lona 832 - 19/09/2013

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lona.redeteia.com Opinião Colunistas Página 5 Julgamento do mensalão se estende por mais um ano Depois de 7 anos, o julgamen- to do caso da compra de vo- tos em brasília se estende por mais um ano. Depois de uma tarde de justificativas, o mi- nistro Celso de Mello votou a favor do embargos infringen- tes fazendo com o que o jul- gamento se estenda até o ano que vem, agora como relator o minitro Luiz Fux. Réus como José Dirceu podem ter penas reduzidas. Página 3 A impresso- ra 3D, da qual muito se tem falado hoje em dia, é um exem- plo de inovação de utilidade du- vidosa. “O consumo de car- ne animal pode ser considerado um ví- cio e uma ótima fonte de proteína, mas ele pode ser substituído por completo, sem danificar a natureza”, Marcela Gama. O que fazem os estudantes de jor- nalismo depois de formados? Sai- ba por onde anda o ex-aluno Felipe Glück Editorial Veganismo Por onde anda? Notícia Antiga No dia 19 de setembro o militar Jules Répond trouxe de volta os traços de Michelangelo ao uniforme oficial da Guarda Suíça. Edição 832 Curitiba, 19 de setembro de 2013 Divulgação Wikimedia Commons Deputados estaduais mais votados se ausentam nas sessões plenárias e elaboram leis sem interesse público Entre os dez deputados estaduais mais votados nas últimas eleições, todos se au- sentaram em várias das sessões plenárias. Das propostas de leis aprovadas, a maio- ria é para acrescentar datas comemo- rativas ao calendário estadual, para dar nome a rodovias ou para homenagear al- guém. Ano que vem haverá eleições. Veja na reportagem o que cada um dos mais votados fez para a população durante o mandato. Página 4 “Escrever o pre- fácio do seu próprio drama é uma possibi- lidade de cons- truir um conta- to com o leitor”, Larissa Mayra. “A musicoterapia tem, entre seus objetivos, proporcionar uma mel- hor qualidade de vida, não somente tratar dis- túrbios de saúde, como ocorre em muitas out- ras áreas da medicina” , Pamela Castilho Teatro Música

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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lona.redeteia.com

Opinião

Colunistas

Página 5

Julgamento do mensalão se estende por mais um anoDepois de 7 anos, o julgamen-to do caso da compra de vo-tos em brasília se estende por mais um ano. Depois de uma tarde de justificativas, o mi-nistro Celso de Mello votou a favor do embargos infringen-tes fazendo com o que o jul-gamento se estenda até o ano que vem, agora como relator o minitro Luiz Fux. Réus como José Dirceu podem ter penas reduzidas.

Página 3

A impresso-ra 3D, da qual muito se tem falado hoje em dia, é um exem-plo de inovação de utilidade du-vidosa.

“O consumo de car-ne animal pode ser considerado um ví-cio e uma ótima fonte de proteína, mas ele pode ser substituído por completo, sem danificar a natureza”, Marcela Gama.

O que fazem os estudantes de jor-nalismo depois de formados? Sai-ba por onde anda o ex-aluno Felipe Glück

Editorial Veganismo Por onde anda?

Notícia AntigaNo dia 19 de setembro o militar Jules Répond

trouxe de volta os traços de Michelangelo ao uniforme oficial da Guarda Suíça.

Edição 832 Curitiba, 19 de setembro de 2013

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Deputados estaduais mais votados se ausentam nas sessões plenárias e elaboram leis sem interesse público

Entre os dez deputados estaduais mais votados nas últimas eleições, todos se au-sentaram em várias das sessões plenárias. Das propostas de leis aprovadas, a maio-ria é para acrescentar datas comemo-rativas ao calendário estadual, para dar nome a rodovias ou para homenagear al-guém. Ano que vem haverá eleições. Veja na reportagem o que cada um dos mais votados fez para a população durante o

mandato.

Página 4

“Escrever o pre-fácio do seu próprio drama é uma possibi-lidade de cons-truir um conta-to com o leitor”, Larissa Mayra.

“A musicoterapia tem, entre seus objetivos, proporcionar uma mel-hor qualidade de vida, não somente tratar dis-túrbios de saúde, como ocorre em muitas out-ras áreas da medicina”, Pamela Castilho

Teatro Música

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Expediente

A linha entre a reali-dade e a ficção cien-tífica está cada vez mais tênue. Se, por um lado, os carros ainda não voam e os robôs ainda não ameaçam a vida hu-mana, pelo outro, a Google está prestes a lançar os óculos que farão os usuários se sentirem como o Ex-terminador do Futu-ro ou o extraterreste do filme Predador.Até certo ponto, es-sas inovações são muito bem vindas. Seja como entrete-nimento, no caso do Google Glass, ou

como avanços sus-tentáveis, no caso das fontes de energia limpas e renováveis. Ainda que sempre exista uma parcela da população que vire a cara para as novidades, é fácil afirmar que a vida se tornou muito mais fácil com as inova-ções que hoje estão presentes nas casas de todo mundo.Infelizmente, é pre-ciso de dinheiro para investir nas tecnolo-gias que prometem virar tendência na vida cotidiana. Mui-tas vezes, o investi-

dor desse dinheiro não tem a melhor das intenções ou ignora as possibili-dades adversas do objetivo que visa al-cançar. A indústria bélica, por exemplo, é uma das que mais cresce em detrimen-to da paz mundial.A impressora 3D, da qual muito se tem falado hoje em dia, é um exemplo de inovação de utilida-de duvidosa. Para começar, é muito difícil de enxergar uma necessidade real que seja suprida pela invenção. Por

mais que deva ser imensamente diver-tido ter impressões tridimensionais do Mestre Yoda nas prateleiras de casa, as funções da im-pressora vão pouco além do lazer. Ou pior, juntam o la-zer a ideias idiotas. Como, por exemplo, a impressão de ar-mas.A réplica de uma pistola feita pela im-pressora gerou certo furdunço no começo do ano, ainda que fosse uma réplica de plástico que não apresentasse as fun-

Imprimindo armas

Felipe GlückEu me formei no final de 2008, e logo publiquei o livro do TCC, “7 olhares: depoi-mentos sobre a homossexualidade na adolescência”, que produzi com meu colega Diego Ramos. Vende-mos perto de 300 exemplares. No ano seguinte, fui para São Paulo, fazer uma pós em Jornalismo Literá-

rio e comecei a tra-balhar como freela na área de editoria de livros, fazendo também um pouco de análise de mer-cado. Nessa época, comecei a me en-volver um pouco com a questão de direitos autorais e comecei a me apai-xonar por direito. Resolvi iniciar o curso que acabou me abrindo ou-tras portas. Hoje

estou no 3 ano de Direito, trabalho na Tucumann En-genharia, na parte jurídica, com aná-lise de contratos e acompanhamento de demandas ju-diciais. Apesar de não ter seguido o Jornalismo, o cur-so me ajudou mui-to a como colocar ideias no papel e escrever de forma mais clara e preci-sa.

Por que ser veganoMarcela Gama

pleto, sem dani-ficar a natureza e nenhum ser que habite ela. Além de prejudicar os animais, as ativi-dades pecuaristas são responsáveis por 30% do des-matamento no mundo. Ao usar um casa-co de pele legíti-ma, da marca Hér-mes, com o valor de aproximada-mente 25 mil dó-lares, a cantora Lady Gaga virou alvo de críticas no mundo todo,

pr inc ipa lmente pela organização não governamen-tal PETA, que age com o intuito de proteger e pro-clamar os direitos dos animais. Em junho de 2012, a socialite Kim Kardashian so-freu um atentado feito pela ONG, por fazer o uso de peles de animais mesmo tendo o c o n h e c i m e n t o de como funcio-na esse processo de crueldade, no qual os animais

são mortos a pau-ladas na cabeça para não danifi-car a pele e outras formas. Essa é a pior ma-neira de matança, pois serve apenas para alimentar a vaidade humana com algo que po-deria ser feito sin-teticamente e com o mesmo resulta-do. O veganismo é uma forma de praticar a defesa dos animais sem fazer exploração da carne ou uso de sua pele . Os

praticantes des-sa filosofia tam-bém não utilizam qualquer tipo de produto que em sua manufatura abuse ou violente os animais. Mesmo que ain-da não praticado e desconhecido por boa parte da população, o nú-mero de veganos tem crescido, de acordo com uma pesquisa realiza-da em 2007 pela Oxford Compa-nion to American Food and Drink.

Além de prote-ger e preservar todos os seres vi-vos, o veganismo é uma boa prática a favor da saúde segundo A Asso-ciação Dietética Americana (The American Diete-tic Association), pois evita e rever-te doenças dege-nerativas como a doença arterial coronariana e a diabetes.

Por Onde Anda?

Reitor: José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto Pró-Reitora Acadêmica Marcia SebastianiCoordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira

Professora-orientadora: Ana Paula MiraEditores: Júlio Rocha, Lucas de Lavor e Marina GeronazzoEditorial: Da Redação

ções de disparo da arma original. Mui-to pior foi a reper-cussão da notícia que mostrava um rifle feito pela má-quina que conseguiu disparar mais de dez tiros antes do plásti-co ceder ao impacto. O responsável pela réplica ainda co-mentou que a gran-de desvantagem do objeto era o tempo prolongado entre um tiro e outro, pois era necessário des-montar a arma para recarregar.Fica claro, então, que a impressora

3D nas mãos erra-das possui grande potencial para o de-sastre. Um invenção que aparentemente não possuía grandes funções pode acabar virando instrumento para brincadeiras de mau gosto, ou pior. Talvez a materializa-ção de objetos, que em filmes parece tão emocionante, deva ficar, para o bem de todos, nas obras de ficção.

São cerca de 3 mi-lhões de animais mortos por hora em abatedouros, apenas no Brasil. Eles recebem tra-tamento desuma-no durante toda vida, são manti-dos confinados e destinados a uma morte injusta e violenta. O consumo de carne animal pode ser conside-rado um vício e uma ótima fonte de proteína, mas ele pode ser subs-tituído por com-

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Julgamento do mensalão é prolongado para 2014O voto que acatou os embargos infringentes foi dado pelo ministro Celso de Mello. Em 60 dias novo acórdão que permitirão os recursos para novo julgamento.

Foram aprovados ontem (18), no Su-premo Tribunal Fe-deral, os embargos infringentes, pro-longando o julga-mento para 12 réus do mensalão. O úl-timo voto, depois de uma tarde de justif i-cativa, Afoi do mi-nistro do STF, Celso de Mello. A decisão dos embargos impli-ca em uma possível conclusão do julga-mento dos 12 réus somente em 2014. Votaram contra os embargos os minis-tros Joaquim Barbo-sa, Luiz Fux, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Marco Au-rélio Mello. Foram a favor Teori Zavasc-ki, Ricardo Lewan-dowski, Rosa Weber, Luís Roberto Barro-so e Dias Toffoli.Com isso o STF tem até 60 dias para di-vulgar o novo acór-dão que, assim que publicado, os advo-gados dos réus te-rão um prazo de 30 dias para apresen-tar recursos que pe-çam um novo julga-

Lucas de Lavor

mento. Nessa etapa, através de sorteio eletrônico, o minis-tro Luiz Fux toma-rá o papel de relator de Joaquim Barbosa, mudança obrigató-ria de acordo com o regimento interno.Com os novos recur-sos que serão apre-sentados, ícones do mensalão como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, pode ter a pena re-duzida de 10 anos e 10 meses em regime fechado, para 7 anos e 11 meses em regi-me semiaberto. Cel-so de Mello explicou que só há essa pos-sibilidade de soli-citação de redução de pena para aque-les que foram con-denados pela maior parte dos ministros. Os ministros Mar-co Aurélio e Gilmar Mendes acreditam que todos os 25 réus podem ser conde-nados, até mesmo aquele com embar-gos infringentes, já que a maioria não teria conseguido quatro votos venci-

dos em todos os cri-mes.

Ação Penal 470

A Ação Penal 470, mais conhecida como “mensalão”, foi o esquema de com-pra de votos divulga-do pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB - RF), quan-do foi pressionado a revelar informações sobre supostas frau-

des em licitações na época. Na época, o presidente Luís Iná-cio Lula da Silva negou ter qualquer conhecimento sobre o esquema, e mesmo os acusados tendo seus cargos afastados – como João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara dos De-putados e o Minis-tro da Fazenda An-tonio Palocci – Lula se reelegeu em 2006,

com o escândalo vol-tando à tona quando o STF enfim acatou a denúncia e abriu processo contra 37 dos envolvidos, res-pondendo por crimes como corrupção, la-vagem de dinheiro, formação de quadri-lha e outros.Agora o julgamento se encaminha para uma “terceira fase”. A primeira foi ano pas-sado quando os 25

dos 37 condenados tiveram o tamanho da pena decretado. A segunda começou mês passado e ter-minou ontem. Nesse tempo, os primei-ros recursos de em-bargos declaratórios não foram aceitos e aprovaram-se os in-fringentes, levando á terceira parte com o novo relator, Luiz Fux e um novo jul-gamento serão feito.

Notícias do Dia

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), denunciou na tarde de ontem (18) à Justiça de Co-lombo, dois investiga-dores da Polícia Civil, um agente de seguros, um tenente da Polícia Militar e uma advo-gada, acusados de es-tarem envolvidos em um caso de desvio de peças de caminhões.Segundo Leonir Ba-tisti, coordenador ge-ral do Gaeco, o roubo teria acontecido em fevereiro de 2012. O tenente e os dois po-liciais civis desviaram 42 pneus usados mon-tados com roda, sete baterias e um tanque de combustível. Pra ninguém desconfiar do roubo, eles escon-deram as peças num

barracão de uma ou-tra pessoa que nem sequer sabia do ocor-rido.O agente de seguros que foi denunciado foi quem providenciou o barracão para guar-dar as peças que, após alguns dias, os poli-cias tentariam vender. Mas, no momento em que estavam trans-portando o material, foram abordados pela Polícia Rodoviária Fe-deral e encaminhados para o Gaeco, onde os objetos foram apreen-didos.Durante as investi-gações do caso, a ad-vogada acusada de participação no cri-me ofereceu dinheiro para o transportador que estava levando as peças no dia em que eles foram pegos. Em

troca, a testemunha deveria falar que não sabia o local do barra-cão onde tinha carre-gado os objetos.Os policiais e o agente de seguros são acusa-dos de peculato (cri-me específico do ser-vidor público por se tratatr de um abuso de confiança), e a ad-vogada, de corrupção ativa de testemunha. Boa parte dos assaltos foi realizada em Curi-tiba e região metro-politana. As vítimas foram chamadas para reconhecer as peças e segundo Batisti, a maioria delas foi reco-nhecida como sendo as roubadas.De acordo com o Gae-co, o tentente acusado é o mesmo que no ano passado foi preso por ser “chefe” de um gru-

po de extermínio em Campina Grande do Sul. A operação ficou conhecida como ope-ração Wally.

Caso Vortex

Em 15 de agosto de 2013 o Gaeco denun-ciou um caso de cor-rupção que estava acontecendo há mais de um ano na polícia. Um esquema de ex-torsão onde policiais estavam cobrando di-nheiro de autopeças e ferros-velhos para não fazer a fiscalização correta do lugar. A quadrilha foi formada dentro da Delegacia de Furtos e Roubos e Veículos (DFRV).O delegado titular do 6º Distrito, Gérson Machado, o respon-sável pela Divisão de

Crimes Contra o Pa-trimônio (DCCP), Luiz Carlos de Oli-veira, e o investigador do 6º DP, e o delegado Aleardo Riguetto, fo-ram presos na opera-ção. No total, quatro delegados e 16 poli-ciais civis foram pre-sos. Eles foram acu-sados de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva e con-cussão (exigir para si mesmo dinheiro ou vantagem em decor-rência do cargo públi-co). Além deles, três proprietários de lo-jas automotivas serão acusados.Conforme o Gaeco, o delegado Luis Car-los de Oliveira, Alves Machado, ex-chefe da DFRV, Marco Antônio de Góes Alves e An-ferson Ormeni Fran-

co, ambos da DFRV, estão sendo acusados.Durante as investiga-ções do caso, mais de 80 pessoas foram ou-vidas. “Já apuramos tudo, mas estamos a espera de outras pro-vas que podem chegar. Mais pessoas podem ser denunciadas”, diz Batisti.O Ministério Público identificou 24 casos de formação de qua-drilha, lavagem de di-nheiro, denunciação caluniosa, abuso de autoridade e corrup-ção ativa e concus-sões, em Curitiba e região metropolitana.

Gaeco denuncia cinco pessoas por roubo, den-tre elas, três são policiaisTayná Soares

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4 Geral

Desde janeiro de 2011, mês em que os deputados es-taduais começa-ram seu mandato, até setembro de 2013, 310 sessões em plenário fo-ram realizadas na Assembleia Legis-lativa do Paraná. Os dez deputados mais votados nas últimas eleições estiveram ausentes em muitas delas, com um total de 821 faltas. Dentre estes mais votados, Luiz Romanelli, Augustinho Zuc-chi e Marcelo Ran-gel abandonaram o cargo para exercer outras funções du-rante o mandato.Os mais votados foram, respecti-vamente, Alexan-dre Curi (PMDB), Gilberto Ribeiro (PSB), Ênio Verri (PT), Nereu Mou-ra (PMDB), Ney Leprevost (PP), Artagão Junior (PMDB), Augusti-nho Zucchi (PDT), Luiz Romanelli (PMBD), Marce-lo Rangel (PPS) e Valdir Rossoni (PSDB). O depu-tado Ney Lepre-vost, por exemplo, ausentou-se em 81 sessões plená-rias. Já Romanelli, que passou a exer-cer dois cargos ao mesmo tempo, foi o campeão de au-sências. Das ses-sões em plenário, não participou de 265 delas. Cada ausência pode ou não ser considerada. Se o

deputado justif i-car, ele não será punido por isso. Mas, se faltar sem justif icativa, são descontados do salário R$ 650,00. Porém, as ausên-cias consideradas ‘faltas’ são pou-cas. A Assembleia considera todas as justif icativas e, mesmo o represen-tante do estado se ausentando, acaba recebendo o salá-rio inteiro. Úni-ca forma então de ser descontado é o deputado faltar e não justif icar. Seja porque esqueceu, porque não quis ou por qualquer ou-tro motivo, o que é raro.Mas as ausências ou faltas não são a única questão nes-ses anos de manda-to. Eles, que foram eleitos para defen-der os interesses do povo, elaborar leis, f iscalizar contas do governo estadual, entre outras ativi-dades, muitas ve-zes não agem para o benefício de toda a população. Um exemplo são as leis criadas. Tomando como base os dez mais votados, 466 propostas de leis foram elaboradas. Destas, 127 foram sancionadas. Adi-cionar datas ao ca-lendário estadual é umas das leis mais frequentes. São criadas para insti-tuir, por exemplo, o ‘dia do tecnólogo em gestão pública’, ‘dia da valorização

militar e estadual’ ou ‘dia do repór-ter policial’. Dar nome a rodovias também é objeto frequente de proje-tos de lei. As mais requisitadas entre os dez são aquelas que tornam insti-tuições como de utilidade pública (qualif icação con-cedida no Brasil às sociedades civis, às associações e às fundações consti-tuídas no país com o f im exclusivo de servir desinteres-sadamente à cole-tividade), por todo o Paraná. Leis para homenagear pes-soas concedendo o título de cidadão honorário ou be-nemérito também são frequentes. Das 127 aprovadas, apenas 12 das leis podem ser consi-deradas importan-tes para toda a po-pulação.12 leis importantesUma delas aprova que o poder exe-cutivo crie o selo agrícola natural. O selo informa ao consumidor f inal que o produto foi produzido pelo sis-tema orgânico de produção; a lei foi criada por Alexan-dre Curi. Duas são de autoria de Gil-berto Ribeiro. Uma torna obrigatória a f ixação de car-tazes sobre doen-ças sexualmente transmissíveis em cinemas, teatros, lojas de artigos eróticos, casas de massagem, saunas,

hotéis, motéis e es-tabelecimentos do gênero, do Paraná. E outra obriga far-mácias e drogarias a manterem dis-poníveis para os clientes as bulas de medicamentos.

Ney Leprevost ela-borou 149 leis, apenas 28 foram sancionadas. Seis delas podem ser consideradas rele-vantes; uma delas exige a realização do ‘teste do cora-çãozinho’ (exame de oximetria de pulso) em todos os recém-nascidos, no Paraná. Outras leis têm o seguin-te teor : garantir ao idoso informa-ção sobre seus di-reitos de manter acompanhante no período em que es-tiver internado ou em observação em hospitais do Para-ná; proibir a ocu-pação de cargos ou funções aqueles que não tiverem a ‘f icha limpa’ (fez essa lei com outros quatro deputados - Stephanes Ju-nior, Marcelo Ran-gel, André Bueno e César Silvestri Filho); estabelecer que as operadoras de telefonia celular e os fabricantes de aparelhos celula-res deverão alertar os usuários sobre a possibilidade de danos à saúde, no âmbito do Paraná; inserir no roteiro turístico oficial do estado o ‘parque histórico de Ca-

rambeí’ ; e estabe-lecer a política es-tadual de apoio ao cooperativismo.

Outras duas leis de importância nesses meses de manda-to são de Marce-lo Rangel. Ele cria lei que assegura ao cônjuge do consu-midor de serviços públicos o direto de solicitar a inclu-são de seu nome na fatura mensal de consumo. E outra que dispõe sobre a ampla divulgação da cláusula de es-cusa ou objeção de consciência à ex-perimentação ani-mal nos colégios e universidades do Paraná.

A última lei im-portante é de Val-dir Rossoni, que estabelece prazo para conferir a re-gularidade tribu-tária e f inanceira, do pagamento de empréstimos e da prestação de con-tas de recursos públicos recebi-dos por prefeituras municipais.

Mudança de cargo

O deputado Marce-lo Rangel se candi-datou a prefeito no município de Ponta Grossa. No início de 2013, elegeu-se e obteve licença no cargo de depu-tado. Passa a assu-mir em seu lugar Alceu Maron Filho (PSDB), conhecido como Alcelzinho Maron. Maron já

teve seu mandato de deputado esta-dual cassado, por infidelidade par-tidária. Antes ele era f i liado ao PPS, mas trocou de par-tido em 2011 para o PSDB, com a f i-nalidade de dis-putar a prefeitu-ra de Paranaguá. Como não conse-guiu conquistar a prefeitura, acabou assumindo a vaga de Marcelo Rangel (PPS), mesmo não sendo mais f i liado a este partido.

Mesmo caso acon-teceu com Augus-tinho Zucchi. No dia 1º de janeiro de 2013, foi elei-to prefeito de Pato Branco (PR). Dei-xa então a ALEP. Em seu lugar, assu-me Gilberto Mar-tin (PMDB), que obteve pouco mais de 40 mil votos nas eleições de 2010.

O deputado Roma-nelli começou seu mandato em ja-neiro de 2011, mas resolveu mudar de cargo. Foi deno-minado no dia 3 de janeiro de 2011 o novo secretário de Estado do Tra-balho, Emprego e Promoção Social, pelo governador Beto Richa. Teve licença da Assem-bleia Legislativa do Paraná, mas f icou por um bom perío-do com dois cargos ao mesmo tempo. Quem assumiu seu lugar na ALEP foi Elton Welter (PT).

O que eles fizeram por nósDas leis sancionadas dos dez deputados estaduais mais votados, 89,76% não têm grande importância para a população; os parlamentares também estiveram ausentes em várias das sessões plenárias

Viviane Menosso

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5Colunistas

Falo de Teatro

O sublime e o grotesco

Larissa Mayra

No dia 4 de dezembro de 1827, foi publi-cado por Ambrosio Dupont, em Paris, o drama “Cromwell”, de Victor Hugo. Po-rém, não vamos fa-lar sobre o conteú-do da peça e sim do seu prefácio, es-crito também pelo autor do drama. Ao escrever um pre-fácio do seu próprio drama, Victor Hugo deixa clara a sua in-tenção com a frase “Destruamos as teo-rias, as poéticas e os sistemas”. Com isso, o autor busca a li-berdade da criação artística, pretende esmagar a estética clássica e represen-tar o homem na sua

total complexidade.Uma das primeiras questões questio-nadas pelo autor é a postura do leitor que não se importa com as ideias do ar-tista, se restringin-do a obra f inalizada, tendo como opinião apenas o bom ou ruim e se deixando levar pela opinião alheia. Dessa forma, escrever o prefácio do seu próprio dra-ma é uma possibili-dade de construir um contato com o leitor. O objetivo do pre-fácio escrito por Victor Hugo não é limitar a arte ou im-por um ataque ou defesa do livro. Para ele, suas palavras

não deveriam ser aplicadas por ou-tras pessoas e utiliza uma frase de São To-más de Aquino para ameaçar as possíveis aplicações “Quem fizer aplicações, co-ma-as com pão”.Um dos temas abor-dados em profun-didade no prefacio diz sobre a teoria das três idades. Para o autor, da mesma forma que o gênero humano passa por três fases, três gran-des fases resultam no desabrochar da poesia, sendo elas:1 – PRIMITIVOS: O homem desperta num mundo que ele acaba de nascer e a poesia desperta com

ele. Suas primei-ras palavras é um hino perto de Deus. Nessa fase, o ho-mem é jovem, lírico.2 – ANTIGO: Nessa fase, esferas cres-cem, a família se torna tribo e a tribo se faz nação. O ins-tinto social sucede ao instinto nômade. Choque das nações, guerra. A civiliza-ção torna-se ÉPI-CA. Tudo é simples. Há um culto ao lar, aos sepulcros. O épico se reinventa em diferenças for-mas, mas jamais perde o seu caráter.3 – MODERNOS: Cristianismo (sepa-ra a alma do corpo). O homem se torna

Deus. Há uma inser-ção de um sentimen-to de melancolia. A Europa está em uma situação de ruína. O homem olha para o feio e o cristianis-mo conduz a poesia à verdade. O belo se mistura ao feio, o mal com o bem. In-f luenciado pela me-lancolia cristã e crí-tica f i losófica, a arte se dispõem a mistu-rar coisas antagôni-cas. Surge um novo tipo de se desenvol-ver na arte, o grotes-co e a sua forma é a comédia. A união do tipo grotesco ao su-blime resulta na arte moderna: complexa, variável e inesgotá-vel nas suas criações.

“É, pois, o grotes-co uma das supre-mas belezas do dra-ma. Não é só uma conveniência sua; é frequentemente uma necessidade”, considera o autor. Nesse momento, você leitor deve estar pensando que essa coluna é dedicada a literatura, porém as ref lexões de Victor Hugo são considera-das uma definição do teatro romântico, popular em diferen-tes partes na Europa do século XIX. FIM!

Eight Days a WeekMúsica é terapia

Pamela Castilho

Há quem diga que a música foi uma das melhores invenções já feitas pelo homem. A música já tem muitas utilidades, seja mera-mente para diversão, relaxamento ou forma de sustento, é raro não ouvirmos pelo menos uma música durante todo um dia. Durante vários períodos do dia estamos em contato com diversos ritmos e diferentes estilos mu-sicais. Na história da música, consta que o ritmo se antecedeu ao som, e os primeiros instrumentos musicais surgiram da própria estrutura do corpo hu-mano.Outra vantagem: a música é um método de comunicação uni-versal. Independente da língua em que é transmitida, a com-preensão de ritmo e sonoridade é algo co-mum entre as pessoas. Tendo sido subdivida em vários “estilos” e segmentos, a música é

utilizada como forma de sensibilização. No cinema, por exemplo, é usada como trilha so-nora para acompanhar as imagens da trama. Já pensou como se-ria assistir a um filme sem trilha sonora? No mínimo, impensável. A música dá, tanto aos filmes como à vida das pessoas, outro viés, outro ângulo e outra cor (figurativamente falando, é claro).Por isso, há quem diga que “a música é tão antiga quanto o homem”. Ela surgiu da necessidade de comu-nicação dos homens primitivos e surgiu, de início, imitando os sons produzidos pela natureza. Porém, com o seu desenvolvimento ao longo do tempo, a música começou a ter mais funções que só a comunicação, fazendo parte então de rituais religiosos, cultos, etc. Assim, se desenvol-vendo ao longo de tem-po, a música foi sendo

descoberta pelos seres humanos como tendo utilidades variadas.A partir do século XX, tratar a música como forma de cura passou a ser oficialmente um ramo da medicina. Esse processo começou a se consolidar na década de 1940, quando a mu-sicoterapia (agora já com esse nome) passou a ser reconhecida como tratamento médico. Isso se deu graças ao uso da musicoterapia no tratamento de sol-dados feridos conse-quentes das 2ª Guerra Mundial. Vários músi-cos começaram a to-car em hospitais com o objetivo de ameni-zar a dor e sofrimento dos pacientes. Depois, porém, foi percebido que esse processo cau-sou evidente melhora no quadro de muitos pacientes. Diante da experiência positiva vi-venciada com os solda-dos, o primeiro curso universitário de mu-sicoterapia foi criado

em 1944, na Michigan State University. Logo depois disso, com o surgimento de outros seguimentos da me-dicina, a musicotera-pia ficou em segundo plano. Isso perdurou até a década de 1980, quando em 1985 foi criada a World Federa-tion of Music Therapy e os valores da musico-terapia voltaram a ter maior reconhecimento. No Brasil, os primeiros cursos de musicotera-pia foram criados em 1971, sendo no Paraná (Faculdade de Artes do Paraná) e no Rio de Ja-neiro. A musicoterapia é am-pla e tem o objetivo de tratar distúrbios men-tais e físicos. Num re-sumo simplista, essa área da medicina uti-liza os diferentes sons para esse tratamento. Comumente muito usada no tratamento de crianças com au-tismo ou até câncer, a musicoterapia pode se entender ao tratamen-

to de adultos e idosos com os mais variados tipos de problemas de saúde. Assim como nos demais tipos de terapia, a musicoterapia avalia o estado emocional do paciente, estudando também suas capacid-ades cognitivas, físicas e comportamentais. A musicoterapia tem, entre seus objetivos, proporcionar uma mel-hor qualidade de vida, não somente tratar dis-túrbios de saúde, como ocorre em muitas out-ras áreas da medicina. Porém, o trabalho do musicoterapeuta tam-bém pode se associar ao trabalho de outros profissionais e médi-cos. Um exemplo é a combinação do trab-alho da fonoaudiolo-gia, dos educadores e da musicoterapia. Há escolas que utilizam essa área do tratamento médico como maneira de ajudar os alunos e desenvolver melhor a capacidade motora e intelectual de crianças.

Segundo uma definição feita pela Federação Mundial de Musicote-rapia, a Musicoterapia é a utilização da música e seus elementos (som, ritmo, melodia e har-monia) para facilitar e promover a comuni-cação, relação, apren-dizagem, mobilização, expressão, organização e outros objetivos ter-apêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas.Se, num universo para-lelo eu tivesse decidido seguir na área médica, poderia facilmente ter escolhido a musico-terapia. Afinal, o que pode ser melhor que unir música ao bem estar do nosso corpo? Música combina com tudo!

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NOTÍCIANTIGA O que fazer em Curitiba?Exposição “Consiente do Inconsciente” no MASAC

De 8 de agosto a 3 de novembro, no Masac – Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba (Largo da Ordem - Setor Histórico), tem a exposição São Fran-cisco de Assis – O Homem Atemporal, com esculturas da artista plástica Nilva Rossi.

Museu de Arte Contemporânea

Até dia 23 de setembro no Museu de Arte Contem-porânea (Rua Desembargador Westphalen, 16) ficam as exposições “Cor, Cordis”, com obras do acervo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná; e ax-posição “Lugar inComum”, das artistas Erica Kamini-shi, Julia Ishida e Sandra Hiromoto. Informações: (41) 3323-5328 e 3323-5337.

Teatro Novelas Curitibanas

De 23 de agosto a 29 de setembro, no Teatro Nove-las Curitibanas (Rua Carlos Cavalcanti,1222 – São Francisco), tem apresentação do Espetáculo teatral Cronópios da Cosmopista – Um antimusical psico-délico, do Coletivo Portátil do Theatro de Alumínio. Informações: (41) 3222-0355.

O lado estilista de Michelangelo

Os renomados artis-tas da Renascimen-to são famosos pela capacidade de tra-balhar com primor em diversas formas de arte. Michelange-lo é um destes. Fa-moso pela escultura de Davi, o trabalho magnífico na Cape-la Sistina, Michelan-gelo também ganha crédito de estilista para um dos unifor-mes militares mais famosos do mundo:

o colorido uniforme da Guarda Suíça.O uniforme da Guarda Suíça Ponti-fícia passou por di-versas modificações ao longo dos cinco séculos de existência da guarda oficial do Papa. Porém, no dia 19 de setembro de 1909, Jules Répond (que no ano seguinte viria a se tornar líder da Guarda) resgatou os elementos espa-lhafatosos do unifor-me idealizado por Michelangelo.Considerado um

dos uniformes mi-litares mais antigos do mundo, o clássi-co traje azul, laranja e vermelho com um glamoroso penacho no capacete nem sempre são utiliza-do pelos membros da Guarda Suíça. Em ocasiões coti-dianas, os militares usam um uniforme mais simples, colori-do apenas de azul. A vestimenta tricolor fica guardada para solenidades e oca-siões especiais.