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MEDITANDO NO EVANGELHO DE LUCAS Coletânea de meditações Desenvolvendo a espiritualidade

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Meditações no Evangelho de Locas

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Medi

MEDITANDO NO EVANGELHO DE LUCAS

Coletânea de meditações

Desenvolvendo a

espiritualidade

1

Igreja Batista Memorial de Alphaville

Queridos irmãos. Já algum tempo penso em reunir algumas meditações que tenho feito nos textos de Lucas e as disponibilizo aqui nesse PDF. Parábolas, doutrinas e conversas de Jesus que muito nos inspiram em nossa vida e nossa espiritualidade. Tentamos colocar em ordem de capítulos, com pequenas alterações. Boa leitura!

Jorge Wilson Nogueira Neves

2

Igreja Batista Memorial de Alphaville

Sumário

Sumário .............................................................................................................................................................. 2

1. Viver o Natal é dizer “sim” ......................................................................................................................... 4

2. Esperando juntas as promessas ................................................................................................................. 5

3. E isto vos servirá de sinal ............................................................................................................................ 6

4. Os ruídos da alma ....................................................................................................................................... 9

5. O Vinho Velho é melhor ........................................................................................................................... 11

6. A missão e a oração .................................................................................................................................. 13

7. A espiritualidade e os altares ................................................................................................................... 16

8. Solitude, comunidade e ministério ........................................................................................................... 19

9. No topo da montanha .............................................................................................................................. 21

10. Não mude de lado ................................................................................................................................ 23

11. O poder de Deus ou o Deus do poder? ................................................................................................. 25

12. Pode comer : não é pedra , é pão ......................................................................................................... 27

13. Jesus cuida de sua mente e coração ..................................................................................................... 29

14. Conversão – aqui e agora ..................................................................................................................... 31

15. O fermento ........................................................................................................................................... 32

16. Você tem um destino de felicidade! ..................................................................................................... 33

17. Ainda bem que Jesus reclama .............................................................................................................. 35

18. Pediram a Jesus que fosse embora , e Ele foi . ..................................................................................... 37

19. Mas eu fiz tudo tão direitinho .............................................................................................................. 39

20. Quem é o Maior? .................................................................................................................................. 41

21. O que Marta não sabia e Maria desconfiava Quem serve quem? ...................................................... 42

22. Servo ou amigo ? ................................................................................................................................. 43

23. Marta e Maria....................................................................................................................................... 45

24. O vizinho ............................................................................................................................................... 46

25. Comunicando Abba .............................................................................................................................. 47

26. Os mordomos e o pastor ...................................................................................................................... 49

27. Como aplicar na Bolsa! ......................................................................................................................... 52

28. Meu timer pode até estar no fim e eu não saber ................................................................................. 54

29. Em tempos de discipulado só uma coisa é necessária .......................................................................... 56

30. A cura não solicitada ............................................................................................................................ 57

31. Silêncio! Estão falando de você ............................................................................................................ 58

3

Igreja Batista Memorial de Alphaville

32. As duas pobrezas .................................................................................................................................. 60

33. A Parábola das Desculpas ..................................................................................................................... 61

34. As pessoas do final da mesa ................................................................................................................. 63

35. Descobrindo as margens e construindo as torres ................................................................................. 65

36. A mulher e a moeda ............................................................................................................................. 67

37. O Terceiro Caminho .............................................................................................................................. 68

38. “Pai” é o nome cristão para Deus ......................................................................................................... 70

39. O que é que eu vou ganhar?................................................................................................................. 72

40. Preparado para a festa? ....................................................................................................................... 74

41. Vivendo no espaço da bondade do Senhor .......................................................................................... 76

42. Onde você está? ................................................................................................................................... 78

43. - Misericórdia , Pai! O resto? O Senhor decide... .................................................................................. 81

44. Orando e bem....................................................................................................................................... 83

45. A oração que não sobe ......................................................................................................................... 84

46. Com medo do Tsuname? – “ Erguei vossas cabeças!” .......................................................................... 85

47. Como entrar numa festa que não é a sua, mas que também pode ser ................................................ 86

48. Onde estão os nove? ............................................................................................................................ 88

49. O servo inútil ........................................................................................................................................ 90

50. Depois que a minha oração termina .................................................................................................... 91

51. Desça da árvore .................................................................................................................................... 93

52. Ele não precisava ficar sozinho, nem você! .......................................................................................... 95

53. Passando pela peneira .......................................................................................................................... 96

54. A oração do entardecer ........................................................................................................................ 98

55. O filho pródigo e o retorno ................................................................................................................... 99

56. Quando os ouvidos são mais importantes que os olhos ..................................................................... 100

57. Brilho nos olhos .................................................................................................................................. 101

58. Praticando Emaús ............................................................................................................................... 102

59. A mais bela história pascal ................................................................................................................. 105

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

1. Viver o Natal é dizer “sim” Uma contemplação da manjedoura

26 Ora, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada

Nazaré, 27a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o

nome da virgem era Maria.28E, entrando o anjo onde ela estava disse: Salve, agraciada; o

Senhor é contigo. 29 Ela, porém, ao ouvir estas palavras, turbou-se muito e pôs-se a pensar

que saudação seria essa.30Disse-lhe então o anjo: Não temas, Maria; pois achaste graça diante

de Deus.31Eis que conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus.32Este

será grande e será chamado filho do Altíssimo; o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi seu

pai;33e reinará eternamente sobre a casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.34Então Maria

perguntou ao anjo: Como se fará isso, uma vez que não conheço varão?35Respondeu-lhe o

anjo: Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por

isso o que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus.36Eis que também Isabel, tua

parenta concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada

estéril;37porque para Deus nada será impossível.38Disse então Maria. Eis aqui a serva do

Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela. (Lucas 1)

O anjo Gabriel contata Maria com a proposta de participar ativamente do advento do Messias -

com seu próprio corpo. A mesma se admira do fato pois era virgem e o anjo lhe diz que tudo

seria obra do Espírito Santo de Deus. Então, Maria, sem ainda saber realmente o que lhe

aconteceria dá o grande exemplo de submissão: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em

mim segundo a tua palavra.

O anjo lhe chamara: Salve, agraciada; o Senhor é contigo. Sabemos que Deus capacita os

escolhidos e não foi diferente com Maria. Receber a Graça - Salve, agraciada; o Senhor é

contigo - confirmou no coração daquela adolescente a vontade de dizer "sim" - Eis aqui a serva

do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra.

Foi este "sim" que nos permitiu hoje falarmos dela. Maria disse sim à vida, a Deus, ao que não

conhecia. Natal significa dizer este "sim" mesmo quando estamos excitados com os excessos de

atividade do final de ano. No Natal de 1985, Henri Nouwen estava achando seu natal muito

"seco" mas Deus também o visitou lhe dando um insight em que compreendeu (leia):

De certo modo compreendi que que cantos, música, bons sentimentos, belas liturgias, bons

presentes, grandes jantares e muitas palavras amenas não fazem o Natal. O Natal é dizer "sim

" a algo além de todas as emoções e sentimentos. Natal é dizer "sim" a uma esperança

fundamentada na iniciativa de Deus, que nada tem a ver com o que eu penso ou vejo. ONatal é

acreditar que a salvação do mundo é obra de Deus e não minha.*

Vamos tentar fazer um exercício de meditação e nos imaginarmos sentados perante a

manjedoura de Jesus e olharmos para aquele bebê e dizermos 'sim' para Ele. Fale junto

comigo: Sim!

Boa contemplação! Feliz Natal!

Jorge Wilson

* Nouwen HJM - O caminho para o amanhecer. Ed Paulinas. São Paulo1999, pág 124.

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

2. Esperando juntas as promessas

O encontro

Alguns dias depois, Maria se aprontou e foi depressa para uma cidade que ficava na região

montanhosa da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se mexeu na barriga dela. Então, cheia do poder do

Espírito Santo, Isabel disse bem alto: -Você é a mais abençoada de todas as mulheres, e a criança que você vai ter é abençoada

também! Quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha me visitar! Quando ouvi você

me cumprimentar, a criança ficou alegre e se mexeu dentro da minha barriga. Você é abençoada, pois acredita que vai acontecer o que o Senhor lhe disse.

Então Maria disse: -A minha alma anuncia a grandeza do Senhor. O meu espírito está alegre

por causa de Deus, o meu Salvador. Pois ele lembrou de mim, sua humilde serva! De agora em diante todos vão me chamar de mulher abençoada, porque o Deus Poderoso fez grandes

coisas por mim. O seu nome é santo, e ele mostra a sua bondade a todos os que o temem em todas as gerações. Deus levanta a sua mão poderosa e derrota os orgulhosos com todos os

planos deles. Derruba dos seus tronos reis poderosos e põe os humildes em altas posições. Dá fartura aos

que têm fome e manda os ricos embora com as mãos vazias. (54-55) Ele cumpriu as promessas que fez aos nossos antepassados e ajudou o povo de Israel, seu servo. Lembrou

de mostrar a sua bondade a Abraão e a todos os seus descendentes, para sempre. Lembrou de mostrar a sua bondade a Abraão e a todos os seus descendentes, para sempre. Maria

ficou mais ou menos três meses com Isabel e depois voltou para casa. (Lucas 1:39-56 BLH)

O que aconteceu a Maria após ouvir (e aceitar) as palavras da promessa? Ela foi até Isabel, que assim como Maria., também esperava uma promessa. O encontro dessas duas mulheres

foi muito comovente, pois ambas eram servas do Deus Altíssimo e com o privilégio de servi-Lo com os seus corpos e sua capacidade de dar amor a um filho. Foi a visita de Maria que

“mexeu” com Isabel: Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se mexeu na barriga dela. Então, cheia do poder do Espírito Santo, Isabel disse bem alto: -Você é a mais

abençoada de todas as mulheres,...

Por outro lado, foi pela visita a Isabel que Maria escutou: Quando ouvi você me

cumprimentar, a criança ficou alegre e se mexeu dentro da minha barriga. Você é abençoada, pois acredita que vai acontecer o que o Senhor lhe disse.

E Maria, com as palavras de Isabel (cheia do poder do Espírito Santo) tornou-se alegre no Senhor: Então Maria disse: -A minha alma anuncia a grandeza do Senhor. O meu espírito está

alegre por causa de Deus, o meu Salvador. Pois ele lembrou de mim, sua humilde serva! De agora em diante todos vão me chamar de mulher abençoada, porque o Deus Poderoso fez

grandes coisas por mim.

Maria e Isabel uniram-se e ajudaram-se mutuamente a esperar. Elas nos ensinam sobre o que significa formar uma comunidade, estar juntos à volta de uma promessa,

confirmando o que está acontecendo conosco. Cumpre a nós fazer como Maria – ir ao encontro do “outro” oferecendo-lhe um espaço para manter a sua esperança viva enquanto

espera, conosco, o cumprimento das promessas do Pai. Maria sabia que: Ele cumpriu as promessas que fez aos nossos antepassados e ajudou o povo de Israel, seu servo.

E fará o mesmo agora!

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

3. E isto vos servirá de sinal

Onde Jesus quer nascer

Naqueles dias saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo mundo fosse recenseado.(...) Subiu também José, da Galiléia, da cidade de Nazaré, à cidade de Davi,

chamada Belém, porque era da casa e da família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam ali, chegou o tempo em que ela havia de dar

à luz e teve seu filho primogênito; envolveu-o em faixas e o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. Ora, havia naquela mesma região pastores

que estavam no campo e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho. E um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor os cercou de resplendor; pelo que se encheram

de grande temor. O anjo, porém, lhes disse: Não temais, porquanto vos trago novas de grande alegria que será para todo o povo. É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o

Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis um menino envolto em faixas e deitado em uma manjedoura.Então de repente, apareceu junto ao anjo uma grande

multidão da milícia celestial louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre os homens de boa vontade. E logo que os anjos se retiraram deles para o

céu, diziam os pastores uns aos outros: vamos até Belém e vejamos isso que aconteceu e

que o Senhor nos deu a conhecer. Foram, pois, a toda pressa, e acharam Maria e José, e o menino deitado em uma manjedoura; e vendo-o divulgaram a palavra que acerca do menino

lhes fora dita; e todos os que a ouviram se admiravam do que os pastores lhes diziam. Maria , porém, guardava todas estas coisas, meditando-as em seu coração. E voltaram os pastores,

glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora dito .Lc 1

Estábulos e manjedouras

O texto de Lucas é envolvente e nos ensina algo muito importante sobre o Natal.. Pastores

de ovelhas, pessoas comuns, foram contatadas em seu trabalho noturno e avisadas de que a Alegria chegou para todo o povo. Foi--lhes dito que procurassem o sinal - uma criança

envolta em panos deitada numa manjedoura dentro de um estábulo.

Estábulo e manjedoura são coisas do dia-a-dia para pastores de ovelhas. Os anjos não lhes

mandaram procurar o sinal nos palácios ou em outros lugares, mas sim naqueles que já lhe eram familiares - estábulos e manjedouras. O curioso é que nem mesmo o espetáculo nos

céus mesmo com a glória do Senhor brilhando era o sinal – mas um menino em uma manjedoura. É o Pai honrando seu Filho.

Acredito que Lucas quer nos ensinar que, assim como aqueles pastores, também podemos

encontrar o mesmo sinal (Cristo) em nossas vidas comuns de pessoas comuns. O Menino quer nascer em nossos cenários interiores, dentro de nós mesmos (nossos estábulos e

manjedouras) para nos trazer a sua Alegria.

Neste Natal, permita que o menino Jesus nasça outra vez dentro de você.

Um Feliz Natal!

Jorge Wilson

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

Pautando uma vida

14 Jesus voltou para a Galiléia no poder do Espírito, e por toda aquela região se espalhou a sua

fama. 15 Ensinava nas sinagogas, e todos o elogiavam.16 Ele foi a Nazaré, onde havia sido criado, e no dia de sábado entrou na sinagoga, como era seu costume. E levantou-se para ler.

17 Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías. Abriu-o e encontrou o lugar onde está escrito:18 “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres.

Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos 19 e proclamar o ano da graça do Senhor”.20 Então ele fechou o livro,

devolveu-o ao assistente e assentou-se. Na sinagoga todos tinham os olhos fitos nele; 21 e ele começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir”. Lucas 4- NVI

Pautando sua vida pela Palavra

Esse texto de Lucas me surpreende porque percebemos que Jesus tem o cuidado de ler um

documento, uma espécie de pauta do que seria sua vida e sua obra aqui na Terra. Minha surpresa aumenta ainda mais porque sei do zelo que Lucas teve para escrever seus textos, pois

logo no inicio de seu evangelho , lemos:

1 Muitos já se dedicaram a elaborar um relato dos fatos que se cumpriram entre nós, 2 conforme nos foram transmitidos por aqueles que desde o início foram testemunhas

oculares e servos da palavra. 3 Eu mesmo investiguei tudo cuidadosamente, desde o começo, e decidi escrever-te um relato ordenado, ó excelentíssimo Teófilo, 4 para que

tenhas a certeza das coisas que te foram ensinadas. Lucas 1-NVI

Voltando à pregação de Jesus na sinagoga, lemos que ele não abriu qualquer livro mas

procurou especificamente o livro de Isaías e nesse livro achou o texto específico que queria Isaías 61: 1 e 2a. Em princípio devido a “Jesus ser um com o Pai” poderia pensar que a

igualdade de pensamento daria o tom de seu ministério da pregação do evangelho e da salvação dos pecados. Mas o nosso Salvador encarnou, tornou-se como um de nós, mas

sem pecado. Jesus era divino e humano ao mesmo tempo, e como humano sabia que sua obra aqui na Terra já estava determinada (pautada) e se ateve e se submeteu ao que Deus

dissera através da profecia de Isaías cerca de 650 anos antes. Aliás, se Jesus fazia, julgava, ensinava ou falava tudo era de acordo com a percepção da vontade do Pai .

Jesus aprendeu a fazer, dessa forma:

Então Jesus disse a eles: -Eu afirmo a vocês que isto é verdade: O Filho não pode fazer

nada por sua própria conta, pois ele só faz o que vê o Pai fazer. Tudo o que o Pai faz o Filho faz também, (João 5:19 BLH).

Jesus aprendeu a julgar, dessa forma:

Jesus continuou a falar a eles. Ele disse: -Eu não posso fazer nada por minha própria

conta, mas julgo de acordo com o que o Pai me diz. O meu julgamento é justo porque não procuro fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou. (João 5:30

BLH)

Jesus aprendeu a ensinar, dessa forma:

Existem muitas coisas a respeito de vocês das quais eu preciso falar e as quais eu preciso julgar. Porém quem me enviou é verdadeiro, e eu digo ao mundo somente o que ele me

disse. Eles não entenderam que ele estava falando a respeito do Pai. Por isso Jesus disse: -Quando vocês levantarem o Filho do Homem, saberão que "EU SOU QUEM SOU". E

8

Igreja Batista Memorial de Alphaville

saberão também que não faço nada por minha conta, mas falo somente o que o meu Pai

me ensinou. (João 8:26-28 BLH)

Jesus aprendeu a falar, dessa forma:

-Eu não tenho falado em meu próprio nome, mas o Pai, que me enviou, é quem me

ordena o que devo dizer e anunciar. E eu sei que o seu mandamento dá a vida eterna. O que eu digo é justamente aquilo que o Pai me mandou dizer. (João 12:49-50 BLH)

Fazer, julgar, ensinar e falar fazia parte da missão de Jesus e Ele é o nosso modelo de espiritualidade. Se Ele precisava receber “o que fazer”, “o que julgar”, “o que ensinar” e

“o que falar”, nós também precisamos.

Observe em Jesus , Ele: Não tem missão própria, não tem discurso próprio, não tem juízo próprio e não tem vocação própria.

Uma morte também pautada na Palavra

O interessante é que no caso de Jesus até sua morte e sepultamento estavam pautados no livro

do profeta Isaías:

4 Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças; contudo nós o consideramos castigado por Deus, por Deus atingido e afligido. 5

Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas

fomos curados. 6 Todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho; e o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós.7 Ele

foi oprimido e afligido; e, contudo, não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele

não abriu a sua boca.8 Com julgamento opressivo ele foi levado. E quem pode falar dos seus descendentes? Pois ele foi eliminado da terra dos viventes; por causa da

transgressão do meu povo ele foi golpeado.9 Foi-lhe dado um túmulo com os ímpios, e com os ricos em sua morte, embora não tivesse cometido nenhuma violência nem

houvesse nenhuma mentira em sua boca. Isaías 53

Eu também preciso pautar minha vida pelos ensinamentos da Bíblia . Para isso preciso lê-la com

a mente e o coração abertos e desejoso de aprender e praticar .Preciso também ficar perceptivo

aos movimentos do Espírito Santo em minha vida , minha história, meus amados e minha comunidade.

Leia o Salmo 119: 97-120 e escreva uma oração de compromisso com a leitura e o estudo da Palavra. São três as estações do texto – escreva uma frase para cada uma:

1. vs.97-104 – a Palavra me torna sábio e puro 2. vs.105-112 -meu compromisso em seguir a Palavra

3. vs. 112-120- meu temor ao julgamento de Deus.

Boa meditação!

Jorge Wilson Textos Bíblicos – CDROM – NVI -Concordância Exaustiva da Bíblia Sagrada e Bíblia na

Linguagem de Hoje.

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

4. Os ruídos da alma

Não acreditaram no filho de José

Jesus voltou para a região da Galiléia, e o poder do Espírito Santo estava com ele. As notícias a respeito dele se espalhavam por toda aquela região. Ele ensinava nas sinagogas e era

elogiado por todos. Jesus foi para a cidade de Nazaré, onde havia crescido. No sábado, conforme o seu costume, foi até a sinagoga. Ali ele se levantou para ler as Escrituras

Sagradas, e lhe deram o livro do profeta Isaías. Ele abriu o livro e encontrou o lugar onde está escrito assim: "O Senhor me deu o seu Espírito. Ele me escolheu para levar boas

notícias aos pobres e me enviou para anunciar a liberdade aos presos, dar vista aos cegos, libertar os que estão sendo oprimidos e anunciar que chegou o tempo em que o Senhor

salvará o seu povo”. Jesus fechou o livro, entregou-o para o ajudante da sinagoga e sentou-se. Todas as pessoas ali presentes olhavam para Jesus sem desviar os olhos. Então ele

começou a falar. Ele disse: -Hoje se cumpriu o trecho das Escrituras Sagradas que vocês acabam de ouvir. Todos começaram a elogiar Jesus, admirados com a sua maneira agradável

e simpática de falar, e diziam: -Ele não é o filho de José? Então Jesus disse: -Sem dúvida vocês vão repetir para mim o ditado: "Médico, cure-se a você mesmo”. E também vão dizer:

"Nós sabemos de tudo o que você fez em Cafarnaum; faça as mesmas coisas aqui, na sua

própria cidade”. E continuou: -Eu afirmo a vocês que isto é verdade: Nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra. Eu digo a vocês que, de fato, havia muitas viúvas em Israel no

tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e meio, e houve uma grande fome em toda aquela terra. Porém Deus não enviou Elias a nenhuma das viúvas que viviam

em Israel, mas somente a uma viúva que morava em Sarepta, perto de Sidom. Havia também muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi curado.

Só Naamã, o sírio, foi curado. Quando ouviram isso, todos os que estavam na sinagoga ficaram com muita raiva. Então se levantaram, arrastaram Jesus para fora da cidade e o

levaram até o alto do monte onde a cidade estava construída, para o jogarem dali abaixo. Mas ele passou pelo meio da multidão e foi embora. (Lucas 4:14-30 BLH)

Lucas nos ensina acerca de Jesus que o poder do Espírito Santo estava com ele(...)Ele ensinava nas sinagogas e era elogiado por todos .Já havia iniciado seu trabalho na divulgação

do Reino de Deus. Esse texto de Lucas inclusive nos mostra um dos hábitos de Jesus : No sábado, conforme o seu costume , foi até a sinagoga .Ir à sinagoga todo sábado era algo

importante para Ele.

Chegando à sinagoga de Nazaré, sua terra natal, lhe deram a palavra pois já tinha fama de ser um mestre. Jesus leu Isaías 62:1-2 . Propositadamente, na leitura de Isaías 61:2, ele

pára na primeira metade do versículo, deixando a segunda metade – “O dia da vingança de nosso Deus ” para a Sua Segunda Vinda. E iniciou uma Era de Salvação ao proclamar: - Hoje

se cumpriu o trecho das Escrituras Sagradas que vocês acabam de ouvir. Começou a pregar . Suas palavras eram agradáveis e transmitiam graça. Todos começaram a elogiar Jesus,

admirados com a sua maneira agradável e simpática de falar, e diziam: -Ele não é o filho de José?

O problema – “O filho de José”.

Fico imaginando a cena. Jesus retorna ao lugar onde cresceu e viveu. Vê na sinagoga muitos

rostos de amigos, conhecidos, alguns até de sua própria família. Vem até eles para transmitir palavras do Evangelho esperando talvez uma recepção no mínimo igual às das cidades da

Galiléia por onde costumava pregar e ser bem recebido. Mas, os sentimentos das pessoas não parecem funcionar assim. Essas pessoas começam a produzir um ruído - ruído que

cresce e se torna cada vez mais forte que sobrepuja as palavras de Jesus: - Ele não é o filho

de José? -Ele não é o filho de José? -Ele não é o filho de José?

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

Imagine a cena. As pessoas pararam de olhar para Jesus e passaram a olhar para si mesmas

e umas para as outras. Por trás de uma simples e insistente pergunta - Ele não é o filho de José?- Desqualificam e rejeitam Aquele que fala!

Tem que provar!

Provavelmente pensavam: - “Como um simples aldeão de Nazaré, igual a nós, quer ser nosso

mestre e profeta? Não é assim! Tem de provar que pode!” Então Jesus disse : -Sem dúvida vocês vão repetir para mim o ditado: "Médico, cure-se a você mesmo”.E também vão dizer:

"Nós sabemos de tudo o que você fez em Cafarnaum; faça as mesmas coisas aqui, na sua própria cidade”.

- “Deus para os judeus!”

Jesus, rejeitado pelos seus, lembra ao povo de Nazaré o episódio de Elias e a viúva de

Sarepta (veja I Rs 17:8-24) e o de Eliseu e Naamã (2 Rs 5:1-14). Ele lembra que, para desespero de Israel, Deus não é propriedade exclusiva deles – a própria história de

Israel ensinava isso: - O povo que rejeita também é rejeitado. E aí a verdade dói

- “Prove a sua reputação!” - faça as mesmas coisas aqui, na sua própria cidade.

(Uma reedição da terceira tentação).

Imagine você retornando a sua terra de origem, cheio de saudade e no mesmo dia experimentar profunda rejeição. E além de tudo ser levado para a morte por seus vizinhos e

amigos de infância. Dessa forma, levaram Jesus a um precipício para joga-Lo de lá, provavelmente antes de apedreja-Lo. (Parece até a terceira tentação, lembra-se? Nela, o

Diabo o levou a Jerusalém e o colocou na parte mais alta do Templo e disse: -Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui, pois as Escrituras Sagradas afirmam: "Deus mandará que os

seus anjos cuidem de você. Eles vão segurá-lo com as suas mãos, para que nem mesmo os seus pés sejam feridos nas pedras”.(Lucas 4:9-11 BLH) -(Parece que todas a vezes que

levam Jesus para o alto é com segundas intenções).

Pois bem, arrastaram Jesus para fora da cidade e o levaram até o alto do monte onde a

cidade estava construída, para o jogarem dali abaixo. Mas ele passou pelo meio da multidão e foi embora.

A falta de milagres.

A passagem paralela de Mateus 13:58 narra: “E não fez ali muitos milagres por causa de

incredulidade deles ”. Os ruídos do povo eram não só verbais como também a sua alma

era ruidosa. E alma ruidosa, desconfiada... não cria ambiente para milagres.

Os ruídos da alma.

Mateus 13:57 diz que os ruidosos ouvintes da sinagoga “escandalizavam-se nEle ” . Isso nos

ensina que pior que os ruídos são os sentimentos que vêm deles . Talvez não possamos

impedir que hajam “ruídos” – dúvidas - quando Jesus nos fala, mas, se houverem, tenha a coragem de não perguntar para os lados.

- Pergunte direto ao filho de José!

Jorge Wilson

11

Igreja Batista Memorial de Alphaville

5. O Vinho Velho é melhor

Algumas pessoas disseram a Jesus: -Os discípulos de João Batista jejuam muitas vezes e fazem orações, e os discípulos dos fariseus fazem o mesmo.

Mas os discípulos do senhor não jejuam. Jesus respondeu: -Vocês acham que podem obrigar os

convidados de uma festa de casamento a jejuarem enquanto o noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar!

Jesus fez também esta comparação: - Ninguém corta um pedaço de uma roupa nova para remendar uma roupa velha. Se fizer isso, estraga a roupa nova, e o pedaço de pano novo não

combina com a roupa velha.Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Não. Vinho novo deve ser posto

em odres novos. E ninguém quer vinho novo depois de beber vinho velho, pois diz: "O vinho velho é melhor”.(Lucas 5:33-39 BLH)

Jesus foi interpelado porque seus discípulos não eram “tão espirituais” quanto os dos fariseus e os de João Batista! Responde então que Sua presença entre nós é motivo de festa e, se

longe, é motivo de saudade.Este sim seria o fator desencadeante do jejum - a saudade do

noivo!

E já que o assunto é “cerimonialismo”, Jesus faz a comparação dos odres. Bom, antes de mais

nada é bom relembrar o que é um odre. É um recipiente feito de pele intacta de cabra e utilizado como recipiente para líquidos. Quando velhos, se forem enchidos com vinho novo,

perdem sua elasticidade e arrebentam quando o vinho fermenta.

Quando utilizado para receber vinho, o odre deve ser novo e “envelhecer junto com o

vinho”. Odres com defeito, cheios de rachaduras e inelásticos, não conseguirão ser recipientes úteis e dessa forma serão perdidos: os odres e o vinho!

Jesus não está “consertando” o Judaísmo no texto de Lucas. Ele está ensinando algo novo – O Seu Evangelho! E alerta que, se Sua Graça for colocada nos “odres do judaísmo” (p.ex. a

imposição de jejuns) o resultado será desastroso – o odre não vai agüentar!

O Mestre nos ensina que a Sua Graça não pode ser contida nas velhas formas da lei. Da mesma

forma, olhando de um modo pessoal, nossos preconceitos, paradigmas, “regrinhas” religiosas baseadas no “este é o meu jeito de ser” ou “foi sempre assim que eu fiz as coisas por

aqui” podem me fragilizar (eu como sendo um “odre”) e não permitir que o “vinho do

evangelho” em mim envelheça o suficiente para que eu chegue no ponto onde devo – a maturidade!

Nosso Pai tem expectativa de que amadureçamos, ou seja, vinho e odre envelheçam juntos e se tornem parceiros em algo de alta qualidade: Depois de tanto tempo, vocês já deviam ser

mestres, mas ainda precisam de alguém que lhes ensine as primeiras lições dos ensinamentos de Deus. Em vez de alimento sólido, vocês ainda precisam de leite.

E quem precisa de leite ainda é criança e não tem nenhuma experiência para saber o que está

certo ou errado. Porém a comida dos adultos é sólida, pois eles pela prática sabem a diferença entre o que é bom e o que é mau. (Hebreus 5:12-14 BLH)

Só nos tornaremos odres de qualidade quando estivermos dispostos à metanóia – mudança de mente, como Paulo nos ensina: Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas

deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável a ele.

(Romanos 12:2 BLH)

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E assim, se alguém nos conhecer (“degustar”) dirá consigo mesmo à nosso respeito: "O vinho

velho é melhor”.

- (Será o melhor elogio que iremos receber!).

Boa meditação!

Bem-vindos à Adega!

Jorge Wilson

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6. A missão e a oração

A vida de oração de Jesus

Observando nos evangelhos a vida devocional de Jesus, reparamos que era intensa e variada. Veja alguns exemplos:

Antes de escolher seus discípulos:

Naquela ocasião Jesus subiu um monte para orar e passou a noite orando a Deus. Quando amanheceu, chamou os seus discípulos e escolheu doze deles. E deu o nome de apóstolos a

estes doze: (Lucas 6:12-13 BLH)

Após a cura de um enfermo:

Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: -Sim! Eu quero. Você está curado. No mesmo

instante a lepra desapareceu. Então Jesus lhe deu esta ordem: -Escute! Não conte isso para ninguém, mas vá pedir ao sacerdote que examine você. Depois, a fim de provar para todos que

você está curado, vá oferecer o sacrifício que Moisés ordenou. Mas as notícias a respeito de Jesus se espalhavam ainda mais, e muita gente vinha para ouvi-lo e para ser curada das suas

doenças. Porém Jesus ia para lugares desertos e orava. (Lucas 5:13-16 BLH)

Antes da primeira multiplicação dos pães:

Os apóstolos voltaram e contaram a Jesus tudo o que tinham feito e ensinado. Havia ali tanta gente, chegando e saindo, que Jesus e os apóstolos não tinham tempo nem para comer. Então

ele lhes disse: -Venham! Vamos sozinhos para um lugar deserto a fim de descansarmos um

pouco. Então foram sozinhos de barco para um lugar deserto. (Marcos 6:30-32 BLH)

Após a primeira multiplicação dos pães:

Logo depois, Jesus ordenou aos discípulos que subissem no barco e fossem na frente para o lado oeste do lago, enquanto ele mandava o povo embora. Depois de mandar o povo embora,

Jesus subiu um monte a fim de orar sozinho. Quando chegou a noite, ele estava ali, sozinho. (Mateus 14:22-23 BLH)

Prática devocional:

De manhã bem cedo, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou, saiu da cidade, foi para

um lugar deserto e ficou ali orando. (Marcos 1:35 BLH)

Busca de consolo espiritual:

Mais ou menos uma semana depois de ter dito essas coisas, Jesus levou Pedro, João e Tiago e

subiu o monte para orar. Enquanto orava, o seu rosto mudou de aparência, e a sua roupa ficou muito branca e brilhante. De repente, dois homens apareceram ali e começaram a falar com

ele. Eram Moisés e Elias, que estavam cercados por um brilho celestial.

Eles falavam com Jesus a respeito da morte que, de acordo com a vontade de Deus, ele ia sofrer em Jerusalém. Pedro e os seus companheiros estavam dormindo profundamente, mas

acordaram e viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. Quando esses dois homens estavam se afastando de Jesus, Pedro disse: -Mestre, como é bom estarmos aqui!

Vamos armar três barracas: uma para o senhor, outra para Moisés e outra para Elias. Pedro

não sabia o que estava dizendo. Ele ainda estava falando, quando apareceu uma nuvem e os

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cobriu. Os discípulos ficaram com medo quando a nuvem desceu sobre eles. E da nuvem veio

uma voz, que disse: -Este é o meu Filho, o meu escolhido. Escutem o que ele diz! (Lucas 9:28-35 BLH)

Oração para tristeza e angústia:

Jesus foi com os discípulos para um lugar chamado Getsêmani e lhes disse: -Sentem-se aqui,

enquanto eu vou ali orar. Então Jesus foi, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu. Aí ele começou a sentir uma grande tristeza e aflição e disse a eles: -A tristeza que estou

sentindo é tão grande, que é capaz de me matar. Fiquem aqui vigiando comigo.(Aqui Ele ensina o valor da companhia na oração – a koinonia) Ele foi um pouco mais adiante, ajoelhou-se,

encostou o rosto no chão e orou (aqui ensina a linguagem corporal na oração):

-Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice de sofrimento! Porém que não seja feito o que eu quero, mas o que tu queres. Depois voltou e encontrou os três discípulos dormindo.

Então disse a Pedro: -Será que vocês não podem vigiar comigo nem uma hora? Vigiem e orem

para que não sejam tentados (aqui ensina o valor preventivo da oração). É fácil querer resistir à tentação; o difícil mesmo é conseguir. Pela segunda vez Jesus foi e orou, dizendo: -Meu Pai, se

este cálice de sofrimento não pode ser afastado de mim sem que eu o beba, então que seja feita a tua vontade.

Ele voltou de novo e encontrou os discípulos dormindo. Eles estavam com sono e não

conseguiam ficar com os olhos abertos. Jesus tornou a sair de perto deles e orou pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras. (Mateus 26:36-44 BLH)

Toda esta prática de Jesus, nas mais diversas situações, tinha a ver com o recebimento de sua

Missão. Você pode perguntar:

- Mas, se Jesus era “um com o Pai”, por que tanta necessidade de oração?

Jesus aprendeu a fazer, dessa forma:

Então Jesus disse a eles: -Eu afirmo a vocês que isto é verdade: O Filho não pode fazer nada

por sua própria conta, pois ele só faz o que vê o Pai fazer. Tudo o que o Pai faz o Filho faz também, (João 5:19 BLH).

Jesus aprendeu a julgar, dessa forma:

Jesus continuou a falar a eles. Ele disse: -Eu não posso fazer nada por minha própria conta,

mas julgo de acordo com o que o Pai me diz. O meu julgamento é justo porque não procuro fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou. (João 5:30 BLH)

Jesus aprendeu a ensinar, dessa forma:

Existem muitas coisas a respeito de vocês das quais eu preciso falar e as quais eu preciso

julgar. Porém quem me enviou é verdadeiro, e eu digo ao mundo somente o que ele me

disse. Eles não entenderam que ele estava falando a respeito do Pai.

Por isso Jesus disse: -Quando vocês levantarem o Filho do Homem, saberão que "EU SOU QUEM SOU". E saberão também que não faço nada por minha conta, mas falo somente o que o meu

Pai me ensinou. (João 8:26-28 BLH)

Jesus aprendeu a falar, dessa forma:

- Eu não tenho falado em meu próprio nome, mas o Pai, que me enviou, é quem me ordena o que devo dizer e anunciar. E eu sei que o seu mandamento dá a vida eterna. O que eu digo é

justamente aquilo que o Pai me mandou dizer. (João 12:49-50 BLH)

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Fazer, julgar, ensinar e falar fazia parte da missão de Jesus e Ele é o nosso modelo de espiritualidade. Se Ele precisava receber “o que fazer”, “o que julgar”, “o que ensinar” e “o que

falar”, nós também precisamos. Observe em Jesus, Ele:

Não tem missão própria

Não tem discurso próprio Não tem juízo próprio

Não tem vocação própria

É esta submissão que dá a liberdade!

Liberdade de quê? De me livrar da terrível carga de ter de fazer as coisas “a meu modo”.

Receber a missão faz parte de minha espiritualidade. Também preciso receber “o que fazer”, “o que julgar”, “o que ensinar” e “o que falar”. E para isto, basta ser um bom ouvinte!

Fique na escuta!

Boa meditação!

Jorge Wilson

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7. A espiritualidade e os altares

“A árvore boa não dá frutas ruins, assim como a árvore que não presta não dá frutas boas. Pois

cada árvore é conhecida pelas frutas que ela produz.

Não é possível colher figos de espinheiros, nem colher uvas de pés de urtiga. A pessoa boa tira o bem do depósito de coisas boas que tem no seu coração. E a pessoa má tira o mal do seu

depósito de coisas más. Pois a boca fala do que o coração está cheio”. (Lucas 6:43-45 BLH)

O Senhor se incomoda com o que vai em nosso coração, pois é onde está o nosso depósito, aquele lugar de onde tiramos as palavras que abençoam ou amaldiçoam. Essas palavras não

existem no vazio, mas têm de ser tiradas de algum lugar.

A pessoa boa tira o bem do depósito de coisas boas. Que coisas serão essas? Onde fica esse

depósito? Será que ele está cheio de coisas boas ou pode estar vazio, sem sentido. Como enche-lo? Como ir até ele quando necessário?

Os antigos, em suas experiências com o Senhor erigiam altares – marcas fortes da presença do Pai em suas vidas, vejamos:

“Ali o Deus Eterno apareceu a Abrão e disse: -Eu vou dar esta terra aos seus descendentes. Naquele lugar Abrão construiu um altar ao Deus Eterno, pois ali o Eterno havia aparecido a ele.

Depois disso Abrão foi para a região montanhosa que fica a leste da cidade de Betel e ali armou o seu acampamento.

Betel ficava a oeste do acampamento, e a cidade de Ai ficava a leste. Também nesse lugar

Abrão construiu um altar e adorou ao Deus Eterno”. (Gênesis 12:7-8 BLH)

Em outras vezes, é também nesses altares que somos postos à prova.Leia:

“Algum tempo depois Deus pôs Abraão à prova. Deus o chamou pelo nome, e ele respondeu: -

Estou aqui. Então Deus disse: -Pegue agora Isaque, o seu filho, o seu único filho, a quem você tanto ama, e vá até a terra de Moriá. Ali, na montanha que eu lhe mostrar, queime o seu filho

como sacrifício. No dia seguinte Abraão se levantou de madrugada, arreou o seu jumento, cortou lenha para o sacrifício e saiu para o lugar que Deus havia indicado. Isaque e dois

empregados foram junto com ele.

No terceiro dia, Abraão viu o lugar, de longe. Então disse aos empregados: -Fiquem aqui com o jumento. Eu e o menino vamos ali adiante para adorar a Deus.

Daqui a pouco nós voltamos. Abraão pegou a lenha para o sacrifício e pôs nos ombros de Isaque. Pegou uma faca e fogo, e os dois foram andando juntos. Daí a pouco o menino disse: -

Pai! Abraão respondeu: -Que foi, meu filho? Isaque perguntou: -Nós temos a lenha e o fogo, mas onde está o carneirinho para o sacrifício? Abraão respondeu: -Deus dará o que for preciso;

ele vai arranjar um carneirinho para o sacrifício, meu filho.

E continuaram a caminhar juntos. Quando chegaram ao lugar que Deus havia indicado, Abraão

fez um altar e arrumou a lenha em cima dele. Depois amarrou Isaque e o colocou sobre o altar, em cima da lenha. Em seguida pegou a faca para matá-lo. Mas nesse instante, lá do céu, o Anjo

do Deus Eterno o chamou, dizendo: -Abraão! Abraão! -Estou aqui-respondeu ele. O Anjo disse: -Não machuque o menino e não lhe faça nenhum mal. Agora sei que você teme a Deus, pois

não me negou o seu filho, o seu único filho.

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Abraão olhou em volta e viu um carneiro preso pelos chifres, no meio de uma moita. Abraão foi,

pegou o carneiro e o ofereceu como sacrifício em lugar do seu filho.

Abraão pôs naquele lugar o nome de "O Deus Eterno dará o que for preciso”.É por isso que até

hoje o povo diz: "Na sua montanha o Deus Eterno dá o que é preciso”. Mais uma vez o Anjo do Deus Eterno, lá do céu, chamou Abraão e disse: -Porque você fez isso e não me negou o seu

filho, o seu único filho, eu juro pelo meu próprio nome-diz o Deus Eterno-que abençoarei você ricamente.

Farei que os seus descendentes sejam tão numerosos como as estrelas do céu ou os grãos de

areia da praia do mar; e eles vencerão os inimigos. Por meio dos seus descendentes eu abençoarei todas as nações do mundo, pois você fez o que eu mandei “. (Gênesis 22:1-18

BLH)”.

Jacó ergueu altares em experiências de consolação, leia:

Deus disse a Jacó: - Apronte-se, vá para Betel e fique morando lá. Em Betel construa um altar e o dedique a mim, o Deus que lhe apareceu quando você estava fugindo do seu irmão Esaú.

Então Jacó disse à sua família e a todos os que estavam com ele: -Joguem fora todas as

imagens dos deuses estrangeiros que vocês têm. Purifiquem-se e vistam roupas limpas. Aprontem-se, que nós vamos para Betel. Ali vou fazer um altar dedicado ao Deus que me

ajudou no tempo da minha aflição e que tem estado comigo em todos os lugares por onde tenho andado. (Gênesis 35:1-3 BLH)

Um altar de contrição pelo pecado: Davi , em algum tempo de sua vida, cheio de vaidade, pecou quando mandou fazer censo em Israel para saber a força do seu exército. Acontece que

todo censo deveria glorificar ao Senhor ( conforme Ex 30:11-16) e o pecado de Davi causou males a Israel. Buscando ao Senhor , este lhe diz:

“Então o anjo do Deus Eterno disse a Gade que mandasse Davi construir um altar para Deus no terreiro de malhar cereais que pertencia a Araúna. Davi obedeceu à ordem do Eterno e foi,

como Gade lhe tinha dito. Ali, no terreiro, Araúna e os seus quatro filhos estavam malhando trigo. Quando viram o anjo, os filhos fugiram e se esconderam.

Ao ver Davi chegando, Araúna saiu do terreiro, ajoelhou-se e encostou o rosto no chão. Então

Davi lhe disse: -Quero que você me venda o seu terreiro de malhar cereais a fim de que eu

construa nele um altar para o Deus Eterno, e assim a peste acabe. Eu pagarei um preço justo por ele. Araúna disse: -Fique com o terreiro e faça com ele o que quiser. Aqui estão estes bois

para serem queimados em sacrifício no altar, as tábuas de debulhar cereais para serem usadas como lenha e também trigo para dar como oferta. Eu lhe dou tudo isso.

Mas Davi respondeu: -Isso não! Eu pagarei o preço justo. Não vou dar como oferta ao Deus Eterno coisas que são de você, coisas que não me custaram nada. E pagou a Araúna quase sete

quilos de ouro pelo terreiro. Então construiu ali um altar para Deus e ofereceu sacrifícios que foram completamente queimados e ofertas de paz. Ele orou, e Deus respondeu, mandando fogo

do céu para queimar os sacrifícios que estavam no altar. O Deus Eterno mandou que o anjo colocasse a sua espada na bainha, e ele obedeceu. Naquele instante Davi entendeu que Deus

havia respondido à sua oração e por isso ofereceu sacrifícios no altar do terreiro de malhar cereais.” (1 Crônicas 21:18-26 BLH)

A minha caminhada com o Pai me traz a companhia dele e a minhas experiências com o Seu amor devem ser celebradas com os altares que ergo a Ele em minha mente e meu coração. São

eles o meu bom depósito que devo procurar quando preciso falar com meu irmão e o caminho

até eles é a minha prece ao Pai, em nome de Jesus e com a ajuda do Espírito.

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As palavras da minha boca e o meditar do meu coração devem ser agradáveis ao Pai. O meu

coração está longe de Pai quando não consigo erguer altares a Ele. O Senhor diz: “Esse povo ora a mim com a boca e me louva com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A

religião que eles praticam não passa de doutrinas e ensinamentos humanos que eles só sabem repetir de cor. (Isaías 29:13 BLH)”.

O Pai me ensina a cuidar do meu coração e criar nele um depósito de amor – os altares que são fruto da Sua intimidade comigo!

E esses altares eu os guardo para mim e para o meus irmãos.

Eles são o meu “bom depósito”.

Boa meditação!

Jorge Wilson

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8. Solitude, comunidade e ministério

O exemplo devocional de Jesus

Em Lucas 6:12 a 23 lemos:

A Escolha dos Doze Apóstolos

12 Num daqueles dias, Jesus saiu para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus.

13 Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze deles, a quem também designou apóstolos:14 Simão, a quem deu o nome de Pedro; seu irmão André; Tiago; João; Filipe;

Bartolomeu;15 Mateus; Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Simão, chamado zelote; 16 Judas, filho de

Tiago; e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor.

17 Jesus desceu com eles e parou num lugar plano. Estavam ali muitos dos seus discípulos e

uma imensa multidão procedente de toda a Judéia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidom,

18 que vieram para ouvi-lo e serem curados de suas doenças. Os que eram perturbados por espíritos imundos ficaram curados, 19 e todos procuravam tocar nele, porque dele saía poder

que curava todos.20 Olhando para os seus discípulos, ele disse: “Bem-aventurados vocês, os pobres, pois a vocês pertence o Reino de Deus.

21 Bem-aventurados vocês, que agora têm fome, pois serão satisfeitos. Bem-aventurados vocês, que agora choram, pois haverão de rir.

22 Bem-aventurados serão vocês,quando os odiarem,expulsarem e insultarem, e eliminarem o nome de vocês, como sendo mau, por causa do Filho do homem.

23 “Regozijem-se nesse dia e saltem de alegria, porque grande é a sua recompensa nos céus. Pois assim os antepassados deles trataram os profetas.

Jesus apresenta três disciplinas em sequência: solitude( isolamento intencional com objetivo

de reflexão, meditação - no caso do cristão seria estar a sós com Deus e a Sua Palavra expressa na Bíblia), comunidadee ministério.

Oração

Primeiramente passa a noite orando para escolher qual seria a comunidade mais próxima - seus

discípulos para trabalhar. Depois forma e desenvolve esse grupo preparando-os para o serviço -ministério oração não e disciplina fácil pois Jesus passou uma noite inteira em oração.

Na oração lembro-me do Filho Prodigo que procurou o Pai, atraído pelo amor do mesmo e retornou para receber o abraço e o beijo . Jesus mesmo falou que: "Aquele que me amar

guardará minha palavra e meu Pai o amara, e iremos ate ele e faremos dele a nossa casa" João 14:23. Entendo então que sou a casa de Deus e Ele mora no mais profundo do

meu ser.

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Comunidade

Ela ocorre quando a minha solitude encontra a solitude de meu irmão e assim a comunidade se forma. É constituída ao mesmo tempo de pessoas vulneráveis e amadas por Deus. Se você

me perguntar como é a vida nessa comunidade, posso te dizer que viver em comunidade é outra disciplina que exige esforco. Eventualmente os relacionamentos não são amorosos . Às

vezes meu irmão pode achar que eu, por não estar correspondendo à suas expectativas, é que sou o "elemento traidor dessa fraternidade". Por isso é importante que a solitude preceda a

comunidadepois então só vamos encontrar o irmão após nos sentirmos incondicionalmente amados por Deus. Se não agirmos assim vamos esperar ou exigir que

nossos irmãos nos deem o que só o Pai pode dar e aí podemos destruir o grupo por causa de nossas carências.

O objetivo da vida em comunidade e aprender juntos sobre a vida do Espirito em nós e entre nós dando a ele a liberdade para que ele realize esse passeio em nossas vidas.

Ministério

Henri Nouwen refere ter vivenciado um abraço amoroso de Deus no convívio e pastoreio de

pessoas deficientes tanto física como mentalmente na comunidade A ARCA, dirigida por Jean

Vanier. Foi nesse trabalho junto aos "pobres de espirito a quem foi dado o Reino dos Céus" que sentiu que lá era o seu lugar de trabalho e de lutas; onde via sua luz e a sua sombra e no

ministério descobriu sua real identidade.

Para uma vida no Ministério precisamos de perdão e celebração. Perdão porque todos temos

feridas e somos imperfeitos e nem sempre meu irmão pode dar o que preciso e quando faço disso motivo de discórdia é que posso estar idolatrando a mim mesmo como me ensina Mateus:

21 Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?”

22 Jesus respondeu: “Eu lhe digo: Não até sete, mas até setenta vezes sete. Mateus 18.22

Celebração

Preciso receber e me alegrar com o dom dos irmãos como um reflexo de Deus. Alguem já disse que o dom é um pedacinho do amor do Pai que nos empresta para cuidarmos uns dos outros.

Meus dons dados por Deus servem à comunidade e retornam para mim de modo que eu e todos nos alegramos com isso.

Jesus fez os discípulos olharem o ministério que vinha pela frente conscientizando-os de suas

pobrezas, fomes e rejeições. E avisa-os para regozijarem-se com isso, celebrarem, pois essas pobrezas, fomes e rejeições não darão a última palavra. Deus é que dá essa última palavra.

Boa meditação! Escreva abaixo sua oração:

Jorge Wilson

Outras meditações em:http://www.ibmorumbi.com.br/intercessao/meditacoes.asp ou no nosso

blog: http://jwilson.blog.uol.com.br

Textos Bíblicos – CDROM – NVI -Concordância Exaustiva da Bíblia Sagrada.

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9. No topo da montanha 28 Mais ou menos uma semana depois de ter dito essas coisas, Jesus levou Pedro, João e Tiago

e subiu o monte para orar. 29 Enquanto orava, o seu rosto mudou de aparência, e a sua roupa ficou muito branca e brilhante. 30 De repente, dois homens apareceram ali e começaram a

falar com ele. Eram Moisés e Elias, 31 que estavam cercados por um brilho celestial. Eles falavam com Jesus a respeito da morte que, de acordo com a vontade de Deus, ele ia sofrer em

Jerusalém. 32 Pedro e os seus companheiros estavam dormindo profundamente, mas acordaram e viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. 33 Quando esses

dois homens estavam se afastando de Jesus, Pedro disse: -Mestre, como é bom estarmos aqui!

Vamos armar três barracas: uma para o senhor, outra para Moisés e outra para Elias. Pedro não sabia o que estava dizendo. 34 Ele ainda estava falando, quando apareceu uma nuvem e

os cobriu. Os discípulos ficaram com medo quando a nuvem desceu sobre eles. 35 E da nuvem veio uma voz, que disse: -Este é o meu Filho, o meu escolhido. Escutem o que ele diz!

36 Quando a voz parou, eles viram que Jesus estava sozinho. Os discípulos ficaram calados e naquela ocasião não disseram nada a ninguém sobre o que tinham visto. (Lucas 9:28-36 BLH)

“Como é bom estarmos aqui”

Jesus foi ao monte com o propósito de orar e levou Pedro, Tiago e João. Enquanto orava sua

aparência e de suas vestes foram se modificando: o seu rosto mudou de aparência, e a sua roupa ficou muito branca e brilhante. Seus discípulos, que haviam dormido, de repente

acordaram com tanta luz e de alguma forma souberam que eram Moisés e Elias que conversavam com Jesus. O assunto que conversavam? Era a partida de Jesus.

Pedro ficou tão empolgado com aquele momento que queria perpetuá-lo: : -Mestre, como é bom estarmos aqui! Vamos armar três barracas: uma para o senhor, outra para Moisés e outra

para Elias.

(Mas até aí, Pedro não sabia o que estava dizendo, ele não sabia da nuvem nem da voz que iria

ouvir dizer - Este é o meu Filho, o meu escolhido. Escutem o que ele diz !).

A experiência do topo da montanha.

Ter uma experiência com a voz e o amor do Pai, marcou para sempre a vida de Pedro e seu

ministério, como ele mesmo diria posteriormente em sua carta:

16 Nós não estávamos contando coisas inventadas quando anunciamos a vocês a vinda

poderosa do nosso Senhor Jesus Cristo, pois com os nossos próprios olhos nós vimos a sua grandeza. 17 Nós estávamos lá quando Deus, o Pai, lhe deu honra e glória. A voz da Suprema

Glória veio e disse a ele: "Este é o meu Filho querido, que me dá muita alegria!" 18 Nós mesmos ouvimos essa voz que veio do céu quando estávamos com o Senhor Jesus no monte

sagrado. (2 Pedro 1:16-18 BLH)

Se você me perguntar como conseguir essa experiência eu só diria que ela começa com a

nossa intenção de uma maior intimidade com o Pai - subir a montanha. E acaba com a obra do Espírito Santo em nós – esperar a nuvem.

Henri Nouwen , nos diz:

Embora alguns tenham experiências únicas da presença de Deus e, por isso, tenham missões

únicas para anunciar ao mundo a presença de Deus, todos nós – culto ou inculto, rico ou pobre, pessoas públicas ou comuns – podemos receber a graça de ver a Deus na completude dos tempos.

Essa experiência mística não é reservada a algumas pessoas especiais. Deus quer oferecer esse presente de uma maneira ou de outra a todos os Seus filhos”. Mas temos de desejar isso.

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

Devemos estar atentos e interiormente alertas. Para algumas pessoas, a experiência da completude dos tempos vem de um modo espetacular, como ocorreu a Paulo, quando ele caiu por

terra a caminho de Damasco (ver At 9:3-4). Para alguns de nós, porém, ele vem com um som murmurante ou uma leve brisa que toca nossas costas (ver I Rs 19:13). Deus nos ama a todos e

quer que todos o saibam de um modo muito pessoal.*

Moisés viu a sarça arder e o mar abrir. Mas Elias só sentiu a brisa.

O que importa é que ambos se sentiram amados.

Boa meditação!

Jorge Wilson

* - Henri Nouwen – Pão para o caminho – Ed. Loyola. São Paulo, 1999, pág.407

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10. Não mude de lado O custo do ministério

Um professor da Lei se levantou e, querendo encontrar alguma prova contra Jesus, perguntou: -Mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna? Jesus respondeu: -O que é que as

Escrituras Sagradas dizem a respeito disso? E como é que você entende o que elas dizem? O homem respondeu: -"Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com

todas as forças e com toda a mente. E ame o seu próximo como você ama a você mesmo." -A sua resposta está certa! -disse Jesus. -Faça isso e você viverá. Porém o professor da Lei,

querendo se desculpar, perguntou: -Mas quem é o meu próximo? Jesus respondeu assim: -Um

homem estava descendo de Jerusalém para Jericó. No caminho alguns ladrões o assaltaram, tiraram a sua roupa, bateram nele e o deixaram quase morto. Acontece que um sacerdote

estava descendo por aquele mesmo caminho. Quando viu o homem, tratou de passar pelo outro lado da estrada. Também um levita passou por ali. Olhou e também foi embora pelo outro lado

da estrada. Mas um samaritano que estava viajando por aquele caminho chegou até ali. Quando viu o homem, ficou com muita pena dele. Então chegou perto dele, limpou os seus ferimentos

com azeite e vinho e em seguida os enfaixou. Depois disso, o samaritano colocou-o no seu próprio animal e o levou para uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, entregou duas

moedas de prata ao dono da pensão, dizendo: -Tome conta dele. Quando eu passar por aqui na volta, pagarei o que você gastar a mais com ele. Então Jesus perguntou ao professor da Lei: -

Na sua opinião, qual desses três foi o próximo do homem assaltado? -Aquele que o socorreu! -respondeu o professor da Lei. E Jesus disse: -Pois vá e faça a mesma coisa. (Lucas 10:25-37

BLH)

Um homem , conhecedor da Lei, escuta Jesus e no final faz-lhe uma pergunta : -Mestre, o que

devo fazer para conseguir a vida eterna?

Jesus lhe devolve a pergunta e após a resposta desse homem, Jesus o elogia. No entanto o encontro com o Mestre mexe com as pessoas. Esse homem, antes preocupado com Jesus,

agora se preocupa com si próprio, pois quer desculpar-se, justificar-se. Não entendera o significado das próprias palavras que acabava de proferir. E Jesus, para ajudá-lo, conta a

Parábola do Bom Samaritano.

(Leia novamente essa parábola, várias vezes. Em cada uma delas , coloque-se no lugar de cada

personagem).

O cenário.

A sociedade da época era formada por elementos religiosos (que tinham status) e o israelita comum – todos eles juntos formavam uma espécie de insiders. Quaisquer outros estavam de

fora e eram considerados outsiders . No caso dos samaritanos, estes eram outsiders, pois derivados das tribos do Norte que se miscigenaram com outros povos – eram geneticamente

“mestiços” e o seu judaísmo também era “mestiço” - não seguiam a lei como os insiders - eram tidos como “contaminados” . Para a estrutura social daquele tempo seria totalmente

desaconselhável lidar com samaritanos.

-(O céu seria “pequeno demais” para judeus e samaritanos!)

O outro lado da estrada

Os dois primeiros homens, um sacerdote e um levita – pessoas da religião oficial - um de cada

vez, perceberam que havia alguém muito machucado a ponto de ambos o considerarem “meio-

morto”. Optaram por passar ao ladopois para ter certeza que o homem “meio-morto” estava vivo ou não, precisariam tocá-lo e com isso poderiam cometer impureza ritual (conforme Lv

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21:1- o sacerdote estaria contaminado se tocasse em pessoas mortas). Preferiram não arriscar,

talvez estivessem até em viagem para fins religiosos e não poderiam chegar cerimonialmente impuros ao lugar de destino. Na luta entre a compaixão e a pureza cerimonial, prevaleceu esta

última.

Literalmente contornaram o problema . O outro lado da estrada ofereceu a solução.

(- Talvez até pensassem:- “E se eu não conseguisse mesmo salvar aquela vida? Quem garante?”).

Meus velhos mapas...

Talvez os ouvintes da parábola (israelitas) estivessem esperando que agora Jesus dissesse que

chegou um israelita leigo e resolveu a parada. Talvez até os anticlericais pensassem assim.Mas quem esperaria que Jesus introduzisse a figura de um samaritano na história? Jesus, com essa

parábola, quebrou os paradigmas da época quando lhes ensinou que o Reino de Deus não tem barreiras e que o sofrimento das pessoas é mais importante que nossas

convicções teológicas, religiosas, partidárias- conservadoras ou progressistas, denominacionais, nacionalistas, raciais, étnicas, culturais, financeiras, de educação, etc...

Ou seja, aplicando a mim mesmo essa parábola percebo agora que os meus “velhos mapas” onde eu delimitava os limites entre pessoas e tipos de pessoas - onde eu categorizava quem

eram meus insiders e meus outsiders, agora não servem mais. Leiam o que ensinou o apóstolo Paulo, que durante muito tempo considerou Jesus um outsider:

Desse modo não existe diferença entre judeus e não-judeus, entre escravos e pessoas

livres, entre homens e mulheres: Todos vocês são um só por estarem unidos com Cristo Jesus. (Gálatas 3:28 BLH)

Ministério tem seu custo

A opção do sacerdote e do levita em manter “pureza ritual ou cerimonial” determinava nesse caso que uma

vida continuasse em risco. Só que eles esqueceram que obrigações religiosas não são desculpa para falta de

amor. Eles esqueceram-se de que a mesma Lei previra que os sacerdotes também poderiam se purificar, se

contaminados (Lv caps. 4 a 6) o que lhes custaria algo, ou seja, abrir mão de alguns novilhos sem defeito

para os sacrifícios rituais! Com toda certeza, o samaritano gastou muito mais do que alguns novilhos para

recuperar o judeu ferido, pois a cifra ($$$) que deixou com o dono da hospedaria cobriria dois meses de

hospedagem e ainda poderia ter que pagar algo a mais no retorno!

Quem é o “meio-morto”?

Eventualmente pode ser até eu mesmo. Aquele homem ferido viu passar diante de si toda a

hierarquia social judaica de seu tempo. Descobriu que quando não há Compaixão, um “meio-morto” pode “deslocar” as pessoas para o lado oposto da estrada .

Provavelmente foi nesse mesmo lado que Jesus encontrou o professor da Lei que queria

justificar-se. Provavelmente é nesse lugar onde Ele me encontra quando reluto em aceitar que determinados pecadores que categorizei – meus outsiders - possam adorá-Lo e ainda por

cima, fazer isso sentados ao meu lado!

Andar no lado certo tem preço, mas também pode ter alegria.

Jorge Wilson

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11. O poder de Deus ou o Deus do poder?

17 Os setenta e dois voltaram muito alegres e disseram a Jesus: -Até os demônios nos

obedeciam quando, pelo poder do nome do senhor, nós mandávamos que saíssem das pessoas! 18 Jesus respondeu: -De fato, eu vi Satanás cair do céu como um raio. 19 Escutem! Eu dei a

vocês poder para pisarem cobras e escorpiões e para, sem sofrerem nenhum mal, vencerem a força do inimigo. 20 Porém não fiquem alegres porque os espíritos maus lhes obedecem, mas

sim porque o nome de cada um de vocês está escrito no céu. 21 Naquele momento, pelo poder do Espírito Santo, Jesus ficou muito alegre e disse: -Ó Pai, Senhor do céu e da terra, eu te

agradeço porque tens mostrado às pessoas sem instrução aquilo que escondeste dos sábios e dos instruídos. Sim, ó Pai, tu tiveste prazer em fazer isso. 22 -O meu Pai me deu todas as

coisas. Ninguém sabe quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém sabe quem é o Pai, a não ser

o Filho e também aqueles a quem o Filho quiser mostrar quem o Pai é. 23 Então Jesus virou-se para os discípulos e disse só para eles: -Felizes são as pessoas que podem ver o que vocês

estão vendo! 24 Eu afirmo a vocês que muitos profetas e reis gostariam de ter visto o que vocês estão vendo, mas não puderam; e gostariam de ter ouvido o que vocês estão ouvindo,

mas não ouviram. (Lucas 10:17-24 BLH)

Setenta e dois alegres

Os discípulos haviam retornado muito alegres com sua experiência no ministério e Jesus lhes fala sobre o que ocorre nos bastidores da obra de Deus :-De fato, eu vi Satanás cair do céu

como um raio. . 19 Escutem! Eu dei a vocês poder para pisarem cobras e escorpiões e para, sem sofrerem nenhum mal, vencerem a força do inimigo. É provável que “cobras e escorpiões “

fossem no sentido figurado (muito embora Paulo escapasse uma vez quando uma víbora enroscou-se em seu braço – At. 28:3-5).

O que Jesus quis dizer é que devemos ter nossas prioridades no lugar certo, principalmente aquela nossa alegria fundamental. A verdadeira alegria dos discípulos (e nossa) não deveria

ser a vitória sobre os espíritos imundos , pois os homens dos quais os espíritos maus foram expelidos morreriam no seu devido tempo – são seres humanos. Muito mais importante é ter

os nomes arrolados nos céus. Aí é onde devemos ancorar nossa alegria.

A oração

E Jesus, então muito alegre, fez uma oração onde fala da compaixão e da grandeza do Pai. É

uma verdadeira oração de Ação de Graças : Naquele momento, pelo poder do Espírito Santo, Jesus ficou muito alegre e disse: -Ó Pai, Senhor do céu e da terra, eu te agradeço porque tens

mostrado às pessoas sem instrução aquilo que escondeste dos sábios e dos instruídos. Sim, ó Pai, tu tiveste prazer em fazer isso. 22 -O meu Pai me deu todas as coisas. Ninguém sabe quem

é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém sabe quem é o Pai, a não ser o Filho e também aqueles a quem o Filho quiser mostrar quem o Pai é.

É só através de Jesus podemos ter a certeza de ter nossos nomes no Livro da Vida. "Aqueles que conseguirem a vitória serão vestidos de branco, e eu não tirarei o nome deles do Livro da

Vida. Eu declararei abertamente, na presença do meu Pai e dos seus anjos, que eles pertencem a mim. (Apocalipse 3:5 BLH)

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É só através dEle que podemos conhecer o Pai conforme ele é. Jesus respondeu: -Faz tanto

tempo que estou com vocês, Filipe, e você ainda não me conhece? Quem me vê vê também o Pai. Por que é que você diz: "Mostre-nos o Pai"? (João 14:9 BLH)

Os muitos “Filipes”

Muitas vezes somos como Filipe. Andamos de igreja em igreja como que pedindo: Mostre-me

Deus, prove que ele está aqui! Exigimos provas da Sua presença (do poder de Deus) e, quando não vemos, vamos para mais outra igreja esquecendo-nos do ensino do Deus do

poder: e eu não tirarei o nome deles do Livro da Vida. Eu declararei abertamente, na presença do meu Pai e dos seus anjos, que eles pertencem a mim. (Apocalipse 3:5 BLH)

Para encontrar Deus, só precisamos olhar para Jesus!

Boa meditação!

Jorge Wilson

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12. Pode comer : não é pedra , é pão !

Acreditando na bondade e eficiência do Doador

Disse-lhes ainda Jesus: Qual dentre vós, tendo um amigo, e este for procurá-lo à meia-noite e

lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois um meu amigo, chegando de viagem, procurou-me, e eu nada tenho que lhe oferecer.E o outro lhe responda lá de dentro, dizendo:

Não me importunes; a porta já está fechada, e os meus filhos comigo também já estão deitados. Não posso levantar-me para tos dar; digo-vos que, se não se levantar para dar-lhos

por ser seu amigo, todavia, o fará por causa da importunação e lhe dará tudo o de que tiver

necessidade.

Por isso, vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á. Qual dentre vós é o

pai que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir um peixe, lhe dará em lugar de peixe uma cobra? Ou, se lhe pedir um ovo lhe dará um escorpião? Ora, se vós, que

sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? (Lucas 11:5-13 RA)

Esse texto nos traz vários a ensinos que englobam não só a oração de quem pede, assim como a resposta à oração.

Inicialmente Jesus nos ensina sobre a insistência na oração, pois é quando incomodamos o “vizinho” (nosso Pai) que recebemos os três pães que irão abastecer nossa despensa.. Paulo

nos ensina que somos “despenseiros dos mistérios de Deus” (I Co 4:1) e como tais precisamos encher a despensa para ter o que oferecer – para nós e para os outros! Nada

teremos se não recebermos. Nesse mesmo texto de I Coríntios o apóstolo pergunta à

espiritualmente orgulhosa igreja em Corinto: Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras

recebido? (1 Coríntios 4:7 RA).

(- É assim; por mim mesmo eu nada tenho que lhe oferecer).

O segundo ensinamento e não menos importante é que , a leitura da resposta à minha oração envolve o que sinto por meu Pai celeste , meu pai carnal e até o pai que eu

sou. O que faz Jesus quando pergunta? - Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir um peixe, lhe dará em lugar de peixe uma cobra? Ou,

se lhe pedir um ovo lhe dará um escorpião? Ele provoca nossa paternidade (ou maternidade) e até nossa própria história e nos faz ver que: se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas

aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem.

Em primeiro lugar temos a confiança de que se pedirmos “errado”,nossa persistência na

oração jamais irá sobrepujar alguma indisposição da parte do Pai quanto a responder aos pedidos dos seus filhos – meu Pai é responsável!

Em segundo lugar, meu Pai – que é bom - jamais me dará algo ruim ou mesmo um “prêmio

de consolação”. Seria um comportamento incrível, diz Jesus, da parte de qualquer pai terreno, por pior que fosse, zombar do filho dando-lhe alguma coisa que o filho pede mas, de

fato, basicamente diferente - pedra em vez de pão, cobra em vez de peixe. Não devo fazer pouco caso às respostas à minha oração. Meu Pai é absolutamente fiel – mesmo que às

vezes eu não entenda!

Corrigindo a “leitura” (entendendo e arrumando a despensa).

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Nas minhas madrugadas em que busco meu Pai, devo lembrar que:

Meu Pai não dá “pedra”, mas pão.

Meu Pai não dá “cobra”, mas peixe.

Meu Pai não dá “escorpião”, mas dá ovo.

Eu é que devo ter o cuidado de:

· Não chamar de “pedra” àquilo que Ele chama de pão

· Não chamar de “cobra” àquilo que Ele chama de peixe

· Não chamar de “escorpião” àquilo que Ele chama de ovo.

- Mas isso só acontecerá se eu não duvidar de Seu amor!

Querido leitor(a). Sou de carne e osso igual à você. Reconheço que, às vezes, nas minhas

“madrugadas”, as respostas às minhas orações me deixam perplexo. No entanto são nessas “madrugadas” que preciso pedir ,antes de tudo, a ajuda do Alto, pois aprendi que o Pai

celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem.

Se eu tenho o Doador, não preciso me preocupar com a doação. A partir daí a minha

despensa fará sentido – para mim e para os meus hóspedes!

Nas suas “madrugadas”, peça ajuda ao Espírito para entender as respostas do Alto. E

enquanto isso, cuidado para não chamar de “pedra” àquilo que o Pai está chamando de pão!

Boa meditação!

Jorge Wilson

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13. Jesus cuida de sua mente e coração

13 - Um homem que estava no meio da multidão disse a Jesus: - Mestre, mande o meu irmão

repartir comigo a herança que o nosso pai nos deixou.14 - Jesus disse: - Homem, quem me deu o direito de julgar ou de repartir propriedades entre vocês?15 - E continuou, dizendo a todos: -

Prestem atenção! Tenham cuidado com todo tipo de avareza porque a verdadeira vida de uma pessoa não depende das coisas que ela tem, mesmo que sejam muitas.16 - Então Jesus contou

a seguinte parábola: - As terras de um homem rico deram uma grande colheita.17 - Então ele começou a pensar: "Eu não tenho lugar para guardar toda esta colheita. O que é que vou fazer?

18 - Ah! Já sei! - disse para si mesmo. - Vou derrubar os meus depósitos de cereais e construir

outros maiores ainda. Neles guardarei todas as minhas colheitas junto com tudo o que tenho.19 - Então direi a mim mesmo: Homem feliz! Você tem tudo de bom que precisa para muitos anos.

Agora descanse, coma, beba e alegre-se. "20 - Mas Deus lhe disse: "Seu tolo! Esta noite você vai morrer; aí quem ficará com tudo o que você guardou?"21 - Jesus concluiu: - Isso é o que

acontece com aqueles que juntam riquezas para si mesmos, mas para Deus não são ricos.22 - Então Jesus disse aos seus discípulos: - É por isso que eu digo a vocês: não se preocupem com

a comida que precisam para viver nem com a roupa que precisam para se vestir.23 - Pois a vida é mais importante do que a comida, e o corpo é mais importante do que as roupas.24 -

Vejam os corvos: não semeiam, não colhem, não têm despensas nem depósitos, mas Deus dá de comer a eles. Será que vocês não valem muito mais do que os pássaros?25 - Qual de vocês

pode encompridar a sua vida, por mais que se preocupe com isso?26 - Portanto, se vocês não podem conseguir uma coisa assim tão pequena, por que se preocupam com as outras?27 -

Vejam como crescem as flores do campo: elas não trabalham, nem fazem roupas para si mesmas. Mas eu afirmo a vocês que nem mesmo Salomão, sendo tão rico, usava roupas tão

bonitas como uma dessas flores.28 - É Deus quem veste a erva do campo, que hoje está aqui e

amanhã desaparece, queimada no forno. Então é claro que ele vestirá também vocês, que têm uma fé tão pequena!29 - Portanto, não fiquem aflitos, procurando sempre o que comer ou o

que beber.30 - Pois os pagãos deste mundo é que estão sempre procurando todas essas coisas. O Pai de vocês sabe que vocês precisam de tudo isso.31 - Portanto, ponham em primeiro lugar

na sua vida o Reino de Deus, e Deus lhes dará todas essas coisas.32 - Jesus continuou: - Meu pequeno rebanho, não tenha medo! Pois o Pai tem prazer em dar o Reino a vocês. Lucas 12

Primeiro ato

Jesus é acionado por um homem que pedia para Jesus intervir a seu favor – fazer seu irmão

repartir a herança com ele. Jesus ensina a este homem que quer fazer Jesus persuadir seu irmão a dividir a herança a que não tem direito. O ensino de Jesus tem a ver com a avareza e

os diálogos interiores do ser humano com sua própria mente e seu coração.

O homem e o diálogo com sua mente

As terras de um homem rico deram uma grande colheita.17 - Então ele começou a pensar: "Eu não tenho lugar para guardar toda esta colheita. O que é que vou fazer?

18 - Ah! Já sei! - disse para si mesmo. - Vou derrubar os meus depósitos de cereais e construir

outros maiores ainda. Neles guardarei todas as minhas colheitas junto com tudo o que tenho.

O homem e o diálogo com sua alma

19 - Então direi a mim mesmo (alma): Homem feliz! Você tem tudo de bom que precisa para muitos anos. Agora descanse, coma, beba e alegre-se. "

Deus diz ao homem:

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

20 - Mas Deus lhe disse: "Seu tolo! Esta noite você vai morrer; aí quem ficará com tudo o que

você guardou?"

No v. 15 Jesus faz uma advertência, uma declaração de princípios: “ A vida de um homem não

consiste na abundância dos bens que possui.” (Ed Revista e Atualizada) Este homem não tem sabedoria para utilizar suas riquezas pois não pensa nos outros e cá entre nós , nem pensa em

ter uma vida de maior qualidade para si, ou seja, usufruir melhor aquilo que ele realmente tem – o momento. (Pois o passado já passou e o futuro...?)

As palavras de Jesus até aqui foram dirigidas ao homem e à multidão. Mas, a partir do versículo 22 Jesus vem cuidar de seus discípulos pegando gancho no que havia acontecido com o homem

da herança. Jesus agora vem falar sobre a preocupação e a ansiedade.

Segundo ato - Jesus cuida da mente dos discípulos

A espiritualidade cristã se diferencia das demais por colocar mente e coração em sintonia um com o outro e ambos com o Pai. Jesus faz seus discípulos observarem , a partir daquele

momento, os fatos já conhecidos da vida comum. Leia:

24 - Vejam os corvos: não semeiam, não colhem, não têm despensas nem depósitos, mas Deus

dá de comer a eles. Será que vocês não valem muito mais do que os pássaros?25 - Qual de

vocês pode encompridar a sua vida, por mais que se preocupe com isso? 26 - Portanto, se vocês não podem conseguir uma coisa assim tão pequena, por que se

preocupam com as outras? 27 - Vejam como crescem as flores do campo: elas não trabalham, nem fazem roupas para si

mesmas. Mas eu afirmo a vocês que nem mesmo Salomão, sendo tão rico, usava roupas tão bonitas como uma dessas flores.

28 - É Deus quem veste a erva do campo, que hoje está aqui e amanhã desaparece, queimada no forno.

Agora, Jesus ajuda seus discípulos a acalmar suas mentes preocupadas:

Então é claro que ele vestirá também vocês, que têm uma fé tão pequena!

Terceiro ato - Agora , Jesus fala aos corações ansiosos deles:

29 - Portanto, não fiquem aflitos, procurando sempre o que comer ou o que beber.30 - Pois os

pagãos deste mundo é que estão sempre procurando todas essas coisas. O Pai de vocês sabe que vocês precisam de tudo isso.31 - Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino

de Deus, e Deus lhes dará todas essas coisas.

(E agora fazendo-os sentir o amor carinhoso do Pai)

32 - Jesus continuou: - Meu pequeno rebanho, não tenha medo! Pois o Pai tem prazer em dar o

Reino a vocês.

Foi assim que Jesus cuidou das mentes e dos corações dos discípulos. Fale para Ele sobre como

está sua mente e seu coração hoje. deixe que ele cuide de sua mente lembrando o cuidado dEle por você no passado e no presente. Deixe especialmente que Ele possa comunicar ao seu

coração o que comunicou ao coração dos seus discípulos.

- Meu pequeno rebanho, não tenha medo! Pois o Pai tem prazer em dar o Reino a vocês.

Boa meditação!

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

14. Conversão – aqui e agora

1 Naquela mesma ocasião algumas pessoas chegaram e começaram a comentar com Jesus como Pilatos havia mandado matar vários galileus, no momento em que eles ofereciam

sacrifícios a Deus. 2 Então Jesus disse: -Vocês pensam que, se aqueles galileus foram mortos desse jeito, isso quer dizer que eles pecaram mais do que os outros galileus? 3 De modo

nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram. 4 E lembrem daqueles dezoito, do bairro de Siloé, que foram

mortos quando a torre caiu em cima deles. Vocês pensam que eles eram piores do que os outros que moravam em Jerusalém? 5 De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se

arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram. (Lucas 13:1-5

BLH)

Jesus recebe a notícia da morte dos galileus por Pilatos. Parece que alguns galileus haviam ido a

Jerusalém para adorar e talvez tivessem posicionamento político contra os romanos (Josefo – comentário na Bíblia Vida Nova Lc 13:1). Pilatos então além de matá-los misturou o sangue das

vítimas com os sacrifícios que prestavam (forte, não?). Talvez os judeus que deram a notícia a Jesus a citassem com uma certa aprovação, pois era comumente sustentado àquela época que

a desgraça era uma conseqüência do pecado (ver João 9:2).

Jesus lembra o acidente da torre e então conclama os seus ouvintes ao arrependimento e

chama ao fato de que existem dois tipos de ouvintes – arrependidos e não-arrependidos e são estes últimos que perecerão.

Quando eu olho os homens de rua, os aidéticos, os drogados, os bêbados, as vítimas dos terremotos e maremotos etc... com olhos de julgamento, Jesus me convoca à conversão, ao

arrependimento. O que será que estou fazendo com tanto livro cristão que já li,tanto sermão que ouvi e tanto louvor que já louvei?

O curioso é que Jesus faz dessas vítimas – galileus, operários da torre, drogados, homens de

rua, aidéticos, bêbados e as vítimas de terremotos e maremotos – nossos evangelizadores. Só depende do meu olhar sem preconceito.

Se ainda assim minha conversão a ouvinte arrependido estiver difícil e o juízo sobre outras pessoas quer me dominar (ou a você), escutemos e pratiquemos o que Jesus disse a Pedro

quando ele quis saber o que aconteceria a João?

21 Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus: -O que diz, Senhor, a respeito deste

aqui? 22 Jesus respondeu: - Se eu quiser que ele viva até que eu volte, o que é que você tem com isso?

22 Venha comigo! (João 21:21-22 BLH)

Boa meditação!

Jorge Wilson

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

15. O fermento É sempre você quem leva

Jesus continuou: - Que comparação poderei usar para o Reino de Deus? 21 Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura em três medidas de farinha, até que ele se espalhe

por toda a massa. (Lucas 13:20-21 BLH)

Jesus, para surpresa de todos, ensina que o Reino de Deus é como a ação do fermento.

Naquela época fermento tinha a conotação de algo ”impuro”, tanto assim que os pães servidos no Templo para fins cerimoniais eram sem fermento . Portando essa afirmação de Jesus deve

ter soado estranha – totalmente revolucionária - para os judeus da época pois fermento soava

assim como ... corrupção, impureza!

O fermento.

O Dicionário define fermento como: Massa velha de farinha que azedou e da qual se põe um pouquinho na massa do pão para fazê-la crescer. Simboliza o crescimento tanto do bem (Mt

13.33) como do mal (Gl 5.9).

O Evangelho tem um poder transformador invisível especialmente na vida do discípulo que ama

a seu Mestre. O fermento de que Jesus fala, além de mudar o indivíduo, pode modificar a sociedade e a cultura. O cristianismo tem uma influência notável na vida das pessoas mesmo os

pobres, viúvas, órfãos, desvalidos de qualquer tipo, etc. Além disso, essa comparação com o fermento como algo que se mistura vem trabalhar meu preconceito, pois o fermento se propaga

por toda a massa sem distinção. Lembra-se da Parábola do Bom Samaritano que tendo sido considerado socialmente como um impuro Jesus o fez o herói da história?

Jesus nos ensina que nosso Pai trabalha sempre e em um nível que não conseguimos perceber. Se meu Pai trabalha sempre em minha vida a questão principal é: Não pensar naquilo que

acontece comigo mas, o que estou fazendo com as coisas que estão acontecendo em

minha vida? Como realizar a obra (com as pessoas) que meu Pai já colocou em andamento? Qual a minha parte nessa parceria com Ele?

O fermento trabalha de modo silencioso e invisível no coração humano. Nosso dia-a-dia é permeado pelo “sagrado” todos os dias e todas as horas. Quando lembro isso as cores voltam

à minha paleta e o mundo que eu pinto fica mais colorido.

Se você ama ao Pai e vai procurar aquelas pessoas a quem você ama, e que ainda não O

conhecem, o fermento...é sempre você quem leva!

CD ROM – Dicionário Bíblico Almeida

Boa meditação!

Jorge Wilson

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16. Você tem um destino de felicidade!

Suas circunstâncias não dão a última palavra

12 Naquela ocasião, Jesus subiu um monte para orar e passou a noite orando a Deus. 13 Quando amanheceu, chamou os seus discípulos e escolheu doze deles. E deu o nome de

apóstolos a estes doze: 14 Simão, em quem pôs o nome de Pedro, e o seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15 Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Simão, o nacionalista; 16

Judas, filho de Tiago; e Judas Iscariotes, que foi o traidor. 17 Jesus desceu do monte com eles e parou com muitos dos seus seguidores num lugar plano. Uma grande multidão estava ali. Era

gente de toda a Judéia, de Jerusalém e das cidades de Tiro e Sidom, que ficam na beira do mar.

18 Eles tinham vindo para ouvirem Jesus e para serem curados das suas doenças. Os que estavam atormentados por espíritos maus também vieram e foram curados. 19 Todos queriam

tocar em Jesus porque dele saía um poder que curava todas as pessoas. 20 Jesus olhou para os seus discípulos e disse: -Felizes são vocês, os pobres, pois o Reino de Deus é de vocês. 21 -

Felizes são vocês que agora têm fome, pois vão ter fartura. -Felizes são vocês que agora choram, pois vão rir. 22 -Felizes são vocês quando os odiarem, rejeitarem, insultarem e

disserem que vocês são maus por serem seguidores do Filho do Homem. 23 Fiquem felizes e muito alegres quando isso acontecer, pois uma grande recompensa está guardada no céu para

vocês. Pois os antepassados dessas pessoas fizeram essas mesmas coisas com os profetas. (Lucas 6:12-23 BLH)

Cenário

Jesus estava vivendo a decisão de escolher quem iria continuar sua obra de evangelização.

Queria escolher um time entre os discípulos mas, seriam realmente necessárias essas doze pessoas e por que não um time maior? Ele, que era “um com Deus” precisaria orar uma noite

inteira para fazer essa escolha? Ou será que essa intimidade com o Pai não era tão grande assim?

A ida ao monte para de orar

A verdade é que Jesus, que veio como ser humano, nos dá o exemplo ensinando-nos a buscar a

face do Pai .Quanto mais ocupados, mais precisamos orar para sabermos como agir pois o Espírito Santo trabalha em nossa percepção , nossos insights, preparando-nos para a tarefa a

realizar no Reino de Deus.

Descendo do monte

Ir a esse monte da oração é muito bom, recomendo fazer isso todos os dias. Logicamente o seu monte será o seu lugar de . Ir a esse monte orar é muito bom mas quando descemos dele e

abrimos nossos olhos a vida está aí mesmo diante de nós com todas a suas peripécias e

dificuldades. Com Jesus não foi diferente pois quando desceu desse monte com os discípulos (doze agora apóstolos ) encontrou o povo, e aí: 18 Eles tinham vindo para ouvirem Jesus e para

serem curados das suas doenças. Os que estavam atormentados por espíritos maus também vieram e foram curados. 19 Todos queriam tocar em Jesus porque dele saía um poder que

curava todas as pessoas.

(Dá para imaginar o tumulto?)

A planície e o foco nas pessoas

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

Foi na planície e de olhos abertos que os discípulos aprenderam que há um destino de felicidade

para os filhos de Deus. Não é teologia da prosperidade mas quando Jesus ensina -Felizes são vocês, os pobres, pois o Reino de Deus é de vocês ele não está abençoando a pobreza em si -

ela ,pode ser tanto uma maldição como uma bênção - mas está abençoando as pessoas que Ele ama – Seus discípulos – se são pobres ou não , o que importa é que são abençoados –têm

um Reino a herdar.

Igualmente quando diz -Felizes são vocês que agora têm fome, pois vão ter fartura. -Felizes são

vocês que agora choram, pois vão rir. O foco está sempre na pessoa - o discípulo abençoado e sempre há um destino de felicidade prometido para ele.

A última palavra

Carências, pobrezas, injustiças, perseguições não dão a última palavra em nossa vida. Não é no

monte, mas na planície da vida comum o lugar onde recebemos nosso destino de felicidade. Não precisamos ser notáveis ou fazer algo para merecê-lo. Você já notou que não soubemos o

destino da maior parte desses apóstolos abençoados :Bartolomeu, Filipe, André, Natanael e Simão – o zelote etc...eram pessoas comuns, iguais a nós e sua história não sabemos.

Mas não importa, o Reino de Deus sabe.

(A história deles... e a nossa!)

Boa meditação!

Jorge Wilson

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

17. Ainda bem que Jesus reclama

As expectativas de Jesus sobre nós

36 Um fariseu convidou Jesus para jantar. Jesus foi até a casa dele e sentou-se para comer. 37 Naquela

cidade morava uma mulher de má fama. Ela soube que Jesus estava jantando na casa do fariseu. Então

pegou um frasco feito de alabastro, cheio de perfume, 38 e ficou aos pés de Jesus, por trás. Ela chorava

e as suas lágrimas molhavam os pés dele. Então ela os enxugou com os seus próprios cabelos. Ela

beijava os pés de Jesus e derramava o perfume neles. 39 Quando o fariseu viu isso, pensou assim: "Se

este homem fosse, de fato, um profeta, saberia quem é esta mulher que está tocando nele e a vida de

pecado que ela leva." 40 Jesus então disse ao fariseu: -Simão, tenho uma coisa para lhe dizer: -Fale,

Mestre! -respondeu Simão. 41 Jesus disse: -Dois homens tinham uma dívida com um homem que

costumava emprestar dinheiro. Um deles devia quinhentas moedas de prata, e o outro, cinqüenta, 42

mas nenhum dos dois podia pagar ao homem que havia emprestado. Então ele perdoou a dívida de

cada um. Qual deles vai estimá-lo mais? 43 -Eu acho que é aquele que foi mais perdoado! -respondeu

Simão. -Você está certo! -disse Jesus. 44 Então virou-se para a mulher e disse a Simão: -Você está vendo

esta mulher? Quando entrei, você não me ofereceu água para lavar os pés, porém ela os lavou com as

suas lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. 45 Você não me beijou quando cheguei; ela, porém,

não pára de beijar os meus pés desde que entrei. 46 Você não pôs azeite perfumado na minha cabeça,

porém ela derramou perfume nos meus pés. 47 Eu afirmo a você, então, que o grande amor que ela

mostrou prova que os seus muitos pecados já foram perdoados. Mas onde pouco é perdoado, pouco

amor é mostrado. 48 Então Jesus disse à mulher: -Os seus pecados estão perdoados. 49 Os que

estavam sentados à mesa começaram a perguntar: -Que homem é esse que até perdoa pecados? 50

Mas Jesus disse à mulher: -A sua fé salvou você. Vá em paz. (Lucas 7:36-50 BLH)

Cenário

Nesse texto vemos um homem chamado Simão, fariseu, convidar Jesus para uma refeição. Aparentemente ia tudo bem quando uma mulher pecadora que se debruça sobre

os pés de Jesus chorando tanto que suas lágrimas serviram para de alguma forma lavar os pés do Mestre, Ela usa o seu cabelo, provavelmente bem tratado, como toalha e

derrama um caro perfume sobre os pés de Jesus complementando o ato – literalmente ela rouba a cena. O que passaria pela sua cabeça se você fosse o anfitrião. E o mais

importante: o que Jesus pensou disso tudo?

A parábola

Jesus rompe o silêncio com uma parábola e faz a pergunta:

- - Qual deles vai estimá-lo mais?

- - Eu acho que é aquele que foi mais perdoado! -respondeu Simão.

- - Você está certo! -disse Jesus.

Jesus reclamou da falta de intimidade

O interessante neste texto é que Jesus olha para a mulher, chama a tenção de Simão

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

para ela e reclama com o fariseu da sua resistência em ter a intimidade com Jesus: -

Quando entrei, você não me ofereceu água para lavar os pés, porém ela os lavou com as suas lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. 45 Você não me beijou quando cheguei.

A verdade é que nem as atitudes normais de um anfitrião educado foram dispensadas a Jesus por Simão. Talvez o fariseu não quisesse muita intimidade, mesmo.

A busca da intimidade com Jesus

Com a mulher é diferente, primeiro ao saber que Jesus estava na cidade ela programou

de certa forma a intimidade com Jesus (exemplo para nós que nos queixamos de não ter tempo de orar e nem de ler a Bíblia – a verdade é que se esperarmos o tempo

sobrar... isso nunca vai acontecer; ela foi precisa ao tomar a decisão quanto ao seu tempo).: Ela soube que Jesus estava jantando na casa do fariseu. Então pegou

um frasco feito de alabastro, cheio de perfume. Em segundo lugar ela ousou entrar na casa do fariseu, sem convite, para encontrar Jesus (exemplo para nós que, mesmo

com todo o acesso fácil a igrejas que temos em nosso país, muitas vezes resistimos à idéia de buscar a comunhão com os irmãos). Em terceiro lugar ela levou para esse

encontro o seu melhor um frasco de bálsamo que lhe custara muito caro . Em quarto lugar não perdeu tempo em ficar reparando nas pessoas que provavelmente torceram o

nariz à sua presença ou no ambiente, mas focou sua adoração em Jesus – exemplo para nós que torcemos o nariz quando achamos que o culto ou o louvor “não está bom” –

o problema de foco geralmente é nosso e não do culto. Não damos o melhor da nossa

espiritualidade no culto.

Leia novamente o texto de Lucas – duas vezes. Primeiro experimente se colocar no lugar

do fariseu – perceba Jesus reclamar de seu distanciamento dEle. E outra, na perspectiva da mulher – aprenda com ela a ser um grande devedor perdoado e agradecido.

Boa meditação!

Jorge Wilson

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

18. Pediram a Jesus que fosse embora , e Ele foi .

26 Jesus e os discípulos chegaram à região de Gerasa, no lado leste do lago da Galiléia. 27 Assim que Jesus saiu do barco, um homem daquela cidade foi

encontrar-se com ele. Esse homem estava dominado por demônios. Fazia muito tempo que ele andava sem roupas e não morava numa casa, mas vivia nos

túmulos do cemitério. 28 Quando viu Jesus, o homem deu um grito, caiu no chão diante dele e disse bem alto: - Jesus, Filho do Altíssimo Deus! O que o

senhor quer de mim? Por favor, não me castigue! 29 Ele disse isso porque Jesus havia mandado o espírito mau sair dele. Esse espírito o havia agarrado

muitas vezes. As pessoas chegaram até a amarrar os pés e as mãos do homem com correntes de ferro, mas ele as quebrava, e o demônio o levava para o

deserto. 30 Jesus perguntou a ele: - Como é que você se chama? -O meu nome é Multidão! -respondeu ele. (Ele disse isso porque muitos demônios

tinham entrado nele.) 31 Aí os demônios começaram a pedir com insistência a Jesus que não os mandasse para o abismo. 32 Muitos porcos estavam comendo

num morro ali perto. Os demônios pediram com insistência a Jesus que os

deixasse entrar nos porcos, e ele deixou. 33 Então eles saíram do homem e entraram nos porcos, que se atiraram morro abaixo, para dentro do lago, e se

afogaram. 34 Quando os homens que estavam tomando conta dos porcos viram o que havia acontecido, fugiram e espalharam a notícia na cidade e nos seus

arredores. 35 Muita gente foi ver o que havia acontecido. Quando chegaram perto de Jesus, viram o homem de quem haviam saído os demônios. E ficaram

assustados porque ele estava sentado aos pés de Jesus, vestido e no seu perfeito juízo. 36 Os que haviam visto tudo contaram ao povo como o homem

tinha sido curado. 37 Aí toda a gente da região de Gerasa ficou com muito medo e pediu que Jesus saísse da terra deles. Então Jesus subiu no barco e foi

embora. 38 E o homem de quem os demônios tinham saído implorou a Jesus: -Me deixe ir com o senhor! Mas Jesus o mandou embora, dizendo: 39 - Volte

para casa e conte o que Deus fez por você. Então o homem foi pela cidade, contando o que Jesus tinha feito por ele. (Lucas 8:26-39 BLH)

Cenário – a batalha espiritual.

No texto anterior Lucas 8:22-25, Jesus enfrenta poderes malignos

representados pela - tempestade de vento - que sabiam estar Jesus a caminho da terra dos gerasenos – forte reduto demoníaco .Tentaram afundar o barco e

matar Jesus e os discípulos antes que chegassem a região de Gerasa , mas

não conseguiram. Quando lemos o texto acima entendemos que a batalha espiritual já começa muito antes do que pensamos.

A terrível escolha.

Até poderiam ter dado as boas-vindas a Jesus mas aí toda a gente da região de

Gerasa ficou com muito medo. Talvez tivessem pensado: Que judeu é esse que faz estas coisas? E se ele quiser ficar aqui para sempre? Provavelmente

aceitariam bem a cura do endemoninhado pois poderiam voltar a freqüentar aquele cemitério sem problemas mas não gostaram do preço que pagaram.

Àquela época os benefícios econômicos eram mais importantes que os sociais (não é diferente hoje).

38

Igreja Batista Memorial de Alphaville

Perderam a chance

Os gerasenos ficaram assustados com o que viram. O encontro com Jesus e a

sanidade que Ele proporcionou àquele homem não conseguiu superar a preocupação deles com a economia local (criação de porcos) – não queriam

mudanças. Não conseguiam ver além dos porcos boiando mortos no mar e

talvez até preferissem se arriscar aos demônios exorcizados do homem.

E então toda a gente da região de Gerasa ficou com muito medo e pediu que

Jesus saísse da terra deles.

Então Jesus subiu no barco e foi embora.

Será que houve uma segunda chance para aquele povo? Não sabemos. Marcos, em seu evangelho, narra que o homem virou missionário em toda a Decápolis

(Mc 5:20) – região de dez cidades a nordeste da Palestina e que incluía a cidade de Damasco. Jesus ensina a esse homem que o verdadeiro

testemunho dá glória a Deus:- conte o que Deus fez por você. O homem curiosamente então conta o que Jesus tinha feito por ele. Provavelmente,

Lucas quer nos ensinar que o que Deus fizera, Jesus fizera.

E continua fazendo – não perca sua chance!

Boa meditação!

Jorge Wilson

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

19. Mas eu fiz tudo tão direitinho

40 ¶ Quando Jesus voltou para o lado oeste do lago, a multidão o recebeu com alegria, pois todos tinham ficado ali à espera dele. 41 Então chegou um homem chamado Jairo, que era

chefe da sinagoga daquele lugar. Ele se jogou aos pés de Jesus e pediu com insistência que fosse até a sua casa 42 porque a sua filha única, de doze anos, estava morrendo. Enquanto

Jesus ia caminhando, a multidão o apertava de todos os lados. 43 Nisto, chegou uma mulher que fazia doze anos que estava com uma hemorragia. Ela havia gastado com os médicos tudo

o que tinha, mas ninguém havia conseguido curá-la. 44 Ela foi por trás de Jesus e tocou na barra da capa dele, e logo o sangue parou de escorrer. 45 Aí Jesus perguntou: -Quem foi que

me tocou? Todos negaram. Então Pedro disse: -Mestre, todo o povo está rodeando o senhor e o está apertando. 46 Mas Jesus disse: -Alguém me tocou, pois eu senti que de mim saiu

poder. 47 Então a mulher, vendo que não podia mais ficar escondida, veio, tremendo, e se atirou aos pés de Jesus. E, diante de todos, contou a Jesus por que tinha tocado nele e como

havia sido curada na mesma hora. 48 Aí Jesus disse: -Minha filha, você sarou porque teve fé! Vá em paz. 49 Jesus ainda estava falando, quando chegou da casa de Jairo um empregado,

que disse: -Seu Jairo, a menina já morreu. Não aborreça mais o Mestre. 50 Jesus ouviu isso

e disse a Jairo: -Não tenha medo; tenha fé, e ela ficará boa. 51 Quando Jesus chegou à casa de Jairo, deixou que Pedro, João e Tiago entrassem com ele, além do pai e da mãe da

menina, e mais ninguém. 52 Todos os que estavam ali choravam e se lamentavam por causa da menina. Então Jesus disse: -Não chorem, a menina não morreu; ela está dormindo. 53 Aí

começaram a caçoar dele porque sabiam que ela estava morta. 54 Mas Jesus foi, pegou-a pela mão e disse bem alto: -Menina, levante-se! 55 Ela tornou a viver e se levantou

imediatamente. Aí Jesus mandou que dessem comida a ela. 56 Os seus pais ficaram muito admirados, mas Jesus mandou que não contassem a ninguém o que havia acontecido. (Lucas

8:40-56 BLH)

Jesus está retornando e é abordado por Jairo, chefe da sinagoga local ..Pois bem ,Jairo procura Jesus porque a vida de sua filha esta se esvaindo – sua única filha de doze anos de

idade.

A interrupção no caminho

Enquanto Jesus ia à casa de Jairo, algo é percebido por Jesus, que diz : -Alguém me tocou, pois eu senti que de mim saiu poder. Era uma mulher doente, como diz o texto. Uma

pessoa que usara de todos os recursos disponíveis àquela época para se tratar, mas sem efeito algum. Assim como a vida da filha de Jairo se esvaía, essa mulher também se esvaía

com sua hemorragia, literalmente.

Além das dificuldades de ordem prática de uma mulher com esse problema (dá para imaginar), haviam outras de ordem cerimonial , religiosas e até sociais. Leia:

25 A mulher que tiver hemorragia ou que continuar menstruada além do tempo normal ficará

impura como durante as regras. 26 Qualquer cama em que ela se deitar e qualquer coisa em que se sentar durante esse tempo ficarão impuras. 27 E quem tocar na cama ou naquilo em

que ela se sentou ficará impuro e deverá lavar a roupa que estiver vestindo e tomar um banho; e ficará impuro até o pôr-do-sol. (Levítico 15:25-27 BLH)

Em suma, era uma excluída social e religiosa que fez tudo tão direitinho para resolver seu

problema de saúde. Queria a sua vida de volta, ter um convívio normal em seu ambiente cultural e religioso. Só que , resultado que é bom – nada.

(Como confessar publicamente seu problema para pedir a cura a Jesus?)

Mas a cura aconteceu e o interessante é que Jesus não a deixou passar desapercebido (talvez

até para declarar a mulher “curada” e assim restabelecer sua vida na sociedade e na sinagoga) ao dizer-lhe :-Minha filha, você sarou porque teve fé! Vá em paz.

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

A mulher aprendeu que não podia ocultar-se de Jesus. Provavelmente após tocar em Jesus já

se distanciara pois o texto diz que quando falou com Jesus ela “veio”. Além de vir, prostrou-se perante Jesus e contou todo o seu problema perante todos– foi o encontro curador!

Jesus se dirige a ela com ternura e lhe diz: - Filha . (Você sabia que ela é a única mulher de quem há registro que Ele chamou assim?)

Jairo

Provavelmente ele seria a pessoa que cuidaria da ordem dos cultos e selecionaria as pessoas que pregariam na sinagoga assim como os que fariam a leitura das Escrituras e as orações.

Devia ser um homem de justa preeminência em sua comunidade. Devia fazer tudo bem direitinho!

Deve ter sido angustiante para Jairo essa interrupção da mulher com hemorragia. E totalmente decepcionante quando escuta :Jairo, a menina já morreu. Não aborreça mais

o Mestre. Mas Jesus logo percebe isso e conforta a Jairo: -Não tenha medo; tenha fé, e ela ficará

boa.

Menina, levante-se! Jesus amorosamente cura a criança . no texto paralelo no evangelho de Marcos 5:41 Jesus

usa a expressão em aramaico que a mãe da menina provavelmente usaria para acordá-la

pela manhã: - Talita cumi (Lucas normalmente traduzia o aramaico nos textos do seu evangelho)

Paz para aquele que esgota seus recursos

A situação de muitos é exatamente igual a da mulher e Jairo. Tentaram fazer tudo direitinho

e só viram seus recursos esgotarem-se. E com eles, suas forças e esperanças. Pode ser o que hoje ocorre, de alguma forma comigo ou contigo. Mas Jesus nos percebe,

como percebeu Jairo, e nos chama para o encontro com Ele, para nos curar. E para esse encontro acontecer, basta nos colocarmos a caminho como fizeram Jairo e a

mulher. E esse caminho é a nossa oração e o nosso clamor!

Boa meditação!

Jorge Wilson

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

20. Quem é o Maior? 46 Os discípulos começaram a conversar sobre qual deles era o mais importante. 47 Mas

Jesus sabia o que eles estavam pensando. Então pegou uma criança e a pôs ao seu lado. 48 Aí disse: -Aquele que, por ser meu seguidor, receber esta criança estará recebendo a mim; e

quem me receber estará recebendo aquele que me enviou. Pois aquele que é o mais humilde entre vocês, esse é que é o mais importante. (Lucas 9:46-48 BLH)

O cenário

Jesus acabara de falar da sua morte. Provavelmente os discípulos pensavam em quem seria o

futuro líder – o sênior - a continuar o trabalho do Mestre, pois Jesus não havia nomeado nenhum herdeiro. Neste momento provavelmente pensavam em si mesmo e nos demais.

Devem ter surgido análises e comentários mútuos que não conduziram a nenhum acordo

(aparentemente só houve desacordo). Provavelmente tentaram deixar Jesus fora da discussão pois foram surpreendidos não por suas próprias palavras mas pelos seus pensamentos lidos

por Jesus.

A criança

Jesus então pega uma criança para ensinar-lhes algo importante, pois a criança é o símbolo daqueles que são indefesos, que precisam ser protegidos e nada têm a oferecer em troca.

Uma criança é um ser que tem muita fé, pois acredita que seus pais proverão dia a dia tudo o que precisa, da comida ao lazer. Então, não se preocupa com o dia de amanhã e

normalmente se sente segura quanto ao amor de seus pais por ela.

Em seu evangelho, Mateus prova que aprendeu a lição quando diz que “ser criança” é o

alvo :

-Eu afirmo a vocês que isto é verdade: Se vocês não mudarem de vida e não ficarem iguais

às crianças, nunca entrarão no Reino do Céu. 4 A pessoa mais importante no Reino do Céu é aquela que se humilha e fica igual a esta criança. 5 E a pessoa que recebe em meu nome uma

criança como esta está recebendo a mim. (Mateus 18:3-5 BLH).

Mateus aprendeu que é preciso ser como uma criança para entrar no Reino do Céu. E não

existe infância sem paternidade. Tenho de ser filho para receber meu Pai e usufruir sua intimidade.

São os desvalidos, os indefesos, os fracos - esses meus irmãos que acolho em nome de Jesus

que me ensinam o caminho de ser filho . Eles aprenderam antes!

Enquanto eu achar que tenho algo a oferecer a Jesus além do espaço do “outro”, na verdade

nada tenho a oferecer!

Boa meditação!

Jorge Wilson

42

Igreja Batista Memorial de Alphaville

21. O que Marta não sabia e Maria desconfiava

Quem serve quem?

38 Jesus e os seus discípulos continuaram a sua viagem e chegaram a um povoado. Ali uma mulher chamada Marta o recebeu na casa dela. 39 Maria, a sua irmã, sentou-se aos pés do

Senhor e ficou ouvindo o que ele ensinava. 40 Marta estava ocupada com todo o trabalho da

casa. Então chegou perto de Jesus e perguntou: - O senhor não se importa que a minha irmã me deixe sozinha com todo este trabalho? Mande que ela venha me ajudar. 41 Aí o Senhor

respondeu: - Marta, Marta, você está agitada e preocupada com muitas coisas, 42 mas apenas uma é necessária! Maria escolheu a melhor de todas, e esta ninguém vai tomar dela. (Lucas 10:

38-42 BLH)

Somente Lucas narra esse episódio de Marta e Maria. Segundo Leon Morris em seu comentário

de Lucas (Ed. Vida Nova ):

É possível que ele (Lucas) a tenha colocado imediatamente a parábola anterior(do Bom

Samaritano) como salvaguarda contra qualquer dos seus leitores chegarem à conclusão errada de que a salvação é mediante as obras. Ensina a lição de que esperar quietamente no Senhor é mais importante do que as atividades alvoroçadas.

No texto, tenho uma boa impressão de Marta. Seu foco estava em oferecer o melhor para Jesus e assim, servi-Lo.

O que Marta não sabia e Maria desconfiava

O problema é que todo esse ativismo pelo ativismo, mesmo com as melhores intenções, não

conseguiu satisfazer a alma de Marta. Pelo contrário, seu ativismo a fez sentir-se longe de Jesus e inclusive ao ponto de ela passar a achar que Jesus não dava a mínima para ela a até disse

isso para Jesus: - O senhor não se importa...

Não sei o que Maria sentiu ao ver Marta reclamar com Jesus sobre ela . O fato é que Maria fez

uma opção : sentou-se aos pés do Senhor e ficou ouvindo o que ele ensinava. Não deve ser fácil enfrentar certos julgamentos de um irmão ativista mas isto às vezes é necessário desde que

amorosamente . Jesus dá o exemplo - foi amoroso o com Marta e reconheceu o esforço dela em

lhe preparar algo especial ,mas não deixou de lhe ensinar que existe algo mais importante que o ativismo (atenção líderes) – a intimidade com Ele, Jesus.

Explicando: a fome e a comida de Jesus

João, em seu evangelho, narra do que Jesus tinha fome:

32 Jesus respondeu: -Eu tenho para comer uma comida que vocês não conhecem. 33 Então os discípulos começaram a perguntar uns aos outros: -Será que alguém já trouxe comida para ele?

34 -A minha comida-disse Jesus - é fazer a vontade daquele que me enviou e terminar o trabalho que ele me deu para fazer. (João 4:32-34 BLH)

E Marcos vem nos ensinar que Jesus veio para servir antes de ser servido:

Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para

salvar muita gente. (Marcos 10:45 BLH)

Tem que ser assim!

43

Igreja Batista Memorial de Alphaville

22. Servo ou amigo ?

38 Ora, quando iam de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o

recebeu em sua casa.39 Tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, sentando-se aos pés do Senhor, ouvia a sua palavra.40 Marta, porém, andava preocupada com muito serviço; e

aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá que minha irmã me tenha deixado a servir sozinha? Dize-lhe, pois, que me ajude. 41 Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, estás ansiosa

e perturbada com muitas coisas; 42 entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. Lc 10:38-42

Cristianismo diz respeito a intimidade com o Pai, contemplá-Lo. Gary Thomas, em seu livro

Conexões Espirituais, cita seu espanto quando ouviu de James Houston (professor do Regent

College) a expressão "ficar de mãos dadas com Deus" e a partir daí, procurou fazer da sua oração um ato de louvor.

E o que é contemplar. Contemplação é adoração silenciosa. Butler, citado no livro do Gary

Thomas define, ou melhor, traduz a experiência de Santo Agostinho com a contemplação: O ato da contemplação é como a percepção de Algo Imutável , acompanhada de um extraordinário júbilo interior. Seu efeito sobre a alma é fazer com que sinta desprezo pelas coisas exteriores e seja arrebatada pelas coisas interiores.. Mas, depois de um breve momento de percepção, a alma, pesada pelo fardo de

sua enfermidade volta ao nível inferior de sua experiência medíocre; e, esse retorno, do outro mundo, por assim dizer, é motivo de tristeza e anseio pela renovação da experiência. Esse é o testemunho que todos

os místicos dão da natureza transitória do ato da contemplação. *

Jesus não repreendeu Marta por fazer seu trabalho de hospitalidade, mas por criticar Maria, que era contemplativa. .Às vezes o contemplativo é mal interpretado. Jesus falou que poucas coisas

são necessárias, talvez uma só e assim valoriza a postura contemplativa de Maria.

- Marta é uma serva, Maria é uma amiga.

Servo é uma palavra que denota ação. Amigo, por outro lado, denota "estado". Servos obedecem e fazem serviços para um senhor. Amigo é um estado de ser e não uma coisa que se

faz. E Jesus ensinou que é melhor ser amigo.

12 O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.13 Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.14 Vós sois

meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.15 Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos

dei a conhecer. Jo 15:12-15

No Cântico dos Cânticos, que representa não só o amor humano mas o do povo de Deus com

seu Senhor, temos uma figura muito bonita do mover dos sentimentos que como povo devemos ter com nosso Pai.

1 De noite, em meu leito, busquei aquele a quem ama a minha alma; busquei-o, porém não o

achei. 2 Levantar-me-ei, pois, e rodearei acidade; pelas ruas e pelas praças buscarei aquele a quem ama a minhaalma. Busquei-o, porém não o achei. 3 Encontraram-me os guardas que

rondavam pela cidade; eu lhes perguntei: Vistes, porventura, aquele a quem ama a minha alma? 4 Apenas me tinha apartado deles, quando achei aquele a quem ama a minha alma;

detive-o, e não o deixei ir embora, Cantares 3:1-4a

Se você acha exagero leia o que Deus ensinou ao povo de Israel:

1 Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os preceitos que o

Senhor teu Deus mandou ensinar-te, a fim de que os cumprisses na terra a que estás

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

passando: para a possuíres; 2 para que temas ao Senhor teu Deus, e guardes todos os seus

estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e para que se prolonguem os teus dias. 3 Ouve, pois, ó Israel, e atenta em que os

guardes, para que te vá bem, e muito te multipliques na terra que mana leite e mel, como te prometeu o Senhor Deus de teus pais. 4 Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor.

5 Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas

forças. Dt 6:1-5

Ou seja, palavras frias e bem calculadas nessa relação... não valem!

O Salmo 63 nos ensina o mover da alma na relação com o Pai:

1 Ó Deus, tu és o meu Deus; ansiosamente te busco. A minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água. 2 Assim no santuário te

contemplo, para ver o teu poder e a tua glória. 3Porquanto a tua benignidade é melhor do que

a vida, os meus lábios te louvarão. 4 Assim eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos.5 A minha alma se farta, como de tutano e de gordura; e a minha

boca te louva com alegres lábios.6 quando me lembro de ti no meu leito, e medito em ti nas vigílias da noite,7 pois tu tens sido o meu auxílio; de júbilo canto à sombra das tuas asas.8 A

minha alma se apega a ti; a tua destra me sustenta. Sl 63:1-8

Boa meditação!

Jorge Wilson

*Buttler DC - Western mysticism: the teaching of Augustine, Gregory and Bernard on contemplation and the contemplation life - citado em

Conexões Espirituais de Gary Thomas Associação Willow Ceek . 2004 pág 209-210.

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

23. Marta e Maria

Dois lados de nós mesmos

Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta se quedava assentada aos pés do

Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos.Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha

irmã tivesse deixado que eu ficasse a servir sozinha ? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me.

Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! andas inquieta e te preocupas com muitas coisas.

Entretanto, pouco é necessário, ou mesmo uma só cousa; Maria, pois, escolheu a boa parte e

esta não lhe será tirada." Lucas 10:38-42

Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Provavelmente ela queria

oferecer um banquete ao seu hóspede e achava que esta não era a melhor hora de Maria "ficar assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos." Seu foco estava naquilo que ela

podia oferecer !

Mas, ela descobre que não vai conseguir e então... Marta repreende o Mestre :"Senhor, não te

importas de que minha irmã tivesse deixado que eu fique a servir sozinha ? Ordena-lhe, pois , que venha ajudar-me".

"Senhor, não te importas...?" - é exatamente isto o que pensamos quando tentamos fazer algo só pela nossa força. Acabamos nos sentimos longe do Senhor, não conseguimos ver o seu

cuidado por nós, e achamos que Ele "não se importa".

Jesus reconhece tensão nas palavras de Marta e lhe diz: "Marta! Marta! (comunicando compreensão e ternura) - andas inquieta e te preocupas com muitas coisas". A nossa vida

é assim, tem uma demanda de necessidades impossível de se satisfazer! Quando tentamos, ficamos como Marta - reclamando com Ele, "inquietos e preocupados com muitas coisas" - e o

que é pior, nos sentindo longe de Jesus e daquele lugar que Ele reserva para nós juntinho dEle (e que Maria tão prontamente descobriu!).

"Pouco é necessário, só uma cousa". Descobrir nosso lugar aos pés do "Jesus que serve" é o que nos liga com a eternidade, com a transcendência. É necessário estar perto da fonte. Buscar

o nosso espaço reservado junto dele é encontrar o caminho do serviço alegre, da nossa real missão nesta vida.

Sabe o que eu acho? Marta e Maria podem representar dois lados de nós mesmos: Marta somos nós quando vivemos pela nossa própria força. O Mundo nos cobra o lado Marta - afinal de

contas esse é o nosso lado operoso, trabalhador, realizador... Mas, o problema é que Marta não agüenta!... É infeliz porque se descobre fraca, incapaz. E, infeliz, reclama contra Jesus e contra

o próximo.

Entretanto, Maria é o outro lado que devemos procurar desenvolver, é aquele que descobre o seu lugar reservado aos pés do Mestre. Maria não reclama, pois descobriu como acalentar a sua

própria alma. Maria sou eu, você quando seguimos o exemplo dela.

Boa meditação!

Jorge Wilson

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24. O vizinho

Meditação sobre a parábola do Vizinho

5 Disse-lhes ainda Jesus: Qual dentre vós, tendo um amigo e este for procura-lo à meia-

noite e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, 6 pois um amigo meu, chegando de viagem, procurou-me , e eu nada tenho que lhe oferecer. 7 E o outro lhe responda lá de

dentro, dizendo: Não me importunes: a porta já está fechada e os meus filhos comigo também já estão deitados. Não posso levantar-me para te dar; 8 digo-vos que, se não se

levantar para dar-lhes, por ser seu amigo, todavia o dará por causa da importunação, e lhe

dará tudo o que tiver necessidade. (Lucas 11:5-8)

Num lugar em que cada casa produz seus próprios alimentos, num lugar em que não existem

lojas ou delivery a hospitalidade é a melhor coisa que existe. Se alguém chega de surpresa altas horas da noite precisando se hospedar em nossa casa (até porque nesse lugar não

existem hotéis) e não temos alimento para oferecer, não há outro jeito: tem-se de recorrer aos amigos.

E cá entre nós, para você incomodar um amigo mesmo sendo altas horas da noite, só pode ser aquele amigo especial.

Nesse contexto de Lucas dá para perceber que a casa do vizinho importunado não era nenhuma mansão. Evidentemente era uma pessoa que vivia numa casa pequena de um cômodo, daí o

receio de fazer barulho, acordar os mais novos, pois seria necessário acender a luz para procurar o alimento. Afinal, a família inteira já estava deitada. O que vai pedir sabe das

dificuldades a que está submetendo o amigo e sua família mas, se hospitalidade era um dever sagrado ...

Jesus, ao citar essa parábola narrada por Lucas, está ensinando que devemos procurar Deus

como quem procura esse vizinho. Mesmo em momentos inoportunos, mesmo que tenhamos de acordar seus filhos – os intercessores e demais crentes; seja a nosso favor ou pedindo para

terceiros. Segundo o texto, quando solicitado, o vizinho que tem o pão sempre aciona seus filhos e os acorda para acudir o que vem lhe pedir o alimento.

O texto nos ensina que podemos viver os dois papéis. Se por um lado acolhemos alguém em sua viagem existencial, suas dificuldades ,não devemos ter vergonha de confessar que não

temos pãozinho para dar. Só nosso Pai tem esse pãozinho e cabe a nós ensinar ao nosso hóspede onde fica o Vizinho que tem o verdadeiro pão.

Por outro lado, podemos estar vivendo outro papel, o do filho acordado pelo Pai durante a noite para O ajudarmos a fornecer o pão a quem necessita. O texto ensina que os filhos sempre são

acionados pelo Pai para ajudá-Lo a suprir os vizinhos. E não é bom saber que o Pai está sempre no mesmo lugar que nós?

A oração deve ser insistente e Deus sempre está pronto a dar. Não devemos brincar de orar mas demonstrar paciência e persistência enquanto não recebemos a resposta à nossa oração.

Muitas vezes o pedido é atendido. Outras vezes vem até nós a percepção de que aquilo que

desejávamos não era tão bom assim afinal e mudamos de idéia!

De qualquer forma cabe o insistir, pois é esse insistir que, atendido ou não (depende da

soberania de Deus) aumenta nossa intimidade com nosso Pai. E a verdade é que esse Vizinho nunca dorme!

Jorge Wilson

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

25. Comunicando Abba Um dia Jesus estava orando num certo lugar. Quando acabou de orar, um dos seus discípulos

pediu: - Senhor, nos ensine a orar, como João ensinou os discípulos dele. (Lucas 11:1 BLH)

O que será que os discípulos de Jesus observaram enquanto Ele orava? O mesmo que os de

João Batista?

Acredito que ambos – Jesus e João Batista – quando retornavam de suas orações tinham algo

que impressionava seus discípulos a ponto de falarem: Senhor, nos ensine a orar.

Será que não se orava em Israel antes daquela época? Certamente que sim. O que deveria ser

aprendido então? Jesus ensina aos discípulos a oração começando por uma palavra que

modificou tudo: “Abbá”. que significa “papai” ou “querido pai”. Os judeus utilizavam a forma ‘ abinu “geralmente seguida com a expressão “ no céu ” o que tendia a colocar os

homens a uma distância grande de Deus. Mais tarde vemos que Paulo aprendeu essa lição de Jesus quando diz em Rom 8:15:

Porque o Espírito que vocês receberam de Deus não torna vocês escravos e não faz com que tenham medo. Pelo contrário, o Espírito torna vocês filhos de Deus; e pelo poder do Espírito

dizemos com fervor a Deus: “Pai, meu Pai!” (Romanos 8:15 BLH)

O mais importante de tudo é que Jesus (e provavelmente João Batista) sentia Deus como um

pai terno, sensível e amoroso. E com esses sentimentos Jesus ensinou a comunicarmos a nós mesmos toda vez em que orássemos: “ - Pai (Abbá), santificado seja o teu nome.”

Quando temos uma idéia correta do nosso Pai é que podemos atrair outras pessoas que nos pedirão a razão da esperança que existe em nós. Ter essa visão do Pai – Abbá – é algo tão

importante que Jesus se irou (talvez se ire ainda) contra os líderes da religião porque não só entenderam mal a Deus como ainda oprimiram outros com uma falsa idéia de

quem é Deus. Leia:

• Então o Senhor disse a ele: - Vocês, fariseus, lavam o copo e o prato por fora, mas por dentro vocês estão cheios de violência e de maldade. 40 Seus tolos! Quem fez o lado de fora

não é o mesmo que fez o lado de dentro? 41 Portanto, dêem aos pobres o que está dentro dos seus copos e pratos, e assim tudo ficará limpo para vocês. 42 - Infelizes de vocês, fariseus! Pois

dão para Deus a décima parte até mesmo da hortelã, da arruda e de todas as verduras, mas não são justos com os outros e não amam a Deus . E são exatamente essas coisas que vocês

devem fazer sem deixar de lado as outras. 43 - Infelizes de vocês, fariseus! Pois gostam demais dos lugares de honra nas sinagogas e gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças.

44 - Infelizes de vocês! Pois são como sepulturas que não se vêem, sepulturas que as pessoas pisam sem perceber. 45 Então um professor da Lei disse a Jesus: -Mestre, falando assim, o

senhor está nos ofendendo também. 46 Jesus respondeu: - Infelizes de vocês também, professores da Lei! Porque põem fardos tão pesados nas costas dos outros, que eles quase não

podem agüentar. Mas vocês mesmos não ajudam, nem ao menos com um dedo, essas pessoas a carregarem esses fardos. 47 Infelizes de vocês! Pois fazem túmulos bonitos para os profetas,

os mesmos profetas que os antepassados de vocês mataram. 48 Com isso vocês mostram que

concordam com o que os seus antepassados fizeram, pois eles mataram os profetas, e vocês fazem túmulos para eles. 49 Por isso a Sabedoria de Deus disse: "Mandarei para eles profetas e

mensageiros, e eles matarão alguns e perseguirão outros." 50 Por causa disso esta gente de hoje será castigada pela morte de todos os profetas assassinados desde a criação do mundo, 51

começando pela morte de Abel até a morte de Zacarias, que foi assassinado entre o altar e o Santo Lugar. Sim, eu afirmo a vocês que o povo de hoje será castigado por todos esses crimes.

52 - Infelizes de vocês, professores da Lei! Pois guardam a chave que abre a porta da casa da

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Sabedoria. E assim nem vocês mesmos entram, nem deixam os outros entrarem. (Lucas 11:39-

52 BLH)

Os fariseus não conseguiram comunicar Abbá porque não conseguiram enxergá-Lo como tal (

“papai” ou “querido pai”) .Para Jesus, Deus não deixou e ser Abbá nem na cruz quando falou : Aí Jesus gritou bem alto: -Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! Depois de dizer isso, ele

morreu (Lucas 23:46 BLH). Só comunicaremos Abbá se crermos e sentirmos que Ele é o nosso “pai querido” - foi para isso que Jesus veio:

25 ¶ Naquela ocasião Jesus disse: -Ó Pai, Senhor do céu e da terra, eu te agradeço porque tens mostrado às pessoas sem instrução aquilo que escondeste dos sábios e dos instruídos! 26 Sim,

ó Pai, tu tiveste prazer em fazer isso. 27 -O meu Pai me deu todas as coisas. Ninguém sabe quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém sabe quem é o Pai, a não ser o Filho e também

aqueles a quem o Filho quiser mostrar quem o Pai é . (Mateus 11:25-27 BLH)

Perceba Abbá!

Jorge Wilson

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26. Os mordomos e o pastor

Conversando sobre fidelidades

22 Dirigindo-se aos seus discípulos, Jesus acrescentou: “Portanto eu lhes digo: Não se preocupem com sua própria vida, quanto ao que comer; nem com seu próprio corpo, quanto ao

que vestir. 23 A vida é mais importante do que a comida, e o corpo, mais do que as roupas. 24 Observem os corvos: não semeiam nem colhem, não têm armazéns nem celeiros; contudo,

Deus os alimenta. E vocês têm muito mais valor do que as aves(...)28 Se Deus veste assim a

erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, quanto mais vestirá vocês, homens de pequena fé! 29 Não busquem ansiosamente o que comer ou beber; não se

preocupem com isso. (...)31 Busquem, pois, o Reino de Deus, e essas coisas lhes serão acrescentadas.32 “Não tenham medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do Pai dar-lhes o

Reino. 33 Vendam o que têm e dêem esmolas. Façam para vocês bolsas que não se gastem com o tempo, um tesouro nos céus que não se acabe, onde ladrão algum chega perto e

nenhuma traça destrói.34 Pois onde estiver o seu tesouro, ali também estará o seu coração. Lucas 12

Depois de tratar do pecado da avareza e do egoísmo nos versículos anteriores (1-21) falando à multidão, Jesus fala duas coisas agora somente aos seus discípulos: primeiro da fidelidade de

Deus àqueles que “buscam o reino”, a não ficarem preocupados desnecessariamente com os cuidados da vida e com isso perder tudo de bom que essa vida pode proporcionar na companhia

do Pai e ainda ter a chance de trazer outras pessoas para esse Reino. Nos versículos seguintes ele reforça esse ensino da temporalidade dos bens e adverte os discípulos para que estejam

prontos para uma crise, provavelmente em relação aos eventos relacionados à crucificação.

Alguns referem-se a esse texto como Jesus falando de sua Segunda Vinda.

Jesus fala de um senhor que quando retorna de um afastamento, encontra seus servos em

prontidão. A volta do senhor sempre é inesperada – pode ser de noite ou de madrugada. Ele fica tão contente ao encontrar seus servos à postos que ele mesmo passa a servi-los invertendo

o papel normalmente esperado. Jesus fala então da responsabilidade dos servos.

Prontidão para o Serviço

35 “Estejam prontos para servir, e conservem acesas as suas candeias, 36 como aqueles que esperam seu senhor voltar de um banquete de casamento; para que, quando ele chegar e

bater, possam abrir-lhe a porta imediatamente. 37 Felizes os servos cujo senhor os encontrar vigiando, quando voltar. Eu lhes afirmo que ele se vestirá para servir, fará que se reclinem à

mesa, e virá servi-los. 38 Mesmo que ele chegue de noite ou de madrugada, felizes os servos que o senhor encontrar preparados.39 Entendam, porém, isto: se o dono da casa soubesse a

que hora viria o ladrão, não permitiria que a sua casa fosse arrombada. 40 Estejam também vocês preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que não o esperam”. Lucas 12

A pergunta de Pedro:

41 Pedro perguntou: “Senhor, estás contando esta parábola para nós ou para todos?”

Jesus faz Pedro pensar com outra pergunta:

42 O Senhor respondeu: “Quem é, pois, o administrador fiel e sensato, a quem seu senhor encarrega dos seus servos, para lhes dar sua porção de alimento no tempo devido?43 Feliz o

servo a quem o seu senhor encontrar fazendo assim quando voltar. 44 Garanto-lhes que ele o encarregará de todos os seus bens.

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Um mordomo competente cuidava de fazenda como um todo , incluindo a devida alimentação

de seus subalternos. Devia elaborar programas de manutenção da casa, de como cuidar da plantação, dos animais,etc. Normalmente os mordomos gozavam de autonomia e da inteira

confiança de seu senhor. Mas poderia acontecer eventualmente que algum mordomo relaxasse nas suas funções. Já que o senhor demorava...

45 Mas suponham que esse servo diga a si mesmo: ‘Meu senhor se demora a voltar’, e então comece a bater nos servos e nas servas, a comer, a beber e a embriagar-se. 46 O senhor

daquele servo virá num dia em que ele não o espera e numa hora que não sabe, e o punirá severamente e lhe dará um lugar com os infiéis.

Talvez o mordomo não tivesse para quem mostrar o seu trabalho e ficasse desmotivado, ou não. O que não se admitiria era que ele fosse bater nos servos e nas servas, a comer, a beber e

a embriagar-se. Esse mordomo da parábola ficaria classificado como “infiel”. O que pegou mal foi o tratamento em relação às outras pessoas da casa e até a si mesmo. Já naquela época

estava clara a certeza do castigo para quem não é responsável como mordomo como Deus se referiu a Israel e lemos em Amós 3:1-2.

1 Ouçam esta palavra que o SENHOR falou contra vocês, ó israelitas; contra toda esta família

que tirei do Egito:2 “Escolhi apenas vocês de todas as famílias da terra; por isso eu os castigarei por todas as suas maldades”.

A responsabilidade recai maior sobre aqueles que muito receberam.

47 “Aquele servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem o

realiza, receberá muitos açoites.

Jesus conclui com a certeza do castigo para aqueles que deixam de cumprir o seu dever.

Os homens não são julgados apenas por fazer o mal mas também por deixar de fazer o bem – Tiago 4:17: Pensem nisto, pois: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado.

E Jesus conclui:

48 Mas aquele que não a conhece e pratica coisas merecedoras de castigo, receberá poucos

açoites. A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido.

Mesmo nesse caso último do mordomo mal informado, mesmo os açoites sendo poucos, não devemos subestimar a vontade do Pai. Não existe ignorância moral absoluta, todos os

mordomos tem responsabilidade.

Enquanto leio esse texto dos mordomos percebo que tem muito a ver com ministério com pessoas. Traço um paralelo dele com a Parábola da Ovelha Perdida:

3 Então Jesus lhes contou esta parábola: 4 “Qual de vocês que, possuindo cem ovelhas, e

perdendo uma, não deixa as noventa e nove no campo e vai atrás da ovelha perdida, até encontrá-la? 5 E quando a encontra, coloca-a alegremente nos ombros 6 e vai para casa. Ao

chegar, reúne seus amigos e vizinhos e diz: ‘Alegrem-se comigo, pois encontrei minha ovelha perdida’. 7 Eu lhes digo que, da mesma forma, haverá mais alegria no céu por um pecador que

se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se. Lucas 15

O pastor (assim como com os mordomos) possuía a um programa de trabalho que consistia de

cuidar de cem ovelhas em atenção integral, mas não hesitou em parar seu programa para

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cuidar da ovelha desgarrada – a estória nos ensina que pessoas são mais importantes que

programas e que é isso que Jesus também está ensinando na parábola dos mordomos acima descrita.

Todos somos mordomos daquilo que Deus nos confiou. Devemos buscar qual é a vontade do Pai – buscar o Reino - e cumpri-la. O Reino de Deus é o das pessoas.

Escreva sua oração:

Jorge Wilson

Textos Bíblicos – CDROM – NVI -Concordância Exaustiva da Bíblia Sagrada.

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27. Como aplicar na Bolsa! Sem ir depois ao cardiologista

Pois a vida é mais importante do que a comida, e o corpo é mais importante do que as roupas. Vejam os corvos: Não semeiam, não colhem, não têm despensas nem depósitos, mas Deus dá

de comer a eles. Será que vocês não valem muito mais do que os pássaros? Qual de vocês pode encompridar a sua vida, por mais que se preocupe com isso?

Portanto, se vocês não podem conseguir uma coisa assim tão pequena, por que se preocupam

com as outras? Vejam como crescem as flores do campo: Elas não trabalham, nem fazem roupas para si mesmas. Mas eu afirmo a vocês que nem mesmo Salomão, sendo tão rico, usava

roupas tão bonitas como uma dessas flores.

É Deus quem veste a erva do campo, que hoje está aqui e amanhã desaparece, queimada no forno. Então é claro que ele vestirá também vocês, que têm uma fé tão pequena! Portanto, não

fiquem aflitos, procurando sempre o que comer ou o que beber. Pois os pagãos deste mundo é que estão sempre procurando todas essas coisas. O Pai de vocês sabe que vocês precisam de

tudo isso.

Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus, e Deus lhes dará todas essas

coisas. Jesus continuou: - Meu pequeno rebanho, não tenha medo! Pois o Pai tem prazer em dar o Reino a vocês. Vendam tudo o que vocês têm e dêem o dinheiro aos pobres. Arranjem

bolsas que não se estragam e guardem as suas riquezas no céu, onde elas nunca se acabarão; porque lá os ladrões não podem roubá-las, e as traças não podem destruí-las. Pois onde

estiverem as suas riquezas, aí estará o coração de vocês. (Lucas 12:23-34 BLH)

Jesus, na primeira parte do capítulo 12 condena “um rico tolo” porque fizera como objetivo de

sua vida o ter acúmulos e, assim, se tornou avarento. (A avareza porque tira o foco de vida de uma pessoa que passa a funcionar somente em torno do acúmulo de bens, preocupadas em

demasia com o futuro). Geralmente estão aflitos, procurando sempre o que comer ou o que beber. No v.15 deste capítulo Jesus ensinara não só que a vida de um homem não consiste na

abundância de bens que ele possui e que a preocupação é o caminho para a avareza.

- (Pois quanto $$ será suficiente para uma pessoa preocupada com seu futuro?).

Jesus lembra do cuidado com as aves do céu, os lírios do campo e fala do prazer que o Pai tem

em cuidar de nós: Meu pequeno rebanho, não tenha medo! Pois o Pai tem prazer em dar o Reino a vocês. E Jesus nos relembra de que temos um Pastor.

Leon Morris, comentando esse trecho nos ensina: “A confiança nas riquezas impede a confiança em Deus. Quando isto acontece, as posses ficam sendo uma barreira fatal à vida. As

riquezas verdadeiras são tesouro inextinguível que se guarda em bolsas que não se desgastem. Tais riquezas estão fora do alcance dos ladrões e das traças (que vão consumindo

certas formas de riquezas terrestres, e.g. vestes caríssimas). O coração e o tesouro vão juntos. O coração do homem, a concentração das suas energias e dos seus interesses, está

sempre com seu tesouro, i.é., as coisas às quais dá mais valor”.*

Assim, eu aprendo que tenho uma bolsa no céu que nunca se desgasta e que começo a encher

quando eu obedeço à ordem: Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus, e Deus lhes dará todas essas coisas.

Quando aprendo a confiar no sustento do Pai: O Pai de vocês sabe que vocês precisam de tudo isso.

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Quando aprendo o cuidado com “o outro”: Vendam tudo o que vocês têm e dêem o dinheiro

aos pobres.

E só assim consigo aplicar na Bolsa Celeste: Arranjem bolsas que não se estragam e guardem

as suas riquezas no céu

Qual a vantagem? E guardem as suas riquezas no céu onde elas nunca se acabarão.

E ainda ganho “dividendos cardiológicos!” Pois onde estiverem as suas riquezas, aí estará o coração de vocês.

Boa meditação!

Ou melhor: Boa aplicação!

Jorge Wilson

P.S. Não sou o corretor! O corretor é Jesus!

Fale com Ele!

* Morris L. Comentário de Lucas Ed.Vida Nova, 3ª reimpressão, pág.204.

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28. Meu timer pode até estar no fim e eu não saber

É tempo de arrependimento

Jesus estava falando às multidões (Lc 12:54) e lhe trouxeram a seguinte notícia:

1 Naquela ocasião, alguns dos que estavam presentes contaram a Jesus que Pilatos misturara o sangue de alguns galileus com os sacrifícios deles. 2 Jesus respondeu: “Vocês pensam que

esses galileus eram mais pecadores que todos os outros, por terem sofrido dessa maneira? 3 Eu lhes digo que não! Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão. 4 Ou vocês

pensam que aqueles dezoito que morreram, quando caiu sobre eles a torre de Siloé, eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém?5 Eu lhes digo que não! Mas se não

se arrependerem, todos vocês também perecerão”.

O Arrependimento ocorre quando reconhecemos nosso pecado e pedimos perdão a Deus baseados no sacrifício de Cristo por nós. Nesse mesmo Evangelho de Lucas (cap.15) Jesus

ensina que 10 Eu lhes digo que, da mesma forma, há alegria na presença dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende”.

O que ocorre com freqüência é nossa mentalidade de vítima. Colocamos a culpa de nosso atos em nossa educação, nossos pais, no governo, no meio em que vivemos. Até Adão colocou

a culpa em Eva e no próprio Deus quando questionado:

9 Mas o SENHOR Deus chamou o homem, perguntando: “Onde está você?”

10 E ele respondeu: “Ouvi teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me escondi”.11 E Deus perguntou: “Quem lhe disse que você estava nu? Você comeu do fruto

da árvore da qual lhe proibi comer?”12 Disse o homem: “Foi a mulherque me destepor companheira que me deu do fruto da árvore, e eu comi”.

Os galileus foram duramente massacrados por Pilatos - talvez um provável movimento, revolução nacionalista de independência ou algo similar. Outros, que construíam uma torre,

foram mortos pelo desabamento da mesma quando construíam algo para o bem estar geral.

Uma referência ensina que em Siloé havia um reservatório de água que abastecia Jerusalém. Pilatos construíra um aqueduto suportado por torres para agilizar o transporte dessa água e

durante a construção uma dessas torres não suportou o peso e ruiu matando aqueles dezoito operários.*

Ou seja, Jesus me ensina nesse texto que eu tenho um cronômetro ligado , que pode até estar no fim e eu não saber. Então Jesus solidifica seu ensino com esta parábola da figueira

estéril:

6 Então contou esta parábola: “Um homem tinha uma figueira plantada em sua vinha. Foi

procurar fruto nela, e não achou nenhum. 7 Por isso disse ao que cuidava da vinha: ‘Já faz três anos que venho procurar fruto nesta figueira e não acho. Corte-a! Por que deixá-la inutilizar a

terra?’8 “Respondeu o homem: ‘Senhor, deixe-a por mais um ano, e eu cavarei ao redor dela e a adubarei. 9 Se der fruto no ano que vem, muito bem! Se não, corte-a’ ”.

Temos que um homem tinha uma propriedade com solo fértil, tirava o seu sustento dessa vinha

e pelo visto plantou a figueira no meio da vinha para seu prazer – gostava de figos. Deve ter

trazido alguma muda ou semente e tratado com carinho especial aquela figueira. Só que a figueira não entendeu pois não dava figos, só folhas.

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Meditando sobre isso fiquei pensando como se eu fosse uma figueira egoístae me fiz

algumas perguntas para estimular minha reflexão :

1 - por que eu teria interesse em produzir frutos para os outros, o que eu ganho com isso?

2 – bom para mim, figueira, é ter um caule firme, com raízes profundas que alcancem os veios de água e o minerais no solo para prover meu sustento.

3 – além disso, bom para mim é ter uma boa copa de folhas bem verdinhas, novas para respirar e fazer minha fotossíntese.

Silencio, estão falando de mim (ou você)

Relendo a parábola percebo que eu sou essa figueira e que estão falando a meu respeito.

O dono da vinha (Deus) conversa com o jardineiro(Jesus) sobre a minha esterilidade. Meu Pai quer que eu apresente frutos e não folhas, vida e não meras palavras vazias.

Talvez eu tenha vivido só para mim , minhas folhagens. Talvez eu tenha vivido sem que meu Pai e os outros possam estender a mão, me tocar carinhosamente e, alegres, colher algo de

bom de mim. Se não frutifico, também não recebo esse toque. Jesus vem avisar que existe um timer em funcionamento – todos nós temos um. Frutificarei quando reconhecer meu pecado e

pedir perdão a Deus baseado no sacrifício de Cristo por mim. Preciso aprender a não viver só

para mim.

Como figueira, preciso aprender que a minha razão de existir foi a alegria do Dono da

Vinha e do Jardineiro. E se o jardineiro ainda não abateu a figueira (eu mesmo) é porque a está me adubando para a última chance de dar fruto – ele acredita em mim.

E em você!

Boa meditação!

Jorge Wilson

*http://www.trinitycrc.org/sermons/lk13v01-05.html- acessado em 17/6/2008Outras meditações no nosso blog: http://jwilson.blog.uol.com.br

Textos Bíblicos – CDROM – NVI -Concordância Exaustiva da Bíblia Sagrada.

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29. Em tempos de discipulado só uma coisa é necessária As palavras de Jesus

38 Jesus e os seus discípulos continuaram a sua viagem e chegaram a um povoado. Ali uma mulher chamada Marta o recebeu na casa dela. 39 Maria, a sua irmã,

sentou-se aos pés do Senhor e ficou ouvindo o que ele ensinava. 40 Marta estava ocupada com todo o trabalho da casa. Então chegou perto de Jesus e perguntou: -O

senhor não se importa que a minha irmã me deixe sozinha com todo este trabalho? Mande que ela venha me ajudar. 41 Aí o Senhor respondeu: -Marta, Marta, você está

agitada e preocupada com muitas coisas, 42 mas apenas uma é necessária! Maria

escolheu a melhor de todas, e esta ninguém vai tomar dela. (Lucas 10:38-42 BLH)

Lucas coloca essa história de Marta e Maria logo após a Parábola do Bom Samaritano,

provavelmente para que o leitor não ficasse pensando que a salvação seria pelas boas obras.

Jesus havia sido convidado por Marta para se hospedar em sua casa. Marta queria oferecer o

melhor para Jesus e ficava ocupada com todo o trabalho da casa- seu foco estava naquilo que ela queria oferecer. Por outro lado, Maria sentou-se aos pés do Senhor e ficou

ouvindo o que ele ensinava – seu foco estava naquilo que ela estava recebendo.

Nós e Marta

O que aconteceu com Marta também acontece conosco quando estamos debaixo do peso do fazer . Talvez a visão de hospitalidade de Marta fosse até maior que o necessário para o

momento e ela, no afã de realizá-lo se estressou. Isso não é só com ela pois sempre que nós achamos que o fazer é mais importante que o ser ficamos como Marta, ou seja...não

agüentamos!

E o pior é que ainda por cima reclamamos com Jesus , como Marta: O senhor não se

importa ...?

- (e Jesus é quem paga a conta!)

...apenas uma (coisa) é necessária!

O discipulado só acontece quando encontramos aquele lugarzinho aos pés de Jesus e ao lado

de Maria mantendo a mesma atitude que ela - ouvindo o que ele ensinava . Será a partir

daí que teremos a visão correta sobre a nossa vida e do nosso ministério pessoal. Nem maior, nem menor!

Escolha como Maria!

Maria escolheu a melhor de todas, e esta ninguém vai tomar dela

Boa meditação!

Jorge Wilson

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30. A cura não solicitada

10 Certo sábado, Jesus estava ensinando numa sinagoga. 11 E chegou ali uma mulher que

fazia dezoito anos que estava doente, por causa de um espírito mau. Ela andava encurvada e não conseguia se endireitar. 12 Quando Jesus a viu, ele a chamou e disse: -Mulher, você está

curada. 13 Aí pôs as mãos sobre ela, e ela logo se endireitou e começou a louvar a Deus. 14 Mas o chefe da sinagoga ficou zangado porque Jesus havia feito uma cura no sábado. Por isso

disse ao povo: -Há seis dias para trabalhar. Pois venham nesses dias para serem curados, mas, no sábado, não! 15 Então o Senhor respondeu: -Hipócritas! No sábado, qualquer um de

vocês vai à estrebaria e desamarra o seu boi ou o seu jumento a fim de levá-lo para beber

água. 16 E agora está aqui uma descendente de Abraão que Satanás prendeu durante dezoito anos. Por que é que no sábado ela não devia ficar livre dessa doença? 17 Os inimigos de

Jesus ficaram envergonhados com essa resposta, mas toda a multidão ficou alegre com as coisas maravilhosas que ele fazia. (Lucas 13:10-17 BLH)

Esse texto nos fala de uma cura que se dá no sábado, dentro da sinagoga, no espaço do culto a Deus. Ensinando à multidão Jesus percebe alguém curvado - uma mulher de costas tão

arqueadas que seu horizonte devia ser seus próprios pés. Tudo leva a crer que era uma mulher piedosa pois mesmo com todo o seu problema físico estava na sinagoga no dia de

sábado.Lucas escreve que logo após percebê-la , Jesus a chamou e disse: -Mulher, você está curada. Deve ter sido difícil para ela caminhar até onde Jesus estava, ser o centro das

atenções numa posição física tão pouco digna - curvada sobre si mesma. O que é interessante é que ao chamá-la Jesus lhe declara a cura, antes mesmo da imposição de mãos.

Aí pôs as mãos sobre ela, e ela logo se endireitou e começou a louvar a Deus. No ato da imposição de mãos, Jesus parece falar ao saudável nela, pois já estava curada. E o

interessante é que ela se endireita e começa a glorificar ao Deus de Abraão, e não a

Jesus.Mas o chefe da sinagoga - representante da religião oficial - reclama porque acha que fizeram a cura certa no dia errado. Jesus o chamou de Hipócrita pois havia se dirigido à

multidão mas mandando de fato um recado a Jesus para que não curasse no sábado. Jesus então lembra o que está escrito sobre os animais na própria Lei.

Hipócritas! No sábado, qualquer um de vocês vai à estrebaria e desamarra o seu boi ou o seu jumento a fim de levá-lo para beber água. 16 E agora está aqui uma descendente de Abraão

que Satanás prendeu durante dezoito anos. Por que é que no sábado ela não devia ficar livre dessa doença?

Leon L. Morris, comentando esse texto:

No sábado todos os animais poderiam ser levados para fora com uma corrente ou similar, posto

que nada era carregado (Shabbath 5:1). A água podia ser tirada para eles e colocada numa gamela, embora o homem não devesse segurar um balde para o animal beber dele (Erubin 20b, 21 ). Se os animais podiam receber tais cuidados, tanto mais uma filha de Abraão podia ser

liberta dos laços de Satanás no sábado. Na realidade Jesus usa um termo enfático,e diz que ela devia ser livrada. A aflição da mulher era devida à atividade satânica e Satanás devia ser

derrotado. Isto não significa, naturalmente, que a mulher era ímpia. Estava freqüentando o culto, e a descrição que Jesus dá dela parece demonstrar que ela era piedosa. Mas a doença dela era maligna.

A cura da "filha" de Abraão se dá no espaço do culto a Deus. Acredito que Jesus, que está conosco no culto, quer que saiamos erguidos, tendo de volta nossa dignidade de filhos de

Deus. Ele - sem pedir nossa licença - já nos libertou na cruz, mas é no culto ao Pai que Ele fala ao saudável dentro de nós, ao Consolador que fará a obra de nos endireitar e nos dar

novos horizontes.

Jorge Wilson

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31. Silêncio! Estão falando de você Sim, de você mesmo!

6 - Então Jesus contou esta parábola: -Certo homem tinha uma figueira na sua

plantação de uvas. E, quando foi procurar figos, não encontrou nenhum. 7 - Aí disse ao homem que tomava conta da plantação: "Olhe! Já faz três anos seguidos que

venho buscar figos nesta figueira e não encontro nenhum. Corte esta figueira! Por que deixá-la continuar tirando a força da terra sem produzir nada?" 8 - Mas o empregado

respondeu: "Patrão, deixe a figueira ficar mais este ano. Eu vou afofar a terra em volta dela e pôr bastante adubo. 9 - Se no ano que vem ela der figos, muito bem. Se

não der, então mande cortá-la." (Lucas 13:6-9 BLH)

Uma roseira recebe este nome por causa da flor que produz – a rosa. Mangueiras e jabuticabeiras são assim chamadas pelo fruto que dão – mangas e jabuticabas,

respectivamente. É o fruto ou a flor que emprestam o nome à planta da qual surgiram.

Esse texto de Lucas chama à atenção para o fato que de nós, as “figueiras”, é esperado algum

fruto. E esse fruto virá através da intervenção de nosso Pai – o Jardineiro.

Repare que, na história, a figueira já era madura só que, fruto que é bom – nada!

Era uma figueira que pertencia alguém que tinha uma plantação de uvas e que plantou, ou permitiu crescer uma figueira não para comercializar, mas para seu próprio prazer – devia

gostar de figos, se não substituiria ela por parreiras para ganhar mais dinheiro.

• Só que a figueira... pipocou!

Devia até sentir-se culpada por ter causado tamanha decepção três anos seguidos. Não conseguira corresponder às expectativas. Será que isso já aconteceu comigo? E com você?

Logicamente, sim.

O jardineiro

Neste momento entra em cena – o Jardineiro – para o bem da figueira e de nós mesmos. Para ele tudo é questão de cuidar e esperar – suas expectativas eram as melhores em relação à

figueira. No tempo certo ela daria seu fruto e com ele, a alegria.

Descobrindo o nosso próprio fruto

Conosco ocorre o mesmo. Precisamos da intervenção do Jardineiro em nossa vida para

frutificarmos. E o meu fruto corresponderá ao propósito, o desafio de vida que Ele escolheu para mim. Em Apocalipse 2:17 é dito ao apóstolo João : "Portanto, se vocês têm ouvidos

para ouvir, então ouçam o que o Espírito de Deus diz às igrejas. "Aos que conseguirem a vitória eu darei do maná escondido. E a cada um deles darei uma pedra

branca, na qual está escrito um nome novo que ninguém conhece, a não ser quem o recebe ." (Apocalipse 2:17 BLH)

No Éden, Adão também foi chamado a dar nomes à Criação: Ele pôs nomes nas aves e em todos os animais domésticos e selvagens. (Gênesis 2:19-20a BLH). Provavelmente deu

nomes à Criação decorrente de sua observação. Ele foi o primeiro a chamar “mangueira” à arvore que dá a manga e de “roseira” à planta que dá a flor. Deve ter cheirado a rosa e

chupado mangas. Foi gerando prazer a Adão que a mangueira e a roseira ouviram pela primeira vez seus próprios nomes. Acho só saberei meu nome novo quando der meu fruto, gerando

prazer para meu Pai.

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O fruto

O fruto que darei? só meu Pai sabe. Mas para que eu veja isso acontecer, é necessário que eu

deseje ser adubado. Como diz o Jardineiro Supremo a meu respeito: Eu vou afofar a terra em volta dela e pôr bastante adubo. Isso é trabalho para todos os dias e todas as horas.

Oração, comunhão, serviço, meditação na Palavra são esse adubo.

E o mais importante. Devo confiar no Jardineiro todos os dias. A partir daí, o fruto é certo. Não serei cortado!

Ser esse fruto (ou a flor) e permitir-me colher é o meu desafio de vida!

Boa meditação!

Jorge Wilson

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32. As duas pobrezas 12 Depois Jesus disse ao homem que o havia convidado: - Quando você der um almoço ou um

jantar, não convide os seus amigos, nem os seus irmãos, nem os seus parentes, nem os seus vizinhos ricos. Porque certamente eles também o convidarão e assim pagarão a gentileza que

você fez. 13 Mas, quando você der uma festa, convide os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos 14 e você será abençoado. Pois eles não poderão pagar o que você fez, mas Deus lhe

pagará no dia em que forem ressuscitadas as pessoas que fazem o bem. (Lucas 14:12-14 BLH)

Nesse texto Jesus nos ensina que temos um tesouro escondido que só encontramos quando

abrimos mão de receber de volta o banquete ofertado. Ou seja, quando ofertamos aos pobres,

aleijados, coxos e os cegos. Eles não têm como retribuir.

Talvez esse não seja o caminho natural entre as pessoas até mesmo pela necessidade de se

retribuir convites recebidos anteriormente. Mas também acredito que minha resistência para lidar com a pobreza-de-fora está em mim mesmo, na minha dificuldade em lidar com a

pobreza-de-dentro (a minha própria),como diz Henri Nouwen :

Quando não tivermos medo de confessar nossa própria pobreza, poderemos comungar da pobreza

das outras pessoas. O Cristo que vive em nossa pobreza reconhece o Cristo que vive na de outras pessoas. Da mesma maneira que tendemos a ignorar nossa própria pobreza, somos inclinados a ignorar a dos outros. Preferimos não ver as pessoas destituídas, não gostamos de olhar para

pessoas deformadas ou inválidas, evitamos falar sobre as dores e tristezas alheias, nos distanciamos da fraqueza, impotência e necessidade.

Ao nos esquivarmos, podemos perder o contato com as pessoas por quem Deus se manifesta

em nós. Mas, quando descobrimos Deus em nossa própria pobreza, deixamos nosso medo do

pobre e vamos até eles para encontrar a Deus.

Falando sobre a pobreza, a minha

Quando lemos as bem-aventuranças, descobrimos que, no fundo, elas falam numa pobreza onde Deus habita, leia:

-Felizes os que sabem que são espiritualmente pobres, pois o Reino do Céu é deles. 4 -Felizes os que choram, pois Deus os consolará. 5 -Felizes os humildes, pois receberão o que Deus tem

prometido. 6 -Felizes os que têm fome e sede de fazer a vontade de Deus, pois ele os deixará completamente satisfeitos. 7 -Felizes os que têm misericórdia dos outros, pois Deus terá

misericórdia deles. 8 -Felizes os que têm o coração puro, pois eles verão a Deus. 9 -Felizes os que trabalham pela paz entre as pessoas, pois Deus os tratará como seus filhos. 10 -Felizes os

que sofrem perseguições por fazerem a vontade de Deus, pois o Reino do Céu é deles. (Mateus 5:3-10 BLH)

Quando encontro minha “pobreza” nessa lista, fico feliz porque descubro que meu Pai habita nela . Lá eu posso encontra-Lo. Esse é o lugar onde Ele quer habitar! É o meu tesouro que

precisa ser revelado. O ensinamento de Jesus de dar sem receber em troca me chama à

liberdade interior, ao altruísmo e a liberar dentro de mim - para mim e para outros - o sentimento da Graça porque dela sou agente . E Graça é assim: nada pede em troca. Minha

oração é que possamos descobrir dentro de cada um de nós a terra onde este tesouro da Graça está escondido.

-O Reino do Céu é como um tesouro escondido num campo, que certo homem acha e esconde de novo. Fica tão feliz, que vende tudo o que tem, e depois volta, e compra o campo. (Mateus

13:44 BLH)

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33. A Parábola das Desculpas

Cuidado com o "dom da desculpa"

12 Depois Jesus disse ao homem que o havia convidado: -Quando você der um almoço ou um

jantar, não convide os seus amigos, nem os seus irmãos, nem os seus parentes, nem os seus vizinhos ricos. Porque certamente eles também o convidarão e assim pagarão a gentileza que

você fez. 13 Mas, quando você der uma festa, convide os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos 14 e você será abençoado. Pois eles não poderão pagar o que você fez, mas Deus lhe

pagará no dia em que forem ressuscitadas as pessoas que fazem o bem. 15 Um dos que

estavam à mesa ouviu isso e disse para Jesus: -Felizes os que irão sentar-se à mesa no Reino de Deus! 16 Então Jesus lhe disse: -Certo homem convidou muita gente para uma festa que ia

dar. 17 Quando chegou a hora, mandou o seu empregado dizer aos convidados: "Venham, que tudo já está pronto!" 18 -Mas eles, um por um, começaram a dar desculpas. O primeiro disse

ao empregado: "Comprei um sítio e tenho de dar uma olhada nele. Peço que me desculpe." 19 -Outro disse: "Comprei cinco juntas de bois e preciso ver se trabalham bem. Peço que me

desculpe." 20 -E outro disse: "Acabei de casar e por isso não posso ir." 21 -O empregado voltou e contou tudo ao patrão. Ele ficou com muita raiva e disse: "Vá depressa pelas ruas e pelos

becos da cidade e traga os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos." 22 -Mais tarde o empregado disse: "Patrão, já fiz o que o senhor mandou, mas ainda está sobrando lugar." 23 -

Aí o patrão respondeu: "Então vá pelas estradas e pelos caminhos e obrigue os que você encontrar ali a virem, a fim de que a minha casa fique cheia. 24 Pois eu afirmo a vocês que

nenhum dos que foram convidados provará o meu jantar!" (Lucas 14:12-24 BLH)

Cenário

Jesus está falando de ressurreição e um homem, provavelmente convicto de sua salvação, exclama: -Felizes os que irão sentar-se à mesa no Reino de Deus!

Jesus aproveita o gancho para comentar uma parábola que lemos acima. É bom que se saiba que àquela época as pessoas eram convidadas duas vezes para um banquete: alguns dias

antes, para que se preparassem e também no próprio dia da festa. As pessoas da parábola que

se recusaram a ir quando de sua segunda chamada já haviam se comprometido a ir porque dias antes já teriam sido avisadas. Não ir agora seria uma grande grosseria com o anfitrião.

O dom da desculpa

Por outro lado, as desculpas que deram eram bastante fraquinhas, senão vejamos:

- Patrimônio - ninguém compraria um campo sem examinar com exatidão. Mesmo que tivesse sido assim, haveria tempo de sobra para fazer isso após a festa pois o campo estaria no mesmo

lugar.

- Trabalho e negócios - ninguém compraria cinco juntas de bois sem examinar os animais,

sem assegurar-se de que os animais dariam conta do serviço. E mesmo que já tivessem comprado sem olhar direito o negócio já estava feito, sem retorno.

- Vida pessoal e sentimental - Um casamento não seria empecilho pois, afinal de contas , quando do primeiro convite já teria sido acertada a presença do casal ao banquete.

Jesus ensina que o anfitrião (Deus) ficou zangado pois Ele preparou um banquete para muitos e Sua Graça é o banquete a ser servido .Todavia Seu convite foi sistematicamente recusado.

Mas Deus não desiste de seus planos de banquetear com as pessoas .

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Então Ele dá essa ordem:

"Vá depressa pelas ruas e pelos becos da cidade e traga os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos."

"Então vá pelas estradas e pelos caminhos e obrigue os que você encontrar ali a virem, a fim de que a minha casa fique cheia.

O servo não deveria aceitar a resposta: - “Não”.

O Pai quer a casa cheia

O povo já tivera o primeiro convite feito pelos profetas. Agora, Jesus vinha fazer o segundo convite. A elite religiosa recusou e o servo deveria trazer para a festa primeiramente os da

cidade: Vá depressa pelas ruas e pelos becos da cidade e traga os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos (os judeus).

Como as buscas na cidade não trouxeram hóspedes suficientes, então mandou chamar os de fora (gentios) Então vá pelas estradas e pelos caminhos e obrigue os que você encontrar ali.

(Trazer os gentios para a festa ainda era coisa do futuro quando Jesus falou)

O nosso convite

O homem piedoso do v.15 já estava participando do banquete da Graça sem saber quando exclamou : -Felizes os que irão sentar-se à mesa no Reino de Deus! Ele mesmo não tinha

dúvidas.

Eu não sei se você já está na festa ou prepara alguma desculpa para o anfitrião : patrimônio,

trabalho ou vida pessoal. Pode ser só agora você esteja tomando conhecimento do seu convite, exatamente neste momento, aí mesmo aonde você foi achado.

Jesus ensina que existe um banquete com muitos lugares, o qual está pronto . Convidados,

trazidos ou mesmo constrangidos, Ele diz que devemos comparecer, pois esse banquete sempre vale à pena.

Confirme sua presença agora mesmo! À propósito, o banquete é hoje!

- Felizes os que irão sentar-se à mesa no Reino de Deus!

Boa meditação!

Jorge Wilson

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34. As pessoas do final da mesa Acreditam no amor incondicional

Certa vez Jesus estava reparando como os convidados escolhiam os melhores lugares à mesa. Então fez esta comparação: -Quando alguém convidá-lo para uma festa de casamento, não

sente no melhor lugar. Porque pode ser que alguém mais importante tenha sido convidado. Então quem convidou você e o outro poderá dizer a você: "Dê esse lugar para este aqui." Aí

você ficará envergonhado e terá de sentar-se no último lugar. Pelo contrário, quando você for convidado, sente-se no último lugar. Assim quem o convidou vai dizer a você: "Meu amigo,

venha sentar-se aqui num lugar melhor." E isso será uma grande honra para você diante de

todos os convidados. Porque quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido. Depois Jesus disse ao homem que o havia convidado: -Quando você der um

almoço ou um jantar, não convide os seus amigos, nem os seus irmãos, nem os seus parentes, nem os seus vizinhos ricos. Porque certamente eles também o convidarão e assim pagarão a

gentileza que você fez. Mas, quando você der uma festa, convide os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos e você será abençoado. Pois eles não poderão pagar o que você fez, mas Deus

lhe pagará no dia em que forem ressuscitadas as pessoas que fazem o bem. (Lucas 14:7-14 BLH)

Certa vez Jesus estava reparando como os convidados escolhiam os melhores lugares à mesa .Todos queriam ficar perto do anfitrião. Jesus então ensina que a “etiqueta” do Reino é

diferente. No Reino, a preocupação não está no início, mas no fim da mesa. É lá onde encontramos convidados tais como o publicano que pediu a Deus : “Sê propício a mim,

pecador ” - e retornou perdoado. Foi lá que Maria encontrou Isabel e juntas aguardaram as promessas do Pai – João Batista e Jesus.

As pessoas do final da mesa sentam-se tranqüilas porque acreditam em amor incondicional -

o amor quer o Pai tem por nós. Geralmente exercemos um amor do tipo negociado – toma lá, dá cá! Até porque é o que o mundo nos oferece e até ensinamos nossos filhos a tratar bem as

pessoas para que também sejam bem tratados por elas. Só que Jesus nos ensina diferente : Mas, quando você der uma festa, convide os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos e você

será abençoado. Pois eles não poderão pagar o que você fez, mas Deus lhe pagará no dia em que forem ressuscitadas as pessoas que fazem o bem. Jesus nos ensina que

devemos amar incondicionalmente, ou seja, sem esperar retorno.

- Aí você pode perguntar: - Como humanamente conseguiríamos isso?

Quando lemos o Novo Testamento encontramos que o Espírito Santo distribuiu dons à Igreja. Dons, seriam capacitações gratuitas para que pudéssemos cuidar uns dos outros e ter uma

Igreja sadia. Esses dons seriam um presente contínuo do Espírito Santo de modo que não precisaríamos “negociar” esses dons. Já imaginou você chegando na Igreja com um problema

sério, necessitando desesperadamente de alguém com dom de misericórdia para te ouvir e por azar, a primeira pessoa disponível não quer te dar atenção porque ela está à procura de alguém

com dom de serviço para ajudá-la numa tarefa urgente e esse não é o seu caso, ou melhor, o

seu dom! Você nada poderia oferecer a ela!

Mas, que bom que não é assim! O Espírito Santo distribui os dons conforme as necessidades.

Alguém vai te ouvir e outro alguém irá ajudá-la. Sabe por quê? É porque o dom é um pedacinho do amor incondicional do Pai, que alegremente nos empresta para podermos cuidar

uns dos outros. E um pedacinho do infinito também é infinito! Assim, quem está no dom não precisa mais negociar – ele está contente, pleno!

• É assim que são as pessoas no final da mesa.

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Seu lugar está lá, reservado. Para encontrá-lo, basta humildemente procurá-lo num pequeno

grupo. É lá que pessoas como você e eu mantêm a esperança, juntas, aguardando o dia em que ouvirão o dono do banquete (nosso Pai) dizer: "Meu amigo, venha sentar-se aqui num

lugar melhor." E isso será uma grande honra para você diante de todos os convidados.

- Assente-se! Esse lugar é seu!

Boa meditação!

Jorge Wilson

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35. Descobrindo as margens e construindo as torres “Certa vez uma grande multidão estava acompanhando Jesus. Ele virou-se para eles e disse:

-Quem quiser me acompanhar não pode ser meu seguidor se não me amar mais do que ama o

seu pai, a sua mãe, a sua esposa, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a si mesmo. Não pode ser meu seguidor aquele que não estiver pronto para morrer como eu vou

morrer e me acompanhar.

Se um de vocês quer construir uma torre, primeiro senta e calcula quanto vai custar, para ver

se o dinheiro dá. Se não fizer isso, ele consegue colocar os alicerces, mas não pode terminar a construção. Aí todos os que virem o que aconteceu vão caçoar dele, dizendo: "Este homem

começou a construir, mas não pôde terminar!" -Se um rei que tem dez mil soldados vai partir para combater outro que vem contra ele com vinte mil, ele senta primeiro e vê se está bastante

forte para enfrentar o outro.

Se não fizer isso, acabará precisando mandar mensageiros ao outro rei, enquanto este ainda estiver longe, para combinar condições de paz. Jesus terminou, dizendo: -Assim nenhum de

vocês pode ser meu discípulo se não deixar tudo o que tem. -O sal é uma coisa útil; mas, se perde o gosto, deixa de ser sal. É jogado fora, pois não serve mais nem para a terra nem para

o monte de esterco. Se vocês têm ouvidos para ouvirem, então ouçam. “(Lucas 14:25-35 BLH)

Nosso texto de hoje fala de nossas torres, nossos projetos pessoais. Jesus ensina que é

necessário calcular o que esses projetos de vida vão nos custar para podermos construir essas torres. Com frequência vivemos nossa vida cristã sem calcular o seu custo, ou seja, queremos o

céu com os pés na terra ou seja, continuar vivendo como os demais , fazendo quase as mesmas

coisas (erradas) sem nos darmos conta de fazer um “upgrade” ético ou seja – descobrir como ser sal realizando em nossa vida a vontade do Pai e mostrando isso aos outros.

Temos compromissos como família, trabalho, patrão, governo (impostos, legislação ambiental, etc ..) que , levados à sério em um sistema econômico em dificuldade, comprometem nosso

orçamento , nossa administração do tempo, às vezes até o nosso humor. Desse modo somos tentados a fazer “como todo mundo faz: relativizar a ética e ir vivendo!” pois não

queremos diminuir nossas margens de ganho, tempo etc...Jesus nos adverte que desistir de nosso cristianismo no meio do caminho nos afasta da Graça e perante o mundo : só provoca

risos!

Parece que um cristão pela metade é algo engraçado!

Mas, as pessoas que Jesus quer para o discipulado são aqueles conscientes dos compromissos que assumiram. Jesus emprega “parábolas gêmeas” para inculcar a lição: Se alguém deseja

construir uma torre deve fazer o seguinte: primeiro senta, e aí :calcula quanto vai custar . Entenda-se “construir torre” como levar uma vida á sério com o Pai: constituir família, abrir

um negócio, iniciar um ministério na igreja, etc...Só quando avaliarmos o que isto nos custa é

que entenderemos qual é a nossa “margem real” , o que podemos contar para realizar nosso projeto

Continuando esse ensino Jesus traz uma ilustração tirada da guerra. Como ir à guerra com dez mil soldados contra um rei que vem contra mim com vinte mil? Diz que, ele senta primeiro e vê

se está bastante forte para enfrentar o outro. Se ele vê que está difícil não fica esperando a derrota: combina a paz enquanto o inimigo enquanto este ainda estiver longe.

Hunter* acerca dessas duas parábolas, nos ensina: “Na primeira parábola, Jesus diz: “Senta-te e calcula se podes pagar o preço de me seguir”. Na segunda, diz: “Senta-te e calcula se podes

pagar o preço de recusar Minhas exigências”.

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As duas maneiras de ver a questão são importantes.

Jesus não deseja seguidores precipitados que não avaliem profundamente em que estão envolvidos. Os que calcularem o custo, realizarão os seus sonhos pois sonharão os sonhos do

Pai. E então , eles serão sal.

O sal é uma coisa útil.

Boa meditação

Grandes projetos!

Jorge Wilson

*citado em Lucas - Morris L - Ed.Vida Nova – São Paulo,1996, pag.222

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36. A mulher e a moeda

A alegria na koinonia

8 Jesus continuou: -Se uma mulher que tem dez moedas de prata perder uma, vai procurá-la, não é? Ela acende uma lamparina, varre a casa e procura com muito

cuidado até achá-la. 9 E, quando a encontra, convida as amigas e vizinhas e diz: "Alegrem-se comigo porque achei a minha moeda perdida." (Lucas 15:8-9 BLH)

Jesus conta a história de uma mulher que havia perdido uma moeda, provavelmente uma dracma – o equivalente a um dia de trabalho. Ela tinha uma pequena poupança de dez

moedas.

Quando deu pelo fato, ela não ficou a reclamar da vida, mas resolveu agir. Como as casas da

época tinham janelas muito pequenas , ela acendeu uma lamparina e começou a busca da moeda. Não encontrando, resolveu qualificar mais ainda seu trabalho e aplicou uma varredura

na casa , literalmente, até encontrar a moeda.

Nesse ponto, provavelmente cansada, a mulher poderia até dar o caso como encerrado, mas

não. Essa pequena vitória deve ser contada a outras pessoas para que elas também possam

se alegrar. Se é para que a alegria das vizinhas e amigas possa aumentar com a minha própria alegria isso não deve esperar; é coisa para hoje!

E assim, reuniu seu pequeno grupo, sua koinonia.

Essa história vem nos ensinar que a o Reino de Deus está presente em todas as

circunstâncias, as mais naturais. Muitas vezes quando, em pequeno grupo, somos perguntados anos mesmos o que nosso Pai realizou em nossa vida na última semana ficamos

procurando na memória sinais e prodígios e não encontramos. Não encontrando o que dizer não nos alegramos - e nem aos irmãos. Esquecemos que nossa vida é permeada pelo

“sagrado” e nosso Pai está conosco em todos os momentos.

Não houve qualquer intervenção sobrenatural para que esta mulher achasse a moeda. Bastou

o fato de ela ser diligente e desenvolver toda uma estratégia de trabalho.

Se você é diligente assim como ela, continue sendo!

Mas, diariamente, alem de dar Graças ao Pai, não se esqueça de duas coisas também importantes: - a alegria e os amigos!

E quando você faz isso num pequeno grupo, chama-se koinonia.

Boa meditação!

Jorge Wilson

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37. O Terceiro Caminho

1 Dizia Jesus também aos seus discípulos: Havia certo homem rico, que tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de estar dissipando os seus bens.

2 Chamou-o, então, e lhe disse: Que é isso que ouço dizer de ti? Presta contas da tua

mordomia; porque já não podes mais ser meu mordomo. 3 Disse, pois, o mordomo consigo:

Que hei de fazer, já que o meu senhor me tira a mordomia? Para cavar, não tenho forças; de

mendigar, tenho vergonha. 4 Agora sei o que vou fazer, para que, quando for desapossado da

mordomia, me recebam em suas casas. 5 E chamando a si cada um dos devedores do seu

senhor, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? 6 Respondeu ele: Cem cados de

azeite. Disse-lhe então: Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve cinquenta. 7 Perguntou

depois a outro: E tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. E disse-lhe: Toma a

tua conta e escreve oitenta. 8 E louvou aquele senhor ao injusto mordomo por haver procedido

com sagacidade; porque os filhos deste mundo são mais sagazes para com a sua geração do

que os filhos da luz. 9 Eu vos digo ainda: Granjeai amigos por meio das riquezas da injustiça;

para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. 10 Quem é

fiel no pouco, também é fiel no muito; quem é injusto no pouco, também é injusto no muito. 11

Se, pois, nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras? Lc 16

Cenário

Esta história do cap.16 é dirigida aos discípulos (de ontem e de hoje) enquanto as de Lucas 15 eram dirigidas aos fariseus.

Os judeus eram proibidos de tomar juros de outros judeus quando lhes emprestavam dinheiro (Ex 22;25, Lv 25:36 e Dt 23:19) - isto existia para evitar a exploração dos pobres. No entanto,

se um homem tivesse algum bem, não era considerado pobre e, portanto, emprestar a ele não era exploração.

Leon Morris em seu comentário de Lucas refere que toda quantia emprestada era convertida (para esconder os juros) em azeite ou trigo (e os juros também). Dessa forma, se alguém pedia

dinheiro equivalente a 80 medidas de trigo e os juros eram de 20 medidas a promissória era emitida como cem medidas te trigo. Comumente essas operações eram feitas pelos

administradores locais das propriedades - servos de confiança.

Provavelmente esse administrador foi pego desviando montantes de dinheiro para seu próprio

benefício. Sabendo que iria ficar sem emprego pensou em trabalhar duro ou mendigar, mas,

segundo Eclesiastes 40:28 "é melhor morrer do que mendigar" - acabou mudando de idéia.

A idéia

Chamou um dos devedores que devia cem cados de azeite (um cado é a produção de 146 oliveiras, não é pouco) e mandou lavrar para esse devedor outra promissória de 50 cados no

lugar da original (de 100).

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Chamou outro cliente e trocou uma outra promissória de 100 para 80 medidas de trigo (1

medida equivale à produção de dez alqueires), não é pouco.

Não acredito que o administrador fosse aumentar sua culpa com o dono da propriedade

meramente trocando raivosamente essas "promissórias" senão incorreria em novas punições. Provavelmente tinha liberdade de negociar preços ou abrir mão de suas comissões de gerente.

A questão é: O que Jesus quer ensinar?

Como nós lidamos com nossas culpas? Vamos sentir o peso e a vergonha pelo nosso pecado

quando o Pai, o verdadeiro Dono da propriedade, nos vê desperdiçando nossa vidas, recursos (que são dEle) assim como os dons que nos colocou à disposição?

Em suma, vamos trabalhar duro para nos punir ou ficar perdidos como o que pede esmola?

Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha...

O Terceiro Caminho

Esse gerente usa essa situação como uma oportunidade de entrar em contato com os outros

de uma forma construtiva. Pontes foram criadas quando esse gerente se interessou por esses clientes como pessoas (não se esqueça de que Jesus aprovou a atitude dele).

A culpa o fez relacionar-se mais humanamente com os outros. Assim, ele tem esperança de que

o receberão em suas casas quando ele necessitar.

Jesus ensina que erros e culpas - nossos ou não - podem ser usados para entrarmos em

contato mais humanamente uns com os outros. Os culpados contritos devem ter a expectativa de serem recebidos por seus irmãos e têm o direito de tentar construir essas pontes.

Não precisam penar para sempre nem ficar à margem. Podem usar o terceiro caminho.

Basta que nos apercebamos o que temos escrito nas contas deles.

Boa meditação!

Jorge Wilson

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38. “Pai” é o nome cristão para Deus

Descobrindo a paternidade de Deus

“E, levantando-se foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou e, compadecido dele, correndo o abraçou e beijou”. Lc 15:20

“E insistentemente lhe suplica: Minha filhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja salva, e viverá. Mc 9:24.

“Decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava Jô a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia:

Talvez tenham pecado os meus filhos, e blasfemado contra Deus em seu coração. Assim o fazia

Jó continuamente.” Jô 1:5.

“Este é o meu filho amado em quem me comprazo .” Mt 3:17

Nos exemplos acima temos o pai do filho pródigo, Jairo,Jô e o próprio Deus. É nítido o amor que devotavam a seus filhos e inclusive a preocupação no que ia nos corações deles, filhos. Muitas

vezes, talvez por temperamento a comunicação masculina não é tão verbal quanto se gostaria. Porém é importante, de qualquer forma , que se dê espaço para o“outro” - como fez Jô , ou

mesmo o “contato físico” como fez o pai do filho pródigo.

Henry Nouwen , narra -nos o seguinte:

"Uma amigo escreveu-me uma carta narrando sua descoberta. Ele havia decidido passar a semana após o Natal com seu pai, que sofre do Mal de Alzheimer. Certa manhã, ao encontrar o

pai seguindo seu programa de tratamento diário achou-o muito ansioso e agitado. Seu pai estava muito preocupado, acreditando em que sua própria mãe, falecida há muitos anos, antes

até do nascimento de meu amigo, estivesse precisando de sua ajuda. Suas preocupações eram uma clara evidência de uma profunda angústia que ele não conseguia expressar abertamente".

Meu amigo levou-o para dar um passeio de automóvel pelo campo. Poucas palavras foram

trocadas entre eles, mas meu amigo percebeu que a ansiedade de seu pai diminuíra e que ele ficara mais calmo. Depois de um silêncio de quase uma hora, seu pai virou-se para ele, olhou-o

e disse: "Fazia tempo que não tínhamos um encontro tão bom assim". O filho sorriu, reconhecendo que seu pai estava certo. A angústia havia-se transformado em paz: a perda

resultara em ganho . Até o silêncio entre eles promoveu cura." [i]

Nesse exemplo aprendemos que mesmo nas ocasiões difíceis entre pai e filho “o dar um

espaço para o outro ” pode significar uma linguagem, uma comunicação toda especial entre pai e filho.

Redescobrindo “Aba”, Pai.

O REV.J.L. Packer escreveu:

Englobamos todo o ensino do Novo Testamento em uma só frase, se falarmos dele como sendo a

revelação da Paternidade do santo Criador.. Do mesmo modo, resumimos toda a religião do Novo Testamento se a descrevemos como o conhecimento de Deus como nosso santo Pai.Se quiser

julgar até que ponto uma pessoa entendeu o que é Cristianismo, descubra que valor ela dá ao fato de ser filho de Deus, e de ter a Deus como seu Pai.Se este pensamento não dominar e controlar

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

suas orações, sua adoração e toda a sua atitude perante a vida, isso quer dizer que não entendeu bem o cristianismo. pois tudo o que Cristo ensinou, tudo aquilo que torna o Novo Testamento novo

e melhor que o Velho, tudo o que é distintamente cristão em oposição ao simples judaísmo, está

englobado no conhecimento da Paternidade de Deus. "Pai" é o nome cristão para Deus.

[ii]

Só o Espírito Santo é que nos permite essa aproximação de Deus como nosso Pai. O Pr. Ricardo

Barbosa comenta:

Deus não é nosso Pai porque projetamos sobre Ele esta imagem, e o fazemos nosso Pai a partir

dos referenciais que construímos nas nossas relações humanas. Ele é Pai porque tem um Filho e é através de seu Filho Jesus Cristo que Ele é-nos revelado como Pai. Deus é então nosso Pai porque em Cristo Jesus ele nos adotou e nos deu o Espírito do seu Filho que, em nossos corações, clama

Aba-Pai. Este princípio é importante porque é comum projetar em Deus as imagens paternas que construímos. É só através de Cristo que podemos conhecer Deus como Pai. É Cristo que nos revela

a paternidade de Deus. É na relação que Cristo tem com o Pai que encontramos o modelo e o caminho da nossa relação com ele.

Foi ouvindo a declaração de amor do Pai que Jesus iniciou seu ministério. Não sei se nossas

vidas seriam diferentes se tivéssemos pais assim tais como o do filho pródigo, Jô, Jairo e o Pai celeste! Mas o nosso irmão – Jesus – veio para que recebêssemos a adoção de seu Pai! (E

consertar a nossa história!)

- Como ter certeza isso? Leia Romanos:

“ O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.” Rom 8:16.

Moral da história: - Quem é filho do Pai...sabe que é!

Boa meditação!

Um Feliz Dia dos Pais!

Jorge Wilson

[i] Nouwen H. Transforma meu pranto em dança.

[ii] Barbosa R. Caminho do Coração. Ed Encontro pág.152.

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39. O que é que eu vou ganhar? Parábola dos Trabalhadores na Vinha

1 “Pois o Reino dos céus é como um proprietário que saiu de manhã cedo para contratar

trabalhadores para a sua vinha. 2 Ele combinou pagar-lhes um denário (1 moeda de prata) pelo dia e mandou-os para a sua vinha.3 “Por volta das noves hora da manhã, ele saiu e viu outros

que estavam desocupados na praça, 4 e lhes disse: ‘Vão também trabalhar na vinha, e eu lhes pagarei o que for justo’. 5 E eles foram. “Saindo outra vez, por volta do meio-dia e das três

horas da tarde, fez a mesma coisa. 6 Saindo por volta das cinco horas da tarde, encontrou

ainda outros que estavam desocupados e lhes perguntou: ‘Por que vocês estiveram aqui desocupados o dia todo?’ 7 ‘Porque ninguém nos contratou’, responderam eles. “Ele lhes disse:

‘Vão vocês também trabalhar na vinha’.8 “Ao cair da tarde, o dono da vinha disse a seu administrador: ‘Chame os trabalhadores e pague-lhes o salário, começando com os últimos

contratados e terminando nos primeiros’.9 “Vieram os trabalhadores contratados por volta das cinco horas da tarde, e cada um recebeu um denário. 10 Quando vieram os que tinham sido

contratados primeiro, esperavam receber mais. Mas cada um deles também recebeu um denário. 11 Quando o receberam, começaram a se queixar do proprietário da vinha, 12

dizendo-lhe: ‘Estes homens contratados por último trabalharam apenas uma hora, e o senhor os igualou a nós, que suportamos o peso do trabalho e o calor do dia’.13 “Mas ele respondeu a

um deles: ‘Amigo, não estou sendo injusto com você. Você não concordou em trabalhar por um denário? 14 Receba o que é seu e vá. Eu quero dar ao que foi contratado por último o mesmo

que lhe dei. 15 Não tenho o direito de fazer o que quero com o meu dinheiro? Ou você está com inveja porque sou generoso?’16 “Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão

últimos”

O cenário prévio ao desse texto é o do Jovem Rico, cumpridor da Lei e que não conseguiu

seguir a Jesus que mandou que distribuísse seus bens aos pobres. Via-se, naquela época , a riqueza como sinal do favor divino. De certa forma, hoje ainda não é muito diferente.

Parece provocação de Jesus aos discípulos quando começa o pagamento pelos trabalhadores da undécima hora. Ele aumenta a expectativa dos ouvintes começando por esse grupo de

trabalhadores pois, afinal, não haviam combinado pagamento, trabalharam 1 hora e receberiam uma diária normal de trabalho. Isso aumentou a expectativa sobretudo dos trabalhadores da

primeira hora, pois apesar de terem combinado 1 moeda de prata agora esperavam receber mais.

Pedro, muito humano, já tinha aberto o seu coração para isso e perguntado anteriormente (Mt.19:27) " E nós, o que será de nós?". Ele era um ” trabalhador da 1ª hora” iniciara seu

discipulado mais cedo e tinha expectativas. Ele “pensava que ia receber mais”. Da mesma forma que Pedro, temos o mesmo problema - olhar para os lados.

E se fosse com você?

Muitas vezes, e nossa vida cristã não conseguimos apreciar a alegria de se ter uma safra que podemos colher e desfrutar - só pensamos no trabalho árduo que a vida nos impõe. O Pai

alegra-se em procurar pessoas para a Sua vinha e recompensá-las com a sua Graça. Ele faz o possível para que todos possam usufruir do seu amor e participar do Seu discipulado – essa

caminhada que fazemos com Ele. O problema é a nossa preocupação com o bônus do outro. Gostamos de contabilizar a bondade de Deus.

A parábola nos ensina que devemos nos sentir felizes em verificar que os que são novos na Graça são tão amados como nós. E isto não depende de quanto se fez ou da fase da vida em

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que se recebeu o “chamado irresistível de Jesus”. Os trabalhadores da primeira hora desde

aquele momento tiveram seu sustento garantido enquanto os que chegaram depois na praça ficaram na espera de algo que não sabiam se iria acontecer.

Os trabalhadores da undécima hora simbolizam aqueles a quem Jesus chama e que praticamente nada tenham a acrescentar ao trabalho da vinha. Fica claro que não cabe a nós

escolher o quanto trabalhar - é Deus que decide isso. E temos de ficar em paz.

Bom, para terminar , eu não sei se eu tenho que me alegrar com a sua chegada na vinha, ou

você com a minha. Eu não sei quem chegou antes!

Em todo caso, se o seu discipulado foi mais longo que o meu, alegre-se! Você saiu da praça

mais cedo. E eu me alegrarei com você.

Afinal, é muito bom trabalhar nessa vinha! E o sustento? Bom, todos receberemos a moeda de

prata.

Ruim mesmo é ficar na praça!

Boa meditação!

Jorge Wilson

Textos Bíblicos – CDROM – NVI -Concordância Exaustiva da Bíblia Sagrada

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40. Preparado para a festa?

A Parábola do Banquete de Casamento

1 Jesus lhes falou novamente por parábolas, dizendo:

2 “O Reino dos céus é como um rei que preparou um banquete de casamento para seu filho.

3 Enviou seus servos aos que tinham sido convidados para o banquete, dizendo-lhes que viessem; mas eles não quiseram vir.4 “De novo enviou outros servos e disse: ‘Digam aos que

foram convidados que preparei meu banquete: meus bois e meus novilhos gordos foram abatidos, e tudo está preparado. Venham para o banquete de casamento!’

5 “Mas eles não lhes deram atenção e saíram, um para o seu campo, outro para os seus

negócios. 6 Os restantes, agarrando os servos, maltrataram-nos e os mataram.

7 O rei ficou irado e, enviando o seu exército, destruiu aqueles assassinos e queimou a cidade

deles.8 “Então disse a seus servos: ‘O banquete de casamento está pronto, mas os meus convidados não eram dignos.

9 Vão às esquinas e convidem para o banquete todos os que vocês encontrarem’.

10 Então os servos saíram para as ruas e reuniram todas as pessoas que puderam encontrar,

gente boa e gente má, e a sala do banquete de casamento ficou cheia de convidados.

11 “Mas quando o rei entrou para ver os convidados, notou ali um homem que não estava

usando veste nupcial.

12 E lhe perguntou: ‘Amigo, como você entrou aqui sem veste nupcial?’ O homem emudeceu.

13 “Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrem-lhe as mãos e os pés, e lancem-no para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes’.

14 “Pois muitos são chamados, mas poucos são escolhidos”

Parábolas são estórias que desencadeiam um processo dentro de nós, mudam a nossa forma de

ver e de sentir.

O rei que convida para o casamento de seu filho é uma imagem de Deus. Jesus foi o enviado para núpcias com a humanidade. O servos que levam o convites às pessoas são os profetas e

os missionários (estes no sentido amplo da palavra pois também pode ser qualquer um de nós).

Naquela época o convite era feito com bastante antecedência e também quando o banquete

estivesse pronto. O tempo entre os dois convites reflete a longanimidade de Deus com o povo ( longânimo é aquele que suporta com paciência a espera).

Mas o ego dos que foram convidados atrapalha tudo. Estão mais preocupados com seus projetos pessoais e dão desculpas (veja Lucas 14:16-24 onde há outra versão desta

parábola), que não convencem ninguém, muito menos o rei. Alguns, inclusive, chegam a matar os enviados do rei.

Então o rei nos ensina o que é a Graça. Envia seus servos às estradas, aos cantos e confins do reino – isso representa toda a nossa história, nosso inconsciente . Enfim, chama pessoas de

todo tipo para participarem do banquete. Isso é a imagem da Graça – na igreja existe todo tipo

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de pessoas com todo tipo de narrativa pessoal, pois todos são de alguma forma convidados a

participar do banquete. Não preciso eliminar o mal que há em mim para entrar nessa festa. Preciso, isto sim , percebê-lo e cobri-lo com a veste do amor incondicional do Pai.

Sob observação.

Mas tem uma coisa. O rei gosta de observar os convivas. Gosta de ver o uso que fazem da graça do convite – como respondem a ela. Assim como o convite é uma manifestação da graça ,

e exige que o ser humano responda a essa graça com alguma forma de disposição e manifestação ou transformação, daí a pergunta do rei: Amigo, como você entrou aqui sem

veste nupcial?

O Novo Testamento King James comenta esse episódio da observação do rei:

“Era costume, naquela época e região, o anfitrião oferecer roupas adequadas ao casamento para os convidados que não pudessem comprá-las. Como esse grupo de pessoas veio

diretamente das ruas,,(os que andam pelas ruas são os pobres no sentido amplo da palavra) todos ganharam sua roupas cerimoniais. Entretanto, um daqueles novos convidados , rejeitou também a hospitalidade e a generosidade do rei. A veste nupcial simboliza a justificação com a

qual Cristo veste todas as pessoas que aceitam o dom gratuito da salvação (Rom 13:14 e Ap 19:8)” *

A igreja e seus dirigentes não podem excluir ou impedir as pessoas de comparecerem ao banquete comum. Isso significa que na Igreja há todo tipo de pessoas. Mas após o convite para

a festa o rei, para estarmos com o Rei, Deus espera que , como conseqüência desse estar com o Rei, as pessoas procurem levar uma vida pura. Se eu não vestir essa roupa do amor do

Pai, meu próprio pecado transformará a minha vida de dança em pranto.

A lição que Mateus nos ensina

Mateus nos adverte da importância da graça (o convite gratuito) que recebemos sobre qualquer esforço humano. Mas precisamos saber o que fazer dela. Tem de haver disposição para mudar.

O Natal vem aí e é uma festa. Você também é convidado.

Vista sua roupa!

Jorge Wilson

Textos Bíblicos – CDROM – NVI -Concordância Exaustiva da Bìblia Sagrada.

* Novo Testamento King James - Edição de Estudo – Ed. Abbapress, pág 62 – comentário de Mt

22.

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41. Vivendo no espaço da bondade do Senhor

E aprendendo a ser pai

3 Deste modo, quando tu, um simples ser humano, os julga e, todavia, praticas os mesmos

atos, pensas que de alguma forma escaparás ao juízo de Deus?

4 Ou , porventura, desprezas a imensa riqueza da bondade, tolerância e paciência, não percebendo que é a própria misericórdia de Deus que te conduz ao arrependimento? (Romanos

2 Ed King James)

Paulo ensina que Deus é juízo e bondade e que é debaixo da imensa riqueza da bondade de

Deus, ou seja, de Sua Graça (favor não merecido) que crescemos e chegamos ao arrependimento (=metanóia – mudança de mente) humilde. É um espaço de bondade que

assim como recebemos, também devemos conceder aos demais para que também possam crescer.

Osmar Ludovico em seu livro Meditatio (pág.127 – Ed. Mundo Cristão) ensina aos homens casados que:

O verdadeiro homem de Deus é manso e afetivo. Olha com amor para as próprias fragilidades e os próprios erros, de forma que também apresenta um espírito perdoador e paciente em relação às

fragilidades e aos erros da esposa e filhos.

Crises de relacionamentos podem também ser oportunidades para crescermos em nossos ambientes de relacionamento. São chances para que hajam diálogo e o perdão. São

oportunidades para criarmos um espaço de bondade para todos.

Continuando com o texto do Pr Osmar (pág127):

Dessa forma, conduzidos pelo Espírito Santo e inspirados na vida de Jesus de Nazaré, podemos amadurecer como seres humanos na difícil arte de amar, aprendendo a renunciar e ceder, crescendo

na capacidade de perdoar e ser perdoados. Esposas e filhos serão os primeiros a perceber e sentir o bom perfume do amor exalado por nossas vidas transformadas pelo Senhor.

É necessário que aprendamos a sermos o “pai” nas histórias em que vivemos. Foi o que Jesus ensinou na Parábola do Filho Perdido:

A Parábola do Filho Perdido

11 Jesus continuou: “Um homem tinha dois filhos. 12 O mais novo disse ao seu pai: ‘Pai, quero

a minha parte da herança’. Assim, ele repartiu sua propriedade entre eles.13 “Não muito tempo depois, o filho mais novo reuniu tudo o que tinha, e foi para uma região distante; e lá

desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente.14 Depois de ter gasto tudo, houve uma grande fome em toda aquela região, e ele começou a passar necessidade. 15 Por isso foi

empregar-se com um dos cidadãos daquela região, que o mandou para o seu campo a fim de cuidar de porcos. 16 Ele desejava encher o estômago com as vagens de alfarrobeira que os

porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada.17 “Caindo em si, ele disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome! 18 Eu me porei a caminho e

voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti. 19 Não sou mais digno de

ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados’.

20 A seguir, levantou-se e foi para seu pai.“Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de

compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou.21 “O filho lhe disse: ‘Pai, pequei contra

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o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho’.22 “Mas o pai disse aos seus

servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. 23 Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e

alegrar-nos. 24 Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E começaram a festejar o seu regresso.

O irmão:

25 “Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando se aproximou da casa, ouviu a

música e a dança.26 Então chamou um dos servos e perguntou-lhe o que estava acontecendo.27 Este lhe respondeu: ‘Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo,

porque o recebeu de volta são e salvo’.28 “O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele. 29 Mas ele respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos

esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. 30 Mas

quando volta para casa esse teu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele!’31 “Disse o pai: ‘Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que

tenho é seu. 32 Mas nós tínhamos que celebrar a volta deste seu irmão e alegrar-nos, porque

ele estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado’ ”. Lucas 15

O pai cria o espaço da bondade para o filho mais novo ao ceder sua herança sem ter morrido. E mantém esse espaço ao contemplar a estrada vazia aguardando a possível volta do filho que

partiu.

Para o irmão mais velho, obediência e dever se tornaram um fardo, um trabalho. Muitas vezes

deve ter pensado por que também não ia embora. Não conseguiu perceber o espaço da bondade que seu pai lhe dava: tudo o que tenho é seu. Acredito que muitas vezes nos sentimos

como esse irmão mais velho. Achamos que sempre fomos “servos fiéis' e, quando precisamos, “Deus não correspondeu”. Pelo contrário , outros irmãos “bem menos fiéis que eu” parecem ter

sido bem mais galardoados, e assim por diante.

Leia novamente a parábola acima mas antes peça ao Espírito Santo para lhe dizer onde você

está:

- Na estrada, voltando para o pai (espero que os porcos tenham ficado para trás)?

- No quintal, ressentido e dando razão ao filho mais velho que existe em você?

Descubra o local da festa que é onde o Pai deseja que você esteja e convide outros a participar

dela.

- Seja pai também!

Jorge Wilson

Textos Bíblicos – CDROM – NVI -Concordância Exaustiva da Bíblia Sagrada. e Novo Testamento

King James – Edição de Estudo

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42. Onde você está?

A Parábola do Filho Perdido

11 Jesus continuou: “Um homem tinha dois filhos. 12 O mais novo disse ao seu pai: ‘Pai, quero

a minha parte da herança’. Assim, ele repartiu sua propriedade entre eles.13 “Não muito tempo depois, o filho mais novo reuniu tudo o que tinha, e foi para uma região distante; e lá

desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente.14 Depois de ter gasto tudo, houve uma grande fome em toda aquela região, e ele começou a passar necessidade. 15 Por isso foi

empregar-se com um dos cidadãos daquela região, que o mandou para o seu campo a fim de

cuidar de porcos. 16 Ele desejava encher o estômago com as vagens de alfarrobeira que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada.17 “Caindo em si, ele disse: ‘Quantos empregados

de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome! 18 Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti. 19 Não sou mais digno de

ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados’. 20 A seguir, levantou-se e foi para seu pai.“Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e

o abraçou e beijou.21 “O filho lhe disse: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho’.22 “Mas o pai disse aos seus servos: ‘Depressa! Tragam a

melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. 23 Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e alegrar-nos. 24 Pois este meu

filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E começaram a festejar o seu regresso.

O Preço do Discipulado

25 “Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando se aproximou da casa, ouviu a

música e a dança.26 Então chamou um dos servos e perguntou-lhe o que estava

acontecendo.27 Este lhe respondeu: ‘Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, porque o recebeu de volta são e salvo’.28 “O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis

entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele. 29 Mas ele respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas

ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. 30 Mas quando volta para casa esse teu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o

novilho gordo para ele!’31 “Disse o pai: ‘Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. 32 Mas nós tínhamos que celebrar a volta deste seu irmão e alegrar-nos, porque

ele estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado’ ”.Lucas 15

Assim como Lucas 15:4-11 esta é uma parábola dupla – cada metade tem estrutura semelhante

porém distinta. A parábola refere-se a Deus, um pecador que se arrepende e um outro que se julga justo.

É bom lembrar o contexto em que esse evento da parábola se dava, qual era a platéia e que Jesus queria advertir fariseus e mestres da Lei:1 Todos os publicanos e “pecadores” estavam se

reunindo para ouvi-lo. 2 Mas os fariseus e os mestres da lei o criticavam: “Este homem recebe

pecadores e come com eles”.Lucas 15

Pedir a herança para um pai vivo tem o mesmo significado que desejar que o pai morra. E o

mais incrível é que esse pai humilhado por esse pedido fornece exatamente o que o filho lhe pede ao invés de discipliná-lo pois era um caso de rebeldia e insulto ao pai, como veremos em

Deuteronômio 21.

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

Em relação a heranças, no Velho Testamento existem dois casos que são dignos de nota : 1

Naquele tempo Ezequias ficou doente e quase morreu. O profeta Isaías, filho de Amoz, foi visitá-lo e lhe disse: “Assim diz o SENHOR: ‘Ponha em ordem a sua casa, pois você vai morrer;

não se recuperará’ ”.2 Reis 20:1 Ezequias teria de fazer um testamento, geralmente oral, de seus bens pois estava em iminência de morte (o que não é o caso do pai da parábola).

Em outro exemplo: 5 Abraão deixou tudo o que tinha para Isaque. 6 Mas para os filhos de suas

concubinas deu presentes; e, ainda em vida, enviou-os para longe de Isaque, para a terra do oriente.7 Abraão viveu cento e setenta e cinco anos. 8 Morreu em boa velhice, em idade bem

avançada, e foi reunido aos seus antepassados. Gênesis 25. Nesse exemplo vemos que o fato de deixar um presente específico para um filho faz com que o mesmo seja eliminado de

quaisquer direitos sobre o resto da herança.

O pai sabe que o filho será tratado com hostilidade pela aldeia que ele rejeitou viver e então o pai faz uma série de atos para restaurar a dignidade do filho perdido e restaurá-lo à comunhão

com a a comunidade. Possivelmente quando o pai sai para encontra-lo na estrada já é parte

desse processo. Faz com que a reconciliação se torne pública já na entrada da aldeia onde costumavam ficar as pessoas importantes da comunidade e evita a disciplina de Deuteronômio

de que depois discorreremos. O beijo no rosto é sinal de igualdade pois normalmente o filho beijaria seu pai na mão ou no pé. O filho responde com parte de seu discurso preparado - a

parte do discurso: trata-me como um dos teus empregados’ (v.19) não aparece no v.21.Presume-de que o pai o interrompeu e assim ele não foi alijado da posição de filho. Coisas

da Graça.

A ordem do pai para os servos vestirem o filho assegura ao filho um respeito especial por parte

dos servos que estariam esperando um indicio do pai para saberem como tratar esse filho que voltou.

A melhor roupa possivelmente era a do pai usada para as grandes ocasiões. O anel sugere que ele continuava de inteira confiança da família. Os sapatos simbolizam que ele era um homem

livre. A morte do bezerro cevado simboliza que a aldeia seria convidada para a esta. A primeira parte da parábola termina em Celebração.

O filho mais velho

O interessante é que ao chegar próximo à casa ele não entra como seria de se esperar, mas pede informações:26 Então chamou um dos servos e perguntou-lhe o que estava acontecendo.

Provavelmente ainda não sabia em que condições o irmão teria regressado (pois poderia até ter voltado mais rico que todos) e provavelmente só depois é que deve ter sido informado da

realidade dos fatos, da falência do irmão. Sem saber ao certo recusa-se a entrar na casa negando dignidade à festa que se desenvolvia na mesma, pois normalmente seu papel era estar

presente à mesma e verificando se todos estavam sendo bem servidos. Além de tudo ao negar-se a entrar estava desabonando a dignidade restaurada que seu pai havia restituído ao seu

irmão – criava um problema com o próprio pai. Fica uma brecha entre esse filho e esse pai novamente humilhado.

Esse filho entra no espirito dos fariseus, na fileira das noventa e nove ovelhas que não se perderam, que nunca desobedeceram a ordem do pastor e que não necessitavam de

arrependimento (Lucas 15:4-7). Acusa o pai de favoritismo: 29 Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. Um bezerro cevado é maior que um cabrito –

você gosta mais dele que de mim - já viu esse filme?

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

(Será que às vezes não fazemos o mesmo com o Pai quando vemos outros irmãos serem aparentemente mais abençoados que nós?)

Ao usar a expressão esse teu filho no v.30 de certo modo o mais velho declara que não faz ou não quer fazer mais parte dessa família. Cá entre nós os valores dele eram mais baixos pois

achava que alegrar-se com os amigos era mais prazeroso que ter seu irmão restituído à família. E ainda existiria a possibilidade de que esse irmão legalista desejasse que a lei fosse cumprida e

que o irmão mais novo fosse morto de acordo com a Lei (não se esqueça que os fariseus eram a platéia de Jesus e devem ter pensado igual a ele) em Deuteronômio 21:

18 “Se um homem tiver um filho obstinado e rebelde que não obedece ao seu pai nem à sua mãe e não os escuta quando o disciplinam, 19 o pai e a mãe o levarão aos líderes da sua

comunidade, à porta da cidade, 20 e dirão aos líderes: ‘Este nosso filho é obstinado e rebelde. Não nos obedece! É devasso e vive bêbado’. 21 Então todos os homens da cidade o apedrejarão

até a morte. Eliminem o mal do meio de vocês. Todo o Israel saberá disso e temerá.

E ficaríamos com o irmão mais novo desejando a morte do pai, pelo menos no início da estória

e o irmão mais velho, legalista, provavelmente desejando a morte do irmão, achando que a Lei

devesse ser cumprida.

Na verdade os dois filhos estiveram ou estavam distanciados do pai , cada um do seu jeito, e os

irmãos distanciados pela atitude do mais velho. Mas esse pai não dá ordem ao filho mais velho para entrar na festa, o pai declara a esse filho que tudo entre os dois era comum e

somente pede que ele entre na festa e alegre-se, dignificando a família e principalmente seu irmão.

Não sabemos qual foi a atitude do irmão, pois a estoria termina com os rogos do pai provavelmente para os circunstantes pensarem no assunto (e nós também). Embora um

derramamento especial da Graça tenha sido dado ao irmão mais novo o pai assegura ao mais velho que seus direitos estão protegidos e que a categoria que o filho mais velho se impôs de

“servo” não condiz com o relacionamento que o pai lhe oferece: tudo o que é meu é seu.

Os fariseus ao ouvirem a estória do filho mais velho e seu legalismo são levados a pensar: eu

sou este homem. São desafiados a reagirem e aceitarem o convite de entrar na festa

O mesmo pai que foi a estrada também vai ao quintal. E você, onde está? Estrada ou quintal? O

Pai prefere te ver na festa.

Escreva abaixo sua oração:

Jorge Wilson

Textos Bíblicos – CDROM – NVI -Concordância Exaustiva da Bíblia Sagrada.

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43. - Misericórdia , Pai! O resto? O Senhor decide... A Parábola do Fariseu e do Publicano

Cenário

Jesus se dirige aos fariseus presentes para adverti-los ao contar esta parábola..

9 A alguns que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: 10 “Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano.

11 O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano.12 Jejuo duas vezes

por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’.13 “Mas o publicano ficou à distância. Ele

nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’.14 “Eu lhes digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado

diante de Deus. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”.Lucas 18

O fariseu da estória não se achava pecador nem necessitado da graça perdoadora de Deus. Só não chegou a parabenizar Deus “por ter um servo tão excelente” mas passou perto. Quando

começou sua oração, primeiro falou daquilo que costumava se abster e depois começou a se gabar de suas práticas piedosas as quais iam inclusive além das exigências da Lei em

Deuteronômio 14 :22 .

A parábola nos previne e ensina o espirito com que as pessoas devem orar. No Templo

eram proferidas tanto orações publicas como particulares, o que parece ser o caso aqui. Se observarmos a linguagem corporal narrada percebemos que o fariseu , que tinha status

religioso , orou em pé mas o publicano “ficou à distância” pois era visto como um traidor do seu povo por coletar impostos para Roma . Na apreciação de Jesus esse grupo de fariseus

religiosos se perdia em sua religiosidade de resultados pois queriam honra e dinheiro, leiam:

Lucas 11: 42 “Ai de vocês, fariseus, porque dão a Deus o dízimo da hortelã, da arruda e de toda a sorte de hortaliças, mas desprezam a justiça e o amor de Deus! Vocês deviam praticar estas

coisas, sem deixar de fazer aquelas.43 “Ai de vocês, fariseus, porque amam os lugares de honranas sinagogas e as saudações em público!

Lucas 16: 13 “Nenhum servo pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará outro, ou se dedicará a um e desprezará outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”.

14 Os fariseus, que amavam o dinheiro, ouviam tudo isso e zombavam de Jesus. 15 Ele lhes disse: “Vocês são os que se justificam a si mesmos aos olhos dos homens, mas Deus conhece o

coração de vocês. Aquilo que tem muito valor entre os homens é detestável aos olhos de Deus.

Já com o publicano fica nítida a grande convicção do pecado que o publicano carregava consigo.

Sua linguagem corporal era outra: batia em seu próprio peito como sinal de tristeza. Sua oração é simples e profunda. “Tem misericórdia” o verbo é hilastheti - “seja removida a tua

ira” (ira de Deus) .Enquanto o publicano pede perdão, reconhece o que não o merece - um exemplo para nós. Será que oramos assim? O publicano nada pleiteia, nada pede a não ser a

misericórdia do Pai e aceita tudo o que esse Pai entender de colocar em sua vida .

Pausa para meditar: será que eu oro assim ou minha oração consiste de um sem número de petições ao Pai sem cogitar do que eu realmente mereceria pelo meu pecado?

Paulo é específico em Romanos 3:

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

21 Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da Lei, da qual

testemunham a Lei e os Profetas, 22 justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem. Não há distinção, 23 pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus,

Foi a oração desse publicano que foi aceita para justificação – foi declarado justo e inocentado. Enquanto isso vemos que a oração de auto-exaltação do fariseu funcionou no caminho inverso -

o da humilhação.

Precisamos pensar e repensar nossa oração. Com que espirito eu oro? Será que no secreto da

minha alma eu acho que Deus deve para mim? Será que eu gostaria de ter crédito de boas obras com Ele para garantir a qualidade da Sua resposta à minha oração?

Ore agora a oração do publicano repetindo-a muitas vezes como ele mesmo deve ter feito. Se sentir vontade bata no peito em sinal de contrição convicto de apenas duas coisas: que você é

pecador e necessita da misericórdia do Pai.

Compartilhe depois com a sua comunidade.

Jorge Wilson

Outras meditações em:http://www.ibmorumbi.com.br/intercessao/meditacoes.asp ou no nosso

blog: http://jwilson.blog.uol.com.br

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44. Orando e bem

Jesus também contou esta parábola para os que achavam que eram muito bons e desprezavam

os outros: -Dois homens foram ao Templo para orar. Um era fariseu, e o outro, cobrador de impostos. O fariseu ficou de pé e orou sozinho, assim: "Ó Deus, eu te agradeço porque não sou

avarento, nem desonesto, nem imoral como os outros homens. Agradeço-te também porque não sou como este cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana e te dou a décima parte

de tudo o que ganho." -Mas o cobrador de impostos ficou de longe e nem levantava o rosto para o céu. Batia no peito e dizia: "Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!" E Jesus

terminou, dizendo: -Eu afirmo a vocês que foi este homem, e não o outro, que voltou para casa

em paz com Deus. Porque quem se engrandece será humilhado, e quem se humilha será engrandecido. (Lucas 18:9-14 BLH)

Jesus nos ensina no texto que, às vezes, uma oração pode “não passar do teto”. Ele nos ensina que existe um espírito em que as pessoas devem orar – o espírito de humildade. Quem

busca o Pai e apresenta sua alma perante Ele , se percebe pecador e necessitado de graça e misericórdia.

Em humildade até o corpo ora junto – lembra-se de que Jesus suou sangue no Getsêmani? Os sentimentos de humildade do publicano fizeram-no ter uma linguagem corporal expressiva

quando ficou de longe, nem levantava o rosto para o céu e batia no peito.

O que o fariseu não sabia

Muitas vezes corremos o risco de querer mostrar ao Pai o ministério que realizamos na Igreja, trabalho, etc numa esperança que o Pai “corresponda” ao nosso esforço mas...Não é por aí!

Não existe caminho meritório na oração- não existe reivindicação! Oramos, não baseados em nossos méritos, até porque o texto nos diz que quem se engrandece será

humilhado. Nosso Pai está interessado não na informação do que precisamos – isso Ele já sabe. Ele se interessa, isto sim, pelos nossos sentimentos em relação a tudo que nos

diz respeito, inclusive nossas necessidades.

E a resposta vem rápida

A maior resposta à oração já vem no final dela, quando retornamos para casa em paz com

Deus. Quando o publicano pede o favor de Pai - Ó Deus, tem pena de mim -usa o verbo hilastheti que significa – seja removida Tua ira. Uma vez a ira removida sentimo-nos

amados. É a partir daí que vem a recompensa da oração. O resto é crer nas promessas!

Qualquer pecador arrependido que humildemente procurar a misericórdia do Pai na oração,

pode ter certeza de que a achará.

Boa meditação!

Jorge Wilson

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45. A oração que não sobe

Onde ancorou sua oração?

9 Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros: 10 Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar:

um, fariseu, e o outro, publicano. 11 O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e

adúlteros, nem ainda como este publicano; 12 jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. 13 O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os

olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! 14 Digo-vos

que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado. (Lucas 18:9-14 RA)

Lucas vem nos ensinar um tipo especial de oração – aquela em que a âncora não está para cima mas ao contrario – para baixo. Essa não sobe de jeito algum. O próprio texto de Lucas nos

diz que “ o fariseu orava de si para si mesmo ”. Era uma tentativa de tornar Deus devedor a tanta dedicação, pois o fariseu dava dízimo até do que não precisava numa esperança de ter

“créditos a receber” e não “contas a pagar”.

A postura física

Se você observar o texto, notará que a própria chegada ao lugar de oração e o modo de sua postura no Templo já era diferente. O fariseu, posto em pé e o publicano, estando em pé, longe

, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito . O publicano se sentia longe de Deus e nem deve ter ouvido o fariseu fazer a menção (depreciativa) à sua pessoa -

porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano .

O publicano talvez até concordasse com o fariseu numa coisa: ele, publicano, estaria no último degrau de merecimento social, atrás dos roubadores, injustos e adúlteros. Acredito até que

deixasse de propósito muitos lugares à sua frente no lugar de oração para esses “outros”, melhores que ele.

A melhor oração e a volta para casa

Mas Jesus falou que escolheu a oração do publicano - Ó Deus, sê propício a mim, pecador!

Poucas palavras cheias de significado – e o publicano conseguiu dizer tudo o que Deus queria

ouvir. Sua oração chegou ao céu – ele retornou para casa justificado – ou seja, na sua oração o publicano encontrou Deus e sentiu Sua paz.

Boa meditação!

Jorge Wilson

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46. Com medo do Tsuname? – “ Erguei vossas cabeças!”

20 Jesus disse ainda: -Quando vocês virem a cidade de Jerusalém cercada por exércitos, fiquem sabendo que logo ela será destruída. 21 Então, os que estiverem na região da Judéia, que

fujam para os montes. Quem estiver na cidade, que saia logo. E quem estiver no campo, que não entre na cidade. 22 Porque aqueles dias serão os "Dias do Castigo", e neles acontecerá

tudo o que as Escrituras Sagradas dizem. 23 Naqueles dias, infelizes das mulheres grávidas e das mães que ainda estiverem amamentando! Porque virá sobre a terra uma grande aflição, e

cairá sobre esta gente um terrível castigo de Deus. 24 Muitos serão mortos à espada, e outros

serão levados como prisioneiros para todos os países do mundo. E os não-judeus conquistarão Jerusalém, até que termine o tempo de eles fazerem isso. 25 E Jesus continuou: -Haverá sinais

no sol, na lua e nas estrelas. E, na terra, todas as nações ficarão desesperadas, com medo do terrível barulho do mar e das ondas. 26 Em todo o mundo muitas pessoas desmaiarão de terror

ao pensarem no que vai acontecer, pois os poderes do espaço serão abalados. 27 Então o Filho do Homem aparecerá descendo numa nuvem, com poder e grande glória. 28 Quando essas

coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e de cabeça erguida, pois logo vocês serão salvos. (Lucas 21:20-28 BLH)

A profecia

Em tempos de guerra era normal que as pessoas procurassem as cidades muradas para sua

proteção. Mas nesse texto, Jesus avisa – fiquem longe de Jerusalém . Quando Jerusalém foi atacada pelos romanos, os cristãos já haviam fugido para Pela, uma das cidades da Decápolis,

situada ao sul da Galiléia.. Josefo refere que 97 000 judeus foram levados cativos e 1 100 000 foram mortos no cerco à cidade. E as profecias continuam se cumprindo

E os não-judeus conquistarão Jerusalém, até que termine o tempo de eles fazerem isso. Vemos a partir do meio do século XX os judeus retornarem para Israel e se estabelecerem na Terra

Prometida. Agora , a Tsuname:

Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. E, na terra, todas as nações ficarão desesperadas,

com medo do terrível barulho do mar e das ondas. Recentemente grandes ondas (tsunames)

causadas por terremoto no fundo do mar causaram o estrago de que se tem notícia na Ásia, matando cerca de 150 000 pessoas.

Em todo o mundo muitas pessoas desmaiarão de terror ao pensarem no que vai acontecer, pois os poderes do espaço serão abalados.

- E não deixamos de ficar perplexos também.

A conclusão de Jesus- “Fiquem de cabeça erguida!”

Não somos adivinhos sobre o que vai acontecer nos céus, mas não precisamos desmaiar . Ao invés, Jesus nos ensina a fazer ao contrário. Você então me perguntaria - O quê?

E é Jesus quem dá resposta: - Quando essas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e de cabeça erguida, pois logo vocês serão salvos. (Lucas 21:28 BLH)

Erguer a cabeça significa ter esperança, ciente de que as tsunames estão sob controle do Pai. E os que fizerem assim é que verão o Filho do Homem aparecer descendo numa nuvem,

com poder e grande glória.

Vamos erguer a cabeça, juntos e ver isto tudo acontecer. Aleluia!

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47. Como entrar numa festa que não é a sua, mas que também pode

ser

“Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando ele voltou e chegou perto da casa, ouviu a música e o barulho da dança.

Então chamou um empregado e perguntou: “O que é que está acontecendo?” -O empregado

respondeu: "O seu irmão voltou para casa vivo e com saúde. Por isso o seu pai mandou matar o bezerro gordo“. -O filho mais velho ficou zangado e não quis entrar. Então o pai veio para fora e

insistiu com ele para que entrasse. Mas ele respondeu:” Faz tantos anos que trabalho como um escravo para o senhor e nunca desobedeci a uma ordem sua.

Mesmo assim o senhor nunca me deu nem ao menos um cabrito para eu fazer uma festa com

os meus amigos. Porém esse seu filho desperdiçou tudo o que era do senhor, gastando dinheiro com prostitutas. E agora ele volta, e o senhor manda matar o bezerro gordo!”-Então o pai

respondeu:” Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que é meu é seu. Mas era preciso fazer esta festa para mostrar a nossa alegria. Pois este seu irmão estava morto e viveu de

novo; estava perdido e foi achado.” (Lucas 15:25-32 BLH)”.

Para o irmão mais velho obediência e dever se tornaram um peso e o trabalho, uma escravidão.

Muitas vezes deve ter-se perguntado porque também não ia embora.

Muitos cristãos sentem-se como o “irmão mais velho” porque acham que sempre foram “servos fiéis” e, quando precisaram, “Deus não correspondeu”. Pelo contrário, outros “bem menos fiéis

que você” parecem ser bem mais galardoados!

Henry Nouwen (em "A volta do filho pródigo". Ed.Paulinas) narra como se percebeu “filho

mais velho”: “Tudo isso se tornou muito real para mim quando um amigo, que recentemente se convertera ao cristianismo, criticou-me por não orar bastante.

Sua crítica me deixou muito zangado. Disse a mim mesmo:” Como ele se atreve a me

dar lições sobre a oração! Por anos ele viveu uma vida desregrada, sem disciplina, enquanto eu desde criança tenho estado estritamente dentro da fé. Agora ele se

converteu e começa a me dizer como me comportar!”. Esse ressentimento íntimo me mostra como estou” perdido “. Fiquei em casa e não me afastei, mas não vivi uma

vida com liberdade na casa de meu pai. Minha zanga e inveja mostraram-me minha

própria sujeição”.

Esse filho mais velho tem muito de nós mesmos. Como avaliamos essa nossa caminhada com

Deus? Será que realmente valeu à pena tanta fidelidade de nossa parte? Ao ver outros receberem bênçãos como nos sentimos? Ficamos realmente contentes ou será que o nosso

ressentimento nos paralisou?

Como é entrar em uma festa que não é a nossa mas que, a nosso ver, deveria ter sido?

As minhas “virtudes de filho” têm uma outra face, ressentida, entre mim e o Pai surge um fosso afetivo que não consigo saltar de volta (às vezes é até melhor “uma terra longínqua, pelo

menos tem uma estrada e o meu pai esperando no final dela”). Não consigo nem perceber que o pai veio para fora e insistiu comigo para que entrasse.

Esta parábola deixa-nos face a face com uma das mais difíceis escolhas espirituais: confiar ou não no amor todo misericordioso de Deus. E sou eu somente que posso fazer essa

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escolha. Tenho que crer que o amor do Pai me foi concedido gratuitamente e não por

“minhas obras ou minha permanência em casa”.

E a minha miséria é essa: Sinto-me totalmente incapaz de extirpar meus

ressentimentos.

E aí, não consigo entrar na festa. Fico paralisado... E no quintal!

A parábola de Lucas não sugere um final feliz. Mas, pela Graça você poderá escrevê-lo diferente. Se este filho mais velho existe em você, descubra como ele pode voltar para casa. O

Pai não somente deseja a volta do filho mais jovem como também do mais velho. O mesmo Pai que vai à estrada também vai ao quintal. O filho mais velho também precisa ser

encontrado e conduzido de volta ao pai e à casa da alegria.

Eu não sei se você hoje se sente como o irmão mais moço ou o mais velho; eu não sei se você

está na estrada ou no quintal.

Mas o Pai prefere que você esteja na festa. Ela também é sua!

Seja bem-vindo!

Boa meditação!

Jorge Wilson

Obs: Inspirado no livro A volta do filho pródigo - Henry Nouwen.

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48. Onde estão os nove?

Você gosta mais da doação ou do Doador?

11 De caminho para Jerusalém, passava Jesus pelo meio de Samaria e da Galiléia. 12 Ao entrar

numa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez hansênicos (leprosos), 13 que ficaram de longe e lhe gritaram, dizendo: Jesus, Mestre, compadece-te de nós! 14 Ao vê-los, disse-lhes Jesus: Ide e

mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, foram purificados. 15 Um dos dez, vendo que fora curado, voltou, dando glória a Deus em alta voz, 16 e prostrou-se com o rosto em

terra aos pés de Jesus, agradecendo-lhe; e este era samaritano. 17 Então, Jesus lhe perguntou:

Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove? 18 Não houve, porventura, quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? 19 E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua

fé te salvou. (Lucas 17:11-19 RA)

Cenário

Naquela época era proibido a um hansênico (ant. “ leproso ”) entrar numa cidade. Tanto os dez homens sabiam disso que ficaram de longe . Diferentemente da cura narrada em Lc. cap.

5:12, desta vez Jesus não tocou nos doentes mas mandou-os ir se apresentar aos sacerdotes. Os sacerdotes eram como que inspetores sanitários (veja Levítico .cap 13 e 14) que decidiriam

se os dez homens estariam curados ou não e se poderiam agora se reintegrar à sociedade.

Não há dúvida de que os dez tiveram fé - aconteceu que, indo eles, foram purificados .

Difícil dizer em que etapa da viagem aconteceu a cura mas o problema é que Jesus parece decepcionado ao ver regressar apenas um dos dez homens.

• Onde estão os nove? Não houve, porventura, quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro?

A viagem dos dez

Este samaritano ficou tão feliz que queria que todos soubessem que havia sido curado, pois

voltou, dando glória a Deus em alta voz, e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, agradecendo-lhe. Seus amigos talvez estivessem mais preocupados com a sua aceitação por

parte dos sacerdotes, ou seja, qual seria o julgamento deles, pois aí é que estaria seu foco - a aceitação pela sociedade e a cura do estigma de ser hansênico. Só então talvez recuperassem

sua alegria.

A minha própria viagem

Em que ponto será que eu estou nessa viagem – a minha viagem! Quantas vezes terei retornado para dar graças pelo que recebo em minha vida, ou será que ainda submeto a ação

do Pai em minha vida ao julgamento final dos outros? Será que a ação dEle em mim precisa ser

chancelada (aprovada) por alguém (ou algo) mais? ($$$, títulos acadêmicos,beleza, admiração).

• (Quando Jesus pergunta: Onde estão os nove?- estarei eu incluído?)

• (Pausa para meditar)

- E a tal felicidade?

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Para Jesus, felicidade deve ser seguida de gratidão ao Pai:- Não houve, porventura, quem

voltasse para dar glória a Deus? Por quê? Bom, se você reparar bem, foi somente o samaritano grato que escutou: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou. A gratidão dele garantiu além do corpo,

a alma.

Procure ser feliz; nada contra a felicidade.

- Só que ela tem de ter memória!

Boa meditação!

Jorge Wilson

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49. O servo inútil

1 Disse Jesus a seus discípulos: É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo

qual eles vêm! 2 Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos. 3 Acautelai-vos. Se teu irmão

pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. 4 Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe. 5 Então,

disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé. 6 Respondeu-lhes o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela

vos obedecerá. 7 Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura ou em guardar o gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem já e põe-te à mesa? 8 E que, antes, não lhe diga:

Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois, comerás tu e

beberás? 9 Porventura, terá de agradecer ao servo porque este fez o que lhe havia ordenado? 10 Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos

inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer. (Lucas 17:1-10 RA)

Escândalos inevitáveis

Jesus traz aqui ensino sobre o serviço para Deus. Fala em escândalos e os de- fine como sendo

aquelas atitudes de líderes que além de errar fazem os outros mais fracos, a cometerem essas mesmas atitudes. O que estaria por trás disso? Seria relevante esse ensino nos dias de hoje?

Morris , comentando esse texto de Lucas nos ensina que a palavra usada para “escândalo” significa “tentação ao pecado” e literalmente “a lingüeta de um alçapão que o faz fechar-se

imediatamente sobre a vítima” 1 A pedra no pescoço. No versículo 1 Jesus usa a expressão ”ai do homem”. Não é preciso explicar muito pois versículo 2 fala por si só. E conclui que não

é porque os escândalos são inevitáveis que o líder é inculpável!

Acautelai-vos

Os discípulos estão sendo preparados para a liderança e recebem um aviso de cautela. Esse aviso primeiramente no ensino sobre a primeira atitude a ser tomada: : Acautelai-vos.

Normalmente nesse texto focamos tanto no perdão que passa desapercebido que a cautela começa com a nossa disposição, nossas atitudes vigilantes em combater o pecado a partir de

nós mesmos Mas pecado pode vir de fora : Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o A segunda atitude para se prevenir escândalos vem da repreensão ao pecador e da disposição de

perdoar. Perdoe, mas cuidado com a justiça própria! Os discípulos acharam que realmente é muito difícil perdoar tanto no mesmo dia e pediram fé. Então, disseram os apóstolos ao

Senhor: Aumenta-nos a fé. 6 Respondeu-lhes o Senhor: Se tiverdes fé como um grão

de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá . Segundo Morris , esta árvore (a amoreira negra) seria uma das mais difíceis de

ser transplantada de lugar pois suas raízes são muito entranhadas na terra o que vem reforçar o ensino de Jesus quanto ao poder da fé. Por falar em minha fé : Como reforçá-la a tal ponto

que eu não me torne mais um “causador de escândalos”? Bom, aí a roda do escândalo e do perdão fecha e voltamos às atitudes – a história do servo inútil ! Perdoar muito pode me

induzir a um falso senso de “orgulho espiritual” e a partir daí eu passe a demonstrar atitudes que serão danosas para mim e para os que me seguirem, se copiadas. Eu só transplanto as

amoreiras quando minha fé vem como um dom de meu Pai e esse dom precisa me preencher por completo . O meu “senso de inutilidade “ é que abrirá esse espaço.

Boa meditação! Jorge Wilson

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50. Depois que a minha oração termina

A volta para casa!

- Dois homens foram ao Templo para orar. Um era fariseu, e o outro, cobrador de impostos. O fariseu ficou de pé e orou sozinho, assim: "Ó Deus, eu te agradeço porque não

sou avarento, nem desonesto, nem imoral como os outros homens. Agradeço-te também porque não sou como este cobrador de impostos.

Jejuo duas vezes por semana e te dou a décima parte de tudo o que ganho”.-Mas o cobrador

de impostos ficou de longe e nem levantava o rosto para o céu. Batia no peito e dizia: "Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!" E Jesus terminou, dizendo: -Eu afirmo a vocês

que foi este homem, e não o outro, que voltou para casa em paz com Deus. Porque quem se engrandece será humilhado, e quem se humilha será engrandecido. (Lucas 18:10-14 BLH)

Dois homens foram orar. Provavelmente levavam suas carências e expectativas ao Pai. Foram fazer o que nós com freqüência também fazemos em nossos momentos de devoção. O texto

coloca nossos sentimentos frente a frente com algumas perguntas consistentes: Qual é a base

da resposta à minha oração? Será que eu tenho algum crédito a apresentar (cobrar) ao Pai? Será que a “minha produtividade” no trabalho da igreja me torna “mais merecedor” do que

meus irmãos (ainda que eu não confesse isso a ninguém, mas realmente pense assim)?

O fariseu achava que Deus agia com base no mérito humano e assim, galardoaria os “mais

dedicados”. Fazia depósitos freqüentes nos “FIC - Fundos de Investimento Celestes” - especialmente os de jejuns e dízimos” com esperança de os receber (ou sacar) com juros.

É só notar que o jejum desse fariseu era exagerado. Leia o comentário da Bíblia Anotada: “Os

fariseus jejuavam duas vezes por semana(...) Os jejuns públicos eram apenas três: no Dia da Expiação, no dia anterior à festa de Purim e no dia 9 de ab, comemorando a queda de

Jerusalém.”(comentário de Mt 9:14).

Quanto ao dízimo, os escribas haviam aumentado a listados itens dos quais se exigia o dízimo de modo a incluir as ervas mais insignificantes (a lista original era bem menor e encontra-se

em Nm18: 12 e Dt 14:22-23). Os fariseus tinham a letra da lei, mas não o seu espírito! Jesus

certa vez os criticou severamente : Infelizes de vocês, professores da Lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês dão a Deus a décima parte até mesmo da hortelã, da erva-doce e do

cominho, mas não obedecem aos mandamentos mais importantes da Lei, que são: o de serem justos com os outros, o de serem bondosos e o de serem honestos. Mas são

justamente essas coisas que vocês devem fazer, sem deixar de lado as outras. (Mateus 23:23 BLH)

Será que também não agimos (ou pensamos) da mesma forma? Será que não somos “fariseus a nosso modo”, nem 10%? Será que não nos tornamos “santos arrependidos” (ainda

que não confessemos) quando achamos que “o Pai não retribuiu nossa dedicação à altura?”

O publicano demonstrava o seu arrependimento até nos gestos: Batia no peito. Ele vem nos

ensinar que: a base da resposta à nossa oração é a misericórdia do Pai. É a resposta a essa misericórdia que nos fará os filhos alegres que irão realizar a obra do Pai, pois os créditos em

nosso FIC foram feitos por Jesus – essa é a base da resposta à nossa oração e de nossa dignidade!

O texto narra que o publicano desceu justificado para sua casa - foi este homem, e não o

outro, que voltou para casa em paz com Deus. Não sei o que ele pediu, mas Jesus disse que

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quem se humilha será engrandecido. Acredito que ele foi ouvido na oração dele!

É tão bom crer que quem se humilha será engrandecido e que a misericórdia do Pai nos levará para casa em paz com Deus.

Boa meditação!

Melhor retorno!

Jorge Wilson

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51. Desça da árvore

35 Jesus já estava chegando perto da cidade de Jericó. Acontece que um cego estava sentado na beira do caminho, pedindo esmola. 36 Quando ouviu a multidão passando, ele perguntou o

que era aquilo. 37 -É Jesus de Nazaré que está passando! -responderam. 38 Aí o cego começou a gritar: -Jesus, Filho de Davi, tenha pena de mim! 39 As pessoas que iam na frente o

repreenderam e mandaram que ele calasse a boca. Mas ele gritava ainda mais: -Filho de Davi, tenha pena de mim! 40 Jesus parou e mandou que trouxessem o cego. Quando ele chegou

perto, Jesus perguntou: 41 -O que é que você quer que eu faça? -Senhor, eu quero ver de novo! -respondeu ele. 42 Então Jesus disse: -Veja! Você está curado porque teve fé. 43 No

mesmo instante o homem começou a ver e, dando glória a Deus, foi seguindo Jesus. E todos os

que viram isso começaram a louvar a Deus. 1 Jesus entrou em Jericó e estava atravessando a cidade. 2 Morava ali um homem rico, chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de

impostos. 3 Ele estava tentando ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, pois Zaqueu era muito baixo. 4 Então correu adiante da multidão e subiu numa figueira brava

para ver Jesus, que devia passar por ali. 5 Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse a Zaqueu: -Zaqueu, desça depressa, pois hoje preciso ficar na sua casa. 6 Zaqueu

desceu depressa e o recebeu na sua casa, com muita alegria. 7 Todos os que viram isso começaram a resmungar: -Este homem foi se hospedar na casa de um pecador! 8 Zaqueu se

levantou e disse ao Senhor: -Escute, Senhor, eu vou dar a metade dos meus bens aos pobres. E, se roubei alguém, vou devolver quatro vezes mais. 9 Então Jesus disse: -Hoje a salvação

entrou nesta casa, pois este homem também é descendente de Abraão. 10 Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar quem está perdido. (Lucas 18:35-19:10 BLH)

A multidão aprovou

A cura de um cego de trouxe grande alegria à multidão. No mesmo instante o homem começou

a ver e, dando glória a Deus, foi seguindo Jesus. E todos os que viram isso começaram a louvar a Deus.

Lucas continua a narração. Jesus entra em Jericó e um homem de baixa estatura, Zaqueu, chefe dos coletores de impostos, homem rico, sobe a uma árvore para ver Jesus passar.

Provavelmente Zaqueu sabia que ninguém teria a boa vontade de arrumar-lhe um lugar à

frente do povo para ver o Mestre, pois coletores de impostos eram malquistos por todos (até hoje). E Lucas continua: Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse a Zaqueu:

-Zaqueu, desça depressa, pois hoje preciso ficar na sua casa. 6 Zaqueu desceu depressa e o recebeu na sua casa, com muita alegria.

A multidão não aprovou

O fato de Jesus ter dito que iria visitar Zaqueu parece que não pegou bem, pois todos os que

viram isso começaram a resmungar: - Este homem foi se hospedar na casa de um pecador! “Pois é”, deviam pensar , “deve ter tanta gente guardando a lei e Jesus vai logo na casa de um

explorador do povo, a serviço de Roma, uma potência estrangeira?”

O que Zaqueu largou.

Quando Jesus sob a árvore se dirigiu a Zaqueu, este não só largou a árvore em que estava mas muitas outras coisas. Foi ao encontro de Jesus para se surpreender e se deixar transformar pelo

novo. Arrependeu-se de seu amor ao dinheiro e restituiu a quem havia lesado conforme o que dizia a Lei, pois agora tinha prazer nela.

Muitas vezes não temos prazer na Palavra de Deus e nos planos do Pai para nós porque continuamos agarrados aos galhos da nossa figueira brava particular. São os galhos de nosso

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amor próprio, amor ao dinheiro, fama, posição social, falta de perdão, mágoas,etc...que não

queremos largar tentando controlar assim nosso próprio destino.

O que Jesus largou

O interessante é que Jesus abriu mão de sua popularidade por causa de um pecador. Largou-a

como se fosse um galho de figueira brava, por amor a Zaqueu. Ele faz isso até hoje (e muito

mais) por nossa causa, como diria Paulo mais tarde aos Filipenses:

5 Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar que Cristo Jesus tinha: 6 Ele tinha a natureza

de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. 7 Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a

vida comum de um ser humano, 8 ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte-morte de cruz. 9 Por isso Deus deu a Jesus a mais alta honra e pôs nele o nome que é mais importante

do que todos os outros nomes, 10 para que, em homenagem ao nome de Jesus, todas as criaturas no céu, na terra e no mundo dos mortos, caiam de joelhos 11 e declarem abertamente

que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus, o Pai. (Filipenses 2:5-11 BLH)

Foi Jesus quem fez o contato e não Zaqueu. Conosco não é diferente. Jesus continua

olhando para nós e dizendo:

( coloque aqui seu nome ), desça depressa, pois hoje preciso ficar na sua casa.

E aí, você vai descer ou não da árvore?

Boa meditação!

Jorge Wilson

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52. Ele não precisava ficar sozinho, nem você!

Compartilhando nossa fragilidade na oração

Jesus saiu e foi, como de costume, ao monte das Oliveiras; e os seus discípulos foram com ele. Quando chegou ao lugar escolhido, Jesus disse: - Orem pedindo que vocês não sejam tentados.

Então se afastou a uma distância de mais ou menos trinta metros. Ajoelhou-se e começou a orar, dizendo: -Pai, se queres, afasta de mim este cálice de sofrimento! Porém que não seja

feito o que eu quero, mas o que tu queres. Então um anjo do céu apareceu e o animava.

Cheio de uma grande aflição, Jesus orava com mais força ainda. O seu suor era como gotas de

sangue caindo no chão. Depois de orar, ele se levantou, voltou para o lugar onde os discípulos estavam e os encontrou dormindo, pois a tristeza deles era muito grande. E disse: -Por que

vocês estão dormindo? Levantem-se e orem para que não sejam tentados. (Lucas 22:39-46 BLH)

O episódio do Getsêmani vem nos mostrar que sentimentos de tristeza podem nos afetar como afetou os discípulos. Mesmo Jesus sentia-se tão frágil que foi orar “querendo diferente” do Pai:

que não seja feito o que eu quero, mas o que tu queres.

Acredito que muitas vezes começamos nossa oração da mesma forma que Jesus : “querendo

diferente” e com os amigos dormindo, talvez tristes.

Quando eu consigo entender com Nouwen que:

Sozinho não consigo fazer isso ou aquilo, mas não preciso fazer isso sozinho,” aí eu entendo que:” Quando você para na primeira frase, você ora com confusão e desespero, mas ao acrescentar a

segunda, você não sente mais sua dependência como desamparo ,mas como uma abertura feliz pela qual você espera ser renovado. Ao encarar a sua fragilidade como desgraça, você vai se apoiar na oração apenas em caso de extrema necessidade e considerar a oração como uma

forçada confissão de impotência. Mas, se você vê sua fragilidade como algo que o torna digno de ser amado e está preparado para se surpreender com a força que o outro lhe dá, você descobrirá

pela oração que orar significa viver em comunhão”

(Nouwen H. Oração – o que é e como se faz, Ed. Loyola 2ª Ed. pág.55)

Boa meditação!

Compartilhe sua fraqueza!

(Quem sabe ela pode vir a alegrar alguém?)

Jorge Wilson

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53. Passando pela peneira

Treinamento de guerra para líderes

31 Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! 32 Eu, porém,

roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos. 33 Ele, porém, respondeu: Senhor, estou pronto a ir contigo, tanto para a prisão

como para a morte. 34 Mas Jesus lhe disse: Afirmo-te, Pedro, que, hoje, três vezes negarás que me conheces, antes que o galo cante. (Lucas 22:31-34 RA)

Jesus e Pedro estão conversando - uma última conversa. Misteriosamente Jesus diz a Pedro que Satanás havia solicitado poder peneirá-lo como aos demais (é bom esclarecer que

Satanás não tem direito algum pois Deus é o poder supremo - o que os filhos de Deus passam em suas provações são apenas o que o Pai permite). Continuando, Jesus disse que não iria

impedir que isso – a “peneirada” acontecesse. Falou que rogaria por Pedro para que não perdesse a fé. Disse mais: que essa experiência seria de conversão para Pedro e os demais.

Pedro se dispõe a enfrentar tudo e todos pelo Mestre – até morrer! “Nem morte, nem prisão iriam afasta-lo de Jesus”.

• Afirmo-te, Pedro, que, hoje, três vezes negarás que me conheces, antes que o galo cante .

Jesus encerra a conversa com esta afirmação.

Imagino que Pedro ficou ali pensando: "Jesus precisa me conhecer melhor, como pode pensar

isso logo de mim?". Pedro, autoconfiante, mal sabia que a esta altura já estava sobre a peneira.

E a peneira começou a funcionar.

Logo depois Jesus é traído e preso. Provavelmente Pedro não contava com isto. Cristo

passava da ação à paixão, ou seja, não mais tomava a iniciativa mas deixava que seus inimigos a tomassem. Sem esperanças, Pedro agora segue Jesus, de longe. Acompanha os

fatos sem se expor. Enquanto Jesus é interrogado na casa do sumo sacerdote, Pedro caminha disfarçadamente na multidão. Enquanto espera, passa por ali uma empregada que o

reconhece como um dos discípulos de Jesus - Pedro nega. Uns minutos depois, outra pessoa o vê e comenta: "este também andava com ele" – Pedro nega. Depois, outra pessoa o

reconhece: "Também este estava com ele, porque também é galileu". Pedro nega pela terceira vez e enquanto tenta se explicar... o galo canta!

Nesta hora, Jesus olha para Pedro que olha para Jesus. O olhar de Jesus revelou a Pedro

quem ele, Pedro, verdadeiramente era. Agora Pedro sabia por experiência própria o que era a tal peneira, o que ela mostrava!

A peneira, vista pelo outro lado.

Essa história continua, só que agora no Evangelho de João (cap.21).Os discípulos haviam ido

pescar e nada conseguiram. Ao retornar à praia alguém os interroga e sugere que lancem a rede do lado direito do barco. Assim fazem e a recolhem cheia. O milagre fez com que

reconhecessem que era Jesus. Pedro, que estava nu, coloca suas roupas, e nada ao encontro com Jesus.

Depois de comerem, Jesus chama Pedro para uma conversa:

15 ¶ Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe

disse: Apascenta os meus cordeiros. 16 Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe

Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas. 17 Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E

respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas. 18 Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais

moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. (João 21:15-18 RA)

Deve ter sido difícil para Pedro receber por três vezes essa pergunta de Jesus :” Tu me amas?”

Como responder ? O que dizer agora depois de afirmar lealdade ao amigo e negá-lo por três vezes? Agora Pedro não podia enganar nem a si mesmo. Mas , após a “peneirada” o cascalho

ficou para trás. Pedro, que agora se conhecia melhor, declara seu amor ao Mestre: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. E o curioso é que esse homem fraco, que

ama, é exatamente o designado para fazer o pastoreio . Para declará-lo pastor de suas

ovelhas, Jesus não pergunta qual era teologia de Pedro, mas como era seu coração.

(Santo Agostinho diria mais tarde que, se queremos conhecer alguém, não devemos

perguntar o que ele faz, mas o que mais ama).

Agora Pedro conhecia o outro lado da peneira.

A peneira vem nos ensinar que Jesus está mais interessado em nossa “areia fina” (dependência dEle) do que em nosso “cascalho” (brilho próprio, autoconfiança). Isso vai na

contramão de nossa cultura que prestigia o forte e o autoconfiante (até para liderança de ministérios na igreja). Por isso precisamos passar pela peneira para que possamos conhecer

melhor o nosso lado frágil e dependente. Aquele que passou pela peneira é que terá experiência para ajudar seus irmãos:

...tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos Lc22:32

Apascenta as minhas ovelhas Jo 21:17

A maturidade, conforme Cristo ensina, se caracteriza naquele movimento em que estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. É preciso total confiança no Pai

para se deixar levar ou abrir mão do controle da própria vida. Só quem passar pela peneira

vai fazer isso!

Nos encontraremos do outro lado!

Boa meditação!

Jorge Wilson

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54. A oração do entardecer

A oração de criança de Jesus

44 Era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até a hora nona, pois o sol se escurecera; 45 e rasgou-se ao meio o véu do santuário. 46 Jesus, clamando com

grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou. Lc 23: 44-46.

Acho que não preciso explicar qual era o cenário - a própria crucificação!

Jesus, que ensinara os homens a viver, agora os ensina a morrer. Morte, para Jesus, era o

retornar à Casa do Pai.

O curioso é que essa oração de Cristo ao morrer tem origem em Salmo 31:5 - salmo de Davi. Jesus orou o salmo de Davi só que, antes, colocou a palavra Abba Davi não chamava Deus de

Pai - foi Jesus que nos ensinou a chamá-Lo assim. que significava "Papai"( seria o balbucio de uma criança bem pequena chamando pelo seu papai) .

A oração de Jesus ao morrer: ...nas tuas mãos entrego o meu espírito "eram palavras que as pequenas crianças israelitas citavam ao adormecer e que Cristo citou ao morrer na cruz *Era a

oração do entardecer ensinada às crianças de Israel. Jesus provavelmente aprendeu a orar a Abba dessa forma quando criança:

1 Em ti, Senhor, me refugio; nunca seja eu envergonhado; livra-me pela tua justiça! 2 Inclina para mim os teus ouvidos, livra-me depressa! Sê para mim uma rocha de refúgio,

uma casa de defesa que me salve! 3 Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; pelo que, por amor do teu nome, guia-me e encaminha-me. 4 Tira-me do laço que me

armaram, pois tu és o meu refúgio.5 Nas tuas mãos entrego o meu espírito; tu me remiste, ó Senhor, Deus da verdade. 6 Odeias aqueles que atentam para ídolos vãos; eu,

porém, confio no Senhor.7 Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois tens

visto a minha aflição. Tens conhecido as minhas angústias, 8 e não me entregaste nas mãos do inimigo; puseste os meus pés num lugar espaçoso. Sl 31:1-7

E agora, na hora da sua morte Jesus ora essa mesma oração e se entrega nos braços amorosos de Abba. Está voltando para a Casa de seu Pai. Afinal ele mesmo já tinha dito em Lc 2:49: Por

que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar na casa de meu Pai?

Como diz Anselm Grum:

A oração carrega Jesus, atravessando os portões da morte, para o abraço amoroso do Pai. É esta a promessa que Lucas enxerga no morrer de Jesus: Orando por nós, ao morrer, não

cairemos num nada, mas no amor de Deus.**

Boa meditação!

Jorge Wilson

* Comentário de Salmo 31;5 da Bíblia Vida Nova. Ed Mundo Cristão, São Paulo, 1991. pág 580

** Grum A - Jesus, modelo de ser humano. Ed Loyola, São Paulo. 2004, pág 105.

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55. O filho pródigo e o retorno

"Então saiu dali e voltou para a casa do pai. -Quando o rapaz ainda estava longe de casa, o pai o avistou. E, com muita pena do filho, correu, e o abraçou, e beijou.

E o filho disse: "Pai, pequei contra Deus e contra o senhor e não mereço mais ser chamado seu

filho!" -Mas o pai ordenou aos empregados: "Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Ponham um anel no dedo dele e sandálias nos seus pés. Também tragam e matem o bezerro

gordo. Vamos começar a festejar porque este meu filho estava morto e viveu de novo; estava

perdido e foi achado." (Lucas 15:20-24 BLH)

Normalmente, quando lemos a parábola do Filho Pródigo nos lembramos de nossa conversão e nos identificamos com o filho mais moço. Convenhamos, no final tudo ocorreu bem para ele. No

seu retorno o pai não lhe pede explicações. Pedir o quê para "um morto que reviveu". É só alegria!

Mas, o filho mais moço retorna com uma confissão: "Pequei...".

Qual seria o seu pecado? Àquela época, um filho pedir antecipadamente a sua herança significava desejar a morte do pai, pois está recebendo a concessão daquilo que, de forma

explícita não tem direto até a morte de seu pai. Indo embora, rejeitou o lar em que nasceu e foi criado, assim como toda a tradição de seus pais e seu povo.

Lucas descreve que ele partiu para uma terra longínqua. As parábolas de Lucas 15 focam na

alegria do Pai por um filho que é reencontrado. Mas por que será que os filhos saem. Que casa

será essa da qual saímos?

A "casa do filho" é o centro do meu ser. É onde eu escuto: "Você é o meu filho amado, sobre você eu ponho todo o meu carinho". Deixar a casa é, portanto, ouvir outras vozes, é negar a

realidade espiritual de que eu pertenço a um Pai que me ampara num eterno abraço do qual eu saí e ao qual o eu retorno, finalmente, arrependido.

Quantas vezes eu saí dessa casa onde sou chamado "filho de Deus?" Um "amado de meu Pai?"

Quantas vezes dispus dos bens dados por meu Pai - saúde, qualidades emocionais e intelectuais - para impressionar pessoas, receber aprovação ou louvor ao invés de desenvolvê-los para a

glória do dEle? Quantas vezes carreguei esses dons, esses bens para uma "terra longínqua" colocando-os a serviço de um mundo oportunista que desconhece seu verdadeiro valor?

Mas o Pai está sempre me buscando com braços estendidos para me receber de volta e

sussurrar aos meus ouvidos: "Tu es o meu Amado, sobre ti ponho todo o meu carinho".

Eu sou filho pródigo toda vez em que eu procuro o amor incondicional longe de meu Pai!

É necessário fazer o caminho de volta.

Boa meditação!

Jorge Wilson

Inspirado no livro de Henry Nouwen - O retorno do filho pródigo.

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56. Quando os ouvidos são mais importantes que os olhos

"Bem - aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem..." Ap. 1:3.

Em 1437, Gutemberg inventou o tipo móvel e, em pouco tempo, os livros passaram a ser impressos e, dentre eles, a Bíblia. Até então, os livros eram escritos à mão e, por isso

mesmo, raros e escassos. Àquela época as pessoas não liam para elas mesmas, mas, "ouviam" as palavras, em silêncio. Quando os livros foram produzidos em massa, o ato de ler

até então comunitário e oral, passou a ser um exercício visual privado e silencioso.

Esse fácil acesso a Bìblia pode trazer o risco de a mesma se assemelhar a um livro qualquer

com uma mera leitura visual e intelectual. Porém, não podemos nos esquecer de que a linguagem existe basicamente não só para fornecer informações, mas, sim, para estabelecer

relacionamentos - colocar o escritor em relação com os leitores. A Bíblia também é assim; se a lermos impessoalmente (só com a mente e os olhos), querendo apenas recolher

informações, estamos lendo de forma errada.

Marcos, Lucas e Mateus curiosamente colocam como primeira parábola de seus livros "a do

semeador e dos quatro solos", que aborda "o escutar" (Mc 4:9, Mt 13:9, Lc 8:8). Nesta

parábola palavras-sementes de Deus são faladas em nossos ouvidos e vão cair em diferentes terrenos, mas, o mais importante é que "Deus está falando". Aqui o mandamento da parábola

é: "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça" nesses três evangelhos! (Os ouvidos estão de volta!)."Bem - aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem..." Ap. 1:3.

Jorge Wilson

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57. Brilho nos olhos

O presente que o Pai deseja

Jesus estava no pátio do Templo, olhando o que estava acontecendo, e viu os ricos pondo dinheiro na caixa das ofertas. 2 Viu também uma viúva pobre, que pôs ali duas moedinhas de

pouco valor. 3 Então ele disse: -Eu afirmo a vocês que esta viúva pobre deu mais do que todos. 4 Porque os outros deram do que estava sobrando. Porém ela, que é tão pobre, deu

tudo o que tinha para viver. (Lucas 21:1-4 BLH)

Todos nós gostamos de ganhar presentes, mas, melhor que o presente é aquele brilho nos

olhos daqueles que nos trazem o mimo. Rubem Alves diz : “ Amamos uma pessoa não pela beleza que existe nela, mas pela beleza nossa que aparece refletida nos olhos

dela”.

Esse texto bíblico de apenas quatro versículos nos mostra , simples e profundamente, qual é

a o desejo do Pai em relação a nós, ou melhor dizendo, qual é o presente que Ele deseja receber de nós.

Jesus estava a observar as pessoas e se deteve no ato de ofertar delas. Todas compareciam à

caixa das ofertas para colocar aquilo que haviam designado como sendo a sua própria oferta. Observou os ricos e também os pobres. Nessa hora lhe chamou a atenção o comportamento

de uma viúva, pobre, que ofertou apenas duas moedas. Os chamados ricos, segundo Jesus, deram do que lhes sobrava, daquilo que não tinham conseguido ou precisado (vamos ser

piedosos) gastar . Foram lá no “canhoto de seu talão-de–cheques” e deram uma determinada quantia. A viúva, segundo Jesus, deu todo o seu sustento. Teria ela fé suficiente para crer que

o Pai tem sido no passado, no presente e seria no futuro o responsável por mantê-la e a seus filhos? O que haveria ainda de mais profundo por trás das motivações dos ofertantes –

especialmente dessa mulher - que chamou a atenção de Jesus ? Ou será que quando vamos ofertar colocamos, sem saber, nossas motivações secretas dentro do envelope e depositamos

junto com a oferta?

Acredito que ninguém faça o que essa mulher fez sem ter uma profunda convicção de entrega

de sua vida ao Pai. Dar todo o seu sustento é confiar 100% nEle. Aquele seu “todo” – duas moedas – era de certa forma como se fossem - seu corpo e sua alma (e de seus filhos

também).

A verdade é que a leitura que Jesus fez da atitude da viúva lhe trouxe alegria. Nosso Pai também se alegra quando lhe damos de presente a oferta de tudo o que temos e somos –

quando nos colocamos dentro do envelope de ofertas e nos atiramos no “gazofilácio do tesouro afetivo” do Pai. Essa mulher – modelo de espiritualidade - nitidamente tinha sua

alegria no Doador e não na doação e nos ensinou a fazer isso .

- (Acho que ela fez isso com “brilho nos olhos”.)

Nosso Pai também quer ver esse mesmo brilho em nós! Dê esse presente de Páscoa para Ele! Boa meditação!

Uma Boa Páscoa a todos!

Jorge Wilson

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58. Praticando Emaús

Prepare-se para ser abordado!

Naquele mesmo dia, dois dos seguidores de Jesus estavam indo para um povoado chamado Emaús, que fica a mais ou menos dez quilômetros de Jerusalém. Eles estavam conversando a

respeito de tudo o que havia acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus chegou perto e começou a caminhar com eles, mas alguma coisa não deixou que eles o

reconhecessem.

Ent ão Jesus perguntou: -O que é que vocês estão conversando pelo caminho? Eles pararam, com um jeito triste, e um deles, chamado Cleopas, disse: -Será que você é o único morador de

Jerusalém que não sabe o que aconteceu lá, nestes últimos dias? -O que foi? -perguntou ele.

Eles responderam: -O que aconteceu com Jesus de Nazaré. Esse homem era profeta e, para Deus e para todo o povo, ele era poderoso em atos e palavras.

Os chefes dos sacerdotes e os nossos l íderes o entregaram para ser condenado à morte e o

crucificaram. E a nossa esperança era que fosse ele quem iria libertar o povo de Israel. Porém já faz três dias que tudo isso aconteceu. Algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram

espantados, pois foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Voltaram dizendo que viram anjos e que estes afirmaram que ele está vivo.

Alguns do nosso grupo foram ao t úmulo e viram que realmente aconteceu o que as mulheres

disseram, mas não viram Jesus. Então Jesus lhes disse: -Como vocês demoram a entender e a crer em tudo o que os profetas disseram! Pois era preciso que o Messias sofresse e assim

recebesse de Deus toda a glória. E começou a explicar todas as passagens das Escrituras Sagradas que falavam dele, iniciando com os livros de Moisés e os escritos de todos os Profetas.

Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez como quem ia para mais longe.

Mas eles insistiram com ele para que ficasse, dizendo: -Fique conosco porque j á é tarde, e a

noite vem chegando. Então Jesus entrou para ficar com os dois. Sentou-se à mesa com eles, pegou o pão e deu graças a Deus. Depois partiu o pão e deu a eles. Aí os olhos deles foram

abertos, e eles reconheceram Jesus. Mas ele desapareceu. Então eles disseram um para o outro: -Não parecia que o nosso coração queimava dentro do peito quando ele nos falava na

estrada e nos explicava as Escrituras Sagradas?

Eles se levantaram logo e voltaram para Jerusal ém, onde encontraram os onze apóstolos reunidos com outros seguidores de Jesus. E os apóstolos diziam: -De fato, o Senhor ressuscitou

e foi visto por Simão! (Lucas 24:13-34 BLH)

A saudade!

Cleopas e seu amigo viajavam sob dois climas: o da morte e o da ressurreição de Jesus (anunciada mas ainda não confirmada pessoalmente ,v.6). Havia muita saudade e muita

esperança.. Jesus até havia anteriormente alertado a eles que , com a Sua separação dos discípulos, eles experimentariam saudade e que o remédio para ela se chamava jejum.

Jesus respondeu: -Vocês acham que podem obrigar os convidados de uma festa de casamento

a jejuarem enquanto o noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar! (Lucas 5:34-35 BLH)

-(Mas Jesus aparece e o remédio... bem, ficaria para outra vez!)

A abordagem!

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- O que é que vocês estão conversando pelo caminho? Eles pararam, com um jeito triste.

Jesus sempre está perto dos que sentem saudade dEle, dos que estão com um jeito triste.. Nossa fome de transcendência é Ele que supre .Essa fome, humanamente nós só conseguimos

distraí-la...e mal! A provisão do Pai para nossas vidas começa quando somos abordados embora, naquele momento não o leiamos assim.

“E a nossa esperança era...”

Esse homens esperavam alguma coisa de Jesus além da redenção de suas almas – tinham

expectativas para esta vida - O Libertador prometido!: E a nossa esperança era que fosse ele quem iria libertar o povo de Israel.

Conosco n ão é diferente. Todos esperamos muito de Jesus; os homens do caminho também.

Diga agora para Jesus o que você espera (ou esperava) dEle! Seja sincero!

(pausa para meditar)

A tristeza desnecessária.

A raiz da tristeza desses homens era não terem aceito a revelação dos profetas nas Escrituras.

Sua leitura estava viciada.

-Como vocês demoram a entender e a crer em tudo o que os profetas disseram! Pois era preciso que o Messias sofresse e assim recebesse de Deus toda a glória. E começou a explicar

todas as passagens das Escrituras Sagradas que falavam dele, iniciando com os livros de Moisés e os escritos de todos os Profetas.

Leram nas Escrituras apenas o lado glorioso do Messias, mas o lado escuro de Seu sofrimento não foi levado à sério. Não leram os escritos de todos os Profetas.

- (A mesma advertência deve valer para nós! Ler e guardar a Palavra pode ser vacina contra tristeza!.)

Convidando o Filho (e insistindo no convite).

Se existe ocasião em que Jesus se alegra é quando lhe pedimos que permaneça conosco. O

texto nos sugere que, se eles não tivessem insistido...Ele iria passar adiante, pois Ele fez como quem ia para mais longe.

. Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez como quem ia para mais longe. Mas eles insistiram com ele para que ficasse, dizendo: -Fique conosco porque já é tarde, e a

noite vem chegando. Então Jesus entrou para ficar com os dois

- Convide-O agora para entrar em sua vida , insista!

- (Ele adora corresponder a convites insistentes!)

O encontro fundamental.

Jesus nos aborda na nossa caminhada e nos prepara para o Encontro onde Ele se revela e

onde receberemos Seu pão e Sua bênção. De modo que :Aí os olhos deles foram abertos, e eles reconheceram Jesus.

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É a partir desse encontro que todos os outros farão sentido. Quando os olhos são abertos,

passado e futuro poderão ser relidos à luz da Graça de Pai. E quando isso acontece...

- Não parecia que o nosso coração queimava dentro do peito quando ele nos falava na estrada e

nos explicava as Escrituras Sagradas?

- (O que eu aprendi? O que ficou disso tudo?)

(pausa para meditar)

Agora sim, estou pronto para a comunhão dos irmãos, a koinonia!

Só após encontrar o Pai e o Filho é que estou pronto para encontrar meu irmão. Eles se levantaram logo e voltaram para Jerusalém, onde encontraram os onze apóstolos

reunidos com outros seguidores de Jesus

A saudade do Noivo, uma vez satisfeita, se transforma na saudade do irmão (os

convidados). Não existe vida espiritual eternamente solitária. Preciso encontrar minha koinonia e contar para ela o meu encontro de hoje . Também preciso ouvir. Eles também

tiveram encontros e devem ter algo a me dizer...

...como eles disseram aos dois homens: De fato, o Senhor ressuscitou e foi visto por

Simão!

É assim a caminhada de Emaús. Leia novamente o texto de Lucas na primeira pessoa do singular. Participe da cena ; seja o “Cleopas” da história e prepare-se para ser abordado!

O resto... depois você conta!

Boa meditação!

Jorge Wilson

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59. A mais bela história pascal A caminhada de Emaús

13 E eis que no mesmo dia iam dois deles para uma aldeia, que distava de Jerusalém sessenta

estádios, cujo nome era Emaús. 14 E iam falando entre si de tudo aquilo que havia sucedido. 15

E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus

se aproximou, e ia com eles. 16 Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o

não conhecessem. 17 E ele lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre

vós, e por que estais tristes? 18 E, respondendo um, cujo nome era Cléopas, disse-lhe: És tu só

peregrino em Jerusalém, e não sabes as coisas que nela têm sucedido nestes dias? 19 E ele

lhes perguntou: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus Nazareno, que foi

homem profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; 20 E como os

principais dos sacerdotes e os nossos príncipes o entregaram à condenação de morte, e o

crucificaram. 21 E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo

isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram. 22 É verdade que também

algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao sepulcro; 23

E, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de anjos,

que dizem que ele vive. 24 E alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro, e acharam

ser assim como as mulheres haviam dito; porém, a ele não o viram. 25 E ele lhes disse: Ó

néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! 26 Porventura não

convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória? 27 E, começando por

Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. 28

E chegaram à aldeia para onde iam, e ele fez como quem ia para mais longe. 29 E eles o

constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque já é tarde, e já declinou o dia. E entrou para

ficar com eles. 30 E aconteceu que, estando com eles à mesa, tomando o pão, o abençoou e

partiu-o, e lho deu. 31 Abriram-se-lhes então os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu-

lhes. 32 E disseram um para o outro: Porventura não ardia em nós o nosso coração quando,

pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras? 33 E na mesma hora, levantando-

se, tornaram para Jerusalém, e acharam congregados os onze, e os que estavam com eles, Lc

24:13-33

Se existe trecho que me toca é esse de Lucas - a caminhada de Emaús. O tema do caminhar é

claro aqui. A esperança que os homens do caminho haviam colocado em Jesus não se cumpriu

(não acontece , por vezes, o mesmo com a a gente?). Eles estavam aos cacos. Jogaram todas

as suas fichas em Jesus e. Mas, o Ressuscitado vem e entra na conversa daquelas vidas sem

esperança para aquecer-lhes o coração. É assim que Jesus trabalha quando nos dispomos a

ouvi-Lo na leitura da Bíblia e na oração. Reparem que é usando a Bíblia que Jesus lhes fala ao

coração. Nessa caminhada junto com os homens Jesus, o ressurrecto, traz para eles uma nova

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Igreja Batista Memorial de Alphaville

interpretação de suas próprias vidas - um ressuscitar de suas emoções e motivações.

Anselm Grun comenta :

"Não devia o Messias sofre tudo isso para entrar assim na sua glória ?" (Lc 24:26) . É a chave para

a compreensão do destino de Jesus mas também da nossa própria sorte.Foi a vontade de Deus,

para nós impossível de elucidar: o Messias precisava sofrer para chegar à Sua glória. E este é o

nosso caminho também: é só através de muita aflição que chegaremos à verdadeira vida, à gloria

que Deus já preparou para nós, à figura que Deus excogitou para nós. Foi bom ficarmos

decepcionados e que se tenham quebrado as imagens que tínhamos feito de nós mesmos. É só

assim que chegaremos à gloria de Deus. É só assim que poderemos nos tornar aquilo que Deus

imaginou para nós. *

O que é interessante é que quando Jesus lhes expõe a Bíblia eles entendem. É que no mistério

da morte e da ressurreição de Jesus todo o ensinamento da Palavra pode ser entendido. Parece

tudo mais fácil após a ressurreição. Assim como Jesus saiu das trevas da sepultura eles saem

das trevas do desconhecimento da Palavra e começam a perceber as verdades das profecias.

Saem da paralisia para o caminhar, da frieza para a lei do amor.

Quando a tarde cai e a escuridão se aproxima os discípulos pedem a companhia de Jesus.É uma

imagem de nós mesmos e da nossa vida quando surgem as ameaças.Então pedimos a Jesus

que fique conosco. e ele fica e nos chama para a comunhão - parte o pão e nos oferece – e

some.- a realidade externa se torna uma realidade interna na vida desses homens. Na ceia

Jesus fala conosco e nos revela nossa própria vida - examine-se e beba; examine-se e

coma.

As palavras de Jesus nos tocam no fundo do coração Nos preparam e impelem para o encontro

com os irmãos.

Como diz Grun: A experiência da Ressurreição nos põe a caminho para contar aos

outros aquilo que vimos e ouvimos.

Boa Páscoa!

Jorge Wilson

http://jwilson.blog.uol.com.br

* Jesus -modelo de ser humano - Ed Loyola São Paulo 2004 pág 114