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Associação de Deficientes Visuais e Amigos - ADEVA - Ano X – nº 49 – novembro/dezembro de 2009 Louis Braille chora Segundo dados do MEC, em 2005, havia 443 alunos cegos nas 1.244 escolas públicas do Brasil e escolas especializadas sem fins lucrativos, todas do ensino fundamental. No mês de setembro, durante o seminário sobre os 200 anos de nascimento de Louis Braille, em Brasília, DF, foram muitos os protestos e reclamos de pessoas e enti- dades à decisão do Ministério da Educação (MEC) de, a partir deste ano, o Programa Nacional do Livro Didático em Braille, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), não imprimir mais livros didáticos em braille, material indispen- sável para estudantes cegos e com visão subnormal. Várias vozes se levantaram, mas não houve, por parte do Governo Federal, uma explicação convincente. Contudo, quaisquer que sejam as razões, elas podem ser consideradas inadequadas. Porque, lembrando Louis Braille, “sem livros, os cegos não podem realmente aprender”. Quando afirmou isso, ele estava absolutamente certo, pois a leitura é um meio dos mais eficazes de se adquirir conhecimento e se desenvolver espírito crítico. As comemorações e homenagens a esse grande gênio perdem seu brilho. De que valem se seu invento não está atingindo o objetivo principal? Não se quer aqui desqua- lificar o que se fez para reverenciar sua memória. Afinal, sua invenção merece todas as glórias possíveis. Entretanto, todos nós, cidadãos conscientes, e principalmente o poder público, devemos reverência a Louis Braille por meio de ações práticas, que levem seu sistema de leitura e escrita ao alcance das pessoas cegas. Se Braille estivesse vivo certamente choraria diante dessa triste realidade, apesar das condições tecnológicas atuais permitirem e facilitarem a impressão em braille. É preciso que as autoridades brasileiras tomem medidas urgentes, para que se retome a produção do livro didático, um produto de primeira necessidade, que faz parte da cesta básica do deficiente visual. Se não podem fazê-lo por meio de seus próprios órgãos, que o façam por meio de entidades capacitadas para isso. Somente quando o livro didático voltar às mãos dos cegos brasileiros será pos- sível afirmar que se caminha para tornar reais as ideias iluministas de liberdade, igualdade e fraternidade. Markiano Charan Filho – diretor-presidente da Adeva Natal e Ano Novo. Época para refletirmos sobre nossos sonhos e realizações e agradecermos pelos momentos que passamos juntos, vencendo desafios e fortalecendo nossas parcerias. Celebremos a chegada de 2010, um novo tempo de força, paz, felicidade e sucessos. Feliz Natal e próspero Ano Novo!

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Associação de Deficientes Visuais e Amigos - ADEVA - Ano X – nº 49 – novembro/dezembro de 2009

Louis Braille chora

Segundo dados do MEC, em 2005, havia 443 alunos cegos nas 1.244 escolas públicas do Brasil e escolas especializadas sem fins lucrativos, todas do ensino fundamental.

No mês de setembro, durante o seminário sobre os 200 anos de nascimento de Louis Braille, em Brasília, DF, foram muitos os protestos e reclamos de pessoas e enti-dades à decisão do Ministério da Educação (MEC) de, a partir deste ano, o Programa Nacional do Livro Didático em Braille, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), não imprimir mais livros didáticos em braille, material indispen-sável para estudantes cegos e com visão subnormal.

Várias vozes se levantaram, mas não houve, por parte do Governo Federal, uma explicação convincente. Contudo, quaisquer que sejam as razões, elas podem ser consideradas inadequadas. Porque, lembrando Louis Braille, “sem livros, os cegos não podem realmente aprender”. Quando afirmou isso, ele estava absolutamente certo, pois a leitura é um meio dos mais eficazes de se adquirir conhecimento e se desenvolver espírito crítico.

As comemorações e homenagens a esse grande gênio perdem seu brilho. De que valem se seu invento não está atingindo o objetivo principal? Não se quer aqui desqua-lificar o que se fez para reverenciar sua memória. Afinal, sua invenção merece todas as glórias possíveis. Entretanto, todos nós, cidadãos conscientes, e principalmente o poder público, devemos reverência a Louis Braille por meio de ações práticas, que levem seu sistema de leitura e escrita ao alcance das pessoas cegas.

Se Braille estivesse vivo certamente choraria diante dessa triste realidade, apesar das condições tecnológicas atuais permitirem e facilitarem a impressão em braille.

É preciso que as autoridades brasileiras tomem medidas urgentes, para que se retome a produção do livro didático, um produto de primeira necessidade, que faz parte da cesta básica do deficiente visual. Se não podem fazê-lo por meio de seus próprios órgãos, que o façam por meio de entidades capacitadas para isso.

Somente quando o livro didático voltar às mãos dos cegos brasileiros será pos-sível afirmar que se caminha para tornar reais as ideias iluministas de liberdade, igualdade e fraternidade.

Markiano Charan Filho – diretor-presidente da Adeva

Natal e Ano Novo. Época para

refletirmos sobre nossos sonhos

e realizações e agradecermos

pelos momentos que passamos

juntos, vencendo desafios e

fortalecendo nossas parcerias.

Celebremos a chegada de 2010,

um novo tempo de força, paz,

felicidade e sucessos.

Feliz Natal e próspero Ano Novo!

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Um ministro de Deus

“Temos que ser pessoas sonha-doras, sobretudo quando nossos sonhos são provocados por Deus”. Com essas palavras o padre José Valdir Rodrigues (56), da Paróquia São João Bosco, de São José dos Campos (SP), inicia sua entrevista ao Conviva.

No encontro da Pastoral do Deficiente, ele se mostrava feliz, entre outros motivos, por estar novamente no Instituto de Cegos Padre Chico, no Ipiranga, em São Paulo (SP), onde estudou até a 8ª série do ensino fundamental. Cego por causa de um glaucoma con-gênito, ele ingressou ali com três anos. “Lembro-me que, um dia, fui chamado para representar São Francisco de Assis no palco deste teatro. Uma das filhas da caridade de São Vicente de Paulo (congre-gação que dirige a entidade) me disse: ‘Valdirzinho, quando você crescer, vai ser frei!’ Logo eu?, falei; eu não quero ser mais que São Francisco, não’”!

Mas vários sinais, desde cedo, e sua história no Padre Chico, reve-lavam uma vocação religiosa. Nos

O QUE EU VOU SER QUANDO CRESCER

encontros de jovens, era ques-tionado porque não se tornava o padre do grupo. No Instituto, as irmãs sempre o escolhiam para liturgias ou para representar o colé-gio em maratonas bíblicas e cate-quéticas. “Tentei rejeitar a idéia, mas aquilo cresceu”, conta. “Muitas vezes, passamos por experiências com Deus que nos emocionam. Inúmeras pecinhas, ao longo da minha vida, foram se encaixando como em um quebra-cabeça até que, finalmente, me vi no caminho que deveria seguir”, declara.

A trajetória foi longa e, em algu-mas ocasiões, difícil. No Padre Chico tinha todos os recursos para estu-dar, enquanto que no colégio esta-dual D. Pedro I, onde cursou o 2º grau, precisava copiar as apostilas ou pedir para alguém ler para ele. “Nem gravador eu tinha”, recorda. Não desistiu. Persistente, conta que seguiu o exemplo de Maria, sua mãe, uma lutadora.

Continuou os estudos na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, onde se formou em Filosofia. Nessa época surgiram duas grandes oportunidades: um emprego na área de informática e o convite para participar de um encontro de jovens e entrar para o seminário. “Segui meu coração e optei pela segunda.” No Instituto Claretiano, em Curitiba (PA), fez Teologia e, há 24 anos, segue seu

destino que, como ele mesmo diz, lhe foi definido por Deus.

Nascido em Tupã, interior de São Paulo, em 7 de dezembro de 1953, filho do sr. Sebastião, já falecido, e de dona Maria, tem dois irmãos, o Donizete e a Maria Vilani, também falecida. Seu irmão também não enxerga, não anda e não fala direito. “Minha família é pequena e de gente que teve de lutar muito”.

Padre Valdir celebra missas como qualquer outro sacerdote. Apenas, na hora da comunhão, pede a um ministro para distribuir as hóstias ou então, nas comuni-dades onde é conhecido, as pes-soas tocam sua mão para que ele possa localizar as mãos delas e depositar o pão consagrado. “As pessoas com deficiência visual não são nem heróis nem vítimas, nem modelo para tudo; cada um tem sua maneira de vencer; o que não pode-mos é, simplesmente, reclamar dos preconceitos da sociedade. Temos que criar condições e mostrar o que queremos e podemos para revelar a nossa capacidade”.

Para quem pensa em ser padre, um recado: “alimente seu sonho e fique atento às circunstâncias da vida, porque, às vezes, as dificulda-des nos testam e uma das provas da vocação é como nos tornamos capazes de superá-las”, conclui.

Tartarugas ou

o pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso Uma família de tartarugas decidiu sair para um piquenique. Sendo naturalmente lentas, levaram sete anos

preparando-se para o passeio. Passados seis meses, acharam o lugar ideal. Ao desembalarem a cesta de pique-nique, descobriram que haviam esquecido o sal. Então, designaram a tartaruga mais nova, por ser a mais rápida, para voltar e pegá-lo em casa. A pequena tartaruga lamentou, chorou e esperneou. Concordou em ir, mas com uma condição: que ninguém comeria até que ela retornasse. Três anos se passaram... Seis anos... E a pequenina não tinha

retornado. Ao sétimo ano de sua ausência, a tartaruga mais velha, já não suportando mais a fome, decidiu desembalar um sanduíche. Nesta hora, a pequena tartaruga saiu de trás

de uma árvore e gritou: “- Viu? Eu sabia que vocês não iam me esperar. Agora que eu não vou mesmo buscar o sal.”

Na nossa vida as coisas acontecem mais ou menos da mesma forma. Desperdiçamos nosso tempo esperando que as pessoas vivam à altura de nossas expectativas. Ficamos tão preocupados com o que os outros estão fazendo que deixamos de escrever nossa própria história.

Autor anônimo

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www.handcraftbrazil.com – o Handcraft Brazil promove e vende objetos do artesanato brasileiro direto do produtor para o consumidor. Sem atravessadores, as peças arte-sanais ficam acessíveis ao público daqui e do exterior em uma vitrine virtual.

www.cineclick.com.br – Um site para os cinéfilos, que tem, além da programação de salas de cinema pelo Brasil, um arquivo com mais de cinco mil trailers e 20 mil fichas de filmes. As notícias do mundo do cinema e uma seção dedicada aos filmes disponíveis nos canais de televisão, tanto abertos como a cabo, são outros serviços oferecidos.

http://www.reclameaqui.com.br/ - No Reclame Aqui, os consumidores expõem suas queixas sobre serviços ou produtos e, sem burocracia, os problemas são solucio-nados rapidamente. Quando um consumidor faz sua reclamação, a empresa responsável recebe um e-mail e procura, para preservar sua imagem, ser eficiente na solução, que é aberta ao público. Essa dinâmica tem como saldo 70% de casos resolvidos, em um tempo médio de menos de uma semana; no Procon [Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor], o tempo de espera para uma resposta chega a 120 dias em média.

http://www.almacarioca.com.br/arte070.htm - Vídeo da década de 1950, no qual o Pato Donald é apresentado ao recém-criado (pelo genial Walt Disney) Zé Carioca e às atrações da Cidade Maravilhosa ao som da Aquarela do Brasil, de Ary Barroso.

Ano novo com dinheiro no bolsoMarcelo e Décio Kimura e Paulo Sain se

uniram para colocar em prática suas expe-riências com tecnologia e mercado finan-ceiro. Dessa sociedade resultou o site Minhas Economias, “um ponto de encontro virtual de usuários com dificuldade em lidar com dinheiro”, como eles esclarecem. O projeto foi pensado para dar resposta às constantes solicitações de amigos e familiares sobre finan-ças pessoais. O cadastro no site é gratuito e o modelo de trabalho é simples. “Não é necessário instalar ferramentas ou softwares, basta lançar gastos e orçamentos no site, explica Paulo. Aliando tecnologia à educa-ção financeira, no endereço virtual, há o link para um blog cujo conteúdo é determinado principalmente pelas dúvidas dos usuários. Marcelo, Paulo e Décio também mantêm, em Curitiba (PR), um projeto social destinado às famílias de baixa renda que querem planejar corretamente créditos e débitos. Para saber mais, basta acessar <https://www.minhase-conomias.com.br/>.

Fonte: IDG Now

Selo comemorativo dos 200 anos de nascimento

de Louis BrailleLançamento do selo comemorativo

dos 200 anos de nascimento de Louis Braille, no Casarão Brasil, em São Paulo (SP), dia 5 de novembro.

O evento foi promovido pela Associação Brasileira dos Artistas Plásticos de Colagem (ABAPC), o Casarão Brasil e a Empresa de Correios e Telégrafos. Contou com a presença do secretário Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Marcos Belisário, o gerente regional dos Correios, Celso de Freitas, o presidente da ABAPC, Robert Richard, o diretor-presidente da ADEVA, Markiano Charan Filho e a artista plástica Adriana Rizkallah, criadora das obras da exposição Olhos Vendados.

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O novo WindowsTenho certeza que os leitores mais assíduos desta

coluna se lembram do Convivaware nº 38. Ele começa assim: “Depois de cinco anos de desenvolvimento, e com dois anos de atraso, chegou finalmente às pra-teleiras de todo o mundo o novo sistema operacional da Microsoft, o Windows Vista. Lançado no último dia 30 de janeiro, é o sucessor do atual Windows XP e foi classificado por Bill Gates como ‘o lançamento mais importante da história da Microsoft’. A empresa investiu cerca de US$ 6 bilhões no desenvolvimento do projeto, incluindo o Office 2007”.

Infelizmente, ninguém imaginava que o projeto seria tão mal sucedido. Muito pesado e lento, apre-sentando inúmeras incompatibilidades com softwares e hardwares, o Vista foi tão criticado que a maio-ria das organizações optou por permanecer com o XP. Ao contrário do que imaginou a Microsoft, seus recursos bonitinhos não conquistaram os usuários. Na prática, é preferível uma interface mais simples e um programa mais rápido. Prova disso é que, menos de três anos depois, a Microsoft coloca no mercado a nova versão do Windows, agora chamada de Windows 7.

Lançado no dia 22 de outubro, ele chegou para substituir o Vista. Com interface mais simples e leve, maior compatibilidade com o velho mas ainda mui-tíssimo usado Windows XP, a nova versão pretende reconquistar a confiança dos usuários da Microsoft. Segundo informações da PC World, no evento de lançamento, foram divulgados alguns números importantes sobre a fase de testes e também dados sobre as vendas do novo produto – está disponível em quatro mil pontos de venda, incluindo grandes redes de varejo e lojas especializadas; foi entregue simultaneamente para 20 fabricantes nacionais e internacionais de PCs, totalizando 148 modelos já com o novo software instalado de fábrica. Entre esses fabricantes no Brasil estão a HP, a Megaware, a Itautec, Sony, a Intelbras e o Positivo. Assim, já é possível comprar computadores, notebooks e netbooks com o Windows 7 Home Premium instalado.

Sua versão beta foi testada em mais de 113 países por oito milhões de pessoas. Entre elas, duas mil eram clientes corporativos da Microsoft. Para melhorar seu desempenho, realizaram-se 16 mil entrevistas online com usuários. A empresa também divulgou que cerca de um bilhão de pessoas no mundo usam seu sistema operacional.

Assim como ocorreu com o Vista, o Windows 7 também pode ser encontrado em diferentes versões. A starter edition, a mais simples, só pode ser adqui-rida na compra de um computador novo, uma vez que não é vendida nas lojas. Pensada para máquinas

menos sofis-ticadas, seu preço é com-petitivo para tentar acabar de vez com o XP, principal-mente nos n e t b o o k s . Vem com uma série de restrições que certa-mente não agradarão a maioria dos usuários, tais como a impossibilidade de usar a interface Aero e até de reproduzir filmes em DVD. A versão home basic, apesar de melhor que a starter, também tem suas limitações. A principal é a impossibilidade de criar homegroups, e deve ser evitada. É bastante parecida com a professional e, para usuários domés-ticos, a mais indicada. A enterprise, para usuários corporativos, pode ser interessante. A mais com-pleta e cara é a ultimate. Traz todos os recursos disponíveis, muitos dos quais não serão utilizados por grande parte de seus consumidores, daí ter um custo-benefício que não se justifica para a grande maioria. Uma comparação mais completa entre as versões do Windows 7 pode ser consultada no ende-reço <http://67p7e.tk>.

Segundo o que foi possível verificar em alguns sites, foram estes os preços de lançamento: R$ 329, a home basic; R$ 399, a premium; R$ 629, a pro-fessional e R$ 669 a ultimate.

Como a versão beta do Windows 7 foi disponibi-lizada para download há algum tempo, muita gente já está se familiarizando com seus recursos.

Os fabricantes de leitores de tela também não perderam tempo. Ao contrário do que sempre acon-teceu desde seu lançamento, já é possível usar lei-tores de tela para usufruir as novidades. Como a compatibilidade do Windows 7 com o XP é melhor do que a apresentada pelo Vista, mesmo os leitores de tela ainda não totalmente customizados para o Windows 7 já são capazes de oferecer um suporte bastante razoável ao sistema. O NVDA, Jaws for Windows a partir da versão 9.0 e o Virtual Vision 6 trabalham com o Windows 7 de 32 bits. Testes estão sendo feitos no Dosvox para detectar possí-vel necessidade de pequenos ajustes. De qualquer maneira, ele também já funciona.

Certamente problemas surgirão em necessidades mais específicas, sobretudo nas versões de 64 bits, mas as próximas atualizações desses softwares ofe-recerão respostas para as inovações deste Windows que, desta vez, parece que vai dar certo.

Laercio Sant’Anna

CURSOS DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

Inscrições pelos telefones: 11 3824-0560, com Sandra Maciel, e 11 5084-6693 / 6695, com Edvando.

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SIMPLESMENTE MARIA

Sensações de São PauloUm dos mais recentes projetos da São Paulo Turismo e da Prefeitura da

cidade oferece a oportunidade de se explorar a cidade através dos cinco sen-tidos humanos: paladar, olfato, visão, audição e tato. O Mapa das Sensações, nome dado à iniciativa, propõe uma nova relação dos moradores e visitantes com 100 pontos turísticos da metrópole. Com indicação das estações de metrô mais próximas dos destinos, o Mapa traz comentários sobre esses locais e os sentidos que eles estimulam. Sua tiragem inicial é de 195 mil exemplares, com distribuição garantida nas centrais de informação turística, em hotéis, albergues e táxis, Também está disponível no endereço <http://www.mapadassensacoes.com.br>. Um audiolivro, com sons típicos dos pontos selecionados, foi entregue às instituições especializadas no atendimento a pessoas com deficiência visual.

Na ADEVA, todos a conhecem. Ela é muito querida pela simpa-tia, alegria e jeito simples de ser. Porém, na execução de suas tare-fas, põe seriedade. Às terças e quintas-feiras, janelas, persianas, armários por dentro e por fora, luminárias, ventiladores, paredes, portas e batentes têm sua aten-ção. Maria do Carmo de Jesus (50), ou simplesmente Maria, é a res-ponsável pelo serviço pesado de faxina do centro de treinamento da entidade.

Muitas vezes, sua atuação vai um pouco além. Nos eventos, sua presença e ajuda são sempre garan-tidas. No último jantar de aniversá-rio da entidade (4 de novembro), no Bar Brahma, lá estava ela, andando

de um lado para o outro, verifi-cando detalhes

e se empe-nhando

p a r a

que tudo ocorresse da melhor maneira possível.

“Gosto do que faço e me sinto bem na ADEVA, onde trabalho há oito anos”, ela conta. Uma ex-pa-troa apresentou-a ao seu primo, o Celso Oliveira, um dos funcionários da ADEVA. Este indicou-a para a Sandra Maciel, vice-presidente da entidade.

Nascida no dia 25 de novembro, em Campos Altos (MG), Maria é filha de Sebastião Teixeira e Beralda Luiza de Jesus e tem quatro irmãos: Maria Aparecida, Maria das Graças, Vicente e Vantuir. Quando criança, “eu era levada, mas boazinha” e, como todas as meninas, “gos-tava de brincar de casinha e com bonecas”. Hoje, não é mais levada, mas continua sendo uma pessoa de bom coração, mãe do Ronaldo (21), uma das alegrias da sua vida e de quem sempre fala com muito amor. “Ele é boa gente e muito carinhoso”, orgulha-se.

Apesar da labuta diária (faz faxina todos os dias da semana) e da responsabilidade em manter a casa, ela arranjou tempo para terminar o ensino médio e um curso básico de informática. Agora, também com a ajuda e incentivo da Cida, sua companheira de tra-balho na ADEVA, já navega bem nesse mundo virtual.

Na convivência com pessoas cegas, Maria pôde perceber a importância do trabalho que a ADEVA executa e não poupa aplau-sos. “Eles cumprem muito bem a tarefa de preparar a pessoa com deficiência visual para o mercado de trabalho; é uma empreitada importantíssima e sempre ouço elogios sobre o que oferecem e fazem”, comenta. “Além disso, o Markiano, o presidente, é muito bacana; ele tem o dom do perdão, sabe conversar e está sempre nos motivando para que possamos fazer o melhor”, acrescenta.

Lúcia Nascimento

Uma música: Não se vá, canção dos anos 70, da dupla Jane e Herondy.Esporte preferido: Natação.Time de futebol: Palmeiras.Sobre os deficientes: Eles fazem coisas que eu não faria.

Signo: Sagitário.Cor: Arco-íris.Hobby: Leitura.Um livro: Marley e eu, de John Grogan, ed. Prestígio, 2006.Um filme: O pai da noiva 1 e 2 (Father of the bride), lançados em 1991 e 1995 (EUA), comédia com Steve Martin e Diane Keaton.

Estilo de música: Romântica.Cantor preferido: Leonardo.Cantora: Rita Lee.

Religião: Católica.Deus: Amor, paz e esperança de dias melhores.Amigos: Muito importante.Amor: Meu filho Ronaldo.Um sonho: Que o Palmeiras seja campeão brasileiro, o que, para mim, será um presente de aniversário!

O que fazer para viver melhor? Ter coragem, fé e amizade e tentar tirar o melhor possível de nós mesmos.Uma frase: Pare o mundo que eu quero descer!

Jogo rápido

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O MILAGRE DE SANTA LUZIA – De norte a sul, a sanfona faz parte da vida do povo brasileiro, nos forrós, nas vaquejadas, nas festas de roça. Este documentário, apresentado por Dominguinhos, atualmente o sanfoneiro mais conhecido do país, mostra o Brasil ao som da sanfona em ritmos do baião ao jazz. Exibido no Festival de Brasília, em novem-bro de 2008, ganhou os prêmios de melhor trilha sonora e o Vagalume de melhor filme, concedido por um júri de deficientes visuais.

DEVANEIOS – O ator Juca de Oliveira lê e interpreta textos da literatura mundial nesse programa que vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 9h10 e às 17h17, na BandNews FM, 96.9 MHz.

MUNDO CULTURA DISCOVERY – De segunda a sábado, às 20h, e aos domingos, às 19h, os telespectado-res da TV Cultura têm uma amostra dos documentários do Discovery

Channel por meio da programação Mundo Cultura Discovery, programa que resulta da parceria entre a emis-sora estatal paulista e a Discovery Networks, empresa líder em con-teúdo baseado na vida real.

MEU PRIMEIRO ÁLBUM DE PIANO solo – Um song-book, da coleção do Projeto Espantaxim, assinado pela musicista Dulce Auriemo, que reúne 14 canções infantis com arranjos do pianista Amilton Godoy do Zimbo Trio (conjunto instrumental sur-gido no ano de 1964). O livro traz a versão das letras das músicas em português e em inglês. Este é um dos volumes dessa coleção destinada a principiantes, sejam crianças, jovens ou adultos, que saibam ler notas musicais.

QUANDO FLORESCEM OS IPÊS – O livro traduz os sentimentos e as emoções de quatro jovens que vivem em uma pequena cidade. Fazendo uma alegoria com o ipê,

que floresce uma vez por ano, o autor retrata o amadurecimento e questionamentos dos personagens ao final da adolescência. Escrito por José Ganymedes, em 1987, editado pela Brasiliense, está disponível para empréstimo na biblioteca Louis Braille, do Centro Cultural São Paulo, r. Vergueiro nº 1.000, telefone: 11 3397-4088.

COR DA RUA – Este projeto, coorde-nado pela Organização de Auxílio Fraterno (OAF), criada em 1955, conta com a participação de 30 arte-sãos, a maioria deles ex-moradores de rua. No centro de São Paulo, o lixo que vem das ruas (rodas de carro, cadeiras velhas, bagaço de cana etc.) se transforma em objetos de arte e de decoração na casa Cor da Rua. A oficina de artesanato, que existe há oito anos, e a loja, inaugurada em 2004, ficam na r. dos Estudantes, 491, no Glicério, São Paulo (SP).

Horóscopo e oraçãoComo cada signo reza antes de dormir:

Áries. “Querido Deus! Dê-me paciência, e eu a quero agora!”

Touro. “Deus, por favor, ajude-me a aceitar mudanças em minha vida, mas não agora!”

Gêmeos. “Hei, Deus... ou será Deusa?... Quem é você?... O que é você?... Onde está você?... Quantos de você há?... Eu não posso te imaginar!”

Câncer.“Querido papaizinho, sei que eu não

deveria depender tanto de você, mas você é a única pessoa com quem eu posso sempre contar, enquanto meu seguro cobertor está sendo lavado.”

Leão.“Oi, papi! Eu posso apostar como você está realmente orgulhoso em me ter como seu filho!”

Virgem.“Querido Deus, por favor, faça do mundo um lugar melhor e não o destrua como você fez da última vez.”

Libra.“Querido Deus, sei que eu deveria tomar minhas decisões sozinho. Mas, por outro lado, o que você acha?”

Escorpião.“Querido Deus, aju-de-me a perdoar meus inimigos, mesmo que os crápulas não mereçam.”

Sagitário.“Oh, onipotente, onis-ciente, todo amoroso, todo poderoso, onipresente, eterno Deus, se eu lhe peço uma vez (e já estou pedindo centenas de vezes), ajude-me a parar de exagerar!”

Capricórnio.“Querido Pai, eu estava indo rezar, mas acho que devo descobrir as coisas por mim mesmo. Obrigada de qualquer forma.”

Aquário.“Oi, Deus! Alguns dizem que você é homem. Outros dizem que você é mulher. Eu digo que

todos nós somos Deus. Então, porque rezar? Vamos fazer uma festa.”

Peixes.“Pai celestial, enquanto eu me preparo para tomar este último quinto de scotch para esquecer minha dor e meu sofrimento, possa minha embriaguez servir para aumentar sua honra e glória.”

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Biocombustíveis: bons ou ruins?

A comunidade científica já está trabalhando em prol dos biocombustíveis de segunda geração. Um edital publicado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) contempla propostas que enfocam o desenvolvimento de novas tecnolo-gias para a sua produção.

A Faculdade de Engenharia Química (FEQ), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), acaba de depositar a patente da tecnologia para a produção de bioquerosene de óleos vegetais que pode tornar o combustível usado em aviões menos poluente e 30% mais barato. Já os pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) trabalham no desenvolvimento de tecnologia para a produção do biocombustível extraído do abacate. Do fruto é possível extrair óleo (da polpa) e álcool etílico (do caroço), o que o torna mais interessante em relação a outras oleaginosas. Outra vantagem é sua pro-dutividade. É possível extrair de 2,2 mil litros a 2,8 mil litros de óleo por hectare do abacate, enquanto se extrai 440 a 550 litros/hectare da soja; 740 a mil litros/hectare da mamona; 720 a 940 litros/hectare do girassol; e 280 a 340 litros/hectare do algodão.

Tudo isso é bom ou ruim? Qual será o impacto social e ambiental da produção dos biocombustíveis no Brasil? Afetará a produção de alimentos? O pes-quisador William Laurance, do Instituto Smithsoniano (EUA), afirma que, em termos ambientais, os bio-combustíveis não são sempre melhores que os com-bustíveis fósseis. Laurance chegou a essa conclusão com 12 dos 26 tipos de biocombustíveis já analisados por ele.

Segundo ele, o etanol, por exemplo, tem emissão de gases de efeito estufa significativamente reduzido, mas os impactos ambientais podem ser bem maiores do que a gasolina se outros parâmetros forem consi-derados. “A produção de cana-de-açúcar usa muita água e ainda provoca a poluição dos rios próximos. Os fertilizantes nitrogenados usados abundantemente nas plantações, após serem quebrados em óxidos de nitrogênio, também vão afetar a camada de ozônio; e a prática da queimada, após a colheita, contribui para o aumento do efeito estufa.”

A soja usada no Brasil para produzir biodiesel pode ter um impacto ainda pior, segundo Laurance. “Além

de ser produzida com a ajuda de fertilizantes com nitrogênio, essa cultura é a principal protagonista do desmatamento na Amazônia, o que a torna mais poluente que a própria gasolina em termos de gases que contribuem para o efeito estufa.”

Outro motivo de questionamentos é que a produção de combustível, seja de soja ou de cana, também causa aumento no custo dos alimentos, tanto de forma direta quanto indireta. Por exemplo, o preço do açúcar teve um aumento no mercado interna-cional porque muitos produtores brasileiros estão produzindo apenas álcool. Esse problema é agravado considerando que nos Estados Unidos o álcool é feito de milho e na Europa usa-se a beterraba e o trigo na produção de álcool. Evidentemente, se os gover-nos passarem a incentivar os agricultores a tirar os grãos da produção de alimentos, destinando-os para a produção de biocombustíveis, e os investidores começarem a especular com grãos nos mercados financeiros, isso certamente colocará pressão sobre os preços de alimentos. Também não se pode permitir a derrubada de florestas e a drenagem de mangues, valiosos na absorção de CO2 da atmosfera, a fim de abrir espaço para a produção de biocombustível, pois isso anularia os seus benefícios.

Não há dúvidas que o etanol brasileiro é susten-tável e seu uso oferece vantagens sobre a gasolina, mas deve haver limites bem definidos. É essa a opinião dos cientistas que atuam na área. “Temos de pensar como produzir com menor impacto de emissão de gases, menor consumo de água, entre outros. Talvez tenhamos de repensar processos de adubação e reduzir a quantidade de calcário; pode ser possível reduzir a um limite tal que não comprometa a produção, mas que diminua consideravelmente a emissão de dióxido de carbono”, declara Carlos Clemente Cerri, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura, da Universidade de São Paulo (USP).

Enfim, não se pode simplesmente condenar a pro-dução dos biocombustíveis, mas certamente pode-se exigir que haja mais seletividade nas estratégias de produção a fim de, no mínimo, diminuir os impactos socioambientais. É imperativa, também, a necessi-dade urgente do estabelecimento de certificados internacionais para os produtos feitos a partir de biomassa. Talvez algo nessa direção ocorra durante as negociações da segunda fase do Protocolo de Kyoto, no mês de dezembro deste ano, em Copenhagen (Dinamarca).

Sidney Tobias de Souza

http://www.garilli.com.brtel.: 11 2696-3288

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Para quem quer ser atendido com cortesia e hora marcada, fazer o melhor trajeto, viagens, levar o filho à escola ou ir às compras, ligue: (11) 9683-9040 e fale com o Manuel.

Desconto especial para os associados da ADEVA em dia com o pagamento da anuidade.

Jornalista responsável: Liane Constantino (MTb 15.185). Colaboradores: Celso de Oliveira, Cezar Yamanaka ((MTb 16.969), Laercio Sant’Anna, Lúcia Nascimento (MTb 29.273), Mara Alves, Márcio Spoladore, Markiano Charan Filho, Sandra Maciel, Sidney Tobias de Souza. Correspondência: rua Brig. Tobias, 247, cj. 1116, Santa Ifigênia, CEP 01032-000 - São Paulo (SP) - Telefones: 11 5084-6693 / 5084-6695 - Fax: 11 5084-6298 - E-mail: [email protected] Site: http://www.adeva.org.br. Editoração: Fernanda Lorenzo. Revisão: Célia Aparecida Ferreira. Fotolitos e Impressão: cortesia Garilli Artes Gráficas Ltda. - Tel.: 11 2696-3288 - E-mail: [email protected] - Tiragem: 1.000 exemplares. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA.

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GRÁFICA BRAILLEA ADEVA conta com uma gráfica e ofe-

rece a impressão de textos em braille e em caracteres ampliados. Todos os recursos obtidos com a produção desse serviço são revertidos para a manutenção da entidade. Os valores pagos podem ser deduzidos do imposto de renda de pessoas jurídicas. Mais informações pelos telefones: (11) 5084-6693 ou 5084-6695, com Miguel, ou pelo E-mail: grá[email protected].

Mitos e realidades sobre o cego e a cegueira

Markiano Charan Filho apresenta a palestra Mitos e Realidades e é homenageado na reunião sema-nal do Rotary Pacaembu, realizada no Hotel Caesar Business, em São Paulo (SP), dia 20 de outubro.

Aniversário ADEVAJantar em comemoração

dos 31 anos da ADEVA, no Bar

Brahma, dia 4 de novembro.

PALESTRASCom o objetivo de promover o desenvolvimento pessoal e

profissional de empregados e empregadores, e conscientizar a sociedade sobre o potencial da pessoa com deficiência, a ADEVA oferece palestras sobre temas como estresse, eti-queta empresarial, o trabalho e o valor do trabalhador, mitos e realidades sobre o deficiente. Para agendar dia e horário, entre em contato com Sandra Maciel ou Márcio Spoladore, pelo telefone (11) 3824-0560 ou pelo E-mail: [email protected]. As palestras podem ser ministradas in company e seu valor abatido do imposto de renda de pessoas jurídicas.