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Curitiba, quarta-feira, 16 de junho de 2010 - Ano XII - Número 578 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected] DIÁRIO d o B R A S I L Sem brilho, Brasil vence Coreia do Norte Fernando Mad O cantor canadense e seus amigos irão homenagear gran- des ícones do cenário musical das décadas de 50 a 80, em um espetáculo especial para abrir a série de shows que a ban- da fará pelo país. Pág. 8 Cultura Colunas Embarque no universo dos atiradores das séries de televi- são, que protagonizam mo- mentos de tensão durante os episódios. A coluna de cinema aborda uma produção nacio- nal que, por seu conteúdo, pode ser classificada em vári- os gêneros diferentes. Pág. 6 Joe Roberts relembra clássicos do rock no Teatro Positivo Zeca Dirceu fala sobre carrei- ra política, desde a juventude até os projetos atuais, além do programa petista e projetos do partido. Pág. 7 Papo político Cultura Depois de um primeiro tempo sem gols, equipe volta melhor e abre 2 a 0, mas deixa o time da Coreia diminuir vantagem aos 43 do segundo tempo. Próximo jogo será no domingo, contra a Costa do Marfim. Pág. 3

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JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO

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Curitiba, quarta-feira, 16 de junho de 2010 - Ano XII - Número 578Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected]

DIÁRIO

do

BRASIL

Sem brilho, Brasilvence Coreia do Norte

Fernando Mad

O cantor canadense e seus amigos irão homenagear gran-des ícones do cenário musical das décadas de 50 a 80, emum espetáculo especial para abrir a série de shows que a ban-da fará pelo país.

Pág. 8

CulturaColunasEmbarque no universo dos

atiradores das séries de televi-são, que protagonizam mo-mentos de tensão durante osepisódios. A coluna de cinemaaborda uma produção nacio-nal que, por seu conteúdo,pode ser classificada em vári-os gêneros diferentes.

Pág. 6

Joe Roberts relembraclássicos do rock noTeatro PositivoZeca Dirceu fala sobre carrei-

ra política, desde a juventudeaté os projetos atuais, além doprograma petista e projetos dopartido.

Pág. 7

Papopolítico

Cultura

Depois de um primeiro tempo semgols, equipe volta melhor e abre 2 a

0, mas deixa o time da Coreiadiminuir vantagem aos 43 do segundo

tempo. Próximo jogo será nodomingo, contra a Costa do Marfim.

Pág. 3

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Opinião

O pleito presidencial só acontece no dia três de outubro,mas a corrida para ocupar o Palácio do Planalto já come-çou. No Dia dos Namorados, o diretório nacional do PSDBlançou oficialmente a candidatura de José Serra para pre-sidente. Os tucanos gastaram cerca de R$ 450 mil para a

convenção, que aconteceu em Salvador. O encontro ocorreuno dia da “Marcha para Jesus” de Salvador, organizado porigrejas evangélicas, mas, ao que pareceu, estava mais paraecumênico, pois ao longo de todos os trâmites, baianas dis-tribuíam fitinhas do Senhor do Bonfim e contavam com asbênçãos dos orixás. Serra, que é católico, esteve bem no pa-lanque e, ao contrário do que vinha fazendo, resolveu criti-car o governo petista, mas sem citar o nome do presidenteLula.

No dia seguinte, e, propositalmente datando 13, o Parti-do dos Trabalhadores realizou a sua convenção, em Brasí-

lia, que começou por volta das 10h. Dilma chegou com opresidente Lula sob aplausos frenéticos da militância doPT, especialmente do movimento feminino. Os trabalhos fo-

Aline [email protected]

Reitor: José Pio Martins.Vice-Reitor: Arno Anto-nio Gnoatto; Pró-Reitorde Graduação: RenatoCasagrande; Pró-Reitorde Planejamento e Ava-liação Institucional: Cos-me Damião Massi; Pró-Reitor de Pós-Gradua-ção e Pesquisa e Pró-Reitor de Extensão: Bru-no Fernandes; Pró-Reitorde Administração: ArnoAntonio Gnoatto; Coor-denador do Curso deJornalismo: Carlos Ale-xandre Gruber de Cas-tro; Professores-orienta-dores: Ana Paula Mira eMarcelo Lima; Editores-chefes: Nathalia Caval-cante ([email protected]), Daniel Cas-tro ([email protected]) e Diego Henri-que da Silva (ediegohen-rique@ hotmail.com).

“Formar jornalistas comabrangentes conhecimen-tos gerais e humanísticos,capacitação técnica, espí-rito criativo e empreende-dor, sólidos princípioséticos e responsabilidadesocial que contribuamcom seu trabalho para oenriquecimento cultural,social, político e econô-mico da sociedade”.

O LONA é o jornal-laboratório diário doCurso de Jornalismo daUniversidade Positivo –UPRedação LONA: (41)3317-3044 Rua Pedro V.Parigot de Souza, 5.300 –Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR -CEP 81280-30. Fone (41)3317-3000

Expediente

Missão do cursode Jornalismo

ram transmitidos ao vivo pelo site do partido e por órgãosda imprensa como o site da UOL. A trajetória de Dilma foilembrada ao longo da convenção, que era interrompidacom frequência pelos cantos de “Olê, olá, Dilma, Dilma”,que vinham da militância. José Sarney estava presente, masnão falou e teve que ver alguns representantes da Juven-tude do PT (JPT) entregarem panfletos criticando a sua pre-sença e a permanência do senador como presidente daCasa. Dilma falou do Programa de Aceleração do Cresci-mento (PAC), dos salários dos professores e criticou os go-vernos que se preocupam com o crescimento econômico,mas esquecem do social. O presidente Lula, vestido comuma camisa vermelha, assim como Dilma, pediu que osmilitantes não “usem sapato alto” porque nenhuma elei-ção é fácil. Lembrou também que esta é a primeira eleiçãodireta na qual o seu nome não aparece entre os candida-tos e para finalizar sua fala pediu que os candidatos “jo-guem limpo”, referindo-se aos tucanos, que , segundo ele,“inventaram dossiês”.

Já a candidata Marina Silva teve sua candidatura ho-mologada na quinta-feira passada, também em Brasília.Marina tem a difícil missão de convencer não só os eleito-res, mas os próprios militantes do Partido Verde (PV) so-bre sua “identificação” com o partido, já que, durantegrande parte de sua história política, esteve ligada ao PT.Marina deixa explícito em todos os momentos que é extre-mamente grata ao PT e ao presidente Lula, e admitiu quemais de 20 milhões de pessoas deixaram de passar fomeno Brasil ao longo dos quatro anos de governo petista. Emcontrapartida, a candidata também falou do descompro-metimento dos partidos com o Meio Ambiente, bandeirap r i n c i p a lda luta doPV. A mili-tância doPV estavaem bom nú-mero naconvençãoe se articu-la em todopaís emprol dac a n d i d a t aque ajudoumuitos l í -deres naluta poruma sociedade mais igualitária, como Chico Mendes.

A sorte está lançada e agora os candidatos e candida-tas vão às ruas falar com o povo e beijar as crianças. Cabea nós, enquanto eleitores, checar as ações destes não sóno período eleitoral, mas sim, ao longo do período anteri-or, no qual Serra governava São Paulo, Dilma era ministrada Casa Civil e Marina Silva era senadora. A decisão dequem irá conduzir nosso país só cabe à nós mesmos e deveser tomada com cautela, no dia três de outubro.

Divulgação

Divulgação

Divulgação

A hora do voto

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Para assistir ao jogos do Brasil, cada umdeu seu jeito para encontrar uma televisão

As atividades são interrompidas e o silêncionas ruas dá a impressão de que a cidade estávazia, com exceção da Boca Maldita, onde foiinstalado um telão de oito metros decomprimento por quatro metros e meio dealtura. Os curitibanos, durante toda a Copa,vão ter uma visão equivalente a 364 polegadas

Todas as Copas do Mun-do apresentam uma caracte-rística marcante: fazer comque as pessoas parem suasrotinas. A população vai àprocura de um televisor paraacompanhar os jogos domundial. As atividades sãointerrompidas e o silêncionas ruas dá a impressão deque a cidade está vazia, comexceção da Boca Maldita,onde foi instalado um telãode oito metros de comprimen-to por quatro metros e meiode altura. Os curitibanos,

Rumo ao bar,casa, trabalho...

Nathalia Cavalcante durante toda a Copa, vão teruma visão equivalente a364 polegadas.

Nesta terça-feira, a sele-ção brasileira foi a campo ea população brasileira aoslugares que ofereciam umespaço para assistir ao jogo.Para quem pôde ir para casae relaxar no sofá, não hou-ve grandes problemas. Masdevido aos horários dos jo-gos, muitas pessoas não ti-veram alternativa. A solu-ção foi ir a um bar, perma-necer no trabalho ou atémesmo na faculdade. Mes-mo sem conforto, esquivan-

do-se para não perder o lance,os torcedores assíduos daCopa do Mundo permanece-ram atentos ao jogo.

O paisagista autônomo JoséFrancisco Nerone não se preo-cupou com isso. “Pude acom-panhar a seleção brasileira emcasa, ao lado dos amigos”, diz.Apesar da possibilidade queteve de assistir ao jogo com afamília, a contadora CristinaCosta expõe uma desvanta-gem. “Fui dispensada do meutrabalho, mas depois precisa-rei repor este tempo ao bancode horas”.

E para quem não foi dispen-sado, como a auxiliar adminis-trativa Joyce Cristina Botelho,os colegas de trabalho foram oscompanheiros de torcida. “Nãotive o conforto que minha casaproporciona, mas foi divertidoassistir com meus amigos”,acrescenta. Lembrando que deacordo com o local de trabalhoé preciso manter a linha. “Naempresa tivemos que nos con-ter”, reforça.

Dilvugação/ Portal IG

Miguel Basso Locatelli

A Seleção Brasileira ven-ceu a Coreia do Norte na es-treia da Copa do Mundo. As-sim como na estreia de 2002,o placar final foi 2 a 1. Comgols de Maicon e Elano, oBrasil assumiu a liderança doGrupo G, com três pontos, jáque no outro jogo do grupo,Costa do Marfim e Portugal fi-caram no empate sem gols. Opróximo jogo do Brasil seráno domingo, também às15h30, contra a Costa do Mar-fim, no estádio Soccer City, emJoanesburgo. Enquanto isso, aCoreia entra em campo na se-gunda-feira, às 8h30, na Cida-de do Cabo.

No primeiro tempo, a Sele-ção apresentou um futebol re-gular, com pouco brilho e seminspiração da maioria dos jo-gadores. Robinho era um dospoucos que tentava abrir oplacar para o Brasil. Alémdele, Michel Bastos, com trêschutes, levou mais perigo aogoleiro da Coréia do Norte.Kaká, grande aposta da equi-pe, pouco participou. O timecoreano até tentou na base dacorreria, mas não levou peri-gos à defesa brasileira, nem aJúlio César, pois os chutespassaram longe do gol.

Para o segundo tempo,Dunga voltou com a mesmaformação, mas a Seleção vol-tou melhor. Tanto é que saiuo primeiro gol. Aos 10 minu-tos, em um lance de velocida-de, Kaká tocou para Robinho,que tentou o lance individuale a defesa coreana tirou paralateral. Michel Bastos fez a co-brança e tocou para FelipeMelo que, rapidamente, lan-çou para Elano na direita; omeia esperou a passagem dolateral Maicon, que recebeuquase sem ângulo e bateu di-reto para o gol e surpreendeuo goleiro, que esperava umcruzamento. O primeiro golda Seleção na Copa e no jogo.

A equipe continuou com

Brasil não brilha, masvence na estreiaSeleção apresentou um futebol muitoabaixo dos últimos anos; Maicon e Elanodecidem a partida

maior posse de bola, mas nãoconseguia ampliar o placar. Pri-meiro com Michel Bastos, emchute forte de fora da área, maso goleiro defendeu. Depois comLuis Fabiano, que acabou chu-tando por cima. Só que, aos 26minutos, Robinho fez bonitolançamento para Elano que, deprimeira, bateu no canto direi-to e fez o segundo.

Dunga mudou e colocou aequipe mais ofensiva, com Ra-mires no lugar de Felipe Melo eNilmar no lugar de Kaká. Nil-mar teve duas chances, mas foisó. A equipe da Coreia pareciaque não ia reagir, mas conse-guiu o que poucos esperavam:o gol. Faltando dois minutos,aos 43, o jogador entrou na áreasem marcação e bateu cruzado,sem chances para Júlio César,deixando os minutos finais dra-máticos.

Entretanto, não tinha maistempo para nada. Mesmo comos dois minutos de acréscimosdados pelo árbitro, o jogo aca-bou 2 a 1 e o Brasil conquistousua primeira vitória e seus pri-meiros três pontos, o que deu àSeleção a liderança do grupo.

Após a partida, o técnicoDunga comentou a dificuldadeda estreia. “A estreia é sempredifícil, tem aquela ansiedadeapós um longo período de trei-namento. Não só eu como os jo-gadores esperam uma melhorana próxima partida. Todo mun-do quer fazer gol e ninguémquer levar”.

O lateral direito Maicon,destaque da equipe e autor doprimeiro gol brasileiro na Copa,falou da emoção de marcar emum jogo tão importante. “Pas-sou na minha cabeça tudo o queeu passei para chegar a essemomento de disputar a Copa. Elogo na primeira partida fazerum gol. Não cheguei a chorar,mas fiquei feliz, beijei a minhaaliança por tudo o que a minhaesposa vem fazendo por mim. Éum agradecimento a todos quesempre estiveram do meulado.”

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Todos os dias, os noticiáriostrazem à tona um elevado índi-ce de violência. Mapas sangren-tos, divididos em agressões, bri-gas, desentendimentos, assaltos,sequestros, roubos, latrocínios eassassinatos são desenhadospor diversas instituições, e tor-nam notório o quadro negativode segurança a que os paísesainda estão submetidos. Algu-mas formas de violência aindaaparecem reprimidas, o que nãosignifica que são menos comunsna sociedade.

Em ambientes onde muitospensam ser seu “lar doce lar”,podem estar escondidos verda-deiros inimigos, que irão fazerde seus familiares suas própri-as vítimas. De acordo com uma

pesquisa do DataSenado, decada cem mulheres brasileiras,15 sofrem ou já sofreram algumtipo de violência doméstica. Aviolência contra a mulher temsuas raízes na história a partirdo momento em que se criou opensamento de que os homenssão mais fortes e superiores queas mulheres. Assim, alguns ho-mens encontram nessa visão ummotivo para impor suas vonta-des às suas companheiras.

Para a psicóloga FrancineCorrea, a partir do momento emque crianças são educadas sobessa percepção a personalidadeviolenta começa a ser instituída.“Os meninos são ensinados aorevide, às lutas, à maneira físicade defesa. Já as meninas são en-sinadas a ficarem mais caladase crescem achando que são mais

Vanessa Dasko e Patrícia Schor

Casos de violência domésticaafetam o ambiente familiar

pode estardentro de casa

frágeis que os homens. Isso asprepara para situações em quese tornam suscetíveis aos dese-jos masculinos a curto, médioou longo prazo”, explica.

Uma pesquisa realizadapelo Instituto Patrícia Galvão re-vela que mais da metade dasmulheres agredidas sofrem cala-das e não pedem ajuda. Muitasvezes a causa do silêncio é omedo de represálias ou a falsaideia de que foi “apenas umavez”. Para Haroldo Luiz Ver-gueiro Davison, delegado da de-legacia de Campo Largo, é essemotivo que estimula novasagressões. “Se o homem vir quesua vítima se sente intimidada,ele sente que tem poder sobreela e, consequentemente, a mu-lher pode voltar a sofrer agres-sões”, afirma.

Agressão X drogasO consumo de substâncias

entorpecentes e bebidas é umdos fatores que motivam o iníciode uma agressão. “É importanteressaltar que não são todos osalcoólatras que são agressivos,mas existem muitos homens quenão aceitam que são dependen-tes dessas substâncias. Agresso-res são aqueles que apresentamdistúrbios íntimos, pessoais esexuais. Para transpassar umafalsa aparência, seja para ami-gos ou no ambiente de trabalho,eles acabam descontando na-queles que são mais frágeis, nocaso, na família”, enfatiza o de-legado.

Em muitos casos, apenas aforça física já é suficiente paracausar traumas. Em outros, ocor-re a utilização de armas ou ob-jetos que são usados como ferra-mentas para aumentar o poten-cial diante da vítima. “Muitoscasos também fazem com que asmulheres, cansadas de seremhumilhadas, acabem cometendo

crimes em sua legítima defesa.Para se defenderem dos agresso-res, algumas acabam cometendoassassinatos e tornam-se maisagressivas que o próprio compa-nheiro”, salienta.

O custo econômico daviolência doméstica

De acordo com dados doBanco Mundial e do Banco Inte-ramericano de Desenvolvimento,um em cada cinco dias de faltaao trabalho no mundo é causa-do pela violência sofrida pelasmulheres dentro de suas própri-as casas. Além disso, caso sofraviolência doméstica, a mulherperde um ano de vida saudávela cada cinco anos. O estupro e aviolência também aparecemcomo causas importantes de in-capacidade e morte de mulheresem idade produtiva. Um estudoainda estimou que o custo totalda violência doméstica oscilaentre 1,6% e 2% do Produto In-terno Bruto (PIB) de um país.

“Os meninos são ensinados ao revide, àslutas, à maneira física de defesa. Já asmeninas são ensinadas a ficarem maiscaladas, crescem achando que são maisfrágeis que os homens, e isso as preparapara situações onde tornam-se suscetíveisaos desejos masculinos a curto, médio oulongo prazo”Francine Correa, psicóloga

Mateusz Stachowski/ SXC

inimigoO

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Lei Maria daPenha: em defesa

das mulheres

“O primeiro tapa que leveidele foi na cara. Tinha 14 anos”.Assim começa o relato de uma jo-vem de 20 anos, à qual chamare-mos de Alessandra (nome fictí-cio). Uma linda menina, que dan-çava balé e que cresceu com so-nhos de ser uma médica renoma-da, hoje vê a vida com cores maissombrias, sem perspectivas demelhoras. “Não vejo mais graçaem viver. Não tenho vontade deestudar, de trabalhar... Ele era ohomem que eu amava”, descreve.Seu namorado, que tornou seu ini-migo dentro da própria casa, eraum jovem trabalhador, mas des-contente com sua vida pessoal

Márcio (nome fictício) tambémtem aspectos tristes e não possuioportunidades para o sucesso,apesar do emprego na torneariade seu tio. Com o pai alcoólatra ea mãe dona da própria vida, Már-cio não via motivos para buscarestudos que pudessem o alavan-car na vida. Vivendo com compa-nhias independentes, teve seu pri-meiro encontro com as drogaslogo aos 13 anos. Até que o gostose tornou dependência.

Alessandra, no auge de seus 15anos, acompanhava algumas ami-gas numa festa, até que achou que‘ser rebelde poderia ser legal’. Umgaroto bonito com um copo de cer-veja na mão passava a impressãode virilidade para uma adolescen-te recém chegada no mundo adul-to. “Eu não sabia direito quem eleera, mas parecia ser direito. Nanossa primeira noite, teve cuidado,mas ao mesmo tempo mostravaque quem mandava era ele. Fiqueicom uma marca roxa no braço,porque eu não queria fazer o queele me pediu. Ele me bateu. Eu fiz”,conta Alessandra.

Mesmo com a família da garo-ta contra o relacionamento, o na-moro continuou. “No começo, euachava até legal que ele fosse as-sim. Eu me sentia protegida do

A Lei nº 11.340, intitulada como a Lei Maria da Penha, foicriada em sete de agosto de 2006 para coibir a violência do-méstica e familiar contra a mulher, tal como está disposto nostermos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal. A lei criajuizados especiais para o atendimento a casos relacionados aesse tipo de violência, alterando o Código Penal e estabelecen-do medidas de assistência e proteção às mulheres em situaçãode violência doméstica e familiar. Através dessa medida é quea violência doméstica passa a ser qualificada como uma dasformas de violação dos direitos humanos.

Funcionamento da leiA Lei Maria da Penha desenvolve a caracterização da vio-

lência doméstica e familiar contra a mulher, distinguindo-acomo física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Além dis-so, tornam-se proibidas medidas pecuniárias pelo agressor,como forma de reverter sua pena.

Através dessa lei, as mulheres têm acesso à proteção, casoseja necessária, e de um advogado que a defenda no processojudicial. A lei ainda garante a possibilidade da prisão em fla-grante sempre que as formas de agressão forem observadas, pre-vendo a instauração de um inquérito policial.

Outras particularidades foram adequadas para que a pro-teção das mulheres vítimas de agressões seja garantida. A cria-ção de instituições públicas judiciais também é prevista paraque não haja a intimidação das vítimas

Maria da PenhaA lei ganhou esse nome em homenagem à farmacêutica ce-

arense Maria da Penha Maia Fernandes. A profissional da áreada saúde lutou pela importância de proteger a mulher da vio-lência sofrida no ambiente doméstico e causada pelo compa-nheiro.

Em 1983, Maria da Penha recebeu um tiro de seu marido,Marco Antônio Heredia Viveiros, enquanto dormia. Ela perdeuos movimentos das pernas e ficou presa em uma cadeira de ro-das.

Após um longo período no hospital, a farmacêutica retor-nou para casa e sofreu uma série de agressões. Outra tentativade assassinato, por eletrocução, levou a vítima a buscar ajudada família. Com uma autorização judicial, conseguiu deixar acasa em companhia das três filhas. Maria da Penha ficou para-plégica.

Em 1984, Maria iniciava a jornada em busca de justiça. Seteanos depois, seu marido foi a júri, onde foi condenado a 15 anosde prisão. A defesa apelou da sentença e, no ano seguinte, acondenação foi anulada. Um novo julgamento foi realizado em1996, e uma condenação de dez anos foi-lhe aplicada. Porém,Viveiros ficou preso por dois anos, em regime fechado.

Foi então que o Centro pela Justiça pelo Direito Internacio-nal (CEJIL) e o Comitê Latino-Americano de Defesa dos Direi-tos da Mulher (CLADEM), juntamente com a vítima Maria daPenha, formalizaram uma denúncia à Comissão Interamerica-na de Direitos Humanos da Organização dos Estados Ameri-canos (OEA), Órgão Internacional responsável pelo arquivamen-to de comunicações decorrentes de violação de acordos inter-nacionais. De maneira paralela. Iniciou-se um processo de dis-cussão através de proposta elaborada por um Consórcio deONGs, tornando o caso de repercussão internacional.

Uma reformulação, feita por um grupo de trabalho intermi-nisterial, coordenado pela Secretaria Especial de Políticas paraas Mulheres, do Governo Federal, possibilitou o encaminha-mento da proposta ao Congresso Nacional.

A proposta foi transformada em Projeto de Lei e em 2006, aLei nº 11.340 foi sancionada pelo Presidente da República.

mundo”, disse. Pouco tempo de-pois, o casal decidiu dividir umacasa. No começo, tudo pareciauma maravilha. Porém, depoisdo primeiro tapa, uma série deagressões se repetiu. Discussões,brigas e marcas que ultrapassa-vam os limites físicos. O ápice darelação conturbada aconteceu emuma festa. Mais uma vez, as be-bidas e as drogas estavam sendoconsumidas por um grupo deamigos, que incluía Márcio eAlessandra. Depois de muitosgoles e algumas tragadas, o casaldecidiu ir embora de carro. “Eleestava totalmente fora de si. Es-távamos seguindo pela rua a 160quilômetros por hora. Fiquei commedo e pedi para ir devagar. Elese irritou e começou o horror”,lembra.

Conturbado, Márcio parou ocarro e jogou a namorada parafora. Desceu, bateu em seu rostoe seguiu seu caminho. “Fiqueicaída no meio do asfalto, e quan-do os carros começaram a pararpara me ajudar, ele voltou e mearrastou pela rua. Estava com ospés e mãos esfolados. Não tinhamais força. Até que ele me jogouno carro e começou a dar socosem minha cabeça. Fiquei total-mente desacordada”, diz.

“Fui chamada pela vizinhadele. Ela me disse que tinha es-cutado minha filha gritar por so-corro. Quando cheguei à sala, fi-quei chocada. Parecia que a Ales-sandra estava morta”, relembra amãe Célia (nome fictício). Imedi-

atamente levada ao hospital,constatou-se um quadro clínicomuito grave. As lesões provoca-das pela fúria do namoradocausaram um traumatismo cra-niano encefálico, além de hema-tomas e ferimentos por todo ocorpo.

Dois dias depois de permane-cer na Unidade de Terapia Inten-siva (UTI), a decisão entre a víti-ma e sua família foi unânime:“Foi muito triste ter que conside-rar o fim da relação. Mas não ti-nha mais jeito. Os limites esta-vam ultrapassados. Procurei apolícia e fiz a denúncia”, contaAlessandra. Como Márcio fugiudo local após as agressões, nãoera mais possível prendê-lo emflagrante. Porém, a Delegacia daMulher de Campo Largo, muni-cípio onde Alessandra vive, deuabertura a um inquérito policial.

A vida de Alessandra, no en-tanto, pode não ser mais a mes-ma dali para frente. As marcasda violência sofrida podem de-saparecer, mas a tristeza e ostraumas parecem persistir emseu interior. “Sei que isso podenão ser para sempre, mas ficocom medo. Não durmo mais,não sorrio mais. Minha vidaperdeu a graça. Jamais penseique a pessoa que eu tanto ama-va pudesse causar tanto mal as-sim. Achava que a violência sóacontecia na rua. Mas ela se tor-na muito pior quando acontecedentro da tua própria casa, den-tro do teu lar”.

UmaMenina éjogada parafora do carroe agredidapelo própriomaridoeternas

Um em cada cinco dias de falta aotrabalho no mundo é causado pelaviolência sofrida pelas mulheres dentrode suas próprias casasPesquisa do Banco Mundial e BancoInteramericano de Desenvolvimento

históriacom marcas

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Nada mais angustiante que tersuas personagens favoritas presasem um local com um atirador sempiedade. Isso foi provado no episó-dio final da sexta temporada deGrey’s Anatomy. Foram duas horasde pura tensão, esperando quem se-ria a próxima vítima. Essa mesmafórmula rendeu anteriormente óti-mos episódios também para ER,Cold Case, House, CSI: NY e Alias.

ER – 12×22: 21 GunsO ER já havia lidado com paci-

entes armados, mas nada como isso.A vida de todos é colocada em riscoquando prisioneiros tentam fugir dohospital, resultando em um dos me-lhores finais de temporada já pro-duzidos. Uma personagem é atingi-da, uma sequestrada e uma necessi-ta de um procedimento de emergên-cia.

Cold Case – 4×24: StalkerAo investigar um caso em que

uma família inteira foi assassinada,a equipe é surpreendida e tomadacomo refém no departamento. Lillyé colocada em uma situação delica-da na tentativa de salvar os outrosmembros envolvidos.

As séries eseus atiradores

Camila PichethEscreve sobre televisão, eventualmente,sempre às [email protected]

Televisão

Atualmente, noentanto, os longasrumam para a falta deum estilo definido, oupelo menosinclassificávelenquanto estivermosvivendo nesta época

Alias – 1×12/13: The BoxAs missões de Sydney Bristow

sempre foram cheias de ação, massuas habilidades realmente são tes-tadas quando um grupo invade aSD-6 em busca de Sloane por vin-gança. Sydney precisa desviar de ba-las enquanto trabalha com seu paipara evitar um final trágico. O epi-sódio por si já é ótimo, e só melhorapor ter Quentin Tarantino como o vi-lão mor da trama.

House – 5×09: Last ResortNa segunda temporada, House fi-

cou de frente com um homem arma-do; e o resultado não foi muito bom.Três anos depois, ele encara nova-mente um paciente frustrado e tentalidar com a situação da melhor ma-neira possível (na perspectiva Hou-se, claro). Dessa vez não é apenassua vida que é ameaçada, mas tam-bém de outros pacientes e a de Thir-teen.

CSI: NY – 3×24: Snow DayMac e Stella resolvem semanal-

mente situações de reféns, mas ago-ra eles devem resolver a sua própriaquando a sede é invadida. Embora oprédio esteja cercado por policiais,cabe a eles se unirem com Hawkes eevitar que os invasores completemseu objetivo.

Muito gelo emuitos gêneros

Cinema

Anna Luiza GarbeliniEscreve quinzenalmentesobre cinema; sempre às [email protected]

Dilvugação

Embora não tenha sido registra-do e reste dúvidas sobre a sua realexistência, o primeiro filme brasilei-ro completa 112 anos no próximosábado, 19 de maio - data em que écomemorado o dia do cinema naci-onal. Desde “Vista da Baía da Gua-nabara”, produzido pelo italianoAlfonso Segredo, muita coisa mu-dou nesse cenário.

Os filmes já passaram, entre ou-tras fases, pela predominância dacomédia popularesca (1930 a 1940),pela ilimitada influência norte-ame-ricana e pelo engajamento políticodurante a ditadura militar. Atual-mente, no entanto, os longas rumampara a falta de um estilo definido, oupelo menos inclassificável enquan-to estivermos vivendo nesta época.

Agora ao decidir dar uma passa-da no cinema, o brasileiro não pre-cisa recorrer aos filmes estrangeirospara ter, além de qualidade, opçõesde todos os estilos. Policiais, dra-mas, comédias, romances, terror, do-cumentários, são produzidos de for-ma cada vez mais alucinante e aospoucos vão conquistando lugar nomercado e no gosto do público.

Como dito acima, a maioria dosfilmes é facilmente classificável, e jáaponta o seu estilo nos traillers e si-nopses para conquistarem o expec-tador que aprecie cada assunto. Nãoé isso que acontece, no entanto, com“Muito gelo e dois dedos d’água”(2006). No trailler, o longa é descri-to como “Uma louca comédia”, masnão é bem isso que acontece.

Odiado e amado pela crítica ofilme dirigido por Daniel Filho, es-crito por Fernanda Young e Alexan-dre Machado, pode sim ser coloca-do nas estantes de comédia, mastambém poderia ser posto na de dra-ma, romance e até mesmo policial.

A história, politicamente incorre-ta, é das irmãs Roberta (MarianaXimenes) e Suzana (Paloma Duarte),que por terem crescido traumatiza-das com a avó (Laura Cardoso) re-solvem sequestra-lá para a subme-terem às mesmas torturas das quaisforam vítimas quando crianças. Ro-berta, que interpreta a ovelha negrada família e é fascinada pelo efeito

do uísque, não demonstra qualquerdúvida quando quebra um elefantede porcelana na cabeça da avó e a co-loca no porta malas do carro. Juntocom Suzana, sua irmã aparentemen-te certinha, e Renato (Ângelo PaesLeme) – rapaz que Roberta acabou deconhecer- eles levam Laura Cardosopara a praia a qual eram obrigadas airem todas as férias.

A intenção inicial era cortarem asunhas da avó com cortadores enfer-rujados, deixarem-na no sol bastantequente, com a mesma marca de pro-tetor solar ruim que usavam. Apesarde executado, o plano é aos poucosdeixado de lado pelas discussões derelação entre as irmãs, desenterro demágoas passadas e por um romanceque está despontando.

Preocupado com a esposa, o per-nóstico médico Francisco (Thiago La-cerda) vai atrás de Suzana e acabapassando por situações tão ridículasquanto o tamanho de sua chatice, aponto de precisar fugir da polícia ofilme todo por causa de umas pílu-las confundidas com alguma droga.

Além da positiva mistura de gêne-ros, o filme ainda surpreende ao har-monizar uma trilha sonora especial- que inclui até “Odara” de CaetanoVeloso -, humor negro, e rotoscopia,processo de desenhar sobre fotogra-mas - presente na abertura e em ce-nas ao longo do filme. Essa diversi-dade toda é justamente o que torna olonga ímpar e condizente com a novaonda de filmes nacionais.

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Curitiba, quarta-feira, 16 de junho de 2010 7

Aline ReisQual a primeira lembrançapolítica que lhe vem àmemória?

Não posso dizer que melembre muito bem da campa-nha das Diretas-já em 1984. Ti-nha menos de seis anos. Mas aefervescência daquele momen-to não passou despercebida,ainda mais que a luta pela de-mocracia impregnava todo opanorama político, social e cul-tural do país. Depois da cam-panha das Diretas, veio a elei-ção de Tancredo Neves a pre-sidente no Colégio Eleitoral, ogoverno Sarney, o Plano Cru-zado, a Constituinte e a primei-

And

ando

com as próprias pernas

ra eleição direta para presiden-te da República em 29 anos.Dessa campanha, eu, que tinha11 anos, participei ativamente,fazendo tudo para eleger Lula.

Quando decidiu ser políticoe por quê?

É difícil precisar um mo-mento exato nessa decisão. Po-lítica eu já fazia, como disseacima, desde os 11 anos. Serpolítico, fazer carreira política,porém, é diferente. Tive umagrande influência de meu pai,José Dirceu, fundador e presi-dente do PT por muitos anos.Desde muito jovem, emUmuarama, eu já me envolviaem lutas da comunidade. Fuipresidente da Associação dePais e Mestres da Escola Mu-nicipal Amaral Fontoura, can-didato a vereador, chefe do es-critório regional da SecretariaEstadual do Trabalho, candi-dato a deputado federal e se-cretário municipal de Indús-tria e Comércio em Umuarama.

Em 2002, candidatei-me adeputado federal. A essa altu-ra, evidentemente, eu já havialigado meu destino à ativida-

de política. Política é claro, nosentido de uma ação voltadapara atender as demandas so-ciais, aprofundar a democra-cia, promover a cidadania e ainclusão social.

Há uma descaracterizaçãodo Partido dos Trabalhado-res, principalmente nasquestões ideológicas - videaliança com o PL -, como osmilitantes e filiados veemesse posicionamento?

O Partido dos Trabalhado-res tem uma trajetória de 30anos e é inevitável que tenhahavido mudanças em suas po-sições políticas. O PT nasceudas lutas pela democracia,contra a ditadura militar, de-fendendo os interesses dos tra-balhadores. Esse combate tevetanto êxito que, em relativa-mente pouco tempo, o PT tor-nou-se um dos principais par-tidos políticos brasileiros, ele-geu vereadores e deputados,conquistou prefeituras, gover-nos estaduais e, por fim, a Pre-sidência da República.

Com essas novas responsa-bilidades, o PT não é mais um

partido que faz oposição: Elegoverna, resolve por meio dopoder de Estado muitos dosproblemas que colocava antesdo lado, digamos assim, “defora”. Mas não acredito que te-nha havido umadescaracterização do partido.

As alianças partidárias, porexemplo, não mudaram as po-sições do PT. Tomo o próprioexemplo que você mencionou,da aliança com o PL em 2002,quando Lula foi eleito presi-dente pela primeira vez: foiuma campanha marcadamentepetista. Os militantes e simpa-tizantes do PT entendem essemovimento, tanto é que cerramfileiras em torno do governoLula e da candidatura deDilma Roussef à sucessão pre-sidencial.

E mesmo com a "perda daideologia", o PT continuaarrastando militantes portodo o país, como isso seexplica?

Continuo com a resposta àpergunta anterior. Hoje, no go-verno federal, o PT cumpre ba-sicamente seu programa histó-

Pingue-pongue

Divulgação/ Flickr Zeca Dirceu

Depois de acompanhara trajetória do pai, ZecaDirceu traça seu própriocaminho

rico. O governo Lula promovetransformações no país, nasmais diferentes áreas: econo-mia, democracia, distribuiçãode renda, programas sociais,acesso aos serviços essenciais,relações internacionais. Dessaforma, o partido continua sen-do uma referência não apenaspara os militantes, mas paramilhões de simpatizantes emtodas as regiões do país.

Zeca Dirceu. Hoje, essenome, é um dos mais influ-entes no Norte e Noroeste doParaná. Mesmo sendo tãojovem, como é ser tão impor-tante na política no interiordo estado?

Não sei se sou tão impor-tante assim. O fato é que façoparte de uma geração que temparticipação ativa na políticae nos movimentos sociais, umageração que, além de tudo, tevea felicidade de viver este mo-mento da história brasileira,quando todas as possibilida-des estão abertas, o país se de-senvolve e o povo volta a teresperança. É claro que, sem fal-sa modéstia, tenho méritos.

Fui eleito prefeito de Cru-zeiro do Oeste duas vezes con-secutivas, em 2004 e 2008. Emambas com a maioria dos vo-tos. Na prefeitura, fizemos umtrabalho de fôlego, gerandoemprego e renda, qualificandoos trabalhos, desenvolvendo asaúde pública, valorizando aeducação, diversificando aeconomia. Esse trabalho valeu-me este ano o prêmio PrefeitoEmpreendedor, oferecido peloSebrae.

Quais são os planos daquipara frente? Ser deputado,governador, senador... Qual apretensão de Zeca Dirceu,em 2010?

Deixei a prefeitura de Cru-zeiro do Oeste para ser candi-dato a deputado federal. Tenhocerteza de que poderei ser maisútil à minha cidade, à regiãoNoroeste e a todo o Paraná atu-ando em Brasília, propondoleis, atraindo projetos e recur-sos. Estabeleci uma rede decontatos e amigos na capitalfederal, conheço os trâmites le-gais e burocráticos. Pretendofazer do meu gabinete um es-paço para a grande política.Antes, porém, minha campa-nha estará diretamente vincu-lada à campanha Dilma Presi-dente. Eleger Dilma a sucesso-ra de Lula é minha maior aspi-ração em 2010.

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Curitiba, quarta-feira, 16 de junho de 20108

Menu“Lendas Japonesas” é uma peça infantil que conta a história de

um garoto em busca do próprio destino. Na caminhada, ele éacompanhado por seus gatos e um ser fantástico, que o fazmergulhar no fascinante mistério das lendas japonesas.Onde: Teatro Regina Vogue (Av. Sete de Setembro, ShoppingEstação) | Quanto: R$ 14Quando: De 15 de maio a 19 de junho às 16h (aos sábados edomingos)

Lendas japonesas para criançasJuliana Guerra

Cultura

Um Papa no Vaticano sofre de dores nas costas e recebe ajuda deuma freira. Após descobrir que ela morou na África, onde eracurandeira, ele a expulsa do Vaticano. Tempos depois, a dor volta aincomodá-lo e ele a procura, disfarçado. A peça trata com humortemas como a liberalização das drogas, o celibato, o aborto e adisseminação da aids.Onde: Teatro da Caixa (R. Conselheiro Laurindo, 280, Centro)Quanto: R$20 | Quando: Sexta e sábado, às 21h; domingo, às 19h.

Peça aborda tabus com humor

Quem não tem conhecimen-to a respeito da vida de JoeRoberts pode afirmar categorica-mente que ele é um brasileironato. Mas a verdade é que esteapaixonado por nosso país é umcanadense com alma brasileira.O músico mora há 14 anos emSão Paulo, mas já se adaptoumuito bem ao calor daqui. Eleque é natural de Montreal, noCanadá, cidade em que chega afazer 27°C abaixo de zero, foiapresentado ao nosso país gra-ças à sua ex-mulher. Joe gostoutanto daqui que adotou o Brasilcomo seu lar. “Para me adequarao país e ao modo de vida, tiveque me integrar na cultura bra-sileira, quando fiz isso a adap-tação ficou muito mais fácil”, co-menta.

Joe Roberts é músicorenomado internacionalmente ejá atravessou oceanos atrás deum bom público que estivessedisposto a ouvir o seurock’n’roll. Em 1982, ele fez par-te do grupo canadense MenWithout Hats, onde teve a opor-tunidade de viajar por 27 paísespara abrir shows de bandas fa-mosas como The Police, The SexPistols e The Guess Who. “Foimuito prazeroso conviver comídolos. Após um tempo, entra-mos na rotina de músicos emturnê e aprendemos a nos relaci-onar de forma reservada paranão deixar o mundo lá fora afe-tar o nosso dia a dia”, conta Joe.

Roberts, que há 48 anos estáenvolvido com a música, desco-briu seu talento aos cinco anosde idade tocando sanfona emMontreal. A influência veio da

família, que é composta por mú-sicos. No entanto, o seu estilo detocar e cantar é inspirado nosBeatles, uma das bandas que elehomenageia com seus covers. Namaioria desses eventos em que ovocalista se apresentou, milharesde pessoas o assistiam atenta-mente e, para ele, essa experiên-cia é maravilhosa. “A sensação éindescritível, não tem dois showsiguais, porque toda plateia reagede modo diferente de acordo como show”.

Apesar de a banda de Joe nãotocar músicas próprias, o cantorpossui um repertório de mais de200 obras que ele guarda para si,pois prefere relembrar as cançõesde seus grandes ídolos e alimen-tar o público com um estilo mu-sical clássico e de bom gosto.“Aqui no Brasil, normalmenteuma banda cover homenageiaum nome conhecido do mundodo rock. Logo, percebi que o rockclássico internacional era um es-tilo que podia ser destinado a to-dos os tipos de público carentespor um estilo como o nosso”, de-clara apaixonadamente.

A Joe Roberts and Friends nãoé composta apenas por ele, lógi-co, porém possui um estilo mui-to peculiar. O único integrantefixo do grupo é o canadense, orestante dos músicos muda detempo em tempo. “A seleção é fei-ta por meio de anúncios. Logo de-pois de escolhidos os melhorescandidatos, fazemos alguns tes-tes práticos para decidir o quemelhor se adapta”, explica Joe,que acha o Brasil um paísriquíssimo em bons músicos.“Difícil é escolher o cara certo”.No momento, os amigos do can-tor que estão acompanhando-o

Canadense de

alma brasileira

nos shows são Edson Benatti,Naná Magnoli e Silians FredoSilas.

O músico já é tão brasileiroque possui o calor e a caracterís-tica extrovertida do povo daqui.Um dos grandes motivos por eleter escolhido Curitiba para abrirsua série de shows pelo país é asemelhança que ele vê na nossacidade com a sua cidade natal.“Adoro esse lugar e no meu verCuritiba é muito organizada, coi-sa que me faz lembrar a minhaMontreal no Canadá. Sempre fuibem recebido aqui”. Os clássicosdo rock que Joe apresenta são oque há de melhor das décadasde 50 a 80, passando por Elvis,The Rolling Stones até a bandaQueen, claro, sem esquecer dosBeatles, seus maiores ídolos.Ainda sobre o repertório, o ca-nadense acrescenta: “HotelCalifornia do grupo The Eaglese Wish You Were Here de PinkFloyd são músicas que nuncadeixo de tocar nos meus shows”.

Joe adianta que vai terminarsua apresentação com uma sur-presa e espera que o Teatro Posi-tivo esteja lotado, pois não hánada que o satisfaça mais.“Como todo artista que vai fazerum show, nada me dá mais pra-zer do que subir no palco e olharpara um lugar cheio de gentebonita e participativa”. O showinternacional que leva o espec-tador a viajar pelo passado, mer-gulhando em clássicos e ídolosdo rock, acontecerá na sexta-fei-ra dia 18 de junho, às 21h. “Te-nho certeza de que a plateia iráguardar para sempre uma lem-brança nostálgica dos melhorese maiores tempos musicais douniverso”, diz o cantor.

Jéssica Vitória

O ator Daniel Boaventurafaz show em Curitiba nessaquinta. Depois de atuar na TVe em musicais, DanielBoaventura decide se lançarna carreira de cantor com odisco “Songs 4 U”. No álbum,o cantor regrava grandessucessos de Frank Sinatra, JoeCocker, Barry White, CarlySimon e de George Michael.Onde: Teatro Guaíra (PraçaSantos Andrade) | Quanto:de R$ 30 a R$80 | Quando:Quinta, às 21h

Daniel Boaventuraapresenta show“Songs 4 U”

Divulgação

Na comédia, Nany é dona de um salão de beleza que ficou abeira da falência depois que seu marido fugiu com todo o dinheiroe a assistente, Dália, que é um travesti. Em nome da amizade, Dáliavolta arrependida. Em meio à confusão, surge Geovana, que nãotem para onde ir e encontra no salão um lugar perfeito para fazerde confessionário.Onde: Teatro Cultura (Praça Garibaldi, 39, Largo da Ordem)Quanto: R$20Quando: Sexta e sábado, às 21h

Comédia, traição e fofoca

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