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1 NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.683 BELO HORIZONTE, 06 DE NOVEMBRO DE 2017. www.bhauditores.com.br www.bornsolutions.com.br "A preocupação de cada dia em cada dia basta." Louis de Lamartine TEMER BARRA SIMPLIFICAÇÃO DE IR NA BOLSA ............................................................................................................ 2 SISTEMA DE RECONHECIMENTO FACIAL DA RECEITA FEDERAL É DESTAQUE EM REVISTA INTERNACIONAL .................. 3 PIS/COFINS – AGROINDÚSTRIA – VENDA PARA ENTREGA FUTURA – MOMENTO DO RECONHECIMENTO DA RECEITA . 6 REFORMA TRABALHISTA ACELERA AÇÕES NA JUSTIÇA, DEFENDE IVES GANDRA FILHO ................................................. 8 REFORMA TRABALHISTA VAI DESONERAR ENCARGOS TRABALHISTAS .......................................................................... 9 APENAS TER OS MESMOS SÓCIOS NÃO PROVA FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO, DIZ TST ................................... 11 MATRIZ NÃO RESPONDE POR DÉBITO DE FILIAL .......................................................................................................... 12 NOVEMBRO, A ÚLTIMA JANELA PARA A PREVIDÊNCIA ................................................................................................ 13 RECEITA FEDERAL PARTICIPA DO SEMINÁRIO INTERNACIONAL PLANO DE AÇÃO BEPS 2013-2017 EM BELO HORIZONTE .................................................................................................................................................................................... 15 RECEITA FEDERAL FACILITA REGULARIZAÇÃO DE OBRA ENVOLVENDO PERÍODO DECADENTE..................................... 16 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS – AVISO PRÉVIO INDENIZADO.............................................................................. 16 INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS É CONDENADA POR APLICAR “CASTIGOS” POR MAU DESEMPENHO ................................. 17 CONSTRUTORA É MULTADA POR PAGAR VERBAS RESCISÓRIAS COM CHEQUE DE OUTRA PRAÇA .............................. 18 DIRETOR EXECUTIVO TEM VÍNCULO DE EMPREGO DECLARADO NULO ........................................................................ 19 MEMBRO DA CIPA ACUSADO DE FURTAR PÃES DO LANCHE GRATUITO DA EMPRESA CONSEGUE REVERSÃO DA JUSTA CAUSA E INDENIZAÇÃO ............................................................................................................................................... 20 Sumário

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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.683

BELO HORIZONTE, 06 DE NOVEMBRO DE 2017.

www.bhauditores.com.br

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"A preocupação de cada dia em cada dia basta."

Louis de Lamartine

TEMER BARRA SIMPLIFICAÇÃO DE IR NA BOLSA ............................................................................................................ 2

SISTEMA DE RECONHECIMENTO FACIAL DA RECEITA FEDERAL É DESTAQUE EM REVISTA INTERNACIONAL .................. 3

PIS/COFINS – AGROINDÚSTRIA – VENDA PARA ENTREGA FUTURA – MOMENTO DO RECONHECIMENTO DA RECEITA . 6

REFORMA TRABALHISTA ACELERA AÇÕES NA JUSTIÇA, DEFENDE IVES GANDRA FILHO ................................................. 8

REFORMA TRABALHISTA VAI DESONERAR ENCARGOS TRABALHISTAS .......................................................................... 9

APENAS TER OS MESMOS SÓCIOS NÃO PROVA FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO, DIZ TST ................................... 11

MATRIZ NÃO RESPONDE POR DÉBITO DE FILIAL .......................................................................................................... 12

NOVEMBRO, A ÚLTIMA JANELA PARA A PREVIDÊNCIA ................................................................................................ 13

RECEITA FEDERAL PARTICIPA DO SEMINÁRIO INTERNACIONAL PLANO DE AÇÃO BEPS 2013-2017 EM BELO HORIZONTE

.................................................................................................................................................................................... 15

RECEITA FEDERAL FACILITA REGULARIZAÇÃO DE OBRA ENVOLVENDO PERÍODO DECADENTE..................................... 16

CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS – AVISO PRÉVIO INDENIZADO.............................................................................. 16

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS É CONDENADA POR APLICAR “CASTIGOS” POR MAU DESEMPENHO ................................. 17

CONSTRUTORA É MULTADA POR PAGAR VERBAS RESCISÓRIAS COM CHEQUE DE OUTRA PRAÇA .............................. 18

DIRETOR EXECUTIVO TEM VÍNCULO DE EMPREGO DECLARADO NULO ........................................................................ 19

MEMBRO DA CIPA ACUSADO DE FURTAR PÃES DO LANCHE GRATUITO DA EMPRESA CONSEGUE REVERSÃO DA JUSTA

CAUSA E INDENIZAÇÃO ............................................................................................................................................... 20

Sumário

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TEMER BARRA SIMPLIFICAÇÃO DE IR NA BOLSA

Fonte: Valor Econômico. O presidente Michel Temer barrou a inclusão, em medida provisória

(MP), de regras defendidas pelo Ministério da Fazenda para simplificar o pagamento

de tributos nas operações na bolsa de valores e estimular a liquidez do mercado de ações com

a redução no Imposto de Renda para quem faz operações de “day trade”, de compra e venda

de papéis num mesmo pregão.

Por um descuido, o governo divulgou, no texto da exposição de motivos da Medida Provisória

806, um conjunto de alterações com impacto relevante para pequenos investidores de bolsa

que alterou a tributação sobre os fundos de renda fixa e multimercados fechados e dos fundos

de participações (FIP) patrimoniais – usados por donos de grandes fortunas. O documento,

assinado pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, serve como uma

explicação para o Congresso sobre a proposta do Executivo.

Essas alterações, contudo, não foram incorporadas à MP – que, por ter força de lei a partir da

data da sua publicação, já mudaria de imediato a tributação dessas operações. A assessoria da

Casa Civil informou que “o Ministério da Fazenda propôs tais medidas no texto original na

Medida Provisória”, mas que, “ao despachar, o presidente Temer não as acolheu”.

Entre as propostas constava a eliminação da alíquota de 20% incidente sobre as operações de

“day trade”, que passariam a ser cobradas pela alíquota de 15% de Imposto de Renda (IR) já

incidente sobre os demais ganhos líquidos na bolsa, incluindo ações, mercadorias e futuros.

“Com isso, há uma simplificação na apuração do IR não sendo mais necessária a apuração em

separado dos ganhos obtidos nas operações de day trade”, escreveu Guardia.

A cobrança de Imposto de Renda, hoje isenta nas operações de alienação até R$ 20 mil por mês,

se tornaria trimestral, para operações até R$ 60 mil.

Além disso, seria eliminada a antecipação do IR cobrado à alíquota de 0,005% e de 1% nas

operações de “day trade”. Esse percentual, chamado de “dedo duro”, foi instituído para informar

ao Fisco sobre a existência de operações, mas hoje seria mera burocracia, segundo uma fonte

oficial. As corretoras, bolsas e instituições financeiras passariam a ser obrigadas a informar

à Receita Federal sobre essas transações.

Na exposição de motivos anexa à MP 806, Guardia lista uma série de ações que constavam no

plano da Fazenda e ressalta que “as alterações propostas buscam racionalizar a tributação

incidente sobre as operações negociadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros, de

forma a simplificar a apuração dos tributos devidos pelas pessoas físicas e jurídicas”.

Segundo uma fonte a par das discussões, o Palácio do Planalto estava preocupado em não

desagradar ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que

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recentemente se insurgiu contra a grande quantidade de MPs encaminhadas pelo governo ao

Congresso, muitas sem urgência e relevância e que acabavam descartadas pelo próprio

Executivo.

Maia protestou contra o envio da tributação sobre fundos fechados por MP, e o governo cogitou

tentar aprovar um projeto de lei, mas desistiu para garantir que as mudanças nos fundos

fechados, que devem gerar arrecadação de R$ 6,5 bilhões para a União, constassem do projeto

de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018.

Apesar disso, diz essa fonte, as medidas citadas por engano na exposição de motivos continuam

na mesa da área econômica como um estímulo à liquidez e eficiência no mercado de ações.

As mudanças não incluiriam os títulos públicos ou privados, operações com ouro, equiparado a

operações de renda fixa, títulos de capitalização, operações de swap e certificados de operações

estruturadas (COE), as aplicações de investidores residentes ou domiciliados no exterior, exceto

em país com tributação favorecida, e os ganhos auferidos na alienação de ações emitidas com

base na Lei 13.043, que incentivou emissões de pequenas e médias empresas.

Com a nova sistemática de apuração de Imposto de Renda para os ganhos em bolsa, o governo

estimava uma perda de arrecadação de, no máximo, R$ 336,22 milhões em 2018, R$ 82,52

milhões em 2019, e, R$ 88,95 milhões em 2020.

Procurada pela reportagem, uma corretora de grande porte afirmou haver negociações para a

simplificação tributária para aplicações em bolsa, mas que não havia expectativa que isso

ocorresse agora.

SISTEMA DE RECONHECIMENTO FACIAL DA RECEITA FEDERAL É DESTAQUE EM REVISTA INTERNACIONAL

Fonte: Receita Federal do Brasil. Em 2013, a medida em que o Brasil se preparava para receber

o mundo para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, a Administração

Alfandegária Brasileira estava explorando formas de melhorar o controle aéreo alfandegário de

passageiros para os milhões de turistas e atletas que em breve visitariam o País.

O trabalho começou com uma importante direção: um projeto para desenvolver um sistema

inteligente de avaliação de risco baseado na Informação Avançada de Passageiro (Advanced

Passenger Information – API) e nos Registros de Nome de Passageiro (Passenger Name Records

– PNR). Esse projeto, combinado com o novo Sistema de Reconhecimento Facial (Facial

Recognition System – IRIS), permitiu a Administração Alfandegária Brasileira a alcançar grandes

avanços em eficiência. Também ajudou a melhorar o processamento de viajantes internacionais.

O Brasil teve que lidar com um tráfego aéreo de passageiros que dobrou ao longo de um período

de 10 anos. Com um notável aumento do tráfego aéreo internacional, as técnicas de inspeção

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tradicionais que eram empregadas pelos agentes alfandegários se mostraram insuficientes. Com

demandas maiores sendo exigidas dos serviços públicos, a Receita Federal começou a investir

em uma solução que moldaria os processos alfandegários enquanto, ao mesmo tempo, iria aderir

aos padrões internacionais.

A Receita Federal planejou esses projetos com a Comissão Internacional de Autoridades

Aeroportuárias (National Commission of Airport Authorities – Conaero). A Conaero liderou a

iniciativa coordenada do Governo Federal para melhorar o diálogo e a coperação entre as várias

partes envolvidas com o aeroporto: as companhias aéreas; os operadores aeroportuários;

alfândega; imigração; e outras agências governamentais e reguladoras.

O procedimento tradicional de processamento de passageiros

Até 2014, os passageiros aéreos no Brasil passagem por uma inspeção de bagagem que era

realizada a critério do auditor-fiscal responsável. Essa seleção era baseada em critério subjetivo

que incluía análise de comportamento, questionamentos, vigilância de bagagem e outros fatores

aleatórios.

O grande crescimento no número de viajantes e comércio internacionais em todas as regiões

do mundo adicionaram contínua pressão à capacidade operacional e de trabalho das autoridades

do controle de fronteira. Oficiais alfandegários em particular, como a primeira linha de defesa,

encontraram crescentes responsabilidades de segurança e execução da lei.

Dados API e PNR, legislação e normas

Enquanto lida com a crescente carga de trabalho, o uso de tecnologia moderna e maior

cooperação doméstica e internacional pode aumentar eficácia do controle de fronteira. A

incorporação da seleção de passageiros/critério de triagem baseado em indicadores de alto risco

e API se provou ter um efeito positivo nas atividades de execução.

De acordo com a norma “Annex 9 – Facilitation” da ICAO, um sistema de API é “um sistema

eletrônico de comunicação pelo qual dados são coletados e transmitidos para agências de

controle de fronteira antes da partida e chegada de voos, e disponibilizados na linha primária do

aeroporto de entrada”.

O fornecimento de dados API e PNR podem ser financeira e operacionalmente onerosos em

operadores de aeronave, desta forma, os requerimentos têm que ser claramente legislados.

Baseado nas Diretrizes da ICAO para Registros de Nomes de Passageiros (ICAO Guidelines for

Passengers Name RecordData), as disposições legais explícitas devem reger os requerimentos

de transferência de dados PNR. Elas também estipulam que as razões para requerer dados PNR

“devem ser claramente expressas em legislação apropriada ou em regulamentação dos países

ou em material explicativo que acompanhe tais leis ou regulamentações, de forma apropriada”.

Internacionalmente, as regras básicas para o uso de API e PNR são delimitadas na Annex 9 e na

Convenção Revisada de Kyoto da Organização Alfandegária Internacional. Para a API, os

padrões 3.47 da Annex 9 obriga cada país contratante a “introduzir um sistema API em

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conformidade com sua legislação nacional a aderir aos padrões internacionalmente

reconhecidos para a transmissão de API”.

Resultados de avaliação de risco

Em 2015, a Receita Federal desenvolveu um sistema eletrônico de avaliação de risco que pegou

dados API e forneceu como resultado uma lista de passageiros que deveriam ser objeto de

fiscalização alfandegária no momento da chegada de seus voos.

Essa informação deu suporte a avaliações de risco e ameaças e resultou na melhora da eficiência

relacionada à detecção de contrabando de dinheiro. Em 2015, a média de apreensão de dinheiro

foi 212% maior do que em 2014.

Além disso, o uso de dados API e PNR na avaliação de riscos antes da chegada de voos ajudou

os auditores-fiscais a identificarem viajantes que se enquadravam em perfis de tráfico de drogas.

As novas técnicas levaram a um aumento de mais de 300% na apreensão de drogas em 2015,

em relação a 2014, resultados nunca antes vistos no Brasil.

Identificando passageiros selecionados: O Sistema de Reconhecimento Facial

Uma vez que os dados API e PNR foram usados na avaliação de riscos antes da chegada dos

passageiros aéreos e os principais alvos foram selecionados para inspeção alfandegária, uma das

tarefas mais desafiadoras do processo de controle aduaneiro passa a ser identificar e separar os

passageiros selecionados sem interromper o fluxo de passageiros.

Em 2016, os oficiais da aduana brasileira adotaram uma solução completamente nova e

adaptada às suas necessidades, que usa a tecnologia de reconhecimento facial para a

identificação e seleção de alvos. 14 aeroportos internacionais no país estão equipados com a

ferramenta de identificação biométrica.

O software de identificação facial consegue identificar um indivíduo específico em uma imagem

digital ao identificar o rosto da pessoa e confrontar com uma biblioteca de rostos conhecidos.

O sistema de reconhecimento facial brasileiro trabalha com duas câmeras de alta resolução

instaladas na área de “Nada a Declarar” da aduana em cada aeroporto. Os rostos de todos os

passageiros são comparados com uma lista de rostos conhecidos que representam alvos que

devem passar pelas inspeções alfandegárias.

A identificação biométrica é realizada sem interferência humana no fluxo de passageiros, a

medida em que eles se movem em velocidade normal de caminhada. Quando o sistema

identifica um passageiro cujo rosto bate com o de um alvo previamente selecionado, um sinal

vermelho é enviado ao oficial alfandegário em serviço, que irá então se aproximar do alvo e

iniciar a inspeção.

Melhorando a segurança e a facilitação

Do ponto de vista da administração alfandegária, o uso da API e PNR tem vantagens

relacionadas a segurança, facilitação e aplicação de normas.

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Essa abordagem de avaliação de risco baseada em inteligência permite ao controle alfandegário

a identificar passageiros aéreos em uma lista de atenção e passageiros suspeitos que podem ser

contrabandistas ou traficantes de drogas. Também é uma medida efetiva para combater riscos

relacionados ao terrorismo internacional. Deve-se ressaltar que essa abordagem de avalição de

risco irá, ao mesmo tempo, ajudar na facilitação do movimento de passageiros de baixo risco

nas zonas primárias.

Mesmo que a função primária da tecnologia de reconhecimento facial seja a de identificar alvos

em potencial, um procedimento cooperativo foi estabelecido entre a Receita Federal, a Policia

Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para se definir uma “lista negra” separada

com todos os alvos associados a ameaças à segurança.

O uso de ferramentas de reconhecimento facial será particularmente efetivo em casos

envolvendo documentos falsos, já que as características faciais do alvo se mantêm, em sua

maioria, inalteradas. Em um sentido mais amplo, a alfândega funcionará como uma segunda

barreira para o controle nacional de imigração a fim de proteger ainda mais a segurança nacional.

Conclusão

O desenvolvimento de ferramentas de gerenciamento de risco e seleção de passageiros mais

modernas e efetivas com o uso dos populares conjuntos de dados API e PNR é um claro exemplo

de melhoria efetiva. E, para isso, são usados os mesmos recursos humanos governamentais.

O uso de uma tecnologia de reconhecimento facial, interconectada com a Polícia Federal e a

Abin, é um bom exemplo de cooperação entre órgãos. Eles atingiram o importante objetivo de

garantir a segurança do país durante eventos de relevância mundial que aconteceram no Brasil.

A avaliação de risco nacional baseada tanto em API quanto na tecnologia de reconhecimento

facial aponta para um futuro interessante para a inspeção e o controle de passageiros aéreos.

Em um cenário global com complexidades crescentes e dinâmicas, isso pode ter um papel vital

não só na economia nacional como também na segurança global.

PIS/COFINS – AGROINDÚSTRIA – VENDA PARA ENTREGA FUTURA – MOMENTO DO RECONHECIMENTO DA RECEITA

Fonte: Receita Federal do Brasil.

Solução de Consulta 507 Cosit

DOU de 03/11/2017

ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP

EMENTA: NÃO CUMULATIVIDADE. AGROINDÚSTRIA. VENDA PARA ENTREGA FUTURA.

RECEITAS. MOMENTO DO RECONHECIMENTO. REGIME DE COMPETÊNCIA.

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Considera-se como venda para entrega futura aquela resultante de contrato de compra e venda

em que, no momento de concretização do negócio, o vendedor já possui em estoque as

mercadorias ou produtos vendidos, os quais, por vontade dos contratantes, permanecerão com

o vendedor, na condição de mero depositário, para entrega ao comprador em ocasião posterior.

Na apuração da Contribuição para o PIS/Pasep pelo regime não cumulativo, as agroindústrias

que vendem para entrega futura mercadorias resultantes da industrialização de sua própria

produção devem reconhecer as receitas decorrentes dessas vendas no momento da celebração

do contrato, quando o negócio se aperfeiçoa e o comprador torna-se proprietário dos referidos

bens, e não no momento da transmissão da posse das mercadorias vendidas Dispositivos Legais:

Lei nº 10.637, de 2002, art. 1º; MP nº 2.158-35, de 2001, art. 20; Decreto-lei nº 1.598, de

1974, arts. 7º, § 4º, e 67, caput, XI; Lei nº 6.404, de 1976, arts. 177 e 187, § 1º; RIPI/2010,

arts. 187, I e II, 407, VII, e 410; Convenio Sinief s/nº, de 1970, art. 40; PN CST nº 58, de 1977,

item 4.3; PN CST nº 40, de 1976, item 4; PN CST nº 73, de 1973, itens 5 a 8; Resolução CFC

nº 750, de 1993, art. 9º.

ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS

EMENTA: NÃO CUMULATIVIDADE. AGROINDÚSTRIA. VENDA PARA ENTREGA FUTURA.

RECEITAS. MOMENTO DO RECONHECIMENTO. REGIME DE COMPETÊNCIA.

Considera-se como venda para entrega futura aquela resultante de contrato de compra e venda

em que, no momento de concretização do negócio, o vendedor já possui em estoque as

mercadorias ou produtos vendidos, os quais, por vontade dos contratantes, permanecerão com

o vendedor, na condição de mero depositário, para entrega ao comprador em ocasião posterior.

Na apuração da Cofins pelo regime não cumulativo, as agroindústrias que vendem para entrega

futura mercadorias resultantes da industrialização de sua própria produção devem reconhecer

as receitas decorrentes dessas vendas no momento da celebração do contrato, quando o

negócio se aperfeiçoa e o comprador torna-se proprietário dos referidos bens, e não no

momento da transmissão da posse das mercadorias vendidas. Dispositivos Legais: Lei nº 10.833,

de 2003, art. 1º; MP nº 2.158-35, de 2001, art. 20; Decreto-lei nº 1.598, de 1974, arts. 7º, §

4º, e 67, caput, XI; Lei nº 6.404, de 1976, arts. 177 e 187, § 1º; RIPI/2010, arts. 187, I e II, 407,

VII, e 410; Convenio Sinief s/nº, de 1970, art. 40; PN CST nº 58, de 1977, item 4.3; PN CST nº

40, de 1976, item 4; PN CST nº 73, de 1973, itens 5 a 8; Resolução CFC nº 750, de 1993, art.

9º.

ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS

EMENTA: NÃO CUMULATIVIDADE. AGROINDÚSTRIA. VENDA PARA ENTREGA FUTURA.

RECEITAS. MOMENTO DO RECONHECIMENTO. REGIME DE COMPETÊNCIA.

Considera-se como venda para entrega futura aquela resultante de contrato de compra e venda

em que, no momento de concretização do negócio, o vendedor já possui em estoque as

mercadorias ou produtos vendidos, os quais, por vontade dos contratantes, permanecerão com

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o vendedor, na condição de mero depositário, para entrega ao comprador em ocasião posterior.

Na apuração da Contribuição Previdenciária prevista no caput do art. 22A da Lei nº 8.212/1991,

as agroindústrias que vendem para entrega futura mercadorias resultantes da industrialização

de sua própria produção devem reconhecer a receita decorrente dessas vendas no momento

da celebração do contrato, quando o negócio se aperfeiçoa e o comprador torna-se proprietário

dos referidos bens, e não no momento da transmissão da posse das mercadorias vendidas.

Dispositivos Legais: Lei nº 8.212, de 1991, art. 22A; Decreto-lei nº 1.598, de 1974, arts. 7º, §

4º, e 67, caput, XI; Lei nº 6.404, de 1976, arts. 177 e 187, § 1º; RIPI/2010, arts. 187, I e II, 407,

VII, e 410; Convênio Sinief s/nº, de 1970, art. 40; IN RFB nº 971, de 2009, art. 169; PN CST nº

58, de 1977, item 4.3; PN CST nº 40, de 1976, item 4; PN CST nº 73, de 1973, itens 5 a 8;

Resolução CFC nº 750, de 1993, art. 9º.

REFORMA TRABALHISTA ACELERA AÇÕES NA JUSTIÇA, DEFENDE IVES GANDRA FILHO

Fonte: CONJUR. Um dos maiores ganhos que o Brasil terá com a entrada em vigência da

Reforma Trabalhista, neste mês, é celeridade processual na Justiça do Trabalho. A opinião é do

presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Ives Gandra Martins Filho, para quem o

uso intensivo de meios extrajudiciais de resolução de conflitos e a remodelação dos métodos

de análise de recursos na seara trabalhista irão agilizar os julgamentos.

Ives Filho destacou, durante palestra em evento em Portugal, nesta quinta-feira (2/11), que

todas as cortes constitucionais do mundo, exceto a do Brasil, escolhem o que julgarão analisando

a relevância do tema, e é assim que o TST passará a atuar. O ministro explicou que será usado

o critério de transcendência, inserido pela Reforma Trabalhista, que levará em consideração os

critérios jurídico, político, econômico e social.

"Nós vamos selecionar as matérias que vamos julgar. A vida vai seguindo, não podemos parar o

mundo", disse o ministro, ao apontar falhas no sistema de repercussão geral adotado no Brasil.

Segundo ele, esse modelo usado atualmente não define quem vai "ao céu ou ao inferno",

deixando todos no purgatório.

Agora, disse, será analisado se a matéria a ser apreciada já está pacificada e se tem precedentes.

Além disso, detalhou, será levado em conta se há alguma jurisprudência divergente nos tribunais

regionais do trabalho.

Na questão econômica, afirmou, Ives Filho, será considerado o valor da causa para que o TST

não fique "no varejo", "discutindo coisa pequena". Já na social, será ponderado pelos ministros

se há algum direito constitucional garantido em jogo.

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O presidente do TST detalhou que esse filtro é necessário, porque 30% dos recursos que

chegam à corte superior do trabalho são de revista, enquanto os outros sequer passam da fase

de conhecimento. Além disso, 24% desses recursos são de empresas. "Isso fará com que as

empresas pensem antes de recorrer ao TST", disse, complementando que esse filtro que define

se uma causa deve ou não ser julgada tem caráter administrativo, não jurídico.

Inflação momentânea

O ministro afirmou que, num primeiro momento, o novo modelo imposto pela reforma

trabalhista pode aumentar a demanda da Justiça do Trabalho, mas ponderou que os meios

extrajudiciais de resolução de conflitos, que ganharam mais força com a mudança na lei, vão

absorver esse excesso no longo prazo.

"O Estado só intervém em casos que a sociedade não tem como resolver", opinou. Além desses

meios extrajudiciais de solução de conflitos (mediação, conciliação e arbitragem), Ives FIlho

elogiou a simplificação recursal promovida pela reforma, que, disse ele, acabará com os

processos bumerangue.

"O processo trabalhista brasileiro andava para tudo quanto é lado, menos para frente", afirmou

ao lembrar que a uniformização, atualmente, primeiro ocorre em um TRT para depois ser

verificada se está de acordo com a jurisprudência do outro regional. Agora, continuou o ministro,

com a inserção do IRDR no TST, isso não acontecerá mais.

O presidente do TST também elogiou a responsabilização das partes por pedidos infundados ou

descabidos - por exemplo, quando o trabalhador já recebeu tudo o que lhe era devido da

empresa, mas entra na Justiça para pedir essas mesmas verbas. "Aventura judiciária passa a ser

um pesadelo judicial ao trabalhador."

Pacificação social

O presidente do TST também mencionou alguns críticos à reforma - de que que há

inconstitucionalidades na nova normas -, mas ressaltou que essas discrepâncias, se existirem,

serão eventuais e precisarão ser analisadas para se ter certeza de que há afronta à Constituição.

"Essa Reforma Trabalhista vai contribuir para melhorar as relações entre patrões e empregados,

porque dará segurança jurídica às empresas, vai gerar novos empregos e dará celeridade à

Justiça do Trabalho. Se tivermos mais tempo e cabeça para decidir, essa melhor qualidade das

decisões vai contribuir com a pacificação social", resumiu.

REFORMA TRABALHISTA VAI DESONERAR ENCARGOS TRABALHISTAS

Fonte: CONJUR. A Lei 13.467/17 entrará em vigor em 11/11 e, após tantas análises de

renomados juristas, advogados, manifestações de resistência da magistratura e opiniões gerais

divulgadas, as empresas se preocupam com o fato de como ficará quanto à efetiva possibilidade

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de alteração segura no custo da folha de pagamento; o que fazer a partir da vigência da lei; e,

em que medida a reforma se propõe a um futuro mais seguro nas relações trabalhistas.

Primeiro, especificamente quanto à remuneração, com a alteração legal do artigo 457 da CLT,

haverá efeitos diretos nos contratos de trabalho. A nova redação do parágrafo 1º merece uma

primeira reflexão. O citado dispositivo, em sua redação original, foi dividido em dois parágrafos:

um para afirmar que somente têm natureza salarial, além do salário, as gratificações legais e as

comissões pagas pelo empregador(“ Integram o salário a importância fixa estipulada, as

gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador”) e, a outra parte, no parágrafo 2º,

para excluir da base de incidência previdenciária e de reflexos trabalhistas, os valores pagos a

título de ajuda de custo, auxílio alimentação, diária para viagem, prêmios e abonos(“As

importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado

seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração

do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência

de qualquer encargo trabalhista e previdenciário”).

A previsão de que as gratificações ajustadas comporiam a natureza salarial para os devidos

efeitos jurídicos desapareceu, sendo substituída exclusivamente pelas gratificações legais,

entendidas, no nosso sentir, como tais a gratificação de função, o 13º salário, chamado também

de gratificação natalina, e outras previstas em leis especiais em razão de acúmulo de função, tal

como ocorre, por exemplo, com os radialistas. As gratificações previstas em normas coletivas,

como exemplo a vinculada à função de caixa, deverão seguir, por força do negociado, a natureza

salarial com os respectivos reflexos enquanto o trabalhador estiver no exercício da função de

caixa.

Assim fazendo, referindo-se expressamente às gratificações legais, a reforma trabalhista

caminha para a reafirmação de sua característica principal de valorização das relações

contratuais, eliminando a habitualidade como fator capaz de gerar direito adquirido submetidas

que ficam à negociação entre empregado e empregador.A Súmula 152 do TST, que trata da

natureza obrigatória da gratificação por liberalidade deixará de ser aplicada.

Deste modo, todas as verbas contratuais intituladas como vantagem de natureza contratual e

não asseguradas por lei deverão sofrer novo tratamento jurídico em razão das novas dimensões

trazidas pela Lei 13.467/17 ao Direito do Trabalho.

Outra não menos relevante foi a nova redação do parágrafo 4º do artigo 457, referindo-se aos

prêmios pagos pelo empregador como “liberalidades em forma de bens, serviços ou valor em

dinheiro [...] em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de

suas atividades”. A nova lei alterou profundamente a antiga disposição do parágrafo 1º,

conforme já referido, e que incluía como salário “não só a importância fixa estipulada, como

também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos

pagos pelo empregador”.

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A nova redação do parágrafo 2º excluiu do conceito de salário a remuneração de verbas que

sempre trouxeram questionamentos ao judiciário quanto à sua natureza jurídica. A partir da

vigência da nova lei estão excluídas de qualquer incidência de encargo trabalhista e

previdenciários vantagens oferecidas pelo empregador, “ainda que habituais, pagas a título de

ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem,

prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato

de trabalho...”.

Foi excluída, portanto, a limitação de 50% do salário para as diárias para viagem, passando a

gozar de presunção de boa-fé contratual, no sentido de que os pagamentos serão fruto de fato

gerador consistente e, não se afastaria a aplicação do artigo 9º da CLT por questionamento em

caso de fraude. Ainda relevante foi a inclusão de prêmios de forma destacada, fato este que na

vigente CLT se confunde, inadequadamente, com gratificações.

Os prêmios, a partir da nova lei, poderão ser estipulados pelo empregador e não estarão mais

contaminados da natureza salarial porque, segundo a redação do parágrafo 4º, são liberalidades

concedidas pelo empregador e poderão estar revestidos em bens, serviços ou valor em dinheiro

sempre considerando o critério de “desempenho superior ao ordinariamente esperado no

exercício de suas atividades”.

O temor de incidência previdenciária, advirta-se, foi eliminado com a alteração da Lei 8.212/91,

que trata do custeio da previdência social que, expressamente, alterou o artigo 28, parágrafo

9º, e excluiu do salário de contribuição as diárias para viagem (“h”),os prêmios e abonos (“z”).

Nesta linha, não serão mais considerados como base de contribuição previdenciária para fins de

benefícios, que ficam limitados aos conceitos de salário na forma do disposto pela lei

previdenciária.

Muito ainda se haverá de discutir a partir da vigência da Lei 13.467/17 e o que se espera é a

sua aplicação sem saudosismo e com responsabilidade. A nova lei gera oportunidade de

transformação das relações de trabalho, motivando os empregados à integração no trabalho e

na empresa com possível redução da litigiosidade. Qualquer ajuste da nova lei aos contratos

vigentes vai merecer análise rápida e aprofundada sob pena de se prorrogar a vigência da CLT

de 1943.

APENAS TER OS MESMOS SÓCIOS NÃO PROVA FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO, DIZ TST

Fonte: CONJUR. Não é possível reconhecer que duas empresas formam um grupo econômico

com base apenas no fato de que elas têm os mesmos sócios. Com este entendimento, a

Subseção I Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho afastou o

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reconhecimento de grupo econômico da Amadeus Brasil com a Massa Falida de Rio Sul Linhas

Aéreas.

Segundo o relator, ministro João Oreste Dalazen, reconhecer este vínculo baseado nos sócios

em comum, sem demonstrar que existe uma relação hierárquica entre as empresas, fere a

Consolidação das Leis Trabalhistas.

A CLT afirma que “não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo

necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva

comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes”.

“Para o TST, não há se falar em grupo horizontal ou por coordenação, e sim na aplicação da

teoria hierárquica ou por subordinação, a qual pressupõe uma relação de dominação

interempresarial entre empresas, no qual o controle central é exercido por uma delas, havendo,

nesta situação, identidade de direção, controle ou administração”, afirma o professor Ricardo

Calcini.

MATRIZ NÃO RESPONDE POR DÉBITO DE FILIAL

Fonte: Valor Econômico. A Justiça federal do Rio de Janeiro excluiu a responsabilidade da matriz

de uma companhia pelas dívidas previdenciárias de suas filiais. A União cobrava em uma única

certidão de dívida ativa (CDA) os valores totais devidos pelas matriz e filiais no valor de R$ 1,2

milhão. Com a decisão, a CDA deverá conter apenas os valores apurados contra a matriz.

Segundo a defesa da empresa, promovida pelo advogado Rafael Capaz Goulart, do Abreu,

Freitas, Goulart & Santos Advogados, as contribuições previdenciárias têm exigibilidade

individualizada, pois os fatos geradores operam para cada filial, separadamente da matriz, por

terem personalidades jurídicas distintas. Na ação ainda alegava que o título executivo teria que

ser declarado nulo porque tratou das diferenças entre os valores declarados na Guia de

Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social (GFIP) e aqueles quitados pela

matriz e filiais.

De acordo com o advogado, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) já definiu, na

área tributária, que a existência de CNPJs diferentes caracteriza autonomia patrimonial,

administrativa e jurídica de cada um dos estabelecimentos.

Segundo Goulart, "se a matriz não possui legitimidade ativa para postular judicialmente em nome

das filiais e, mais ainda, se uma não pode aproveitar crédito da outra, nada mais natural que os

débitos da filial sejam exigidos mediante execução fiscal ajuizada contra ela, sob pena de

inobservância da teoria da autonomia dos estabelecimentos". Ele cita decisões do Tribunal

Regional Federal (TRF) da 1ª Região (com sede em Brasília) no sentido da ilegitimidade da matriz

em representar suas filiais.

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No julgamento, a juíza federal Anelisa Pozzer Libonati de Abreu, da 4ª Vara Federal de Execução

Fiscal do Rio de Janeiro, afirma que o contribuinte tem razão quando afirma não ter legitimidade

para responder judicialmente pelas cobranças das contribuições previdenciárias. De acordo com

a magistrada, o STJ já decidiu, no campo tributário, sobre a autonomia de filias e matriz com

CNPJs diferentes.

Contudo, a juíza entendeu que não merece acolhimento a alegação do contribuinte de que não

seria possível sanar o vício, mediante a substituição da certidão de dívida ativa (CDA). "No caso

dos autos, embora a CDA seja única para os débitos referentes à atividade da matriz e das filiais,

é possível determinar à embargada que os retire do título executivo, alterando a inscrição em

dívida ativa, de modo que somente os débitos da matriz permaneçam e sejam cobrados no feito

executivo ajuizado, restando-lhe, se assim desejar e ainda for possível, formalizar os débitos das

filiais em outras tantas CDAs que se fizerem necessárias, uma pra cada estabelecimento", diz a

decisão. (Processo nº 0149235-13.2016.4.02.5101). Da decisão, ainda cabe recurso. Para Caio

Taniguchi, do escritório Bichara Advogados, o julgamento contraria decisão do ministro

Benedito Gonçalves do STJ de 2016 (Resp 1596619/PR). Na ocasião, o magistrado entendeu

que em se tratando de contribuições previdenciárias, a autuação por parte da Receita Federal

encontra-se centralizada na matriz, conforme os artigos 489 e 492 da Instrução Normativa da

Receita 971, de 2009. Na decisão do STJ, transitada em julgado (não cabe mais recurso), o

magistrado cita precedentes da 1ª e 2ª Turma.

"Contudo, se for possível demonstrar que na prática o estabelecimento filial é totalmente

independente da matriz, penso que a decisão do Rio de Janeiro está correta", afirma Taniguchi.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) não retornou até o fechamento da

reportagem.

NOVEMBRO, A ÚLTIMA JANELA PARA A PREVIDÊNCIA

Fonte: Valor Econômico. Com as eleições ocupando a cena em 2018, é quase consenso entre

os economistas do mercado que novembro será a janela crucial para tentar retomar a reforma

da Previdência. A expectativa do resultado, no entanto, ainda é um tanto desigual. O

economista-chefe do Verde Asset, Daniel Leichsenring, não vê muita chance de alguma reforma

relevante ser aprovada ainda este ano. "O calendário parece apertado, novembro é um mês

cheio de feriados e há todo um trabalho de recomposição da base para ser feito e não me parece

que o Congresso esteja disposto. A probabilidade é pequena", diz ele. Na semana passada, o ex-

presidente do Banco Central Arminio Fraga manifestou opinião semelhante em um evento no

Rio.

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Para um ex-diretor do BC ouvido pela coluna, no entanto, ainda resta alguma esperança de

sucesso na aprovação. "O governo Michel Temer já deu provas de que quando realmente elege

uma batalha no Congresso consegue ser bemsucedido. Além disso, o [ministro da Fazenda,

Henrique] Meirelles tem sido muito enfático, não me parece à toa essa sinalização", disse ele.

O que de fato une opiniões é que a situação das contas públicas e os aspectos demográficos do

país são tão difíceis que postergar em um ano e meio a reforma será custoso e exigirá que ela

seja mais dura. Cumprir o teto de gastos públicos em 2019, é ponto pacífico, é impossível sem

a reforma do sistema previdenciário.

O custo da ausência da reforma já se mostrou durante a crise, quando as receitas públicas

passaram a sofrer forte restrição. "Os investimentos públicos desde 2014 caem algo como 70%

enquanto a Previdência sobe cerca de 15% em termos reais", diz Leichsenring, da Verde. O

gasto total do governo federal, lembra, ficou estável no período. Economista da USP e do Ipea

especializado em sistemas de seguridade social, Rogério Nagamine Costanzi observa que, além

do problema de sustentabilidade das contas, o sistema previdenciário brasileiro padece de

outros problemas.

O mais recente artigo de Nagamine, publicado pela Fipe/USP, aponta o caráter regressivo das

aposentadorias precoces no país. Ele mostra que os que mais ricos tendem a se aposentar mais

cedo, por tempo de contribuição. "O Brasil conseguiu criar um sistema previdenciário no qual a

idade mínima de 65/60 só vale para os mais pobres, gerando um sistema que causa distorções,

como pagar aposentadorias para pessoas com plena capacidade laboral", nota.

Os dados levantados por Nagamine mostram ainda algo nada trivial: o número de pessoas com

mais de 90 anos que recebem benefícios de aposentadorias no país era de 105 mil em 1992.

Em 2015, o grupo já era de 449 mil pessoas: um aumento de nada menos que 327%. A

gravidade do desafio imposto pelo perfil demográfico do país é um tema que acabou ficando

um tanto coadjuvante do quadro fiscal em toda a discussão sobre a reforma da Previdência, o

que - claro, aliado a muitos outros fatores, sobretudo os escândalos de corrupção - pode ser

uma das pistas para entender por que o governo perdeu a batalha da comunicação na hora de

convencer parte maior da população sobre a necessidade de reformar o sistema previdenciário.

O presidente da aliança global de centros internacionais de longevidade, Alexandre Kalache,

nota que o Brasil está numa situação singular e mais complexa que outros países, em termos de

demográficos, por alguns fatores. "Levaremos 19 anos para dobrar a população de idosos, algo

que a França fez em 145 anos", diz Kalache, que dirigiu o programa de envelhecimento e saúde

da Organização Mundial de Saúde (OMS) entre 1994 e 2008 e hoje também integra o Conselho

do Futuro do Fórum Econômico Mundial.

De fato, o envelhecimento rápido da população é algo que passou a ser uma preocupação não

só mais dos países desenvolvidos, mas também dos emergentes, um desafio mundial. Ele explica

a complexidade da dinâmica demográfica do nosso tempo: em um século, contando a partir de

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1950, enquanto a população global deve crescer 3,7 vezes, a de 60 anos ou mais crescerá 10

vezes e a acima de 80 anos, 27 vezes. "Nasci num mundo em que havia 14 milhões de pessoas

com mais de 80 anos e quem nascer em 2050 terá um mundo com 384 milhões de pessoas

acima dessa faixa, é algo completamente diferente", diz. Kalache, que tem 72 anos.

Ele compara o país com o Canadá, por exemplo, que em 1950 já tinha 11,9% da população com

mais de 60 anos, enquanto o Brasil tinha 4,7%. Em 2015, o Brasil já tinha 11,7% e o Canadá,

25%. Em 2050, ambos terão 30% da população com mais de 60 anos, segundo ele.

O que torna o caso do Brasil ainda mais peculiar, lembra o especialista, é que não apenas as

pessoas estão vivendo muito mais - houve um acréscimo de 30 anos na expectativa de vida ao

nascer entre 1940 e 2015, para 75,5 anos -, como em muitos países emergentes, mas as

mulheres estão tendo ainda menos filhos do que em outros locais. "A queda da taxa de

fecundidade no Brasil foi muito acelerada, sai de 5,8 [filhos], em 1975, e desde 2000 está em

cerca de 1,8. É abaixo da taxa de reposição (que é acima de dois, corresponde ao casal de pais),

no México e na Argentina, por exemplo, ainda é maior", afirma Kalache.

Nesse cenário, as políticas públicas para uma população com outro perfil etário deveriam ser

priorizadas, mas sequer começaram a ser pensadas, a não ser pela reforma do sistema

previdenciário, que, sem dúvida, é importante, mas deveria ser apenas um ponto de um pacote

que não deveria também conter exceções. "É preciso que a reforma seja para todos, políticos,

militares. Aliás, o presidente Temer deveria dar o exemplo, restituindo os valores que recebe já

há 20 anos, já que está na ativa. Não é razoável que uma parte tão grande de tudo que o país

gasta seja consumido pela Previdência. Já gastamos mais que a Alemanha, que é um país muito

mais envelhecido, enquanto estamos comprimindo investimentos em saúde e educação, que

são essenciais para os mais pobres e encolhem 43% desde 2014", conclui Kalache

RECEITA FEDERAL PARTICIPA DO SEMINÁRIO INTERNACIONAL PLANO DE AÇÃO BEPS 2013-2017 EM BELO HORIZONTE

Fonte: Receita Federal do Brasil. O seminário internacional tem como objetivo geral apresentar

e analisar criticamente o “Projeto Beps (G-20 e OCDE): RESULTADOS CONCRETOS,

IMPASSES ATUAIS E DESAFIOS FUTUROS” e suas principais ações, especialmente no que diz

respeito a suas consequências para os países em desenvolvimento como o Brasil. Trata-se de

uma ótima oportunidade para a Receita Federal discutir o tema tanto com autores nacionais e

internacionais.

Participam como palestrantes do seminário internacional os auditores-fiscais da Receita Federal:

Flávio Antônio Gonçalves Martins Araújo (Coordenador-Geral de Relações Internacionais),

Cláudia Pimentel Martins da Silva (Coordenadora-Geral de Tributação substituta), Marcus

Vinícius Vidal Pontes (Superintendente da Receita Federal 7ª RF – RJ/ES), Andrea Costa Chaves

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(Coordenação-Geral de Tributação), Prof. Marcos Aurélio Pereira Valadão (Coordenação-Geral

de Relações Internacionais).

O Local de realização do evento será o Auditório PUC Minas, Praça da Liberdade, Rua Sergipe

790, Belo Horizonte/MG. O evento ocorrerá dos dias 23 e 24 de novembro.

RECEITA FEDERAL FACILITA REGULARIZAÇÃO DE OBRA ENVOLVENDO PERÍODO DECADENTE

Fonte: Receita Federal do Brasil. Foi publicada, no Diário Oficial da União de hoje, a Instrução

Normativa RFB nº 1.755, de 2017, alterando regra relativa à regularização de obras realizada

total ou parcialmente em período em que já decaiu o direito de a Receita Federal lançar as

contribuições previdenciárias não declaradas em Guia de Recolhimento do FGTS e de

Informações à Previdência Social (GFIP).

Até a publicação da nova Instrução Normativa, o contribuinte, para regularização de obras,

prestava as informações na Declaração de Informações sobre Obras (Diso) e posteriormente

comparecia a uma unidade da Receita Federal para comprovar as informações declaradas,

inclusive quanto ao período decadente.

Com a alteração do art. 390 da Instrução Normativa RFB nº 971, de 2009, após o envio da

Diso, as informações constantes nela em relação a decadência, somente precisarão ser

comprovadas quando o contribuinte for intimado.

CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS – AVISO PRÉVIO INDENIZADO

Fonte: Receita Federal do Brasil.

Solução de Consulta 1037 Disit/SRRF01

DOU de 06/11/2017

ASSUNTO: Contribuições Sociais Previdenciárias

EMENTA: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. AVISO PRÉVIO INDENIZADO.

JURISPRUDÊNCIA VINCULANTE.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao julgar o Recurso Especial nº 1.230.957/RS, no âmbito

da sistemática do art. 543-C do Código de Processo Civil (CPC), afastou a incidência das

contribuições sociais previdenciárias sobre o aviso prévio indenizado. Em razão do disposto no

art. 19 da Lei nº 10.522, de 2002, na Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 1, de 2014, e na Nota

PGFN/CRJ nº 485, de 2016, a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) encontra-se

vinculada ao referido entendimento. A jurisprudência vinculante não alcança o reflexo do aviso

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prévio indenizado no 13º salário (gratificação natalina), por possuir natureza remuneratória,

conforme precedentes do próprio STJ.

SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA N.º 249 – COSIT, DE

23 DE MAIO DE 2017. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. RESTITUIÇÃO E

COMPENSAÇÃO.

A pessoa jurídica que apurar crédito relativo à contribuição previdenciária prevista no inciso I

do artigo 22 da Lei nº 8.212, de 1991, poderá utilizá-lo na compensação de contribuições

previdenciárias correspondentes a períodos subsequentes, ou requerer a restituição nos termos

do Parecer Normativo Cosit/RFB nº 1, de 31 de março de 2017.

SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA N.º 362 – COSIT, DE

10 DE AGOSTO DE 2017. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 10.522, de 2002, art. 19, inciso V;

Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 1, de 2014, art. 3º; e Nota PGFN/CRJ nº 485, de 2016.

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS É CONDENADA POR APLICAR “CASTIGOS” POR MAU DESEMPENHO

Fonte: Tribunal Superior do Trabalho. A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou

agravo da S.A. Fábrica de Produtos Alimentícios Vigor contra condenação ao pagamento de

indenização a um coordenador de vendas submetido a tratamento humilhante por

descumprimento de metas. Ele disse que, além de ter sido chamado de incompetente, foi sido

obrigado a pagar “prendas” vexatórias, como calçar sapato de salto.

O coordenador afirmou que durante anos sofreu cobranças diárias por telefone e e-mail e que

nas reuniões era exposto a situações constrangedoras pelo gerente nacional na presença de

outros empregados quando não atingia as metas de vendas. Após a demissão, pediu indenização

por dano moral.

O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR) manteve a sentença que fixou a indenização

em R$ 5 mil, uma vez que o preposto da Vigor admitiu a divulgação pública dos resultados nas

reuniões. Embora negasse que os comentários fossem vexatórios, admitiu que não sabia se o

coordenador foi chamado de incompetente ou sem profissionalismo, caracterizando, para o

Regional, confissão ficta por desconhecimento dos fatos. Por outro lado, a testemunha do

trabalhador confirmou que o viu usar o sapato de salto e que o gerente sempre comentava o

desempenho de cada vendedor quando havia alguma divergência.

No recurso ao TST, a Vigor sustentou que cabia ao autor da ação comprovar os fatos por ele

alegados, e afirmou que o preposto nunca o viu usando sapato de salto alto, negando também

os comentários vexatórios nas reuniões. Segundo a empresa, a decisão regional violou os artigos

818 da CLT, e 373, inciso I, do Código de Processo Civil, que tratam do ônus da prova.

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Mas a relatora do recurso, ministra Maria Cristina Peduzzi, afastou a incidência dos artigos

apontados, explicando que a controvérsia não foi solucionada com base nas regras de

distribuição do ônus da prova. Por unanimidade, a Turma negou provimento ao agravo.

CONSTRUTORA É MULTADA POR PAGAR VERBAS RESCISÓRIAS COM CHEQUE DE OUTRA PRAÇA

Fonte: Tribunal Superior do Trabalho. A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho

rejeitou recurso da Engenharia de Materiais Ltda. (Engemat), de Maceió (AL), contra condenação

ao pagamento de multa por atraso no pagamento de verbas rescisórias porque depositou o valor

das verbas rescisórias de um carpinteiro e servente de pedreiro dentro do prazo legal, mas por

meio de cheque de outra praça. O banco só permitiu que o trabalhador sacasse o valor 20 dias

depois, já fora do prazo estabelecido pelo parágrafo 6º do artigo 477 da CLT.

De acordo com esse dispositivo, o pagamento das verbas rescisórias deve ser efetuado até o

primeiro dia útil após o término do contrato ou até o décimo dia, contado da data da notificação

da demissão, quando não houver aviso prévio.

A Engemat recorreu ao TST após ser condenada pelas instâncias inferiores a pagar a multa do

parágrafo 8º do artigo 477. No recurso ao TST, sustentou que o entendimento majoritário do

TST seria o de que o depósito efetuado dentro do prazo na conta do empregado, ainda que por

meio de cheque, afastaria a possibilidade de imposição da multa, “independentemente de a

liberação do valor do depósito ocorrer após o prazo legal estabelecido”.

Para o relator do recurso, ministro Hugo Carlos Scheuermann, o parágrafo 4º do artigo 477

permite o pagamento por cheque – “em regra, meio de pagamento à vista”, mas, no caso, o

cheque era de outra praça, com prazo de compensação diferenciado. “O empregador, optando

pelo pagamento por cheque ou por transferência bancária cujo crédito se torne disponível ao

empregado somente após o decurso do prazo legal, deixa de cumprir a previsão contida no

artigo 477, parágrafo 6º, da CLT, razão pela qual incide a multa do parágrafo 8º”, ressaltou.

Segundo Scheuermann, o mesmo ocorre com o pagamento dos salários: o empregador, ao

utilizar o sistema bancário, tem o dever de garantir que os valores estarão à disposição do

empregado, o mais tardar, até o quinto dia útil (último dia do prazo). “O trabalhador, sem seu

salário, não pode ficar privado das verbas rescisórias, fonte de renda de natureza alimentar”,

afirmou.

A decisão foi unânime.

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DIRETOR EXECUTIVO TEM VÍNCULO DE EMPREGO DECLARADO NULO

Fonte: Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região. A 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho

da 1ª Região (TRT/RJ) condenou um ex-diretor executivo da Comlurb a devolver as verbas

resilitórias pagas no fim do seu contrato com a empresa. A Companhia Municipal de Limpeza

Urbana requereu na Justiça do Trabalho a nulidade do contrato de trabalho, que teria sido

anotado de forma irregular na CTPS, alegando que não havia subordinação na relação de

trabalho. O colegiado manteve a sentença proferida pela juíza do Trabalho Claudia de Abreu

Lima Pisco em exercício na 45ª Vara do Trabalho, acompanhando, por unanimidade, o voto do

relator do acórdão, desembargador Marcelo Augusto Souto de Oliveira.

Analisando os autos, o relator do acórdão observou que o próprio diretor executivo, em seu

depoimento pessoal, confessou que nunca foi empregado da Comlurb. “Destaco que o fato da

CTPS de o profissional ter sido anotada pela Comlurb em 1998 não leva à conclusão de que

havia vínculo de emprego entre as partes em período anterior, haja vista que o próprio

reclamado (o diretor) reconheceu que isso ocorreu somente em razão da privatização da Telerj

e que, durante todo tempo em que prestou serviços à Comlurb, integrou o Conselho de

Administração da empresa, detendo poderes de representação, sobretudo pelo que dispõe a Lei

6.404/76, exercendo, consequentemente, o papel de empregador, que não se confunde com

de um empregado”, concluiu o magistrado. O desembargador destacou, ainda, que a nulidade

do contrato foi constatada pela Procuradoria do Município e devidamente comunicada à

empresa.

Em sua defesa, o profissional relatou que foi convidado para trabalhar como diretor técnico

industrial da Comlurb e durante os seis primeiros anos era também empregado cedido, com

ônus, da Telerj, de quem recebia sua remuneração que, por sua vez, era ressarcida por repasse

da Fazenda Municipal. Afirmou que, de boa-fé, por determinação expressa do estatuto da

Comlurb, foi formalizado contrato de trabalho em 1998, após a sua saída da Telerj, recebendo

de forma concomitante a parcela denominada de salário e a de gratificação e, ainda, a de

honorários oriundos da função de diretor, sem que ninguém o questionasse sobre o fato.

De acordo com o relator, uma vez “constatada a admissão do trabalhador para exercer cargo de

direção na empresa, sem qualquer indício de subordinação aos demais membros da diretoria,

mostra-se ilegal o reconhecimento do vínculo empregatício entre as partes, porque ausente a

subordinação jurídica exigida pelo art. 3º, da CLT”.

Nas decisões proferidas pela Justiça do Trabalho, são admissíveis os recursos enumerados no

art. 893 da CLT.

Processo: (0000856-25.2010.5.01.0045)

Page 20: Louis de Lamartine - bhauditores.com.br 3683.pdf · em uma solução que moldaria os processos alfandegários enquanto , ao mesmo tempo, iria aderir aos padrões internacionais. A

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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.683

BELO HORIZONTE, 06 DE NOVEMBRO DE 2017.

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MEMBRO DA CIPA ACUSADO DE FURTAR PÃES DO LANCHE GRATUITO DA EMPRESA CONSEGUE REVERSÃO DA JUSTA CAUSA E INDENIZAÇÃO

Fonte: Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região. Ele contava com a estabilidade no emprego

por representar os empregados como membro titular da CIPA (artigo 165 da CLT). Apesar disso,

ao ser acusado de furtar pães no refeitório, a empregadora, uma indústria alimentícia, sequer

teve o cuidado de ouvi-lo na apuração do fato, como admitido pelo preposto da empresa,

dispensando o empregado. Sentindo-se injustiçado, o cipeiro denunciou o fato à Justiça do

Trabalho.

E, ao examinar o caso, a juíza Simone Soares Bernardes, em sua atuação na Vara do Trabalho

de Pará de Minas, entendeu que a justa causa merecia mesmo ser revertida, considerando que

a prova apresentada era muito frágil para amparar a imputação de crime ao trabalhador. Ela

frisou que a apuração mereceria especial cautela por se tratar de empregado estável.

Segundo apurou a magistrada, a testemunha que reportou à chefia a retirada de uma sacola de

dentro da cozinha o fez com base em informações prestadas pela outra testemunha. Porém, o

depoimento de ambas foi contraditório e nenhuma delas afirmou ter efetivamente presenciado

a subtração dos pães ou o conteúdo da sacola. Ademais, o vigilante que fazia a revista dos

empregados nada encontrou.

Na ótica da julgadora, diante desse contexto, ainda que se comprovasse a acusação, o bom

histórico funcional do empregado recomendaria a gradação pedagógica antes da penalidade

extrema. “Uma advertência formal ou até uma suspensão seriam mais proporcionais à falta,

especialmente porque se tratava de alguns pães que eram fornecidos gratuitamente aos

empregados, nada significativo para uma empresa desse porte”, fundamentou a magistrada,

concluindo pela reversão da justa causa.

Por fim, esclareceu ser desaconselhável a reintegração, diante da notória incompatibilidade

entre as partes, em razão do peso de uma acusação dessa natureza. Por essas razões, deferiu a

indenização substitutiva dos direitos frustrados ao trabalhador, equivalente à soma dos salários

e demais vantagens do período, desde a efetiva saída até o prazo de um ano após o término do

mandado da CIPA.

A empresa recorreu dessa decisão, que ficou mantida pelo TRT mineiro.

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