lona 773 - 16/05/2013

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Página 2 Após a polêmica gerada pelo vazamento dos nomes de usuários do aplicativo Bang wiht friends, Pedro Garcia comenta o rumo que a pri- vacidade dos internautas está tomando com a popu- larização cada vez maior das redes sociais. Privacidade “A sensação de desordem se une a uma sensação de tentativa de impunidade por aqueles lados também, com outra PEC, essa de número 37, a qual pretende tirar do Ministério Público (MP) o poder de investigação criminal”, Bruna Bozza. Política O que fazem os estudantes de jornalismo depois de for- mados? Saiba por onde anda a ex-aluna Silvia Guedes. Por onde anda? No dia 16 de maio de 1929, o fatídico ano em que a bolsa de Nova Iorque quebrou, acontecia a primeira edição da que hoje é a premiação mais popular do cinema americano, o Oscar. A es- tatueta da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos foi dada pela primeira vez nas doze categorias (que hoje são 24). Página 6 lona.redeteia.com Mais informações: www.simepar.br Quinta-feira, 16 de maio de 2013 Parcialmente nublado com chuvas e trovoadas Mín. Máx. 14ºC 20°C Curitiba Ano XIV Edição 773 NOTÍCIA ANTIGA Colunas Em sua coluna de teatro de hoje, Larissa Mayra co- menta a peça Amores Difí- ceis, que está em cartaz no Teatro Novelas Curitiba- nas até domingo. Teatro Moda “Padrão não só no modo de vestir, mas também no modo de falar, no modo de agir, e o mais cruel de todos: a forma do seu corpo”, Elana Borri. Página 5 Segundo dados do sindicato de taxistas do Paraná, as mulheres repre- sentam 5% do total de motoristas de táxis no estado. Mesmo que não haja manisfetações contra mulheres trabalhando como taxistas, existem usuários que priorizam veículos guiados por homens. Página 4 Lei obriga crianças a irem à escola a partir dos 4 anos Antes da reformulação da lei, a idade míni- ma era de seis anos. Mesmo assim, 8o% das crianças de quatro anos já estão matrícula- das em colégio. O objetivo da lei é fazer com que o restante das crianças da mesma faixa etária iniciem sua formação. Pais e profes- sores demonstram reações divididas sobre a decisão. Página 4 Mulheres taxistas Projeto Tudo Aqui Paraná gera atrito entre Cássio Taniguchi e Tadeu Veneri Arnaldo Alves/ANPr O projeto defendido por Taniguchi está suspenso para que maiores esclarecimentos sejam dados A proposta do projeto, proposto pela Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral do Paraná, é reunir o atendimento de diversos órgãos como Copel, DETRAN, polícias Civil e Federal, Banco do Brasil e os Correios. O principal fator divisor de opiniões é o alto valor de investimento para tornar possível o projeto. O valor estimado para implantação, que será feito por um empresa terceirizada, é de três bilhões de reais, que será pago mensalmente por 25 anos à empresa que realizar o trabalho. Página 3

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO

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Page 1: LONA 773 - 16/05/2013

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Após a polêmica gerada pelo vazamento dos nomes de usuários do aplicativo Bang wiht friends, Pedro Garcia comenta o rumo que a pri-vacidade dos internautas está tomando com a popu-larização cada vez maior das redes sociais.

Privacidade

“A sensação de desordem se une a uma sensação de tentativa de impunidade por aqueles lados também, com outra PEC, essa de número 37, a qual pretende tirar do Ministério Público (MP) o poder de investigação criminal”, Bruna Bozza.

Política

O que fazem os estudantes de jornalismo depois de for-mados? Saiba por onde anda a ex-aluna Silvia Guedes.

Por onde anda?

No dia 16 de maio de 1929, o fatídico ano em que a bolsa

de Nova Iorque quebrou, acontecia a primeira edição da que hoje é a premiação mais popular do cinema

americano, o Oscar. A es-tatueta da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos foi dada pela primeira vez nas doze categorias (que hoje são 24).

Página 6

lona.redeteia.com

Mais informações: www.simepar.br

Quinta-feira, 16 de maio de 2013

Parcialmente nublado com chuvas e trovoadas

Mín. Máx.

14ºC20°C

Curitiba

Ano XIVEdição 773

NOTÍCIA ANTIGA

Colunas

Em sua coluna de teatro de hoje, Larissa Mayra co-menta a peça Amores Difí-ceis, que está em cartaz no Teatro Novelas Curitiba-nas até domingo.

TeatroModa

“Padrão não só no modo de vestir, mas também no modo de falar, no modo de agir, e o mais cruel de todos: a forma do seu corpo”, Elana Borri.

Página 5

Segundo dados do sindicato de taxistas do Paraná, as mulheres repre-sentam 5% do total de motoristas de táxis no estado. Mesmo que não haja manisfetações contra mulheres trabalhando como taxistas, existem usuários que priorizam veículos guiados por homens.

Página 4

Lei obriga crianças a irem à escola a partir dos 4 anos

Antes da reformulação da lei, a idade míni-ma era de seis anos. Mesmo assim, 8o% das crianças de quatro anos já estão matrícula-das em colégio. O objetivo da lei é fazer com que o restante das crianças da mesma faixa etária iniciem sua formação. Pais e profes-sores demonstram reações divididas sobre a decisão.

Página 4

Mulheres taxistas

Projeto Tudo Aqui Paraná gera atrito entre Cássio Taniguchi e Tadeu Veneri

Arnaldo Alves/AN

Pr

O projeto defendido por Taniguchi está suspenso para que maiores esclarecimentos sejam dados

A proposta do projeto, proposto pela Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral do Paraná, é reunir o atendimento de diversos órgãos como Copel, DETRAN, polícias Civil e Federal, Banco do Brasil e os Correios. O principal fator divisor de opiniões é o alto valor de investimento para tornar possível o projeto. O valor estimado para implantação, que será feito por um empresa terceirizada, é de três bilhões de reais, que será pago mensalmente por 25 anos à empresa que realizar o trabalho.

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P2 Quinta

OPINIÃO

ReitorJosé Pio Martins

Vice-Reitor e Pró-Reitorde Administração

Arno Gnoatto Pró-Reitora Acadêmica

Marcia SebastianiCoordenadora do Curso de Jornalismo

Maria Zaclis Veiga Ferreira Professor-orientador

Ana Paula MiraEditores-chefes

Júlio Rocha e Marina GeronazzoEditorial

Júlia Trindade

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba -PR CEP 81280-30Fone: (41) 3317-3044.

EditorialO panterão do PSC

maio, 2013

Por Onde Anda?

Bruna Bozza

Não é de hoje que escândalos, equívocos, confusões e polêmicas vêm movimentando o país. Quando você acha que a coisa já está feia na saúde, na justiça, na educação, que a corrupção é certa e que a coisa não pode piorar, querem enfiar “goela abaixo” do povo brasileiro duas PECS a 33 e a 37. A primeira quer Emendar à Constituição e submeter as decisões do Judiciário ao Congresso. Ou seja, impões limites ao STF que deixará de ter a última palavra quando o assunto é constituição.Protocolada em 2011,

encontra-se atualmente parada. E se for aprovada altera três artigos da

constituição federal. Com tais alterações passaria a ser necessário o voto de quatro quintos dos membros dos tribunais para que uma lei seja considerada inconstitucional.No que se refere

ao Supremo, seriam necessários os votos de nove dos 11 ministros (em vez de seis, como atualmente). Quando questionada a legalidade de emendas à Constituição Federal, a decisão do Supremo não seria mais definitiva. Depois do julgamento pelo STF, o Congresso teria de dizer se concorda ou não com tal decisão. Caso discorde, o assunto deverá ser submetido a

plebiscito.Seria uma transferência

de poder do Supremo para o Congresso quanto à aprovação de súmulas vinculantes, o que obrigaria juízes de todos os tribunais a seguirem um único entendimento acerca de normas cuja interpretação seja objeto de controvérsia no Judiciário. Para a aprovação de uma súmula, o Congresso dependeria do voto favorável de pelo menos 257 deputados e 41 senadores.O que essas mudanças

causam ao país, além de uma clara tentativa de burlar ainda mais o sistema e tornar mais fáceis as coisas pra quem está acima da população? Se aprovada, tal

emenda provocará uma contradição quanto às funções nos três poderes; o Brasil, que em muitos anos foi terra de ninguém, continuará pelo mesmo caminho. O poder estará concentrado nas mãos de pessoas específicas e não de quem deveria: o povo. Mas não para por aí. A

sensação de desordem se une a uma sensação de tentativa de impunidade por aqueles lados também, com outra PEC, essa de número 37, a qual pretende tirar do Ministério Público (MP) o poder de investigação criminal. Ela prevê a exclusividade das investigações criminais às Polícias Federal e Civil, o que gera a pergunta: e quem fiscalizaria esses

órgãos? O MP passaria a mero

espectador das barbáries e roubos que acontecem no país, sem poder intervir. O autor desse projeto é o deputado federal Lourival Mendes Fonseca Filho (PT do B-MA), que a meu ver não conhece o significado da palavra impunidade. Se aprovada, a PEC 37 daria sim a chance que queríamos para chamar nosso país de CIRCO. Duas emendas

aprovadas, com um claro ar de “politicagem barata”, que podem não só significar o retrocesso do Brasil, como o começo de uma nova onda, agora “menos culpada” de corrupção e impunidade.

Pedro Garcia

Silvia Chandoha Pessoa Guedes

Pec’s...plocs, BUM!

O vereador Rogério Campos (PSC) apresen-tou nesta segunda-feira (13) um projeto de lei que destina 20% da frota de ônibus nos horários de pico exclusivamente para mulheres. Segundo Campos, que tentou ex-tinguir a URBS no início deste ano, o objetivo do ônibus cor-de-rosa é evi-tar casos de abuso dentro dos veículos públicos. A notícia gerou polêmica não só em Curitiba, mas no Brasil inteiro, que se

envolveu na discussão do assédio sexual.Há muitas falhas a serem analisadas no projeto, que é semelhante aos vagões de metrô exclusivos para mulheres no Rio de Ja-neiro. A primeira delas é a segregação. A proposta representa um retrocesso significativo em relação ao que as mulheres con-quistaram até hoje. Se a fonte do problema é o estuprador, o governo de-veria garantir a punição severa deste criminoso.

Afinal, quem deve mudar é o algoz, não a vítima.Outro equívoco alar-mante é a total indife-rença com a atual situa-ção do transporte público de Curitiba. A capital já está tendo que arcar com os gastos do projeto do metrô, cujo desenvolvi-mento teve que ser re-pensado recentemente. Além disso, o sistema de transporte coletivo en-frenta um grave prob-lema: o número de frotas e de funcionários quase

não consegue suportar a demanda de passageiros na cidade. Isso implica o baixo rendimento de mo-toristas e cobradores, a insatisfação da população e, consequentemente, a má qualidade do serviço prestado.Com tantos transtornos envolvendo o assunto, uma proposta que ofereça uma verdadeira melhoria no transporte e uma cam-panha séria que faça com que a sociedade respeite a mulher da maneira como

ela merece seriam muito bem-vindas. Em vez dis-so, um projeto de lei ab-surdo que em nada ajuda a mudar a mentalidade machista da sociedade é apresentada. Essa ati-tude de buscar a solução mais rápida sem pensar em impactos sociais e econômicos é um reflexo da carência de profun-didade e conhecimento político do PSC, que em-basa suas propostas basi-camente em fundamen-talismo religioso.

Acervo Pessoal

O app do sexo e sua falta de privacidade O aplicativo para Facebook, Bang With Friends, prome-tia deixar muitas pessoas felizes com a possiblidade de conseguir encontros sexuais de forma privada e discreta. Ele funciona da seguinte maneira: uma lista de amigos será mostrada, você escolhe alguns deles e, se os dois estiverem a fim de um encontro, será man-dado um e-mail para as duas partes comunicando o interesse mútuo.O slogan do Bang With Friends é “Seus amigos nunca saberão se você está interessado por alguém, a não ser que um deles tam-bém esteja”. Ou seja, se al-gum de seus amigos não tivesse segundas intenções com você, sua privacidade estaria intacta. Teorica-

mente.Infelizmente (ou feliz-mente, depende do ponto de vista) ocorreu um erro no aplicativo e, acessando um link especifico, era possível visualizar todos os seus contatos que o uti-lizavam. Algumas polêmi-cas surgiram devido a isso, muitas pessoas compro-metidas estavam envolvidas com o app, e as redes so-ciais (me aventuro a dizer: principalmente o twitter) começaram uma chacota em massa.A empresa que desenvolveu o aplicativo comunicou “Nós levamos a questão da privacidade muito a sério no Bang With Friends, e a maioria dos usuários não terão seus dados expostos. Se você instalou o aplica-

tivo depois de janeiro, pode ter certeza de que não apa-recerá no Facebook (a não ser que você mude suas configurações de privaci-dade)”.O assunto privacidade den-tro de redes sociais gera polêmica desde os tempos do Orkut. Neste caso, não é diferente, o aplicativo em questão apenas errou ao adicionar discrição e privacidade como uma de suas qualidades. O erro foi da empresa. Obviamente, deveriam ter certificado melhor a sua programação e feito os reparos corretos em tempo, antes de acon-tecer toda essa baderna.Quanto aos usuários, as pessoas são livres para deci-dir o que é bom e o que não é para si próprias, e se es-

colheram tentar conseguir sexo pelo Facebook, que o façam, só tem que existir a consciência de aguentar as consequências por essa escolha. Para alguém que é comprometido, elas podem ser bastante graves: fim de namoro, divórcio e afins. Pra que correr o risco de terem provas pra usarem no tribunal em uma possível briga jurídica? Meu con-selho: vai pra uma balada ou para um bordel. Já para os solteiros, elas são mais leves, no máximo o sarro exagerado, e provavelmente cheio de humor negro, dos amigos.Anos e anos de repressão sexual, sem entrar nos mo-tivos de ela existir para não gerar brigas, e aqui estamos, em uma era em que a sexu-

alidade nunca foi tão livre, porém, o julgamento de quem usou esse aplicativo, assim mesmo, foi quase que instantâneo. É da natureza humana julgar, ter precon-ceitos e até dá pra mudar isso, mas não será de uma hora para outra.Eu confesso que quando cliquei naquele link para a lista dos meus amigos usuários do Bang eu quase enfartei de tanto rir, e sim eu julguei as pessoas. De-pois da crise de gargalhadas que parecia infindável, eu parei para pensar e cheg-uei à seguinte conclusão: eu não deveria julgar as pes-soas por estarem exercendo sua liberdade sexual, todos merecem sentir-se satisfei-tos com seus prazeres, cada um do seu jeito.

Ainda na faculdade, fiz estágio na assessoria da Inter-com, da Secretaria do Meio Ambiente (de observação e por um curto período) e da Polícia Militar, quando amadu-reci profissionalmente. Foi difícil aceitar a realidade de aguardar um cargo comissionado para continuar na PM ou buscar outro emprego. Seis meses sem saber para onde ir. Pensei em mestrado, mudar de profissão, currículo para lojas em shoppings... Mas fui indicada, fiz testes e entrei na comunicação do Coritiba Foot Ball Club. Faz dois anos que vesti a camisa e faço um pouco de tudo no setor, mas minha função principal é a manutenção do site e a edição das revistas do clube. É uma rotina desgastante, mas ao mesmo tempo apaixonante pela imprevisibilidade do fute-bol. E ver o time para o qual você trabalha sendo campeão é uma delícia, dá um ânimo a mais. Que venha a Copa do Brasil, que este ano é nossa.

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GERALQUINTA16 MAIO, 2013P3

Projeto Tudo Aqui Paraná gera conflito entre opositores políticosTadeu Veneri discorda principalmente do valor da proposta de centralização de serviços

JOÃO LEMOS

O projeto Tudo Aqui Paraná, que está suspenso desde o dia 4 deste mês tem o objetivo de concentrar 171 serviços públicos em um único local de sete municípios, sob a administração de uma empresa privada, oferecendo à população acesso fácil a um atendimento de qualidade. A medida tomada pelo governo do estado suspende por tempo indeterminado a licitação para a criação das nove unidades no Paraná, sob a alegação de que é necessário mais tempo para esclarecer o projeto.O motivo da suspensão

do Tudo Aqui Paraná, da Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral do Paraná (SEPL-PR), é a polêmica que ele tem criado. A bancada da oposição na Assembleia Legislativa (AL), que é liderada pelo deputado Tadeu Veneri (PT), questiona o conceito da proposta, afirmando que, além de o valor para a sua efetivação ser muito alto – R$ 3 bilhões -, ela foi elaborada com base em estudos inconsistentes.De acordo com Veneri,

que acompanhou a última audiência na Assembleia realizada pelo secretário de Planejamento, Cássio Taniguchi (PSDB), as pesquisas realizadas para o Tudo Aqui Paraná superestimam os atendimentos que seriam realizados em Curitiba. Conforme ele explica, o próprio Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) afirmou que os dados contidos na planilha do programa podem estar exagerados.Para o petista, o projeto, que

consiste em uma parceria público-privada (PPP) e que, portanto, será administrado também por uma empresa particular, está superfaturado e tem indicativos de corrupção. “Não é necessário privatizar um serviço que o Estado já executa. Além disso, o projeto implica benefícios para o agente privado e prejuízos para o agente

público”, declara.O deputado reconhece que a

iniciativa do projeto é positiva, mas diz que a forma como ele tem sido desenvolvido é inadequada. Segundo ele, o ideal seria que houvesse o envolvimento somente de servidores públicos, como acontece em outros estados, como o da Bahia e o de Minas Gerais, que já há algum tempo tiveram implantados programas semelhantes ao Tudo Aqui.“Em outros estados, esses

serviços são feitos com a supervisão do próprio governo e a preços mais baixos”, completa. Veneri ainda satiriza a declaração de Cássio Taniguchi, de pretender, dentro de cinco anos, substituir o atendimento presencial do Tudo Aqui pelo eletrônico. Para ele, o conceito do projeto é obsoleto e, por isso, essa ação não seria possível.O deputado diz, ainda, que

recebeu ontem (15) toda a documentação referente ao processo de ação cautelar que solicitou ao desembargador Abraham Lincoln Calixto, do Tribunal de Justiça. A ideia, segundo ele, é conseguir o cancelamento do projeto.

O outro lado

De acordo com a assessoria do secretário Cássio Taniguchi, o orçamento do Tudo Aqui não é excedente, pois foi realizada uma análise de viabilidade financeira e econômica: “A modelagem do projeto foi exaustivamente trabalhada justamente para não haver sobre custos”. De acordo com ela, as irregularidades que a oposição aponta são a maneira encontrada para criar polêmica e negação por parte da sociedade.A assessoria do secretário

também afirma que a comparação que o deputado Tadeu Veneri faz entre a iniciativa daqui e a de outros estados é insustentável, pois ela não considera a qualidade da estrutura de prestação de

serviço. “Minas Gerais possui unidades de atendimento cujo custo por usuário é 80 centavos mais barato do que o modelo daqui, mas as centrais mineiras possuem uma oferta de 108 serviços a menos do que o paranaense”, exemplifica.Sobre a necessidade de

privatizar a proposta, a assessoria diz que executar o projeto por meio dos procedimentos tradicionais (sem a Parceria Pública Privada) levaria mais tempo e acarretaria riscos ao poder público. “Com a PPP, o Estado concentra a atenção na qualidade e eficiência da prestação de serviço público”, completa.O dinheiro previsto para

a realização do Tudo Aqui, esclarece a assessoria, são recursos do Tesouro do Estado, instituição que disponibiliza créditos para a realização de obras de interesse público.

Entenda o projeto

Conforme o site oficial do Governo do Estado, o Tudo Aqui tem como objetivo aperfeiçoar e valorizar o atendimento ao cidadão, por meio da implantação de unidades de atendimento em pontos estratégicos, de modo a facilitar o acesso do cidadão aos serviços centralizados. Com a privatização, ficará a

cargo da empresa vencedora da licitação realizar toda a administração das centrais

de atendimento, que envolve a gerência de filas, a limpeza, a segurança e a manutenção, entre outros. Enquanto o projeto vigorar, durante os próximos 25 anos, o Estado pagará mensalmente cerca de R$ 10 milhões ao parceiro privado pelo serviço prestado.Entre os serviços a serem

oferecidos estão Sanepar, Copel, DETRAN, Polícia Civil, PROCON, Banco do Brasil, Polícia Federal, Correios, COHAB, Vigilância Sanitária e URBS. O valor do programa (R$ 3 bilhões) foi determinado com base em estudos realizados em 2011, que estipularam as demandas de atendimento previstas nas Centrais de Atendimento. As cidades que receberão um Tudo Aqui são Curitiba, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Cascavel, Ponta Grossa e Guarapuava.A assessoria da SEPL diz

que, conceitualmente, não há diferenças entre o Tudo Aqui e o trabalho que já é desenvolvido na Rua da Cidadania, em âmbito municipal. Segundo ela, porém, em termos de qualidade de prestação de serviço e monitoramento de demanda, por exemplo, a estrutura do Tudo Aqui é maior.

Licitação

O processo de licitação que decide qual empresa administrará o Tudo Aqui já está acontecendo, mas foi

suspenso por determinação do Governador Beto Richa. Segundo a assessoria do secretário Taniguchi, assim que autorizado, o processo continuará nos termos da lei.As empresas que entrarão

na disputa serão conhecidas somente uma hora antes do julgamento da licitação. O deputado Tadeu Veneri, no entanto, acredita que, por conveniência dos gestores do projeto, somente a empresa Shopping do Cidadão (ou associadas a ela) tem chance de vencer a disputa. O Shopping Cidadão foi a única a se apresentar para realizar os estudos de viabilidade do programa.

Conflito político: Tadeu Veneri versus Cássio Taniguchi

O secretário de Planejamento e Coordenação Geral do Paraná, Cássio Taniguchi (PSDB), e o líder da oposição na Assembleia Legislativa, deputado Tadeu Veneri (PT), divergem sobre o projeto Tudo Aqui Paraná, que prevê a centralização de serviços públicos. Para o petista, o orçamento do programa está supervalorizado, pois se baseia em dados incoerentes. Taniguchi, no entanto, afirma que os custos do Tudo Aqui são aceitáveis, pois foram estipulados com base em exaustiva análise de viabilidade financeira.

O Parque Estadual do Monge é um dos principais pontos turísticos da cidade histórica Lapa. O fechamento para revitalizações em 2009 está gerando revolta en-tre os lapeanos. O vereador Célio Guimarães está ativo na movimentação contra o fim do descaso para com o parque e deu um entrevista para o Lona sobre o assunto.

Lona: Como ocorreu o fe-chamento do parque?

Célio Guimarães: O fecha-mento ocorreu no início de 2009 para a retirada das ár-vores exóticas (pinus e eu-caliptos) com pouca divul-gação e informação para a população e turistas. Nem

placa existia na época, di-zendo que o parque estava fechado. Os turistas “batiam a cara na porta”. Lona: Como o fechamento impactou a cidade Lapa?

CG: Fecharam o que a Lapa tinha de mais sagrado com a promessa de revitalização, de melhorar as condições para a visitação. Com isso, milhares de turistas deixaram de fre-quentar nossa cidade. Restau-rantes existentes no parque foram fechados e artesãos perderam um excelente local de vendas de seus produtos. Lona: Os prazos para o término da obra foram adi-ados várias vezes, como isso

aconteceu? Quais foram as justificativas?

CG: As obras foram dividi-das em duas fases. A primei-ra compreendia a elimina-ção das árvores exóticas, a construção dos banheiros, mirante, passarelas e recepti-vo. Na segunda, localizada no início da escarpa devoniana, seria instalado restaurante, lanchonete, áreas de lazer, es-tacionamento etc. A primeira fase era para ser concluída quando o parque comple-tasse 50 anos, em fevereiro de 2010. Todavia, um contrato foi assinado em novembro de 2010 com uma empresa que teria 210 dias para con-cluir essa etapa. Ainda esta-mos nessa primeira fase com

obras inacabadas. Lona: Atualmente, qual é o prazo que foi dado para o fim das obras?

CG: Depois de várias reuniões com o IAP, agora o órgão não fala mais em pra-zo, pois até agora não cum-priu nenhum. Lona: Qual é a reação do povo Lapeano? Eles estão reagindo? De que forma?

CG: Desde o início das con-versas sobre a revitalização, existiu um conselho em que participavam membros da comunidade. Porém, o des-caso era tão grande que as pessoas desistiram de partici-

par. Em 2009, promovi uma audiência pública na Câmara, pois os prazos para início já tinham estourado. Procura-mos todos os responsáveis, fizemos protesto, abaixo as-sinado entregue nas mãos do governador Pessuti, colo-camos outdoor, chamamos imprensa. Estamos exigindo respeito por nossa cidade. Nosso local sagrado merece comprometimento por parte do governo do estado. No início deste ano, fomos nova-mente conversar com o presi-dente do IAP que nos infor-mou estar providenciando o reinício das obras. Porém, até agora não nos informaram mais nada. Vamos fazer mais protestos em breve.

Atraso nas obras do Parque do Monge incomoda habitantes da LapaJÚLIO ROCHAEm entervista ao Lona, o vereador lapeano Célio Guimarães comenta a situação do parque

Arnaldo Alves/AN

Pr

Cássio Taniguchi esclareceu que as centrais que o Governo do Estado quer implan-tar vão facilitar o acesso do cidadão a serviços federais, estaduais e municipais.

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QUINTA16 MAIO, 2013

P4 Educação

Mais de dez anos depois de começarem a atuar no ramo, apenas 5% da frota de táxis de Curitiba são mulheres; esse número aumentou 162% de 2008 para 2012

Mulheres que trabalham como taxistas ainda sofrem preconceito diariamente em Curitiba

Comportamento

Crianças devem ficar na escola obrigatoriamente a partir dos 4 anos e isso não deixa pais de alunos muito contentes

Mudança na lei altera tudo na escolaridade de crianças

Na sexta-feira dia 05 de abril o governo repu-blicou a lei de nº 12.796 com algumas alterações. Antes essa lei previa que crianças deveriam ser matriculadas nas escolas a partir dos 6 anos e agora passa ser aos 4 anos de idade, com isso tornou-se obrigatório para a criança não apenas os ensinos fundamental e médio, mas também a pré-escola. Em 2009, nessa mesma lei, foi implantado um artigo que exigia que municípios oferecessem gratuitamente o ensino a partir dos 4 anos, sem ter a obrigatoriedade das pes-soas em matricular seus filhos. Cerca de 80% das crianças em todo o Brasil já estão matriculadas, o objetivo com essa emenda na lei, é que esses 20% res-tantes também tenham o ensino até 2016.Libera Beatriz, pedagoga da creche CAIC Cândido Portinari, acredita que para as crianças de quatro

anos ficar na creche sig-nifica estar muito longe da família desde novinhas, diz também que a criança já nessa idade consegue produzir em sala de aula “aprendem a se relacionar e tem contato com a lin-guagem artística por esse lado é bom e para os pais que precisam trabalhar também”, Libera diz que a lei foi mal pensada e que as escolas são vistas de fora, “Eles precisam rever o currículo das escolas, a proposta pedagógica e a formação dos professo-res”. Já para os pais de alu-nos, a lei foi bem-vinda, porém não acreditam que tal mudança cause uma melhoria na educação. É o caso de Francielli Correa que matriculou seu filho Cauê, mas não acredita que o fato de ele estar na escola a partir dos 4 anos faça alguma diferença. “Matriculei o Cauê na pré-escola mas não es-tou vendo resultado ne-

nhum, ele vai lá e só brinca, como ainda é muito peque-no; já minha sobrinha que tem 7 anos começou ago-ra a alfabetiza-ção e já está na escola há um bom tempo.”A pergunta que fica aos pais de alu-nos é se con-seguirão ou não matricu-lar seus filhos. Segundo Marcos Rogério, o que mais o preocupa com relação a essa lei é não ter vagas em todas as esco-las. “Se antes que não era obrigatório já era com-plicado matricular nossas crianças, fico imaginando como ficará agora que é obrigatório”.Em 2009, o número de crianças da pré-escola matriculadas em todo o Paraná era de 181.554. Dois anos depois, esse

número subiu para 448.989 e a expectativa é de que até 2016 o aumen-to seja de 100% de crian-ças nessa faixa etária ma-triculadas.O ensino das crianças fun-cionará diferentemente do resto dos estudantes. Para os pequeninos a car-ga horária mínima será de 4 horas diárias para quem estudar em apenas um turno e de 7 horas para quem estudar o dia inteiro, totalizando 800

horas por ano e distribuí-das em 200 dias. Outra mudança é que a frequên-cia das crianças deverá ser controlada, sendo exigido o mínimo de 60% de par-ticipação do aluno no to-tal de horas.O aluno ainda deverá ser acompanhado pelo pro-fessor como se estivesse em uma escola normal. As crianças deverão fazer uma avaliação que regis-tre seu desenvolvimento.

A partir dos anos 40, após o início da revolução feminista, as mulheres passaram a reivindicar seus direitos e buscar por igualdade no mercado de trabalho. Uma das pro-fissões majoritariamente exercida por homens é a de taxista. A primeira rá-dio taxi do Brasil começou em 1976, em Curitiba, no entanto há apenas pouco mais de dez anos as mul-heres começaram a atuar nesse ramo no país.

Roseli de Almeida, de 36 anos, começou a trabalhar como taxista há quatro anos. Entrou no ramo por falta de opção, já que nun-ca terminou o ensino mé-dio e tinha como exemplo em casa seu pai que foi taxista por 43 anos.

“Depois que meu pai mor-reu, há quase cinco anos, eu me vi numa situação complicada na minha vida, porque não tinha emprego fixo e tinha que sustentar minha mãe, que na época estava muito doente.”

No entanto, o início não foi fácil. Ela passou a usar o carro que seu pai havia deixado para ela e con-tinuou no mesmo ponto onde ele trabalhava, mas por uma coisa ela não es-

perava: o preconceito. Se-gundo ela, quando uma pessoa chega no ponto para pegar um táxi, ela imediatamente estranha a presença de uma mul-her: “Ninguém espera uma taxista, e como o machismo ainda é muito forte, alguns desistem simplesmente porque sou mulher”. Para ela, seu emprego é como outro qualquer, a única diferen-ça é que ela própria pode estabelecer seus horários: “Eu faço um plantão de 24 horas, e depois fico outras 24 horas sem trabalhar”.

De acordo com o Sindica-to dos Taxistas do Estado do Paraná (Sinditaxi-PR), o número de mulheres taxistas em Curitiba é de 5% do total ativas, e out-ros 10% que são viúvas ou herdeiras da permissão. Segundo eles, não há ne-nhum tipo de manifesta-ção contra a participa-ção das mulheres nesse

exercício, porém muitos usuários priorizam a uti-lização de táxis cujo mo-torista seja um homem.

As taxistas sofrem mui-tos preconceitos por parte dos usuários, mas os problemas não param por aí. Existem relatos de mulheres que são ataca-das e violentadas durante as corridas. Em entrevista, o taxista Marcelo Novaes disse que muitas taxistas sofrem esses desrespeitos, mas não denunciam por falta de provas ou por não terem a concessão.

Por mais que a presença feminina nesse ramo não seja muito grande, uma pesquisa do Departa-mento de Transportes Pú-blicos (DTP) indica que o número de mulheres taxistas nos últimos cinco anos aumentou em 162%.

Para o estudante Matheus Mocellin, que utiliza táxi

para se locomover pela cidade, a presença da mulher nesse trabalho é natural. Segundo ele, a tendência é que elas façam parte de todos os setores.“Sempre que saio de casa utilizo táxi ou ônibus, quando estou voltando do bar ou da balada fico até mais tranquilo quando a motorista é mulher, pois as considero mais cui-dadosas no trânsito”.

Solução na ÍndiaNa Índia, devido aos fre-quentes ataques violentos a mulheres nas ruas e nos meios de transporte pú-blico, uma pequena com-panhia de táxis passou a oferecer um serviço em que só mulheres trabal-ham para atender mul-heres. A empresa chama-da Táxis de Mulheres para Mulheres vem chamando a atenção dos indianos e da imprensa nacional e internacional.

Segundo reportagem da BBC, muitas das mul-heres recrutadas para trabalhar nunca haviam entrado num táxi muito menos dirigido um. Es-sas trabalhadoras sofrem muito preconceito, mas, além das aulas de direção, elas também frequenta-ram aulas de primeiros socorros e de defesa pes-soal. Em entrevista con-cedida à BBC, Nayantara Janardhan disse que o preconceito por parte dos homens é muito grande, porém não vem só deles: “Muitas mulheres que dependem de motoristas homens para levarem seus filhos para a casa, à escola e a outras atividades ad-mitem que se preocupam com a segurança de seus filhos, mas, para começar, nem queriam usar os ser-viços de mulheres motor-istas”, diz.

MAIARA YABUSAKI

DA REDAÇÃO

Curitiba conta com 2,2 mil atualmente; 110 são mulheres

Saída de crianças da escolinha em Campo Magro

Alana Teter

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Há quem diga que moda é (somente) tudo aquilo que está em evidência nas passarelas. Pelo contrário: moda é aquilo que a so-ciedade te impõe como padrão. Padrão não só no modo de vestir, mas tam-bém no modo de falar, no modo de agir, e o mais cruel de todos: a forma do seu corpo. Em inúmeros lugares que frequentamos, princi-palmente nos shoppings, acabamos nos esbar-rando com aquelas pes-soas que sempre se ve-stem bem, com as roupas mais caras, os acessórios mais reluzentes e hipno-tizantes. E nisso não há absolutamente nada de errado. A discussão surge quando há uma sensa-ção de superioridade que esta pessoa passa para as outras somente pelo fato de vestir uma roupa da marca tal. Mas afinal,

só por esta capa mundana que vestimos não é pos-sível determinar alguém melhor ou pior que a gente. E é contra exata-mente isso que temos que lutar: a ditadura fashion.Quantas e quantas vezes já vimos programas como Esquadrão da Moda, que simplesmente jogam as roupas das participantes no lixo apenas por elas não se vestirem de acordo com o padrão imposto? Uma coisa é dar dicas, outra coisa é impor o seu conceito sobre outras pes-soas. Até este ponto do texto, o leitor deve estar pen-sando: “Tudo bem, mas se você é contra a moda, porque está escrevendo em uma coluna sobre o assunto?”. Não, eu não sou contra a moda, pelo con-trário, acho apaixonante. É incrível poder ver como ela é capaz de mudar tanto

Moda por aí

Elana Borri

Sobre o amor, todos ar-riscam algumas palavras. Apesar das especulações, as definições são poucas. A peça Amores Difíceis, da Súbita Companhia de Teatro, recorre a diferentes dramaturgos para expor o amor e seus desencontros. Para entrelaçar as histórias, um jogo é estabelecido em cena: ora o ator é ele mesmo, ora ele é um personagem.Quando cheguei ao Teatro Novelas Curitibanas, ainda faltavam quarenta minutos para o início da peça. Re-tirei o meu ingresso gratuito no balcão, recebi um folhe-tim da peça e o reli diversas vezes. É muito interessante quando a produção da com-panhia se preocupa com es-ses detalhes, pois nem sem-pre temos tempo de ler o resumo da peça antes de ir ao teatro. Dessa forma, en-quanto escuto os atores se aquecendo, também vou me preparando para adentrar na atmosfera da peça. Uma das primeiras cenas de Amores Difíceis é um trecho da peça A Gaivota, de An-ton Tchekhov. Macha é uma mulher amargurada, que não consegue corresponder o amor de seu esposo, pois o seu sentimento pertence a outro. Este desencontro de sentimentos é reforça-do pela interpretação dos atores, que conseguem ex-

Larissa MayraFalo de Teatro

por a essência dos persona-gens de Tchekhov.Além da utilização de dife-rentes dramaturgias, a ex-pressão corporal é muito enfatizada. Trechos são representados apenas com ações corporais. Situações cotidianas de um casal são interpretadas repetidas vezes sem a utilização da fala. Nessa ação, o público é convidado a imaginar. A utilização do teatro físico é uma característica da Súbita de Teatro. Com certeza, a exatidão corporal é o dife-rencial de Amores Difíceis.Por ser uma peça fragmen-tada, a atenção do público se divide. Em alguns mo-mentos, é difícil entrar no jogo, principalmente se a cena anterior te agradou. No decorrer da apresen-tação, fui me envolvendo com certos personagens e quando esses não estavam em cena, minha distração aumentava. Este é um risco de uma peça que utiliza di-versos elementos.No canto esquerdo do pal-co, há uma arara com roup-as e objetos que permitem que os atores se manten-ham o tempo todo em cena. Uma estrutura de madeira representa um segundo palco, e somente neste es-paço as dramaturgias clássi-cas são representadas. Fora dele, o ator é ele mesmo: co-

COLUNISTAS

de uma estação para outra em questão de simples dois ou três meses, como ela é adaptada à realidade dos países, como ela pode influenciar na sociedade de maneira positiva. O que me declaro veemente contra é quando há uma segregação social entre aqueles que a seguem e outros que não. Por experiência própria, posso dizer o seguinte: o senso comum da so-ciedade é de excluir o diferente. Imaginem a seguinte situação: uma escola nova, onde todas as meninas tinham aquele cabelo escorrido, magér-rimas e que se vestiam como ninguém. Aí entra uma pessoa completa-mente diferente: com o cabelo cacheado, que não tem o corpo ideal e que não se vestia tão bem as-sim. Eu nunca fui uma escrava da moda, mas

àquela altura tive que me submeter a horas no salão e o empréstimo do cartão da mãe para ver se de al-guma forma era aceita. Mas, depois de muita re-flexão sobre aquela situa-ção (inclusive com alguns professores-amigos), con-segui perceber que não importa o jeito que você é por fora, e sim como é por dentro. A escravidão da moda é um dos maiores problemas enfrentados no século XXI. Meninas ficam sem comer pra ten-tar, quem sabe um dia, se achar bonitas, fazem cirurgias “reparadoras”, se submetem a tratamen-tos de beleza que só tra-zem aquela sensação de artificialidade, pois dão a sensação de que se está falando com uma bon-eca de plástico. Meninos ficam horas e horas na academia pra ficar com os

menta a cena e discute sobre o amor. Uma situação en-graçada é construída nesta dualidade, pois como públi-co nós sabemos que tudo o que está sendo representado pelos atores só pode ser per-sonagem.Além da dramaturgia de Anton Tchekhov, os amores de Federico Garcia Lorca, William Shakespeare, Sarah Kane, Fabrício Carpinejar, Jacques Prèvert e Nina Sim-one expõem uma síntese do amor no teatro. Desses autores, Sarah Kane escreveu um texto para um curta metragem que diz muito sobre os amores im-possíveis. Há um trecho do texto que diz o seguinte: ‘’Responder suas pergun-tas quando prefiro não

responder, e dizer a verdade mesmo que eu não queira, e tentar ser honesto porque sei que você prefere. E achar que tudo acabou, espera só mais dez minutos antes de me tirar da sua vida. Es-quecer quem eu sou e me deixar tentar chegar mais perto de você. E de alguma forma, de alguma forma, de alguma forma compar-tilhar um pouco do irre-sistível, imortal, poderoso, incondicional, envolvente, enriquecedor, agregador, atual, infinito amor que eu tenho por você.” Ai, que choroso! Não sei você, mas acho este texto incrível! Se interessa pelo amor? Em Amores difíceis, somos

Sobre Amores Difíceis

convidados a refletir sobre os amores de nossas vidas cotidianas. Este fim de se-mana é o último da tem-porada de estreia da peça. As apresentações ocorrem de quinta a domingo, às 20 horas, no Teatro Nove-las Curitibanas. A entrada é gratuita, porém o espaço possui poucas cadeiras e os ingressos são distribuídos por ordem de chegada.

corpos malhados iguais aos das revistas, chegam a usar as chamadas bombas que só trazem malefícios para a saúde. Tudo isso para manter apenas uma imagem passageira. Entretanto, a cada dia é mais comum en-contrar catálogos com modelos revolucionárias. Aquelas gordinhas que usam lingeries e que fi-cam absolutamente lindas mostram que, apesar de tudo, ainda há esperan-ças no quesito aceitação do diferente. Adele que o diga!

QUINTA16 MAIO, 2013

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Ditadura pós-moderna

Divulgação

O elenco da peça é formado por Alexandre Zampier, Helena Portela, Janaina Matter e Pablito Kucarz. Maira Lour é a diretora da montagem.

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AGENDAQUINTA16 MAIO, 2013

NOTÍCIANTIGAAnd the Oscar goes to... Há 84 anos, acontecia pela primeira vez a entrega de prêmios da Academia de

Artes e Ciências Cinematográficas, o OSCAR, realizada no Hotel Roosvelt, em Holly-wood, Califórnia (EUA).

Diferente da magnitude que a Academia possui hoje e sem a pretensão de ser a maior premiação do cinema mundial, a primeira cerimônia aconteceu de forma acanhada e sem a cobertura da mídia. Apenas 250 pessoas compareceram ao evento, com entrada ao valor de 10 dólares, em contraposto ao público de 3.400 convidados que lotaram o Dolby Theatre na última edição do Oscar em fevereiro deste ano.

O evento ocorreu de maneira breve, sem grandes apresentações e discursos, em ap-enas 15 minutos todas as 12 categorias já tinham sido apresentadas e devidamente pre-miadas, categorias estas que hoje dobraram de número, notando-se a atenção que a Aca-demia mantém pelas produções técnicas e visuais.

O filme “Wings” (Asas, em português) foi o primeiro a ser premiado na categoria de Melhor Filme e “Sunrise – A Song of Two Humans” (Aurora) o primeiro na catego-ria de Melhor Filme Artístico. Assim como Emil Jannings e Janet Gaynor na categoria de Melhor Ator e Melhor Atriz, respectivamente. Charlie Chaplin ganhou uma menção honrosa.

Alguns filmes já estão sendo cotados para 2014, alguns deles são “August: Osage County” que traz grandes nomes como Meryl Streep, Julia Roberts e Ewan McGregor. Outros filmes como “The Momuments Men”, “O Hobbit” e “Universidade Monstros” são algumas promessas para a próxima premiação.

A 86º edição do OSCAR que aconteceria comumente em fevereiro foi adiada para o dia 2 de março de 2014, em função dos Jogos Olímpicos de Inverno.

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FEIRAS LIVRES

Feira do Ahú – R.Colombo – das 7h às 11h30Feira do Batel – R.D.Pedro II – das 7h às 11h30Feira do Boqueirão – R. Gabriel Corisco Domingos – das 7h às 11h00Feira de Sta.Quitéria – R.Prof. Fábio de Souza – das 7h às 11h00Feira do Bairro Alto – R.Adílio Ramos – das 7h às 11h00Feira do Água Verde – R. Prof.Brasílio Ovídio da Costa – das 17h00 às 22h00Feira do S. Francisco – Pç.Garibaldi – das 17h00 às 22h00

WALACHAI: UM BRASIL QUE OS PRÓPRIOS BRASILEIROS DESCONHECEMFilmclub16/05/2013 - 19h00Auditório do Goethe-Institute CuritibaR. Reinaldino S. de Quadros, 33.Alto da XV, Curitiba - PR.Entrada: 1 lata de leite em pó ou 1kg de arroz ou

feijão.Walachai, em alemão antigo, significa lugar

longínquo, perdido no tempo. O documentário trata de povoados rurais do Sul do Brasil que ainda vivem distantes do mundo globalizado. Seus habi-tantes comunicam-se num dialeto alemão denomi-nado ‘hunsrick’ e alguns nunca aprenderam a falar em português.

Após exibição do filme haverá debate sobre a questão da linguagem, com a presença da diretora do filme.

Direção: Rejane Zilles, colorido, 84min, 2009.Legendas em portuguêsCoquetel e sorteio de um DVD na última sessão

do 1º semestre.Os alimentos serão doados para uma instituição

beneficente.

“SHREK O MUSICAL” Data: 15/05/2013Abertura: 19h Horário Show*: 20hValor: a partir de R$ 65,00A história não é nova: uma bela princesa presa na

torre de um castelo espera que um príncipe vá res-gatá-la. Neste caso, o herói (ou melhor, anti-herói) é um ogro. A história é aquela que todos conhe-cem, só que apresentada de outra forma. O legal é que “Shrek” acaba sendo um ótimo entretenimento para a família toda. Para o filho, o pai, o avô... Essa história também já foi contada e vista no cinema

*Este horário pode sofrer alteração por ordem da produção do evento, exceto teatro.

Evite Filas e chegue antecipadamenteTeatro Positivo - Grande Auditório.

O que fazer em Curitiba?