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lona.redeteia.com Opinião Colunistas Página 5 Projeto emUniversidade melhoradesempenhodealunos Auxílio para os estudantes: o “re- gime Pós- Laboral” é opção para alunos que estudam e trabalham na Universidade Fernando Pes- soa. “Durante o regime pós-lab- oral as aulas conseguem ser mais produtivas... São mais dinâmicas uma vez que os alunos são mais experientes e exigentes o que tor- na mais fácil enriquecer as aulas e adquirir conhecimentos” diz estu- dante de Comunicação. Página 3 Na Sexta fora de série de hoje, a colunista Jú- lia Trindade comenta a sit- com americana 2 Broke Girls. “Agora eu pergun- to, se Miley Cyrus é o ícone de estilo dessa nova gera- ção que vem por aí, que boa in- fluência ela está passando?”, Maia- ra Yabusaki Séries Moda “Mesmo que esse candidato não tenha vínculos desonestos dentro de seu parti- do, nunca será pos- sível se desvencilhar das artimanhas dos membros do Con- gresso”. “Não tem onde co- locá-los. Afinal, a cadeia pública do litoral está superlo- tada há anos. Mas, calma! O governa- dor já esta resolven- do esse problema”, Débora Mariotto. O que fazem os estudantes de jor- nalismo depois de formados? Saiba por onde anda a ex-aluna Dayane Wolff. Editorial Segurança Por onde anda? Notícia Antiga No dia 13 de setembro de 1996, morreu Tupac Amaru Shakur, mais conhecido pelos seus nomes artísticos 2Pac Edição 828 Curitiba, 13 de setembro de 2013 Pedro Ribeiro ESTUDANTES BENEFICIADOS PELO FIES CORREM O RISCO DE SE ENDIVIDAR Apesar do significativo aumento de 33% na procura de contratos, o Fundo de Financiamento Estudan- til (FIES), ao invés de ajudar um estudante a ingressar no ensino superior, pode ser um problema e comprometer a renda salarial de um jovem recém-formado. É pre- ciso ficar atento quanto à profissão escolhida e quanto às parcelas que deverão ser pagas depois do perío- do estimado.

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Page 1: Lona 828 - 13/09/13

lona.redeteia.com

Opinião

Colunistas

Página 5

Projeto em Universidade melhora desempenho de alunosAuxílio para os estudantes: o “re-gime Pós- Laboral” é opção para alunos que estudam e trabalham na Universidade Fernando Pes-soa. “Durante o regime pós-lab-oral as aulas conseguem ser mais produtivas... São mais dinâmicas uma vez que os alunos são mais experientes e exigentes o que tor-na mais fácil enriquecer as aulas e adquirir conhecimentos” diz estu-dante de Comunicação.

Página 3

Na Sexta fora de série de hoje, a colunista Jú-lia Trindade comenta a sit-com americana 2 Broke Girls.

“Agora eu pergun-to, se Miley Cyrus é o ícone de estilo dessa nova gera-ção que vem por aí, que boa in-fluência ela está passando?”, Maia-ra Yabusaki

Séries Moda“Mesmo que esse candidato não tenha vínculos desonestos dentro de seu parti-do, nunca será pos-sível se desvencilhar das artimanhas dos membros do Con-gresso”.

“Não tem onde co-locá-los. Afinal, a cadeia pública do litoral está superlo-tada há anos. Mas, calma! O governa-dor já esta resolven-do esse problema”, Débora Mariotto.

O que fazem os estudantes de jor-nalismo depois de formados? Saiba por onde anda a ex-aluna Dayane Wolff.

Editorial Segurança Por onde anda?

Notícia AntigaNo dia 13 de setembro

de 1996, morreu Tupac Amaru Shakur, mais conhecido pelos seus nomes artísticos 2Pac

Edição 828 Curitiba, 13 de setembro de 2013

Pedro Ribeiro

ESTUDANTES BENEFICIADOS PELO FIES CORREM O RISCO DE SE ENDIVIDAR Apesar do significativo aumento de 33% na procura de contratos, o Fundo de Financiamento Estudan-til (FIES), ao invés de ajudar um estudante a ingressar no ensino superior, pode ser um problema e comprometer a renda salarial de um jovem recém-formado. É pre-ciso ficar atento quanto à profissão escolhida e quanto às parcelas que deverão ser pagas depois do perío-do estimado.

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Expediente

A Polícia Legislativa da Câmara confir-mou nesta sexta-fei-ra que houve fraude nas votações que derrubaram os vetos da presidente Dilma Rousseff à distribui-ção dos royalties do petróleo. Os inves-tigadores confirma-ram a falsificação do deputado Zoinho, que estava ausente no dia do pleito.Casos como este, ilustram a falta de força do poder exe-cutivo (até mesmo

da presidente) perto do legislativo. Os de-putados e senadores detêm a maio parte do poder político no Brasil, ainda que este poder seja divi-do entre um número maior de pessoas. O que é um problema, pois, coincidência ou não, é no legis-lativo que se encon-tram os corruptos de maior calibre do país, conforme a in-vestigação da Polícia Legislativa identifi-cou no caso dos ve-

tos.Mesmo que nas elei-ções do ano que vem os eleitores esco-lham um candidato honesto, mesmo que esse candidato não tenha vínculos deso-nestos dentro de seu partido, nunca será possível se desvenci-lhar das artimanhas dos membros do Congresso. Se para cargos com apenas uma vaga disputada (como o de presi-dente) é difícil ele-ger bons candidatos,

para os cargos legis-lativos é impossível filtrar a corja de cor-ruptos e rabos-pre-sos.Até mesmo manter um balanço positivo no saldo de políti-cos comprometidos e aqueles que ainda não são declarada-mente corruptos é um problema, o voto de legenda é um dos mais eficazes instru-mentos para manter esse desequilíbrio. Infelizmente, esse quadro está cami-

O problema vai longe

Dayane WolffLá no primeiro ano de fa-culdade, várias eram as jus-tificativas dadas ao profes-sor, que perguntava: - “Por que Jornalismo?” Eu era do grupo dos apaixonados pela palavra, pela escrita. Fiz, então, a escolha que de-terminaria minha carreira. Tamanha responsabilidade nunca me assustou e em momento algum me senti ‘um peixinho fora d’água’. Sabia, desde o início, que eu seria jornalista.Comecei, então, no final do primeiro ano, o tão es-perado estágio. Durante cerca de dois meses realizei trabalhos de assessoria de imprensa para modelos mi-rins e tal foi minha surpresa quando não recebi um tos-tão do que tinham me pro-metido.

A frustração não me fez desanimar, afinal, agora eu tinha experiência para in-cluir em meu currículo. Lá estava eu participando de entrevistas para fazer parte do grupo de comunicado-res da Federação das In-dústrias do Paraná (Fiep). Aprovada, permaneci por cerca de seis meses, até que recebi um convite para ser editora-chefe do TelaUN. Ali permaneci até o final daquele ano, que foi um dos melhores durante toda a fa-culdade. Mas como o con-trato acabava no final do ano, lá estava eu novamente em busca de outro desafio.Foi em um estágio de ob-servação na TV Band Curi-tiba que achei uma maneira de ocupar meu tempo ocio-so aprendendo mais e mais

jornalismo.Quando formei, em de-zembro de 2011, espalhei meu currículo para várias empresas, mas, como a Lei de Newton nunca falha, to-das só estavam admitindo profissionais experientes. Trabalhei durante os me-ses seguintes, como mode-lo e promotora de eventos. Realizei também trabalhos como freelancer no jornal de minha cidade natal (Ca-noinhas – SC).Vendo que as respostas não chegavam, assinei um site daqueles em que só pode-mos nos candidatar às va-gas quando fazemos ‘login’. Me surpreendi ao ‘dizer alô’ e, do outro lado da linha, ouvir um convite para uma entrevista na Rádio RB2, que inauguraria em Curiti-

ba. Eu não tinha experiên-cia em rádio e jamais me imaginei trabalhando em uma, mas eu queria entrar no mercado de trabalho do curso em que me formei.Um ano e três meses se pas-saram e posso afirmar que sou uma jornalista com-pletamente realizada traba-lhando em rádio. Comecei realizando reportagens e elaborando o roteiro – am-bos medianos. Hoje sou âncora, continuo realizan-do reportagens, elaboran-do o roteiro e pautas, mas meu trabalho já deu um salto enorme. Acredito que sempre podemos melhorar e admitir isso é o que nos faz crescer. E, além da rádio, continuo realizando freelas.

Uma velha reivindicaçãoDébora Mariotto

as solicitações da população. Sabe, né? Pode ser trote.O fato é que dessa vez os policiais foram ágeis. Minu-tos após o co-merciante Nery Gouvêa ser víti-ma de uma ten-tativa de latro-cínio, no centro da cidade de Paranaguá, os militares che-garam ao local e conseguiram deter dois dos três assaltantes.

Mas esse é um caso para se pensar. Os ban-didos desceram a serra. Saíram de Curitiba e foram ao lito-ral para assaltar uma joalheria. Estavam arma-dos e, pela ló-gica, passaram por dois postos da Polícia Ro-doviária Fede-ral. Mas pre-cisaram atirar contra um cida-dão que se en-contra em es-tado grave no

Hospital Regio-nal do Litoral, para então se-rem pegos.Espanto por quê? O litoral só recebe reforço no efetivo poli-cial na Opera-ção Verão. Eles ficam por lá uns dois ou três meses, quando o governador e sua família, e também a elite curitibana, es-tão na região.Passado esse período, polícia pra quê? Não

adianta ter poli-cial porque não adianta prender os assaltantes. Não tem onde colocá-los. Afi-nal, a cadeia pública do lito-ral está superlo-tada há anos.Mas, calma! O governador já esta resolvendo esse problema. A população carcerária está sendo transfe-rida para Pira-quara a passos lentos. E lá, lon-ge de suas famí-

lias, realmente a situação deve estar melhor. Porém, não.O que realmen-te choca em uma situação dessas é saber que os bandi-dos estão cada vez mais ousa-dos porque têm certeza de que o Estado não pode com eles. Lamentável.

Por Onde Anda?

Reitor: José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto Pró-Reitora Acadêmica Marcia SebastianiCoordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira

Professora-orientadora: Ana Paula MiraEditores: Júlio Rocha, Lucas de Lavor e Marina GeronazzoEditorial: Da Redação

nhando para um es-tado irreversível (se é que já não o alcan-çou). A política bra-sileira é construída com base em esque-mas e chantagens, tornando impossível uma correção mes-mo com reformas radicais, que prova-velmente nem acon-tecerão.Pelo menos, no caso dos vetos, a fraude foi detectada e medi-das ainda podem ser tomadas para con-sertá-la. Mas ainda

restam milhares de casos, dos quais o povo não tem ciên-cia das falcatruas. A leis de transparên-cia são um passo adiante em relação a erradicação da cor-rupção, o difícil que conseguir fazer essas leis vencerem a bar-reira do congresso de forma realmente eficaz.

O efetivo poli-cial em todo o estado é baixo, embora o go-vernador infle o peito para dizer que contratou mais de dois mil militares. O preparo deles também não é lá essas coisas. Policiais aci-ma do peso que passam o dia todo queiman-do combustível com o braço pra fora dos veícu-los e que demo-ram a atender

Editorial

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3

Regime Pós-Laboral: Opção ou Necessidade

O regime Pós-La-boral é uma aposta forte da Univer-sidade Fernando Pessoa e tem vindo a funcionar, com sucesso, ao lon-go dos anos. De acordo com Fer-nando Fernandes, responsável pelo Secretaria da UFP, “o número de alu-nos inscritos no regime noturno ter vindo a diminuir nos últimos anos”, mas mesmo assim continua a ser uma opção válida para os alunos que por uma ou outra ra-zão escolhem o re-gime Pós-Laboral. Por norma, os alu-nos que frequen-tam este regime apresentam o esta-tuto de trabalhador-estudante o que torna a entrada no mesmo como uma necessidade dado que os horários de trabalho se enqua-dram, da melhor forma, no horá-rio pós-laboral que tem início às 18:00h. No entan-to, não deixa de ser complicado poder cumpri-lo pois é ainda cedo para alguns trabalhado-

PEDRO RIBEIRO, UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA

res: “é complicado conseguir cumprir o horário que é realizado pela fa-culdade e o meu trabalho acaba só às 19h”, confirma Daniela Tedim.No entanto, o re-gime Pós-Laboral não é somente fre-quentado por alu-nos trabalhadores-estudantes que seguem este camin-ho por necessidade: existem também os que optam pelo regime pós-laboral por preferirem as

condições em que é processado, bem como o modelo e o ambiente no qual decorrem as aulas noturnas. Como nos diz Tânia Lourenço, estudante de Ciên-cias da Comunica-ção, “durante o re-gime pós-laboral as aulas conseguem ser mais produtivas... São mais dinâmicas uma vez que os alu-nos são mais expe-rientes e exigentes o que torna mais fácil enriquecer as aulas e adquirir conheci-

mentos” Na perspetiva dos docentes, também as diferenças são notadas, principal-mente, pelo esta-tuto pedagógico dos alunos. Essa é uma condição para que o esforço e dedicação ao curso seja real-izada de uma forma mais determinada, como indica o Rui Estrada (áudio) do-cente da UFP e an-tigo coordenador de Ciências da Co-municação. Acres-centando ainda

que, sendo as tur-mas mais pequenas, as aulas tornam-se quase “seminários” criando, assim, uma integração mais fácil para os alu-nos, levando a um melhor aproveita-mento a nível de re-sultados, apesar das dificuldades para o ritmo pedagógico mencionadas pelo Francisco Mesquita Apesar de todas as condições que pre-param o regime Pós-Laboral para quem lá estuda, não deixam de existir al-gumas lacunas sen-tidas pelos alunos. Finalista do curso de Ciências da C s sentidos neste re-gime: “desde logo, o cumprimento dos horários muito difícil, mas requi-sitar o material dos laboratórios da Uni-versidade para re-alizar os trabalhos que nos são pedi-dos também não é fácil... E torna-se, por vezes, compli-cado conseguir-se

marcar reuniões ou aulas tutoriais com os docentes que, ob-viamente, têm me-nos disponibilidade no regime noturno”. Apesar do sucesso, há uma diminuição de alunos inscritos no regime pós-lab-oral pelo que a UFP está a criar condições para combater este decréscimo a reali-zar aulas das 18:00h às 20:00h onde se juntam alunos dos dois regimes. Esta alteração tem como objetivo principal proporcionar a que o ensino se realize de uma forma mais coerente evitando aulas com poucos alunos durante a noite permitindo que o regime con-tinue a abrir possib-ilidades àqueles que, por necessidade ou por mera opção, o utilizem para confir-mar a sua presença no Ensino Superior.

Ambiente da faculdade no regime noturno com poucos alunos e pouco movimento.

Pedro RibeiroPe

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Ribe

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Notícias do Dia

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4 Educação

Risco de endividamento pelo FIES preocupa jo-vens recém-formadosContratos cresceram 33% em 2013, porém, a medida pode transformar a vida de um estudante em um pes-adelo pós-faculdade

O Fundo de Fi-nanciamento Estu-dantil (FIES) é um programa do Mi-nistério da Educa-ção, cuja ideia é f i-nanciar o ingresso de estudantes em faculdades parti-culares. Os benefi-ciados podem rece-ber f inanciamentos que chegam a 50%, 75% ou 100%, con-forme sua renda familiar. Pelo FIES, o estudante paga a faculdade depois de 18 meses de for-mado com juros de 3,4% ao ano. Du-rante o curso, o aluno paga, a cada três meses, o valor máximo de R$50, referente ao paga-mento de juros do f inanciamento.Com mais de R$ 1,6 bilhão em crédi-to, o FIES já apoia e f inancia 871 mil jovens em todo o país. De acordo com dados do go-verno, no primeiro semestre deste ano, 266 mil jovens as-sinaram o contrato para pagar a facul-dade, registrando um crescimento de 33% em relação ao ano anterior, quan-do 176 mil univer-sitários aderiram ao fundo neste mesmo período. Em 2010, apenas 75 mil pediram esse f inanciamen-to do governo para fazer um curso su-perior. A presiden-te Dilma acredita que esse número chegará a 400 mil f inanciamentos até 2014.O aumento é re-sultado das novas regras do fundo; desde 2010, os ju-ros caíram de 6,5% para 3,4% ao ano, a carência para iní-cio do pagamento cresceu de 12 para 18 meses após o término do curso e, para alguns casos, não há mais neces-sidade de f iador. Apenas os bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Eco-nômica Federal)

Kawane Martynowicz

são operadores do programa de f inan-ciamento. O Banco do Brasil anunciou que somou 150 mil contratos este ano, e o volume da car-teira do banco em operações do FIES chega a R$ 14 bi-lhões.Sonho ou pesade-lo?Após realizar o so-nho de passar no vestibular e ingres-sar em uma facul-dade particular, o estudante, mui-tas vezes, acredi-ta que não haverá mais dif iculdades, mas se manter em um curso não é tão simples como parece, principal-mente para quem recorreu ao Fundo de Financiamento Estudantil. Além da mensalidade, há outros gastos como livros, apos-ti las etc. , que apa-recem no decorrer do curso, os quais o aluno terá que pagar. Contudo, o problema maior é quando o estudan-te termina a fa-culdade e percebe que não terá como arcar com o f inan-ciamento e os juros provenientes.Para o Conselhei-ro Regional da En-tidade de Classe dos Economistas ( C O R E C O N - P R ) , Guilherme Hideo Assaoka Hossaka, o grande problema está em como fi-nanciar depois de se formar. “Estar graduado não é ga-rantia de emprego. É dif íci l em início de carreira. Juro de 3,4% é pouco, mas o problema é que Tabela Price é mal-dade, uma forma de pagar, mas com parcela constante. Dá para ver que o negócio endivida bastante e não é trivial. Não é sim-ples chegar a uma conclusão. Eu, par-ticularmente, acho que o programa funciona bem com financiamento par-

cial”, af irma.Antes de fazer um f i n a n c i a m e n t o , o estudante deve analisar bem a profissão escolhi-da, o salário que ele passará a ga-nhar e quanto de sua renda mensal será comprometi-da. A estudante de jornalismo Ales-sandra Becker f i-nancia 100% da fa-culdade, e diz que pretende iniciar o pagamento logo que terminar o curso, para não se complicar no fu-turo. “Depois que acaba a faculdade você tem a opção de começar a pa-gar após 18 meses, mas eu preten-do começar logo quando me formar. Caso meu salário não seja suficien-te, meus pais vão pagar”, af irma.Segundo dados do Sindicato das Fa-culdades Privadas do Estado de São Paulo (SEMESP), a inadimplência no setor de ensino superior no país f icou praticamen-te estável, regis-trando uma ligei-ra queda de 8,46% para 8,43% no ano passado. O que motivou a estabi-lidade foi o FIES, que deslanchou nos últimos anos. Porém, as dívidas começam depois que esses jovens se formam, como no caso do estudan-te Pedro Faustino. Depois de termi-nar a faculdade de Administração no ano passado, ele teve outros gas-tos, e está passan-do por uma grande dif iculdade f inan-ceira. “Além da faculdade, eu f i-nanciei um carro também, daí agora não estou ganhan-do o quanto eu es-perava, e por sorte consegui um em-préstimo dos meus parentes”, conta. Seu irmão, Diego Faustino, começou

a faculdade de En-genharia Mecânica em uma instituição particular no ano passado, mas aca-bou se transferin-do para outra de menor porte este ano, por conta da mensalidade. “Não acho esse FIES uma boa solução, preferi pagar uma mensalidade mais baixa do que me endividar no futu-ro”, explica.Engenharia e Me-dicina são os cur-sos mais benefi-ciados pelo fundo, segundo dados do governo federal. O primeiro pela demanda atual, e o segundo por ser muito caro. Mas é preciso tomar muito cuidado ao f inanciar uma fa-culdade com men-salidade alta, pois, com os juros, ad-quire-se uma dí-vida extensa que pode ou não ser quitada no prazo. “Se você f inancia 100% de um cur-so de R$ 2 mil por mês durante qua-tro anos, chega num financiamen-to de R$ 880 por mês até 2022. Isso é um impacto ex-pressivo na renda de alguém recém-formado”, analisa Hossaka.Além disso, há outros problemas enfrentados por usuários do pro-grama. No ano pas-sado, o site do FIES passou por uma falha, cujas infor-mações de milha-res de estudantes em todo o Brasil f icaram expostas. Dados como nome, endereço e núme-ros de documentos de alunos puderam ser acessados por qualquer pessoa na página, o que ge-rou medo em mui-tos estudantes que temiam que cri-minosos pudessem também ter acesso.

Ensino superiorO último censo

do Instituto Bra-sileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE), realizado em 2010, apontou um crescimento no número de brasi-leiros com ensino superior, que no ano 2000 chega-va a 4,4% e nes-te chegou a 7,9%. O ensino superior continua crescen-do mais do que o ensino médio. O total de pessoas com ensino médio completo cresceu 85%, passando de 14,8 milhões, em 2000, para 27,4 milhões em 2010. Já o total de pes-soas com ensino superior, incluin-do pós-graduados, cresceu quase 97%, passando de 5,4 milhões para 10,6 milhões no mesmo período.Programas de acesso à educação superior como o FIES, o PROUNI, que oferece bolsas nas faculdades pri-vadas, o SISU, que é o Sistema de Sele-ção Unificada para as universidades públicas, as Cotas nas universidades federais e o Ciên-cia sem Fronteiras, que dá acesso a cursos no exterior, foram apontados como os grandes contribuintes para esse aumento.De acordo com Hossaka, esses programas prova-velmente ajudam o estudante. “É um misto de políticas, não só FIES, mas o FNDE (SIGLA) em si cresceu mui-to”, af irma. Segun-do ele, talvez haja uma grande dif i-culdade que en-volve frustração de expectativas. “Você se gradua, se forma e enfren-ta um mercado em que há queda do diferencial sala-rial entre ensino médio e superior. Analistas em co-meço de carreira, por exemplo, ga-

nham muito mal. Só em economia, engenharia, arqui-tetura, medicina e ciências sociais há contra tendência”, f inaliza.

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5Colunistas

Sexta fora de série

2 Broke Girls

Júlia Trindade

Há uma atividade na minha aula de Teo-rias da Comunica-ção na qual os alu-nos devem analisar um documentário (que é relacionado à mídia) e debater sobre o assunto com a turma. A última aula, que foi sobre o humor na mídia bra-sileira, deu o que fa-lar. Realmente, esse é um tópico delicado e há muitas opiniões diferentes sobre o assunto. Essa dis-cussão, porém, não é exclusivamente di-recionada aos humo-ristas. As séries de TV, principalmente as americanas, tam-bém participam des-sa grande polêmica. Afinal, quais são os limites do humor? Quando é que uma piada deixa de der engraçada para ser

tornar um comentá-rio de extremo mau gosto?Para i lustrar melhor esses questiona-mentos, vou anali-sar “2 Broke Girls”, um seriado de co-média no formato sitcom. A história é sobre Max Black (Kat Dennings) e Caroline Channing (Beth Behrs). Max é uma garçonete com dificuldades f inan-ceiras que teve uma infância muito com-plicada por causa de sua mãe ausente. Já Caroline sempre foi rica, mas depois que seu pai é preso acu-sado de um esquema de corrupção, ela perde tudo que pos-sui e precisa recome-çar sua vida do zero. Por isso, Caroline arranja um trabalho como garçonete e

começa a viver junto com Max. O enredo pare-ce promissor, não? Duas mulheres que vivem realidades di-ferentes dividindo o mesmo apartamento e trabalhando para ganhar um salário mínimo. Além disso, Caroline nota as ha-bilidades culinárias de Max e consegue convencê-la de ten-tar abrir um negócio de cupcakes. Para isso elas começam a economizar dinhei-ro, mas não é fácil. No f inal dos episó-dios a série sempre mostra o quanto elas têm de dinheiro. Às vezes quatro episó-dios se passam sem que elas arrecadem um centavo e, em outros, elas também perdem dinheiro. Na primeira temporada

é muito raro elas ga-nharem algum lucro. Apesar de interes-sante, a série é des-perdiçada com pia-das ofensivas e, na maioria das vezes, forçadas. Vocês se lembram de Friends? Sempre que aconte-cia algo engraçado era possível escutar a risada da audiên-cia. Mas a diferença entre as duas séries é que Friends era realmente engraça-do e tinha um hu-mor mais inteligen-te e bem elaborado. Whitney Cummings e Michael Patrick King, criadores de 2 Broke Girls, não foram capazes de fazer algo parecido. Nem chegaram per-to. Quando um per-sonagem fala algo ofensivo, as “risadas” ajudam o telespecta-

dor a perceber que aquilo era uma pia-da e que deveria ser engraçado. Porém, isso não ajudou. A série recebe muitas críticas pelo humor fraco e ofensivo. A única coisa que per-mite que a série f i-

que no ar até hoje é a relação de amizade entre Max e Caroli-ne, o que é a única parte que boa parte do público consegue assistir sem se sentir desconfortável por causa da comédia de quinta categoria.

Moda por aí

Boa influência?

Maiara Yabusaki

A revista Vanity Fair pu-blicou recentemente uma lista das 10 cantoras mais bem vestidas do mundo. Entre elas Florence Wel-ch, vocalista da banda Florence + the Machine, que convenhamos entra nessa lista com méritos pelas belíssimas produ-ções inspiradoras que usa, e Adele que consegue ser linda sempre, mesmo não seguindo o estereóti-po esqueleto a que tantas mulheres se sentem sub-metidas a seguir. Ainda entram na lista Charlotte Gainsbourg, Beyoncé, Carla Bruni, Lou Doil-lon, Lana del Rey, Cheryl Cole, Alicia Keys e (para o meu espanto) Lady Gaga.Concordando ou não com a lista, acredito que essas mulheres são fontes de inspiração para muitas

pessoas, não só de estilo, mas de comportamento também. Artistas e cele-bridades estão expostos de forma tão escancarada que sabemos de cada pas-so que dão, cada atitude que tomam ou roupa que usam, nos fazendo sentir parecidos com eles, às ve-zes até próximos, capazes de fazer as mesmas coi-sas, mas, dependendo de quem vem a sua inspira-ção, o resultado pode não ser positivo.Digo isso porque de uns tempos pra cá Miley Cyrus voltou. E voltou completamente diferente daquela a quem estáva-mos acostumados. Além do estilo e do corte de cabelo ela resolveu ser um pouco mais radical. Passou a cantar músicas mais insinuantes, dançar de forma mais apelativa e

usar, ou melhor, não usar roupas. Porém com um poder de influência sobre os jovens mais forte do que nunca.Miley é maior de idade e completamente cons-ciente de seus atos, se ela não quer mais ser lembrada como Hanna Montana ou o que quer que seja, quem sou eu para julgá-la. O problema é como ela quer mostrar para todos que aque-la menininha das séries cresceu.Ela é inegavelmente uma figura pública, figura essa que serve de espelho para inúmeras garotas em todo o mundo, que uma hora tinham como ícone a atriz da série Disney e agora a veem rebolando no palco de lingerie can-tando uma música que denigre a imagem das

mulheres tanto quanto a sua dança. Miley ain-da foi escolhida esse ano como Style Icon no Teen Choice Awards 2013, pe-los próprios adolescentes, o público a quem mais influência.Agora eu pergunto, se Miley Cyrus é o ícone de estilo dessa nova geração que vem por aí, que boa influência ela está pas-sando? Ela apenas ema-greceu horrores e tirou a roupa para fazer um clipe, não é assim que se fazem divas, me perdoem os fãs.Mas não, nem tudo está perdido como parece. Ainda temos aquelas mu-lheres da lista, aquelas que realmente são inspiração de estilo e atitude, as que um dia poderei chamar de divas da minha ju-ventude. Modinhas não

duram muito, essa versão de Miley Cyrus tão pouco durará, uma hora ou ou-tra ela verá o quão lamen-tável foram essas atitudes, ou assim esperamos.

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NOTÍCIANTIGANo dia 13 de setembro de 1996, morreu Tupac Ama-ru Shakur, mais conhecido pelos seus nomes artísticos 2Pac, Makaveli ou apenas Pac. Críticos e membros da indústria fonográfica o nomeiam como o maior rapper de todos os tempos. Em 2010, ele já havia vendi-do pelo menos 75 milhões de cópias pelo mundo. Além de ser músico, Tupac também foi ator e ativista social. A maioria das suas canções trata sobre como crescer no meio da violên-cia e da miséria nos guetos, o racismo, os problemas da sociedade e os conflitos com os outros rappers.Na noite de 7 de setembro de 1996, Shakur foi assistir a uma luta de boxe entre Mike Tyson e Bruce Sel-don, no MGM Grand Las

Vegas. Após deixar a par-tida, um dos associados a Suge,Orlando Anderson, um membro da Southside Crips, discutiu com o ra-pper na portaria do giná-sio, e os dois agrediram-se. Mais tarde naquela mesma noite, um Cadillac branco, modelo antigo, com um número de ocupantes des-conhecido, se aproximou da BMW, abaixou o vidro da janela e disparou cerca de doze ou treze tiros con-tra Shakur. Ele foi atingido por quatro deles, acertando um na cabeça, dois na viri-lha e um na mão. Após ter sobrevivido a uma série de cirurgias, inclusive a da re-tirada do pulmão direito, mal-sucedida, Shakur sub-meteu-se a fase crítica da terapia médica, e foi dada uma chance de 50% de con-

tinuar vivo. Enquanto a Te-rapia Intensiva estava a ser realizada na tarde de 13 de setembro de 1996, Tupac faleceu de hemorragia in-terna; os médicos tentaram reanimá-lo mas não con-seguiram impedir a propa-gação da hemorragia.Sua mãe, Afeni tomou a decisão de informar aos médicos para desligarem os apare-lhos. Foi declarado morto às 16:03. As causas oficiais da morte foram descritas como insuficiência respira-tória e parada cardiorrespi-ratória, além dos múltiplos ferimentos das balas. O corpo de Shakur foi crema-do. Mais tarde, um pouco de suas cinzas foram mis-turadas com maconha e fumadas por membros do grupo Outlawz.

O que fazer em Curitiba?Exposição “Consiente do Inconsciente” no MASAC

De 8 de agosto a 3 de novembro, no Masac – Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba (Largo da Ordem - Setor Histórico), tem a exposição São Fran-cisco de Assis – O Homem Atemporal, com escultu-ras da artista plástica Nilva Rossi.

Museu de Arte Contemporânea

Até dia 23 de setembro no Museu de Arte Contem-porânea (Rua Desembargador Westphalen, 16) ficam as exposições “Cor, Cordis”, com obras do acervo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná; e axposi-ção “Lugar inComum”, das artistas Erica Kaminishi, Julia Ishida e Sandra Hiromoto. Informações: (41) 3323-5328 e 3323-5337.

Teatro Novelas Curitibanas

De 23 de agosto a 29 de setembro, no Teatro Novelas Curitibanas (Rua Carlos Cavalcanti,1222 – São Fran-cisco), tem apresentação do Espetáculo teatral Cro-nópios da Cosmopista – Um antimusical psicodélico, do Coletivo Portátil do Theatro de Alumínio. Infor-mações: (41) 3222-0355.