lona 719 - 21/05/2012

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[email protected] @jornallona lona.redeteia.com Ano XIII - Número 719 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Curitiba, segunda-feira, 21 de maio de 2012 Pesquisa afirma que o Paraná é o terceiro esta- do com maior número de criação de empregos no Brasil, e o primeiro na Região Sul Pág. 3 Número de empregados aumenta no Paraná Curitiba está entre as quatro maiores infla- ções, segundo IPCA Pág. 7 ECONOMIA O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil Os filmes do cinema nacional que fizeram sucesso Pág. 6 CINEMA Linha de Turismo de Curitiba é um atrativo extra para a cidade Págs. 4 e 5 CIDADE Valdecir Galor/PMC

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, segunda-feira, 21 de maio de 2012

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lona.redeteia.com

Ano XIII - Número 719Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade PositivoCuritiba, segunda-feira, 21 de maio de 2012

Pesquisa afirma que o Paraná é o terceiro esta-do com maior número de criação de empregos

no Brasil, e o primeiro na Região SulPág. 3

Número de empregados aumenta no Paraná

Curitiba está entre as quatro maiores infla-ções, segundo IPCA

Pág. 7

ECONOMIA

O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

Os filmes do cinemanacional que

fizeram sucesso

Pág. 6

CINEMA

Linha de Turismo de Curitiba é um atrativo

extra para a cidade

Págs. 4 e 5

CIDADE

Vald

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MC

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Curitiba, segunda-feira, 21 de maio de 20122

Expediente

Reitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Adminis-tração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Comunicação Social: André Tezza Consentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editora-chefe: Sue-len Lorianny |Repórter: Vitória Peluso | Pauteira: Renata Pinto| Editorial: Rayssa Baú

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universi-dade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba - PR. CEP: 81280-30 - Fone: (41) 3317-3044.

Professores federais de várias instituições do Brasil pedem para que o governo cumpra o prometido. No ano passado, foi firmado um acordo entre governo e professores de algumas en-tidades federais.

O contrato previa três itens: a incorporação da Gratificação Específica do Magistério (Gemas) ao vencimento básico dos professores, um aumento salarial de 4% sobre toda a remune-ração partir de março de 2012 e a implantação de um Grupo de Trabalho (GT) de representantes do governo e dos docentes federais para negociar a reestruturação da carreira.

O fato é que estamos na metade de maio e nada do que havia sido combinado foi realmente colocado em prática. Dessa for-ma, várias instituições federais de todo o Brasil devem entrar em greve. Só aqui no Paraná cerca de 40 mil alunos ficarão sem aula devido a paralisação da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Como que o governo promete algo e não cumpre? Tudo bem que isso é normal! Mas quando se trata de educação, a situação poderia ser diferente. Milhares de alunos terão suas aulas in-terrompidas por tempo indeterminado, o que prejudicará o seu rendimento e o ano letivo mais tarde.

Segundo o Sindicato Nacional, o que os professores querem é uma valorização e uma melhoria nas suas condições de traba-lho, além do que foi tratado no ano passado. Cada universidade e instituição federal fez uma reivindicação específica de acordo com as necessidades locais.

É um absurdo pensar em época de eleições, se nem o que havia sido tratado no ano passado foi cumprido. Cabe às au-toridades atuais honrar a sua palavra e promover aos seus fun-cionários excelentes qualidades de trabalho. Pois só assim a educação irá para frente.

OpiniãoEditorial

Cansamos de fotografar a vida como ela é ?

Sofia Ricciardi Jorge

Em 1861, um físico conseguiu criar a primeira fotografia colori-da após usar diversos filtros de cores diferentes. Somente 40 anos depois foi disponibilizado no mercado um filme (com uma técnica baseada em extrato de batata), que permitia tirar fotos coloridas.

Até então, o objetivo era encontrar uma tecnologia que fizesse as fotos terem as mesmas cores que na vida real. A imagem perfeita foi finalmente alcançada quando as atuais máquinas digitais chega-ram e conseguiram registrar até mesmo as imperfeições que a gente preferia não enxergar.

A chegada do aplicativo Instagram aos celulares mudou esse qua-dro. Ao invés de fotos perfeitas, as imagens com filtros coloridos, formatos diferentes e cores reforçadas, viraram febre. No entanto, a moda que o Instagram lançou já era anunciada por máquinas como a Lomo e a Holga, e não demorou muito parar virar tendência voltar ao passado e usar filtros de uma cor só, que nos dão uma impressão “vintage” às fotografias.

Enquanto alguns permaneceram usando o recurso digital, outros foram mais a fundo, retornaram aos tempos das máquinas analó-gicas e aderiram às maquininhas pequenas, coloridas, “retrô” e de efeito semelhante ao do Instagram.

A mudança não demorou muito, já que as analógicas tiveram que abaixar o preço e inovar o design para ficarem mais atrativas perto das máquinas digitais.

O resultado disso é a atual moda da “lomografia”, ato de tirar fo-tos com as tais maquininhas. Até parece que enjoamos das imagens como elas são na vida real.

Queremos o diferente, queremos dar uma nova versão imagética daquilo que vemos todos os dias. Cansamos da realidade e tudo isso pode ter uma boa explicação: o registo fotográfico hoje é tão grande, que as fotos já não servem mais para eternizar, mas para divulgar um momento.

A fotografia digital se tornou algo banal, não é a toa que mal conseguimos dar conta de guardar todas para nossos filhos verem. Se selecionar já não é preciso, então por que não fotografar tudo?! Por que não abusar de efeitos para chamar a atenção de uma foto qualquer?!

É para isso que, às vezes, os filtros parecem existir. Para dar uma cara mais “interessante” ao que é banal, ao que podemos ver todos os dias e que, por ter um ângulo, uma cor, um efeito diferente, nos chamam a atenção.

Talvez o físico que conseguiu pela primeira vez registrar a vida como ela é tenha se revirado no túmulo com a invenção do Insta-gram, da Lomo e da Holga (muito mais do que nós mesmos).

Cadê a palavra ?

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Curitiba, segunda-feira, 21 de maio de 2012 3

Paraná tem melhor desempenho na geração de empregos da Região Sul

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desem-pregados (Caged), do Mi-nistério do Trabalho e Em-prego (MTE) divulgados na última quinta-feira (17),

Cesar Brustolin/PMCGiuliana NogaraJoana CastroMaria Luíza de Paula

colocam o Paraná em ter-ceiro lugar entre os estados que mais geraram empregos formais no mês de abril, de-pois de São Paulo (85.346) e Minas Gerais (28.886). O Estado teve o melhor desempenho na região Sul como gerador de empregos, com 20.923 novos postos de trabalho com carteira as-sinada, um crescimento de

Empregos formais tiveram crescimento de 0,575

Geração de empregos por estado em abril deste ano

0,82% em relação ao estoque de assalariados no mês anterior.

A indústria de trans-formação foi o setor que mais contratou em abril, registrando um saldo de 6.147 postos de trabalho. Segundo o economista Carlos Magno, o setor da in-dústria cresceu 15%

no Paraná, o que impulsio-nou o aumen-

to na geração de empregos. “Enquanto a média nacio-nal caiu 1,2%, o Paraná teve um aumento de 3,2%”, afir-ma Magno.

Na indústria p a r a n a e n s e , as maiores in-fluências po-sitivas para o aumento nos empregos vie-ram dos seto-res de alimentos e bebidas (8,8%) e de máquinas, apa-relhos eletroeletrô-nicos e de comu-nicações (37,4%), segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Sa-lário.

Outros setores, que também con-tribuíram bastante para o resultado

obtido no Estado do Pa-raná, foram agropecuária, com saldo de 3.969 postos de trabalho, comércio com 3.207 e construção civil com 1.794.

BRASIL

Em todo o País, o Caged registrou 216.974 empre-gos formais, o que corres-ponde a um aumento 0,57% em relação ao mês anterior.

Pela primeira vez no ano foi verificado crescimento em todos os oito setores da economia.

Nos últimos doze meses, o crescimento foi de 4,64%, equivalente à criação de 1.713.410 postos de traba-lho. No período de janeiro de 2011 a abril de 2012, foi registrado um saldo de 2.706.201 novos postos de trabalho, o que significa um aumento de 7,54%.

Dados: CAGED

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Curitiba, segunda-feira, 21 de maio de 20124

A linha turismo proporciona uma rápida e divertida visão da cidade

Quem vem a Curitiba e deseja conhecer os principais pontos tu-rísticos da cidade pode embarcar em uma aventura de 45 quilôme-tros. O ônibus da Linha Turis-mo foi criado pela prefeitura em 1990 e tem facilitado a vida de quem busca ter uma visão rápida e geral da capital paranaense.

São 24 atrações para serem conhecidas, entre parques, bos-ques e locais históricos. De acor-do com a assessoria de imprensa da URBS - empresa responsá-vel pela operação da linha - os pontos turísticos sempre foram selecionados de acordo com o interesse do público. “No pas-seio estão incluídos os lugares da cidade com paisagem natural e construções históricas que me-recem ser visitadas”.

Quem vive em Curitiba ou desembarca aqui pela primeira vez se encanta com o que vê – e não são apenas as atrações do circuito que chamam a atenção.Há quem garante que só de ver o ônibus de turismo pela cidade se impressiona com a sua beleza. A advogada Lucielene Romano mora em Curitiba há mais de 40 anos e conta como gosta de encontrar o ônibus nas ruas. “É algo que encanta só de olhar. O ônibus é muito bonito e a sua es-tética lembra os países europeus. Acho que é por isso que eu nunca o vi vazio, sempre tem gente no andar de cima tirando fotos e ad-mirando a cidade. Pra quem vive em Curitiba é muito gratificante ver o sorriso no rosto dos turis-tas.”

Segundo a assessoria de co-municação da prefeitura de Curi-tiba, a Linha Turismo virou um atrativo extra para a cidade. “A Linha funciona como um grande

Rayssa Baú

COMO TUDO COMEÇOU

facilitador para o visitante. É o ponto de partida para que ele te-nha uma visão geral da cidade e, depois, possa dedicar mais tem-po para explorar os locais que mais o interesse.”

Não são somente os turistas que embarcam nesse ônibus. Muitos curitibanos aproveitam o seu dia de lazer para passear pela cidade. Leonidas Camilo é moto-rista de um dos quatorze ônibus da Linha Turismo e conta como é o seu dia de trabalho. “Gosto muito de dirigir a Linha Turis-mo. Conheço pessoas do mundo todo e me divirto muito com elas. Encontro gente conhecida e mui-tos curitibanos que vão passear com a família. Mesmo assim, a maioria dos passageiros ainda é turista.”

PASSO A PASSO

Cada passageiro precisa comprar uma cartela que custa R$ 25,00 e dá direito ao primei-ro embarque e a mais quatro r eembar-ques em q u a l q u e r um dos pontos por onde a li-nha passa. Dessa for-ma a pes-soa pode descer nos pontos de in te resse e pegar q u a l q u e r um dos p r ó x i -mos ôni-bus que passam a cada 30 minutos.

O iní-cio do tra-jeto é no

PONTOS TURÍSTICOS VISITADOS

O passeio turístico passa por vários bairros e locais da cida-de, o que possibilita aos passa-geiros terem uma visão do mo-

A história da Linha Turismo começou em dezembro de 1990, quando a cidade ganhou da uma linha de ônibus chamada Pro-Parque. Segundo a URBS, a li-nha utilizava veículos que pare-ciam uma espécie de carroceria que imitavam as antigas jardi-neiras. “As carrocerias, então

EVOLUÇÃO DA LINHA

Com o aumento da cidade e o surgimento de novas atra-ções, apenas os três trajetos e os ônibus ProParque não eram suficientes. Em 1994 surgiu a Linha Turismo, como é chama-da até hoje. Os ônibus foram trocados por outros quatro mais confortáveis que pudessem atender um roteiro maior, como descreve a URBS. “Eles man-tiveram o charme das jardinei-ras estilizadas, mas passaram a atender um roteiro de pouco mais de 20 km, percorridos em duas horas”.

Nessa época, os ônibus par-tiam de hora em hora da Praça Tiradentes. O roteiro era com-posto por 18 pontos turísticos: prédio central da Universidade Federal do Paraná; Teatro Gua-íra; Rua 24 Horas; Teatro Paiol; campus da Pontifícia Universi-dade Católica do Paraná; Jar-dim Botânico; Passeio Público; Bosque do Papa; Parque São Lourenço; Parque das Pedreiras e Ópera de Arame; Universida-de Livre do Meio Ambiente; Bosque Gutierrez e Memorial Chico Mendes; Torre das Mer-cês; Ruínas de São Francisco;

produzidas pela Ciferal do Rio de Janeiro, tinham bancos de madeiras parecidos com os de parques e praças, e ainda, jane-las panorâmicas arredondadas, permitindo ampla visibilidade de todo o trajeto.”

Nessa época existiam so-mente três opções de trajetos, todos com destino aos parques da cidade. Dois deles saiam da Rua Presidente Faria, ao lado do Passeio Público, e seguiam para os parques São Lourenço e Barreirinha ou então para o Bosque Reinhard Maack e para o Zoológico. A outra opção era pegar o ProParque na praça Rui Barbosa e seguir para o parques Barigui e Passaúna.

centro da cidade, na Praça Ti-radentes, mas é possível come-çar o passeio em qualquer um dos 24 pontos visitados. Para explicar aos passageiros o que tem em cada ponto e qual a sua importância histórica, há uma gravação dentro do ônibus com tradução em português, inglês e espanhol.

A Linha Turismo opera de terça a domingo 9h às 17h30. Os ônibus saem a cada 30 mi-nutos da Praça Tiradentes e fazem sempre o mesmo itine-rário. O primeiro ponto turís-tico é a Praça Tiradentes, local onde também se dá o término do passeio. Nos dias de maior movimento o mesmo trajeto é operado por dois ônibus em conjunto.

vimento e do funcionamento de Curitiba. Todos os 24 pontos possuem um motivo especial para se tornarem um local de importante conhecimento e vi-sitação.

A prefeitura afirma que o itinerário da Linha Turismo tem recebido muitos elogios e a cada ano aumenta o número de pessoas que optam em fa-zer o passeio. “O roteiro é um sucesso, o número de embar-ques cresce a cada ano e hoje a maioria dos visitantes pode conhecer a cidade sem ter difi-culdades de acesso”, informa a assessoria de imprensa.

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Setor Histórico e Praça Tira-dentes.

Em dezembro de 2008, a Linha Turismo ganhou no-vidades, com uso dos veícu-los “double decker”, ou seja, ônibus de dois andares com o segundo andar aberto para permitir a visão panorâmica dos pontos da cidade. Além do novo estilo, a Linha Turismo passou a ter capacidade para transportar um número maior de passageiros.

CARACTERÍSTICASATUAIS

Atualmente, segundo a Pre-tualmente, segundo a Pre-feitura de Curitiba, 14 ônibus compõem a frota da Linha Tu-rismo, quatro de dois andares com cobertura, cinco de dois andares sem cobertura e cinco tipo jardineira.

O roteiro atual é bem pareci-do com o de 2008, só que com mais pontos turísticos. Dessa forma, o itinerário foi aprimora-do, misturando os atrativos que já eram atendidos pelo ProPar-que com os que foram criados durante esses anos todos.

Segundo a prefeitura, houve um estudo do trajeto antes de de-

finir a rota. “Por razões de segu-rança, foi preciso estudar como fazer para seguir por todos os pontos turísticos da cidade. Le-vando em consideração todos os obstáculos ao longo do trajeto da linha, como fiação de energia e telefonia, árvores, semáforos e placas de trânsito. Tudo isso precisou ser analisado”.

Como mostra o gráfico, com o passar dos anos o número de embarques foi crescendo. Isso porque a Linha Turismo foi fi-cando popular e a prefeitura passou a investir mais nela. O interessante é perceber que no ano de 2008 foi quando surgiu o ônibus de dois andares e foi também o momento em que o número de embarques começou a aumentar sensivelmente.

Enquanto no ano de 2006 o número de embarques foi de pouco mais de 305 mil pesso-as, em 2010 passou a quase 538 mil. Segundo relato da prefei-tura de Curitiba, com o investi-mento em novos ônibus, o nú-mero de embarques aumentou. “Com os ônibus de dois anda-res, a procura pelo passeio ficou ainda maior. E tende aumentar ainda mais, pois a frota ganhou, recentemente, toldo retrátil para o ônibus de dois andares. Tudo

O QUE ELES DIZEM

A funcionária pública Suza-na Furtado mora em João Pessoa e veio pela primeira vez a Curi-tiba. Como ainda não conhecia a cidade, optou em embarcar na Linha Turismo. “Assim que cheguei no aeroporto me in-formei se existia algum tipo de passeio que poderia fazer para conhecer a cidade, então me in-dicaram a Linha Turismo.”

Logo no dia seguinte, Su-zana foi até a Praça Tiradentes e pegou o ônibus. Ela conta que adorou o passeio e a cida-de. “Em todo o trajeto fiquei no segundo andar, onde dá pra ver a cidade de vários ângulos. Gostei muito do ônibus em si, é confortável e bem organizado. Mas o que mais me encantou foi o Jardim Botânico e a Ópera de Arame.”

Suzana ressalta ainda o úni-co ponto negativo: “Os moto-ristas são muito atenciosos, mas dirigem rápido demais. Mal dá tempo de você subir no ônibus e que eles já arrancam. Acho que eles fazem isso pra cumprir ho-rário, mas não é certo, né? Tem que cuidar com a segurança dos passageiros.”

Benedito da Costa é aposen-tado e veio pela segunda vez a Curitiba. Ele diz que a primeira vez não deu tempo de conhecer os pontos turísticos, mas agora

veio só pra isso. “Quando vim pela primeira vez fiquei admira-do pela iluminação e limpeza da cidade. Agora quis conhecer os lugares históricos e turísticos.”

Como ele ainda não tinha passeado pelos locais históri-cos, não conhecia a Linha Tu-rismo. Benedito conta que ficou sabendo por amigos que já ha-viam passeado com o ônibus. “Me falaram muito bem des-se passeio e resolvi conhecer. Gostei do estilo do ônibus que lembra a Europa e do roteiro que ele faz. Os parques e a ar-quitetura do centro da cidade são lindíssimos, vale a pena co-nhecer.”

A estudante Luara Vianna, veio passar as férias em Curi-tiba. Ela ainda não conhecia a cidade, mas já tinha ouvido falar muito bem. Como tinha pouco tempo aqui, resolveu passear com a Linha Turismo e ter uma visão geral de Curitiba. Luara conta que gostou muito de tudo o que viu. “A cidade é limpa e o povo é muito bonito. Quando estava no ônibus fiquei lá na parte de cima e deu pra ver a dinâmica de Curitiba. O ônibus é muito legal. Como fui em um dia de sol consegui ficar lá em cima, onde dava pra ver tudo. Me diverti muito e fiquei impressionada com a beleza e a estrutura do Jardim Botânico. Espero poder voltar um dia.”

isso para garan-tir o conforto dos passageiros em dias de tem-po instável.”

O ano de 2011 bateu o novo recorde com quase 605 mil passagei-ros, um aumen-to de 12,41% se comparado a 2010. Em ju-lho do mesmo ano, o número total de embar-ques chegou a cinco milhões. Para comemo-rar, o prefeito de Curitiba Luciano Ducci foi até o Jardim Botâni-co e entregou miniaturas dos ônibus de dois andares aos tu-ristas que faziam o passeio na-quela data. Nessa celebração, o prefeito afirmou em entrevista para a Agência de Notícias da Prefeitura que estuda aumentar o número de ônibus turísticos. “Já temos a maior frota. Com mais ônibus, evitaremos filas e traremos mais conforto para os turistas, que movimentam a eco-nomia na cidade”.

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Filmes Nacionais

Matheus [email protected]

Cinema

É inegável dizer que Central do Brasil (1998) foi o filme que realmente revigo-rou o cinema nacional. O longa-metra-gem teve uma visibilidade internacional tão grande que chegou a receber duas indicações para o Oscar (Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz – Fernanda Montenegro).

Esse episódio é um dos que mais re-volta os cinéfilos do mundo todo, Fer-nanda Montenegro perdeu o Oscar de Melhor Atriz para Gwyneth Paltrow em Shakespeare Apaixonado (Inacreditável, porém compreensível, afinal estamos fa-lando da premiação mais comercial do mundo). O filme também foi responsável por trazer o Urso de Ouro (Prêmio Ale-mão) de melhor filme para cá.

Olhando para os lançamentos nacio-nais de antigamente, e os do período pós-

central do Brasil, chegamos à conclusão de que os verdadeiros sucessos estão de-pois de 1998. Em 2000, temos o diverti-do O Auto da Compadecida, mostrando a dupla (Nachtergale e Mello) mais diverti-da do cinema nacional.

Em 2007 um filme polêmico que mos-tra a realidade do Brasil, Tropa de Elite. Logo em seguida, em 2008, Selton Mello vem mais uma vez dar um show de inter-pretação com Meu Nome não é Jhonny. Três ótimas produções que mostram como a retomada do cinema nacional funcionou.

Essa renovação no nosso modo de fa-zer cinema trouxe um saldo positivo mui-to bom. Mas os filmes bons não são so-mente os mais recentes. Ao contrário do que muita gente pensa, em 1950, o filme Orfeu Negro, levou o Oscar de Melhor

Filme Estrangeiro. Filmado no Brasil e com atores brasileiros o filme foi dirigido pelo francês Marcel Camus, e por isso fa-la-se muito de que não é um mérito nosso.

Dez anos depois, Willian Hurt levou o Oscar de Melhor Ator pelo filme O beijo da Mulher Aranha, dirigido por um argentino, produzido por um americano, filmado no Brasil e estrelado por muita gente. Outra confusão que levou o Oscar.

Mesmo com a falta de crença de mui-tas pessoas, o nosso cinema prova que tem muita coisa de qualidade por aí. Com um mercado mínimo, comparado a Hollywood, ainda temos muito para cres-cer e aprender nesse meio artístico.

Aos poucos novos diretores vão dan-do a cara a bater, e com isso tentando mu-dar um pouco a cara do cinema nacional, seja com comédias românticas bobas, ou

com filmes de ação com altos orçamen-tos e explosões escandalosas. Aos poucos nós vamos ganhando um destaque maior pelo mundo afora.

Cultura

Essa semana tive o prazer de assis-tir o filme “Historias Cruzadas” (The Help, 2011). A cômica atuação de Oc-tavia Spencer (merecedora do Oscar e do Globo de Ouro) me fez rir e chorar durante aqueles minutos de uma histó-ria tão intensa. A obra retrata a vida de uma pequena cidade do Mississipi na década de 60, com famílias brancas de classe média e suas ajudantes negras. Embalado pelo ritmo da revolução li-derada por Martin Luther King, o filme transcorre sobre a amizade entre duas negras e uma jovem jornalista da cida-de que, juntas, escrevem um livro com os relatos das empregadas domésticas negras e o racismo sofrido durante a árdua jornada de trabalho, que incluía a criação dos filhos das madames.

A minha vó preta, como ela mesma se denomina, perdeu o pai quando ain-da era uma criança e, após a “falência” da família ,foi servir de cunhã. Aos 12 anos lavava, passava, cozinhava, fa-zia feira e dormia num quarto escuro na casa de desconhecidos. Até hoje a

Beatriz [email protected]

mãe de meu pai chora quando me con-ta que, uma vez, por deixar derramar o leite da patroa, foi colocada em seu quarto e castigada a ficar sem comida o dia todo.

Também tem a história da Tonha, que hoje tem 75 anos e cuja única fa-mília que conhece é da sua emprega-dora, minha outra avó. Tonha tinha 40 anos quando chegou, vinda da Paraí-ba, na casa dos meus avós maternos no Rio de Janeiro, e, mesmo recebendo salário e todos os direitos trabalhistas, não tinha condições para ter casa pró-pria e, por isso, morava com eles. Só depois da morte de meu avô, em 2009, que finalmente ela passou a se sentar à mesa para comer conosco. A mesa que até hoje é ela, com 75 anos, que serve.

Aqui em Curitiba, que se autodeno-mina uma cidade europeia , os conhe-cidos irmãos e engenheiros Rebouças (que construíram boa parte da cidade) eram negros. A Sociedade Beneficen-te 13 de Maio, por exemplo, foi cria-da por escravos recém libertos, com o

intuito de ajudar a comunidade negra curitibana a conquistar o espaço que não tinha. Hoje, possui uma das mais repletas agendas culturais do Paraná, cheia de atividades relacionadas à cul-tura negra brasileira. Curitiba também é negra, e que o Maracatu de domingo na rua XV não nos deixe esquecer.

No entanto, o preconceito e a desi-gualdade ainda persistem. Recém dis-cutida no Supremo Tribunal Federal, a política de discriminacão afirmativa de cotas raciais foi declarada, por una-nimidade, constitucional. E por bons motivos: segundo a ministra Rosa We-ber, “se os negros não chegam à uni-versidade por óbvio não compartilham com igualdade de condições das mes-mas chances dos brancos. Se a quanti-dade de brancos e negros fosse equili-brada poderia se dizer que o fator cor não é relevante. Não parece razoável reduzir a desigualdade social brasileira ao critério econômico”. Enquanto isso, a Federação Nacional das Trabalhado-ras Domésticas informa que a maioria das empregadas domésticas possuem baixa escolaridade e são negras.

A cultura brasileira tem grande e importante parte de sua orgiem na cul-

tura negra. São os mesmos trabalhado-res que ora sambam e cantam, e ora er-guem edifícios e atendem as portas dos condomínios. “Favorecimento”, como alguns insistem sobre as cotas raciais, não é argumento quando, por centenas de anos, a sociedade branca se favore-ce do trabalhador negro para benefício próprio. Temos sim uma dívida grande com a comunidade negra. Se ainda du-vida disso, basta notar os “quartinhos de empregada” que permanecem em nossas casas.

Dança aí, Nego Nagô!

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Curitiba, segunda-feira, 21 de maio de 2012 7Economia

Inflação de Curitiba é a quartaentre as capitais

Giuliana NogaraJoana CastroMaria Luíza de Paula

Preços de alimentos e de habitação puxaram o aumento

O Índice Nacional de Pre-ços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril é três vezes superior ao mês de março, se-gundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE), no dia 9 de maio. Alimentação e habitação foram as duas áreas que tiveram a maior taxa em Curitiba.

A cidade teve a quarta maior inflação dentre as ca-pitais estudadas. Os gran-des causadores do aumento (0,55%) no mês de abril em relação a março foram os ei-xos de alimentação e habita-ção. Produtos alimentícios como o feijão tiveram alta de 3,96% durante o mês. No caso da habitação, a taxa da capi-tal subiu em 1,92%, acima da média nacional, de 0,80%.

Segundo o coordenador de Pesquisa Data Centro da As-sociação Comercial do Paraná (ACP), Claudio Shimoyama, mesmo com esse aumento o comércio não sofreu tanto.

As vendas na Páscoa e no Dia das Mães superaram as expectativas. “Vendedores de calçados, móveis, eletrodo-mésticos e vestuário em geral não vêm sendo atingidos pelo aumento dos índices inflacio-nários. As vendas têm mos-

trado um crescimento neste ano”, alega Shimoyama.

O coordenador ainda afir-ma que a expectativa é de que em junho a produção para o Dia dos Namorados ajude as vendas a terem um crescimen-to em torno de 7% com rela-ção ao mesmo período do ano passado.

No geral, entre as regi-ões, juntando-se os remédios (0,05%) com os empregados domésticos (0,07%) mais os cigarros (0,12%), a soma dos impactos resulta em 0,24%, o que significa que estes três itens foram responsáveis por

Fonte: IBGE

38% do IPCA de abril. A educação, porém, teve

queda na inflação de março (0,54%) para abril (0,04%). Para a estudante Marília Al-berti, 21 anos, o aumento no preço do cigarro acabou aju-dando a acabar com seu vício. “Parei de fumar desde que au-mentou o preço do cigarro”, afirma Marília.

O IPCA abrange as famí-lias com rendimentos mensais compreendidos entre um e 40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas das regiões. A

pesquisa é feita mensalmente e abrange diferentes regiões: Regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Sal-

vador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e muni-cípio de Goiânia.

Divulgação

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Curitiba, segunda-feira, 21 de maio de 20128

Amor que não se vê

O esqueceram na rodoviária. Quanta incompetência numa empresa só. Afinal, havia chegado do Rio de Janeiro já fa-zia algumas horas. Fez o ônibus parar. Não esperaria até o final daquela noite para que pudesse embarcar para ver a pessoa que quem sabe, o faça desistir de tudo que uma capital como o Rio de Janeiro tem a oferecer por uma vida no oeste de Santa Catarina. Em uma cidade tão pequena, que se quer possui uma agência bancária. Parece loucura, mas quem sabe aquilo lhe faria feliz. Finalmente conseguiu chegar ao ônibus. Pouco mais de 8 horas (!) e estariam perto outra vez. Sentou-se em seu lugar com ajuda do motorista, que tinha no olhar uma boa dose de paciência e bom humor. Mas o que te traz até aqui, tão longe da sua cidade? Você tem família aqui no oeste? – perguntou a senhora que senta-va ao seu lado. Tenho minha sogra e não posso dizer que ela não é família! Riu. Minha namorada vive aqui, completou. Mas como você conheceu sua namorada? A distância é tão grande, disse a senhora. Nos conhecemos na internet, disse o garoto, que aparenta ter mais ou menos vinte anos. Ah, mas hoje tudo se faz por essa tal de internet, até namoro!

Mas vocês já se viram? Já, claro, respondeu com um sorri-so, mas um pouco constrangido. E sua mãe? Deixou você vir? Não Ficou preocupada? Disse a senhora, ainda abisma-da com a distância percorrida pelo garoto para encontrar a amada. Ah, ficou preocupada. Mas a senhora sabe, os filhos tem que viver suas vidas, senão, não dá certo! Mas eu sou mãe, sou avó e nunca deixei de me preocupar com os meus filhos. Mãe é mãe, não é verdade? Disse a senhora, preocu-pada com o que a mãe do rapaz diria se soubesse que seu fi-lho tinha sido esquecido da rodoviária. Nem conte para ela, disse. Só diga que foi tudo bem e que o tempo de viagem foi um pouco maior que o esperado. Senão aposto que ela nem vai dormir! Acho que farei isso mesmo, não vou a preocupar por nada, afinal já estamos quase chegando, não é verdade? Disse o garoto. Já sim, finalmente, disse a senhora em um tom aliviado de alguém que já estava mais de 9 horas den-tro de um ônibus retornando à sua casa depois de uma boa dose de consultas médicas. A ansiedade em chegar era tanta que o rapaz não conseguia mais ficar sentado. Ficou em pé até que o ônibus chegasse à pequena rodoviária no interior. Mas você sabe que até chegar a cidade da sua namorada são mais alguns quilômetros né? Mas agora a viagem será diferente, disse o menino, que, embora não enxergasse nada, tinha lágrimas nos olhos. Foi o primeiro a desembarcar, e logo tocou a namorada, que também tinha deficiência visu-al. Tudo o que tinha passado para chegar até ali parecia não ter importado, ou se importou, tinha valido a pena.

A emoção dos dois era perceptível no sorriso e na manei-ra em que ele lhe tocada os cabelos e o rosto, percebendo que finalmente estava do lado da pessoa que esperou tanto tempo para estar junto. Ela sorriu o sorriso mais sincero que já vi. Estava acompanhada de uma mulher, de devia ser sua mãe. Ela não conseguia segurar a emoção de ver os dois jovens juntos e registrava o momento com uma câmera fo-tográfica. Logo os dois deram as mãos, e, auxiliados pelos familiares da garota, deixaram a rodoviária rumo à cidade-zinha onde vivem. Nunca vi nada tão puro. Na verdade, não vi. Senti. Esse sim é o amor que não se vê, é o fogo que se sente, como escreveu Camões. Sem interferências.

Laura Beal Bordin