luciana e a agricultura familiar - uma história de oportunidades

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas 4 Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas L uciana é uma jovem de vinte e sete anos (27) filha de agricultora e agricultor, que junto com o companheiro João Bernardino, conhecido como Vanvão, e o filho Lucielison, de doze anos (12), mora na comunidade de Bebida Velha, no município de Pureza, localizada no Semiárido Potiguar. Ela é agricultora, Agente de Desenvolvimento Solidário - ADS faz parte da Associação dos Produtores Agrícolas de Bebida Velha - APABV; é cooperada da Cooperativa Mista da Agricultura Familiar e Economia Solidária De Bebida Velha - COOPABEV; é do grupo de mulheres da igreja, e está cursando Pedagogia na Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. Ano 8 • nº 1745 Setembro/2014 Pureza O Início de tudo... Para Luciana sua felicidade ficaria completa quando conseguisse combinar os sonhos com as oportunidades: tudo começou quando ela conseguiu continuar seus estudos e ter seu primeiro trabalho fora de casa. A Comercialização... É dos quatro (4) hectares que Luciana e sua família fornece a produção para três (3) municípios vizinhos, através do Compra Direta do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF, entregue pelo transporte adquirido com o PRONAF Mais Alimentos. A venda chega ao valor total dos R$ 20.000,00 por Declaração de Aptidão - DAP. "Começamos só com banana, hoje temos abacaxi, macaxeira, coco seco e verde, jerimum, feijão verde , melancia, milho verde e etc. A AGROECOLOGIA e a ECONOMIA SOLIDÁRIA... Além de garantir uma alimentação saudável, de forma agroecológica, para sua família, vizinhança e para alimentação escolar da sua comunidade e dos municípios vizinhos Luciana fala sobre sua atuação na economia solidária e a diferença que faz na vida das agricultoras e agricultores: “a nossa luta é continuar tentado trabalhar adotando os princípios da Economia Solidária e da agroecologia, através da diversidade na nossa produção. «Não há coisa melhor que você plantar, cuidar e colher, podendo se alimentar, segura que aquele produto que você acompanhou todo o processo é saudável, e, como Agente de Desenvolvimento Solidário, poder compartilhar com aquelas pessoas que te apoiaram...hoje tenho a oportunidade de repassar tudo isso pra outras agricultoras e agricultores ter a mesma oportunidade que nossa família teve na agricultura!”, revela Luciana. Realização Apoio LUCIANA e a Agricultura Familiar - Uma História de Oportunidades -

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Luciana é uma jovem de vinte e sete anos (27) filha de agricultora e agricultor, que junto com o companheiro João Bernardino, conhecido como Vanvão, e o filho Lucielison, de d o z e a n o s ( 1 2 ) , m o r a n a comunidade de Bebida Velha, no município de Pureza, localizada no Semiárido Potiguar.

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Page 1: LUCIANA e a Agricultura Familiar - Uma História de Oportunidades

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Luciana é uma jovem de vinte e sete anos (27) filha de agricultora e agricultor, que

junto com o companheiro João Bernardino, conhecido como Vanvão, e o filho Lucielison, de d o z e a n o s ( 1 2 ) , m o r a n a comunidade de Bebida Velha, no município de Pureza, localizada no Semiárido Potiguar. Ela é a g r i c u l t o r a , A g e n t e d e Desenvolvimento Solidário - ADS

faz parte da Associação dos Produtores Agrícolas de Bebida Velha - APABV; é cooperada da Cooperativa Mista da Agricultura Familiar e Economia Solidária De Bebida Velha - COOPABEV; é do grupo de mulheres da igreja, e está cursando Pedagogia na Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.

Ano 8 • nº 1745

Setembro/2014

Aqui entra o

Pureza

O Início de tudo...

P a r a L u c i a n a s u a felicidade ficaria completa q u a n d o c o n s e g u i s s e combinar os sonhos com as o p o r t u n i d a d e s : t u d o c o m e ç o u q u a n d o e l a conseguiu continuar seus estudos e ter seu primeiro trabalho fora de casa.

A Comercialização...

É dos quatro (4) hectares que Luciana e sua família fornece a produção para três (3) municípios vizinhos, através do Compra Direta do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF, entregue pelo transporte adquirido com o PRONAF Mais Alimentos. A venda chega ao valor total dos R$ 20.000,00 por Declaração de Aptidão - DAP. "Começamos só com banana, hoje temos abacaxi, macaxeira, coco seco e verde, jerimum, feijão verde , melancia, milho verde e etc.

A AGROECOLOGIA e a ECONOMIA SOLIDÁRIA...

Além de garantir uma alimentação saudável, de forma agroecológica, para sua família, vizinhança e para alimentação escolar da sua comunidade e dos municípios vizinhos Luciana fala sobre sua atuação na economia solidária e a diferença que faz na vida das agricultoras e agricultores: “a nossa luta é continuar tentado trabalhar adotando os princípios da Economia Solidária e da agroecologia, através da diversidade na nossa produção. «Não há coisa melhor que você plantar, cuidar e colher, podendo se alimentar, segura que aquele produto que você acompanhou todo o processo é saudável, e, como Agente de Desenvolvimento Solidário, poder compartilhar com aquelas pessoas que te apoiaram...hoje tenho a oportunidade de repassar tudo isso pra outras agricultoras e agricultores ter a mesma oportunidade que nossa família teve na agricultura!”, revela Luciana.

Realização Apoio

LUCIANA e a Agricultura Familiar- Uma História de Oportunidades -

Page 2: LUCIANA e a Agricultura Familiar - Uma História de Oportunidades

Articulação Semiárido Brasileiro – Rio Grande do NorteBoletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

A inspiração para a Agricultura...

“Meu pai já trabalhava na agricultura, então fui gostando da agricultura. O meu pai sempre foi agricultor, mas nunca deixou eu chegar nem perto, até porque eu era mulher, e ele sempre trabalhou pra outras pessoas...” afrima.

“...ainda trabalhava na fábrica quando participei da primeira reunião do Compra Direta, nesse período a gente só plantava banana. Foi difícil meu marido aceitar entregar a nossa pequena produção para o Compra Direta, mas entregamos e tivemos a valorização do nosso produto. Foi aí que veio a vontade de produzir mais: trabalhávamos na fábrica e entregávamos a nossa produção... daí fomos investindo tudo na agricultura”

Quando a fábrica parou de funcionar Luciana foi trabalhar como professora, mas a agricultura era o que ela queria, foi aí que veio o Programa Nacional de Alimentos Escolar – PNAE, como mais uma oportunidade de melhorar a vida dela, da família e da comunidade .

«Nunca fui motivada por sonhos, mas

pelas oportunidades que a vida nos

deu...».

O Trabalho como formação...

“... concluí o segundo grau e depois parei, mas ainda tinha muita vontade de cursar uma graduação, mas não podia pagar, foi aí que veio a oportunidade de fazer um curso pela Associação, para trabalhar na fábrica de beneficiamento de castanha da comunidade, foi aí que tudo começou...”.

”...o trabalho na fábrica era duro, mas valeu cada momento lá v iv ido! Consegui levar meu marido pra trabalhar comigo, então, sempre tinha muitos cursos de capacitação... Essa foi minha vida antes da agricultura...

Além do trabalho com a casa e cuidados com a família Luciana ainda combina os estudos e o trabalho na agricultura: “então pensei: vou fazer uma graduação! Passei no vestibular e aí foi que a luta começou! Trabalhava durante a semana e no final de semana ía pra faculdade. Para isso, comecei a fornecer bolo para o Compra Direta... no domingo que não tinha aula ficávamos fazendo bolo, assim, consegui pagar quase toda minha faculdade”.

O Trabalho na agricultura...

Depois do primeiro trabalho Luciana se animou para ‘botar a mão na terra’ e cuidar da agricultura com a família, realizando um desejo antigo e quebrando algumas barreiras enfrentadas por ser mulher.

Sobre os estudos...