lona 749 - 21/09/2012

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[email protected] @jornallona Ano XIII - Número 749 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Curitiba, sexta-feira, 21 de setembro de 2012 O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil lona.redeteia.com Paraná realiza enconstros de empresa junior em novembro p.7 Depressão atinge 10,4% da população brasileira p. 5 Ensaio fotográfico sobre a marcha contra a corrupção pág. 8 GERAL ESPECIAL Apesar de Curitiba ter acessoa à rede de internet sem fio gratuita em locais públicos há anos, grande parte da popu- lação ainda não conhece o serviço. p. 3 Capital paranaense conta com internet gratuita em locais públicos O cenário cultural de curitiba Dados do IPPUC apontam um aumento de espaços culturais em Curitiba desde 2007. O local mais recente é o Portão Cultural, inaugurado neste ano com a proposta de trazer eventos culturais diferenciados. p.4

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO

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Curitiba, sexta-feira, 21 de setembro de 2012

[email protected] @jornallona

Ano XIII - Número 749Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade PositivoCuritiba, sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

lona.redeteia.com

Paraná realiza

enconstros de

empresa junior

em novembro

p.7

Depressão

atinge 10,4% da

população

brasileira

p. 5

Ensaio fotográficosobrea marcha contra acorrupção

pág. 8

GERAL

ESPECIAL

Apesar de Curitiba ter acessoa à rede de internet sem fio gratuita em locais públicos há anos, grande parte da popu-lação ainda não conhece o serviço. p. 3

Capital paranaense conta com internet gratuita em locais públicos

O cenário cultural de curitiba

Dados do IPPUC apontam um aumento de espaços culturais em Curitiba desde 2007. O local mais recente é o Portão Cultural, inaugurado neste ano com a proposta de trazer eventos culturais diferenciados. p.4

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Curitiba, sexta-feira, 21 de setembro de 2012

As eleições estão próximas. Ou seja, o caminho para oportunistas está aberto, é a hora que alguns aproveitam para desfrutar as glórias do poder, ter salários confortá-veis, vagas de empregos e outras mordomias pagas pelos contribuintes nacionais. Os novos e os velhos candidatos se apresentam com acenos educados e prometendo o que geralmente não cumprem.

O voto é obrigatório (uma imoralidade constitucional), mas você não é obrigado a jogar fora o seu voto esco-lhendo qualquer um. É necessário analisar as propostas e reparar que os candidatos oportunistas estão sempre de plantão tentando dar o bote no incauto eleitor. Em can-didato ficha suja, nem pensar! Procure informação sobre cada um, é um direito seu saber sobre a “vida” da pessoa que vai “comandar” a sua cidade.

Porém, enquanto persistir o sistema politico caolho e de objetivo solerte do voto obrigatório, o nosso Parla-mento continuará sendo palco de atores a rirem da nossa cara. Uma opção seria o voto facultativo, uma maneira do povo escolher se quer votar ou não.

Portanto, eleitor, no dia da eleição, diga não à reeleição de qualquer político. Política não é profissão, é mandato transitório. O parlamento precisa de constante renovação. A continuidade de política parlamentar só tem causado prejuízo erário. O Parlamento não é refúgio para pessoas ficarem por tempo indeterminado, ou que não tenha o que fazer na sua vida particular. Ninguém é insubstituível. Portanto eleitor, pesquise, pense e vote em quem for o melhor para você e para os outros.

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Expediente

Reitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Comuni-cação Social: André Tezza Consentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Pro-fessores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editores-chefes: Gustavo Panacioni, Renata Silva Pinto e Vitória Peluso | Editorial: Tayná de Campos Soares.

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba - PR. CEP: 81280-30 - Fone: (41) 3317-3044.

Opinião Editorial

Júlio Rocha

O caso do prefeito desaparecido

Este segundo semestre não está nada fácil para os prefeitos de Londrina. Prefeitos, no plural mesmo, porque em menos de seis meses a cidade teve um prefeito cassado e o outro se esconde depois de ter admitido participar do mesmo esquema que o seu desacreditado predecessor. Esse é o resumo da história de Barbosa Neto e seu vice José Joaquim Ribeiro, os dois prefeitos de Londrina em 2012.

Após ter admitido receber R$150 mil, o prefeito reserva de Londrina - José Joa-quim Ribeiro - some da vista da Câmara, que está tentando avisar o sujeito de que ele tem sete dias para apresentar sua defesa contra Comissão Processante. Para quem as-siste de fora, essa situação embaraçosa na prefeitura de Londrina beira o cômico. Mas com certeza é difícil rir quando é o (segundo) prefeito da sua cidade que se esconde.

Infelizmente, é difícil prever que aquele rosto simpático e sorridente dos cavaletes e cartazes das campanhas eleitorais vai trazer à cidade um momento tão surpreenden-te. O caso de Londrina e seus dois prefeitos é, porém, apenas um exemplo bem exa-gerado (nem por isso irreal) de como candidatos mal escolhidos podem decepcionar seus eleitores. Mesmo que casos tão chamativos não aconteçam com tanta frequência, várias malandragens e safadezas acontecem melhor disfarçadas e em lugares onde poucos procuram.

Até o momento de confirmar o número do candidato na urna os eleitores têm tempo de descobrir quem são seus candidatos. A lei da ficha-limpa não impede que todos os aproveitadores se candidatem, só aqueles que não souberam se esconder direito. Por isso não dá para acreditar que todos os políticos ruins já foram filtrados. Essa é a hora de deixar a inocência de lado e pesquisar tudo sobre todos. E sempre lembrar que todo prefeito leva junto um vice, como Barbosa Neto e Joaquim Ribeiro.

Ano de eleição, sempre a mesma conversa

Salário justo?Leonardo Doro da Luz

O Brasil é um dos países que pagam pelo serviço legislativo municipal. Em algu-mas cidades do mundo, os vereadores não ganham nada; em outras recebem apenas um pequeno auxílio. Em nosso país, as cidades remuneram seus vereadores com óti-mos salários e aprovam aumentos de mais de 50%.

Na cidade de Bom Jesus, no estado do Rio de Janeiro, foi aprovado um aumento de 51% para os vereadores, que irão iniciar o mandato a partir de 2013, ganhando R$ 7.014. Hoje eles ganham R$ 4.644, o que corresponde a 20% do salário de deputado estadual no Rio.

Em Estocolmo, capital da Suécia, o vereador recebe apenas uma pequena ajuda de custo, cerca de 10% do salário médio da cidade, que é de R$ 7.500. O vereador recebe R$ 790 mensais.

Segundo o senador Cyro Miranda (PSDB-GO), deverá ser discutida uma PEC (pro-posta de emenda constitucional) que determinará que apenas municípios com mais de 50.000 habitantes poderão remunerar seus vereadores.

Apenas municípios com mais de 100.000 habitantes poderão estipular, para seus vereadores, salários acima de 50% do valor recebido pelos deputados estaduais.

Se realmente esta emenda for aprovada, cerca de 4900 cidades iriam extinguir o salário de seus vereadores, 90% das cidades não iriam gastar verba pública para re-munerar o poder legislativo municipal. Agora só resta saber se realmente o cargo de vereador iria ser tão atrativo para tantos corruptos, que só se importam com o dinheiro e nada mais.

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População não sabe que há internet grátis na cidade

Carolina PereiraRafaela Guimarãs

A cidade de Curitiba conta com o serviço de acesso a redes de internet sem fio gratuitas em lo-cais públicos, como par-ques e praças, desde 2008. Ainda assim, grande parte da população não sabe da existência desse serviço ou como utilizá-lo. Das 30 pessoas entrevistadas pela reportagem do Lona, 45% afirmaram saber da existên-cia do serviço, mas não sa-biam como utilizá-lo; 35% não sabiam que existia; 15% sabiam como utilizar,

mas nunca conectaram-se à rede; 5% já utilizou a rede de internet sem fio gratuita na cidade.

De acordo com o dire-tor-presidente do Institu-to Curitiba de Informática (ICI), órgão que realiza o serviço, Renato Rodrigues, o objetivo desse projeto é construir experiências em locais de acesso público para, depois, levá-las a es-colas, unidades de saúde e outras áreas públicas para beneficiar toda a popula-ção. Além de ter o serviço em parques, mercados mu-nicipais e ruas da cidada-nia, a prefeitura oferece wi-fi gratuita em 44 faróis do Saber, Praça da Espanha, Jardim Botânico e Largo da Ordem.

Já há quatro escolas mu-nicipais com rede implanta-da, até o final do mês mais 20 unidades receberão a no-vidade. A expectativa é que até o final do ano, de acor-do com o cronograma do ICI e da Prefeitura, as 181 unidades educacionais esta-rão com wi-fi grátis para a população das redondezas. O plano é expandir ainda mais a rede, com vistas à Copa do Mundo, em 2014, “será o legado para a po-pulação das redondezas”, diz o diretor-presidente do Instituto Curitiba de Infor-mática.

De acordo com dados do Comitê Gestor de Internet, divulgados em janeiro, o acesso à internet por celu-lar no Brasil cresceu mais

Diversos espaços públicos de Curitiba possuem acesso gratuíto aos serviço

de três vezes entre 2010 e 2011. A média de 6% de usuários de celular conecta-dos no país subiu para 17%.

Rodrigues explica que para ter acesso à rede, o usuário precisa fazer um ca-dastro no site HTTP://www.passaportecuritiba.com.br. Após o preenchimento dos campos, a conexão é libera-da. Para utilizar o serviço, é

necessário localizar a rede WIFI_CURITIBA e inserir o login e senha obtidos no cadastro.

A conexão tem 10 MB de velocidade e pode ser feita de qualquer dispositivo que contenha a tecnologia wi-fi. A velocidade da conexão pode variar de acordo com o número de usuários si-multâneos na região.

Locais com a rede wi-fi gratuita

Largo da Ordem - desde as Ruínas do Alto São Fran-cisco até o Memorial de Curitiba, incluindo a região da Igreja do Rosário

Parque Barigui - na entrada do estacionamento, pela Avenida Cândido Hartmann, atingindo o estacionamento, bistrô e redondezas; perto do Salão de Atos, abrangendo os dois estacionamentos, o salão e a lanchonete; na curva das churrasqueiras; e no estacionamento da entrada da BR 277;

Praça da Espanha - toda a extensão da praça;

Jardim Botânico - na entrada, no estacionamento principal e na lanchonete;

Mercado Municipal (desativado durante período de reforma do local);

Ruas da Cidadania - Praça Rui Barbosa, Boa Vista, Cidade Industrial de Curitiba, Santa Felicidade, Bairro Novo e Boqueirão.

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Curitiba, sexta-feira, 21 de setembro de 20124

Sem dúvida existe um núme-ro considerável de espaços cul-turais na capital das araucárias, eventos acontecem e os curiti-banos marcam presença. O in-vestimento em cultura na capital dobrou nos últimos cinco anos, e é possível observar um aumen-to na movimentação cultural da cidade. Eventos oficiais, fora do calendário, inéditos, nacionais e internacionais são realizados por aqui, mas é possível dizer que Curitiba é um centro de irra-diação cultural?

Por muitos anos, grandes eventos culturais do país acon-teciam apenas nas capitais flu-minense e paulista, o que limi-tava a disseminação da cultura popular no país como um todo. Mesmo com as manifestações específicas de cada região, pro-venientes de heranças culturais

de cada povo, o que também co-nhecemos como folclore, Curiti-ba sempre teve grupos culturais ligados ao teatro, música, poesia, literatura, cinema, entre outros, mas sempre em menor escala.

Nos últimos anos, este ce-nário tem passado por várias mudanças. Grandes eventos cul-turais, como shows nacionais e internacionais, festivais de gran-de porte, lançamentos de peças de teatro, entre outros, tem ocu-pado a agenda dos curitibanos. De um modo geral, é possível perceber esta transição cultural através da programação oficial e não oficial parte integrante do calendário da cidade.

Poder Público e cultura

Beto Lanza, superintendente da Fundação Cultural de Curiti-ba, afirma que a cidade nunca es-teve tão motivada culturalmente.

“Curitiba passou a realizar eventos de grande porte e o pú-blico tem respondido muito bem a isso”, afirma Lanza. Segundo o superintendente, a agenda cul-

tural de Curitiba está crescendo de forma saudável, com aconte-cimentos espontâneos e muitos planejados, com data fixa no ca-lendário cultural.

Eventos de longa data da ca-pital paranaense, a exemplo da Oficina de Música, que acontece há 30 anos, evoluiu com o tem-po e hoje proporciona a vinda de grandes nomes da música clássi-ca e erudita do Brasil e do mun-do, afirma Lanza.

Além de eventos já consa-grados na cidade, outros mais alternativos, como o Psycho Carnival, tem ganhado espaço e público fiel. “O Psycho Carnival é um verdadeiro acontecimento na cidade, uma alternativa para aqueles que geralmente não gos-tam de festas carnavalescas tra-dicionais e preferem algo mais rock & roll. É um festival com muito potencial” afirma o supe-rintendente.

Segundo Beto Lanza, Curi-tiba sempre teve a fama de ser uma cidade de pessoas pouco sociáveis, mas no últimos anos, os curitibanos tem surpreendido

ao participar ativamen-te das manifestações culturais mais variadas. “Curitiba tem muitas opções, basta ir atrás e participar”, concluiu Beto Lanza.

Poderia ser me-lhor

José Carlos Fernan-des, jornalista especia-lista em cultura, fala de uma Curitiba em um momento de exaltação generalizada da cultu-ra, como se fosse algo novo. “A cultura sem-pre existiu em Curitiba, a única diferença é que

hoje a divulgação dos grandes eventos, muitas vezes incen-tivados pelo governo, é muito maior”, afirma.

Segundo o jornalista, a cidade sempre se manifestou cultural-mente com grupos de discussão sobre literatura e cinema, apre-sentações de Jazz, a exemplo do Saul do Trompete, entre muitas outras formas. “O que acontece agora é uma espécie de popula-rização dos eventos, não que isso seja um aspecto negativo, é óti-mo que mais pessoas estejam se interessando pela arte. A cultura está por todos os lados em Curi-tiba”, comentou Fernandes.

Fernandes comentou que algumas das manifestações cul-turais mais tradicionais da ca-pital, a exemplo do Ballet do Teatro Guaíra, que perderam a força com o tempo.

Segundo Fernandes, apesar do investimento em cultura ter aumentado ainda falta muito para Curitiba ser uma “capital cultural” de fato. O jornalista concluiu que a tendência é a cultura ganhar espaço de acor-do com o interesse do público e também com incentivos para que isso se torne possível.

Curitiba tem uma boa agen-da para eventos do circuito mais independente, como shows de bandas norte-americanas dos gêneros Punk Rock e Hardcore, a exemplo do Bad Religion e Pennywise – eventos como estes acontecem com regularidade na cidade. No entanto, shows enor-mes, como AC/DC, Coldplay e Madonna, são realizados apenas no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre – sendo que Curi-tiba é mais populosa que esta última. A questão que fica é se Curitiba tem o potencial de ser uma capital cultural, como a ca-rioca, paulista e gaúcha.

Tatiana Michaud

Curitiba ganha visibilidade no cenário cultural

Programação cultural de

Curitiba

OficialEventos realizados pela Prefeitura municipal e Fundação Cultural de Curitiba:

Oficina de MúsicaFestival de Curitiba GastronomixFringeRisorama Virada CulturalBienal de Dança de CuritibaBienal Vento SulFestival Espetacular de BonecosMostra Paranaense de DançaFestival Estadual de Cinema e VídeoDomingo no ParqueAnima MundiFestival do Juri PopularEncontro de Coletivos de Cinem

EspontâneaEventos realizados sem o patrocínio ou incentivo do Poder Público:

FITOPsycho CarnivalZoombie WalkPré-Carnaval Garibaldis e SacisAno Novo Fora de ÉpocaFestival No ImprovisoFestival NuJazzVicentinaEncontro de Carros Antigos

Fora do calendárioGrandes eventos sem datas fixas no calendário:

ExposiçõesShows nacionaisShows internacionaisPeças de teatroCircos nacionaisCircos internacionaisPeça espanhola “Los Pájaros Muertos” sobre Picasso fez parte da 21ª edição do Festi-

val de Curitiba

Div

ulga

ção

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Curitiba, sexta-feira, 21 de setembro de 2012 5

Diagnóstico de depressão entre jovens é mais difícilTranstornos mentais ocupam o 3º lugar na lista de causas de afastamento do trabalho no Brasil

Flávia Proença Mariana Macedo

A depressão é uma doença que já atinge 10,4% da popu-lação brasileira, de acordo com pesquisa epidemiológica de 18 países no relatório Epidemiolo-gia Transnacional do MDE (epi-sódio depressivo maior) divul-gada pela Organização Mundial de Saúde em 2011.

Se não diagnosticada e tra-tada a tempo, pode afetar seria-mente o cotidiano da pessoa. Ela pode surgir em todas as idades, porém entre crianças e jovens o diagnóstico é mais difícil de ser realizado, já que são fases da vida em que há grande alteração de humor.

Muitas vezes, confunde-se a doença com uma tristeza pas-

sageira. Para saber diferenciar a tristeza da depressão, é preci-so observar a presença de pelo menos cinco dos seguintes sin-tomas, publicados na quarta edi-ção do Diagnostic and Statisti-cal Manual of Mental Disorders (DSM-IV): sentir-se deprimido a maior parte dos dias, todos os dias; alteração de peso não inten-cional; diminuição do prazer na realização de atividades; agita-ção ou apatia psicomotora; falta de energia; sentimento de culpa; pouco ou muito sono; dificulda-de de concentração e pensamen-tos suicidas.

Para o coordenador do cur-so de psicologia da Universida-de Positivo, Raphael Henrique Castanho Di Lascio, é mais di-fícil associar a falta ou excesso de sono a um quadro depressivo entre os jovens, já que nessa ida-de esse tipo e alteração é muito comum devido a transformações

hormonais. Outro sintoma mais perceptí-

vel nessa idade, para Di Lascio, é a exclusão social. “A pessoa começa a se isolar, fica mais quieta, fechada, e isso é um aler-ta para que os pais encaminhem esse jovem a uma avaliação psi-cológica”, afirma.

Características

O quadro depressivo tem várias nuances, ou seja, há mo-mentos de profundo isolamento e outros de euforia, por isso mui-tas vezes a depressão é confun-dida com bipolaridade, já que as pessoas tendem a ter mudanças repentinas de humor. Por isso é tão importante a avaliação psico-lógica. “A depressão é bem espe-cífica, já os transtornos de humor podem estar ligados a um quadro depressivo seguido de um mo-mento de mania (quadro eufóri-

co)”, explica Di Lascio.O uso de drogas, como álco-

ol, maconha e cocaína, está inti-mamente ligado a um quadro de-pressivo, já que a droga funciona como uma “válvula de escape” para as frustrações e tristezas provocadas pela doença. “O indivíduo procura um modo de superar, de vencer algum obs-táculo, e quando não consegue, percebe que a ação química das drogas traz a sensação que pro-cura”, observa o psicólogo.

O tratamento com remédios também atua no sistema neu-rológico do indivíduo, provo-cando equilíbrio no organismo e diminuindo sintomas como a ansiedade e problemas no sono. Porém, o uso de remédios só é eficiente quando é feito um tratamento psicológico em pa-ralelo.

Segundo levantamentos rea-lizados pela Previdência Social no período de janeiro de 2008 a janeiro de 2012, transtornos mentais, entre eles a depressão, ocupam o 3º lugar na lista de causas de afastamento do tra-balho no Brasil. “É preocupan-te. Hoje existem vários casos de pessoas com depressão, in-clusive casos de suicídios rela-cionados a doença. A depressão mata”, atenta Di Lascio.

A pessoa que se curou de um quadro depressivo pode tem tendência a desenvolver nova-mente a doença, inclusive depois de um longo período de trata-mento. Ocasiões como o luto po-dem contribuir, já que estimula emoções como a tristeza, e para alguém que já tem essa predispo-sição a linha entre a tristeza e a depressão é muito tênue.

Um caso diagnosticado

L foi descobriu que tem depressão há pouco mais de um ano. Após chegar em casa embriagado, ele tentou co-meter suicídio quando foi encontrado pela sua mãe, e só então buscou ajuda profissional e começou a tomar anti-depressivos diariamente.

“Eu estava numa situação bem complicada e não falava pra ninguém. Até que um dia eu bebi muito, cheguei em casa e explodi”, conta L.

O diálogo e apoio da família foram fundamentais na decisão de procurar um psiquiatra. Ele se consulta uma vez na semana com uma psicóloga e uma vez por mês com um psiquiatra, que receitou um antidepressivo, um calmante e um remédio para dormir.

L acredita que sua depressão tenha surgido após mu-danças bruscas na sua vida, como morar sozinho em outra cidade. Conta também que seu psiquiatra lhe disse que muitos de seus problemas se agravaram por não dividir seus sentimentos com as pessoas próximas.

“Às vezes nós achamos que o melhor é ficar calado e tentar seguir em frente sem ajuda, mas procurar ajuda mostra que você quer mudar, quer ficar bem”, aconselha.

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Destruindo um mito (ou tentando...)Esporte

Gustavo [email protected].

br

Esporte

Rodolpho [email protected]

O entraquecimento da NBAHá alguns dias atrás, o Los Ange-

les Lakers confirmou uma super troca envolvendo o seu pivô, Andrew By-num, que foi parar no Philadelphia 76ers. Tudo isso para trazer o me-lhor pivô da NBA, Dwight Howard, que estava no Orlando Magic. Andre Iguodala, saiu do 76ers e foi parar no Denver Nuggets, que perdeu Aaron Afflalo e Al Harrington para o Orlan-do Magic. Com Howard, o Lakers se torna mais um supertime na NBA, e já se candidata para ser campeão da próxima temporada do melhor bas-quete do mundo.

Na temporada passada, quando foi eliminado pelo Oklahoma City Thunder, nas semifinais dos playoffs da conferência oeste, o elenco ange-lino recebeu duras críticas, por “só” ter Kobe Bryant. O técnico da equi-pe, Mike Brown, também recebeu reclamações, por não conseguir fazer as rotações certas no time, que ale-

gava ter poucas peças no elenco. Sa-íram Matt Barnes, Ramon Sessions e Andrew Bynum, mas chegaram Steve Nash e Dwight Howard. Na troca com o Orlando Magic, o time de Los An-geles ainda acrescentou ao seu elenco Chris Duhon e Earl Clark. Essa gran-de troca foi conduzida pelo general manager do Lakers, Mitch Kupchak, famoso por conseguir grandes trocas para os angelinos.

O atual campeão, Miami Heat, se reforçou ainda mais, trazendo os ex-perientes Ray Allen e Rashard Lewis, que torna ainda mais possível um con-fronto entre Lakers e Heat na final da NBA. A formação dos supertimes têm deixado cada vez mais as outras equipes de lado, que se contentam em ter escolhas de draft (seleção de joga-dores das universidades americanas) e se reerguerem em um prazo longo. Recentemente, o New York Knicks também juntou vários astros, como

Carmelo Anthony, Tyson Chandler e Amar’e Stoudemire.

O principal jogador da franquia de Dallas, Dirk Nowitzki criticou seu ex-companheiro de equipe, Jason Kidd, que se transferiu para o Knicks. No-witzki disse que nunca trocará de equipe, pois seu sangue é azul (cor da equipe do Mavericks) e não aceitaria jogar em um supertime. Antigamente, as trocas eram dificílimas, e geralmen-te, um jogador draftado por uma equi-pe, não a deixaria.

Nos últimos 28 anos, apenas oito times venceram o campeonato. O Los Angeles Lakers, dono de 16 títulos em sua história, conquistou o anel de cam-peão sete vezes nesse período. Porém, não é a franquia com mais títulos na liga. Perde por uma conquista para o Boston Celtics, que têm 17 títulos, e apenas três no período de vinte e oito anos. Os outros times que conquista-ram um título na maior liga de basque-

te do mundo no período citado acima foram: Miami Heat (2), Dallas Mavericks, San Anto-nio Spurs (4), Chicago Bulls (6), Houston Rockets (2), e Detroit Pistons (3).

“Lance Armstrong desiste de se de-fender contra acusações de doping e pode perder seus principais títulos”. Esta foi a manchete que me surpreendeu, na esca-lada do Bom Dia Brasil, em 24 de agos-to. Jamais pensei que o heptacampeão da Volta da França se renderia às acusações de doping que sofreu desde que voltou de um câncer quase terminal para ser o maior ciclista da década de 2000.

Ao contrário do que muitos pensa-ram, não foi uma admissão de culpa, mas sim, um “chega” de Armstrong, alegan-do estar cansado de lidar com “acusações injustas”. Não vou tirar conclusões sobre a culpa ou não de Armstrong, afinal não sei se ele competia dopado, já que nunca foi pego em testes anti-dopagem.

Neste caso é notável a hipocrisia da Agência Anti-Doping Americana (USA-DA) ao condenar Armstrong sem provas, apenas com depoimentos de ex-colegas de equipe (um pego diversas vezes no anti-doping e o outro, um campeão de Tour de France que teve sua vitória cas-sada por testar positivo), contrariando

a famosa regra jurídica da presunção da inocência.

Não é comum ver os americanos tenta-rem destruir suas lendas esportivas, muito pelo contrário, há sempre uma proteção exacerbada. Isso causa um estranhamento ainda maior à perseguição da USADA por uma punição a Lance Armstrong, indepen-dente do custo. Penso, pessoalmente, que há algo nos bastidores entre o ex-ciclista e a agência que levou a esta investigação e, posteriormente, um banimento do esporte (Lance ainda competia em triatlos e ma-ratonas).

Entretanto, o mais absurdo disso tudo, é que o ciclismo sempre foi um esporte envolto por doping, “podre (e quem pensa diferente é uma Poliana)”, como escreveu Buzz Bussinger, excelente jornalista da Newsweek, em reportagem sobre o caso. Grandes campeões como Fausto Coppi, Eddy Merckx e Marco Pantani tiveram seus nomes relacionados ao doping em algum momento. Jacques Anquetil, cinco vezes vencedor do Tour declarava “você seria muito tolo se acreditasse que um ci-

clista profissional, que corre 235 dias por ano, aguentaria isso sem um estimulante”. Todos estes mitos continuam com seus tí-tulos intactos.

E para fechar, o mais bizarro, todos (ressaltando, todos) os vice-campeões de Armstrong nos seus sete Tours já foram pegos, acusados ou assumiram uso de do-ping durante a carreira.

Talvez a USADA queira mostrar ser-viço, afinal, sem doping não existiria este tipo de instituição. Porém, tentar acabar com uma lenda desta maneira é um des-serviço ao ciclismo, que só sai com seu nome mais sujo do que é. Seria muito mais eficaz, deixar os títulos em nome de Armstrong e fazê-lo passar a vergonha de ser questionado (claro, mediante apresen-tação de provas).

Agora, Lance Armstrong nunca deixa-rá de ser uma lenda. No dia seguinte a sua desistência de defesa, as doações para sua fundação contra o câncer triplicaram em relação ao normal. Diversos fãs do ciclis-mo prestaram apoio ao texano e, sincera-mente, não me vejo considerando outro

campeão nos Tours de 2004 e 2005, os primeiros que assisti.

Nota: Lance Armstrong ainda não perdeu seus títulos. Esta decisão só pode ser tomada pela UCI (União Ciclística Internacional) e pelo CAS (Corte Arbitral do Esporte).

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Curitiba, sexta-feira, 21 de setembro de 2012 7

Geral

Eventos fomentam o quinto estado com maior número de empresas juniores do país

Maximilian Rox

Será realizado em Ponta Grossa, nos dias 15 a 18 de Novembro, o encontro es-tadual de empresários juniores – o VIII Paraná Júnior. Seg-uindo os moldes do recente Junior Enterprise World Con-ference, realizado na histórica cidade carioca de Paraty nos dias 6 a 10 de Agosto, o en-contro paranaense é mais um dos vários que ocorrem no estado visando estimular o es-pírito empreendedor dos inte-grantes de Empresas Juniores. No Brasil, o número de Empresas Juniores den-tro das instituições de ensino superior está crescendo. Seg-undo dados de 2010 da fed-eração nacional de empresas juniores, a Brasil Júnior, ex-istem no país cerca de 1120 empresas juniores envolv-endo atividades para mais de 27800 alunos, e dentro das 168 empresas que responder-am a pesquisa, 6,59% estão no Paraná. Isso eleva o estado à quinta colocação em números de empresas juniores, per-dendo para São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Santa Cata-rina. A Universidade Federal do Paraná conta com 12 em-presas relacionando alunos de 18 cursos – como Admin-

istração, Turismo, Ciência da Computação, entre outros.O que é uma Empresa Júnior

Empresa Júnior é uma instituição sem fins lucrativos e com fins educacionais, for-mada por alunos de cursos de graduação em instituições de ensino superior para realizar-em projetos e serviços que en-volvam sua área de atuação. Vinícius Moisés Botto

está em seu segundo ano de atividades na ECOMP, a Em-presa Júnior de Computação da UFPR, e contou-nos um pouco das vantagens de se participar de uma empresa júnior: “Participar de uma EJ é excelente para ter uma noção do que você está estu-dando e o que você irá fazer após a faculdade, na prática. Depois que entrei na empresa júnior, descobri muita coisa nova e senti um gosto ainda

maior pelo meu curso”. Ele ainda conta o que essa ex-periência ajudou na hora de procurar um estágio: “O mer-cado de trabalho está cada vez mais procurando estagiários com o perfil de um empresário júnior. Na nossa empresa, por exemplo, dois membros se candidataram às vagas de estágio da empresa Exxon-Mobil, uma multinacional de petróleo, e que hoje em dia é um dos melhores lugares para se fazer estágio no Brasil. Os dois membros foram aprova-dos, com méritos à empresa júnior.”

Os encontros no estado

As empresas de Foz do Iguaçu e Londrina realizarão seus eventos locais nos próxi-mos dois meses, aumentando as opções para benchmarking entre os empresários juniores. Encontros como esses são, para Vinícius, “uma oportuni-dade para crescimento pessoal por assistir diversas palestras muito interessantes de pes-soas com casos de sucesso e de grande realização pessoal”. O próprio estudante de computação vê a força do movimento paranaense em sua participação no JEWC deste ano: “O Paraná foi muito bem representado pela organiza-ção paranaense, a FEJEPAR.

Posso falar, com toda certeza, que fiquei orgulhoso com a federação no JEWC, ainda mais quando a ADECON, empresa júnior de consulto-ria de Maringá, foi escolhida, pela segunda vez consecutiva a melhor entre as EJs de todo o Brasil, pelo padrão SMD”. Mas ressalva que o apoio das universidades é fun-damental para o crescimento tanto do espírito empreende-dor do aluno como da empresa júnior: “A UFPR reconhece as empresas juniores como um núcleo, mas não dá a devida atenção e crédito à importân-cia que elas têm na formação de um aluno. Isso não acon-tece só na UFPR, como tenho observado, e sim nas univer-sidades como um todo. O en-sino precisa evoluir, e essa é a evolução que o ensino pre-cisa”. Ele finaliza: “O JEWC foi excepcional. Foi de arrepi-ar ver a força das EJS em um evento de tamanha grandiosi-dade, organizado pelos próp-rios empresários juniores”. O Movimento Empresa Junior vem ganhando imensa força no Brasil, realizando eventos e chamando cada vez mais a atenção dos universitários que procuram por oportunidades no futuro mercado de trabal-ho. Basta olhar os dados da federação nacional para con-firmar essa grandeza.

“A UFPR reconhece as empresas juniores como um núcleo, mas não dá a devida atenção”, diz o estudante Vinícius Moisés Botto.

Diego Henrique da Silva

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Curitiba, sexta-feira, 21 de setembro de 20128

Por um Brasil mais limpo

A Marcha contra a corrupção ocorre três vezes ao ano. A última ma-nifestação aconteceu no feriado de 7 de setembro e percorreu o caminho entre a Boca Maldita e o Palácio do Governo, em Curitiba.

Pamela CastilhoJoana Castro