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Lucila Pesce/OAPI II/Conc eitos avaliação Renovação conceitual de avaliação ALVES, M. P. C. In: Currículo e avaliação: uma perspectiva integrada. Porto: Porto Editora, 2004. p. 31-86.

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Page 1: Lucila Pesce/OAPI II/Conceitos avaliação Renovação conceitual de avaliação ALVES, M. P. C. In: Currículo e avaliação: uma perspectiva integrada. Porto:

Lucila Pesce/OAPI II/Conceitos avaliação

Renovação conceitual de avaliação

ALVES, M. P. C. In: Currículo e avaliação: uma perspectiva integrada. Porto: Porto Editora, 2004. p. 31-86.

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Lucila Pesce/OAPI II/Conceitos avaliação

Avaliação educacional: panorama global

Cada sociedade exige, num dado momento histórico, um determinado sistema de avaliação.

Mudanças ideológicas no campo educacional e repercussões na avaliação.

Quatro períodos (Broadfoot, 1991):- Ciência social com bases matemáticas: mentalidade

aritmética e contabilística.- Centrado na eficiência: tecnologia da testagem para

mensurar a produtividade das escolas e professores.- Compreensão e melhoria da prática educativa.- Investigação nas escolas, vistas como organizações

sociais educativas, com procedimentos de natureza qualitativa.

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Avaliação educacional: panorama global

Abordagens de avaliação:- Da consciencialização (séc. XIX).- Da psicometria (1900-1930) – influência até hoje, como a

valorização da avaliação formal (separada das demais atividades).

- Da congruência (1930-1950) – avaliação como comparação entre os resultados previstos e os obtidos (Tyler). Avaliação deixa de limitar-se aos instrumentos de medida, para ser entendida como inerente ao processo de ensino-aprendizagem (não só desempenho do aluno, mas processo de ensino). Perspectiva tecnicista: currículo aplicado, variabilidade individual (ritmo e estilo de aprendizagem).

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Avaliação educacional: panorama global

Abordagens de avaliação:- Da expansão (1958-1972) – época do desenvolvimento

dos centros de estudo e das associações especializadas em avaliação do sistema escolar. Dicotomia avaliação somativa / formativa.

- Da profissionalização (a partir de 1972) – avaliação com caráter sistemático. Etapas:- Avaliação de contexto (identifica a situação).- Avaliação de entrada (prever recursos e limitações,

custos e benefícios).- Avaliação do processo (acompanhamento do

desenvolvimento).- Avaliação do produto (em que medida cumpriu as

finalidades?).

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Paradigmas e perspectivas atuais de avaliação

Três paradigmas (Rodrigues, 1998):- Objetivista – avaliação como técnica (Tyler, 1949).- Subjetivista – avaliação como prática (Kaufman,

1973; MacDonald, 1983).- Dialético (ou interacionista) – avaliação como práxis

(Ferry, 1983; Zeichner, 1983, dentre outros).

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Paradigmas e perspectivas atuais de avaliação

Paradigma objetivista:- Influência behaviorista, currículo positivista (fins a

atingir, desempenhos a observar, ao final da aprendizagem).

- Processos educativos como técnicas.- Contextos e características dos formandos em

segundo plano.

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Paradigmas e perspectivas atuais de avaliação

- Teoria curricular técnico-racional – ensino responde às necessidades de desenvolvimento econômico e tecnológico da sociedade. Avaliação e controle externo.

- Caráter instrumental – ação social como técnica.

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Paradigmas e perspectivas atuais de avaliação

Paradigma subjetivista:

- Perspectiva prática de avaliação.

- Aluno como fonte do referencial de avaliação.

- Conhecimento integrado a elementos subjetivos.

- Avaliação com função de regulação, acompanhamento e auto-controle.

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Paradigmas e perspectivas atuais de avaliação

Paradigma crítico:- Perspectiva dialética de avaliação.- Postura emancipadora de avaliação (relação entre

comportamentos e ações, pessoas, intenções e concepções).

- Superação do dualismo sujeito – objeto.- Avaliação como construção e reconstrução, na

interação do processo de desenvolvimento da avaliação.

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Questões para discussão

1. Caracterize os três paradigmas de avaliação?

2. Qual a relação entre as concepções de conhecimento e os paradigmas de avaliação?

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Concepções de ensino e de avaliação

Concepções pessoais influenciam as práticas de ensino e de avaliação e permitem, em certa medida, compreendê-las e explicá-las.

Relações de continuidade, ainda que problemática, entre concepções e práticas.

Elementos a analisar na construção das concepções do professor:- impacto do discurso oficial.- formação inicial.- imagem do bom aluno.- plano do professor (o previsto e o implementado).- escolhas (conteúdos refletem a pessoa que se deseja formar).

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Concepções de ensino e de avaliação

Elementos a analisar na construção das concepções do professor:- teorias curriculares – as concepções implicam uma tomada de posição do professor sobre:

- as finalidades do ensino, - a natureza dos saberes a ensinar, - o modo de aprendizagem do aluno, - as situações de aprendizagem propostas.

Vide figura 1, à p. 49.

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Concepções de ensino e de avaliação

Avaliação – atividade de comparação entre a produção observada e o modelo de referência do avaliador (produto desejado, produto normal, escala de medida – vide figura 2, à p. 50).

Processo de ensino-avaliação e concepções dos professores são indissociáveis.

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Concepções de ensino e de avaliação

Referencial da avaliação certificativa:Norma de excelência:- Interna à escola – fixada em função de um número

mais reduzido de competências a atingir e leva em conta as características e as aprendizagens realizadas pelos alunos.

- Externa à escola – considera os parâmetros definidos em nível nacional.

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Concepções de ensino e de avaliação

Articulação concepções-práticas.

Processo de avaliação é orientado pelas concepções do professor: no nível diagnóstico, das atividades e regulação das aprendizagens, da certificação das aquisições.

As informações teóricas combinam-se na tomada de decisão curricular com as opções que são fruto da reflexão pessoal e da teorização da experiência.

Para responder às situações imprevistas, o professor faz uso do seu habitus (figura 4, p. 55).

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Questões para discussão

1. Que elementos são importantes para se analisar as concepções dos professores?

2. Qual a diferença entre a norma de excelência interna à escola e externa à escola?

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Avaliação formativaOpõe-se à avaliação somativa. Ensino diferenciado, procedimentos de acompanhamento,

reguladora.

Objetivos: - adequação entre o diagnóstico e o tratamento didático, - dupla retroação: aluno – etapas vencidas e dificuldades a

superar; professor – adequação do programa pedagógico e obstáculos a enfrentar.

Regulação: do dispositivo pedagógico, da atividade do aluno.

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Avaliação formativa

Etapas de operacionalização:- Coleta de informações- Interpretação das informações- Diagnóstico das dificuldades de aprendizagem- Adaptação das atividades de ensino, em função da

interpretação.

Caráter formativo e positivo desta estratégia de avaliação.

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Avaliação formativa

Concepções de avaliação formativa:

- Behaviorista – ligada à pedagogia por objetivos.

- Cognitivista – interessada nos processos mentais que intervêm entre a questão e a resposta.

- Diagnóstica – seleção de informações relativas às dificuldades de aprendizagem papel motor do aluno na gestão da avaliação).

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Avaliação formadoraA avaliação formativa clássica não se volta suficientemente para

as estratégias de aprendizagem do aluno (BONNIOL, 1986).

Avaliação formadora participa o aluno na regulação das próprias atividades.

Fases: - Concepção: compreender o que se espera dele - Antecipação: sobre o que será efetuado para atingir o objetivo - Planificação: escolha de estratégia e procedimentos- Execução: realização- Avaliação: constitutiva da ação avaliativa.

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Avaliação formadora

Aluno faz balanços intermediários (análise das razões dos avanços e das dificuldades), para readequações de percurso.

Auto-avaliação como elemento central.

Da regulação do professor (avaliação formativa), para a auto-regulação do aluno (avaliação formadora).

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Escola e competênciasAlerta sobre entusiasmos excessivos para com a abordagem

pedagógica baseada em projetos – uma só abordagem pode pôr em risco as demais (debate científico e filosófico, trabalho individual, aulas expositivas...), que são igualmente importantes para a aprendizagem do aluno.

Currículo por competências:- Centrar-se nos alunos mais do que nos programas- Cultura dialógica- Avaliar a partir de questionamento e observação- Aula como reflexo das vivências dos alunos- Saberes na ação (identificar e resolver problemas, tomar

decisões)- Transferir e mobilizar as capacidades desenvolvidas para

situações reais

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Escola e competênciasObjetivo de uma situação-problema – suscitar conflitos

cognitivos.

Desenvolver competências em situações de aprendizagem significativas para o aluno.

Trabalhar por problemas e por projetos – postura reflexiva.

Auto-avaliação – olhar crítico sobre si, apoiado em critérios de avaliação, negociados e apropriados, conduzindo a uma tomada de decisão pertinente e eficiente na base de um referencial interiorizado.

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Escola e competências

Auto-avaliação:

- processo metacognitivo

- desenvolvimento da autonomia do aluno

- afirmação da identidade, sem ocultar a alteridade

- Regulações dinâmicas e interativas de formação

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Questões para discussão

1. Por que a avaliação formativa opõe-se à somativa?

2. Quais as diferenças entre avaliação formativa e formadora?

3. Qual a importância da auto-avaliação ao desenvolvimento da autonomia do aluno?

4. Qual a pertinência do desenvolvimento do trabalho avaliativo para os cursos de EaD?