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[email protected] @jornallona lona.up.com.br O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil Ano XII - Número 652 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Curitiba, quarta-feira, 28 de setembro de 2011 Dados divulgados pela Organização Internacional de Trabalho (OIT), em reunião do G-20 realizada em Genebra, Suíça, aponta o crescimen- to dos índices de desemprego no mundo. Somente a crise econômica iniciada em 2008 é responsável pelo fechamento de 20 milhões de pos- tos de trabalho. Especialista acredita que o Brasil tem condições eco- nômicas para superar a crise, entretanto excesso de gastos públicos e ausência de reformas estruturais podem empurrar o país ao turbilhão da crise. Pág. 3 Mais de 200 milhões estão desempregados no mundo Marcos Monteiro Em tempos de crise e exigências cada vez maiores, existe esperança para se cosneguir o primeiro em- prego? Pág. 4 Primeiro emprego Governo amplia o programa Minha casa, minha vida. Em Curitiba, o pro- grama será aplica- do, principalmente, nos bairros mais pobres da cidade, como o Ganchinho, Tatuquara, CIC e Parolin. Pág. 5 Minha Casa, Minha Vida

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, quarta-feira, 28 de setembro de 2011

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lona.up.com.br

O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

Ano XII - Número 652Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade Positivo

Curitiba, quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Dados divulgados pela Organização Internacional de Trabalho (OIT), em reunião do G-20 realizada em Genebra, Suíça, aponta o crescimen-to dos índices de desemprego no mundo. Somente a crise econômica iniciada em 2008 é responsável pelo fechamento de 20 milhões de pos-tos de trabalho. Especialista acredita que o Brasil tem condições eco-nômicas para superar a crise, entretanto excesso de gastos públicos e ausência de reformas estruturais podem empurrar o país ao turbilhão da crise. Pág. 3

Mais de 200 milhões estão desempregados no mundo

Marcos Monteiro

Em tempos de crise e exigências cada vez maiores, existe esperança para se cosneguir o primeiro em-prego?Pág. 4

Primeiro emprego

Governo amplia o programa Minha casa, minha vida. Em Curitiba, o pro-grama será aplica-do, principalmente, nos bairros mais pobres da cidade, como o Ganchinho, Tatuquara, CIC e Parolin. Pág. 5

Minha Casa, Minha Vida

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Curitiba, quarta-feira, 28 de setembro de 2011 2

Expediente

Editorial

Reitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Comunicação Social: André Tezza Con-sentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientado-res: Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editores-chefes: Daniel Zanella, Laura Beal Bordin, Priscila Schip

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jorna-lismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 -Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba -PR CEP 81280-30 Fone: (41) 3317-3044.

OpiniãoVocê é a favor da proposta de lei que esta-belece a proibição do consumo de cigar-ros em parques e praças de Curitiba?

Luísa Muraro

O processo de edição diária de um jornal-laboratório nos coloca diante de conflitos in-ternos bem particulares no contexto de um impresso de universidade, e com o seguinte adendo: nossos erros são mais evidentes – para não confundir com desleixo ou relapso.

As matérias factuais que propomos a abor-dar diariamente tratam, geralmente, de des-dobramentos de outros acontecimentos, o que nos leva a uma hiperdose de um assunto até então refletido apenas em sua superfície – como se tivéssemos em cada pauta tratada uma iniciação pedagógica completa para ten-tar levar ao leitor algo além do senso comum, o que nem sempre conseguimos, tanto por falta de cabedal cultural, quanto por inexpe-riência.

Mas há significativas vantagens: nossas te-máticas priorizam o universo estudantil e o que é mais fortemente retratado no contexto local – embora seja de nossa alçada tentar cap-turar o imaginário e criar as necessidades so-ciais, os pilares de discussão, de acordo com a leitura dos fatos em âmbitos mais amplos - e nos dá a oportunidade do experimento e do revisionismo técnico.

As coberturas diárias refletem muito do que somos como editores e do que almejamos como futuros jornalistas, são retratos que di-zem sobre nossa capacidade de elucidar um tema e de nossas afinidades pessoais com a informação e a sua construção.

É um exercício árduo e certamente impor-tante em nossa formação profissional no que tange ao domínio de nossas responsabilidades e ferramentas.

Podemos argumentar que o jornalismo im-presso é bem menos prestigiado do que o tra-balho nele inserido, mas é esse também um processo de construção social.

Uma boa leitura a todos.

DrOps

O Superclássico

Copa RocaBrasil e Argentina disputam hoje o simbólico título da Copa Roca, às 21h50, em Belém, do Pará. Uma vitória simples dá à seleção brasileira o título do certame. Um empate leva a de-cisão aos penaltis. No primeiro jogo, há duas se-manas, zero a zero. A partida foi para muitos analistas espor-tivos o pior Brasil X Argenti-na da história. (Exceto por um drible humilhante de Leandro Damião no lateral-esquerdo ar-gentino. Damião se contundiu recentemente em jogo do Cam-peonato Brasileiro e não joga hoje, ou seja, não espere muito do jogo.)

Rivalidade assim assadoMuitos consideram Brasil x Ar-gentina o principal clássico do futebol mundial. Naturalmen-te, por conta do que as duas seleções apresentaram em pas-sado remoto. Hoje, o Brasil é o 7° do ranking da Fifa - segunda pior colocação da história - e a Argentina é somente a décima seleção melhor colocada. So-madas, as duas seleções agre-gam sete títulos mundiais. Gente menos apaixonada diz que a rivalidade entre belgas e franceses é maior, assim como confrontos futebolísticos sedia-dos nos Balcãs.

Maradona: melhor do que Pelé

A discussão é antiga, embora a racionalidade não permita que Maradona lustre os pés de Pelé. Um ditado popular por-tenho diz muito sobre o que foi Maradona jogador e o que é Maradona como pessoa: “Ele é o melhor jogador de todos os tempos e um dos melhores ar-gentinos”.Para envenenar o poço: Mara-dona não é tão unânime quan-to se pensa. Muitos argentinos consideram Di Stefano o me-lhor jogador argentino de to-dos os tempos.

Rayssa Baú

Sim Não

Neste ano o vereador Tico Kuzma (PSB) apresentou um projeto de lei que tenta proibir o fumo nas praças e parques de Curitiba, incluindo áreas livres destinadas a esporte e lazer.

O mesmo vereador foi res-ponsável pela lei aprovada em 2009 que proíbe o fumo em local fechado. Kusma baseou-se na ci-dade de Nova York, onde uma lei parecida já vigora.

Existe muita polêmica em torno do assunto, que na verda-de só seria uma emenda à pri-meira lei. Os que estão contra o projeto argumentam que feriria o livre-arbítrio. Mas a questão é muito mais que individual. Todos sabem que em qualquer lugar que se fuma, a fumaça se espalha e não afeta só o fumante, mas todos que estão em volta.

No mundo todo se vê que a proibição do fumo é sempre positiva, além de incentivar as pessoas que fumam a largarem o vício. Normalmente pessoas vão aos parques para respirar ar puro, estar em contato com a natureza, praticar esportes, fu-gir do estresse e da poluição do centro da cidade, o que não tem nada a ver com fumar.

Depois que entrou em vigor a lei de 2009, que restringe o fumo em lugares fechados, re-sultados positivos estão sendo alcançado, e a saúde das pesso-as está melhorando. Já é possí-vel ver a redução de tabagismo na cidade, que hoje deixou de ser a segunda capital com mais fumantes, e caiu para a quinta posição. Como a nova lei esses índices vão cair ainda mais.

Acredito que a lei não demo-re a ser aprovada, pois ao con-trário da primeira vez, não terá o lobby dos donos de bares e ca-sas noturnas para lutar contra a proibição.

A população atualmente pede uma vida cada vez mais saudável. Fumar já saiu de moda, quem fuma quer parar ou pelo menos deveria querer; quem não fuma quer distância do cigarro. Estamos até cansa-dos de saber todos os malefícios do cigarro, que já um argumento que vale por muitos.

A ideia absurda de proi-bir o fumo em praças e par-ques de Curitiba surgiu do vereador do PSB Tico Kuz-ma. A proposta segue o exemplo de Nova York, que a partir dessa semana deter-minou a lei anti-fumo nas áreas verdes da cidade.

A lei ainda não foi apro-vada, é apenas um projeto. Concordo com a medida do vereador em proibir o fumo em bares e ambientes fecha-dos da cidade. Porém, impe-dir a liberdade dos cidadãos nas áreas de lazer da cidade já é demais.

Essa nova medida é mui-to radical. Imagine só fiscali-zar os fumantes em parques e áreas comuns da cidade. Além de ser um absurdo en-contrar pessoas suficientes para vigiar a população fu-mante, é ridículo regular os atos das pessoas.

O fumante sabe quais são os riscos para a sua saúde. E é ele quem deve escolher se quer ou não fumar. O esta-do não pode interferir dessa maneira no livre arbítrio de cada pessoa.

Afinal de contas, nin-guém vigia quantas vezes você toma banho ou escova os dentes por dia. É uma questão de escolha de cada um. Assim como a opção de fumar. As pessoas são livres em seus hábitos cotidianos e devem continuar assim.

Se o problema da pes-soa do lado é o cheiro ou a poluição que o cigarro traz, então seria justo que auto-móveis e indústrias também parassem de funcionar. Uma coisa justifica a outra. O que não pode ser considerado é o fato de uma lei interferir de uma forma tão invasiva nos hábitos de cada um.

É dever do Estado, sim, alertar a população para os malefícios do fumo, mas é indevido obrigar as pesso-as pararem de fumar. Cada pessoa é consciente para saber o que quer para a sua vida.

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Curitiba, quarta-feira, 28 de setembro de 2011

TRABALHO

A Organização Inter-nacional do Trabalho (OIT) divulgou na última segunda-feira (26) um re-latório feito em conjunto com a Organização para a Cooperação e o Desen-volvimento Econômico (OCED) sobre o desem-prego em nível global. O estudo aponta que há 200 milhões de desemprega-dos no mundo, o equiva-lente a mais do que a po-pulação inteira do Brasil.

O estudo foi realizado para a reunião de minis-tros do Trabalho do G20 – que engloba as vinte maio-res economias do mundo –, em Genebra, na Suíça, e discutiu a situação do emprego no mundo desde a segunda-feira, encerran-do sua rodada de debates nesta quarta-feira (28).

Lideranças dos cinco continentes analisaram diversos documentos e es-tatísticas, entre os quais as possíveis saídas para a permanente crise econô-mica que afeta o mundo desde 2008 e que agrava ainda mais o quadro de de-semprego. O documento principal da reunião mos-tra que desde 2008, quan-do começou a crise, 20 mi-lhões de pessoas perderam o emprego. E que até o fim de 2012, caso o panorama econômica não apresen-te melhorias, é prevista a perda de mais 20 milhões de postos de trabalho.

Crise mundial faz mais de 200 milhões de desempregados no mundo, afirma estudoO aumento da taxa de desocupação em vários países se deve à crise do sistema financeiro na Europa e nos EUA

Apesar da taxa de de-semprego ter diminuído nos últimos anos, o cres-cimento não tem se dado de forma significante. E se isso persistir, os 20 milhões de empregos perdidos não serão recuperados, e ainda poderá existir um rombo de 40 milhões de postos de trabalho nos países do G20, como alertou a OIT.

Atualmente, o cresci-mento está em torno de 1%, mas para este quadro mudar é necessário um crescimento de 1,3%, para que até 2015 a taxa de de-semprego volte ao índice que era anterior a crise.

Segundo o economista e diretor de Comunicação do Sindicato dos Economistas do Paraná (SINDECON-PR), José Soavinski, a di-minuição de empregos que se agrava desde 2008 “gera fome, desigualdades so-ciais, dificuldade de aces-so à moradia e problemas de segurança pública”.

Entretanto, Soavinski acredita que o Brasil não sofrerá um impac-to direto dessa crise.

“A nossa economia é forte e atravessa uma época de franca expan-são”, afirma o economista.

Análise

Por Daniel Zanella

Os dados da OIT são preocupantes e revelam significativas dicotomias do sistema capitalista. A maioria dos países euro-peus atravessam crises so-

ciais graves. As economias não crescem e governos fazem sucessivas renego-ciações de dívidas internas e externas. O padrão de condução social apresenta inúmeros deficiências.

Recentemente, os EUA foram palco de uma gran-de exposição de sua de-licada posição atual ao ameaçar dar um calote nas contas públicas. Com muito custo, o governo conseguiu elevar o teto da dívida interna - o que não significa um alento para o futuro econômico da maior economia do mundo, que apenas protelou reformas

que são essenciais para a seu retorno à rota de cres-cimento e estabilidade.

As consequências dessa crise econômica, com ares crônicos, geram reflexões sobre a falência do mode-lo administrativo dos pa-íses de primeiro mundo e acarreta crises internas de difícil solução: aumento das greves, crescimento da violência, acentuação das desigualdades sociais, di-ficuldades de inserção no mercado de trabalho de jovens.

O Brasil, de certa for-ma, desfruta de uma situ-ação econômica favorável,

moeda estável e cresci-mento de 4 a 6% por ano. Entretanto, isso não signi-fica que o Brasil está numa posição confortável diante do cenário externo calami-toso.

Precisamos reduzir os gastos públicos, aprimorar políticas educativas e de qualificação profissional, reduzir as desigualdades que impedem que uma faixa expressiva da popu-lação tenha acesso à bens sociais universais. Não es-tamos em situação tão pri-vilegiada, como querem nos garantir. A crise baterá firme em nossa porta.

Mila Bastos

3

Reunião do G20 discutiu os efeitos da crise nas estatísticas de desemprego

Priscila Schip

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Curitiba, quarta-feira, 28 de setembro de 2011 4 5 5

MERCADO DE TRABALHO

Cadastrar currículos em sites, arrumar um “quem in-dica”, tudo isso não é tarefa fácil. Ainda mais se você não tem muita experiência.

Para conseguir uma vaga dos sonhos vale tudo. Ser indicado por amigos, enviar currículos a muitas empresas ao mesmo tempo até receber alguma resposta, apelar para redes sociais, cadastrar-se em sites de empregos, ou da pró-pria empresa, e até mesmo ir de porta em porta com o cur-rículo em mãos.

Indicar um profissional para preencher uma vaga é um ato de grande responsa-bilidade. Se o desempenho da pessoa recomendada é ruim, não é bom também para a pessoa que apresentou.

Mas o contrário também vale. Se o novo contratado se sai bem, o “padrinho” tam-bém ganha elogios. Por isso, pedir a alguém que você não conhece direito para reco-mendar seu nome não fun-ciona, e ainda deixa a pessoa numa saia-justa.

Ter um “quem indica” é muito importante hoje em dia, mas desde que a pessoa realmente conheça as compe-tências e o potencial do indi-cado.

“Às vezes, você até pode surpreender-se com a indi-cação de uma pessoa com quem conviveu pouco, mas em quem causou ótima im-pressão. Porém, na maioria das vezes, quem indica é bas-tante conhecido de quem foi indicado”, diz o profissional de RH Sérgio Cunha.

Ele ainda alerta para a im-portância de manter a rede de contatos sempre atua-lizada, e prestar a atenção

Mariana Delamuta

Especialista mostra que novato deve usar vários canais para mostrar o seu trabalho para o mercado

nas pessoas que fazem parte dela, incluindo colegas de faculdade, que trabalham na mesma área que você.

Se não tiver tanta sorte de conhecer alguém disposto a ajudar, saiba que enviar cur-rículos para empresas sem que tenha sido solicitado é perda de tempo. Segundo Cunha, essa prática é muito comum, mas na maioria das vezes as caixas de entrada ficam tão cheias de e-mails que eles são deletados sem ao menos serem abertos.

Ele ensina que o candida-to deve tentar ser recebido pessoalmente pelo respon-sável pela vaga que deseja ocupar, e que isso é válido mesmo que uma seleção não esteja sendo feita. Assim, seu nome será cogitado pela em-presa numa futura seleção.

E foi assim que a publici-tária Giovana Mattos conse-guiu sua vaga. “Fiz uma lista de empresas que me interes-savam e liguei para cada uma perguntando o nome do res-ponsável pelo recebimento de currículos. Mandei exclu-sivamente para essa pessoa, e depois telefonei para saber se tinha chegado. Com isso, consegui meu primeiro em-prego depois de formada.”

Superatuais, as redes so-ciais podem ser boas aliadas nessa procura. Quem tem Twitter sabe bem, basta se-guir um bom número de per-fis, que logo surge alguém anunciando uma vaga.

As redes sociais podem funcionar também como uma espécie de classificados de emprego. Hoje em dia, al-gumas são até voltadas para isso, como o Linkedin por exemplo.

Segundo Sérgio Cunha, redes como o Facebook e o Twitter ajudam os examina-

Candidato deve ser persistente para

conquistar primeiro emprego

dores a conhecerem melhor os candidatos. Participar de comunidades do tipo “odeio meu chefe” podem atrapa-lhar. Por isso, ele recomenda que se mantenha um perfil pessoal e outro profissional.

Para os menos atuais, os sites de empregos e os cam-pos de “trabalhe conosco”- presente em praticamente todos os sites de empresas – podem ser de grande aju-da. Existem mais de 20 sites de empregos no Brasil, entre pagos e gratuitos, no qual o candidato se cadastra e passa a receber vagas disponíveis.

Porém, antes de se cadas-trar numa agência virtual de empregos é recomendável pesquisar em fóruns e comu-

nidades para checar se a em-presa é eficaz e confiável.

Mas se a intenção mes-mo é que o cadastro seja eficaz, o caminho mais cur-to para conseguir um traba-lho é cadastrar-se no site da empresa. Sérgio explica que quando uma vaga é aberta na empresa o campo “trabalhe conosco” é o primeiro a ser consultado, pois é uma forma rápida e barata de se formar um banco de talentos.

Segundo pesquisa, em média 40% das vagas dis-poníveis não chegam a ser divulgadas, porque são pre-enchidas por candidatos ca-dastrados no próprio site da empresa.

Uma coisa é certa: o mer-

cado de trabalho está bastan-te competitivo. Por isso, as pessoas têm que ter diferen-ciais, cursos e experiências anteriores são muito impor-tantes; além disso, o currícu-lo enviado deve ser impecá-vel.

O site meucurricum.com ajuda os candidatos a uma vaga de emprego dando di-cas de como construir um currículo, e mostra alguns modelos que podem ser co-piados.

Segundo esse site, “um bom curriculum, bem apre-sentável e redigido, pode não garantir um emprego, mas é, sem sombra de dúvidas, um passo importantíssimo para alcançá-lo.”

Priscila Schip

Segundo pesquisa, 40% das vagas disponíveis não chegam a ser divulgadas

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HABITAÇÃO

No início do segundo semes-tre de 2011, foi lançada a segun-da etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida. Em sua apre-sentação, a presidenta Dilma Roussef mostrou algumas mu-danças no projeto, desde contra-tuais até estruturais.

O tamanho das moradias foi uma delas. Enquanto na pri-meira fase do programa a área máxima construída era de 35 metros quadrados para casas e 42 metros quadrados para apartamentos, agora serão 39,6 metros quadrados e 45,5 metros quadrados.

Atualmente, o foco do pro-grama são as famílias com ren-da mensal de até R$1.600, que terão um subsídio do governo para adquirir a moradia. A es-trutura das moradias também será diferente: as novas casas e apartamentos vão ser maiores, mais espaçosos, com piso de cerâmica em todos os cômodos, além de azulejos na cozinha e no banheiro.

Além disso, será implantado o sistema de aquecimento solar, dispensando o chuveiro elétri-co, que é uma das partes mais pesada do orçamento, causando uma grande economia na conta de luz dos moradores.

Esse novo sistema irá be-neficiar, preferencialmente, os projetos localizados nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, isso porque as outras regiões não possuem um número con-siderável de chuveiros por resi-dência.

A meta é que até 2014 sejam investidos mais de R$ 125 bi-lhões no programa habitacional do governo federal. Deste total, R$ 72,6 bilhões serão de subsí-dios para a baixa renda.

O Banco do Brasil passará a operar, a partir do ano que vem, em todas as modalidades de fi-nanciamento previstas pelo pro-grama. Vão ter prioridade as fa-mílias chefiadas por mulheres,

Larissa Nichele

Governo já assinou contratos para a construção de mais de 1,3 milhões de moradias em todo o país

além das que residem em áreas de risco ou que foram desabri-gadas.

Unidades do ProgramaA cidade de Curitiba com-

pletou, neste ano, a contratação de 6.365 unidades do programa Minha Casa, Minha vida na fai-xa de interesse social, destinado a famílias com renda de até seis salários mínimos.

O programa será aplicado, principalmente, nos bairros mais pobres da cidade, como o Ganchinho, Tatuquara, CIC e Parolin.

Das 6,3 mil unidades contra-tadas em função do convênio entre o município e a União, 304 já foram entregues, enquanto 5805 estão em execução e outras 256 foram iniciadas no mês de agosto.

Além disso, há mais 2.309 unidades com projetos em aná-lise na superintendência regio-nal da Caixa Econômica Fede-ral, com previsão de contratação este ano.

A sistemática criada para implantar o programa na cida-de prevê a participação ativa da Companhia de Habitação Popular (Cohab) nos processos de aprovação dos empreendi-mentos.

Outra função da Cohab é in-dicar a demanda e dar apoio à comercialização das unidades. Para isso é utilizado o cadastro de pretendentes a imóveis que a Companhia mantém desde a década de 80 e que, na prática, funciona como um organizador da demanda.

BeneficiadosO Programa Minha Casa,

Minha Vida foi implantado na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e teve seu lançamento em março de 2009. De abril de 2009 a dezembro de 2010, foram assinados contratos para construção de 1,3 milhão de moradias em todo país, sen-do investidos no programa qua-se R$ 53 bilhões.

Governo amplia tamanho de moradias

do Minha Casa, Minha Vida

Na época, o governo anun-ciou que a meta da construção, que era de no mínimo 1 milhão de casas, havia sido cumprida. O governo atual também ade-riu ao programa e a presidente, em sua campanha eleitoral, se comprometeu a construir pelo menos 2 milhões de moradias em seu mandato. Desse total 1,2 milhão de unidades serão destinadas a famílias com renda mensal de até R$1.600, outras 600 mil unidades vão para famí-lias com renda de até R$ 3.100, e 200 mil para famílias com renda máxima de R$ 5.000.

Impasses no Parolin A Vila Parolin é uma das

43 áreas irregulares de Curitiba onde ocorrem obras de urbani-zação do projeto Minha Casa, Minha Vida. Um total de 1.507 famílias foram beneficiadas, das quais 667 serão reassentadas porque vivem em locais de risco ou insalubres.

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), junta-mente com o Projeto Habitacio-

nal Popular, entregou 300 casas e sobrados, até março de 2011, às famílias necessitadas. Já o Programa Minha Casa, Minha Vida irá viabilizar 80 aparta-mentos, nos próximos meses.

A assistente social Elaine Haddad acredita que o reassen-tamento é um grande desafio, principalmente pelo grande choque cultural que está se for-mando. As novas ocupações foram instaladas muito próxi-mas às casas de classe média ou média alta que já ocupavam o bairro.

A chegada dos novos mo-radores não agradou alguns dos antigos proprietários da re-gião. A principal preocupação é com o aumento da violência. Além disso, alguns moradores já preveem desvalorização dos terrenos da região. “Temos que conviver com carrinhos de pa-pel e lixo na frente das nossas casas, já que, agora, pertencem aos nossos vizinhos”, reclama o mecânico Wagner Connor.

Por outro lado, há quem apoie a iniciativa do governo e

da COHAB. O aposentado Er-nani Vieira mora há 30 anos no bairro e é a favor da desfaveliza-ção. “Conheço 90% do pessoal que mora nas novas casas e sei que eles não causariam mal para os moradores do próprio bairro em que vivem”, afirma.

A região do Parolin surgiu na década de 50 e é a mais anti-ga área de ocupação da cidade. Atualmente, 12 mil pessoas ha-bitam o bairro representando, meio a meio, o abismo social que existe no local.

Para o jornalista José Carlos Fernandes, é assim que se faz uma cidade: garantindo a con-vivência entre os diferentes.

“Acho histórico o que acon-teceu lá, mas o que incomoda é a sensação de que o Parolin virou um curral eleitoral de um grupo político. As últimas urnas mos-traram isso. A distribuição de cobertores, o assistencialismo, entre outras práticas, mostra que o Parolin vai deixar de ser favela, vai subir o morro, mas vai ser menos politizado”, ana-lisa Fernandes.

Algumas regiões da cidade apresentam irregularidades na implantação do Programa

Larissa Nichele

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Curitiba, quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A rebeldia inversa

Antecipar uma fase da vida. Essa poderia ser a frase de quatro adolescentes que dão vida ao documentário “Me-ninas”, de 2006, dirigido por Sandra Werneck. Na tela, as meninas apresentam suas his-tórias, cada uma com suas par-ticularidades. O título eviden-cia não somente a idade, mas também as constantes interro-gações que rondam os pensa-mentos destas, que poderiam continuar com as ansiedades corriqueiras da adolescência. Porém, a maternidade tomou lugar dessas preocupações.

A periferia do Rio de Janei-ro é o ambiente que conduz o enredo. Cada personagem é revelada, ao longo de um ano. A gestação trouxe mudanças, a um espaço ocupado pela rotina costumeira de quem sonhava com o futuro, ainda. No entan-to, um trecho desse tempo pró-ximo havia se adiantado e, com isso, as adaptações tiveram de ocorrer, sem contestações, pois a situação não permitia.

Luana, 15 anos. Sem a pre-sença do pai, precisou ajudar a mãe a cuidar das quatro irmãs. A responsabilidade se acumu-lou mais uma vez. Segundo Lu-ana, a gravidez era esperada, o casamento não foi desejado por ela, bastava que estivessem juntos. Ela esperava retribuir a mãe o esforço recebido. Evelin, 13 anos. Mesmo grávida não deixou de frequentar o baile funk. A escola ficou para trás, na quinta série. Ela, não escon-

Meu sangue subiu à ca-beça há alguns dias quando li uma grande reportagem no site da Veja. O título já começava mal: “Líder dos estudantes fascistas chi-lenos se encontra com pe-legos da UNE no Brasil!”

O colunista Reinaldo Azevedo, que faz suas aná-lises políticas, ficou indig-nado porque a nossa presi-denta, Dilma Rouseff, iria conversar com a estudante chilena Camila Viellejo, en-quanto existem tantas ou-tras coisas “mais importan-tes” para resolver no país.

Pode ser que Azevedo esteja certo, mas isso não justifica a revolta dele con-tra a estudante. Até machis-ta ele foi. O que me causou maior revolta que a dele, pode ter certeza. Além de criticar um movimento que ainda existe e traz muitas mudanças (sim, muitas), ele manteve a tradicional pose machista em seu discurso.

Me perguntei ao final da leitura: sério que isso foi publicado? Tudo bem, res-peito a trajetória que um dia ele teve no movimento (que isso seja lembrado: ele já foi um pelego), mas precisava ser assim? Muitas pessoas

CINEMA MOVIMENTO ESTUDANTIL

Nathalia Cavalcante Suelen Lorianny

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@cmnathalia

Cursa o 8° período da manhã e publica seus textos no endereço cinematicamentefalando.blogspot.com

@sulorianny

Cursa o 6° período da noite e publica seus textos no endereço revolucaonopalco.wordpress.com

dia a sua paixão pelo namorado. Ele, havia se afastado do tráfico de drogas. Os pais são separa-dos, ela mora com a mãe e um irmão, o pai, que trabalha como motoboy, acredita que falharam na educação de Evelin, por isso a menina engravidou.

As outras histórias são liga-das. Isto porque, Edilene, de 14 anos, e Joice, de 15 anos, engra-vidaram do mesmo rapaz. Alex, enquanto namorava Edilene, engravidou a ex-namorada. A situação fez com que o rapaz afastasse a atual. A moça, que estava morando com ele, iria es-perar o filho nascer para voltar a morar com a mãe, que também estava grávida.

O documentário de Sandra Werneck acompanha a rotina das garotas ao logo de toda a gestação. A diretora resume em entrevista para O Globo, em 10 de outubro de 2006, seu traba-lho. “Sempre trabalhei com as questões da infância e da adoles-cência. Já falei sobre trabalho e prostituição infantil, sobre meni-nos de rua. Então quis entrar no universo dessas meninas que têm filho muito cedo, quis ver como é isso de ser mãe quando ainda se deveria estar brincando, como é pular esse espaço da adolescên-cia, que é tão importante na vida de qualquer um. Esse foi o moti-vo.” Ao mesmo tempo em que a maturidade surge, por conta da situação, ainda insistiram os res-quícios da infância. A vinda de um filho precocemente, não es-condeu o olhar de meninas.

não entendem como funcio-na o movimento estudantil e toda sua estrutura, talvez também não sejam a favor de suas estratégias, mas di-zer que é fascismo no sécu-lo 21... É um pouco demais.

Também tenho minhas posturas radicais e consi-dero melhor assim, não fico em cima do muro e procuro respeito por isso. Para quem quiser ficar do outro lado do muro, não faz mal, apenas escolha um lado e lute por ele. Também tenho minhas críticas relacionadas à arti-culação estudantil, mas não é por isso que ficaria parada.

Agora, voltando ao ma-chismo do jornalista, me ti-rou do sério ler: “Como toda esquerdista bonitinha, ela quer ser reconhecida por suas ideias, não pela beleza. Seria diferente com as feias? Acho que não. Mas, ao menos, não se criaria uma relação de oposição entre beleza e bom senso, hehe...” Esse trecho daria uma enorme crítica, a qual eu não tenho espaço para fazer, infelizmente. Ele ainda se dá a liberdade de terminar com uma risadinha. Pode isso, Arnaldo? (também me dou a liberdade de ter-minar com minha piadinha).

Divulgação x

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Curitiba, quarta-feira, 28 de setembro de 2011 7

OBITUÁRIOOBITUÁRIO

Quando começaram a sair os primeiros livros das prensas móveis de Gutenberg – e a Idade Média suspirava os últi-mos dias de seu domínio canônico –, ele mal pode-ria imaginar o filho que iria parir algumas boas décadas depois.

A Imprensa nasceu de parto simples e sem anestesia no século XVII, com espírito contestador e opiniões fortes, para ser do contra e brigar com os vizinhos – um púlpito certeiro para a verve de todo tipo de escritor.

(Para ser instrumento político. Para ser o espíri-to do tempo.)

A Imprensa cresceu vi-çosa, sem o rádio, a televi-são e a internet para ques-tionar sua importância, e foi por quase trezentos anos o modelo de debate e representação social.

(A notícia só passava a ser notícia a partir de sua permanência escrita.)

E veio a Revolução In-dustrial com a prolifera-ção de periódicos diante

de lógica mais objetiva e empresarial. E veio a Se-gunda Guerra Mundial, determinando o primeiro infarto do Jornalismo Im-presso: o lide, escala de importância da informa-ção e método de comuni-cação das tropas norte-americanas por conta da precariedade dos telégra-fos, prospera em todas as redações do Novo Mundo.

O Jornalismo, enfim, passa a andar nas esteiras de produção.

E veio a imagem para en-tregar a informação além das rotativas e veio a internet – o clichê “advento da internet” surgiu logo depois.

O Jornalismo Impresso, antes vigoroso e criador de agendas, não conseguiu atingir novos públicos, agonizando de seu conser-vadorismo. Foi obrigado a implantar duas pontes de safena em uma operação noticiada em tempo real nos maiores portais.

Faleceu no dia 1° de setembro de 2010. Seu cai-xão foi forrado com exem-plares do Jornal do Brasil.

Por Daniel Zanella

Jornalismo Impresso

XVIII - 01/09/10

Diego Silva

Page 8: LONA 652 - 28/09/2011

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ENSAIO FOTOGRÁFICO

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AdrenalinaPor Giuliana Caliceti

É o que motiva jovens entre 15 e 19 anos a buscar a velo-cidade. A Copa Pinhais RBC Light, que acontece em Curiti-ba, no Kartódromo Raceland, foi uma iniciativa de pilotos curitibanos. As etapas contam com o apoio da Federação Paranaense de Automobilismo (FPrA), e com toda infraes-trutura do Raceland, considerado um dos três melhores kar-tódromos do Brasil.