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SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Ano 65 | Edição 3322 | 5 a 10 de novembro de 2020 www.osaopaulo.org.br | R$ 2,00 www.arquisp.org.br | Editorial Dilogo, fraternidade e amor para a edificação de uma poltica melhor Página 4 Encontro com o Pastor A esperança cristã oferece-nos a visão sobre nosso presente e o futuro Página 2 Espiritualidade É imprescindível identificar candidatos que aspiram ao bem de todos Página 5 Comportamento Paciência e serenidade, para manter as lições de solidariedade aprendidas Página 8 No próximo dia 15, quase 9 milhões de eleitores irão às urnas na capital paulista para eleger o prefeito e os 55 vereadores que os representarão no Executivo e no Legislativo municipal, com o poder para definir as políti- cas públicas na cidade. O SÃO PAULO apresenta o olhar das pasto- rais, movimentos, novas comunidades e asso- ciações de fiéis sobre os principais problemas da cidade, recorda os compromissos dos cris- tãos na política, à luz da Doutrina Social da Igre- ja, e entrevista o Arcebispo Metropolitano sobre a realidade do município e os desafios a serem enfrentados pelos eleitos. “O futuro prefeito de- veria investir pesado nas áreas mais pobres das periferias e áreas decadentes do Centro”, afir- ma o Cardeal Odilo Pedro Scherer. A CNBB, em mensagem, conclamou os brasileiros “à participação responsável no processo eleitoral de 2020”. Páginas 9 a 13 Inaugurada em 1901, a Cape- la da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo é a sede da capela- nia que presta assistência religio- sa ao complexo hospitalar locali- zado na região central da capital paulista e aos hospitais Santa Isabel, Sancta Maggiore, Instituto do Câncer Dr. Arnaldo e à Facul- dade de Ciências Médicas. Os serviços realizados nessas instituições consistem, principal- mente, nas visitas aos doentes, bênção dos setores hospitalares, celebração dos sacramentos e assistência a pacientes e profis- sionais da saúde. Página 15 Eleições 2020: um chamado para a construção do bem comum na cidade ‘Que o futuro prefeito exerça o cargo em favor do bem comum, com especial atenção aos pobres’, afirma o Cardeal Odilo Scherer, Arcebispo Metropolitano, em entrevista nesta edição Fé e esperança na Santa Casa de Misericórdia Interior da Capela da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, reformada entre 2001 e 2003 Guilherme Boulos é o entrevistado na série com os candidatos a prefeito Renovação pastoral e missionária no caminho sinodal em meio à pandemia Fratelli tutti destaca o diálogo entre os povos em um mundo globalizado Página 14 Página 20 Página 17 Luciney Martins/O SÃO PAULO - 20.set.2016 Luciney Martins/O SÃO PAULO

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  • pessoas”, disse em entrevista, no Vaticano, na qual O SÃO PAULO esteve.Página 24

    Semanário da arquidioceSe de São Pauloano 65 | Edição 3322 | 5 a 10 de novembro de 2020 www.osaopaulo.org.br | R$ 2,00www.arquisp.org.br |

    EditorialDiálogo, fraternidade e amor para a edificação de uma política melhor

    Página 4

    Encontro com o PastorA esperança cristã oferece-nos a visão sobre nosso presente e o futuro

    Página 2

    EspiritualidadeÉ imprescindível identificar candidatos que aspiram ao bem de todos

    Página 5

    ComportamentoPaciência e serenidade, para manter as lições de solidariedade aprendidas

    Página 8

    No próximo dia 15, quase 9 milhões de eleitores irão às urnas na capital paulista para eleger o prefeito e os 55 vereadores que os representarão no Executivo e no Legislativo municipal, com o poder para definir as políti-cas públicas na cidade.

    O SÃO PAULO apresenta o olhar das pasto-

    rais, movimentos, novas comunidades e asso-ciações de fiéis sobre os principais problemas da cidade, recorda os compromissos dos cris-tãos na política, à luz da Doutrina Social da Igre-ja, e entrevista o Arcebispo Metropolitano sobre a realidade do município e os desafios a serem enfrentados pelos eleitos. “O futuro prefeito de-

    veria investir pesado nas áreas mais pobres das periferias e áreas decadentes do Centro”, afir-ma o Cardeal Odilo Pedro Scherer.

    A CNBB, em mensagem, conclamou os brasileiros “à participação responsável no processo eleitoral de 2020”.

    Páginas 9 a 13

    Inaugurada em 1901, a Cape-la da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo é a sede da capela-nia que presta assistência religio-sa ao complexo hospitalar locali-zado na região central da capital paulista e aos hospitais Santa Isabel, Sancta Maggiore, Instituto do Câncer Dr. Arnaldo e à Facul-dade de Ciências Médicas.

    Os serviços realizados nessas instituições consistem, principal-mente, nas visitas aos doentes, bênção dos setores hospitalares, celebração dos sacramentos e assistência a pacientes e profis-sionais da saúde.

    Página 15

    Eleições 2020: um chamado para a construção do bem comum na cidade

    ‘Que o futuro prefeito exerça o cargo em favor do bem comum, com especial atenção aos pobres’, afirma o Cardeal Odilo Scherer, Arcebispo Metropolitano, em entrevista nesta edição

    Fé e esperança na Santa Casa de Misericórdia

    Interior da Capela da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, reformada entre 2001 e 2003

    Guilherme Boulos é o entrevistado na série com os candidatos a prefeito

    Renovação pastoral e missionária no caminho sinodal em meio à pandemia

    Fratelli tutti destaca o diálogo entre os povos em um mundo globalizado

    Página 14 Página 20 Página 17

    Luciney Martins/O SÃO PAULO - 20.set.2016

    Luciney Martins/O SÃO PAULO

  • 2 | encontro com o Pastor | 5 a 10 de novembro de 2020 | www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br

    Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação semanal impressa e online em www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator-chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Padre Bruno Muta Vivas e Fernando Geronazzo • Auxiliar de Redação: Flavio Rogério Lopes • Revisão: Padre José Ferreira Filho e Sueli Dal Belo • Opinião e Fé e Cidadania: Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP • Fotografia: Luciney Martins • Administração e Assinaturas: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Jenniffer Silva • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Impres-são: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação: Rua Manuel de Arzão, 85 - Vila Albertina - 02730-030 • São Paulo - SP - Brasil • Fone: (11) 3932-3739 - ramal 222• Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: [email protected][email protected] (administração) • [email protected] (assinaturas) • Números atrasados: R$ 2,00 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.Semanário da arquidioceSe de São Paulo

    As c e l e br a ç õ e s d a Igreja, no mês de novembro, colocam- -nos diante das ques-tões que dizem respeito ao nosso futuro, mas marcam nosso pre-sente de maneira significativa. Ini-ciamos o mês com a Solenidade de Todos os Santos, contemplando a “Igreja celeste”, exaltada na Litur-gia como “a cidade do céu, a Je-rusalém do alto, nossa mãe... para a qual caminhamos pressurosos, peregrinando na penumbra da fé” (cf. Prefácio da Missa). A comuni-dade dos santos no céu, de fato, é a Igreja que já chegou ao seu grande objetivo: a comunhão com Deus, em sua glória, na vida eterna.

    Logo em seguida, no dia 2 de novembro, lembramos os faleci-dos e proclamamos nossa fé na “ressurreição da carne” e na vida eterna, conforme a promessa de Deus ao longo de toda a histó-ria da revelação divina. Por crer nisso, elevamos preces e súplicas pelas pessoas que já nos deixa-ram e pedimos a Deus que sejam

    acolhidas no abraço de sua mise-ricórdia infinita. Ao mesmo tem-po, refletimos sobre a fragilidade e a fugacidade da nossa vida neste mundo. Por muito que gostemos daqui e por mais que estejamos apegados à vida neste mundo, temos a clara consciência de que esta vida passa e ainda não é tudo o que Deus tem para nós. Somos feitos para mais, para olhar para o alto e confiar em Deus, buscan-do-o todos os dias.

    Ainda em novembro, celebra-mos a conclusão do Ano Litúrgi-co e o início de um novo. A Sole-nidade de Cristo Rei, que marca o término do Ano Litúrgico, recor-da-nos mais uma vez a soberania de Deus e de seu Reino e o senho-rio de Jesus Cristo Salvador. No final da História e do nosso pe-regrinar sobre a terra, encontra-remos Jesus Cristo, Senhor e Juiz da História e do homem, e a de-cisão suprema e definitiva sobre a nossa existência: a vida eterna ou a morte eterna. Logo no início do novo Ano Litúrgico, no primeiro Domingo do Advento, aparece mais uma vez essa perspectiva de nossa vida: neste mundo, somos chamados a ser colaboradores vi-gilantes e generosos na obra do Reino de Deus.

    Na lógica do anúncio cristão,

    a Igreja coloca-nos diante das “realidades últimas”, conhecidas na doutrina e na teologia como os “novíssimos”. Trata-se das re-alidades da nossa fé que ainda estão por vir e para as quais nos preparamos durante a vida nes-te mundo: morte, julgamento de Deus, céu, inferno, purgatório e vida eterna. Essas questões fazem parte essencial da nossa fé e não poderiam ser ignoradas ou dei-xadas de lado em nossa pregação e Catequese. Por isso, a Liturgia ajuda-nos a entrar sempre mais nesses “mistérios” por meio da celebração da fé e da mistagogia, auxiliando-nos a acolhê-los em nossa vida.

    A vida cristã é marcada pela esperança e pela referência às “realidades futuras”. Isso está presente na Revelação divina, na Escritura, na profissão de fé e na Liturgia da Igreja. Se tirarmos do anúncio, da Catequese e do tes-temunho cristão a referência à nossa esperança nos bens prome-tidos, empobreceremos enorme-mente a fé da Igreja e a contribui-ção originária do Cristianismo para a vida e a cultura dos povos.

    Isso nada tem a ver com “alie-nação” em relação às realidades presentes e desinteresse pela vida e pelo cumprimento de nossos

    deveres. A esperança cristã, bem compreendida, não nos leva a olhar apenas para o céu, alheios às coisas da terra. Ao contrário, ela nos oferece luzes, orientação e motivos fortes para o nosso en-gajamento na transformação da nossa vida e das “realidades ter-restres”, para que nelas apareçam sempre mais os sinais do Reino de Deus. A esperança cristã não tem nada de alienante, mas leva a edificar um mundo melhor e a lutar para a superação dos sinais de morte e de maldade presentes entre nós.

    A esperança cristã oferece-nos uma visão original sobre a vida humana, a História, o presente e o futuro da nossa existência. Ela nos ajuda a não cairmos na ten-tação de identificar, simplesmen-te, o Reino de Deus com nossas realizações humanas e limitadas, como se tudo dependesse apenas de nós e como se tudo se limitas-se às realidades presentes. A es-perança sobrenatural ajuda-nos a não transformarmos a Igreja numa espécie de “ONG do bem”, semelhante a qualquer partido ou organização humana. Nossa esperança ultrapassa nossas rea-lizações terrenas e está orientada para a sua realização plena em Deus.

    caRdEal odilo pEdRo

    schERERArcebispo

    metropolitanode São Paulo

    O que será de nós?

  • www.osaopaulo.org.br

    www.arquisp.org.br | 5 a 10 de novembro de 2020 | Geral/atos da cúria | 3

    NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO:Em 20/10/2020, foi nomeado e provisio-nado Pároco da Paróquia Nossa Senho-ra dos Pobres, no bairro Butantã, na Re-gião Episcopal Lapa, o Reverendíssimo Padre Zygmunt Frackowiak, CR, pelo período de 03 (três) anos.

    NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMNISTRADOR PAROQUIAL:Em 01/11/2020, foi nomeado e provisio-nado Administrador Paroquial, “ad nu-tum episcopi”, da Paróquia Santíssima Trindade, no bairro Jardim Alto Alegre, na Região Episcopal Belém, o Reveren-díssimo Padre Neidson Gomes.

    Em 01/11/2020, foi nomeado e provi-sionado Administrador Paroquial, “ad nutum episcopi”, da Paróquia São João Batista – Área Pastoral Nossa Senhora do Carmo, no bairro Jardim Roseli, na

    Região Episcopal Belém, o Reverendíssi-mo Padre Edivaldo Batista da Silva.

    NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL:Em 25/10/2020, foi nomeado e provisio-nado Vigário Paroquial da Paróquia São Thomás More, no bairro Vila Dalva, na Região Episcopal Lapa, o Reverendís-simo Padre José Policarpo Silva, SJC, pelo período de 03 (três) anos.

    Em 01/11/2020, foi nomeado e provi-sionado Vigário Paroquial, “ad nutum episcopi”, da Paróquia São Mateus Apóstolo, no bairro São Mateus, na Re-gião Episcopal Belém, o Reverendíssimo Padre Paulo Henrique Lino.

    NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ASSESSOR ECLESIÁSTICO:Em 29/10/2020, foi nomeado e provisio-nado Assessor Eclesiástico, “ad nutum

    episcopi”, do Setor Juventude da Arqui-diocese de São Paulo, na Região Epis-copal Ipiranga, o Reverendíssimo Padre Anderson Bispo.

    POSSE CANÔNICA:Em 19/10/2020, foi dada a posse canô-nica como Administrador Paroquial da Paróquia São Judas Tadeu, no bairro Vila Gomes Cardim, na Região Episco-pal Belém, ao Reverendíssimo Padre Jean Sella, A.A.

    Em 11/10/2020, foi dada a posse canô-nica como Capelão da Igreja Nossa Se-nhora dos Homens Pretos, no bairro do Centro, na Região Episcopal Sé, ao Re-verendíssimo Padre Luiz Fernando de Oliveira.

    Em 25/10/2020, foi dada a posse canôni-ca como Vigário Paroquial da Paróquia São Thomás More, no bairro Vila Dalva,

    na Região Episcopal Lapa, ao Reveren-díssimo Padre José Policarpo Silva, SJC.

    CONVÊNIOS Em 15/04/2020, Sua Eminência Reve-rendíssima, o Cardeal Odilo Pedro Sche-rer, Arcebispo de São Paulo, assinou o Convênio com a Associação Privada Internacional de Fiéis da Comunidade Católica Shalom para ajuda missionária na Comunidade Santo Antônio da Paró-quia nossa Senhora das Dores, na Região Episcopal Brasilândia, pelo período de 05 (cinco) anos.

    Em 03/10/2020, Sua Eminência Reve-rendíssima, o Cardeal Odilo Pedro Sche-rer, Arcebispo de São Paulo, assinou o Convênio com a Diocese de Ourinhos (SP) para o serviço pastoral missionário do Padre Nilton dos Santos Caldas na Diocese de Ourinhos, pelo período de 03 (três) anos.

    Atos da Cúria

    Encontro com PadrEs novos – O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, participou na quarta-feira, 4, do encontro anual com os padres da Arquidiocese que possuem até oito anos de ordenação. A reunião aconteceu no Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora Aparecida, no Ipiranga

    Durante o programa “Diálogos de Fé”, do domin-go, dia 1º, transmitido pela rádio 9 de Julho e pelo Fa-cebook, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, condenou a violência em nome da religião, referindo-se ao atentado ocorrido na Basílica de Notre- -Dame, em Nice, na França, no dia 29 de outubro, que deixou três mortos, dentre os quais uma brasileira.

    “A religião nunca deve ser um instrumento para promover ódio contra os outros ou em nome de Deus. A violência contra os outros em nome de Deus é abso-lutamente errada”, enfatizou Dom Odilo, sublinhando a necessidade do respeito à consciência religiosa daque-les que professam uma fé diferente.

    “Devemos continuar firmes nas nossas convicções e, por outro lado, promover iniciativas de conheci-mento, diálogo e respeito recíproco. Podemos pensar de maneiras muito diferentes, mas podemos conviver, conversar, entender-nos”, completou o Cardeal.

    BEM-AVENTURADOSO Arcebispo lamentou que esse fato chocante não

    seja o primeiro e deve servir de alerta aos cristãos cató-licos no Brasil, a fim de que não usem a religião como base para proclamar o ódio contra os outros. “Não devemos usar o nome de Deus para promover o ódio, a difamação contra os outros. Isso é contrário a todo princípio religioso e cristão”, disse.

    O Cardeal afirmou, ainda, que, enquanto rezava pe-los mortos e feridos no atentado, unia-se à comunidade católica que se reúne naquela igreja todos os domingos para celebrar a fé. Em seguida, recordou o trecho do Evangelho das bem-aventuranças, proclamado na So-lenidade de Todos os Santos: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentin-do, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”.

    “Isso faz parte da história do Cristianismo desde o início. O ódio e a perseguição por causa do Evangelho e do nome de Jesus não deve nos desencorajar a viver como cristãos. Ao contrário, deve nos encorajar ainda mais a permanecer firmes e testemunhar com sereni-dade e mansidão a nossa fé”, completou.

    ‘A religião nunca deve ser um instrumento para promover ódio e violência’

    FERNANDO [email protected]

    gica convida os cristãos a olhar para o futuro e para o presente ao mesmo tempo. “Os santos que estão no céu são a Igreja que está na glória, que chegou à sua meta, que é estar com Deus na vida eterna”, explicou.

    Dom Odilo salientou, ainda, que, por meio da co-munhão dos santos, os fiéis da terra já têm parte na Igreja celeste. “Comemorando Todos os Santos, nós levantamos nosso olhar para o horizonte que temos pela frente. Um olhar de esperança, alegria e confor-to, porque temos uma meta para a qual caminhamos”, acrescentou.

    “São tantas pessoas que nos esperam no céu e fazem ‘torcida’ para que cheguemos lá também, pois os santos são nossos intercessores e nos animam para que tam-bém percorramos a vida cristã, são exemplos de vida segundo o Evangelho que nós também devemos imi-tar”, reforçou o Arcebispo.

    Como faz todas as semanas, o Cardeal respondeu a per-guntas dos ouvintes e internautas sobre diversos assuntos re-lacionados à fé e à pastoral. Veja a íntegra do programa em: https://tinyurl.com/y3693hnb.

    (Colaborou: Flavio Rogério Lopes)

    Pascom do Santuário

    TODOS OS SANTOSAinda sobre a Solenidade de Todos os Santos, o

    Cardeal Scherer disse que essa comemoração litúr-

    Luciney Martins/O SÃO PAULO

  • As eleições na pandemia e a política melhorEditorial

    As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

    Com a retomada das atividades e, aos poucos, a abertura das igrejas, começa a entrar em jogo, de modo explícito, o valor de nossa liberdade. Devo voltar às missas e reuniões às quais frequentava ou aguardar um pouco mais? Cada um é convidado a analisar de forma objetiva os ris-cos e benefícios desse retorno. De qualquer forma, se alguém entre nós acreditava que a questão da pande-mia iria ser resolvida com um “ligar e desligar de um botão”, da noite para o dia, agora pode verificar que não é bem assim. Padres, religiosos e demais clérigos têm a oportuni-dade de observar por si o valor que sua comunidade dá à Eucaristia, aos ritos e encontros (grupos) que fomentavam na Paróquia. Só uma paixão verdadeira e correspondente – quer dizer, não meramente “pla-tônica” – nos faz vencer o medo e “perder a nós mesmos” para ganhar um eu renovado, convertido.

    Que grande oportunidade a nossa de poder verificar, de modo pessoal e singular, qual o lugar que a Eucaristia ocupa, concretamente, em nossas vidas.

    Há alguns dias houve a beatifi-cação do jovem Carlo Acutis (1991-2006), no dia 10 de outubro, em Assis, na Itália, e, assim, temos a

    Lembra-te do teu Criador nos dias da juventude (Ecl 12,1)Acutis foi o responsável pela produ-ção de um site – ainda hoje disponí-vel –, no qual são listados e apresen-tados, com imagens e documentos, vários Milagres Eucarísticos, sendo, portanto, instrumento de conversão e convite para questionarmos nossa compreensão e amor à Santa Comu-nhão.

    Carlo era apaixonado por São Francisco – outro Santo que se con-verteu na juventude –, buscou se-guir seus passos, mostrando em sua curta vida as virtudes da prudência e pobreza (à qual não significa “não ter”, mas, ainda que se tenha pos-ses, “viver como se não as tivesse”). Este jovem, que agora celebraremos, reaviva em nós a certeza de que, se “lembrarmos do nosso Criador nos dias de nossa juventude” (Ecl 12,1), estaremos correspondendo àquela sede que o próprio Deus tem por nosso coração. Juventude entendi-da aqui não como um tempo espe-cífico da vida, mas como um estado do ser, uma vez que o diálogo cons-tante com Deus é o que torna espe-rançoso, leve, alegre e belo o olhar de cada um. Que aprendamos com os santos jovens a audácia, o zelo e o quão correspondente é fazer me-mória do amor paternal de Deus por nós.

    Arte: Sergio Ricciuto Conte

    misteriosa graça – paradoxal e não planejada, uma vez que a pande-mia nos surpreendeu a todos – de poder acolher este que desde antes era considerado “apóstolo da in-ternet”. Um presente que a Igreja reconhece e oferta a toda a huma-nidade. É possível ser santo, ou seja, plenamente humano, independen-temente da idade, do tempo e das circunstâncias? Carlo será conside-rado um dos poucos “santos ado-lescentes” ou “jovens” – junto com Domingos Sávio (14 anos), Joana d’Arc (19 anos), Tarcísio (12 anos), Chiara Luce (18 anos); Teresinha

    de Lisieux (24 anos); Laura Vicuña (13 anos); Maria Goretti (11 anos); Filomena (13 anos). O amor, po-rém, que o mais novo Beato trazia pela Eucaristia se tornou, segundo ele próprio, sua “autoestrada para o céu”, ou seja, caminho seguro e certo de ver o cêntuplo aqui na ter-ra e que agora reconhecemos. Um jovem como tantos outros, interes-sado por coisas de jovens – cine-ma, futebol, arte, amigos, viagens –, que nos convida a “jamais largar os olhos de Cristo”, pois assim, pa-radoxalmente, não se perde nada. Alegre e de bem com a vida, Carlo

    DENER LUiz DA SiLVA

    Opinião

    Dener Luiz da Silva é professor de Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).

    4 | Ponto de Vista | 5 a 10 de novembro de 2020 | www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br

    Poucas vezes a vida e o mun-do mudaram tanto em dois anos quanto nestes últimos tempos, que separam as eleições de 2018 da atual. O cenário político mudou, com novos prota-gonistas envolvidos em novos e ve-lhos problemas. A pandemia trans-formou o mundo e o modo como o vemos.

    No Brasil, contudo, mas não só nele, eleições costumam ser marca-das por um clima de cansaço e esgo-tamento de grande parte da popula-ção. Na hora da votação, parece que nada muda, que a “grande política”, que constrói o bem comum, nunca acontece, e só a politicagem perma-nece.

    Essa imagem, contudo, não é ver-dadeira. A História caminha, ainda que num ritmo mais lento do que gostaríamos, alternando os momen-tos de avanço com os de retrocesso, melhorando aqui e piorando ali.

    Assim como a nossa vida vai sen-do construída, com dedicação e es-forço cotidianos, o bem comum tam-bém se constrói num longo caminho, no qual as eleições são etapas neces-sárias e fundamentais.

    A situação geral do País, agrava-da pela pandemia, exige de nós um compromisso cada vez maior com o diálogo e a solidariedade. Essas duas palavras, tão caras ao Papa Francisco, deveriam iluminar a participação de cada um de nós, cristãos e pessoas de boa vontade em geral, nesse contexto atual.

    Deus nos fala em meio aos acon-tecimentos da vida. Em tempos de acirramento dos conflitos e das po-larizações, quando a pandemia nos isola e sacrifica os mais vulneráveis, a Cátedra de Pedro está ocupada por um homem que é sinal claro de diálo-go, solidariedade e amor fraterno.

    Deus não nos abandona, nos fala em meio às tribulações e dificul-

    dades... Cabe a nós ouvi-Lo e cor-responder a Seu apelo. Eleições são tempo de reflexão, de avaliar o que está sendo feito pelo bem comum, de rever nosso próprio engajamento na construção desse propósito.

    Quando não encontramos bons candidatos, o problema não é somen-te dos políticos. Pessoas boas sempre existem. Se não se candidataram – ou se candidataram, mas não os conhe-cemos – é sinal de que nós mesmos, individualmente ou em comunidade, não estamos suficientemente envol-vidos na construção de uma “políti-ca melhor”, na expressão usada por Francisco na Fratelli tutti.

    Numa eleição, não são apenas os candidatos que se comprometem com aqueles que neles votaram. Nós, eleitores, também nos comprome-temos uns com os outros, em nosso esforço para encontrar e apoiar os melhores candidatos.

    “Uma andorinha só não faz ve-

    rão”, diz o ditado popular. Sozinhos, os políticos que elegermos não serão capazes de mudar muita coisa. Nosso compromisso, como eleitores, trans-cende a votação. Somos responsáveis por acompanhar os eleitos, particu-larmente aqueles em quem votamos, mas não só eles, apoiando-os em suas justas causas, corrigindo-os em seus erros (pois ninguém é perfeito e to-dos podem fazer escolhas erradas, mesmo que com boa intenção).

    Esta não é uma eleição como as outras... Não só porque alguma coisa mudou no cenário político ou porque a pandemia agravou os sofrimentos dos povos. Ela é diferente porque, em cada contexto, Deus sempre nos in-terpela de um modo renovado.

    Que possamos ir para essa elei-ção com uma renovada consciência de que o diálogo, a fraternidade e o amor fraterno podem, com nossa co-laboração, fazer acontecer uma “polí-tica melhor”.

  • Na Comemoração de Todos os Fi-éis Defuntos, na segunda-feira, 2, Dom Luiz Carlos Dias, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, pre-sidiu missas nos cemitérios da zona Leste da cidade: Vila Alpina, às 8h; Vila Formosa, às 10h; e IV Parada, às 15h.

    Esta última foi transmitida pelas redes sociais da Região Episcopal Belém e concelebrada pelo Padre Marcelo Ma-róstica Quadro, Coordenador Regional de Pastoral e Pároco da Paróquia São José do Belém, cuja equipe de Liturgia auxiliou na celebração.

    No início da missa na capela do Cemitério da IV Parada, o Bispo lem-brou que a celebração seria momento

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    www.arquisp.org.br | 5 a 10 de novembro de 2020 | Geral/atos da cúria | 5

    de rezar pelos falecidos, “pelo sufrá-gio, pelo benefício de cada um deles, acreditando mesmo neste processo de libertação e salvação em Nosso Se-nhor Jesus Cristo, que um dia chegará à plenitude, quando adentrarmos a morada eterna do Pai, algo que é ofe-recido por Deus a cada um de nós”, e que a data é marcada pela saudade da-queles que já faleceram. “Não pode-mos, porém, deixar que a tristeza nos abata, porque é um dia também de acolhermos, uma vez mais, em nossos corações, a grande esperança da sal-vação em Nosso Senhor Jesus Cristo”.

    Na homilia, o Bispo comentou so-bre a saudade que todos sentem das pessoas queridas já falecidas, fez men-ção especial às mais de 160 mil que morreram no Brasil em razão da pan-demia de COVID-19 e exortou os fiéis a olhar para Deus e Nele encontrar con-forto. “Saiamos daqui com nossa espe-rança renovada, e nos lembremos de cooperar para que as mortes cotidianas sejam vencidas”, enfatizou.

    Ao final da celebração, o Padre Mar-celo Maróstica rezou com os fiéis a ora-ção para o Dia de Finados, disponibi-lizada em um folder pela Arquidiocese de São Paulo.

    As eleições se aproximam, es-tamos a pouco mais de uma semana do importante exer-cício de cidadania de ir às urnas para a escolha dos novos chefes do Executivo municipal e dos represen-tantes das Câmaras.

    O processo eleitoral também não passou inerte aos efeitos da pandemia do novo coronavírus. Os candidatos não puderam se aproximar muito dos eleito-res, práticas sempre vistas, sobretudo no pleito referente aos representantes mu-nicipais. A campanha eleitoral também precisou de adaptação, tornando ainda mais relevantes os meios de comuni-cação disponíveis para o resultado das urnas.

    No entanto, se ao eleitor é necessá-rio vigilância e atenção às campanhas dos candidatos para conhecê-los e fa-

    zer um boa escolha, é preciso também atenção a uma espécie de “campanha” que quer desqualificar todo o processo político, com a ideia de que esse espaço é ocupado por gente, geralmente, com más intenções, afeitas à corrupção, en-ganadoras etc.

    Essa concepção da política, formada em grande parte pelo intenso bombar-deio de notícias de corrupção e desman-dos de políticos, só serve a interesses de pessoas e grupos sem compromisso com a melhoria das condições de vida da so-ciedade. Seus intentos são escusos e al-mejam o poder para ampliar ou defender seus negócios. Utilizam-se de artimanhas para ludibriar a percepção e avaliação dos eleitores, como: lançar falsas notícias, procurar desqualificar adversários políti-cos, manipular elementos da cultura ou da religiosidade dos eleitores, gerar con-flitos ou alimentar confusões etc.

    Ao perceber tal ambiente, pessoas de boa índole e afeitas ao bem tendem a se afastar de tal atmosfera. Diante disso, é oportuno afirmar: “Os partidos, as câ-maras municipais e prefeituras não são espaços para abrigar ou esconder po-líticos corruptos, mas, sim, lugares de pessoas honestas, altivas, preparadas e comprometidas com o bem comum. Há urgência de que cristãos leigos ocupem

    com consciência os espaços de atuação política, levando a esses ambientes os princípios dos Evangelhos, os modos de atuação dos seguidores de Jesus Cristo e as bases da Doutrina Social da Igreja” (Comunicado da Pastoral Fé e Política do Regional Sul 1 da Conferência Na-cional dos Bispos do Brasil (CNBB), em outubro de 2020).

    O Papa Francisco, na sua mais recen-te encíclica, Fratelli tutti (FT), dedica um capítulo todo a tratativas referentes à po-lítica, na qual apresenta desdobramentos da concepção política da Doutrina Social da Igreja (DSI) como uma forma ampla e perfeita da caridade, compreensão desen-volvida desde o Papa Pio XI e reproposta por São Paulo VI.

    Com a maneira de ver essa atividade essencial para a sociedade, o Papa Fran-cisco convida a revalorizar a política, por-que se trata de “uma sublime vocação”, uma vez que “busca o bem comum” (FT, 180). Esse conceito de política implica o exercício do amor social, resposta mais adequada à mentalidade individualis-ta e de fechamento, que está na base de realidades como o indiferentismo, o ar-refecimento dos direitos humanos e um projeto social excludente, causadoras de sofrimento a parcelas da sociedade.

    O Papa ressalta que o exercício da

    política perpassado pelo amor social é essencial para o avanço do projeto de Deus Pai para seus filhos, ou seja, uma sociedade fundada em relações fraternas e solidárias. Nesse sentido, diz: “A carida-de social leva-nos a amar o bem comum e a buscar efetivamente o bem de todas as pessoas, consideradas não só individual-mente, mas, também, na dimensão social que as une” (DSI, 207; in FT, 182).

    Diante do ensino social da Igreja acerca da política, os discípulos de Jesus Cristo não podem se descuidar dessa ati-vidade. Ao contrário, como a fé cristã a propõe em sua forma mais sublime, é de-ver dos seguidores do Senhor se esforça-rem para não deixar a política ser subser-viente a interesses de pessoas ou grupos nada afeitos ao bem de todos, pois não conhecem o amor social, e nem que so-mos todos irmãos uns dos outros.

    Pelo exposto nas eleições que se avi-zinham, é imprescindível identificar os candidatos que aspiram trabalhar pelo bem de todos, em vista da construção de uma sociedade justa, fraterna e pa-cífica. Se os eleitores, especialmente os que anseiam por justas mudanças, não se esforçarem por uma boa escolha, nem acompanharem as atividades dos eleitos, dificilmente a atividade política alcançará a sua vocação mais alta e sublime.

    DOM LUiz CARLOS DiAS

    BiSPO AUXiLiAR DA ARQUiDiOCESE NA

    REGiÃO BELÉM

    EspiritualidadeA caridade social e a política

    [BELÉM] Em missa na sexta-feira, 30 de outubro, Dom Luiz Carlos Dias, Bispo Au-xiliar da Arquidiocese na Região Belém, apresentou o Padre Paulo Henrique Lino, que estará à frente da Área Pastoral Nossa Senhora do Carmo.

    (por Fernando Arthur)

    BELéMDom Luiz Carlos Dias preside missa no Cemitério da iV Parada

    FERNANDO ARThURCOLABORADOR DE COMUNiCAÇÃO NA REGiÃO

    Edvaldo Soares da Silva

    Káren Oliveira

    Em missa, na segunda-feira, 2, Dom Luiz Carlos ressalta a esperança cristã na vida eterna

    [LAPA] No domingo, 8, acontecerá o III Dia de Ação de Graça Caritas, com a ar-recadação de alimentos e materiais de higiene em cada paróquia da Região Epis-copal Lapa. Na Paróquia São Patrício, Setor Rio Pequeno, às 10h, Dom José Benedito Cardoso presidirá missa no contexto da realização da iniciativa.

    (por Benigno Naveira)

    [SANTANA] Na Comemoração de To-dos os Fiéis Defuntos, na segunda-feira, 2, aconteceram duas missas no Cemitério Parque Cantareira: uma presidida pelo Pa-dre Claudir Costerano, MS, e a outra pelo Padre Luís Isidoro.(por Pascom da Paróquia Nossa Senhora da Piedade)

  • Na Comemoração de Todos os Fiéis De-funtos, na segunda-feira, 2, Dom Devair Araújo da Fonseca, Bispo Auxiliar da Arqui-diocese na Região Brasilândia, presidiu missa na capela do Cemitério Gethsêmani Anhan-guera, na Vila Sulina, transmitida pelo Face-book da Pastoral da Comunicação da Região Brasilândia.

    Na homilia, Dom Devair recordou que a morte e a vida são perceptíveis no dia a dia, como na dinâmica da natureza – “quando vai

    chegando o inverno, muitas árvores perdem as flores, achamos que as árvores estão mortas; mas, na primavera, percebemos que elas lan-çam os brotos, folhas e sementes e vemos que a natureza renasce” –, no envelhecer do corpo ao longo dos anos, quando são mais perceptí-veis as fragilidades humanas. Para os cristãos, porém, a morte não é o encerramento, pois há a vida eterna.

    “Percebemos o amor de Deus na ressurreição de Jesus, e quando Ele assume a nossa natureza humana, com a nossa realidade, fragilidades e nossa pequenez”, disse o Bispo, apontando que, diante das lágrimas e saudades pela perda de um

    Foi grande a afluência de fiéis ao San-tuário São Judas Tadeu, na zona Sul, em 28 de outubro, na festa do padroeiro. Cerca de 4,5 mil hóstias foram utilizadas durante o dia, e a estimativa é de que 100 mil pes-soas estiveram no templo.

    Os festejos começaram às 5h e segui-ram até as 22h. Foram 11 celebrações, quase todas transmitidas pela internet. Por causa da pandemia, não houve missa campal, o número de pessoas na igreja foi limitado e não aconteceu a tradicio-nal procissão.

    O Santuário adaptou-se, com todos os cuidados exigidos em tempos de pan-

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    BRASILÂNDIA

    IPIRANGA

    [BRASILÂNDIA] Na noite do sábado, 31 de outubro, Dom Devair Araújo da Fonseca conferiu o sacramento da Crisma a adultos, durante missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Souza. (por Lucas Sant’ana)

    Dom Devair preside missa no Cemitério Gethsêmani AnhanguerajORGE ViCENTE

    COLABORADOR DE COMUNiCAÇÃO NA REGiÃO

    [BRASILÂNDIA] Na Comemoração de Todos os Fiéis Defun-tos, na segunda-feira, 2, foi realizada missa no Santuário Mãe Rai-nha do Jaraguá, presidida pelo Padre Pedro Cabello, com a partici-pação do Diácono Rafael Mota e do seminarista Maike Andrade.

    (por Sueli Vilarinho)

    [BRASILÂNDIA] Na sexta-feira, 30 de outu-bro, 19 adultos receberam o sacramento da Con-firmação na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, Setor Freguesia do Ó, após terem concluído a eta-pa de preparação por meio de encontros on-line, via aplicativos digitais, em razão da atual pande-mia de COVID-19. (por Marco Tobias)

    Dom Devair: diante da morte, maior deve ser a esperança na ressurreição

    Dom Odilo incensa a imagem de São Judas

    100 mil pessoas expressam devoção a São judas TadeuPRiSCiLA ThOMÉ NUzzi

    E RENATA DOS SANTOS SOUzACOLABORAÇÃO ESPECiAL PARA A REGiÃO

    ente querido, maior deve ser a es-perança na ressurreição.

    Ao fim da missa, Dom De-

    vair recomendou aos fiéis que continuem se cuidando contra a COVID-19.

    demia: marcação dos bancos, disponibi-lização de álcool em gel, aferição da tem-peratura corporal e inscrição prévia para a participação nas missas. As celebrações foram realizadas na “igreja nova”, com o limite de 200 pessoas a cada missa, e no pátio da Obra Social, que fica na rua ao lado das igrejas.

    Na igreja antiga, prevalecia a oração silenciosa dos fiéis que foram agradecer e pedir graças. Como nos anos anteriores, durante todo o dia, confissões e bênçãos aconteceram simultaneamente.

    O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Ar-cebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu a celebração das 17h, transmi-tida ao vivo pela rádio 9 de Julho. Con-celebrou o Padre Eli Lobato dos Santos, SCJ, Pároco e Reitor do Santuário.

    “Lembrando São Judas e outros tan-tos santos, devemos nos alegrar. Somos parte deles e da mesma Igreja. Recebe-mos deles a herança da fé que hoje vive-mos, que hoje praticamos”, afirmou Dom Odilo na homilia.

    O Arcebispo de São Paulo ressaltou que, neste tempo de pandemia, Deus está muito mais perto de nós do que se pode imaginar e Ele não abandona ninguém, em especial os doentes e os que mais so-frem. Ele ainda pediu que a intercessão, o exemplo e testemunho dos apóstolos ajudem a todos a perseverar, e que os fiéis encontrem o caminho de Deus, da força, da fé, do conforto espiritual. “Que Deus nos ajude e que permaneçamos fi-éis, firmes na fé da Igreja, na fé que pro-fessaram os Santos Apóstolos”, finalizou.

    Paróquia Santa Cristina comemora 60 anos de fundaçãoPOR PASCOM PAROQUiAL

    [IPIRANGA] Na Solenidade de Todos os Santos, no domingo, dia 1º, Dom Ângelo Mezzari, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, presidiu missa pela pri-meira vez na Paróquia Santa Paulina, no Heliópolis. Na homilia, ele enfatizou o chamado de cada um à santi-dade, e recordou os tantos irmãos anônimos que foram presença bem-aventurada na humanidade.

    (por Padre Israel Mendes)

    Na sexta-feira, 30 de outubro, Dom Ângelo Ademir Mezza-ri, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, presidiu missa por ocasião do 60º aniversário de fundação da Paróquia Santa Cristina, no Parque Bristol, Setor Cursino. Concelebrou o Padre Rodrigo Felipe da Silva, Administrador Paroquial.

    “São 60 anos de vida, de missão! Certamente, todos vocês fazem parte desta história, desta paróquia, deste lugar, deste bairro, desta região; assim, celebrar esta Eucaristia é acolher os frutos, desafios e realizações de todos esses anos. Sessenta anos é uma geração que passa, uma história, de um caminho de fé, de esperança e de amor”, afirmou o Bispo.

    Nos festejos dos 60 anos da Paróquia, também foi recor-dada a fé dos fiéis ao longo de toda essa história, incluindo este momento de pandemia de COVID-19. Dom Ângelo Mezzari durante missa na Paróquia Santa Cristina

    Jorge Vicente

    Lucas Sant’ana Marcos Bastos Schmidel Pascom da Paróquia Santa Cruz de Itaberaba

    Pricila Thomé Nuzzi

    Arquivo paroquial

    Cláudio Seiji

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    [LAPA] Os moradores do Jardim Monte Alegre, onde se localiza a Paróquia São José, Setor Pastoral Pirituba, sofreram com as fortes chuvas do mês de outubro, que encheram o leito do córrego Ribeirão Ver-melho, localizado próximo à igreja matriz. Além do córrego alagar as casas, também o templo se encheu de lama em razão das enchentes. (por Benigno Naveira)

    [LAPA] Em 25 de outubro, Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Ar-quidiocese na Região Lapa, apresentou o Padre José Policarpo Silva como Vigário

    das Paróquias São Thomás More, na Vila Dalva, e São José Operário, no Jardim Sa-rah, ambas pertencentes ao Setor Pastoral Rio Pequeno. (por Benigno Naveira)

    [LAPA] O Setor Pastoral Rio Pequeno realizou, entre os dias 26 e 30 de outubro, a Semana Fé e Política. A abertura foi na Paróquia São José Operário, no Jardim Sarah, com Dom José Benedito Cardoso e o Padre Leandro Calazans, Pároco. Houve atividades em outras paróquias do setor, todas transmitidas pelas redes sociais.

    (por Benigno Naveira)

    Criada em 27 de outubro de 1940, na festa de Cristo Rei, por decreto as-sinado por Dom José Gaspar d’Afonse-ca e Silva, então Arcebispo Metropoli-tano de São Paulo, a Paróquia Sagrado Coração de Jesus completa 80 anos de história.

    Confiada aos Salesianos de Dom Bosco, e sediada no Santuário do Sagra-do Coração de Jesus, no bairro Campos Elísios, a Paróquia somou suas ações ao Santuário e Liceu Coração de Jesus, que já realizavam as atividades educativas, culturais e religiosas desde o início do século XX.

    No último dia 25 de outubro, uma missa de ação de graças pelos 80 anos foi realizada na matriz e Santuário Sagrado Coração de Jesus, presidida pelo Pároco,

    [SANTANA] Duas missas foram cele-bradas no Cemitério do Tremembé, na se-gunda-feira, 2, na Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, ambas presididas pelo Padre Maykom Sammuel Alves Florêncio, Administrador Paroquial da Paróquia San-to Antônio, na Vila Mazzei.

    (por Pascom da Paróquia Santo Antônio)

    [SANTANA] Na Comemoração de To-dos os Fiéis Defuntos, na segunda-feira, 2, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presi-diu missa no Cemitério do Horto. Conce-lebrou o Frei Guilherme Pereira Anselmo Junior, Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, com a participação do Diácono Beto Borges.(por Pascom da Paróquia Nossa Senhora de Fátima)

    [SANTANA] Dom Jorge Pierozan pre-sidiu missa no domingo, dia 1º, na Sole-nidade de Todos os Santos, na Paróquia São Pedro Apóstolo, no bairro Tremembé. Concelebrou o Padre Edimilson Silva, Pá-roco, com a participação do Diácono Viní-cio de Andrade. (por Alexandre das Neves)

    [SANTANA] Na Solenidade de Todos os Santos, no domingo, 1º, Dom Jorge Piero-zan presidiu a Santa Eucaristia na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres, Setor Pasto-ral Tucuruvi. Na ocasião, houve a acolhida de novos membros ao movimento dos Jovens Sarados Missão Parada Inglesa, e outros fizeram a renovação da suas pro-messas diante da comunidade.

    (por Luciana Pinheiros)

    [SANTANA] Em 28 de outubro, na me-mória litúrgica de São Judas Tadeu, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidio-cese na Região Santana, presidiu missas na Comunidade São Judas Tadeu e Santa Rita de Cássia (foto), da Paróquia Nossa Senhora da Livração, Setor Pastoral Me-deiros, concelebrada pelo Pároco, Padre Silvano Alves dos Santos, MSJ; e na comu-nidade dedicada ao Santo que pertence à Paróquia Natividade do Senhor, Setor Jaçanã. Concelebrou o Padre Andrés Gus-tavo Marengo, Pároco.

    (por Robson Francisco e Bianca Araújo)

    [SÉ] A Irmandade São Pedro dos Clérigos possui um jazigo no Cemitério Santíssimo Sacramento e lá ocorre todo ano a missa na Comemoração de Todos os Fiéis Defun-tos. Em 2020, porém, em razão da pande-mia de COVID-19, essa celebração foi rea-lizada na Igreja Santa Cruz das Almas dos Enforcados, na Praça da Liberdade, Setor Catedral, na segunda-feira, 2, presidida por Dom Eduardo Vieira dos Santos, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé.

    Paróquia Sagrado Coração de jesus completa 80 anosPADRE ADEMAR PEREiRA DE SOUzA

    E VERA CARNEiROCOLABORAÇÃO ESPECiAL PARA A REGiÃO

    Padre Ademar Pereira de Souza, SDB, e concelebrada pelo Padre Tetuo Koga, SDB, colaborador na Paróquia, com a participação do Diácono João Carlos Franco de Barros Fornari, um dos mais antigos paroquianos.

    Na ocasião, houve a leitura do decre-to de criação da Paróquia, a apresentação e a entrada das atuais pastorais, associa-

    ções e movimentos, portando suas ban-deiras, num total de 32, e a entoação do Hino do Santuário Sagrado Coração de Jesus, de autoria do músico e compositor Adilson Martins dos Anjos.

    Ao final da celebração, foi distribuí-do um bolo feito pela comunidade e um cartão comemorativo com uma oração ao Sagrado Coração de Jesus.

    missas na comemoração de todos os Fiéis defuntos, na segunda-feira, 2, em paróquias da região Episcopal sé e cemitérios na região central da cidade:

    [SÉ] Em 24 de outubro, na Paróquia San-ta Margarida Maria, o Monsenhor Antonio Fusari, Vigário Paroquial, presidiu missa em ação de graças pelos seus 67 anos de vida sacerdotal. Ele estava em cadeira de rodas, por causa de uma fratura de fêmur que sofreu recentemente. Concelebrou o Padre Marcelo Delcin, Pároco.

    (por Pascom paroquial)

    [SÉ] No Cemitério de Vila Mariana, a mis-sa ocorreu às 9h, presidida pelo Cônego Raphael Emygdio Peretta.

    [SÉ] No Cemitério da Consolação houve missas às 8h, presidida por Dom Carlos Lema Garcia; às 10h, pelo Padre Alessan-dro Enrico de Borbón; às 12h, pelo Padre Assis Donizeti de Carvalho; às 14h, pelo Padre Carlos André Romualdo; e às 16h, por Dom Eduardo Vieira dos Santos (foto).Também foram atendidas confissões no Cemitério.

    [SÉ] Na Paróquia Sagrado Coração de Jesus em Sufrágio das Almas, Setor Pastoral Bom Retiro, as missas foram celebradas a partir das 6h com intervalo de 1h30 entre cada celebração, seguindo até às 19h30. A das 10h30 foi presidida por Dom Manoel Ferrei-ra dos Santos Júnior, Bispo de Registro (SP), e a das 15h pelo Cardeal Odilo Pedro Sche-rer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo.

    [SÉ] No Cemitério São Paulo, em Pinhei-ros, as missas foram às 9h e às 15h, presi-didas pelo Padre Norberto Donizetti Bro-cardo, CP, Pároco da Paróquia São Paulo da Cruz - Calvário, Setor Pinheiros.

    [SÉ] No Cemitério do Araçá, no Sumaré, houve missa às 9h, presidida pelo Frei Jair Roberto Pasquale, TOR, e às 15h, pelo Frei Maurício Santana Alves de Abreu, TOR, res-pectivamente Pároco e Vigário Paroquial do Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima, Setor Perdizes.

    Cláudio mcuca

    Luciana Pinheiros

    Alexandre das Neves

    Pascom da Paróquia Nossa Senhora de Fátima

    Pascom paroquial

    Pascom paroquialIrmandade São Pedro dos Clérigos

    Pascom paroquial

    Pascom da Paróquia Santo Antônio

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    Luciney Martins/O SÃO PAULO

    Padres, diácono, servidores do altar e paroquianos em foto na missa dos 80 anos da Paróquia

  • Na segunda-feira, 2, às 10h, aproximada-mente 80 pessoas participaram de uma das cin-co missas realizadas no Cemitério Municipal da Lapa, mais conhecido como “Cemitério das Goiabeiras”, por ocasião da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos.

    As celebrações ocorreram na capela e foram co-ordenadas por paróquias do Setor Pastoral Leopol-dina. A das 10h esteve sob a responsabilidade da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, e foi presidida pelo Padre Messias de Moraes Ferreira, Vigário Pa-roquial, com a participação do seminarista Vitor Norberto.

    Antes da missa, Padre Messias apresentou o administrador do cemitério, Ademilson Sales, que falou do projeto da reforma da capela, já exe-cutado, restando apenas instalar a iluminação.

    No começo da celebração, o Sacerdote pediu

    que se respeitasse um minuto de silêncio por todos os falecidos. Na homilia, ele ressaltou que aquele era um dia marcado pela saudade – “Isso não é uma coisa ruim: sentir saudade de quem a gente ama, de quem nos amou” – e exortou a todos à prática de oração por si, pelo próximo e pelos fa-lecidos. “Quando rezamos pelos outros, movidos pelo nosso amor, pela nossa caridade, estamos intercedendo. A intercessão é um ato de amor, de gratuidade. A intercessão torna-nos amigos de Deus, porque nos colocamos entre Deus e o outro”, afirmou, recordando, ainda, que “Cristo intercedeu por todos nós”.

    As outras quatro missas do dia no cemitério fo-ram coordenadas pelas Paróquias São João Bosco, Nossa Senhora Rainha da Paz, Santo Estêvão Rei e Nossa Senhora de Lourdes.

    Neste dia, à tarde, Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, presidiu missa na capela do Cemitério Gethsêmani Anhanguera, na Vila Sulina.

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    LAPAComportamento

    Você Pergunta

    A Rosana Correia, que mora na Casa Verde, precisou fazer uma transfusão de sangue e ouviu dizer em outras religiões que Deus não permite esse tipo de prática. Ela pergunta se isso é verdade.

    Minha irmã, vamos ver se entendemos bem este assunto de uma vez por todas. A Bíblia, no Antigo Testamento, proíbe que se alimente de san-gue? Proíbe. E por que proíbe? Porque o sangue representa a vida do ser vivo (cf. Gn 9,4; Dt 12,23). Na Igreja primitiva, essa proibição foi mantida (cf. At 15,29). Homem e animais são constituídos de “carne e sangue”.

    Para nós também o sangue significa a vida, não é mesmo? Quando alguém empenha sua vida numa obra, como é que a gente se expressa? A gente não diz assim: “Fulano deu o sangue”? Em relação aos mártires que morreram pelo nome de Jesus, nós dizemos o quê? Que der-

    ramaram seu sangue por Jesus, não é mesmo? Nos sacrifícios de animais que se ofereciam no

    templo, o sangue deles derramado sobre o altar sig-nificava a oferta da vida a Deus.

    Agora vamos lembrar que o sacrifício de Jesus substituiu os sacrifícios antigos. Ele derramou seu sangue por nós. Ele nos deu a vida divina. “Meu corpo é verdadeira comida e meu sangue verdadei-ra bebida”, Ele nos diz: “Quem come minha carne e bebe meu sangue vive em mim e Eu nele, tem a vida eterna e Eu o ressuscitarei no último dia”.

    Jesus também disse: “Não há maior prova de amor do que dar a vida por quem se ama”. E Ele deu o exemplo: derramou até a última gota do seu sangue por nós. Por tudo isso, minha irmã, a Igreja não pode nem poderia ser contra a transfusão de sangue. É uma prova de amor muito grande que se espelha no sacrifício de Jesus. Você entendeu? Então, reze por quem doou o sangue que você re-cebeu, e vamos ser solidários nos doando a quem precisa de nós.

    Deus não permite que se faça transfusão de sangue?

    VALDiR REGiNATO

    Aos poucos, a vida cotidiana vai retomando os seus passos livres, após meses de confinamento, hoje bastante questioná-vel. Sobrevivemos a um cenário de previsões apocalípticas, e, ainda com a convivência de medidas de segurança, já é possí-vel olhar um horizonte, com nuvens de incertezas, mas com uma luz de esperança. Um ano de experiências novas. Mudan-ças de hábitos no comportamento social atingiram desde o fa-moso home office (já muito comentado nesta coluna), até um fechamento prolongado e injustificável que permanece nas es-colas, incluindo uma convivência on-line (virtual) muito mais frequente do que a presencial. As pessoas acostumaram-se a viver em “lives”, e o celular passou a reinar mais do que nun-ca como ponte de comunicação com o mundo. Comunica-ção esta que perdeu total credibilidade pelo noticiário oficial, pelas instituições que deveriam orientar as medidas de saúde em âmbito mundial (Organização Mundial da Saúde), sendo substituídas por mensagens individuais em que a verdade pas-sou a ser sinônimo de dúvida ou opinião.

    Em meio a tudo isso, a vida precisa seguir. Algumas expe-riências serão incorporadas em caráter permanente aos cos-tumes, como a maior atenção aos cuidados de higiene; outras serão adaptadas aos casos possíveis, como a alternativa do home office em certas profissões; a formação acadêmica se fortalece cada vez mais para cursos on-line em muitas áreas; e oportuni-dades de novos empregos e empreendimentos surgem pela cria-tividade promovida pelas necessidades da sobrevivência diante do período da pandemia, mas que se firmam como novas op-ções de mercado.

    As famílias começam a se reencontrar nos ambientes de vi-sitas, ainda em regime fechado; o pânico, pouco a pouco, po-rém, vai sendo substituído pela necessidade de nos sabermos seres sociais, em família. As notícias da Europa, futuro dos dias na América Latina, já acusam a negativa de se retomar ao lockdown, e a necessidade de convivermos sem a expectativa breve de uma vacina. Vacinas que são apresentadas como “sal-vadoras”, de procedência sem credibilidade de seus fornecedo-res, e sem qualquer respaldo científico pelos laboratórios de maior experiência na área.

    A transição exige paciência e serenidade, para que possamos manter as lições de solidariedade aprendidas durante este perío-do. O efeito “descompressão brusca”, observado frequentemente após longos períodos de confinamento, deve ser evitado, para que não passemos dos limites do aprendizado, e mantenhamos a liberdade segura. Fato este que desde já deve ser advertido para os foliões do carnaval, em que a memória curta do homem pode colocá-lo sob os riscos já muito conhecidos.

    O cenário do quebra-cabeça iniciado em janeiro vai se fe-chando, e mais uma vez ouvimos o ditado: “O tempo é o senhor da verdade”. Não se pode deixar de ver a transcendência do mo-mento presente, principalmente para aqueles que professam a fé cristã. Não se trata de se prolongar em uma análise neste espaço, apontando culpados, ou teorias conspiratórias, mas a somatória dos fatos ocorridos na pluralidade de suas manifestações, se-quencialmente orquestrados, em toda a vida social em extensão mundial. Torna-se claro o suficiente, mesmo a um cego, que o que vivemos não é simplesmente o resultado de um vírus que surgiu na natureza e gerou uma pandemia. Que cada um faça a sua reflexão pessoal.

    Diante disso, acredito que cabe a cada um de nós, com a fé que nos alimenta a esperança, permanecer solidários àqueles que ainda sofrem muito (e não são poucos) os efeitos gerados pela pandemia. Isso inclui tanto as causas materiais pela falta de emprego quanto o amparo emocional e espiritual pelas perdas. No entanto, tanto numa situação quanto na outra, não podemos nos esquecer de que a nossa força maior na recuperação e soli-dariedade aos demais está em obedecer ao que, há pouco mais de um século, a Virgem Santíssima nos pediu insistentemente em Fátima, em contexto semelhante aos dias de hoje: “Rezem!” Aqui está o nosso caminho, aqui está a nossa melhor arma, aqui não podemos nos omitir.

    Valdir Reginato é médico de família. E-mail: [email protected].

    Serenidade e solidariedade

    Fiéis participam de missas em cemitério na zona Oeste

    BENiGNO NAVEiRACOLABORADOR DE COMUNiCAÇÃO NA REGiÃO

    PADRE CiDO [email protected]

    Seminarista Vitor Norberto, Padre Messias, Adelmison Sales (administrador do cemitério) e o leigo Zenon Alves

    Benigno Naveira

  • www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br | 5 a 10 de novembro de 2020 | especial – eleições 2020 | 9

    À frente da Igreja na maior cidade do Brasil, o Cardeal Odilo Pedro Sche-rer compartilhou, em entrevista ao O SÃO PAULO, suas percepções sobre a realidade da capital paulista e os desa-fios de quem assumir a Prefeitura nos próximos quatro anos, assim como aqueles que ocuparão os cargos de ve-readores.

    De igual modo, o Arcebispo de São Paulo ressaltou o papel de todos os cristãos no campo da política em vista do bem comum e afirmou que, em suas campanhas, os candidatos de-

    ‘Que o futuro prefeito exerça o cargo em favor dobem comum, com especial atenção aos pobres’

    DANiEL GOMES E FERNANDO GERONAzzO

    [email protected]

    soas que vivem ainda em situação de pobreza. Essa grande diferença precisa receber as devidas atenções para que os benefícios da administração pública cheguem também aos mais vulneráveis e carentes da cidade. O futuro prefeito deveria investir pesado nas áreas mais pobres das periferias e áreas decaden-tes do Centro. O combate à violência e ao crime organizado também merece atenção especial.

    A Arquidiocese de São Paulo é uma das instituições com maior capila-ridade no município e especial inci-dência de atuação local. Tem havido canais de diálogo com a Prefeitura e os vereadores em relação aos pro-

    próximo prefeito em relação a esses aspectos?

    De fato, a pandemia deixou mais clara a desigualdade social, a penúria e preca-riedade em que vivem muitos habitantes de São Paulo. Essas carências aumen-taram durante a pandemia e as muitas manifestações de solidariedade da popu-lação, de organizações da sociedade civil e também das Igrejas ajudaram a aliviar a situação de necessidade. Não sei se, de fato, dá para afirmar que houve pessoas que passaram fome em São Paulo du-rante esse tempo de pandemia. A situa-ção da população em situação de rua é dolorosa e não é de fácil solução. Penso, porém, que a cidade bem teria condições de solucionar essa situação, com vontade

    líticos, ela também recomenda que os cristãos leigos entrem com coragem na vida política e participem eficazmente nas suas diversas instâncias.

    Pelo que o senhor tem acompanhado das discussões nestas eleições, mais se tem apresentado meras promessas ou há, de fato, programas consisten-tes que possam ajudar na solução dos problemas da cidade?

    Nas propagandas eleitorais dos ho-rários obrigatórios nos meios de comu-nicação, não tenho visto muita propos-ta nem discussão sobre programas. De fato, nem sei se daria para fazer isso, com um tempo tão reduzido. Talvez isso seja mais aprofundado no interva-

    blemas dos bairros que, de alguma forma, atingem a vida das comunida-des?

    Quero lembrar que no município de São Paulo há três dioceses inteiras (São Paulo, Santo Amaro e São Miguel Paulista) e outras duas, parcialmente (Campo Limpo e Osasco). Com essas cinco dioceses e suas organizações, a Igreja Católica, de fato, está capilar-mente presente na cidade. Há, sim, di-álogo com as autoridades municipais, embora isso possa crescer em benefício da população. A Igreja Católica vem prestando inúmeros serviços à popula-ção de São Paulo.

    A atual pandemia evidenciou as desi-gualdades sociais, algo especialmen-te mensurado pelo aumento da fome entre os mais pobres e da maior quan-tidade de pessoas em situação de rua. Qual a postura que o senhor espera do

    e entendimento político. É fundamental dar oportunidades de trabalho e geração de renda a essa população e assistência social sistemática àqueles que não estão em condições de prover o necessário por si mesmos. É um desafio a enfrentar pela cidade inteira.

    Como os católicos devem se engajar na política e viver as eleições, para que sejam uma oportunidade de tes-temunho de fé e colaboração para o bem comum?

    Antes de tudo, é importante que os católicos se interessem pela vida polí-tica, que diz respeito a todos. Devem ocupar o seu espaço e dar sua contri-buição para o bem comum, com suas ideias e iniciativas, com o exercício de uma cidadania responsável e solidária. Se a Igreja Católica recomenda que os clérigos não se filiem a partidos, nem militem neles para disputar cargos po-

    lo entre o primeiro e o segundo turno das eleições.

    Percebe-se uma acentuada polariza-ção ideológico-partidária no debate político atual. Na avaliação do se-nhor, como enfrentar essa situação?

    Infelizmente, esse é o modo tradi-cional de se fazer a campanha eleitoral e não é apenas no Brasil. Seria neces-sário que os candidatos dessem maior atenção às propostas e programas de governo, do que aos ataques pessoais contra outros candidatos. É necessário que apareçam as grandes questões, que devem merecer a atenção dos candida-tos e partidos.

    O número 276 da encíclica Fratelli tutti fala do respeito da igreja à auto-nomia da política e afirma que, embo-ra os ministros não devam fazer polí-tica partidária, “não podem renunciar à dimensão política da existência”. O senhor pode explicar isso?

    O filósofo grego Aristóteles já disse que o homem é “um animal político”. Onde há convivência, é preciso organi-zar a convivência, harmonizar as diver-sas correntes de pensamento e buscar juntos o melhor para a vida comum. Isso faz parte da dimensão política de cada pessoa que vive em sociedade. Também os clérigos devem fazer isso a seu modo, ajudando as comunidades da Igreja a se empenhar na busca do bem comum. Eles não o farão mediante a luta partidá-ria e a busca do poder, mas, sobretudo, ajudando a preparar o povo para a vida política e a formar bons líderes que pos-sam assumir cargos políticos com com-petência e honestidade.

    O que o senhor e a igreja esperam de um candidato a prefeito ou vereador que se declara católico?

    Espero que ele tenha postura co-erente com o Evangelho, com a fé e a moral católicas e que exerça o seu cargo com competência e honestidade. Que esteja sempre do lado da justiça e do direito e exerça o seu cargo em favor do bem comum, com especial atenção aos pobres.

    veriam dar mais atenção às propostas e programas de governo do que aos ataques pessoais contra os adversários políticos.

    O SÃO PAULO – Como o Arcebispo de São Paulo vê hoje a cidade de São Paulo? Existem questões que o preo-cupam? Quais urgências gostaria que o próximo prefeito assumisse em um plano de governo?

    Cardeal Odilo Pedro Scherer – São Paulo é uma cidade complexa, onde nem tudo cabe em um único olhar. Isso vale para a minha resposta, que não pretende ser abrangente e, imagino, vale também para as atenções do prefeito à cidade: elas precisam ser amplas e vol-tadas às diversas realidades. São Paulo é a cidade mais rica do Brasil, pelo vo-lume de riqueza produzida e circulante; mas talvez também seja a mais pobre, se considerarmos o número de pes-

    Dom Odilo: ‘Seria necessário que os candidatos dessem maior atenção às propostas e programas de governo, do que aos ataques pessoais’

    Luciney Martins/O SÃO PAULO - set.2016

  • 10 | especial – eleições 2020 | 5 a 10 de novembro de 2020 | www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br

    Empreendedorismo e geração de emprego

    Os maiores impactos ao desenvolvi-mento do empreendedorismo e do setor empresarial como um todo são:

    Burocracia: que atrasa, inibe e dificul-ta as ações empresariais e, muitas ve-zes, negativamente, propicia a venda de facilidades. Educação: os programas educacionais devem ser isentos de ideologia; é ne-cessária a valorização dos professores por meio da meritocracia; acesso a novas tecnologias com escolas ade-quadas à atual realidade, de maneira a formar profissionais que atendam às demandas do mercado; e que se per-mita acesso ao trabalho como com-plementação do conhecimento do aluno, reforçando programas como o “Jovem Aprendiz”. Transporte: a grande maioria dos tra-balhadores despende muito do seu tempo produtivo dentro dos meios de transportes, o que os faz chegar ao trabalho já fatigados e gera um enor-me custo para as empresas e para o Estado. É necessário maior investi-mento na ampliação e conclusão das obras iniciadas e cumprimento da lei com relação à modernização e manu-tenção da frota. Saúde: dada a falta de investimento do Estado no sistema de saúde, o que gera precariedade no atendimento, as em-presas socialmente responsáveis arcam com custos de planos de saúde particu-lar, desviando sua capacidade de inves-tir no próprio crescimento e na geração de novos postos de trabalho.

    Gigi Cavalieri, presidente da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa de São Paulo (ADCE)

    Atenção aos trabalhadoresAlguns dos principais problemas de

    São Paulo são o desemprego – a cidade

    Os olhares da igreja sobre os problemas da cidade e as soluções possíveis

    DANiEL GOMES E FERNANDO GERONAzzO

    [email protected]

    Por meio de pastorais, movimen-tos, novas comunidades e associações de fiéis, a Igreja atua nas diferentes realidades que incidem no cotidiano das pessoas que vivem na capital pau-

    lista. O jornal O SÃO PAULO apre-senta a seguir a percepção de alguns dos responsáveis por esses organismos a respeito dos principais problemas da cidade e quais soluções sugerem ao pre-

    feito e aos vereadores a serem eleitos. Algumas das respostas estão sinteti-

    zadas. As íntegras podem ser encontra-das em www.osaopaulo.org.br, na página Colunas/Fé e Cidadania.

    é um indicador do quanto cresceu o de-semprego e a precarização do trabalho no País, colocando na miséria um núme-ro imenso de famílias – e a desigualdade social – gerada pelo capitalismo e apro-fundada com políticas neoliberais que dificultam o acesso a serviços públicos de saúde, educação, assistência social, moradia.

    Essas questões precisam de combate sistêmico, mas é possível contribuir para seu enfrentamento na esfera municipal com:

    Políticas de geração de emprego, trabalho e renda, de forma articu-lada com o desenvolvimento urba-no e comunitário da cidade; plano diretor da cidade com estudo e redimensionamento das Zonas Es-peciais de Interesse Social (Zeis), para fortalecer empregos e comér-cio; criação de plano de economia local, com a participação popular; auxílio emergencial na esfera mu-nicipal para as famílias de baixa renda.

    Valorização do serviço e dos servi-dores públicos, com um plano de substituição progressiva das Orga-nizações Sociais (OSs) por servi-dores concursados até a extinção das terceirizações; plano de melho-ria das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Pronto Aten-dimento (UPAs); e plano de mora-dia e bolsa aluguel.

    Paulo Pedrini, coordenador arquidiocesano da Pastoral Operária

    Assistência aos refugiadosPodemos evidenciar três grandes

    problemas que impactam a vida dos re-fugiados:

    Falta de moradia: os solicitantes de refúgio, quando chegam, precisam de moradia para iniciar o proces-so de integração local, e a grande maioria é encaminhada para a rede de albergues da Prefeitura. Toda-via, o tempo de permanência, que varia de três a quatro meses, é in-suficiente para aprender a língua portuguesa, conseguir um emprego e uma moradia. Depois desse perí-odo, a pessoa tem que deixar o al-bergue, e a grande maioria vai para ocupações clandestinas de prédios no centro da cidade ou fica em situ-ação de rua. Assim, é preciso uma

    política de moradia que pense nesta realidade.

    Falta de emprego: os solicitantes de refúgio e refugiados no proces-so laboral, na sua grande maioria, encontram dificuldade, pois não conseguem a revalidação de diplo-mas (é muito caro), nem atuar na profissão que tinham em seu país de origem. Em vista disso, acabam indo para a economia informal. Assim, é preciso uma política mu-nicipal que invista no microem-preendedor.

    Deve-se pensar em serviços pú-blicos, principalmente na área da saúde, que tenham pessoas que fa-lem outros idiomas, para facilitar o atendimento a esta população que usa os serviços públicos, como lhe é garantido pela Lei 9474/97 – Lei do Refúgio.

    Padre Marcelo Maróstica Quadro, diretor da Caritas Arquidiocesana de São Paulo

    Ações em favor dos migrantes e refugiados

    Sem ter a pretensão de mencionar to-dos os desafios atuais, o próximo prefeito deverá:

    Promover a manutenção das con-quistas que já existem em termos de lei, política e plano municipal, sem retrocessos ou desmontes; capacitar e sensibilizar os profissionais que atuam na ponta no atendimento dos refugiados e migrantes, independen-temente do status migratório, como nas áreas da saúde, educação e assis-tência social. Apoiar a ampliação da capacidade dos centros municipais de acolhida especializados na população mi-grante, com profissionais qualifi-cados para o atendimento; rejeitar práticas xenófobas, racistas, de dis-criminação religiosa, de gênero ou quaisquer outros tipos de discrimi-nação ou atitudes restritivas que di-ficultem o acolhimento digno e hu-manizado; apoiar iniciativas visando à autonomia, à inclusão econômica e laboral de migrantes e refugiados por meio da geração de renda e em-prego.

    Desenvolver uma real política de ha-bitação para imigrantes e refugiados;

    apoiar e fortalecer ações para erradi-car o trabalho escravo e infantil; e en-frentar o tráfico de pessoas migrantes ou refugiadas, fortalecendo políticas públicas para tal.

    Padre Paolo Parise, coordenador da Missão Paz

    Atenção aos idososA população idosa é formada de

    uma parcela significativa de pessoas em situação de vulnerabilidade social, que apresentam inúmeros problemas, relacionados principalmente à falta de apoio familiar e social, devido a víncu-los fragilizados ou mesmo inexistentes entre as gerações.

    É necessário e urgente dar priori-dade na ampliação da rede de insti-tuições de longa permanência para idosos de caráter público, bem como o Centro Dia e o Centro de Convivência dos Idosos.

    Por outro lado, considerando que muitos idosos não recebem visitas de familiares, encontrando-se em com-pleto abandono e solidão, apresen-tando, inclusive, problemas de saúde mental, como depressão, vislumbra-mos a criação de um projeto de lei que permita a convivência dos idosos e seus animais de estimação nesses ambientes, observando a implantação das normas adequadas, para que não haja problemas com a fiscalização sa-nitária.

    Conceição Aparecida de Carvalho, coordenadora arquidiocesana da Pastoral da Pessoa Idosa

    Políticas para crianças e adolescentesAs carências são diversas para as crian-

    ças e adolescentes, dentre elas o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do

  • www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br | 5 a 10 de novembro de 2020 | especial – eleições 2020 | 11

    Adolescente (CMDCA), órgão competen-te para determinar a política pública, mas que não tem as suas deliberações respeita-das; os Conselhos Tutelares, em número insuficiente pela demanda do município, não possuem estrutura para a realização do trabalho e não há um cuidado com a formação dos conselheiros. Há uma in-suficiência e inadequação de política pú-blica voltada a crianças e adolescentes em situação de e na rua. Demandam, urgen-temente, uma proteção integral por meio de serviços que garantam o acolhimento em ambiente com estrutura adequada de funcionamento.

    Na educação, mais de 20 mil crianças não conseguiram ingressar no sistema público de educação na cidade.

    É obrigação do Poder Público forne-cer meios para que os jovens possam ter seu direito ao lazer respeitado.

    Esperamos do futuro prefeito que privilegie a Assistência Social. A criança e o adolescente devem ser prioridade ab-soluta, como determina a lei, e estar pre-sente no orçamento público.

    Dos eleitos ao Poder Legislativo, esperamos que tenham o compromis-so primordial com a ética, a moral no uso correto dos recursos públicos, em uma atuação anticorrupção, além de legislar em prol do público mais vul-nerabilizado.

    Sueli Camargo, coordenadora arquidiocesana da Pastoral do Menor

    Educar com os valores das famíliasColocar a família como centro do

    processo e democratizar e diversificar o sistema de escolarização na cidade de São Paulo deve ser a prioridade máxima da próxima gestão. O cami-nho prático, para tanto, é permitir que a família possa escolher como, onde e sob quais valores quer educar seus filhos. Isso pode ser feito por meio de convênios com instituições sérias e comprometidas com a educação e que ofereçam formação de qualidade e acessível àqueles que mais necessi-tam, principalmente nas periferias da cidade.

    Muitas de nossas comunidades e pa-róquias já atendem, em parceria com a Prefeitura, nossas crianças em creches, pré-escolas e centros comunitários. Por que não estender este atendimento a toda a educação básica?

    Estamos construindo com o Gover-no Federal e o Congresso Nacional uma mudança no Artigo 7° do projeto de lei (PL) 4372, para permitir que estados e municípios possam utilizar os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvol-vimento da Educação Básica (Fundeb) no estabelecimento de convênios com nossas comunidades para o atendimen-to das famílias nas escolas comunitárias confessionais.

    A Igreja em São Paulo, com a ajuda de muitos parceiros, quer ampliar sua

    presença na vida das famílias e na for-mação das futuras gerações. Esperamos contar com a colaboração do futuro ges-tor de nossa cidade.

    Professor Edivan Mota, diretor-executivo da Confederação Nacional da Família e da Educação

    Comunidade Católica Famílias Novas do imaculado

    Coração de Maria

    Atenção às famíliasQueremos que: se aprove o homes-

    chooling na cidade de São Paulo; inter-rompa-se o serviço de aborto nos hos-pitais municipais; se proíba o ensino da “Ideologia de Gênero” nas escolas do município; haja apoio às escolas comunitárias, filantrópicas e confes-sionais, a serem viabilizadas com re-cursos do Fundeb, extensivo a toda a educação básica; que a Prefeitura pro-mova parcerias com associações de fa-mílias para criação de centros de cul-tura, artes e humanidades; bem como o apoio à recuperação de habitações degradadas para famílias com três ou mais filhos;

    Além disso, que haja incentivo às famílias numerosas, com redução pro-gressiva do Imposto sobre Transmis-são de Bens Imóveis (ITBI) e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), em função do número de filhos; ado-ção de bilhetes de família no serviço de transporte urbano, com descontos pro-porcionais de acordo com o número de pessoas na família; criação, em parceria com empresas privadas, do programa “Empresas Amigas da Família”, fomen-tando práticas empresariais e familiar-mente responsáveis, como contratações e bonificações extras aos pais de famí-lias numerosas, vinculando a incenti-vos fiscais; e criação do programa de bolsas de estudos a filhos de famílias numerosas.

    Benedicto e Maria Leonor Gattolini, fundadores da Comunidade Famílias Novas

    do Imaculado Coração de Maria

    Ações na área de Assistência SocialÉ preciso ampliar o orçamento da

    assistência social, para que seja ex-pandida a rede de proteção básica, como forma preventiva, nos diversos territórios da cidade. É importan-te, ainda, estabelecer uma política intersecretarial para que sejam ga-

    rantidas: a gratuidade no transporte coletivo aos usuários da assistência social, independentemente do pro-grama do qual participam; acesso à tecnologia aos usuários da assis-tência; parceria com a Secretaria da Educação, para garantir a conti-nuidade dos estudos dos usuários, evoluindo para o ensino técnico ou universitário; recebimento da bolsa social para os usuários do Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo (Cedesp); e acesso ao emprego de aprendiz, primeiro emprego e reco-locação no mercado.

    É necessário rever os anexos que tratam dos recursos com as instituições parceiras, garantindo a real atualização monetária dos termos de colaboração. Rever, também, a configuração da po-lítica dos Centros de Crianças e Ado-lescentes (CCAs), valorizando as fases de desenvolvimento, criando condições de anexos para cada grupo etário. A Se-cretaria Municipal de Assistência e De-senvolvimento Social (SMADS) precisa criar um “grupo de estudo e trabalho” para revisão do programa CCA, que seja amplo e paritário.

    Padre Osvaldo Bisewski, diretor-presidente do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto

    Preocupações com a segurança pública

    São necessárias políticas que de-senvolvam programas sociais e proje-tos que fortaleçam a cultura cidadã, o controle dos riscos (desarmamento, atenção ao consumo de álcool e outras drogas, prevenção e assistência a emer-gências), combate ao racismo e ao pre-conceito, atenção a grupos vulneráveis (crianças, jovens, indigentes e migran-tes) e que promovam programas para aproximar a Justiça do cidadão, favore-cendo a resolução pacífica de conflitos.

    A política de segurança deve ser ar-ticulada com as ações e instituições en-volvidas nos programas e projetos nas áreas da educação, saúde, desenvolvi-mento urbano e dos transportes, entre outros. Também supõe reconhecer que existem fatos que afetam a convivência cidadã, como a sensação de inseguran-ça gerada pela deterioração dos espaços públicos. Nisso a iluminação pública desempenha papel importante.

    Também seria necessário implan-tar câmeras para videomonitoramento dos espaços públicos, de modo espe-cial nos parques, praças, jardins, pon-tos de ônibus e em locais onde tenha sido registrada ocorrência de roubos, furtos, violência, tráfico de drogas e outros crimes.

    Deve-se ainda criar um Conselho Municipal de Defesa dos Direitos Hu-manos e uma Ouvidoria da Guarda Civil Metropolitana.

    Antonio Funari Filho, presidente da Comissão Justiça e Paz de São Paulo (CJP/SP)

    Garantia do direito à saúdeAs mazelas da saúde na nossa capital

    começam pela grande área periférica que carece de saneamento básico, pois aí resi-de o mal primordial de nossa população que sucumbe com doenças infectoconta-giosas que poderiam ser evitadas. Esgo-tos a céu aberto fazem parte da realidade de grande parte da cidade.

    A falta de estrutura física adequada dos estabelecimentos públicos de saúde é outro fator importante. O Sistema Úni-co de Saúde (SUS) tem ilhas de excelên-cia, mas esta não é a realidade da maior parte dos hospitais, pronto atendimentos e unidades básicas de saúde, cuja parti-cipação municipal contribui substan-cialmente no atendimento. Aliado a este problema, encontramos a falta de mate-riais, insumos e medicamentos.

    Muito se fala em falta de médicos para o setor público, mas isso é algo par-cialmente correto. A falta de médicos diplomados em si não é real - por sinal, temos um número de médicos por habi-tantes na capital bem superior ao reco-mendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), considerando esta organi-zação não representativa da verdade pela medicina, mas que usa tal parâmetro de forma assertiva.

    Também é importante que haja me-lhores condições de trabalho para os profissionais da saúde que atuam nas unidades municipais.

    Padre João Inácio Mildner, Assistente Eclesiástico Arquidiocesano da Pastoral da Saúde

    Atenção às pessoas em situação de rua

    Diante de tantas questões que envol-vem a população em situação de rua na cidade de São Paulo, uma providência que esperamos tanto do Executivo quan-to do Legislativo municipal é a viabiliza-ção de um programa de renda mínima com critérios estabelecidos, que ajude efetivamente as muitas famílias, mulhe-res com crianças e homens que vivem so-zinhos a terem condições de sair das ruas.

    De igual modo, esperamos que seja aprovado na Câmara Municipal o subs-titutivo do projeto de lei que institui o Programa Locação Social e regulamenta o serviço de moradia social.

    Padre Julio Lancellotti, Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua

  • 12 | especial – eleições 2020 | 5 a 10 de novembro de 2020 | www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br

    ras, os cristãos encontram respostas para muitos dos dilemas sociais que ao longo dos séculos acompanham a humanida-de. Outro referencial é a Doutrina Social da Igreja (DSI).

    “A pedra fundamental da Doutrina Social da Igreja é a dignidade da pes-soa humana. Nós dizemos que este é o ponto de partida da bússola dos quatro princípios. Parte-se dele, o ponto sul, em direção ao bem comum, que é o que dá o norte de toda ação social; no leste, está a função social da propriedade, dos bens, inclusive dos bens públicos; e no oeste, a opção preferencial pelos pobres”, ex-plicou, ao O SÃO PAULO, José Mario Brasiliense, fundador da Oficina Muni-cipal, uma escola de cidadania e gestão pública, fundada em 2002, com o apoio da Fundação Konrad Adenauer, uma or-ganização política alemã independente e sem fins lucrativos, que atua com base na União Democrata-Cristã.

    questões próprias à administração da cidade, como, por exemplo, a forma em que se dará a gestão dos resíduos sóli-dos ou a maneira como serão aplicados os recursos obtidos a partir de tributos municipais.

    DEMOCRACiA DiRETA Além de eleger o prefeito e os vere-

    adores, todo munícipe pode participar de modo direto na gestão municipal, por meio de audiências públicas ou nos conselhos participativos. “Em geral, os conselhos são temáticos, como o da educação, da criança e adolescente, do transporte ou da subprefeitura. Neles, o cidadão pode ser eleito para tomar as de-cisões ou para ser consultado sobre elas”, comentou Brasiliense.

    O fundador da Oficina Municipal avalia que um dos pontos a serem me-lhorados são os canais de comunicação das prefeituras e das câmaras munici-

    como as subprefeituras, que têm limita-ções operacionais. “Na Alemanha, por exemplo, um distrito eleitoral represen-ta, aproximadamente, 300 mil habitan-tes. Basta um simples cálculo para per-ceber que deveríamos ter um número bem maior de vereadores. Hoje, em São Paulo, a área eleitoral é muito ampla, e eles ficam distantes da população. Na prática, o vereador coloca intermediá-rios, mediadores entre ele e a população, e assim deixa de ter a sensibilidade para realmente representar aquele grupo ou região”, comentou.

    O fundador da Oficina Municipal apontou, ainda, que, pela atual estru-tura das eleições, já durante a campa-nha eleitoral, boa parte da pactuação política que vai reger os quatro anos de mandado é fechada. “Nesse jogo, quem fica para fora, em geral, são os mais po-bres, os que têm menos condições de se organizar, de se manifestar, e assim

    é mantido um círculo vicioso da baixa participação política e de dependência, o que fere a dignidade da pessoa huma-na de participar, de escolher livre e res-ponsavelmente a respeito das questões de justiça social e de políticas públicas”, analisou.

    O CATóLiCO E A GESTÃO DO MUNiCíPiO

    No já citado artigo no jornal O Estado de S.Paulo, Dom Odilo apontou que “os cristãos devem se empenhar na promo-ção de políticas públicas que não estejam atreladas apenas aos interesses de grupos restritos, muitas vezes já favorecidos, e poderosos. A justiça e a paz social reque-rem a definição e a promoção de políti-cas públicas que não estejam orientadas pela afirmação das vantagens de quem já possui mais do que o necessário. Não devem ser esquecidos os descartados

    O compromisso do cristão na política vai além do voto

    DANiEL [email protected]

    Em artigo no jornal O Estado de S.Paulo, em fe-vereiro de 2019, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arce-bispo Metropolitano, apon-tou que as políticas públicas se voltam para a promoção do bem comum e, ao mes-mo tempo, “devem asse-gurar oportunidades de trabalho e uma ordem eco-nômica equilibrada e justa, com condições dignas de vida para todos e respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos, previstos na Constituição. Por meio de políticas públicas sábias e bem conduzidas, se pro-moverão a equidade social e econômica e as condições para que os mais pobres su-perem sua vulnerabilidade”.

    SOB A PERSPECTiVA CRiSTÃ

    Nas Sagradas Escritu-

    No próximo dia 15, quase 9 milhões de eleitores irão às urnas na capital paulis-ta para eleger o prefeito e os 55 vereadores que os representarão no Executivo e no Legislativo municipal, com o poder para definir as políticas públicas na cidade.

    A Igreja no Brasil tratou da temática das políticas públicas na Campanha da Fraternidade de 2019, cujo texto-base as apresentou como “aquelas ações dis-cutidas, decididas, programadas e exe-cutadas em favor de todos os membros da sociedade. São ações de governo ou ações do Estado. De governo, porque li-gadas a um determinado executor, por-tanto, temporário. De Estado quando são ações permanentes, ligadas à edu-cação, à saúde, à segurança pública, ao saneamento básico, à ecologia e outros”.

    Brasiliense, que também é doutor em Administração pela Fundação Getulio Vargas e cursou o Master na Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, com estudos em Doutrina Social da Igre-ja, explicou que outro princípio da DSI, a subsidiariedade, une a dignidade da pessoa ao bem comum, sendo o ideal es-perado em uma gestão pública. “Por esse princípio, as esferas superiores de go-verno devem sempre respeitar as esferas menores, para que não haja o risco de su-primir a criatividade, a iniciativa própria, a autonomia e a sua responsabilidade”.

    Em termos práticos, o poder públi-co municipal é chamado a subsidiar as ações gestadas pela própria comunidade local a partir de demandas por ela iden-tificadas, bem como o município – uma esfera de governo menor que os estados e a União – tem a autonomia, prevista na Constituição, para deliberar sobre as

    pais com os cidadãos, para que possam participar das instâncias de democra-cia direta: “A Lei da Transparência (Lei 131/2009) obriga o gestor público a pres-tar contas dos atos feitos, daqueles por fazer, bem como das ações do ponto de vista financeiro, tributário e de todo tipo de consulta popular. Ela está muito atre-lada à utilização dos canais de internet, que são recursos que qualquer prefeito ou vereador pode montar. Infelizmente, não tem sido assim, também devido a essa cultura, no Brasil, de que nós vota-mos e ficamos esperando que as coisas irão ‘cair do céu’”.

    A DiSTâNCiA ENTRE O CiDADÃO E O ELEiTO

    Para Brasiliense, em uma cidade com 12 milhões de habitantes, apenas 55 ve-readores não são capazes de responder a todas as demandas da população, assim

    do sistema, os pobres, os idosos, os enfermos e os grupos sociais mais vulne-ráveis”.

    Segundo Brasiliense, uma grande colaboração para a formação política da população pode ser dada pelas paróquias, não permitindo que haja ins-trumentalizações partidá-rias na Igreja, respeitando a pluralidade das posições políticas dos fiéis e dando oportunidade para que as pessoas ampliem conheci-mentos sobre a Doutrina Social da Igreja, a fim de que “possam participar das instâncias sociais e po-líticas no seu bairro, com consciência, conhecendo muito bem os princípios da dignidade da pessoa, do bem comum, da fun-ção social da propriedade, da opção preferencial pe-

    los pobres, da solidariedade, da subsidia-riedade e da sustentabilidade, traduzin-do-os para coisas práticas do cotidiano”.

    E sempre é atual a recomendação dada pelo Papa Francisco, durante uma missa em setembro de 2013, no Vatica-no: “Um bom católico deve empenhar- -se na política, oferecendo o melhor de si, para que o governante possa governar”.

    CURSO GRATUiTO E ON-LiNENos dias 24/11, 26/11, 1/12 e 03/12, a Oficina Municipal promove o curso “Políticas Públicas em diálogo com o Ensino social cristão”.Inscrições gratuitas em:oficinamunicipal.org.br/novo/cursos/315Informações: (11) 3032-4330 [email protected]

    Gabirante/Arquivo O SÃO PAULO

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    CNBB emite mensagem por ocasião das eleições municipais

    REDAÇÃ[email protected]

    cristãos leigos não podem “abdicar da participação na política” (Christifideles laici, 42) e que lhes cabe, “de maneira singular, a exigência do Evangelho de construir no mundo o bem comum na perspectiva do Reino de Deus. O clero, guiado pela Doutrina Social da Igreja e atendo-se às normas da Igreja quanto à sua participação na vida político-par-tidária, assume o que lhe é específico nas suas responsabilidades políticas quando cuida da formação, incentiva e acompanha o laicato”.

    A Conferência também aponta que os prefeitos e vereadores a serem eleitos devem “contribuir com ações eficazes, nos campos da saúde, educação, segu-rança, transporte, assistência social, mo-radia, direito à alimentação e proteção da família, entre outros. Darão bons frutos os políticos que priorizarem o bem co-

    mum e a vida plena, desde a concepção até a morte natural, de todos os cidadãos, sem quaisquer discriminações, nunca buscando seus próprios interesses pesso-ais e corporativos”.

    A CNBB chama a atenção dos cris-tãos católicos para que estejam atentos ao histórico e perfil dos candidatos, uma vez que “não pode produzir bons resul-tados o político que atenta contra a vida, trabalhando por políticas públicas que favoreçam o aborto, fazendo campanha eleitoral com discursos de ódio, defen-dendo