lúcio costa

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Lúcio Costa Lúcio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa ( Toulon , França , 27 de fevereiro de 1902 Rio de Janeiro , 13 de junho de 1998 ) foi um arquiteto , urbanista e professor brasileiro . História de vida[editar | editar código-fonte] Pioneiro da arquitetura modernista no Brasil, ficou conhecido mundialmente pelo projeto do Plano Piloto de Brasília. Devido às atividades oficiais de seu pai, o almirante Joaquim Ribeiro da Costa, morou em diversos países, o que lhe rendeu uma formação pluralista. Estudou na Royal Grammar School em Newcastle, no Reino Unido, e no Collège National em Montreux, na Suíça. Retornou ao Brasil em 1917 e, mais tarde, passou a frequentar o curso de arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes, que ainda aplicava um programa neoclássico de ensino. Ele formou-se Arquiteto pela Escola em 1924. Apesar de praticar uma arquitetura neoclássica durante seus primeiros anos (defendendo em certos momentos umaarquitetura neocolonial), rompeu com essa formação historicista e passou a receber influências da obra do arquiteto franco-suíço Le Corbusier. Iniciou parceria com o arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik, que construiu a primeira residência considerada moderna no Brasil. Em 1930, nomeado ministro da Educação e Saúde o jurista Francisco Campos, chamou para seu chefe de gabinete Rodrigo Melo Franco de Andrade de grande influência entre os modernistas de São Paulo e Rio de Janeiro. Por indicação deste, nomeado para dirigir a Escola Nacional de Belas Artes, o jovem arquiteto Lúcio Costa, com a missão de renovar o ensino das artes plásticas e implantar um curso de arquitetura moderna.

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DESCRIÇÃO SOBRE A VIDA E TRABALHO DE UM DOS MAIORES GÊNIOS DO URBANISMO BRASILEIRO.

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Page 1: Lúcio Costa

Lúcio Costa

Lúcio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa (Toulon, França, 27 de fevereiro de 1902 — Rio de Janeiro, 13 de junho de 1998) foi um arquiteto, urbanista e professor brasileiro.

História de vida[editar | editar código-fonte]

Pioneiro da arquitetura modernista no Brasil, ficou conhecido mundialmente pelo projeto

do Plano Piloto de Brasília. Devido às atividades oficiais de seu pai, o almirante Joaquim

Ribeiro da Costa, morou em diversos países, o que lhe rendeu uma formação pluralista.

Estudou na Royal Grammar School em Newcastle, no Reino Unido, e no Collège

National em Montreux, na Suíça.

Retornou ao Brasil em 1917 e, mais tarde, passou a frequentar o curso

de arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes, que ainda aplicava um

programa neoclássico de ensino. Ele formou-se Arquiteto pela Escola em 1924. Apesar de

praticar uma arquitetura neoclássica durante seus primeiros anos (defendendo em certos

momentos umaarquitetura neocolonial), rompeu com essa formação historicista e passou a

receber influências da obra do arquiteto franco-suíço Le Corbusier.

Iniciou parceria com o arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik, que construiu a primeira

residência considerada moderna no Brasil.

Em 1930, nomeado ministro da Educação e Saúde o jurista Francisco Campos, chamou

para seu chefe de gabinete Rodrigo Melo Franco de Andrade de grande influência entre os

modernistas de São Paulo e Rio de Janeiro. Por indicação deste, nomeado para dirigir

a Escola Nacional de Belas Artes, o jovem arquiteto Lúcio Costa, com a missão de renovar

o ensino das artes plásticas e implantar um curso de arquitetura moderna.

Apesar de ter sido um dos grandes nomes do modernismo no Brasil, Lúcio Costa começou a carreira

projetando construções neocoloniais, algumas das quais podem ser admiradas no Largo do Boticário, Rio

de Janeiro.

Alterações introduzidas por Lúcio Costa mudaram a estrutura e o espírito do salão anual.

Apareceram pela primeira vez na velha escola, ao lado dos antigos frequentadores,

artistas ligados à corrente moderna, na sua maioria vindos da capital paulista. A trigésima

oitava Exposição Geral (1931), foi por isso chamada de Salão revolucionário.

Page 2: Lúcio Costa

Entre os alunos da renovada escola de arquitetura estava o jovem Oscar Niemeyer.

Sabendo da importância de sua geração na mudança dos rumos culturais do país, Costa

convenceu Le Corbusier a vir ao Brasil em 1936 para uma série de conferências (enquanto

colaborava no projeto da sede do recém-criado Ministério da Educação e da Saúde

Pública). A arquitetura moderna do projeto ia ao encontro dos objetivos

da ditadura Vargas, ao passar ares de modernidade e progresso ao país. Costa, embora

convidado a projetar o edifício sozinho, preferiu dividir o projeto com uma equipe que

incluía o seu antigo aluno Oscar Niemeyer e os seus sócios Carlos Leão, Ernani

Vasconcellos, Jorge Moreira e Affonso Eduardo Reidy.

Em 1939 foi co-autor do pavilhão brasileiro para a Feira Universal de Nova

Iorque juntamente com Oscar Niemeyer e Paul Lester Wiener.

Em 1957, ao ser lançado o concurso para a nova capital do país, Costa enviou ideia para

um anteprojeto, contrariando algumas normas do concurso. Apesar disso, venceu por

quase unanimidade (apenas um jurado não votou nele), sofrendo diversas acusações dos

concorrentes. Desenvolveu o Plano Piloto de Brasília e, como Niemeyer, passou a ser

conhecido em todo o mundo como autor de grande parte dos prédios públicos.

O projeto de Lúcio Costa punha em prática os conceitos modernistas de cidade: o

automóvel no topo da hierarquia viária, facilitando o deslocamento na cidade (apesar disso

em seus projetos ele também criou a Estação Rodoferroviária de Brasília), os blocos de

edifícios afastados, em pilotis sobre grandes áreas verdes. Brasília possui diretrizes que

remetem aos projetos de Le Corbusier na década de 1920 e ainda ao seu projeto para a

cidade de Chandigarh, pela escala monumental dos edifícios governamentais. A cidade de

Lúcio Costa também possui conceitos semelhantes aos dos estudos de Hilberseimer.

Veja o relatório encaminhado por Lúcio Costa à Companhia Urbanizadora da Nova Capital

(Novacap)..

Após Brasília, recebeu convites para coordenar vários planos urbanísticos, no Brasil e no

exterior.

Foi colaborador e diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Faleceu na capital fluminense, onde residiu a maior parte da vida. Deixou duas

filhas, Maria Elisa Costa, arquiteta, e Helena.

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Em 1975 ele se recusou a assinar o ato de tombamento do Palácio Monroe, a sede

anterior do Senado brasileiro construída em 1906. A construção foi marcada para

demolição para a construção da linha de metrô, porém devido às reclamações da

sociedade, a companhia responsável pela obra modificou o trajeto. Mesmo assim isso de

nada adiantou, devido à negação de tombamento, sendo o prédio demolido logo em

seguida.

Page 3: Lúcio Costa

Outra questão polêmica foi o favorecimento que Lúcio Costa deu à herança da colonização

portuguesa acima de outras influências culturais brasileiras, com exceção apenas dos

seus projetos modernistas. Devido a essa visão, arraigado também em preservacionistas

mais jovens devido à influência de Lúcio Costa nas escolas de arquitetura do Brasil, muito

da arquitetura dos séculos 19 e começo do 20, incluindo a alemã, japonesa e italiana, se

perdeu para a renovação urbana dos anos 1960 e 1970 de Lúcio Costa. Já em 1936,

quando houve a competição para a construção do Ministério de Educação e Saúde, o

vencedor foi um design eclético do arquiteto Arquimedes Memória. Lúcio Costa então fez

uso de suas conexões políticas com o governo para modificar o resultado da competição e

formar um novo projeto a partir de um grupo formado por ele mesmo e Le Corbusier, além

de outros membros como os irmãos Roberto e Oscar Niemeyer. Ao longo dos anos houve

muita discussão a respeito de quem teria sido o verdadeiro mentor do projeto, Lúcio Costa

ou Le Corbusier.

Principais obras[editar | editar código-fonte]

Fachada norte do Ministério da Educação e Saúde Pública.

1920 - Castelo de Itaipava, projetado pelo arquiteto Lúcio Costa e seu amigo Fernando

Valentim; foi construído em 1920 pelo Barão J. Smith de Vasconcellos, é famoso por

ser uma reprodução de castelo renascentista,que fazem dele o único castelo em estilo

medieval com um toque normando clássico das Américas (Fonte:

www.castelodeitaipava.com.br);

1934 - Vila Operária de João Monlevade, Minas Gerais;

1936 - Projeto do edifício-sede do Ministério da Educação e Saúde Pública,

atual Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, com equipe de arquitetos

cariocas;

1937 - Projeto para o museu em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul;

Projeto para rampas do outeiro da Glória, no Rio de Janeiro;

1939 - Pavilhão do Brasil na Feira Internacional de Nova York;

Residência Hungria Machado (atual consulado da Rússia), no Rio de Janeiro

Casa de veraneio do barão de Saavedra, em Petrópolis;

Page 4: Lúcio Costa

1944 - Park Hotel São Clemente, em Nova Friburgo;

Parque Guinle, em Laranjeiras, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro;

1952 - Projeto da Casa do Brasil, na Cité Internationale Universitaire de Paris de Paris;

1956 - Sede social do Jockey Club do Brasil, no centro da cidade do Rio de Janeiro;

1957 - Brasília, a capital brasileira e um dos marcos do urbanismo do século XX;

1967 - Barra da Tijuca, plano piloto da expansão da região metropolitana do estado

do Rio de Janeiro.

Produção bibliográfica[editar | editar código-fonte]

1939 - Razões da Nova Arquitetura

1945 - Considerações sobre o Ensino da Arquitetura

1952 - O Arquiteto e a Sociedade Contemporânea

1962 - Lúcio Costa: Sobre Arquitetura

1995 - Registro de uma Vivência. São Paulo: Empresa das Artes

Galeria[editar | editar código-fonte]

Plano Piloto de Brasília.

Em quase sete décadas de trabalho, Lucio Costa, dos maiores arquitetos brasileiros, forjou um legado de modéstia e inteligência, precisão e talento. Brasília, sua obra mais conhecida, foi concebida com estas quatro escalas: monumental, residencial, gregária e bucólica.

Filho de brasileiros em serviço no exterior, ele nasceu na França. Devido às atividades do pai (o almirante Joaquim Ribeiro da Costa), estudou em Newcastle (Inglaterra) e Montreux (Suíça).

Em 1917, voltou para o Brasil. Estudou pintura e arquitetura na Escola Nacional de Belas-Artes, formando-se em 1924 e sendo nomeado diretor da mesma instituição em 1930.

O arquiteto casou-se com Julieta Guimarães em 1928 (ela morreria num acidente automobilístico sofrido pelo casal em 1954).

Em 1936, Lucio Costa convidou o arquiteto suíço Le Corbusier para vir avaliar o projeto do edifício-sede do Ministério da Educação, no Rio de Janeiro. Em 1938, projetou (ao lado de Oscar Niemeyer) o pavilhão brasileiro da Feira Universal de Nova York.

Em 1957, venceu o concurso nacional para a elaboração do Plano-Piloto de Brasília, o que o tornou conhecido no mundo inteiro. Passou então a receber convites para projetar diversos planos urbanísticos.

Page 5: Lúcio Costa

Em 1960, recebeu o título de professor "honoris causa" da Harvard University (EUA). Quatro anos depois, foi convidado a integrar a equipe de reconstrução da cidade de Florença, atingida por uma inundação.

Lucio Costa escreveu os livros "Documentação Necessária", "Notas Sobre a Evolução do Mobiliário Luso-Brasileiro" e "Arquitetura Jesuítica no Brasil".

Pela obra de toda uma vida, recebeu diversas honrarias, entre os quais a Legião de Honra (França) e o Prêmio Calouste Gulbenkian (Portugal). Morreu em casa, aos 96 anos. Deixou uma filha, Ana Elisa Costa, também arquiteta.

Oscar Niemeyer

Oscar Niemeyer

Niemeyer à época da construção de Brasília.

Nome

completo

Oscar Ribeiro de Almeida

Niemeyer Soares Filho

Nascimento 15 de dezembro de 1907,

Rio de Janeiro, RJ

Morte 5 de

dezembro de 2012 (104 anos)

Rio de Janeiro, RJ

Nacionalidade  Brasileira

Alma mater Escola de Belas Artes da

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Universidade Federal do Rio de

Janeiro

Movimento Modernismo

Obras

notáveis

Edifício Gustavo Capanema

Conjunto Arquitetônico da

Pampulha

Sede da Organização das

Nações Unidas

Parque Ibirapuera

Edifício Copan

Palácio da Alvorada

Congresso Nacional do Brasil

Catedral de Brasília

Sambódromo da Marquês de

Sapucaí

Memorial da América Latina

Museu de Arte Contemporânea

de Niterói

Cidade Administrativa de Minas

Gerais,Museu de Arte Moderna

de Caracas

Prêmios Prêmio Lênin da Paz

(1963),Prêmio Pritzker de

Arquitetura (1988),Prêmio

Príncipe da Astúrias

(1989),Medalha Chico Mendes

de Resistência (1989),Medalha

de Ouro do RIBA (1998)

Oscar Ribeiro Teomar de Almeida Niemeyer Soares Filho GCSE • ComIH (Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1907— Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 2012) foi um arquiteto brasileiro, considerado uma das figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura moderna. Niemeyer foi mais conhecido pelos projetos de edifícios cívicos paraBrasília, uma cidade planejada que se tornou a capital do Brasil em 1960, bem como por sua colaboração no grupo de arquitetos que projetou a sede das Nações Unidas em Nova York, nos Estados Unidos. Sua exploração das possibilidades construtivas do concreto armado foi altamente influente na época, tal como na arquitetura do final do século XX e início do século XXI. Elogiado e criticado por ser um "escultor de monumentos", Niemeyer foi um grande artista e um dos maiores arquitetos de sua geração por seus partidários.1 Ele alegou que sua arquitetura foi fortemente influenciada por Le Corbusier, mas, em entrevista, assegurou que isso "não impediu que [sua] arquitetura seguisse em uma direção diferente".2 Niemeyer se destacou por seu uso de formas abstratas e pelas curvas que caracterizam a maioria de suas obras, e escreveu em suas memórias:

Page 7: Lúcio Costa

Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo ouniverso, o universo curvo de Einstein.3

— Oscar

Niemeyer

Nascido no Rio de Janeiro, Niemeyer estudou na Escola Nacional de Belas Artes (atual UFRJ) e durante seu terceiro ano estagiou com Lúcio Costa, com quem acabou colaborando no projeto para o Ministério de Educação e Saúde, atual Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. Contando com a presença de Le Corbusier, Niemeyer teve a chance de trabalhar junto com o mestre suíço, sendo ele uma grande influência em sua arquitetura. O primeiro grande trabalho individual de Niemeyer foram os projetos de uma série de edifícios na Pampulha, um subúrbio planejado no norte de Belo Horizonte. Esse trabalho, especialmente a Igreja São Francisco de Assis, recebeu elogios da crítica nacional e estrangeira, chamando a atenção internacional a Niemeyer. Ao longo dos anos 1940 e 1950, Niemeyer se tornou um dos arquitetos mais prolíficos do Brasil, projetando uma série de edifícios, tanto no país como no exterior. Isso incluiu o projeto de diversas residências e edifícios públicos, e ainda a colaboração com Le Corbusier (e outros) no projeto da sede das Nações Unidas em Nova Iorque, o que provocou convites para ensinar naUniversidade Yale e na Escola de Design da Universidade Harvard.

Em 1956, Niemeyer foi convidado pelo novo presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, para projetar os prédios públicos da nova capital do Brasil, que seria construída no centro do país. Seus projetos para o Congresso Nacional do Brasil, o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e a Catedral de Brasília, todos concluídos anteriormente a 1960, foram em grande parte de natureza experimental e foram ligados por elementos dedesign comuns. Esse trabalho levou à sua nomeação como diretor do departamento de arquitetura da Universidade de Brasília, bem como membro honorário do Instituto Americano de Arquitetos. Devido à sua ideologia de esquerda e sua militância no Partido Comunista Brasileiro (PCB), Niemeyer deixou o país após o golpe militar de 1964 e, posteriormente, abriu um escritório em Paris. Ele retornou ao Brasil em 1985 e foi premiado com o prêmio Pritzker de arquitetura, em 1988. Entre seus projetos mais recentes se destacam o Museu de Arte Contemporânea de Niterói(1996), o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba (2002), a Cidade Administrativa de Minas Gerais (2010) e o Centro Cultural Internacional Oscar Niemeyer, na Espanha (2011). Niemeyer continuou a trabalhar até dias antes de sua morte, em 5 de dezembro de 2012, aos 104 anos.

Índice

1   Infância e juventude

2   Formação e influências

3   Primeiros trabalhos

o 3.1   Pampulha

4   Anos 40 e 50

o 4.1   Revisão autocrítica:   Depoimento

5   Brasília

6   Exílio e projetos no exterior

7   1990 - 2012

o 7.1   2007: seu centenário

Page 8: Lúcio Costa

8   Críticas

o 8.1   Impressões sobre o arquiteto

9   Vida pessoal

10   Posições políticas e religiosas

11   Outras artes

o 11.1   Design

o 11.2   Escultura

o 11.3   Literatura

12   Prêmios e condecorações

13   Influência nas Artes Plásticas e Cultura Popular

14   Ver também

15   Referências

16   Bibliografia

17   Ligações externas

o 17.1   Imagens das obras

Infância e juventude[editar | editar código-fonte]

Oscar Niemeyer com sua esposa e filha (década de 1930)

Filho de Oscar de Niemeyer Soares e Delfina Ribeiro de Almeida,4 Oscar Niemeyer nasceu no bairro de Laranjeiras, na rua Passos Manuel, que receberia no futuro o nome de seu avô Antônio Augusto Ribeiro de Almeida, ministro do Supremo Tribunal Federal. Niemeyer foi profundamente marcado pela lisura na vida pública do avô, que como herança os deixou apenas a casa em que morava e cuja regalia era uma missa em casa aos domingos, apesar de ateu desde tenra idade.5

Page 9: Lúcio Costa

Niemeyer passa a sua juventude sem preocupações e na boêmia, frequentando o Café Lamas, o clube do Fluminense6 e a Lapa. Em suas palavras: "parecia que estávamos na vida para nos divertir, que era um passeio." Em 1928, aos 21 anos, casou-se com Annita Baldo, 18 anos. A cerimônia de casamento na igreja do bairro atendeu aos desejos da noiva. "Casei por formalidade. Mais católica do que minha esposa é impossível, então não me incomodei em casar dessa forma".7 O casamento foi no mesmo ano da formatura no ensino médio, e para sustentar a família que seria acrescida de sua única filha Anna Maria em 1932, Niemeyer começou a trabalhar na tipografia de seu pai. Já em 1929 ele se matricula no curso de Engenharia e Arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.

Formação e influências[editar | editar código-fonte]

Durante a Segunda Guerra Mundial Niemeyer vivencia a reforma proposta pelo recém nomeado diretor do curso de arquitetura, Lucio Costa. Em sua rápida passagem pela diretoria da ENBA entre 1930 e 1931, Lucio Costa remodelou o curso de arquitetura com base nos princípios modernos vigentes na Europa. Esse novo modelo repercutiu nos estudantes, cuja turma rendeu alguns dos grandes nomes do modernismo brasileiro.8 Durante o terceiro ano de curso, ao invés de estagiar numa firma construtora como era comum, Niemeyer decide trabalhar de graça no escritório de Lúcio Costa, Gregori Warchavchik e Carlos Leão, mesmo passando por dificuldades financeiras (sua filha Anna Maria viria a nascer em 1932)9 .Niemeyer se forma Engenheiro Arquiteto, em 1934.

O contato com Lucio Costa seria extremamente importante para o amadurecimento profissional de Niemeyer. Foi Costa que, após uma afinidade inicial com o movimento neocolonial, percebeu que os avanços atuais do estilo internacional na Europa eram a única manifestação verdadeira de uma arquitetura contemporânea. Seus escritos sobre a simplicidade técnica e honestidade construtiva que unem a tradicional arquitetura colonial Brasileira (tais como em Olinda e Ouro Preto) e os princípios modernistas formariam a base teórica da arquitetura que viria a ser realizado por Niemeyer e seus contemporâneos, como Affonso Eduardo Reidy, Jorge Machado Moreira entre outros.

As ideias de Le Corbusier, idealizador da arquitetura moderna na Europa, formam a base inicial da arquitetura de Niemeyer. O uso de materiais novos e técnicas construtivas modernas se manifestaram durante toda a obra de Niemeyer, algumas delas demonstrando princípios básicos de Le Corbusier, tais como os cinco pontos da nova arquitetura (tais como pilotis, fachadas livres e terraços-jardim).

Primeiros trabalhos[editar | editar código-fonte]

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Ministério da Educação e Saúde, atualPalácio Gustavo Capanema

Em 1936, aos 29, Lucio Costa foi nomeado pelo então ministro da educação Gustavo Capanema para projetar a nova sede do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, cujo concurso público ganho por Archimedes Memoria havia sido cancelado.10Embora Costa estivesse convicto da modernidade arquitetônica necessária, ainda lhe faltava uma hábil utilização dessa linguagem, e portanto ele reuniu um grupo de jovens arquitetos (Carlos Leão, Affonso Eduardo Reidy, Jorge Moreira e Ernani Vasconcellos) para projetar o edifício. Este projeto estava inserido no contexto político do Estado Novo, quando Getúlio Vargas, presidente do Brasil, usava a arquitetura e o urbanismo como ferramentas para ilustrar os novos rumos da nação em uma fase intermediária, que buscava se transformar de potência agrícola exportadora de café em um país industrializado.

Ele também insistiu que próprio Le Corbusier deve ser convidado como consultor. Apesar de Niemeyer não ter sido inicialmente incluído na equipe, Costa o adiciona a equipe após insistência do jovem arquiteto. Durante o período de estadia de Le Corbusier no Rio, Niemeyer foi designado a ajudá-lo com os desenhos, o que lhe permitiu um contato mais próximo com o mestre suíço. Depois da partida de Corbusier, que havia produzido duas soluções para o edifício, Niemeyer modifica alguns aspectos de um dos esquemas, o que impressionou Lucio Costa a ponto do grupo decidir levar sua proposta em diante. Gradualmente Niemeyer se faz importante no grupo, sendo que em 1939 assume a liderança, após Lucio Costa se afastar do projeto.11

O Ministério, que havia assumido a tarefa de moldar o "novo homem, brasileiro e moderno" foi o primeiro edifício modernista no mundo a ser patrocinado pelo Estado, numa escala muito maior que qualquer projeto de Le Corbusier construído até então.11Concluído em 1943,12 , quando Niemeyer tinha 36 anos, o Ministério havia demonstrado na prática os elementos que viriam a ser reconhecido como a base modernismo arquitetônico brasileiro: eleva-se da rua apoiando-se em pilotis, sistema de pilares de concreto que mantém o prédio suspenso, permitindo o trânsito livre de pedestres por baixo do mesmo (um espaço público de passagem). Empregou materiais locais, como os azulejos ligados à tradição portuguesa; revolucionou os brises-soleil corbusianos, ao torná-los ajustáveis e os relacionado com os dispositivos de sombreamento mouros da arquitetura colonial; cores ousadas, os jardins tropicais de Burle Marx, e especialmente encomendando obras de artistas, reunindo os maiores nomes do modernismo brasileiro, como Portinari, Alfredo Ceschiatti e Roberto Burle Marx. O edifício é considerado o primeiro grande marco

Page 11: Lúcio Costa

da Arquitetura Moderna no Brasil.12 e um dos mais influentes do século XX, sendo um modelo de diálogo entre estruturas baixas e blocos em altura (a exemplo da Lever House, em Nova Iorque).

Em 1939, aos 32 anos, Niemeyer participa do concurso que escolheria o projeto para o pavilhão brasileiro na Feira Mundial de Nova Iorque, em 1939. Embora Lucio Costa houvesse vencido o concurso por produzir um projeto em que, segundo o júri, havia grande teor nacionalista, Costa julgou o projeto de Niemeyer mais moderno e ousado, melhor e portanto propôs uma parceria para produzir um novo projeto. Executado em colaboração com Paul Lester Wiener, responsável pelo detalhamento dos interiores estands da exposição, a estrutura era vizinha do pavilhão francês e contrastava com sua massa pesada por meio de sua pequena dimensão e delicadeza. Costa explicou que o Pavilhão brasileiro adotou uma linguagem de "graça e elegância", leveza e fluidez espacial, com um plano aberto, curvas e paredes livres, que ele chamou de "jônico", contrastando-a com a arquitetura purista dominante na época, que ele classificou de "dórica". Impressionado com seu design vanguardista, o prefeito Fiorello La Guardia concedeu a Niemeyer as chaves da cidade de Nova York. Em uma época em que a Europa e os Estados Unidos estavam concentrando suas potências industriais na Segunda Guerra Mundial, o Brasil estava investindo em arquitetura, o que lhe colocou na vanguarda da Arquitetura Modernista internacional.

Em 1937, Niemeyer foi convidado por um parente para projetar um berçário para instituição filantrópica que atendidos jovens mães, a Obra do Berço, que se tornaria seu primeiro trabalho finalizado.13 Neste edifício nota-se a presença dos elementos defendidos na arquitetura moderna e clara influência de Le Corbusier: o pilotis, a planta livre, afachada livre, possibilitando a abertura total de janelas na fachada, o terraço-jardim e o brise-soleil, pela primeira vez utilizado na vertical. Durante a construção, o arquiteto estava fora do Brasil e, ao retornar, encontrou o brise instalado de forma inapropriada, sem proteger o interior contra a insolação. Sendo assim, Niemeyer, que nada havia cobrado pelo projeto, pagou pela execução do brise na forma em que havia projetado. O prédio da Obra do Berço foi inaugurado em 1938 e em 2012 a instituição ainda o ocupa.

No entanto, Niemeyer afirma que sua arquitetura começou na Pampulha, em Minas Gerais. "Pampulha foi o ponto de partida desta arquitetura livre e cheia de curvas que eu ainda amo até hoje. Foi, de fato, o início de Brasília ...".14

Pampulha[editar | editar código-fonte]

Marquise da Casa do Baile

Em 1940, aos 33 anos, Niemeyer conheceu Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte. Kubitschek, junto com o governador Benedito Valadares, queria desenvolver um novo subúrbio ao norte da cidade chamado Pampulha e convidou Niemeyer para projetar uma série de prédios que se tornariam conhecidos como o "Conjunto Arquitetônico da Pampulha". O complexo inclui um casino, um salão de dança e restaurante, um iate clube,

Page 12: Lúcio Costa

um clube de golfe e uma igreja, os quais estão distribuídos em torno de um lago artificial. Uma casa de fim de semana para o prefeito também foi construída perto do lago.

Os edifícios foram concluídos em 1943 e receberam aclamação internacional após a exposição "Brazil Builds", no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA). A maioria dos edifícios mostram abordagem particular de Niemeyer da linguagem corbusiana. No cassino, com sua fachada relativamente rígida, Niemeyer afasta-se dos princípios corbusianos e projeta volumes curvos fora do confinamento de uma grade racional.15 Ele também explora o conceito de uma "promenade architecturale", na qual rampas-passarelas parecem flutuar, guiando as pessoas através do edifício ao mesmo tempo em que abrem a vista para a paisagem.

O pequeno restaurante (Casa do Baile) foi construído numa ilha artificial própria e é composto de um bloco aproximadamente circular a partir do qual se projeta uma marquise de forma livre, seguindo o contorno da ilha. Embora a forma livre tenha sido utilizada até mesmo na arquitetura de Le Corbusier e Mies van der Rohe, a sua aplicação ao ar livre foi uma invenção de Niemeyer. Ela dilui a hierarquia entre interior-exterior em um nível anteriormente não realizado, embora o tema fosse constantemente explorado pela maioria dos arquitetos modernistas. Esta aplicação de forma livre, juntamente com o telhado borboleta usado no Iate Clube e na casa de Kubitschek tornou-se uma grande tendência na época.

Igreja São Francisco de Assis

A obra-prima do complexo, porém, é considerada a igreja de São Francisco de Assis. Quando foi construída, o concreto armado ainda era utilizada de forma tradicional, como em estruturas de pilares, vigas e lajes. Perret, em Casablanca e Maillart em Zurique já haviam explorado a liberdade plástica do, aproveitando a geometria do arco parabólico para construir cascas extremamente delgadas. A decisão de utilizar tal abordagem econômica para a construção de uma igreja, revolucionária na época, com base na tecnologia inerentemente plástica do concreto para criar uma expressão estética. De acordo com Joaquim Cardoso16 , a unificação de parede e teto em um único elemento criou uma nova monumentalidade antivertical. A exuberância formal desta igreja adicionado à forte integração entre arquitetura e arte (a igreja é coberta por azulejos de Portinari e murais de Paulo Werneck) levou a uma interpretação quase barroca da obra.

Embora alguns puristas europeus mais ortodoxos tenham criticado esse formalismo, a ideia de uma forma diferenciada diretamente derivada de uma razão lógica estrutural fez com que o prédio claramente fosse moderno sem romper completamente com o passado como era a tendência na época.

Devido à sua importância na história da arquitetura brasileira e mundial, a igreja foi o primeiro edifício moderno a ser tombado no Brasil. Este fato não influenciou as autoridades conservadoras da igreja de Minas Gerais, que se recusaram a consagrar a igreja (o que só ocorreu em 1959), em parte por sua aparência não usual e em parte pelo painel pintado por Portinari, que possuía traços abstratos e onde reconhecia-se um cachorro, representando um lobo junto a São Francisco de Assis.17

Page 13: Lúcio Costa

Pampulha, diz Niemeyer, ofereceu-lhe a oportunidade de “desafiar a monotonia da arquitetura contemporânea, a onda do funcionalismo mal interpretado que a limitava, e os dogmas de forma e função que havia surgido, contrariando a liberdade de plástico que o concreto permitia”.

A experiência também permitiu as primeiras colaborações entre Niemeyer e Roberto Burle Marx, considerado o mais importante paisagista do século XX. Eles seriam parceiros em muitos projetos nos próximos 10 anos, uma colaboração que produziu alguns dos melhores resultados em suas carreiras.

Anos 40 e 50[editar | editar código-fonte]

Com o sucesso da Pampulha e da exposição Brazil Builds, Niemeyer alcança fama internacional. Sua arquitetura do período desenvolveu o estilo brasileiro (brazilian style) que a igreja de Pampulha e, em menor parte (devido à sua linguagem primariamente corbusiana) o prédio do Ministério, iniciaram. Seus projetos deste período mostram preocupações claramente modernista, tal como no método projetual em que forma segue a função. Niemeyer, porém, departe do purismo estrito e manipula escala e proporção mais livremente, o que permitiu-lhe resolver programas e problemas complexos com plantas simples e inteligentes.18 Stamo Papadaki em sua monografia sobre Niemeyer também destaca a liberdade espacial característica de sua arquitetura simples e transparente. A sede do Banco Boavista, inaugurado em 1948, mostra uma tal abordagem.19Ao lidar com um terreno urbano típico, Niemeyer adotado soluções criativas para humanizar o que alternativamente seria mais um bloco monolítico em altura, desafiando assim a solidez predominante que era a norma para edifícios bancários.20 A fachada sul envidraçada (com pouca insolação) reflete a Igreja da Candelária, demostrando a sensibilidade de Niemeyer com entorno.

Tais projetos relativamente austeros para edifícios dentro de redes urbanas também pode ser vistos no Edifício Montreal (1951-1954), no Edifício Triângulo (1955), no Eiffel(1953-1956) e no Edifício Sede do Banco Mineiro da Produção, exemplificando como Niemeyer priorizados unidade urbana à individualismo plástico em tais situações. Nessa época, Oscar Niemeyer atuou no mercado imobiliário de São Paulo para o Banco Nacional Imobiliário (BNI)21 . Os projetos dos edifícios Montreal, Triângulo, Califórnia e Eiffel são fruto de seu escritório montado em São Paulo neste período, sob supervisão do arquiteto Carlos Lemos, também responsável pela finalização e acompanhamento da execução do Copan.22

Ainda no início dos anos 40, Niemeyer recebeu duas encomendas de Francisco Inácio Peixoto: uma casa e um colégio em Cataguases. O projeto da residência de Chico Peixoto e o Colégio Cataguases, inaugurado em 1949, levaram Cataguases à cena da Arquitetura Moderna, atraindo olhares para a pequena cidade mineira. Ambas obras contaram com jardins de Roberto Burle Marx. O Colégio possui murais de Paulo Werneck e Cândido Portinari.23 , enquanto a casa mostra profunda influência do trabalho de Lucio Costa, que produzia estruturas modernas porém com muitos elementos coloniais, tais como telhas cerâmicas e esquadrias pintadas com cores fortes.

Em 1947, aos 40 anos, Niemeyer voltou para Nova Iorque para integrar a equipe internacional encarregada de projetar a sede das Nações Unidas. O esquema número 32 de Niemeyer foi aprovado pelo conselho de projetistas, mas Niemeyer acabou por ceder à pressão de Le Corbusier, e, juntos, eles apresentaram projeto 23/32 (desenvolvido com Bodiansky e Weissmann), que mantinha a disposição geral de Niemeyer, porém com a grande assembleia posicionado ao centro, que Corbusier julgou hierarquicamente correto. Apesar da insistência de Le Corbusier para desenvolver e detalhar o esquema23/32, aprovado pelo conselho de administração, ele foi realizado por Wallace Harrison e Max Abramovitz.

Esta estada nos Estados Unidos também rendeu Niemeyer o projeto para a residência Burton G. Tremaine, um de seus mais ousados projetos residenciais. Em meio a jardins exuberantes de Burle Marx, a residência apresenta um plano extremamente aberto

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projetado para uma experiência de vida total próxima do Oceano Pacífico, em Montecito, Califórnia.24 Niemeyer projetou poucos para os Estados Unidos, dada a sua filiação ao Partido Comunista que em várias ocasiões o impediu de obter um visto. Isso ocorreu em 1946, quando ele foi convidado a dar aulas na Universidade Yale. Em 1953, aos 46 anos, Niemeyer foi escolhido para o cargo de reitor da Escola de Design da Universidade Harvard, mas novamente suas visões políticas foram uma questão problemática.

Em 1950, o primeiro livro sobre seu trabalho foi publicado nos Estados Unidos por Stamo Papadaki, "The Work of Oscar Niemeyer". Foi o primeiro estudo sistemático de sua arquitetura, o que contribuiu significativamente para a promoção de seu trabalho no exterior. Ele foi seguido em 1956 por "Oscar Niemeyer: Works in progress", do mesmo autor25 Niemeyer então já era autoconfiante em seu trabalho para seguir seu próprio caminho no cenário internacional da arquitetura moderna. Foi nessa época que Niemeyer parte da experiência dos arcos parabólicos que ele havia projetado na Pampulha para explorar ainda mais o seu material padrão, o concreto.

Palácio da Agricultura, atual MAC USP, com os pilotis em "V"

A criatividade formal de Niemeyer é frequentemente comparada àquela de escultores. Este impulso prolífico encontrou condições para se desenvolver no Brasil da década de 1950, um período de intensa construção quando Niemeyer recebeu inúmeras comissões. Yves Bruand26 ressaltou que, desde seu projeto de um teatro ao lado do edifício do Ministério da Educação e Saúde, em 1948, foi nas estruturas que Niemeyer desenvolve seu vocabulário formal. É também notada a tendência em utilizar as estruturas como elemento definidor do espaço (tal como nas abóbadas da capela do Hospital da Lagoa e do Clube de Esportes de Diamantina). Em 1950 ele foi convidado para projetar o parque Ibirapuera em São Paulo devido as comemorações do 400º aniversário da cidade. O plano, que consistia de vários pavilhões porticados interligados através de uma gigantesca marquise de forma livre, teve que ser simplificado devido a razões econômicas. Os edifícios resultantes são menos interessante individualmente, o que transfere para as disposições volumétricas o papel de experiência estética dominante. Para estes edifícios Niemeyer desenvolveu pilotis de diversos formas , tais como aqueles em V, que se tornou extremamente popular. Uma variação sobre o mesmo tema foi o pilotis em W que suporta o Conjunto Governador Juscelino Kubitschek (1951), dois grandes edifícios que contém cerca de mil apartamentos. Seu projeto foi baseado num esquema anterior para o hotel-apartamento Quitandinha em Petrópolis, concebido um ano antes e nunca realizado. Com 33 andares e mais de 400 metros de comprimento, abrigaria 5.700 unidades juntamente com serviços comuns, tais como comércio e escolas, sendo uma versão de Niemeyer para o programa desenvolvido por Le Corbusier em sua Unité d'Habitation em Marselha.27

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Capela do Hospital da Lagoa

Edifício Copan, São Paulo

Um programa semelhante foi realizado no centro de São Paulo com o edifício Copan (1953-1966). Este famoso cartão-postal representa um microcosmo da população diversa da cidade. Sua horizontalidade, enfatizado pelos brises de concreto, juntamente com o fato de ser um edifício residencial foi uma abordagem interessante para habitação popular no época, uma vez que em 1950 o processo de suburbanização já havia começado e os centros urbanos estavam sendo ocupado principalmente por empresas e corporações, geralmente ocupando edifícios verticais "masculinos", opostos à abordagem "feminina" de Niemeyer.28 Em 1954, Niemeyer também projetou o Edifício Niemeyer na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. O edifício tem uma planta de forma totalmente livre é reminiscente do arranha-céu de vidro que Mies van der Rohe havia projetado em 1922, embora com uma qualidade material oposta à solução transparente do alemão. Na

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mesma praça Niemeyer projeta a Biblioteca Pública Estadual, também em 1954. Ainda em Belo Horizonte é responsável pelo projeto do Colégio Estadual Central, onde novamente Niemeyer se utiliza da técnica estrutural para obter resultados estéticos delicados, sem prejudicar funções programáticas. Cardoso16

Durante esse período, Niemeyer projeta inúmeras residências. Entre eles estão uma casa de fim de semana para o seu pai, em Mendes (1949), que foi construído a partir da estrutura de um galinheiro existente; a residência Prudente de Morais Neto, no Rio de Janeiro (1943-1949), baseada no projeto original de Niemeyer para a casa de Kubitschek na Pampulha; uma casa para Gustavo Capanema (1947) (o ministro que encomendou o edifício do Ministério); a residência Leonel Miranda (1952), com duas rampas em espiral que dão acesso ao primeiro piso sobre pilotis oblíquos e com telhado borboleta. Estes projetos contam com a mesma fachada inclinada usada na Residência Tremaine, o que permite uma boa iluminação natural. Ainda em 1954 ele projetou a famosa casa Cavanelas, com seu telhado metálico aludindo a uma tenda e que, com a ajuda de jardins de Burle Marx, está perfeitamente adaptada ao sítio montanhoso.29

Maquete do Colégio Estadual Central

No entanto, a sua obra-prima residencial é considerada a casa que Niemeyer projetou para si mesmo em 1953. A casa das Canoas está localizada em um terreno em declive com vista de longe para o mar, e é desenvolvida em dois pisos: o primeiro é um pavilhão transparente e fluido com um telhado em forma livre suportado em finas colunas metálicas. Os cômodos estão localizado no andar de baixo e é mais tradicionalmente organizado. O projeto aproveita o terreno irregular, de modo a não perturbar a paisagem. Embora a casa seja bem integrada no terreno, ela não escapou de críticas. Niemeyer lembrava que Walter Gropius, que visitou o país como um júri na segunda Bienal de São Paulo, argumentou que embora bela, a casa não poderia ser pré-fabricada, para que Niemeyer respondeu que a casa foi projetada para sua própria família e num terreno peculiar, não um plano simples.30 Para Henry-Russell Hitchcock, a casa das Canoas foi a expressão mais extrema do lirismo de Niemeyer, definindo ritmo e dança como a suprema transgressão à utilidade.31 Mesmo ignorando algumas críticas, Niemeyer percebeu que tal arquitetura orgânica é de fato muito específica e dependente de grandes talentos e qualidade de execução para ser bem sucedida.

Em meados da década de 50, Oscar Niemeyer atuou, ainda que brevemente, no mercado imobiliário de São Paulo, para o Banco Nacional Imobiliário (BNI). Os edifícios Montreal, Triângulo, Califórnia e Eiffel são fruto de seu escritório montado em São Paulo neste período, sob supervisão do arquiteto Carlos Lemos, também responsável pela finalização e acompanhamento da execução do Copan. Na mesma época, Niemeyer também projetou o Edifício Itatiaia, em Campinas.

Em 1955, funda a revista Módulo, no Rio de Janeiro, uma das mais importantes revistas de arquitetura, urbanismo, arte e cultura da década de 50. Foi um dos grandes meios do arquiteto de divulgar sua obra no Brasil. Sua produção foi proibida pela ditadura militar em 1965 e só voltou a circular em 1975.32

Revisão autocrítica: Depoimento[editar | editar código-fonte]

Em 1953 a arquitetura moderna brasileira, que havia sido enormemente elogiada desde a exposição Brazil Builds, começou a ser alvo de críticas internacionais, principalmente das frentes racionalistas. A arquitetura de Niemeyer em particular foi muito criticado por Max Bill, arquiteto e designer suíço que havia concedido uma entrevista para a revista Manchete,33 onde atacou o uso de formas livres por Niemeyer como puramente decorativo

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(em oposição ao conjunto Pedregulho, de Affonso Reidy), seu uso de painéis murais e o caráter individualista de sua arquitetura, que "está em risco de cair em um academicismo antissocial perigoso".

A primeira reação de Niemeyer à crítica de Bill foi de ignorar e desqualificá-la, seguido por um ataque baseado na atitude paternalista Bill, que o teria impediu de perceber as diferentes realidades sociais e econômicas entre o Brasil e países Europeus. Lucio Costa também destacou que a arquitetura brasileira (e a de Niemeyer) era baseada no trabalho não qualificado que permitiu uma arquitetura trabalhada manualmente com base no concreto, expressando "uma tradição de construtores da igreja [brasileiros], ao contrário de montadores de relógios [suíços]".34

Edifício Califórnia

Apesar de exagerada e mal recebida, as palavras de Bill foram eficazes em trazer a atenção a arquitetura medíocre que estava sendo produzida por arquitetos menos talentosos, que utilizavam o vocabulário de Niemeyer da maneira antimoderna que Bill criticara. Niemeyer mesmo admitiu que por um determinado período "aceitava trabalhos em demasia, executando-os as pressas, confiante na habilidade e na capacidade de improvisação de que me julgava possuidor".35 O Edifício Califórnia em São Paulo é um exemplo. Ignorado por seu criador, ele apresenta os pilotis em V que funcionam bem em edifícios isolados no terreno, criando um tratamento diferente para aquele espaço sem a necessidade de dois sistemas estruturais distintos como Corbusier fizera em Marselha. Porém, seu uso num típico terreno urbano foi uma decisão puramente formalista que chegava a comprometer lógica estrutural do edifício, que exigiu uma miríade de diferentes sistemas de sustentaçãp.36 A Interbau de Berlim em 1957 proporcionou a Niemeyer não só a chance de construir um exemplo de sua arquitetura na Alemanha, mas também a oportunidade de visitar a Europa pela primeira vez, em 1954. O contato com os antigos monumentos do velho mundo teve um impacto duradouro sobre as opiniões de Niemeyer sobre arquitetura, que então considerava completamente dependente das qualidades estéticas. Juntamente com suas análises sobre a produção brasileira da época e a recente crítica internacional recente, esta viagem levou Niemeyer a um processo de revisão de seu próprio trabalho, que ele publicou como um texto intitulado “Depoimento” em sua revista Módulo. Ele propôs uma simplificação de sua arquitetura, descartando múltiplos elementos secundários tais como brises-soleil, pilotis esculturais e marquises. Sua arquitetura a partir de então seria uma expressão da estrutura através de volumes puros.37 Seu método de projeto também mudaria, priorizando impacto estético sobre outras funções programáticas,

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uma vez que para ele, "quando a forma cria beleza, tem na própria beleza em sua justificação".

Maquete do Museu de Arte Moderna de Caracas

Em 1955, aos 48 anos, Niemeyer projetou o Museu de Arte Moderna de Caracas. Esse projeto foi a materialização de sua revisão crítica. Posicionado no topo de um penhasco com vista para centro de Caracas, o museu tinha uma forma de pirâmide invertida que dominava a paisagem. O edifício prismático e opaco quase não possuía conexão com o exterior em suas paredes, embora seu teto de vidro permitia quantidades específicas de luz natural no edifício. Um sistema eletrônico manteria as condições de iluminação inalteradas durante todo o dia com luz artificial complementar. O interior, no entanto, era mais familiar à linguagem de Niemeyer, com o rampas-passarela que ligariam os diferentes níveis e o mezanino, uma laje de forma livre que tinha função estrutura de tirantes estabilizadores da forma piramidal.

Esta pureza da forma e da simplicidade arquitetônica culminaria em seu trabalho em Brasília, onde as qualidades plásticas dos edifícios são expressas apenas por elementos estruturais.

Brasília[editar | editar código-fonte]

Palácio da Alvorada

“…quem for a Brasília, pode gostar ou não dos palácios, mas não pode dizer que viu antes coisa parecida. E arquitetura é isso — invenção. ”

— Oscar Niemeyer

Em 1957, Niemeyer abre um concurso público para o Plano Piloto de Brasília, a nova capital. O projeto vencedor é o apresentado por Lúcio Costa, seu amigo e ex-patrão. Niemeyer, arquiteto escolhido por Juscelino, seria responsável pelos projetos dos edifícios, enquanto Lúcio Costa desenvolveria o plano da cidade.

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Brasília foi um grande desafio; a cidade foi construída na velocidade de um mandato, e Niemeyer teve de planejar uma série de edifícios em poucos meses para configurá-la. Entre os de maior destaque estão a residência do Presidente (Palácio da Alvorada), o Edifício do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), a Catedral de Brasília, os prédios dos ministérios, a sede do governo (Palácio do Planalto) além de prédios residenciais e comerciais.

Palácio do Planalto

A determinação de Kubitschek foi fundamental para a construção de Brasília, levando para frente sua intenção de desenvolver o centro despovoado do Brasil (a exemplo da marcha do oeste norte-americana): povoar o interior e levar o progresso Brasil adentro.

Catedral de Brasília

O projeto de Lúcio Costa, vencedor do concurso, punha em prática os conceitos modernistas de cidade: o automóvel no topo da hierarquia viária, facilitando o deslocamento na cidade, os blocos de edifícios afastados, em pilotis sobre grandes áreas verdes. Brasília possui diretrizes que remetem aos projetos de Le Corbusier na década de 1920 e ainda ao seu projeto para a cidade de Chandigarh, pela escala monumental dos edifícios governamentais. A cidade de Lúcio Costa também possui conceitos semelhantes aos dos estudos de Hilberseimer.

Congresso Nacional

Nesta nova cidade projetada, levou-se em conta a ideia da Carta de Atenas, onde todas as moradias seriam reunidas numa área comum. Dessa, todos os funcionários, fossem serventes ou parlamentares, deveriam habitar os mesmos prédios, o que foi equivocadamente relacionado às posições políticas de Niemeyer.

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A construção de Brasília foi controversa; os preceitos do urbanismo modernista já sofriam críticas antes mesmo do início de sua construção, devido a sua escala monumental e à prioridade dada ao automóvel. Brasília cresceu de forma não prevista e cidades-satélite surgiram para acomodar a crescente população. Atualmente, apenas uma pequena parcela dos habitantes do Distrito Federal habita a área prevista no plano piloto de Lúcio Costa.

Em maio de 1958 inaugurou-se o primeiro templo de alvenaria em Brasília, a Igrejinha Nossa Senhora de Fátima. Construída em 100 dias, mostra entre tantos monumentos como Niemeyer manipula a escala pequena e humana. O interior possuía painéis de Alfredo Volpi.

O Palácio da Alvorada foi o primeiro edifício público inaugurado em Brasília, em junho de 1958. Nesta obra Niemeyer desenha pilares em um formato inusitado. A forma dos pilares da fachada deu origem ao símbolo e emblema da cidade, presente no brasão do Distrito Federal.

O Palácio do Planalto foi inaugurado no dia da transição da capital, em 21 de abril de 1960. Durante a construção do edifício, a sede do Governo funcionou no Catetinho, um sobrado de madeira, nos arredores de Brasília. É um dos edifícios da Praça dos Três Poderes, sendo os demais o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional.

Marcante por sua arquitetura singular, a Catedral Metropolitana é uma das obras mais expressivas de Brasília. O acesso à nave se dá através de uma passagem subterrânea, intencionalmente escura e mal-iluminada, visando o contraste com o interior que recebe iluminação natural intensa.

O edifício do Congresso Nacional do Brasil, inaugurado em 1960, localiza-se no centro do Eixo Monumental, a principal avenida de Brasília. À frente há um espelho d'água e um grande gramado e na parte posterior do edifício se encontra a Praça dos Três Poderes. É um dos edifícios mais importantes do Brasil. É composto de duas semiesferas, que abrigam o Câmara dos Deputados e o Senado. Entre as semiesferas há dois blocos de escritórios.

Vista panorâmica da Praça dos Três Poderes: a esquerda o Supremo Tribunal Federal (3), no centro

o Congresso Nacional – (12) e a direita o Palácio do Planalto (16)

Exílio e projetos no exterior[editar | editar código-fonte]

Em 1964 viaja para Israel a trabalho e volta para um Brasil completamente diferente. Em março o presidente João Goulart (Jango), que assumira após o presidente eleito Jânio Quadros renunciar, havia sido deposto por um golpe dos militares, que assumem o controle do país e instauram um regime de ditadura que duraria 21 anos.

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O comunismo de Niemeyer lhe custou caro. No período da ditadura militar do Brasil, a revista Módulo, que dirigia, tem a sede parcialmente destruída, o escritório de Niemeyer é saqueado, seus projetos passam a ser recusados e a clientela desaparece.38

Em 1965, 223 professores, entre eles Niemeyer, se demitem da Universidade de Brasília, em protesto contra a política universitária e retaliações do Governo Militar.39 No mesmo ano viaja para França, para uma exposição sobre sua obra no Museu do Louvre.

No ano seguinte, impedido de trabalhar no Brasil, muda-se para Paris. Começa aí uma nova fase de sua vida e obra. Abre um escritório nos Champs-Élysées, e tem clientes em diversos países, em especial na Argélia, onde desenha a Universidade de Constantine e, em 1970, a mesquita de Argel. Na França, projeta a sede do Partido Comunista Francês (doação), a Bolsa de Trabalho de Bobigny, o Centro Cultural Le Havre e na Itália a Editora Mondadori. Este último edifício foi encomendado por Arnoldo Mondadori, que havia se impressionado com o Palácio do Itamaraty durante uma visita à Brasília. Ao especificar que gostaria de uma colunata similar em seu edifício, Niemeyer atendeu ao pedido porém utilizando arcos de contornos paramétricos, que poderiam cobrir vãos diferenciados, oposto aos arcos plenos do edifício de Brasília. No edifício milanês, todos os cinco pavimentos são suspensos na colunata, o que transfere às delicadas colunas muito mais cargas que no esquema do Itamaraty.

1990 - 2012[editar | editar código-fonte]

Oscar Niemeyer em 2008

Dada a preferência pelo concreto armado e o desenvolvimento das inúmeras possibilidades fornecidas pelo mesmo, as obras de Niemeyer contaram com a fundamental parceria dos engenheiros Joaquim Cardozo (1897-1978) e José Carlos Sussekind (1947), sendo o primeiro responsável pelo cálculo da maioria das obras da construção de Brasília e o segundo pelas obras da década de 70 até a atualidade.

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Mão, escultura de Niemeyer noMemorial da América Latina, São Paulo, 1989.

Niemeyer retorna ao Brasil no começo dos anos 80, no início da abertura política, quando da anistia dos exilados no governo João Figueiredo.

Na ocasião o antropólogo Darcy Ribeiro, amigo de Niemeyer, era vice de Leonel Brizola, ex-exilado e governador do Rio de Janeiro eleito em 1982. Para consolidar os projetos educacionais e culturais de Darcy Ribeiro, Niemeyer projeta os CIEPs e o Sambódromo do Rio de Janeiro, que possui salas de aula sob as arquibancadas.

Projetou ainda na década de 1980 o Memorial JK; o Edifício Manchete; sede do Grupo Bloch em 1983; a Arena de Rodeios e o Parque do Peão "Mussa Calil Neto", na cidade de Barretos, interior de São Paulo (1984); o Panteão da Pátria em Brasília (1985) e o Memorial da América Latina (1987), em São Paulo.

Em 1988, é criada a Fundação Oscar Niemeyer a fim de preservar o seu acervo de cerca de 500 trabalhos.

Museu de Arte Contemporânea de Niterói, 1996.

O Memorial da América Latina, localizado no bairro da Barra Funda, na cidade de São Paulo, inaugurado em 18 de março de 1989, possui o conceito e o projeto cultural desenvolvido pelo antropólogo Darcy Ribeiro.

Em 1991, aos 84 anos, projetou o MAC Niterói, em um terreno que ele próprio escolheu quando andava de carro por Niterói. Considerado uma de suas grandes obras, o projeto do MAC integra a arquitetura com o panorama da Baía de Guanabara, a praia de Icaraí e o relevo doRio de Janeiro.

Museu Oscar Niemeyer, Curitiba. Inaugurado em 2002.

Em 22 de novembro de 2002 foi inaugurado o complexo que abriga o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Por sua forma inusitada, o museu é popularmente chamado de Museu do Olho ou Olho do Niemeyer. Abriga diversas exposições ao longo do ano e traz milhares de turistas do Brasil e do exterior. O Museu preza por sua arquitetura moderna, representando originalmente um pinheiro (segundo Niemeyer).

Em [2003, Niemeyer foi escolhido para projetar seu primeiro edifício na Grã-Bretanha, um pavilhão provisório na Serpentine Gallery - uma galeria londrina que constrói a cada ano

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um pavilhão no Jardim do Hyde Park. Apesar de sua preferência pelo concreto, Niemeyer optou pela execução em aço devido ao caráter temporário da obra, que pedia uma arquitetura desmontável.

Auditório Ibirapuera, concluído em 2005.

No ano de 2002 é concluída a 12ª versão do projeto do Auditório Ibirapuera, projetado para o local desde 1952 e cujas obras são finalizadas em 2005.40

Em 15 de dezembro de 2006, com quase 50 anos de atraso, foi inaugurado o Museu Nacional Honestino Guimarães e a Biblioteca Nacional Leonel de Moura Brizola, que formam, juntas, o maior centro cultural do Brasil, denominado Complexo Cultural da República, na Esplanada dos Ministériosem Brasília. O Complexo, de 91,8 mil metros quadrados custou 110 milhões de reais ao Governo doDistrito Federal.41 A inauguração foi programada para coincidir com o 99º aniversário de Oscar Niemeyer.

Conjunto, projetado por Oscar Niemeyer, de construções na orla da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil, em caráter complementar ao Museu de Arte Contemporânea de Niterói, em um caminho entre o Centro da cidade e os bairros da Zona Sul, formando um complexo cultural, o Caminho Niemeyer. Integram, além do Museu de Arte Contemporânea, a estação de catamarãs de Charitas, o Teatro Popular de Niterói, o Memorial Roberto Silveira, a sede daFundação Oscar Niemeyer e a Praça JK. Está em construção o Museu do Cinema Brasileiro. Foram acrescentados recentemente, ao projeto, uma torre panorâmica, uma nova estação de barcas e um centro de convenções.42

2007: seu centenário[editar | editar código-fonte]

Niemeyer completou em 2007 o centésimo aniversário43 perfeitamente lúcido e ativo. Neste mesmo ano, no dia 12 de dezembro, recebeu a mais alta condecoração do governo francês pelo conjunto de sua obra, o título de Comendador da Ordem Nacional da Legião de Honra.44

Vladimir Putin, presidente da Rússia, conferiu-lhe a condecoração da Ordem da Amizade no dia 14 de dezembro.45 No mesmo ano de 2007 o Iphan tombou 35 obras do arquiteto, das quais 24 foram selecionadas pelo próprio Niemeyer.12 46

Fora do Brasil, em 2007, o arquiteto iniciou as obras do seu primeiro projeto na Espanha: um centro cultural com o seu nome, Centro Niemeyer, em Avilés, Astúrias. Este projeto foi oferecido à Fundação Príncipe das Astúrias como agradecimento pela condecoração que Niemeyer recebeu, em 1989 (Prémio Príncipe das Astúrias das Artes). Do projeto consta de cinco peças separadas e complementares: praça, auditório, cúpula, torre e um edifício polivalente. Foi inaugurado na Primavera de 2011.

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Centro Cultural Internacional Oscar Niemeyer, Espanha

Em julho de 2008, foram inaugurados a Estação Cabo Branco e o Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte em duas capitais nordestinas, respectivamente, João Pessoa e Natal. A Estação está localizada na Ponta do Seixas, ponto turístico da capital paraibana conhecido como extremo oriental das Américas, e tem como foco central "uma torre espelhada erguida em forma octogonal, com 43 metros de distância entre lados opostos e apoiada sobre uma parede cilíndrica com quinze metros de diâmetro". A Estação Cabo Branco possui área construída de 8.571m².47 Já o Parque, localizado em uma grande área verde de 64 hectares (640.000 m²) preservada na capital potiguar, possui um mirante de sessenta metros de altura de onde é possível observar toda a cidade.48

Palácio Tiradentes, uma das edificações que compõe a Cidade Administrativa de Minas Gerais.

Também foi convidado a elaborar o projeto arquitetônico do novo centro administrativo do governo de Minas Gerais. Este centro localiza-se entre a capital mineira e o Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins). Mais um projeto ousado que - dentre outras edificações no local - previa uma laje de quase 150 metros apoiada em apenas dois pilares.

Curvas, concreto armado e o maior prédio suspenso do mundo. A Cidade Administrativa de Minas Gerais49 é considerada o projeto mais ousado de Oscar Niemeyer. A obra, realizada no governo Aécio Neves, abriga as Secretarias e órgãos do Estado e foi inaugurada 4 de março de 2010.

Dar vida às formas desenhadas por Niemeyer foi um grande desafio conquistado pela engenharia. O conjunto abriga ao todo cinco edificações. O Palácio Tiradentes, sede do governo, é totalmente suspenso por cabos de aço, formando um vão livre de 147 metros no térreo. As secretarias foram alocadas em dois prédios idênticos com os nomes "Minas" e "Gerais", feitos em curva, com quinze andares cada um. Completam o cenário, um centro de convivência em formato redondo, com lojas, restaurantes e bancos, e o auditório JK com 490 lugares.

Críticas[editar | editar código-fonte]

A partir de Pampulha, especificamente seu trabalho na Igreja São Francisco de Assis, Niemeyer sofreu críticas internacionais sobre o caráter individualista de sua obra. De acordo com os preceitos modernistas da época, a arquitetura deveria ser uma arte em si só, desempenhando seu papel social inerente. Especialmente na sociedade em que se desenvolvia, seria necessário primar função e economia nas construções, visto que no período pós-guerra o problema de habitação social se tornou bastante discutido. Embora suas primeiros trabalhos claramente se desenvolvessem em função de solucionar o programa em questão, seus projetos após Brasília se desenvolveram de maneira cada vez mais escultórica, de modo que nos anos 2000 sua arquitetura apresenta sérios problemas funcionais.

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Museu Nacional Honestino Guimarães

Nicolai Ouroussoff criticou o arquiteto por seu projeto para o Museu Nacional.50 A estrutura pesada não apenas contrasta com a delicadeza característica de sua obra anterior como também falha em produzir um espaço agradável para export arte. Frederico de Holanda sugere que os últimos trabalhos de Niemeyer, cada vez mais opacos e indiferentes ao entorno, também não cumprem a função de definir um espaço urbano, dada à escala e as formas escultóricas que não definem limites rais ou virtuais.51

Momento no qual Niemeyer explicava como seria o Complexo Cultural da República, em Brasília.

Os últimos projetos arquitetônicos de Niemeyer,6 52 custaram altas cifras ao Estado: em 2007, cobrou 7 milhões de reais pelo projeto da nova sede do Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília,53 tendo sua empresa recebido 33,5 milhões de reais do governo federal, entre 1996 e 2008, apenas por projetos de obras em Brasília.54 .

Alguns críticos apontam o fato de que a arquitetura de Niemeyer é muitas vezes contraditória com suas convicções políticas.26 Seu primeiro grande trabalho, a Pampulha, teve um caráter burguês, e Brasília é famosa por seus palácios. Niemeyer defende sua arquitetura ao destituí-la de função social. Ao contrário de Walter Gropius, que acreditava numa arquitetura racionalista e industrial capaz de adaptar a sociedade para um novo tempo, Niemeyer era cético sobre a capacidade da arquitetura de mudar uma "sociedade injusta". Niemeyer defende que o ativismo social deve ser feito politicamente, e não através da arquitetura. Uma simplificação arquitetônica para tais fins seria, portanto, antimoderno ao não explorar os limites da tecnologia construtiva.55

Impressões sobre o arquiteto[editar | editar código-fonte]

Ele tem sido exaltado pelos seus admiradores como grande artista e um dos mais importantes arquitetos de sua geração.56 Aqueles que não o admiram dizem que é vaidoso, frívolo e contraditório. Ironicamente, estes últimos deram-lhe a alcunha de "arquiteto oficial", graças ao seu grande prestígio junto aos políticos.57

Em 2007 foi eleito o nono gênio mundial vivo em uma lista compilada pela empresa Syntetics (Lista dos 100 maiores gênios vivos).58

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Se é certo - como acredito - que nós, homens, inventamos a vida, o mundo imaginário em que habitamos, Oscar Niemeyer é um dos que mais contribuíram para isso, inventando uma arquitetura que parece nascida do sonho e, com isso, nos ajuda a viver.

—Ferreira Gullar59

Depois que Galileu provou que Epuor si muove, Oscar nos ensinou que a beleza é leve (como no verso de Gullar) e se move diante do olhar. Cada obra é uma escultura tridimensional, visível de ângulos distintos, de fora, e embebida de rotação de vida, de dentro. A arquitetura é o lugar para deixar a nuvem entrar, em meio aos pilotis [...] A beleza dos traços do arquiteto era leve porque não eram os traços do homem, mas das curvas sinuosas de pedras, ondas do mar, pássaros e lagartos. Ele se apropriou, como homem, do que não era humano exatamente para nos tornar mais humanos."

—Leonel

Kaz60

Para os arquitetos criados pelo movimento moderno, Oscar Niemeyer posiciona-se no mais alto grau de sabedoria. Invertendo o ditado familiar de que 'forma segue a função', Niemeyer demonstrou que 'quando a forma cria beleza, ela se transforma em funcional, e, portanto, fundamental na arquitetura'.

Dizem que Iuri Gagarin, o pioneiro cosmonauta russo, visitou Brasília e comparou a experiência com aterrissar em um planeta diferente. Muitas pessoas quando vêem a cidade de Niemeyer pela primeira vez devem sentir o mesmo. É audaciosa, escultural, colorida e livre - e não se compara a nada que se tenha feito antes. Poucos arquitetos na história recente têm sido capazes de convocar tal vocabulário vibrante e estruturá-lo em tal linguagem tectônica brilhantemente comunicativa e sedutora.

— SirNorman

Foster, arquiteto59

Todavia, há personalidades que não concordam com a genialidade de Niemeyer:

Sobre o projeto da biblioteca no Memorial da América Latina, na Barra Funda, em São Paulo:

Biblioteca Victor Civita, noMemorial da América Latina.

A casca é uma forma inteligentíssima porque trabalha somente à compressão, sob medida para o concreto, que não tem resistência à tração. Ora, romper o trânsito dos esforços que se dirigiam

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tranquilamente ao solo, para remetê-los a uma viga reta gigantesca, "a maior do mundo", é no mínimo um tremendo non sense, 95 metros. Niemeyer insiste na ideia de que isso é "avanço tecnológico" e às vezes apresenta suas "intuições estruturais" como uma homenagem à engenharia nacional. É preciso que alguém aponte a ingenuidade dessa deslocada pretensão que, ao contrário do que dizem e repetem seus admiradores, não constitui intuição estrutural: tudo não vai além de investir recursos públicos no alto custo de uma proposta tecnicamente ineficiente.

—Joaquim Guedes57

Sei que isso pode soar chocante, porque há um consenso quase universal aqui no Brasil de que Niemeyer é um gênio. (…) Deixando de lado a política stalinista de Niemeyer, que é execrável, há uma contradição fundamental e irreconciliável entre o que ele professa e a obra que ele produziu. Ele afirma querer uma sociedade baseada em princípios igualitários, mas sua arquitetura, para usar a linguagem do mundo da computação, não é user-friendly. Ao contrário: ela é profundamente elitista e mesmo egoísta, concentrada principalmente em fazer declarações grandiosas e eloquentes por si mesmas, para satisfação de Niemeyer e seus admiradores, mesmo que cause desconforto ou inconveniência ao usuário."

— Larry

Rohter6162

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Cidade Administrativa de Minas Gerais

Niemeyer casou-se com Annita Baldo em 1928.[3] Deste casamento ele teve sua única filha, Anna Maria Niemeyer, em 1930, que deu ao arquiteto cinco netos, treze bisnetos e quatro trinetos, e que faleceu no dia 6 de junho de 2012, aos 82 anos.63 64 Viúvo desde 2005, casou em novembro de 2006 com sua secretária, Vera Lúcia Cabreira, de 60 anos.

Até 23 de setembro de 2009, quando foi internado, passando em seguida por duas cirurgias, para retirada da vesícula e de um tumor docólon, o arquiteto costumava ir todos os dias ao seu escritório em Copacabana, onde trabalhava no projeto Caminho Niemeyer, emNiterói, um conjunto de nove prédios de sua autoria.65 Até outubro de 2009, Niemeyer permaneceu internado no mesmo hospital, no Rio de Janeiro. Em 25 de abril de 2010, foi

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novamente internado, apresentando um quadro de infecção urinária. O arquiteto deveria participar do lançamento da edição especial da revista "Nosso Caminho", no dia 27 de abril, em homenagem aos 50 anos de Brasília. A festa foi cancelada.66

Poucos dias antes de completar 105 anos de idade, Oscar Niemeyer faleceu no Rio de Janeiro, a 5 de dezembro de 2012, às 21h55', em decorrência de uma infecção respiratória. Ele estava internado desde 2 de novembro, no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sulda cidade.67 Seu corpo encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro68 , onde também encontra-se sepultada sua única filha Anna Maria Niemeyer, falecida em 2012.

Posições políticas e religiosas[editar | editar código-fonte]

Niemeyer com Leonel Brizola, em 2002

A luta política é uma das questões que sempre marcaram a vida e obra de Oscar Niemeyer, que sempre se declarou um comunista convicto. Em 1945, muitos militantes comunistas que foram presos sob a ditadura de Vargas foram libertados, e Niemeyer, que na época mantinha um escritório na Conde Lages (na Glória), decidiu oferecer abrigo a alguns deles. A experiência permitiu que conhecesse Luís Carlos Prestes, uma das figura mais importante da esquerda no Brasil. Depois de algumas semanas, Niemeyer decidiu ceder a casa para Prestes e seus partidários, que vieram a fundar o Partido Comunista Brasileiro. [43] Niemeyer ingressou no Partido Comunista Brasileiro em 1945 [44] e chegou a ser presidente do partido em 1992. Niemeyer era um menino na época da Revolução Russa de 1917, e pela Segunda Guerra Mundial, tornou-se um jovem idealista. Durante a ditadura militar do Brasil seu escritório foi invadido e ele optou por se exilar na Europa. O ministro da Aeronáutica da época teria dito que “lugar de arquiteto comunista é Moscou”.12 Em 1963 foi agraciado com o Prêmio Lenin da Paz. Visitou a União Soviética, teve encontros com diversos líderes socialistas e foi amigo de alguns deles. Em 2007 presenteou Fidel Castro com uma escultura de caráter antiamericano: uma figura mostruosa ameaçando um homem que se defende empunhando uma bandeira de Cuba.69 . Niemeyer também era um amigo próximo de Fidel Castro, que muitas vezes visitou seu escritório. Castro uma vez disse: "Niemeyer e eu somos os últimos comunistas deste planeta".

Niemeyer dizia: "Nossa preocupação é política também - para mudar o mundo... Arquitetura é o meu trabalho, e eu passei a minha vida inteira em uma prancha de desenho, mas a vida é mais importante do que a arquitetura, o que importa é melhoria do ser humano".70

Niemeyer foi ateu pela maior parte de sua vida,5 baseando suas crenças tanto nas "injustiças deste mundo" e em princípios cosmológicos: "É um universo fantástico que nos humilha, e nós não podemos usufruir dele, mas ficamos maravilhados com o poder da mente humana... no final, é isso, você nasce, você morre, é isso! ".30 Tais pontos de vista nunca o impediram de projetar edifícios religiosos, que vão desde pequenas capelas católicas, até catedrais, mesquitas e igrejas ortodoxas. Ele também é sensível às crenças espirituais do público que frequentaria seus edifícios religiosos. Na Catedral de Brasília, as

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grandes aberturas em vidro têm o papel "de conectar as pessoas com o céu, onde os crentes acreditam estar o paraíso e deus."

Outras artes[editar | editar código-fonte]

Design[editar | editar código-fonte]

Influência da obra de Niemeyer em um ônibus no Piauí.

Niemeyer também produziu mobílias na década de 1970, levando à madeira prensada as curvas que já aplicava ao concreto. Projetou, junto com sua filha Anna Maria, o mobiliário do Palácio da Alvorada, o da Sede do Partido Comunista Francês e alguns outros móveis comercializados na mesma década. Os móveis de Niemeyer foram expostos em diversos museus brasileiros e salões e feiras internacionais.71

Escultura[editar | editar código-fonte]

Monumento a Carlos Fonseca Amador, Nicarágua, 1982

Monumento "Tortura Nunca Mais", Rio de Janeiro, 1986

Monumento "Nove de Novembro" (dedicado aos três operários assassinados durante

a greve de novembro de 1988), Volta Redonda, 1988

Escultura Mão, na Praça Cívica do Memorial da América Latina , 1989

Memorial da Ilha de Gorée, Largo de Dakar, Senegal, 1991

Marco à Coluna Prestes, Santo Ângelo, 1995

Esculturas "Forma no Espaço II", "Mulher I", "Violêcia", "Retirantes" e "Forma no

Espaço I" (encomendadas pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, expostas

na praia do Leme em 2000 e atualmente instaladas no Parque Dois Irmãos, também

no Rio de Janeiro72 ) - nomes por ordem na foto da ligação.73

Monumento "Sem Terra do Paraná", 2001 erigido no local onde foi morto o líder Sem

Terra Antônio Tavares Pereira.

Escultura "Uma Mulher, uma Flor, Solidariedade", Parque Bercy, Paris, 2007

Escultura para Cuba (doação), Havana, 200774

Troféu GP Brasil de Fórmula Um 2009 e 2010.

Literatura[editar | editar código-fonte]

Quase memórias: viagens, tempos de entusiasmo e revolta - [1968

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Minha experiência em Brasília, 1961, editado posteriormente

na França, Cuba e Rússia

A forma na arquitetura - 1980

Rio: de Província a Metrópole - 1980

Como se faz arquitetura - 1986

Trecho de Nuvens - 1989

Conversa de arquiteto - 1994

As curvas do tempo - Memórias - 1998

Meu sósia e eu - 1999

As curvas do tempo - 2000

Minha arquitetura Editora Revan, Rio de Janeiro, 2000

Conversa de amigos - Correspondência entre Oscar Niemeyer e José Carlos

Sussekind, com José Carlos Sussekind, 2002

Minha arquitetura - 1937-2004, Editora Revan, Rio de Janeiro, 2004

Sem rodeios - 2006, contos. Editora Revan, Rio de Janeiro, 2006

Prêmios e condecorações[editar | editar código-fonte]

1963 - Prêmio Lênin da Paz, Governo da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas

1963 - Membro honorário do Instituto Americano de Arquitetos

1964 - Membro honorário da Academia Americana de Artes e Letras e do Instituto

Nacional de Artes e Letras

1975 - Comendador da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal (3 de Março)75

1988 - Prêmio Pritzker de Arquitetura, dos Estados Unidos71

1989 - Título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Brasília

1989 - Prémio Príncipe das Astúrias das Artes Espanha

1989 - Medalha Chico Mendes de Resistência.

1990 - Cavaleiro Comendador da Ordem de São Gregório Magno, Vaticano / Santa Sé

1994 - Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada de Portugal (26 de

Novembro)75

1995 - Título de Doutor Honoris Causa da Universidade de São Paulo

1995 - Título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Minas Gerais

1996 - Prêmio Leão de Ouro da Bienal de Veneza, VI Mostra Internacional de

Arquitetura

1998 - Royal Gold Medal do Royal Institute of British Architects

2001 - Medalha da Ordem da Solidariedade do Conselho de Estado da República

de Cuba

Page 31: Lúcio Costa

2001 - Medalha do Mérito Darcy Ribeiro do Conselho Estadual de Educação

do Estado do Rio de Janeiro

2001 - Prêmio UNESCO 2001, na categoria Cultura

2001 - Título de Grande Oficial da Ordem do Mérito Docente e Cultural Gabriela

Mistral, do Ministério da Educação do Chile

2001 - Título de Arquiteto do Século XX, do Conselho Superior do Instituto de

Arquitetos do Brasil

2004 - Praemium Imperiale, Japan Art Association

2005 - Patrono da Arquitetura Brasileira, declarado pela Lei nº 11.117, de 18 de maio

de 2005]]

2007 - Medalha Ordem do Mérito Cultural, Brasil

2007 - Medalha e título de Comendador da Ordem Nacional da Legião da Honra,

Governo da França

2007 - Medalha da Ordem da Amizade, Governo da Rússia

2007 - Medalha Oscar Niemeyer do Partido Comunista Marxista-Leninista76

2008 - Prêmio ALBA das Artes, Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua77

2009 - Orden de las Artes y las Letras de España

2009 - Título de Doutor Honoris Causa da Universidade Técnica de Lisboa78

2009 - XXXIII Encontro Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo.

Mostrando-se ainda jovem, participou como pôde do maior evento realizado no ano

pela FeNEA (Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo):

recebeu membros da comissão organizadora para gravação de um bate-papo a ser

exibido aos dois mil participantes do encontro, sediado no Ginásio

do Mineirinho (Complexo Esportivo da Pampulha), em Belo Horizonte.

Influência nas Artes Plásticas e Cultura Popular[editar | editar código-fonte]

Desde 1984 o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro é realizado no Sambódromo da Marquês de Sapucaí projetado por Oscar Niemeyer. Em 2003 o GRES Unidos de Vila Isabel celebrou a vida do arquiteto no seu desfile de carnaval. Foi a primeira vez que a escola de Vila Isabel homenageou um personagem histórico ainda em vida.79 O samba enredo do desfile – O Arquiteto no Recanto da Princesa – foi composto pelo sambista Martinho da Vila.

Os projetos de Oscar Niemeyer têm sido uma das maiores fontes de inspiração do pintor francês Jacques Benoit.80 Em 2006 Benoit apresentou em Paris uma série de pinturas intituladas Três Traços de Oscar, baseadas no legado arquitetônico de Niemeyer na França.81 Em 2010, a Comissão do Jubileu de Brasília selecionou a obra de Benoit para o cinquentenário da capital brasileira. A exposição Brasília. De Carne e Alma exibia 27 telas divididas em três séries, todas inspiradas pela paisagem arquitetônica de Brasília e a história da sua construção.82

Page 32: Lúcio Costa

Em 2013, logo após a morte de Niemeyer, o muralista paulista Eduardo Kobra e quatro outros artistas celebraram a vida do arquiteto com um gigantesco mural, cobrindo toda a fachada de um arranha-céu da Avenida Paulista, em São Paulo.83 O trabalho é inspirado na arquitetura de Niemeyer, o seu amor pelo concreto e Le Corbusier.

Joaquim Cardoso

Joaquim Maria Moreira Cardosonota 1 (Recife, 26 de agosto de 1897 — Olinda, 4 de

novembro de 1978) foi um poeta, contista,desenhista, engenheiro civil, editor de revistas

especializadas em arte e arquitetura e professor universitário brasileiro.1

Foi o engenheiro responsável pelos cálculos que permitiram a construção de diversas

edificações projetadas por Oscar Niemeyer, que o classificou como "o brasileiro mais culto

que existia".2

“Eu não sou bem um poeta. Minha vida é que é cheia de hiatos de poesia.”

— Joaquim Cardoso

Índice

  [esconder] 

1   O poeta

2   O engenheiro

3   O teórico de arquitetura

4   Obras em parceria com Niemeyer

5   Galeria

6   Cronologia

7   Livros

8   Referências

9   Ligações externas

10   Notas

O poeta[editar | editar código-fonte]

Suas primeiras poesias datam de 1924, entretanto o primeiro livro Poemas surgiu apenas

em 1947 e por pura insistência dos amigos. Joaquim Cardoso, que tinha uma memória

Page 33: Lúcio Costa

prodigiosa, sabia de todos os seus poemas decorados e não os modificava, em nenhuma

vírgula, quando os recitava publicamente em períodos distintos.

Conviveu com poetas modernistas, como Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto,

tendo publicado vários livros entre 1946 e 1975, usando como tema principalmente seu

Recife natal e o Nordeste brasileiro. Foi também tradutor e crítico de arte. Ocupou a

Cadeira 39 da Academia Pernambucana de Letras. Eleito em 18 de fevereiro de 1975,

tomou posse em 6 de setembro de 1977.

Ao todo, foram publicados onze livros de sua autoria, dos quais destaca-se o

inaugural Poemas, que teve prefácio do poeta Carlos Drummond de Andrade, um dos

seus maiores admiradores, e duas de suas obras teatrais: O Coronel Macambeira e De

uma Noite de Festa, e suas Poesias Completas. Um livro Aceso e Nove Canções

Sombrias foi seu último livro, publicado postumamente. Sua atuação na imprensa inclui

passagem pelo Diário de Pernambuco como chargista, e passagens como colaborador e

diretor da Revista do Norte, da Revista do Patrimônio Histórico e das revistas Para Todos

e Módulo.

O engenheiro[editar | editar código-fonte]

Joaquim Cardoso começou a estudar engenharia em 1915, após abandonar o curso

secundário no Ginásio Pernambucano. Formou-se quinze anos depois, por causa da morte

do pai e das dificuldades econômicas que o levaram a trabalhar como topógrafo. Nesse

período também prestou serviço militar.

“Não visualizo qualquer incompatibilidade entre poesia e a arquitetura. As estruturas planejadas pelos arquitetos modernos são verdadeiras poesias. Trabalhar para que se realizem esses projetos é concretizar uma poesia.”

— Joaquim Cardoso

Especializado em cálculo de estruturas, notabilizou-se pela sua colaboração com o

arquiteto Oscar Niemeyer na construção do conjunto da Pampulha e dos palácios

de Brasília. Envolveu-se em grande polêmica na época da queda do Pavilhão

da Gameleira, em Belo Horizonte, obra de ambos que ruiu, causando a morte de dezenas

de operários, mas, como ficou provado posteriormente, sem erro de cálculo ou projeto.1

As obras arquitetônicas, de maior vulto, edificadas com base nos cálculos estruturais de

Cardoso são a Catedral de Brasília, oPalácio do Planalto, o Palácio da Alvorada, a Igreja

N. S. de Fátima e o Congresso Nacional. No Recife, se destaca o Pavilhão Luís Nunes,

atual sede do IAB (no passado Instituto de Verificação de óbitos da antiga Escola de

Medicina), a Escola Alberto Torres e aCaixa d'Água de Olinda.

O teórico de arquitetura[editar | editar código-fonte]

Page 34: Lúcio Costa

“Os muros das construções são o papel onde se inscreveram as páginas da história, onde ainda se inscrevem as mensagens para o futuro. E escrever estas mensagens, cabe ao arquiteto.”

— Joaquim Cardoso

O envolvimento de Cardoso com a arquitetura não se limitou à sua atuação

como engenheiro calculista de edifícios projetados porOscar Niemeyer, Luis Nunes e

outros arquitetos. Cardoso (que chegou a ser o catedrático responsável pela cadeira

"Teoria e Filosofia da Arquitetura" na antiga Escola de Belas Artes de Pernambuco) deixou

escritos que, apesar de extremamente sumários, contém ideias significativas para a

construção de uma Teoria da Arquitetura.

Obras em parceria com Niemeyer[editar | editar código-fonte]

ObraAno do projeto

Ano de construção

Construtor(a) Cidade

Pampulha - Cassino da Pampulha

1940 1942 Ajax Corrêa RabelloBelo Horizonte, MG

Pampulha - Iate Clube 1940 1943 Ajax Corrêa RabelloBelo Horizonte, MG

Pampulha - Igreja São Francisco de Assis

1944 1945Belo Horizonte, MG

Edifício sede do Banco Boavista

1946 1947José de A. Marques Sales

Rio de Janeiro, RJ

Fábrica Duchen 1950 1951 São Paulo, SP

Edifício JK 1951Belo Horizonte, MG

Hotel Diamantina 1951 1951 Diamantina, MG

Page 35: Lúcio Costa

Palácio da Alvorada 1957 1958 Construtora Rabello Brasília, DF

Palácio do Planalto 1958 1960Eng. Fausto A. Favale

Brasília, DF

Palácio do Congresso Nacional

1958 1960Companhia Construtora Nacional

Brasília, DF

Catedral Metropolitana de Brasília

1959 1960 Carlos Magalhães Brasília, DF

Palácio Itamaraty 1959 1970Construtora Pederneiras

Brasília, DF

Galeria[editar | editar código-fonte]

O Palácio do Planalto, cálculo estrutural de Joaquim Cardoso e arquitetura de Oscar

Niemeyer.

 

Vista exterior daCatedral Metropolitana de Brasília, com oCampanário em primeiro plano.

 

Igreja São Francisco de Assis na Pampulha emBelo Horizonte, MG

Page 36: Lúcio Costa

 

Palácio da Alvorada,Brasília, DF

Cronologia[editar | editar código-fonte]

1915 Ingressa no curso de Engenharia Civil

1930 Cola grau em Engenharia Civil

1934/1937 Trabalha com Luís Nunes na Diretoria de Arquitetura e Urbanismo em

Recife

1935 Leva para a Exposição comemorativa da Revolução Farroupilha, em Porto

Alegre, a primeira mostra de arquitetura brasileira moderna.

1936 Reassume as cadeiras nas Escolas de Engenharia e de Belas Artes

1939 Paraninfo da turma de Engenharia, de 1939, discurso subversivo e conseqüente

confronto com o governo de Pernambuco. Transfere se para o Rio de Janeiro

1940 Começa a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico

Nacional (SPHAN), com Rodrigo Melo Franco, Lúcio Costa e Burle Marx

1941/1945 Conhece o arquiteto Oscar Niemeyer e é convidado para fazer os cálculos

estruturais do conjunto da Pampulha

1956/1964 Realiza o cálculo estrutural de alguns dos mais importantes edifícios

de Brasília

1962 Paraninfo da turma de arquitetos do Recife

1971 Desaba o Pavilhão de Exposições da Gameleira, em Belo Horizonte, vitimando

quase oitenta operários (4 de fevereiro)

1978 Morre no dia 4 de novembro, vítima de arteriosclerose

Livros[editar | editar código-fonte]

Antologia de Poetas Brasileiros Bissextos Contemporâneos, oito poemas, em livro

organizado por Manuel Bandeira, 1946;

Poemas, 1947;

Poesias Completas, 1971;

Os Anjos e os Demônios de Deus, 1973;

O Interior da Matéria e O Capataz de Salema, 1975.

Page 37: Lúcio Costa

Joaquim Cardoso (1897-1978) foi engenheiro e poeta brasileiro.

Trabalhou com o arquiteto Oscar Niemeyer, realizando cálculos

estruturais em diversas obras de Brasília. Poeta ligado ao Pós-

Modernismo, teve forte ligação com Manuel Bandeira e João Cabral de

Melo Neto.

Joaquim Cardoso (1897-1978) nasceu no bairro do Zumbi, no Recife, no

dia 26 de agosto de 1897. Filho do guarda-livros José Antônio Cardoso e

Elvira Morena Cardoso. Nono de doze irmãos, em 1909 perdeu seu

irmão mais velho, José Maria Morena Cardoso, que foi seu orientador

nas primeiras leituras.

Em 1910, a família muda-se para a vizinha cidade de Jaboatão. Iniciou

seus estudos no Ginásio Pernambucano, no Recife. As viagens para o

Recife aconteciam de trem, o que possibilitava o encontro com futuros

amigos da vida literária, entre eles os irmãos Benedito e Honório

Monteiro. Tais viagens marcaram suas obras.

Em 1913, edita com Durval Cezar, Oscar Ramos, Eduardo Cunha e os

irmãos Benedito e Honório Monteiro, o jornal "O Arrabalde", onde estreia

na literatura, com o conto "Astronomia Alegre". Em 1914 publica seus

primeiros trabalhos como caricaturista e chargista, nas edições do

domingo dos jornais Diário da Tarde e Diário de Pernambuco.

Em 1915 ingressou na Escola Livre de Engenharia de Pernambuco,

tendo que interromper os estudos várias vezes, por dificuldade

financeira. Levou 15 anos para concluí-lo. Em 1930, finalmente estava

formado.

Joaquim Cardoso torna-se professor da Escola de Engenharia,

lecionando até o ano de 1939, quando é preso, por medidas repressivas

do Estado Novo, após pronunciar discurso em que criticou os

procedimentos do governo no campo da engenharia e arquitetura. Foi

obrigado a mudar-se para o Rio de janeiro.

Em 1940 começa a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e

Artístico Nacional, com o arquiteto Lúcio Costa, o paisagista Burle Marx

e o advogado Rodrigo Melo Franco. Durante 12 anos, entre 1942 e

1954, trabalha em parceria com o arquiteto Oscar Niemeyer, realizando

os cálculos estruturais do conjunto da Pampulha e de vários edifícios de

Page 38: Lúcio Costa

Brasília, entre eles, o Palácio do Planalto, o Palácio da Alvorada e a

Catedral Metropolitana.

Ao lado de Gilberto Freire, Ascenso Ferreira e Vicente do Rego

Monteiro, enraizou-se pelas tradições populares do Nordeste, sem

desconhecer o que estava acontecendo no Sudeste do país ou na

Europa. Seus poemas são plenos de melancolia e introspecção. Mescla

traços líricos numa dimensão moderna, sem abraçar o modernismo em

sua totalidade.

Joaquim Maria Morena Cardoso faleceu em Olinda, Pernambuco, no dia

4 de novembro de 1978.

Obras de Joaquim Cardoso

A Escultura Folheada

A Tarde Sobe

Alucinação em Branco

Aquarela

Astronomia Alegre

Chuva de Caju

Espumas do Mar

Imagens do Nordeste

Menina

Na Estação

O Relógio

Poema

Recordações de Tramataia

Tarde no Recife

Visão do Último Trem Subindo o Céu

Mercado bolonha

Page 39: Lúcio Costa

A história do Mercado de Carne é antiga, remonta a 1867 quando foi construído, em alvenaria

de tijolos, o Mercado Municipal de Belém em uma quadra entre a 16 de novembro e a

Boulevard Castilho França. Devido ao intenso movimento comercial que sobrecarregava o

recém inaugurado Mercado de Ferro, ou de Peixe, a partir de 1901, as autoridades locais

sentiram a necessidade de promover melhorias estruturais e sanitárias no velho prédio do

Mercado Municipal.

As obras foram confiadas ao engenheiro Francisco Bolonha que, além de construir um segundo

pavimento com salas para estocar produtos sobre o velho prédio de alvenaria, instalou no seu

pátio interno um belo conjunto arquitetônico de ferro importado da Escócia, da fundição Walter

Macfarlane & Co., composto de quatro grandes pavilhões, um pequeno chalé e uma estrutura

que serviu primeiramente para suportar o reservatório de água e que se transformou, depois de

desativado, em um magnífico mirante com escada em caracol. A inauguração das novas

instalações do Mercado Municipal aconteceu em 17 de dezembro de 1908 e por ser destinado,

principalmente, à comercialização da carne passou a ser chamado, com o tempo, de Mercado

de Carne.

Este impressionante exemplar da arquitetura do ferro no Brasil é parada obrigatória para quem

visita Belém e procura conhecer um pouco da sua história. Vale ressaltar que o prédio foi

recentemente restaurado pelo governo federal.  (Armando Sobral/Curador do projeto A Era do

Ferro)

Foto 01- Vista do Mercado.

Fonte: Renato Barbosa.

         O Mercado Municipal, também conhecido com Mercado de Carne ou

Mercado de Bolonha foi inaugurado no ano de 1867, na baía do Guajará, no

complexo do Ver-O-Peso. Posteriormente foi denominado de Mercado

Francisco Bolonha em homenagem ao engenheiro que o remodelou no ano de

1908.

            A história da construção do primeiro mercado teve início com o

conselheiro Jerônimo Francisco Coelho, que ao assumir o cargo de presidente

da Província do Pará, em 08 de maio de 1848, encontrou uma cidade sem um

mercado, nos moldes dos existentes em várias cidades europeias. No discurso

da abertura da Assembleia Legislativa da Província cinco meses depois, o

presidente colocou o mercado na lista de prioridades de obras que faltavam à

Belém, e que foi construído no seu Governo. A historiografia reporta o ano de

Page 40: Lúcio Costa

1852, como aprovação e início da construção do primeiro Mercado Público na

cidade de Belém, hoje conhecido como Mercado de Carne. (CRUZ, 1945. p.

205 e 206).

            Já em 1900 o Mercado Municipal, construído em alvenaria de tijolos,

não estava mais suportando o crescimento elevado de mercadores e

mercadorias. Esse aumento era tão excessivo que outros mercadores se

espalhavam pelos arredores de todo o mercado. Nesta época, no mundo,

falava-se muito de questões humanitárias de direito ao homem e também em

questões sanitárias, foi desse modo que o governo viu a importância de uma

intervenção maior na questão de salubridade, espaço e dignidade. E é por

causa desses condições que em 1901 foi inaugurado outro edifício voltado para

a comercialização de mercadorias como principalmente o peixe, O Mercado de

Peixe ou o Mercado de Ferro. Este novo Mercado foi todo construído bem

próximo ao Mercado Municipal de Carne e moldado em ferro fundido,

possuindo quatro torres nos cantos dele, uma em cada canto.

Contexto Histórico da Belle Époque.            

Entre os séculos XIX e XX a sociedade brasileira passava por algumas

mudanças e avanços materiais e tecnológicos, nas questões de espaço

público, a montagem de uma nova moral e ”revitalização” urbana.  Toda essa

mudança começou a ser demonstrada através do modo de se vestir, os meios

de transportes mais elitizados, as construções luxuosas, ferrovias, energia

elétrica, dentre outras. Manifestando as conquistas burguesas nessa época.

 “O processo de modernização da cidade de Belém só foi possível em razão do enriquecimento

que atingiu certos setores sociais da região a partir da segunda metade do século XIX.

Reforçando o processo de inserção da Amazônia no sistema capitalista mundial, toda atividade

econômica da região passou a girar em torno da borracha a partir de 1840. Em decorrência

dessa nova ordem econômica, Belém assumiu o papel de principal porto de escoamento da

produção gomífera, canalizando parte do excedente que se originou dessa economia para os

cofres públicos, os quais direcionaram o investimento para a área do urbano, com calçamento

de ruas com paralelepípedos de granito importados da Europa, construções de prédios

públicos, casarões em azulejo, monumentos, praças etc. [...]”. (SARGES. 2010. p. 20)

Com as relações econômicas muito boas da Amazônia com outros

países da Europa e a utilização da borracha como matéria prima para as

indústrias, essa região do Pará começou a adquirir um desenvolvimento muito

grande nesta época. O aumento das aplicações do látex da borracha e o

grande aumento também da demanda pelo produto fez com que a economia

crescesse mais ainda, favorecendo as elites da Amazônia que tinham o poder

sobre o látex.Nesta época via-se a necessidade de uma reestruturação em

Belém, era preciso enquadrar a cidade nos padrões de civilização europeia,

Page 41: Lúcio Costa

principalmente da França, o qual foi aplicado. Isso teve a intenção de passar a

imagem do progresso vivido na cidade, com construções de praças, mercados,

ruas, calçadas, etc.

Durante a época do ciclo da borracha (1880 a 1912), Belém passou por

muitos avanços econômicos, mas isso por causa também de sua posição

geográfica. Possuiu o principal porto de escoamento da produção do látex da

borracha, possibilitando a tomada da vanguarda cultural da região durante a

chamada Belle Époque.

Foto 02- Entrada do Mercado.

Fonte: Arquivo Pessoal.

            O mercado, que é um edifício da época da borracha, é bem

representativo no que se diz respeito à arquitetura. Construído inicialmente de

alvenaria com dois pavimentos, o mercado de carne não suportava mais sua

cota, como foi visto anteriormente, e precisou ser reformado. O projeto da

reforma foi feito pelo engenheiro Francisco Bolonha, utilizando do ferro para

compor o novo Mercado, que foi inaugurado no dia 17 de Dezembro de 1908.

Após a reforma, o edifício contou com linhas de estilo neoclássicas, lojas com

entradas externas que dava aceso diretamente a rua e hoje o portão que dá

acesso ao pátio central foi substituído para um portão de ferro ornamentado.

Page 42: Lúcio Costa

Foto 03- Observatório.

Fonte: Arquivo Pessoal

            Durante a sua reforma, o mercado sofreu várias modificações, tanto nos

pavilhões do pátio central, quanto nas instalações sanitárias que foram

instaladas e melhoradas, além de reinstalações da rede de esgoto. Pela planta

é possível verificar que as lojas que ficam no térreo foram modificadas e

aumentadas de tamanho, além de possivelmente os compartimentos exteriores

terem diminuído pelo fato de se dividirem em outras lojas menores. Mesmo

depois de sua reforma o espaço continua em constantes mudanças e reparos

para garantir o funcionamento do Mercado.

            No pátio central foi mantida a mesma localização dos antigos barracões

feitos de madeira, mas no lugar instalaram pavilhões metálicos, servindo de abrigo

para os comerciantes de carne. Esses pavilhões foram instalados e produzidos

pela empresa Walter MacFarlane. Além dos pavilhões, na localidade da antiga

caixa d’água está agora uma estrutura de metal que tem a funcionalidade de

observar todo o pátio do mercado, possuindo uma escada helicoidal em art

nouveau. Esses pavilhões possuem 20 metros de comprimento, 10 metros de

largura e 4 metros de pé direito. Sua cobertura são dois planos: o primeiro era

usado a telha francesa e no segundo uma claraboia. Esses planos estavam

separados por um lanternim de um metro de altura com venezianas metálicas.

Esses pavilhões eram fechados com portas de ferro entre as colunas que dão a

sustentação. A parte superior à porta de enrolar é circuncidada por painéis de ferro

fundido, auxiliando na ventilação juntamente com as venezianas. (VEIGA, 2007. p.

64).

Page 43: Lúcio Costa

           Durante a sua reforma, o mercado sofreu várias modificações, tanto nos

pavilhões do pátio central, quanto nas instalações sanitárias que foram

instaladas e melhoradas, além de reinstalações da rede de esgoto. Pela planta

é possível verificar que as lojas que ficam no térreo foram modificadas e

aumentadas de tamanho, além de possivelmente os compartimentos exteriores

terem diminuído pelo fato de se dividirem em outras lojas menores. Mesmo

depois de sua reforma o espaço continua em constantes mudanças e reparos

para garantir o funcionamento do Mercado.

            No ano de 1988 o mercado sofreu um incêndio que teve início em uma das

lojas, mas os bombeiros conseguiram conter as chamas e apenas três lojas foram

destruídas, mas a estrutura continuou sem nenhum dano por causa do fogo.

Poucos meses depois do primeiro incêndio o prédio sofreu outro novo, que desta

vez causou maiores danos, destruindo quatro lojas externas e danificando

drasticamente uma viga do pavimento superior. O dano foi tão grande que o prédio

teve que ser demolido na localidade da viga e refeito.

Arquitetura e preservação.

            A Era do Ferro no Pará está entre o fim do século XIX e começo do XX,

quando era nítido o crescimento econômico da região e a ascensão de uma

burguesia enriquecida com o comércio da borracha.  Nessa época a capital sofreu

várias transformações e foi remodelada segundo um ideal que ocorria nas cidades

europeias, modificadas pela Revolução Industrial. É nesse momento que são

vistos os primeiros parques e áreas verdes surgindo em Belém e uma nova

arquitetura feita totalmente de ferro trazida da Europa é erguida, hoje adotada

como patrimônio histórico e cultural de Belém, como o Mercado de Carne, de

Peixe, o Relógio de Ferro, os galpões da Estação das Docas, e vários outros. As

melhorias urbanas feitas no período como as reformas dos mercados públicos,

construções de ruas e calçadas, rede de esgoto, urbanização, paisagismo de vias

públicas e praças, reestruturou a cidade de tal forma que ainda hoje é possível ver

suas marcas nela. (disponível em: http://eradoferro.diarioonline.com.br/ Acessado

em: 18 de janeiro de 2014)

            Em relação ao Mercado de Peixe, o Mercado Municipal de Carne não

sofreu uma intervenção tão grande quanto ele, pode-se dizer que ele não sofreu

uma restauração, mas sofreu reformas. A maior intervenção foi feita para a

ocupação do pátio central feito por Francisco Bolonha ao utilizar pavilhões de ferro

em art nouveau, em 1908.

O art nouveau nasceu na Europa entre 1890 e a Primeira Guerra Mundial e

chegou ao Brasil no início do século XX. Ele foi uma tentativa de renovação e de

síntese das artes, não foi restringido a apenas um setor, mas a vários, tanto a

arquitetura quanto artes plásticas, gráficas e principalmente das artes decorativas.

Page 44: Lúcio Costa

A principal influência adquirida por esse estilo foi da natureza, utilizando de

temáticas naturalistas, procurando expressar melhor os detalhes através do uso

dos ritmos das curvas, arcos e elementos ondulados. (FILHO. 1970. p. 45).

                   As intervenções que houveram no Mercado na época limitaram-se em completar o grande pátio central da obra, a parte de circulação e das galerias, além de detalhes nos pavilhões de ferro e em suas coberturas. Nas galerias foram instaladas cozinhas, depósitos, frigoríficos e banheiros, obras que foram executadas e uma forma errônea, desrespeitando o patrimônio histórico que é o prédio, pois construíram paredes e bancadas em alvenaria e os espaços acabaram tornando-se escuros e fechados gerando criticas enormes, pois era e é defendido que uma intervenção de restauração verdadeira não modificaria e nem tentaria “modernizar” a originalidade da obra. No que diz respeito à cobertura ela também sofreu algumas interferências e substituições. No pavimento superior algumas telhas foram substituídas por telhas metálicas, assim como na marquise de cobertura e na circulação. Já nos pavilhões de ferro no pátio central, as telhas de vidro que compunham a claraboia foram substituídas por telhas de cerâmica. (VEIGA, 2007. p.125 e 126).

            Hoje em dia o Mercado está funcionando normalmente, aberto de terça

a domingo para comerciantes e fregueses que procuram no complexo do Ver-

o-Peso além de um local para comprar suas mercadorias e compras

domésticas, um pouco da história do início de uma era em Belém, uma história

contada em suas paredes restauradas e em seu pátio de ferro. 

Catedral da sé

Catedral Metropolitana de BelémOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Catedral Metropolitana de BelémCatedral da Sé

Page 45: Lúcio Costa

Fachada da catedral

Construção 1748 - 1771

Diocese Arquidiocese de Belém do Pará

Bispo Alberto Taveira Corrêa

Local Belém,   Pará

A Catedral Metropolitana de Belém ou simplesmente Catedral da Sé é a sede da Arquidiocese de Belém, na cidade de Belém do Pará e parte integrante do complexo histórico e religioso da cidade velha, denominado Feliz Lusitânia.

Índice

  [esconder] 

1   História

2   Arquitetura e Arte

3   Ver Também

4   Links

História[editar | editar código-fonte]

A primeira igreja de Belém foi construída provisoriamente dentro do Forte do Presépio e já era dedicada a Nossa Senhora das Graças. Poucos anos depois foi transferida para o atual Largo da Sé, numa construção precária. No século seguinte, em 1719, aDiocese do Maranhão é desmembrada a pedido de D. João V e Belém passa a sediar a recém-criada Diocese do Pará, ganhando direito a honras de Sé Episcopal a sua igreja matriz.

As obras da atual edificação, construída no mesmo local da primitiva igreja, tiveram início no ano de 1748. Data dessa época aplanta geral da igreja e os níveis inferiores da fachada, incluindo o portal principal, de feição barroca pombalina. Após algumas interrupções, a direção das obras foi assumida em 1755 por Antônio José Landi, arquiteto italiano chegado a Belém em 1753, que deixou vasta obra na região. Landi terminou a fachada, acrescentando as duas torres e o frontão. As torres, semelhantes às da Igreja das Mercês de Belém, também projetadas por Landi, não têm paralelos no mundo luso-brasileiro e são inspiradas em modelos bolonheses, região de origem do arquiteto. O imponente frontão, ladeado por pináculos piramidais neoclássicos, tem um perfil mais barroco-rococó e contém um nicho com uma estátua de Nossa Senhora. A construção foi totalmente concluída em 1782.

Page 46: Lúcio Costa

Gravura da Catedral de Belém

Em 1882, a decoração interior da igreja sofreu uma reforma radical, ordenada pelo bispo Dom Antônio de Macedo Costa, quando a catedral passou por uma grande alteração. O retábulo original, de autoria de Landi, era de caráter rococó e incorporava uma pintura de Nossa Senhora das Graças de autoria do pintor setecentista português Pedro Alexandrino de Carvalho. Tanto o retábulo como a pintura estão atualmente perdidos e são apenas conhecidos por desenhos.

O atual altar principal foi criado em Roma por Luca Carimini no século XIX, enquanto que as pinturas que decoram o interior foram realizadas pelos italianos Domenico de Angelis e Giusepe Capranesi. O grande órgão, da oficina do francês Aristide Cavaillé-Coll, foi instalado em 1882, sendo o maior órgão da América Latina.

A Catedral da Sé de Belém foi elevada a sede de arquidiocese em 1906.

A catedral é parte importante da tradicional celebração do Círio de Nazaré, maior procissão do mundo ocidental. Após uma missa na catedral, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré parte em procissão da catedral até a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, acompanhada por centenas de milhares de pessoas.

Após vários anos sem que fosse submetida a medidas sérias de conservação, o que deteriorou bastante alguns de seus aspectos estruturais e artísticos, a Catedral Metropolitana de Belém foi, enfim, submetida a restauração, em 2005, sendo reaberta ao público no dia 1º de setembro de 2009.

Arquitetura e Arte[editar | editar código-fonte]

Parte da arquitetura da catedral é atribuída ao arquiteto italiano Antônio José Landi, como a fachada com o coroamento das duas grandes torres, os relógios da Catedral são importados da europa e foram instaladas no templo em 1772. A Catedral da Sé possuí belíssimos desenhos feitos pelo arquiteto Landi, também guarda belíssimas telas criadas por renomados artistas europeus do século XVIII, localizados nos seus dez altares laterais, além de 28 candelabros de bronze, vitrais religiosos de grande valor artístico e possuí conta com um belo órgão francês do século XIX, um verdadeiro tesouro da história de Belém.

Page 47: Lúcio Costa

Igreja de santo alexandre

Igreja e Colégio de Santo AlexandreOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Igreja de Santo Alexandre

Vista da igreja e do Palácio Episcopal

Data da construção 1698-17191

Estilo arquitetônico Barroco

Cidade Belém, Pará 

Tombamento 1941

Órgão IPHAN

A Igreja e Colégio de Santo Alexandre foram a sede da Companhia de Jesus na cidade de Belém do Pará na época do Brasil colônia. O antigo complexo jesuíta, um dos mais importantes ainda existentes no país, abriga atualmente o Museu de Arte Sacra do Pará.

Índice

  [esconder] 

1   História

2   Arquitetura e arte

3   Museu de Arte Sacra do Pará

4   Referências

História[editar | editar código-fonte]

Os jesuítas começaram a edificar o Colégio de Santo Alexandre a partir de fins do século XVII. A dedicação a Santo Alexandre de Bérgamo deveu-se a que o colégio abrigava relíquias do mártir, doadas pelo Papa Urbano VIII. Escritos antigos indicam que, em fins do século XVII, o colégio contava com uma biblioteca de 2000 livros e oficinas de encadernação, pintura e escultura.

Page 48: Lúcio Costa

Já a igreja atual, que sucedeu igrejas anteriores mais simples, foi concluída em 1719 e era originalmente dedicada a São Francisco Xavier (atualmente é dedicada a Santo Alexandre). Nas primeiras décadas do século XVIII funcionou no colégio uma oficina de escultura dirigida pelo padre João Xavier Traer, nascido no Tirol (atual Áustria). A ele são atribuídos os dois magníficos púlpitos da igreja do colégio, além de outros trabalhos.

Traer ensinou escultura aos indígenas, como se vê numa crônica do jesuíta João Daniel, que no século XVIII escreveu que "no Colégio dos Padres da Companhia, na cidade do Pará, estão uns dois grandes anjos por toucheiros, com tal perfeição, que servem de admiração aos europeus, e são a primeira obra que fez um índio daquele ofício, e se a primeira saiu de tal primor, que obras primas não faria de dar anos no ofício?". As imagens destes anjos toucheiros (portadores de tochas) ainda existem e podem ser vistas no museu.

Com a expulsão dos jesuítas em 1759, o colégio foi reformado e passou a ser usado como palácio dos bispos da cidade. Já no século XX, após um longo período de abandono, os edifícios do colégio e igreja foram transformados no Museu de Arte Sacra do Pará, que além da arquitetura do local exibe um rico acervo de pintura e escultura dos séculos XVII e XVIII da região amazônica.

Em 1980, quando o Papa João Paulo II visitava Belém, ficou hospedado no convento da igreja de Santo Alexandre, que na época era sede do Arcebispado de Belém.

Arquitetura e arte[editar | editar código-fonte]

Vista da fachada da antiga Igreja de Santo Alexandre

A antiga igreja do colégio jesuíta de Belém, inaugurada em 1719, é um dos mais importantes templos erguidos pelos padres da Companhia no Brasil. O projeto é claramente aparentado ao da monumental Igreja Jesuíta de Salvador (atual catedral), que havia sido construída entre 1652 e 1672. A construção do edifício de Belém foi realizada com menos apuro técnico, talvez devido ao caráter indígena da mão-de-obra empregada pelos jesuítas. O estilo arquitetônico geral da igreja corresponde ao maneirismo, favorecido pelos jesuítas em Portugal e suas colônias. Ao lado da igreja foi levantado, ao longo do século XVIII, o edifício do Colégio.

A fachada monumental tem quatro andares de altura, sendo encimada por um frontão formado por duas grandes volutas que se unem no topo, onde há uma cruz. Os nichos do frontão eram antes ocupados por estátuas de santos jesuítas, hoje perdidas. O acesso ao templo é feito por três portais no primeiro piso, também decorados com volutas.

Page 49: Lúcio Costa

As pilastras verticais da fachada encontram-se decoradas com motivos maneiristas em alto-relevo, que criam interessantes efeitos de luz e sombra. O corpo central da fachada é ladeado por duas torres baixas que se encontram levemente recuadas, estando inclusive um pouco escondidas detrás das enormes volutas do frontão.

No interior, a igreja revela também a influência da igreja de Salvador: nave única com quatro capelas laterais de cada lado, coberta com abóbada de madeira, sem cúpula e com transepto não pronunciado. Uma grande sacristia encontra-se ao lado da capela-mor. Destacam-se no interior as obras de arte em talha do padre João Xavier Traer e sua oficina de escultores indígenas, especialmente os dois magníficospúlpitos, profusamente decorados com anjinhos em uma composição inspirada na arte barroca do Tirol, pátria de origem de Traer. Também se destacam os retábulos de talha nas capelas laterais e na capela-mor.

A igreja do colégio de Santo Alexandre influenciou outras na região como a do Colégio de Vigia, ao norte da capital, construída na década de 1730. A fachada da igreja de Vigia também é dotada de um original frontão e é ladeada por duas torres.

Museu de Arte Sacra do Pará[editar | editar código-fonte]

No âmbito de um projeto de revitalização do centro histórico de Belém, os edifícios do colégio e igreja dos jesuítas - tombados pelo IPHAN - foram transformados em um museu dedicado à arte sacra da região. Os acrécimos feitos aos edifícios em épocas posteriores ao século XVIII foram, na medida do possível, retirados.

Segundo revistas e livros, o museu conta com um acervo de quase 400 peças sacras de pintura, talha, gesso, prataria e outros objetos litúrgicos, proveniente tanto do acervo jesuítico como da cúria metropolitana da cidade. Outra parte do acervo deriva da aquisição da coleção de um médico paraense, Abelardo Santos.

O edifício do colégio tem áreas dedicadas ao restauro e biblioteca, além de loja e galeria de arte. A igreja ainda é palco de missas, também são apresentados concertos de música, teatro e outros eventos.

Forte de castelo

O Forte do Castelo do Senhor Santo Cristo do Presépio de Belém, popularmente

referido como Forte do Presépio, localiza-se sobre a baía do Guajará, na ponta de

Maúri à margem direita da foz do rio Guamá, dominando a entrada do porto e o canal de

navegação que costeia a ilha das Onças, na cidade de Belém no estado brasileiro do Pará.

Constitui-se num dos mais procurados pontos turísticos da cidade, por sua localização

privilegiada e seu sentido histórico, integrando o complexo arquitetônico e religioso da

cidade velha, a Feliz Lusitânia.

Índice

  [esconder] 

1   História

o 1.1   Antecedentes

Page 50: Lúcio Costa

o 1.2   O Forte do Senhor Santo Cristo

o 1.3   O século XIX

o 1.4   Do século XX aos nossos dias

2   Referências

3   Bibliografia

4   Ver também

5   Ligações externas

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Após a conquista de São Luís do Maranhão, em novembro de 1615, por determinação do

Capitão-mor da Conquista do Maranhão, Alexandre de Moura, o Capitão-mor da Capitania

do Rio Grande do Norte, Francisco Caldeira de Castelo Branco, partiu daquela cidade para

a conquista da boca do rio Amazonas, a 25 de dezembro de 1615, com o título de

"Descobridor e Primeiro Conquistador do Rio das Amazonas".1

Com três embarcações - o patacho Santa Maria da Candelária, o caravelão Santa Maria

das Graças, e a lancha grandeAssunção -, e menos de duzentos homens, a expedição

atingiu a baía de Guajará em 12 de janeiro de 1616 levantado, num pequeno promontório

de terra à margem esquerda do igarapé Piri, um forte de faxina e terra, com alojamentos

cobertos depalha, artilhado com doze peças. Batizado de Forte do Presépio de Belém,

núcleo do povoado de Nossa Senhora de Belém, destinava-se a conter eventuais

agressões dos indígenas e quaisquer ataques dos corsários ingleses e neerlandeses que

frequentavam a região.

No contexto do levante dos Tupinambás (1617-1621), a povoação e o forte foram atacados

pelas forças do chefe Guaimiaba(em língua tupi, "cabelo de velha"), que pereceu em

combate (1619). Danificada, essa primitiva fortificação foi substituída por outra mais sólida,

de taipa de pilão e esta, por sua vez, em 1621, por uma terceira.

O Forte do Senhor Santo Cristo[editar | editar código-fonte]

A nova fortificação foi erguida com um baluarte artilhado com quatro peças, um torreão e

alojamento para sessenta praças, sendo batizada como Forte Castelo do Senhor Santo

Cristo, ou simplesmente Forte do Santo Cristo.2 De acordo com Jorge Hurley, o seu

construtor foi Bento Maciel Parente.3 A sua artilharia, à época, foi reforçada por mais

quatro peças.4

Arruinada pelos combates e pelo clima, sofreu reparos em 1632 e 1712. O Provedor da

Fazenda Real no Pará, Francisco Galvão da Fonseca, por carta de 20 de

maio de 1720comunicou ao soberano que a fortificação encontrava-se completamente

arruinada. A Carta-régia de 30 de maio de 1721 autorizou os seus reparos e de outras

fortificações da região, sendo contratado para tal, em Lisboa, o pedreiro Francisco Martins,

Page 51: Lúcio Costa

com um salário de 800 réis por dia. Poucos anos mais tarde, em 1728, o Sargento-mor

EngenheiroCarlos Varjão Rolim, foi trazido de São Luiz do Maranhão para dirigir os

trabalhos de reconstrução do forte. Por uma planta de sua autoria, datada de 1740,

sabemos que possuía "Porta e tranzito, Corpo da Guarda, caza que serve de prisão,

armazém, baluarte e praça baixa."5

Novos reparos foram efetuados em 1759 e em 1773.6 A partir de 1759 passou a servir

como hospital militar, quando ficou conhecido como "Hospital do Castelo", função que

conservou por pouco tempo, uma vez que o então Governador Fernando da Costa de

Ataíde Teive adquiriu a Domingos Bacelar o imóvel que viria a abrigar o Hospital Militar,

atualmente conhecido como Casa das Onze Janelas.7

O século XIX[editar | editar código-fonte]

À época da Independência do Brasil, o forte foi reedificado, para ser desativado no Período

Regencial pelo Aviso Ministerial de 24 de dezembro de 1832, que extinguiu os Comandos

dos Fortes, Fortins e pontos fortificados, desarmando-os.8 No ano seguinte, passou a ser

denominado de Castelo de São Jorge, ou simplesmente Forte do Castelo, como até hoje

é denominado.9

No contexto da Cabanagem (1835-1840) o forte foi utilizado como quartel-general pelos

revoltosos, ficando quase em ruínas durante a troca de tiros com a armada do inglês

deJohn Taylor, contratado pela Regência para dar fim à insurreição.

O forte foi reparado e rearmado a partir de 1850 durante o governo de Jerônimo Francisco

Coelho, Presidente da Província do Pará, quando o seu recinto interior foi objeto de

limpeza e ganhou novos quartéis para tropa, Casa do Comandante, ponte sobre

o fosso, portão e uma muralha de cantaria pelo lado do rio Guamá. Em 1868 ainda

estavam em progresso obras complementares, estando a praça artilhada com vinte e sete

peças: dois canhões Parrot, calibre 100 mm, dois canhões raiados Withworth calibre

70 mm (90 mm?), quatro obuses Paixhans calibre 80 (canhões Paixhans calibre 90 mm?),

e dezenove antigos canhões antecarga de alma lisa: doze de calibre 24, dois de 18 e cinco

de 9.10

Foi novamente desarmada, pelo Aviso Ministerial de 12 de dezembro de 1876,11 passando

a abrigar o Arsenal de Guerra,12 antigo Trem de Guerra, até então alojado no Convento

dos Mercedários, e depois no edifício da Enfermaria Militar, que ficava ao lado do forte.13

Em 1878 passou a acolher parte do grande número de flagelados na cidade, em fuga

da seca na região Nordeste do Brasil, voltando a exercer as funções de hospital.14

Do século XX aos nossos dias[editar | editar código-fonte]

Page 52: Lúcio Costa

Em 1907 o Governo Federal autorizou a empresa privada "Port of Pará" a instalar-se nas

dependências do antigo forte, autorizando-a a promover as mudanças que lhe fossem

convenientes desde que se comprometesse a devolvê-lo com as muralhas reconstruídas e

reformado. Em 1920 voltou a ser administrado pelo Exército.15

As dependências do forte foram utilizadas para diversas finalidades, tais como depósito de

armamentos, munições ou outros materiais. No contexto da Segunda Guerra Mundial,

serviu de quartel para uma bateria de Artilharia.16

Na década de 1950 as suas dependências abrigavam diversos serviços da 8ª Região

Militar. Encontra-se tombado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico

Nacionaldesde 1962. Completamente descaracterizado, o monumento sofreu diversas

intervenções no passado, entre as quais várias modificações para abrigar a sede social do

Círculo Militar de Belém, que manteve no local um restaurante, um bar, depósitos e um

salão de festas. Em 1978, tentou-se negociar a retirada do Círculo Militar e seu

restaurante, para uma intervenção de restauração no imóvel. Em 1980, com as muralhas

parcialmente destruídas, a edificação passou por obras de emergência para garantir a

estabilidade do conjunto remanescente.

Sob responsabilidade do Ministério da Defesa, a partir de 1983, com recursos da

Fundação Pró-Memória, o IPHAN realizou obras de conservação e restauro.

O Circulo Militar deixou as instalações do forte apenas em 1997, após o que foram

requalificadas como espaço cultural, passando a abrigar um museu, e dando lugar a

espetáculos musicais e teatrais.17

No alvorecer do século XXI, sob os mandatos do prefeito Edmilson Rodrigues (1997-

2004), filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), e dos governadores Almir Gabriel (1995-

2002) e Simão Jatene (2003-2006), filiados ao Partido da Social Democracia

Brasileira (PSDB), teve lugar uma acirrada disputa política envolvendo obras públicas

como objeto de barganha política, nomeadamente obras de grande visibilidade mediática,

das quais foram exemplo a derrubada do muro do Forte do Castelo (concretizada na noite

de 5 de dezembro de 2002) e a colocação de trilhos de bonde em frente ao Museu de Arte

Sacra do Pará.18

Atualmente, nas instalações do Forte do Presépio, o Museu do Encontro conta um pouco

do início da colonização portuguesa na Amazônia. Exibe também peças

de cerâmica marajoara  e objetos indígenas. No interior de suas muralhas ficam expostos

antigas peças de artilharia e munição.

Page 53: Lúcio Costa

Casa das onze janelas

A Casa das Onze Janelas ou Palacete das Onze Janelas é um edifício histórico da

cidade brasileira de Belém do Pará.

Trata-se de um ponto turístico da cidade de Belém, construída no século XVIII como

moradia por Domingos da Costa Barcelar, um rico senhor do engenho.

História[editar | editar código-fonte]

O Palacete das Onze Janelas foi construída no século XVIII como residência de

Domingos da Costa Bacelar, proprietário de engenho de açúcar. Em 1768, a casa foi

adquirida pelo governo do Grão-Pará para abrigar o Hospital Real. O projeto de adaptação

é do arquiteto bolonhês José Antônio Landi. O hospital funcionou até 1870 e depois a casa

passou a ter várias funções militares. Em 2001, o Governo do Estado do Pará assinou com

o Exército Brasileiro um convênio, alienando os terrenos da Casa das Onze Janelas e do

Forte do Presépio em favor do turismo em Belém, hoje o palacete é um dos cartões

postais da capital paraense, é também um dos pontos turísticos mais visitados da Cidade

Velha.

Turismo[editar | editar código-fonte]

O edifício é parte do conjunto arquitetônico e paisagístico denominado Feliz Lusitânia. O

edifício abriga, além do espaço museológico, o 'Boteco das Onze' que, apesar do nome, é

um dos restaurantes mais qualificados de Belém.

A área que envolve a Casa das Onze Janelas possui um conjunto de equipamentos

culturais, como o Jardim de Esculturas, o Navio Corveta e o palco, que se projeta sobre a

baía. Da área da Casa aprecia-se ainda uma bela vista da Baía do Guajará e do Mercado

de Ver-o-Peso.

Arquitetura e arte[editar | editar código-fonte]

O prédio em dois pisos tem na fachada principal onze aberturas dispostas simetricamente,

janelas e portas janelas, com verga reta e precedidas por grades, e a porta principal. O

volume maciço é dividido por um simples entablamento e tem pilastras nos cunhais,

constituindo uma solução robusta e singela, ao gosto da arquitetura portuguesa do

período. Mais elaborada, denunciando a intervenção do arquiteto italiano Antônio Landi, é

a fachada para o rio, com aberturas em arcos configurando, no corpo central, loggia na

forma de varandas, com grades no piso superior e abertas no inferior. O prédio, quando

passou para o uso militar, sofreu muitas intervenções. As mais relevantes, do ponto de

vista de interferência nas fachadas, foram o acréscimo de um frontão triangular, ladeado

Page 54: Lúcio Costa

por obeliscos, na fachada principal, e o fechamento desfigurador das aberturas do lado

voltado para o rio. Essas modificações foram revertidas em restauro e reformas nos anos

2000.

1Meteoro3:18

2 Você Não Sabe O Que É Amor

3:22

3 Sinais3:53

4 Tô de cara2:51

5 Pouti Porri - Aqui é seu lugar / Digitais

3:55

6 Minha boca você não beija mais

3:25

7 Jogo do Amor2:55

8 Vou Voar3:40

9 Sempre com você3:30

10 Eu tô jogando verde2:43

11 Sobrenatural3:27

12 Apaixonado / A loira do carro branco

4:18

Page 55: Lúcio Costa

13 Pra você lembrar de mim3:16

14 Você do meu lado3:05

15 A Louca3:25

16 Chocolate2:44

17 Amigos pela fé3:28

1 Adrenalina

2 Um Beijo

3 Palácios e castelos

4 Química do amor - Part. Esp.: Ivete Sangalo

5 As Lembranças Vão na Mala

6 Não era pra ser

7 A bússola

8

Page 56: Lúcio Costa

Feiticeiro

9 Superamor

10Meu menino (minha menina) - Part. Esp.: Belinda

11 Desculpas

12 Amar Não É Pecado

13 Pot-pourri: Amor distante / Inquilina de violei...

14 Conquistando o impossível

1 Você de mim não sai (ao vivo)

2 Coladinho (ao vivo)

3 Quando chega a Noite (ao vivo)

4 24 horas (ao vivo)

5 Incondicional (ao vivo)

6 Será que é erro meu (ao vivo)

7 Único (ao vivo)

8 Telepatia (ao vivo)

9 Surreal (ao vivo)

10

Page 57: Lúcio Costa

Momento certo (o vivo)

11 Virou star (ao vivo)

12 Nega (ao vivo)

13 Te vivo (ao vivo)

14 Raios e trovoadas (ao vivo)

15 3 de maio (ao vivo)

16 Esqueci de te esquecer (ao vivo)

17 Promete

Te Vivo

Incondicional

Nega

Amar Não É Pecado

Sinais

Um Beijo

As Lembranças Vão na Mala

Everest (feat. Luan Santana)

Hoje Não! (feat. Luan Santana)

Química do Amor (feat. Ivete Sangalo)

Page 58: Lúcio Costa

Meteoro

Sogrão Caprichou

Te Esperando

1 Um Brinde ao Nosso Amor

2 Tudo Que Você Quiser

3 Garotas Não Merecem Chorar

4 Cê Topa

5 Sogrão Caprichou

6 Tanto Faz

7 Parede Branca

8 Voar Outra Vez

9

Page 59: Lúcio Costa

Te Esperando

10 Multiplica

11 Donzela

12 Te Vejo Linda

13Pot-Pourri: Modão Anjo Loiro / O Último dos Apaixonados

14 Isso Que É Amor

15 Promete

16 O Nosso Tempo É Hoje

17 Te Vivo

18 Cabou, Cabou

19 Mais Que Amigos

20 Nega