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lona.redeteia.com Confrontos entre torcedores de times de futebol rivais vem sendo cada vez mais comuns durante os campeonatos nacionais “Os campeonatos nacionais são disputados a ferro e fogo, pelo times e principalmente pelos torcedores.” “O único interesse deles é garantir mais um voto, dando-lhes o cargo de presidente da República.” Cantor e compositor de música caipira de raiz, Renato Teixeira, faz quatro apresentações em Curitiba. “Falar ‘Brasil’ e ‘internet lenta’ até pare- ce redundância. Não deveríamos pen- sar assim, mas é verdade. Qualquer brasileiro com um plano de internet móvel ou banda larga reclama.” “Caraca, como é que essa mulher tem coragem de sair para caminhar no parque com a pança caindo para fora da camiseta justinha? Mas também, a doida quer colocar São Paulo den- tro de Curitiba... Só podia dar nisso. “ Sem punição, número de brigas entre torcidas aumenta no país Evento de Marketing Políti- co reúne alunos da UP A Universidade Positivo recebeu os palestrantes Diogo Busse, Victor Hugo Domingues, Lucas Desordi e Victor Hugo Domingues dos San- tos para falarem sobre o Maketing na Política Ano XV > Edição 956 > Curitiba, 23 de outubro de 2014 Luis Izalberti Priscilla Fontes COLUNISTAS OPINIÃO EDITORIAL #PARTIU p. 2 p. 5 p. 5 p. 2 p. 6 p. 4 p.3 O único jornal-laboratório diário do Brasil Foto: Arquivo Universidade Positivo Foto: EFE

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Page 1: Lona 956 (23/10/14)

lona.redeteia.com

Confrontos entre torcedores de times de futebol rivais vem sendo cada vez mais comuns durante os campeonatos nacionais

“Os campeonatos nacionais são disputados a ferro e fogo, pelo times e principalmente pelos torcedores.”

“O único interesse deles é garantir mais um voto, dando-lhes o cargo de presidente da República.”

Cantor e compositor de música caipira de raiz, Renato Teixeira, faz quatro apresentações em Curitiba.

“Falar ‘Brasil’ e ‘internet lenta’ até pare-ce redundância. Não deveríamos pen-sar assim, mas é verdade. Qualquer brasileiro com um plano de internet móvel ou banda larga reclama.”

“Caraca, como é que essa mulher tem coragem de sair para caminhar no parque com a pança caindo para fora da camiseta justinha? Mas também, a doida quer colocar São Paulo den-tro de Curitiba... Só podia dar nisso. “

Sem punição, número de brigas entre torcidas aumenta no país

Evento de Marketing Políti-co reúne alunos da UPA Universidade Positivo recebeu os palestrantes Diogo Busse, Victor Hugo Domingues, Lucas Desordi e Victor Hugo Domingues dos San-tos para falarem sobre o Maketing na Política

Ano XV > Edição 956 > Curitiba, 23 de outubro de 2014

Luis Izalberti

Priscilla Fontes

COLUNISTAS

OPINIÃO

EDITORIAL

#PARTIU

p. 2

p. 5

p. 5

p. 2

p. 6p. 4

p.3

O único jornal-laboratório diário do Brasil

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Foto

: EFE

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LONA > Edição 956 > Curitiba, 23 de outubro de 2014

EDITORIAL OPINIÃO

O despertador toca e você se apronta e vai para o compromis-so da manhã. Ao entrar no carro, o instinto natural é ligar o rádio e ouvir uma boa música, afinal, se-ria impossível sobreviver à rotina diária sem um som de qualidade no começo da manhã. Junto com a falta de motivação, ao sintonizar na estação de preferência, temos que ouvir propaganda política. “Tudo bem”, você pensa, “os candi-datos vão dizer as propostas que têm para o país”.

Ledo engano. O que se ouve é uma série de acusações das mais variadas possíveis. Ambos utili-zam de ataques pessoais a esmo, envolvendo, inclusive, pessoas das famílias. As pesquisas mos-tram que esta é uma eleição extre-mamente acirrada, sem nenhuma previsão de vencedor. E parece que o caminho da vitória não é dizer o que cada um vai fazer de bom no governo, e sim apontar os defeitos do oponente.

Aliás, esta é possivelmente a eleição com o maior número de baixarias da história do Brasil. As redes sociais não param com no-tícias sobre o cenário político atu-al. Soa engraçado, no entanto, o fato de que as pessoas só postam o que lhes é mais conveniente e ignoram a verdade, replicando in-formações de portais pouco con-fiáveis e propagando diversas in-verdades. Usuários das redes são criticados por uma simples posta-gem, seja defendendo ou atacan-do Aécio e/ou Dilma. Pessoas têm perdido amizades de longa data e discutindo com familiares por um motivo que não deveria ser moti-vo de tanta discórdia e ódio.

É importante que estejamos ali-nhados e atentos com as pro-postas dos candidatos, afinal, é o futuro do nosso país que está em jogo. No entanto, com esse nível tão baixo de ambos os lados, fica até compreensível entender as pessoas que simplesmente não suportam ouvir o tema “política”. Uma simples opinião pode gerar discórdia e, em alguns casos, uma discussão mais acalorada. Vale mesmo a pena arriscar acabar com um relacionamento por cau-sa de algo que só é levado a sério neste país em alguns momentos?

Não, não vale. Nenhum deles se preocupa se temos nossos proble-mas no dia a dia, se temos contas a pagar, ou se tudo vai bem co-nosco e nossas familias. O único interesse deles é garantir mais um voto, dando-lhes o cargo de pre-sidente da República. Até o dia 26 de outubro, quando se realiza o segundo turno das eleições, vere-mos muitos ataques e muitos mi-litantes fervorosos, ávidos na mis-são de angariar votos. Tomara que o dia 27 de outubro chegue logo e possamos retomar com a nossa programação normal.

O Brasil é conhecido internacionalmente como “o país do futebol”, o motivo que deu sentido a esse adjetivo não é bem definido, mas há al-guns fatos que podem comprovar a hegemo-nia desta tão famosa frase.

Um dos principais fatos é que apenas o nosso país conseguiu conquistar cinco Copas do Mun-do em toda a história. Outro ponto a ser desta-cado, é que Pelé, considerado o maior jogador de todos os tempos, é brasileiro. Além disso, os jogadores do nosso país são mestres no futebol arte, que por sinal é um dos principais compo-nentes de toda a nossa história futebolística.

Outra marca, talvez a mais importante delas seja a união que o esporte proporciona entre os torcedores de diversos clubes. Aqui no Bra-sil, os campeonatos nacionais são disputados a ferro e fogo, pelos jogadores, pelos clubes, e principalmente pelos torcedores.

A histórica rivalidade entre os clubes do futebol brasileiro, quando é sadia e pacífica, chega a ser divertida e interessante, pois cada indivíduo tem a oportunidade de defender seus clubes com garra, unhas e dentes. Em várias vezes, os argumentos são fracos, mas o que importa é a interação, a troca de figurinhas, e lógico as in-cansáveis e constantes gozações.

Mas, o que vem tomando conta do futebol no Brasil, desde os anos 90, são as brigas, as pan-cadarias, e as frequentes mortes de torcedores envolvidos em confusões nos dias de jogos, principalmente quando esses jogos são clás-sicos. O caso mais recente foi o do torcedor palmeirense, Leonardo da Mata Santos, que morreu atropelado, segundo a polícia, por um torcedor santista, no último domingo (19), após o “derby” entre os clubes paulistas.

Desde o começo deste ano, já foram registra-das treze mortes envolvendo indivíduos das torcidas organizadas dos times brasileiros, se-jam eles membros ou inocentes que acabaram perdendo a vida devido à rivalidade compul-siva entre as organizações. Em nenhum dos casos os infratores foram punidos, mas por se tratar do “país do futebol”, a informação não surpreende em nada.

O fantástico mundo do futebol e da impunidade

Ignorância eleitoral: problema ou benção?Matheus Gripp

ExpedienteReitorJosé Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de AdministraçãoArno GnoattoDiretor da Escola de Comunicação e NegóciosRogério Mainardes

Pró-Reitora AcadêmicaMarcia SebastianiCoordenadora do Curso de JornalismoMaria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadoraAna Paula Mira

Coordenação de Projeto GráficoGabrielle Hartmann GrimmEditoresAna Justi, Alessandra Becker e Bruna KarasEditorialDa Redação

Ilustração; Arquivo Clip Art

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Curitiba, 23 de outubro de 2014 > Edição 956 > LONA

NOTÍCIAS DO DIA

“Marketing Político”: esse foi o tema do evento que ocorreu nesta quarta-fei-ra, no bloco amarelo, da Universidade Positivo. A conversa funcionou como uma mesa redonda mediada pelo Doutor Gildo Baliana. Os profissionais Diogo busse, Victor Hugo Domingues, Lucas Desordi e Victor Hugo Domin-gues dos Santos discutiram sobre as propagandas eleitorais e os diversos comportamentos observados durante esse período, levantando diferentes pontos de vistas conforme suas res-pectivas áreas: Política, Direito, Econo-mia e Marketing.

“O horário Eleitoral é público e custa dinheiro, sugiro então que os candi-datos utilizem o tempo não para falar sobre a vida particular de cada candi-dato, e sim para apresentar propos-tas” afirma Victor Hugo Domingues; Advogado, empresário e professor de direito. Segundo o advogado, o Tribu-nal Eleitoral tem estado em “confronto” entre dizer o que é permitido e o que não é nas propa-gandas eleitorais, no qual em momentos é a favor de algo e em outros é contra. Victor ainda chama a atenção para refle-tirmos se, na maioria das vezes, é falado de marketing ou política, há uma necessidade de se ter uma separação entre as duas coisas, mas que no dia a dia acabam se con-fundindo entre si.

Diogo Busse, Político e atual professor da UFPR, trouxe para a conversa suas ideias de trazer arte e entretenimento para a política, tornando-a mais agradável, o que segundo ele é um fator importante que falta, para gerar mais interesse por parte dos cidadãos pelo assunto. O pro-fessor ainda ressaltou que há possibilida-de de fazer propagandas eleitorais mais econômicas, usando, ferramentas como

Universidade Positivo realiza mesa redonda sobre políticaProfissionais de diferentes áreas discutem sobre as propagandas eleitorais e os diversos comportamentos observados durante o período

as redes sociais, “São ferramentas que nos permitem divulgar ideias, e também nos permitem ouvir o que as pessoas querem”, conta. Como exemplo, relata a sua experiência, com as propagandas eleitorais de 2012, no qual se mobilizou

junto com amigos para fazer uma pro-paganda eleitoral nesses padrões, sem custos, apenas usan-do a internet como divulgação. O proje-to resultou em vários compartilhamentos, e ao final do processo

eleitoral conseguiram 4240 votos.

Para o professor de marketing, Victor Hugo Domingues dos Santos, existe uma grande importância em melhorar a monitoração das redes sociais em pe-ríodo eleitoral, pois as ferramentas sem-pre vão ter a oportunidade de serem utilizadas de uma maneira adequada aos interesses coletivos e também aos interesses privados. Segundo a opinião do professor isso irá depender do dire-cionamento do candidato, se o mesmo tiver uma orientação ética essas ferra-mentas irão proporcionar utilizações

éticas, se não, irá proporcionar utiliza-ções não éticas. Tudo depende muito da competência e astúcia dos profissionais envolvidos, por que se houver situa-ções em que os candidatos da oposição utilizam de estratégias que não sejam éticas, eles conseguirão converter essa situação em algo positivo e ético.

Pelo ponto de vista do economista e pro-fessor da UP, Lucas Desordi, o país tem que concertar diversas coisas para que a economia melhore. Segundo ele, o Brasil deve encontrar uma nova forma de cres-cimento, é preciso trabalhar uma me-lhor relação entre o público e o privado – que tem tido uma participação cada vez maior no setor público. E uma for-ma de reconfigurar isso, seria aumen-tando a transparên-cia, melhorando a eficiência, buscan-do boas parcerias privadas e grandes investimentos – se-guros. “Se o próxi-

mo governo seguir nessa linha, melho-rar bem essa relação entre público e privado eu tenho certeza que o Brasil tem capacidade de voltar à crescer”, aconselha o especialista.

Ao finalizar, o mediador Gildo Baliana destaca a importância de ouvir os dife-rentes pontos de vista, e de estabelecer essa conexão nas ideias apresentadas, pois a política brasileira necessita de mudanças, precisa de reformas para me-lhorá-la. E cada uma das áreas apresen-tadas nesse bate papo tem sua devida importância no cenário da política. Para o advogado Victor Hugo Domingues, é importante deixar claro essa “alerta” dos quatro pontos de vista em relação as fórmulas que são apresentadas, mas que no fundo não há nada por trás, que nada mais é do que a profissionalização do marketing na política traz hoje.

“Eu acredito que a opinião pública deve sim ser ouvida, mas precisamos de po-líticos que também tenham coragem de enfrentar a opinião pública e edu-ca-la para entender quando o público precisa ser liderado” diz o professor Victor Hugo Domingues dos Santos, ao ser questionado sobre a importância da junção de todos os pontos de vista para a melhora de vários aspectos da política brasileira como um todo.

Sulen de Paula

“É preciso coragem de enfrentar a opinião pública.”

> O evento foi mediado por Gildo Baliana e discutido por Diogo busse, Victor Hugo Domingues, Lucas Desordi e Victor Hugo Domin-gues dos Santos > Foto: Suelen de Paula

O advogado Victor Hugo Domingues foi quem deu início à noite falando sobre a importância de apresentar apenas propostas nas propagandas eleitorais. > Foto: Suelen de Paula

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LONA > Edição 956 > Curitiba, 23 de outubro de 2014

A morte de Leonardo da Mata Santos, de 21 anos, foi mais um caso de vio-lência protagonizada por integrantes de torcidas organizadas. No último do-mingo, dia 19, uma briga entre torce-dores do Palmeiras e do Santos interdi-tou o tráfego na rodovia Anchieta, em São Paulo. Horas antes do jogo, realiza-do no Pacaembu, um ônibus que trans-portava santistas foi surpreendido por um grupo de palmeirenses armados com pedras, facas e rojões. Durante o incidente, Leonardo morreu atrope-lado por outro torcedor, e além dele, mais quatro pessoas ficaram feridas e seis torcedores foram detidos.

No mesmo dia, Curitiba também foi cenário da agressividade das torcidas. Após a partida entre Atlético – PR e Fla-mengo, disputada na Arena da Baixa-da, torcedores que carregavam pedras e pedaços de pau, invadiram o super-mercado Condor, no bairro Água Ver-de, assustando os clientes. O estabe-lecimento ficou fechado por cerca de

30 minutos. Segundo a Polícia Militar, não houve feridos e ninguém foi pre-so. Segundo o sociólogo Christian Be-dretchuk, quando os torcedores estão juntos têm a sensação de anonimato e impunidade, o que os motiva a agir de modo mais agressivo. “É diante da torcida que o indivíduo demonstra sua identidade, manifestando-se e agindo de maneira que não faria isoladamen-te. Todo o sentimento de impotência e frustração pessoal é diluído no coletivo das arquibancadas”, afirma.

Bedretchuk explica, no entanto, que a agressividade das torcidas não é exclu-sividade dos times brasileiros. Ele co-menta que há vários casos de violência entre torcedores de outros países e cita como exemplo os Barras Bravas, na Ar-gentina, os hooligans, na Inglaterra, e o conflito entre russos e poloneses, ocor-rido durante a Eurocopa 2012. PuniçõesAlém de físicas, as agressões podem

ser morais. Manifestações racistas dentro dos estádios são também uma forma de violência e seguem a lógica do falso anonimato, sendo assim as punições podem ser aplicadas. O torcedor é passí-vel de detenção caso come-ta, por exemplo, os crimes de lesão corporal ou injúria racial, mas um dos grandes empecilhos a isso, porém, é a identificação dos envolvidos.

O secretário da torcida or-ganizada Os Fanáticos, Gil-mar Alves, declara que os integrantes que desrespei-tam as normas da associa-ção são punidos. De acordo com ele, um torcedor que jogou uma bomba durante o clássico Atletiba dispu-tado no dia 4 de outubro foi excluído do quadro de

Violência no futebol brasileiro aumenta gradativamente

Camilla Oliveira

“As quadrilhas aproveitam os jogos para praticar a violência”.

sócios. Entretanto, Alves revela que a fiscalização da Polícia Militar não é efe-tiva. “Falta ação das autoridades quan-do há situações de confronto. Muitas vezes acontecem brigas em terminais, mas os policiais não agem”, reclama.

Mário Celso Cunha, que foi o Coordena-dor Geral da Copa do Mundo em Curiti-ba, associa a agressividade das torcidas

ao uso de bebidas alcoólicas e drogas e à influência das torcidas organizadas. Ele acrescenta que muitas pessoas mal intencionadas infiltram-se nas torcidas com o objetivo de promover brigas, e afirma: “As quadrilhas de bairros ou fac-ções aproveitam os dias de jogos para praticar a violência. Na maioria das ve-zes, isso ocorre fora dos estádios”.

Cunha explica ainda que as medidas públicas relacionadas à brutalidade nos estádios devem ser mais rígidas. “Câmara Municipal e Assembléia Le-gislativa já debateram o tema, fizeram

CPI do Futebol e outras ações, mas tudo continua igual. A mudança tem que partir de cima, da casa maior, que é o Congresso Nacional, valendo para todo o Brasil. Somente as leis geradas lá é que poderão resolver esse proble-ma, colocando nos Códigos Penais me-didas mais duras”, analisa.

Já o Ministério do Esporte afirma que tem trabalhado na criação de medidas mais efetivas contra a brutalidade nos gramados, visando promover a integra-ção social das torcidas e facilitar a inter-locução com órgãos públicos e entida-des de prática desportiva. “Estão sendo mantidas reuniões com forças de segu-rança e judiciário para tratar da efetiva-ção do trabalho do Juizado do Torcedor e de delegacias especiais nos estados. Além disso, o Ministério tem realizado seminários regionais com torcedores”, declarou o ME em comunicado.

O órgão também destaca a aplicação do Estatuto do Torcedor, criado em maio de 2013. O documento tipifica, oficialmente, os confrontos entre tor-cedores como crime. Segundo o artigo 41-B do documento, provocar tumulto, ou praticar ou incitar a violência seriam crimes que prevem pena de reclusão de 1 a 2 anos e multa. Além de punir atos violentos, o Estatuto tem como objetivo tornar mais organizado, segu-ro e justo o futebol brasileiro.

Sensação de impunidade motiva torcedores a cometerem atos violentos, e as punições ainda não são efetivas

GERAL

Leonardo da Mata Santos morto em confronto entre as torcidas do Santos e Pal-meiras > Foto: Divulgação/Facebook

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Brigas entre torcidas têm sido cada vez mais comuns > Foto: Divulgação

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COLUNISTAS

Facepalm

Inquietação explícita

Luis Izalberti

Priscilla Fontes

Curitiba, 23 de outubro de 2014 > Edição 956 > LONA

Lentidão na internet e na burocracia

O manual do chato

Falar “Brasil” e “internet lenta” até parece redundância. Não deveríamos pensar assim, mas é verdade. Qualquer brasilei-ro com um plano de internet móvel ou banda larga já teve ou tem reclamações desses serviços. Isso se tiver o privilé-gio de que sejam utilizáveis. A questão, como a maioria dos problemas do país, é complexa, embora na maior parte seja culpa da privatização.

A privatização da telefonia aconteceu, durante o governo de Fernando Henri-que Cardoso, em 1998, e concessionou

a área de serviços através de contratos ridiculamente benéficos às empresas privadas. Esses contratos deveriamser revistos após 10 anos, inclusive.

A Agência Nacional de Telecomunica-ções, a ANATEL, também parece alheia à situação. Não há como alegar que a agência coloca o consumidor em 1° lugar quando estipula que as empre-sas são obrigadas a fornecer apenas 20% da velocidade nos planos. Se você paga uma fortuna por 100 megabytes, não tem direito a reclamar se receber

Caraca, como é que essa mulher tem coragem de sair para caminhar no par-que com a pança caindo para fora da camiseta justinha? Mas também, a doi-da quer colocar São Paulo dentro de Curitiba... Só podia dar nisso.

Ninguém merece ter que ver uma cena dessas logo cedo! E a outra, então? É enorme e usa essas roupas largas que a deixam maior ainda! Jesus! Olha aque-la gorda de biquíni fio dental. Acho que vou criar uma regra de etiqueta: tenha bom senso. Só vista um biquíni se tiver um corpo que agrade a minha visão.

Por que você não faz uma progressi-va nas madeixas? Ficaria tão bonito liso! Você deveria ondular um pouco seu cabelo escorrido, deixar com um pouco de volume. Nossa, essa aí passa tanta maquiagem pra vir pra aula que tá parecendo um palhaço de circo! Isso é blush ou você levou uma tijolada? Aff, olha a cara de doente da menina. Pelo menos um rímelzinho cairia bem.

Como é que tem coragem de sair de casa assim, parecendo uma anêmica?

Ela é gata, mas é rata de academia. Tá ficando tão musculosa que parece um homem. Acho bonito um corpão de-finido, mas não muito. Mulher que só pensa nisso é vazia demais, não tem conteúdo! Precisa ser informada. Muito magrela também não rola.

É impressão minha ou você deu uma inchadinha? Tá precisando perder uns quilos, né? É importante levar uma vida saudável, então pare de comer tanta porcaria. Não, não é questão de beleza, é para cuidar da sua saúde. Credo, você tá magra demais, tá virando anoréxica? Sabe, eu vou te dar um conselho: isso é frescura. É só se esforçar e comer. É bulimia? Quanta paranóia! Você só pre-cisa tentar ser uma pessoa normal!

As trancinhas pra disfarçar o cabelo ruim só pioram a situação, Deus me li-vre! E aquele cabelo black power arma-

apenas 20. A situação é tão deplorável que se você recebesse esses 20, prova-velmente já estaria feliz. A maioria dos consumidores recebe menos de 20% da velocidade pela qual paga.

A situação da internet móvel é pior ainda. Nesse caso o motivo somos nós mesmos e a demanda que causamos. As operadoras não estavam prepara-das para o crescimento exponencial da procura por planos de dados. A infra-estrutura não acompanhou, e a culpa é da burocracia.

A imensa demanda é uma culpada até mesmo para planos fixos, mas é mais culpada ainda se aliada à burocracia brasileira, que trata um consumo do século XXI com eficiência do século XX. No caso da tecnologia móvel, o princi-pal problema é a falta de antenas, mas como governo brasileiro dá autonomia para que cada município possa criar sua legislação a respeito, cria-se uma série de dificuldades. Há tempos uma proposta de lei única está parada no Congresso Nacional.

Nossos estimados representantes de-mocráticos parecem de fato não ter grandes interesses em melhorar as condições da internet - e os que tem não triunfam. Luciana Genro e Marina Silva, as candidatas a presidência que mais falavam em mudanças na ques-tão (embora ainda de forma pouco satisfatória), não garantiram uma vaga no segundo turno. O que nos resta é Aécio Neves e Dilma Rouseff que, ao menos nesse ponto, são sim parecidos.

Dilma se destaca um pouco com a sua proposta ‘’banda larga para todos’’ que garante ‘’democratizar ainda mais a in-ternet do Brasil’’, como se já fosse algo democratizado. A proposta também fala em ampliar as redes de fibra ótica, mas não vai muito além nas melho-rias estruturais e tampouco se detalha nisso. Aécio, por sua vez, promete ex-pansão do acesso à internet e de sua infraestrutuda com ‘’garantia de acesso dos brasileiros à internet de qualidade e com custo compatível’’. Tudo o que conseguimos obter, de todos os lados, são apenas promessas.

do com uma flor? A moça deve achar que tá arrasando. Não dá pra alisar mes-mo? Claro que existe negra bonita, só que tem que se cuidar, se vestir direito. Assim como qualquer mulher branca... Eu não sou preconceituoso, até acho algumas atrizes morenas bonitas! Mas Deus que me livre se for gorda!

A fulana é lésbica porque não me co-nhece! Faltou conhecer um cara como eu pra saber o que é bom. Mulher de verdade tem que saber se portar. Se for fácil demais, é promíscua. Se for difícil demais, ninguém aguenta. Tem que ser parceira, mas não pode fazer coisa de homem. Beber muito, falar alto, ser en-

graçada? Não curto, tem que ser tudo com moderação. Cara, olha o tamanho da saia daquela mina. Dá pra ver até o útero! Aposto que ela tá querendo – se negar fogo, é uma chata! Vamos chegar chegando, vou logo passando a mão. Que nada, esse papo de respeitar e fi-car na conversinha é coisa de gay! Elas é que tem que se dar ao respeito, quem se veste assim quer aparecer mesmo. Ela não quis ficar comigo! Quem ela pensa que é? Essa mulherada tá se achando demais. Pensa que vai conse-guir alguém melhor? Brother, vamos pegar todas hoje! Partiu baixar um bal-de de whisky? É que assim elas gamam, você sabe – mulher gosta é de cara rico.

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O cantor e compositor Renato Teixeira > Foto: Divulgação

LONA > Edição 956 > Curitiba, 23 de outubro de 2014

Realizado referendo sobre venda de armas

Realizado no Brasil em 23 de outubro de 2005, o referendo sobre a proibi-ção da comercialização de armas de fogo e munições não permitiu que o artigo 35 do Estatuto do Desarma-mento entrasse em vigor.

A redação do textodizia: “É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacio-nal, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei”. A consulta popu-lar foi feita com a seguinte questão:

“O comércio de armas de fogo e mu-nição deve ser proibido no Brasil?”. Os eleitores puderam optar pela respos-ta “sim” ou “não”, ou ainda pelo voto em branco ou nulo.

A votação deu a vitória à Frente Par-lamentar conservadora pelo direito à legitima defesa (vitória do “não”), com 59.109.265 votos rejeitando a proposta (63,94%), enquanto 33.333.045 foram a favor (36,06%). Os partidos políticos PT e PSDB convergiram, votando pelo “sim”.

O Físico Aventura > 119 min > 14 anos

Trash – A Esperança Vem do LixoDrama > 115 min > 14 anos

O Homem Mais Procurado Suspense > 122 min > 12 anos

Festa No CéuComédia > 95 min > 10 anos

Renato TeixeiraLocal: Caixa CulturalData: de 23 a 26 de outubroHorário: 20h (quinta a sábado) – 19h (domingo)Ingresso: R$20 (inteira) e R$10 (meia)

Duo Luz – RibeiroLocal: Capela Santa Maria Espaço CulturalData: 23 de outubro de 2014Horário: 20hIngresso: R$30 (inteira) e R$15 (meia)

Leituras da Ditadura: Ontem, hoje e amanhãsLocal: Teatro SESI PortãoData: 25 de outubro de 2014Horário: 18hIngresso: gratuito

Cutucando a InspiraçãoLocal: Teatro Universitário de Curitiba – TUC Data: 24 de outubro de 2014Horário: 19hIngresso: gratuito

Um dos maiores ícones da música brasi-leira está retornando aos palcos curitiba-nos a partir desta quinta – feira, dia 23. O cantor e compositor paulista, Renato Teixeira se apresenta no teatro da Caixa Cultural, do dia 23 ao dia 26 de outubro.

As apresentações de quinta, sexta, e sá-bado serão realizadas às 20h, e o último show que será feito no domingo, às 19h.Para compor o repertório dos shows vários sucessos muito conhecidos pela popula-ção foram escolhidos como “Tocando em Frente”, composta em parceria por Renato Teixeira e Almir Sater durante um jantar, “Frete”, que foi tema de apresentação do seriado Carga Pesada, da emissora Rede Globo, além de “Peguei a Viola”, “Amanhe-ceu”, “Romaria”, entre diversas outras.

As apresentações de Renato Teixeira em Curitiba ainda contarão com a presença dos músicos Natan Marques, com os instrumen-tos guitarra e violão, Marcião Gonçalves, no baixo, e sem falar na participação do filho do experiente cantor, Chico Teixeira, esse assu-mirá o comando do violão de doze cordas, além de também compartir como vocalista em alguns momentos do show.

Renato Teixeira se apresenta em CuritibaCantor e compositor brasileiro de músicas de origem caipira realiza quatro shows na capital paranaense esta semana

Renato Teixeira sempre deixou claro o seu posiciona-mento musical ao defender insistentemente, e com muito empenho, a composição de canções caracte-rizadas pela raiz, e também de canções caipiras, por parte dos músicos sertanejos.

O músico compôs recentemente a canção “Rapaz Caipira”, na qual critica duramente, entre os versos, a atual fase de identidade consumista imposta nas le-tras sertanejas de hoje.

ACONTECEU NESTE DIA

#PARTIU

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Após referendo, a proibição da venda de arma no Brasil foi vetada > Foto: Arquivo AnelGTR

Em Cartaz

Shows

Literatura

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