI = Angiotensin-converting enzyme inhibitors; ARAII = Angiotensin II receptor subtype-1 antagonists; BB = beta-blockers; CCB = calcium channel blockers;

* Significance level of p<0.1, ** Significance level p<0.05, *** Significance level p<0.01.